Relatório de inspecção Lóios ACondUrb · ESTRUTURA DE MADEIRA DOS PISOS RELATÓRIO DE...
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ESTRUTURA DE MADEIRA DOS PISOS
RELATÓRIO DE INSPECÇÃO E DIAGNÓSTICO
EDIFICIO R. DOS LÓIOS, nº 59, 59A e 59B PORTO
PORTO
JUNHO DE 2007
EDIFICIO DA R. DOS LÓIOS, 59, 59A e 59B - PORTO
relatório técnico | maio 2007 | IC63-RVT107-A-NG134| página 2/20
INDICE
01 INTRODUÇÃO
02 DESCRIÇÃO DO EDIFICIO
03 IDENTIFICAÇÃO DO ESQUEMA ESTRUTURAL
03.1 INTRODUÇÃO PAREDES
03.2 PAREDES
03.3 VIGAMENTOS DE MADEIRA
04 CONCLUSÕES
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01 | INTRODUÇÃO
O presente relatório refere-se à análise do estado estrutural dos pisos e cobertura em
estrutura de madeira do edifício sito na R. dos Lóios, 59, 59A e 59B na cidade do Porto. Foi
efectuado pelo Núcleo de Conservação e Reabilitação de Edifícios e Património (NCREP) do
Instituto da Construção (IC) da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) a
pedido do Colectivo Condição Urbana na pessoa da Arq. Adriana Floret.
Para a sua execução o IC-FEUP procedeu a diversas visitas técnicas ao edifício tendo em
vista o levantamento do esquema estrutural, a caracterização geométrica das peças de
madeira que o compõem e a determinação do seu estado físico.
Assim, este estudo tem como objectivo concluir acerca do estado de conservação da
estrutura de madeira do edifício e da sua capacidade resistente global mantendo o uso inicial
do edifício que se pensa ter sido o da sua última utilização: comércio/escritórios e habitação.
O presente relatório tem por base:
− A visualização dos elementos estruturais nas diversas inspecções;
− A medição do teor de humidade das vigas;
− A leitura da resposta dos elementos de madeira ao impacto de um martelo;
− O levantamento arquitectónico fornecido pelo gabinete Colectivo Condição Urbana.
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02 | BREVE DESCRIÇÃO DO EDIFICIO
O edifício objecto de análise do presente estudo situa-se na rua dos Lóios nºs 59,
59A e 59B, na cidade do Porto, Figura 1. Pelas suas características arquitectónicas
/construtivas terá sido edificado em meados do século XIX.
Figura 1– Planta de localização do edifício em análise
A sua configuração e lógica de ocupação vão de encontro ao que se construía na
época na cidade do Porto: edificio esteito e alto, com R/C, 3 pisos e um piso recuado,
tendo no entanto uma variante, a ocupação do espaço posterior do edificio lateral
direito em relaçao ao alçado principal, Figuras 2 e 3. O R/C possui as habituais 2
entradas: uma directamente para o comércio do R/C, e que na realidade è constituida
por duas portas, e outra de acesso aos pisos superiores. O edifício terá sofrido alguns
acrescentos, nomeadamente com aproveitamento do piso recuado para área anexa ao 3º
piso. Esta alteração levou à eliminação da clarabóia que pontuaria a escada interior. Os
pisos 1 e 2 aparentemente terão funcionado como espaços de comércio: escritórios e
armazém, Figuras 4 a 7.
Figuras 2 e 3 – Alçado principal e enquadramento da rua ; Alçado lateral direito
1 – R. dos Lóios 2 – Largo dos Lóios 3 – R. das Flores 4 – R. Mouzinho da Silveira
1
4
3
2
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Figuras 4 e 5 – Fachada principal e caixa de escadas
Figuras 6 e 7 – Espaço no 1º piso de apoio à loja do R/C
A planta do edifício, em forma de L, exibe uma organização muito simples (Figuras 8
e 9). O corpo principal sobre a rua dos Lóios tem 5,5m de largura de fachada por 5,0m de
profundidade. O segundo corpo, que se desenvolve perpendicularmente a este, possui
cerca de 9,0mx4,0m. A caixa de escadas com (3,2x3)m2 encontra-se no corpo principal
encostada ao alçado posterior.
Figuras 8 e 9 – Plantas do piso do R/C e do piso 1
O piso do R/C, à cota da rua, tem 3 portas sobre o alçado principal: duas permitem
aceder directamente a um espaço de comércio (actualmente desactivado) e a terceira
porta dá para um corredor de acesso à caixa de escadas e aos pisos superiores. Ao fundo
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do corredor e antes de se chegar à caixa de escadas existem 2 compartimentos à direita
num piso semi-elevado em relação à cota da entrada. Parte destes espaços podem
ocupar o que inicialmente poderia ter sido um espaço exterior. Os pisos superiores, e
que serão referidos mais em detalhe posteriormente, apresentam, fundamentalmente,
no corpo principal um compartimento único que se estende desde a fachada principal até
à caixa de escadas, e no corpo secundário, paralelo à rua dos Loios, dois ou três
compartimentos contíguos.
De forma a simplificar a leitura deste relatório, os compartimentos irão ser
designados pela letra C e numerados, associando-lhes o n.º do piso e um n.º de ordem
(Figura 10). Assim, por exemplo, C2_3 designa o compartimento n.º 3 do piso 2. Já CE
significa caixa de escadas e CR compartimentos do andar recuado.
a) Planta do piso de rés-do-chão (cota de entrada: C0_1 e piso semi-elevado: C0_2)
b) Planta do piso 1 c) Planta do piso 2
d) Planta do piso 3 e) Planta do piso recuado
Figura 10 – Plantas de arquitectura dos vários pisos com a numeração dos compartimentos
CE
C1_1
C1_2 C1_3 CE
CR
C3_2
C3_1
C2_1
C2_2 C2_3
CE
C0_1
C0_2
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Os pisos superiores ao piso do r/c possuem unicamente uma sala com duas janelas
para a fachada da rua dos Lóios com acesso directo pela caixa de escadas (Ci_1), com
excepção do compartimento C3_1 que possui uma divisória provisória em estrutura de
madeira e contraplacado. As escadas dão ainda acesso a outros dois compartimentos
contíguos, que se situam no corpo secundário. Os pisos 2 e 3 possuem algumas variantes
no que respeita ao corpo secundário; no piso 2 existe um desnível do compartimento 1
para o compartimento 2; no piso 3 existe um WC no varandim lateral da escada e uma
escada de acesso ao piso recuado que, como já se referiu anteriormente, foi sujeito a
obras de ampliação para permitir alguns compartimentos novos de apoio à habitação do
piso 3. A Figura 11 à Figura 18 apresentam algumas imagens dos compartimentos do
edifício.
Figura 11 – Corredor de entrada Figura 12 – Compartimento C2_3
Figura 13 – Divisórias em contraplacado no piso 3 Figura 14 – WC no varandim do piso 3
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Figura 15 – Escadas de acesso do piso 3 ao piso
recuado Figura 16 – Piso recuado
Figura 17 – Compartimento de trapeira no piso
recuado Figura 18 – Compartimento do piso recuado
03 | IDENTIFICAÇÃO DO ESQUEMA ESTRUTURAL
03.1 | INTRODUÇÃO
De forma a efectuar-se um correcto levantamento do esquema estrutural dos vigamentos
de apoio aos pisos torna-se necessário levantar o soalho de forma a permitir a inspecção
directa das vigas de madeira da estrutura. Esta inspecção permite não só concluir acerca do
estado físico de cada peça, mas também do estado das entregas do vigamento de madeira nas
paredes de alvenaria. Esta acção foi facilitada pelo facto dos compartimentos apresentarem
os soalhos com ataque de caruncho, tendo a arquitectura optado pela sua substituição. Assim,
foi possível o seu corte e levantamento no perímetro de cada compartimento, permitindo a
visualização do vigamento.
Como nota, refere-se que a entrega dos vigamentos do edifício lateral esquerdo são
visíveis na parede meeira nos compartimentos Cn_1 nos diversos pisos, Figura 21.
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Figura 19 – Avaliação do estado das madeiras do piso de C1_3
Figura 20 – Compartimento C3_2 com o vigamento de madeira à vista
03.2 | PAREDES
O edifício apresenta as paredes resistentes, assinaladas a vermelho na Figura 22, em
perpianho de granito. No entanto, no piso 2, e marcado a azul na Figura 22, identificou-se um
troço de parede resistente executado no que habitualmente se designa de taipa de rodízio. A
Figura 23 apresenta uma imagem desta parede. Só uma prospecção permitirá verificar se
neste alinhamento e nos restantes pisos se mantém este tipo de parede. As paredes interiores
aparentam ser de tabique simples: tábuas costaneiras verticais com fasquiado horizontal,
reboco de pardo e acabamento estucado.
Refira-se que foi possível medir a espessura da parede meeira com o edifício lateral
esquerdo em relação à fachada, concluindo-se ser uma parede de perpianho de granito de
24cm.
Figura 21 – Entrega do vigamento do edifício vizinho na parede meeira
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Figura 22 – Planta do piso 2 com indicação das paredes de perpianho (vermelho) e a parede de taipa de
rodízio (azul)
Figura 23 – Parede de taipa de rodízio do 2º piso
Não foram detectadas patologias relevantes nas paredes de granito. Há, no entanto,
uma padieira de pedra de um vão que divide 2 espaços no R/C (C0_1) elevado, Figura 24, que
apresenta uma abertura de junta que pode indiciar algum movimento, aparentemente já
antigo, Figura 25 e Figura 26.
Abertura de junta em padieira de granito
C0_1
C0_0
Figura 24 – Planta do R/C com indicação da zona de abertura de junta
C2_1
C2_2 C2_3
CE
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Figura 25 – C0_1: abertura de junta em
padieira Figura 26 – Pormenor da junta
03.3 | VIGAMENTO DE MADEIRA
De uma forma geral a estrutura de madeira repete-se nos pisos 1, 2 e 3, quer no número
de vigas por compartimento, quer nas suas secções. Face à arquitectura e aos vãos do
edifício, cada compartimento possui um esquema de vigas independente.
Apresentam-se em seguida as plantas estruturais dos pisos onde se representam apenas os
vigamentos principais do pavimento e algumas vigas existentes sob as paredes divisórias de
tabique. Note-se que estas vigas, que existem sob todas as paredes divisórias, possuem
secções semelhantes às das vigas dos pisos. Algumas destas vigas encontram-se marcadas nas
plantas e são designadas pela letra F (associada a Frechal). Não se encontram marcados os
ripados de sustentação do estuque dos tectos.
As plantas estruturais por piso são apresentadas nas peças desenhadas em A3. As vigas
encontram-se identificadas em planta e numeradas em cada compartimento de V1 a Vn.
Associado a cada compartimento apresenta-se ainda um quadro de vigas onde, para além do
vão do compartimento, se faz a identificação de cada viga, da sua secção média, do seu
estado geral, do estado dos apoios definidos por alinhamentos A e B, do teor de humidade e
outras observações que se considerem relevantes. A caixa de escada está referenciada nos
níveis em que foi possível efectuar a sua observação.
PLANTA DO PISO 1
VT
V3 V
2
V1
C1_1
V9
V8
V7
V6
V5
V4
V3
V2
V1
F1
AB
C1_2 C1_3
V1
V2
V3
V4
V5
V6
V7
VP
V'1
V'2
V'3
V'4
V'5
V'6
V'7
V10
F2
A B B'
A
B
Figura 27 – C1_1: Vigas V1, V2 e V3 Figura 28 – C1_1: Viga V6 Figura 29 – C1_2: Viga V1
Figura 30 – C1_2: Vigas V’2 a F1 Figura 31 – C1_2: Vigas V’2 a F1 Figura 32 – C1_3: Vigas V’2
Designação elemento
Tipo elemento
Secção média (m2);
Ø (m)Estado geral Apoio A Apoio B Teor Humidade Notas Fotos
V1 viga Ø=0,20m bom bom bom 12% Manter
V2 viga 0.14x0.14razoável/fendas
secagem, empeno
razoável, fendas secagem, ataque caruncho 0,5cm
razoável 12% A subsituir (não é urgente)
V3 viga 0.14x0.14 bom, fenda secagem bom, fenda secagem
razoável, fenda secagem, ataque
caruncho 1cm12% Manter
V4 viga 0.20x0.20 bom, fenda secagem bom, fenda secagem bom, fenda secagem 12% Manter
V5 viga 0.14x0.14 bomrazoável/bom, fenda
secagem, ataque caruncho 0,5 cm
bom 12% Manter
V6 viga 0.14x0.14 bomrazoável/bom, fenda
secagem, ataque caruncho 0,5 cm
bom 12% Manter 28
V7 viga Ø=0,20 excelente excelente excelente 12% Manter
V8 viga 0.14x0.14 bom razoável/bom, ataque caruncho 0,5 cm bom 12% Manter
V9 viga 0.20x0.20 excelente excelente excelente 12% Manter
V10 viga 0.14x0.14 bom razoável/bom, ataque caruncho 0,5 cm - 12% Manter
F1 frechal Manterfendas de secagem, ataque localizado de caruncho com 0.5cm a
meio vão
PISO 1 Compartimento: C1_1, l = 5,50m No apoio B vêem-se as vigas da casa vizinha
27
Designação elemento
Tipo elemento
Secção média (m2); Ø (m) Estado geral Apoio A Apoio B Teor Humidade Notas Fotos
V1 viga 0.15x0.20 bom bombom
0,5cm de ataque de caruncho entre B e B'
Se for demolida a parede de alvenaria
existente no C0_3, será necessário prever uma estrutura para apoiar o
vigamento
29
V2 viga 0.15x0.20 bom bom bomV3 viga 0.15x0.20 bom bom bomV4 viga 0.15x0.20 bom bom bom
V5 viga 0.14x0.14 bom, fenda de secagem bom, fenda de secagem bom, fenda de secagem
V6 viga 0.14x0.14 bom, fenda de secagem bom, fenda de secagem bom, fenda de secagem
V7 viga 0.15x0.20 excelente excelente excelenteVP frechal 0.15x0.20 excelente excelente excelenteV'2 viga 0.08x0.08 bomV'3 viga 0.08x0.08 bomV'4 viga 0.08x0.12 bomV'5 viga 0.08x0.12 bomV'6 viga 0.08x0.12 bomV'7 viga 0.08x0.12 bom
VT viga secundária 0,10x0,10 razoável
A remover, passando o apoio das vigas
secundárias a ser feito directamente na parede
ou no elemento estrutural
F1 frechal 0.15x0.12 bom
30, 31
PISO 1 Compartimento: C1_2, l = 4,40m
30
Designação elemento
Tipo elemento
Secção média (m2); Ø (m) Estado geral Apoio A Apoio B Teor Humidade Notas Fotos
V1 viga 0.20x0.20 bom bom bom 14%Encontra-se em zona
de demolição. Pode ser utilizado noutro sitio
V2 viga 0.25x0.25bom, com fendas de secagem
Humidade, sem interferências estruturais bom Meio vão - 13%;
apoio A - 17%Encontra-se em zona
de demolição. Pode ser utilizado noutro sitio
32
V3 viga 0.25x0.25bom, com fendas de secagem
Deficiências (rotura) no apoio direito com
necessidade de reforço a 60cm do apoio
bom apoio B - 14%Terá que ser reforçado. Em alternativa, subsitui-se pela V2 (maior que
a V1)
PISO 1 Compartimento: C1_3, l = 4,00m
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PLANTA DO PISO 2
AB
C2_1
V1
V2
V3
V4
V5
V6
V7
C2_2 C2_3
V1
V9
V8
V7
V6
V5
V4
V3
V2
V1
V10
F1
VE1
VE1VE
2
VE2VE
1
VE1
VE
VE1
VE2
VE1VP VP VP VP VP V
PV
P
A B
A
B
V2
V3
Figura 33 – Viga V9 Figura 34 – Vigas compartimento C2_1 Figura 35 – Vigas da casa vizinha
Figura 36 – Vigas compartimento C2_3 Figura 37 – Viga V1, compartimento C2_3 Figura 38 – Viga V1, compartimento C2_3
Designação elemento
Tipo elemento
Secção média (m2); Ø (m) Estado geral Apoio A Apoio B Teor Humidade Notas Fotos
V1 viga 0.08x0.23 excelente excelente excelente
V2 viga 0.08x0.23 excelente excelente excelenteV3 viga 0.08x0.23 excelente excelente excelenteV4 viga 0.08x0.23 excelente excelente excelenteV5 viga 0.08x0.23 excelente excelente excelenteV6 viga 0.08x0.23 excelente excelente excelenteV7 viga 0.08x0.23 excelente excelente excelenteV8 viga 0.08x0.23 excelente excelente excelente
V9 viga 0.08x0.23 bom, empeno excelente, fenda de secagem ligeira bom, com empeno 33
V10 viga 0.08x0.23 excelente excelente excelente
VP viga 0.20x0.20 excelente excelente excelente
Suporta a parede divisória da caixa de escadas com o
compartimento
Compartimento: C2_1, l = 5,50m No apoio B vêem-se as vigas da casa vizinha
34, 35
Manter, aplicar tarugamento com a mesma secção
das vigas. A estrutura do tecto é independente da
estrutura do pavimento (e encontra-se
alternada em relação a este)
PISO 2
12%
Designação elemento
Tipo elemento
Secção média (m2); Ø (m) Estado geral Apoio A Apoio B Teor Humidade Notas Fotos
V1 viga 0.18x0.18 bom bom bom
Se for demolida a parede de
alvenaria existente no C0_3, será
necessário prever uma estrutura para apoiar o vigamento
V2 viga Ø=0.18 bom bom bomV3 viga 0.12x0.17 bom bom bomV4 viga Ø=0.18 bom bom bom
V5 viga Ø=0.18 bom bom bom, fenda de secagem
V6 viga 0.12x0.17 bom bom bomV7 viga 0.18x0.18 bom bom bom
PISO 2 Compartimento: C2_2, l = 4,00m
12%
Designação elemento
Tipo elemento
Secção média (m2); Ø (m) Estado geral Apoio A Apoio B Teor Humidade Notas Fotos
V1 viga 0.17x0.17 excelente excelente excelente
V2 vigas 0.17x0.17 excelente excelente excelente
V3 vigas 0,17x0,17 excelente excelente excelente
36,37,38
Encontram-se na zona de
demolição mas pode vir a ser
utilizada noutro sitio, assim como
a viga situada sobre a parede de tabique no
mesmo alinhamento (se
esta for demolida)
PISO 2 Compartimento: C2_3, l = 4,50m
Designação elemento
Tipo elemento
Secção média (m2); Ø (m) Estado geral Apoio escada Apoio Parede Teor Humidade Notas Fotos
VP viga 0,20x0,20 excelente excelente excelente
VE1 viga 0,15x0,15 excelente excelente excelente
VE2 Viga 0,07x0,10 excelente excelente excelente
CAIXA DE ESCADAS
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PLANTA DO PISO 3
V1 V2 V3 V4
V6 V7
V1
V2
V3
V4
V5
V6
V7
C3_2
C3_1
AB
A
B
V9
V8
V7
V6
V5
V4
V3
V2
V1
V10
F1
V5
A B
Designação elemento
Tipo elemento
Secção média (m2); Ø (m) Estado geral Apoio A Apoio B Teor Humidade Notas Fotos
V1 viga 0,08x0,23 bom excelente excelente fungo a 1/2 vão 41,42V2 viga 0,08x0,23 bom excelente excelenteV3 viga 0,08x0,23 bom excelente excelenteV4 viga 0,08x0,23 bom excelente excelenteV5 viga 0,08x0,23 bom excelente excelenteV6 viga 0,08x0,23 bom excelente excelenteV7 viga 0,08x0,23 bom excelente excelenteV8 viga 0,08x0,23 bom excelente excelenteV9 viga 0,08x0,23 bom excelente excelente
V10 viga 0,08x0,23 bom excelente excelenteF1 fechal 0,15x0,20 bom excelente excelente
PISO 3 Compartimento: C3_1, l = 5,50m No apoio B vêem-se as vigas da casa vizinha
39, 40,
Designação elemento
Tipo elemento
Secção média (m2); Ø (m) Estado geral Apoio A Apoio B Teor Humidade Notas Fotos
V1 viga 0.08x0.22 bom/razoável empalme da viga ataque 0,5cmV2 viga 0.08x0.22 bom/razoável ataque 1cmV3 viga 0.08x0.22 bom/razoável empalme da viga bomV4 viga 0.08x0.22 bom/razoável bomV5 viga 0.08x0.22 bom/razoável bomV6 viga 0.08x0.22 bom/razoável bom
V7 viga 0.08x0.22 razoável bom eventual substituição
É necessário nivelar as vigas
Compartimento: C3_2, l = 4,70m
PISO 3
43,44
Designação elemento
Tipo elemento
Secção média (m2); Ø (m) Estado geral Apoio escada Apoio Parede Teor Humidade Notas Fotos
V1 a V7 viga 0,10X0,12 excelente excelente excelente
CAIXA DE ESCADAS
Figura 39 – vigas compartimento C3_1 Figura 40 – vigas compartimento C3_1 Figura 41 – Fungo na viga V1,
compartimento C3_1
Figura 42 – Fungo na viga V1, compartimento
C3_1 Figura 43 – Viga V1, compartimento C3_2 Figura 44 – Vigas compartimento C3_2
Maioritariamente as vigas possuem secção rectangular, com espaçamento médio de
0,60m. Pontualmente existem elementos de secção circular. De uma forma geral, considera-
se que os elementos de madeira e as entregas se encontram em bom estado. Também os pisos
possuem pouca deformação associada, quer ao estado das madeiras, quer a um eficaz
tarugamento destas vigas. Não se observam deformações relevantes nos pisos, nem a
existência de calços sobre as vigas que contribuam para o seu nivelamento. Exceptua-se o
compartimento C1_3 que apresenta alguma deformação das vigas com a consequente
colocação de calços. Também neste caso algumas vigas apresentam deformação no seu plano
por deficiente tarugamento em zonas localizadas.
Figura 45 – Vigamento tipo dos
compartimentos Cn_1 Figura 46 – Vigamento de C2_3
Refira-se que não se efectuou o levantamento estrutural do piso do andar recuado (CR) e
da cobertura uma vez que, devido às alterações arquitectónicas e ao facto do projecto de
arquitectura contemplar a recolocação da clarabóia sobre a caixa de escadas, estes pisos irão
ser totalmente remodelados. A opção da manutenção de algumas vigas principais nestes
pisos, e que aparentemente se encontram em bom estado, será tomada posteriormente em
obra face às novas exigências do projecto de arquitectura, Figura 47 e Figura 48.
Figura 47 – Vigamento do compartimento da
trapeira no piso recuado. Marcação da eventual localização da antiga clarabóia.
Figura 48 – Vigamento de um compartimento CR
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Também a estrutura da escada (CE) apresenta bom estado estrutural. Esta constatação
baseia-se quer no bom/razoável estado dos elementos observados, quer na inexistência de
deformações importantes ou da ocorrência de vibrações significativas por utilização ou
imposição de um impacto vertical. No entanto face à rotura de um tubo de abastecimento de
água em andares superiores com consequente queda de água, a zona de arranque da escada
no R/C alto encontra-se bastante degradada, Figura 49.
Figura 49 – Queda de água sobre arranque das
escadas no R/C alto
Da
Figura 50 à Figura 53 apresentam-se as plantas estruturais com a classificação do estado
estrutural das vigas ou de parte delas, tendo como base a recolha dos elementos
apresentados nos quadros de vigas já apresentados. De forma a facilitar a visualização do
estado de degradação dos diversos elementos por piso, associou-se uma cor à classificação
dada ao estado das vigas, cruzando a informação dos quadros com as peças desenhadas.
padieira em granito (partida)
C0_1
Figura 50 – Planta do rés-do-chão alto – Classificação das vigas da escada por estado estrutural/conservação
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VT
V3 V
2
V1
C1_1
V9
V8
V7
V6
V5
V4
V3
V2
V1
F1
AB
C1_2 C1_3
V1
V2
V3
V4
V5
V6
V7
VP
V'1
V'2
V'3
V'4
V'5
V'6
V'7
V10
F2
A B B'
BOMRAZOÁVELDEFICIENTE
LEGENDA
A
B
Figura 51 – Planta do piso 1 – Classificação das vigas do piso por estado estrutural/conservação
AB
C2_1
V1
V2
V3
V4
V5
V6
V7
C2_2 C2_3
V1
V9
V8
V7
V6
V5
V4
V3
V2
V1
V10
F1
VE1
VE1
VE2
VE2
VE1
VE1
VE
VE1
VE2
VE1
VP VP
VP VP VP VP VP
A B
BOMRAZOÁVELDEFICIENTE
LEGENDA
A
B
V2
V3
Figura 52 – Planta do piso 2 – Classificação das vigas do piso por estado estrutural/conservação
EDIFICIO DA R. DOS LÓIOS, 59, 59A e 59B - PORTO
relatório técnico | junho 2007 | IC63-RVT107-A-NG134| página 18/20
V1 V2 V3 V4
V6 V7
V1
V2
V3
V4
V5
V6
V7
C3_2
C3_1
AB
A
B
V9
V8
V7
V6
V5
V4
V3
V2
V1
V10
F1
V5
BOMRAZOÁVELDEFICIENTE
LEGENDA
A B
Figura 53 – Planta do piso 3 – Classificação das vigas do piso por estado estrutural/conservação
EDIFICIO DA R. DOS LÓIOS, 59, 59A e 59B - PORTO
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04 | CONCLUSÕES
O presente relatório tem como objectivo concluir acerca do estado estrutural e de
conservação da estrutura de madeira do edifício sito na R. dos Lóios, 59, 59A e 59B na cidade
do Porto. Foi efectuado pelo Núcleo de Conservação e Reabilitação de Edifícios e Património
(NCREP) do Instituto da Construção (IC) da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
(FEUP) a pedido do Colectivo Condição Urbana na pessoa da Arq. Adriana Floret.
Para a sua execução o IC-FEUP procedeu a diversas visitas técnicas ao edifício tendo em
vista o levantamento do esquema estrutural, a caracterização geométrica das peças de
madeira que o compõem e a determinação do seu estado físico.
Foi efectuada a inspecção visual das vigas e das entregas, foram medidos os níveis de
humidade relativa em alguns elementos de madeira e foi ainda apreciado o som de resposta
obtido por percussão produzido por impacto com um martelo nas vigas de madeira.
Estes procedimentos permitem concluir que:
• as entregas dos vigamentos nas paredes de alvenaria encontram-se em bom
estado. Excepção ao piso C0_1 em que as vigas V2 e V3 possuem deficiências nos
apoios, sendo necessário proceder à enxertia destas zonas com novas peças de
madeira;
• as secções, espaçamentos e tarugamento das vigas dos pavimentos são
suficientes, garantindo segurança no novo uso. Em locais pontuais poderá ser
necessário repor algum tarugamento uma vez que as vigas apresentam alguma
torção no seu plano;
• algumas vigas apresentam ataque de caruncho de 0,5cm a 1,ocm, mas que,
aparentemente, se encontram inactivos e que face às secções da viga não
reduzem de forma relevante a sua secção resistente.
EDIFICIO DA R. DOS LÓIOS, 59, 59A e 59B - PORTO
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Assim recomenda-se a manutenção dos elementos resistentes de madeira dos pisos com
substituição de algumas vigas que estão em condições deficientes e que se indicam no ponto
3. Nesta substituição podem ser aproveitadas as vigas existentes em zonas a demolir e que se
encontram em bom estado.
Recomenda-se ainda a limpeza das madeiras e a aplicação de um tratamento
preventivo/curativo que passa pelas aspersão dos elementos de madeira a manter com um
produto tipo “Sarpamer” que poderá também ser dado à trincha.
Porto, 08 de Junho de 2007
Aníbal Costa
Prof. Catedrático - UA Esmeralda Paupério
Eng. Civil - IC
João Miranda Guedes
Prof. Auxiliar - FEUP Tiago Ilharco Dias
Eng. Civil, Bolseiro - FEUP