Relatório Escritores Da Liberdade

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HORÁCIO HENRIQUE CAMPELO LEANDRO DO CARMO LEANDRO DA SILVA ESCRITORES DA LIBERDADE: GANGUES, PRECONCEITO E CUMPLICIDADE TRÊS LAGOAS 2014

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HORÁCIO HENRIQUE CAMPELO

LEANDRO DO CARMO

LEANDRO DA SILVA

ESCRITORES DA LIBERDADE: GANGUES, PRECONCEITO

E CUMPLICIDADE

TRÊS LAGOAS

2014

Page 2: Relatório Escritores Da Liberdade

HORÁCIO HENRIQUE CAMPELO

LEANDRO DO CARMO

LEANDRO DA SILVA

ESCRITORES DA LIBERDADE: GANGUES, PRECONCEITO

E CUMPLICIDADE

Trabalho apresentado à disciplina de Comunicação Oral e

Escrita, ministrada pela professora Ana Luzia, no curso

Técnico de Celulose e Papel na FATEC SENAI de Três

Lagoas para obtenção parcial de notas no ano letivo de

2014

TRÊS LAGOAS

2014

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SINOPSE DO FILME “ESCRITORES DA LIBERDADE, 2007”

No filme, a professora Erin Gruwell assume uma turma de alunos

problemáticos de uma escola que não está nem um pouco disposta a investir ou

mesmo acreditar naqueles garotos. No começo a relação da professora com os

alunos não é muito boa. A professora é vista como representante do domínio dos

brancos nos Estados Unidos. Suas iniciativas para conseguir quebrar as barreiras

encontradas na sala de aula vão aos poucos resultando em frustações.

Apesar de muitas vezes apresentar desânimos nas chances de um resultado

positivo no trabalho com aquele grupo, Erin não desiste, levanta a cabeça e segue

em frente.

Mesmo não contando com o apoio da direção da escola e das demais

professoras, ela acredita que há possibilidades de superar as mazelas sociais e

étnicas ali existentes. Para isso cria um projeto de leitura e escrita, iniciada com o

livro " O diário de Anne Frank" em que os alunos poderão registrar em cadernos

personalizados o que quiserem sobre suas vidas.

Ao criar um elo com o mundo Erin fornece aos alunos um elemento real de

comunicação que permite ao mesmox se libertarem de seus medos, anseios,

aflições e inseguranças.

Erin consegue mostrar aos alunos que os impedimentos e situações de

exclusão e preconceito podem afetar a todos independente da cor, da pele, da

origem étnica, da religião etc.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5

1.1 Objetivo .............................................................................................................. 6

2. DESENVOLVIMENTO ............................................................................................ 7

2.1 Gangues ............................................................................................................ 7

2.1.1 Os CRIPS .................................................................................................... 8

2.1.2 Os BLOODS ................................................................................................ 8

2.1.3 Rivalidade Entre os CRIPS e BLOODS ....................................................... 9

2.1.4 As gangues no filme .................................................................................... 9

2.3 Preconceito ...................................................................................................... 12

2.3.1 Definição de Preconceito ........................................................................... 12

2.3.2 Preconceito no Filme ................................................................................. 12

2.4 Cumplicidade ................................................................................................... 13

2.4.1 Definições de Cumplicidade ...................................................................... 13

2.4.2 Cumplicidade em “Escritores da Liberdade” .............................................. 14

3. Conclusão ............................................................................................................. 15

Referência Bibliográfica ............................................................................................ 16

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1. INTRODUÇÃO

A desigualdade social é uma marca de uma sociedade em que o ganhar o

máximo de dinheiro possível para aquisição de bens ocupa o centro da vida das

pessoas. A sociedade se torna um grande ringue, em que nos deparamos com

adversários à todos os momentos. O objetivo é derrubá-los, passar por cima deles e

obter a vitória. Essa é uma imagem de como as crianças são criadas hoje em dia:

Aprendem muito sobre como se tornarem futuros profissionais e ganharem muito

dinheiro, e muito pouco sobre o que fazer com esse dinheiro ou como se tornarem

homens e mulheres com sólido embasamento moral, ou como se tornarem pais e

mães.

O produto é uma sociedade composta por cidadãos com uma idéia de bem-

estar geral muito fraca, em que predomina o individualismo e o ganho pessoal, com

valores morais e éticos relativos e fracos. Nesse quadro aqueles que não se

adequam no objetivo de ganhar muito dinheiro a qualquer custo ou que não

possuem bens de valores consideráveis ocupam a marginalidade dessa sociedade.

Nesse contexto de marginalização se encontram os protagonistas do filme

“Escritores da Liberdade”. Jovens dos Estados Unidos, da região de Los Angeles,

que pensavam não ter futuro algum fora daquele de seus pais, familiares e amigos

os quais se envolviam com as gangues ou viviam sob o seu terror. Por se tratarem

de jovens habitantes dos conjuntos habitacionais e periferias, negros, latinos e

asiáticos, pensavam estar condenados à entrarem para as gangues de seus bairros

e defender a “honra” de sua etnia.

Suas vidas começam a mudar com a chegada de uma professora novata, Erin

Gruwell com um intenso desejo de transformar vidas para melhor, que via na

carreirade preferência de seu pai, o direito, uma etapa muito avançada para

transformar histórias, focando seus esforços profissionais em educar jovens do

ensino médio, imaginando poder formar bons cidadãos através do ensino com

cuidado, a fim de formar não só estudadantes, mas boas pessoas. Sua primeira

turma se mostrou um desafio: Era formada por jovens residentes em bairros de alta

criminalidade, que já haviam tido contato direto ou indireto com crimes e mortes.

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Essa turma fora formada após a promulgação de uma lei de integração social pela

Secretária de Educação. Como era de se esperar eles não foram bem recebidos na

escola.

Ao longo do filme a história desses jovens nos narra muito das tensões racial

e de classes existente nos Estados Unidos não muito tempo atrás. Esses

adolescentes são um exemplo de verdadeiro preconceito. Por serem de

comunidades pobres e de alta criminalidade, muitas chances que seriam dadas à

outros jovens não lhes são dadas. A escola e os seus professores não lhes davam a

chance que todos merecem, mas antes preferiram isolar esses alunos, e juntá-los

em uma espécie de reformatório dentro da escola, uma sala separada de todo o

resto.

Enquanto a professora Gruwell tentava ensinar-lhes lições importantes sobre

os estudos e a vida, eles eram asssediados o tempo todo pelas gangues e pela vida

de criminalidade como um meio de sobreviver. As gangues eram vistas como

protetoras dos bairros, e de fato exerciciam grande influência em suas regiões.

Residentes dos bairros que eram contra as gangues, muitas vezes eram vistos

como traidores de seu povo. Era muito improvável que os jovens dessa história se

desvencilhassem de toda essa carga histórica, sendo mais possível serem

absorvidos nessa trama de segregação racial e luta de classes.

Suas vidas mudaram com o que fora proposta pela então senhora Gruwell:

Criar laços de amizade e compreensão, entendimento e verdadeiro amor pelo

próximo, criar cumplicidade. Os jovens começaram a se identificar por conta de suas

histórias, suas lutas e medos,e juntos viram que era possível quebrar esse círculo

de segregação e preconceito.

E é intenção desse presente trabalho discorrer sobre três componentes

fundamentais de toda a trama desse filme: O preconceito, as gangues e

cumplicidade

1.1 Objetivo

Pesquisar três dos pontos principais do filme “Escritores da Liberdade”. O

preconceito vivido por esses adolescentes, as gangues que os rondavam e a

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cumplicidade, o sentimento criado entre eles e que os fortaleceu e os uniu como

bons amigos.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Gangues

A região metropolitana de Los Angeles, Califórnia, é uma região

famosa pela quantidade de organizações criminosas atuantes nessa área. Elas

geralmente se distribuem por bairros, região com a qual elas se identificam as quais

elas tratam como seus territórios. O seu objetivo é defender a sua “etnia” através da

promoção do terror e de atividades ilícitas como o tráfico de drogas, venda de armas

“frias” e promoção de roubos, furtos e assassinatos. A seguir será dada uma

definição do termo gangues (chamadas também de quadrilhas e organizações

criminosas) e um relatório das principais gangues atuantes na região metropolitana

de Los Angeles, inclusive a de Long Beach, cidade onde se situava a escola de

(NOME DA ESCOLA).

2.1.1 Definição do termo Gangue

Quadrilha, bando, associação criminosa ou gangue são denominações

atribuídas a um grupo de pessoas que tem por objetivo práticas crimes ou atividades

consideradas ilegais em determinado ordenamento jurídico.

O termo gangue (derivado da palavra inglesa gang) refere-se normalmente a

um grupo de indivíduos que compartilham uma identidade comum e, na concepção

atual, se envolvem em atividades ilegais. Entre as gangues norte-americanas mais

célebres pode-se citar os Bloods, os Crips, os Latin Kings e a Mara Salvatrucha,

gangue de imigrantes salvadorenhos. Os integrantes de uma gangue são

chamados gângsters. (Wikipedia.org)

Umas das principais gangues de Los Angeles são os Crips e os Bloods. Os

Crips são uma gangue que começou com adolescentes da periferia de Los Angeles

e que se espalhou por quase todo os Estados Unidos. A seguir será apresentada

uma pequena apresentação dessas gangues.

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2.1.1 Os CRIPS

Os CRIPS são um gangue de rua fundada em Los Angeles, Califórnia,

em 1969 pelos jovens de quinze anos Raymond Washington e Stanley Williams. O

que era inicialmente uma sigla de gangue passou a ser uma das maiores e mais

poderosas gangues de rua dos Estados Unidos, e do mundo também, ultrapassando

a marca 35 000 membros.

A gangue é conhecida pelo envolvimento em assaltos, assassinatos, e tráfico

de drogas, entre outros crimes e também pelo hábito de seus integrantes vestirem

roupas de cor azul. Contudo, essa prática está sendo abandonada por causa da

facilidade da polícia em identificar os membros da gangue.

Esta gangue também é conhecida por ter uma intensa e amarga rivalidade

com os BLOODS, com as gangues de Chicago e com algumas gangues latinas.

Em 1971, o uso da palavra "Crip" se tornou comum entre os membros da

Avenues Cribs (gangue original que deu origem aos CRIPS) que se tornou um nome

para a gangue. Nesse tempo,Raymond Washington e sua gangue influenciaram

jovens de outras áreas resultando na formação de várias outras gangues de CRIPS,

ultrapassando a divisa entre cidades. O que teria sido formado em East Los Angeles

(Baby Avenues), cruzou o condado de Los Angeles, chegando em Compton, Long

Beach (cidade onde se localizava a escola do filme em estudo), Inglewood, Watts,

Crenshaw, Willowbrook e outras concentradas principalmente no subúrbio de Los

Angeles.

Algumas dessas outras gangues são Avalon Garden Crips, Eastside

Crips,Inglewood Crips e Westside Crips.

As sigla CRIPS significa Comunity Revolution In ProgresS (Revolução da

Comunidade Em Progresso). (Wikipedia.org)

2.1.2 Os BLOODS

Os BLOODS são uma das gangue estadunidense com origem

na cidade de Los Angeles, Califórnia. Eles são reconhecidos pela cor vermelha,

usado pelos membros, e seu símbolo com os dedos que forma a palavra "blood"

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(sangue em português). Os Bloods são formados por vários sub-grupos que

possuem características próprias como estilo das roupas e cores e operações.

Desde sua formação os BLOODS já se espalharam por todos os Estados Unidos,

com número estimado de membros entre 25.000 a 30.000. Também influenciaram

vários grupos de jovens a usar o mesmo nome na Europa.

Em meados de 1971, os Avalon Garden CRIPS e Inglewood CRIPS e mais

alguns conjuntos de Crips juntaram forças. Eles começaram a expandir o território

Crip, para áreas não-Crip, que eram controladas pelos L.A. Brims, uma poderosa

gangue de rua formada em 1969. Para responder às investidas dos CRIPS, muitas

pequenas gangues se juntaram e formaram os BLOODS, incluindo os Bishops e os

Anthem Park Boys. Os Denver Lanes também tinha rixa com os CRIPS mas eles

acabaram por desaparecer de L.A. A sigla BLOODS significa Brotherly Love

Override Oppressive Destruction'S (Amor Fraternal Suplanta Destruições

Opressivas). (Wikipedia.org)

2.1.3 Rivalidade Entre os CRIPS e BLOODS

As gangues CRIPS eram expansionistas e, por causa de sua fome territorial,

outras gangues se juntaram para se proteger e formaram o que hoje é a gangue dos

BLOODS. Eles adotaram a cor vermelha como sua bandeira, por ser reconhecida

facilmente como "oposta" à bandeira azul dos CRIPS.

Uma grande rivalidade surgiu entre essas duas gangues através dos anos 70

e 80. Durante os anos 80 os CRIPS iniciaram e expandiram o comércio de uma

droga nova para época, o crack. Desde então o comércio de drogas tem sido uma

das forças das gangues nos Estados Unidos, tendo como fornecedor países

famosos por traficar drogas como a Colômbia. Nesse mercado negro a competição

entre as gangues é intensa. Quem possui controle sobre mais território

consequentemente possui mais clientela para as drogas, e com o lucro o poder

dessas gangues aumenta.

2.1.4 As gangues no filme

Page 10: Relatório Escritores Da Liberdade

No filme vemos que os jovens vindos do programa de integração social

sofriam demasiada influência das gangues predominantes em seus bairros. As

prováveis gangues que influenciavam os jovens negros eram os “CRIPS” ou os

“BLOODS”, que detinham grande poder na região de Long Beach. Essas

organizações criminosas se tornaram famosas depois de sua grande expansão nos

anos 70 e 80. Os CRIPS chengaram a ultrapassar o número das outras gangues em

sua região em uma proporção de três para um.

Os CRIPS eram conhecidos pela violência e intolerância com as outras

gangues. Eram chamados expansionistas por uma tática de conquista de território

que envolvia o assassinato e opressão á outras gangues.

Os jovens latinos provavelmente estavam sob influência dos “Latin Kings”.Os

asiáticos, principalmente os cambodianos no filme, eram influenciados por algumas

gangues menores.

Esses adolescentes estavam sob forte influência dessas gangues e

suas rivalidades, fato que é comprovado pelo clima de tensão que eles traziam para

a aula. No começo do filme é mostrado um início de briga entre dois jovens negros,

provavelmente de gangues rivais, enquanto corta-se a cena para um aluno armado

que quase acaba sacando sua arma, quando então a disputa é apaziguada.

A disposição da sala de aula em si nos conta muito da rivalidade e da

segregação desses jovens em bairros. Existia uma parte da sala na qual se

situavam os cambodianos, asiáticos. Em outro setor os latinos se aglomeravam e os

negros, em maioria, ocupavam vários lugares na sala. Essa disposição em territórios

diz muito do que esses alunos viviam em suas casas e bairros, nos quais eles

aprenderam que só estavam protegidos em seu território e se obedecessem às

gangues que dominavam o lugar. Não é de se surpreender ao ver eles promovendo

a separação da sala de aula em “bairros”, onde se sentiam protegidos.

A resistência inicial à novata professora Gruwell também tem a ver com

o ensinamento faccioso que esses jovens receberam. Aprenderam a não confiar em

alguém que não fosse de seu bairro, ou que fosse branco. O sentimento de

opressão é claro. Por alguns séculos os negros e latinos haviam servido os colonos

caucasianos como escravos, e mesmo após a declaração da liberdade esse

sentimento ainda continuava forte nos negros, que sofreram forte rejeição da

comunidade branca, sendo excluídos de lugares públicos onde estavam

caucasianos reunidos, pois eram tratados como inferiores. Consequentemente os

Page 11: Relatório Escritores Da Liberdade

negros foram marginalizados nessa sociedade, e o sentimento de injustiça

perseverava geração após geração. Isto estava incrustado na consciência das

comunidades negras. Os latinos também carregavam esse preconceito.

Os latinos em massa na sociedade americana são de um fenômeno mais

recente. Hoje por exemplo muitos dos imigrantes latinos ocupam sub-empregos,

sendo rejeitados pela população local, o que contribui para a sua marginalização.

Essa estrutura facciosa da sala de aula começou a ser quebrada

quando a professora Gruwell propôs uma pequena brincadeira em que fazia

perguntas, e quem se enquadrasse nelas devia se aproximar de uma linha posta no

meio da sala. Ao fazer perguntas como se os jovens conheciam algum amigo que

havia morrido por conta da violência entre gangues e quantos amigos haviam

perdido, os jovens começaram a se identificar uns com os outros.

Outro evento que ajudou muitos os estudantes foi a proposta de que

eles escrevessem sobre suas vidas em um diário, o que inclusive veio a dar origem

ao livro e posteriormente o filme de mesmo nome. Suas histórias eram muito

parecidas: O medo e a incerteza que viviam, a opressão das gangues nos bairros e

do sistema educacional na escola. Isso serviu para uni-los cada vez mais.

A leitura em grupo do livro sobre o diário de Anne Frank, uma refugiada

judia nos tempos da segunda guerra mundial mostrou aos jovens que seus

problemas não são únicos e que muitas pessoas haviam passada por situações

semelhantes, porém ainda piores. O holocausto dos judeus conduzido pelos

nazistas, a pior das gangues segundo a professora Gruwell, foi um dos eventos mais

trágicos da história da humanidade. O encontro desses jovens com sobreviventes

dessa época e com a mulher que havia abrigado Anne Frank ensinou à esses jovens

que deve-se fazer o que é certo, independente se o meio em que se vive seja

contrário ou opressivo quanto a isso.

O tema gangues ocupa um lugar central nesse filme, pois é desse

contexto de marginalização e criminalidade que vieram os jovens do filme, os quais

no final contrastam nitidamente desse antigo fundo de pano de exclusão social e

futuro sem muitas chances ao entrarem para a faculdade e muitos se tornarem os

primeiros de sua família a se formarem no ensino superior.

Page 12: Relatório Escritores Da Liberdade

2.3 Preconceito

2.3.1 Definição de Preconceito

Ao consultar o dicionário Michaelis encontra-se a seguinte definição de

preconceito:

Conceito ou opinião formados antes de ter os conhecimentos adequados. 2 Opinião ou sentimento desfavorável, concebido antecipadamente ou independente de experiência ou razão. 3 Superstição que obriga a certos atos ou impede que eles se pratiquem. 4 Sociologia: Atitude emocionalmente condicionada, baseada em crença, opinião ou generalização, determinando simpatia ou antipatia para com indivíduos ou grupos. P. de classe: atitudes discriminatórias incondicionadas contra pessoas de outra classe social. P. racial: manifestação hostil ou desprezo contra indivíduos ou povos de outras raças. P. religioso: intolerância manifesta contra indivíduos ou grupos que seguem outras religiões.

Vemos que preconceito pode ser definido como juízo preconcebido de algo ou

alguém que não se conhece. O ser humano utiliza preconceitos o tempo todo. Nossa

visão de mundo e nossa interação com ele depende de muitos preconceitos. Uma

pessoa não pula de um prédio porque ela sabe mesmo sem fazer isso que ela vai se

machucar ou talvez morrer. O termo preconceito se tornou hoje sinônimo de

discriminação e exclusão, o que por definição não está certo. Utilizando-se desse

ponto de vista, preconceito hoje se resume às definições dadas por último pelo

dicionário Michaelis: Preconceito de classe, racial e religioso. Ou seja, seria a

mesma coisa de exclusão social por conta de uma característica ou decisão em

particular de uma pessoa. Nessa mesma definição entram os ódios infudados ou

fobias, que têm como consequência a agressão verbal e física.

2.3.2 Preconceito no Filme

O preconceito em questão é o de exclusão e hostilidade por motivo racial (ou

étnico) e social. Jovens de bairros diferentes não se relacionavam porque

aprenderam que só poderiam se relacionar com pessoas de seus bairros, os quais

são verdadeiramente suas família. Inclusive o ódio contra pessoas de outros bairros

era incitado, fruto de uma rivalidade entre gangues rivais.

Por conta desse preconceito os jovens se excluíam na sala. A sala de aula

era dividida em zonas, sinal daquilo que acontecia em suas próprias vidas fora da

escola, o de separação por bairros.

Page 13: Relatório Escritores Da Liberdade

Um episódio de preconceito que marcou o filme foi o da caricatura de uma

jovem negro desenhada por um outro aluno. Nesse desenho o jovem negro era

retratado com lábios grossos e exagerados. Esse fato foi a gota d’água para a

professora Gruwell, a qual aproveitou a oportunidade para introduzir um famoso

caso de preconceito e perseguição, o holocausto. A partir desse episódio o assunto

nazismo e judeus foi introduzio na sala, e depois a leitura em grupo do livro “O diário

de Anne Frank”. Essa experiência uniu a turma e quebrou a barreira de seus

preconceitos. Ironicamente o ponto decisivo para a união da sala foi a perseguição e

exclusão sofridos por outro povo, história com a qual todos se identificaram.

Enxergando além de seus preconceitos os alunos viram suas histórias na vida

de seus colegas, viram que o que acontecia em suas vidas, as perdas e medos,

aconteciam na vida de outras pessoas de outros bairros, isso se chama compaixão.

O amor ao próximo passou a ser explorado por esse alunos, eles se viram então

envoltos em uma rede de amizade e cuidado, pela qual eles se uniram na chamada

“sala da Sra. Gruwell”, e se chamavam de família.

Esta história move nossos corações é claro, mas nos ensina algo muito

importante: A nossa primeira atitude com o próximo conta muito. Se odiamos alguém

sem ao menos conhecê-los o relacionamento já se deu início, e não de um jeito

bom. Isso é o chamado “Não fui com a cara daquela pessoa”. Esta atitude é

condenável e deve ser combatida em nossa sociedade.

O que deveria reinar em nossos corações antes de conhecer alguém é o

amor. Não no sentido de amar eroticamente esposa ou esposo, fraternalmente ou

como amamos pai e mãe, pois esses amores são especiais, mas falo de um amor

respeitoso. O respeito deve reinar antes de se iniciar um relacionamento, isso evita

atritos desnecessários e inimizades onde nem se houve um contato próximo ainda.

Só de carregarmos isso desse filme, já valeria muito a pena que todos assistissem.

2.4 Cumplicidade

2.4.1 Definições de Cumplicidade

“Apoiar o outro em suas decisões, aceitar os limites do outro, saber

ouvir o que o outro tem a dizer, mesmo que você não concorde, para que o outro

Page 14: Relatório Escritores Da Liberdade

possa lhe ouvir também, dividir o espaço sem romper seus limites, trocar experiência

e não competir entre si.” (Dicionário Informal)

Ato, característica ou condição de cúmplice - em que há conivência e

entendimento: naquela relação de amizade existia cumplicidade.

Direito Penal. Participação voluntária e auxiliar num crime, num delito: ele foi

cúmplice no assalto ao banco. (Dicio.com.br)

2.4.2 Cumplicidade em “Escritores da Liberdade”

Cumplicidade não é só ser cúmplice nos atos corretos, existe também

a cumplicidade nas ações erradas. No filme os jovens eram cumplices com suas

etnias apoiando-os por pensar que tinham que proteger os seus. Como no

depoimento falso feita por Eva (personagem latina). Nele ela mentia para livrar da

prisão um jovem latino que cometeu o assassinato de um jovem asiático em que ela

foi cúmplice, e tentava culpar outro homem. Mas no momento do depoimento ela

decidiu falar a verdade, por conta de tudo aquilo que ela havia aprendido sobre o

amor ao próximo independente de etnia e bairro.

Com a nova professora, senhora Gruwell, eles começaram a perceber

que tinham que ser verdadeiros cúmplices entre si mesmos, apoiar uns aos outros

nos estudos, ajudar seus verdadeiros amigos e não criar mais inimigos, mas sim

amigos de várias etnias. Aprenderam a ser cúmplices nas atitudes corretas e não

em atos criminosos.

Page 15: Relatório Escritores Da Liberdade

3. CONCLUSÃO

Gangues, preconceito e cumplicidade. Três palavras que foram a

tônica nesse filme. As três se relacionam tão intimamente em “Escritores da

Liberdade” que é difícil de comentar o filme sobre um desses temas e não citar os

outros dois.

As gangues e o conflito entre elas nos forneceram o pano de fundo

para todo o drama. O preconceito era o que reinava em suas mentes decorrente da

influência dessas gangues na vida dos jovens. A cumplicidade que esses jovens

tinham era aquela relacionada à associações criminosas e seus delitos, já no final do

filme passou a ser cumplicidade entre amigos em que se reinava o amor.

Três temas chaves para o filme, dos quais através da apreensão da

lição que nos é oferecida nesse filme e no livro de mesmo nome, acrescenta muito

para a vida e para os relacionamentos de qualquer pessoa.

Page 16: Relatório Escritores Da Liberdade

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

DICIONÁRIO MICHAELIS . Disponível em

http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-

portugues&palavra=preconceito [acessado em 04 de dez. 2014].

LAGRAVENESE, Richard. Escritores da Liberdade. USA: Paramount Pictures, 2007. Filme (123 min.).

WIKIPÉDIA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2014; Disponível em:

<http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Wikip%C3%A9dia&oldid=40533816>[acessado em 04 de

dez. 2014].