Relatório Colectores Solares de Tubos de Vácuo
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Curso de Engenharia de Sistemas de Energias renováveis
Disciplina de Tecnologias das Energias Renováveis
Módulo de Sistemas Solares Térmicos e Bombas de Calor
Ano lectivo de 2009/2010
Relatório
Colectores Solares de Tubos de Vácuo
Executado por:
Eva Kaná 6832
Fábio Oliveira 6844
Imanuel Gonçalves 6830
Ricardo Silva 6821
Orientado por:
Gaspar Rego
Entregue em:
21-01-2010
Colectores solares de tubos de vácuo
ESTG/IP de Viana do Castelo
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Índice
1. Objectivos .......................................................................................................... 3
2. Painéis solares de tubos de vácuo ...................................................................... 4
2.1 Constituição ....................................................................................................... 4
2.1.1 Tubo de cobre fechado ................................................................................ 5
2.1.2 Tubo em U .................................................................................................. 5
2.1.3 Sem tubo de cobre ....................................................................................... 5
2.2 Funcionamento ................................................................................................... 6
2.2.1 Tubo de cobre fechado ................................................................................ 6
2.2.2 Tubo de cobre em U .................................................................................... 6
2.2.3 Sem tubo de cobre ....................................................................................... 6
2.3 Técnicas de restrição da temperatura de funcionamento ................................... 6
2.4 Sistemas solares térmicos com colectores solares de tubos de vácuo ............... 7
2.4.1 Sistema termossifão .................................................................................... 7
2.4.2 Sistema de circulação forçada ..................................................................... 8
2.5 Vantagens ........................................................................................................... 8
2.6 Desvantagens ..................................................................................................... 9
3. Incentivos fiscais ................................................................................................ 9
4. Bibliografia ........................................................................................................ 9
Colectores solares de tubos de vácuo
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1. Objectivos
Os objectivos do presente trabalho são:
a) Análise dos colectores solares térmicos de tubos de vácuo:
Componentes;
Funcionamento;
Vantagens e desvantagens relativamente aos restantes;
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2. Painéis solares de tubos de vácuo
Os colectores solares de vácuo são a nova geração
de painéis solares térmicos para o aquecimento de água.
Estes colectores, nos meses mais frios, possuem um
rendimento superior aos tradicionais painéis planos
devido à maior capacidade de retenção de calor e ao
maior aproveitamento da energia solar.
A captação de energia térmica através de tubos de
vidro com vácuo tem a finalidade de aquecer águas,
quer para uso doméstico, quer para apoio de
aquecimento central e de piscinas.
2.1 Constituição
Estes colectores de vácuo são constituídos por uma série de tubos, montados em
paralelo, cujo número pode ser aumentado ou reduzido conforme as necessidades de
água quente serem maiores ou menores, respectivamente.
O tubo de vácuo é constituído por dois tubos de
vidro concêntricos de boro-silicato, o qual é conhecido
pela sua rigidez, e dentro dos quais existe vácuo. O
tubo externo transparente permite a livre passagem de
luz com o mínimo de reflexão. O tubo interno é
também em boro-silicato mas possui uma película
selectiva incrustada (nitrato de alumínio, óxido nítrico
de titânio,..) de forma a possuir uma baixa reflexão no
espectro da luz solar e baixa emissividade para a
radiação infravermelha para assim evitar perdas.
A parte superior dos tubos de vidro é fundida ficando, assim, os dois tubos unidos
entre si. O ar entre eles é retirado a altas temperaturas. Cria-se desta forma vácuo entre
os tubos concêntricos o qual é responsável pela elevada eficiência deste sistema em
comparação com outro tipo de colectores. Para retirar completamente os gases do
interior dos tubos, são utilizados getters que não são mais do que um revestimento
aplicado à superfície interior da zona evacuada. Estando o tubo devidamente selado e
sem ar no seu interior, as moléculas do gás residual tocam na superfície do getter e
combinam-se quimicamente com o material, retirando-se do espaço evacuado. Este
processo ocorre a altas temperaturas, sendo o boro um dos metais mais utilizados
devido às suas propriedades oxidantes. O depósito
resultante indica se existe ou não um bom vácuo:
um depósito cinzento indica uma boa qualidade do
vácuo no tubo, por outro lado, se o depósito for
esbranquiçado indica que ocorreu uma combinação
com o oxigénio proveniente de fracturas no vidro
no que resulta da perda do vácuo e consequente
fraco desempenho do sistema.
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Três tipos de colectores são distinguíveis devido ao seu método de transferência de
calor:
2.1.1 Tubo de cobre fechado
Este tipo usa um tubo selado de cobre (heat – pipe) que contém um líquido que
vaporiza à medida que é aquecido.
2.1.2 Tubo em U
Neste tipo de tubo, o fluído de transferência de calor é bombeado através de um tubo
de cobre em forma de „U‟ posicionado em cada tubo de vidro.
2.1.3 Sem tubo de cobre
Nesta configuração, o fluido está em contacto com o vidro do dos tubos de vácuo.
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2.2 Funcionamento
Os três tipos de tubos anteriormente apresentados podem ser utilizados em
configurações tanto de termossifão como circulação forçada.
2.2.1 Tubo de cobre fechado
Os tubos selados de cobre possuem no
interior água destilada e aditivos
especiais. Como é conhecido, o ponto de
ebulição da água é de 100 º C ao nível do
mar. Subindo uma montanha o seu ponto
de ebulição vai ser mais baixo, conclui-se
portanto, que o ponto de ebulição tem
uma relação directa com a pressão (quanto
menor a pressão, menor a temperatura a
que a água ferve). O tubo interior faz uso deste interessante princípio. A sua pressão
interior é regulada para que o ponto de ebulição seja atingido à temperatura que se
deseja que a água aqueça. Desta forma, quando se atingir essa temperatura no interior
do tubo, a água vaporiza e sobe até ao ponto mais alto do tubo, onde se encontra o
condensador (heat - transfer). A água fria percorre os vários condensadores do colector
solar consumindo assim o calor fornecido por estes e resultando na formação de água
quente. Por outro lado, o calor libertado pelo condensador baixa a temperatura do fluído
do tubo fazendo com que este condense e, por acção da gravidade, volte à parte inferior
do tubo, criando-se assim um ciclo de transferência de calor.
2.2.2 Tubo de cobre em U
Neste formato, uma entrada do tubo é dedicada à água fria enquanto a outra é
dedicada à água quente. O gradiente de densidades gerado pelo aquecimento da água vai
fazer com que ocorra o ciclo de transferência de calor.
2.2.3 Sem tubo de cobre
Nesta configuração, a água a ser utilizada pode ser aquecida directamente nos tubos
de vácuo ou então, à semelhança do que acontece com os tubos de cobre em forma de
U, utilizar um fluido específico e depois realizar a troca de calor através de um
permutador externo. Uma das principais desvantagens desta configuração reside no
facto de que se ocorrer algum dano num dos tubos de vidro, todo o sistema poderá ficar
comprometido.
2.3 Técnicas de restrição da temperatura de funcionamento
Uma das técnicas para limitar a temperatura de funcionamento é escolher o fluído
que circula no tubo de cobre ou no próprio tubo de vidro tendo em conta as suas
propriedades físicas e a quantidade a usar. Isto leva a que o tubo de cobre contenha
apenas vapor na situação crítica levando à paragem do mecanismo de transferência de
calor.
Nos tubos mais recentes, a temperatura máxima de trabalho é controlada através de
uma mola metálica de memória (válvula termodinâmica) que é posicionada dentro do
condensador. A válvula regula o fluxo de calor do tubo a um nível mínimo quando a
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temperatura de funcionamento se aproxima do seu limite. A válvula termodinâmica é
programada para mudar o seu formato a uma temperatura predefinida. Isto permite que
o fluído seja retido dentro do condensador. Quando a temperatura predefinida é
atingida, a mola metálica expande e empurra um selo contra o pescoço do heat – pipe,
bloqueando, desta forma, o retorno do fluído condensado e parando a transferência de
calor.
A inclinação dos painéis em relação à horizontal também contribui para a limitação
das temperaturas de funcionamento. Uma optimização para o Inverno fará com que no
Verão (intensidade solar maior) a radiação incidente seja menor, o que levará a
inferiores temperaturas de funcionamento.
2.4 Sistemas solares térmicos com colectores solares de tubos de vácuo
2.4.1 Sistema termossifão
Neste tipo de sistemas também designados por sistemas tipo “kit” o depósito de
acumulação tem de estar a uma cota superior ao colector, ou seja o colector tem o
depósito integrado.
Trata-se de um sistema autónomo que não necessita de bomba circuladora nem de
sistemas de controlo e praticamente não necessita de manutenção, sendo por isso a
escolha ideal para sistemas domésticos.
O princípio de funcionamento é simples. O utilizador define a temperatura a que
pretende utilizar a água quente, como por exemplo 45 ºC, se a temperatura da água no
termoacumulador for superior à temperatura do fluido nos colectores solares, o módulo
solar mistura com água fria a água proveniente do termoacumulador de modo que a
temperatura de envio para a utilização seja de 45 ºC. Caso a temperatura seja inferior a
45 ºC, então o módulo solar desvia a água até ao sistema de apoio, por exemplo
caldeira, que irá repor energia suficiente até que esta atinja os 45 ºC. Este tipo de
configuração evita também queimaduras, pois é normal em determinadas alturas do ano
a água proveniente do termoacumulador atingir temperaturas na ordem dos 70 ºC.
O aproveitamento de energia é máximo, pois mesmo em dias com pouca radiação
solar o sistema faz um pré-aquecimento da água. Ou seja, o sistema convencional de
aquecimento de água gastará menos energia para o aquecimento desta, em comparação
com uma situação em que não existisse o sistema solar.
Este tipo de colector representado na figura é
constituído por materiais resistentes à corrosão
provocada pelos iões de cloro, por água com sal ou
impurezas da água da rede, ou seja, preservam a
qualidade da água.
As perdas térmicas são reduzidas ao mínimo
através de um isolamento constituído por uma
camada de 75 mm de espuma de poliuretano. Este
equipamento está disponível em vários modelos que
diferem no número e no diâmetro dos tubos de
vácuo e com capacidades de depósito que podem
variar.
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2.4.2 Sistema de circulação forçada
Mais uma vez o princípio de funcionamento é muito simples. São instaladas sondas
para a medição da temperatura do fluído térmico no campo de colectores e da
temperatura da água no termoacumulador. Quando o controlador diferencial, detectar
que a temperatura do fluído térmico do campo de colectores é superior à da água na
zona mais fria (zona inferior) do termoacumulador, a bomba circuladora entra em
funcionamento, transferindo a energia para o termoacumulador. Esta transferência cessa
assim que o controlo diferencial detecte que a temperatura do termoacumulador na zona
mais fria supera a do campo de colectores. Supondo que o utilizador escolhe uma
temperatura de consumo de 45 ºC, a função do
sistema de apoio é manter a zona mais alta do
depósito a esta temperatura, zona esta, que só por si
deverá ter capacidade suficiente para satisfazer as
necessidades energéticas de AQS.
O sistema da figura é completo com um ou dois
painéis solares com tubos de vácuo, acumulador de
água quente em aço inox de 200 e 300 litros,
controlador electrónico programável e bomba de
circulação de água. O acumulador e o painel estão
fisicamente separados, podendo ligar-se o
acumulador de água ao seu sistema existente de água quente - caldeira a gasóleo, fogão
de sala, fogão a lenha, esquentador, cilindro, etc. A sua alta eficiência permite também a
sua utilização para aquecimento de piscinas, piso radiante, aquecimento central, assim
como para zonas industriais e comerciais.
2.5 Vantagens
O vácuo reduz consideravelmente a perda de calor por condução no interior dos
tubos. Possibilita a captação constante de energia mesmo com temperaturas
negativas, só sendo necessária a existência de luz solar. O vento e a chuva têm um
mínimo efeito na eficiência dos colectores;
Como não existe água no interior dos tubos não existe o risco de danificação devido
à expansão da água quando congela;
A incidência do sol é sempre perpendicularmente à superfície, o que reduz a reflexão
e maximiza a quantidade total de radiação solar a que os colectores estão expostos
durante o dia;
Os tubos de vácuo são duradouros e resistentes;
Vidro de boro-silicato de alta resistência capaz de suster o impacto de granizo;
Atingem temperaturas superiores, quando comparados com os outros tipos de
colectores;
Em caso de dano num dos tubos, o colector continua o seu funcionamento normal.
Os tubos são fáceis de substituir, visto que são ligados separadamente e
independentes uns dos outros;
Possuem um melhor desempenho em climas frios quando comparados com os
painéis planos, uma vez que apenas se baseiam na utilização da luz solar e não da
temperatura ambiente;
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Têm rendimentos razoáveis mesmo a baixas intensidades luminosas;
Em climas de neve, o espaço entre os tubos de vácuo permite que a neve caia,
evitando, desta forma, o bloqueio da luz solar que chega à área de absorção;
Podem ser instalados numa direcção considerada menos eficiente;
Devido à forma cilíndrica do tubo de vácuo, a incidência solar fica perpendicular à
superfície do vidro a maior parte do dia;
Apresenta boa eficiência, mesmo com elevadas diferenças de temperatura entre o
absorsor e o meio envolvente (por exemplo no verão);
Suporta cargas térmicas com mais eficiência do que os colectores planos;
Atinge elevadas temperaturas, possibilitando a utilização em sistemas de ar
condicionado e produção de vapor;
É facilmente transportado para qualquer local (apresenta um baixo peso e pode ser
montado no local da instalação);
Menores custos de instalação porque se evita a remoção de material do telhado;
2.6 Desvantagens
Não pode ser usado para instalações horizontais no caso dos sistemas de tubos de
aquecimento (inclinação no mínimo 25º).
Temperaturas elevadas e constantes podem originar uma fuga do fluído do heat –
pipe, por isso rigorosas considerações devem ser tiradas na instalação deste sistemas
em climas temperados;
A área de absorção ocupa apenas 50 % da área do painel nos designs mais antigos,
embora esta área vá aumentando à medida que a tecnologia vai evoluindo;
Preço superior aos dos painéis térmicos convencionais.
3. Incentivos fiscais
Hoje em dia, a falta de financiamento não pode ser uma desculpa para a não
instalação de um sistema térmico. O governo desenvolveu algumas medidas que visam
apoiar tanto particulares como empresas para a implementação de sistemas de energias
renováveis. Taxas reduzidas de IVA, benefícios fiscais no IRS e IRC são algumas das
medidas aprovadas. Pode ser deduzido no IRS 30% do custo com equipamentos novos
para utilização de energias renováveis (até ao máximo de 796 €).
4. Bibliografia
http://mentenergica.com/index.php?option=com_content&task=view&id=21&Itemid
=20
http://www.ancruzeiros.pt/ancastros-sol-dec.html
http://www.astro.iag.usp.br/~maciel/teaching/artigos/sol2.jpg
http://www.cenfim.pt/doc/artigos/energia_solar.pdf
http://www.energiasealternativas.com/energia-solar.html
http://www.energiasrenovaveis.com/
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http://www.made-in-
china.com/showroom/cnwxwk/productdetailNMrEqAoJJDcR/China-U-Pipe-Solar-
Collector.html
http://www.raplus.pt/destaque3.pdf
http://www.sbvacuo.org.br/artigoRobertoStempniak.pdf