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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL JANEIRO/2018 Obra Emergencial – Alteamento da Barragem do Itabiruçu El. 836m. Este documento traz o Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, que integra processo de licenciamento ambiental corretivo para a Obra Emergencial - Alteamento da Barragem El. 836m.

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RELATÓRIO DE

IMPACTO AMBIENTAL

JANEIRO/2018 Obra Emergencial – Alteamento da Barragem do Itabiruçu El. 836m.

Este documento traz o Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, que integra processo de

licenciamento ambiental corretivo para a Obra Emergencial - Alteamento da Barragem El.

836m.

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Relatório de impacto ambiental

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Relatório de impacto ambiental

O B RA E M E RGE N C I AL – ALT E AM E N T O DA B ARRAGE M D O

ITAB IRU Ç U E L . 8 3 6 M .

RIMA

O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é um estudo realizado antes da execução de qualquer

empreendimento, que tem como objetivo apresentá-lo em suas fases de implantação e operação:

avaliar os impactos positivos e negativos e os programas socioambientais que possam prevenir,

controlar e compensar estes impactos.

Já o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) tem como objetivo apresentar de forma resumida e simples

todos os principais assuntos contidos no EIA. Para isso, ele deve estar acessível em meio físico (impresso)

às comunidades interessadas em conhecer o empreendimento. Este relatório foi produzido em uma

linguagem didática com diversos mapas e fotos, no intuito de facilitar a leitura e seu entendimento.

A seguir, você encontrará todas as informações necessárias para conhecer e entender claramente as

possíveis consequências socioambientais da Obra Emergencial do Alteamento da Barragem do Itabiruçu

El. 836m., pertencente à Vale S.A.

CURIOSIDADES...

O Licenciamento Ambiental é o procedimento administrativo realizado pelo órgão ambiental

competente, que pode ser Federal, Estadual ou Municipal, para licenciar a instalação, ampliação,

modificação e operação de atividades e empreendimentos que utilizam recursos naturais e que

sejam potencialmente poluidores ou ainda que possam causar degradação ambiental.

O Licenciamento é um dos instrumentos de gestão ambiental estabelecido pela Lei Federal n°6.938,

de 31 de agosto de 1981, também conhecida como a Lei da Política Nacional de Meio Ambiente.

Fonte: http://www.fepam.rs.gov.br/central/licenciamento.asp Acessado em: 17/01/2017

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Este RIMA se divide em oito partes:

Identificação do Empreendedor e da Equipe Técnica Responsável;

Apresentação;

Caracterização do Empreendimento;

Diagnóstico Ambiental;

Análise de Impacto Ambiental;

Ações de Mitigação e de Compensação dos Impactos;

Programas e Ações Ambientais;

Considerações Finais.

A Identificação do Empreendedor e Equipe Técnica Responsável apresenta as informações referentes

à empresa responsável pelo empreendimento e a equipe responsável pelos estudos ambientais.

No Diagnóstico Ambiental, é caracterizada a situação das áreas naturais antes da intervenção pelas

obras emergenciais.

A Análise de Impacto Ambiental foi desenvolvida considerando os dados da caracterização do

empreendimento e do diagnóstico, objetivando avaliar os impactos que as obras emergenciais e a

operação da barragem Itabiruçu após essas obras causaram ao meio ambiente. Para compensar a

intervenção ambiental, são propostas Medidas Ambientais e Compensatórias, descritas neste RIMA.

Para mitigar e compensar esses impactos, são apresentadas as Medidas Ambientais e Compensatórias

implementadas.

Por fim, são apresentadas as Considerações Finais que atestam a viabilidade do empreendimento.

Boa leitura!

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SUMÁRIO

IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR ................................................................................ 4

EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELO DOCUMENTO ........................................................ 4

APRESENTAÇÃO .................................................................................................................. 5

CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ....................................................................... 1

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL ............................................................................................... 13

ANÁLISE DE IMPACTO AMBIENTAL................................................................................... 42

MEDIDAS AMBIENTAIS E COMPENSATÓRIAS ................................................................... 44

PROGRAMAS E AÇÕES AMBIENTAIS ................................................................................ 47

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 49

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 50

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IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR

Emp

resa

resp

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Em

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end

iment

o

Nome do Empreendimento Obra Emergencial - Barragem Itabiruçu El. 836m

Razão Social VALE S.A.

Endereço Mina Cauê, Serra do Esmeril, S/N – Escritório Central, sala 22. Itabira/ MG CEP 35.900-900

Contatos

Túlio Praes (Especialista em Licenciamento Ambiental): Telefone: (31) 99819-1595 - (31) 3916-3637 E-mail: [email protected]

Daniela Faria Scherer (Gerente de Estudos Ambientais Ferrosos):

Telefone: (31) 99345-2111 - (31) 3916-3607 E-mail: [email protected]

Inscrição Estadual 317.024.161.1253

CNPJ 33.592.510/0164-09

Endereço para

Correspondência:

Mina de Águas Claras - Prédio 1 - Térreo

Avenida Dr. Marco Paulo Simon Jardim, 3580. Bairro Piemonte.

CEP: 34006-200 - Nova Lima - MG - Brasil

EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELO DOCUMENTO

Alessandra Mazon

Engenheira Civil Caracterização do

Empreendimento e

Programa de

Monitoramento Geotécnico

Carolina Rodrigues Martins Engenheira Ambiental Coordenação Técnica

Alice L. Lage Souza Engenheira Ambiental Coordenação Técnica

Leandro Nascimento Gonçalves Engenheiro Florestal Diagnostico de Flora

Osiel de Magalhães Biólogo Coordenador do Meio

Biótico

Ducilene de Jesus Martins Guerra Analista de Meio

Ambiente

Geoprocessamento

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Barragem de rejeito é uma estrutura de terra construída para armazenar resíduos de

mineração, os quais são definidos como a fração estéril produzida pelo beneficiamento de minérios, em um processo mecânico e/ou químico que divide o mineral bruto em concentrado e

rejeito. O rejeito é um material que não possui maior valor econômico.

Fonte: 1 https://www.organicsnewsbrasil.com.br/meio-ambiente/o-que-e-barragem-de-

rejeitos Acessado em 17/01/2017

APRESENTAÇÃO

A Vale S.A. elaborou o presente Estudo de Impacto Ambiental – EIA e respectivo Relatório de Impacto

Ambiental – RIMA da obra implantada em caráter emergencial na Barragem Itabiruçu El. 836m, situada

na Mina de Conceição em Itabira, objetivando regularizar essa atividade por meio da solicitação de

Licença de Operação Corretiva - LOC.

A Barragem Itabiruçu situa-se no Complexo Minerário de

Itabira que opera desde 1942, quando da incorporação

da mineradora inglesa Itabira Iron ao patrimônio do

governo federal do Brasil, com o objetivo de produzir

hematita para alimentar a indústria bélica dos ingleses

durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1997 foi

privatizada e, hoje, as minas de Itabira da Vale

constituem-se em num dos maiores complexos minerários

de extração de ferro a céu aberto do mundo.

O Complexo de Itabira está localizado no município de Itabira, porção central do estado de Minas

Gerais, situado a, aproximadamente, 104km de Belo Horizonte. A Barragem Itabiruçu está localizada

na Mina de Conceição e foi implantada para a contenção dos rejeitos gerados nas usinas dessa mina

e para acumulação de água para atendimento às demandas dos processos, em projeto concebido na

década de 1980.

CURIOSIDADES...

A mina de Conceição, localizada ao sul da propriedade da Vale, é formada pela Cava Conceição;

pelas Pilha de Estéril Canga, Canga Leste, Canga Superior, Maravilha, Pilha Itabirito Duro; pela

Unidade de Minerais Conceição I e II e pelas barragens Conceição, Rio do Peixe e Itabiruçu.

FONTE: BIBOCAAMBIENTAL.BLOGSPOT.COM.BR¹

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A Barragem Itabiruçu está localizada nas coordenadas 19°41'072735"" (latitude) / 43°17'100087"

(longitude) – SIRGAS 2000, com acesso próximo à bifurcação da MG-129 com a AMG-900-1210. A

barragem foi implantada para a contenção dos rejeitos gerados nas usinas da Mina Conceição, e

acumulação de água para atendimento ás demandas dos processos, em projeto concebido na década

de 1980, prevendo sua execução em etapas, com alteamentos pelo método de jusante.

A disposição de rejeitos na Barragem de Itabiruçu é realizada a partir do fundo do reservatório, na

condição de montante para jusante do reservatório. Nessa concepção, o nível de água do lago junto

ao maciço funciona como retentor dos rejeitos dispostos, impedindo o avanço dos sedimentos emersos

para junto do maciço, mantendo o afastamento necessário da praia de rejeitos e preservando o volume

de amortecimento necessário para o caso de eventos pluviométricos intensos.

Devido a baixos os índices de chuva registrados na região, o nível do reservatório ficou abaixo das

medidas esperadas e houve um avanço dos rejeitos em direção ao maciço da barragem atingindo o

limite de distância mínima de praia projetada da estrutura. O avanço dos rejeitos resultou também em

represamento de volume de água significativo em dois braços na parte norte do reservatório.

Em função da necessidade de garantir o volume de amortecimento da estrutura e borda livre

adequada, visando manter as condições de segurança e integridade em caso de eventos pluviométricos

intensos, em abril de 2015, em caráter emergencial, foram realizadas intervenções na Barragem de

Itabiruçu, alvos desse licenciamento, que serão apresentadas nesse estudo.

No cenário descrito acima, caso não fossem implementadas as intervenções, na ocorrência de eventos

pluviométricos intensos, havia-se o risco de elevação do nível de água nos braços confinados, o que

poderia levar a erosão da praia de rejeitos e movimentação abrupta de água e massa de rejeitos

para junto do maciço, podendo comprometer a segurança da estrutura.

As áreas ocupadas pelas obras emergenciais totalizam 9,04ha e são mostradas no mapa a seguir:

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O aspecto ambiental considerado relevante para o processo em questão refere-se à supressão de

vegetação que ocorreu em área de 3,76ha na Floresta Estacional Semidecidual em estágio médio e

em 0,2ha de reflorestamento (pinus), conforme tabela abaixo:

ESTRUTURA DO PROJETO ÁREA

Floresta Nativa – Mata Atlântica 3,76 ha

Reflorestamento (Pinus) 0,26 ha

Área antropizada 5,08 ha

Total 9,04ha

Vale salientar que a Barragem Itabiruçu é uma estrutura necessária ao desenvolvimento e continuidade

das atividades minerárias da Mina Conceição e, portanto, se enquadra como empreendimento de

utilidade pública ou de interesse social.

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CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Os rejeitos gerados nas Usinas de Beneficiamento Conceição I e Conceição II são direcionados à

Barragem Itabiruçu e a água liberada dos rejeitos é captada a jusante desta Barragem, na Barragem

Rio do Peixe.

A Barragem Itabiruçu foi implantada para a disposição dos rejeitos gerados nas usinas da Mina

Conceição. A estrutura consiste de um aterro em solo compactado, com sistema de drenagem interna

(filtro e tapete sanduíche), em projeto concebido na década de 1980, prevendo sua execução em

etapas, com alteamentos pelo método de jusante.

A barragem inicial, referente à 1ª Etapa, foi implantada em 1980/1981 com a crista na EL 811 m e

implantação de um extravasor tipo torre (tulipa), implantado próximo à ombreira esquerda, com a

soleira vertente na El. 808,8 m, conectado a uma galeria extravasora sob o maciço da barragem. A

galeria implantada foi projetada com extensão suficiente a já atender à implantação da 1ª Etapa da

barragem. Em 2003, objetivando concluir a 1ª Etapa, foi implantado um coroamento de 2,0 m de aterro

compactado, com crista na EL. 813 m. Estas fases foram licenciadas na LOC de 2000 através do PA

COPAM N° 00119/1986/003 a 006/1996.

A 2ª Etapa foi implantada entre 2005 a 2011 com a crista na EL. 833 m, onde, num primeiro momento,

em 2005 / 2006 o aterro foi implantado numa fase intermediária na EL 817,50 m. Em 2008 as obras

de alteamento foram paralisadas devido ao momento econômico da mineração, na El. 823m. Esta fase

foi licenciada através do PA COPAM LI 00119/1986/081/2005.

Como a concepção original considerava que o Alteamento da 2ª Etapa atenderia às necessidades

operacionais da Mina Conceição até sua exaustão, foi implantado o Vertedouro de Desativação com

seção hidráulica em canal, definido em soleira tipo Creager na El. 828 m seguido por um canal de

restituição do tipo rápido, implantado na ombreira esquerda. A obra do extravasor de desativação

foi concluída em sua totalidade em 2008.

As obras da 2ª Etapa foram retomadas em meados de 2010, com implantação do aterro até a El.833m

e as obras de adequação do sistema extravasor, que foi paulatinamente alteado. Das obras referentes

a adequação do sistema extravasor, implantadas nessa fase, destaca-se a implantação de novo sistema

operacional através de nova torre de tomada de água e galeria sobre o eixo do extravasor existente

na ombreira esquerda e o tamponamento em sua totalidade da galeria antiga.

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Esta etapa teve a Autorização Provisória de Operação – APO concedida em 27/05/2015, sob PA

COPAM 00119/1986/107/2013.

Para o atendimento estratégico da Mina de Conceição e escala de geração de rejeitos até o final e

vida útil da mina (prevista para 2028) foi desenvolvido o projeto de Alteamento da Barragem de

Itabiruçu El.850m para atendimento a contenção de rejeitos e abastecimento hídrico das usinas. O

processo de licenciamento da estrutura encontra-se em análise no órgão ambiental, sob PA COPAM

00119/1986/111/2014.

Com a extensão do período de seca nos

anos de 2013 e 2014, o nível do

reservatório da barragem sofreu

rebaixamento, propiciando o avanço

dos rejeitos em direção ao lago

principal e seccionamento de um grande

volume de água nos braços norte A e

norte B do reservatório. Para garantir o

volume de amortecimento da estrutura e

borda livre adequada, com o objetivo

de manter as condições de segurança e

integridade em casos de eventos

pluviométricos intensos, com eventual arraste de rejeitos e mobilização abrupto dos volumes de água

aprisionados nos braços, foram executadas em 2015/2016 intervenções para o esgotamento das

águas aprisionadas nos braços norte A e B e um coroamento do maciço da barragem, através do

alteamento de sua crista em 3m, para a El.836m. Esta intervenção foi realizada por meio de uma obra

emergencial, cuja comunicação foi protocolada no órgão em 13/04/2015, posteriormente a

documentação exigida para regularização foi protocolada vinculada ao PA LI COPAM

00119/1986/081/2005.

ETAPA DE INSTALAÇÃO

As obras emergenciais foram divididas em duas etapas:

1ª Etapa: Canais e Leiras Direcionadas dos Rejeitos: A intervenções da 1ª etapa tinham por função

reduzir o acúmulo de água confinada na parte norte do reservatório através da escavação de dois

canais em terreno natural e implantação de um aterro (dique) no interior do reservatório formando

leiras direcionadoras desviando o fluxo de rejeitos do lago principal para os lagos Norte, ocupando-

os e expulsando a água aprisionada para o lago principal.

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2ª Etapa: Alteamento da Crista da Barragem Itabiruçu em 3m – El.836 m. Concomitante a

eliminação do represamento de água nos braços norte A e B, foi previsto o alteamento da crista da

barragem em 3m (El.833m para a El.836m), para incremento do volume de amortecimento da

barragem para o caso de uma movimentação (arraste) dos rejeitos e elevação rápida do nível do

lago principal (Lago Sul), junto à crista da barragem. Para o alteamento da barragem, foi previsto

um incremento do ângulo do talude a partir da berma na El.823 m.

Os canais estão ilustrados nas imagens abaixo.

Esquema do sistema de desvio dos rejeitos e expulsão da água represada nos braços Norte A e B. (Vale,2015)

Lago

Norte A

Lago

Norte B

Canal 2

Canal 1

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Localização dos Canais 1 e 2 e das Leiras 1 e 2 (Vale, 2015).

Destaca-se que as estruturas são temporárias e tem por única função o direcionamento do fluxo dos

rejeitos para os braços norte A e B, até que o volume de água represada seja expulso. As estruturas

não têm por função armazenamento e/ou contenção de rejeitos, sendo naturalmente galgadas e

incorporadas no interior da praia de rejeitos ao longo de sua disposição.

O material proveniente da escavação dos canais composto por solo silte argiloso serviu de empréstimo

para a construção das leiras direcionadoras, conforme figuras abaixo:

Vista da escavação dos canais 1 e 2, respectivamente, que serviram também como área de empréstimo. (Vale, 2015)

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Vista das leiras 1 e 2 implantadas, conforme figuras acima, concluindo assim a 1ª Etapa. (Vale, 2015)

Para a 2ª Etapa, o alteamento da crista da Barragem Itabiruçu em 3 metros foi concebido considerando

um incremento do ângulo dos taludes da barragem a partir da berma na El.823m, passando da

inclinação 1V:2H para a inclinação 1V:1,5H.

Para o encaixe do aterro do alteamento com o maciço da barragem foi prevista uma escavação para

rebaixamento da crista da barragem El.833 m em 3,0 m. A escavação em questão foi realizada até a

El. 830,00 m na região da crista e até a El. 823,00 m no talude de jusante, conforme figura abaixo:

Vista da Barragem Alteada. (Vale,2015)

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Como as obras no maciço são em elevação superior ao nível de água operacional da barragem, não

há necessidade de instalação de sistema complementar de drenagem interna. O sistema de condução

do fluxo interno de drenagem utilizará o sistema existente na barragem, composto por filtro inclinado

e tapete drenante, o sistema de drenagem superficial da berma na El. 823m teve de ser removido,

sendo refeito ao final da obra, com a instalação de canaletas meia cana, direcionando para as decidas

de água já existentes na barragem, ilustradas abaixo:

Implantação da canaleta de drenagem superficial na berma El.823 m . (Vale, 2015)

Análise de Estabilidade

A análise realizada para verificação da condição de estabilidade geotécnica da Barragem Itabiruçu

com a implantação do alteamento da crista da barragem para a El.836m indica o fator de

segurança da barragem FS=1.63, acima do mínimo preconizado pela NBR 13.028/2006 (FS≥1.5).

Em agosto de 2016 foi realizada a Inspeção de Segurança Regular na Barragem Itabiruçu, pela

empresa Leme Engenharia, sendo considerada adequada no tocante a estabilidade física do maciço e

ao dimensionamento das estruturas hidráulicas.

Atividades de Apoio às Obras Emergenciais

O canteiro foi construído conforme diretrizes da NR-18, ilustrado nas figuras apresentadas a seguir. Os

resíduos sólidos gerados durante a obra foram segregados e estocados em Depósito Intermediário de

Resíduos (DIR), para posterior disposição no Centro de Materiais Descartáveis (CMD). Os efluentes

sanitários foram tratados em fossa séptica instalada no próprio canteiro.

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Implantação do canteiro. (Vale, 2015)

Coleta seletiva. (Vale, 2015) Depósito Intermediário de Resíduos (Vale, 2015)

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Cronograma

A etapa de implantação ocorreu em um período de 09 meses, iniciando em setembro de 2015 e

concluindo em maio de 2016.

Mobilização de Mão de Obra Temporária

Na tabela abaixo pode ser observado que foram empregados, na média, 78 pessoas e no pico, 104

pessoas, considerando os 09 meses das obras emergenciais.

Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9

ago/15 set/15 out/15 nov/15 dez/15 jan/16 fev/16 mar/16 abr/16

Mão de Obra Direta 4 77 81 83 83 83 66 43 34

Mão de Obra Indireta 14 17 21 21 21 21 15 13 9

Total 18 94 102 104 104 104 81 56 43

A premissa de implantação do projeto considera que a maior parte da mão de obra temporária foi

contratada em Itabira ou em municípios vizinhos. A partir desta mesma premissa, não foi necessária a

implantação de alojamentos no canteiro de obra, sendo fornecido diariamente o transporte à mão de

obra contratada.

Mobilização de Equipamentos

No tocante ao maquinário, veículos e componentes auxiliares que foram utilizados durante as

intervenções estão: escavadeira hidráulica, trator de esteiras, caminhão pipa, motoniveladora, rolo

compactador, trator agrícola com grade, caminhão comboio, veículo apoio e ônibus.

Para o controle de poeira, associadas ao deslocamento de veículos nas vias não pavimentadas do

entorno da barragem, foram utilizados caminhões pipa.

Na etapa de implantação, as fontes de emissão sonora foram restritas aos motores das máquinas e

veículos empregados na preparação do terreno - cortes; aterros; terraplenagem, e, no transporte de

insumos. Todavia, deve-se considerar que os veículos à serviço do empreendimento passam por

manutenção preventiva e, portanto, não emitem ruído acima do permitido pela legislação.

Insumos

O suprimento energia elétrica foi mediante gerador no canteiro de obras.

O abastecimento de água potável para os canteiros foi através de galão de água mineral e de

água industrial por meio de caminhão pipa e o abastecimento de equipamentos por caminhão

comboio.

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.

Energia Elétrica – Gerador (Vale, 2015)

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ETAPA DE OPERAÇÃO

A Barragem Itabiruçu tem por função a acumulação dos rejeitos gerados no processo das Usinas de

Conceição I e II, contenção e sedimentos das Pilhas Maravilha e Itabiruçu (à margem esquerda do

reservatório) e acumulação de água. A barragem tem método de alteamento convencional, a jusante,

sobre terreno natural.

A disposição dos rejeitos em seu reservatório ocorre através de ponto único, no fundo do reservatório,

por gravidade, distante aproximadamente a 3km da estrutura do maciço e extravasor da barragem.

O rejeito disposto no reservatório sedimenta ao longo da praia, com ângulo previsto em projeto de 1%

emerso e 0,5% submerso, com formação de lago da água liberada dos rejeitos junto ao maciço da

barragem. O vertimento e controle operacional da barragem é realizado através do sistema

extravasor instalado junto a ombreira esquerda, composto por torre de tomada de água, galeria e

canal de dissipação.

A torre do extravasor possui soleira na El.833 m (nível máximo operacional) e 04 comportas

operacionais, sendo 02 comportas na El. 825,36m, 01 na El. El.830,95m e 01 El. 831,36m. As comportas

são operadas para ajuste do vertimento do volume de água necessário a operação das usinas e de

controle dos avanços dos rejeitos através na oscilação do nível do reservatório. Atualmente o nível do

reservatório está oscilando próximo à El. 831 m (janeiro/2018), com nível operacional de projeto

previsto na El.833 m, e nível máximo maximorum na El. 834,80 m.

Para uma ocupação ordenada do reservatório são utilizados equipamentos anfíbios e de

terraplenagem para manejo dos rejeitos através da manutenção das leiras defletoras, conduzindo o

fluxo dos rejeitos através dos canais implantados quando das obras emergenciais da El.836 m. Esta

operação permite a ocupação dos braços norte, junto a margem direita do reservatório, impedindo o

acúmulo de água e com uma ocupação regular em todo o reservatório.

Plano de Instrumentação

O desempenho operacional da Barragem de Itabiruçu é avaliado através da rede de piezômetros,

réguas de nível de água, medidores de nível de água, medidores de vazões e marcos topográficos já

existentes. A Figura apresentada a seguir ilustra a seção principal instrumentada da barragem.

SEÇÃO TÍPICA INSTRUMENTADA DA BARRAGEM NA EL. 836M.

O sistema de esgotamento de água dos Braços Norte A e B são compostos apenas por canais e leiras

direcionadoras e o acompanhamento da eficiência da “expulsão” das águas aprisionadas pelos rejeitos

é realizado através de batimetrias.

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Relatório de impacto ambiental

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ASPECTOS AMBIENTAIS

Neste capítulo correspondente à Caracterização do Empreendimento foram identificadas as atividades

que podem interagir com o meio ambiente nas fases de instalação e de operação. Essas atividades são

geradoras do que se denomina “aspectos ambientais”, considerados como elemento das atividades,

produtos ou serviços decorrentes do empreendimento que pode interagir com o meio ambiente (NBR

ISO 14001:2004). Uma vez detectados esses aspectos, quando possível, foram implementadas ações

ambientais, com o objetivo de controlar os mesmos e consequentemente, causar impactos ambientais

desprezíveis.

Para aqueles aspectos que não puderam ser controlados, foi elaborado o diagnóstico ambiental e

avaliados os respectivos impactos e propostas medidas para mitigá-los e/ou compensá-los.

Segundo essa ótica, foi elaborada a tabela apresentada a seguir, que demonstra os aspectos

identificados e respectivas estruturas de controle ambiental implementadas. Apenas a supressão de

vegetação não teve controle associado, por isso, o diagnóstico ambiental contemplou apenas os temas

pertinentes ao meio biótico (flora e fauna). Após a elaboração do diagnóstico ambiental, procedeu-se,

então, a avaliação dos impactos e a elaboração dos planos e programas de mitigação e compensação

executados à época das obras emergenciais.

Exceção se faz à geração de empregos temporários, que por não se tratar de um aspecto significativo

(poucos empregos no período de 09 meses), não causou impacto positivo significativo na dinâmica

socioeconômica da região. Por isso, não foi desenvolvido diagnóstico socioeconômico e respectiva

avaliação de impactos.

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Relatório de impacto ambiental

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Etapa de Instalação

Atividade Aspecto Ambiental Estrutura de Controle Ambiental

Construção dos Canais 01 e 02

Supressão da vegetação (Pinus na

área do Canal 01) -

Geração de material dos cortes

Não se aplica, pois, o material gerado foi

empregado na implantação dos Diques 01 e 02 e alteamento do maciço da barragem (El. 833

para EL. 836)

Geração de material particulado Aspersão com caminhão pipa

Geração de ruídos pela operação

dos equipamentos

Manutenção preventiva que garante a emissão de ruído dentro dos limites estabelecidos pela

legislação

Construção dos Diques

Geração de material particulado Aspersão com caminhão pipa

Geração de ruídos pela operação dos equipamentos

Manutenção preventiva que garante a emissão de ruído dentro dos limites estabelecidos pela

legislação

Área de Empréstimo

Supressão da vegetação (FES

médio) -

Geração de material particulado Aspersão com caminhão pipa

Geração de ruídos pela operação

dos equipamentos

Manutenção preventiva que garante a emissão

de ruído dentro dos limites estabelecidos pela legislação

Geração de sedimentos Sedimentos drenados e contidos no reservatório da Barragem Itabiruçu

Alteamento do maciço da barragem (El. 833 para EL.

836)

Geração de material particulado Aspersão com caminhão pipa

Geração de ruídos pela operação

dos equipamentos

Manutenção preventiva que garante a emissão de ruído dentro dos limites estabelecidos pela

legislação

Canteiro de Obras

Geração de resíduos DIR/CMD

Geração de efluentes domésticos Fossa séptica

Todas atividades acima Geração de empregos temporários -

Etapa de Operação

Atividade Aspecto Ambiental Estrutura de Controle Ambiental

Manejo do rejeito

Não gera aspecto ambiental, em

função do manejo de rejeito e água ocorrer entre braços da mesma

barragem

Não gera aspecto ambiental, por isso, não se

aplica a implementação de estrutura de controle ambiental

Continuidade do lançamento dos rejeitos das Usinas de Conceição

1 e 2; da contenção de sedimentos das Pilhas Maravilha

e Itabiruçu; e de acumulação de água

Não gera aspecto ambiental, em

função do manejo de rejeito e água ocorrer entre braços da mesma

barragem

Não gera aspecto ambiental, por isso, não se aplica a implementação de estrutura de controle

ambiental

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Relatório de impacto ambiental

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DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

MEIO BIÓTICO

O Complexo de Itabira, da Vale, está localizado no perímetro definido por Lei como de abrangência

do bioma da Mata Atlântica, reconhecido como um dos 25 hotspots de biodiversidade do planeta.

Embora sua área de abrangência seja entre 1 e 1,5 milhão de km², restam apenas 7 a 8% da floresta

original.

CURIOSIDADES...

As florestas da Mata Atlântica de Minas Gerais são dominadas por espécies semideciduais, ou seja,

que perdem parte das folhas durante o inverno, de maneira a evitar a evapotranspiração e, assim,

sobreviverem ao período seco que dura cerca de cinco meses, característico do clima estacional que

predomina nessa porção do Estado.

Itabira possui 13,65% de sua área ocupada por áreas protegidas, equivalentes a 17.114,13ha. Desse

total, 3.951,204ha são áreas protegidas pela Vale. Além dessas áreas, Itabira conta com mais outras

modalidades de áreas protegidas, listadas na Tabela abaixo:

NOME ÁREA (HA) MUNICÍPIO %

RPPN Itabiruçu 221,274 0,18%

RPPN Mata São José 522,32 0,42%

APA Morro da Pedreira 12454,02 9,93%

Reserva Biológica Mata do Bispo 659,82 0,53%

Parque Municipal Ribeirão São José 47,00 0,04%

Parque Municipal Água Santa 2,08 0,00%

Reservas Legais Vale 3207,61 2,56%

Total de áreas protegidas em Itabira 17.114,13 13,65%

Área total do município de Itabira 125.370,20 100,00%

Hotspots são todas áreas prioritárias para conservação, isto é, de alta biodiversidade e

ameaçada no mais alto grau. Para ser considerada hotspot, uma área deve ter pelo menos 1.500 espécies endêmicas de plantas e, ao mesmo tempo, ter perdido mais de 3/4 de sua

vegetação original. Fonte: 5 http://rede.novaescolaclube.org.br/planos-de-aula/biodiversidade-hotspots-

ambientais Acessado em: 17/01/2017

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Espécies como Cedrela fissilis (cedro), Cecropia spp. (embaúbas), Cupania vernalis (camboatá), Hymenaea

courbaril (jatobá), Ocotea spp (canelas), Piptadenia gonoacantha (angico jacaré), Myrcia spp

(goiabinha), e Aspidosperma spp (perobas, guatambus) são algumas das espécies encontradas nas

matas locais.

FLORA

Considerando que a intervenção ambiental se deu para a implantação das obras emergenciais, o

diagnóstico regional de flora das áreas onde ocorreu a supressão da vegetação foi elaborado

utilizando informações de estudos anteriores realizados nesta mesma região, além das informações

obtidas através da execução da atividade de resgate de flora para implantação das obras.

Desta forma, o volume de madeira das áreas suprimidas foi quantificado através da medição das toras

de madeira e lenha, após a supressão vegetal, quando já empilhadas em campo.

Classificação do estágio sucessional:

Para a classificação do estágio sucessional da vegetação foram utilizados os parâmetros da

RESOLUÇÃO CONAMA no 392, de 25 de junho de 2007, em seu artigo 2°, para floresta estacional

Semidecidual.

Foram realizadas amostragens nas formações florestais nativas e em plantios de Pinheiros: qualitativo

(levantamento florístico) e quantitativo (levantamento fitossociológico).

As principais famílias botânicas amostradas foram: Fabaceae, Euphorbiaceae, Annonaceae, Lauraceae,

Pinaceae, Myrtaceae:

Durante o inventário florestal realizado na borda da Barragem Itabiruçu identificou cerca de 160

espécies de árvores na região, em uma área de estudo de 120,26 ha. Destas espécies algumas estão

em alguma categoria de ameaça como o Jacarandá da Bahia, a Braúna e o Cedro. O Ipê-amarelo é

protegido por Lei e é considerado de preservação permanente, de interesse comum e imune de corte.

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Relatório de impacto ambiental

15

A vista do interior de uma das parcelas amostradas é

apresentada na imagem ao lado.

As florestas semideciduais em estágio médio e avançado de regeneração presentes na ADA do

empreendimento compreendem a porção que ocorre ao longo das drenagens, dando prosseguimento

aos continuuns que atingem as outras áreas de influência do empreendimento. Na área também

podemos observar pequenas porções de vegetação nativa em estágio inicial de regeneração,

correspondendo geralmente a áreas que sofreram intervenção antrópica e se encontram atualmente

em início de reestruturação. São encontradas na ADA principalmente nas bordas dos fragmentos

florestais que fazem contato com áreas degradadas. Em determinados pontos apresenta predomínio

do estrato herbáceo com a presença de indivíduos arbóreos pioneiros comuns nas florestas

semideciduais como é o caso das árvóres Ruão (Vismia brasiliensis), Canudo-de-Pito (Mabea fistulifera),

Imbaúba (Cecropia hololeuca), Chá-de-bugre (casearia arbórea), Jurubeba (Solanum leucodendron),

dentre outras.

INTERIOR DA MATA, BARRAGEM ITABIRUÇU. (VALE, 2015)

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Relatório de impacto ambiental

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Resgate de Flora

O resgate de flora foi realizado nas áreas onde

havia necessidade de supressão de vegetação .

A escolha das espécies a serem resgatadas

considerou:

1. Aquelas úteis para a recuperação de áreas

degradadas como as atrativas para fauna;

2. As ameaçadas de extinção, endêmicas,

raras, pouco frequentes, que apresentam

maior susceptibilidade à extinção;

3. Uteis para o uso no paisagístico;

4. Uteis para a produção de madeira comercial etc..

Durante a execução do resgate de flora foram coletadas plântulas, indivíduos adultos e sementes, no

intuito de se obter plantas saudáveis e viáveis para produção de mudas em viveiro, sendo utilizadas

formas de resgate específicas para cada propágulo.

O material resgatado foi encaminhado ao viveiro de

mudas da Mina Conceição, em Itabira, onde ocorreu a

separação por espécie e contagem das mudas. Quando

necessário, foi feita a poda dos indivíduos para, em

seguida, realizar-se o plantio. Esse processo foi feito

durante o período da tarde no mesmo dia em que foi

realizado o resgate.

As sementes coletadas foram levadas ao viveiro,

sendo triadas, quantificadas e plantadas em

sementeiras, logo após processadas.

Foram resgatados/coletados 2.060 indivíduos sob

a forma de plântula. Os indivíduos resgatados

pertencem a 16 famílias botânicas e 27 espécies.

RESGATE DE FLORA. (VALE, 2015)

RESGATE DE FLORA. (VALE, 2015)

VISTA PARCIAL DO VIVEIRO DE MUDAS DA MINA CONCEIÇÃO.

(VALE, 2015)

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Relatório de impacto ambiental

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As espécies mais representativas em número de indivíduos resgatados foram o Jacarandá da Bahia

com 901 indivíduos (43,74%); seguida do Gonçalo-Alves com 471 indivíduos (22,86%) e a Garapa,

com 165 indivíduos (8,01%). As demais espécies (24) contribuíram com 523 indivíduos (25,39%)

resgatados.

O resgate de flora é uma alternativa indispensável para a conservação da diversidade da flora frente

às autorizações de supressão de vegetação, principalmente de espécies raras, endêmicas e ameaçadas

de extinção. O resgate integrado permite abranger espécies com diferentes características de

propagação, aumentando a diversidade de espécies para produção de mudas, sendo esta uma forma

rápida, barata, simples e direta de conservação do patrimônio genético destas espécies de plantas.

Após a supressão da vegetação, o material lenhoso resultante foi empilhado e mensurado, totalizando

970 m³ referente à Floresta Nativa – Mata Atlântica e 116,43 m³ do plantio de Pinheiro, conforme

tabela abaixo.

ÁREAS

ÁREAS VOLUMES

ha m³

(metro

cúbico)

St (metro

estéreo)

Mdc

(metro de

carvão)

Floresta Nativa – Mata Atlântica 3,76 970,00 2706,00 902,00

Plantio de Pinheiro 0,26 116,43 139,72 69,86

Total 4,02 1086,43 2845,72 971,86

FAUNA

A Fauna no bioma da Mata Atlântica é rica, diversificada e abundante, dependendo principalmente

de ambientes florestais para sobreviver. Na região de Itabira, ocupada por áreas urbanas, industriais

e pecuárias, tais ambientes são raros e fragmentados, garantindo baixo potencial para abundância,

riqueza e diversidade da fauna. No entanto, na propriedade da Vale existem florestas em diversos

estágios sucessionais, possibilitando considerável riqueza e abundância de espécies.

A devido ao longo período de extração mineral nesta região e das grandes dimensões atingidas pelo

beneficiamento do minério de ferro no Complexo Minerador de Itabira, os resultados gerais obtidos

especificamente para a fauna de aves nestes estudos apontam para comunidades com características

significativamente positivas.

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Relatório de impacto ambiental

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O município de Itabira, local onde estão localizadas as minas do Complexo Itabira, apresenta alta

importância biológica para a conservação de aves e também para conservação de répteis e anfíbios

de Minas Gerais, na área são encontrados remanescentes de vegetação em vários estágios de

regeneração, eucaliptais com e sem sub-bosque e florestas em estágio médio nas serras e propriedades

industriais, compondo ou não, Reservas Legais e/ou RPPN’s, que garantem territórios para a fauna e

certa conectividade entre as unidades de conservação da Vale. Porém, algumas barreiras físicas para

dispersão da fauna são encontradas na região, como os núcleos urbanos, rodovias e ferrovias.

A caracterização biótica da área do empreendimento ocorreu por meio da avaliação, análise e

consolidação de informações disponíveis nos monitoramentos de fauna desenvolvidos pela Vale nesta

região, associados às informações levantadas em acompanhamentos de supressão e demais estudos de

fauna e flora, além de informações disponíveis no Banco de Dados da Biodiversidade VALE (BDBio).

O BDBio é composto por um banco de dados da fauna e da flora, constituindo uma coleção de

informações inter-relacionadas e organizados sobre diversos temas oriundos de estudos ambientais,

inventários, monitoramentos ambientais e outros.

A Vale realiza o monitoramento de fauna no Complexo Minerador de Itabira desde 2010, os

levantamentos (campanhas de amostragem) tem periodicidade semestral, permitindo amostragem em

duas estações climáticas distintas (na seca e no período chuvoso). Estes levantamentos utilizam

metodologias de amostragem qualiquantitativas, conforme determina a Instrução Normativa do IBAMA

nº 146 de 2007. Os métodos adotados e resultados dos monitoramentos estão descritos separadamente

para cada grupo.

Nas campanhas, a área amostrada situada à margem esquerda da barragem e é denominada ICO4

– Depósito Maravilha e compreende a AID (áreas de influência direta) da barragem do Itabiruçu. A

área de estudo foi delimitada fisicamente sob forma de transecto, para todos os grupos terrestres,

melhorando a eficiência das amostragens e permitindo a comparação dos resultados obtidos em

relação a essa área. Para isso foi estabelecido um transecto de um quilômetro de extensão na área,

representando diferentes fitofisionomias de vegetação na barragem do Itabiruçu. O transecto foi

medido e marcado a cada 50 metros, com as coordenadas de seu traçado registradas para confecção

dos mapas.

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Relatório de impacto ambiental

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Metodologias adotadas nas campanhas de monitoramento de fauna

Monitoramento de Médios e Grandes Mamíferos

Para a amostragem dos mamíferos de médio e grande porte, foram utilizadas três metodologias

distintas: Censos populacionais diurnos nos transectos, visando os registros diretos (visualizações) e

indiretos (vocalizações, pegadas, fezes e carcaças); Instalação de armadilhas fotográficas ligadas

continuamente do primeiro até o quinto dia de amostragem (duas armadilhas por trilhas), além de

registros ocasionais diretos e indiretos fora dos transectos.

BUSCA ATIVA MÉDIOS E GRANDES MAMÍFEROS. (VALE, 2016) INSTALAÇÃO DE ARMADILHA FOTOGRÁFICA. (VALE, 2016)

Monitoramento de Pequenos Mamíferos não voadores

As coletas de dados e amostragem de pequenos

mamíferos tiveram duração de quatro noites por

campanha. Para o levantamento de pequenos mamíferos

foi utilizado o transecto de amostragem e duas

metodologias distintas e complementares, armadilhas do

tipo gaiolas de arame galvanizado com gancho (estilo

Tomahawk) e armadilhas de interceptação e queda do

tipo (pitfall traps). As armadilhas de interceptação e

queda foram utilizadas em concomitância com

herpetofauna. Elas foram dispostas em transecto linear

localizado na área de influência direta da barragem do

Itabiruçu. No transecto foram montados 15 postos de captura, com duas armadilhas iscadas em cada,

VERIFICAÇÃO DE PITFALL (VALE, 2016)

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Relatório de impacto ambiental

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sendo uma no chão e a outra no sub-bosque (cerca de 1,5 metros de altura) distanciados em 20 metros.

O método de armadilha de interceptação-e-queda (Pitfall Traps) consiste em uma linha de baldes

interligadas por cercas-guia, com baldes de 60 litros, dispostos ao longo de 100 metros, dispostos a

cada 10 metros, num total de 10 baldes por linha. Durante este monitoramento também foi aplicado o

método captura/marcação/recaptura (CMR).

GAMBÁ CAPTURADO EM GAIOLA. (VALE, 2015) RATO DO MATO CAPTURADO EM PITFALL. (VALE, 2015)

Monitoramento de Pequenos Mamíferos Voadores

Para o monitoramento dos morcegos (quirópteros) são instaladas 10 redes de interceptação de voo

(redes-de-neblina). A atividade foi realizada no período noturno (18 às 21 horas), totalizando um

esforço de três horas de amostragem por noite. As redes foram vistoriadas em intervalos de 15-30

minutos, evitando que os animais capturados se machucassem. A metodologia utilizada foi a de captura,

marcação e recaptura (CMR). Os animais capturados nas redes eram retirados das mesmas e

acomodados em sacos de pano para posterior biometria e marcação.

MORCEGOS CAPTURADOS EM REDE DE NEBLINA. (VALE, 2015)

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Relatório de impacto ambiental

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Monitoramento da Herpetofauna (Répteis e Anfíbios)

Para a amostragem da herpetofauna foram utilizadas as metodologias de amostragem in-situ que

englobam diferentes aspectos biológicos e ecológicos das espécies pertencentes aos grupos

taxonômicos citados, como diferentes padrões de atividades (diurno, vespertino e noturno) e tipos de

habitat utilizados (áreas de vegetação abertas, áreas florestadas, estrato terrestre e estrato arbóreo).

Para a amostragem deste grupo foram utilizadas três metodologias.

A primeira consiste na procura direta de indivíduos, onde os principais tipos de microambientes são

investigados, tais como cavidades no solo, rochas, ocos de árvores, troncos caídos, em meio ao folhiço

e galhos, com o objetivo de detectar indivíduos estáticos ou hábitos secretivos e crípticos, agregações

reprodutivas (brejos, riachos, lagoas, etc.) ou refúgios (sob troncos caídos, pedras, entulhos ou restos de

habitações humanas, etc.). Esta metodologia é desenvolvida nos períodos diurno e noturno, em parte do

transecto de monitoramento. Esta ação também visa reconhecer as espécies ocorrentes nesses tipos de

ambientes, sua distribuição pelos microhabitats e sua abundância, através da contagem de indivíduos

observados, além da audição de machos em atividade de vocalização.

A segunda metodologia consiste em amostragens pontuais em poças e lagoas. Essas amostragens têm

o mesmo objetivo da metodologia descrita anteriormente, mas é aplicada para detecção de espécies

com distribuição limitada aos ambientes aquáticos lênticos. Essa metodologia permite a contagem de

indivíduos visualizados e também aqueles registrados a partir das vocalizações (no caso, de anfíbios).

A terceira metodologia é a instalação de armadilhas de interceptação e queda (pitfall traps) para a

captura de espécies com hábitos terrícolas, semi-fossoriais e espécies associadas ao chão de matas,

que dificilmente são registradas através de outras metodologias. Essa metodologia foi utilizada em

conjunto com a equipe do Programa de monitoramento de pequenos mamíferos não voadores.

Para a terceira metodologia foram utilizados baldes de

60 litros, dispostos ao longo de linhas contínuas de 100

metros e separados entre si a cada 10 metros,

totalizando 10 baldes por linha contínua. Os baldes de

um mesmo conjunto foram conectados por uma cerca

cerca-guia (drift fences) de 100 metros de comprimento

por 0,5 m de altura, confeccionadas com lona plástica.

As áreas escolhidas são compostas por remanescentes

florestais localizadas na borda da barragem. Nestes VISTA DA ARMADILHA TIPO PITFALL TRAPS.

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Relatório de impacto ambiental

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locais, duas linhas contínuas foram instaladas em cada remanescente, totalizando 20 baldes na área.

As armadilhas foram abertas no primeiro dia de amostragem e fechadas no último, sendo durante toda

a campanha inspecionadas no período matutino.

No transecto é amostrada uma extensão de 250

metros, por uma hora durante o período noturno.

Indivíduos adultos de répteis e anfíbios

capturados tem seus dados coletados e as

vocalizações das espécies de anuros registradas

são gravadas no local.

As observações no período noturno são feitas

com o auxílio de lanternas-de-mão, são

anotados todos os dados indicativos da

atividade de anfíbios anuros, tais como:

presença de indivíduos adultos; indícios de

reprodução como casais em amplexos; desovas e girinos; registro de vocalização e condições gerais

ambientais.

Monitoramento de Ornitofauna (Aves)

O monitoramento das aves visa avaliar as tendências das populações de aves nos locais onde os

empreendimentos estão inseridos e os possíveis fatores que possam estar impactando as espécies, além

de contribuir para o conhecimento científico das aves da Mata Atlântica.

Para este grupo são utilizados dois métodos de amostragem de censo: Ponto de escuta e observação

em transectos. As capturas ocorrem com a utilização de redes-de-neblina e também são anotados

registros ocasionais.

Censo por ponto de escuta: A amostragem da ornitofauna através deste método apresenta vantagens

como a facilidade de ajustes às condições locais da área de estudo, a possibilidade de coleta de um

número relativamente alto de amostras, a identificação acústica em tempo real e o fato de não causar

perturbação aos indivíduos, tendo em vista que estes não são manipulados. Uma vez que o observador

fica imóvel e em silêncio, a identificação de espécies pouco conspícuas ou ariscas é mais fácil, tornando-

se o método mais adequado para amostragens em ambientes florestais, onde a maior parte dos

contatos é auditivo através do canto das aves.

A metodologia de censo/observação em transectos, consiste no registro de todo exemplar

diagnosticado, seja pela observação direta do indivíduo, pela identificação dos cantos e chamados

BUSCA ATIVA NOTURNA. (VALE, 2015)

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Relatório de impacto ambiental

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durante o deslocamento do observador ao longo dos transectos lineares pré-determinados. O percurso

é realizado durante as primeiras horas da manhã.

Para o censo (ponto de escuta e observação em transectos) são amostrados cerca de cinco pontos por

transecto. Em cada ponto, distanciados em média 200 metros, são realizadas amostragens com duração

de 20 minutos, registrando-se todas as espécies e indivíduos visualizados e/ou escutados.

Esta atividade é desenvolvida com auxílio de binóculo,

gravador e uso da técnica do playback, utilizando-se

aparelho portátil de som acoplado a caixa amplificadora.

Durante o deslocamento, são registradas informações da

ave como por exemplo: a espécie, o número de indivíduos,

a distância lateral em relação ao transecto, assim como

informações gerais sobre o ambiente ocupado

(fitofisionomia), tipo de recurso alimentar utilizado,

vocalizações emitidas, evidências de reprodução (ninhos,

comportamento de corte) e outros comportamentos

específicos.

Captura por rede-de-neblina: O uso de rede de neblina

constitui em um método bastante utilizado para a

amostragem de aves que ocorrem no sub-bosque florestal,

especialmente de passeriformes (Loiselle, 1998). A principal vantagem de redes de neblina é a

possibilidade de ter as aves nas mãos, possibilitando a aquisição de inúmeras informações impossíveis

de serem adquiridos com outros métodos de amostragem, tais como medidas morfométricas, dados

biológicos como muda e placa de incubação, dentre outros (NABC, 2001). No entanto, a amostragem

é feita em redes e limita-se ao estrato baixo e médio da mata.

RETIRADA DE AVE DA REDE. (VALE, 2016)

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Relatório de impacto ambiental

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Para captura das espécies são utilizadas 10 redes com malha 20mm (ou malha menor que 20 mm),

12m de comprimento e altura de 2,5 m no transecto. As redes-de-neblina são montadas numa série de

10 redes, totalizando 120 metros de rede de captura. As redes são abertas nas primeiras horas do

dia, permanecendo assim no período da manhã por pelo menos 3 horas de amostragem no transecto

da AID da barragem do Itabiruçu.

A fim de minimizar a possibilidade de que os indivíduos

capturados se machuquem, as redes eram vistoriadas a

cada 20-40 minutos. Considera-se como “recaptura”

indivíduos capturados mais de uma vez ao longo do

monitoramento.

Todos os indivíduos capturados nas redes são marcados

com anilhas metálicas fornecidas pelo Centro Nacional

de Pesquisa para a Conservação de Aves Silvestres do

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis (CEMAVE/IBAMA).

CURIOSIDADES...

O Programa de Monitoramento da Fauna tem como objetivo principal monitorar a fauna silvestre, com o intuito de diagnosticar possíveis alterações nas comunidades ao longo do tempo decorrentes da perda de habitat ocasionada pela supressão da vegetação. São importantes

por fornecerem informações sobre a Fauna local e possibilitam estratégias para minimizar

impactos no qual a fauna local está submetida.

POECILOTRICCUS PLUMBEICEPS – TORORÓ. (VALE, 2015)

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Relatório de impacto ambiental

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RESULTADOS DO MONITORAMENTO DE FAUNA

Mamíferos de médio e grande porte

Foram registradas 30 espécies de mamíferos de médio e grande porte nas campanhas de

monitoramento já realizadas, distribuídas em 17 famílias e de 7 ordens.

Dentre as espécies encontradas no monitoramento de mastofauna, destacam-se a Onça-parda, o Lobo-

guará, o Veado-mateiro e o cateto por necessitarem de ecossistemas equilibrados e extensas áreas

para sobreviver.

Espécies como a Onça-parda, Jaguatirica e o Gato-do-mato são animais de topo de cadeia alimentar,

cuja presença indica uma comunidade bem estruturada, normalmente com abundância em espécies de

pequeno porte que se apresentam como fonte alimentar destes predadores.

PUMA CONCOLOR - ONÇA-PARDA (VALE,2013)

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Relatório de impacto ambiental

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PECARI TAJACU - CATETO (VALE,2014)

MAZAMA AMERICANA - VEADO-MATEIRO (VALE,2014)

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CHRYSOCYON BRACHYURUS - LOBO-GUARÁ (VALE,2015)

Além destas, também é comum a visualização do macaco saguí-da-cara-branca (Callithrix geoffroy) e

da capivara (Hydrochoerus hydrochaeris) nesta região.

CALLITHRIX GEOFFROY – SAGUI-DA-CARA-BRANCA (VALE,2013) HYDROCHOERUS HYDROCHAERIS – CAPIVARA (VALE,2013)

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28

Mamíferos de pequeno porte

Foram registradas 28 espécies de pequenos mamíferos na a região do empreendimento, distribuídos

em quatro famílias e duas ordens.

Este grupo contempla animais de pequeno porte, como ratos, cuícas e gambás e subsidiam a

sobrevivência de animais carnívoros de médio e grande porte nesta região.

Os pequenos mamíferos habitam tanto o chão das matas quanto as copas das árvores e possuem

algumas adaptações para sobreviverem nestes ambientes, como o caso do rato-d’água (Nectomys

squamipes) que possui membranas interdigitais nas mãos e pés que o auxilia no deslocamento nos cursos

d’água e o rato-da-taquara (Kannabateomys amblyonyx) que possui o dedo polegar disposto de forma

oponível, que o favorece no deslocamento em bambús, taquaras e copas de árvores.

MARMOSOPS INCANUS – CUÍCA (VALE, 2016)

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29

DIDELPHIS AURITA - GAMBÁ-DE-ORELHA-PRETA (VALE, 2016)

GUERLINGUETUS INGRAMI – CAXINGUELÊ (VALE, 2015)

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30

GRACILINANUS MICROTARSUS - CUÍCA (VALE, 2013)

KANNABATEOMYS AMBLYONYX - RATO-DA-TAQUARA (VALE, 2014)

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31

Monitoramento de Pequenos Mamíferos Voadores

Foram registradas 14 espécies de morcegos (quirópteros) para a região do empreendimento,

distribuídos em uma ordem e duas famílias.

Os morcegos possuem grande importância biológica por possuírem relações diretas com outras espécies,

tanto da fauna quanto da flora, auxiliando na polinização e dispersão de sementes de espécies de

plantas, além do controle de populações de insetos.

Dentre os frugívoros, dispersores de sementes, destacam-se as espécies Carollia perspicillata e Artibeus

lituratus. A espécie de morcego Myotis nigricans é um importante morcego insetívoro, que auxilia no

controle das populações de insetos. Já a espécie Desmodus rotunduns, também ocorrente na área de

estudo, é uma espécie hematófaga e possui grande importância para saúde pública, visto ser o principal

transmissor do vírus da raiva.

CAROLLIA PERSPICILLATA - MORCEGO FRUGÍVORO (VALE, 2014)

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32

ARTIBEUS LITURATUS - MORCEGO FRUGÍVORO E INSETÍVORO (VALE, 2014)

DESMODUS ROTUNDUNS, MORCEGO HEMATÓFAGO - MORCEGO VAMPIRO (VALE, 2014)

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Monitoramento da Herpetofauna (Répteis e Anfíbios)

Na região da barragem do Itabiruçu foram registradas 37 espécies da herpetofauna, sendo 27 espécies de

anfíbios e dez espécies de répteis.

Este grupo contempla espécies consideradas bioindicadores de qualidade ambiental (sapos, rãs e pererecas)

e outras com importância para a saúde pública (cobras peçonhentas). Além destas, os anfíbios e répteis

auxiliam no controle de populações de insetos e roedores.

Os répteis e anfíbios também são importantes na manutenção da cadeia alimentar, sendo consideradas presas

comum de diversas espécies carnívoras.

As espécies registradas na região são, em sua maioria, espécies comuns, ecologicamente generalistas,

registradas nos biomas Mata Atlântica e Cerrado.

PHYLLOMEDUSA BURMEISTERI - PERERECA-DAS-FOLHAGENS ( VALE, 2016)

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Relatório de impacto ambiental

34

RHINELLA GR. CRUCIFER - SAPO-CURURU (VALE, 2016)

HYDROMEDUSA MAXIMILIANI - CÁGADO-PESCOÇO-DE-COBRA (VALE, 2013)

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35

BOTHROPS JARARACA – JARARACA (VALE, 2016)

CROTALUS DURISSUS – CASCAVEL (VALE, 2016)

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36

Monitoramento da Ornitofauna (Aves)

Foram registradas 195 espécies de aves, distribuídas em 49 famílias e 22 ordens. As espécies da

avifauna mais representativas nas amostragens dos monitoramentos são comumente encontradas em

áreas de vegetação secundária, em processo de regeneração, estando presentes também em bordas

de áreas florestais e em ambientes florestais nos estágios iniciais de regeneração.

Por se tratar de um grupo de fácil dispersão, diversificados habitats e adaptações a diversas

estratégias alimentares, as aves estão presentes em quase todos os ambientes naturais, ocupando desde

áreas antropizadas até aquelas bem conservadas.

Dentre as aves amostradas na área do empreendimento, o gavião carrapateiro (Milvago chimachima),

a asa-branca (Patagioenas picazuro) e o Tico-tico (Zonotrichia capensis) destacam-se como espécies que

se beneficiam de ambientes onde ocorreu fragmentação da vegetação, pois apresentam alta tolerância

a alterações ambientais.

Já as espécies como o tangarazinho (Ilicura militaris), o papa-taoca-do-sul (Pyriglena leucoptera), o

Choquinha-de-dorso-vermelho (Drymophila ochropyga) e o arapaçu-rajado (Xiphorhynchus fuscus) se

destacam como dependentes de estrato florestal mais preservado e são consideradas endêmicas da

Mata Atlântica, só ocorrendo neste bioma. Estas espécies sofrem pressão em suas populações devido à

perda de habitat oriunda do desmatamento.

ZONOTRICHIA CAPENSIS - TICO-TICO. (VALE, 2015)

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ILICURA MILITARIS – TANGARAZINHO. (VALE, 2015)

PYRIGLENA LEUCOPTERA – PAPA-TAOCA-DO-SUL. (VALE, 2015)

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DRYMOPHILA OCHROPYGA – CHOQUINHA-DE-DORSO-VERMELHO. (VALE, 2015)

XIPHORHYNCHUS FUSCUS – ARAPAÇU-RAJADO. (VALE, 2015)

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ENTOMOFAUNA

Durante as campanhas de monitoramento de insetos nesta região foram registradas 187 espécies,

sendo 127 da ordem Diptera (mosquitos e pernilongos) e 60 da ordem Coleoptera (Besouros).

Dentre os Dípteros (Mosquitos e pernilongos), algumas espécies possuem importância médica por serem

transmissores de doenças aos seres humanos e poderem ocasionar problemas de saúde pública, como

exemplo o mosquito-da-dengue (Aedes aegypti), o mosquito transmissor da febre amarela (gêneros

Haemagogus e Sabethes) e o mosquito transmissor da malária (gênero Anopheles).

Nenhuma das espécies de insetos inventariadas nas campanhas de monitoramento desta região se

encontra descrita nas listas de espécies ameaçadas de fauna, sendo todas elas comuns para áreas

vegetadas.

CULEX MELANOCONION – PERNILONGO (VALE, 2015)

ICTIOFAUNA

Foram registradas 22 espécies de peixes para a região do empreendimento durante as atividades de

monitoramento, distribuídas em cinco ordens e oito famílias.

Entre as espécies registradas, quatro espécies são exóticas, sendo duas Tilápias (Oreochromis niloticus,

Tilapia rendali), um Tucunaré (Cichla kelberi) e um Barrigudinho (Poecilia reticulata). As Tilápias são

espécies africanas introduzidas no Brasil para cultivo, o Tucunaré é originário da bacia

Tocantins/Araguaia, e foi introduzido na região sudeste para fins de pesca esportiva. Por último, o

barrigudinho é originário da América Central e foi introduzido para controle de larvas de insetos

transmissores de doenças, além de ser também utilizado na aquariofilia.

As espécies de peixes levantadas nos monitoramentos de Ictiofauna são comuns e nenhuma delas está

em situação ameaçada.

PSYCHODOPYGUS LLOYDI, POPULARMENTE CONHECIDO COMO

PERNILONGO (Vale, 2015)

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Relatório de impacto ambiental

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ASTYANAX BIMACULATUS – LAMBARI-DO-RABO-AMARELO (VALE, 2015) AUSTRALOHEROS IPATINGUENSIS - CARÁ-PRETO (VALE, 2015)

HOPLIAS INTERMEDIUS – TRAIRÃO (VALE, 2015) POECILIA RETICULATA - BARRIGUDINHO (VALE, 2015)

RHAMDIA QUELEN – MANDI (VALE, 2015) TRICHOMYCTERUS ALTERNATUS – CAMBEVA (VALE, 2015)

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Relatório de impacto ambiental

41

A alta riqueza em espécies encontrada nas campanhas de monitoramento realizadas na região do

empreendimento pode, em parte, ser explicada pela diversidade de ambientes envolvidos nos estudos,

como Florestas Estacionais Semideciduais, plantações de pinus e eucaliptos em estágios diversos de

desenvolvimento, capoeiras, capoeirinhas, pastagens, brejos e lagos. No entanto, o principal fator

envolvido nestes resultados parece ser a proximidade das áreas amostrais com áreas de cobertura

vegetal bem conservada, como é o caso das RPPN’s Mata de São José e Itabiruçu e das Reservas Legais

da Vale, situadas a norte e oeste da serra do Esmeril.

Acompanhamento de Supressão com eventual Resgate e Salvamento de

Fauna

A supressão da cobertura vegetal nas áreas de florestais acarreta na redução dos habitats da fauna

silvestre e consequentemente a diminuição de biodiversidade.

A necessidade de supressão vegetal para obras de melhoria como o alteamento de barragens acarreta

na perda de habitats, promovendo a fuga de espécimes da fauna silvestre encontradas nestas áreas.

A elevação da cota de inundação é lenta e normalmente animais se dispersam devagar para as cotas

superiores, ocupadas por mata. Há conexão entre as florestas da área e as Reservas Legais da

propriedade, possibilitando a absorção da fauna de grande porte por áreas florestais vizinhas.

Para minimizar este impacto, sempre que ocorre a atividade de supressão vegetal é realizado o

acompanhamento de supressão da vegetação. Este, aliado a ações de eventual salvamento de fauna,

visa a diminuir a morte de espécimes durante o desmate e a conduzir seu deslocamento para

remanescentes florestais próximos.

As ações de salvamento e de relocação de fauna são pertinentes para alguns grupos de espécies da

herpetofauna e da mastofauna, especialmente aquelas que possuem dificuldade em se deslocar da

área em supressão.

Salienta-se que ações de salvamento, de translocação, relocação ou de destinação durante o desmate,

só ocorreram em caso de necessidade, ou seja, quando as condições verificadas não permitiram que o

animal se desloque por seus próprios meios.

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Relatório de impacto ambiental

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EQUIPAMENTOS QUE FAZEM O DESMATE E TRAÇAMENTO DAS TORAS. (VALE, 2015)

ANÁLISE DE IMPACTO AMBIENTAL

IMPACTOS DO MEIO BIÓTICO

Os impactos do meio biótico identificados nas áreas de influência da barragem do Itabiruçu são:

Redução e Perda de Habitat para a Fauna

Perda de Vegetação Nativa e da Biodiversidade Associada

REDUÇÃO E PERDA DE HABITAT PARA A FAUNA

A área onde está inserida a barragem do Itabiruçu apresenta-se descaracterizada em relação à sua

formação original, tendo sofrido impactos provenientes de atividades minerárias, urbanização e

atividades agrossilvopastoris que desfiguraram a fisionomia outrora presente na área de estudo. Por

se tratar de uma área com cobertura florestal e apresentar fragmentos florestais próximos, é esperado

que espécies da fauna com alta resiliência ambiental habitem a ADA da barragem do Itabiruçu ou a

utilizem como conexão para deslocamento entre os fragmentos.

Assim, o impacto de redução e perda de habitat para a fauna ocorreu na fase de implantação das

obras emergenciais da barragem do Itabiruçu. A retirada da cobertura vegetal gera um efeito direto

sobre a fauna presente na AID/ADA. A supressão vegetal implica em impacto negativo e contínuo para

a fauna. As populações das espécies com menor capacidade de locomoção, como anfíbios, pequenos

lagartos e pequenos mamíferos poderão perder indivíduos em consequência da diminuição de habitat,

sendo a duração do impacto indicada como permanente e de abrangência pontual.

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Relatório de impacto ambiental

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Este impacto é avaliado como de curto prazo, pois se manifesta imediatamente após a ocorrência da

supressão. Em relação à magnitude, é classificado como moderada, visto que a supressão de vegetação

não representará perdas expressivas de qualidade ambiental por se tratar de uma área relativamente

pequena. Ainda que este impacto resulte na retirada da cobertura florestal, potencial fonte de recursos

ou como conexão para dispersão da fauna entre áreas próximas, este é considerado de baixa

importância.

Como forma de controle para o impacto da supressão de vegetação, deve ser executado o Programa

de acompanhamento de supressão com eventual salvamento de Fauna, visto a provável ocorrência de

ninhos de aves ou de espécimes da fauna de menor porte com baixa capacidade de dispersão.

PERDA DE VEGETAÇÃO NATIVA E DA BIODIVERSIDADE ASSICIADA

A vegetação nativa encontrada na ADA é composta por espécies pioneiras, normalmente oportunistas

e de fácil propagação. Dessa maneira, nota-se que a relevância desta vegetação para o cenário de

conservação regional é limitada, ainda que sua composição possa incluir algumas espécies que

fornecem alimento para a fauna. A supressão da cobertura vegetal pode significar a redução das

populações de algumas espécies vegetais, ainda que estas sejam bastante comuns e de características

notadamente pioneiras. A supressão da vegetação pode acarretar a perda de sementes de espécies

autóctones presentes no solo. O impacto causado pela supressão vegetal nativa na ADA é de natureza

negativa, já que é um impacto adverso ao meio, e de incidência direta. A manifestação do impacto é

contínua, e sua manifestação é de curto prazo, com duração de caráter permanente.

O impacto descrito é também irreversível, de abrangência local e de magnitude moderada. Dada a

pouca relevância desta área para a manutenção da fauna e flora associados ou manutenção do cenário

de conservação local, considera-se este impacto como de baixa importância.

CONCLUSÃO – MEIO BIÓTICO

Desde o ano de 2010 são realizadas campanhas de monitoramento semestrais para cada grupo

faunístico de ocorrência na área de influência direta da Barragem do Itabiruçu, pertencente ao

Complexo Minerário de Itabira, com as mais diferentes metodologias, com métodos diretos e indiretos

de registros e campanhas com duração aproximada de cinco dias/quatro noites. A supressão vegetal

para as obras emergenciais ocorreu em 2015 e todo o desmate foi realizado com acompanhamento

de supressão vegetal e eventual salvamento da fauna pela empresa Bioma Meio Ambiente.

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Relatório de impacto ambiental

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Diante dos resultados expostos, o grupo com

maior representatividade foi a avifauna,

seguido pela herpetofauna e mastofauna. O

grupo com a maior representatividade

registrada foi a de avifauna, grupo que possui

atividade diurna para maioria das espécies, o

que facilita a visualização e eleva o número de

registros. As aves ocupam uma grande

variedade de nichos e habitats devido sua

particularidade de poder voar e migrar para

diferentes ambientes. A facilidade das aves em se dispersar reduz a sua mortandade e os impactos

causados pela degradação ambiental. O grupo de mamíferos voadores e não-voadores apresentam

grande variação nos horários de atividade, sendo necessário combinações de várias metodologias

como câmeras trap, redes-neblina, gaiolas tomahawk, pitfalls e realizações de playback para

visualizações e capturas. Muitos desses mamíferos possuem grandes áreas de vida, hábitos arborícolas

ou escansoriais, dificultando a realização dos registros.

Apesar das atividades minerárias nas Minas do Complexo de Itabira, permanece elevada a

diversidade e abundância de espécies para os grupos faunísticos existentes nas áreas em seu entorno.

A conservação de fragmentos florestais

próximas as áreas mineradas, o

cumprimento das condicionantes

ambientais contribuem para a

conservação da biodiversidade. Tais

áreas protegidas ainda servem para

oferecer maior segurança e abrigo a

fauna de distribuição reduzida,

normalmente sujeita aos desequilíbrios

ambientais.

CURIOSIDADES...

MEDIDAS AMBIENTAIS E COMPENSATÓRIAS

Os Fragmentos Florestais são as áreas de mata fechada isoladas, que permanecem intactas em

meio a uma plantação, um pasto ou uma área desmatada ou ainda podem ter sido interrompidas por barreiras antrópicas ou naturais.

Fonte: 8 http://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/entenda-o-que-e-efeito-de-

borda-nos-fragmentos-florestais/Acessado em: 16/01/2017

FONTE: ENSINO FÁCIL5

VISTA DA VEGETAÇÃO NO ENTORNO DA BARRAGEM DO ITABIRUÇU. (VALE, 2015)

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Relatório de impacto ambiental

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Acompanhamento de Supressão com eventual salvamento da fauna

Durante as atividades de supressão da vegetação, profissionais habilitados e capacitados

acompanham todo o processo com intuito de orientar o direcionamento do corte, objetivando estimular

a mobilização da fauna para remanescentes próximos, onde não haverá supressão, diminuindo o

impacto causado ao ambiente e a perda de biodiversidade.

Resgate de Flora e coleta de sementes

A coleta de sementes e mudas é feita em momento

anterior e durante o desmate. Estas são

encaminhadas ao viveiro de mudas da Vale, onde

devem ser cultivadas para o plantio. As mudas

produzidas serão utilizadas para recompor outras

áreas indicadas pela empresa.

CURIOSIDADES...

MEDIDAS COMPENSATÓRIAS

Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC

Previsão Legal Art. 36 da Lei do SNUC e Decretos 6.848/09 e 4.340/02; Conceito: Instrumento de

política pública que intervém junto aos agentes econômicos para a incorporação dos custos sociais da

degradação ambiental e da utilização dos recursos naturais dos empreendimentos licenciados, em

A Compensação Ambiental pode ser entendida como um mecanismo de responsabilização dos empreendedores causadores de significativo impacto ambiental pelo prejuízo que causam ao

meio ambiente.

Fonte: 9 http://www.ief.mg.gov.br/compensacao-ambiental Acessado em: 17/01/2017

VISTA PARCIAL DO VIVEIRO DA MINA CONCEIÇÃO. (VALE, 2015)

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benefício da proteção da biodiversidade. Natureza Jurídica: Indenizatória; Minas Gerais Decreto /09;

Valor: Até 0,5% do valor de referência do empreendimento (investimento).

Compensação por intervenção em Área de Preservação Permanente

(APP)

MEDIDA COMPENSATÓRIA Intervenção em APP Previsão Legal Lei Estadual /02 e Resolução CONAMA

369/06; Incidência Quando houver intervenção em Áreas de Preservação Permanente; Quantum A

legislação não estabelece; Aplicação Sempre na regeneração ou recomposição de APPs; Sempre na

mesma bacia hidrográfica e, prioritariamente, na área de influência do empreendimento ou nas

cabeceiras dos rios; cabe compensação florestal quando houver intervenção em APPs com ocupações

antrópicas consolidadas.

Compensação por intervenção no Bioma Mata Atlântica

MEDIDA COMPENSATÓRIA Lei da Mata Atlântica Previsão Legal Lei Federal /06 e Decreto 6.660/08;

Incidência Quando houver corte ou supressão de vegetação primária ou secundária nos estágios médio

ou avançado de regeneração no Bioma Mata Atlântica; Quantum 1 ha para cada ha impactado;

Aplicação Destinação de área equivalente à extensão da área desmatada (RPPN ou servidão

florestal); doar ao Poder Público área equivalente no interior de UC de Proteção Integral; reposição

florestal com espécies nativas em área equivalente à desmatada. Sempre na mesma microbacia

hidrográfica ou, na impossibilidade, na mesma bacia hidrográfica.

Compensação Minerária Estadual

Para os empreendimentos minerários que dependam da supressão de vegetação nativa, a Lei

20.922/2013 impõe, no seu art. 75, a incidência da compensação minerária. Art. 75. “O

empreendimento minerário que dependa de supressão de vegetação nativa fica condicionado à adoção,

pelo empreendedor, de medida compensatória florestal que inclua a regularização fundiária e a

implantação de Unidade de Conservação de Proteção Integral, independentemente das demais

compensações previstas em lei.

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PROGRAMAS E AÇÕES AMBIENTAIS

Para os Programas e Ações Ambientais referentes a cada um deles listamos e descrevemos logo abaixo:

PROGRAMA DE MONITORAMENTO GEOTÉCNICO

Realizado em todas as suas barragens o monitoramento geotécnico de forma a acompanhar e avaliar

o desempenho e a segurança operacional das estruturas através de monitoramentos mensais dos

instrumentos instalados e inspeções visuais quinzenais de segurança da estrutura. Ao fim de cada

inspeção, os registros devem ser armazenados no Banco de Gestão de Dados Geotécnicos da VALE

(GEOTEC III), para avaliação pelo geotécnico responsável. O sistema de monitoramento permite de

maneira eficiente e rápida o acesso ao histórico dos dados e comportamento da instrumentação

instalada na estrutura, cadastro e emissões de níveis de alerta correlacionado com os monitoramentos

desses instrumentos.

PROGRAMA DE RESGATE DE FLORA

A Vale desenvolve um programa de resgate de flora nas áreas de intervenção. Sob enfoque da flora,

o viveiro de Conceição atende ao Complexo de Itabira. Nele são cultivadas mudas de resgate de flora,

que são posteriormente plantadas pela Vale nas áreas visando a sua recuperação. Apresenta como

uma possibilidade de salvamento de flora, de suas espécies raras, a produção de mudas e a formação

de coleções, priorizando as espécies de interesse, climáticas, raras, endêmicas e ameaçadas da região,

que serão suprimidas para implantação do empreendimento. São coletados também frutos e sementes;

plântulas de espécies arbóreas; indivíduos adultos de espécies herbáceas e arbustivas; espécies

vegetais, colônias de liquens e fungos; espécies epífitas de indivíduos adultos e jovens; espécies de

relevância ecológica, econômica, paisagística e cientifica. Com o Programa de Resgate de Flora

espera-se conservar a diversidade genética das populações da flora nativa encontradas na área

afetada pelas intervenções emergenciais da barragem Itabiruçu El. 836m.

PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO DE SUPRESSÃO COM

EVENTUAL SALVAMENTO DA FAUNA

O programa fundamenta-se no acompanhamento da supressão da vegetação arbórea e eventual

salvamento da fauna. Este programa funciona como planejamento dos trabalhos de desmate e à

execução de eventuais ações de salvamento, triagem e a destinação da fauna capturada. O

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Relatório de impacto ambiental

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acompanhamento é feito por um biólogo, que é responsável pela captura e/ou afugentamento dos

animais e coleta de frutos, sementes e espécies de plantas epífitas (orquídeas, bromélias e cactus).

Os animais capturados durante o resgate serão devidamente acondicionados, de forma a ocasionar o

mínimo de estresse possível aos indivíduos durante o período de transporte até as áreas de soltura

(relocação) ou, se necessário, ao veterinário contratado pela Vale.

Os animais destinados à soltura serão devidamente registrados e podem ser marcados de acordo com

os métodos recomendados para cada grupo taxonômico, pesados e mensurados, visando subsidiar a

realização de monitoramentos futuros.

A Vale emprega o método mecanizado de supressão vegetal, com equipamentos florestais do tipo

Feller-buncher que possuem acessórios de corte tipo disco ou sabre e realiza o desmate das árvores

buscando aproveitar ao máximo o comprimento dos troncos. O tombamento das árvores acontece de

forma organizada, visando favorecer a próxima atividade que é o traçamento mecanizado dos fustes

das árvores. É importante salientar que o resgate da flora (sementes/mudas/propágulos)antecede os

serviços de supressão vegetal.

CURIOSIDADES...

PROGRAMA DE MONITORAMENTO DE FAUNA

O programa de monitoramento consiste em campanhas de campo para levantamentos de dados

primários sobre os grupos da entomofauna (insetos), herpetofauna (répteis e anfíbios), avifauna,

mamíferos (subdivididos em pequeno porte e médio/grande porte e quirópteros) e ictiofauna (peixes),

buscando conhecer o que existe no meio natural da área de inserção do empreendimento, que

apresenta remanescentes do meio natural. As campanhas de campo anuais são feitas na estação seca,

chuvosa para levantamentos de dados primários quali-quantitativos sobre os grupos de fauna já

citados, buscando conhecer o que existe no meio natural da sua área de inserção. Os métodos consistem

no levantamento de dados dos diferentes grupos faunísticos por procura ativa em locais estratégicos e

por transectos lineares, nos quais são instaladas armadilhas de captura, adaptadas de acordo com a

Supressão da Vegetação é a retirada de uma parcela de vegetação dentro de uma área destinada a diversos usos, como uso alternativo do solo, plantio, pecuária, construção de infra-

estrutura, entre outros. Qualquer atividade que envolva a supressão de vegetação nativa depende de autorização do órgão competente, seja qual for o tipo da vegetação (mata atlântica, cerrado e outras) e

o estágio de desenvolvimento (inicial, médio, avançado ou clímax).

Fonte: 10 http://www.ecotonus.com.br/supmatanativa.htm Acessado em: 17/01/2017

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Relatório de impacto ambiental

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especificidade de cada grupo, em pontos amostrais selecionados pelo grau de conservação dos

fragmentos ainda existentes, pelas possíveis fisionomias ambientais associadas à presença de

determinado grupo e pela presença de ocupação humana em suas proximidades.

A partir dos resultados obtidos com o programa de monitoramento de fauna, espera-se gerar produtos

que subsidiarão planos de ação dirigidos para conservação. Espera-se também, obter bases que

componham avaliações e comparações do estado de conservação tanto do ambiente quanto das

espécies monitoradas, através do diagnóstico realizado, propondo medidas mitigadoras para reduzir

os impactos que venham a ser causados pelo empreendimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme descrito anteriormente, as obras emergenciais se fizeram necessárias para garantir o volume

de amortecimento da estrutura e borda livre adequada, visando manter as condições de segurança e

integridade em caso de eventos pluviométricos intensos.

Caso não fossem implementadas as intervenções, na ocorrência de eventos pluviométricos intensos,

havia-se o risco de elevação do nível de água nos braços confinados, o que poderia levar a erosão da

praia de rejeitos e movimentação abrupta de água e massa de rejeitos para junto do maciço, podendo

comprometer a segurança da estrutura.

Vale salientar que a Barragem Itabiruçu é uma estrutura necessária ao desenvolvimento e continuidade

das atividades minerárias da Mina Conceição e, portanto, se enquadra como empreendimento de

utilidade pública ou de interesse social.

Dessa forma, conforme os dados apresentados nesse EIA, as alterações que ocorreram na Barragem

Itabiruçu não afetaram de forma significativa o meio ambiente da região, uma vez que as ações

ambientais realizadas se mostraram inteiramente adequadas e eficazes para controlar os aspectos e

mitigar e compensar os impactos ambientais deles decorrentes. Assim, os estudos ambientais atestam a

viabilidade ambiental das obras emergenciais e consequente operação da Barragem Itabiruçu na El.

836, em conformidade com a legislação vigente e apto a requerer a regularização ambiental.

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Relatório de impacto ambiental

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Conceição. Complexo Minerador de Itabira, Vale S.A.

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BIOMA MEIO AMBIENTE, 2013a. Estudo de Impacto Ambiental de Alteamento da Barragem

Itabiruçu. Belo Horizonte. Relatório Técnico.

BIOMA MEIO AMBIENTE. 2013b. Relatório de Monitoramento de Fauna do Complexo Minerador

Itabira. Belo Horizonte. Relatório Técnico.

BIOMA MEIO AMBIENTE. 2014. Relatório de Monitoramento de Fauna DIFS, Complexo Itabira,

Itabira, MG. Relatório Técnico.

BIOMA MEIO AMBIENTE. 2015. Relatório de Monitoramento de Fauna DIFS, Complexo Itabira,

Itabira, MG: Relatório Técnico.

BIOMA MEIO AMBIENTE. 2015. Relatório de acompanhamento de supressão com eventual

salvamento da fauna, Complexo Itabira, Itabira, MG. Relatório Técnico.

BDBIO – BANCO DE DADOS DA BIODIVERSIDADE VALE. 2016. BDFauna - Banco de Dados da Fauna

- Versão 2.0.0. Compilação de Dados Brutos.

Imagens:

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3. Disponível em: http://www.fundacaofia.com.br/gdusm/florestas_estagios.htm

4. Disponível em: http://vivaitabira.com.br/2014/matriz-do-rosario

5. Diponível em: http://ensinofacil.net/?time=1362106800

Curiosidades:

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Relatório de impacto ambiental

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1. https://www.organicsnewsbrasil.com.br/meio-ambiente/o-que-e-barragem-de-rejeitos.

2. http://www.reporterbrasil.org.br/documentos/bertin/bertin-estudo4.1ao4.3.pdf.

3. https://pt.wikipedia.org/wiki/Litologia

4. https://www.infopedia.pt/$pedologia

5. http://rede.novaescolaclube.org.br/planos-de-aula/biodiversidade-hotspots-ambientais

6. http://www.geotecbr.com.br/site/campos-de-atuacao/?id=17

7. https://pt.wikipedia.org/wiki/Itabira

8. http://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/entenda-o-que-e-efeito-de-borda-nos-

fragmentos-florestais

9. http://www.ief.mg.gov.br/compensacao-ambiental

10. http://www.ecotonus.com.br/supmatanativa.htm