Reflexão Crítica - O novo desafio das TIC: que caminhos a seguir?

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Reflexão crítica sobre a comunicação "O novo desafio das TIC: que caminhos a seguir?" apresentada no painel "Temos uma nova disciplina de TIC e agora?" no Seminário "G550 2.0 - Partilha de Boas Práticas e Experiências em Informática Educacional", promovido pelo Centro de Formação de Professores Ordem de Santiago

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  • 1. Partilha de boas prticas e experincias em Informtica Educacional Reflexo Crtica Vnia Ramos 2.0 Seminrio

2. SEMINRIO G550 2.0 Partilha de boas prticas e experincias em Informtica Educacional O novo desafio das TIC:O novo desafio das TIC:O novo desafio das TIC:O novo desafio das TIC: que caminhos a seguir? Vnia Ramos Professora do Grupo 550 Agrupamento de Escolas de SampaioAgrupamento de Escolas de SampaioAgrupamento de Escolas de SampaioAgrupamento de Escolas de Sampaio Escola Bsica do Castelo Setbal, 10 de dezembro de 2012 3. Reflexo Crtica O novo desafio das TIC: que caminhos a seguir? Vnia Ramos | 3 INTRODUOINTRODUOINTRODUOINTRODUO Nunca, como hoje, foi possvel aprender com uma variedade to alargada de meios nos quais se encontra a informao. Torna-se crucial fomentar nos alunos a anlise crtica da funo e do poder das tecnologias de informao e comunicao e desenvolver neles a capacidade de pesquisar, tratar, produzir e comunicar atravs das tecnologias nunca esquecendo que estas desempenham o importantssimo papel de ferramentas auxiliares no processo ensino/aprendizagem. A disciplina de Tecnologias de Informao e Comunicao surge no 7 e 8 anos com o objetivo de propiciar o uso eficaz da tecnologia digital, desenvolvendo conhecimentos e capacidades na utilizao das tecnologias da informao e comunicao tendo em conta a igualdade de oportunidades para todos os alunos. Mas a nova disciplina vai alm do desenvolvimento das literacias digitais bsicas e avana para o domnio do desenvolvimento das capacidades analticas dos alunos atravs da explorao de ambientes computacionais apropriados sua idade. No h uma frmula nica para atingir com sucesso as novas metas curriculares e bastantes, para no dizer muitos, so os constrangimentos e as dificuldades com que nos deparamos no dia-a-dia nas nossas salas de aula. O que irei partilhar a realidade da minha escola, a Escola Bsica do Castelo, do Agrupamento de Escolas de Sampaio, em Sesimbra, onde procuro privilegiar a participao dos alunos em pequenos projetos, na resoluo de problemas e exerccios prticos contextualizados na produo de um projeto/produto, sempre em parceria com outros professores do conselho de turma. 4. Reflexo Crtica O novo desafio das TIC: que caminhos a seguir? Vnia Ramos | 4 1.1.1.1. O novo desafio das TO novo desafio das TO novo desafio das TO novo desafio das TIC: que caminhos a seguir?IC: que caminhos a seguir?IC: que caminhos a seguir?IC: que caminhos a seguir? Como sabido, a Reviso da Estrutura Curricular originou este ano letivo o aparecimento de novas disciplinas. Assim, surge pela primeira vez no 7 e 8 anos a disciplina de Tecnologias de Informao e Comunicao, num molde completamente diferente do que existia enquanto rea curricular do 9 ano: o programa da disciplina desapareceu e surgem as metas de aprendizagem que estabelecem aquilo que pode ser considerado como as competncias essenciais que os alunos devem evidenciar no final de cada um dos anos de escolaridade. 1.1.1.1.1111.... Planificar para atingir metasPlanificar para atingir metasPlanificar para atingir metasPlanificar para atingir metas A escassos dias de comear as aulas, com a homologao das metas curriculares para a disciplina de Tecnologias de Informao e Comunicao, foi necessrio proceder reestruturao da planificao feita no final do ano letivo anterior. Dei por mim a olhar para o computador e a pensar: que domnios/subdomnios abordar? que objetivos a alcanar? que atividades e estratgias definir? que recursos utilizar? que tipo de avaliao adotar? que planificar para os alunos do 8 ano que s vo ter a disciplina este ano letivo? Contudo, algumas realidades j eram certas nesta altura: as aulas iriam ser de 90 minutos, a disciplina semestral e no havia desdobramento das turmas. E eis que surge a possibilidade de frequentar a ao Iniciativa Metas Curriculares TIC uma oportunidade para a renovao das TIC nas escolas, organizada pela EDUCOM atravs do Centro de Competncias TIC da Escola Superior de Educao do 5. Reflexo Crtica O novo desafio das TIC: que caminhos a seguir? Vnia Ramos | 5 Instituto Politcnico de Setbal. Inscrevi-me! Ouvi, discuti, partilhei ideias e estratgias a adotar face ao que se pretendia com a nova disciplina. Percebi que a minha atuao passada no estava longe do que agora se pretendia Subscrevo completamente a ideia exposta na apresentao final da ao de que atualmente recebemos alunos consumidores e cabe-nos a ns, professores, fazer com que se transformem em alunos criadores/produtores/editores de modo adequado. Segui, e continuo a seguir, os fruns de discusso/partilha no moodle ERTE de apoio s Metas Curriculares TIC. Considero que algumas das questes a levantadas por colegas tambm so dvidas minhas e a ideia do frum foi excelente para a partilha de experincias e para a troca de opinies. Mas, e porque as realidades das escolas so diferentes, optei por fazer desaparecer neste ano de transio a diviso entre as metas do 7 ano e as metas do 8 ano. Para ultrapassar a questo da idade para o uso do correio eletrnico, elaborei um pedido de autorizao a ser entregue aos encarregados de educao. E escolhi abordar os seguintes domnios e subdomnios de desenvolvimento: Informao (I7); Comunicao e colaborao (CC8); Comunicao e colaborao em rede; Produo (P7); Stios da Internet; Imagem e vdeo; Produo (P8)1. A minha planificao foi ambiciosa mas a forma como foi feita permitia-me uma maior flexibilidade para a utilizao de ferramentas em contexto. E foi feita a pensar na articulao com outras disciplinas do currculo. A ideia implcita foi a de iniciar as aulas com uma avaliao diagnstica abrangente do maior nmero de metas. Consoante as 1 A abordar consoante o ritmo de trabalho dos alunos e/ou o Projeto Curricular de Turma. Grupo de trabalho que frequentou a ao momento de definio de estratgias, discusso e partilha 6. Reflexo Crtica O novo desafio das TIC: que caminhos a seguir? Vnia Ramos | 6 metas j atingidas pelos alunos, criar caminhos alternativos de modo a que o trabalho posteriormente realizado em aula permitisse atingir as outras metas de vrios domnios/subdomnios em simultneo. E desta forma rentabilizar o tempo j que os alunos esto ao computador logo desde o primeiro dia de aulas. 1.1.1.1.2222. A realidade na Escola. A realidade na Escola. A realidade na Escola. A realidade na Escola Aps a distribuio de servio efetiva deparei-me com 14 turmas, umas em regime anual, outras semestral e anual com periodicidade quinzenal: 6 turmas de 7 ano, duas das quais Fnix; 4 turmas de 8 ano; 3 turmas de percurso curricular alternativo (7, 8 e 9 anos); 1 turma PIEF (Programa integrado de educao e formao). A maioria dos alunos tem computador com acesso Internet e possui conta de correio eletrnico. Da avaliao diagnstica aplicada a todas as turmas resultou uma homogeneidade geral em termos dos conhecimentos das ferramentas bsicas dentro de cada turma. Como foi dito anteriormente, utilizei as atividades da avaliao diagnstica para abranger o maior nmero de metas possvel. Assim, nesta fase foram atingidas metas dos domnios Informao (I7), Produo (P7) e Comunicao e Colaborao (CC8). De que forma? Na primeira aula detetei se os alunos sabiam ou no enviar e-mails e anexar ficheiros. Os poucos que no tinham e-mail criaram-no e aprenderam a us-lo. Da, parti para a utilizao segura do correio eletrnico sendo que realizaram uma pesquisa direcionada para responder a trs questes sobre o tema. Com todos os endereos de e-mail ao meu dispor foi fcil preencher o ficheiro tipo para inscrio de utilizadores no moodle. Desta forma poupei tempo e ao segundo dia de aula tinha os alunos inscritos na plataforma e na disciplina de TIC, altura em que abordei o subdomnio Comunicao e Colaborao em rede. A ttulo de exemplo, todos os guies de trabalho disponibilizados aos alunos encontram-se no moodle e os alunos tm que usar a plataforma obrigatoriamente para realizarem as tarefas propostas. Tambm so convidados a participar nos fruns disponibilizados e a contribuir com uma dica relacionada com as Tecnologias de Informao e Comunicao. 7. Reflexo Crtica O novo desafio das TIC: que caminhos a seguir? Vnia Ramos | 7 Ainda no mbito da avaliao diagnstica, os alunos tiveram que criar um documento no processador de texto e format-lo de acordo com as indicaes dadas. Este trabalho foi posteriormente utilizado quando criaram os porteflios digitais j que consistia na sua apresentao atravs da resposta a algumas questes (desta forma evitei que partilhassem informaes pessoais e que colocassem em risco a sua privacidade e segurana). E, a correo da atividade diagnstica permitiu que de forma clere abordasse contedos gerais das Tecnologias de Informao e Comunicao, alguns dos quais foram sendo aprofundados posteriormente na disciplina. Concludas a avaliao diagnstica e a abordagem inicial ao moodle, as turmas iniciaram a criao dos porteflios digitais com recurso a ferramentas/aplicaes da Web 2.0 e tendo por base a estrutura definida no guio de trabalho. Para tal criaram um stio na Internet usando o webnode, o qual foram aprimorando com recurso a outras ferramentas da Web 2.0 como por exemplo o voki, o mixpod, etc. Refira-se que todos os alunos tm como material obrigatrio da disciplina uma pen de trabalho, sendo responsveis por organizar e gerir a informao nela contida. Na pen fica guardado todo o material usado nas aulas (vdeos, imagens, sons, documentos, etc.). Um dos aspetos que essencial na nova disciplina de Tecnologias de Informao e Comunicao a questo do tempo j que o mesmo limitativo do que se pretende abordar com os alunos. Tendo essa realidade bem presente, criei um canal no youtube (http://www.youtube.com/user/JanelaTIC) onde disponibilizo vrios vdeos relacionados com a disciplina e acessveis aos alunos. Desta forma os alunos podem, ao Pgina da disciplina TIC na plataforma moodle da Escola 8. Reflexo Crtica O novo desafio das TIC: que caminhos a seguir? Vnia Ramos | 8 seu ritmo e disponibilidade, enriquecer os conhecimentos na rea. Tambm o blogue2 e a pgina3 de apoio disciplina fornecem materiais e ferramentas diversos. Desta forma, expus o trabalho realizado e comum a todas as turmas que leciono. Mas cada aluno diferente, assim como cada turma e ritmos de aprendizagem e interesses. Como referi anteriormente, um dos aspetos que considero mais pertinente usar as ferramentas de forma contextualizada, privilegiando a participao dos alunos em pequenos projetos ou na resoluo de problemas e exerccios prticos contextualizados na produo de um projeto/produto. A tarefa mais rdua e desafiante com que me deparo para atingir este objetivo conseguir motivar colegas dos conselhos de turma para a realizao de trabalhos interdisciplinares. Mas o fato de haver uma parceria permite uma oportunidade para correr riscos e sinto uma mudana na Escola face ao trabalho interdisciplinar, ainda que maioritariamente junto dos colegas mais novos no ensino. 1.3. Trabalhar por projetos1.3. Trabalhar por projetos1.3. Trabalhar por projetos1.3. Trabalhar por projetos Aps conhecer os alunos e os seus interesses e aptides, aferi junto dos professores dos conselhos de turma quais os colegas que estariam interessados em articular e em que contexto. De seguida apresento alguns exemplos de projetos interdisciplinares que esto a ser implementados na Escola e em que as Tecnologias de Informao e Comunicao assumem um papel central. iTECiTECiTECiTEC InnovInnovInnovInnovative Technologies for na Engaging Classroomative Technologies for na Engaging Classroomative Technologies for na Engaging Classroomative Technologies for na Engaging Classroom:::: O projeto iTEC visa o uso de tecnologias inovadoras para uma sala de aula motivadora4. um projeto europeu que envolve quinze ministrios da educao, tem a durao de 5 anos (de 2010 a 2014) e composto por cinco ciclos de pilotagens. A ideia subjacente consiste em desenvolver cenrios motivadores de ensino e aprendizagem para a sala de aula futura com recurso s Tecnologias de Informao e Comunicao. 2 Disponvel em http://janelaTIC.blogspot.pt 3 Disponvel em http://janelaTIC.webnode.pt 4 Mais informaes sobre o projeto em http://itec.eun.org 9. Reflexo Crtica O novo desafio das TIC: que caminhos a seguir? Vnia Ramos | 9 Nesta altura est a decorrer o ciclo 4 de pr-pilotagens e pilotagens que consiste em contar uma histria sobre um fenmeno cientfico criando um pequeno vdeo com 5 minutos de durao. Para este projeto as disciplinas envolvidas so as Tecnologias de Informao e Comunicao e Cincias Fsico-Qumicas. Na prtica os alunos foram divididos em grupos de trabalho. Cada grupo elegeu o porta-voz e o tema a abordar: asteroides, cometas, sol, planetas anes, planetas terrestres, Big Bang, planetas gasosos e meteoritos. Seguiu-se a planificao do que iriam fazer e como vo fazer. Tambm foi nesta fase que escolheram a ferramenta em que construiro o vdeo (Movie Maker / iMovie / GoAnimate!). medida que o projeto vai avanando, semanalmente, cada grupo regista na ferramenta TeamUp um breve ponto de situao sobre o que fizeram, o que vo fazer a seguir e os problemas que existem; publicam nas pginas pessoais o trabalho que vo realizando; discutem e partilham opinies/ideias com outras escolas portuguesas envolvidas no projeto e no s. Os alunos esto motivados e inclusive trabalham no projeto fora da Escola. Ora julgo ser este o caminho para atingir as metas curriculares e ao mesmo tempo ir ao encontro do que se pretende da disciplina de Tecnologias de Informao e Comunicao. Com um nico projeto os alunos vo alcanando as metas dos domnios e subdomnios planificadas para o 7 ano. caiFMcaiFMcaiFMcaiFM Projeto Rdio Escolar:Projeto Rdio Escolar:Projeto Rdio Escolar:Projeto Rdio Escolar: O projeto Rdio Escolar caiFM5 consiste na dinamizao do ncleo de rdio da Escola Bsica do Castelo com o apoio do Programa Escolhas, projeto No trilho do desafio. um projeto de continuidade numa turma de percurso curricular alternativo 5 O blogue do ncleo de rdio est disponvel em http://caifm.blogspot.pt Trabalho em grupo (AA1) Idealizando (AA2) Investigao: observao / benchmark (AA3) Mapeamento (AA4) Reflexo (AA5) Colaborao (AA6) As fases do projeto iTEC 10. Reflexo Crtica O novo desafio das TIC: que caminhos a seguir? Vnia Ramos | 10 do 9 ano, e que resulta na articulao entre as disciplinas de Tecnologias de Informao e Comunicao, Lngua Portuguesa e Formao Cvica. Os alunos esto divididos em grupos, cada um dos quais com uma rea especfica: notcias, entrevistas, eventos, desporto. Este ano letivo, o projeto conta com o apoio da Cmara Municipal de Sesimbra (atravs da dra. Snia Lopes que tem formao na rea jornalistica) para dotar os jovens alunos de algumas tcnicas relacionadas com a locuo em rdio e com o tratamento do som. Acresce ao projeto a parceria com o Jornaless, o jornal da Escola Secundria de Sampaio, sendo que os alunos trabalham em conjunto com colegas de outras turmas elaborando entrevistas/notcias em vdeo. Com a aplicao deste projeto so abordados todos os domnios e subdomnios constantes nas metas curriculares da disciplina, exceo do domnio Produo (P8) que ter que ser tratado parte. E, consequentemente, os alunos vo adquirindo todas as competncias, alcanando as metas e consolidando os conhecimentos informticos e lingusticos. DesafioDesafioDesafioDesafios SeguraNet:s SeguraNet:s SeguraNet:s SeguraNet: Atravs do site do SeguraNet6 eis que surge a oportunidade de participar num concurso online sobre segurana na Internet. Assim, o SeguraNet lana um desafio por ms at maio a alunos e professores. Desta vez, a articulao feita entre as disciplinas de Lngua Portuguesa, Tecnologias de Informao e Comunicao e Formao Cvica. Como? Fcil. Os alunos da turma onde o projeto est a ser aplicado, alm de participarem nos desafios mensais, tm que construir bandas desenhadas usando a ferramenta pixton com o contedo abordado em cada ms, as quais so posteriormente disponibilizadas aos alunos do Agrupamento atravs do jornal escolar. Alm disso, outro desafio consiste em envolver alguns encarregados de educao a participarem nos desafios trimestrais do SeguraNet. 6 O endereo do site http://www.seguranet.pt 11. Reflexo Crtica O novo desafio das TIC: que caminhos a seguir? Vnia Ramos | 11 Animao emAnimao emAnimao emAnimao em ScratchScratchScratchScratch Bruno K diz no s drogas:Bruno K diz no s drogas:Bruno K diz no s drogas:Bruno K diz no s drogas: Este projeto interdisciplinar foi iniciado no ano letivo anterior e conta com a participao das disciplinas de Lngua Portuguesa, Alfabetizao Musical, O Homem e a Cincia, Educao Tecnolgica e Tecnologias de Informao e Comunicao. Todos os alunos trabalham para um nico fim: a criao de uma histria animada usando o Scratch. O produto final ser apresentado publicamente em maio de 2013 no congresso do GISC Grupo de Interveno em Sade Comunitria. Este projeto engloba-se no domnio da Produo (P8) mas para a sua realizao h que articular com vrias metas de outros domnios/subdomnios de desenvolvimento. E isto porque os alunos tm que desenvolver obrigatoriamente a capacidade de pesquisar, tratar, produzir e comunicar informao, trabalhar imagem e som. Mas mais. A explorao de ambientes computacionais como o Scratch leva a que os alunos desenvolvam o pensamento computacional, centrado na descrio e resoluo de problemas e na organizao lgica das ideias. E, uma vez criado um projeto em Scratch, o mesmo pode ser partilhado online na pgina do Scratch (em Portugal disponvel a partir do portal SapoKids). Tambm possvel incorporar projetos Scratch noutras pginas da Internet. Mais, possvel explorar os projetos partilhados pelos outros scratchers nas galerias online do programa e comentar os trabalhos existentes. Consequentemente podem surgir novas ideias para projetos Scratch! E pode-se descarregar qualquer projeto e usar partes do mesmo para construir o nosso prprio projeto. Pelo exposto fcil concluir que um projeto dinamizado a partir do domnio Produo (P8) permite atingir imensas metas dos outros domnios, originado que seja um modo fundamental de atuao para se alcanar com sucesso os objetivos. Assim, na mesma esteira mas em outras turmas esto planificados projetos diferentes, por exemplo, sobre a diversidade cultural, os direitos humanos, a viagem de Vasco da Gama ndia. 12. Reflexo Crtica O novo desafio das TIC: que caminhos a seguir? Vnia Ramos | 12 1.4.1.4.1.4.1.4. Nem tudo fcilNem tudo fcilNem tudo fcilNem tudo fcil Aps cerca de dois meses e meio de aulas em que procurei atingir o mximo de metas de aprendizagem definidas para as turmas que leciono, bastantes, para no dizer muitos, so os constrangimentos e as dificuldades com que me deparo no dia-a-dia. As turmas de 7 e 8 anos tm cerca de 26 alunos cada. E este o nmero mximo de alunos que a sala de informtica da Escola Bsica do Castelo pode suportar de forma a estarem a pares. Alis, este tem sido um dos maiores constrangimentos no decurso do ano letivo. Basta um computador avariar durante a aula para que os alunos tenham que ser reconduzidos a outros lugares e um computador passa a ser ocupado por trs pessoas! Uma consequncia direta a conversa entre os grupos e nos grupos de trabalho. Outra consequncia prende-se com o tempo de aula efetivo para aquisio de competncias j que apenas um dos alunos pode utilizar o computador a cada momento. Outro constrangimento prende-se com a avaliao. O trabalho da aula realizado a pares o que dificulta a avaliao individual. Ainda que recolha o mximo de elementos possveis atravs de grelhas de observao, a dimenso de algumas turmas dificulta esse trabalho. E, claro, fazer testes est fora de questo! No h tempo e no o que se pretende. A opo passa pela construo de porteflios digitais logo desde a primeira aula e desta forma conseguir gerir se os alunos esto a cumprir as tarefas aula a aula e intervir atempadamente nas suas dificuldades. Mas tal exige muito trabalho do professor fora da sala de aula j que necessrio avaliar aula a aula o trabalho produzido por cada um dos alunos de todas as turmas. O recurso a ferramentas como o TeamUp e o ClassDojo podem constituir uma alternativa j que cada grupo/aluno pode fazer um ponto de situao em relao ao trabalho realizado e autoavaliar-se. E eis que chega, qui, o maior constrangimento, o tempo. O fato de ter a turma inteira em sala de aula negativo em todos os aspetos mas toma maior relevo quando os alunos so vidos por conhecimento e exigem sistematicamente a ateno do professor. Em alguns casos a aula termina e fico com a sensao de que o apoio efetivo Ferramenta TeamUp 13. Reflexo Crtica O novo desafio das TIC: que caminhos a seguir? Vnia Ramos | 13 em sala de aula a alguns dos alunos que carecem de maior ateno ficou aqum do desejvel. Se as turmas estivessem divididas em turnos o trabalho seria certamente diferente! Considero que, pese embora o nmero de aulas previsto permita atingir as metas curriculares, algumas aprendizagens so superficiais. As turmas apresentam alunos super motivados para as novas tecnologias mas o tempo passa a correr no permitindo que se desenvolva um trabalho mais consistente com os alunos em determinadas reas. Tambm falta tempo para discutir e para partilhar os novos saberes, para refletir e questionar em grupo turma. 1.5.1.5.1.5.1.5. Partilhar com os outrosPartilhar com os outrosPartilhar com os outrosPartilhar com os outros Sendo o grupo disciplinar de informtica recente, de reforar que a troca de informao atravs da partilha de boas prticas entre os docentes do grupo reveste-se de uma grande importncia, no s para o crescimento do prprio mas tambm para a promoo de atitudes de concertao educativa. Assim, desde que iniciei a minha prtica profissional, procurei sempre partilhar as boas prticas que desenvolvo com os meus alunos e que podero contribuir para ajudar os colegas do grupo na sua atividade. Ora, assim sendo, no poderia deixar de partilhar a experincia que tem sido a implementao da nova disciplina de Tecnologias de Informao e Comunicao. No seminrio escutei com ateno as vrias intervenes e cada vez mais sinto que a minha forma de abordagem disciplina faz sentido e vai de encontro ao que se perspetiva. E, claro, articular uma pea chave para que a disciplina ganhe notoriedade e lhe atribuam a importncia que merece. Foi muito positivo esta verso do seminrio ser aberta a professores de outros grupos disciplinares. Permitiu que os colegas tivessem um conhecimento diferente do que se pretende com a disciplina de TIC, como vulgarmente chamada, e do que se pode fazer O grupo de participantes no Seminrio G550 2.0 14. Reflexo Crtica O novo desafio das TIC: que caminhos a seguir? Vnia Ramos | 14 com e na mesma. Faz sentido, em vez de usar recursos que esto j feitos na Internet, colocar os alunos a pensar nos problemas e a construir os seus prprios recursos? Estarei errada quando digo que um aluno aprende melhor, por exemplo, o Teorema de Pitgoras se tiver que pesquisar e tratar a informao sobre o mesmo e criar uma simples animao que o ilustre? Ora, considero que quando o aluno consegue perceber o contexto em que est a usar as ferramentas e os contedos/conhecimentos que adquiriu nas vrias disciplinas se motiva para a aprendizagem e obtm mais conhecimento e melhores resultados. Consequentemente uma maior auto estima e autonomia. 15. Reflexo Crtica O novo desafio das TIC: que caminhos a seguir? Vnia Ramos | 15 ConclusoConclusoConclusoConcluso A nova disciplina de Tecnologia de Informao e Comunicao resulta num romper definitivo com aquela que tem vindo a ser a prtica de muitos dos docentes que a lecionam. Ou que lecionaram alguma das antecessoras, como por exemplo a disciplina de Introduo s Tecnologias da Informao. Ano aps ano, a forma de abordar os contedos era sempre a mesma mudava a verso das ferramentas e pouco mais. No o que se pretende no futuro. E certamente no essa a minha abordagem! Muitas foram as opinies e as reaes aplicabilidade, exequibilidade e clareza das metas definidas para a disciplina de Tecnologias de Informao e Comunicao. Esta nova abordagem , na minha opinio, uma mudana bastante positiva pois permite a flexibilidade de gesto por parte do professor. Sempre encarei a disciplina como tendo um caracter essencialmente prtico e experimental em que se visa a formao de utilizadores competentes no uso da tecnologia. Para tal, o trabalho interdisciplinar fundamental para que os alunos utilizem as aplicaes informticas em estudo em contextos concretos e significantes. Assim, planifico as aulas privilegiando a participao dos alunos em pequenos projetos ou na resoluo de problemas e exerccios prticos contextualizados na produo de um projeto/produto. Uma das questes que o colega Rui Nascimento, coautor das Metas Curriculares TIC, deixou na sua apresentao foi a existncia ou no de manuais No, por favor! A tendncia quando se adota um manual em seguir o mesmo. Numa disciplina como esta, tal limitaria certamente o trabalho e criaria uma barreira criatividade e a projetos contextualizados e articulados. Sinto-me vontade para criticar este modelo de organizao disciplinar j que tenho um leque vasto de modelos de turma. Nas turmas em que tenho em sala de aula apenas 15/16 alunos, e ainda que se trate de turmas de percursos curriculares alternativos e com bastantes dificuldades de aprendizagem, o trabalho rende mais e possvel ter outro 16. Reflexo Crtica O novo desafio das TIC: que caminhos a seguir? Vnia Ramos | 16 tipo de apoio aos alunos e abordagem aos domnios/subdomnios. Este um dos aspetos que mudaria se dependesse de mim os alunos estariam divididos em turnos. Outro aspeto que julgo ser relevante a questo da disciplina ser semestral. Na minha opinio no faz sentido que o seja. Porqu terminar a disciplina justo na altura em que os alunos esto mais motivados e familiarizados com a mesma? Na altura em que o trabalho se torna mais consistente e rentvel? Muitos dos alunos j tomaram conscincia que a disciplina est prestes a terminar e comeam a mostrar o desalento prprio de quem perde algo de que gosta e sabendo da existncia do Clube de Scratch na Escola esto-se a inscrever de modo a continuar a aprender e a utilizar as ferramentas tecnolgicas. Em jeito de concluso sempre se dir que o caminho a seguir est claro e o adequado para obter com sucesso os objetivos traados para a nova disciplina e para as aprendizagens que se pretendem para os alunos. Mas ainda existem alguns obstculos que precisam ser removidos, ou alternativas a ser exploradas, para que se obtenha uma maior eficincia e eficcia na consecuo das metas.