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PROJETO: “LEVANTAMENTO PROSPECTIVO ARQUEOLÓGICO INTENSIVO NA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DA REFINARIA PREMIUM II (RPRE-II), DUTOVIA, ÁREA AUXILIAR E TERMINAL DO PECÉM (TECÉM) - CE.” RELATÓRIO FINAL DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL Recife, Março/2014

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PROJETO: “LEVANTAMENTO PROSPECTIVO ARQUEOLÓGICO INTENSIVO NA

ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DA REFINARIA PREMIUM II (RPRE-II), DUTOVIA, ÁREA

AUXILIAR E TERMINAL DO PECÉM (TECÉM) - CE.”

RELATÓRIO FINAL DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL

Recife, Março/2014

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO 03

2. METODOLOGIA DE TRABALHO 05

2.1 FORMAS DE ATUAÇÃO 08

3. CONTATOS COM AS PREFEITURAS DOS MUNICÍPIOS E AS DIVERSAS SECRETARIAS MUNICIPAIS 10

3.1 MUNICÍPIO DE CAUCAIA 10

3.2 MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE 15

4. CONTATOS COM OUTRAS INSTITUIÇÕES E PESSOAS 19

5. REALIZAÇÃO DE ENTREVISTAS 22

6. LEVANTAMENTO DOS BENS PATRIMONIAIS DE CAUCAIA 26

7. LEVANTAMENTO DOS BENS PATRIMONIAIS DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE 31

8. RESULTADOS DAS ATIVIDADES DE EP 42

8.1 OFICINAS NAS ESCOLAS DE CAUCAIA 44

8.2 OFICINAS NAS ESCOLAS DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE 47

8.3 EXPONDO CULTURA 48

8.4 CONCLUSÕES 50

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 51

10. EQUIPE TÉCNICA 53

ANEXOS 54

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1. APRESENTAÇÃO

O presente relatório visa apresentar as atividades relativas aos trabalhos de Educação

Patrimonial na área do Projeto de Pesquisa “LEVANTAMENTO PROSPECTIVO

ARQUEOLÓGICO INTENSIVO NA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DA REFINARIA PREMIUM

II (RPRE-II), DUTOVIA, ÁREA AUXILIAR E TERMINAL DO PECÉM (TECÉM) – CE”.

Os trabalhos de Educação Patrimonial tiveram início em julho de 2012 e finalizaram em

março de 2014, sendo realizadas atividades voltadas para a história social da cultura da

comunidade e entorno da Refinaria Premium II, possibilitando o diálogo entre a

comunidade e os estudos arqueológicos, além de promover sentimentos de identidade e

de preservação dos bens patrimoniais, possibilitando à comunidade conhecer a História

do meio em que vivem e compreender a realidade sócio-histórica da região onde os

trabalhos foram realizados.

As atividades de Educação Patrimonial contemplaram as seguintes ações:

Determinação do conhecimento arqueológico a ser apresentado às comunidades;

Montagem de materiais de apresentação;

Montagem de material didático para as comunidades e para a força de trabalho da

PETROBRAS;

Definição dos locais e públicos alvos específicos;

Conhecimento prévio das comunidades envolvidas: visita às comunidades

envolvidas, verificando-se minimamente o padrão sócio educacional e sua relação

com o patrimônio cultural e arqueológico;

Elaboração de cronograma detalhado de ações a serem realizadas;

Elaboração de cronograma, planos de aula e facilidades necessárias ao trabalho;

Realização de palestras específicas para fiscalização da PETROBRAS;

Realização de palestras específicas para a força de trabalho geral;

Realização de palestras nas escolas da área de influência direta;

Realização de palestras em locais de interesse da comunidade da área de

influência;

Distribuição de folders e cartazes reforçando a necessidade de preservação do

patrimônio cultural;

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As ações realizadas junto às comunidades locais foram comunicadas e agendadas

junto às equipes de comunicação social e educação ambiental da PETROBRAS,

que eventualmente acompanharam as ações desenvolvidas.

Os parâmetros norteadores que guiaram as atividades foram sempre direcionados para a

integração da educação ao patrimônio cultural, permitindo o reconhecimento e a

preservação desse patrimônio e garantindo à comunidade o direito de acesso à memória

individual e coletiva como elemento fundamental da cidadania, tornando-se um meio de

se entender qual o seu lugar e seu papel para com o patrimônio local. Reconhecendo seu

patrimônio e tendo conhecimento desse papel, o cidadão terá como identificar e com isso

conservar, preservar e transferir um legado a seus descendentes, os bens culturais que

representam sua história e seus valores, tornando-se atores desse processo.

Segundo Maria de Lourdes Parreira Horta,

“(...), o trabalho de Educação Patrimonial busca levar as crianças e adultos

a um processo ativo de conhecimento, apropriação e valorização de sua

herança cultural, capacitando-os para um melhor usufruto desses bens, e

propiciando a geração e a produção de novos conhecimentos num

processo contínuo de criação cultural. “1

Essas ideias foram efetivadas a partir de lugares como escolas (professores e alunos),

onde os professores atuam como peça fundamental, pois são os multiplicadores desse

conhecimento e têm um papel de persuadir o aluno mostrando a importância de preservar

e defender o patrimônio de seu local. Também se atuou em associações ou lugares e

eventos que atingiram a população como um todo.

Pensando nestes termos, primeiramente foi necessário conhecer o patrimônio local para

poder repassar esse conhecimento para a comunidade e ao mesmo tempo obter outras

informações, realizando uma inter-relação entre a equipe e a comunidade.

1 HORTA, Maria de Lourdes Parreira; GRUMBERG, Evelina; MONTEIRO, Adriane. Guia básico de

educação patrimonial. Petrópolis: IPHAN/ Museu Imperial, 1999, Pág. 28.

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2. METODOLOGIA DE TRABALHO

Paralelamente aos trabalhos de Arqueologia, a equipe executou atividades de educação

patrimonial nos municípios da Área de Influência Direta (AID) do empreendimento – São

Gonçalo do Amarante e Caucaia. Essa vertente dos trabalhos, ao preocupar-se com a

história social da cultura da comunidade e de seu entorno, possibilita um fecundo diálogo

entre a comunidade, a identificação dos patrimônios e os estudos arqueológicos na área,

promovendo um sentimento de identidade e de preservação dos bens patrimoniais, além

de possibilitar à comunidade o conhecimento da História do meio em que vive, permitindo

reconhecer a importância desses bens na vida dessas pessoas e para a História do

Ceará.

Nesse sentido, essa atividade além de colaborar para uma maior compreensão sobre a

realidade sócio-histórica da região onde os trabalhos foram realizados, possui uma

expressiva relevância social, por se preocupar em discutir a importância que os

patrimônios têm no cotidiano das pessoas, onde as emoções e as práticas se entrelaçam,

provocando um efetivo diálogo entre o subjetivo e o concreto.

Não se pode deixar de pontuar que a cultura está intimamente interligada com os

instrumentos, objetos e artefatos produzidos pelas sociedades, ou seja, por uma cultura

material. Desse modo, buscou-se analisar interdisciplinarmente as questões pertinentes

ao universo do patrimônio material e imaterial desses lugares, tendo a História e a

Arqueologia fornecido as bases teóricas e metodológicas para o desenvolvimento das

atividades.

O estudo dos Patrimônios Materiais e Imateriais faz parte de um complexo conjunto de

conceitos e de práticas que ultrapassam os locais de pesquisa (arquivos e museus) e a

sala de aula, posto que os mesmos são presentes em no meio da sociedade e fazem

parte das vivências das pessoas. Elaborar ações de educação patrimonial significa

relacionar os conceitos de Patrimônio com o lugar de apreciação entre a escola,

instituições públicas e privadas e a sociedade.

O diálogo patrimonial é muito antigo e foi legado desde o século XIX por intelectuais

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franceses. Todavia, as práticas patrimoniais e sua relação com a educação são debates

bem recentes que acompanham a legislação patrimonial vigente no Brasil.

Para entender o lugar do Patrimônio e suas dimensões sociais no ambiente cotidiano,

educadores e profissionais das ciências humanas vêm desenvolvendo práticas educativas

cujo objetivo é causar sensibilização e apropriação em relação ao patrimônio em nível

local e nacional.

É interessante notar que as metodologias aplicadas à educação patrimonial hoje

desenvolvidas tornam possível o debate de múltiplos agentes educativos, englobando

várias disciplinas, como História, Artes, Ciências, Geografia, Matemática, Física,

Português e outras que a criatividade e o entendimento dos educadores permitam.

Para o Projeto: “Levantamento prospectivo arqueológico intensivo na área de implantação

da Refinaria Premium II (RPRE – II), Dutovia, Área Auxiliar e Terminal do Pecém (Tecém)

– CE”, as ações em Educação Patrimonial foram voltadas para dois eixos de atuação.

Eixo I: Educadores da rede Municipal de Caucaia e São Gonçalo do Amarante; e Eixo II:

Educandos da rede Municipal de Caucaia e São Gonçalo do Amarante.

As atividades de Educação Patrimonial propostas pelo projeto consistiram na aplicação de

palestras, oficinas, exposição fotográfica e outras ferramentas didáticas específicas a

cada Eixo de atuação e adaptadas à realidade do local e dos participantes. É importante

observar também que os conteúdos e formas de construção dos mesmos foram

específicos para cada eixo, respeitando as devidas faixas etárias e níveis de

desenvolvimento pedagógico.

Como o Projeto de que derivou o Plano de Ação em Educação Patrimonial foi

desenvolvido através da pesquisa arqueológica e levantamento patrimonial, foi objetivo da

atividade educacional apresentar os resultados desta pesquisa bem como trazer relação

com o cotidiano da população participante do projeto, assim como despertar o interesse

na preservação destes bens.

A metodologia aplicada a este grupo do Eixo I corresponde à construção de Palestras,

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apresentação de Exposição Fotográfica e a produção de material didático como cartilhas

de educação patrimonial. Para os educandos (Eixo II), as atividades propostas são

oficinas, Exposição Fotográfica e visita ao ônibus museu Expondo Cultura.

Público

Eixo I:

Educadores, Coordenadores e Gestores da rede Municipal de Ensino.

Eixo II:

Educandos do Ensino Fundamental II da rede Municipal de Caucaia e São Gonçalo

do Amarante.

Conteúdos

Eixo I: Educadores

Conceitos de Patrimônio Material e Imaterial;

Conceitos de Cultura, memória e identidade cultural;

Noções básicas de Arqueologia;

Legislação patrimonial Brasileira;

Legislação patrimonial do Estado do Ceará;

Produção de material didático patrimonial;

Aplicação dos conceitos patrimoniais específicos para as diversas disciplinas

escolares;

Apresentação dos resultados da pesquisa arqueológica e patrimonial.

Eixo II: Educandos

O que é patrimônio?

Quais são os tipos de patrimônio?

O que é arqueologia?

Como trabalha o arqueólogo?

Como preservar os patrimônios?

Identificando os patrimônios da minha cidade;

Representando os patrimônios materiais e imateriais;

Apresentação dos resultados da pesquisa arqueológica e patrimonial.

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A exposição dos conceitos teóricos foram inter-relacionadas com atividades lúdico-

pedagógicas, visando à participação de todos os alunos.

Objetivos

Construir conhecimentos acerca dos patrimônios existentes nos Municípios de

Caucaia e São Gonçalo do Amarante;

Elaborar diálogos para a preservação dos diversos tipos de patrimônio;

Construir a apropriação histórica em relação aos patrimônios dos Municípios;

Associar o papel dos indivíduos sociais para a identificação e preservação dos

patrimônios;

Estudar a legislação patrimonial brasileira e entendê-la dentro da realidade das

comunidades;

Sensibilizar as diversas faixas etárias e grupos étnicos e culturais como partícipes e

responsáveis pela preservação de seu patrimônio cultural.

Carga horária

A carga horária para a realização das atividades variou de acordo com as especificidades

do público. Assim, para os educadores foi em média de 02 horas, enquanto que para os

educandos do Ensino Fundamental II foi de 03 horas.

2.1 FORMAS DE ATUAÇÃO

Antes de realizar atividades de Educação Patrimonial nos municípios foi necessário,

primeiramente, reconhecer os patrimônios existentes. Para tal iniciou-se o levantamento

dos bens patrimoniais tangíveis e intangíveis do local, e para isto se utilizaram como

referência os estudos do Grupo de Trabalho Patrimônio Imaterial do Instituto do

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, no que se refere ao registro do

patrimônio imaterial que pode ser encontrado na publicação: O Registro do Patrimônio

Imaterial – Dossiê final das atividades da Comissão e do Grupo de Trabalho Patrimônio

Imaterial. Brasília: 2000.

Para registrar esses bens culturais levaram-se em consideração os critérios estabelecidos

pelo Decreto n° 3.551, de 04 de agosto de 2000:

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Os saberes ou modos de fazer são atividades desenvolvidas por atores sociais

conhecedores de técnicas e de matérias-primas que identificam um grupo social ou

uma localidade.

As celebrações são ritos e festividades associados à religiosidade, à civilidade e aos

ciclos do calendário, que participam fortemente da produção de sentidos específicos

de lugar e de território.

As formas de expressão são formas não linguísticas de comunicação associadas a

determinado grupo social ou região, traduzidas em manifestações musicais, cênicas,

plásticas, lúdicas ou literárias.

Lugares são espaços onde ocorrem práticas e atividades de naturezas variadas, tanto

cotidianas quanto excepcionais, que constituem referência para a população.

Esses critérios possibilitaram o levantamento dos bens culturais de natureza imaterial

associando-os, quando possível, aos bens de natureza material. Para que fossem

atingidos os objetivos da educação patrimonial, foram seguidas, metodologicamente, as

seguintes etapas:

1. Contatos com as prefeituras dos municípios e as diversas secretarias municipais;

2. Realização do mapeamento dos bens de natureza cultural material e imaterial;

3. Coleta de entrevistas. Os depoimentos foram construídos sobre o aporte teórico e

metodológico da história oral, no qual o vivido ou testemunhado passa a se tornar

fonte histórica, efetivada através da narrativa de seus depoentes;

4. Levantamento bibliográfico sobre história do município, e;

5. Palestras e oficinas para as comunidades locais.

Essas palestras e oficinas foram desenvolvidas a partir das informações colhidas durante

o levantamento. A ideia foi de que fossem realizadas em escolas e espaços comunitários

para mostrar e despertar a importância de se conhecer e preservar o patrimônio local. A

arqueologia teve um papel importante neste contexto, pois teve a responsabilidade de

apresentar a população à existência do patrimônio arqueológico da região e seu valor

patrimonial local e regional.

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3. CONTATOS COM AS PREFEITURAS DOS MUNICÍPIOS E AS DIVERSAS

SECRETARIAS MUNICIPAIS

Os primeiros contatos com as secretarias de educação municipais foram realizados entre

os meses de agosto a outubro de 2012, como segue a descrição abaixo. Porém, este foi

um ano de eleições municipais, e a mudança das gestões municipais, e

consequentemente nas gestões das secretarias de educação, ocasionou uma

reformulação dos contatos assim como da dinâmica dos trabalhos nas escolas

municipais, principais alvos do programa de educação patrimonial do projeto.

Assim, foi necessário reavaliar com as secretarias de educação municipais a dinâmica

dos trabalhos, o que demandou um tempo maior do que o esperado, pois nos primeiros

seis meses de gestão foi muito difícil estabelecer uma relação de trabalho contínuo. Mas,

felizmente, no segundo semestre de 2013 obteve-se resultado positivo, onde se

conseguiu estabelecer os cronogramas de ação dos trabalhos de educação patrimonial.

3.1 MUNICÍPIO DE CAUCAIA

O Município de Caucaia fica localizado no litoral norte do Estado do Ceará, fazendo parte

da Região Metropolitana de Fortaleza, a 55 km da Capital. Apresenta coordenadas:

latitude de -03º44’11” e longitude de -38º39’11”; e altitude de 29 metros. Contém em seu

território 286.446 habitantes (IBGE/2010), possuindo treze distritos, e área de 1195,6 km2

de exuberante beleza, com praias paradisíacas, dunas, matas, entre outros, formando um

arsenal de paisagens naturais magníficas.

Significado do nome: De origem do Tupi Caucaia significa Mato Queimado – caa (mato)

e caia (queimado) – ou Vinho Queimado – cau (vinho de caju) e caia (queimado). Seu

nome de origem era “Caucaia”, passando a se chamar “Aldeia dos Caucaias”, depois “Vila

dos Caucaias”, seguida de “Aldeia de Nossa Senhora dos Prazeres de Caucaia”,

passando para “Vila Nova de Soure”, “Vila de Soure”, “Soure” e por fim Caucaia desde

1943 com o Decreto-Lei 1.114 (30/12/1943).

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O marco zero da cidade está situado no coreto da praça central, onde se localiza também

a igreja de Nossa Senhora dos Prazeres e o Cruzeiro, tendo ao lado o único monumento

tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, que é a Casa

de Câmara e a Cadeia (Livro Histórico – Inscrição de no. 442 de 30/05/1973, Processo de

no. 0595-T-59).

Data de aniversário da cidade: 15 de outubro.

Personalidades históricas: Jesuítas e Marques de Pombal.

Etnias: A região era habitada por diversas etnias como: Tupi, Tapuia, Potyguara, Tapeba,

Apuiaré, Jenipapo, Parnamirim, Anacé, Cariti, Panatiquarema, entre outras.

Segundo a FUNAI, no Estado do Ceará (dados do IBGE/2010) existe o total de 19.336

índios das etninas: Jenipapo, Kalabassa, Kanidé, Kariri, Pitanguari, Potiguara; Tabajara e

Tabeba, Tremembé. Sendo três dessas etnias de existência histórica no Município de

Caucaia: Jenipapo, Potiguara e Tapeba. Atualmente o município encontra-se em processo

de estudo, identificação e delimitação de terras indígenas para as etnias Anacé e Tapeba.

Eventos Culturais: Carnaval, Festa de Santo Antônio (01 e 02 de junho), Festa de São

Pedro (29 de junho), Campeonato de Surf (06 e 07 de julho), Vaquejadas (julho, outubro e

novembro), Festa da Padroeira, (15 de outubro). O povo Tapeba, no mês de outubro

realiza a Festa de Carnaúba, a Feira das Escolas Indígenas Tapeba, assim como os

Jogos Indígenas do Povo Tapeba.

A primeira etapa do trabalho da equipe de educação patrimonial no Município de Caucaia

iniciou-se com o reconhecimento da algumas áreas e contatos com instituições

governamentais, realizando visitas aos distritos com o intuito de verificar o acesso pelas

estradas, condições de estrutura física, identificação de monumentos históricos,

averiguação do potencial cultural e agendamento de entrevistas.

Serão descritas as atividades referentes aos contatos estabelecidos em diversos

momentos com a Secretaria de Educação de Caucaia.

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3.1.1 Contatos iniciais

No primeiro contato foi entregue o plano de ação na Secretaria Municipal de Educação, e

foi recebida da mesma a lista das Escolas Municipais. Nesta lista obteve-se a informação

que o município possui 216 Escolas, e o Plano de Ação em Educação Patrimonial

apontava a realização de 50 oficinas no município. Neste sentido a equipe procurou a

Prof.ª Maricélia (diretora pedagógica do Ensino Fundamental II), e ao se analisar

amplamente a demanda e a necessidade entre os distritos e povoados, concluiu-se que a

seleção deveria partir dos seguintes indicadores: indígena, quilombola, comunidade de

pescadores, turismo, comunidade carente, rural e sede totalizando assim 50 escolas.

O quantitativo foi distribuído da seguinte maneira:

Indicador Total Indígena 3

Quilombola 1 Comunidade de Pescadores 1

Turismo 7 Comunidade carente 12

Rural 15 Sede 11

3.1.2 Consolidação dos contatos

A nova gestão municipal recebeu o projeto de educação patrimonial de modo bastante

receptivo. No que diz respeito às escolas, realizou-se o trabalho de levantamento,

objetivando uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação no sentido de viabilizar

o trabalho. Em Caucaia foram escolhidas, inicialmente, 49 escolas para receberem as

atividades do projeto. Foram realizadas visitas a estas escolas a fim de conhecer as suas

instalações, a disponibilidade de espaços para as atividades, bem como de recursos

eletrônicos (televisão, aparelho de DVD, computador, etc.) a serem utilizados durante as

oficinas.

Neste diagnóstico também se procurou entender a dinâmica pedagógica da escola, a fim

de incluir as atividades em seu planejamento anual, sendo uma soma aos conteúdos e

não uma atividade isolada.

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Para Caucaia enfrentaram-se algumas dificuldades na realização deste diagnóstico. As

escolas escolhidas ficavam em áreas algumas vezes de difícil acesso, como é o caso das

localizadas nas áreas de Serra, outras vezes por estarem em áreas de comunidades

carentes e com altos índices de violência, inclusive dentro da própria escola (Sebastião

Bezerra dos Santos – Jurema; Luiza Morais Correia – Jurema; José Olavo Lopes Moreira

– Sede; Dalva Pontes da Rocha – Sede).

Apesar de as escolas, sobretudo as da área da Jurema, Caucaia (comunidades carentes

e em estado de vulnerabilidade social), serem indicações da própria secretaria municipal

de educação, reconheceu-se que algumas não apresentavam condições para que o

projeto atuasse em nome da segurança da equipe, bem como dos bens materiais do

projeto. Logo no início das articulações foram então retiradas da lista original quatro

escolas acima citadas que se enquadraram nestas características.

Ainda no que diz respeito ao diagnóstico das escolas de Caucaia, houve dificuldades

quanto ao entendimento da importância do projeto por parte dos educadores de algumas

delas. Foi elaborado um questionário, que, quando das visitas da equipe, foi distribuído

aos educadores. Poucos foram os resultados obtidos, a maioria dos mesmos não

devolveu o questionário, mesmo tendo aceitado responder.

Este fato inicialmente dificultou o diagnóstico individual das escolas, tendo em vista que a

partir dos questionários poder-se-ia entender, por exemplo, se já foram realizadas

atividades de educação patrimonial na escola, como o assunto se inseria no contexto do

currículo escolar e outras questões deste tipo que ajudariam a elaborar atividades

específicas para cada escola.

Como isto não foi feito de forma sistemática para todas as escolas, não alcançando os

objetivos esperados, resolveu-se, em um primeiro momento, construir um conjunto de

atividades de educação que pudesse ser apresentado em todas as escolas de forma

unificada, como um primeiro contato com o assunto e com os resultados do projeto, como

pode ser observado no Plano de Aula abaixo.

Outra modificação que ocorreu em consonância com a Secretaria de Educação de

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Caucaia, foi que as turmas a serem contempladas com as oficinas seriam as do Ensino

Fundamental II (6º ao 9º ano), de maneira que das 49 escolas iniciais apenas 45 escolas

possuíam esta faixa de alunos, e 04 destas foram canceladas por falta de segurança,

conforme indicado anteriormente. Portanto, em princípio, o total de escolas contempladas

com a atuação do projeto foi de 37.

3.1.3 Plano de aula das oficinas de Educação Patrimonial de Caucaia

Estrutura das Oficinas de Caucaia – Alunos

37 Escolas

40 Alunos por oficina

02 oficinas por escola (Simultâneas ou em turnos diferentes dependendo da

disponibilidade da escola);

Plano de aula

Duração da Oficina: 03 Horas com intervalo de 15 min.

Conteúdo:

O que é patrimônio cultural?

Memória, identidade e história.

Quais são os tipos de patrimônio?

Exemplos dos patrimônios do Município de Caucaia

Patrimônio Arqueológico: Resultados do Projeto Premium II

Vídeo mostrando como se faz um artefato lítico.

Dinâmica:

Jogo na Trilha do Patrimônio: é jogado por duas ou mais equipes de alunos sobre

um painel colocado no chão, no qual constam diversos patrimônios do município;

os participantes jogam um dado e andam as casas conforme o número sorteado.

Diversas dessas casas têm perguntas relativas ao patrimônio cultural, e é

necessário respondê-las para seguir adiante; ganha a equipe que chegar primeiro

ao final das casas.

Produtos:

Construindo um cartão-postal sobre o patrimônio do município: Nesta atividade, os

estudantes devem desenhar exemplos de um ou de vários tipos de patrimônio

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encontrados em seu município endereçando o cartão para um aluno de escola do

município vizinho (no caso São Gonçalo do Amarante), para que ele possa

conhecer a diversidade de sua cultura.

Construindo painel cultural: consiste em que os participantes elenquem os

patrimônios que mais chamam sua atenção de sua localidade e façam desenhos,

versos e pequenos textos; em seguida eles montam o painel com os produtos

elaborados sobre uma folha de cartolina e o mesmo é exibido para todos.

3.2 MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE

O Município de São Gonçalo do Amarante fica localizado no litoral norte do Estado do

Ceará, fazendo parte da Região Metropolitana de Fortaleza, a 59 km da Capital.

Apresenta latitude de 03º36’26” e longitude de 38º58’06”, com altitude de 30 metros,

contendo em seu território 42.837 habitantes (IBGE/2010), possuindo 08 distritos e uma

área de 845,8 Km² de exuberante beleza, com belas praias e paisagens naturais

magníficas. O povo é rico em tradições e fé.

Significado do nome: O nome de São Gonçalo de Amarante vem da devoção ao

padroeiro da cidade – São Gonçalo. O fato decorre da construção de uma igreja no

Município em 1898, cujo colaborador e incentivador, José Procópio de Alcântara, era

devoto de São Gonçalo, dedicando a construção da igreja em honra ao santo de sua

devoção. O primeiro nome dado à cidade foi Anacetaba, nome indígena que faz referência

aos índios da etnia Anacé que vivia na região. Anacetaba tem como significado Aldeia dos

Anacé.

Data da Criação da cidade: 17/08/1921

Personalidades históricas: Capitão-Mor Fernão Carrilho, Capitão-Mor Bento de Macedo

Faria.

Etnias: A região era habitada por três etnias: Anacés, Guanacés e Jaguaruanas (SILVA,

2005:60). Segundo a FUNAI, no Estado do Ceará (dados do IBGE/2010) existe um total

de 19.336 índios das etnias: Jenipapo, Kalabassa, Kanidé, Kariri, Pitanguari, Potiguara;

Tabajara e Tabeba, Tremembé. A região ainda aponta a presença dos índios Anacé.

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Eventos Culturais: Festa de Nossa Senhora de Fátima (01 a 31/maio); Vaquejada de

Siupé (agosto); Festa de Nossa Senhora da Soledade (07/setembro); Festa do Padroeiro

(novembro); Dia do Município (27/novembro).

Dança de São Gonçalo – Como parte integrante da bagagem cultural do colonizador

lusitano, a dança que integrava o culto a São Gonçalo do Amarante, bastante popular em

Portugal, foi introduzida no Brasil, sendo, talvez, um dos ritmos mais difundidos do

catolicismo rural brasileiro. No município de São Gonçalo do Amarante, a dança é

realizada durante a festa do santo padroeiro e apresentada em nove jornadas, num

ambiente de muita fé e animação. São Gonçalo é o protetor dos violeiros e das donzelas

casamenteiras.

O município se divide em litoral e sertão, sendo distribuído em oito distritos: Sede, Pecém,

Taíba, Siupé, Umarituba, Croatá, Serrote e Cágado, os quais foram todos visitados. Cada

distrito contém, além da sede, povoados em sua volta, apresentando particularidades.

Nesse reconhecimento, destacaram-se três localidades com relevante potencial histórico

e cultural: distritos de Pecém, Siupé e Serrote.

3.2.1 Contatos iniciais

Na primeira abordagem à Secretaria Municipal de Educação foi contatado o Sr. Antônio

Moreira Cabral (diretor pedagógico do Ensino Fundamental II, ano de 2012), ao qual foi

entregue o Plano de Ação em Educação Patrimonial e do qual foi recebida a lista das

escolas que contemplam o Ensino Fundamental II. Neste caso não foi necessária a

seleção por indicador, haja vista que a demanda é menor neste Município. O quantitativo

de escolas aptas para a realização das oficinas foi de apenas 19, entre os distritos e

povoados.

3.2.2 Consolidação dos contatos

Do mesmo modo que em Caucaia, foi necessário refazer todos os contatos após a posse

da nova gestão da Secretaria de Educação em janeiro de 2013.

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Nas reuniões que se seguiram com a nova coordenação pedagógica da Secretaria de

Educação, a Prof.ª Rosa Abreu, a ideia anterior de se fazer um grande evento foi

descartada. Diferentemente da gestão anterior, que preferiu por não inserir as oficinas nas

atividades diárias dos alunos para não impactar o calendário escolar, a gestão atual

solicitou que fossem atendidas todas as escolas que se enquadrassem no mesmo critério

estabelecido para Caucaia, ou seja, a participação de alunos do Ensino Fundamental II

(6º ao 9º ano).

Assim, foi realizado o levantamento das escolas, e o número de escolas municipais

encontradas nos distritos que atenderam aos requisitos de faixa etária do projeto, foram

17 escolas no total, das 19 existentes no município. As atividades realizadas nas oficinas

foram similares às de Caucaia, como segue abaixo:

3.2.3 Plano de aula das oficinas de Educação Patrimonial de São Gonçalo do Amarante

Estrutura das Oficinas de São Gonçalo do Amarante – Alunos

17 Escolas

40 Alunos por oficina

02 oficinas por escola (Simultâneas ou em turnos diferentes dependendo da

disponibilidade da escola);

Plano de aula

Duração da Oficina: 03 Horas com intervalo de 15 min.

Conteúdo:

O que é patrimônio cultural?

Memória, identidade e história.

Quais são os tipos de patrimônio?

Exemplos dos patrimônios do Município de São Gonçalo do Amarante

Patrimônio Arqueológico: Resultados do Projeto Premium II

Vídeo mostrando como se faz um artefato lítico.

Dinâmica:

Jogo na Trilha do Patrimônio: é jogado por duas ou mais equipes de alunos sobre

um painel colocado no chão, no qual constam diversos patrimônios do município;

18

os participantes jogam um dado e andam as casas conforme o número sorteado.

Diversas dessas casas têm perguntas relativas ao patrimônio cultural, e é

necessário responde-las para seguir adiante; ganha a equipe que chegar primeiro

ao final das casas.

Produto:

Construindo um Cartão Postal sobre o patrimônio do município: Nesta atividade, os

estudantes devem desenhar exemplos de um ou de vários tipos de patrimônio

encontrados em seu município endereçando o cartão para um aluno de escola do

município vizinho (no caso Caucaia), para que ele possa conhecer a diversidade de

sua cultura.

Construindo Painel Cultural: consiste em que os participantes elenquem os

patrimônios que mais chamam sua atenção de sua localidade e faça desenhos,

versos e pequenos textos; em seguida eles montam o painel com os produtos

elaborados sobre uma folha de cartolina para que o mesmo seja exibido para

todos.

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4. CONTATO COM OUTRAS INSTITUIÇÕES E PESSOAS

O contato mais amplo possibilitou a discussão da comunidade com relação à valorização

de seus bens materiais e imateriais. O apoio de órgãos, como secretarias ou

coordenações de cultura municipal e instituições religiosas, assim como de pessoas sem

vínculos institucionais, viabilizou o desenvolvimento dos trabalhos, pois facilitou o

mapeamento desses bens. A partir desse apoio pôde ser feito um agendamento de

contatos com escolas e associações dos municípios de São Gonçalo do Amarante e

Caucaia, buscando-se contatar previamente representantes dos diversos setores da

sociedade com a finalidade de otimização do trabalho.

Outra etapa do contato institucional efetivada diz respeito à articulação política junto às

Associações Comunitárias, de Pescadores, Quilombolas, e Associações ligadas a

atividades turísticas, sobretudo em Caucaia, onde o setor é bastante presente na vida da

população, mas carece de ações para a melhoria do serviço prestado.

No ano de 2012 aconteceu um evento que possibilitou a equipe de Educação Patrimonial,

vivenciar um pouco mais o patrimônio cultural do litoral cearense: “Povos do Mar”.

O evento “Povos do Mar” foi promovido pelo SESC – CE, no distrito de Iparana, no

Município de Caucaia, visando unir, estimular e incentivar as comunidades que mantêm

cultura tradicional a darem continuidade às manifestações e aprendizados aos mais

jovens com o intuito de preservar essa maneira própria de ser, de se sentir, de respeitar,

de formar sua própria identidade.

Embora o evento promovido pelo SESC tenha tido o objetivo de atender a todas as

comunidades do litoral cearense, a equipe de Educação Patrimonial se deteve a apreciar

as questões relativas à manifestação da cultura dos municípios estudados, São Gonçalo

do Amarante e Caucaia. Abaixo estão descritos alguns dos momentos culturais

acontecidos durante esse evento.

A abertura do Evento “Povos do Mar” trouxe ao palco principal a apresentação de todos

os coquistas (representantes da manifestação da dança do coco) do estado Ceará, sendo

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todos eles ligados ao mar.

O Encontro dos Cocos – Batidas da Mão ... Pisadas no Chão traz a representação de

cada comunidade que expressa, através da dança do coco, um pouco da sua história, da

sua essência, da sua identidade. Cada representante da dança do coco trouxe seus

integrantes, que brincaram, dançaram e cantaram suas formas de manifestarem a alegria

de estarem juntos em evento que faz com que o povo venha a ser a atração principal para

o próprio povo.

Os povos indígenas foram respeitados em todos os momentos, sendo ofertado pelo

evento, espaço para que manifestassem seus conhecimentos através do contar de sua

história, experiências, modos de vida, artesanatos, danças e rituais.

Com isso, os grupos étnicos Tapeba, Tremembé e Anacé apresentaram o Toré em

separado, sempre iniciando a dança com oração específica de cada grupo. Observou-se

que nestas orações vários elementos da religião cristã ocidental se misturavam aos

elementos ligados à espiritualidade indígena, como pôde ser visto na apresentação dos

Anacé, que fizeram oração a Tupã e à natureza e depois rezaram o “Pai Nosso”,

tradicional oração cristã.

Após o Toré, foi realizado o Torém, que segue a mesma lógica da primeira manifestação,

mas que se caracteriza por congregar as várias etnias e, neste caso, envolver os demais

participantes em belo ritual de dança e espiritualidade.

Outra manifestação que causou enorme comoção foi à apresentação da Dança de São

Gonçalo, que foi recuperada no ano anterior pela comunidade indígena dos Anacé, como

tradição cultural do município. Há 20 anos a dança não era celebrada e teve imediata

aceitação da população, que se emocionou com este ressurgimento.

A Dança de São Gonçalo como apresentada pelos Anacé se caracteriza por uma

sucessão de “Louvações” à imagem de São Gonçalo que fica em uma extremidade do

salão e os dançarinos vão se aproximando em duplas como na quadrilha, mas não em

casais, primeiro vêm as duplas de homens, depois as de mulheres em maior número.

Estas duplas se apresentam à frente da imagem e depois fazem uma evolução para a fila

21

de duplas que a segue. A própria fila mantém ritmo de dança próprio, que é independente

da dupla que está à frente.

A dança é realizada com reverências à imagem do Santo, sendo cada movimento da

dança repetido três vezes; cada dupla tem que realizar a reverência na mesma

quantidade. A dupla que fica na frente é responsável por comandar todo o

desenvolvimento da dança, e cada passo realizado é repetido pelas outras duplas,

existindo momentos em que a dupla que comanda a dança se entrelaça com as outras

duplas, mas sempre repetindo os passos três vezes.

Na finalização da dança de São Gonçalo, acontece o momento da despedida dos índios

Anacé, quando as duplas de dançarinos cantam em louvação à imagem do Santo, ou ao

que eles chamam de “encantados”. Somente nesse momento é que se escutam as vozes

dos bailarinos, que terminam pegando a imagem do Santo e se retirando do recinto da

mesma maneira que entraram.

Também foi importante dentro deste contexto a apresentação das Carpideiras, antiga

tradição das cidades do interior nordestino, durante boa parte dos séculos XVIII, XIX e

primeira metade do século XX. Trata-se de mulheres contratadas para chorar nos

enterros, compondo todo um ritual simbólico para além do enterramento, como é

analisado por João José Reis em seu livro: A morte é uma festa, no qual caracteriza este

momento da vida dos indivíduos como lugar não só de despedida, mas também de

celebração para os vivos, familiares, vizinhos, amigos, para a sociedade que era

convidada a partilhar este acontecimento.

O autor mostra ainda que a morte excedia o simbólico da festa, dando, de acordo com o

nível de organização da família do morto, status social e político aos vivos que

celebravam. Dentro deste contexto, as carpideiras eram de suma importância, posto que

atestavam o caráter do morto ao chorarem copiosamente frente ao seu caixão e túmulo.

A apresentação do grupo no Festival foi uma bela representação deste ritual, como era

realizado no passado e que foi recuperado pelo grupo do SESC, atuante em Caucaia, a

partir de projeto educativo de contação de histórias populares.

22

23

5. REALIZAÇÃO DE ENTREVISTAS

Uma parte do levantamento do patrimônio cultural nos municípios de Caucaia e São

Gonçalo do Amarante foi realizada através de pesquisa de campo utilizando a

metodologia da História Oral. A partir desta, realizaram-se entrevistas semiabertas, por

meio das quais a comunidade pôde estabelecer um diálogo acerca de variados temas.

Sobre os entrevistados pode-se dizer que se teve um grupo bastante heterogêneo,

seguindo a tendência do panorama cultural como se apresenta para os municípios.

Realizaram-se entrevistas com comerciantes, pescadores, artesãos, membros de

associações não governamentais, que estabelecem intrínseco relacionamento com a

comunidade, entre outros. Foram também entrevistados os membros das Associações de

Moradores e outras ligadas às atividades turísticas dos Municípios de São Gonçalo do

Amarante e Caucaia.

As experiências das entrevistas ajudaram a elaborar um cenário cultural para os dois

municípios que ultrapassa o entendimento da cultura cotidiana, posto que, com base

nelas, podem-se perceber aspectos da memória e identidade das comunidades.

As fichas de catalogação das entrevistas foram elaboradas de acordo com modelo

metodológico utilizado pelo IPHAN, segundo o qual se podem observar os dados

pessoais dos entrevistados bem como um resumo do conteúdo das entrevistas.

Como exemplo de uma das entrevistas realizadas com moradores do Pecém, tem-se a

feita com um colaborador do projeto de Educação Patrimonial o Sr. Assis, pescador,

coquista e valoroso membro da comunidade do Pecém.

O Sr. Assis contou na entrevista realizada as histórias de sua vivência na praia do Pecém,

de sua relação com o mar e com a areia das dunas. Em sua fala, pôde-se observar a

infância difícil, mas cheia de desafios e aventuras e uma vida adulta repleta de

interessantes histórias e de um grande amor.

Durante a entrevista, o morador mencionou o início do povoamento do distrito de São

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Gonçalo, antes, segundo ele, existiam apenas quatro casinhas, não tinha praia, só o mar

e nada de estrada. Com o passar dos anos, o local foi pouco a pouco aterrado, retirou-se

areia dos morros para fazer uma praia e as casas e, consequentemente, a quantidade de

moradores aumentou.

Em sua fala o Pecém foi mudando, a paisagem se desenhando para o cenário que se vê

hoje, as pessoas foram encontrando outras estratégias de sobrevivência para além da

pesca, e a cultura foi se modificando. Além disso, Sr. Assis é embolador de coco, dança e

toca ganzá no grupo “Coquistas do Pecém”. Esse folguedo é considerado patrimônio

imaterial pela comunidade, visitantes e moradores do distrito apreciam a arte e os sujeitos

que a realizam.

Segundo ele, a brincadeira chegou ao Brasil com os holandeses, mas também tem

influência dos índios, visto que a região é cercada por povoados indígenas. Por fim,

mencionou que hoje eles estão transmitindo o conhecimento sobre a arte de fazer o

folguedo do coco às crianças da localidade. O coco passou de brincadeira apenas de

homens para incluir as mulheres – antigamente os homens não permitiam as mulheres

brincar, e apontavam como motivos dessa exclusão a fragilidade do sexo feminino e o

recato que elas deveriam manter.

Foram entrevistados os seguintes órgãos Governamentais e Não-Governamentais:

Associação de Pescadores da Taíba – São Gonçalo do Amarante Presidente: Maria Luzanete Lima

Associação Comunitária de Siupé Presidente: Antônio José Alcântara Nascimento

Associação dos Moradores de Umarituba e Adjacências Presidente: Maria da Conceição Santiago de Souza

COOPTUR (Cooperativa de turismo com Bugues) Presidente: Fausto Alves de Souza

Associação de KiteSurf de Cumbuco Presidente: Paulo Alberto

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Associação Cultural Grupo de Teatro Representantes da Vida Presidente: Edson Pereira de Souza

Associação dos Moradores do Novo Horizonte e Adjacências – Taíba Presidente: Maria Ideneida Lima de Souza

Projeto Orla Palestrante da Oficina: Me. Raimundo José Reis Felix

Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos - FUNCEME Sérgio Rocha (Pesquisador- Geólogo)

Associação dos Pescadores Profissionais, Artesanais e Comunidade do Rio Ceará e Adjacências no Litoral Leste e Oeste. (APACIRRALOC) Presidente: Lauro Moreira Maciel

Associação de Surf Caucaia Presidente: Marcelo (Bibita)

Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente -CONPAM Aírton Mota (Gestão Ambiental – Geógrafo)

Roberto Rossini [email protected]

Secretaria de Planejamento Fábio de Oliveira Matos

Secretaria de Turismo, Cultura, Esporte e Juventude. Maria Auxiliadora Saunders de Castro (Coordenadora Institucional) (85) 81263528

Secretaria de Planejamento João Crisóstomo Melo Moreira (Arquiteto e Urbanista)

Associação de Remanescentes dos Quilombolas em Capuan Isabel Cristina E-mail: [email protected]

Associação Maria Vem Com as Outras (Ponto de Cultura Iparana) Presidente: Beatriz Guedes

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Associação dos Moradores de Novo Horizonte e Adjacências (Taíba) Presidente: Maria Ideneida Lima de Souza

Associação Grupo de Teatro Representantes da Vida (Taíba) Edson Pereira de Souza

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6. LEVANTAMENTO DOS BENS PATRIMONIAIS DE CAUCAIA

O município se divide em litoral, serras e sertão, sendo dividido em cinco áreas

administrativas, também denominadas rotas. São elas: Rota BR-020, BR-222, Sede,

Jurema, Praia.

Na rota BR-020, foram registrados os distritos de Sítios Novos, Bom Princípio, Catuana e

Primavera. Na rota BR-022, registraram-se os distritos de Tucunduba, Jenipabu e

Capuam, sendo este último de enorme interesse para o levantamento por tratar-se de

área de comunidade indígena, do qual foi feito o registro fotográfico.

Na rota Praia, registraram-se os distritos de Cumbuco, Pacheco, Iparana, Icaraí, e os

povoados de Camurupim, Guajiru, Mestre Antônio, Curicaca e Barra Nova. Também nesta

rota, foram registradas as praias de Tabuba, onde se entrou em contato com uma das

atividades mais populares das praias cearenses nos últimos dez anos, a prática do

KiteSurf, um esporte radical que movimenta a economia e o turismo de boa parte do

litoral.

Ainda na Praia de Iparana, pôde-se fazer o registro mais completo e perceber o fenômeno

que está presente em outras praias, como a do Pacheco e a de Icaraí, e que diz respeito

ao avanço violento do mar. Registrou-se enorme quantidade de casas de veraneio

construídas praticamente dentro do mar e que vêm sofrendo com o seu avanço.

Outra área importante dentro do levantamento realizado em Caucaia foi a região da

Lagoa de Capuan, que faz parte do Projeto Tribo das Águas, cujo objetivo é recuperar e

preservar, rios, lagoas e águas subterrâneas em dez comunidades do território indígena

Tapeba. Deste projeto ainda fazem parte atividades de educação ambiental,

monitoramento das águas e saneamento ecológico.

No registro da Lagoa do Capuan foram identificadas ainda inúmeras lavadeiras utilizando

as águas da Lagoa. Esta atividade é muito antiga e, de acordo com alguns moradores, a

atividade persiste a despeito da preservação da Lagoa, porque nas áreas de seu entorno

não existe fornecimento de água constante.

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O distrito de Cumbuco fica localizado na área litorânea do Município de Caucaia, com

potencial turístico que fica claro desde o momento em que se entra no distrito, contendo

diversos hotéis de grande porte situados na orla.

Verificou-se na sede do distrito que a economia local se baseia no produto turístico

existente, onde não só se tem praia, mas lagoas que se transformam em balneários,

atraindo assim, turistas e visitantes a restaurantes e pousadas localizados no entrono das

lagoas. Um exemplo é a Lagoa do Banana, lagoa essa repleta de casas de veraneio de

porte grande, assim como restaurantes que se transformam em espaço de lazer para

banhos refrescantes, apresentando amplo potencial de interesse turístico.

Os povoados de Capuam e Jenipapu localizam-se nas proximidades da sede de Caucaia.

Em Capuam destaca-se a Igreja de Santo Antônio e em Jenipabu a lagoa de Jenipabu,

que não é utilizada só para o turismo ou visitação, mas a população local usa a água da

lagoa para lavar roupa, aonde as lavadeiras levam seus filhos que ficam brincando na

lagoa enquanto elas trabalham.

Edificações do Município de Caucaia tombadas pelo IPHAN:

Casa de Câmara e a Cadeia (Livro Histórico –

Inscrição de no. 442 de 30/05/1973, Processo de

no. 0595-T-59).

A Casa da Câmara e a Cadeia é edificação do

século XVII que apresenta fachada quadrangular,

com única porta de acesso, uma janela de duas

bandas contendo mais seis janelas laterais, em

seu telhado observa-se detalhe da eira e beira.

Seu interior é dividido em dois pisos. No primeiro piso funcionava a antiga cadeia,

contendo quatro salas, já o segundo piso era o local onde funcionava a antiga câmara,

contendo em seu espaço três salas. Atualmente na edificação funciona a sede da

Biblioteca Municipal Professor Martins de Aguiar.

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Edificações de relevância histórica para a cidade de Caucaia:

Igreja Nossa Senhora dos Prazeres – edificação

do século XIX que apresenta grande torre com

quatro sinos e uma cruz de malta ao alto. Nossa

Senhora dos Prazeres é considerada a padroeira

do Município de Caucaia.

Igreja de Nossa Senhora de Santana –

edificação do século XVIII, situada no Distrito da

Tucunduba. Sua face principal chama a atenção

por ser desprovida de torre sineira, contendo

campanário onde o sino encontra-se centralizado.

A passagem apresenta forma de arco com silhueta

colonial. O altar dessa igreja apresenta

particularidade interessante, pois o mesmo lembra

o estilo do tempo em que os padres celebravam a

missa de costa para os fiéis, que na liturgia católica

essa prática foi utilizada do ano de 1570 até 1969,

quando se instituiu uma nova liturgia.

Igreja de Nossa Senhora da Conceição –

edificação do século XVIII, situada no Distrito de

Sítios Novos. Contém andor com cruzeiro de

madeira. Apresenta no altar mesa de cimento, em

cujo lado esquerdo é encontrado um púlpito com a

imagem de Nossa Senhora da Conceição que tem

cerca de 140 anos.

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Capela de São Pedro – edificação do início do

século XX, localizada no Distrito de Tucunduba em

Caraussunga, que tem como padroeiro São Pedro.

Estação Ferroviária – edificação do século XX

apresenta única fachada com duas divisões e três

portas de madeira, a bilheteria com as catracas

ficam localizadas na porta central, contendo

adiante uma sala de estar. Na área de trás da

edificação encontra-se a plataforma de embarque

e desembarque. A estrutura física da Estação

Ferroviária apresenta bom estado de conservação.

Casarão do Artesanato – edificação do século

XIX, atualmente é sede da Secretaria de

Desenvolvimento Econômico, Fundação de

Desenvolvimento do Turismo e do Lazer e

Fundação de Apoio ao Esporte, às Artes e à

Cultura, sendo a antiga residência da família do Sr.

Petrônio de Paula Pessoa, ex-tabelião de Caucaia.

Local onde ainda acontecem apresentações

artísticas de talentos da região.

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Escola de Ensino Médio Branca Carneiro

Mendonça – sede – edificação do início do século

XX.

Monumentos de relevância histórica para a cidade de Caucaia:

Santo Cruzeiro – monumento do século XVIII,

encontrado na Praça da Matriz, marco que lembra

a presença das missões Jesuítas na região, sendo

também grande referencial da fé católica no

Município. Em comemoração a independência do

Brasil, o monumento foi reformado em 1922.

Coreto – monumento construído no início do

século XX na Praça da Matriz, existindo estudos

que falam que abaixo dessa edificação era o

Pelourinho de Soure (antiga Aldeia Caucaia). Foi

inaugurado em 15/10/1759 pelo Desembargador

Bernardo Coelho da Gama e Casco, considerado

assim o local como o “Marco Zero” da cidade.

Artesanatos: Com relação aos artesanatos poucos materiais foram encontrados, e esses

estão sempre relacionados aos artesanatos indígenas como tapetes, almofadas, roupas e

arranjos florais.

Gastronomia: A culinária de Caucaia não foge aos saberes tradicionais, tropicais e

exóticos da cultura cearense, apresentando algumas particularidades na influência da

dieta dos costumes alimentares dos índios da região, também de pratos originários dos

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colonizadores europeus, assim como da influência da cultura negra.

No litoral podem-se saborear pratos feitos com frutos do mar como: peixadas, moqueca

de arraia, camarão, caranguejo, entre outros. Também se pode deliciar de outros pratos

tradicionais na cidade como: feijoada, cuscuz, baião de dois, carne de sol, guisado de

carneiro, sarrabulho, panelada, galinha à cabidela ou caipira, buchada, rapadura, paçoca,

tapioca, bolos (macaxeira, batata, grude, milho, etc...), cocada, pé-de-moleque, pamonha,

canjica, arroz de aratú, entre outros. Apresentando também arsenal de frutas encontradas

na região como: caju, mamão, coco, murici, manga, cajá, sapoti, graviola, seriguela,

pitomba, cajarana, maracujá, goiaba, abacaxi, entre outras.

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7. LEVANTAMENTO DOS BENS PATRIMONIAIS DE SÃO GONÇALO DO

AMARANTE

Abaixo estão registradas as principais informações obtidas durante as visitas às diversas

localidades do município de São Gonçalo do Amarante.

Sede

A sede do Município de São Gonçalo do Amarante fica localizada entre as áreas de litoral

e sertão e tem como destaque a lagoa de Prejubaca e a Igreja de São Gonçalo do

Amarante. A lagoa fica no centro da cidade, nas proximidades da praça central, sendo

local de lazer, com pista para caminhada, bancos e calçadas no seu entrono, tendo

também em suas margens a imagem do Santo Padroeiro da cidade.

Já a Igreja de São Gonçalo do Amarante é o marco para o nome da cidade, que antes se

chamava “Anacetaba” (aldeias dos Anacé). Com a construção da igreja, a cidade passou

a se chamar São Gonçalo do Amarante, santo de devoção à época da construção pelo Sr.

José Procópio de Alcântara.

Uma das festividades mais esperadas na cidade é a festa de São Gonçalo do Amarante. A

junção de todas as raças (índios, negros e brancos) acontece na manifestação de fé e

religiosidade ao Santo Padroeiro.

Todo órgão de administração pública da cidade fica localizado na sede, a qual apresenta

desenvolvimento econômico, com presença de lojas, supermercados, farmácias, óticas,

bancos, entre outros estabelecimentos.

Distrito de Pecém

O Distrito de Pecém fica localizado na região litorânea de São Gonçalo do Amarante,

onde se encontra o Terminal Portuário de Pecém, com diversas empresas que empregam

pessoas da comunidade e pessoas oriundas de diversas partes do Brasil e do exterior.

Existe também a Colônia dos Pescadores Z6, Profissionais Artesanais e Aquicultores de

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São Gonçalo do Amarante, onde o novo e o tradicional se mesclam e trazem influências

ao dia a dia local.

A Colônia dos Pescadores apresenta forte influência perante a comunidade local, na

busca de melhorias para toda população, tendo cedido parte de sua sede à Prefeitura de

São Gonçalo do Amarante para instalação do Posto de Saúde de Pecém.

Os pescadores mais antigos ainda mantêm algumas tradições, embora reclamem que os

jovens não querem mais ir para o mar pescar, mas sim trabalhar no Porto de Pecém.

Entretanto, os mais velhos ainda mantêm a Colônia, ensinam a prática da pesca, como o

pescador faz sua comida quando está no mar, e realizam o que chamam de “brincadeira

do coco”.

A brincadeira do coco se dá em círculo. Os participantes ficam olhando e batendo palmas

na espera de serem chamados para o centro da roda. Um dos participantes inicia a dança

no centro do círculo e chama outro participante da roda (como se fosse uma disputa).

Quem convidou, depois de dançar ao lado do convidado, volta para roda, e quem ficou

dentro do círculo dá continuidade, chamando o colega ao lado.

Os passos são todos de saltos e jogada de pés. Os mais velhos apresentam uma

característica de jogar areia entre os pés, fazendo trocadilho dos mesmos. Já os mais

novos realizam a dança com gingado de saltos rodados com pulo de dois passos.

Observou-se que os mais novos já iniciam com passos parecidos com o da dança da

capoeira, realizando agachamentos e jogados de pernas, também parecidos com passos

da dança do caboclinho. A mistura de passos e sons contagia os espectadores a

participarem da brincadeira, que é aberta a todos que queiram dançar.

Em Pecém também se pode destacar o Jardim Botânico de São Gonçalo do Amarante,

que funciona de terça-feira a domingo, com horário para visitação das 07h30 às 11h30 e

das 13h00 às 16h00. Atualmente encontra-se sob a administração da Secretaria de Meio

Ambiente com a Secretária Michele Mourão Matos, tendo um funcionário que cuida da

manutenção do espaço e das plantas, o Sr. Francisco Ivan Carvalho dos Santos, que está

trabalhando desde quando o Jardim Botânico era de administração privada.

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O espaço físico do Jardim Botânico apresenta local propício para atividades de

capacitação, com sala para cerca de 20 pessoas, espaços abertos e amplos para

realização de atividades lúdicas e trabalho em grupos.

Distrito de Siupé

Embora o distrito de Siupé fique localizado na área litorânea, encontra-se afastado da

praia, mesmo assim, sua sede é uma pequena vila com aspectos praieiros, contendo em

seu território dois vilarejos, sendo eles: Jenipapeiro e Estrada das Queimadas.

Na vila sede de Siupé está situada a Igreja de Nossa Senhora da Soledade, igreja que foi

edificada no ano de 1865, sendo restaurada no ano de 1998, através do apoio financeiro

do Ministério da Cultura – Fundo Nacional da Cultura, Prefeitura Municipal de São

Gonçalo do Amarante e apoio técnico do IPHAN da 4ª. Coordenação Regional.

Verificou-se que a igreja é marco importante para a comunidade local, dando destaque à

santa padroeira Nossa Senhora da Soledade. A festa em sua homenagem traz romeiros

de toda região para realizarem suas orações, agradecimentos e petições. A festa sempre

acontece entre os dias 29 de agosto e 08 de setembro e, segundo informações locais,

atrai grande público de fora da região.

Também se destaca o Santuário de Nossa Senhora da Soledade, no qual foi construída

uma imagem da santa padroeira com cerca de cinco metros de altura, localizada a cerca

de dois quilômetros da sede. O acesso se faz por estrada de barro. A imagem foi

construída com a intenção de mudar o local de realização da festa e da romaria, com o

objetivo de deixar a igreja mais livre. Mas, embora o padre realize missas no santuário, os

romeiros não deixam de realizar suas devoções na igreja.

A Festa de Nossa Senhora da Soledade: história de uma tradição

A festa de Nossa Senhora da Soledade no distrito de Siupé, em São Gonçalo do

Amarante, foi espaço privilegiado para a atividade de campo da equipe de Educação

Patrimonial em setembro de 2012, sendo festa que mobiliza todos os moradores do

distrito de Siupé, assim como comunidades localizadas nas proximidades.

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Toda fé do povo da região em Nossa Senhora se dá pela maneira como é contado o

surgimento da imagem de Nossa Senhora da Soledade na localidade. Segundo os

moradores a imagem foi encontrada em uma árvore da espécie de gameleira, e sempre

que retirada da árvore e levada para outro lugar, a mesma retornava ao local de onde

teria sido retirada.

Com isso, segundo os moradores do distrito, a Igreja de Nossa Senhora da Soledade foi

construída no local da árvore, que teima sempre em nascer, sendo avistados brotos da

gameleira em cima da Igreja.

Entre histórias e estórias ligadas ao distrito de Siupé, a fé e crença na Nossa Senhora da

Soledade é mantida e passada de geração em geração, e vem crescendo a cada ano a

tradição de uma Santa ligada à solidão.

Entre procissões, caminhadas, venerações, novenas, missas, cavalgada, bicicletada,

leilão, entre outras atividades, a Festa acontece e assim, os devotos de Nossa Senhora

da Soledade manifestam seu amor, crença e fé na Santa Padroeira do distrito.

Dentre as caminhadas de fé que acontecem na Festa de Nossa Senhora da Soledade a

mais esperada é a famosa Caminhada de São Gonçalo do Amarante, a mesma sai do

bairro de Lagoinha, na sede de São Gonçalo do Amarante, em direção a Siupé, reunindo

grande número de devotos.

A XIV caminhada ou pode-se chamar também de romaria para Nossa Senhora da

Soledade começou por volta das 15h00 do dia 04/09/2012. Os fiéis seguiam seu caminho

de fé por estrada de barro até o Santuário de Nossa Senhora da Soledade, em Siupé. No

percurso, os romeiros cantam e fazem oração por diversos motivos. Pequena parada é

realizada na Igreja de São Sebastião, alguns quilômetros após a saída em Lagoinha para

a realização de orações ou apenas para beberem água, pois a distância do ponto inicial

ao final são cerca de quinze quilômetros.

Chegando a Siupé, a caminhada de São Gonçalo do Amarante segue em direção ao

Santuário de Nossa Senhora da Soledade, onde no local os fiéis rezam o Pai Nosso e

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depois, dispersos, retornam para frente da igreja de Nossa Senhora da Soledade para

assistirem a novena e a missa campal que acontece ao lado da edificação religiosa.

O público que se encontra toda a noite neste local é considerado, segundo observação da

equipe, flutuante, incluindo jovens, adultos, crianças e idosos que não apenas se

encontram neste local para assistir a missa, mas também para encontrar amigos ou

comprar algo no pequeno “comércio” exclusivo para a festa.

Desta maneira, este evento se apresenta nas suas variadas formas de acontecer e nas

múltiplas apropriações que os moradores e não moradores fazem do momento que se

renova e se (re)inventa a cada noite na praça central de Siupé.

No interior da igreja, local que protege as imagens da santa padroeira e de outros santos,

é possível encontrar inúmeras pessoas rezando diante da imagem de Nossa Senhora da

Soledade e acendendo velas aos “pés” da santa.

Outra atividade esperada na Festa de Nossa Senhora da Soledade é a Cavalgada, que

aconteceu no dia 06/09 em São Gonçalo do Amarante com a organização há 14 anos do

Sargento Oseias.

Segundo Daniel Farias, que participa do evento há cerca de oitos anos, os fiéis junto ao

seu Cavalo se reúnem para pagar promessas a Nossa Senhora da Soledade ou estão na

ocasião para acompanhar amigos e parentes.

A cavalgada se concentra na Igreja Matriz de São Gonçalo e segue até Siupé por estrada

de barro. A primeira parada é na barragem, local em que os cerca de 1500 cavalos bebem

água, descansam e acontece o sorteio de um cavalo. Por volta das 18h, a cavalgada

chega ao Santuário da Padroeira de Siupé, reza-se oração conhecida como Pai Nosso e

seguem para frente da igreja matriz para assistirem a missa, ou muitos se dispersam e se

aproximam das “barracas” de bebidas alcoólicas que ficam localizadas em torno da praça

principal.

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Na condição de pesquisadores participantes, no dia da Festa profana, a equipe percebeu

a grandiosidade da festividade. A avenida principal que permite o acesso à entrada do

distrito é interditada por guardas municipais e a polícia militar. Após a missa os moradores

e apreciadores da festa delimitam informalmente o espaço da festa. Na entrada da cidade

os “paredões” de som são montados e muitos jovens se concentram diante dos aparelhos

para dançar ou apenas olhar a movimentação, os hits são variados, do funk, axé, brega

ao samba. Ao lado a igreja tem o “Salão do Bode”, local em que acontecia a festa

dançante no passado, década de 1950, mas nesse espaço neste dia 07 é realizado um

evento privado, bandas do ritmo forró são as atrações.

No parque é possível encontrar inúmeras famílias, sobretudo com crianças que se

divertem nos brinquedos ou se alimentam com as iguarias expostas nas inúmeras

barracas do local. Após a missa, também acontece o show de forró mais esperado da

noite no Salão do Bode com início às 22h00. Neste dia foi possível observar grande

número de turistas estrangeiros. Contudo, entre todas as manifestações de fé desse povo

devoto de crença inexplicável, é à maneira de amor a Deus e a Nossa Senhora da

Soledade, que é passada de geração a geração - os pais, ainda hoje, passam para seus

filhos essa tradição de amor. Ao participar ativamente da Festa de Nossa Senhora da

Soledade, a equipe de Educação Patrimonial começou a conhecer e conquistar a

confiança dos moradores de Siupé, conseguindo assim coletar vários depoimentos.

Jenipapeiro e Estrada das Queimadas são pequenos vilarejos que fortalecem a presença

de fé na região, sendo encontradas pequenas igrejas em cada localidade. Contudo,

destaca-se a organização comunitária de Jenipapeiro, onde foi encontrada casa de fazer

farinha de mandioca de uso da comunidade. Cada família tem seu dia de usar o local, que

é mantido e cuidado por todos do vilarejo.

O Distrito de Siupé é formado por dois povoados próximos chamados Carapebas e

Frecheiras. Em Carapebas as casas são de taipa afastadas umas das outras, próximas do

rio, como se fossem pequenos sítios, sendo esses espaços divididos entre familiares. Já

no povoado de Frecheiras, as casas de tijolos são próximas uma das outras, localizadas

nas extremidades da estrada de piçarra. Nesse povoado foram identificadas uma creche e

uma casa de farinha comunitária, que é utilizada por todos os moradores.

39

A equipe de Educação Patrimonial realizou o reconhecimento de quatro povoados ligados

ao distrito de Siupé (Jenipapeiro, Estrada as Queimadas, Carapebas e Frecheiras).

Distrito de Taíba

Taíba é um distrito litorâneo com grande potencial turístico, apresentando em sua sede

pousadas, hotéis, restaurantes, casas de veraneio, entre outros, assim como atrativos

como: o mirante, as grutas de Taíba e a Igreja de São Francisco.

O mirante fica localizado em um ponto alto do distrito que oferece uma vista mais ampla

da praia de Taíba, de onde os turistas e visitantes podem apreciar a beleza da área assim

como desfrutar do nascer ou por do sol de extrema exuberância. O local já oferece

infraestrutura, tendo espaços para apreciação da paisagem e local de estacionamento.

As grutas de Taíba ficam localizadas à beira da praia, onde os arrecifes foram sendo

moldados pela ação do mar ao longo de muitos anos, formando pequenos espaços de

abrigos que são avistados no horário em que a maré está baixa. As mesmas são visitadas

não só pelos turistas, mas também pelos moradores que informam onde fica o local e o

melhor horário para visitação, de modo que todos possam apreciar a beleza e força da

natureza, que mesmo com toda ação antrópica (casas edificadas em cima das rochas e

linha litorânea da praia), ainda mantém um arsenal de encantos e vida que surge em suas

paredes, trazendo a diversidade entre social e ambiental.

Com relação à Igreja de São Francisco, é necessário assinalar a seguinte observação: as

placas de identificação até a mesma indicam ser a Igreja de São Pedro, entretanto,

verifica-se que a Igreja de São Pedro não existe na localidade, portanto há erro nas

placas. Na realidade trata-se da Igreja de São Francisco. A placa que fica na frente da

Igreja de São Francisco foi alterada, com a correção do nome.

Distrito de Serrote

40

O Distrito de Serrote é o mais distante da sede do Município de São Gonçalo do Amarante

e apresenta enorme potencial de Patrimônio Cultural. Sua história começa com a

construção de uma fazenda, na qual as pessoas que chegaram para trabalhar deram

início a um pequeno povoado.

A presença da fé na localidade é persistente até os dias atuais. A história da Capela de

Nossa Senhora de Fátima inicia-se em 1948, com pequeno espaço de orações (quarto de

orações), tendo como santo padroeiro São Sebastião. Essa capela foi destruída por um

raio, tendo suas paredes tombadas. Com a doação de terreno no ano de 1954 pelo

Senhor Vicente Regadas e doação de duas calheiras de tijolos pelo Sr. Ezaú Ferreira, a

comunidade do Serrote reconstruiu a Capela, que veio a ser chamada de Nossa Senhora

de Fátima, nome esse dado pelo Padre José Ribeiro de Paracurú em 1959. Somente em

1969 seu sino foi erguido.

A capela é sempre apontada pelos moradores como importante, pois mesmo tendo hoje

como padroeira Nossa Senhora de Fátima, mantém em seu altar a imagem de São

Sebastião.

Atualmente essa fé é repassada e se manifesta com o Projeto Afiliado do Serrote, por

meio dos quais jovens assumem a responsabilidade de cuidar da Igreja, sendo o projeto

de organização não governamental que tem como objetivo divulgar as ações da Igreja e

ajudar os comunitários do distrito e seus povoados.

Num casarão antigo existia um local denominado quarto de orações. Atualmente a casa

ainda existe, estando localizada na Fazenda São João, mas o antigo quarto foi ligado à

sua área externa. A casa mantém estrutura física com características originais dos

grandes casarões antigos e é local de lembranças sempre indicado pelos moradores do

distrito.

No distrito, destaca-se a Sra. Joana Batista do Nascimento (Dona Buá), apontada por

todos na comunidade como detentora do conhecimento da história daquele local. De

idade avançada, recebe a todos que chegam com muita simpatia, atenção e carinho.

Distrito de Cágado

41

Pequeno povoado que também, como o distrito de Serrote, é bem distante da sede de

São Gonçalo do Amarante e fica localizado na região chamada Sertão. Existe uma única

rua que leva à pequena praça, onde se encontra a Igreja de São Francisco.

Distrito de Croatá

O presente distrito aponta ser uma das localidades mais desenvolvidas do Município de

São Gonçalo do Amarante, localiza-se entre a linha de ferro de trem e a BR 222,

verificando-se que a economia local está vinculada ao movimento do tráfego da BR 222.

O distrito de Croatá tem em seu território mercado público, posto de saúde, escolas,

grande praça situada no centro, onde está localizada a Igreja de Nossa Senhora do

Carmo.

Distrito de Umarituba

Umarituba é o distrito mais próximo da sede do Município de São Gonçalo do Amarante,

fica às margens da CE 423 e BR 222, sendo dividido entre os locais denominados:

Principal e Estação. Embora o distrito seja dividido por essas localidades, não deixa de

ser um pequeno povoado. O local chamado Estação é por onde passa a linha de ferro de

trem, tendo casas antigas, assim como a estação.

Edificação tombada pelo Estado do Ceará

Igreja Nossa Senhora da Soledade – edificação do século XVIII, localizada no distrito de

Siupé. Marco histórico para o Município devido a ter sido nesse local o encontro entre

índios nativos e os primeiros colonizadores portugueses em 1640.

42

Existem relatos que podem indicar que a construção da igreja tenha ocorrido entre 1730 e

1737, nas terras doadas pelo Sargento-mor Antônio Marques Leito. Foram encontradas

referências de atos litúrgicos (casamentos, batizados, enterros, entre outros) nos livros de

assentamento da mesma, descrevendo o sepultamento de sacerdotes e pessoas

importantes do passado, como o Padre José Moreira de Sousa, seu irmão Padre

Francisco Moreira de Sousa, além do fundador da cidade de Sobral, o Senhor Antônio

Rodrigues Magalhães. A Igreja é protegida pelo Tombo Estadual segundo a lei n° 9.109 de

30 de julho de 1968, através do decreto n° 21.308 de 13 de março de 1991. 19

Edificação de relevância histórica para a cidade de São Gonçalo

43

Igreja de São Gonçalo do Amarante – Edificação do século XVIII, embora a finalização

de sua construção tenha ocorrido no início do século XIX, levando cerca de vinte anos

para o término da mesma. A história da igreja se entrelaça com a origem histórica do

Município, sendo a mesma responsável pelo nome do Município, que tem como figura

religiosa o padroeiro São Gonçalo.

Monumentos de relevância histórica para a cidade de São Gonçalo do Amarante:

Imagem de São Gonçalo do Amarante – Estátua que ficava dentro da Igreja de São

Gonçalo do Amarante desde a construção da mesma.

44

Estátua de São Gonçalo do Amarante – monumento do santo padroeiro da cidade,

localizado às margens da lagoa de Prejubaca, sendo ponto de encontro de amigos e fiéis.

Gastronomia

Frutos do mar é o prato principal (caranguejo, camarão, lagosta, peixe frito, entre outros),

mas tem como sensação o festival do escargot, realizado no mês de agosto.

45

8. RESULTADOS DAS ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL

As atividades de educação patrimonial nas escolas da rede pública municipal de Caucaia

e São Gonçalo do Amarante resultaram na consolidação do conhecimento dos bens

patrimoniais encontrados nos municípios pelo público-alvo anteriormente explicitado. Além

das escolas municipais, foram também atendidas as escolas indígenas da rede estadual

de educação por solicitação das lideranças indígenas, das quais apenas uma escola,

Escola Direito de Aprender do Povo Anacé, não quis participar por decisão de sua gestora

Sra. Maria José, que alegou não poder inserir as atividades patrimoniais na programação

da escola por falta de horário.

De forma geral, a equipe foi bem recebida pelos gestores das escolas, não havendo

grandes contratempos na realização das atividades. As exceções foram causadas

principalmente, por razões adversas como a falta de energia elétrica ou de água, o que

implicou na suspensão das aulas pelos gestores nas escolas afetadas. Só houve um caso

em que a equipe não pode concretizar a oficina devido à indisciplina dos alunos e à falta

de apoio dos gestores escolares, ocorrendo até ameaças físicas por parte dos alunos à

equipe, impossibilitando a continuação das oficinas na escola. Outra causa de só haver

oficina apenas em um turno, foi porque só existia o Ensino Fundamental II em único

horário, assim, as turmas foram concentradas devido ao pouco número de alunos. Outra

razão foi porque a escola deixou de ofertar vagas para essa categoria de aluno e os

poucos que ali frequentavam foram relocados para outras escolas da rede municipal.

As oficinas aconteceram em três escolas ao mesmo tempo, ou em duas quando dos fatos

relatados acima. Cada equipe era composta de dois educadores e contaram com o auxílio

dos professores da escola. Além das oficinas, a cada dia o ônibus museu do projeto

Expondo Cultura: patrimônio arqueológico de Pernambuco2, ficou à disposição junto a

2 O projeto Expondo Cultura: patrimônio arqueológico de Pernambuco é resultado de ação educativa

como medida compensatória da Refinaria Abreu e Lima – Petrobras, localizada em Ipojuca, Pernambuco, oriunda do Programa de Salvamento Arqueológico da Refinaria Abreu e Lima. Trata-se de uma exposição itinerante montada em um ônibus, tendo como temática os vestígios arqueológicos encontrados durante o salvamento arqueológico da citada refinaria, onde o público-alvo é a comunidade escolar assim como o público em geral. A exposição oferece um pouco da história do Brasil, representada pela história de Pernambuco desde o período pré-colonial até o período imperial, mostrando um pouco da vida cotidiana através dos vestígios arqueológicos. A exposição já percorreu mais de 25 municípios de Pernambuco, bem

46

uma das escolas para visitação guiada dos alunos, professores, funcionários e

comunidade.

Nas ações realizadas nas escolas foram ofertadas a cartilha “História e Patrimônio:

Projeto Arqueológico Refinaria Premium II, Ceará”; folder e cartaz intitulado “Arqueologia

e Educação Patrimonial: Refinaria Premium II – CE”; e a Exposição Fotográfica

“Arqueologia e Patrimônio: Refinaria Premium II – CE”. As cartilhas e folderes foram

distribuídos aos alunos participantes das oficinas bem como aos professores, além disso,

exemplares foram dados para as bibliotecas das escolas.

8.1 OFICINAS NAS ESCOLAS DE CAUCAIA

A tabela abaixo mostra o resumo das atividades de educação patrimonial nas escolas de

Caucaia, tanto da rede pública municipal quanto das escolas indígenas da rede pública

estadual.

Escolas Municipais

Data Nome da Escola / Bairro Nº de alunos – manhã Nº de alunos – tarde

10/fev João Paulo II / Camara 34 43

10/fev Vicente Torquato de Araújo / Córrego do Alexandre 38 49

10/fev Raimundo José dos Santos / Japuara 15 17

11/fev Marieta Mota Góis / Pirapora 37 27

11/fev Raimunda Nonata Forte Sales / Alto da Tabuba Não houve, falta de água 52

11/fev Estevão Ferreira da Rocha / Carnaúbas – Lagoa do Banana

Devido a pequena quantidade de inscrições para alunos do Ensino

Fundamental II neste período; assim, a gestão escolar

combinado a Secretaria de Educação decidiram por

concentrar os alunos no turno da tarde, quando a oficina ocorreu

normalmente.

38

12/fev Helena de Aguiar Dias / Cumbuco 33 34

12/fev Alba Pessoa da Silva / Gariru 47 47

12/fev Celina Sá Morais / Icaraí 36 24

13/fev Luzia Correia Sales / Tabuba 30 35

13/fev Erbe Teixeira Firmeza / Iparana 30 28

como dois municípios de Sergipe, perfazendo um total de quase 40 mil visitantes em dois anos de atividades.

47

13/fev Pedro Laureano de Oliveira / Parque Leblon Não houve, falta de energia

14/fev São Sebastião / Cumurupim Não houve, paralisação

professores

14/fev Verônica da Silva Menezes / Nova Munguba 32 41

14/fev Domingos Abreu Brasileiro / Primavera 36 42

17/fev Pedro Moreira de Oliveira / Sítios Novos 43 42

17/fev Maria Inocência de Araújo / Coite Pedreira 32 36

18/fev Maria Iracema do Nascimento / Gararu Só atende alunos do Ensino

Fundamental II a tarde 10

18/fev Paulo Ferreira da Rocha / Matões 40 40

18/fev Saul Gomes de Matos / Planalto Cauípe 34 31

19/fev Corália Gonzaga Sales / Novo Pabassu 27 26

19/fev Augusto César Silva Sales / Itambé 26 20

19/fev Flávio Portela Marcílio / Itambé 27 17

20/fev Nair Magalhães Guerra / Grilo 22 26

20/fev Maria Dolores Menezes / Novo Pabassu 30 23

20/fev Maria Mota Rodrigues / Pe. Júlio Maria 47 37

21/fev Danilo Sá Benevides / Parque Soledade Só atende alunos do Ensino

Fundamental II a tarde 27

21/fev Dona Lavínia de Medeiros / Tabapuazinho 33 20

24/fev Antônio Miranda de Melo / Conjunto Metropolitano 28 30

24/fev Osmar Diógenes Pinheiro / Conjunto Metropolitano 31 20

24/fev Francisca Alves do Amaral / Nova Metrópole 56 38

25/fev Rubens Vaz / Marechal Rondon 36 29

25/fev Raimundo Jerônimo de Souza / Jurema Não houve, os alunos não aceitaram a oficina e os

educadores sofreram ameaças

25/fev Tiradentes / Parque Potira 51 46

TOTAL DE ESCOLAS: 34

TOTAL DE ESCOLAS ATENDIDAS: 31

TOTAL DE OFICINAS REALIZADAS: 57

MÉDIA DE ALUNOS POR OFICINA: 33

TOTAL DE ALUNOS ATENDIDOS: 1.926

Escolas Indígenas

As atividades nas escolas indígenas foram iniciadas em janeiro de 2014, quando foram

realizadas palestras para professores, coordenadores e lideranças indígenas sobre o

projeto e conteúdos das oficinas para os alunos, assim como o material a ser distribuído,

no caso as cartilhas. Na oportunidade ficou estabelecido que algumas oficinas iriam ser

48

feitas com alunos de duas ou mais escolas, e que estes seriam conduzidos em ônibus

cedido pela Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação –

CREDE/Maracanaú, o que infelizmente não aconteceu. Isso fez com que algumas escolas

não fossem contempladas com as atividades, conforme pode ser visto na tabela abaixo.

Data Nome da Escola / Localidade Nº de alunos – manhã Nº de alunos – tarde

14/jan Escola Indígena do Trilho Tapeba -- 10 Professores, coordenadores e lideranças indígenas

15/jan Escola Indígena Direito de Aprender do Povo Anacé

-- 10 Professores, coordenadores e lideranças indígenas

18/mar Abá Tapeba / Capuan Só atende alunos do

Ensino Fundamental II a tarde

33

18/mar Maria Silva do Nascimento / Lameirão Só atende alunos do

Ensino Fundamental II a tarde

14

18/mar Conrado Teixeira Tapeba / Lagoa dos Tapeba

-- Não houve as oficinas porque a escola fechou, pois estava de luto pela morte em acidente de dois índios

20/mar Escola Índios Tapeba 31 16

20/mar Escola Narcísio Ferreira Matos Só atende alunos do

Ensino Fundamental II a tarde

23

20/mar Escola Tapeba Capoeira Só atende alunos do

Ensino Fundamental II a tarde

24 As escolas Tapeba Amélia Domingos e Tapeba de Capuam viriam, mas não foram devido a falta de

transporte, que tinha sido assumido pela Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da

Educação – CREDE/Maracanaú 20/mar Escola Tapeba de Capuan -- Os alunos iriam para a Escola Tapeba Capoeira

20/mar Escola Tapeba Amélia Domingos -- Iria para a Escola Tapeba Capoeira

21/mar Escola Indígena Tapeba do Trilho 28 30

21/mar Escola Marcelino Alves de Matos Só atende alunos do

Ensino Fundamental II a tarde

28

21/mar Escola da Ponte --

Os alunos da escola iriam para a Escola Marcelino Alves de Matos, mas não foram devido a falta de

transporte, que tinha sido assumido pela Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da

Educação – CREDE/Maracanaú

21/mar Escola Direito de Aprender do Povo Anacé

-- Não houve oficina, pois a gestão da escola não inseriu

as oficinas nas atividades

OBS.: DIA 19/03: FERIADO NO CEARÁ.

TOTAL DE ESCOLAS: 12

TOTAL DE ESCOLAS ATENDIDAS: 07

TOTAL DE OFICINAS REALIZADAS: 09

MÉDIA DE ALUNOS POR OFICINA: 23

TOTAL DE ALUNOS ATENDIDOS: 213

49

50

8.2 OFICINAS NAS ESCOLAS DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE

Antes do início das atividades em São Gonçalo do Amarante foi solicitado que a equipe

realizasse palestra dirigida a um grupo de educadores da rede municipal de ensino.

A palestra de Educação Patrimonial com os Professores de História e Geografia das

Escolas da rede municipal de ensino de São Gonçalo do Amarante ocorreu no Auditório

da Secretaria de Educação do município citado, no dia 21 de fevereiro do corrente ano,

das 08h00min as 09h30min da manhã, e contou com trinta participantes. A palestra foi

uma das pautas do I Encontro dos Professores de História e Geografia do Município. A

equipe foi convidada para participar do evento pela Professora Rosemar Abreu,

coordenadora responsável pelos professores do Ensino Fundamental II, e pelos

supervisores dos Professores de História e Geografia, Prof.ª Maria Ivaneide Guilherme da

Silva e o Prof.° Irismar Carlos Monte.

Foi apresentada aos professores a metodologia do projeto através do material das

oficinas a serem realizadas com os alunos (slides, folder e cartilha), e dialogou-se acerca

do trabalho de levantamento prospectivo de sítios arqueológicos realizado na área da

Refinaria Premium II. Todos ficaram interessados em conhecer o local das escavações e

o material encontrado.

O material didático foi considerado bom pelos educadores, que afirmaram que este será

de suma importância para os alunos de São Gonçalo do Amarante, pois o conteúdo deste

recurso é rico em informações, e trata de forma didática a cultura local.

A tabela abaixo mostra o resumo das atividades de educação patrimonial nas escolas de

São Gonçalo do Amarante.

Data Nome da Escola/ Localidade Nº de alunos- manhã Nº de alunos- tarde

10/mar Manoel Pereira de Brito / Bolso Só atende alunos do Ensino

Fundamental II a tarde 24

10/mar Gertrudes Prata Lima / Paul 21 26

10/mar Poetisa Abigail Sampaio / Parada 19 22

51

11/mar Ester de Pontes Barroso / Serrote

Por não existir número suficiente de alunos matriculados no Ensino

Fundamental II no turno da manhã, os mesmos foram condensados no

turno da tarde

28

11/mar Joaquim Pacheco de Menezes / Várzea Redonda

40 29

11/mar João Pinto Magalhães / Cágado 40 35

12/mar Adelino Alcântara Filho / Passagem 19 21

12/mar Porfírio de Araújo / Croatá 25 31

12/mar João Moreira Barroso / Salgado 31 33

13/mar Fernando Alcântara Mota / Tabuba II --

Por não existir número suficiente de alunos matriculados no Ensino

Fundamental II, os alunos foram relocados para outras escolas pela

Secretaria de Educação 13/mar Alba Herculano Araújo / Taíba * 22 66

13/mar Alba Herculano Araújo / Taíba * 40 26

13/mar Dona Filomena Martins / Siupé 53 49

14/mar Leonice Alcântara Brasileiro / Umarituba 45 48

14/mar José Pereira Barros / Violete 35 14

14/mar Dep. Leorne Belém / Acende Candeia 49 36

17/mar Maria do Socorro Gouveia / Sede 38 42

17/mar Euclides Pereira Gomes / Pecém ** 32 28

17/mar Euclides Pereira Gomes / Pecém ** 26 24

* Foram realizadas duas oficinas pela manhã e duas pela tarde, devido a não realização das oficinas na Escola Fernando Alcântara.

** Foram realizadas duas oficinas pela manhã e duas pela tarde.

TOTAL DE ESCOLAS: 17

TOTAL DE ESCOLAS ATENDIDAS: 16

TOTAL DE OFICINAS REALIZADAS: 34

MÉDIA DE ALUNOS POR OFICINA: 32

TOTAL DE ALUNOS ATENDIDOS: 1.117

8.3 EXPONDO CULTURA

Durante a realização das oficinas de educação patrimonial nas escolas nos municípios de

Caucaia e São Gonçalo do Amarante, o ônibus museu do Expondo Cultura: Patrimônio

Arqueológico de Pernambuco ficou junto às escolas ou próximo a elas, de maneira a

atender o maior número possível de alunos e professores. Devido às peculiaridades do

52

veículo, este não pode acessar todos os lugares onde estavam as escolas, muitas delas

em área rural de difícil acesso. Além disso, como as oficinas ocorreram em três escolas

ao mesmo tempo, tentou-se posicionar o ônibus no ponto mais central do percurso entre

as escolas de modo a facilitar a visitação. Algumas escolas mais distantes conseguiram

ônibus escolar para transportar os alunos até o local onde ficava o ônibus museu.

A tabela abaixo mostra o resumo dos locais onde o ônibus museu ficou em Caucaia e São

Gonçalo do Amarante.

Data Município Local Nº de

visitantes Observação

17/fev Caucaia Escola Domingos Abreu Brasileiro 207

18/fev Caucaia Praça da Igreja Matriz de Caucaia 47

Devido a falta de articulação da Secretaria de Educação e as escolas não houve visita. Os

visitantes foram público espontâneo

19/fev Caucaia Praça da Igreja Matriz de Caucaia 128 Pequenas turmas de várias escolas

da região

20/fev Caucaia Praça da Igreja Matriz de Caucaia 207 Pequenas turmas de várias escolas

da região 21/fev Caucaia Escola Francisca Alves do Amaral 230

24/fev Caucaia Escola Francisca Alves do Amaral 325

10 e 11/mar São Gonçalo do

Amarante Praça de São Luiz do Gonzaga

(Pecém) 214

Escolas recebidas: Euclides Pereira Gomes e Gertrudes Prata Lima Os

alunos das escolas dos distritos vieram no ônibus escolar

12/mar São Gonçalo do

Amarante Escola Porfírio de Araújo (Croatá) 381

Escolas recebidas: Porfírio Dias, Escola José Pereira de Barros; Escola Flor de Liz; e a Escola

Adelino Alcântara Filho

13/mar São Gonçalo do

Amarante Escola Alba Herculano (Taíba) 324

14/mar São Gonçalo do

Amarante Escola Dona Filomena Martins

(Siupé) 344

17 e 18/mar São Gonçalo do

Amarante Praça da Igreja Matriz, ao lado da Secretaria de Educação de SGA

353

Escolas recebidas; João Pinto Magalhães; Maria Socorro Gouveia;

Leonice Alcântara Brasileiro; Joaquim Pacheco de Menezes; João Moreira Barroso, Leorne

Belém; Adelino Alcântara.

20 e 21/mar Caucaia Praça da Igreja Católica do Capuan 165

Atendimento as comunidades indígenas dos dois municípios.

Escola Abá Tapeba; Vó Batista de Matos; Maria Helena Moreira

TOTAL DE PESSOAS ATENDIDAS: 2.925

53

8.4 CONCLUSÕES

Como resultado das oficinas obteve-se o atendimento de 3.256 alunos da rede escolar

dos municípios de Caucaia e São Gonçalo do Amarante, o que possibilitou uma

ampliação dos conhecimentos do alunado em relação às questões relativas aos bens

patrimoniais culturais e arqueológicos.

54

Além disso, o público escolar, bem como pessoas das comunidades, num total de 2.925

visitantes os quais tiveram a oportunidade de conhecer o ônibus-museu Expondo Cultura:

Patrimônio Arqueológico de Pernambuco.

55

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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2004.

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Andrade, 1936-1945. Brasília: MEC / SPHAN / FNPM, 1981.

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56

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http://ecoviagem.uol.com.br/brasil/ceara/sao-goncalo-do-amarante/

57

10. EQUIPE TÉCNICA

Ana Nascimento - Coordenadora Geral - Doutora

Suely Luna – Coordenadora de Campo/Laboratório - Doutora

Fabiana Cerqueira – Educadora Patrimonial - Mestre

Nátalli Araújo – Educadora Patrimonial - Mestranda

Rosely Tavares – Educadora Patrimonial - Mestre

Viviane Rodrigues de Araújo - Educadora Patrimonial - Graduada

Apoio de Educação Patrimonial para as oficinas

Everthon de Albuquerque Xavier - Graduado

Gilberto Henrique Teles Gomes da Silva - Graduado

José Roberto Rodrigues de Lima - Graduando

Josué Lopes - Mestre

Magno Eugenio Barboza - Graduando

Maria Caroline Silva - Graduanda

Pedro Arthur do Nascimento Oliveira - Mestrando

Rodrigo Ibson Oliveira - Mestre

Yuri de Holanda Soares - Graduado

Motoristas

Gernan Gomes Pereira

Ramón Silva

Washington Nascimento

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ANEXOS:

I – LISTA DAS ESCOLAS

II – FICHA DE CATALOGAÇÃO DAS ENTREVISTAS

III – FOLDER

IV – CARTILHA

V – CARTAZ

VI – JOGO

VII – ATAS DAS OFICINAS DAS ESCOLAS DE CAUCAIA

VIII – ATAS DAS OFICINAS DAS ESCOLAS INDÍGENAS

IX – ATAS DAS OFICINAS DAS ESCOLAS DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE

X – FOTOS DAS ESCOLAS DE CAUCAIA

XI – FOTOS DAS ESCOLAS INDÍGENAS

XII – FOTOS DAS ESCOLAS DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE