Relato projeto convivendo em harmonia

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Projeto realizado na EMEF Giusfredo Santini pela Professora Susana Felix http://professoressolidarios.blogspot.com.br/

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Professora Susana Felix Paes Corrêa Leite - http://professoressolidarios.blogspot.com/

RELATO DO PROJETO CONVIVENDO EM HARMONIA

No Início desse ano, 2010, eu passava por uma frustração muito grande, todos os dias, na minha sala de aula, pois por mais que eu tentasse dar aula, voltava para casa com um sentimento de incompetência. Havia muitos conflitos entre os alunos, estes não realizavam as lições de casa, além de serem faltosos e brigarem muito entre si.

Sempre havia alunos que brigavam na fila, brigavam quando iam ao parque, brigavam na hora do almoço, levantavam das suas carteiras e batiam nos colegas.

Pesquisei muito e conversei com diversos professores para que me ajudassem a encontrar uma solução para esse problema que era emocionalmente desgastante.

Encontrei na internet um artigo muito importante com dicas que fizeram com que eu mudasse a minha forma de pensar e eu comecei a mudar alguns conceitos que eu tinha dentro de mim. Essas dicas eram simples, mas que fizeram uma diferença muito grande. Segue abaixo algumas:

No ensino e promoção de bom comportamento, é fundam ental saber que:

• Os alunos precisam aprender e precisam ser ensinados sobre o comportamento apropriado;

• Os professores ajudam os alunos a aprender como devem se comportar;

Como os alunos aprendem a comportar-se bem?

• Por demonstração • Por explicação • Com prêmios pelo bom comportamento • Por modelagem dos adultos e dos pares • Praticando • Sendo-lhes dito e lembrado

A partir da sua experiência

• Na família • Nos grupos de pares (amigos, irmãos, primos) • Na escola, com os professores, outros adultos e colega.

Então expliquei aos pais que iniciaríamos um projeto visando ensinar aos alunos os comportamentos adequados e que eu precisava que eles apoiassem o projeto:

Todas as sextas-feiras os alunos receberiam um adesivo referente ao seu comportamento na semana. Quem atingisse todos os objetivos receberia o adesivo azul, quem atingisse parcialmente receberia o adesivo amarelo e quem não conseguisse atingir os objetivos receberia o adesivo vermelho. Ao final de um mês, os alunos que conseguissem atingir todos

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os objetivos nas quatro semanas participariam de um sorteio, um deles seria escolhido para receber um prêmio.

Ao final do bimestre, os alunos que conseguissem atingir todos os objetivos receberiam uma medalha simbólica com a inscrição “Parabéns, você sabe conviver em Harmonia”. Todos os alunos que recebessem a medalha participariam do segundo sorteio, um deles seria escolhido para receber um prêmio.

Pedi aos pais que prestassem muita atenção: O aluno que dizia que não fazia questão de ganhar a medalha porque é de latão poderia estar se protegendo por ter dificuldades em respeitar as regras da sala. Solicitei que eles valorizassem esse projeto, pois para que ele desse certo precisava muito do apoio deles.

Enviei para os pais a explicação do projeto e eles concordaram com o mesmo.

Ainda era o início de uma mudança positiva no comportamento. Até que eu comecei, na pós-graduação em Psicopedagogia Clínica, a especialização com grupo de pais, orientada pela psicóloga Conceição Reis, e ela acrescentou outras atitudes que devemos ter com os alunos para motivá-los a se comportarem mais adequadamente.

Segundo Reis, era importante eu desfocar o olhar dos comportamentos inadequados e elogiar o comportamento adequado.

Eu pensei que seria fácil, mas quando comecei a colocar em prática vi o quanto estamos acostumados a olhar somente o comportamento inadequado das pessoas e o quanto temos dificuldade de elogiar.

Então mais uma vez, surgiu uma possibilidade de reorganizar o projeto. Dessa vez, os alunos tinham que cumprir algumas regras e sempre que as cumpriam pintavam um quadradinho em um gráfico. Se estivessem presente, se fizessem a lição e se cumprissem todas as regras do dia.

Dessa maneira, os próprios alunos tinham que controlar os próprios comportamentos. Vi meus alunos incorporando as regras dia a dia e, ao invés de tomarem atitudes agressivas, passaram a respeitar o próximo. Muitas vezes, nos comportamos de determinadas maneiras porque nos sentimos bem, porque recebemos recompensas, com a criança não é diferente. Aquilo que recebemos após um determinado comportamento poderá ser reforçador ou punitivo. Por isso, podemos afirmar que, quando uma criança se comporta de forma inadequada, na realidade está fazendo coisas para chamar a atenção, ninguém gosta de ser ignorado, principalmente as crianças, esse é o motivo pelo qual devemos elogiar seus comportamentos positivos e ignorar, na medida do possível, seus maus comportamentos.

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A partir do momento que o aluno cria um laço de afeto, carinho, respeito e amizade com o professor, com certeza, o comportamento dele é modificado e passa ser um agente que irá contribuir para o bom andamento da aula. Dessa forma, a utilização do elogio após um comportamento adequado do aluno, é uma excelente forma de criar relações bem sucedidas. Estamos mais acostumados a notar os comportamentos inadequados e esquecemo-nos de valorizar os comportamentos adequados, porém a criança precisa de um incentivo para se comportar bem e continuar se comportando assim. Um exemplo claro disso é que um aluno ao ficar em pé na sala de aula recebe mais a atenção do professor do que aquele que está sentado, pois o professor a todo instante estará pedindo para ele sentar-se. O professor, nesse caso, está reforçando o seu comportamento inadequado sem perceber e não consegue entender porque a criança teima em lhe desobedecer, mas esta é a forma que o aluno está lhe dizendo que quer a sua atenção. Se, no entanto, o professor pedir que o aluno sente e depois vai até ele e lhe parabeniza pelo comportamento adequado, ou seja, pelo fato dele estar sentado, esse aluno irá perceber que a atenção do seu professor está voltada para ele dessa maneira, então, haverá maiores probabilidades dele repetir esse comportamento. Refletir sobre essas ações e relações é o primeiro passo para compreender que as dificuldades encontradas hoje nas escolas, seja na área da indisciplina ou evasão escolar, implica em reorganizar a prática pedagógica, buscando considerar o desenvolvimento de capacidades emocionais e não apenas cognitivas.

As palavras que usamos e o modo como as usamos afetam muito o comportamento dos que nos rodeiam, portanto, é importante percebermos que nossa linguagem pode motivar e encorajar os outros ou diminui-los e magoá-los. Estejamos atentos a esse fato. A linguagem positiva ajuda a perceber como pretendemos que os alunos se comportem e evita a confrontação e a discussão.

Destaque o comportamento inaceitável, não a pessoa, isto é muito importante: pôr a tônica no comportamento e não na pessoa. Isto permite que a pessoa mude e use um melhor comportamento na próxima vez.

Deve evitar-se que o aluno construa de si a imagem de uma pessoa má ou indelicada ou perversa. Como todos queremos ser bons em alguma coisa, alguns alunos podem, então, desejar ser “os melhores maus”. Exemplo:

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Luís, mas você é um aluno muito mau, não para sentado um minuto! Versus Luís, ficar em pé atrapalha a aula, quero que você fique sentado e, quando o Luís sentar, muito bem, eu gosto de vê-lo sentado porque não atrapalha a aula.

Detectada a prática pedagógica negativa, é importante rejeitá-la, pois somente assim, os professores poderão trabalhar com as habilidades sociais das crianças, visando o aprendizado de comportamentos adequados na sala de aula e consequentemente diminuindo a indisciplina e a evasão escolar.

Susana Felix Paes Corrêa Leite Proprietária do Grupo Professores Solidários Professora do Ensino Fundamental I na Prefeitura Mu nicipal de Bertioga Pedagoga/Psicopedagoga Clínica e Institucional Orientadora do PNAIC

Bibliografia

http://www.lfcc.on.ca/educacao_positiva_dos_seus_filhos.pdf

http://cenfopensinoreligioso.files.wordpress.com/2011/11/2678025-dicas-indisciplina-na-sala-de-aula.pdf