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MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA PCH POQUIM RELATÓRIO FINAL 2011/2012 1 RELATÓRIO DO MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA DA PCH POQUIM RELATÓRIO FINAL 2011/2012 DATAS DAS COLETAS: 29 de agosto de 2011 e 27 de fevereiro de 2012 DATA DA EMISSÃO DO RELATÓRIO: 20 de maio de 2012 N° DO CONTRATO: 4570012215/510 PATOS DE MINAS 2012 CEMIG GERAÇÃO E TRANSMISSÃO S.A.

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RELATÓRIO DO MONITORAMENTO DA

ICTIOFAUNA DA PCH POQUIM

RELATÓRIO FINAL 2011/2012

DATAS DAS COLETAS: 29 de agosto de 2011 e 27 de fev ereiro de 2012

DATA DA EMISSÃO DO RELATÓRIO: 20 de maio de 2012

N° DO CONTRATO: 4570012215/510

PATOS DE MINAS

2012

CEMIG GERAÇÃO E TRANSMISSÃO

S.A.

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RESPONSABILIDADE TÉCNICA

Água e Terra Planejamento Ambiental Ltda.

Equipe Técnica

Técnico Responsável pela elaboração do Relatório

Regina Célia Gonçalves Bióloga – CRBio 44.468/4D

Equipe técnica colaboradora

Nome Formação Função

Adriane Fernandes Ribeiro Bióloga Biometria / Análise gonadal / Elaboração de Relatório / Conteúdo estomacal

Adil Gomes Pereira - Arraiz / Aquaviário

José Fernando Pinese Biólogo Dr. em

Ecologia e Recursos Naturais

Coletas / Biometria / Análise gonadal / Conteúdo estomacal

Erika Fernandes Araújo Vita Bióloga Biometria / Análise gonadal / Elaboração de

Relatório / Conteúdo estomacal Rubens Paiva de Melo Neto Biólogo Coletas / Elaboração de Relatório

André Luiz Moraes de Castro

Biólogo MSc. em Ciências Naturais

Parecer sobre necessidade de mecanismo de transposição de peixes

ENDEREÇO: Av. Padre Almir Neves de Medeiros, 650 - Sobradinho

Patos de Minas - MG. 38701-118

(034)3818-8440 / 9975-5014 / 9975-1280

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ÍNDICE

APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................... 5

1 CARACTERIZAÇÕES DO EMPREENDIMENTO .......................................................................... 6

2 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 7

2.1 ÁREA DE ESTUDO ................................................................................................................. 8

3 OBJETIVOS .................................................................................................................................... 9

3.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................................................. 9

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................... 9

4 METODOLOGIA ........................................................................................................................... 10

4.1 COLETA DE PEIXES, EQUIPAMENTOS, IDENTIFICAÇÃO E ACONDICIONAMENTO .... 10

4.2 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE REPRODUTIVA ..................................................................... 12

4.3 COLETA DE OVOS E LARVAS ............................................................................................ 13

4.1 DIETA .................................................................................................................................... 14

4.2 COLETA DE MATERIAL GENÉTICO ................................................................................... 14

4.3 ÍNDICE DE SIMILARIDADE (IS) ........................................................................................... 15

4.4 ESTIMATIVA DA DIVERSIDADE ICTIOFAUNÍSTICA (H’) ................................................... 15

4.5 EQUITABILIDADE (E) ........................................................................................................... 16

4.6 RIQUEZA DE ESPÉCIES (D) ............................................................................................... 16

4.7 ÍNDICE DE IMPORTÂNCIA PONDERAL - IP ....................................................................... 16

4.8 AVALIAÇÃO DA PESCA PROFISSIONAL E AMADORA NO RESERVATÓRIO ................ 16

4.9 TOMBAMENTO DO MATERIAL COLETADO ...................................................................... 17

5 RESULTADOS ............................................................................................................................. 18

5.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS COLETAS ......................................................................... 18

5.2 COMPOSIÇÃO ICTIOFAUNÍSTICA ...................................................................................... 20

5.3 ABUNDÂNCIA ....................................................................................................................... 26

5.4 DIVERSIDADE E EQUITABILIDADE .................................................................................... 30

5.5 SIMILARIDADE ..................................................................................................................... 31

5.6 RIQUEZA DE ESPÉCIES ..................................................................................................... 31

5.7 BIOMETRIA ........................................................................................................................... 32

5.8 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE REPRODUTIVA ..................................................................... 37

5.9 ÍNDICE GONADOSSOMÁTICO ............................................................................................ 38

5.10 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ALIMENTAR ...................................................................... 38

5.11 ÍNDICE PONDRAL DE DOMINÂNCIA (IP) ....................................................................... 38

5.12 ANÁLISE DE OVOS E LARVAS ....................................................................................... 39

5.13 PESCA PROFISSIONAL ................................................................................................... 40

6 DISCUSSÃO ................................................................................................................................. 41

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7 PARECER SOBRE A NECESSIDADE DE MECANISMO DE TRANSPOSIÇÃO DE PEIXES ... 45

7.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 45

7.2 MIGRAÇÃO ........................................................................................................................... 46

7.3 TRANSPOSIÇÃO .................................................................................................................. 47

7.4 ASPECTOS A SEREM CONSIDERADOS NA TOMADA DE DECISÃO EM SE ADOTAR

STPS COMO MEDIDA DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DE ESTOQUE DE PEIXES SUJEITOS A

BARRAMENTOS .............................................................................................................................. 52

7.5 PARECER TÉCNICO ............................................................................................................ 53

7.6 MEDIDAS DE CONSERVAÇÃO ........................................................................................... 53

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................................... 54

9 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................. 55

10 ANEXOS ....................................................................................................................................... 63

ANEXO A ............................................................................................................................................... 63

ANEXO B ............................................................................................................................................... 65

ANEXO C .............................................................................................................................................. 72

ANEXO D .............................................................................................................................................. 77

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APRESENTAÇÃO

O presente relatório reporta os resultados obtidos durante o período de 2011/2012

para o Monitoramento da Ictiofauna da PCH Poquim, empreendimento da CEMIG Geração

e Transmissão S.A., sendo a primeira campanha de amostragem realizada no mês de

agosto/2011 e a segunda em fevereiro/2012, pela equipe técnica da Água e Terra

Planejamento Ambiental Ltda, conforme contrato n° 4570012215/510.

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1 CARACTERIZAÇÕES DO EMPREENDIMENTO

Empreendedor : CEMIG GERAÇÃO E TRANSMISSÃO S.A.

CNPJ: 06.981.176/0001-58

Gerência de Manutenção de Ativo de Geração do Leste – MG/LE

Endereço : Avenida Carlos Chagas, 674

Bairro Cidade Nobre – Ipatinga / MG

CEP: 35.162-359

Empreendimento:

Pequena Central Hidrelétrica Poquim, localizada no Ribeirão Pouquinho, pertencente

à bacia hidrográfica do rio Doce, município de Itambacuri / MG

Empresa Elaboradora:

Água e Terra Planejamento Ambiental

Avenida Padre Almir Neves de Medeiros, 650

Bairro: Sobradinho – Patos de Minas / MG

CEP: 38.701-118 – Tel./Fax: (34) 3818-8440

Contato: Biólogas Regina Célia Gonçalves e Adriane Fernandes Ribeiro.

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2 INTRODUÇÃO

A matriz energética brasileira é predominantemente hidrelétrica. A despeito dos

avanços na produção de energia elétrica por fontes alternativas, elas não possuem escala

para atender as crescentes necessidades do país, tornando imprescindível a implantação de

novos empreendimentos hidrelétricos a curto e médio prazo (CARNEIRO-JUNHO, 2008).

A construção de barragens para fins hidrelétricos ocasiona modificações na dinâmica

fluvial e, consequentemente, nas comunidades aquáticas e terrestres das suas áreas de

influência.

O represamento é responsável por modificações físicas, químicas e geomorfológicas

que causam perturbações na produtividade primária, na disponibilidade de alimentos e de

outros recursos, acarretando alterações nas assembléias de invertebrados e peixes

(AGOSTINHO et al., 2007). Logo após o enchimento do reservatório, a fauna na região

alagada é muito similar à preexistente naquela localidade. Contudo, com as novas

características deste ambiente, que foi alterado de lótico para lêntico, nota-se, uma

reestruturação da composição ictiofaunística.

Outro aspecto bem definido nos represamentos é a interrupção dos ciclos migratórios

alimentares e reprodutivos de algumas espécies de peixes reofílicas de alto valor comercial

e a presença de uma ictiofauna menos complexa que dos seus rios formadores (CASTRO &

ARCIFA, 1987; LOWE-McCONNELL, 1987; FERNANDO & HOLCIK, 1991;

WOYNAROVICH, 1991; PETRERE JR., 1996).

Devido aos sucessivos barramentos de rios, as espécies tendem a se adequar às

novas situações ecológicas, para poder realizar satisfatoriamente o ciclo reprodutivo

(SUZUKI & AGOSTINHO, 1997).

Com relação à ictiofauna, as espécies generalistas, que possuem maior flexibilidade

adaptativa (menores exigências com relação à alimentação e reprodução), são mais bem

sucedidas. Devido ao fato da maioria das espécies de peixes neotropicais apresentarem

elevada plasticidade comportamental (com relação à alimentação e reprodução), não

ocorrem extinções na maioria dos represamentos. A situação mais comumente relatada nos

reservatórios é a alteração na composição e estrutura da assembléia de peixes

(AGOSTINHO et al., 2007).

O monitoramento da ictiofauna submetidas a distúrbios de tal magnitude é uma das

principais medidas geradoras de informação que direcionam para decisões mitigadoras e de

manejo e conservação do pescado local. Informações sobre a estrutura das comunidades

de peixes, com suficiente abrangência espacial e temporal, fornecem importantes

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informações para o seu monitoramento. Assim, o conhecimento dos processos ambientais

que influenciam as relações das espécies com o ambiente, em especial para o ambiente

aquático, constitui-se em uma abordagem eficiente para o melhor entendimento da

composição e estruturação das assembléias de peixes.

2.1 ÁREA DE ESTUDO

A Bacia Hidrográfica do rio Doce possui 83.400 km2, dos quais 86% em Minas Gerais

e 14% no Espírito Santo, sendo 222 municípios. No Médio rio Doce, que vai do rio

Piracicaba até o rio Manhuaçú na cidade de Aimorés, é uma região diversificada de

atividades econômicas, prevalecendo as grandes indústrias no vale do aço e as atividades

agropecuárias. É o trecho mais degradado e crítico da Bacia, existindo estudos que

apontam ser uma região em acelerado processo de desertificação devido à rápida retirada

de suas matas, grandes monoculturas de eucaliptos e grandes áreas de pastagens, assim

como a má utilização do solo e o rápido aparecimento das erosões, que assoream o leito do

rio, lixos e esgotos industriais e domésticos.

Nessa região do Rio Doce está localizado o Ribeirão Poquim onde se encontra

instalada a PCH de Poquim, no município de Itambacurí (MG).

A PCH Poquim é uma usina do tipo fio d’água que está situada no rio Poquim,

afluente do rio Itambacuri e contribuinte do rio Doce, no município de Itambacuri, a 15 km da

cidade de Teófilo Otoni.

A usina foi inaugurada em 1950 com uma unidade geradora de 704 kW, composta

por gerador Siemens e turbina tipo Pelton. Em 1954 entrou em operação a segunda unidade

geradora com as mesmas especificações técnicas e de fabricação.

O arranjo do aproveitamento compreende a barragem de concreto gravidade para a

tomada d’água, vertedouro de 30 m de comprimento com comporta, tubulação forçada com

trecho inicial em túnel e 175 m de comprimento. A usina foi retirada de operação em 1995 e

reativada em 2002. Atualmente apresenta potência de 1.408 MW e conta com duas

unidades geradoras.

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

O Monitoramento da Ictiofauna da PCH Poquim teve como objetivo o conhecimento

das características ecológicas, reprodutivas e alimentares de sua ictiofauna, bem como,

informações que subsidiarão subsequentes programas de conservação e manejo da fauna

ictica.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Avaliação da diversidade, riqueza e abundância das espécies de peixes que ocorrem

na área de influência indireta do empreendimento, bem assim suas variações

sazonais;

• Avaliação da reprodução dos peixes na área de influência do empreendimento

através de análise da maturação gonadal e amostragem de ictioplâncton, buscando-

se uma caracterização sazonal da reprodução das espécies com caracterização de

eventuais sítios reprodutivos;

• Avaliação dos hábitos alimentares (ecologia trófica) das principais espécies

existentes na área de influência indireta do empreendimento;

• Coleta de material para análises genéticas a serem realizadas com as principais

espécies existentes na área de influência da usina, assim como para

armazenamento em banco genético da CEMIG Geração e Transmissão

• Diagnóstico das atividades de pesca amadora e profissional no reservatório;

• Apresentar informações que justifiquem a ausência de STP;

• Formulação de um banco de dados ictiológicos dos reservatórios da CEMIG;

• Indicações de sugestões de manejo e conservação da ictiofauna para cada

reservatório, com propostas mitigadoras de eventuais impactos.

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4 METODOLOGIA

4.1 COLETA DE PEIXES, EQUIPAMENTOS, IDENTIFICAÇÃO E

ACONDICIONAMENTO

Na PCH Poquim foram realizadas amostragens semestrais, sendo a primeira

campanha foi efetuada no dia 29 de agosto de 2011 e a segunda no dia 27 de fevereiro de

2012. Neste empreendimento são monitorados dois pontos, conforme disposto na Tabela 1.

Tabela 1: Localização dos Pontos de amostragem Identificação do Ponto Localização Localização geodésica

PQ – IC 01 Corpo do reservatório 18° 0'56.11"S 41°39'47.89"O

PQ – IC 02 Ribeirão Pouquinho a jusante do canal de fuga 18° 1'33.87"S 41°40'1.84"O

Cada uma destas estações de amostragem é visualizada nas fotos e figura a seguir.

Foto 1: PQ-IC-01 – Reservatório – agosto/2011.

Foto 2: PQ-IC-01 – Reservatório – fevereiro/2012.

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Foto 3: PQ-IC-002 – Ribeirão Pouquinho – agosto/2011.

Foto 4: PQ-IC-002 – Ribeirão Pouquinho – fevereiro/2012.

Figura 1: Localização das estações de amostragem .

Devido ao tamanho reduzido desse reservatório, foram efetuadas apenas coletas

qualitativas, utilizando-se:

• Rede de arrasto de tela mosquiteira abertura de 2,0 mm;

• Puçás e peneiras;

• Espinheis;

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• Tarrafas com malha 2,4 cm.

Em cada ponto, com puçás/peneiras, o esforço foi de, no mínimo, uma hora/homem,

utilizando-se duas pessoas; para os espinheis, foram utilizados pelo menos 25 anzóis em 50

metros de linha; para as tarrafas, pelo menos 15 tarrafadas na região em torno do ponto.

Nesse reservatório, como não haverá coletas quantitativas, o esforço quantitativo foi

padronizado conforme especificado acima, para que fosse possível comparar as

abundâncias de peixes em cada campanha.

Todos os peixes capturados foram identificados, medidos, pesados e quantificados.

Em campo, os exemplares foram fixados em formol 10% (por no mínimo 72 horas) e

acondicionados em sacos plásticos etiquetados, separados por ponto de coleta e malha e

colocados em bombonas tampadas.

Em laboratório, os peixes foram lavados, triados, conservados em solução de álcool

etílico a 70° GL e identificados taxonomicamente.

4.2 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE REPRODUTIVA

Para a avaliação da atividade reprodutiva, em campo, os peixes foram submetidos à

incisão ventral para determinação do sexo e do diagnóstico macroscópico de maturação

gonadal. Para os diagnósticos duvidosos, foram coletados fragmentos de uma das gônadas,

os quais foram fixados em líquido de Bouin e conservados em álcool 700 GL após 24 horas

para posterior processamento histológico.

A análise macroscópica foi baseada, principalmente, no volume relativo da gônada

na cavidade abdominal, integridade da rede sanguínea (machos e fêmeas), presença e

tamanho dos diversos tipos de ovócitos (ovócitos I, II, III e IV) e integridade das lamelas

ovarianas (fêmeas). Para esta análise foram considerados os seguintes estádios de

maturação, seguindo-se as características propostas por Vono et. al. (2002):

• Repouso – 1: ovários delgados e íntegros, translúcidos, sem ovócitos visíveis a olho

nu; testículos delgados e íntegros, predominantemente hialinos.

• Maturação inicial – 2A: ovários com discreto aumento de volume e poucos ovócitos

vitelogênicos (ovócitos II, III e IV) evidentes; testículos com discreto aumento de

volume e com aparência leitosa.

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• Maturação intermediária – 2B: ovários com maior aumento de volume, grande

número de ovócitos IV evidentes, porém, ainda com áreas a serem preenchidas;

testículos com maior aumento de volume, leitosos.

• Maturação avançada – 2C: ovários com aumento máximo de volume, ovócitos

vitelogênicos distribuídos uniformemente; testículos com aumento máximo de

volume, túrgidos, leitosos.

• Esgotado (desovado ou espermiado) – 3: ovários flácidos e sanguinolentos, com

número variável de ovócitos vitelogênicos remanescentes; testículos flácidos e

sanguinolentos.

Antes da transferência dos peixes para o álcool 70º GL, as gônadas foram pesadas

para avaliação do índice gonadossomático, calculado pela seguinte fórmula:

IGS = PG / PC x 100

Onde

PG = peso da gônada

PC = peso corporal

4.3 COLETA DE OVOS E LARVAS

Nos pontos de amostragem, foram feitas coletas ativas de ovos e larvas. A coleta foi

realizada através de rede de plâncton de malha de 0,5 mm. Foi instalado um fluxômetro no

centro da boca da rede para medir a velocidade e pelo conhecimento da área da boca tem-

se o volume filtrado.

A rede foi colocada 50 cm abaixo da superfície da água, permanecendo por

aproximadamente 30 minutos. Em locais onde não há correnteza, a rede foi usada na forma

de arrasto, manual ou com auxílio de barco, sempre próximo da margem.

O material coletado foi fixado em solução de formalina a 4%, tamponada com

carbonato de cálcio (1 g de CaCO3 para 1000 mL de solução de formalina, segundo

proposto por NAKATANI et al, 2001) e levado ao laboratório para identificação e

quantificação.

No entanto, no presente monitoramento não foram capturados ovos e/ou larvas e,

por esse motivo, não apresentamos informações relacionadas ao cálculo das densidades.

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4.1 DIETA

Após fixação em formalina a 10% por cerca de cinco dias e conservação em álcool

70º GL, os peixes foram eviscerados para dissecção dos estômagos. O conteúdo estomacal

foi analisado em estereomicroscópio e microscópio óptico. Os itens alimentares foram

identificados até o menor nível taxonômico possível. Para cada item foram calculados a

frequência de ocorrência (Fi = nº de estômagos em que ocorre o item i / total de estômagos

com alimento) e seu peso relativo (Pi = peso do item i / peso total de todos os itens),

combinados no Índice Alimentar (IAi) modificado de KAWAKAMI & VAZZOLER(1980):

N

IAi = (Fi. Pi) / Σ Fi. Pi

I = 1

Onde:

IAi = índice alimentar do item i,

Fi = frequência de ocorrência do item i,

Pi = peso proporcional do item i.

O IAi foi calculado para cada espécie separadamente, e então usado para calcular a

similaridade entre as espécies utilizando um índice quantitativo (ex. Morisita-Horn). A matriz

de similaridade foi utilizada para a caracterização de guildas tróficas, utilizando uma análise

de agrupamento pelo método de ponderadas dos grupos (UPGMA). O coeficiente cofenético

deve ser superior a 0,8. As abundâncias em número e biomassa das guildas foram

estimadas com base na captura por unidade de esforço (CPUE), expressas em suas

respectivas frequências de ocorrência.

4.2 COLETA DE MATERIAL GENÉTICO

Estava prevista a coleta de tecidos (fragmentos de nadadeiras, fígado ou tecido

muscular) de espécies de interesse, por serem migradoras, ameaçadas de extinção ou

exóticas. Como o empreendimento está localizado na bacia do rio Doce, foram destacadas

as seguintes espécies-alvo:

• Leporinus copelandii (piau vermelho);

• Leporinus conirostris (piau branco);

• Prochilodus vimboides (curimatá);

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• Steindachneridion doceanum (surubim-do-doce).

Como neste período de amostragem não foram capturados nenhum indivíduo

pertencente a estas espécies, a coleta de material genético não foi realizada.

4.3 ÍNDICE DE SIMILARIDADE (IS)

As composições das comunidades dos diferentes pontos de coletas foram

comparadas através do Índice de Similaridade de Sorensen (MAGURRAM, 1988) utilizando

a fórmula:

IS = 2j/(a+b)

Onde:

IS = índice de similaridade;

j = número de espécies em comum;

a + b = número de espécies em dois pontos.

4.4 ESTIMATIVA DA DIVERSIDADE ICTIOFAUNÍSTICA (H’)

Para o cálculo da diversidade de espécies foram empregados os dados quantitativos

obtidos através das capturas com redes de emalhar (CPUE). Foi utilizado o índice de

diversidade de Shannon (MAGURRAN, 1988), descrito pela equação:

S

H' = - ∑ (pi) x (logn pi),

i = 1

Onde:

S = número total de espécies na amostra;

i = espécie 1, 2, 3 ...i na amostra;

pi = proporção do número de indivíduos da espécie i na amostra, através da CPUE em número.

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4.5 EQUITABILIDADE (E)

A equitabilidade (E) de distribuição das capturas pelas espécies, estimada para cada

período de captura foi calculada através da equação de Pielou (1975).

E = H’ / log N

Onde:

H’ = Índice de Diversidade de Shannon;

N = número de espécies.

4.6 RIQUEZA DE ESPÉCIES (D)

A riqueza de espécies (D) foi estimada segundo Odum (1985).

D = (S-1)/logN

Onde:

S = número de espécies;

N = número de indivíduos.

4.7 ÍNDICE DE IMPORTÂNCIA PONDERAL - IP

O Índice Ponderal (IP) é aqui utilizado para estabelecer as espécies de maior

representatividade durante o período amostral considerado. Visto tratar-se de um índice que

associa a abundância numérica à biomassa específica, nem sempre as espécies mais

numerosas são classificadas como as mais importantes. O IP segue o seguinte modelo:

IP= NiPi/ΣNiPi x 100

Onde,

Ni = número de exemplares da espécie i;

Pi = peso dos exemplares da espécie.

4.8 AVALIAÇÃO DA PESCA PROFISSIONAL E AMADORA NO RESERVATÓRIO

Esta avaliação tem como objetivo verificar a existência de qualquer atividade de

pesca profissional e amadora nos reservatórios, através de inspeções de campo e visitas à

órgãos envolvidos. Foram desenvolvidas as seguintes atividades:

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• Inspeções no lago e no entorno do reservatório visando à identificação de atividade

de pesca profissional como: presença de embarcações, concentração de pescadores

e locais de comercialização do pescado;

• Obtenção de dados desta atividade junto ao IEF e Polícia Ambiental.

• Avaliação do desembarque pesqueiro proveniente da atividade de pesca profissional

e amadora no reservatório através da aplicação de questionários estruturados;

• Obtenção de dados de atividades ligadas à piscicultura na área de influência das

usinas junto ao IEF e avaliação do risco de introdução de espécies exóticas a partir

destas atividades.

4.9 TOMBAMENTO DO MATERIAL COLETADO

O material coletado foi enviado para a Universidade Federal de Uberlândia, estando

aos cuidados do professor Dr. José Fernando Pinese, conforme carta de aceite apresentada

no Anexo A.

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MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA PCH POQUIM

RELATÓRIO FINAL 2011/2012

18

5 RESULTADOS

5.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS COLETAS

Neste relatório são apresentados os resultados obtidos durante o monitoramento

realizado no período 2011/2012 na PCH Poquim, sendo a primeira campanha foi realizada

no dia 29 de agosto/2011 e a segunda amostragem no dia 27 de fevereiro/2012. As

condições gerais e climáticas observadas no momento das coletas estão representadas na

Tabela 2.

É importante ressaltar que na PCH Poquim realiza-se apenas a amostragem

qualitativa, devido ao tamanho do reservatório. Essas coletas foram executadas com

peneiras, redes de arrasto e anzóis, conforme observado na foto a seguir. No entanto, foi

evidenciado sucesso de captura apenas para a peneira e tarrafa.

Foto 5: Amostra qualitativa, coleta com tarrafa.

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RELATÓRIO FINAL 2011/2012

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Tabela 2: Condições climáticas por ponto de amostra gem (continua). Agosto/2011

Ponto Tipo de ambiente

Tipo de Corrente Tipo de fundo Inclinação

da margem Vegetação

seca/submersa Vegetação marginal Mata ciliar Condições

do tempo Observações

PQ-IC-01 Lêntico Imperceptível Silte, lodo Suave Submersa Presente (Gramíneas) Preservada Ensolarado

Corpo do reservatório no Ribeirão Pouquinho, local próximo a ranchos, com profundidade variando de 1,0 a 3,0 m, onde se visualiza leito argiloso, água esverdeada e parada. Presença de resquícios de pesca no entorno.

PQ-IC-02 Lótico Moderada Cascalho/Areia Suave Submersa Presente (Gramíneas) Preservada Ensolarado

Ribeirão Pouquinho – Jusante da Casa de Força, local logo abaixo da casa de força, com profundidade variando de 0,5 a 1,0 m, onde se visualiza leito argiloso, água limpa e corrente com alguns remansos. Presença de animais domésticos e de banhistas.

Tabela 2: Condições climáticas por ponto de amostra gem (continuação).

Fevereiro/2012

Ponto Tipo de ambiente

Tipo de Corrente Tipo de fundo Inclinação

da margem Vegetação

seca/submersa Vegetação marginal Mata ciliar Condições

climáticas Observações

PQ-IC-01 Lêntico Imperceptível Silte, lodo Suave Submersa Presente

(Gramíneas) Preservada Ensolarado

Corpo do reservatório no Ribeirão Pouquinho, local próximo a ranchos, com profundidade variando de 1,0 a 3,0 m. Leito argiloso, água esverdeada e parada. Presença de resquícios de pesca no entorno e animais domésticos.

PQ-IC-02 Lótico Moderada Cascalho/Areia Suave Submersa Presente (Gramíneas) Preservada Ensolarado

Ribeirão Pouquinho – Jusante da Casa de Força, local logo abaixo da casa de força, com profundidade variando de 0,5 a 1,0 m. Leito argiloso, água parda e corrente com alguns remansos. Presença de banhistas.

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MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA PCH POQUIM

RELATÓRIO FINAL 2011/2012

20

5.2 COMPOSIÇÃO ICTIOFAUNÍSTICA

Durante o monitoramento realizado no período de 2011/2012, foram capturados 109

(cento e nove) indivíduos na PCH Poquim, pertencentes a 04 (quatro) ordens

(Characiformes, Cyprinodontiformes, Siluriformes e Perciformes), e distribuídos em 07 (sete)

famílias e 10 (dez) espécies distintas. No monitoramento realizado entre 2010/2011 foi

coletado uma menor quantidade de indivíduos (58 exemplares), porém estes também

pertenciam as ordens: Cyprinodontiformes, Cyprinodontiformes, Siluriformes e

Characiformes, e estavam distribuídos em 07 (sete) famílias e 13 (treze) espécies.

Em agosto/2011, foram amostrados 37 (trinta e sete) indivíduos, pertencentes a 04

(quatro) ordens (Characiformes, Perciformes, Siluriformes e Cyprinodontiformes), e

distribuídos em 05 (cinco) famílias e 05 (cinco) espécies distintas.

Já em fevereiro/2012, foram capturados 72 (setenta e dois) exemplares,

pertencentes as ordens Characiformes, Cyprinodontiformes, Siluriformes e Perciformes, e

distribuídos em 06 (seis) famílias e 08 (oito) espécies.

A distribuição das espécies por ponto de amostragem encontra-se representada na

tabela a seguir.

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MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA PCH POQUIM

RELATÓRIO FINAL 2011/2012

21

Tabela 3: Composição ictiofaunística nos pontos de amostragem.

Ordem Família Espécie Nome popular Categoria Comportamento migrador

Ago./2011 Fev./2012 PQ-IC-01 PQ-IC-02 PQ-IC-01 PQ-IC-02

Characiformes

Characidae

Astyanax scabripinnis lambari Nativa Não - 21 17 -

Astyanax bimaculatus lambari do rabo amarelo Nativa Não - - - 6

Astyanax sp lambari Nativa Não - - 10 4

Crenuchidae Characidium sp canivete Nativa Sim - - - 22

Curimatidae Steindachnerina sp saguiru Nativa Não - 1 - -

Cyprinodontiformes Poeciliidae Phalloceros caudimaculatus guaru Exótica Não 2 1 3 -

Perciformes Cichlidae Cichlasoma sp cará Nativa Sim - 5 - -

Cichlasoma facetum cará Nativa Não - - 8 -

Siluriformes Heptapteridae Pimelodella sp. mandi Nativa Não - - - 1

Loricariidae Hypostomus sp1 cascudo Nativa Sim 7 - - 1 Total de espécies 2 4 4 5

Total de indivíduos 9 28 38 34

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MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA PCH POQUIM

RELATÓRIO FINAL 2011/2012

22

Conforme observado na tabela anterior, na primeira campanha, o ponto PQ-IC-02

apresentou a maior quantidade de indivíduos, com 28 (vinte e oito) exemplares capturados,

enquanto que no PQ-IC-01 foram capturados apenas 09 (nove) indivíduos. O PQ-IC-02

também apresentou a maior diversidade de espécies, com 04 (quatro) espécies distintas.

Já na segunda amostragem, a estação PQ-IC-01 apresentou a maior abundância de

indivíduos, com 38 (trinta e oito) exemplares, enquanto que na PQ-IC-02 foram amostrados

34 (trinta e quatro) indivíduos. A maior riqueza de espécies também foi evidenciada no PQ-

IC-02, correspondendo a 05 (cinco) espécies distintas.

Em relação à primeira campanha, verificou-se um aumento no número de indivíduos,

famílias e espécies. Exemplares das espécies Steindachnerina sp e Chiclasoma sp., foram

encontrados apenas em agosto/2011, enquanto que Astyanax bimaculatus, Astyanax sp.1,

Characidium sp., Cichlasoma facetum e Pimelodella sp. foram capturados apenas em

fevereiro/2012.

As fotos a seguir referem-se a algumas espécies amostradas neste monitoramento.

Foto 6: Hypostomus sp.1 Foto 7: Pimellodela sp.

Foto 8: Astyanax bimaculatus Foto 9: Astyanax sp.

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MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA PCH POQUIM

RELATÓRIO FINAL 2011/2012

23

Foto 10: Characidium sp.

A composição ictiofaunística dos pontos amostrais está representada nos gráficos a

seguir.

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MONITORAMENTO DA

RELATÓRIO

A Gráfico 1: Composiçã o ictiofaunística do ponto

22%

78%

Phalloceros caudimaculatus

Hypostomus sp1

ONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA PCH POQUIM

ELATÓRIO FINAL 2011/2012

B

o ictiofaunística do ponto PQ-IC-01, A refere-se a amostragem de agosto/2011 , e B a de fevereiro/2012

Phalloceros caudimaculatus

Hypostomus sp1

45%

26%

8%

21%

24

, e B a de fevereiro/2012 .

45%Astyanax scabripinnis

Astyanax sp

Phalloceros caudimaculatus

Cichlasoma facetum

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MONITORAMENTO DA

RELATÓRIO

A Gráfico 2 : Composição ictiofaunística do ponto

75%

3%

4%18%

Astyanax scabripinnis

Steindachnerina sp

Phalloceros caudimaculatus

Cichlasoma sp

ONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA PCH POQUIM

ELATÓRIO FINAL 2011/2012

B

: Composição ictiofaunística do ponto PQ-IC-02, A refere- se a amostragem de agosto/2011 e B a de fevereiro/

Astyanax scabripinnis

Steindachnerina sp

Phalloceros caudimaculatus

Cichlasoma sp

17%

65%

3% 3%

25

se a amostragem de agosto/2011 e B a de fevereiro/ 2012.

12%Astyanax bimaculatus

Astyanax sp

Characidium sp

Pimelodella sp.

Hypostomus sp1

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26

5.3 ABUNDÂNCIA

De acordo com Lowe-McConnell (1999), a dominância de Ostariophysi é comum em

rios neotropicais. A superordem Ostariophysi é composta pelas seguintes ordens:

Characiformes, Siluriformes, Gymnotiformes, Cyprinoformes e Gonorynchiformes. Esse fato

foi evidenciado na PCH Poquim, visto que esse grupo correspondeu a 78% e 85% do total

capturado em agosto/2011 e fevereiro/2012, respectivamente. No monitoramento realizado

no período 2010/2011, os Ostariophysi foram dominantes apenas em janeiro/2011,

enquanto que em agosto/2010, os Cyprinodontiformes ocorreram em maior proporção.

Em relação à abundância das ordens, nas duas campanhas realizadas, os

Characiformes foram mais representativos, apresentando 22 (vinte e dois) exemplares

coletados (59% do total amostrado) na primeira amostragem; e 59 (cinquenta e nove)

indivíduos (82% do total) na segunda campanha.

No Gráfico 3, a seguir, é apresentada a abundância das ordens.

Gráfico 3: Abundância relativa das ordens.

Conforme observado no gráfico a seguir, tanto em agosto/2011 como em

fevereiro/2012, a família Characidae foi predominante, apresentando 21 (vinte e um)

indivíduos capturados na primeira campanha e 37 (trinta e sete) exemplares na segunda,

sendo representada, sobretudo, pelo gênero Astyanax.

No monitoramento realizado em 2010/2011, a família Poecilidae foi mais abundante

nas coletas realizadas em agosto/2010, sendo representada pelas espécies Poecilia

0

10

20

30

40

50

60

70

Ago./2011 Fev./2012

nº d

e in

diví

duos

Campanhas

Characiformes

Cyprinodontiformes

Perciformes

Siluriformes

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MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA PCH POQUIM

RELATÓRIO FINAL 2011/2012

27

reticulata e Poecilia vivipara; enquanto que, Characidae predominou em janeiro/2011, sendo

composta apenas pelo gênero Astyanax.

Gráfico 4: Abundância relativa das famílias.

Bennemann e colaboradores (2000) ressaltam que os Characidae apresentam um

grande predomínio de espécies de pequeno porte e/ou capazes de concluir seu ciclo de vida

em ambientes lênticos, com grande flexibilidade de hábitos alimentares e capacidade de

reprodução em diversos habitats.

Em relação à abundância relativa e absoluta de cada uma das espécies capturadas,

os resultados obtidos estão representados na Tabela 4.

21

1

3

5

7

37

22

3

8

1

1

0 10 20 30 40

Characidae

Crenuchidae

Curimatidae

Poeciliidae

Cichlidae

Heptapteridae

Loricariidae

nº de indivíduos

Fev./2012

Ago./2011

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28

Tabela 4: Abundância absoluta e relativa das espéci es amostradas na PCH Poquim.

Espécie nome popular Ago./2011 Fev./2012

Abundância absoluta Abundância Relativa Abundância absoluta Abundância Relativa Astyanax bimaculatus lambari do rabo amarelo - - 6 0,08

Astyanax scabripinnis lambari 21 0,57 17 0,24

Astyanax sp. lambari - - 14 0,19

Characidium sp. canivete - - 22 0,32

Cichlasoma sp cará 3 0,08 - -

Cichlasoma facetum cará - - 8 0,11

Hypostomus sp1 cascudinho 1 0,03 1 0,01

Phalloceros caudimaculatus guaru 7 0,19 3 0,04

Pimelodella sp. mandi - - 1 0,01

Steindachnerina sp saguiru 5 0,13 - - Total 37 1 72 1

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29

Conforme observado na tabela anterior, em agosto/2011, a espécie mais abundante

foi Astyanax scabripinnis com 21 (vinte e um) indivíduos, perfazendo 57,0% dos exemplares

capturados; seguida por Phalloceros caudimaculatus que apresentou apenas 07 (sete)

espécimes amostrados.

Já em fevereiro/2012, Characidium sp. foi a espécie mais representativa, com 22

(vinte e dois) exemplares capturados, correspondendo a 30,5% do total amostrado; seguido

por Astyanax scabripinnis e Astyanax sp. que apresentaram 17 (dezessete) e 14 (quatoreze)

indivíduos coletados, respectivamente.

O gráfico a seguir apresenta a abundância absoluta das espécies.

Gráfico 5: Abundância das espécies encontradas.

No monitoramento efetuado em 2010/2011, a espécie Poecilia vivipara e Geophagus

brasiliensis apresentaram a maior abundância em agosto/2010 e janeiro/2011,

respectivamente.

Em relação à abundância absoluta, verificou-se que, em agosto/2011, o ponto PQ-

IC-02 foi o mais abundante, apresentando 28 (vinte e oito) indivíduos capturados, enquanto

que no PQ-IC-01 foram coletados apenas 09 (nove) espécimes. Já em fevereiro/2012, a

maior abundância foi evidenciada na estação PQ-IC-01 com 38 (trinta e oito) exemplares,

enquanto que na PQ-IC-02 foram amostrados 34 (trinta e quatro) indivíduos.

21

3

1

7

5

6

17

14

22

8

1

3

1

0 5 10 15 20 25

Astyanax bimaculatus

Astyanax scabripinnis

Astyanax sp.

Characidium sp.

Cichlasoma sp

Cichlasoma facetum

Hypostomus sp1

Phalloceros caudimaculatus

Pimelodella sp.

Steindachnerina sp

nº de indivíduos

Fev./2012 Ago./2011

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No Gráfico 6, a seguir, é apresentada a abundância relativa de cada um dos pontos

de amostragem.

Gráfico 6: Abundância absoluta dos pontos de amostr agem.

Analisando a abundância das espécies por ponto, verificou-se que Astyanax

scabripinnis foi mais representativa no PQ-IC-02, em agosto/2011, e no PQ-IC-01 em

fevereiro/2012; enquanto que Phalloceros caudimaculatus e Characidium sp. apresentaram-

se em maior proporção no PQ-IC-01 e no PQ-IC-02, na primeira amostragem e na segunda

amostragem, respectivamente.

5.4 DIVERSIDADE E EQUITABILIDADE

O índice de Shannon assume que os indivíduos foram amostrados ao acaso e que

todas as espécies estão representadas na amostra (MAGURRAN, 1988). Como exposto na

metodologia, a análise leva em conta dois fatores, a riqueza absoluta de espécies e suas

abundâncias relativas ou a equitabilidade. Desta forma, quanto mais equitativa a distribuição

do número de indivíduos por espécie, maior a diversidade. Por outro lado, quanto menos

equitativa, menor o índice, o que pode indicar uma condição de estresse ou alteração

ambiental a partir da condição original (ODUM, 1985).

Na Tabela 5, a seguir, são apresentados os resultados obtidos em cada ponto

monitorado.

9

28

38

34

0

5

10

15

20

25

30

35

40

PQ-IC-01 PQ-IC-02

nº d

e in

diví

duos

Ago./2011 Fev./2012

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31

Tabela 5: Índice de diversidade de Shannon (H’) e i ndice de equitabilidade (E) para os locais de coleta.

Parâmetros Ago./2011 Fev./2012

PQ-IC-01 PQ-IC-02 PQ-IC-01 PQ-IC-02 H’ 0,23 0,331 0,538 0,455 E 0,764 0,549 0,894 0,651

De acordo com os resultados apresentados, verificou-se que, a maior diversidade de

espécies em foi observada para o ponto PQ-IC-02, em agosto/2011, e para o PQ-IC-01, em

fevereiro/2012. Por outro lado, em ambas as campanhas, a estação PQ-IC-01 mostrou uma

distribuição mais equitativa. Os resultados para o índice de diversidade encontrados na área

de estudo demonstram a ocorrência de ambientes com qualidade ambiental bastante

alterada.

É importante ressaltar que o baixo número de indivíduos coletados pode alterar os

valores dos índices de diversidade e equitabilidade, não apresentando dados reais sobre a

população local, uma vez que a presença ou ausência de um único indivíduo pode afetar os

índices analisados.

5.5 SIMILARIDADE

De acordo com o índice de similaridade, foram obtidos os seguintes resultados:

Tabela 6: Índice de similaridade dos pontos de amos tragem.

Ago./2011 Fev./2012

PQ-IC-01 PQ-IC-02 PQ-IC-01 PQ-IC-02 PQ-IC-01 * 0,33 * 0,22

Em relação ao índice de similaridade, nas duas amostragens realizadas, os

resultados obtidos foram considerados baixo, uma vez que, tanto em agosto/2011 como em

fevereiro/2012, apenas uma espécie foi comum aos dois pontos monitorados.

5.6 RIQUEZA DE ESPÉCIES

Através do cálculo da riqueza de espécies, proposto por Odum (1985), verificou-se

que, em ambas as campanhas, o ponto de maior riqueza foi o PQ-IC-02, conforme

observado na Tabela 07.

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32

Tabela 7: Número de espécies (S), abundância (N) e riqueza de espécies (D) dos pontos analisados

PONTOS Ago./2011 Fev./2012

S N D S N D

PQ-IC-01 2 9 1,05 4 38 1,91

PQ-IC-02 4 28 2,07 5 34 2,61

5.7 BIOMETRIA

Os resultados referentes ao comprimento máximo e mínimo das espécies

amostradas estão descritas na Tabela 8, a seguir.

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RELATÓRIO FINAL 2011/2012

33

Tabela 8: Comprimento corporal padrão máximo, mínim o, médio e desvio padrão.

Espécie Nome popular Ago./2011 Fev./2012

CP Máx. CP Mín. CP Médio Desvio Padrão CP Máx. CP Mín. CP Médio Desvio Padrão

Astyanax bimaculatus lambari do rabo amarelo - - - - 57 47 53,33 7,07

Astyanax scabripinnis lambari 37 15 23,62 15,56 14 11 12,47 2,12

Astyanax sp. lambari - - - - 45 16 26,36 20,51

Characidium sp. canivete - - - - 40 27 35,59 9,19

Cichlasoma sp cará 59 39 53,2 14,14 - - - -

Cichlasoma facetum cará - - - - 112 52 70,87 42,43

Hypostomus sp1 cascudo 46 35 41 7,78 38 38 - -

Phalloceros caudimaculatus guaru 18 13 15,67 3,53 22 13 19 6,36

Pimelodella sp. mandi - - - - 62 62 - -

Steindachnerina sp saguiru 109 109 - - - - - -

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RELATÓRIO FINAL 2011/2012

34

Conforme observado na tabela anterior, em agosto/2011, o indivíduo com maior

comprimento corporal coletado foi um espécime de Steindachnerina sp. com 109 mm de CP

padrão. Já um indivíduo de Phalloceros caudimaculatus foi o menor espécime amostrado,

apresentando um comprimento corporal correspondente a 13 mm.

Em fevereiro/2012, Cichlasoma facetum apresentou o maior comprimento padrão,

correspondendo a 112 mm, seguido por Pimelodella sp. com 62 mm. Já para um exemplar

da espécie Astyanax scabripinnis foi evidenciado o menor CP amostrado, com apenas 11

mm.

Considerando o comprimento padrão médio, na primeira amostragem, a espécie

Cichlosoma sp. apresentou o maior comprimento padrão médio (53,2 mm), enquanto que

em Phalloceros caudimaculatus foi evidenciado a menor média, com 15,67 mm. Já na

segunda amostragem, Cichlasoma facetum apresentou o maior comprimento padrão médio

(70,87 mm), enquanto que em Astyanax scabripinnis foi evidenciado a menor média,

correspondendo a 12,47 mm.

No gráfico a seguir, está representado o comprimento padrão médio das espécies

amostradas.

Gráfico 7: Comprimento padrão médio das espécies am ostradas.

Durante o monitoramento realizado em 2011/2012, foi coletado um total de 289,3

gramas de material ictiológico na PCH Poquim, sendo 98,1 gramas em agosto/2011 e 191,2

gramas em fevereiro/2012.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Ast

yana

x bi

mac

ulat

us

Ast

yana

x sc

abrip

inni

s

Ast

yana

x sp

.

Cha

raci

dium

sp.

Cic

hlas

oma

sp

Cic

hlas

oma

face

tum

Hyp

osto

mus

sp1

Pha

lloce

ros

caud

imac

ulat

us

CP

méd

io (

mm

)

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MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA PCH POQUIM

RELATÓRIO FINAL 2011/2012

35

Na primeira amostragem, a maior biomassa total coletada foi evidenciada para

Cichlasoma sp, com 43,0 gramas. Já Astyanax scabripinnis foi a espécie com menor

biomassa total coletada, correspondendo a apenas 0,1 gramas.

Já na segunda campanha, Cichlasoma facetum apresentou a maior biomassa total

capturada, correspondendo a 129,0 gramas, seguida por Astyanax bimaculatus com 31,0

gramas. Por outro lado, a menor biomassa total foi obtida para Hypostomus sp., com 1,0

gramas, sendo que para essa espécie foi coletado apenas um exemplar.

Os resultados referentes a biomassa total, máxima e mínima, bem como a média e o

desvio padrão são apresentados na Tabela 9, a seguir.

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Tabela 9: Biomassa corporal total, máxima, mínima, média e desvio padrão das espécies capturadas.

Espécie Nome popular Ago./2011 Fev./2012

Bio total Bio. Máx. Bio. Mín. Bio Méd. Desvio Padrão Bio total Bio. Máx. Bio. Mín. Bio Méd. Desvio Padrão Astyanax bimaculatus lambari do rabo amarelo - - - - - 31 6 3 5,17 2,12

Astyanax scabripinnis lambari 9,1 2 0,1 0,43 1,34 7,8 1 0,1 0,46 0,64

Astyanax sp. lambari - - - - - 8,3 2 0,1 0,59 1,34

Characidium sp. canivete - - - - - 10,7 0,7 0,2 0,49 0,35

Cichlasoma sp cará 43 11 3 8,6 5,66 - - - - -

Cichlasoma facetum cará - - - - - 129 52 6 16,12 32,53

Hypostomus sp1 cascudinho 10 2 1 1,43 0,71 1 1 1 - -

Phalloceros caudimaculatus guaru 2 1 1 1 0 1,4 1 0,2 0,47 0,57

Pimelodella sp. mandi - - - - - 2 2 2 - -

Steindachnerina sp saguiru 36 36 36 - - - - - - -

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37

Em relação à média da biomassa corporal, em agosto/2011, a espécie Cichlasoma

sp apresentou a maior biomassa capturada (8,6 g), enquanto que em Astyanax scabripinnis

foi evidenciada a menor média, com apenas 0,43 gramas. Já em fevereiro/2012, Cichlasoma

facetum apresentou a maior biomassa capturada (16,12 g), enquanto que em Astyanax

scabripinnis foi evidenciada a menor média, com apenas 0,46 gramas.

No gráfico a seguir, está representada a biomassa corporal média das espécies

amostradas.

Gráfico 8: Biomassa corporal média das espécies amo stradas .

Diante dos dados apresentados, verificou-se que a população íctia local apresenta

baixíssima populosidade, sendo que as espécies capturadas, tanto em agosto/2011 como

em fevereiro/2012, possuem tamanho e biomassa reduzida. Resultados similares foram

obtidos no monitoramento realizado em 2010/2011.

5.8 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE REPRODUTIVA

Com relação à atividade reprodutiva, é importante ressaltar que os indivíduos

mantidos inteiros não foram considerados. Os indivíduos inteiros são aqueles conservados

como indivíduos-testemunho. A escolha da quantidade dos mesmos foi relacionada com a

tentativa de se retratar da melhor forma as possíveis alterações morfológicas e do estágio

de desenvolvimento existentes dentro de uma mesma espécie.

02468

1012141618

Ast

yana

x bi

mac

ulat

us

Ast

yana

x sc

abrip

inni

s

Ast

yana

x sp

.

Cha

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sp.

Cic

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Cic

hlas

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Bio

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(g)

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38

Em ambas as campanhas, não foi possível realizar a avaliação da atividade

reprodutiva dos indivíduos amostrados, visto que todos exemplares capturados

encontravam-se em estágio de deterioração bastante avançado, impossibilitando a

determinação do sexo e avaliação dos estágios de desenvolvimento gonadal.

Esse fato ocorreu em função da quantidade de espécimes de hábitos alimentares

detritívoros capturados e que, em virtude do tempo que permanecem na rede de espera,

apresentaram conteúdo deteriorado.

5.9 ÍNDICE GONADOSSOMÁTICO

Conforme mencionado anteriormente, tanto em agosto/2011 como em

fevereiro/2012, todos os indivíduos capturados apresentaram conteúdo bastante

deteriorado, impossibilitando a avaliação do índice gonadossomático de todos os indivíduos

capturados.

5.10 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ALIMENTAR

Os estudos referentes ao hábito alimentar de peixes, é de extrema importância,

principalmente para a conservação em ambiente natural. A questão fundamental diz respeito

à flexibilidade observada na dieta de muitas espécies. Devido principalmente a este fato, o

estudo dos itens alimentares encontrados no conteúdo estomacal de diferentes espécies da

ictiofauna, tem se tornado freqüente e de fundamental importância para conservação de

diferentes espécies (FELIPE et al., 2007).

De acordo com diversos autores os peixes podem ocupar vários níveis tróficos

dentro de um ecossistema, entretanto, a classificação dos mesmos em categorias tróficas

definidas, tem sido dificultada em função da enorme variedade de espécies conhecidas,

além do amplo espectro de itens alimentares ingeridos pelas mesmas.

Na área de influência da PCH Poquim, em ambas as campanhas, todos os

indivíduos capturados apresentaram o conteúdo deteriorado, impossibilitando a análise do

conteúdo estomacal destes exemplares.

5.11 ÍNDICE PONDRAL DE DOMINÂNCIA (IP)

Quanto ao índice de importância ponderal, os resultados evidenciados em cada uma

das espécies amostradas estão descritos a seguir na Tabela 10.

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Tabela 10: Índice de importância ponderal para indi víduos capturados. As espécies em destaque são consideradas importantes (IP> 1%).

Agosto/2011 Espécie Nome popular N Bio IP

Astyanax scabripinnis lambari 21 9,1 36,88 Steindachnerina sp saguiru 1 36 6,95

Phalloceros caudimaculatus guaru 3 2 1,16

Cichlasoma sp cará 5 43 41,5 Hypostomus sp1 cascudinho 7 10 13,51

Fevereiro/2012 Espécie Nome popular N Bio IP

Astyanax bimaculatus lambari do rabo amarelo 6 31 10,88 Astyanax scabripinnis lambari 17 7,8 7,76

Astyanax sp. lambari 14 8,3 6,8

Characidium sp. canivete 22 10,7 13,77 Cichlasoma facetum cará 8 129 60,37

Hypostomus sp1 cascudinho 1 1 0,06

Phalloceros caudimaculatus guaru 3 1,4 0,24

Pimelodella sp. mandi 1 2 0,12

Em agosto/2011, todas as 05 (cinco) espécies capturadas na PCH Poquim

apresentaram importância ponderal (> 1%). Cichlasoma sp. apresentou a maior IP,

correspondendo a 41,5%, seguido por Astyanax scabripinnis com 36,88%.

Já em fevereiro/2012, das 08 (oito) espécies amostradas 05 (cinco) apresentaram

importância ponderal, sendo o maior valor observado para Cichlasoma facetum

correspondendo a 60,37%, seguido por Characidium sp. e Astyanax bimaculatus que

apresentaram 13,77% e 10,88%, respectivamente.

5.12 ANÁLISE DE OVOS E LARVAS

O material para análise de ovos e larvas foi coletado em todas as estações de

amostragem. No entanto, em ambas as campanhas, em nenhuma das amostras foram

encontrados ovos e/ou larvas de peixes, sendo detectada apenas a presença de insetos

e/ou larvas de insetos.

Na época da estiagem, mesmo em reservatórios, a reprodução tende a zero, uma

vez que a esta época não abrange o período de desova da maioria das espécies de peixes

de água doce (VAZZOLER, 1996).

Como as amostragens foram realizadas durante o dia, recomenda-se que, para os

próximos monitoramentos, as amostragens sejam realizadas ao entardecer e durante os

períodos com picos de chuvas. Recomenda-se que as coletas sejam realizadas em períodos

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40

pré-definidos, como no início do período chuvoso e ao final do período reprodutivo, e não

com intervalos pré-fixados de seis meses. Acredita-se que dessa forma, ovos e/ou larvas

serão capturados e contribuirão para o conhecimento do ictioplâncton do local.

5.13 PESCA PROFISSIONAL

O Art. 26 do Código Nacional de Pesca diz que "Pescador profissional é aquele que

matriculado na repartição competente (SEAP) segundo as leis e regulamentos em vigor faz

da pesca sua profissão ou meio principal de vida”.

Para levantamento da pesca profissional, foram entrevistados pescadores na Área

de Influência Direta (AID) do empreendimento. As coletas dos dados foram realizadas de

maneira a contemplar as informações das comunidades de pesca ao longo de todo o trecho

de estudo que estivessem na Área de Influência Direta do empreendimento.

Para a PCH Poquim, durante as vistorias realizadas, não foi constatada a presença

de pescadores em nenhuma das estações de amostragem. Em ambas as campanhas, no

ponto PQ-IC-01 foi observada a ocorrência de resquícios de pesca, sobretudo de anzóis,

linhas e varas.

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6 DISCUSSÃO

A transformação do ambiente lótico em lêntico é o primeiro impacto observado na

construção de empreendimentos hidrelétricos ou de qualquer barramento de um rio. A

hidrologia local é severamente alterada, significando que as condições químicas e físicas da

água são modificadas (alteração limnológica) e, com isso há formação de um novo

ambiente, com novos habitats e à perda de outros.

O principal objetivo do presente estudo foi realizar um levantamento e um

monitoramento da composição ictiofaunística, além de avaliar possíveis impactos ambientais

causados as populações de peixes na represa, na área de influência da PCH Poquim.

Durante o monitoramento realizado em 2011/2012, foram capturados 109 (cento e

nove) indivíduos na PCH Poquim, pertencentes a 04 (quatro) ordens (Characiformes,

Cyprinodontiformes, Siluriformes e Perciformes), e distribuídos em 07 (sete) famílias e 10

(dez) espécies distintas.

Em agosto/2011, foram amostrados apenas 37 (trinta e sete) indivíduos, distribuídos

em 05 (cinco) famílias e 05 (cinco) espécies distintas. Já em fevereiro/2012, foram

capturados 72 (setenta e dois) exemplares, distribuídos em 06 (seis) famílias e 08 (oito)

espécies.

O baixo número de indivíduos capturados pode se associar às próprias

características da região (trecho alto, curso d’água de pequeno porte) como também às

modificações causadas no ambiente, principalmente em função de uso e ocupação do solo

no entorno.

Comparando-se os resultados obtidos neste monitoramento, com aqueles

encontrados em 2009/2010 e em 2010/2011, foram observados os resultados apresentados

na Tabela 11.

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42

Tabela 11: Composição ictiofaunística da PCH Poquim ORDEM FAMÍLIA ESPÉCIE Nome comum 2009/20101 2010/20112 2011/2012

CHARACIFORMES

Characidae

Astyanax bimaculatus lambari-do-rabo-amarelo X X X Astyanax scabripinnis lambari

X

Astyanax sp. lambari X

X Astyanax sp.1 lambari

X

Astyanax sp.3 lambari

X Curimatidae Steindachnerina sp.1 saguiru

X

Crenuchidae Characidium sp. canivete X

X

Characidium sp.1 canivete

X

Erythrinidae Cyphocharax gilbert saguiru X

Hoplias cf. lacerdae traírão

X Hoplias malabaricus traíra X X

PERCIFORMES Cichlidae

Geophagus cf. altifrons cará

X Cichlasoma sp. cará

X

Cichlasoma facetum cará

X Geophagus brasiliensis acará X X

SILURIFORMES

Heptapteridae Rhamdia quelen bagre X

Pimelodella sp. mandi

X Pimelodidae Pimelodella sp. bagrinho X

Trichomycteridae Trichomicterus sp.1 bagrinho X

Loricariidae

Neoplecostomus sp. cascudinho

X Neoplecostomus aff. brasiliensis cambeva X

Hypostomus luetkeni casudo X

Hypostomus sp.1 cascudo

X

Hypostomus affins cascudo X X

CYPRINODONTIFORMES Poeciliidae Poecilia reticulata guppy

X

Phalloceros caudimaculatus guaru

X Poecilia vivipara guarú

X

Nº de espécies 12 13 10

1 Monitoramento realizado pela Empresas PRB Ambiental Consultoria e Projetos no período 2009/2010. 2 Monitoramento realizado pela Empresas Água e Terra Planejamento Ambiental Ltda no período 2010/2011.

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43

Em 2009/2010, foram capturados 59 (cinquenta e nove) indivíduos, distribuídos em

12 (doze) espécies distintas, enquanto que, em 2010/2011, foram amostrados 58 (cinqüenta

e oito) exemplares, pertencentes a 12 (doze) espécies. Já no período 2011/2012 foram

coletados 109 (cento e nove) espécimes, distribuídos em 10 (dez) espécies distintas.

Para a PCH Poquim, acredita-se que as alterações na composição ictiofaunística

tenham ocorrido quando de sua implantação. Para as variações observadas na composição

ictiofaunística, atualmente, supõe-se que estas estejam relacionadas com as atividades

desenvolvidas na bacia de drenagem e não com as atividades do empreendimento.

Foram capturadas indivíduos migradores, como é o caso das espécies Hypostomus

sp.1, Characidium sp. e Cichlasoma sp. A captura desses exemplares provavelmente está

relacionada ao grau de preservação observada no ponto PQ-IC-02 e o tamanho do

reservatório (PQ-IC-01) que não abriga grandes predadores. Estas localidades podem estar

sendo utilizadas como “berçário” para algumas das espécies de peixes da Bacia como um

todo.

Segundo Lowe-McConnell (1999), a dominância de Ostariophysi, principalmente de

Characiformes e Siluriformes, é comum em rios neotropicais. Este fato foi observado na

PCH Poquim, visto que esse grupo correspondeu a 78% e 85% do total capturado na

primeira e na segunda amostragem, respectivamente.

Para a abundância das ordens, verificou-se que, em ambas as campanhas, os

Characiformes foram mais representativos, correspondendo a 59% do total capturado em

agosto/2011, e a 82% do total coletado em fevereiro/2012.

O percentual de Characiformes e Siluriformes em relação ao número total de

espécies encontradas reflete um padrão geral característico dos rios da América do Sul

(LOWE-MCCONNELL, 1987), corroborando com os resultados obtidos na PCH Poquim.

Em relação à abundância das famílias, verificou-se o predomínio de indivíduos

pertencentes a família Characidae nas duas campanhas realizadas, sendo representada por

exemplares do gênero Astyanax.

Tanto em agosto/2011 como em fevereiro/2012, os peixes capturados apresentaram

exclusivamente um pequeno porte. Segundo Castro (1999), o número e a composição das

espécies variam muito de acordo com o porte e porção do riacho, da região ou bacia. Já

para Vazzoler (1996) incluem-se na categoria "pequeno porte" aquelas espécies com

comprimento total máximo menor que 200 mm, "médio porte" aquelas entre 200 e 400 mm,

e "grande porte" aquelas maiores que 400 mm. Entretanto, não há consenso quanto ao

limite de tamanho de um peixe de pequeno porte, pois Castro (1999) atribui o comprimento

igual ou inferior a 150 mm como limite máximo.

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44

Nas duas amostragens realizadas não foi possível realizar a identificação do estágio

de desenvolvimento gonadal, sexagem, índice gonadassomático e da dieta alimentar, visto

que os indivíduos coletados apresentaram conteúdo bastante deteriorado, fato relacionado

com a quantidade de espécimes de hábitos alimentares detritívoros capturados e com o

tempo que permanecem na rede de espera.

Já para a atividade de pesca, em ambas as campanhas, foi observada presença

apenas de resquícios de pesca no ponto PQ-IC-01. É importante ressaltar que, o porte deste

curso d’água limita a ocorrência de espécies de maior porte e mais apreciadas pela pesca,

de modo que não há um atrativo na região para a realização de pesca profissional ou

mesmo a amadora.

A resiliência das espécies para área de TVR ocorre, provavelmente, porque nessa

região as características de heterogeneidade de habitat se apresentam propícios para

colonização destas espécies (vegetação marginal abundante, poções, fundos com muita

pedra e areia).

Em relação a transposição (STP’s), de acordo com os resultados obtidos, não seria

necessário a implementação desse tipo de sistema na PCH Poquim, visto que as espécies

consideradas migradoras (cascudos e acará) são comumente encontradas na região e na

bacia do rio Doce. Deve-se destacar também que o volume de água encontrado não

propiciaria a migração de peixes de maior porte, a não ser que houvesse aumento da

liberação de água pela PCH, o que necessitaria de um projeto de engenharia mais

específico.

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45

7 PARECER SOBRE A NECESSIDADE DE MECANISMO DE TRANS POSIÇÃO

DE PEIXES

7.1 INTRODUÇÃO

A matriz energética brasileira é predominantemente hidrelétrica. A despeito dos

avanços na produção de energia elétrica por fontes alternativas, elas não possuem escala

para atender as crescentes necessidades do país, tornando imprescindível a implantação de

novos empreendimentos hidrelétricos a curto e médio prazo (Carneiro-Junho 2008).

Apesar de seus incontestáveis benefícios energéticos a que os aproveitamentos

hidrelétricos estão associados, associam-se também impactos ambientais com destaque

para, a interferência nas populações de peixes, especialmente de espécies migratórias. Este

fato assume importância ainda maior quando se leva em conta a alta diversidade de

espécies de peixes nos rios brasileiros, e que os peixes migradores são componentes

importantes da economia e cultura da pesca de subsistência das populações humanas e da

água doce Neotropical (Carolsfeld & Harvey, 2003).

A implantação de barragens em rios pode causar a interrupção das rotas migratórias

destes peixes, e atualmente os sistemas para transposição de peixes constituem solução

clássica na tentativa de restaurar a conectividade longitudinal entre sítios de alimentação e

desova em rios.

Atualmente os reservatórios constituem parte da paisagem na maioria das bacias do

Brasil, resultado da opção de escolha do país por tal matriz energética. Para rios menores

com quedas de pequeno ou médio porte, as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) são as

melhores opções de geração de energia, uma vez que, além do custo mais acessível, têm

menor prazo de implementação e legislação mais acessível.

Usinas Hidrelétricas (UHEs) e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) alteram o

fluxo original do rio bloqueando a migração da ictiofauna. Como consequência importante

disso, a redução da diversidade de peixes (Agostinho et al., 2003; Mérona et al., 1999) e até

mesmo a extinção local (Godinho & Godinho, 1994), principalmente das espécies

migratórias. Dentre as estratégias empregadas para atenuar os efeitos do bloqueio exercido

por barramentos na migração dos peixes, está a construção de Mecanismos de

Transposição de Peixes (MTPs) ou Sistemas de Transposição de Peixes (STPs), estruturas

hidráulicas que têm como objetivo principal permitir à subida e/ou descida dos peixes.

Algumas vezes, estes sistemas, ao invés de ajudar, são ineficientes à subida dos peixes,

pois, se os peixes não reconhecem prontamente a entrada da escada, podem permanecer

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em suas imediações por tempo prolongado, atrasando a migração e comprometendo a

desova, ou mesmo jamais acessá-la. A construção de passagens para peixes tem sido uma

das estratégias adotadas pelo setor elétrico como forma de diminuir os efeitos de

barramentos sobre as comunidades de peixes.

7.2 MIGRAÇÃO

Migrações são observadas nos mais diferentes grupos animais (Dingle, 1996), sendo

realizadas também por peixes de diferentes espécies. Constituindo, em geral, uma

estratégia para escapar das restrições do sítio de reprodução quanto à disponibilidade de

alimentos, frequentemente conduzindo a aumento de crescimento, fecundidade,

sobrevivência e produção (Northcote, 1978).

A migração, definida por Northcote (1978), é o deslocamento entre dois ou mais

sítios disjuntos, com eventual retorno ao sítio original, que ocorre com periodicidade regular

e que envolve a maior parte da população das espécies de peixes.

O padrão básico de adultos inclui o deslocamento entre dois sítios principais, o de

alimentação e o de reprodução. A direção da migração depende das condições locais e

pode ser descendente, ou seja, para jusante (rio abaixo) ou ascendente, ou seja, para

montante (rio acima).

Neste complexo padrão de migração, os peixes migradores brasileiros migram (ou se

dispersam) ao longo dos rios durante todos os estágios de suas vidas, ou seja, ovos, larvas,

alevinos e adultos. Ovos e larvas movem-se somente para jusante, em migrações passivas,

e em algum ponto os jovens migra rio acima. Os jovens, possivelmente, também migram rio

abaixo. A migração rio acima por adultos é o movimento pré-desova mais comum já

encontrado entre os peixes brasileiros.

Com relação aos efeitos diretos a montante de barragens, segundo Lariner (2001), a

formação de reservatórios pode afetar de forma dramática o habitat de espécies migradoras,

pela transformação de ambientes lóticos, ou seja, de água corrente, em ambientes lênticos,

com águas em baixas velocidades. Assim, independente das questões associadas à livre

passagem de peixes pela barragem, espécies que desovam em águas correntes podem ser

eliminadas, devido à perda de áreas de desova por alagamento.

Aspectos também relevantes é a significativa redução das chances de ovos e larvas

provenientes da eventual desova a montante alcançarem os sítios de alimentação a jusante

e, em consequência, de completarem seu ciclo de vida, devido o aumento da exposição à

predação por outros peixes e pássaros, ou mesmo da deposição no substrato do

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RELATÓRIO FINAL 2011/2012

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reservatório, pela redução da velocidade do escoamento e pelo aumento da transparência

das águas (Agostinho et al., 2007).

Quirós (1988) conclui que a construção de barragens na parte superior de rios da

América Latina pode ter levado ao desaparecimento de estoques de peixes migradores nos

reservatórios e nos trechos de rio a montante daquelas estruturas. E que o mesmo ocorreu

em trechos de rio onde várias barragens foram construídas em série. Além disso, a

construção de barragens pode provocar, também, uma acentuada queda da produção

pesqueira. Principalmente pela substituição de espécies de piracema por espécies por

espécies de baixo valor comercial (Godinho, 1993). Essa modificação leva à alteração

acentuada nas condições socioeconômicas dos pescadores (Sato & Osório, 1998), e nas

atividades comerciais relacionadas à pesca.

Segundo Sato et al. (2003), os principais impactos sobre os peixes a jusante de

reservatórios parecem ocorrer em seu processo reprodutivo. Espécies que dependem de

cheias e de condições de temperatura específicas como gatilho para desova são as mais

afetadas, devido ás alterações introduzidas pelos reservatórios nos regimes hidrológicos,

com a atenuação e retardamento das cheias, e nas temperaturas da água. Diversos

impactos sobre populações de peixes a jusante de reservatórios são apresentados, dentre

os quais, a interrupção do processo migratório, a inibição da reprodução, o aumento da

vulnerabilidade à predação, a interferência nas áreas de alimentação e recrutamento de

filhotes, e a modificação na composição da ictiofauna.

A concentração de peixes a jusante de barragens, incluindo indivíduos desorientados

por escoamentos turbulentos dos vertedouros ou pela passagem pelas turbinas, quando

proveniente do reservatório, aumenta sua exposição à vulnerabilidade à predação por outros

peixes e pássaros.

7.3 TRANSPOSIÇÃO

Os sistemas de transposição de peixes em barramentos de rios constituem solução

clássica para mitigação de impactos sobre espécies de peixes migradoras, do ponto de vista

da conservação da ictiofauna, porque possibilitam a restauração da conectividade

longitudinal entre os sítios de alimentação e reprodução, nas migrações ascendentes,

complementados pela passagem por turbinas, vertedouros e sistemas de contorno a partir

do reservatório, que permitem a restauração daquela conectividade nas migrações

descendentes.

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MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA PCH POQUIM

RELATÓRIO FINAL 2011/2012

48

Sucessos na recuperação de estoques de espécies migradores em rios com

barramentos têm sido obtidos com a implantação desses sistemas de transposição para

montante, conforme Moffit et al. (1982), Moring (1993) & Clay (1995).

Os sistemas de transposição de peixes podem ser agrupados, de acordo com Clay

(1995), em três categorias gerais: Eclusas, elevadores e escadas.

• Eclusas de peixes

Eclusas são sistemas que possuem uma câmara, na qual os peixes entram ao nível

da água a jusante, que se enche, periodicamente. Quando o nível de água do seu interior

atinge o nível do reservatório, os peixes podem vencer o desnível da barragem e prosseguir

para montante. As eclusas do tipo Borland são de uso mais disseminado principalmente na

Europa, suas principais desvantagens é a sua capacidade seletiva para determinadas

espécies de peixes migradores, principalmente as de grande porte.

• Elevadores de peixes

Elevadores de peixes são sistemas mecânicos que transportem os peixes de forma

passiva, através da utilização de compartimentos estanques. Os elevadores mais comuns

são aqueles em que os peixes numa caçamba içada por cabo (captura e transporte aéreo) e

liberados diretamente sobre um canal ao nível de reservatório e aqueles em que os peixes

são transportados por caminhões (captura e transporte terrestre). Por captura entende-se a

utilização de um escoamento de atração dos peixes ao interior de um canal onde serão

capturados de forma eficiente e cuidadosa.

As principais vantagens dos elevadores sobre as eclusas são a maior eficiência,

devido à maior capacidade de transposição de peixes por ciclo, e à pronta liberação dos

peixes no reservatório.

• Escadas de peixes

As escadas de peixes, de acordo com Kamula (2001), do ponto de vista biológico,

são estruturas que permitem aos peixes vencerem os obstáculos em seus deslocamentos

migratórios enquanto que do ponto de vista hidráulico, são estrutura de dissipação de

energia. As escadas de peixes do tipo ranhura vertical são constituídas de uma série de

tanques em desníveis, que são separados por defletores localizados junto a uma das

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paredes do canal ou mesmo às duas, que possuem uma abertura ou ranhura ao longo de

toda a vertical. O escoamento ocorre através da ranhura e é direcionado para o interior do

tanque, e sua energia é dissipada através da circulação em torno de um ou dois eixo(s)

vertical(is), perpendicular(es) ao fundo do canal. O padrão de escoamento e a consequente

distribuição de velocidades e dissipação de energia praticamente independente da lâmina d

água no interior dos tanques. Os peixes podem fazer a travessia dos defletores ao longo de

toda a lâmina d água, na profundidade de sua preferência.

Apesar dessa discussão, é evidente a importância do conhecimento das

características dos diversos sistemas de transposição de peixes, tanto nos aspectos de

engenharia quanto biológico, particularmente para espécies de peixes neotropicais, para

aqueles casos, cada vez mais freqüentes, em que sua implantação for necessária, seja por

motivos de conservação e manejo, seja por exigências legais.

Outro aspecto a considerar é o comportamento reofílico dos peixes, ou seja, a

orientação e o movimento contra o escoamento (Pavlov, 1989), mais acentuado em algumas

espécies migradoras, que leva indivíduos a se concentrarem junto aos tubos de sucção das

turbinas e à região de restituição do escoamento de vertedouros em aproveitamentos

hidrelétricos.

Em decorrência desse comportamento reofílico, algumas operações e de

manutenção de reversão do modo de operação das turbinas podem ocasionar,

eventualmente, mortalidade de peixes. Isso também pode ocorrer naqueles aproveitamentos

cuja região de restituição do escoamento vertido não possui água na maior parte do ano,

ocasionando o aprisionamento de indivíduos em poços ali formados, após a operação de

fechamento das comportas dos vertedouros. Estes aspectos, dificilmente encontrados na

literatura, podem ocasionar impactos sobre populações de peixes a jusante, dependendo da

sua magnitude.

De acordo com Kamula (2001), do ponto de vista biológico, as escadas de peixes

são estruturas que permitem aos peixes vencerem os obstáculos em seus deslocamentos

migratórios, enquanto que do ponto de vista hidráulico, são estruturas dissipadoras de

energia.

Estudos de monitoramento e avaliação de aspectos de ictiofauna foram realizados,

infelizmente, apenas para um pequeno número de escadas de peixes dentre as construídas

no país (Godinho et al., 1991, Agostinho et al., 2002). Com base nos resultados desses

poucos estudos, existe certa controvérsia com relação aos efeitos da implantação de

sistemas para transposição de peixes sobre populações de espécies migradoras

neotropicais (Pelicice & Agostinho, 2008; Godinho & Kynard, 2007).

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RELATÓRIO FINAL 2011/2012

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O canal de entrada é, provavelmente, a parte mais importante dos sistemas de

transposição. Caso a sua localização seja definida de forma inadequada e não seja

encontrado facilmente pelos peixes, pode conduzir a operação ineficiente do sistema de

transposição, por causar atraso na sua entrada na escada, ou mesmo impossibilitar sua

migração para montante (Clay, 1995; Von Gunten et al., 1956), ainda que o restante do

sistema, como um todo, esteja tecnicamente correto e funcione adequadamente.

O canal de entrada é equipado, geralmente, com uma comporta, junto ao Canal de

Fuga, que tem como objetivo criar um jato capaz de atrair os peixes para seu interior, onde

deverão encontrar condições de escoamento com velocidades suficientes para fazê-los

prosseguir em direção à escada.

Para imposição de velocidades de escoamento na entrada do canal superiores à do

escoamento do canal de fuga, em toda faixa de variação de níveis d água para as quais o

sistema deve funcionar, geralmente são utilizadas comportas na extremidade jusante do

canal de entrada.

Sistemas de transposição de peixes podem fornecer, para indivíduos de diferentes

espécies, um caminho seguro para o reservatório e trechos de rio a montante, onde poderão

encontrar locais adequados para alimentação e desova. Ao mesmo tempo em que

constituem alternativas viáveis para a redução da possível mortalidade de peixes naquelas

regiões de perigo, pela redução do número de indivíduos a jusante.

Segundo Coutant & Whitney (2000), a transposição de peixes para jusante é um desafio a

ser vencido em todo mundo.

Enquanto a entrada de sistemas de transposição de peixes para montante encontra-

se, em geral, no canal de fuga ou junto à casa de força das usinas e PCH´s, uma região de

escoamento confinado, onde as velocidades do escoamento provenientes das turbinas, da

ordem de 1,0 a 2,0 m/s, facilitam a localização daquela entrada pelos peixes, a saída desses

sistemas de transposição usualmente é posicionada no reservatório, em regiões

relativamente distantes das estruturas de vertedouros e tomada d´água, para evitar que

sejam eventualmente induzidos a retornar para a região de jusante, na hipótese de

desorientação na saída daqueles sistemas.

Como as velocidades de escoamento em reservatórios são muito baixas e as vazões

escoam pelas tomadas d´água, ao longo de todo o ano, e também pelos vertedouros, nos

períodos de cheias, a saída dos sistemas de transposição de peixes para montante, com

vazões comparativamente muito mais baixas, muito dificilmente é localizada por peixes em

migrações descendentes. Essa dificuldade é ainda maior para ovos e larvas, que se

deslocam de forma passiva.

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Grandes esforços têm sido despendidos, em outros países, para se entender como

os peixes negociam sua passagem para jusante em Usinas Hidrelétricas e Pequenas

Centrais Hidrelétricas lhes fornecer vias seguras que minimizem a mortalidade provocada

durante a passagem pelas turbinas e pelos vertedouros.

Segundo Therrien & Bourgeois (2000), estudos nas turbinas Kaplan, por exemplo, indicam

que as taxas de mortalidade variam de 0 a 20%.

Variações súbitas na pressão, choque e compressão contra as pás, desorientação

devido à alta turbulência no tubo de sucção, e conseqüente susceptibilidade a predadores,

segundo Cada (2001), são as principais causa de morte de peixes migradores que

atravessam a barragem através das turbinas.

Sendo assim de forma geral, sistemas e mecanismos de transposição tem tido sua

eficiência na manutenção da diversidade de peixes controlada com rigor no Brasil (Godinho

et al., 1991; Agostinho et al., 2002). Aspectos relevantes da manutenção de populações de

peixes em ambos os segmentos inferior e superior do rio criado artificialmente por barragens

não podem mais ser negligenciados nos estudos de avaliação da conveniência de

instalação de tais passagens (Clay 1995; Agostinho et al., 2002).

Não se sabe se existe procura pelos peixes às rotas alternativas (tributários ou

outros rios próximos), ou se permanecem agregados perto da barragem. Outra questão

importante refere-se ao comportamento daqueles que conseguem passar a represa, pois

quando os peixes passam existem facilidades. No entanto, há dúvidas sobre a capacidade

do peixe para continuar o seu movimento migratório. Embora Agostinho et al. (1999)

apresentaram evidências que isso é possível, a evidência empírica é ainda escassa. Os

poucos trabalhos para avaliar a eficácia dos mecanismos de transposição de peixes foram

realizados em grandes usinas e não em PCH´s e, a partir destes, é possível verificar

algumas conclusões, as quais mostram que os mecanismos de transposição são seletivos,

ou seja, o conjunto de espécies que efetivamente ascende às escadas é dominado por

poucas espécies, podendo incluir entre as dominantes ou aquelas que não necessitam ser

transpostas.

A bacia hidrográfica do rio Doce drena aproximadamente 12% do território Mineiro, a

sua fauna de peixes é pouco conhecida, mas estimativas atuais sugerem que existem 77

espécies, sendo 37 delas endêmicas e fortemente ameaçadas devido ao elevado grau de

alterações antrópicas (Godinho & Vieira, 1998).

A PCH Poquim está instalada Ribeirão Poquim, afluente do rio Doce, no município de

Itambacurí, na região do rio Doce de Minas Gerais.

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A PCH Poquim é uma usina do tipo fio d’água que está situada no rio Poquim,

afluente do rio Itambacuri e contribuinte do rio Doce, no município de Itambacuri, a 15 km da

cidade de Teófilo Otoni.

A usina foi inaugurada em 1950 com uma unidade geradora de 704 kW, composta

por gerador Siemens e turbina tipo Pelton. Em 1954 entrou em operação a segunda unidade

geradora com as mesmas especificações técnicas e de fabricação.

O arranjo do aproveitamento compreende a barragem de concreto gravidade para a

tomada d’água, vertedouro de 30 m de comprimento com comporta, tubulação forçada com

trecho inicial em túnel e 175 m de comprimento. A usina foi retirada de operação em 1995 e

reativada em 2002. Atualmente apresenta potência de 1.408 MW e conta com duas

unidades geradoras.

Apesar de no sudeste não termos uma sazonalidade bem marcada, a maioria das

espécies de peixes executam suas migrações nos períodos em que os rios aumentam seu

nível, nos meses em que chove mais. Durante o período reprodutivo, espécies movimentam-

se rio acima em busca de ambientes adequados para desova, viajando longas ou médias

distâncias em direção aos tributários de ordem inferior.

A reprodução é reconhecidamente um dos mais importantes aspectos estudados

para avaliarem-se os efeitos do represamento de um rio sobre a comunidade de peixes,

dada à importância desse processo na manutenção das populações. Portanto, a avaliação

do sucesso reprodutivo de diferentes espécies parece ser uma medida adequada para

detectar efeitos imediatos de perturbações de fluxo na comunidade (Poff & Ward, 1990).

7.4 ASPECTOS A SEREM CONSIDERADOS NA TOMADA DE DECISÃO EM SE

ADOTAR STPS COMO MEDIDA DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DE

ESTOQUE DE PEIXES SUJEITOS A BARRAMENTOS

• Ordem do rio principal que sofreu o barramento – Rios de pequeno porte (primeira,

segunda terceira ordens) raramente suportam espécies migradoras de grande e

médio porte em sua calha principal. Sendo assim não indicado se adotar STPs.

• Tributários que desaguam à jusante e/ou a montante do rio principal que sofreu

barramento – Quando rios de médio (quarta e quinta ordem) e grande porte (acima

de quinta ordem) que suporte uma ictiofauna migratória e comercial sofrem

barramentos e não recebem tributários de mesma grandeza a jusante ou a montante

do barramento os STPs são indicados para a manutenção da conexão de espécies

aos sítios de alimentação e reprodução.

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MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA PCH POQUIM

RELATÓRIO FINAL 2011/2012

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• Composição da Ictiofauna – Os STPs podem ser indicados quando O rio que

principal que sofre barramento, abriga espécies migratórias e comerciais.

• Características de ocupação e uso do solo e características sócios ambientais no

entorno do rio principal que sofre oi barramento – STPs não são indicados quando a

degradação do entorno do mesmo além de sua alta eutrofização artificial, visto que a

modificação na vazão do empreendimento pode inutilizar a água do rio para

quaisquer fins, além de não suportar espécies migratórias que possuem restrições

ambientais extremas.

7.5 PARECER TÉCNICO

Diante das informações expostas, é importante a realização de mais estudos na área

de atuação deste empreendimento para que se possa realizar o direcionamento de ações

referentes à conservação e manejo da fauna ictía.

7.6 MEDIDAS DE CONSERVAÇÃO

As principais medidas a serem adotadas no em torno da PCH Poquim é um intenso

trabalho de educação Ambiental, junto à população e a Prefeitura da cidade que margeiam o

ribeirão, além de monitoramento da comunidade de peixes e qualidade da água.

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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A morfometria da bacia de captação, a vazão, o padrão de circulação, a

profundidade, a área, o desenho da barragem e os procedimentos operacionais são

algumas das variáveis que afetam a estrutura e a dinâmica das comunidades bióticas em

reservatórios. Essas variáveis tornam cada reservatório uma entidade particular, cujo

manejo requer informações localizadas.

Alteração no hábitat tem influência direta sobre as funções biológicas de cada

espécie de peixe, pois ocasiona modificações na complexa estrutura ambiental, afetando as

inter-relações entre os elementos que a compõem, o que pode, consequentemente, alterar a

composição e abundância da ictiofauna local. Modificações, como a alteração da estrutura e

do regime hidrológico, resultam em impactos significativos sobre a biodiversidade,

facilitando a introdução de espécies exóticas, contribuindo para o desaparecimento de

espécies comercialmente interessantes e inviabilizando algumas atividades de comunidades

tradicionais dependentes dos recursos naturais.

Os reservatórios, a exemplo de outros ambientes artificiais, requerem mais atenção

de manejo que os ambientes naturais. As condições ambientais impostas por uma barragem

são determinantes na re-estruturação da ictiofauna residente.

Verifica-se durante o processo de colonização a depleção de algumas populações,

para as quais as novas condições são restritivas e a explosão de outras, que tem no novo

ambiente condições favoráveis para manifestar seu potencial de proliferação.

Durante este monitoramento não foram evidenciados impactos significativos na

ictiofauna na área de estudo que apresentassem ligação direta com as atividades

desenvolvida na PCH Poquim. Provavelmente, os maiores impactos ocorrerem no período

de enchimento do reservatório e da transformação do ambiente lótico em lêntico.

Dentre todos os aspectos abordados, verificou-se que as localidades nas áreas sob

influência da PCH Poquim apresentaram elevado grau de conservação. O reservatório da

PCH Poquim existe há vários anos e as espécies encontradas são espécies comuns à

grande maioria dos ambientes lênticos, conforme apresentado na autoecologia das

espécies. As informações apresentadas permitem concluir que ainda são insuficientes os

esforços realizados até o presente para caracterizar o potencial desta área.

Diante das informações expostas, é importante a realização de mais estudos na área

de atuação deste empreendimento para que se possa realizar o direcionamento de ações

referentes à conservação e manejo da fauna ictía.

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10 ANEXOS

ANEXO A CARTA DE ACEITE

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ANEXO B DADOS BRUTOS – AGOSTO/2011

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Ponto Espécie wt Ls sexo EMG WG IGS ERE WE OBS

PQ-IC-01 Hypostomus sp1 2 45 na na na na na na tombo

PQ-IC-01 Hypostomus sp1 2 45 na na na na na na tombo

PQ-IC-01 Hypostomus sp1 2 46 na na na na na na tombo

PQ-IC-01 Hypostomus sp1 1 41 na na na na na na tombo

PQ-IC-01 Hypostomus sp1 1 38 na na na na na na tombo

PQ-IC-01 Hypostomus sp1 1 37 na na na na na na tombo

PQ-IC-01 Hypostomus sp1 1 35 na na na na na na tombo

PQ-IC-01 Phalloceros caudimaculatus 1 18 na na na na na na tombo

PQ-IC-01 Phalloceros caudimaculatus 1 16 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Steindachnerina sp 36 109 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Cichlasoma sp 11 59 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Cichlasoma sp 11 58 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Cichlasoma sp 9 55 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Cichlasoma sp 9 55 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Cichlasoma sp 3 39 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Astyanax scabripinnis 2 37 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Astyanax scabripinnis 1 31 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Astyanax scabripinnis 0,5 27 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Astyanax scabripinnis 0,5 27 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Astyanax scabripinnis 0,5 27 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Astyanax scabripinnis 0,5 27 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Astyanax scabripinnis 0,5 27 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Astyanax scabripinnis 0,5 26 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Astyanax scabripinnis 0,4 26 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Astyanax scabripinnis 0,4 26 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Astyanax scabripinnis 0,3 22 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Astyanax scabripinnis 0,3 22 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Astyanax scabripinnis 0,3 22 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Astyanax scabripinnis 0,3 22 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Astyanax scabripinnis 0,2 21 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Astyanax scabripinnis 0,2 21 na na na na na na tombo

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Ponto Espécie wt Ls sexo EMG WG IGS ERE WE OBS

PQ-IC-02 Astyanax scabripinnis 0,2 20 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Astyanax scabripinnis 0,2 20 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Astyanax scabripinnis 0,1 15 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Astyanax scabripinnis 0,1 15 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Astyanax scabripinnis 0,1 15 na na na na na na tombo

PQ-IC-02 Phalloceros caudimaculatus NA 13 na na na na na na tombo

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DADOS BRUTOS – FEVEREIRO/2012

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Ponto malha Ordem Família Espécie Nome comum wt Ls sexo EMG WG IGS ERE WE PQ-IC-01 TAR PERCIFORMES Cichlidae Cichlasoma facetum cará 52 112 na na na na na na PQ-IC-01 TAR PERCIFORMES Cichlidae Cichlasoma facetum cará 17 75 na na na na na na PQ-IC-01 TAR PERCIFORMES Cichlidae Cichlasoma facetum cará 15 73 na na na na na na PQ-IC-01 TAR PERCIFORMES Cichlidae Cichlasoma facetum cará 14 72 na na na na na na PQ-IC-01 TAR PERCIFORMES Cichlidae Cichlasoma facetum cará 11 67 na na na na na na PQ-IC-01 TAR PERCIFORMES Cichlidae Cichlasoma facetum cará 8 63 na na na na na na PQ-IC-01 TAR PERCIFORMES Cichlidae Cichlasoma facetum cará 6 52 na na na na na na PQ-IC-01 TAR PERCIFORMES Cichlidae Cichlasoma facetum cará 6 53 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax sp lambari 0,5 31 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax sp lambari 0,5 30 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax sp lambari 0,3 27 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax sp lambari 0,2 22 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax sp lambari 0,2 21 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax sp lambari 0,2 21 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax sp lambari 0,1 16 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax sp lambari 0,1 16 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax sp lambari 0,1 16 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax sp lambari 0,1 16 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax scabripinnis lambari 0,2 14 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax scabripinnis lambari 0,2 14 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax scabripinnis lambari 0,2 14 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax scabripinnis lambari 0,2 14 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax scabripinnis lambari 0,2 14 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax scabripinnis lambari 0,2 14 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax scabripinnis lambari 0,2 14 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax scabripinnis lambari 0,1 12 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax scabripinnis lambari 0,1 12 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax scabripinnis lambari 0,1 12 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax scabripinnis lambari 0,1 12 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax scabripinnis lambari 1 11 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax scabripinnis lambari 1 11 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax scabripinnis lambari 1 11 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax scabripinnis lambari 1 11 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax scabripinnis lambari 1 11 na na na na na na

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Ponto malha Ordem Família Espécie Nome comum wt Ls sexo EMG WG IGS ERE WE PQ-IC-01 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax scabripinnis lambari 1 11 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CYPRINODONTIFORMES Poeciliidae Phalloceros caudimaculatus guaru 0,2 22 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CYPRINODONTIFORMES Poeciliidae Phalloceros caudimaculatus guaru 0,2 22 na na na na na na PQ-IC-01 PEN CYPRINODONTIFORMES Poeciliidae Phalloceros caudimaculatus guaru 1 13 na na na na na na PQ-IC-02 TAR CHARACIFORMES Characidae Astyanax bimaculatus lambari do rabo amarelo 6 57 na na na na na na PQ-IC-02 TAR CHARACIFORMES Characidae Astyanax bimaculatus lambari do rabo amarelo 6 56 na na na na na na PQ-IC-02 TAR CHARACIFORMES Characidae Astyanax bimaculatus lambari do rabo amarelo 6 55 na na na na na na PQ-IC-02 TAR CHARACIFORMES Characidae Astyanax bimaculatus lambari do rabo amarelo 5 53 na na na na na na PQ-IC-02 TAR CHARACIFORMES Characidae Astyanax bimaculatus lambari do rabo amarelo 5 52 na na na na na na PQ-IC-02 TAR CHARACIFORMES Characidae Astyanax bimaculatus lambari do rabo amarelo 3 47 na na na na na na PQ-IC-02 TAR CHARACIFORMES Characidae Astyanax sp lambari 2 45 na na na na na na PQ-IC-02 TAR CHARACIFORMES Characidae Astyanax sp lambari 2 43 na na na na na na PQ-IC-02 TAR SILURIFORMES Heptapteridae Pimelodella sp. mandi 2 62 na na na na na na PQ-IC-02 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax sp lambari 1 33 na na na na na na PQ-IC-02 PEN CHARACIFORMES Characidae Astyanax sp lambari 1 32 na na na na na na PQ-IC-02 PEN CHARACIFORMES Crenuchidae Characidium sp canivete 0,7 40 na na na na na na PQ-IC-02 PEN CHARACIFORMES Crenuchidae Characidium sp canivete 0,7 40 na na na na na na PQ-IC-02 PEN CHARACIFORMES Crenuchidae Characidium sp canivete 0,7 40 na na na na na na PQ-IC-02 PEN CHARACIFORMES Crenuchidae Characidium sp canivete 0,7 40 na na na na na na PQ-IC-02 PEN CHARACIFORMES Crenuchidae Characidium sp canivete 0,7 40 na na na na na na PQ-IC-02 PEN CHARACIFORMES Crenuchidae Characidium sp canivete 0,7 40 na na na na na na PQ-IC-02 PEN CHARACIFORMES Crenuchidae Characidium sp canivete 0,7 40 na na na na na na PQ-IC-02 PEN CHARACIFORMES Crenuchidae Characidium sp canivete 0,7 40 na na na na na na PQ-IC-02 PEN CHARACIFORMES Crenuchidae Characidium sp canivete 0,5 37 na na na na na na PQ-IC-02 PEN CHARACIFORMES Crenuchidae Characidium sp canivete 0,5 37 na na na na na na PQ-IC-02 PEN CHARACIFORMES Crenuchidae Characidium sp canivete 0,5 37 na na na na na na PQ-IC-02 PEN CHARACIFORMES Crenuchidae Characidium sp canivete 0,5 37 na na na na na na PQ-IC-02 PEN CHARACIFORMES Crenuchidae Characidium sp canivete 0,5 37 na na na na na na PQ-IC-02 PEN CHARACIFORMES Crenuchidae Characidium sp canivete 0,5 37 na na na na na na PQ-IC-02 PEN CHARACIFORMES Crenuchidae Characidium sp canivete 0,3 32 na na na na na na PQ-IC-02 PEN CHARACIFORMES Crenuchidae Characidium sp canivete 0,3 32 na na na na na na PQ-IC-02 PEN CHARACIFORMES Crenuchidae Characidium sp canivete 0,3 32 na na na na na na PQ-IC-02 PEN CHARACIFORMES Crenuchidae Characidium sp canivete 0,3 32 na na na na na na PQ-IC-02 PEN CHARACIFORMES Crenuchidae Characidium sp canivete 0,3 32 na na na na na na

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Ponto malha Ordem Família Espécie Nome comum wt Ls sexo EMG WG IGS ERE WE PQ-IC-02 PEN CHARACIFORMES Crenuchidae Characidium sp canivete 0,2 27 na na na na na na PQ-IC-02 PEN CHARACIFORMES Crenuchidae Characidium sp canivete 0,2 27 na na na na na na PQ-IC-02 PEN CHARACIFORMES Crenuchidae Characidium sp canivete 0,2 27 na na na na na na PQ-IC-02 PEN SILURIFORMES Loricariidae Hypostomus sp1 cascudo 1 38 na na na na na na

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ANEXO C ANOTAÇÕES DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA – ART’S

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ANEXO D LICENÇA DE PESCA

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