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“Honrai a e a , a fim de viverdes longo tempo na terra que o vos dará.” vosso pai vossa mãe Senhor vosso Deus ISSN 1413 - 1749 A Lei de Liberdade Recurso infalível FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA Ano 127 • Nº 2.162 • Maio 2009 D EUS , C RISTO E C ARIDADE

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“Honrai a e a , a fim deviverdes longo tempo na terra que o

vos dará.”

vosso pai vossa mãe

Senhor vosso Deus

R$ 5,00

ISSN 1

413

- 1

749

A Lei de Liberdade

Recurso infalível

O direito de viver dos anencéfalos

F E D E R A Ç Ã O E S P Í R I T A B R A S I L E I R A

Ano 127 • Nº 2.162 • Maio 2009D EUS , CR I S TO E CAR I D ADE

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Fundada em 21 de janeiro de 1883

Fundador: AUGUSTO ELIAS DA SILVA

Revista de Espiritismo CristãoAno 127 / Maio, 2009 / N o 2.162

ISSN 1413-1749Propriedade e orientação daFEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRADiretor: NESTOR JOÃO MASOTTI

Editor: ALTIVO FERREIRA

Redatores: AFFONSO BORGES GALLEGO SOARES, ANTONIO

CESAR PERRI DE CARVALHO E EVANDRO NOLETO

BEZERRA

Secretário: PAULO DE TARSO DOS REIS LYRA

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Equipe de Diagramação: SARAÍ AYRES TORRES, AGADYR

TORRES PEREIRA E CLAUDIO CARVALHO

Equipe de Revisão: MÔNICA DOS SANTOS E WAGNA

CARVALHO

REFORMADOR: Registro de publicação no 121.P.209/73 (DCDP do Departamento de Polí-cia Federal do Ministério da Justiça)CNPJ 33.644.857/0002-84 • I. E. 81.600.503

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Projeto gráfico da revista: JULIO MOREIRA

Capa: AGADYR TORRES PEREIRA

Editorial

O amor dos pais

Entrevista: Charles Kempf

Progride o Movimento Espírita na Europa

Presença de Chico Xavier

Poema de Mãe – Anália Franco

Esflorando o Evangelho

O Evangelho e a mulher – Emmanuel

Reformador de ontem

Médiuns irresponsáveis – Manoel P. de Miranda

A FEB e o Esperanto

Esperanto – Projeto de Lei no Senado – Affonso Soares

Seara Espírita

A Lei de Liberdade – Juvanir Borges de Souza

Amor filial (Capa) – Clara Lila Gonzalez de Araújo

Recurso infalível – Richard Simonetti

São Paulo realiza Ato Público em Defesa da Vida

Deus e o niilismo – Eurípedes Kühl

Provação materna – Valentim Magalhães

O direito de viver dos anencéfalos – Christiano Torchi

A Vida na visão espírita

Em dia com o Espiritismo – O Ano Internacional

da Astronomia – Marta Antunes Moura

Encontro Espírita Paraibano – Fátima Farias

Cristianismo Redivivo – História da Era Apostólica –

A preparação no deserto – Haroldo Dutra Dias

Caminhos e portas – Ivone Molinaro Ghiggino

A busca do prazer, suas lutas e seus conflitos –

Adésio Alves Machado

Composição dos Órgãos da FEB após a Reunião do

Conselho Superior de março de 2009

5

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SumárioExpediente

PARA O BRASILAssinatura anual R$ 339,00Número avulso R$ 55,00

PARA O EXTERIORAssinatura anual US$ 335,00

Assinatura dde RReformador: Tel.: (21) 2187-8264 • 2187-8274

E-mmail: [email protected]

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4 Reformador • Maio 2009116622

afirmação de Allan Kardec que encima estes comentários merece de nossa

parte profunda reflexão. Ninguém questiona que é grande o número de

violências que se constata em nosso mundo, nos dias atuais, praticadas

pelo ser humano.

Todavia, esse mesmo ser humano, quando se manifesta, deseja a paz para si

mesmo, para o próximo e para o mundo em geral. Ocorre que a paz, seja pessoal

ou social, necessita ser construída e mantida permanentemente pelo próprio

homem, pelo seu pensamento, seu sentimento e sua ação.

Para se promover a construção da paz, no entanto, necessário é que todos os

Espíritos que reencarnam em nosso mundo sejam recebidos desde os primeiros

momentos, já na concepção, com muito amor, bondade e compreensão. Ensinam-

-nos os Espíritos Superiores, e a observação quotidiana confirma, que a fase em que

o Espírito está mais sujeito às influências do meio em que vive é a fase inicial de sua

reencarnação. Amá-lo e ajudá-lo nessa fase é fundamental, para que essa experiên-

cia que ele vive seja transformada em hábito para toda a sua existência.

Portanto, é necessário que o Espírito reencarnante, qualquer que seja a etapa de

nascimento e crescimento em que se encontre, se sinta respeitado e bem recebido pe-

los pais, a despeito das imperfeições que apresente, sejam de natureza física, intelectual

ou moral, mesmo porque a imperfeição é característica dos habitantes deste mundo.

Procurando, assim, superar as próprias imperfeições e cultivando a lei de amor em

favor dos próprios filhos, os pais constroem para si mesmos, para sua família e para o

mundo, o ambiente de paz pessoal, familiar e social que decorre da prática da lei mo-

ral de Deus que, neste caso, determina que os seres se unam, que cultivem mútua afei-

ção e que, juntos, transmitam essa afeição aos seus filhos e demonstrem amor, cuida-

do e ajuda para o progresso que lhes cabe realizar, o qual é o objeto de sua existência.

A

O amordos pais

Editorial

Mas, na união dos sexos, ao lado da lei divina material, comum a todos os

seres vivos, há outra lei divina, imutável como todas as leis de Deus, exclusiva-

mente moral: a lei de amor. Quis Deus que os seres se unissem a fim de que a afei-

ção mútua dos esposos se transmitisse aos filhos, e que fossem dois, e não somen-

te um, a amá-los, a cuidá-los e a fazê-los progredir. (O Evangelho segundo o

Espiritismo, cap. XXII, item 3, tradução de Evandro Noleto Bezerra, Ed. FEB.)

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capítulo X, da Parte ter-ceira, de O Livro dos Espí-ritos, dedica-se ao estudo

da liberdade em seus múltiplosaspectos, como lei natural e domdo Espírito, desde sua origem.

Deus dotou todos os Espíritos,criados simples e ignorantes, devontade e de livre-arbítrio, o queequivale ao uso, pelas criaturas,do próprio pensamento, no qualgoza de plena liberdade.

Entretanto, precisamos enten-der que essa liberdade íntima dei-xa de ser absoluta, visto que, sen-do ela um bem espiritual propor-cionado pelo Criador como direi-to de todos, existe ao mesmo tem-po o dever e a obrigação de res-peitar a liberdade alheia.

A liberdade de pensar conduzao poder de exercer livremente avontade de fazer, de obrar, mas, aoagir, o ser se depara com os mes-mos dons alheios, que precisamser respeitados.

O desrespeito aos direitosalheios, entre os quais se encon-

tra a liberdade de pensar, seme-lhante à própria, produz conse-quências diversas, de responsa-bilidade do transgressor.

Mundos atrasados, como onosso, caracterizam-se pelo des-respeito à liberdade e aos direi-tos alheios, gerando a necessida-de de repará-los de conformidadecom as leis divinas, sempre jus-tas e imutáveis.

As reencarnações e os sofri-mentos mais variados, ao lado dossacrifícios e da prática do bem,são os meios de retificação dastransgressões às normas superio-res que atuam no campo físico e nomoral, de forma a libertar o Espí-rito dos erros cometidos.

A história da vida humana nes-te planeta de expiações e provas éuma sucessão de atos, fatos e acon-tecimentos, os mais variados, quedemonstram o contínuo desres-peito às leis superiores, pela op-ção de grande parte das popula-ções de todas as épocas, em prati-car o mal e não o bem.

Essa é uma das característicasdos mundos inferiores, e o desres-peito à lei de liberdade vem desdeos primitivos habitantes da Terraaté os dias atuais.

As imposições dos mais fortes edos detentores do poder, nos gru-pos primitivos, atravessaram todoo período pré-histórico e estãocomprovadas na história humanaatravés dos tempos.

Os conflitos, as guerras, as con-quistas dos mais fortes, as imposi-ções aos vencidos, os domínios denações, povos e grupos pela violên-cia, a escravidão de raças, a subju-gação da mulher, fatos sempre pre-sentes na vida e nos acontecimentosdos povos, demonstram que a liber-dade, como lei natural, ainda nãofoi compreendida pelas humanida-des no transcurso dos séculos, sen-do, por isso mesmo, desrespeitada.

O respeito à liberdade na vidahumana é um objetivo que seráalcançado de acordo com a evolu-ção natural, o progresso, que tam-bém é lei divina.

A Lei deLiberdade

OJU VA N I R B O RG E S D E SO U Z A

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Essa conquista será resultanteda transformação gradativa dopróprio mundo em que vivemos.Não há prazo, ou tempo predeter-minado para isso, uma vez quedepende do esforço, do trabalho,da reeducação de, pelo menos, amaior parte das almas que reen-carnarão neste planeta.

A transformação em um mun-do regenerado, previsto pela Espi-ritualidade superior para a Terra,é uma decorrência natural daprópria evolução do gênero hu-mano e de seu habitat.

Mas essa melhoria não seráuma simples dádiva do Criadorde todas as coisas, ou do Cristo,nosso Governador Espiritual.

Será resultante do que os pró-prios habitantes, atuais e futuros,derem a este mundo, em coragem,bom ânimo, compreensão e von-tade de seguir o que determinamas disposições superiores no sen-tido do bem.

Libertar-se do erro e do atrasosignifica encontrar-se com a ver-dade, na vida.

O mal representa o erro queafasta o ser humano da humilda-de, do devotamento ao bem e atudo que concorre para o pro-gresso pessoal e coletivo de seussemelhantes.

Em resumo, o mal é tudo que écontrário ao amor, à justiça, à ca-ridade, à fraternidade e à solida-riedade para com todos os seme-lhantes e perante o Criador.

Daí a síntese maravilhosa ensi-nada pelo Cristo, de fácil entendi-mento e de profunda significação:“Amar a Deus sobre todas as coi-

sas e ao próximo como a si mes-mo”. (Mateus, 22:37-39.)

Aqueles que, com esforço eperseverança, conseguem enten-der e vivenciar o amor e todos ossentimentos que lhes são afins, ca-minham nas sendas indicadas porJesus e conquistam a liberdadeautêntica, verdadeira, palavra queainda nos causa atordoamento pornão percebermos seu mais altosignificado.

Essa liberdade, que o nossomundo ainda não sente com pro-fundidade, tem múltiplas faces: éo respeito às leis e aos semelhantes,de um lado; de outro lado, é o auxí-lio, o amparo e o apoio recíprocos.

Ela existirá entre os homensquando se entenderem mutua-mente, vivenciarem o amor fra-

terno, independentemente das na-cionalidades, das raças e das con-dições sociais a que pertençam.

Sua presença opor-se-á à in-fluência dos sentimentos inferio-res do orgulho e da vaidade, daavareza e da inveja.

Pairará sobre as cabeças dosque a cultivarem e penetrará noscorações puros que a receberem.

Há uma correlação perfeita-mente perceptível entre a liberda-de individual para pensar e agir ea correspondente responsabilidadepelos atos resultantes das açõespraticadas.

Nos mecanismos das leis supe-riores funciona um perfeito siste-ma ligando automaticamente to-do efeito a uma causa. Nem sem-pre podemos perceber essa corre-lação, porque causa e efeito podemser imediatos, como podem estarlongamente separados no tempo,como são exemplos muitas difi-culdades e sofrimentos, que sãoresultantes de atos praticados emvidas anteriores.

Na sua infinita sabedoria, oCriador concedeu liberdade a to-das as criaturas humanas, mas su-jeitou-as a responderem pelasconsequências de suas ações, numprocesso justo e equânime nocurso evolutivo de cada uma, nabusca da perfeição.

Foi necessária a Revelação Es-pírita, o Consolador prometidopelo Cristo, para trazer-nos o co-nhecimento de aspectos e meca-nismos das leis naturais, antes in-teiramente desconhecidos.

Com a Terceira Revelação ad-quirimos a certeza da perfeição

6 Reformador • Maio 2009 116644

O Criadorconcedeu

liberdade atodas ascriaturas

humanas, massujeitou-as a

responderempelas

consequências

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da Justiça de Deus, que criou to-dos os Espíritos simples e igno-rantes, todos sujeitos às mesmasregras e disposições para a pró-pria evolução, enquanto que, noentendimento das religiões tra-dicionais, inclusive o Cristianis-mo deduzido pelos homens, atri-buiu-se ao Criador uma profun-da injustiça, ao criar seres infe-riores, sujeitos a todas as dificul-dades para alcançarem um céude delícias, ou serem condenadosa um inferno eterno de sofrimen-tos, ao mesmo tempo que criaEle seres perfeitos, os denomina-dos anjos e arcanjos, que não es-tão sujeitos ao esforço dos infe-riores para alcançar as perfeiçõescelestiais.

Torna-se interessante notar que,quanto mais evoluído, mais res-peito e compreensão demonstrao Espírito ter pela sua liberdade ea de seus semelhantes. Inversa-

mente, os menos evoluídos rei-vindicam a liberdade incondi-cional para si mesmos, mas nãopara seus semelhantes.

Os conceitos mais falsos de li-berdade, confundindo-se com a fa-culdade de fazer o que bem se en-tenda, sem cogitar das más ações,ou omissões, são próprios das in-dividualidades mais atrasadas.

Nas relações humanas, no vastocampo do mundo, não se podedispor da liberdade absoluta, se-não como abuso e transgressãodas leis divinas e, em muitos ca-sos, das próprias leis humanas.

A liberdade sem limites, para ohomem, só existe no seu própriopensamento, já que não se poderestringi-lo, mas perante Deustambém o que se pensa produzconsequências. (O Livro dos Espí-ritos, questões 833 e 834.)

A Humanidade ama a liberdade,na sua expressão genérica. Por is-

so, povos e indivíduos, quandoconstrangidos nas suas indepen-dência e autonomia, não se con-formam e lutam para se torna-rem livres.

Mas a verdadeira libertação éapanágio do Espírito e decorredos sentimentos superiores doAmor, da Justiça e da Caridade, edos conhecimentos adquiridos.“Conhecereis a verdade e ela voslibertará”, como ensinou Jesus.(João, 8:32.)

A Doutrina da Fé Raciocinadademonstra não ser possível re-ceber sem dar. Assim como nãoé viável a saúde física sem os ne-cessários cuidados com o corpo,também o aprimoramento doEspírito depende de esforçobem dirigido.

“Liberdade, igualdade e frater-nidade”, eis a trilogia da Revoluçãoque marcou o início de uma novafase na evolução da Humanidade.

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passagem acima registrao encontro de Jesus comEfraim,2 homem de mui-

tas posses, morador de Jerusa-lém, que lhe indaga sobre o que fa-zer para herdar a vida eterna (Ma-teus, 19:16; Marcos, 10:17; Lucas,18:18). O próspero negociante, po-rém, não compreendeu os ensina-mentos que lhes foram transmiti-dos pelo Mestre e afastou-se receo-so de perder seus bens materiais; omancebo rico não soube interpre-tar, claramente, a mensagem cris-tã: a capacidade de amar o próximoé o verdadeiro tesouro a conquistar.Para se alcançar a perfeição é pre-ciso ser devotado às criaturas e to-das as ações devem ter por móvela caridade, feita com sinceridadede coração, porquanto penosos sa-crifícios e renúncias poderão serexigidos daqueles que assim agem.

Em O Evangelho segundo o Espi-ritismo, capítulo XIV, item 1, essesversículos fundamentam a reflexãosobre quão imprescindível é o amorfilial em nossas vidas e estimulam--nos a cultivar a estima para com ospais, de modo ainda mais rigoroso,cercando-os de carinhos e cuida-dos, principalmente na velhice:

O mandamento: “Honrai a vos-

so pai e a vossa mãe” é um co-

rolário da lei geral de caridade e

de amor ao próximo, visto que

não pode amar o seu próximo

aquele que não ama a seu pai e

a sua mãe; mas, o termo honrai

encerra um dever a mais para

com eles: o da piedade filial. Quis

Deus mostrar por essa forma

que ao amor se devem juntar o

respeito, as atenções, a submis-

são e a condescendência [...]3

Allan Kardec, no referido capí-tulo, item 3, ressalta o descaso decertas pessoas para com os seus ge-nitores, negando-lhes as solicitu-des necessárias ao seu conforto econsolo, e afirma categórico:

Ai, pois, daquele que olvida o

que deve aos que o ampara-

ram em sua fraqueza [...] será

punido com a ingratidão e o

abandono [...]3

Ao reencarnar, vinculamo-nosaos laços familiares que entretece-mos para nós próprios, na linhamental que caracteriza as nossastendências, afinados, igualmente,

nas atitudes e inclinações para comtodos aqueles que permanecem namesma conjunção de débitos.

A organização do núcleo fami-liar tem sua origem na esfera espi-ritual e proporciona aos seres quereencarnam a realização de açõesconjuntas e construtivas, revigo-rando os elos de amor entre a pa-rentela. Todavia, no âmago dessasexperiências, afloram ódios e res-sentimentos do pretérito obscuro,exigindo inauditos esforços dosfamiliares para superação dessessentimentos, hauridos do passadodistante. Certos filhos agem de for-ma inadequada em face das dificul-dades que encontram no ambien-te doméstico, transformando-seem motivos de excessivas discór-dias e aflições junto daqueles que osacolheram no meio familiar. O pro-blema pode ser descrito em poucaspalavras: os pais, em sua maioria,se sentem sempre comprometidosem cuidar dos filhos e estes tendem,naturalmente, a libertar-se deles.

O Espírito Emmanuel faz eluci-dativa análise sobre esses vínculos:

Temos assim, no grupo domés-

tico, os laços de elevação e ale-

Amor filial

8 Reformador • Maio 2009 116666

A

“Sabeis os mandamentos: não cometereis adultério; não matareis; não roubareis;não prestareis falso testemunho; não fareis agravo a ninguém; honrai a vosso

pai e a vossa mãe.” (S. Marcos, 10:19; S. Lucas, 18:20; S. Mateus, 18-19).1

CL A R A LI L A GO N Z A L E Z D E AR A Ú J O

Capa

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gria que já conseguimos tecer,

por intermédio do amor lou-

vavelmente vivido, mas também

as algemas de constrangimen-

to e aversão, nas quais reco-

lhemos, de volta, os clichês in-

quietantes que nós mesmos plas-

mamos na memória do desti-

no e que necessitamos desfa-

zer, à custa de trabalho e sa-

crifício, paciência e humilda-

de, recursos novos com que

faremos nova produção de re-

flexos espirituais, suscetíveis

de anular os efeitos de nossa

conduta anterior, conturbada

e infeliz.4

Mesmo variando, entre os pais,a maneira de expressar afeição nadedicação e cuidados demonstra-dos aos filhos, todos se preocupamem dar-lhes atenção, o que tornaessas vivências familiares enrique-cidas e caracterizadas pelo amorque os interligam e lhes permitemconstruir um mundo completode experiências vitais para suasalmas em reajuste. No entanto, osembaraços que podem ocorrer nacriação dos filhos são previsíveis;se os pais se adaptam mal às exi-gências de sua função é, sem dúvi-da, porque encontraram no cursode sua evolução moral obstáculosque não conseguiram superar pornão terem firme a vontade. Asse-vera Kardec:

Alguns pais, é certo, descuram

de seus deveres e não são para

os filhos o que deviam ser; mas,

a Deus é que compete puni-los e

não a seus filhos. Não compete

a estes censurá-los, porque tal-

vez hajam merecido que aqueles

fossem quais se mostram.[...]5

Muitos se afastam dos pais navelhice e não zelam por eles coma devida consideração; expressamsentimentos de ingratidão semreconhecer os sacrifícios que seimpuseram para que os filhos ti-vessem comodidades e bem-estar.Geralmente, sem assistência, osgenitores idosos tornam-se pes-soas enfermas e amarguradas;processos degenerativos, comomal de Alzheimer, mal de Parkin-son, distrofia muscular, câncer,diabetes e outros, surgem, paraalguns, no momento próprio davida material, como impositivoda necessidade de reabilitação doEspírito. Se os familiares, com pa-ciência, abnegação e devotamen-to, não ajudarem o enfermo asentir-se amparado nessa fase degrande testemunho, como contri-buir para iluminação de todos osenvolvidos na prova em curso?

Em nota à questão 917, de O Li-vro dos Espíritos, o insigne Codifi-cador observa:

O egoísmo é a fonte de todos os

vícios, como a caridade o é de

todas as virtudes. Destruir um e

desenvolver a outra, tal deve ser

o alvo de todos os esforços do

homem, se quiser assegurar a

sua felicidade neste mundo, tan-

to quanto no futuro.6

O amor verdadeiro é uma de-monstração afetuosa por quemdevemos ter cuidado, respeito,responsabilidade e conhecimentode suas necessidades especiais. Deacordo com Erich Fromm (1900--1980), um dos principais psica-nalistas do século XX,

[...] a satisfação no amor indi-

vidual não pode ser atingida

sem a capacidade de amar ao

próximo, sem verdadeira hu-

mildade, coragem, fé e disci-

plina.7

9Maio 2009 • Reformador 116677

Capa

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Essa afirmação segue o princí-pio do amor amadurecido: souamado porque amo, e não do amorimaturo: amo porque sou amado.8

O amor deve ser ativo de formaa promover o desenvolvimento e afelicidade da pessoa amada; ela ne-cessita do convívio dos outros para aamplitude de suas aptidões, para uti-lizar seus poderes mentais, emocio-nais e sensoriais, para compreenderas potencialidades que lhe são ine-rentes, conforme as condições exis-tenciais, principalmente as do nú-cleo doméstico, permitindo-lhe de-senvolver essas capacidades ao má-ximo, desde que estimulada paraisso. Estar apto a exercitar a razãoe a praticar o amor, a se tornar umser produtivo e a considerar a vidauma bênção. Por esse motivo, os la-ços de família, na orientação dos Es-píritos superiores, não são simpleselos estabelecidos pelos costumessociais, mas tornam-se necessários

ao progresso de cada um; o resulta-do do relaxamento desses laços se-ria uma intensificação do egoísmo.9

Por outro lado, alguns filhosapegam-se aos pais com o intuitode obrigá-los

[...] a comprar caro o que lhes

resta a viver, descarregando so-

bre eles o peso do governo da

casa! Será então aos pais velhos

e fracos que cabe servir a filhos

jovens e fortes?10

Alertam os benfeitores espiri-tuais que existem indivíduos queagridem com certa frequência“os pais e buscam escravizá-los, co-mo se os progenitores lhes consti-tuíssem alimárias domésticas”.11

Reflitamos no bem a fazer poraqueles que nos permitiram re-tornar ao corpo de carne ou quese transformaram em pais e mãessubstitutos; se nos omitirmos é pos-sível que percamos a oportuni-dade de auxiliá-los antes de partirempara o Além. Deixemos para depois,ao desencarnar, o entendimento

claro sobre os vínculosfamiliares que perdu-ram em nossa exis-tência, comungando

fraternalmente com esses seres asmesmas experiências domésticas. Éimpossível, de imediato, compreen-dermos a trama do destino que a leide ação e reação nos reservou e ascircunstâncias que determinaramo retorno à Terra, junto deles. Siga-mos a exortação de Jesus, que nosorienta a amar bastante, para sermosamados, principalmente aos paisque merecem particular deferênciae afeto ilimitado e, ao lado deles,vivenciar situações que edificam asabedoria no amor filial.

Referências:1KARDEC, Allan. O evangelho segundo o

espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro.

25. ed. de bolso. Rio de Janeiro: FEB, 2008.

Cap. 14, item 1.2XAVIER, Francisco C. Contos desta e dou-

tra vida. Pelo Espírito Irmão X. 2. ed. 1.

reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap. 34.3KARDEC, Allan. Op. cit., cap. 14, item 3.4XAVIER, Francisco C. Pensamento e vida.

Pelo Espírito Emmanuel. 18. ed. Rio de Ja-

neiro: FEB, 2008. Cap. 12, p. 56.5KARDEC, Allan. Op. cit., cap. 14, item 3.6______. O livro dos espíritos. Tradução

de Guillon Ribeiro. 91. ed. 1. reimp. Rio de

Janeiro: FEB, 2008. Q. 917.7FROMM, Erich. A arte de amar. Tradução

de Milton Amado. Belo Horizonte: Editora

Itatiaia, 1995. Preâmbulo, p. 7.8______.______. Amor entre pais e filhos,

p. 52-60.9KARDEC, Allan. Op. cit., q. 775.10______. O evangelho segundo o espiri-

tismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 25. ed.

de bolso. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap.

14, item 3.11XAVIER, Francisco C. Vida e sexo. Pelo

Espírito Emmanuel. 26. ed. Rio de Janeiro:

FEB, 2008. Cap. 18, p. 94.

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Capa

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Reformador: Desde quando ecomo funciona a Coordenadoriado CEI para a Europa?Charles: As Coordenadorias deApoio ao Movimento Espíritada Europa e das Américas foramcriadas pelo CEI na ReuniãoGeral, em outubro de 1997, emParis. Esta decisão foi motivadapela necessidade de se constituí-rem órgãos e equipes para ope-racionalizar o trabalho do CEI,de forma integrada, dinâmica eorganizada, a fim de que possaalcançar os seus objetivos. AsCoordenadorias têm a funçãode, nos seus respectivos territó-rios, desenvolver as atividadesoperacionais previstas no Esta-tuto e nas deliberações das Reu-niões Gerais do CEI, de formaintegrada com sua ComissãoExecutiva, bem como manterpermanente contato com as ins-tituições espíritas de sua áreaterritorial, procurando conhe-cer suas atividades, realidades enecessidades, visando à realiza-ção de trabalho de apoio para o

seu aperfeiçoamento, crescimen-to e dinamização.

As Coordenadorias são com-postas por um coordenador etantos membros quantos se fize-rem necessários ao normal de-sempenho das suas atividades,designados pela Comissão Exe-cutiva do CEI.

A primeira reunião da Coor-denadoria da Europa aconteceuem Londres, em abril de 1998,com a participação de seis paí-ses-membros.

Reformador: Quais países com-põem essa Coordenadoria?

Charles: Atualmente são Alema-nha, Bélgica, Espanha, França,Holanda, Itália, Noruega, Portu-gal, Reino Unido, Suécia e Suíça.Ingressa neste ano a Áustria.

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CH A R L E S KE M P FEntrevista

Progride o MovimentoEspírita na EuropaCharles Kempf, responsável pela Coordenadoria do Conselho Espírita

Internacional para a Europa, discorre sobre os progressos doMovimento Espírita naquele Continente

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Reformador: Há outros países decontato ou que participam comoconvidados?Charles: A participação nas reu-niões e nos encontros é abertapara outros países com Movi-mento Espírita nascente, abrin-do espaço para se ouvir seus re-presentantes, suas necessidades,e melhor organizar o apoio. Sãoos seguintes os países que já par-ticiparam dos encontros: Áustria,Bielo-Rússia, Estônia, Finlân-dia, Hungria, Luxemburgoe Rússia. Além disso, te-mos contatos com ou-tros, como: Polônia,República Tcheca,Irlanda, Sérvia,Dinamarca, Tur-quia, Bulgária,Eslováquia. Istorepresenta umtotal de 26 paí-ses e um marcos ig ni f i ca t ivo.Mas ainda hámuito trabalhopela frente, pois aEuropa conta hojecom 44 países. Outrodesafio são as 35 línguasoficiais na Europa, cadauma com sua história, suas pe-culiaridades, seus atavismos esuas religiões.

Reformador: Qual o principalevento da Coordenadoria?Charles: Os principais eventos daCoordenadoria são os encontrosanuais. Nestes eventos são orga-nizados seminários para forma-ção dos colaboradores espíritas,

tendo como função não somentelevar um apoio maior para o paísorganizador e para os participan-tes do encontro, mas também demultiplicar estes seminários.

Os encontros são riquíssi-mos, justamente pela diversida-de de cultura dos participantes,dando uma abertura sobre onosso planeta. Isso mostra tam-

bém a universalidade da Codifi-cação de Allan Kardec, que en-contra eco em todos os países.

Reformador: Há outros progra-mas ou eventos que são realiza-dos pela Coordenadoria?Charles: Há muitas visitas e en-

contros em vários países, comparticipação de membros daCoordenadoria e de pessoas dospaíses vizinhos. São conferên-cias, congressos nacionais, se-minários, comemorações (in-cluindo os 150 anos de O Livrodos Espíritos), salão de livros, vi-sitas para apoiar o trabalho deestruturação de novos gruposou Entidades Federativas.

Reformador: Quais são as prin-cipais programações para

este ano?Charles: As programa-

ções para este anoincluem: seminário

em Stuttgart (Ale-manha), Reu-nião Geral doCEI, em Liège(Bélgica), dias4 e 5 de junho,seguida de umseminário nos

dias 6 e 7 de ju-nho, com a parti-

cipação de DivaldoPereira Franco; en-

contro na Bielo-Rússia,em setembro; a 11a Reu-

nião da Coordenadoria daEuropa, e também a participa-ção em congressos médico-espí-ritas, com o apoio da AME-In-ternacional.

Reformador: Quais são suas ex-pectativas sobre o 6o CongressoEspírita Mundial programado pa-ra a Espanha?Charles: São grandes. Acompa-nhamos os trabalhos preparató-

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rios na ocasião da reunião daComissão Executiva do CEI, queocorreu em Calpe (Espanha),nos dias 9 e 10 de dezembropassado. Tivemos também aoportunidade de visitar o lo-cal escolhido para o 6o CEM,num pavilhão da Feira de Va-lencia (Espanha). O tema cen-tral é “Somos Espíritos Imor-tais” e os subtemas estão sendodefinidos, considerando ainda acomemoração do Centenário deNascimento de Francisco Cândi-do Xavier.

As inscrições já estão abertas,na página eletrônica: <http://www.2010.kardec.es>. Tudo indi-ca que será um grande marco pa-ra a divulgação e o progresso daDoutrina Espírita na Europa.

Reformador: Uma mensagem pa-ra os leitores de Reformador.Charles: A Europa é o berço daDoutrina Espírita, que surgiu naFrança com nosso mestre AllanKardec. Ela se espalhou rapida-mente pelo mundo, e foi no Brasilque encontrou de pronto a terramais fértil, propícia para o seudesenvolvimento, que atravessouos períodos difíceis do século XX,e se baseou na prática da caridadepela realização de obras assisten-ciais, que ganharam grande reco-nhecimento no Brasil e tambémno mundo. Os tempos são chega-dos, o nosso planeta caminha len-tamente, mas seguramente, natransição de um mundo de expia-ção e de provas, rumo a um mun-do de regeneração. A CodificaçãoEspírita já mostrou seu caráter

universal, que lhe foi dado peloEspírito de Verdade, coordenan-do os Espíritos superiores da Ter-ceira Revelação. Encontrou no seuprimeiro período na Terra umeco mais forte nas culturas brasi-leira, lusitana e hispânica, mas édestinada a ganhar pouco a pou-co todas as outras culturas: latina,germânica, anglo-saxônica, esla-va, sem nos esquecermos das cul-turas das outras regiões: África,Oriente Médio e o Oriente. Este éo desafio do Movimento Espíritana atualidade, sob o impulso doCEI, que tem entre seus objetivosprimordiais colocar a Codifica-ção ao alcance do maior númerode pessoas, de todas as culturasmencionadas e outras ainda. Gra-ças à atuação do Conselho EspíritaInternacional, sob o impulso doseu secretário-geral, Nestor JoãoMasotti, contando com o forteapoio do Movimento Espíritabrasileiro, este objetivo alcançouum grande progresso, pela dispo-nibilização de mais de 60 títulos delivros da Codificação e de Fran-cisco Cândido Xavier em francês,

inglês, espanhol, alemão, húnga-ro, russo e português, com mui-tos outros em preparação. É umailustração dos benefícios do tra-balho de unificação, cujos princí-pios foram tão bem detalhadospelo eminente Espírito Bezerrade Menezes através das mediuni-dades de Francisco Cândido Xa-vier e Divaldo Pereira Franco, so-mando o “trabalho de formiga”de alguns precursores, às vezesisolados nos seus países, mas tra-zendo sua contribuição primor-dial e indispensável sobre as lín-guas e as culturas locais, com otrabalho e os meios importantes,de que o Movimento Espírita jádispõe no Brasil.

Continuemos seguindo essasdiretrizes, conscientes de que nosencontramos, na Terra, lutandopara consertar os nossos errosdo passado, diante da tarefa queo nosso Pai Maior nos confiou.Não há um único modelo a se-guir no seio do Movimento Es-pírita, a não ser aquele que noslegou o Codificador: Fora da ca-ridade, não há salvação!

13Maio 2009 • Reformador 117711

Páginas do site sobre o 6o

Congresso Espírita Mundial,que será realizado na Espanha

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utrora, sacrificavam-se víti-mas sangrentas para apla-car os deuses infernais, que

não eram senão os maus Espíritos.Aos deuses infernais sucederam-se osdemônios, que são a mesma coisa. OEspiritismo demonstra que esses de-mônios mais não são do que as almasdos homens perversos, que ainda senão despojaram dos instintos mate-riais; que ninguém logra aplacá-los,senão mediante o sacrifício do ódioexistente, isto é, pela caridade; queesta não tem por efeito, unicamente,impedi-los de praticar o mal e, sim,também o de os reconduzir ao cami-nho do bem e de contribuir para asalvação deles. É assim que o manda-mento: Amai os vossos inimigos nãose circunscreve ao âmbito acanhadoda Terra e da vida presente; antes, fazparte da grande lei da solidariedadee da fraternidade universais. (AllanKardec, capítulo XII, item 6, deO Evangelho segundo o Espiritismo.)

Nas reuniões mediúnicas, im-pressiona o número de Espíritosvingadores, origem da maior par-te dos problemas obsessivos queinduzem as pessoas a procurarauxílio no Centro Espírita.

Há quem estranhe.– Nunca fiz mal a ninguém... Co-

mo pode isso estar acontecendo?!Ocorre, leitor amigo, que ten-

demos a perigosa indulgência naanálise de nosso comportamento,tanto quanto somos extremamen-te severos na avaliação do com-portamento alheio.

Prejuízos que porventura cause-mos a alguém, de ordem materialou moral, não nos parecem graves,o que, certamente, não é o ponto devista daquele que foi prejudicado.

Uma jovem de exuberante be-leza e escassa moral seduz um ho-mem casado, pai de quatro filhos,e o induz a deixar a família.

Justifica-se perante a própriaconsciência com a alegação deque ele era infeliz no casamentoe que a seu lado reencontrou aalegria de viver.

O pai da esposa abandonada,truculento Espírito desencarna-do, não pensa o mesmo e passaa persegui-la, causando-lhe sériostranstornos físicos e emocionais,sem que ela consiga evitar, já quehá o seu comprometimento comaquele grave deslize moral, a favo-recer a sintonia com o obsessor.

Ainda que tenhamos compor-tamento ilibado, podemos sofrerum assédio espiritual, vinculado aexistências anteriores.

Nossas vítimas de ontem podememergir da Espiritualidade comoos verdugos de hoje, pretendendoque lhes paguemos nossos débitoscom a moeda das lágrimas.

É, talvez, o problema mais fre-quente nos chamados processosobsessivos e o mais difícil de serresolvido, já que há íntima ligaçãoentre o devedor e o credor, numaimantação sustentada pelo ódio doagressor e pela culpa do agredido.

Quando informado sobre o as-sunto, o obsidiado tende a ver oobsessor como a personificação domal. Anseia pelo seu afastamento,rogando a Deus o encaminhe paraos quintos dos infernos. E mobilizatodos os recursos para conseguirseu intento, apelando até para mis-tificadores que se propõem a desfa-zer supostos malfeitos, mediante pa-gamento de generosa gratificação.

Semelhante comportamentoacaba gerando mais hostilidade daparte do desencarnado, dificultan-

Recursoinfalível

ORI C H A R D SI M O N E T T I

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do o trabalho dos benfeitores espi-rituais, que não agem à maneira depoliciais a dar voz de prisão ao ban-dido que invadiu uma residência.

Para eles, o obsessor é tambémum filho de Deus, mais necessitadodo que o próprio obsidiado, por-quanto está sob inspiração do ódio,do desejo de vingança, sentimentosprofundamente comprometedores.

Por isso, Kardec propõe umaação diferente. Que exercitemos acaridade com esses Espíritos.

Que vibremos em seu benefício;que oremos, não para que Deus osafaste, mas para que eles sejam am-parados e atendidos em suas neces-sidades. Que cultivemos um com-portamento evangelizado, capaz desensibilizá-los. Somente assim mo-dificaremos suas disposições.

Um homem sofria, há anos, in-clemente obsessão.

O obsessor, movido por propósi-tos de vingança, conturbava-lhe ospensamentos, provocava-lhe desa-justes físicos, criava-lhe toda sortede embaraços, com o perseverantepropósito de infernizar-lhe a vida.

Um mentor espiritual consul-tado fez três recomendações:

Que orasse pelo obsessor.Que lhe pedisse perdão.Que se dedicasse ao esforço do

Bem.Durante quatro anos, o obsidia-

do seguiu essa orientação, sempre àsvoltas com o perseguidor espiritual,que não desistia de atormentá-lo.

Às vezes desanimava, mas sem-pre recebia a mesma orientaçãoemanada da Espiritualidade.

Nesse ínterim,matriculou-se numcurso de Espiritismo eMediunidade, e aprendeua lidar melhor com aquela in-fluência, a partir de um compor-tamento evangelizado.

Concluído o curso, passou a par-ticipar de um grupo mediúnico, oque lhe ofereceu o ensejo de colabo-rar com a Espiritualidade no aten-dimento de Espíritos encarnadose desencarnados em desequilíbrio.

Numa dessas reuniões, foisurpreendido com uma mani-festação do obstinado obsessor,que se dirigiu a ele pela psico-grafia mediúnica:

Venho despedir-me.Durante anos atormentei você,

disposto a vingar-me do que me fezem vida anterior. Foi muito grave eterrível, algo que, por invigilânciaminha, sustentou-me o ódio e o

e m p e n h ode revide.

No entanto, re-conheço que fui derro-tado nesse confronto in-feliz. Sinto-me impo-tente para continuaragredindo alguémque foi muito mauno passado, mas ho-je revela uma voca-ção para o Bem que mecomove e me confunde.

Saiba que suas ações,seu empenho de renova-

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ção, muito mais do que suas pre-ces, acabaram por conter o braçoda vingança.

Tudo o que lhe peço agora é queme perdoe e continue orando pormim. Sou um infeliz que um diadeixou-se iludir pela ideia de quesomente a desforra traria paz aoseu coração.

Uma paz que nunca experimen-tei enquanto o perseguia, uma paz

que espero conquistar seguindo omesmo caminho que você vem tri-lhando.

Se me é permitido evocar Deus,peço ao Criador que o abençoe eque tenha compaixão de mim.

A partir daquele dia, o obsidiadolivrou-se em definitivo dos pro-blemas emocionais e espirituaisque o afligiam.

Confirmava-se o irresistívelpoder que desenvolvemos quan-do nos decidimos a eleger o Bempor ideal de nossas vidas, pormóvel de nossas ações.

É a mais poderosa arma doUniverso, capaz de abater o maisempedernido obsessor, modifi-cando suas disposições, em favorde uma existência mais tranquilae feliz para nós.

A Praça da Sé, em São Paulo, se-diou o 3o Ato Público em Defesada Vida, no dia 28 de março. Per-to de cinco mil pessoas acompa-nharam com entusiasmo as alo-cuções e apresentações artísticas.O evento foi organizado por Ma-rília de Castro, coordenadora doComitê Estadual do MovimentoNacional em Defesa da Vida, deSão Paulo. Estiveram presentesvários representantes da socieda-de civil. Entre outros, usaram dapalavra Dom Odilo Pedro Sche-rer, Cardeal Arcebispo de SãoPaulo; deputado Federal JorgeTadeu; Antonio Cesar Perri deCarvalho como diretor e repre-sentante da Federação EspíritaBrasileira; a ex-senadora HeloísaHelena; Lenise Garcia, presiden-te do Movimento Nacional emDefesa da Vida; Marlene Rossi

Severino Nobre, presidente daAssociação Médico-Espírita doBrasil; Jaime Ferreira Lopes, ini-ciador deste Movimento Nacio-nal. Também esteve presente Jo-sé Antônio Luiz Balieiro, presi-dente da União das SociedadesEspíritas do Estado de São Paulo.Cantaram no evento o padreMarcelo Rossi e a artista espíritaPaula Zamp.

As tradicionais manifestaçõesdo Movimento Nacional em De-fesa da Vida, em São Paulo, Bra-sília e algumas capitais de Estados,têm assegurado grandes vitórias naCâmara dos Deputados, em defe-sa da vida e contra a descriminali-zação do aborto.

A Federação Espírita Brasileiraintegra a diretoria do MovimentoNacional em Defesa da Vida.

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Público em Defesa da VidaSão Paulo realiza Ato

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Meu Filhinho:

santuário de minhalma acendeu todas as lâm-padas de que dispunha e adornou-se com to-das as flores do jardim de minhas longas

esperanças para receber-te.Cada frase tua possui uma vibração diferente e

sublime para o meu organismo espiritual e, por isto,utilizo-me hoje da vida, adaptando-me ao teu paísinterior, guardando a alegria e a obediência da Terra,que se move ao redor do Sol para melhor reter-lhe osdivinos raios.

Antes que pousasses em meu colo, os dias erampara mim a expectativa torturante e secular em som-bria furna; entretanto, quando me beijaste pela pri-meira vez, tudo o que era obscuro e monstruosobanhou-se de inesperada luz.

Fontes ocultas se desataram cantando, e calhausque feriam mostraram gemas celestiais...

O pesado orvalho das lágrimas converteu-se emchuva de bênçãos, precipitando-se na terra sequiosa efecundando divinas sementes de amor e eternidade...

Prelibei, desde então, a glória da vida, nos delicio-sos segredos que a envolvem.

Celebrei-te a vinda como acontecimento máximode minha passagem no mundo.

Renovaste-me o calendário íntimo e consolidastenovas forças no governo do meu destino, ensinando--me a louvar o Poder Celeste, portador do teu cora-ção de luz às minhas células mais recônditas que, àmaneira de um grande povo, reverenciam em ti oenviado de redenção e paz, concórdia e alegria.

Rei de minhalma, vieste aos meus braços com adestinação de uma estrela para o meu caminho e orgulho-me de sentir-te os raios renovadores.

Minha serenidade vem da tua harmonia.Só aspiro a uma glória: a de permanecer contigo

no reino da perfeita compreensão.Só desejo uma felicidade: a de contemplar a ale-

gria calma e bela em teus olhos misteriosos.

Teu coração é o tenro arbusto que se converteráem tronco abençoado com a ajuda de minha alma,que, manancial de carinho, te afagará as raízes...

Em breve, serás a árvore robusta e magnânima,enquanto continuarei sendo a fonte inalterável aosteus pés, rejubilando-me com a graça de ver-te espa-lhando flores e frutos, perfume e reconforto aos via-jantes da estrada...

Filho de minha ternura, de onde vens? de ondevimos?

Cale-se o cérebro que, muitas vezes, não passadum filósofo negativo, e fale, entre nós, o coração,que é sempre o divino profeta da imortalidade.

Vens para mim da Coroa Resplandecente da Vidae venho, por minha vez, ao teu encontro, emergindodo Amor que nunca morre...

Abro-te as portas do mundo e elevas-me ao san-tuário da fraternidade, porque, ao influxo de tua cla-ridade indefinível em meu ser, a minha existência sedilata, cresce e se renova, fazendo meus os filhosalheios e desfazendo-se em amor e renúncia no Tem-plo da Humanidade inteira.

Fonte: XAVIER, Francisco C. Falando à Terra. Espíritos diversos.6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. p. 89-91.

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O

Presença de Chico Xavier

Poema de Mãe

Pelo Espírito Anália Franco

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18 Reformador • Maio 2009 117766

ente do povo” – pen-sadores comuns – efilósofos de grande

projeção mundial, de todos ostempos, sempre questionaram,uns e outros, sem obter resposta,como é que o Criador – o Pai,Deus, enfim –, “em sendo tãoamoroso, justo e criador onipo-tente” como é apregoado, permiteque aconteçam tantas desgraçasneste mundo?...

Nesse terrível impasse filosófi-co, aderindo “racionalmente” aoniilismo, implodem a existênciadivina, seja lá como se proclame.

Também a mãe que perde ofilho tragicamente questiona,partida de dor:

– Onde estava Deus, naquelahora?

O desempregado, já exausto esem ânimo para novas tentativas:

– Por que Deus não me ajuda?O cônjuge traído:– Como Deus, no altar, aben-

çoou minha união e ela agoradesmoronou?

O guerreiro derrotado:– Como Deus pôde dar a

vitória para meu inimigo e nãoouvir minhas preces?

A multidão de espectadores,diante da televisão, ante notíciasquase que diárias de desastrescoletivos:

– Como é que Deus não im-pediu tanta infelicidade?

Sobre crimes hediondos acon-tecendo e inocentes sendo viti-mados:

– Será que Deus não está ven-do isso?

Diante de populações inteirassendo dizimadas por ditadorescruéis, ou a fome provocando amorte de tanta gente de vidaabaixo, muito abaixo da pobre-za, não são poucos os que per-guntam, mesmo sem heresia,mas sim com perplexidade:

– Se Deus é Pai, como deixouisso acontecer?

Nas tragédias inevitáveis, pro-vocadas pela mãe-natureza (ha-vendo casos em que ocorrem por

incúria humana), tais como erup-ções vulcânicas, tsunamis, tufões,tornados, enchentes arrasadoras,desmoronamentos trágicos, tudoresultando em muitas vítimas –sob morte ou desamparo total –,sobrevive a interrogação:

– Será que Deus existe mesmo?Em todas essas dolorosas

questões, individuais ou coleti-vas, ceifando vidas – às vezes,milhares e milhares – de justos einjustos, jovens e adultos, crian-ças de tenra idade e anciãos,animais de várias espécies, norastro delas, para os sobreviven-tes, fica a dor, angústia, ruína, enão raro, a revolta...

Esse estado de espírito sem-pre esteve presente na Humani-dade, mas de século e meio a es-ta parte, essa corrente do pensa-mento fundou o niilismo.

E niilismo (do latim nihil =nada), em linhas gerais, seriauma tendência revolucionária depensadores russos dos anos 1860,caracterizada pela rejeição dos

Deusniilismo

e o

“GEU R Í P E D E S KÜ H L

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valores da geração precedente;negação dos valores intelectuais emorais, comuns a um grupo so-cial; redução a nada, aniquila-mento; descrença absoluta.1

Obviamente, tais pensadores,chocados pelas maldades domundo, estiveram e estão (poisque ainda os há e não são pou-cos...) se contrapondo à fé, en-quanto irracional, aquela fé quediz ao pio que “tudo em Deus émistério, é insondável”, e comisso, impede a razão de ao me-nos respirar e refletir para bus-car a origem dessas ocorrênciastão tristes, como luzes esclarece-doras, para entendê-las.

Quer nos parecer que o Espi-ritismo responde a isso, sem in-

júria do raciocínio, ao procla-mar a crença segundo a qualDeus é todo amor e ao criar ohomem dotou-o de inteligência,livre-arbítrio e consciência.

Com essas três ferramentas oEspírito é sabedor de que a leidivina de justiça preconiza quena vida “a plantação é livre, masa colheita é obrigatória”. Isso, emtermos científicos, com auxílioda Física, significa dizer que acada ação corresponde uma rea-ção, de igual intensidade, po-rém, em sentido contrário.

Essa lei, a filosofia espíritatem-na como premissa funda-mental da Justiça Divina, atri-buindo ao responsável pelaação a justa e indispensável rea-ção. Em termos objetivos: quemdestruiu tem o ônus de ficarresponsável pela respectiva re-construção.

Daí que, se na Humanidade omal existe, quem o causou é-lheresponsável.

O repetitivo ciclo das vidassucessivas põe a descoberto, pa-ra a razão, que as leis de Deussão a expressão integral doamor e da justiça:

• Do amor, ao proporcionar atodos as mesmas condições eoportunidades de evolução;

• da justiça, ao retribuir de for-ma incorruptível a colheita,segundo a plantação.

Entrando em cena a imortali-dade do Espírito, cujo guardiãoé o tempo, fica patenteada a sa-bedoria do Criador ao concederàquele que se embrenha pordescaminhos morais infinitasreedições de reinício da cami-nhada rumo ao Bem.

19Maio 2009 • Reformador 117777

1Grande enciclopédia larousse cultural.São Paulo: Editora Universo, 1990. V. 2,p. 2328.

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Sim, porque Deus nos crioupara a felicidade, só que sobconquista individual.

Tal a lógica da reencarnação!Repetindo: é assim que o Es-

pírito, egresso dos reinos infe-riores da Criação, ao ser promo-vido para vivenciar no reino dosaber, mas com responsabilidade,recebe de Deus as benesses da in-teligência, do livre-arbítrio e daconsciência, que o acompanha-rão por todo o sempre. De iní-cio, despojado de quaisquer co-nhecimentos, mas trazendo noseu espírito a sede de aprender,segundo a inexorável lei divinado progresso.

Trilhar o Espírito no reino da in-teligência representa o início da ca-minhada rumo à angelitude. Lon-ga, muito longa essa caminhada...

Mas, equipado daquelas be-nesses e trazendo atavicamenteo aprendizado das múltiplas ex-periências adquiridas por vi-vência prática nos reinos infe-riores, acha-se devidamente ca-paz de tomar decisões. Para obem ou para o mal...

São infinitas as decisões que oindivíduo pode tomar, em qual-quer situação.

Para o bem, devem todas bus-car a prática do amor ao próximo.

Para o mal, todas carreiam pa-ra o agente uma dívida.

Em ambos os casos, o tempose encarregará de dar “a cadaum segundo suas obras”,2 no di-zer sempre tão pedagógico, quan-to valioso, do Mestre Jesus.

Essas premissas espíritas nãocontrariam a razão desde queaceitas, ofertam excelente hipó-tese de trabalho para respostasàs dúvidas humanas.

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Gritava a nobre anciã, em rede morna e langue:– Bate, meu filho!... Zurze o chicote a preceito!...Um servo é igual ao boi que nasceu para o eito...E o filho, Dom Muniz, deixava o servo em sangue.

Dos salões da fazenda ao derradeiro mangue,Esculpira a fidalga um carrasco perfeito.Mas vem a morte, um dia, e leva o filho eleito,A matrona pranteia e larga o corpo exangue...

No Além, cai Dom Muniz em abismos de prova!...Aflita, a pobre mãe pede a Deus vida nova,Quer guardá-lo, outra vez, numa estrada sem brilho...

Hoje, mulher sem lar, definha, a pouco e pouco,E, aos duros repelões de um jovem cego e louco,Roga, em pranto de amor: “Não me batas, meu filho!...”

Provação materna

Fonte: XAVIER, Francisco Cândido. Luz no lar. 11. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB,

2008. Cap. 50.

Valentim Magalhães

2Mateus, 16:27.

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21Maio 2009 • Reformador 117799

Esf lorando o EvangelhoPelo Espírito Emmanuel

O Evangelho ea mulher

“Assim devem os maridos amar a suas próprias mulheres, como a

seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.”

– PAULO (EFÉSIOS, 5:28.)

Fonte: XAVIER, Francisco C. Pão nosso. 29. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap. 93.

uita vez, o apóstolo dos gentios tem sido acusado de excessiva severida-

de para com o elemento feminino. Em alguns trechos das cartas que

dirigiu às igrejas, Paulo propôs medidas austeras que, de certo modo,

chocaram inúmeros aprendizes. Poucos discípulos repararam, na energia das pala-

vras dele, a mobilização dos recursos do Cristo, para que se fortalecesse a defesa da

mulher e dos patrimônios de elevação que lhe dizem respeito.

Com Jesus, começou o legítimo feminismo. Não aquele que enche as mãos de

suas expositoras com estandartes coloridos das ideologias políticas do mundo, mas

que lhes traça nos corações diretrizes superiores e santificantes.

Nos ambientes mais rigoristas em matéria de fé religiosa, quais o do Judaísmo,

antes do Mestre, a mulher não passava de mercadoria condenada ao cativeiro.

Vultos eminentes, quais Davi e Salomão, não conseguiram fugir aos abusos de sua

época, nesse particular.

O Evangelho, porém, inaugura nova era para as esperanças femininas. Nele

vemos a consagração da Mãe Santíssima, a sublime conversão de Madalena, a dedi-

cação das irmãs de Lázaro, o espírito abnegado das senhoras de Jerusalém que

acompanham o Senhor até o instante extremo. Desde Jesus, observamos crescente

respeito na Terra pela missão feminil. Paulo de Tarso foi o consolidador desse movi-

mento regenerativo. Apesar da energia áspera que lhe assinala as palavras, procura-

va levantar a mulher da condição de aviltada, confiando-a ao homem, na qualidade

de mãe, irmã, esposa ou filha, associada aos seus destinos e, como criatura de Deus,

igual a ele.

M

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ltimamente, vem crescendoo número de pedidos deautorização judicial para

abortamento de fetos com mal-formações cerebrais. Na esteira dojulgamento pelo Supremo Tribu-nal Federal (STF), admitindo aspesquisas com células-tronco em-brionárias, para fins terapêuticos,1

temos agora outra medida judicialsubmetida à mais alta instânciajurídica do País (ADPF – Arguiçãode Descumprimento de PreceitoFundamental no 54) pela Confe-deração Nacional dos Trabalha-dores na Saúde (CNTS), na qual sepede que a Corte Suprema fixe en-tendimento de que a “antecipaçãoterapêutica de parto” de feto anen-céfalo (eufemismo para o aborto)não é crime e permita que ges-tantes em tal situação tenham odireito de interromper a gravi-dez, sem a necessidade de autori-zação judicial.

Irrefletidamente, muitas pes-soas, inclusive alguns religiosos,

apoiam a interrupção da gravi-dez de anencéfalos, por variadosmotivos, sendo o principal delesa crença de que o bebê com essetipo de anomalia não teria cérebro,órgão de expressão da mente, in-dicativo da existência do Espíri-to. Este pensamento é totalmenteequivocado, fazendo-se necessá-rio aprofundar os estudos sobreesta melindrosa questão.

O encéfalo integra o conjun-to de órgãos do sistema nervosocentral, contidos na caixa crania-na, constituindo-se, basicamen-te, de tronco encefálico, cérebro ecerebelo. Portanto, o nome “anen-céfalo”, que corresponderia aum crânio vazio, é totalmenteequivocado para designar, lite-ralmente, fetos portadores des-sa anomalia, que pertence à fa-mília de defeitos de soldadurado tubo neural.

A enfermidade possui váriasgradações, dependendo de cada ca-so: o feto tem o encéfalo incom-pleto, falhas que diferem de indi-víduo para indivíduo, sendo que,geralmente, se apresenta despro-

vido da calota craniana, do courocabeludo, dos hemisférios cere-brais e do córtex, mas “tem semprepreservada a porção mais profun-da do encéfalo [tronco cerebral],responsável pelo controle automá-tico de funções viscerais como ba-timentos cardíacos e capacidadede respirar por si próprio, ao nas-cer”.2 (Grifo nosso.)

O que o bebê não tem, nessescasos, é a possibilidade de expres-sar a sua consciência, em vista daausência das estruturas mais pe-riféricas do encéfalo. Equipara-seao adulto em estado de coma pro-fundo.3 Há casos, porém, de crian-ças que

[...] são capazes de engolir, co-

mer, chorar, ouvir, sentir vibra-

O direito de viverdos anencéfalos

22 Reformador • Maio 2009 118800

UCH R I S T I A N O TO RC H I

1ADI – Ação Direta de Inconstitucionali-dade no 3.510.

2PRADA, Irvênia. A questão do aborta-mento provocado do chamado anencéfalo.Disponível em: <http://www.amebrasil.org.br/html/bio_quest.htm>. Acesso em:28/2/2009.

3NOBRE, Marlene. Ainda a questão doanencéfalo. Disponível em: <http://www.amebrasil.org.br/html/aborto_ainda.htm>.Acesso em: 28/2/2009.

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ções (sons altos), reagir a to-

ques e mesmo à luz. Mas, acima

de tudo, elas respondem ao

nosso amor: não é preciso um

cérebro completo para dar e re-

ceber amor – tudo que você

precisa é de um coração.4

Há muitas evidências que in-dicam não ser recomendável oaborto do anencéfalo. É consen-so, entre embriologistas concei-tuados, que a vida tem início naconcepção:

O desenvolvimento humano

é um processo contínuo que

começa quando o ovócito de

uma mulher é fertilizado por

um espermatozóide de um ho-

mem [...] o zigoto e o embrião

inicial são organismos huma-

nos vivos, nos quais já estão

fixadas todas as bases do indi-

víduo adulto.5

Se o anencéfalo foi concebido,preserva as funções vitais e evo-lui no seu processo de gestação,não pode ser excluído da condi-ção de ser humano, a despeito deseus defeitos congênitos. Logo, eleé um sujeito de direito indepen-dente da genitora, porque possuivida própria, bem indisponívelprotegido pelo ordenamento ju-rídico pátrio e que constitui umdireito natural anterior ao Estado,

razão pela qual nenhum gruposocial pode decidir quando devamorrer. A pensar assim, logo seestará decidindo a interrupçãoda gravidez dos portadores deSíndrome de Down e de outrasanomalias.

O argumento de que a mãecorre iminente risco de morte nasgestações de anencéfalos não pro-cede.6 Qualquer gestação, de al-gum modo, sempre oferece riscos.É evidente que, se o médico sedeparar com um quadro clínicode gravidade, independentementedo tipo de gravidez, que expõe amãe a um risco imediato, não ha-verá dilema ético em assegurar o

23Maio 2009 • Reformador 118811

4Disponível em: <http://www.anencephalieinfo.org/p/perguntas.php>. Acesso em:28/2/2009. Coordenação da suíça MonikaJaquier, que passou pela experiência deuma gestação de anencéfalo.

5MOORE, K. L.; PERSUAD, T. V. N. Em-briologia humana. p. 2. Apud NOBREMarlene. In: O clamor da vida: reflexõessobre o aborto intencional. São Paulo: FEEditora Jornalística, 2000. p. 4-5.

6ZIMMERMANN, Zalmino. O direito à vi-da no ordenamento jurídico brasileiro: aquestão do aborto. Brasília, DF: Associa-ção Brasileira dos Magistrados Espíritas(ABRAME), s. d., p. 10-11. Disponívelem: <http://www.anencephalie-info.org/p/perguntas.php>. Acesso em: 28/2/2009.

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direito de precedência da genitoraà vida, em detrimento do feto, co-mo ressalvado na questão 359 deO Livro dos Espíritos, Ed. FEB.7

A par das graves questõesbioéticas existentes, a decisãopelo abortamento de anencéfa-los constitui uma trágica opçãoreducionista/utilitarista, que ig-nora os aspectos holísticos,8 en-tre eles o desconhecimento dosignificado da vida, uma vez que

toda vida biológica está marca-

da pela teleologia ou princípio

da finalidade, orientada por

uma programação inteligente

superior, cuja lei áurea é o

Amor.9

Não há dúvida de que negar aofeto deficiente o direito de viver éum preconceito terrível, tão gravequanto aquele nutrido contra osindivíduos portadores de deficiên-cias já nascidos, independente desua idade, ou contra os doentesterminais, para quem os maisafoitos sugerem eutanásia: “[...] arecomendação de eugenia hitle-riana não combina com os funda-

mentos da própria Ciência”,10 pois,segundo Albert Jacquard,

[...] a nossa riqueza coletiva é

constituída por nossa diversidade;

o “outro”, indivíduo ou socieda-

de, é precioso para nós na medida

em que é diferente de nós [...]11

e o deficiente faz parte dessadiversidade.

As maiores vítimas dessa cala-midade, além dos próprios bebês,são exatamente as mães que estãosendo mal informadas e iludidaspor ideias materialistas. Há rela-tos emocionantes dos benefícioscolhidos pelos pais e famílias queresolveram enfrentar, heroica-mente, essas provações,12 ao con-trário daquelas mães que optarampelo aborto, as quais carregam re-morsos e angústias indefiníveispelo resto de suas vidas.

O que a gestante precisa, tenhaou não gravidez de fetos anôma-los, é de assistência pré e pós-nataldigna, aí incluída a assistência psi-cológica, e não de aborto, que é deuma violência inominável. Nãose pode impor à mãe o abandonode seus filhos só pelo fato de exis-tir a probabilidade de eles nasce-rem com deficiência. Conforme en-sinam os benfeitores espirituais,

24 Reformador • Maio 2009 118822

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7Op. cit. Tradução de Evandro Noleto Be-zerra. No caso em que o nascimento da crian-ça puser em perigo a vida da mãe dela, have-rá crime em sacrificar a criança para salvar amãe? “É preferível sacrificar o ser que ain-da não existe a sacrificar o que já existe.”

8A visão holística (de holismo) é a formade perceber a realidade de uma maneiramais ampla ou integral, em que não deveser desprezada, na análise das coisas e dosfatos, a interação das partes com o todo edo todo com as partes. Na teoria holísti-ca, o homem, por exemplo, é considera-do um todo indivisível e que não pode

ser explicado pelos seus distintos compo-nentes, separadamente (físico, psicológi-co, moral, espiritual). Resumindo, o ho-lismo é a visão integral ou macrocósmicadas coisas, sem desprezar as partes, emoposição ao procedimento analítico, emque seus componentes são examinadosisoladamente.

9NOBRE, Marlene. O clamor da vida:reflexões contra o aborto intencional.São Paulo: FE Editora Jornalística, 2000.p. 170.

10Idem, ibidem. p. 19.

11Do caos à inteligência artificial. p. 144.Apud NOBRE, Marlene. In: Op. cit. p. 17.

12Disponível em: <http://www.anencephalie-info.org/p/annalise.php> e< h t t p : / / w w w . a n e n c e p h a l i einfo.org/p/anouk.php>. Acesso em:23/2/2009.

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muitos desses bebês apresentam es-sas anomalias por problemas cár-micos do Espírito, oriundos de ou-tras existências físicas, entre eles oabuso da inteligência e o suicídio.13

É a lei de causa e efeito, princípioensinado pelos Espíritos superioresque, além de proporcionar a expia-ção e a reparação do erro, mostra anecessidade de os seres inteligentesaprenderem a se responsabilizarpela má utilização do livre-arbítrio.

Em resposta à pergunta 356b deO Livro dos Espíritos,14 os benfeito-res responderam a Kardec que todacriança que vive após o nascimentotem forçosamente encarnado em sium Espírito. Em momento algumos benfeitores fazem restrição quan-to ao tempo que a criança vai so-breviver ou se ela é perfeita, física ementalmente, ou não. Pelo contrá-rio, na questão 953, da mesma obrabásica, os instrutores espirituaisdeixam claro que “sempre se é cul-pado por não aguardar o termofixado por Deus para a existência”.

Apesar dos notáveis avanços daMedicina, ela, tal como os outrosramos da Ciência, não é infalível eos erros de diagnóstico ainda per-sistem. Há registros nos anais mé-dicos de que se constatou, depoisdo nascimento, que fetos diagnos-ticados como portadores do mal

da anencefalia eram, na verdade,crianças perfeitas, ou que eram por-tadoras de outros tipos de doenças,entre elas, a hidrocefalia, para a qualexiste tratamento. Caso clássico éo da brasileira Letícia de SouzaRodrigues, dez anos, de Alagoas,considerada a anencéfala mais ve-lha de que se tem notícia no país.15

Do ponto de vista filosófico-ju-rídico, o direito à vida é atemporal,não pode ser medido pela quanti-

dade de dias que o indivíduo vaisobreviver. Independentemente dagradação do seu desenvolvimento(zigoto, embrião ou feto), o serhumano será sempre um ser hu-mano e não coisa.

Mede-se a qualidade de uma ci-vilização pelo respeito que ela tempelos seus membros mais frágeis,como no caso do zigoto, do em-brião, dos fetos anencéfalos e dosbebês portadores de outras malfor-mações. Não há outro critério dejulgamento superior a esse. Lutarpor leis que protejam os mais fracosé um dever da sociedade, sob penade pôr em risco a dignidade e opróprio futuro da raça humana.

25Maio 2009 • Reformador 118833

13A respeito de pessoas nascidas com pro-blemas mentais, vide questões 371 a 378de O livro dos espíritos.

14Op. cit. Tradução de Evandro NoletoBezerra. Desse modo, toda criança que so-brevive ao nascimento tem, necessariamen-te, um Espírito encarnado nela? “Que seriada criança, sem o Espírito? Não seria umser humano.”

15Disponível em: <http://www.amems.org/amems/index.php?option=com_content&view=article&id=234:anencefalia&catid=103:catartige&Itemid=297>.Acesso em: 25/2/2009.

obre os direitos humanos, foi categórica a resposta dadapelos Espíritos, a Allan Kardec, na questão 880, na obra da

Codificação citada acima [O Livro dos Espíritos]:P.: «Qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem?»R.: «O de viver. Por isso é que ninguém tem o de atentar contra

a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa com-prometer-lhe a existência corporal.»

A vida no corpo de carne é, pois, a possibilidade mais sublimeconcedida pela sabedoria de Deus, constituindo-se, na visão do Es-piritismo, uma das etapas mais importantes para o ser espiritual, queé imortal, quando este se insere na estrutura celular, iniciando a vi-da biológica com todas as suas consequências. No entendimento daDoutrina Espírita a vida não é um mero agregado de células soba influência de reações bioquímicas. A existência corpórea – desde omomento da concepção, com a formação da célula-ovo e as contí-nuas multiplicações celulares –, representa manifestação de vida.

A Vida navisão espírita

Fonte: A vida e o aborto na visão espírita. Suplemento de Reformador, ano 125,

n. 2.141, ago. 2007.

S

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comunidade científica mun-dial e a Organização das Na-ções Unidas (ONU) defini-

ram 2009 como o Ano Internacio-nal da Astronomia, com o objetivode prestar homenagem a dois valo-rosos cientistas: o italiano GalileuGalilei e o alemão Johannes Kepler,Espíritos missionários que renas-ceram no Planeta para promovero desenvolvimento da Ciência.

Em 2009 a humanidade come-

morará 400 anos da publicação

da Astronomia Nova, a obra de

Johannes Kepler que, divulgan-

do duas de suas três famosas

leis [...] mudou radicalmente a

nossa posição e história no

Universo. O ano de 1609 foi

também importante para a as-

tronomia pois celebraremos o

quarto centenário das primei-

ras observações astronômicas

de Galileu Galilei, que apontou

sua luneta para o céu. [...]1

A ampla repercussão do Eventoestá movimen-tando a mídiano mundo intei-

ro. Universidades,institutos de tecnologia,

pesquisa e ensino, escolas deprimeiro e segundo graus,desenvolvem intensa progra-mação caracterizada por pa-lestras, seminários, encon-tros, congressos, cursos,produções de vídeos etc.Aagência internacional que

lidera as comemorações éa UNESCO (Organização

das Nações Unidas para a Educação,a Ciência e a Cultura), tendo comotema “O Universo para você des-cobrir”.A União Astronômica Inter-nacional (IAU) atuará também naimplementação das atividades des-ta celebração mundial. Até agora, 99nações e 14 organizações já decidi-ram participar.As agendas nacionaise internacionais podem ser conferi-das nos sites: <http://www.astronomia2009.org.br/> e <http://whc.unesco.org/en/activities/19>.

No Brasil, a movimentação nãoé menor:

Reunindo uma equipe de mais de

mil pessoas, a comemoração bra-

sileira é uma das maiores redes

de divulgação científica do país.

A proposta da rede é ir além de

2009 e se expandir, constituindo

o Portal do Universo, onde todos

os recursos disponíveis em forma

digital serão acessíveis com um

único toque no mouse e todas

as comunidades ligadas ao assun-

to podem ser encontradas.[...]2

26 Reformador • Maio 2009118844

A

O Ano Internacionalda Astronomia

MA RTA AN T U N E S MO U R A

Em dia com o Espiritismo

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Agora, é importante saber umpouco mais sobre os homenageados.

Galileu Galilei nasceu em Pisa,Itália, em 15 de fevereiro de 1564 emorreu em Florença, em 8 de janei-ro de 1642. Foi físico, matemático,astrônomo e filósofo. Por suas con-tribuições científicas é cognomina-do “Pai da Ciência Moderna”. Alémdas invenções e descobertas nocampo da Astronomia, desenvolveuestudos sobre o movimento unifor-me e acelerado, o movimento dopêndulo, o princípio da inércia etc.

Em março de 1610, Galileu – um

modesto professor de matemá-

tica na Universidade de Pádua,

publicou um pequeno livro de

apenas 24 páginas, com o título

de Sidereus nuncius (O mensagei-

ro das estrelas). Nele, descreveu

minuciosamente suas descober-

tas astronômicas [de 1609]: a Lua

não tem uma superfície esférica

perfeita e lisa como supunham os

filósofos aristotélicos, mas exibe

um relevo como a Terra, “com

montanhas elevadas, vales e cavi-

dades profundas”.Algumas dessas

“cavidades” (crateras, como co-

nhecemos hoje)

foram desenha-

das em detalhes

por Galileu.3

É importantedestacar que Ga-lileu é um dos Es-píritos da Codifi-cação Espírita. O ca-pítulo VI, de A Gênese,foi textualmente extraído de umasérie de comunicações que ele ditouna Sociedade Espírita de Paris, em1862 e 1863, sob o título EstudosUranográficos, através da mediu-nidade de Camille Flammarion.4

Entre as principais descobertas

feitas por Galileu no campo da

astronomia temos: manchas sola-

res, crateras e montanhas na Lua,

fases de Vênus similares às fases

da nossa lua, os 4 maiores satéli-

tes de Júpiter, a formação da Via

Láctea por incontáveis estrelas e

os anéis de Saturno. O aperfei-

çoamento do telescópio por Gali-

leu fez com que os outros instru-

mentos astronômicos de sua épo-

ca (Astrolábio, Esfera

Armilar, Quadrantes,

Sextantes, etc.) fossem

colocados de lado,

pois o telescópio era

a “última tecnologia”.5

O astrônomo JohannesKepler nasceu em Sttutgart,Alemanha, em 27 de de-

zembro de 1571. Desencarnou emRegensburg, também Alemanha,em 15 de novembro de 1630. Imor-talizou-se como cientista a partirda formulação de leis fundamentaissobre a mecânica celeste, as quaisainda servem de cartilha aos estu-dantes de Astronomia. Outro mé-rito de Kepler foi estabelecer umalinha divisória entre a superstiçãorelacionada à influência dos astrosna vida e no livre-arbítrio dos indi-víduos, e os estudos astronômicos.Há também outro ponto, não me-nos importante: Kepler demonstra-va a necessária coragem para optarpelos fatos científicos, sempre que osseus estudos e as suas observaçõescontrariavam dogmas religiosos.

27Maio 2009 • Reformador 118855

Galileu Galilei

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As leis de Kepler, denominadas“Leis dos Movimentos dos Plane-tas”, são surpreendentemente sim-ples, mas que tiveram o poder derevolucionar o conhecimento hu-mano, no campo da Astronomia.Partindo do modelo heliocêntri-co, anteriormente sugerido porGalileu (sugestão que quase lhecustou a vida, ao ser julgado pelaInquisição), definiu estas três leis:

1. Lei das órbitas: “Os planetasdescrevem órbitas elípticascom o Sol num dos focos”. Fi-ca definido, assim, que as ór-bitas dos planetas não formamcircunferências, mas elipses,em relação ao Sol.

2. Lei das áreas: “O raio vetor queliga um planeta ao Sol des-creve áreas iguais em temposiguais”. Significa dizer que avelocidade do movimento dosplanetas muda em função dadistância que eles, os planetas,se encontram do Sol. Keplerdefiniu que, sendo o perié-lio o ponto mais próximo doSol, o planeta faz órbitas maisrápidas nesse local. Em opo-sição, o afélio é o ponto maisafastado do Sol, onde o pla-neta se move mais lentamente.

3. Lei dos tempos:“Os quadradosdos períodos de revolução dosplanetas são proporcionais aoscubos dos eixos máximos desuas órbitas”. Esta lei indicaque há uma relação entre a dis-tância do planeta e o tempoque ele utiliza para completaruma revolução em torno doSol. Logo, quanto mais distan-te estiver do Sol mais tempo le-vará o planeta para completarsua volta ao redor desta estrela.

Acreditamos que Johannes Ke-pler foi uma pessoa muito intuiti-va, faculdade que no futuro iríamosencontrar em outro gigante daCiência – Einstein –, a qual o dis-tinguiu dos demais cientistas daépoca. Ele soube suprir a falta derecursos tecnológicos com a per-cepção de um elemento-chave queo auxiliaria na elaboração de suasleis: o Fluido Cósmico Universal.A seguinte mensagem mediúnicade Galileu revela a importância des-te fluido para a compreensão dasleis e forças do Universo:

Há um fluido etéreo que enche o

espaço e penetra os corpos. Esse

fluido é o éter ou matéria cósmi-

ca primitiva, geradora do mundo

e dos seres. São-lhe inerentes as

forças que presidiram às meta-

morfoses da matéria, as leis imu-

táveis e necessárias que regem o

mundo. Essas múltiplas forças,

indefinidamente variadas segun-

do as combinações da matéria,

localizadas segundo as massas,

diversificadas em seus modos de

ação, segundo as circunstâncias

e os meios, são conhecidas na

Terra sob os nomes de gravidade,

coesão, afinidade, atração, mag-

netismo, eletricidade ativa. [...]6

Em outro momento, o EspíritoGalileu assim se expressa, comoque sugerindo o possível caminhoseguido por Kepler:

[...] Considerando as forças em

si mesmas, pode-se formar com

elas uma série, cuja resultante,

confundindo-se com a geratriz,

é a lei universal.

Não podeis apreciar esta lei em

toda a sua extensão, por serem

restritas e limitadas as forças

que a representam no campo das

vossas observações. Entretanto,

a gravitação e a eletricidade po-

dem ser consideradas como uma

larga aplicação da lei primordial,

que impera para lá dos céus.7

Referências:1Disponível em: <http://fisicafacil.word

press.com>.2DAMINELLI, Augusto; NAPOLEÃO, Tasso.

O legado de Galileu. In: Scientific Ameri-

can Brasil, n. 80, p. 89, jan. 2009. São

Paulo: Duetto.3______.______. p. 91-92.4KARDEC, Allan. A gênese. Tradução de

Guillon Ribeiro. 52. ed. 1. reimp. Rio de Ja-

neiro: FEB, 2008. Cap. 6.5SANTOS, Izael Ribeiro dos. Galileu, e a

função da ciência. Disponível em: <http://

a s t r oweb . i a g . u s p . b r / ~ d am i n e l i /

IYA2009/ images/download/gal i leu_

e_a_funcao_da_ciencia.pdf>.6KARDEC, Allan. Op. cit., cap. 6, item 10,

p. 129.7______.______. Item 11, p. 131.

28 Reformador • Maio 2009118866

JohannesKepler

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29Maio 2009 • Reformador 118877

Reformador de ontem

Médiunsirresponsáveis

1

ssociou-se indevidamente à pessoa portado-ra de mediunidade ostensiva a qualidade deEspírito elevado.

O desconhecimento do Espiritismo ou a in-formação superficial sobre a sua estrutura deu lugar apessoas insensatas considerarem que, o fato de al-guém ser possuidor de amplas faculdades medianími-cas, caracteriza-se como um ser privilegiado, dignode encômios e projeção, ao mesmotempo possuidor de um caráterdiamantino, merecendo relevanteconsideração e destaque social.

Enganam-se aqueles que assimprocedem, e agem perigosamen-te, porquanto, a mediunidade éfaculdade orgânica, de que quasetodos os indivíduos são possui-dores, variando de intensidade ede recursos que facultem o inter-câmbio com os Espíritos, encar-nados ou não.

Neutra, do ponto de vista mo-ral, em si mesma, a mediunidadeapresenta-se como oportunidadede serviço edificante, que enseja ao seu portador osmeios de autoiluminar-se, de crescer moral e inte-lectualmente, de ampliar os dons espirituais, so-bretudo, preparando-se para enfrentar a consciên-cia após a desencarnação.

Às vezes, Espíritos broncos e rudes apresentam ad-miráveis possibilidades mediúnicas, que não sabemou não querem aproveitar devidamente, enquanto ou-tros, que se dedicam ao Bem, que estudam as técnicasda educação das faculdades psíquicas, não conseguemmais do que simples manifestações, fragmentárias,irregulares, quase decepcionantes.

Não se devem entristecer aqueles que gostariamde cooperar com a mediunidadeostensiva, porquanto a seara doamor possui campo livre paratodos os tipos de serviço que sepossam imaginar.

Ser médium da vida, ajudando, nolar e fora dele, exercitando as virtu-des conhecidas, constitui forma ele-vada de contribuir para o progresso edesenvolvimento da Humanidade.

Através da palavra, oral e escri-ta, quantos socorros podem serdispensados, educando-se as cria-turas, orientando-as, levando-as àedificação pessoal, na condição demédium do esclarecimento?!

Contribuindo, nas atividades espirituais da CasaEspírita, pela oração e concentração durante as reu-niões especializadas de doutrinação, qualquer um setorna médium de apoio.

Da mesma forma, através da aplicação dos passes,da fluidificação da água, brindando a bioenergia,logra-se a posição de médium da saúde.

A

Ser médium da

vida constitui

forma elevada

de contribuir para

o progresso e

desenvolvimento

da Humanidade

1Fonte: Reformador de novembro de 1994, p. 9(325).

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Na visita aos enfermos, mantendo diálogos con-fortadores, ouvindo-os com paciência e interesse,amplia-se o campo da mediunidade de esperança.

Mediante o diálogo com os aturdidos e perversos,de um ou do outro plano da vida, exerce-se a me-diunidade fraternal da iluminação de consciência.

Nesse mister, aguça-se a percepção espiritual edesenvolvem-se os pródromos das faculdadesadormecidas, que se irão tornando mais lúcidas, afim de serem usadas dignamente em futuros co-metimentos das próximas reen-carnações.

Ser médium é tornar-se ins-trumento; e, de alguma forma,como todos nos encontramosentre dois pontos distantes, eis--nos incursos na posição de in-termediários.

Ter facilidade, porém, parasentir os Espíritos é compro-misso que vai além da simplesaptidão de contatá-los.

Desse modo, à semelhançada inteligência que se podeapresentar em indivíduos depéssimo caráter, que a usamegoística, perversamente, oucomo a memória, que brota emcriaturas desprovidas de luci-dez intelectual, e perde-se, pela falta de uso, tam-bém a mediunidade não é sintoma de evoluçãoespiritual.

Allan Kardec, que veio em nobre missão, Espíri-to evoluído que é, viveu sem apresentar qualquerfaculdade mediúnica ostensiva, enquanto outrosindivíduos do seu tempo, que exerceram a faculda-de medianímica, por inferioridade moral, vende-ram os seus serviços, enxovalharam-na, criaramgraves empecilhos à divulgação da Doutrina Es-pírita que, indevidamente, foi confundida com osmaus exemplos desses médiuns inescrupulosos eirresponsáveis.

Certamente, o médium ostensivo, aquele que fa-cilmente se comunica com os Espíritos, quando é

dotado de sentimentos nobres e possui elevação,torna-se missionário do Bem nas tarefas a que vaiconvocado, ampliando os horizontes do pensamen-to para a imortalidade, para a vitória do ser liber-tado de todas as paixões primitivas.

Normalmente, e as exceções são subentendidas,os portadores de mediunidades ostensivas, porquese encontram em provações reparadoras, falhamno desiderato, após o deslumbramento que provo-cam e a autofascinação a que se entregam por in-

vigilância e presunção.Toda e qualquer expressão

de mediunidade exige discipli-na, educação, correspondenteconduta moral e social do seuportador, a fim de facultar-lhea sintonia com os EspíritosSuperiores, embora o convíviocom os infelizes, que lhe cum-pre socorrer.

O médium irresponsável, po-rém, não é apenas aquele que,ignorando os recursos de quese encontra investido, gera em-baraços e perturbações, tom-bando nas malhas da própriapusilanimidade, mas também,aqueloutros que, esclarecidosda gravidade do compromisso,

se permitem deslizes morais, veleidades típicas docaráter doentio, terminando vitimados pelas obses-sões cruéis.

Todo aquele, portanto, que deseje entregar-se aoBem, na seara dos médiuns, conscientize-se da res-ponsabilidade que lhe diz respeito, e, educando afaculdade, torne-se apto para o ministério, servin-do sempre e crescendo intimamente com os olhospostos no próprio e no futuro feliz da sociedade.

Manoel P. de Miranda

(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco,

em 9/2/1994, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em

Salvador, BA.)

30 Reformador • Maio 2009 118888

Toda e qualquer

expressão de

mediunidade exige

disciplina,educação,

correspondenteconduta moral e

social do

seu portador

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urante o Encontro Espíritada Paraíba (ENESP), reali-zado no período de Car-

naval, na Federação Espírita Pa-raibana (FEPb), um dos pontos al-tos foi a reunião do presidente daFEB, Nestor João Masotti, com di-rigentes e trabalhadores espíritas.O diálogo fraterno aconteceu nodomingo pela manhã. Na ocasião,ele destacou aspectos importantesdo projeto da FEB para aprimora-mento do Movimento Espírita,esclareceu dúvidas e respondeu àsquestões dos participantes.

Nestor Masotti ministrou a con-ferência de abertura do ENESP,

cujo tema foi “A difusão do Espi-ritismo no Brasil e no Mundo”.Ele fez um breve relato sobre ahistória do Espiritismo, destacan-do a atuação do Brasil na realiza-ção de grandes eventos, com aparticipação de inúmeros países,o que contribui para a integra-ção universal.

Antes da cerimônia de abertu-ra, no sábado à noite, o poeta e re-pentista Oliveira de Panelas em-polgou a plateia com seu talento earte do improviso, saudando osparticipantes e, em especial, Ma-sotti. O presidente da FEPb, José

Raimundo de Lima, abriu o En-contro, deu as boas vindas aos par-ticipantes e conferencistas e pas-sou a palavra para Nestor Masotti.Além deste, foram conferencis-tas: Maria Euny Herrera Masotti,Família Guimarães (Geraldo, Anae Anete), Frederico Menezes eGiselda Arnaud.

Infanto-juvenil – Paralelamen-te, enquanto os pais assistiam àspalestras, as crianças participavamdo Enespinho. Adolescentes e jo-vens se engajaram no ENESP Jo-vem. Ambos os eventos contempla-ram os participantes com ativida-des educativo-artístico-culturais.

Em defesa da vida – Ocorreuno ENESP a exposição pela vida“Mãe, deixe-me nascer”, organiza-da e executada pela Associação Ja-mais Abortar (AJA-PB), com opatrocínio da Federação EspíritaParaibana. A mostra, com 28 ban-ners e dois vídeos, alertava sobreos danos provocados pela práticado aborto, além de levar a refletirsobre a valorização da vida.

Saiba mais no site <www.fepb.org.br>.

Abertura do evento com José Raimundode Lima, presidente da FEPb

EncontroEspírita Paraibano

31Maio 2009 • Reformador 118899

DNestor João Masotti proferindo a conferência de abertura do ENESP

FÁ T I M A FA R I A S

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eproduzimos abaixo, por sua larga visão a res-peito da Língua Internacional Neutra, seusideais e o movimento que a divulga no mun-

do, a Justificação do senador Cristovam Buarque pa-ra o Projeto de Lei com que pretende alterar o artigo26 da Lei 9.394, de 20 de dezembrode 1996, conhecida comoLei de Diretrizes e Bases daEducação Nacional (LDB),para incluir o esperanto co-mo “componente curricularfacultativo da grade escolardo ensino médio”.

Vivemos em tempo de vio-

lência e guerras. Um dos de-

safios da atualidade é levar a

paz para dentro das escolas.

O movimento esperantista é

um vetor de paz, de integra-

ção mundial pelo sonho de

um idioma unificando toda a

humanidade.

Seu criador, Ludwik Lejzer

Zamenhof, publicou a versão

inicial do idioma em 1887,

com a intenção de criar uma lín-

gua de fácil aprendizagem, que

servisse como língua franca internacional. O sonho

inicial de seu fundador certamente não se realizará

pela generalização do idioma que ele criou, porque

o inglês, ou a tradução automática entre computa-

dores [que] já está em fase experimental, serão os veí-

culos de integração linguística no mundo.1 Até lá, po-

rém, o esperanto é um instrumento de comunicação

entre centenas de milhões de pessoas ao redor do

mundo e, muito mais que isso, é

parte de um imenso mo-

vimento pela paz.

Se a escola quer ser um

agente da paz, a oferta do

esperanto como uma lín-

gua adicional, a ser ofere-

cida àqueles que desejarem,

pode ser um fator impor-

tante, não só pelo idioma

que oferece, como também

pelo espírito de pacifismo

que simboliza.

Sem querer substituir qual-

quer outra, o esperanto é uma

língua universal que segue os

critérios de economia e efi-

ciência admiráveis e se trans-

EsperantoProjeto de Lei no Senado

R

32 Reformador • Maio 2009 119900

A FEB e o Esperanto

1N. do T.: Reproduzimos, emtradução, o pensamento do Prof.

Dr. Ivo Lapenna em sua obra Reto-riko (P. 1, cap. 6, no 5), edição da Associação Universal de Es-peranto, 1971: “Entre a Língua Internacional e as nacionais háuma importantíssima diferença que diz respeito ao objetivopor elas visado: enquanto as línguas nacionais devem satisfazera necessidades limitadas de comunicação e pensamento, em

AF F O N S O SOA R E S

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formam em suas regras fundamentais, estabelecem

critérios de expansão lógicos e naturais, de modo que

a língua se enriquece continuamente, seja através dos

usos que dela se faz, seja agregando conteúdos novos,

que não existiam nos primórdios de sua existência.

Além de ser mais um idioma e um símbolo e instru-

mento de paz, seu aprendizado certamente trará con-

tribuições ao desenvolvimento lógico dos estudantes

que a aprendam.

O campo de emprego do esperanto tem crescido

nos últimos anos, e hoje ele é utilizado em viagens,

correspondência, intercâmbio cultural, convenções,

literatura, ensino de línguas, televisão e transmis-

sões de rádio.

Alguns sistemas estatais de educação já oferecem

cursos opcionais do idioma, e há evidências empíri-

cas de que aprendê-lo auxilia no aprendizado de ou-

tras línguas. Este projeto de lei trata de fazer com

que o curso seja obviamente voluntário, mas haven-

do interesse em número necessário, o governo deve-

rá oferecer.

Finalmente, optamos por fixar o prazo de três anos

para que os estabelecimentos de ensino se adaptem

à determinação contida neste projeto, por sua regu-

lamentação e posterior contratação de professores

de esperanto.

Diante do exposto, solicitamos o apoio dos nobres

colegas para a aprovação deste projeto.

Sala das Sessões, 21 de fevereiro de 2008.

Senador CRISTOVAM BUARQUE

O Projeto mereceu aprovação por parte do sena-dor Marcelo Crivella, em cujo relatório, baseando-seem consulta à rede internacional de computadores,reconhece a “importância do uso do esperanto comoinstrumento facilitador do relacionamento entre ospovos”. Considera ainda o senador, mencionando re-soluções altamente positivas sobre a Língua Interna-cional Neutra, emanadas das Conferências Gerais daUnesco de 1954 (Montevidéu, Uruguai) e de 1985 (So-fia, Bulgária) que, “a iniciativa, se aprovada, colocaráo Brasil na dianteira dos países que poderão aderir àsrecomendações da Conferência Geral da Unesco”.

33Maio 2009 • Reformador 119911

âmbito nacional, a Língua Internacional liberta o pensamentodessas cadeias, permitindo-lhe voo franco de país a país, de na-ção a nação, através do mundo inteiro. Quando as massas, emgrande escala, começarem a estudar a Língua Internacional emtodas as escolas do mundo, dedicando a esse estudo apenas umquarto do tempo usado para o aprendizado das próprias lín-guas nacionais, então a Humanidade estará vivendo profundarevolução espiritual, evidenciando-se plenamente o fecundoefeito moral e intelectual da Língua Internacional!

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34 Reformador • Maio 2009 119922

romance mediúnico Pau-lo e Estêvão representauma dádiva da Espiritua-

lidade superior. Além de relataro perfil dos personagens maisdestacados do Cristianismo Nas-cente, bem como suas transfor-mações ao longo do tempo, for-nece dados históricos extremamen-te importantes para a reconstru-ção do primeiro século, tornan-do possível a compreensão depontos obscuros do Novo Testa-mento.

Novamente, urge realizar umacombinação harmoniosa e crite-

riosa de dados, com vistas à for-mação de um quadro cronológicocoerente e convincente, baseadonas informações de Emmanuel:

Quando as sombras crepus-

culares se faziam mais densas,

dois homens desconhecidos

entravam nos subúrbios da ci-

dade. Embora a ventania afas-

tasse as nuvens tempestuosas

na direção do deserto, gros-

sos pingos de chuva caíam,

aqui e ali, sobre a poeira ar-

dente das ruas. As janelas das

casas residenciais fechavam-

-se com estrépito.

Damasco podia recordar o jo-

vem tarsense [...]2

Naquela tarde, Gamaliel deixou

a rústica choupana, dirigindo-

-se com o ex-discípulo à casa

do irmão, que acolheu, desde

então, o jovem tarsense [...]

[...] o velho rabino de Jerusa-

lém expôs ao negociante a si-

tuação do seu protegido. [...]

esclareceu que ele tencionava

trabalhar como tecelão nas ten-

das do deserto [...]

Daí a três dias, Saulo despedia-

-se do mestre, debaixo de pro-

funda comoção.3

Quando mais de um ano ha-

via corrido sobre aquela sole-

dade, uma caravana vinda de

Palmira trazia-lhe um bilhete

O

Cristianismo Redivivo

1XAVIER, Francisco C. Paulo e Estêvão.Pelo Espírito Emmanuel. 44. ed. Rio de Ja-neiro: FEB, 2007. P. 2, cap. 2, p. 313.

2Idem, ibidem. P. 1, cap. 9, p. 250. 3Idem, ibidem. P. 2, cap. 2, p. 301-302 e 304.

“O ex-rabino modificara o próprio aspecto, ao contato direto das forças agressivasda Natureza. [...] Entretanto, a solidão, as disciplinas austeras, o tear laborioso,

lhe haviam enriquecido a alma de luz e serenidade. Os olhos calmos eprofundos atestavam os novos valores do espírito. Entendera, finalmente,

aquela paz desconhecida que Jesus desejara aos discípulos.”1

História da Era ApostólicaA preparação no deserto

HA RO L D O DU T R A DI A S

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35Maio 2009 • Reformador 119933

lacônico. O negociante co-

municava-lhe a morte súbita

do irmão, aliás de há muito

esperada.

A partida de Gamaliel para

os reinos da morte não dei-

xou de ser uma dolorosa sur-

presa. [...]4

Com efeito, depois da passa-

gem da grande caravana que

lhes trazia os substitutos, ser-

vidos de um camelo, os três

irmãos do “Caminho” deixa-

ram o oásis em direção a Pal-

mira, onde a família de Ga-

maliel os acolheu com desve-

lado carinho.

Áquila e a mulher ali ficariam

algum tempo ao serviço de Eze-

quias, até que pudessem reali-

zar o formoso ideal de traba-

lho na poderosa Roma dos cé-

sares, mas Saulo de Tarso, ago-

ra resistente como um beduíno,

depois de agradecer a genero-

sidade do benfeitor e despe-

dir-se dos amigos com lágri-

mas nos olhos, tomou nova-

mente o rumo de Damasco,

radicalmente transformado

pelas meditações de três anos

consecutivos, passados no de-

serto.5 (Grifo nosso.)

Em dois minutos achou-se no-

vamente na via pública. Era

quase meio-dia, um dia quen-

te. Sentiu sede e fome. Consul-

tou a bolsa, estava quase vazia.

Um resto do que recebera das

mãos generosas do irmão de

Gamaliel, ao deixar Palmira

definitivamente. [...]6

Antes de comparar os textos, éconveniente relembrar algumasdatas importantes, todas detalha-damente explicadas em ediçõesanteriores desta revista.

Após organizar a célebre via-gem à cidade de Damasco, embusca de Ananias, Saulo adentraem Damasco, acometido de tem-porária cegueira, e sente que

4XAVIER, Francisco C. Op. cit. P. 2, cap. 2,p. 314.

5Idem, ibidem. p. 320.

6Idem, ibidem. P. 2, cap. 3, p. 340.

A cidade romana de Palmira

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Damasco, na Síria. Ilustração de 1668

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36 Reformador • Maio 2009 119944

[...] “grossos pingos de chuva

caíam, aqui e ali, sobre a poeira

ardente das ruas”. Nos países

banhados pelo mar Mediterrâ-

neo, o clima é muito semelhan-

te, com verões secos e quentes e

invernos moderados e chuvo-

sos. As estações do ano se divi-

dem em dois grandes blocos:

primavera–verão (abril–setem-

bro) e outono–inverno (outu-

bro–março).

A primavera tem início no

mês de abril, quando cessam

as chuvas.

Nesse caso, é plausível postular,

com base nos informes de Emma-

nuel, que a conversão de Saulo

se deu antes da primavera, ou

seja, no primeiro trimestre do

ano 36 d. C.7

O tempo de permanência doantigo doutor da lei no deserto dePalmira foi estabelecido de formaprecisa por Emmanuel: três anos.Durante sua estada no Oásis deDan, foi surpreendido com a no-tícia da morte do seu grandeorientador, Gamaliel.

Retornando para Damasco,Paulo se vê obrigado a fugir dacidade, em razão de mandadode prisão expedido pelo Sinédrio.Empreende, então, a primeira via-gem à cidade de Jerusalém, apóssua conversão.

Nesse ponto, o Benfeitor Em-manuel, utilizando recurso por

nós conhecido, menciona as con-dições climáticas da cidade de Je-rusalém, de modo a construir suacronologia com base nas estaçõesdo ano, evitando-se imprecisõesdecorrentes da conversão do calen-dário judaico para o gregoriano.

Sendo assim, não é difícil con-cluir que a chegada de Paulo em Je-rusalém se deu num dia quente deverão, três anos após sua conversãoem Damasco. Portanto, a primeiraviagem de Paulo a Jerusalém ocor-reu no verão do ano 39 d.C.

Trata-se de uma data impor-tantíssima para toda a cronologiado primeiro século do Cristianis-mo, bem como para a cronologiada própria vida de Paulo.

Na segunda epístola aos Co-ríntios, Paulo menciona que o“etnarca do rei Aretas” guardavaDamasco por ocasião de sua fugadramática em um cesto (2 Cor.11:32-33). Ora, o rei nabateu Are-tas IV morreu entre 38 e 40 d.C.(provavelmente em 39 d.C.).Asseveram os pesquisadores ser

improvável o controle nabateu deDamasco antes do ano 37 d.C.,quando a ascensão de Calígula aotrono assinalou uma nova polí-tica romana para com os reis de-pendentes.

Por esta razão, acreditam que afuga de Damasco se deu entre 37e 39 d.C. O romance mediúniconos confirma que a fuga se deuno ano 39 d.C.

Na epístola aos Gálatas (Gl.,1:16-20), o Apóstolo dos gentiosdescreve sua conversão, sua per-manência de três anos na Arábiae sua primeira visita a Jerusalém,que, somadas ao relato de Atosdos Apóstolos (At., 9:1-30), nosconfirmam os eventos, todavia,não nos oferecem um referencialseguro para a estruturação dacronologia.

Nesse caso, as indicações deta-lhadas de Emmanuel, na obra me-diúnica, representam uma impor-tante contribuição da Espirituali-dade para a determinação precisadesses marcos cronológicos.

7DIAS, Haroldo D. Cristianismo redivivo:história da era apostólica, a conversão deSaulo, Reformador, ano 127, n. 2.160, p.36(114)-37(115), mar. 2009.

Jerusalém nos dias atuais

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37Maio 2009 • Reformador 119955

os livros de diversão, dire-cionados ao público in-fantil, é comum haver pe-

quenos testes, constituídos de umlabirinto, onde o jovem leitor teráque identificar, entre diversos, ocaminho correto para que possaatingir determinado objeto dese-jado.

Assim também se passa com arealidade do homem atual, aindarespirando em patamares evoluti-vos incipientes: diante de si, váriaspossibilidades se lhe aparecem,cada uma com trajetos mais oumenos sinuosos, com aparênciamais ou menos convidativa...

E o Espírito, encarnado na Ter-ra para caminhar no Bem – comotão claramente a Doutrina Espíri-ta veio elucidar – vacila diante deescolhas: escolhas essas que nãodeveriam ser difíceis de fazer, emface da sua bagagem de conheci-mentos sobre a moral evangélica...

Entretanto, hesitando, o ho-mem invigilante observa, atento,as numerosas opções, buscandoavaliar dificuldades, empecilhos,obstáculos. Então, sem utilizar os

“olhos de ver”, nem os “ouvidos deouvir”, como Jesus tanto recomen-dava, elege o trajeto que mais fácillhe parece ser, ou mais bonito,ou mais atraente, ou maisagradável...

Segue, desse modo, nessadireção, palmilhando ter-reno plano, iluminado porprazenteiro sol, felicitan-do-se pela opção feita, eutilizando sua energiaapenas no gozo do pas-seio sem compromis-sos... É a “porta larga”1

mencionada pelo Mes-tre, bastante atraente,mas traiçoeira... Nessasenda, ele olvida seusirmãos de viagem ter-rena, circunscreven-do-se à sua distraçãoe à sua expectativade cogitar apenassobre si mesmo!

Insensivelmente, esse caminhosofre mutações: torna-se estreito;o solo, antes macio, surge reple-

Caminhosportas

NIVO N E MO L I NA RO GH I G G I N O

e

1MATEUS, 7:13-14. In:Bíblia sagrada. Rio deJaneiro: Editora Vozes,1996. CD-Rom.

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tado de grossos grãos de areia,ásperos, que logo se transmudamem pedras pontiagudas, que fe-rem os pés do viajor, o qual, des-cuidado, fora semeando maisagruras ao longo de seus passos.A luz desaparece, as sombras o in-vadem... E, aí, o homem lamenta,amargamente, a escolha feita...Esquecera-se de que o ser huma-no é livre, mas, em consequência,responsável: pode realizar o quedeseje, contudo estará ligado aofruto de suas próprias ações – oque nada mais é do que a naturale lógica Lei de Causa e Efeito,Ação e Reação...

Um pouco mais além, esse ho-mem descuidado descobre que aestrada selecionada não oferecesaída!... Desalentado, convence-sede que terá de retornar, enfren-tando as peripécias do difícil tra-jeto, acrescidas das agruras plan-tadas por ele mesmo...

Feliz, pois, é aquele que, cons-ciente de ser destinado à evolu-ção, sabe, com coragem, escolhero caminho que à sua frente está,mesmo de aparência difícil, emaclive, tortuoso, meio assustador...Aceita o convite de Jesus... Sabeque, ao cristão, nada deve apavo-rar, já que, tendo o Pai consigo, éinvencível!

Ele se decide, e inicia a mar-cha, galgando com inaudito es-

forço as rampas abruptas e asgretas do trajeto.

Prestimoso, preocupa-se emestender a mão aos companhei-ros de jornada...

Confiante, segue, tendo Deus eJesus no coração, com luz íntima

a clarear-lhe os passos, os quais,paulatinamente, mais e mais se-guros se fazem.

E o terreno íngreme, escarpa-do, árido, começa a modificar-se,adornando-se de pequenas flo-

res, que logo desabrocham, viço-sas e belas, trazendo delicados em-blemas: “benevolência”, “frater-nidade”, “caridade”, “humildade”,“fé”, “amor”...

Esse caminho, que leva o viajorpela “porta estreita” do dever, ter-mina por descortinar ante seusolhos a paisagem maravilhosa doBem e do Progresso!...

Quantos homens ainda se ilu-dem, e por isso sofrem... Quãopoucos sabem realmente esco-lher!... E não é por falta de avisosdo Plano Maior, como ocorre, porexemplo, com Emmanuel, queri-do Benfeitor, que, em muitasmensagens através da abençoadamediunidade de Chico Xavier,reitera que a colheita é obrigató-ria, uma vez semeado o chão dopróprio caminho.

Embasados nos ensinos doamorável amigo, revividos peloconhecimento espírita, envide-mos esforços para trilhar a rotado cumprimento do doce deverde amar-nos uns aos outros comoEle nos tem amado!

Os queridos amigos, enviadosde luz de Jesus, comunicando-seatravés de médiuns dedicados àtarefa do bem, afirmam-nos sem-pre que benditos são os peregri-nos das estradas da vida que ca-minham amparando seus irmãos!

Que Deus os abençoe!

Benditossão os

peregrinosdas estradasda vida quecaminhamamparandoseus irmãos!

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ser humano, indiscuti-velmente, anseia por en-contrar o prazer, ponto

original da ambicionada felici-dade, a qual merece destaque es-pecial no processo evolutivo doEspírito encarnado.

Ele, o prazer, não deixa de serum estímulo veemente para acriatura. Tanto isso se constituinuma realidade que, havendouma frustração diante da busca,costuma-se dizer: “sou um azara-do”, “não existe nenhum motivopara eu continuar vivendo”, “omelhor é desistir de tudo”...

Ignoram essas pessoas que afrustração não deixa de ser umitem precioso no processo da nos-sa evolução, pois que, com ela,aprendemos a suportar o insuces-so, passamos a perceber que nemtudo depende exclusivamente denossas atitudes e ambições. Algo,muito além das nossas percep-ções, dirige nossos dias, nossosmomentos...

De modo geral, estabeleceu-seque ser feliz é ter motivos para sor-rir, mostrar-se bem-disposto, ele-gantemente vestido, aparecendopublicamente dentro de um veí-

culo último tipo, preferencialmen-te estrangeiro, desfilando aprimo-rada sociabilidade, e por aí vai...

No entanto, atentemos para ofato de que tudo isso pode nãopassar de uma máscara afivelada àface dessas criaturas, escondendosofrimentos, inseguranças, incer-tezas sobre si mesmas diante dosque as cercam.

O prazer tem sido direciona-do para atendimentos imediatosonde os gozos mais fortes exis-tam, tais como aqueles diverti-mentos estimulados pelo álcool,sexo, tabagismo e, naturalmente,

as drogas aditivas e alucinógenas,perturbadoras.

Tal estado íntimo, alcançadopelo uso desses ingredientes, le-va, é verdade, a diversões variadas,fortes e desnorteadoras, mas nãoao real prazer, que pode ser vividonuma leitura saudável, na audiçãode uma boa música, em conversa-ções agradáveis, numa convivên-cia relaxante, em passeios e cami-nhadas pela praia ou pela mata...

O falso prazer, no final, exigeda pessoa um repouso prolonga-do para refazimento energético,afetivo. Ele na verdade se perdeu,

A busca do prazer,suas lutas e seus conflitos

OAD É S I O ALV E S MAC H A D O

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esvaziou-se de todas as caracterís-ticas de gozo real.

O prazer precisa espraiar-se pe-lo sistema emocional da criatura,ao final dos momentos vividos quelhe deram origem, deixando-lhesempre aquela sensação de bem--estar psicofísico, que podemoschamar de bem-estar espiritual.

Quantos esforços são despen-didos na busca de um prazer, oqual, tão logo seja logrado, estio-la-se, afrouxa toda a expectativado ser, seu ânimo é jogado porterra, instalando-se a insatisfação,a frustração, o desânimo...

Os ilegítimos prazeres multi-plicam-se até o grau de extrava-gâncias e aberrações, violências eagressividades, para substituíremum estado psicológico enfermiçode enfado que predomina em mui-tos seres, sempre surgindo nos ins-tantes finais de suas buscas, pelofato de não haverem preenchido,como era esperado, as reais neces-sidades de bem-estar que felicitamo Espírito empenhado na buscado verdadeiro prazer.

A história humana, de ontem ede hoje, notabilizou-se pela pro-cura de divertimentos que tives-sem continuidade, surgindo as lu-tas cruentas que terminavam emmortes nas arenas. Essas lutas per-

sistem, com suas variações, nelasincluindo-se as lutas de animaissob os gritos dos jogadores que in-vestem largos recursos para a vitó-ria de seus animais “guerreiros”.

Nessas horas de criação de di-vertimentos, com jogos e violên-cias, a imaginação do homemsempre se mostrou fértil e variávelem atrativos, e quanto mais exci-tantes melhor. Foi aí que as pes-soas começaram a perder o sensodo prazer, transferindo-se para odivertimento da crueldade, damaldade, da falta de sensibilidadeperante a dor do outro.

Hoje, passados séculos, a vio-lência ainda se espraia mostrandouma face enegrecida pela ignorân-cia no que diz respeito ao verdadei-ro prazer, aquele tão bem exempli-ficado pelo Cristo de Deus, Jesus,cuja atuação visava única e exclu-sivamente o bem-estar espiritual.

Os divertimentos atuais ganhamda mídia um excelente auxiliarporque está em jogo o lucro.

O aumento da variedade de di-vertimentos leva os seus pratican-tes incautos às fugas psicológicas,à indiferença quanto à dor alheia, àausência de solidariedade, porquenesses momentos a instalação doegoísmo é temporariamente in-vencível, deixando, após sua pas-

sagem, um rastro de insaciedade,onde não pode, de forma alguma,existir o prazer.

A ignorância com relação aoque o homem é, seu desconheci-mento de que a Deus não se enga-na, é o que leva a criatura desavi-sada a permanecer num estado deignorância que não tem limites.Somente a dor poderá fazer o queo amor não conseguiu. Infelizmen-te, esta é a grande e iniludível rea-lidade diante dessa busca desen-freada do prazer, do gozo.

Mais do que natural que sur-jam, agora ou depois, vários, mui-tos processos conflituados na cria-tura no íntimo de sua personali-dade e no âmago de sua indivi-dualidade. Somente através deuma terapia em que a razão e obom senso tenham fincado suasraízes profundas, podem ser ofer-tados àqueles que se encontramnessa faixa de buscar prazerese gozos fora do quadro real daespiritualização.

Muito esforço ainda será cobra-do aos enganados gozadores da vi-da, até que eles se encontrem, de-parem-se com o verdadeiro prazer– o espiritual –, e por uma razãomuito simples: ele é um Espírito,filho de Deus, criado para a per-feição, portanto, para ser feliz.

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CONSELHO DIRETORPresidente: Nestor João Masotti. Vice-presidentes: Altivo Ferreira, Cecília Rocha, Ilcio Bianchi e José Carlos da Silva Silveira.

DIRETORIA EXECUTIVADiretores: Affonso Borges Gallego Soares, Amaury Alves da Silva, Antonio Cesar Perri de Carvalho, Arthur do Nascimento, Edna MariaFabro, Geraldo Campetti Sobrinho, João Pinto Rabelo, José Salomão Mizrahy, José Valdo de Oliveira, Maria de Lourdes Pereira deOliveira, Marta Antunes de Oliveira Moura, Norberto Pásqua, Rute Vieira Ribeiro, Sady Guilherme Schmidt e Tânia de Souza Lopes.

CONSELHO FISCALEfetivos: César Augusto Lourenço Filho, Ennio de Oliveira Tavares e Sérgio Thiesen. Suplentes: Alamir Gomes de Abreu e Eliphas LeviGarcez Maia.

ASSESSORES DA PRESIDÊNCIAEvandro Noleto Bezerra e Jorge Godinho Barreto Nery.

REFORMADORDiretor: Nestor João Masotti. Editor: Altivo Ferreira. Redatores: Affonso Borges Gallego Soares, Antonio Cesar Perri de Carvalho,Evandro Noleto Bezerra e Lauro de Oliveira São Thiago. Secretário: Paulo de Tarso dos Reis Lyra. Gerência: Ilcio Bianchi.

CONSELHO SUPERIOREfetivos: Adésio Alves Machado, Allan Eurípedes Rezende Nápoli, Allan Kardec Rezende Nápoli, Alzira Matoso de Abreu, Christodolinoda Silva, Clara Lila Gonzalez de Araújo, Francisco Bispo dos Anjos, Ismael de Miranda e Silva, Jamile Mizrahy, João de JesusMoutinho, Jorge Godinho Barreto Nery, José Francisco dos Santos, Lauro de Oliveira São Thiago, Lucia Maria Alba da Silva, LuizAntonio de Moura, Lydia Alba da Silva, Márcia Regina Pini de Souza, Marco Aurélio Luzio de Assis, Maria da Conceição de Carvalho,Maria Euny Herrera Masotti, Maria Luísa Priolli dos Santos Fonseca, Nilton da Costa Pereira de São Thiago, Orlando Ayrton deToledo, Paulo Affonso de Farias, Raimunda Maria Prata, Regina Lúcia de Souza B. Rodrigues, Salim Tannus Feres Neto, Suely CaldasSchubert, Tossie Yamashita e Yola Carvalho Borges de Souza. Efetivos indicados pelo CFN: Ana Luiza Nazareno Ferreira, CésarSoares dos Reis, Darcy Neves Moreira, Divaldo Pereira Franco, Hélio Ribeiro Loureiro, José Raimundo de Lima, Lacordaire AbrahãoFaiad, Sandra Maria Borba Pereira, Sônia Maria Arruda Fonseca e Weimar Muniz de Oliveira. Ex-presidente: Juvanir Borges de Souza.Suplentes: Rubens André Gonçalves Dusi, Bittencourt Rezende de Nápoli, Lauro de Freitas Carvalho, Zaira Amarilis da Cruz Silveira,Marlene Silva Duarte, Roosevelt Pinto Sampaio, Aldenice Cousseiro de Carvalho Filha, Marley de Souza Lopes, Venita AbranchesSimões, Eliphas Levi Garcez Maia e Maria Alves da Silva. Suplentes indicados pelo CFN: Gerson Simões Monteiro, Pedro Valenteda Cunha, Miriam Lucia Herrera Masotti Dusi, Eloy Carvalho Villela e Israel Quirino do Nascimento.

CONSELHO FEDERATIVO NACIONALEntidades Federativas Estaduais: Acre – Federação Espírita do Estado do Acre; Alagoas – Federação Espírita do Estado de Alagoas;Amapá – Federação Espírita do Amapá; Amazonas – Federação Espírita Amazonense; Bahia – Federação Espírita do Estado da Bahia;Ceará – Federação Espírita do Estado do Ceará; Distrito Federal – Federação Espírita do Distrito Federal; Espírito Santo – FederaçãoEspírita do Estado do Espírito Santo; Goiás – Federação Espírita do Estado de Goiás; Maranhão – Federação Espírita do Maranhão;Mato Grosso – Federação Espírita do Estado de Mato Grosso; Mato Grosso do Sul – Federação Espírita de Mato Grosso do Sul;Minas Gerais – União Espírita Mineira; Pará – União Espírita Paraense; Paraíba – Federação Espírita Paraibana; Paraná – FederaçãoEspírita do Paraná; Pernambuco – Federação Espírita Pernambucana; Piauí – Federação Espírita Piauiense; Rio de Janeiro – ConselhoEspírita do Estado do Rio de Janeiro; Rio Grande do Norte – Federação Espírita do Rio Grande do Norte; Rio Grande do Sul –Federação Espírita do Rio Grande do Sul; Rondônia – Federação Espírita de Rondônia; Roraima – Federação Espírita Roraimense;Santa Catarina – Federação Espírita Catarinense; São Paulo – União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo; Sergipe –Federação Espírita do Estado de Sergipe; e Tocantins – Federação Espírita do Estado do Tocantins.

ENTIDADES ESPECIALIZADAS DE ÂMBITO NACIONAL Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo; Associação Brasileira dos Magistrados Espíritas; Associação Médico-Espírita doBrasil; Cruzada dos Militares Espíritas; e Instituto de Cultura Espírita do Brasil.

Federação Espírita BrasileiraCOMPOSIÇÃO DOS ÓRGÃOS DA FEB

APÓS A REUNIÃO DO CONSELHO SUPERIOR DE MARÇO DE 2009

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Seara Espírita

Mato Grosso do Sul: 30 anos da FederaçãoDe 6 de março a 5 de abril, foram comemorados os30 anos da Federação Espírita de Mato Grosso doSul. Como parte da programação, a FEMS lançou anova logomarca, o Selo Alusivo aos 30 anos, a ediçãoComemorativa de O Evangelho segundo o Espiritismoe, também, um vídeo que conta a história de 30 anosde existência. Ocorreram palestras em Campo Grande,Dourados, Corumbá e Ponta Porã, com a atuação deLacordaire Abrahão Faiad, Alberto Almeida, SuelyCaldas Schubert e Divaldo Pereira Franco. Informa-ções: <www.fems.org.br>.

AJE-SP: Encontro conjunto com a OABA Associação Jurídico-Espírita do Estado de São Pauloe a Seção Paulista da Ordem dos Advogados do Brasilrealizaram, no dia 16 de abril, no auditório da OAB(Praça da Sé, no 385, centro da capital paulista), oI Encontro OAB/SP–AJE/SP. Os advogados espíritasMaria Odete Duque Bertasi, Francisco Aranda Gabiláne Genildo Lacerda Cavalcante expuseram ao pú-blico o tema “O advogado e sua responsabilidadeético-moral”, numa abordagem espírita do exercí-cio profissional da advocacia. Informações: <[email protected]>; <www.ajesaopaulo.com.br>.

Goiás: Encontros ZonaisNo dia 22 de março, aconteceu a 8a Zonal Comcentro,na região de Aparecida de Goiânia, promovida pelaFederação Espírita do Estado de Goiás (FEEGO).Foram convidados a participar das atividades traba-lhadores dos centros espíritas que integram a região.O objetivo desses encontros é principalmente a trocade experiências e confraternização. Os problemas vi-venciados pelos centros espíritas são discutidos, pro-curando-se soluções. Informações: (62) 3281-0200.

Paraná: Jesus, modelo e guia naComunicação Social

Sob a coordenação da vice-presidente da FederaçãoEspírita do Paraná, Maria Helena Marcon, o Centro

Espírita Caminho do Evangelho, localizado em SãoJosé dos Pinhais, sediou, no dia 4 de abril, o seminá-rio “Jesus, modelo e guia na Comunicação Social”.Foram abordados aspectos como Jesus e os fatos mo-mentosos; os nichos e segmentos – a criança, o jo-vem, o homem, a massa popular. Informações: (41)3376-4990 / 9677-8310.

Araçatuba (SP): Foco no Centro EspíritaFoi realizado no dia 15 de março, nas dependênciasda Aliança Espírita “Varas da Videira”, em Araça-tuba (SP), o seminário “Centro Espírita – Fina-lidades e Atividades”, desenvolvido pelo diretorda FEB Antonio Cesar Perri de Carvalho e CéliaMaria Rey de Carvalho. Estiveram presentes diri-gentes de várias casas espíritas de Araçatuba eregião. Este seminário integra o Projeto Interio-rização do Movimento Espírita, coordenado pe-la Secretaria-Geral do CFN da FEB. Ao final foiapresentado o planejamento do “Projeto Cente-nário de Chico Xavier”, que está sendo prepara-do pela FEB para o ano de 2010. Informações:<[email protected]>.

Santa Catarina: Encontro Macro Regionalde Mediunidade

No dia 23 de março foi desenvolvido o EncontroMacro Regional de Mediunidade, em Curitibanos,com o tema central “Estudando O Livro dos Mé-diuns”, contando com a atuação de Sandra DellaPola. De acordo com os organizadores, uma oportu-nidade para aprender e rever pontos e partes de O Li-vro dos Médiuns, que não chamaram a atenção quan-do estudadas. Informações: <www.fec.org.br>.

Bolívia: Encontro EspíritaA Federação Espírita Boliviana (FEBOL) promoveu,no período de 10 a 12 de abril, em Cochabamba, o6o Encontro Espírita Boliviano, com o tema “Jesuse a Família”. O evento teve o apoio de todos os cen-tros espíritas da Bolívia.

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