Reflexões...

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Page 1: Reflexões...

Trajetória de um Itinerante ............. Neuza Abbud

O despertar destas reflexões são ensaios sobre construções advindas de trajetória que

ora perfilam momentos de um ser quanto as buscas pelo sentido do existir, ora como

pesquisadora quanto as buscas pelos pilares metodológicos investigativos, não sabendo

expressar com palavras, o momento em que estas interfaces se cruzam compondo um

tecido de sentido e significado, prefiro os recursos estilísticos talvez expressem com mais

vigor, o não –dito no dito.

A Espera ........

Espera...de um tempo....

De um silêncio....de uma luz....de um instante........

Que se eterniza na temporalidade de um devir........

E isto faz de mim em tragos de anos, décadas , temporalidade sem fim...

Disfarces...miragens....inquietude.....e em algum lugar estive e ......

Aceitei.....O desafio, tentei seguir os limites, entretanto, distanciei-me

.............................. Do fio que separa a VIDA.....................................

Ruptura ............

Mas que ruptura seria essa?...........

È o próprio desafio turbulento de uma Incerteza?......

Desafio que abala-me , assusta-me enquanto ser ancorado em uma.....

Certeza que se carrega como âncora a singrar oceano tempestuoso........

Uma prova eu visualizo, desfilando com tanta envergadura e proeza.....

Ruptura essa de um novo olhar , olhar esse da objetividade de ......

Uma pesquisadora que tenta se despojar das amarras que ......

Impediam de lançar vôos a imaginação e deixar reacender....

.......................a luz do Imaginário ..........

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Decifrando a Trajetória.......

Os fluídos de um novo tempo parecem alçar vôos inexoráveis, conduzindo a uma novo

encontro, a uma nova possibilidade investigativa. Entretanto, é preciso despertar a

tonicidade da melodia, recôndita no silêncio de um acorde

adormecido, seja ao som de uma harmonia clássica, ou moderna, pós-contemporânea,

pois o sujeito narrativo, está aí , aguardando o seu momento, seu refrão, ou seja, o

acordo da tonicidade do Outro.

As tentativas de decodificação de um olhar se tornam-se efetivas no presente momento

no percalço desta trajetória vivida, pois o sujeito-pesquisador que reflete sua concretude,

partilhando seus desafios em melodias mais reluzentes, pois a trama da Existência e da

Ciência se fazem pontuar e por isso , é preciso revela-las.

Tempos outros vividos , neste sujeito itinerante que perpassa esta existência, buscando

novas interlocuções, novos saberes, novos significados.

Em dissertação de mestrado, procurei retratar os impasses vividos, em atuação como

Coordenadora Pedagógica em instituições de Ensino Particular, trajetória essa vivida por

longas décadas. Pois, tentava promover junto aos professores mecanismos de interação

reflexiva, na medida em que eram mediadas por reflexões sobre a própria prática em

atuação em sala de aula.

E através deste movimento da própria dúvida do sujeito que conhece á contradição

deste próprio ato do conhecer, e quanto a mim entregue aos limites das minhas certezas,

resvalava-me na própria solidão desta certeza que se dilui e se transmuta em fragmentos

de incertezas , caos e indeterminações.

Na tentativa de superação das relações entre teoria e prática , nesta atuação do

cotidiano que se presente até momento com Docente de Ensino Superior,

procurei apoiar-me em processos de reflexividade como garantia de um élan

vital como sobrevivência de qualquer ser humano habitando o planeta.

Procurava refletir sobre a necessidade dos “porquês” do ato pedagógico, tornando a

tônica dos meus encontros com os professores, o próprio diálogo maieûtico de confronto

entre ação e reflexão. Sempre causava-me muita inquietação e insatisfação, as respostas

que os professores apresentavam quando questionados no que diz respeito, ás

finalidades e objetivos das suas disciplinas, bem como as dificuldades apresentadas para

estabelecer interações entre o universo conceitual e o vivido.

Esta pesquisa, circunstanciada da prática, pois o objeto do mestrado, foi a minha

prática vivida em sala de aula, em uma Instituição de Ensino Superior, caracterizou-se

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por ser apenas um segmento de análise enquanto fenômeno de temporalidade, tendo em

vista a própria trajetória construída nestes anos.

A importância da teoria, constituiu-se no cerne de toda trajetória, entretanto,

percebo que a dimensão dada ela não se inscreve enquanto apenas dado objetivo, neutro

e cientifizado, pois houve um sujeito pensante, vivido, sentido como agente ativo e

intérprete desta trama e deste cenário, no caso o pesquisador.

Desta forma como acontecem s rupturas? Objetividade? na construção de outra trama ,

outro cenário? Transito objetividade versus subjetividade?.

Ao mesmo tempo outro avanço proposto no mestrado, pois, as discussões

argumentativas relativas ás perguntas aluno/ professor, não aconteceram de forma linear

e estática, mas em contínuos abruptos que foram retratadas através de esquemas de

gráficos de formas¹

Estes esquemas constaram de :

1º Momento- Descrição do processo argumentativo

2º Momento- Apresentação da linguagem Gráfica, pois ao mesmo tempo que

estes registros destes movimentos aconteceram, moldando-se em um quadro

demonstrativo, constatei que este instrumento de representação não era suficiente,

deparando-me com a própria contradição.

Surgindo então a questão: pois quais outras formas de linguagem, poderiam ser uma

possibilidade de retratar pelo menos a idéia do movimento de forma mais dinâmica e

talvez mais precisa, porque até presente momento utilizei-me de um instrumental estático.

Compondo o Grupo da Interdisciplinaridade coordenado pela Profª Drª Ivani Catarina

Fazenda, o pesquisador Ricardo Hagge, com sua formação de arquiteto, conduziu-me de

forma muito criativa e eficiente a identificação do meu símbolo que foi expresso por uma

espiral.

O motivo pelo qual foi encontrado o símbolo foi apresentado por Ricardo, em

uma de suas resenhas, a saber: “ Como arquiteto ao ler o registro da sua aula imaginei,

formas que representassem o o movimento do crescimento, estabilização e relaxamento

da produção do conhecimento naquela aula. Essa representação acaba por se tornar uma

espécie de símbolo do próprio pensar da autora, como se fosse fotografia não da forma ,

mas da essência do seu pensar”.

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¹. Vide: Dissertação de Mestrado “ Da Dúvida .......á Contradição. Pontifícia Universidade

Católica ( PUC), 1990.

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Neste momento percebo já uma tentativa de ruptura com o academicamente

estabelecido, e portanto :

Ousadia do Inovar............

Nestes tragos de instantes..........

O acalento de uma esperança.............

Romper com o marasmo............

Que fragmenta a razão e o universo da significação......

Mas que tento renascer neste sentido vago de Razão.....

Nas entrelinhas que separam a Vida e a Idealidade .......