RELAÇÕES DE CONFIANÇA NAS AGLOMERAÇÕES … · relaÇÕes de confianÇa nas aglomeraÇÕes...
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RELAÇÕES DE CONFIANÇA NAS
AGLOMERAÇÕES PRODUTIVAS:
FATOR DE DINAMIZAÇÃO NA
INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE
Simone Cristina Silva Moraes
CEFET/AM
Luis MauricioResende
UTFPR/PG
Pedro Luiz de Oliveira Costa Neto
UNIP/SP
Resumo Este artigo tem por objetivo analisar as estratégias de relações de
confiança sustentáveis em 13 empresas que compõem uma
aglomeração produtiva. A ênfase metodológica é na inovação e
criatividade vinculados ao alinhamento organizacional. A pesquisa foi
realizada com abordagem indutiva, aplicada e qualitativa, sendo o
método do procedimento o Survey. Foi aplicado individualmente um
formulário para 13 líderes e um questionário para 246 colaboradores.
Os principais resultados indicaram que as empresas apresentaram um
perfil de relações de confiança moderado, assim como a percepção das
que mais se destacaram positivamente na inovação e criatividade,
foram as que mais cresceram em empregabilidade entre os anos de
2005 a 2007.
Palavras-chaves: Estratégias; Relações de Confiança;
Empregabilidade
2, 3 e 4 de Julho de 2009
ISSN 1984-9354
V CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Gestão do Conhecimento para a Sustentabilidade
Niterói, RJ, Brasil, 2, 3 e 4 de julho de 2009
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1. INTRODUÇÃO
Na sociedade industrial não havia necessidade de inspiração, nem visão crítica, nem de
pensamento autônomo- portanto de identidade. Isto porque inovação era uma decisão tão
planejada e previsível que o marketing a chamava de “obsolescência planejada”. Entretanto,
na sociedade do conhecimento, inovação não é só um projeto, mas uma cultura, um jeito de
ser e fazer. É uma atitude crítica de todos, de constante aperfeiçoamento que mantém a
empresa com condições de trazer tantos fatos novos ao mercado com a freqüência necessária
para manter seu valor e competitividade em ritmo crescente (GUIMARÃES, 2007).
Em virtude dessa crescente necessidade organizacional, a qualidade dos
relacionamentos de uma empresa pode se tornar sua competência distinta. Criar e manter um
ambiente interno favorável às relações de confiança é, portanto, uma opção estratégica que
implica a criação de uma forma de vantagem competitiva. Ambientes de alta confiança
estimulam a criatividade e o espírito de inovação nas pessoas por se sentirem mais livres e
poderem oferecer os seus melhores esforços. A crescente demanda pelo trabalho mais
especializado, com aplicação intensiva de conhecimento nos processos produtivos, tem
justificado a adoção de mecanismo de gestão mais consensuais e cooperativos, baseados em
relação de confiança, entre os membros da empresa (ZANINI, 2008).
Para (Novaes, 2007; Dornelas, 2007; Pinchot e Pellman, 2004), num momento de
grande comoditização de produtos, um diferencial competitivo de mercado é adotar uma
gestão que privilegie a liberdade individual e tenha como premissa maior autonomia para o
indivíduo, visando incentivar a criatividade e a estimular processos de inovação. E Dirks e
Ferrin (2001), afirmam que isto está relacionado ao grau de confiança nos indivíduos, que por
conseqüência está positivamente interligado com: maior satisfação e comprometimento dos
colaboradores; à melhoria de comunicação entre superior e subordinado; à melhoria da
qualidade da informação enviada aos superiores; à aceitação e a delegação de autoridade; ao
exercício da liderança; a construção da cidadania corporativa; à menor competição interna em
negociações e menos conflito e à legitimidade das intenções de mudança organizacional ao
melhor desempenho individual e de equipes de trabalho.
Portanto, esse artigo se propõe fazer uma análise das relações de confiança e de como
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a inovação e a criatividade podem ser otimizadas em virtude de um bom desempenho dos
alinhamentos individuais e organizacionais. Para tanto, utilizou-se o campo de estudo o
Aglomerado de Empresas do Setor de Móveis de Metal e Sistema de Armazenagem e
Logística de Ponta Grossa-PR, onde pesquisaram suas lideranças e seus colaboradores.
2. RELAÇÕES EMPREENDEDORAS DE CONFIANÇA NO
TRABALHO EM EQUIPE
Em virtude do principal objetivo da formação das aglomerações produtivas ser o de
fomentar a competitividade em mercados cada vez mais acirrados e, ao mesmo tempo,
globalizados, faz-se necessária a percepção de suas relações de confiança inseridos nos
ambientes internos das empresas. Para Ramacciotti et al., (2006), os entraves ou gargalos
como: fragilidades na capacitação empresarial e profissional; inexistência de cultura de
cooperação e limitado processo de aprendizagem e geração de conhecimento entre os
colaboradores, dentre outros fatores, estão impossibilitando maior desenvoltura competitiva
nas empresas.
Inserido nesse contexto, é importante a implementação de estratégias concorrências
que possam promover mudanças radicais na estrutura das empresas. Sendo assim, ações
sustentáveis através de relações de confiança com os parceiros no empreendimento
(colaboradores) têm sido consideradas um efetivo recurso no conceito de competitividade,
pois estão relacionadas com ações cooperativas.
No entender de Kidd (1994), a cultura da empresa deve ser radicalmente modificada,
transformando o ambiente corporativo num lugar onde todos fazem parte de um time, grupo.
Coesão e sinergia é a palavra chave. Esse fato é relevante, pois a economia de escopo tem
sido considerada um fator mais competitivo do que a economia de escala, onde a qualificação
e a criatividade são ignoradas, ou fazem parte de um segundo plano. A economia de escopo
exige um diferente tipo de mão-de-obra: treinada, qualificada, motivada, mais adaptável e
flexível e menos passiva, onde o conhecimento explícito e tácito é requerido a cada momento
em face das inovações.
Para Chiavenato (2005) devem-se abandonar métodos antigos de comando autocrático
e controle coercitivo sobre as pessoas e adotar o compartilhamento de idéias e de objetivos
comuns, dotando os colaboradores de empowerment. É o fortalecimento das pessoas por meio
do trabalho em equipe. Equipes bem-sucedidas apresentam as seguintes características:
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compromisso com objetivos compartilhados, consenso na tomada de decisões, comunicação
aberta e honesta, liderança compartilhada, clima de cooperação, colaboração, confiança e
apoio, valorização dos indivíduos pela sua diversidade e reconhecimento do conflito e sua
resolução positiva. De acordo com Zanini (2008), um estilo de gestão baseado em confiança,
possibilita perspectiva de continuidade de interações no longo prazo e ênfase nos ganhos de
produção por meio de equipes de trabalho cooperativo.
No que se concerne aos custos de transação, Jarillo (1998), aponta que isso acontece
por meio de geração de confiança. Quando a mesma se insere e se solidifica nas empresas, a
necessidade de pré-especificar todo o possível resultado futuro e de colocação de mecanismos
elevados são diminuídos grandemente. Isso se dá através da prevenção e correção de
comportamentos oportunísticos, que destroem a reputação que tem um valor econômico
enorme para sustentar relações. De acordo com Zanini (2008), a capacidade de construir o
capital social corporativo, de forma a promover a cooperação espontânea, resultará na
formação de valor econômico, implicando a redução de custos de internos de transação. Isso
implicará coordenação das tarefas organizacionais, dispensando instrumentos burocráticos de
controle e monitoração. Segundo Slack et al., (1998), parcerias verdadeiras são difíceis de
sustentar e apóiam-se num grau de confiança entre os parceiros.
Segundo Nooteboom (1999), duas críticas em relação à transação de custos
econômicos: é o não dinamismo em assuntos de inovação e a falta de confiança, pois
tradicionalmente as empresas focalizam o papel do egoísmo. Há uma ênfase na ameaça de
oportunismo e instrumento de coerção por meio de contratos. Para o autor, a confiança só faz
sentido se vai além do egoísmo. A Figura 01 ilustra conseqüências de baixa confiança nos
ambientes organizacionais.
Figura 01- Resultado da baixa confiança Fonte: Zanini (2008)
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Para que se possa acelerar a inovação, é preponderante envolver a participação de
todos os colaboradores, percebendo que o aspecto inovador não está atrelado somente ao
produto, e sim a qualquer ponto na organização. Na competição global, não é suficiente um
grupo comportar todo o contingente por demanda que requer a era do conhecimento. Isso é
produto da interação de todos na empresa (PINCHOT e PELLMAN, 2004; DORNELAS,
2007 e HASHIMOTO, 2007). Segundo Vale (2006), a inovação é visualizada não
exatamente como resultante de atividade de pesquisa, mas, sobretudo, de um processo de
criação interativa e no qual as inovações técnica, social e organizacional encontram-se
interelacionadas. A inovação deve ser entendida como variável exógena ao sistema, mas,
antes como resultante de características endógenas de um dado sistema e dependente de
mecanismos de aprendizado e de interação.
Na análise da comunicação interna nas empresas, Pinchot e Pellman (2004)
preconizam que as empresas inovadoras são aquelas em que as informações fluem livremente
entre os colaboradores e seus líderes. Segundo Drucker (2005), quando a direção chega mais
perto dos liderados, ouvindo suas aspirações e escutando o que eles têm a contribuir, aumenta
a interação entre eles. E para Skora (2008), os líderes empresariais devem vender as idéias aos
seus colaboradores, tornando-os assim aliados da organização e preocupados em apresentar
idéias, sugestões, conquistando parceiros na gestão de negócios. No entender de Nooteboom
(1999), a empresa deve reunir pessoas com propósito e visão compartilhada, aliada as
competências e coordenações emparelhadas. Afirma ainda o autor que os colaboradores só
poderão entender um ao outro num ambiente de interação mútua para que possa habilitá-los a
uma comunicação significante; isso gera conhecimento e aprendizado nas empresas.
No atributo motivação, Hunter (2006) salienta que os fatores motivacionais estão
estritamente relacionados com o sentimento de crescimento do indivíduo, de reconhecimento
profissional e de suas necessidades de auto-realização. Para se produzir melhor, Katrin et
al.,(2006) enfatizam que o elemento motivação é o impulsionador de todo processo criativo. É
um suporte potencial para se compensar as deficiências de outras competências. Por isso,
afirmam Quin et al.,(2003), deve-se oferecer um ambiente seguro para o fluxo de idéias dos
colaboradores. No entender de Hoover e Valenti (2006), é importante plantar a noção de
tensão criativa entre eles, permitindo tolerância a erros e falhas. E Pinchot e Pellman (2004)
afirmam que o segredo para desenvolver produtos econômicos é não penalizar erros, o que
inibiria a criatividade inovativa. Na questão da qualidade de vida no trabalho, Friedman et
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al.,(1998) e Moeller (2002) salientam que se deve possibilitar equilíbrio entre trabalho e vida
pessoal, sendo essas instâncias complementares e não concorrentes em termos de prioridades.
A Figura 02 ilustra resultados de alta confiança no ambiente corporativo.
Figura 02- Resultado da alta confiança
Fonte: Baseado em Whiteners e cols. (1998)
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para atingir o objetivo proposto neste trabalho, foi considerado como método
científico de pesquisa o indutivo, pelo qual se buscam generalizações para o universo de
interesse em que, segundo Lakatos & Marconi (2001), os resultados obtidos conduzem apenas
a conclusões prováveis. Do ponto de vista da sua natureza, trata-se de pesquisa aplicada. A
pesquisa é, em princípio, qualitativa, pois lida com opiniões ligadas as ações e relações
humanas classificadas segundo uma escala de Likert, mas embute na seqüência aspectos de
quantificação para o prosseguimento das análises, conforme preconizado por Silva e Menezes
(2005), quando indicam que tudo pode ser quantificável, traduzindo em números opiniões e
informações para classificá-las e analisá-las.
O método do procedimento aplicado foi o levantamento (Survey). A amostra utilizada
foi a não probabilística por acessibilidade, realizada junto a 13 empresas das 18 que compõem
o Setor; sendo 01 de grande porte, 04 de porte médio e 08 de porte menor. A coleta de dados
Comunicação: informação
precisa, transparência nas
decisões e abertura ao diálogo
Integridade no comportamento
e mantendo promessas
Consistência no
comportamento:
Acuidade e previsibilidade
Compartilhamento de
delegação e controle
Demonstração de preocupação: mostrando consideração e inibir
a exploração
ALTA
CONFIANÇA
SATISFAÇÃO
MOTIVAÇÃO
COMPROMETIMENTO
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foi realizada in loco, com 246 colaboradores do aglomerado produtivo. O instrumento
utilizado na coleta de dados foi um formulário para os 13 líderes e questionário para os
colaboradores (média aritmética proporcional por empresa), contendo perguntas estruturadas
e fechadas sobre as características de relações de confiabilidade em suas empresas. Com base
nesse instrumento, foi calculada a pontuação dos líderes e colaboradores.
Para as respostas dos questionários, utilizou-se a escala proposta por Likert, com cinco
opções para os respondentes, com intensidade de pontos variando de 4;3;2;1 e 0,
correspondendo as alternativas: Sempre, Frequentemente, Raramente, Não Sabe e Nunca,
respectivamente. Depois de respondidos os questionários por cada empresa, os valores foram
tabulados e depois lançados numa planilha, sendo tirada a mediana por empresa.
Em seguida, foi elaborado um quadro utilizando a escala de Likert para verificar o
perfil de confiabilidade por empresa baseado no fato de que existiram 20 perguntas feitas (10
+ 10). Se considerarmos as respostas medianas dadas pelos representantes (líderes) de cada
empresa e pelos colaboradores no questionário, os seguintes valores de referência podem ser
calculados segundo o Quadro 01.
Quadro 01: escala de Likert perfil de confiabilidade por empresa.
Sempre Freqüentemente Raramente Não Sabe Nunca
4 x 20 = 80 3 x 20 = 60 2 x 20 = 40 1 x 20 = 20 0 x 20 = 0
Fonte: os autores, dados da pesquisa (2008)
Assim, por exemplo, o valor 80 corresponderia à condição ideal em que todas as
respostas, dos representantes das empresas (líderes) e dos colaboradores optassem, naquela
empresa, pela resposta Sempre. Com base nesses valores de referência foi constituído o
Quadro 02, no qual se definem faixas para o perfil de confiabilidade por empresa e suas
devidas características.
Quadro 02: características do perfil de relações de confiança por empresa.
Intervalo Características
60 a 80
A empresa já possui um grau de confiança empreendedora sustentável, capaz de
acelerar as parcerias nos seus processos, produtos e serviços e tem tudo para se
diferenciar como empresa.
40 a 59 Possui somente algumas características de confiabilidade, porém deve melhorar ainda
mais, equilibrando os pontos ainda fracos com os fortes.
Menos de 40
A empresa não possui relações de confiança empreendedora sustentável no seu
ambiente interno organizacional, e se continuar a agir assim, dificilmente possibilitará
mais parcerias em seus processos, produtos e serviços. Precisa urgentemente reavaliar
suas estratégias de confiabilidade.
Fontes: os autores, dados da pesquisa (2008)
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4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Em relação à pontuação nos blocos de perguntas, os resultados estão salientados na
Tabela 01.
Tabela 01: Resultado da pontuação do Setor obtida nos blocos criatividade, inovação e
alinhamento individual e organizacional
BLOCOS RELAÇÕES EMPREENDEDORAS DE CONFIANÇA Percentual em
cada etapa do
Bloco
INO
VA
ÇÂ
O E
CR
IAT
IVID
AD
E
LÌDERES
1- Sua empresa busca inovações em seus produtos, processos e serviços? 50,00%
2-A inovação é vista como algo abrangente dentro da empresa,
envolvendo todos os setores?
50,00%
3- A empresa estimula o aperfeiçoamento contínuo da mão-de-obra dos
colaboradores?
50,00%
4-Os colaboradores compartilham livremente informações sobre clientes
e tecnologia livremente no ambiente de sua empresa?
50,00%
5- Os clientes estão percebendo qualidade e inovação nos produtos e
serviços?
75,00%
COLABORADORES
6- Você é incentivado a participar com idéias novas, melhorando o
desempenho da empresa?
67,00%
7- As novas idéias propostas por você são aceitas? 55,25%
8- A empresa recompensa a criatividade de você para melhorar algum
produto ou processo?
45,00%
9- Em caso de erro e/ ou fracasso na sua idéia para melhorar a inovação
na empresa, você continua sendo incentivado?
65,50%
10- Pessoas de diferentes setores em sua empresa se reúnem em grupo
para elaborar idéias criativas?
45,00%
AL
INH
AM
EN
TO
E I
NT
ER
ES
SE
S
IND
IVID
UA
IS E
OR
GA
NIZ
AC
ION
AIS
LÍDERES
11- As decisões empresariais são tomadas em ação conjunta com os
colaboradores?
50,00%
12- A empresa tem criado condições para que se manifeste o potencial de
liderança nos seus colaboradores em todos os setores da empresa?
50,00%
13- A empresa busca oportunidades e articula até obter interação
relevante com os colaboradores
75,00%
14- Faz parte da empresa escutar os colaboradores insatisfeitos? 75,00%
15- Está havendo aumento da qualificação na da mão-de-obra ao longo
dos anos?
50,00%
COLABORADORES
16- A empresa conhece suas necessidades e aspirações no seu trabalho? 70,00%
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17- A empresa reconhece todos os seus esforços e talentos que você faz
para melhorar o desempenho da empresa?
62,50%
18- Você é treinado para trabalhar melhor? 57,00%
19-Seu trabalho permite o desenvolvimento e o uso de suas capacidades,
oferecendo crescimento e segurança?
89,50%
20-Você tem informações no ambiente da empresa sobre mudanças,
clientes e fornecedores?
37,50%
Fonte: os autores, dados da pesquisa (2008)
Na Tabela 02 são apresentadas as pontuações de cada empresa pesquisada em relação
ao grau de confiabilidade desenvolvida em suas estratégias competitivas.
Tabela 02: Resultado da pontuação obtida nos blocos sob a ótica dos líderes e colaboradores de
cada empresa
Em
pre
sas
do A
glo
mer
ad
o
Pro
du
tivo
BLOCO 1
Inovação e criatividade
BLOCO 2
Alinhamento e interesses
individuais e organizacionais
T
ota
l b
loco
1 e
2
Tota
l b
loco
1 e
2
%
Líd
eres
Cola
bora
-
Dore
s
Tota
l
blo
co
1
Tota
l
%
Líd
eres
Cola
bora
-
dore
s
Tota
l
blo
co 2
Tota
l
%
A 15
13,57 28,57 71,42% 16
14,17 30,17 75,42% 58,74 73,42
%
B 17
9,88 26,88 67,20% 15
11.23 26,23 65,57% 53,11 66,38
%
C 11
13,84 24,84 62,10% 11
14,64 25,64 64,10% 50,48 63,10
%
D 8
13,00 21,00 52,50% 13
16,20 29,20 73,00% 50,20 62,75
%
E 9
12,62 21,62 54,05% 11
16,73 27,73 69,32% 49,35 61,68
%
F 14
9,55 23,55 58,92% 13
11,33 24,33 60,82% 47,88 59,85
%
G 4
16,20 20,20 50,50% 8
16,60 24,60 61,50% 44,80 56,00
%
H 4
9,99 13,99 34,97% 15
12,57 27,57 68,92% 41,56 51,95
%
I 9
10,02 19,02 47,55% 13
8,20 21,20 53,00% 40,22 50,27
%
J 11
5,26 16,26 40,65% 13
8,33 21,33 53,32% 37,59 46,98
%
K 8
7,00 15,00 37,50% 7
11,40 18,40 46,00% 33,40 41,75
%
L 7
5,65 12,65 31,62% 4
16,56 20,56 51,40% 33,21 41,51
%
M 4
12,00 16,00 40,00% 4
12,70 16,70 41,75% 32,70 40,87
%
* A,B,C,D,E,F,G,H,I J,K,L e M = Empresas do aglomerado produtivo ;
Fonte: Os autores, dados da pesquisa (2008)
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Baseado na Tabela 02, a Figura 03 salienta o grau percentual de decrescimento das
empresas do Aglomerado Produtivo.
Segundo os resultados obtidos na Tabela 02, das 13 empresas analisadas, nenhuma se
caracterizou com relações de confiança empreendedora eficientemente sustentável, 09 como
contendo algumas características e 04 apresentaram insuficiência no perfil de relações de
confiança, conforme o Quadro 05.
Quadro 05: resultado do perfil de relações de confiança
Empresas já com
relações de confiança
empreendedora
totalmente sustentável
Empresas com características de relações
de confiança empreendedora
Empresas sem relações de
confiança empreendedora
sustentável
►Nenhuma ►01 empresa de grande porte
►04 empresas de médio porte
►04 empresas de pequeno porte
►04 empresas de pequeno
porte
Fonte: os autores, dados da pesquisa (2008)
Verificou-se conforme Tabela 02, que nenhuma empresa atingiu pontuação nos
intervalo de 60 a 80 pontos; somente 09 conseguiram pontuação entre 40 a 59 pontos e 04
empresas atingiram simplesmente pontuação menor que 40 pontos. Sendo assim, conforme a
metodologia aplicada, a maioria das empresas possui um perfil de relações de confiança nos
ambientes corporativos moderado, faltando mais sustentabilidade empreendedora nas
relações.
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5. ANÁLISE DOS RESULTADOS
A partir dos dados apresentados nos dados, será feita uma análise no aspecto geral do
Aglomerado Produtivo do Setor de Móveis de Metal e Sistema de Armazenagem e Logística
do Paraná, sendo discutidos os dois blocos da Tabela 01, com o referencial teórico abordado
anteriormente.
5.1 BLOCO: INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE SOB A PERSPECTIVA
DOS LÍDERES
Na inovação nos produtos, processos e serviços o Setor alcançou um percentual de
50,00%, pontuando também um percentual de 75,00% no que tange às lideranças perceberem
que os clientes estão visualizando qualidade e inovação em suas empresas. Entretanto, na
pesquisa in loco, percebeu-se que a inovação na maioria delas está relacionada mais
especificamente ao produto. Nesse aspecto, aborda Hashimoto (2007, p. 34) que, “engana-se
quem acha que a inovação só pode existir onde está o produto. Equivoca-se quem acredita que
a inovação significa somente novos produtos, novas funcionalidades nos já existentes ou
melhorias e correções nesses produtos. A inovação tem espaço em qualquer lugar na
empresa”. Para Hashimoto (2007) e Gattorna & Walter (1996), crescer e prosperar exige que
cada colaborador faça alguma coisa melhor a cada dia no ambiente empresarial.
O Setor apresentou um percentual de 50,00% de abrangência inovativa envolvendo
todos os departamentos das empresas. Apesar desse percentual, observou-se na pesquisa de
campo que de um modo geral a concentração de um grupo de pessoas ou setores em
projetarem novidades ao mercado ainda é vivenciado com bastante frequência nas empresas.
Para Pinchot e Pellman (2004), assim como Dornelas (2007), é questão de competência
estratégica envolver todos os colaboradores no processo de inovação. Vale ressaltar que a
inovação, segundo o IBIE (Instituto Brasileiro de Intraempreendedorismo, 2008), é ampla e
deve alcançar o aumento da qualidade, a redução da duração do ciclo de produção, novos
métodos para diminuir impactos ambientais e melhor oferta de serviços internos. Para Farell
(2001), esse é um dos quatro pilares de uma empresa empreendedora. Nesse aspecto, as
empresas de médio e grande porte atuam mais eficientemente em virtude de sua organização
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da produção, sua constante preocupação com o meio ambiente através de reaproveitamento de
resíduos químicos e sólidos, além da implementação de melhorias nos serviços internos. Isso
não acontece para a grande maioria das empresas de pequeno porte.
Em relação a estimular o aperfeiçoamento contínuo dos colaboradores, verificou-se
que o Setor precisa investir mais acirradamente nessa área. De acordo com o percentual
adquirido, em torno de 50,00% das empresas proporcionam essa capacitação na atividade de
produção e gestão. Percebeu-se que para algumas empresas acontece a seguinte situação: a
mão-de-obra é treinada durante a atividade de produção e os colaboradores possuem um baixo
nível de escolaridade. Evidenciou-se a situação de algumas empresas re-manufaturarem os
seus produtos em níveis elevados indicando que a produção não está tão eficiente. Para Garcia
(2006) e Costa et al., (2006), a qualificação da mão-de-obra representa diminuição de custos
de desperdícios na produção e serviços. E no concerne aos colaboradores compartilharem
livremente informações sobre clientes e tecnologia nos ambientes internos para melhorar o
desempenho, o Setor pontual 50,00%. Para Skora (2008), os líderes devem vender as idéias
aos seus colaboradores, tornando-os assim, aliados da organização e preocupados em
apresentar idéias, sugestões, conquistando parceiros na gestão de negócios. E Dilts et al.,
(2004) corrobora essa fala salientando que ambientes de trabalho em que os colaboradores são
participantes ativos no processo de inovação, desencadeiam um processo de compromisso
constante com o crescimento e a competitividade da empresa.
5.2. BLOCO: INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE SOB A PERSPECTIVA
DOS COLABORADORES
Observou-se que 67,00% dos colaboradores afirmaram ser incentivados a participarem
com idéias novas, melhorando o desempenho da empresa. Todavia, quando foi perguntado se
elas (idéias) eram aceitas, houve uma queda de 11,75% passando para 55,25%. Isso pode
indicar alguns entraves em aceitar as opiniões e participações dos funcionários nesse
processo. É importante salientar que os colaboradores se tornam mais envolvidos e
produtivos, quando percebem o interesse da empresa em sua opinião, na sua criatividade e
participação contínuas nas inovações. Nesse aspecto, Quin et al., (2003) argumentam que se
deve oferecer um ambiente seguro para o fluxo de idéias dos colaboradores. Esses autores
enfatizam que, quando os indivíduos são incentivados em suas idéias e na solução dos
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problemas na empresa, é mais provável que se sintam singulares, valorizados e afirmados
como profissionais importantes na organização.
Quando se perguntou sobre a recompensa que a empresa oferece quando o colaborador
se empenha com sua criatividade para contribuir na melhoria de produtos, processos e
serviços, o índice reduziu mais ainda, sinalizando 45,00%, com uma queda de 22,00% em
relação à primeira pergunta sobre criatividade. Percebeu-se que houve em muitas empresas
uma certa insatisfação no assunto recompensas. Segundo Drucker (2005), para que os
colaboradores sejam empreendedores, a empresa precisa criar uma estrutura na qual as
pessoas precisam ser asseguradas de que suas recompensas e incentivos valorizem o
comportamento empreendedor correto. Vale ressaltar que não são só recompensas financeiras
que motivam o colaborador, mas principalmente a preocupação com uma real chance deles
crescerem tanto do lado profissional, quanto pessoal e familiar, através de programas de
valorização instituídos pelas empresas.
Segundo os dados, observou-se uma certa complacência em caso de erro ou fracasso
do colaborador em sua idéia de melhorar a inovação dentro da empresa. O índice atingido foi
de 65,00%. Todavia, seria interessante aos empresários incentivarem os colaboradores a
correrem riscos calculáveis no processo de geração de ideais, através de uma contagiante
atitude de vitória, não permitindo que o medo ou receio do fracasso possa envolvê-los nesse
processo. Pinchot e Pellman (2004) afirmam que o segredo para desenvolver produtos
econômicos é não evitar erros. Convém cometer erros e aprender rapidamente com eles.
Se a empresa se prender a preconceitos com erros, o custo da mudança pode ser alto
demais. Em virtude disso, um dos maiores erros é não tolerar erros e tirar conclusões
precipitadas. No setor em análise, evidenciou-se que é necessária mais liberdade e apoio aos
colaboradores, para que eles não receiem em participar ativamente com sua criatividade para
o crescimento de suas empresas, mesmo cometendo erros, pois o maior risco é não arriscar.
Um aspecto também muito importante sobre criatividade nas empresas é o incentivo
ao trabalho em equipe, pois impulsiona a auto-estima e o comprometimento do colaborador.
Assim como o percentual de recompensas, o de interação e reunião de diferentes setores para
elaborar idéias criativas nas empresas, atingindo 45,00%. No entender de Nooteboom (1999),
a empresa deve reunir pessoas com propósito e visão compartilhada, aliada as competências e
coordenações emparelhadas. O colaborador só poderá entender um ao outro num ambiente de
interação mútua que impulsione à habilitação de uma comunicação significante. Para Hoover
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e Valenti (2006), é importante plantar a noção de tensão criativa nos colaboradores. Os
melhores resultados criativos emergem do livre debate que propicia tempestades cerebrais
entre mentes contrárias e pensamentos opostos. De acordo com Zanini (2008), um estilo de
gestão baseado em confiança, possibilita perspectiva de continuidade de interações no longo
prazo e ênfase nos ganhos de produção por meio de equipes de trabalho cooperativo. Portanto,
percebe-se que para as empresas, é necessário desenvolver a criação de um ambiente mais
favorável a participação conjunta entre diferentes setores, incentivando o trabalho em equipe,
envolvendo-os em todos os centros de resultados.
5.3. BLOCO: ALINHAMENTO ORGANIZACIONAL SOB A
PERSPECTIVA DOS LÍDERES
Quando se perguntou aos líderes se as decisões empresariais são tomadas em ação
conjunta com a participação dos colaboradores, o índice atingido foi de 50,00%. Segundo
Drucker (2005), quando a direção chega mais perto dos liderados, ouvindo suas aspirações e
escutando o que eles têm a contribuir, aumenta a interação entre eles, incentivando-os a
apresentar idéias e sugestões. Em termos de criação de ambientes internos que incentivem o
potencial de liderança nos colaboradores, o índice também registrou 50,00%. O que se
evidencia é que se faz necessário maior dinamismo e proficuidade nessa interação, pois
procurar soluções empreendedoras requer apoio irrestrito de quem os lidera. Percebe-se que
na visão de muitos colaboradores, a liderança está latente, faltando apenas mais visão holística
e sistêmica da parte dos que estão da linha de frente (líderes), para potencializarem as
habilidades de cada colaborador em liderar. Liderança não tem sido mais um atributo somente
de alguns, mas habilidade que pode ser capacitada por todos na tomada de decisão em sua
empresa. Segundo Drucker (2005), a liderança não é gerência, mas influência, e nisto está à
força de sua atuação.
Os líderes devem ser capazes de ajudar os colaboradores a mostrarem o melhor de si,
criando espaço para que eles se desenvolvam, agregando dinamismo e salto de valor naquilo
que fazem. Observou-se na pesquisa carência em muitas empresas de treinamento para
atenderem as habilidades técnicas, comportamentais e de gestão necessárias para cada
colaborador no cargo exercido Esses dois questionamentos anteriores não condizem com o
índice registrado de 75,00% (portanto, aumento de 25,00%) onde se perguntou se a empresa
busca oportunidades e articula até obter interação relevante com os colaboradores. Parece não
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estar acontecendo potencial integração entre líder e colaboradores no que tange a real
influência e força de atuação dos liderados. Quanto ao aumento da qualificação da mão-de-
obra ao longo dos anos, o índice registrado foi de 50,00%. Nesse aspecto, salienta Filion
(2004) que o líder deve possibilitar treinamentos contínuos dos colaboradores, valorizando a
oportunidade de crescerem junto com a empresa.
No aspecto relacional, o índice foi de 75,0%. Parece que nesse sentido, as empresas se
encontram com índices mais satisfatórios. Entretanto, não se descarta a preocupação da real
profundidade e estratégia dessa relação. Não se deve apenas oferecer um ambiente amistoso
dos líderes e colaboradores, envolvendo companheirismo, amizade, respeito e prestatividade.
Para Fernandes (1996, p.43) a qualidade de vida no trabalho abrange a “conciliação dos
interesses dos indivíduos e das organizações, ou seja, ao mesmo tempo em que melhora a
satisfação do trabalhador, melhora a produtividade da empresa”.
5.4. BLOCO: ALINHAMENTO ORGANIZACIONAL SOB A
PERSPECTIVA DOS COLABORADORES
Verifica-se que nas duas primeiras perguntas se enfatiza o fato das empresas
conhecerem as aspirações no trabalho dos colaboradores e de reconhecerem todos os seus
esforços e talentos para um melhor desempenho interno. O nível de respostas foi de 70,00% e
62,50%, respectivamente, o que representa um bom percentual. Entretanto, quando se
perguntou se eles eram treinados para trabalharem melhor, houve uma queda de 13,00%,
caindo para 57,00%. E o fato mais incipiente foi o de proporcionarem (empresas) aos
colaboradores informações sobre mudança, clientes e tecnologia, o que pontuou 37,50%.
Portanto, pode-se verificar que a falta de treinamento contínuo e de comunicação aberta,
clara, empreeendedora e estratégica, ainda é um gargalo a ser superado pelo Setor. Tanto
Chiavenato (2005) quanto Hunter (2006), abordam enfaticamente que os fatores
motivacionais estão estritamente relacionados com o sentimento de crescimento do indivíduo,
de reconhecimento profissional e de suas necessidades de auto-realização. Para se produzir
melhor, Katrin et al., (2006) enfatizam que o elemento motivação é o impulsionador de todo
processo criativo. É um suporte potencial para se compensar as deficiências de outras
competências.
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O índice que obteve a maior pontuação nesse bloco foi o de desenvolvimento e o uso
de suas capacidades oferecendo segurança no trabalho, pontuando 89,50%. Verifica-se que
nessa área os colaboradores se posicionaram com expressiva satisfação pela maneira como as
empresas procuram oferecer segurança em seus postos de trabalho. Todavia, apesar dos
colaboradores se posicionarem de um modo bastante positivo, autores como Chiavenato
(2005) e Moeller (2002) enfatizam que qualidade de vida no trabalho também está
estritamente relacionada com desenvolvimento pessoal e profissional do colaborador.
Ambientes que incentivem a aprendizagem devem ser encorajados como política e prática
organizacional, pois gera mais criatividade e trocas de experiências enriquecedoras aos
participantes. Nesse aspecto, já salientado em itens anteriores, está faltando mais
proficuidade.
5.5. RELAÇÕES DE CONFIANÇA NAS EMPRESAS COM O
CRESCIMENTO DE FUNCIONÁRIOS NOS ANOS DE 2005 A 2007
Foi verificado que, das 13 empresas analisadas na pesquisa, 09 delas apresentaram
crescimento na geração de emprego quando analisadas entre 2005 a 2007 (estão inseridas
nessa classificação 01 empresa de grande porte, 04 de médio porte e 04 de pequeno porte),
variando esse crescimento de 200% a 12,5%. Entretanto, para o restante das empresas de
pequeno porte, 04 decresceram em relação à geração de emprego, conforme Quadro 6.
Quadro 06: percentual de variação do número de funcionários do Setor nos anos de 2005-2007 Empresa Porte Variação do número de funcionários
E 1empresa (pequeno porte) 200,00%
F 1 empresa (médio porte) 89,80%
A 1 empresa (grande porte) 58,22%
G 1 empresa (pequeno porte) 50,00%
C 1 empresa (médio porte) 36,36%
I 1 empresa (médio porte) 29,41%
B 1 empresa (médio porte) 18,10%
D 1 empresa (pequeno porte) 15,38%
J 1 empresa (pequeno porte) 12,50%
K 1 empresa (pequeno porte) -21,00%
H1 empresa (pequeno porte) -27,00%
L 1 empresa (pequeno porte) -36,36%
M 1 empresa (pequeno porte) -68,75%
* A,B,C,D,E,F,G,H,I,J,K,L e M = Empresas do aglomerado produtivo
Foi constatado também que, das 09 empresas que mais cresceram na questão de
geração de emprego referentes no Quadro 04, 08 delas foram as que mais positivamente se
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destacaram na proposta de análise metodológica, entre elas se destacam as empresas: A, B, C,
D, E, F,G,I. Só não está inserida a empresa J, pois, apesar de ter crescido 12,50% de acordo
com o Quadro 04, obteve de acordo com a Tabela 02, apenas 37,59 pontos, ficando assim
como empresa com insuficiência de relações de confiança corporativa. Outra empresa
também que merece destaque é a H. Esta por sua vez, obteve de acordo com a Tabela 02,
41,56 pontos; entretanto, teve um decréscimo de 27% em relação a sua empregabilidade nos
anos de 2005 a 2007. Todavia, visualizando de um modo geral, a grande maioria das
empresas apresentou aspectos moderados sobre o perfil de relações de confiança, assim como
o aumento de emprego nos anos pesquisados. Esse fato é destacado na Tabela 03.
Tabela 03: Resultado da mediana e percentual atingido na metodologia aplicada aos líderes e
colaboradores das empresas que cresceram e das que decresceram em relação aos funcionários
nos anos de 2005 a 2007
Empresas
Líderes
Colaboradores
Inovação
E Criatividade
Alinhamento e
interesses
individuais e
organizacionais
Inovação
E Criatividade
Alinhamento e
interesses
individuais e
organizacionais
Mediana das empresas que aumentaram no número de funcionários
A 15 16 13,57 14,17
B 17 15 9,88 11.23
C 11 11 13,84 14,64
D 8 13 13,00 16,20
E 9 11 12,62 16,73
F 14 13 9,55 11,33
G 4 8 16,20 16,60
I 9 13 10,02 8,20
J 11 13 5,26 8,33
Mediana 11,00 13,00 12,62 14,17
Percentual 55,50% 65,00% 63,10% 70.85%
Mediana das empresas que diminuíram no número de funcionários
H 4 15 9,99 12,57
K 8 7 7,00 11,40
L 7 4 5,65 16,56
M 4 4 12,00 12,70
Médiana 5,50 5,50 8,45 12,60
Percentual 27,50% 27,50% 42,25% 63,00%
Fonte: Os autores, dados da pesquisa (2008)
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Na Figura 04 é salientada, de acordo com a Tabela 03, a diferença quando comparadas
as empresas que tiveram aumento na contratação de mão-de-obra, com as que tiveram
decréscimo nessa mesma abordagem em relação aos resultados dos formulários aplicados aos
líderes.
Figura 04- Lideranças do Aglomerado Produtivo
Fonte: Os autores, dados da pesquisa (2008)
Assim como, na Figura 05, de acordo com a Tabela 03, percebe-se a diferença, quando
comparadas as empresas que tiveram aumento na contratação de mão-de-obra, com as que
tiveram decréscimo nessa abordagem, em relação aos resultados dos questionários aplicados
aos colaboradores.
Figura 05- Colaboradores do Aglomerado Produtivo
Fonte: Os autores, dados da pesquisa (2008)
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6. CONCLUSÃO
Nessa pesquisa, verifica-se a importância das relações de confiança como um fator de
competitividade na gestão empresarial, principalmente no aspecto inovação e criatividade, e
evidenciam-se as constatações de que investir no desenvolvimento desses aspectos é questão
fundamental.
A proposta metodológica adotada na pesquisa mostrou-se adequada, permitindo uma
análise detalhada do desenvolvimento do perfil de confiança nos ambientes internos das
empresas. A correlação entre o resultado da pesquisa e o desempenho das empresas nos
mostra que, por extensão, ser a metodologia adequada para análise outras empresas.
O Setor analisado, conforme a metodologia aplicada, apresentou um perfil de relações
de confiança moderado, enfatizando-se, porém, em todos os aspectos de análise, as empresas
precisam de aprimoramentos substanciais e ações estruturantes mais agressivas para o
enfrentamento dos mercados acirrados e competitivos do mundo global. Evidencia-se que os
atributos delineados na metodologia foram constatados como eficientes e eficazes em termos
de geração de emprego, pois a maioria das empresas que mais se destacaram na proposta
metodológica apresentou melhores índices percentuais. Percebe-se também que alguns
valores maiores demonstrados pelos colaboradores em comparação aos apresentados pelos
líderes, acentuam conseqüência imediata da insuficiente qualificação da mão- de-obra,
direcionando-os, assim, a um posicionamento passivo diante dos vários questionamentos
analisados.
Apesar de, em termos proporcionais, ser um dos maiores aglomerados de empresas em
beneficiamento de aço no segmento de armazenagem no Brasil, com presença no mercado há
quase duas décadas para a maioria das empresas, evidenciou-se, entretanto, que no perfil de
relações de confiança está faltando mais visão holística e sistêmica por parte das lideranças
empresariais. Isso tem desacelerado o crescimento e a expansão das pequenas empresas que
compõem o aglomerado produtivo, pois foram estas as que mais apresentaram fragilidades em
suas competências técnicas e organizacionais no que tange a confiança nos ambientes
internos.
Com o presente trabalho, espera-se haver suscitado o interesse quanto a um importante
aspecto das relações humanas nas organizações, em geral pouco abordado em trabalhos
práticos e acadêmicos. A questão de relações de confiança, não deve ser relegada a segundo
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plano nas análises empresariais, sob pena de se deixar de se considerar uma importante fonte
de motivação para o aumento da criatividade, inovação, produtividade e competitividade das
empresas.
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