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Direção Regional de Estatística da Madeira "Uma porta aberta para um universo de informação estatística" 1 9 de julho de 2018 CONTA SATÉLITE DO TURISMO DA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA 2015 1. Introdução A Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM) apresenta neste “Em Foco” a análise referente à Conta Satélite do Turismo para a RAM (CST-M), elaborada para o ano de 2015, e que sucede à edição anterior que tinha como referência o ano de 2001. A CST é um instrumento que consiste num sistema de informação integrada, que tem como objetivos: - analisar em detalhe todos os aspetos da procura de bens e serviços associados à atividade dos visitantes; - observar a relação dessa procura com a oferta desses mesmos bens e serviços na economia; - descrever como esta oferta, por sua vez, interage com outras atividades económicas. Permite portanto a perceção da dimensão económica deste sector, bem como medir a sua importância em termos de Emprego, possibilitando ainda uma comparação com outros sectores económicos na Região, no país e em termos internacionais. A construção da CST é um processo complexo, que envolve a compilação de um conjunto muito variado de informação, proveniente de diversas fontes, identificadas na secção final deste “Em Foco”. A elaboração desta Conta tem como principais documentos metodológicos de referência o manual European Implementation on Tourism Satellite Accountsdo Eurostat e o documento Tourism Satellite Account: Recommended Methodological Framework 2008das Nações Unidas, OCDE, Eurostat e World Tourism Organization (WTO).

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    9 de julho de 2018

    CONTA SATÉLITE DO TURISMO DA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA

    2015

    1. Introdução

    A Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM) apresenta neste “Em Foco” a análise referente à Conta

    Satélite do Turismo para a RAM (CST-M), elaborada para o ano de 2015, e que sucede à edição anterior que tinha

    como referência o ano de 2001.

    A CST é um instrumento que consiste num sistema de informação integrada, que tem como objetivos:

    - analisar em detalhe todos os aspetos da procura de bens e serviços associados à atividade dos visitantes;

    - observar a relação dessa procura com a oferta desses mesmos bens e serviços na economia;

    - descrever como esta oferta, por sua vez, interage com outras atividades económicas.

    Permite portanto a perceção da dimensão económica deste sector, bem como medir a sua importância em termos

    de Emprego, possibilitando ainda uma comparação com outros sectores económicos na Região, no país e em

    termos internacionais.

    A construção da CST é um processo complexo, que envolve a compilação de um conjunto muito variado de

    informação, proveniente de diversas fontes, identificadas na secção final deste “Em Foco”.

    A elaboração desta Conta tem como principais documentos metodológicos de referência o manual “European

    Implementation on Tourism Satellite Accounts” do Eurostat e o documento “Tourism Satellite Account:

    Recommended Methodological Framework 2008” das Nações Unidas, OCDE, Eurostat e World Tourism

    Organization (WTO).

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    2. Principais resultados

    Segundo a CST-M, o Valor Acrescentado Bruto gerado pelo Turismo (VABGT) atingiu, em 2015, 15,9% do VAB da

    economia regional, ascendendo a um total de 591,3 milhões de euros. Embora, em rigor, este resultado não seja

    comparável com a informação apurada para 2001 (pois as bases das Contas em que assentam são distintas, com

    a CST-M de 2015 a estar ancorada na base 2011 e a CST-M de 2001 na base 2000), o mesmo parece traduzir um

    aumento da importância da atividade turística na RAM, pois o peso do VABGT no VAB total em 2001 era de

    apenas 10,5%.

    O Consumo do Turismo no Território Económico (CTTE), que resume a procura turística, rondou os 1 128,5

    milhões de euros, representando 26,6% do Produto Interno Bruto (PIB) da Região. Na CST-2001 este rácio não

    ultrapassava os 21,3%. Daquele montante, 90,6% dizia respeito ao turismo recetor (efetuado por não residentes

    na RAM), representando o turismo interno e as outras componentes 9,4% do CTTE.

    Estes dois rácios – o peso do VABGT no VAB e o CTTE no PIB - são os resultados mais importantes da CST-M.

    Refira-se que em rigor, o peso do turismo na economia deverá ser aferido pelo rácio do VABGT pelo VAB.

    Por sua vez, o emprego nas atividades características do turismo, avaliado em número de postos de trabalho

    representou 16,7% do emprego total regional. Em 2001 este peso foi de 14,3%.

    Importa referir que o aumento da importância do turismo, particularmente do seu peso no VAB, deriva não só do

    crescimento observado na atividade turística, mas também da alteração profunda dos valores do VAB da Região,

    associados à implementação da base 2011. Conforme consta no “Em Foco” das Contas Regionais publicado a 18

    de dezembro de 20141 o VAB da RAM de 2011 foi revisto em baixa em cerca de 635,2 milhões de euros, face ao

    montante estimado para a mesma variável na base anterior, a base 2006. Esta revisão está principalmente

    relacionada com o tratamento das atividades do Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM).

    1 https://estatistica.madeira.gov.pt/download-now-3/economic/contaseconomicas-gb/contaseconomicas-cr-gb/contaseconomicas-cr-emfoco-gb/finish/301-contas-regionais-em-foco/2848-em-foco-contas-regionais-base-2011-2000-2013pe.html

    https://estatistica.madeira.gov.pt/download-now-3/economic/contaseconomicas-gb/contaseconomicas-cr-gb/contaseconomicas-cr-emfoco-gb/finish/301-contas-regionais-em-foco/2848-em-foco-contas-regionais-base-2011-2000-2013pe.htmlhttps://estatistica.madeira.gov.pt/download-now-3/economic/contaseconomicas-gb/contaseconomicas-cr-gb/contaseconomicas-cr-emfoco-gb/finish/301-contas-regionais-em-foco/2848-em-foco-contas-regionais-base-2011-2000-2013pe.html

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    Quadro 1 – Principais resultados da Conta Satélite do Turismo da RAM

    (2015)

    3. Consumo do Turismo no Território Económico (CTEE)

    Em 2015, a despesa do turismo recetor – a despesa realizada pelos visitantes não residentes no âmbito de uma

    deslocação a um país ou Região – revelou-se como a componente mais importante da procura turística (90,6%).

    A despesa do turismo interno – despesa realizada pelos residentes no âmbito de uma deslocação no país ou

    região de referência, desde que fora do seu ambiente habitual – contribuiu com 6,9%, enquanto as outras

    componentes (valorização de componentes “não monetárias”2) foram responsáveis por 2,6%.

    Gráf.1 – Peso (%) das componentes do consumo no território económico

    2 Consultar notas metodológicas, para informação mais detalhada

    Turismo recetor 90,6%

    Turismo interno 6,9%

    Outras componentes

    2,6%

    2015

    Consumo do Turismo no Território Económico (CTTE)

    Valor (milhões de euros) 1 128,5

    Peso do Consumo do Turismo no Território Económico no PIB (%) 26,6

    Despesa do Turismo Recetor

    Valor (milhões de euros) 1 021,9

    Despesa do Turismo Interno + Outras componentes

    Valor (milhões de euros) 106,6

    VAB Gerado pelo Turismo (VABGT)

    Valor (milhões de euros) 591,3

    Contribuição do VABGT para o VAB da Economia Regional (%) 15,9

    Emprego das Atividades Características do Turismo

    Valor (postos de trabalho) 19 981

    Peso do Emprego nas Atividades características do Turismo no Total do Emprego Regional (%) 16,7

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    Analisando a distribuição do CTTE por componente e produto, destaca-se o seguinte:

    A despesa do turismo recetor é dominante em todos os produtos, com destaque para o aluguer de

    equipamento de transporte (100,0%), para os produtos não característicos (95,1%) e para o alojamento

    (94,9%);

    A despesa de turismo interno assume maior expressão nas agências de viagens (34,1%) e no transporte

    de passageiros (31,9%);

    As outras componentes apenas têm pesos de algum significado no alojamento – em resultado da inclusão

    das residências secundárias por conta própria ou gratuitas – cujo valor em 2015 ascendeu aos 20,6

    milhões de euros, representando 3,8% da despesa em alojamento, e nos serviços culturais, recreação e

    lazer e outros serviços do turismo (18,7%).

    Gráf.2 – Distribuição (%) do consumo do turismo no território económico por componente e produto

    4. Despesa do Turismo Recetor

    Como já foi anteriormente referido, a despesa do turismo recetor representou 90,6% do total do CTTE em 2015.

    96,7% da despesa do turismo recetor foi efetuada por turistas, enquanto os excursionistas foram responsáveis por

    apenas 3,3% do montante global. Sublinhe-se que no caso da RAM, os excursionistas ligados ao turismo recetor

    correspondem a passageiros em trânsito em navios de cruzeiro que vêm a terra e a não residentes

    (particularmente os residentes no território continental) que se deslocam à RAM e regressam no mesmo dia.

    Naturalmente, a estrutura de despesa das duas categorias de visitantes apresentam diferenças significativas:

    A despesa dos turistas incidiu maioritariamente sobre o alojamento (51,7%), a restauração e bebidas

    (26,8%), destacando-se ainda os produtos não característicos (11,6%) e os transportes (6,4%).

    94,9

    90,8

    68,1

    94,0

    100,0

    65,9

    53,5

    95,1

    1,3

    9,2

    31,9

    6,0

    34,1

    27,8

    4,4

    3,8

    18,7

    0,5

    0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0

    Alojamento

    Restauração e bebidas

    Transporte de passageiros

    Serviços auxiliares aos transportes

    Aluguer de equip. transporte

    Agências de viagens, operadores…

    Serv. culturais, recreação e lazer e out. serv.

    Produtos não característicos

    Turismo recetor Turismo interno Outras componentes

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    44,9% da despesa dos excursionistas não residentes destinou-se a produtos não característicos,

    enquanto 26,7% foi direcionada para a restauração e bebidas e 19,9% para transportes.

    Gráf.3 – Consumo (%) do turismo no território económico por tipo de produto e visitante

    5. Despesa do Turismo Interno

    Em 2015, a despesa do turismo interno representou 6,9% do CTTE e concentrou-se essencialmente na

    restauração e bebidas (35,8%) e nos transportes (22,2%).

    Gráf.4 – Despesa do turismo interno por tipo de visitante

    Restaura-ção

    26,7%

    Transpor-tes

    19,9%

    Agências de viagem

    5,0%

    Serv. Culturais,

    Rec. e Lazer e Outros 3,5%

    Bens e Serviços

    n.c. 44,9%

    Excursionistas

    Alojamento 8,9%

    Restauração 35,8%

    Transportes 22,2%

    Agências de Viagem 10,2%

    Serv. Culturais,

    Recreação e Lazer e

    Outros 15,2%

    Bens e Serviços n.c. 7,7%

    Alojamento 51,7%

    Restaura-ção

    26,8%

    Transportes 6,4%

    Agências de viagem

    1,4%

    Serv. Culturais,

    Rec. e Lazer e Outros 2,2%

    Bens e Serviços

    n.c. 11,6%

    Turistas

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    6. Produção e VAB gerado pelo Turismo

    A produção interna turística representou 16,2% do total da produção interna em 2015.

    Estabelecendo uma comparação da produção interna turística, por produto, com a produção da RAM, observa-se

    que o alojamento (onde se incluem os hotéis e estabelecimentos similares e as residências secundárias por conta

    própria ou gratuita) e os transportes de passageiros por água e aéreos apresentam coeficientes de 100%. A

    percentagem também se situa acima dos 75% para o aluguer de equipamento de transporte e para as agências

    de viagens, operadores turísticos e guias turísticos.

    Acima dos 50% está a restauração e bebidas com 69,9%.

    Gráf.5 – Peso (%) da produção interna turística na produção interna total, por produto

    Por sua vez, o VABGT representou 15,9% do VAB da economia regional.

    As atividades que mais contribuíram para o VABGT em 2015 foram os hotéis e estabelecimentos similares

    (69,3%), seguido dos restaurantes e similares (10,8%) e das atividades não características (5,5%).

    100,0%

    100,0%

    100,0%

    100,0%

    92,0%

    76,1%

    69,9%

    48,4%

    9,7%

    2,4%

    1,3%

    Hotéis e estabelecimentossimilares

    Residências secundárias por…

    Transporte por água

    Transporte aéreo

    Aluguer de equipamento detransporte

    Agências de viagens,operadores turísticos e guias…

    Restauração e bebidas

    Transporte rodoviáriointerurbano

    Serviços culturais, recreação elazer e outros serviços de…

    Serviços auxiliares aostransportes e serviços de…

    Produtos não característicos

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    Gráf.6 – Distribuição (%) do VAB gerado pelo turismo, por atividade

    7. Emprego e remunerações

    Em 2015, o emprego nas atividades características do turismo representou 16,7% do total do emprego regional,

    fixando-se em 19 981 postos.

    Considerando exclusivamente a componente turística das atividades características do turismo, esta

    corresponderia a cerca de 11,0% dos postos de trabalho totais.

    Em 2015, 37,0% dos postos de trabalho das atividades características do turismo estavam concentrados nos

    hotéis e similares, 30,6% nos restaurantes e similares e 10,3% no transporte de passageiros.

    Hotéis e estabelecimentos similares 69,3%

    Residências secundárias por

    conta própria 3,4%

    Restauração e bebidas 10,8%

    Transporte de passageiros 4,4%

    Serviços auxiliares

    aos transportes

    0,2%

    Aluguer equip. transp. 2,4%

    Agências de viagens, 2,5%

    Serv. cult., desporto,

    recreação e lazer 1,5%

    Atividades não características

    5,5%

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    Gráf.7 – Distribuição (%) do emprego nas atividades características do turismo

    Não obstante o peso do emprego não remunerado3 nos serviços culturais, desporto, recreação e lazer (31,4%), a

    importância relativa do emprego não remunerado nas atividades características do turismo é inferior (12,0%) à do

    total da economia (20,7%), contrariamente ao que acontece a nível do país.

    3 O emprego não remunerado corresponde, nos termos do SEC 2010, aos trabalhadores por conta própria, definidos enquanto “os únicos

    proprietários, ou proprietários conjuntos, das empresas não constituídas em sociedade em que trabalham, com exceção das empresas não constituídas em sociedade que são classificadas como quase sociedades. As pessoas que simultaneamente trabalham por conta de outrem e por conta própria são classificadas como trabalhadores por conta própria se o emprego por conta própria constituir a sua principal atividade em termos de rendimento”. Ou seja, os trabalhadores não remunerados são indivíduos que exercem uma atividade na empresa/instituição e que, por não estarem vinculados por um contrato de trabalho, sujeito ou não a forma escrita, não recebem uma remuneração regular, em dinheiro e/ou géneros pelo tempo trabalhado ou trabalho fornecido.

    Hotéis e estabelecimen-

    tos similares 37,0%

    Restauração e bebidas 30,6%

    Transporte de passageiros

    10,3%

    Serv. auxiliares transportes

    6,7%

    Aluguer equip. transp. 2,0%

    Agências de viagens, 3,7%

    Serv. cult., desporto,

    recreação e lazer 9,7%

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    Gráf.8 – Relação (%) entre emprego remunerado e não remunerado nas atividades características do

    turismo e na economia regional

    Em 2015, as remunerações nas atividades características do turismo representavam 18,0% do total das

    remunerações da economia regional, sendo que considerando apenas a componente turística das atividades

    características do turismo, o peso das remunerações foi de 11,4%.

    Na distribuição das remunerações das atividades características do turismo, os hotéis e similares constituíram a

    atividade mais relevante, concentrando 38,9% do montante global, seguido dos restaurantes e similares (23,5%).

    Com menor expressão, mas ainda com significado surgem os serviços auxiliares aos transportes (14,4%) e o

    transporte de passageiros (10,0%).

    92,8 87,4 84,8 98,7 97,3

    81,8 68,5

    88,0 79,3

    7,2 12,6 15,2

    1,3 2,7

    18,2 31,5

    12,0 20,7

    0,0

    10,0

    20,0

    30,0

    40,0

    50,0

    60,0

    70,0

    80,0

    90,0

    100,0

    %

    Remunerados Não Remunerados

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    Gráf.9 – Distribuição (%) das remunerações das atividades características do turismo

    De forma agregada, as atividades características do turismo apresentaram em 2015, um índice de remuneração

    por trabalhador inferior em 3,3% à média da economia regional. As duas atividades com maior peso na estrutura

    do emprego, restaurantes (e similares) e hotéis (e similares), apresentavam um índice de 74,7% e 96,5% face à

    média regional.

    As agências de viagens, operadores turísticos e guias turísticos (113,0) e os serviços auxiliares aos transportes

    (184,9) eram as atividades com a remuneração média mais elevada face à remuneração média na economia

    regional.

    Hotéis e similares 38,9%

    Restaurantes e similares 23,5%

    Transportes de

    passageiros 10,0%

    Serviços auxiliares aos transportes

    14,4%

    Aluguer de equipamento de transporte 1,9%

    Agências de viagens,

    operadores turísticos e guias turísticos 4,0%

    Serviços Culturais e Desporto, Recreação e Lazer 7,3%

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    Gráf.10 – Índice de remuneração média nas atividades características do turismo

    8. Comparações nacionais e internacionais

    A produção da CST regional foi antecipada pela publicação da CST do país, divulgada pelo INE4 no passado dia 7

    de dezembro de 2017.

    No quadro 2, apresenta-se uma comparação dos principais resultados da CST-M e da CST nacional, sendo

    evidente a especialização da economia regional no sector do Turismo.

    Com efeito, no que respeita ao peso do consumo do turismo no território económico no PIB, a RAM apresenta

    uma percentagem de 26,6%, bastante superior à nacional que não ultrapassa os 12,2%.

    Também no VAB gerado pelo Turismo em relação ao VAB total, a percentagem regional é superior à nacional

    (15,9% contra 6,7%).

    Por sua vez, no Emprego, o peso das atividades características do Turismo no total é igualmente mais elevada na

    RAM (16,7%) do que no país (8,9%).

    4https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=307869082&DESTAQUEStem

    a=55581&DESTAQUESmodo=2

    100,0

    96,7

    96,5

    74,7

    97,7

    184,9

    81,1

    113,0

    94,3

    0,0 50,0 100,0 150,0 200,0

    Total da economia

    Total das atividades características

    Hotéis e estabelec. similares

    Restauração e bebidas

    Transporte de passageiros

    Serv. auxiliares transportes

    Aluguer equip. transp.

    Agências de viagens,

    Serv. cult., desporto, rec. e lazer

    %

    https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=307869082&DESTAQUEStema=55581&DESTAQUESmodo=2https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=307869082&DESTAQUEStema=55581&DESTAQUESmodo=2

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    Quadro 2 – Principais agregados da Conta Satélite do Turismo regional e nacional

    (2015)

    Interessa também contextualizar a situação da RAM face a outros países e regiões que produziram uma Conta

    Satélite do Turismo em anos mais recentes, sendo que os gráficos 11 e 12, mostram de forma evidente a

    dependência que a economia regional tem da atividade turística, por comparação com outros países/regiões.

    Gráf.11 – Peso (%) do consumo do turismo no território económico no PIB em países/regiões da Europa

    26,6 17,4

    12,7 12,2

    11,1 11,0

    10,3 9,5 9,4 9,4

    9,0 7,8

    7,4 7,2 6,9

    5,8 5,5 5,3 5,3

    4,9 4,8 4,7

    4,2 3,4

    0 5 10 15 20 25 30

    RA Madeira

    Malta

    Andaluzia

    Portugal

    Espanha

    Áustria

    Holanda

    Eslovénia

    Estónia

    Bulgária

    Itália

    Suiça

    França

    Finlândia

    Suécia

    Eslováquia

    Rep. Checa

    Lituânia

    Letónia

    Hungria

    Dinamarca

    Noruega

    Roménia

    Polónia

    RAM Portugal

    Valor (10 3 €) 1.128.535 21.902.120

    Peso (%) no PIB 26,6 12,2

    Valor (10 3 €) 591.344 10.457.651

    Peso (%) no VAB 15,9 6,7

    Postos (N.º) 19.981 455.940

    Peso (%) no Emprego 16,7 8,9

    VAB gerado pelo Turismo

    Emprego nas Atividades

    Características do Turismo

    Grandes agregados da CST

    Consumo do Turismo no Território

    Económico

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    Gráf.12 – Peso (%) do VAB gerado pelo turismo no VAB da economia em países/regiões da Europa

    15,9

    7,0

    6,7

    6,3

    6,3

    6,0

    5,8

    5,7

    4,2

    3,9

    3,7

    3,6

    3,5

    3,4

    2,8

    2,7

    2,6

    2,6

    2,5

    2,1

    2,0

    1,5

    0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

    RA Madeira

    Espanha

    Portugal

    Andaluzia

    Áustria

    Itália

    Hungria

    Malta

    Letónia

    Estónia

    Noruega

    Eslovénia

    Reino Unido

    Holanda

    Suiça

    Lituânia

    República Checa

    Eslováquia

    Finlândia

    Roménia

    Polónia

    Dinamarca

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    NOTAS METODOLÓGICAS

    Referências metodológicas

    A Conta Satélite do Turismo da Região Autónoma da Madeira (CST-M) tem como principais documentos

    metodológicos de referência o manual European Implementation on Tourism Satellite Accounts do Eurostat e o

    documento Tourism Satellite Account: Recommended Methodological Framework 2008 das Nações Unidas,

    OCDE, Eurostat e World Tourism Organization (WTO).

    Nomenclatura de atividades e de produtos do Turismo

    No caso da CST-M os produtos e atividades na CST distinguem-se entre “Característicos(as)” e “Não

    Característicos(as)” do Turismo. Os Produtos Característicos são produtos típicos do turismo e constituem o

    foco da atividade turística. Nos produtos característicos incluem-se o Alojamento, a Restauração e Bebidas; o

    Transporte de Passageiros; as Agências de viagens, operadores turísticos e guias turísticos; os Serviços

    Culturais, a Recreação e Lazer e os Outros Serviços de Turismo. Os Produtos Não Característicos

    correspondem a todos os outros produtos e serviços produzidos na economia e que não estão diretamente

    relacionados com o turismo, podendo ser alvo de consumo por parte dos visitantes. Neste grupo estão também

    incluídos os Produtos conexos que são produtos que, apesar de não serem típicos do turismo num contexto

    internacional, podem sê-lo num âmbito mais restrito.

    No caso das atividades, as Atividades Características são atividades produtivas cuja produção principal foi

    identificada como sendo característica do turismo e que servem os visitantes, admitindo-se uma relação direta do

    fornecedor com o consumidor. Incluem-se, neste grupo, as atividades: Alojamento (hotéis e similares, residências

    secundárias utilizadas para fins turísticos por conta própria ou gratuitas), Restauração, Transportes de

    passageiros, Serviços auxiliares aos transportes de passageiros, Aluguer de equipamento de transporte de

    passageiros, Agências de viagens, operadores turísticos e guias turísticos, Serviços culturais e Recreação e lazer.

    Componentes de Consumo do Turismo no Território Económico e o VAB gerado pelo turismo

    O Consumo Turístico no Território Económico engloba:

    - O consumo do turismo recetor, que corresponde ao consumo efetuado por visitantes não residentes na RAM;

    - O consumo do turismo interno, que corresponde ao consumo dos visitantes residentes que viajam no interior da

    RAM, em lugares distintos do seu ambiente habitual, assim como à componente de consumo interno efetuada

    pelos visitantes residentes noa RAM aquando de uma viagem turística no exterior da RAM;

    - As outras componentes do consumo turístico, que compreendem os serviços de habitação das habitações

    secundárias por conta própria, os serviços de intermediação financeira imputados e as componentes do consumo

    turístico que não são passíveis de desagregação por tipo de turismo e de visitante. Nas outras componentes

    incluem-se ainda os produtos cuja despesa é das administrações públicas mas cujo consumo é de natureza

    individual.

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    O Valor Acrescentado Bruto Gerado pelo turismo (VABGT) corresponde à parcela do VAB que é gerada na

    prestação de serviços aos visitantes na RAM, sejam residentes no país ou não. Este valor pode ser considerado

    como a contribuição da atividade turística para o VAB da economia.

    Fontes de informação

    As principais fontes de informação em que se baseou a estimativa das variáveis monetárias e não monetárias da

    CST foram as seguintes:

    -INE/DREM

    Conta Satélite do Turismo portuguesa (2015)

    Contas Regionais (Base 2011);

    Estatísticas do Turismo (2015);

    Estatísticas dos Transportes (2015);

    Ficheiro Geral de Unidades Estatísticas (FGUE);

    Inquérito à Deslocação dos Residentes (2015);

    Inquérito ao Turismo Internacional (2015/2016).

    - Outras fontes:

    Informação Empresarial Simplificada (IES)

    Registo Nacional de Turismo;

    Páginas eletrónicas das unidades de atividade económica

    Informação específica recolhida junto de entidades com atividades características do turismo