Relatório de Estágio Rúben Fangueiro 2901.pdf
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UM
inho |
2016
Universidade do Minho
Instituto de Educao
Rben Manuel da Silva Fangueiro
Relevncia da Atividade Sensorial nos
primeiros anos de aprendizagem do violino
Janeiro de 2016
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Rben Manuel da Silva Fangueiro
Relevncia da Atividade Sensorial nos
primeiros anos de aprendizagem do violino
Janeiro de 2016
Relatrio de Estgio
Mestrado em Ensino de Msica
Trabalho efetuado sob a orientao do
Professor Doutor Lus Pipa
Universidade do Minho
Instituto de Educao
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DECLARAO
Nome: Rben Manuel da Silva Fangueiro
Endereo eletrnico: [email protected]
Ttulo do Relatrio: Relevncia da Atividade Sensorial nos primeiros anos de aprendizagem do
violino
Supervisor: Professor Doutor Lus Pipa
Designao do Mestrado: Mestrado em Ensino de Msica
Ano de concluso: 2016
AUTORIZADA A REPRODUO INTEGRAL DESTE RELATRIO APENAS PARA EFEITOS DE
INVESTIGAO, MEDIANTE DECLARAO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE
COMPROMETE.
Universidade do Minho, 29 de janeiro de 2016
______________________________________________
(Rben Manuel da Silva Fangueiro)
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surpreendente a quantidade de pessoas capazes de
ver cores ou de saborear ou sentir uma variedade
de sensaes enquanto ouvem msica
(Oliver Sacks in Musicofilia)
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AGRADECIMENTOS
O meu primeiro agradecimento vai para o Professor Doutor Lus Pipa, pela sua orientao, pelas
importantes crticas, sugestes e incentivo, e pela disponibilidade e apoio que demonstrou ao
longo de todo este percurso.
Professora Anna Pereira que com toda a amabilidade se disponibilizou para colaborar neste
projeto enquanto orientadora cooperante e fundamentalmente pelos seus ensinamentos
pedaggicos, os quais contriburam em muito para ter alcanado os meus objetivos neste
projeto.
Professora Snia Guerra, pelo gosto que me fez despertar desde os meus primeiros anos de
aprendizagem do violino e pelo exemplo de dedicao que sempre mostrou ser ao longo de
todos estes anos.
Ao Conservatrio de Msica de Vila do Conde, aos seus diretores pedaggicos, aos restantes
professores, aos alunos que participaram e tornaram possvel a realizao deste projeto e ao
pessoal administrativo que sempre me tratou com muito carinho e mostrando sempre muita
disponibilidade para ajudar.
Aos meus amigos, Antnio Oliveira, Eduardo Sousa, Manuel Brites e Joo Marques pelas horas
despendidas na leitura e correo deste trabalho e principalmente pelo incentivo que foram
demonstrando ao longo de todos estes meses.
Por fim, gostaria de agradecer minha noiva Fbia pelas impagveis sugestes, incalculvel
confiana, oportuna crtica, compreenso, estmulo e massacre constantes que manifestou em
todas as etapas deste Mestrado, e que se revelaram indispensveis para a elaborao deste
trabalho.
E aos meus pais e irmos, obrigado por tudo.
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Ttulo: Relevncia da Atividade Sensorial nos primeiros anos de aprendizagem do violino
Palavras-chave:
Atividade sensorial, violino, crebro, mtodo
RESUMO
O presente relatrio de estgio incide sobre um Projeto de Interveno Pedaggica
Supervisionada a quatro alunos da disciplina de Violino com idades compreendidas entre os 10 e
os 11 anos. Foi desenvolvido no mbito do Mestrado em Ensino de Msica da Universidade do
Minho.
A relevncia deste tema incide na riqueza da experincia sensorial que emerge da
interao entre o ser humano e a msica, na qual o crebro desempenha um papel fulcral. Com
efeito, a atividade cerebral que organiza os estmulos veiculados pela msica e os estrutura
nas mais variadas respostas que ocorrem, tanto em msicos, como em no msicos, e que so
revestidas de particularidades que dependem de cada individuo.
Este projeto de interveno foi elaborado tendo como principal objetivo compreender de
que forma o crebro Humano limita ou facilita a aprendizagem de um instrumento, no caso o
violino, principalmente nos primeiros anos de prtica do mesmo. Assim, foram estudados os
mtodos de ensino j existentes e as novas metodologias criadas pelos professores para tentar
perceber a sua viabilidade pedaggica e de que forma contribuem para ultrapassar ou facilitar
essas mesmas limitaes tendo em vista o cumprimento mais clere e eficaz dos objetivos
propostos. Para este efeito, foram aplicadas estratgias de trabalho que integrassem a audio, a
viso e o tato, na criao de automatismos fsicos e mentais para o aperfeioamento da tcnica
e da afinao do violino.
Com efeito, atravs da observao e interveno nas aulas e da anlise dos
questionrios respondidos pelos alunos, pde verificar-se um progresso tcnico e mental na
procura da postura correta, na automatizao de movimentos corporais e principalmente, no
treino auditivo. De facto, em muitos casos, as marcas de referncia deixaram de ser um pilar da
afinao e as analogias mostraram-se uma mais-valia na compreenso de alguns aspetos
tcnicos, sendo de esperar que esse progresso se mantenha com a continuidade da aplicao
destas estratgias.
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Title -- Relevance of sensory activity in the early years of learning the violin
Key-words:
Sensory activity, violin, brain, method
ABSTRACT
This internship report focuses on a Pedagogical Intervention Project Supervised applied to
four violin students aged 10 to 11 years. It was developed within the scope of Teacher Training
Practice Component of Minho University Master Programme in Music Teaching
The relevance of this theme focuses on the richness of sensory experience that emerges
from the interaction between man and music, in which the brain plays a key role. Indeed, it is the
brain activity that organizes the stimuli conveyed by music and arranges the most varied
responses that occur, in musicians, and nonmusicians, and are characterized by different features
that depend on each individual.
This intervention project was designed with the intent of understanding how the human
brain narrows or facilitates the first years of practice of an instrument, in this case, violin. Thus,
one tried to understand how the existing teaching methods and new methodologies created by
teachers contributed to overcome or ease these same limitations concerning the achievement of
proposed objectives.
Vision, hearing and touch were integrated in several work strategies that were applied to
violin students, to help them to create a physical and mental automatism for the development of
technique and pitch of the violin.
Indeed, through observation and intervention in class and analysis of questionnaires
answered by students we assisted to technical and mental progresses towards finding the correct
posture, automation of body movements and mainly, hearing training. In several cases, reference
marks were no longer necessary and analogies enhance the comphreension of technical aspects.
One hopes that this progress is maintained with the continued implementation of these
strategies.
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NDICE
DECLARAO ......................................................................................................................................... ii
AGRADECIMENTOS ................................................................................................................................. v
RESUMO .............................................................................................................................................. vii
ABSTRACT ............................................................................................................................................. ix
CAPTULO I - Temtica, objetivos e enquadramento terico
1.1 Introduo .................................................................................................................................... 2
1.2 Temtica, motivaes e objetivos .................................................................................................. 3
1.3 Enquadramento terico ................................................................................................................ 4
1.3.1 O nosso crebro e suas funes ............................................................................................ 4
1.3.2 O crebro em contexto musical .............................................................................................. 6
1.3.3 Pedagogia do violino aliada atividade sensorial .................................................................... 7
CAPTULO II - Temtica e objetivos
2.1 Metodologia e Estratgias de Interveno ....................................................................................16
2.2 Caracterizao da Escola e dos alunos ........................................................................................16
2.2.1 Caracterizao da disciplina de Violino .................................................................................16
2.2.2 Caracterizao dos alunos ...................................................................................................22
CAPTULO III - Projeto de Interveno
3.1 Introduo ao contexto de interveno ........................................................................................26
3.2 Interveno em contexto de aulas ...............................................................................................26
3.2.1 Aluno 1 ...............................................................................................................................26
3.2.2 Aluno 2 ...............................................................................................................................32
3.2.3 Aluno 3 ...............................................................................................................................36
3.2.4 Aluno 4 ...............................................................................................................................39
CAPTULO IV - Resultados
4.1 Discusso de Resultados e Concluses .......................................................................................44
Referncias Bibliogrficas................................................................................................................ 50
Anexos .......................................................................................................................................... 54
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CAPTULO 1 Temtica, objetivos e enquadramento terico
1.1 Introduo
O presente relatrio foi elaborado no mbito do Mestrado em Ensino da Msica da
Universidade do Minho, como resultado do Estgio Profissional e Prtica de Ensino
Supervisionada. O tema deste relatrio recai sobre a temtica do funcionamento e da resposta
da atividade sensorial nos primeiros anos de aprendizagem de um instrumento, neste caso
especfico, o Violino.
A msica, como arte expressiva e fsica, influencia, em certa medida, a estrutura e
funo de determinadas reas cerebrais, decompondo o modo de como elas comunicam entre
si e a receo do crebro a diferentes estmulos sensoriais.
A prtica de um instrumento melhora as competncias do sistema nervoso, que agrega
as informaes dos mltiplos sentidos. Ouvir msica no uma experincia apenas auditiva e
emocional, tambm motora () tendemos a acompanhar o ritmo da msica,
involuntariamente, mesmo quando no estamos conscientemente a ouvi-la, e as nossas
expresses e postura espelham a narrativa da melodia, assim como os pensamentos e
sensaes que a mesma provoca (Sacks, 2007).
Para se alcanar bons resultados, um dos pormenores mais importantes para um aluno
ter algum a indicar-lhe sempre o caminho mais fcil para chegar ao objetivo, seja ele qual for,
e se ainda no existir esse caminho, cabe ao Professor a sua criao.
Estar a partilhar a sala de aula com algum cuja experincia e o saber so mais
desenvolvidos algo de gratificante, ainda mais quando podemos partilhar ideias, discutir
mtodos, tcnicas e exerccios, de forma a criar um conjunto de ferramentas que vo ajudar os
alunos a ultrapassar determinadas dificuldades, nomeadamente, aqueles que comigo
participaram nesta investigao.
Foi com a inteno de me tornar um melhor e mais exigente Professor que optei pela
realizao deste projeto, acima de tudo, porque me vai permitir conhecer melhor alguns
mtodos de ensino do violino. Vai-me ajudar a perceber melhor que limitaes esto presentes
na aprendizagem de um instrumento to complexo como o violino e como podemos contornar
essas limitaes. Em suma, o maior objetivo deste projeto abrir portas para um processo de
aprendizagem menos limitativo e mais construtivo e apelativo, prezando por um ensino de
qualidade no violino em Portugal.
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O primeiro captulo expe algumas das motivaes pessoais e profissionais para o
estudo da temtica proposta. Abrange, ainda, o enquadramento terico onde feita uma
pequena abordagem ao nosso sistema nervoso e explica de que forma a atividade neurolgica
atua sobre a nossa forma de estar na vida, sobretudo na msica.
No segundo captulo esto apresentadas as metodologias e estratgias utilizadas no
projeto e a sua execuo, onde podemos encontrar, tambm, a caracterizao do contexto de
estgio: Caracterizao da escola e dos alunos.
O terceiro captulo explica como foi pensado e apresentado o projeto de interveno no
contexto da Prtica de Ensino Supervisionado e como foi aplicado o mesmo durante o projeto.
No quarto captulo so apresentados os resultados e no mesmo so feitas algumas
consideraes finais sobre este projeto de interveno.
1.2 Temtica, motivaes e objetivos
O propsito deste trabalho assenta num estudo objetivo da relevncia da atividade do
nosso crebro nos primeiros anos da aprendizagem do violino, em que se procura refletir sobre
de que forma que os sentidos, como a viso, o tato e a audio so utilizados nos vrios
mtodos de ensino do violino e de que forma que a criana reage aos estmulos
proporcionados pelo meio envolvente aprendizagem. A escolha deste tema surgiu com a
necessidade de compreender melhor de que forma que colmatado o dfice sensorial e motor
de algumas dessas crianas nos primeiros anos da aprendizagem do violino.
Assim, a finalidade deste relatrio foi compreender de que forma que o crebro e a
msica interagem entre si, e como podero os estmulos sensoriais ser manipulados de forma a
obter os resultados necessrios para o sucesso da aprendizagem do violino. A investigao
procurou responder s seguintes questes:
De que forma so assimilados os espaamentos dos dedos nas posies do violino e
qual a sua influncia na afinao nos primeiros anos de ensino?
Quais as estratgias utilizadas pelos pedagogos nas metodologias j existentes para
colmatar as dificuldades auditivas e/ou fsicas dos alunos no ensino do violino?
De que forma so essas dificuldades trabalhadas empiricamente?
De que forma feito o processamento sensorial das crianas em resposta aos estmulos
dados pelo instrumento?
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Quais as metodologias e estratgias mais apropriadas para conseguir um trabalho mais
correto na utilizao destes sentidos na fase mais precoce da aprendizagem do instrumento?
1.3 Enquadramento terico
1.3.1 O nosso crebro e suas funes
Sabe-se que atravs dos sentidos que o ser humano interage com o mundo. O
processo de integrao sensorial a forma atravs da qual o crebro organiza as informaes
que recebe do mundo, de modo a dar uma resposta adaptativa e adequada, organizando assim,
as sensaes do prprio corpo e do ambiente em redor (Damsio, 2010). As nossas
capacidades de processamento sensorial so usadas para a interao social, o desenvolvimento
de capacidades motoras e para a ateno e concentrao (Nolte, 2009).
O crebro, como todos sabemos, um rgo particularmente complexo e vasto, dentro
do qual se podem diferenciar determinadas estruturas que correspondem s denominadas reas
funcionais que podem, cada uma, abranger at um dcimo do crtex cerebral.
um dos rgos do corpo que comum em vrias espcies de animais e considerado
o coordenador primordial do processamento vital de cada um (Caldas, 2008). , portanto, o
responsvel pelo pensamento e pelos movimentos produzidos pelo corpo, permitindo que as
pessoas comunguem com harmonia e sucesso com o meio envolvente, atravs da relao com
os outros e da conexo com todos os objetos existentes. O crebro composto por clulas
nervosas que so capazes de interagir com todo o corpo atravs da espinal medula e do sistema
nervoso. Estas clulas esto interligadas com centros cerebrais especficos, onde a informao,
que recebida pelos nossos sentidos, processada e pode conceber uma resposta adequada a
esses estmulos. O crtex cerebral, que onde est inserida a maior parte do crebro humano,
tem a sua funo relacionada com exerccios cerebrais superiores, como o pensamento e a
ao. Este dividido em quatro lobos (Figura 1). O Lobo Frontal que est associado ao
raciocnio, organizao, ao discurso, s emoes e aos movimentos. O Lobo Temporal que
est relacionado com a perceo e reconhecimento dos estmulos auditivos, e ainda com a
linguagem e com a memria. O Lobo Parietal que est ligado ao reconhecimento, ao movimento,
orientao e perceo dos estmulos. E por fim, o Lobo Occipital, do qual est dependente o
processamento visual.
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O crebro est dividido em dois hemisfrios: o hemisfrio direito e o esquerdo. Apesar
de serem simtricos, cada um deles ligeiramente diferente e possuem ambos diferentes
funes, sendo que, de um modo geral, o hemisfrio direito est relacionado com a criatividade
e o hemisfrio esquerdo com as habilidades lgicas.
Assim, as principais funes do crebro consistem em processar a informao sensorial,
coordenar e controlar o movimento e o comportamento do nosso corpo. ainda o grande
responsvel pela cognio, aprendizagem, memria e emoes.
Para complementar, importante esclarecer a funo do cerebelo. Tem uma
estruturao semelhante do crebro, j que possui tambm dois hemisfrios e um crtex, mas
est associado regulao e coordenao dos movimentos do corpo, postura e ao equilbrio.
responsvel por organizar parte da informao recebida pelo crebro a partir do ouvido interno,
dos nervos sensoriais e do sistema auditivo e visual. Desempenha um papel fundamental na
coordenao dos movimentos motores que so voluntrios, no equilbrio e funcionamento
muscular assim como os processos de memria e aprendizagem bsicas. Por fim, o sistema
lmbico, que tambm conhecido como o crebro emocional(Caldas, 2008), e abrange o
tlamo, que uma massa cinzenta localizada no crebro anterior, ou seja, na parte mais alta do
diencfalo e abarca as funes sensoriais e motoras. O hipotlamo, que est localizado abaixo
do tlamo e que est envolvido em funes como a homeostasia1, a emoo, a sede, a fome, os
ritmos cardacos, e o controlo do sistema nervoso autnomo, alm de controlar a hipfise2. A
1 Neste caso, a homeostasia consiste no equilbrio entre as necessidades de um indivduo e o suprimento dessas mesmas necessidades. Assim,
quando essas necessidades no so supridas, acontece uma instabilidade interior, que solucionada com alteraes nos comportamentos, para que sejam satisfeitas essas mesmas necessidades. 2 A hipfise responsvel por funes do organismo como o crescimento, assim como regula a atividade de outras glndulas importantes no
nosso organismo.
Figura 1 - reas cerebrais e suas funes
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amgdala, que est relacionada com a memria, a emoo e o medo. E por fim o hipocampo
que est numa rea relacionada com o crtex cerebral e est localizado no interior do lobo
temporal e cujas funes incidem sobre a aprendizagem, a memria, nomeadamente a memria
a curto prazo, e sobre as relaes espaciais do indivduo com o meio envolvente.
Ao longo da nossa vida, o crebro tem tendncia a modificar-se, ou seja, sendo ele um
rgo plstico e vivo, pode alterar estruturas e funes em idades mais avanadas; a isto se
chama neuroplasticidade3 uma das descobertas mais revolucionrias desde que os cientistas
desvendaram um esboo da anatomia bsica do crebro e que vai contra a conceo de que o
crebro adulto inaltervel e inflexvel.
1.3.2 O crebro em contexto musical
A msica algo que, inevitavelmente, desperta a nossa atividade cerebral de vrias e
diferentes formas (Kerchner, 2013). A reao de cada um aos estmulos apresentados vai variar
de acordo com a sua personalidade, atribuindo mais ou menos importncia a determinados
aspetos musicais (Cabanas, 2002).
Aprender a tocar um instrumento musical tem efeitos muito significativos sobre a
cognio, mesmo tendo apenas um ou dois anos de estudo e prtica. Os benefcios do exerccio
musical em si, no se limitam a uma melhoria das competncias musicais tais como a leitura
meldica, a leitura rtmica, entre outras, mas estende-se tambm a muitas outras competncias,
tais como a destreza, a memria visual, a memria auditiva, o discurso, na compreenso de
rudo, no processamento temporal auditivo, na destreza de movimentos dos dedos, na leitura,
nos gestos, na imitao e raciocnio no-verbalizado e com o passar dos anos, a prtica e a
experincia musical vo aumentar e as capacidades musicais vo comear a melhorar
substancialmente, independentemente do talento musical, que naturalmente interfere com a
progresso (Alice M. Proverbio, 2015).
Segundo Ericsson (1993), muitas caractersticas que se pensavam ser refletidas como
talento inato, so, na verdade, o resultado de um estudo prorrogado por um longo perodo de
tempo.
3 A neuroplasticidade refere-se capacidade do sistema nervoso adaptar algumas das propriedades morfolgicas e funcionais em resposta a
alteraes do ambiente a que est sujeito (Alain, 2015)
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Desde cedo que os msicos aprendem a manipular, de forma metdica, o seu crebro
e, em consequncia, o seu corpo das mais variadas e complexas tcnicas e habilidades, como
por exemplo a interpretao de smbolos musicais, primeiramente compreendidos visualmente,
para depois os transformar em comandos motores, provocando, assim, uma resposta sonora no
instrumento e a sensao auditiva no espao envolvente (Schlaug, 2003). neste sentido que o
crebro interage com a msica, mais propriamente com o msico, pertencendo a cada mestre,
em conjunto com os mtodos existentes para cada instrumento, moldar, experimentar e
educar o crebro de cada instrumentista.
1.3.3 Pedagogia do violino aliada atividade sensorial
A aprendizagem do violino e a sua origem, que teve incio, ao que tudo indica, no sculo
XVI (Dilworth, 1992), fez-se individualmente de professor para aluno verificando-se, desde logo, a
procura e imitao dos grandes intrpretes de ento por parte dos violinistas no incio da sua
formao, que, assim, pretendiam adquirir de forma mais convicta, a melhor maneira aplicar a
arte da msica. Neste subcaptulo sero abordados alguns dos mtodos mais utilizados
habitualmente pelos professores de violino nas academias e conservatrios em Portugal, e de
que forma esto esquematizados, de modo a que os alunos consigam alcanar o sucesso o mais
rapidamente possvel. Veremos que muitos se convergem nas primeiras abordagens, mas
tambm ser notria uma diferenciao entre eles.
A partir do sculo XIX, as melhores condies sociais, a expanso da indstria editorial,
o maior interesse pelo ensino do instrumento, a criao e desenvolvimento dos Conservatrios
permitiram um crescimento significativo da escrita musical, como mtodos de estudos,
exerccios tcnicos, para alm do repertrio de peas, concertos e sonatas.
Comecemos pelo mtodo Suzuki, um dos mtodos mais recorrentes na atualidade por
ser aquele que mais se aproxima aprendizagem de uma linguagem verbal. O mtodo e o
conceito introduzido por S. Suzuki, fundamenta-se no ensino de msica atravs do ambiente
proporcionado pelos pais da criana a partir do momento em que ela nasce, indo assim de
encontro ao que foi admitido por Leopold Auer (1845-1930) que afirma que os automatismos se
criam num perodo inicial da aprendizagem e vo influenciar diretamente todo o desenvolvimento
do aluno durante os anos seguintes. O princpio de todos os que aprendem a tocar violino o
simples aspeto de pegar no instrumento, por exemplo, antes de introduzir o arco tem uma
grande lista de possibilidades, tanto para o bem como para o mal, no h nenhum instrumento
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cujo extremo domnio num perodo mais tardio conjeture um cuidado to minucioso e preciso
nos estdios iniciais do estudo como acontece num instrumento como o violino (Auer, 1980, p.
10).
Durante os ltimos anos tm-se verificado um domnio significativo do ensino
instrumental individualizado. Desta forma, o trajeto dos estudantes de instrumento feito nica e
exclusivamente com o professor, numa caminhada conjunta. Contudo, vrios autores e
pedagogos tm defendido que este tipo de ensino possui falhas, visando, em demasia, apenas
capacidades de performance e interpretao, destacando a leitura de partituras e o domnio
tcnico, desvalorizando, assim, outras capacidades funcionais como: a improvisao, a
composio, o trabalho da harmonia, a transposio, a prtica auditiva, entre outros que, ao
longo dos anos, tm sido desacreditadas nos programas curriculares do ensino instrumental.
Mas com a chegada do mtodo Suzuki a vrias escolas e academias do pas, o ensino em
conjunto tem vindo a estar mais presente na realidade de algumas escolas, tendo j dado frutos
no processo evolutivo dos alunos que frequentam esse tipo de pedagogia. Num ambiente
apropriado, o contacto com a msica e com um instrumento desde idade precoce, leva a que as
crianas desenvolvam as suas capacidades musicais atravs da imitao, da audio e da
repetio. A participao dos pais no processo educativo dos filhos de enorme importncia
neste mtodo pedaggico. O lar a escola mais importante que as crianas alguma vez iro
conhecer e os pais so os professores mais marcantes que alguma vez iro ter (Gordon, 2000,
p. 5). Numa abordagem mais tcnica ao mtodo, a utilizao de arcadas curtas e ritmos rpidos
em Staccato desde o incio da aprendizagem reala a maior facilidade em juntar as duas mos o
que permitir, mais tarde, aprender a tcnica atravs do repertrio e no de exerccios tcnicos,
o que origina uma progresso da aprendizagem em pequenos passos. O seu mtodo assume,
ainda, o uso do mesmo programa de forma sequencial para todos os alunos. A importncia da
aprendizagem em grupo, onde as crianas aprendem pela observao e entreajuda, tm no
mtodo Suzuki um papel fundamental. Tocar atravs da imitao e observao, dos professores,
dos colegas e dos pais, onde a leitura de partitura introduzida posteriormente, tem uma
extrema importncia para Suzuki, fundamentalmente na utilizao dos sentidos em todo este
processo, sendo o meio envolvente ao aluno preponderante para a evoluo do mesmo.
Qualquer criana nasce com capacidades que podero ser ou no desenvolvidas dependendo do
mtodo utilizado. Antes de iniciar o estudo do violino a criana deve ser exposta msica desde
o seu nascimento, pois educar o seu ouvido corretamente, de forma a reconhecer e memorizar
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melodias, deste modo, aprender a movimentar-se e a cantar, que fundamental para um bom
desenvolvimento sensorial. Para este processo de ensino, os alunos devem ouvir a msica. A
leitura musical apresentada s depois da aprendizagem do instrumento (o aluno deve
improvisar). O mtodo Suzuki segue os princpios base da aprendizagem da lngua materna, ou
seja, h todo um processo de desenvolvimento e de conhecimento do meio envolvente
(Fonterrada, 2008).
A colocao da mo esquerda no violino, segundo a diretriz sugerida por Suzuki,
permitir a colocao correta dos dedos nas cordas. Para isso, so aplicadas marcas
autocolantes na escala do violino4 que determinaro a colocao dos dedos e a sua correta
afinao. Quanto ao polegar, este deve ficar colocado no brao do violino e nunca acima da
escala, aproximadamente na direo oposta ao dedo indicador. O pulso dever ficar reto e os
dedos por cima da escala preparados para pousarem nas cordas. A aprendizagem inicial dos
dedos da mo esquerda feita de forma sequenciada, sendo colocado o 1 dedo (indicador),
passando depois pelo 2 dedo (mdio), 3 (anelar) e por fim o 4 dedo (mindinho) seguindo
sempre a seguinte estrutura:
- 1 dedo distncia de 1 tom da pestana (ligeiramente afastado da pestana)
- 2 dedo distncia de 1 tom do 1 dedo (ligeiramente afastado do 1 dedo)
- 3 dedo distncia de tom do 2 dedo (junto ao 3 dedo) - 4 dedo distncia de 1 tom do 3 dedo (ligeiramente afastado do 3 dedo)
Os dedos devem colocar-se numa relao perpendicular s cordas e levemente
afastados entre si, sem tenses e na posio que Suzuki considera mais natural (2 e 3 dedos
encostados). Apesar do quarto dedo ser s introduzido mais tarde, este deve ficar sempre sobre
a escala do violino de modo a que a sua colocao seja mais fcil, posteriormente. O meio tom
entre o segundo e o terceiro dedo, e o tom entre o primeiro e o segundo, e o terceiro e o quarto,
so os mais naturais, pois a forma mais confortvel de colocar os dedos numa primeira fase
de aprendizagem, sendo que a precauo em relao a leses e tenses musculares de
extrema importncia. As primeiras onze peas do primeiro volume do mtodo Suzuki baseiam-se
nesta estrutura (Flesch, 2000).
4 Escala situada no brao do violino, onde so colocados os dedos da mo esquerda, fazendo com que as cordas sejam pressionadas encurtando ou aumentando a distncia desde a pestana ao cavalete de modo a serem alteradas as frequncias de vibrao das cordas e, consequentemente, serem emitidas as diferentes notas musicais.
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Ivan Galamian (1903 - 1981) considerado um dos mais influentes pedagogos da
segunda metade do sc. XX. O seu mtodo pedaggico abrange a escola russa de violino e a
escola francesa.
Galamian fala sobre a aprendizagem metdica do violino, comeando pela tcnica e
interpretao, seguida pela compreenso da mo esquerda e de todos os seus movimentos e
tcnicas. Posteriormente, dedica a sua ateno aos mecanismos da mo direita e os seus
princpios fundamentais. Por fim, aborda a problemtica do estudo debruando-se sobre
objetivos, regularidade e formas de estudar, afirmando que a tcnica uma cincia exata que
deve ser desenvolvida numa etapa inicial. A tcnica aliada interpretao e mente como
antecessora da ao e do movimento. No seu mtodo, Galamiam aborda a questo de que
extremamente necessrio separar cada uma das abordagens tcnicas do violino para que cada
uma, trabalhada individualmente, seja mais facilmente mecanizada pelo crebro, simplificando o
trabalho em conjunto. Primeiro, postura da mo esquerda, a sua estrutura e como funciona,
memorizando todos os passos para que os mecanismos no sejam influenciados aquando da
utilizao do brao direito (Galamian, 1966).
Outro pedagogo associado a um mtodo violinstico Y. Menuhin (1916 - 1999). Ao
longo da sua vida Menuhin fez muitas viagens, e a apercebeu-se das diferentes dificuldades que
os jovens encontravam quando estavam inseridos em simultneo numa escola de ensino regular
e numa escola de ensino especializado em msica, pelas mais variadas questes, desde
motivao, falta de tempo para o estudo regular do instrumento e das outras disciplinas, falta de
contacto com um ambiente musical, entre outros aspetos. Assim, fundou a Yehudi Menuhin
School of Music, em Inglaterra e com o nascer desta escola, Menuhin queria conferir o
ambiente ideal para que as crianas pudessem explorar at aos limites o seu talento para a
msica, sem interferir com os bons resultados nas outras reas. Ainda hoje, esta escola
apresenta um programa escolar completo, que inclui aulas de instrumento com docentes de
renome mundial, aulas em conjunto, aulas tericas, apresentao sistemtica em pblico,
estudo individual, alm de um programa acadmico geral. Este inclui aulas de matemtica,
cincias, literatura inglesa e histria. Com base nesta forma de ensino, surgiram, em Portugal,
as escolas profissionais, que se assemelham em tudo com o mtodo que Menuhin criou. Para
complementar a sua ideologia, decidiu criar um resumo de algumas referncias, tcnicas,
exerccios prticos, prticas alimentares, vida social de um msico e conselhos sobre sade. A
intencionalidade deste resumo fazer com que o aluno se sinta bem com ele prprio e com a
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vida, tanto musical como social. Assim, Menuhin aborda diferentes etapas de aprendizagem,
atravs do exemplo e da imitao, do ensino formal onde se despertam as faculdades analticas
e crticas do aluno, dando-se um maior desenvolvimento da linguagem e da expresso
emocional, e, finalmente, atravs do ensinamento, tirando partido de cada sugesto, exemplo,
oportunidade, encontro com colegas, com o mestre, e de lies particulares, sendo que estas
trs fases devem ocorrer simultaneamente (Menuhin, 1986).
A temtica deste mtodo complexa e pouco especfica. A informao contida aborda
questes, como a alimentao ou respirao, que sero de pouco interesse para crianas. No
entanto, noes bsicas de postura, posio correta dos dedos de ambas as mos podero
ajudar eficazmente alunos mais jovens, sendo em tudo muito semelhante ao mtodo Suzuki.
Carl Flesh, com a criao do seu mtodo de escalas, defende que na prtica recorrente
de todas as escalas, o aluno ir automatizar todas as sequncias de dedilhaes5 existentes de
modo a ser mais fcil a leitura, afinao e trabalho nas obras previstas para execuo. Para isso
ele prope um esquema de estudo semanal para as escalas, onde em cada exerccio a escala
repetida das mais variadas formas, desde ritmos diferenciados, escalas cromticas, em cordas
dobradas (3as, 5as, e 8as), para que a escala fique bem trabalhada e memorizada (Flesh, 1986).
J na dcada de 80 do sculo passado, Katherine and Hugh Colledge apresentam um
mtodo composto por quatro livros: Stepping Stones, Waggon Wheels, Fast Forward e Shooting
Stars (Katherine and Hugh Colledge - ver anexos 5, 6, 7 e 8), em que cada livro acompanhado
por um CD6. Nestes livros, o mtodo utilizado sequenciado, fazendo primeiro uma abordagem
s cordas soltas, sem a utilizao do arco, como forma de reconhecimento. A partir da stima
pea, introduzido o arco, com peas de andamentos mais lentos, ou seja, notas mais longas,
para que o aluno possa ter tempo e espao para praticar e sistematizar todo o movimento do
brao direito com o arco. O 1 dedo abordado a partir da 16 pea at ao final do primeiro
livro, sendo que o 2, 3 e 4 so visados no segundo livro Waggon Wheels (Katherine and Hugh
Colledge, 1988), na posio j mencionada anteriormente: 1 dedo distncia de 1 tom da
pestana, 2 dedo distncia de 1 tom do 1 dedo, 3 dedo distncia de meio tom do 2
dedo e o 4 dedo distncia de 1 tom do 3 dedo. O terceiro livro, Fast Forward, introduz uma
nova posio ao aluno, sendo que a nica diferena a colocao do 2 dedo junto do 1 e
5 Dedilhaes numerao atribuda a cada nota, correspondendo ao dedo da mo esquerda que a ter que executar. Muitos professores e alunos utilizam as dedilhaes como forma de ultrapassar as dificuldades de leitura da notao musical. 6 Cada CD possui 2 faixas de cada pea, uma com um performer a tocar a parte do violino com o acompanhamento, de modo que o aluno escute e aprenda a melodia da obra, e uma faixa apenas com o acompanhamento para permitir ao aluno a execuo da pea ao mesmo tempo que acompanhado pela harmonia da pea, neste caso executada por um piano.
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afastado do 3. Por fim, o ltimo livro aborda uma seleo de peas mais complexas, utilizando
j outras posies dos dedos, com ritmos e melodias mais complexas.
Egon e Kurt Sassmannshaus (2008) apresentam o seu mtodo de ensino do violino para
os primeiros anos de aprendizagem. Tal como outros pedagogos, Sassmannshaus, lembram que
muitas crianas comeam o seu treino musical a partir dos 4 anos de idade, nas escolas ou
infantrios. Durante ou at mesmo depois desse primeiro contacto, comea a surgir, nas
crianas, a vontade de iniciar a prtica de um instrumento, principalmente aqueles mais
reconhecidos. No prefcio do seu livro, comeam por relembrar que as crianas j adquiriram
algum treino rtmico e meldico durante as suas aulas, atravs das canes populares e dos
jogos musicais at ento praticados. Admitem ainda que a abordagem posio correta de
colocar o violino e outros detalhes tcnicos so deixados para a experincia do professor. Aulas
regulares com instrues e correes necessrias tm uma hiptese de muito maior sucesso do
que qualquer explicao por escrito (Egon e Kurt Sassmannshaus, 2008). Este mtodo tambm
se inicia com uma primeira abordagem s cordas soltas, mas diretamente com o arco, sem
sequer pensar em fazer alguns exerccios sem o arco, ou seja em pizzicato7. Sempre que
apresentam uma pea/exerccio, os autores acrescentam uma letra melodia, de modo a que o
aluno, antes de experimentar tocar o instrumento, memorize a linha meldica com a ajuda da
letra, tornado mais fcil a sua prtica posterior. O mais curioso deste mtodo a colocao dos
dedos da mo esquerda. Ao contrrio do que foi referido anteriormente, este mtodo no inicia a
sua abordagem mo esquerda atravs do primeiro dedo, mas sim do segundo, sendo que a
marca autocolante colocada a meio do brao do violino (Anexo 9). Como podemos ver na
imagem, o intervalo de terceira menor descendente que feito no exerccio , segundo
Sassmannshaus, um intervalo musical muito familiar para as crianas, devido s msicas
infantis que tinham sido abordadas nos anos anteriores. O segundo dedo colocado vai servir
como pilar para a afinao e para modelar e ajustar a mo esquerda posio em questo,
facilitando a destreza do resto da mo, sendo uma posio mais central para a mesma. Esta
ajuda a garantir uma boa afinao. Como outros dedos sero introduzidos mais tarde, a posio
segura do segundo dedo facilita sobremaneira o rpido progresso (Egon e Kurt Sassmannshaus,
2008).
O segundo dedo a ser introduzido neste mtodo o quarto (Anexo 10). No primeiro
exerccio, os alunos vo tocando a corda solta na primeira linha meldica, depois disso, o
7 Pizzicato Tcnica usada, habitualmente nos instrumentos de cordas friccionadas, em que as notas devem ser tocadas, beliscando as cordas de um violino, viola, violoncelo, etc., com os dedos, em vez de usar o arco
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quarto dedo introduzido na segunda linha de modo que os alunos consigam comparar a
afinao do quarto dedo com a corda solta, (note-se que so a mesma nota). Isto conduz a
uma posio da mo esquerda aperfeioada e confortvel. Nas primeiras semanas, o aluno pode
usar a corda solta, cabendo ao professor introduzir o quarto dedo nessas msicas de acordo
com a facilidade ou dificuldade do aluno (Egon e Kurt Sassmannshaus, 2008).
Logo que o aluno consiga assimilar a posio da mo esquerda com as bases do
segundo e quarto dedo automatizadas pelo crebro, proposta a introduo do primeiro e
terceiro dedos, na mesma posio que observamos em mtodos anteriores como o Suzuki e o
de Katherine and Hugh Colledge. (1 dedo entre o segundo dedo e a pestana exatamente
mesma distncia dos dois, 2 dedo em cima da marca autocolante, 3 dedo distncia de tom do 2 dedo e o 4 dedo distncia de 1 tom do 3 dedo) (Anexos 11 e 12).
Como j foi mencionado atrs, o ensino de instrumento em grupo tem sido considerado,
cada vez mais, entre pedagogos, como uma via praticvel e eficaz de ensino instrumental. Como
nos informa o documento de 1982 Group Instrumental Instruction, da International Society of
Music Educators, O ensino instrumental em grupo pode proporcionar um ambiente musical
onde pode ocorrer boa aprendizagem para alm da que geralmente possvel na instruo
individual; alm disso, um grupo pode proporcionar um ambiente social em que um estudante
apoiado e motivado, mesmo desafiado, em pares. Um grupo pode proporcionar uma variedade
de experiencias de discusso, audio crtica, o estudo de contextos histricos, anlise estrutural
e tomada de deciso colectiva; alm disso, um grupo pode ser um meio de performance para
cada membro (in Fischer, 2006, p. 14).
O mesmo autor afirma ainda que o ensino de um instrumento em grupo oferece
confiana aos alunos para tocarem para as outras pessoas, ajuda os estudantes a desenvolver
uma segurana rtmica e meldica atravs da audio dos outros colegas, proporciona
oportunidades para a prtica supervisionada, estimula a audio crtica, permite aos estudantes
ampliar as suas experincias musicais, proporciona uma atmosfera competitiva-amigvel,
permite ao professor apresentar os fundamentos musicais num perodo de tempo mais curto do
que se estivesse a fazer a apresentao aos estudantes individualmente, promove uma
atmosfera que conducente ao ensino eficaz de capacidades funcionais tais como: leitura
primeira vista, transposio, improvisao e composio, facilita a performance de conjuntos,
incluindo duetos, trios, quartetos (...), encoraja os estudantes a desenvolver capacidades na
resoluo dos seus prprios problemas, estabelece um sentido de espirito de grupo e dinmicas
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de grupo que aumenta a motivao, fomenta o desenvolvimento de capacidades de
comunicao, permite aos estudantes aprender atravs dos pares bem como atravs do
professor, proporciona um conjunto onde treinos e exerccios podem ser mais interessantes e
motivadores, Aumenta a ateno permitindo o tempo de aula ser maior do que uma aula
privada (Kowalchyk & Lancaster, in Fischer, 2006, p. 17).
O livro Canes para os Pequenos Violinistas de Amaia Perez Eizaguirre elaborado aps
dois anos de trabalho com crianas de 5 e 6 anos que comeavam a estudar o instrumento
outro exemplo da necessidade de ultrapassar um problema comum a muitos outros professores
de instrumento como ensinar uma criana a ler uma partitura quando uma criana no sabe
ler ou ainda est a comear a faz-lo. A autora refere que a partir do momento em que se
tinham resolvido as questes tcnicas sobre como pegar no instrumento e no arco, deparou-se
com uma dificuldade da falta de competncias de leitura de partitura.
Considerando que a prtica inicial habitual tocar em cordas soltas, resolvi inventar
uma cano para t-los entretidos enquanto passassem essa fase to tcnica da problemtica
da posio do corpo e principalmente do arco. E assim, um dia, inventando diferentes ritmos
com as notas das cordas soltas apercebi-me que podamos tocar muitas canes com essa base
harmnica. Foi quando reparei que eu tambm no conhecia canes infantis portuguesas tendo
que pedir aos meus alunos para que me ensinassem alguma (Eizaguirre, 2014, p. 29).
O trabalho foi feito a partir de canes populares portuguesas conhecidas, como o
Balo do Joo ou a Loja do Mestre Andr e adapt-las para cordas soltas, mudando os
tempos e ritmos, conciliando mnimas com semnimas e pausas para dar interesse
aprendizagem. O trabalho era iniciado em pizzicato e depois com arco, onde a pea era
trabalhada ritmicamente, onde os alunos batiam palmas e caminhavam pela sala ao mesmo
tempo e s depois era abordada com o violino.
Posteriormente a todo esse trabalho, que teria um resultado mais o menos imediato
dependendo dos alunos, resolvi que a melhor forma de acompanh-los era no era s ao violino
mas tambm ao piano, tocando com a mo direita a melodia do balo do Joo, e na esquerda
um arranjo simples. O resultado foi excelente. Todos os alunos com quem experimentei este
processo foram para casa mais motivados, achando que tinham aprendido a tocar a sua cano
favorita, embora a melodia original fosse executada com a mo direita no piano (Eizaguirre,
2014, p. 29 e 30).
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Por fim uma breve abordagem s aulas de ensino em grupo que possibilitam aos alunos
mais tempo de experimentar os exerccios e compreender os conceitos, enquanto o professor vai
orientando os restantes, podendo, no caso de terem alguma dvida, resolve-la diretamente na
aula com o professor ou at perguntando aos seus colegas. O ensino de violino em grupo
tambm se apresenta como um meio muito bom para a incluso de ideias de postura e de
exerccios como forma de combater leses e problemas de sade futuros.
As ideias pedaggicas implicadas no ensino instrumental em grupo baseiam-se numa
teoria que surgiu em meados dos anos vinte mas que ainda hoje prolifera: a teoria de
aprendizagem cooperativa. Esta defende a ideia de que duas cabeas pensam melhor que
uma (in Fischer, 2010, p. 51). Assim, a aprendizagem deve ser executada em grupo, mas com
a imposio de que todos os elementos do grupo tem um papel ativo no processo. Neste caso, o
professor apenas um mero observador/orientador, no algum que transborda
conhecimento, a aprendizagem no deve ser passiva mas sim participativa. Deve criar um
ambiente estimulante e de empatia, onde esclarece os alunos da relevncia do que est a ser
ensinado. Mais do que falar, deve conseguir criar questes que consigam a ateno dos alunos,
utilizando a aprendizagem atravs da descoberta e a serem crticos uns dos outros, preparando-
os para serem solucionadores de problemas. Envolve os pais (na aprendizagem dos filhos) e
encoraja-os a ajudar e orientar os filhos. Portanto, o que se verifica nos professores de ensino
individual que, para serem considerados bons professores, basta possurem bons
conhecimentos sobre como interpretar e dominar o instrumento, ficando a histria da msica, a
anlise, a composio, a improvisao, incumbidos aos professores das outras disciplinas,
resultando, assim, num ensino dividido. O que se observa no ensino instrumental em grupo,
uma abordagem da msica como um todo, sendo, desta forma um professor de msica e no
apenas de instrumento.
Em contrapartida, outros pedagogos tem-se demonstrado muito cticos em relao ao
ensino coletivo, apontando desvantagens, como o simples facto dos alunos precisarem de
ateno individual, que s pode ser dada numa aula particular, e como o facto de o ensino em
grupo ter como consequncia a produo de massas, no se obtendo um nvel de exigncia,
individualidade e perfeio que s pode ser atingido no ensino individualizado. Portanto, h
necessidade de conseguir fazer uma ponte entre as aulas individualizadas e as aulas em grupo,
sobretudo, quando os alunos j apresentam nveis de ensino considerveis, podendo aproveitar
da melhor maneira as duas formas de ensino.
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CAPTULO II Temtica e objetivos
2.1 Metodologia e Estratgias de Interveno
Este projeto de interveno decorreu no Conservatrio de Msica de Vila do Conde.
uma escola de ensino especializado de msica, em regime articulado, complementar e supletivo.
Desenvolve o ensino desde as classes de iniciao at ao 8 grau. Os alunos que integraro o
projeto so 3 alunos de violino do 1 grau e um aluno do 2 grau. de salientar que os alunos
deste estabelecimento de ensino tm uma carga horria de 90 minutos semanais, sendo a aula
partilhada com outro colega.
Os momentos de interveno em aula decorreram durante os meses de Maro, Abril e
Maio. Os processos de estudo foram aplicados no momento de aula semanal a cada aluno. Para
melhor se perceber e avaliar os resultados deste projeto de interveno, foi feita uma pequena
avaliao, atravs das aulas assistidas de forma a perceber qual ou quais as maiores
dificuldades de cada aluno, para depois, e mediante aquilo que foi observado e anotado ser
aplicada a estratgia de trabalho do tema em estudo, passando um pouco pela recorrncia aos
sentidos mais utilizados pelo aluno nas aulas de instrumento que so a audio, a viso e o tato,
de forma a criar um maior automatismo e independncia, no pressuposto de que, para alm da
audio, o nosso crebro condiciona outras atividades sensoriais para a melhoria da tcnica e da
prtica do instrumento. Para a anlise e avaliao das questes tcnicas em estudo, foi
requerida e autorizada a gravao vdeo/udio das aulas de todos os alunos, incidindo mais nas
aulas assistidas do que nas dadas.
2.2 Caracterizao da Escola e dos alunos
2.2.1 Caracterizao da disciplina de Violino
O Estgio Profissional e Prtica de Ensino Supervisionada teve lugar numa escola de
ensino especializado da msica, situada na cidade de Vila do Conde. Inicialmente designada
como Academia de Msica de S. Pio X, esta instituio de ensino da msica comeou a sua
atividade no ano letivo de 1981/82, resultado de uma iniciativa conjunta entre o professor David
Ferreira de Oliveira, primeiro Diretor Pedaggico, e do Pe. Arlindo Torres, que assumiu as
funes de Diretor Administrativo.
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As suas primeiras instalaes foram no Centro Paroquial Pe. Porfrio Alves, da
Parquia de S. Joo Batista, em Vila do Conde, mas a vigorosa implantao na sociedade
vilacondense fez com que este edifcio se tornasse excessivamente pequeno para os j muitos
alunos que procuravam na instituio os ensinamentos especializados em msica, pertencendo
a Vila do Conde ou mesmo aos concelhos confinantes. Foi j sob a direo tcnico-pedaggica
de Teresa Rocha, que sendo professora na escola desde a sua fundao, assumiu funes no
ano letivo de 1987/88, e as instalaes passaram provisoriamente para o recm-criado Museu
das Rendas de Bilros no ano de 1990. Cinco anos mais tarde vieram a instalar-se, at aos dias
de hoje, no edifcio do Centro Municipal de Juventude de Vila do Conde.
O organigrama diretivo da escola viria a fixar-se em 1991 com a instituio da Fundao
Dr. Elias de Aguiar, criada e integralmente subsidiada pela Cmara Municipal de Vila do Conde,
e da qual faziam parte a Parquia de S. Joo Baptista de Vila do Conde e a Direo Pedaggica
da Academia. Posteriormente, por imposio do Governo, a Fundao Dr. Elias de Aguiar teve de
ser extinta, ficando a Academia de Msica de S. Pio X de Vila do Conde sob a tutela da
Associao para Defesa do Artesanato e Patrimnio de Vila do Conde.
Foi no passado dia 31 de outubro de 2014 que a Academia de Msica de S. Pio X de
Vila do Conde, sob a Direo Pedaggica dos Professores Aires Pinheiro e Nuno Oliveira, passou
a ser designada por Conservatrio de Msica de Vila do Conde.
Os sucessos educativos alcanados ao longo destes 30 anos de existncia desta
instituio, recaem sobre dois pilares de funcionamento. Em primeiro lugar, as atividades
curriculares que permitem aos alunos apresentarem-se mensalmente em audies escolares
e/ou de classes, bem como a realizao de recitais a solo no final de cada ciclo de
aprendizagem, promovendo a necessria competio saudvel entre os membros de cada classe
instrumental. Estas atividades incluem ainda a apresentao em concertos trimestrais, onde s
apresentaes a solo juntam-se o trabalho feito em msica de conjunto. A este propsito
desenvolveram-se os grandes grupos instrumentais, tais como a Orquestra formada em 2001, a
Orquestra de Guitarras e a Orquestra Orff. Existe ainda o trabalho coral, com os Coros de
Iniciao e os Coros dos Cursos Bsico e Secundrio.
Os espaos e os materiais pedaggicos correspondem s necessidades educativas das
crianas para este contexto, o do ensino da msica. As salas so acusticamente isoladas e
possuem um sistema de climatizao.
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Embora destacando o valor incontornvel do contexto de aula para o desenvolvimento
das aptides musicais dos alunos do Conservatrio, o progresso completo dos mesmos no se
desfaz dentro da sala de aula e necessita de uma continuada vivncia musical para se alargar e
fortalecer de forma plena. Assim se enquadra a envolvncia extra curricular existente
praticamente desde a fundao da Escola. Em 1988 nasceram os Cursos de Aperfeioamento
Musical de Vila do Conde, que, comeando por mexer no panorama pedaggico musical,
internacionalizaram-se em 1990, e funcionam sucessivamente at aos dias de hoje,
normalmente na semana de interrupo letiva da Pscoa. Com estes Cursos nasceram tambm
os Ciclos de Concertos, responsveis por trazer a Vila do Conde msicos e conjuntos altamente
conceituados nacional e internacionalmente.
No ano letivo de 2014/15, o Conservatrio contava com um total de 267 alunos
inscritos nos cursos de pr-iniciao, iniciao, regime articulado e regime supletivo, sendo que
na pr-iniciao estavam inscritos 14 alunos, na iniciao musical estavam inscritos 81 alunos,
no regime articulado estavam inscritos 145 alunos e no regime supletivo estavam inscritos 27
alunos, no havendo alunos inscritos no curso livre.
No seu corpo docente, o Conservatrio de Msica de Vila do Conde conta com um total
de 19 professores, contando com os de instrumento e das cincias musicais. Fazem parte do
corpo discente 4 auxiliares. A direo pedaggica do Conservatrio de Msica de Vila do Conde
uma direo colegial composta por dois diretores pedaggicos.
Em relao ao projeto educativo, o Conservatrio fundamenta-se no artigo 7 da Lei n
49/2005 de 30 de Agosto da Lei de Bases do Sistema Educativo, sendo que dever
proporcionar o desenvolvimento fsico e motor, valorizar as atividades manuais e promover a
educao artstica, de modo a sensibilizar para as diversas formas de expresso esttica,
detetando e estimulando aptides nesses domnios.
Atendendo ao projeto educativo da escola, so objetivos centrais o apelo ao esprito
criativo e sensibilidade de cada elemento da comunidade educativa, assentes nos seguintes
princpios orientadores:
Desenvolvimento do sentido esttico e crtico do indivduo;
Formao de indivduos autnomos e com iniciativa;
Sentido de responsabilidade, esforo e trabalho;
Sensibilidade artstica nas relaes com o meio sociocultural;
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Inovao e contemporaneidade;
Prtica artstica como ato comunitrio;
Defesa e respeito pelo patrimnio artstico e cultural.
O Conservatrio de Msica de Vila do Conde assenta, desta forma, em trs principais
eixos e orientaes do saber:
Ensino Especializado da Msica;
Dinamizao da atividade artstica e cultural na comunidade local, regional e nacional;
Enriquecimento das prticas pedaggicas.
Segundo consta no projeto educativo, a maioria dos alunos que frequenta os cursos
ministrados no Conservatrio de Msica de Vila do Conde esto inseridos num ambiente familiar
interessado pela Msica, sendo que o nvel socioeconmico das famlias na sua maioria, mdio
ou mdio-alto.
Objetivos gerais para o 1 ciclo do ensino bsico:
Tomar contacto com os diversos componentes do instrumento;
Estabelecer uma posio correta que possibilite uma relao aluno/instrumento;
Executar um repertrio adequado ao nvel de desenvolvimento intelectual e tcnico do
aluno;
Incentivar as apresentaes em pblico;
Orientar o desenvolvimento e sensibilidade auditiva que o possibilite obter qualidade
sonora:
Adquirir confiana na progresso da aprendizagem realizada;
Incutir no aluno o interesse pela execuo do repertrio escolhido;
Criar hbitos de estudo individual regular e disciplina.
Objetivos especficos:
Colocao correta do violino, posio do ombro e cotovelo;
Colocao dos dedos no arco e inclinao da vara;
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Posio do pulso e cotovelo direito nas diferentes cordas;
Domnio do arco em toda sua extenso e em todas as cordas;
Posio correta da mo esquerda;
Colocao dos 4 dedos em todas as cordas;
Execuo de melodias simples com arco e em pizzicato;
Leitura da pauta, identificao de notas e aplicao no instrumento;
Criao dos hbitos de estudo individual.
Objetivos gerais para o 2 Ciclo do Ensino Bsico
Os objetivos a seguir apresentados, pressupem um seguimento da aprendizagem nos
anos posteriores, pelo que s so referidos para cada nvel os novos elementos. No entanto,
para os alunos que ingressem pela primeira vez neste nvel de ensino devero ser
cumulativamente adquiridos pelo menos os contedos bsicos do ciclo anterior.
Adoo e consolidao da posio correta do corpo e colocao do instrumento, que
possibilite e favorea a ao de ambas as mos;
Utilizar e interpretar as vrias simbologias musicais atravs de um repertrio adequado
ao nvel do aluno;
Mostrar ao aluno as possibilidades sonoras do instrumento: dinmicas, timbres e outros
efeitos sonoros possveis de realizao;
Incentivar o aluno apresentao em pblico;
Desenvolvimento de um maior conhecimento rtmico e meldico;
Desenvolver e aperfeioar uma sensibilidade auditiva que o permita realizar uma
constante qualidade sonora;
Domnio das caractersticas sonoras do instrumento e sua utilizao dentro das
exigncias adequadas ao nvel;
Utilizar literatura adequada ao nvel do aluno;
Desenvolver hbitos de estudo individual regular e disciplina.
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5 ANO/1 GRAU
Objetivos especficos:
Domnio do arco na sua extenso total em dtach e legato em diferentes combinaes;
Exerccios para coordenao motora;
Abordagem da afinao;
Colocao dos dedos na escala em todas as cordas em pelo menos duas configuraes;
Leitura da pauta e conhecimento de notas e distribuio dos dedos em funo dos
intervalos na primeira posio;
Noo da pulsao e ritmo;
Abordagem de qualidade de som.
6 ANO/2 GRAU
Objetivos especficos:
Colocao dos dedos de mo esquerda em todas as configuraes;
Extenses;
Introduo de escalas menores;
Afinao e autocorreo;
Compassos compostos e sincopas;
Domnio do arco e diferentes tipos de articulao;
Dinmica;
Abordagem de fraseado.
Objetivos para o 3 Ciclo do Ensino Bsico
7 ANO/3 GRAU
Objectivos especficos:
Introduo da terceira posio;
Conhecimento de notas com e sem acidentes na terceira posio e distribuio dos
dedos em funo dos intervalos;
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Mudanas de posio, noo da nota auxiliar;
Desenvolvimento e agilidade da mo esquerda em andamentos rpidos;
Diviso do arco e agilidade da mo direita em andamentos rpidos;
Execuo de harmnicos naturais;
Execuo em cordas dobradas (uma corda pisada e uma corda solta) e acordes simples;
Introduo da segunda posio opcional.
8 ANO/4 GRAU
Objetivos especficos:
Introduo das posies altas quarta, quinta e sexta;
Mudanas entre todas as posies conhecidas;
Execuo em cordas dobradas (duas cordas pisadas) e acordes;
Vibrato;
Noo de estilo e forma do repertrio estudado;
Introduo ao estudo dos ornamentos (apogiaturas, mordentes simples e duplos,
pequenos trilos);
Afinao do instrumento.
9ANO/5 GRAU
Objetivos especficos:
Domnio e afinao em todas as posies conhecidas;
Destreza e uso de diferentes golpes do arco;
Staccato;
Consolidao dos conhecimentos adquiridos.
2.2.2 Caracterizao dos alunos
De forma a garantir a confidencialidade e princpios ticos da investigao e, mesmo
tendo o consentimento verbal da Direo do Conservatrio de Msica de Vila do Conde e dos
pais dos alunos envolvidos, decidi identificar os alunos que fazem parte deste projeto de Prtica
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de Ensino Supervisionada atravs dos nmeros 1, 2, 3 e 4, uma vez que a sua identificao
no se representa como determinante para o trabalho que foi realizado. Os quatro alunos
selecionados para este estudo foram escolhidos por serem aqueles que, primeiro, estavam
presentes na disponibilidade de horrio pretendida, e tambm porque frequentavam o Curso
Bsico de Instrumento (violino), e onde aparentemente apresentavam as condies necessrias
para corresponder aos objetivos deste projeto de interveno. de salientar o facto de estes
quatro alunos se terem manifestado a favor e com toda a disponibilidade para colaborarem
neste projeto, contribuindo para que a Prtica de Ensino Supervisionada decorresse da melhor
forma possvel. Ser importante para este projeto fazer uma breve caraterizao de cada aluno
envolvido, para melhor se perceber em que contexto e como foram aplicadas as tcnicas
apresentadas.
Aluno 1: 1Grau Curso Bsico em regime Articulado
Iniciou o estudo no instrumento violino no ano letivo de 2014/15, portanto comeou
a estudar violino no corrente ano letivo. Mostrou ser um aluno um pouco introvertido, exibindo
sempre um pouco de receio na execuo do instrumento, o que se refletia um pouco na parte
prtica, com um som um pouco preso e com alguns problemas de postura e
consequentemente de afinao. Embora tivesse comeado a tocar violino h menos de um ano,
o aluno j praticava o instrumento sem qualquer recurso a tcnicas de ajuda, exceto a marca
para a colocao do primeiro dedo, As principais dificuldades foram demonstradas ao nvel da
leitura da partitura e de postura corporal, o que influenciava, de certa forma, a sua produo
sonora, levando muitas vezes a que este tivesse que parar de tocar, para poder descansar.
Aluno 2: 2Grau do Curso Bsico em regime Articulado
Este aluno iniciou o estudo do violino no ano letivo de 2013/14, estando, portanto, no
seu segundo ano em contacto com o instrumento. Sendo um aluno do segundo grau, era
expectvel que j apresentasse uma certa segurana na execuo do instrumento, mas isso no
foi demonstrado pelo aluno, denotando-se muitas dificuldades de postura e principalmente de
produo sonora e de afinao. O nvel de execuo era semelhante ou at, por vezes, mais
fraco que o Aluno n 1. Aliada a estas dificuldades, estava a clara falta motivao e consequente
falta de estudo que o aluno apresentava de aula para aula. Era evidente que tudo isto em
conjunto e com as dificuldades auditivas e de relaxamento do corpo faziam com que o nvel de
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execuo deste aluno no fosse aceitvel. Tornando-se um aluno aptico e sem uma resposta
pronta para aquilo que era pedido. Este aluno poderia ter melhores resultados caso a sua prtica
e concentrao dentro e fora das aulas fossem mais regulares.
Aluno 3: 1Grau Curso Bsico em regime Articulado
Apesar de estar no primeiro grau, este aluno iniciou os seus estudos no violino no ano
de 2013/2014, tendo cumprido um ano do Curso de Iniciao. Ao longo das aulas, este foi um
aluno que aparentou ter alguma facilidade, sobretudo ao nvel da audio, mas apresentava
algumas lacunas em termos de concentrao e de postura. Manifestando-se num som preso,
assim como numa postura incorreta e cansativa, com os msculos em demasiada tenso. Ainda
havia necessidade de recorrer a marcas para todos os dedos, no como exigncia da professora
mas por vontade prpria do aluno. A principal dificuldade detetada tem sobretudo a ver com a
falta de estudo regular em casa, sendo necessria uma permanente insistncia por parte dos
professores e dos pais por forma a criar hbitos de estudo regulares.
Aluno 4: 1Grau Curso Bsico em regime Articulado
Apesar de estar no primeiro grau, este aluno tambm iniciou os seus estudos no violino
no ano de 2013/2014, tendo cumprido um ano do Curso de Iniciao. O aluno 4 foi sempre um
aluno exemplar, motivado e empenhado, mostrando sempre, de aula para aula, um estudo
regular e uma grande determinao em responder de forma positiva e imediata quilo que era
proposto pelo professor. O aluno possua apenas a marca do primeiro dedo, sendo que a
principal dificuldade sentida pelo aluno era que tentava segurar o violino com o brao direito em
vez de o segurar com o queixo/cabea, o que provocava alguns problemas de articulao dos
dedos da mo esquerda, alguma desafinao e problemas de cansao muscular naquela zona
do corpo.
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Captulo III - Projeto de Interveno 3.1 Introduo ao contexto de interveno
Neste subcaptulo sero apresentados os resultados referentes aos objetivos delimitados
para cada um dos alunos includos na Prtica de Ensino Supervisionada. Trata-se primeiramente
de um estudo sequencial e sintetizado das aulas que foram observadas de modo a compreender
o trabalho que era feito e que grande importncia tem para se perceber de que forma poderiam
ser trabalhados os alunos na parte prtica do projeto, procurando uma ligao dos objetivos
do projeto com os restantes contedos programticos.
Convm ainda evidenciar que, grande parte da metodologia tcnico-pedaggica e
exerccios educativos utilizados netas aulas, tm por base o mtodo inicial utilizado pela
professora cooperante do Conservatrio de Msica de Vila do Conde.
Desta forma, para cada aluno so apresentados os contedos programticos bem como
as competncias a desenvolver referentes Prtica de Ensino Supervisionada, seguidos de uma
descrio e anlise individual de cada uma das aulas.
3.2 Interveno em contexto de aulas
3.2.1 Aluno 1
Contedos Programticos:
K. H. Colledge - Stepping Stones Livro Completo N 1 ao n 26;
K. H. Colledge - Waggon Wheels Livro Completo n 1 ao n 26;
K. H. Colledge Fast Forward - Winters night, Lazybones, Halloween, Singapore
sunset, Pollys polka, Windmills, Boogie-woggie, at harvest time;
A. Cofalik - ABC de violino Estudo n. 34;
Vaclav Krucek, Etdenschule fr die Violine, Vol 1 Estudos n 10, 11, 12, 13 e 14;
Escalas de L Maior numa oitava, R Maior numa oitava e Sol maior em duas oitavas
com os respetivos arpejos.
Os principais objetivos delineados para desenvolver com o aluno 1 incidiram nas seguintes
competncias:
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Colocar e articular corretamente os dedos da mo esquerda;
Desenvolver o controlo da afinao e da qualidade do som recorrendo a todos os
sentidos/estratgias para uma boa afinao;
Desenvolver a capacidade de corrigir a afinao sem recorrer s marcas de referncia;
Automatizar o arco em todo o seu domnio e colocar corretamente a mo/brao direito;
Desenvolver as noes rtmicas do brao direito;
Trabalhar as questes tcnicas de sonoridade;
Compreender como controlar as tenses musculares;
Compreender a importncia da memria na prtica do instrumento;
Potenciar a capacidade de memorizao tanto fsica como mental;
Compreender as capacidades inerentes da prtica extra aula.
Contedos abordados na aula n1:
A primeira aula comeou com a execuo da escala de L Maior e do Estudo n 34 de
Cofalik.
O aluno comeou por executar a Escala de L Maior (e respectivo arpejo) em uma
oitava, procurando controlar no s a afinao, mas tambm a direo e velocidade
do arco em toda a sua amplitude, tocando apenas uma nota por arco com o total de 4
tempos em cada nota (direo do arco). Enquanto que o arco fazia o movimento (ou ascendente
ou descendente), o aluno ia corrigindo alguns aspetos de afinao, recorrendo s marcas de
referncia para a correo. O primeiro objetivo deste trabalho visou a utilizao correta de todo o
arco e a execuo da escala com a correta afinao, sem ritmos rpidos nem notas na mesma
direo do arco (ligaduras) de modo a que o aluno pudesse centrar toda a sua concentrao
nestes dois aspetos: o arco e a sua tcnica e a posio correta da mo esquerda. Seguidamente,
o aluno mostrou o Estudo n 34 de Cofalik, onde foram trabalhados aspetos referentes ao
controlo do arco nas mudanas de corda, nomeadamente no que diz respeito posio correta
do brao direto e do cotovelo (asa de pato).8
8 Asa de pato exerccio do movimento do cotovelo/brao direito ascendente ou descendente, fazendo aluso ao bater de uma asa de uma ave, neste caso utilizo a expresso asa de pato que me foi transmitida pelo Professor Eliot Lawson (Professor de Violino da Universidade do Minho)
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Posteriormente, o aluno continuou com as peas propostas para a aula, sendo que a
afinao e a posio da mo esquerda foram os aspetos mais visados, tendo sido dada
importncia correta colocao dos dedos mediante a posio das marcas de referncia.
A planificao da aula foi cumprida quase na sua totalidade. O aluno demonstrou
alguma falta de estudo durante a paragem letiva da Pscoa. Isso aliado ao facto de ser um
professor diferente a lecionar a aula, tornou tudo um pouco mais difcil de se concretizar. Na
escala, notou-se a falta de trabalho individual de cada brao. Foi trabalhado um brao de cada
vez, para automatizar o movimento do arco, de seguida, enquanto o brao direito se
movimentava de acordo com as notas da escala (uma nota para cada direo do arco), o aluno
ia seguindo as notas mentalmente, tendo sido efetuadas pequenas paragens durante a escala
para saber em que nota ele se encontrava. No exerccio seguinte, o aluno tinha que dizer as
notas em voz alta ao mesmo tempo que movimentava o brao direito. Mostrava-se agora, mais
recetivo e com maior liberdade no brao direito, o que permitiu que se pudesse mudar de
exerccio. Fazendo o mesmo, mas tocando com os dedos da mo esquerda na escala do violino
ao mesmo tempo que ia, em voz alta, dizendo as notas da escala. O aluno mostrou alguma
apatia neste exerccio, visto que, em todas as aulas, apenas sussurrava. Aps o trmino destes
exerccios com algum sucesso, tocou a escala com uma maior facilidade do que anteriormente.
Durante a execuo dos estudos e das peas, o problema resumia-se posio da mo
esquerda e, em consequncia disso, problemas de afinao, com o primeiro dedo a sair sempre
da marca de referncia, o que nos leva a concluir que o aluno no utiliza o fator audio
quando est a executar qualquer pea ou estudo de um grau mais exigente que as escalas.
Aps uma pequena explicao de como era importante o trabalho extra aula, foi feito e
ao mesmo tempo executado, durante o tempo restante da aula, um plano de estudo para ser
seguido, pelo aluno, em casa, sendo tudo apontado no caderno de registo dirio da aula.
Contedos abordados na aula n2:
Incio da aula com exerccios de arco para o controlo do brao direito, atravs de ritmos
diferentes em cada corda. Existiu sempre a preocupao de, em todas as aulas, reforar o
trabalho independente do brao do arco. Era visvel a evoluo do aluno desde a ltima aula. Foi
dado maior relevo ao estudo fora de aula e foi notrio que o aluno se sentia mais vontade com
a presena do elemento estranho. O que foi dito de relevante durante a aula foi escrito no
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caderno de registo dirio. O aluno apresentava ainda alguns problemas de articulao e de
simultaneidade entre os dois braos. Denotou-se alguma instabilidade na mo esquerda, o que
influenciava negativamente a afinao.
Seguidamente foi pedido ao aluno para executar a escala de L Maior e o respetivo
arpejo, englobando, de uma maneira geral todos os exerccios feitos anteriormente e
principalmente aqueles que tinham sido abordados na aula anterior, mostrando que esses
mesmos exerccios tiveram influncia positiva na execuo, tanto da escala, como do estudo e
das peas propostas para esta aula.
Aquando da execuo das peas propostas para esta aula, nomeadamente, a pea n
16 do livro Waggon Wheels, o aluno sentiu muitas dificuldades na introduo ao 4 dedo (dedo
mindinho), sendo este um dedo mais frgil, foi pedido para que fizesse os seguintes exerccios:
Apertar a mo esquerda com muita fora antes de a colocar na posio (como se fosse
dar um murro) e seguidamente relaxar;
Colocar a mo na posio correta (brao do violino);
Colocar o polegar, dobrado e no esticado, ao mesmo nvel que o dedo indicador (1
dedo);
Colocar os restantes dedos como se estivessem numa pista de corrida, sendo que o
mindinho (4 dedo), teria de ficar na corda Sol (mais desconfortvel), o dedo anelar (3 dedo) na
corda R, o dedo mdio (2 dedo) na corda L e o indicador (1 dedo) na corda Mi. Assim, a
mo esquerda era colocada de forma correta, com todos os dedos formados e alinhados
corretamente, com a postura certa;
Percutir os dedos nas cordas de forma a se ouvir o tocar das mesmas.
Aps este exerccio, e apesar das dificuldades sentidas, o aluno conseguiu compreender
a posio da mo esquerda, mais propriamente do dedo mindinho (4 dedo). Sendo este um
exerccio que requer alguma tenso por parte dos msculos, no foi possvel ultrapassar o
minuto ao executar, pois poderia trazer complicaes ou leses ao nvel muscular.
Logo aps este exerccio, o aluno conseguiu movimentar com mais facilidade o seu 4
dedo e assim, executar com maior preciso a pea, estando mais facilmente afinada.
A planificao da aula foi cumprida na sua totalidade, sendo que o aluno demonstrou
algum estudo desde a ltima aula. Ainda sentindo-se pouco vontade com a presena de outro
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professor a dar a aula. Houve uma continuidade do trabalho realizado na aula anterior, de modo
a se conseguir automatizar o movimento do arco, dando importncia repetio de cada
exerccio. De seguida, foi feita uma leitura em dois estudos novos, de forma a trabalhar novas
posies da mo esquerda, nomeadamente, o segundo dedo junto ao primeiro. O aluno,
primeiramente, sentiu dificuldades a executar esta nova posio, visto ser um pouco mais
desconfortvel que a anterior em que o segundo dedo estava afastado do primeiro e junto ao
terceiro. Para este tipo de trabalho foram utilizados os mesmos exerccios feitos para o 4 dedo,
para o controlo da memria fsica e no o sistema de notao (por exemplo: d # para um dedo
afastado e d natural para um dedo junto).
Contedos abordados na aula n3:
Incio da aula com os exerccios de arco para o controlo do brao direito, atravs de
ritmos diferentes em cada corda. O aluno mostrou novamente um estudo inconstante desde a
ltima aula. De seguida foi pedido para tocar a escala de Sol maior em duas oitavas, j com a
abordagem nova posio do 2 dedo junto ao primeiro, e com a colocao do 4 dedo na
escala descendente, para trabalhar a sua afinao. Logo de seguida, na abordagem ao estudo n
11 de A. Krucek, o aluno ainda apresentava problemas de simultaneidade entre os dois braos o
que revelou falta de trabalho independente de cada brao. Foram feitos os seguintes exerccios:
Executar o estudo apenas com o brao direito (arco), em cordas soltas de forma a
assimilar as arcadas e o ritmo do estudo;
Leitura de notas em solfejo, com referncia s notas alteradas ou naturais (dedos juntos
ou afastados);
Leitura conjunta das duas mos, sem qualquer ritmo, para assimilao da mo
esquerda e afinao.
No momento seguinte, o aluno conseguiu mais facilmente tocar o estudo ainda que
apresentasse algumas dificuldades de afinao, o que nos leva a crer que a mo esquerda ainda
no teria sido totalmente memorizada.
Para dar continuidade ao trabalho desenvolvido no estudo, foram trabalhadas as peas
para serem apresentadas na audio de classe, sendo que o aluno observou o professor a tocar
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mesmo antes de se apresentar. Ao observar, o aluno percebeu de que forma foram moldados os
dedos de maneira a carem nos lugares destinados. Para este tipo de trabalho utilizada a
memria visual aliada memria fsica. A memria auditiva posta, aqui, de parte.
Mesmo no tendo apresentado um estudo constante ao longo da semana, a planificao
da aula foi cumprida na sua totalidade. Nesta aula, houve a possibilidade de o aluno ensaiar as
peas com o pianista acompanhador.
Contedos abordados na aula n4:
Incio da aula com os exerccios de arco para o controlo do brao direito, atravs de
ritmos diferentes em cada corda, como foram feitos em todas as aulas deste projeto de
interveno. O aluno mostrou alguma dificuldade nos exerccios, pois no tocava ao longo da
totalidade do arco. Foi proposto, ento, a dizer em voz alta, ao mesmo tempo que tocava com o
arco, a palavra tartaruga muito lentamente, de modo a obrigar o aluno a gastar o arco de uma
ponta outra. O aluno tambm sentiu dificuldades na juno do 2 dedo com o 1. Assim como
dificuldades rtmicas. Foram feitos exerccios para exercitar os movimentos dos dedos 2 e 3
(anelar e mdio):
Colocar o 2 dedo na corda Sol e o 3 dedo na corda R, seguidamente, o 2 dedo
muda para a corda L e o 3 para a corda Mi, fazendo o movimento inverso e repetindo vrias
vezes (movimento do caminhar dos dedos9);
Tocar a msica s com a mo esquerda, sem recorrer ao arco, cantando as notas
simultaneamente.
No estudo apresentado, foi sugerido ao aluno que o memorizasse compasso a
compasso de forma a conseguir trabalhar o todo. Assim, o aluno estudou na aula, com a ajuda
do professor, cada compasso de forma individual, sendo que posteriormente j conseguia tocar
o estudo com alguma facilidade. O trabalho feito nos exerccios anteriores foi transcrito para o
caderno de registo dirio de forma ao aluno ter um suporte escrito para o seu estudo dirio extra
aula.
9 Exerccio utilizado pela professora supervisora do estgio, Anna Pereira
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Pelas dificuldades apresentadas pelo aluno, o que levou a um maior foco da aula nos
exerccios de memorizao de ambos os braos, a planificao da aula no foi cumprida na sua
totalidade.
3.2.2 Aluno 2
Contedos Programticos:
K. H. Colledge - Stepping Stones Livro Completo N 1 ao n 26;
Vaclav Krucek, Etdenschule fr die Violine, Vol 1 Estudos n 2, 3, 4, 36, 37, 51, 55,
57, 58, 60;
S. Herman - Na floresta;
J. S. Bach Cantata;
K. H. Colledge Fast Forward - Hustle Bustle, Fast Forward, Something or other,
Carefree, Cakewalk, Carols Singers, The Ceilidh;
Escalas de D Maior 1 oitava, L Maior 2 oitavas, F Maior 1 oitava, com arpejo, Mi
Maior 1 oitava.
Os principais objetivos delineados para desenvolver com o aluno 2 incidiram nas seguintes
competncias:
Colocar e articular corretamente os dedos da mo esquerda;
Desenvolver o controlo da afinao e da qualidade do som recorrendo a todos os
sentidos/estratgias para uma boa afinao;
Desenvolver a capacidade de corrigir a afinao sem recorrer s marcas de referncia;
Automatizar o arco em todo o seu domnio e colocar corretamente a mo/brao direito;
Desenvolver as noes rtmicas do brao direito;
Trabalhar as questes tcnicas de sonoridade;
Compreender como controlar as tenses musculares;
Compreender a importncia da memria na prtica do instrumento;
Potenciar a capacidade de memorizao tanto fsica como mental;
Trabalhar as competncias de mudana de posio;
Compreender as capacidades inerentes da prtica extra aula.
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Contedos abordados na aula n1:
Na primeira aula o aluno comeou por executar a Escala de D Maior e respectivo
arpejo em uma oitava, procurando controlar no s a afinao, com o 1 dedo na corda Mi
estando atrs da marca de referncia e o 2 dedo nas cordas R e L junto ao 1 dedo (distncia
de meio tom), mas tambm a direo e velocidade do arco em toda a sua amplitude, tocando
apenas uma nota por arco. O aluno mostrou dificuldades em se concentrar, errando notas (ora
comeando numa nota errada, ora continuando para a 2 oitava quando era s pedida uma).
Enquanto que o arco fazia o movimento (ou ascendente ou descendente), o aluno ia corrigindo a
direo do arco e o som que produzia. O primeiro objetivo deste trabalho visou a utilizao
correta de todo o arco e a execuo da escala com a correta afinao, sem ritmos rpidos nem
notas na mesma direo do arco (ligaduras) de modo a que o aluno pudesse centrar toda a sua
concentrao nestes dois aspetos: o arco e a sua tcnica e a posio correta da mo esquerda.
Seguidamente, o aluno mostrou o Estudo n 3 de A. Krucek, onde foram trabalhados aspetos
referentes ao controlo do arco, nomeadamente no que diz respeito posio correta do brao
direto e do cotovelo.
Tambm foi abordado o aspeto tcnico da mo esquerda, em que o aluno sentia muitas
dificuldades, devido excessiva tenso que exercia sobre o brao do violino, tentando, ao
mesmo tempo que segurava o violino com a mo, fazer presso sobre as cordas. Tudo aliado,
provocam imensa tenso nos tendes do brao esquerdo e em resposta a essa tenso, o
crebro automaticamente aciona o mecanismo de resposta do brao direito, fazendo com que
esse exera a mesma presso sobre as cordas com o arco. Para resolver este problema o aluno
realizou exerccios individualizados de cada brao de forma a automatizar cada movimento, para
que nenhum movimento influencie o outro.
Posteriormente, o aluno continuou com as peas propostas para a aula, sendo que a
afinao e a posio da mo esquerda foram os aspetos mais visados, tendo sido dada
importncia correta colocao dos dedos mediante a posio das marcas de referncia,
principalmente devido posio do 3 dedo nas cordas Sol e R, pois eram notas alteradas (d
e sol # respetivamente), o que fazia com que esses dedos tivessem que ficar afastados dos
anteriores. Nesta situao, para o aluno no ser surpreendido, foram utilizadas cores, sendo a
cor laranja para o 3 dedo afastado e a cor amarela para o 3 dedo junto ao segundo (Anexo 4),
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facilitando a resposta mais imediata posio da mo esquerda. Para alm das dificuldades,
nota-se a falta de estudo e de concentrao.
Contedos abordados na aula n2:
Incio da aula com exerccios de arco para o controlo do brao direito, atravs de ritmos
diferentes em cada corda, o exerccio do chocolate quente que consiste em fazer o ritmo de
quatro semicolcheias e de duas colcheias. Sendo que a articulao rtmica coincide com as
slabas das palavras chocolate e quente, memorizando assim o ritmo de forma metdica e mais
atrativa. Existiu sempre a preocupao de, em todas as aulas, reforar o trabalho independente
do brao do arco. O aluno apresentava ainda alguns problemas de articulao e de
simultaneidade entre os dois braos. Denotou-se alguma instabilidade na mo esquerda, o que
influenciava negativamente a afinao.
Seguidamente foi pedido ao aluno para executar ainda a escala de D Maior e o
respetivo arpejo, havendo ainda alguma dificuldade em assimilar a posio dos dedos da mo
esquerda, assim como a postura da mo e brao direito.
Aquando da execuo das peas propostas para esta aula, nomeadamente, a pea n
15 do livro Fast Forward, o aluno sentiu muitas dificuldades na execuo do ritmo da obra,
sendo inconstante e incorreto. Sendo pedido para executar a obra com a voz, lento o ritmo em ti
ti ti ti ta, para ajudar a interiorizar as acentuaes da pea.
Foram trabalhados aspetos de arco e de mo esquerda, nomeadamente nos
pormenores de posio e de relaxamento da mesma. Notou-se alguma dificuldade ao nvel da
afinao na pea. Assim, sendo um aluno do 2 grau, o trabalho feito no que restou da aula, foi
feito no sentido de o ajudar a ouvir aquilo que tocava, com o piano a tocar em simultneo, mas
sem sucesso, pois o aluno mostrava muitas limitaes a nvel auditivo.
Apesar de se sentir um pouco preso e tenso, mostrava qualidade na execuo do
detach. Durante esta e as aulas seguintes foram feitas simulaes da prova recital, para que o
aluno conseguisse encarar o programa com outra naturalidade e dedicao.
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Contedos abordados na aula n3:
Deu-se incio aula com os exerccios de arco, cordas soltas e chocolate quente, sendo
que a mo direita ainda apresentava muitas dificuldades de posio e da memorizao correta
do movimento. Apresentava ainda pouca independncia dos dois braos. De seguida, foi pedido
para tocar a escala de Mi Maior em uma oitava e o respetivo arpejo. O aluno mostrou
dificuldades, sobretudo na individualidade dos dedos da mo esquerda. Foi trabalhada a
construo da estrutura dos dedos, ou seja, um colocado de cada vez, para questes de posio
e de afinao. Mostrou ainda dificuldades na descida da escala, onde o primeiro dedo se
movimentava para junto do segundo (falta de estrutura da mo). Foi sugerida a recolocao de
uma marca para referncia do 3 dedo, mas sem sucesso, visto que o aluno continuava a
apresentar dificuldades de destreza dos dedos. O que indica a falta de estudo e consequente
memria da estrutura da mo. Assim, foi colocada uma pequena bola antisstress junto da palma
da mo esquerda, para servir de molde, uma vez que a postura no era a correta. Antes de
iniciar o trabalho do estudo, foi pe