RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO · alimentícias que o caracteriza, como coco, frutas...
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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
CAMPUS MEDIANEIRA
Gleici Maria Variza
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
MEDIANEIRA-PR
2012
Gleici Maria Variza
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Relatório de estágio apresentado ao
Curso de Graduação, em Engenharia de
Produção, da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, como requisito parcial
para a conclusão da disciplina de estágio
obrigatório.
Orientador: Prof. Ms. Neron Alipio Cortes
Berghauser
MEDIANEIRA-PR
2012
TERMO DE ENTREGA
Relatório de estágio curricular supervisionado realizado na Ninfa Indústria de
Alimentos Ltda, no período de 06 de fevereiro a 25 de maio de 2012, perfazendo
aproximadamente 450 horas.
___________________________________ Cícero Salviano da Costa
Supervisor do Estágio – Ninfa
_____________________________
Prof Neron Alipio Cortes Berghauser Orientador do Estágio
___________________________________
Gleici Maria Variza
Estagiária
____________________________________
Prof . André Luis da silva
Responsável pela Atividade de Estágio do Curso
Medianeira
2012
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Segmentação do mercado de biscoitos. .................................................... 10
Figura 2: Exemplo de planilha de acompanhamento de produção. ........................... 16
Figura 3: Exemplo de gráficos. .................................................................................. 17
Figura 4: Etiqueta utilizada nos armários .................................................................. 18
Figura 5: Ajuste de empenho .................................................................................... 19
Figura 6: Apontamento de perdas ............................................................................. 19
Figura 7: Encerramento da ordem ............................................................................. 20
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5
2 A EMPRESA ............................................................................................................ 6
3 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................... 7
3.1 BISCOITOS ........................................................................................................... 7
3.1.1 SURGIMENTO DO BISCOITO .......................................................................... 7
3.1.2 Classificação dos biscoitos ................................................................................. 8
3.2 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR .......................................................................... 9
3.3 MATÉRIA PRIMA UTILIZADA PARA ELEABORAÇÃO DOS BISCOITOS ......... 10
3.3.3 Sal .................................................................................................................... 11
3.3.4 Bicarbonato de sódio ........................................................................................ 12
3.3.5 Bicarbonato de amônio ..................................................................................... 12
3.3.6 Pirofosfato ácido de sódio ................................................................................ 12
3.3.7 Lecitina de soja ................................................................................................ 13
3.3.8 Água ................................................................................................................. 13
3.3.9 Aroma ............................................................................................................... 13
4 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ........................................... 16
4.1 Digitalização de relatórios e elaboração de gráficos da produção ...................... 16
4.2 Controle de armários nos vestiários .................................................................... 17
4.3 Fechamento das ordens de produção ................................................................. 18
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 20
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 22
5
1 INTRODUÇÃO
Biscoito é o produto obtido pelo amassamento e cozimento conveniente de
massa preparada com farinhas, amidos, féculas fermentadas, ou não, e outras
substâncias alimentícias (BRASIL, 1978).
A denominação “biscoito” surgiu na França para descrever o pão que,
amassado e novamente cozido, transformava-se em pasta dura. O termo biscoito é
a junção dos termos “bis” e “cuit” que quer dizer “cozido duas vezes” (NESTLÉ,
2011).
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de biscoitos no mundo,
perdendo apenas para os Estados Unidos; em relação ao consumo, o Brasil ocupa o
12º posição no ranking mundial, com uma média per capita de 6,3 kg por ano
(MERCADO, 2012).
Este relatório tem por objetivo descrever as atividades realizadas durante o
estágio supervisionado do curso de graduação em Engenharia de Produção da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná-UTFPR, Medianeira, na empresa Ninfa
Indústria de Alimentos Ltda, cidade de Medianeira - PR, no período de 06 de
fevereiro a 25 de maio de 2012. O mesmo foi realizado com supervisão direta do
Gerente de Produção, das unidades de biscoito, Cícero Salviano da Costa e
orientação do Professor Neron Alipio Cortes Berghauser.
Este trabalho se inicia apresentando a empresa na qual o estágio foi
realizado, em seguida uma revisão bibliográfica sobre os temas relacionados ao
estágio, e posteriormente descreve as atividades que foram desenvolvidas no
período de estágio e por fim apresenta as considerações finais.
6
2 A EMPRESA
Fundada por Hugo Zadinello na cidade de Medianeira no ano de 1979, a
Ninfa Alimentos começou a produzir contando inicialmente com apenas 5
colaboradores e capacidade produtiva de 6mil kg/mês de biscoitos. Atualmente a
empresa conta com uma equipe de 500 colaboradores e uma produção de 6 mil
kg/hora de biscoitos.
A empresa possui três unidades de produção: biscoitos, refresco em pó e
massas, em um complexo industrial de 24.000 m2 e comercializa nas regiões Sul,
Sudeste e Centro-Oeste, além dos Estados de Rondônia, Acre, Pará e Maranhão.
Seus produtos chegam a esse amplo mercado pela frota de 13 veículos próprios e
61 terceirizados.
De acordo com seu planejamento estratégico, a missão da empresa é:
“promover saúde, satisfação e sonhos, produzindo e comercializando alimentos
saudáveis, saborosos e nutritivos, gerando riquezas”.
As informações precedentes foram extraídas do site institucional Ninfa (2012).
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3 REVISÃO DE LITERATURA
O propósito deste capítulo é resgatar os principais conceitos e terminologias
utilizados neste relatório, usando-se, para isto, de produções científicas
reconhecidas pelo ambiente acadêmico.
3.1 BISCOITOS
Como o principal produto industrializado pela empresa é o biscoito, cabe aqui
uma breve apresentação de aspectos que melhorem o entendimento sobre este
interessante alimento.
3.1.1 Surgimento do biscoito
De acordo com as lendas, o biscoito surgiu quando os antigos povos comiam
grãos crus moendo-os lentamente e triturando-os com os dentes. A partir disso
surgiu a ideia de se amassar os grãos entre duas pedras, misturando água àquela
massa e secá-la ao fogo, tornando-a numa pasta seca e dura. Esse processo
adicionado por outros componentes começou a tomar sua forma, que se
assemelhou a um pão duro, foi na verdade o precursor do que hoje é chamado
biscoito (SIMABESP, 2011).
Os egípcios mostravam para a prosperidade com desenhos e formulações de
vários tipos de biscoitos secos. Os primeiros biscoitos foram servidos adocicados
com mel e eram objeto de gentileza para com amigos e presentes. Na época, um
especialista em fabricar os biscoitos podia ser comprado, alugado por dias, tomado
à força, em resumo, era um objeto, um escravo de luxo (SIMABESP, 2011).
O antigo viajante necessitava levar, na sua bagagem, o seu próprio pão, mas
este se deteriorava rapidamente, portanto o produto era cozido mais de uma vez
para diminuir a umidade (SIMABESP, 2011).
O Biscoito deveria ser comido somente após ter sido imerso em leite de cabra
ou na sopa para se tornar mais mole e então poder ser comido. A forma que o
pãozinho seco (biscoito) tomou foi a de um pequeno pastel recheado de carne, que
era chamado de "pão do viajante” (SIMABESP, 2011).
8
A denominação “biscoito” surgiu na França para descrever o pão que,
amassado e novamente cozido, transformava-se em pasta dura, visando sua melhor
conservação. “Biscoito” é a junção dos termos “bis” e “cuit” que quer dizer “cozido
duas vezes”. A popularidade do biscoito aumentou rapidamente em meados do
século XVII quando, na Europa, começou-se a servi-lo para acompanhar o chocolate
ou o chá. O progresso dos negócios com os biscoitos alertou as municipalidades
que viram aí uma boa fonte de renda em taxas e impostos. A partir de então,
acelerou-se a busca por métodos e modos mais econômicos e de maior rendimento
na sua fabricação iniciando-se, consequentemente, o processo de industrialização
desse setor produtivo (NESTLÉ, 2011).
A Inglaterra fabricava vários tipos de biscoitos e os exportava para suas
colônias. Todas as cidades importantes dos Estados Unidos foram consumindo,
pouco a pouco, o "biscoito para chá e café dos ingleses". No período que antecedeu
à independência americana, a indústria de equipamentos para a fabricação de
biscoitos foi se desenvolvendo, o que explica o crescimento do setor, nos anos que
se seguiram à emancipação dos EUA (NESTLÉ, 2011).
Daí em diante, a evolução se fez de forma acelerada; até o nome "biscuit" foi
abandonado e os produtos americanos foram rebatizados de "cookies", originário do
termo "koekje", holandês, que quer dizer "bolo pequeno". Isto fez com que se criasse
uma separação bem definida entre os tipos de biscoitos: os "cookies" eram os de
paladar adocicados e os "saltines", com acentuado sabor salgado. Os primeiros
cresciam por ação química e os salgados eram "fermentados" por meios biológicos
(NESTLÉ, 2011).
Hoje existe mais de 200 tipos de biscoitos com diferentes formulações e com
uma indústria altamente especializada (NESTLÉ, 2011). O que havia começado com
um trabalho escravo, ao tempo dos gregos, romanos e dos egípcios, hoje faz parte
de um complexo industrial, dos mais importantes dentro do setor de alimentação
(SIMABESP, 2011).
3.1.2 Classificação dos biscoitos
9
Brasil (1978) classifica os biscoitos de acordo com o ingrediente que o
caracteriza ou forma de apresentação:
a) Biscoitos ou bolachas salgadas: produtos que contêm cloreto de sódio em
quantidade que acentue o sabor salgado, além das substâncias normais desses
produtos;
b) Biscoitos ou bolachas doces: produtos que contêm açúcar, além das substâncias
normais nesse tipo de produtos;
c) Recheados: quando possuírem um recheio apropriado;
d) Revestidos: quando possuírem um revestimento apropriado;
e) Grissini: produto preparado com farinha de trigo, manteiga ou gordura, água e sal e
apresentados sob a forma de cilindros finos e curtos.
f) Biscoitos ou bolachas para aperitivos e petiscos ou salgadinhos: produtos que
contêm condimentos, substâncias alimentícias normais desses tipos de produtos;
apresentam-se geralmente sob formas variadas e tamanhos bem pequenos. Ex.:
"Petisco de queijo", "Bolacha de cebola para aperitivo".
g) Palitos para aperitivos ou "pretsel": produto preparado com farinha, água, sal,
manteiga ou gordura e fermento-biológico; a massa é moldada em forma de varetas,
que podem ser dobradas em forma de oito, e são submetidas a prévio cozimento
rápido em banho alcalino, antes de assadas.
h) Wafer: produto preparado à base de farinha de trigo, amido, fermento químico,
manteiga ou gordura, leite e ovos e apresentado sob a forma de folha prensadas;
i) Wafer recheado: produto preparado à base de farinhas, amidos ou féculas, doce ou
salgado, podendo conter leite, ovos, manteiga, gorduras e outras substancias
alimentícias que o caracteriza, como coco, frutas oleaginosas. geleias de frutas e
queijo. Tais produtos podem ser decorados com doces, glacês, geleias, frutas secas
ou cristalizadas, queijo, anchova, etc.
3.2 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR
Segundo a SIMABESP (2011) o mercado de biscoitos é dividido em nove
categorias maiores: Recheado, Crackers e água e sal (integrais, gergelim, centeio,
etc), Wafers, Maria e Maisena, Doces secos e amanteigados, Amanteigados,
10
Salgados (salgadinhos, aperitivos, snacks e "tipo club"), Rosquinha e outros como
mostra a Figura 1.
Figura 1: Segmentação do mercado de biscoitos. Fonte: Simabesp, (2011).
O Brasil ocupa a posição de 2º maior produtor mundial de biscoitos, com o
registro de 1.206 milhões de toneladas produzidas em 2009, isso representou 2,5%
de crescimento sobre 2008 em que foram produzidas 1.177 milhões de toneladas
(SIMABESP, 2011). No quesito referente a consumo, o Brasil ocupa o 12º lugar, com
uma média per capita de 6,3 kg por ano, os três maiores Estados consumidores de
biscoitos no Brasil são: São Paulo com 27%, Rio de Janeiro com 13% e Minas
Gerais com 11% o Paraná possui apenas 4% do consumo (ANIB, 2011).
De acordo com a ANIB (2011) a produção deverá continuar mantendo o Brasil
como o segundo maior no mercado mundial de biscoitos perdendo apenas para os
Estados Unidos, os demais países do ranking são Inglaterra, Alemanha e França.
Em 2010 as exportações de biscoitos brasileiros foram da ordem de 54,3 mil
toneladas o que representou um faturamento de US$ 106 milhões. Os principais
compradores são: Angola, Paraguai, Estados Unidos, Uruguai e Argentina, que
juntos somam 22 mil toneladas somente no primeiro semestre de 2011. Os produtos
mais exportados são biscoitos recheados (38%) e wafers (30%) (ANIB, 2011).
3.3 MATÉRIA PRIMA UTILIZADA PARA ELABORAÇÃO DOS BISCOITOS
11
3.3.1 Farinha
O trigo representa 33% dos cereais colhidos por ano no mundo e possui uma
grande variedade. O grão de trigo é classificado como trigo duro ou forte, mole ou
fraco, branco e trigo durum, a principal diferença entre eles está na indicação do seu
uso (MORETTO; ALVES, 1999).
A farinha feita com o trigo duro é indicada para a fabricação de pães, devido a
grande quantidade e boa qualidade do glúten. O trigo mole tem baixo conteúdo de
proteína é adequado para a produção de crackers e bolachas. O trigo branco tem
menor conteúdo de proteína e tem cor mais clara, com uma qualidade de
panificação adequada para de bolos e tortas (MORETTO; ALVES, 1999).
O trigo durum supera todas as outras espécies de trigo na qualidade para a
fabricação de pastas para a produção de espaguetes e macarrões, por isso possui
alta demanda e valorização. O trigo duro ocupa cerca de 8 % da área de trigo no
mundo (EMBRAPA, 2012).
3.3.2 Amido
O mais utilizado é o de milho sua função principal é “diluir” a proteína (glúten),
atuando principalmente na estrutura do produto (AZEVEDO, 2007). É composto por
unidades de açúcares (glicose) ligadas entre si, de modo a formar cadeias. Melhora
a textura do produto, promovendo maior maciez e também quebra a força da farinha
de trigo. Quando dissolvido em água e aquecido, o amido se gelatiniza e forma uma
solução viscosa (FLEISCHMANN, 2012).
3.3.3 Sal
O sal além de contribuir para o sabor do produto é responsável pelas
características de desenvolvimento da proteína do trigo (MORETTO; ALVES, 1999).
12
3.3.4 Bicarbonato de sódio
O bicarbonato de sódio exerce duas funções, a primeira é o ajuste do pH ( é
um termo que expressa a intensidade da condição ácida ou básica de um
determinado meio ou é um índice que indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade
de um meio qualquer (DEFINIÇÃO, 2012)) da massa e do produto. Na fabricação de
biscoitos, diversos ingredientes são fracamente ácidos (pH 4,0-5,0), enquanto os
biscoitos finais têm pH em torno de 7,0. É necessário, portanto, que se faça um
ajuste de pH, e o método mais comum consiste na adição de bicarbonato de sódio.
A segunda função do bicarbonato de sódio é utilizado como "agente de crescimento"
em uma gama extensa de produtos que utilizam fermento químico. Quando reage
com ácidos (fosfatos), o bicarbonato libera dióxido de carbono (CO2). Essa aeração
proporciona o crescimento da massa (IPCNOR, 2012).
3.3.5 Bicarbonato de amônio
O bicarbonato de amônio é um fermento, agente de crescimento usado na
produção de biscoitos e crackers, ele reage na presença de umidade e/ou de calor
liberando os gases NH3 + CO2 que fazem a massa crescer, aumentam a expansão
dos mesmos como também ajuda a formar
um aspecto mais uniforme (PANTEC, 2012).
3.3.6 Pirofosfato ácido de sódio
O pirofosfato ácido de sódio é um componente presente em diferentes
formulações com o papel de fermento. Durante uma produção, ocorre uma reação
13
química do pirofosfato ácido de sódio (ácido) com o bicarbonato de sódio (base),
liberando água, sal e CO2, o que faz a massa crescer (FUNCIONAL MIKRON, 2012).
3.3.7 Lecitina de soja
É uma substância extraída da soja, é usada como emulsificante que facilita a
mistura das matérias-primas e evita a separação da gordura dos demais
ingredientes, sua função nos biscoitos é estabilizar e emulsificar a massa e os
cremes (recheios) (FLEISCHMANN; AYMORÉ, 2012).
3.3.8 Água
A principal função da água na elaboração de biscoitos é dissolver os
ingredientes solúveis, além de hidratar o glúten, possibilitando seu desenvolvimento.
A água também influência em algumas propriedades físicas da massa. Como a
consistência (firmeza), maleabilidade (facilidade de ser laminado). pegajosidade
(facilidade de aderência), extensibilidade e elasticidade (a massa do biscoito deve
ter extensibilidade suficiente para expandir e deve ter uma elasticidade que
apresente uma resistência à expansão para garantir a forma final (SIBA
INGREDIENTES, 2012). (MORETTO; ALVES, 1999).
3.3.9 Aroma
O aroma do biscoito é uma preparação concentrada utilizada para conferir-lhe
o sentido do sabor. O aroma identifica o produto. Diversos produtos alimentícios
diferenciam-se de seus similares apenas pelo aroma específico. O aroma também
compensa perdas, no caso dos biscoitos a adição de aromas é necessária para
compensar a perda natural de substâncias aromatizantes que ocorre durante o
cozimento (GEORGES BROEMMÉ, 2012).
14
3.3.10 Gordura
Para a fabricação de biscoitos, a gordura pode ser de origem animal
(manteiga, banha) ou vegetal, hidrogenada ou não. O mais usual é a utilização de
gordura vegetal hidrogenada (AZEVEDO, 2007).
A gordura num biscoito tem quatro funções principais: lubrifica a massa (óleo),
proporciona aeração, funcionando como agente de crescimento pela retenção do ar,
melhora a mastigação e a expansão. Funciona ainda como amaciador, além de
contribuir com o aroma e sabor (PINTO; FELTES, 2012).
3.3.11 Metabissulfito de sódio
O metabisulfito de sódio é um pó cristalino de coloração branca e levemente
amarelada, utilizado como agente antioxidante, com efeito inibidor da proliferação de
microrganismos (SILVA, 2010).
3.3.12 Açúcar Cristal
É o açúcar com cristais grandes e transparentes, difíceis de serem dissolvidos
em água. Depois do cozimento, ele passa por um refinamento leve, que remove
90% dos sais minerais (ALIMENTAÇÃO, 2012) esse açúcar fornece doçura e sabor,
além de ter efeito sobre a textura, cor, expansão e aparência geral ao biscoito
(AZEVEDO, 2007).
3.3.13 Açúcar invertido
15
O açúcar chamado invertido é o açúcar em sua forma líquida adicionado de
ácido cítrico e que têm por função melhorar a textura e a cor do biscoito (AYMORÉ,
2012), ou ainda é uma solução de açúcar em que a sacarose foi convertida em
glicose e frutose por ação de um ácido, uma base ou por enzimas, é utilizado para
obtenção da coloração dourada nos produtos e para reter umidade (AZEVEDO,
2007).
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4 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
O estágio teve inicio no dia 06 de fevereiro de 2012 em que a estagiária
acompanhou os passos da antiga estagiária durante duas semanas, ela apresentou
aos colaboradores bem como mostrou a empresa e seus respectivos processos
produtivos. Nessas duas semanas foi recebido treinamento dado pela antiga
estagiária para desempenhar as atividades que anteriormente eram desempenhadas
por ela. As atividades desenvolvidas serão mencionadas nos itens a seguir.
4.1 Digitalização de relatórios e elaboração de gráficos da produção
Toda a produção de biscoitos é registrada pelos colaboradores, eles
descrevem em planilhas o controle de preparo de massas, a produção, quantidades
de biscoitos e massa fresca, reprocessadas e descartadas, temperaturas e paradas
dos fornos, quantidade de embalagens utilizadas e estragadas, peso por produto e
por paletes.
Esses dados são repassados para planilhas digitalizadas (Figura 2) em que
consta a número de caixas produzidas, massas tombadas, horas trabalhadas,
horas/máquinas paradas, média peso por produto, reprocessos, descartes,
embalagens utilizadas e estragadas com suas respectivas porcentagens.
Figura 2: Exemplo de planilha de acompanhamento de produção.
17
Fonte: Autor, (2012).
Antigamente esses dados eram utilizados para o controle de estoque,
posteriormente passaram a servir somente para elaboração de gráficos e esclarecer
possíveis dúvidas. Os gráficos elaborados a partir desses dados são colados nas
linhas de produção para que os colaboradores possam visualizar o quanto foi
produzido, descartado, sobrepeso, reprocesso e a perda de embalagem, sendo que
para cada um destes itens existe uma meta a ser atingida (Figura 3).
Figura 3: Exemplo de gráficos. Fonte: Autor, (2012).
4.2 Controle de armários nos vestiários
O controle dos armários dos vestiários é feito nas unidades de biscoitos (I e II)
da seguinte forma: cada vez que um novo colaborador é contratado pela empresa,
ao mesmo é entregue a chave com o número de um dos armários de sua respectiva
unidade de trabalho para que possa guardar seus pertences. Quando um
colaborador sai da empresa o mesmo entrega as chaves no departamento de
recursos humanos que as repassa para posterior reposição no armário de chaves.
Em ambos os casos nome do colaborador é colocado ou retirado da listagem dos
armários respectivamente.
Em cada armário é colado uma etiqueta com o nome do colaborador, unidade
e o número do armário (Figura 4) e quando o mesmo sai, a etiqueta é retirada. Com
18
isso pode-se saber qual armário está livre e qual está sendo ocupado o que facilita
quando um novo colaborador é contratado.
Figura 4: Etiqueta utilizada nos armários Fonte: Autor (2012).
4.3 Fechamento das ordens de produção
A Ordem de produção é uma solicitação de produção de determinado
produto, nela está descrito todas as informações e especificações do produto. A
ordem de produção contém a descrição do produto que deve ser produzido, em que
data deve ser entregue e as quantidades requisitadas (METRICS, 2012).
A Ordem de Produção possibilita o controle e o gerenciamento dos itens
fabricados, com isso se poderá ter o controle do estoque tanto das matérias-primas
quanto do produto acabado (HÁBIL ENTERPRISE, 2012).
O programa utilizado pela empresa para fechar as ordens de produção é o
Protheus da empresa TOTVS. Trata-se de uma linha de software ERP, Enterprise
Resource Planning ou em português, Sistemas Integrados de Gestão Empresarial.
ERP é um termo genérico para um conjunto de atividades executadas por um
software multimodular, que objetiva auxiliar os gestores de uma empresa nas fases
do seu negócio. Este aplicativo inclui o desenvolvimento de produtos, compra de
itens, manutenção de estoques, interação com os fornecedores, serviços a clientes e
acompanhamento de ordens de produção (SOUZA, 2012).
O programa Protheus pode ser utilizado para realizar o Plano Mestre de
Produção, solicitações de compras previstas, autorizações de entregas previstas,
ordens de produção por pedido de vendas, ajuste de empenhos, apontamento de
produção, apontamento de Perda, histograma, relatórios entre outros (TOTVS,
2012).
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Para o fechamento das ordens de produção (OP) são necessários os
seguintes passos: fazer o ajuste de empenho (Figura 5), apontar as perdas (Figura
6) e a produção propriamente dita.
Quando uma ordem de produção é incluída, o sistema verifica
automaticamente o que é necessário para que ela possa ser executada e efetua o
empenho dos materiais necessários, conforme determinado em sua estrutura, se as
quantidades de matérias-primas utilizadas for diferente é feito o ajuste das mesmas
(TUTORIAIS, 2012).
Figura 5: Ajuste de empenho Fonte: Autor (2012).
Figura 6: Apontamento de perdas Fonte: Autor (2012).
20
Figura 7: Encerramento da ordem Fonte: Autor (2012).
Uma OP é encerrada, quando o sistema detecta uma movimentação do Tipo
Produção para o valor total da OP, ou quando a soma de movimentações do Tipo
Produção totaliza a quantidade original da OP (TUTORIAIS, 2012).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foram muitos os aprendizados que o estágio proporcionou em relação ao
funcionamento de uma grande empresa, as dificuldades de se gerenciar, de se lidar
com os colaboradores e também conhecer a rotina de trabalho das várias áreas de
uma empresa.
A estagiária pode ver a aplicação das disciplinas de Engenharia da
Qualidade, Higiene na Agroindústria, Planejamento e Controle da Produção 1 e 2,
Arranjo Físico e Layout, Gestão de Pessoas e Estatística, foi possível também
utilizar softwares muito comentados durante a graduação e que neste período foram
21
vistos na prática o que é de fundamental importância para a formação do
profissional.
22
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