Relacionamentos cármicos

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Relacionamentos cármicos – Espiritismo 14 de junho de 2015 Perguntas dos leitores 1 Comentário O carma e os relacionamentos A leitora Paloma fez uma pergunta recorrente em relação à Lei de ação e reação, dentro do que vulgarmente chamamos de “relacionamentos cármicos”. Olá.Tenho uma dúvida sobre espiritismo. Muito se fala sobre ação e reação. Ok, mas penso que se sempre for assim, será uma cadeia sem fim. Quando será estancada a cadeia de ação e reação? Outra coisa: haveria realmente necessidade de colocar o algoz na situação que ele gerou em outra vida? não caberia um perdão sincero da vítima? Tenho dificuldade em entender isto, pois geraria uma cadeia sem fim… tenho dúvida se a prova não é justamente reagir e se afastar de quem nos faz o mal… ao contrário do que já ouvi que, se for uma prova, pedimos por ela e devemos suportar… Obrigada. Agradeço, se puder esclarecer. - Paloma, a Lei de ação e reação não é invenção do Espiritismo, é um princípio conhecido em todas as grandes religiões, principalmente no Oriente. A palavra carma, às vezes usada com um sentido negativo, vem do sânscrito e quer dizer ação. Toda ação gera uma reação. Com o Espiritismo esta Lei ficou mais conhecida porque o Espiritismo trata da reencarnação, o que torna mais visível e compreensível o conceito de semeadura e colheita. Ação e reação é uma lei universal, demonstrada pela física. Imagine que você tem uma bola de borracha que caiba na sua mão. Se você atirá-la contra o chão, ela irá subir e descer algumas vezes, não vai? Mas a sua subida vai ser cada vez menor. Pelo princípio da inércia ou 1º lei de Newton, desde o momento em que

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Relacionamentos crmicos Espiritismo

14 de junho de 2015 Perguntas dos leitores 1 Comentrio

O carma e os relacionamentosA leitora Paloma fez uma pergunta recorrente em relao Lei de ao e reao, dentro do que vulgarmente chamamos de relacionamentos crmicos.

Ol.Tenho umadvida sobre espiritismo. Muito se fala sobre ao ereao. Ok, mas penso que se sempre for assim, ser umacadeia sem fim. Quando ser estancada a cadeia de ao ereao? Outra coisa: haveria realmente necessidade decolocar o algoz na situao que ele gerou em outra vida?no caberia um perdo sincero da vtima? Tenhodificuldade em entender isto, pois geraria uma cadeia semfim tenho dvida se a prova no justamente reagir ese afastar de quem nos faz o mal ao contrrio do que jouvi que, se for uma prova, pedimos por ela e devemossuportar Obrigada. Agradeo, se puderesclarecer.

- Paloma, aLei de ao e reao no inveno do Espiritismo, um princpio conhecido em todas as grandes religies,principalmente no Oriente. A palavra carma, s vezes usada com um sentido negativo, vem do snscrito e quer dizer ao. Toda ao gera uma reao. Com o Espiritismo esta Lei ficou mais conhecida porque o Espiritismo trata da reencarnao, o que tornamais visvel e compreensvel o conceito de semeadura e colheita. Ao ereao uma lei universal, demonstrada pela fsica.

Imagine que voc tem uma bola de borracha que caiba na suamo. Se voc atir-la contra o cho, ela ir subir edescer algumas vezes, no vai? Mas a sua subida vai sercada vez menor. Pelo princpio da inrcia ou 1 lei deNewton, desde o momento em que voc deu movimento bola,ela permaneceria permanentemente em movimento. A bola svai diminuindo a sua velocidade por causa do atrito e da fora contrria. Ela sofre a ao de uma fora contrria ao encostar no cho e entra em atrito com o ar ao subir e descer. A aoe reao Lei, e como tal, funciona sempre.

Voc falaem cadeia sem fim. O movimento da bola entraria numa cadeiasem fim, se no fosse a fora contrria exercida pelo cho e o atrito com o ar, quefaz com que o impulso diminua. Do mesmo modo, acadeia de ao e reao entre espritos perde impulsograas s foras contrrias e aos atritos. atravs das contrariedades e dos atritos que nospolimos. Somos como diamantes que precisam ser burilados epolidos em contato uns com os outros, atravs de longosmilnios, at que a nossa natureza divina, que temos emnosso interior, venha tona.

Percebaque, ao longo da Histria, as relaes entre as pessoasvm melhorando, e muito. Como voc fez o seu comentrio num artigo sobre traio, vou utilizar-me deste assunto como exemplo. Hoje falamos sobre traio.Algumas dcadas atrs ainda era normal que o homemfrequentasse bordeis, muitas vezes com o conhecimento e mesmo o consentimento daesposa, pois eram coisas de homens. Hoje isso j no admissvel. O homem podia matar a mulher que o trassee ser inocentado, pois teria matado em legtima defesada honra.

A cada reencarnao vamos nos aperfeioandoum pouco, at que j no haja nada a ser reparado. Acadeia de ao e reao estanca quando houver acompreenso, o perdo, o amor. Amor harmonia.

- Haveriarealmente necessidade de colocar o algoz na situao queele gerou em outra vida? no caberia um perdo sincero davtima?

Quem voc acha que coloca o algoz nasituao que ele gerou? Deus? As Leis de Deus estogravadas em nossa conscincia. Neste sentido, podemos dizerque Deus que faz isso. Mas deve ficar claro que aprpria conscincia culpada que se autocondiciona aexperimentar o mal que causou. O mal gerado fica impresso naconscincia culpada. A experimentao na prpria pele domal causado a outrem a exteriorizao natural daimpresso do mal que ele praticou.

Entenda que o mal quens praticamos um veneno que ns mesmos ingerimos.Assim como o corpo fsico se protege de um veneno ingeridoprovocando vmito ou diarreia, para expelir, para exteriorizar oveneno, assim tambm o esprito exterioriza o mal queest nele a fim de purificar-se. Um religioso tradicional, ao observar o sofrimento de uma pessoa nessas condies, se desconfiar que h uma causa para que este sofrimento exista, vai concluir que se trata de castigo de Deus. O prprio Livro dos Espritos se utiliza da expresso castigo de Deus, retratando os conceitos vigentes na poca em foi escrito. Mas se analisarmos a origem da palavra castigo, fica mais fcil de compreender como age a Lei. Castigo vem do latim castus, que quer dizer puro. Castigar, do latim castificare, purificar, tornar puro. Castigar, ento, purificar.

Deus age atravs das Suas Leis, perfeitas e imutveis. As Leis de Deus esto gravadas em nossa conscincia. Tudo o que sentimos, pensamos, falamos e fazemos fica gravado em nosso subconsciente. Como disse Jesus, at os fios de cabelo de vossa cabea esto contados (Mateus 10:30). Podemos nos esconder da lei, da justia, dos homens, mas nopodemos nos esconder da nossa prpria conscincia. As Leis de Deus, que esto gravadas em nossa conscincia, nos conduzem,mais cedo ou mais tarde, reparao do mal que causamos. A vida nos oferece a oportunidade de reparao dos nossos erros atravs da reencarnao ao nos proporcionar o convvio com as nossas vtimas do passado. Vivendo em si mesmo aexperincia do mal que praticou no passado, ao mesmo tempoem que purga o mal que est dentro de si, o espritoencontra condies de consolidar o aprendizado relacionadocom este mal, podendo transformar o que era mal num bem.

- Nocaberia um perdo sincero da vtima?

Isso outra questo. Vtima e algoz so seres independentes,cada um tem a sua prpria experincia. A vtima deveperdoar, sem dvida alguma. Mas o seu perdo no apaga omal que foi praticado. S o que apaga o mal a suareparao. Se a vtima for um esprito mais esclarecido,aceitar de boa vontade a sua prova, que lhe proporcionarboas condies de progresso e aprendizado. Se a vtimano for muito esclarecida espiritualmente, o que o maiscomum, aproveitar essa prova para burilar-se a si mesma aomesmo tempo em que tem a chance de fazer o bem ao seu antigoalgoz, acabando, assim, com o que voc chamou de cadeia deao e reao.

- Tenhodvidas se a prova no justamente reagir e se afastarde quem nos faz o mal ao contrrio do que j ouvi quese for uma prova, pedimos por ela e devemossuportar

No podemos afirmar que escolhemosnossas provas. Pelo menos no conscientemente. No temoscondies para isso. S espritos mais adiantados, maisconscientizados, tm condies de escolher suas provas. Ns,no mximo, passamos por um planejamento elaborado porespritos superiores a ns. verdade que escolhemosnossas provas se considerarmos que fazemos essa escolhatodos os dias atravs das nossas atitudes. Todos os diasestamos plantando o nosso futuro, desta e de outrasreencarnaes.

possvel, sim, afastarmo-nos de quemnos fez mal. Mas isso depende de nossas ligaespsquicas, que em muitos casos podem se reportar a vriossculos e milnios, no sendo, ento, to fcil nosdesvencilharmos.

Temos que suportar as nossas provas,sim. As provas que a Vida nos apresenta so oportunidadespara o nosso progresso. Se percebermos, no entanto, que noestamos fazendo proveito, e que h outras possibilidadesclaras de termos uma vida mais produtiva e til, para nse para o prximo, compete a ns mesmos decidirmos se insistimosou no com esta prova. importante frisar que nem todasas nossas provas foram programadas. Nos envolvemos comespritos encarnados e desencarnados com quem simpatizamosem perodos especficos da vida e acabamos criandovnculos afetivos. No temos como saber se os laos quenos prendem a esses espritos so de agora ou se j vmde mais tempo. Por isso temos que desenvolver a capacidadede discernir; para analisarmos friamente os prs e contrasde nossas possveis decises.