Relatório Final do estágio III em FH.docx

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Pró-Reitoria Acadêmica Escola de Saúde Curso de Farmácia Relatório de Estágio RELATÓRIO FINAL DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO III EM FARMÁCIA HOSPITALAR Di scente: Márcia Nayane da Silva Docentes: Ma. Adriana Cardoso Furtado e Ma. Débora Santos Lula Barros

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Pr-Reitoria AcadmicaEscola de SadeCurso de FarmciaRelatrio de Estgio

RELATRIO FINAL DO ESTGIO SUPERVISIONADO IIIEM FARMCIA HOSPITALAR

Discente: Mrcia Nayane da Silva Docentes: Ma. Adriana Cardoso Furtado e Ma. Dbora Santos Lula Barros

Braslia-DF2015

MRCIA NAYANE DA SILVA

RELATRIO FINAL DO ESTGIO SUPERVISIONADO III EM FARMCIA HOSPITALAR

Relatrio final apresentado ao curso de graduao em Farmcia da Universidade Catlica de Braslia, como requisito parcial para a aprovao da disciplina de estgio supervisionado III.

Docentes: Ma. Adriana Cardoso Furtado e Ma. Dbora Santos Lula Barros

Braslia - DF

2015 SUMRIO

1 DADOS DE IDENTIFICAO

1.1 IDENTIFICAO DO ESTUDANTENome: Mrcia Nayane da SilvaMatrcula: UC11024595

1.2 IDENTIFICAO DO LOCAL DE ESTGIORazo social: Instituto de Cardiologia da Distrito FederalNome comercial: Instituto de Cardiologia da Distrito FederalEndereo: Estrada Parque Contorno do Bosque, s/n - Cruzeiro Novo Braslia- DF CEP: 70658-700

1.3 IDENTIFICAO DOS PRECEPTORESNome: Carlos Eduardo Fernandes da SilvaCargo: Farmacutico Supervisor do Setor de OPMEsFormao: Farmacutico Bioqumico

Nome: Lucas MagedanzCargo: Farmacutico Supervisor Responsvel Tcnico do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF). Formao: Farmacutico pela Universidade Federal do do Grande do Sul (UFRGS), e Especialista em Gesto de Assistncia Farmacutica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

1.4 CARACTERIZAO DO ESTGIOPerodo de realizao: 23 de fevereiro a 18 de junho de 2015 Carga horria diria: 4h 30 minCarga horria total: 360 h

2 INTRODUO

De acordo com a Sociedade Brasileira de Farmcia Hospitalar, a farmcia hospitalar conceituada como uma unidade clnica, administrativa e econmica, dirigida por profissional farmacutico, ligado, hierarquicamente, direo do hospital e integrada, funcionalmente, com as demais unidades de assistncias (CASSIANI et al., 2004).A farmcia hospitalar e importante para o funcionamento e a manuteno da rotina do hospital, e necessita de um gestor devidamente regulamentado que possua capacidades pertinentes a funo que ocupa, desenvolvendo atividades clnicas e relacionadas a gesto, que so direcionadas de acordo com as necessidades da unidade de sade onde se presta tal servio. As atividades de um gestor da farmcia hospitalar esto diretamente relacionadas com a assistncia farmacutica que compreende o uso racional de medicamentos, a programao de compras, a aquisio e armazenamento de medicamentos e afins, a manipulao/fracionamento de acordo com as necessidades dos pacientes, a distribuio e a dispensao. Portanto o farmacutico torna-se o profissional mais adequado para desempenho desta funo (MAGARINOS et al., 2007). De acordo com Ventura & Sousa (2011) a farmcia hospitalar deve contar com um farmacutico em tempo integral, pois o andamento do servio da farmcia depende deste profissional, pois o farmacutico o nico profissional da rea da sade com conhecimento tcnico para prestar a devida ateno farmacutica, que consiste basicamente em acompanhar a farmacoterapia dos pacientes, e interferir se necessrio, garantindo que o paciente receba um tratamento farmacolgico efetivo e seguro. O farmacutico teve seus servios reconhecidos pela a Organizao Mundial da Sade (OMS) em 1993, o que consolidou sua importncia dentro da equipe multiprofissional de sade. O reconhecimento pela OMS foi conquistado pelo conhecimento terico e prtico sobre medicamentos que o diferencia dos demais profissionais, e os valores ticos que norteiam profissional farmacutico (BRASIL, 2010).O Conselho Federal de Farmcia (CFF) por meio da Resoluo n 300, de 03 de janeiro de 1997, aperfeioou e atualizou o conceito de farmcia hospitalar e estabeleceu relaes entre o profissional farmacutico e sua atuao frente as unidades de farmcias hospitalares. Porm, no Brasil, o profissional farmacutico teve a profisso e funo reconhecida no mbito hospitalar em 2008, por meio da Resoluo n 492, de 26 de novembro de 2008 emitida pelo CFF. Esta resoluo regulamenta o exerccio profissional da categoria nos servios de atendimento e gesto da farmcia hospitalar nas unidades de sade, de natureza pblica ou privada no Brasil (CFF, 2008; CFF, 1997). As principais funes do farmacutico hospitalar so: desenvolver, em conjunto com Comisso de Farmcia e Teraputica ou similar, a seleo de medicamentos necessrios ao perfil assistencial do hospital; contribuir para a qualidade de assistncia prestada aos pacientes, promovendo o uso seguro e racional de medicamentos e correlatos, tendo como foco proporcionar a melhor farmacoterapia ao paciente; estabelecer um sistema eficaz, eficiente e seguro de distribuio de medicamentos; implantar um sistema apropriado de gesto de estoques e, fornecer subsdios para avaliao de custos com a assistncia farmacutica e para elaborao de oramentos (TONON et al., 2008).Como gestor da farmcia hospitalar o farmacutico pode diminuir os erros na distribuio de medicamentos e insumos mdico-hospitalares; identificar interaes medicamentosas, alm de orientar no modo de uso dos medicamentos e, se necessrio esclarecer dvidas sobre posologia e orientar na substituio destes medicamentos (MAHMUD et al, 2006). A falta de implantao da assistncia farmacutica hospitalar pode ocasionar vrios problemas, isso ocorre porque na rotina hospitalar existe uma dificuldade de comunicao e muitas vezes de ateno entre os membros da equipe multiprofissional hospitalar o que dificulta a implantao desta pratica farmacutica. A assistncia farmacutica o que garante que todo investimento nos medicamentos seja convertido em sade e qualidade de vida aos pacientes. Os medicamentos no so sinnimos de sade, e necessrio um acompanhamento multiprofissional para que ocorra a correta empregabilidade destes (ANGONESI & SEVALHO, 2010; ARAJO & FREITAS, 2006). O farmacutico, frente a farmcia hospitalar, tem tambm a funo de organizar o sistema de distribuio de medicamentos, com o objetivo de reduzir os erros de distribuio. Sendo assim necessrio escolha do sistema de distribuio que melhor atenda s necessidades e demanda do hospital. Os sistemas de distribuio so classificados em: coletivo, individualizado direto e indireto, sistema misto e dose unitria (MOREIRA, 2009). No sistema coletivo a distribuio feita para as alas do hospital, unidades de internao ou por solicitao da equipe de enfermagem, implicando na formao de excesso de medicamentos nas unidades. Neste sistema, o servio de farmcia fica limitado, com poucas informaes, porque no se sabe para quem o medicamento est sendo solicitado, porque est sendo solicitado e por quanto tempo ser solicitado e apresenta maior possibilidade de erros. No sistema individualizado a distribuio feita de acordo com a prescrio mdica para cada paciente internado, se dividindo no individualizado direto quando o farmacutico avalia a prescrio por meio da cpia da receita, e no indireto, a partir da transcrio da receita. J no sistema misto, a distribuio feita de modo coletivo e individualizado (DEBIASI, 2009). O sistema de distribuio de medicamentos por dose unitria (SDMDU) feito pela montagem de kits com a identificao do paciente, contendo os medicamentos em doses unitrias de acordo com a posologia da prescrio ( CRF- PR, 2012)O estgio supervisionado uma atividade didtica pedaggica que possibilita ao aluno aliar a teoria prtica, por meio da vivncia de situaes reais, onde pode desenvolver atividades relacionadas sua profisso j que a universidade, enquanto sala de aula, no possibilita a reproduo fiel de tais situaes (BUENO, 2011).O estgio supervisionado em farmcia hospitalar uma prtica pedaggica, que tem como objetivo formar profissionais capazes de compreender a realidade e atuar nessas farmcias, permitindo que o estudante desenvolva atividades que competem ao farmacutico hospitalar, e analisar situaes reais, buscando o aperfeioamento de suas habilidades tcnicas enquanto futuro profissional farmacutico, com relao parte fsica/estrutural; recursos humanos; recursos econmicos e; requisitos legais dessa rea de atuao(FERRACINI et al., 2005; CONSELHO SUPERIOR DE ENSINO E PESQUISA, 2006).O objetivo deste relatrio relatar as atividades prticas desenvolvidas durante o estgio curricular supervisionado no servio de farmcia hospitalar do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF), evidenciando os conhecimentos adquiridos durante o mesmo.

3 DADOS DE CARACTERIZAO DA EMPRESA

3.1 HISTRICO

O Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF) foi construdo no Cruzeiro Novo, prximo ao Hospital das Foras Armadas, em um terreno doado pelo Ministrio da Defesa com o objetivo de atender a populao do Distrito Federal e das regies Centro-Oeste, Norte e Nordeste, portadoras de doenas cardacas, como: coronariopatias, cardiopatias congnitas, valvulopatias, arritmias cardacas, entre outras (ICDF, 2015). A Figura 1 mostra o prdio do ICDF.

Figura 1- Prdio do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF)

Fonte: Prpria

Fundado com o nome de Instituto do corao do Distrito Federal (Incor-DF) e inaugurado em 2002, era a princpio administrado pela Fundao Zerbini, que deixou a administrao da unidade em 2009 para se dedicar somente gesto do Instituto do corao de So Paulo. Com o objetivo de no perder o hospital, o governo federal assinou um convnio que designou a Fundao Universitria de Cardiologia (FUC) como a nova gestora do Instituto, que foi renomeado como Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF) no dia 1 de abril de 2009. A partir desta data, o ICDF, assim como o Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul (ICRS), ambos administrados pela FUC, passou a ser uma instituio de atendimento mdico a toda a comunidade, abrangendo o Sistema nico de Sade (SUS) e convnios. Alm de possuir uma rea de pesquisa e ensino (ICDF, 2015).O ICDF possui um quadro de mais de 700 funcionrios prestando todos os tipos de servios relacionados cardiologia, como: consultas mdicas, atendimentos de emergncia 24 horas, enfermagem, fisioterapia, nutrio, psicologia, assistncia social, exames ecocardiogrficos, radiolgicos, laboratoriais, mapa, holter, tilt-test, procedimentos de hemodinmica e eletrofisiologia, implante de marca-passo, cirurgias cardacas em adultos e crianas, inclusive recm-nascidos. A instituio conta ainda com especialistas nas reas de neuroradiologia intervencionista, vascular e nefrologia, destacando-se nacionalmente como centro mdico de alta complexidade em transplantes de corao, fgado, pulmo, rim, crnea e medula ssea. (ICDF, 2015).Desde 03 de dezembro de 2013 o ICDF firmou um termo de cooperao com a Universidade Catlica de Braslia (UCB) e assumiu a administrao do Hospital da Universidade Catlica de Braslia (HUCB). O HUCB foi renomeado como Instituto de Cardiologia do Distrito Federal - Unidade Taguatinga, e ir funcionar como uma extenso do ICDF- Sede (Cruzeiro Novo) no atendimento pelo Sistema nico de Sade (SUS), de cirurgias cardiovasculares e ambulatrio nas especialidades mdicas: Clnica Mdica, Dermatologia, Cardiologia, Obstetrcia, Pediatria, Otorrino, Geriatria, Oftalmologia, Endocrinologia, Infectologia, Ginecologia, Mastologia e Pneumologia (ICDF, 2015)

3.2 INFRAESTRUTURA

O prdio do ICDF possui subsolo, onde se localiza o setor de farmcia e a recepo central; o trreo, onde se localiza a Unidade de Dor Torcica (UDT);os consultrios mdicos, os consultrios fisioterapia, os consultrios nutrio, os consultrios psicologia, o servio de assistncia social, as salas de exames ecocardiogrficos, radiolgicos, mapa, holter, tilt-test, e a unidade de procedimentos de hemodinmica e eletrofisiologia; e mais 3 andares, sendo que no primeiro se localiza as salas do servio administrativo e a Diretoria; no segundo funciona o setor de recursos humanos e uma lanchonete; e no terceiro a unidade de Transplante de Medula ssea (TMO). O Instituto tambm usufrui do quinto, sexto e de metade do segundo andar do prdio do HFA. Sendo que no quinto andar funciona a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cirrgica e Peditrica; no sexto andar a Unidade de Internao e, na metade do segundo andar o Centro Cirrgico. Sua estrutura dispe de mais de 106 leitos, quatro salas cirrgicas, duas salas de hemodinmica, ambulatrio e emergncia. So realizadas em mdia 85 cirurgias por ms. A Unidade Taguatinga j comeou a realizar o atendimento ambulatorial desde o dia 04 de fevereiro de 2014. Alm disso, a nova unidade ainda est em reformas passa por reformas para disponibilizar um Centro Cirrgico com trs salas e uma sala de Hemodinmica, 18 leitos de UTI, e no mnimo 30 leitos de internao, conforme contrato do ICDF com a Secretaria de Sade do Distrito Federal. Assim que o centro cirrgico da Unidade Taguatinga estiver pronto estima-se que o nmero de procedimentos cirrgicos aumente de 85 para 160 (ICDF, 2015)O setor de Farmcia do ICDF responsvel pela recepo e distribuio de todos os medicamentos necessrios para a assistncia aos pacientes. O Setor de farmcia subdividido em Farmcia central; setor de compras; setor de suprimentos; setor de rteses, Prteses e Materiais Especiais (OPMEs) e, trs farmcias satlites, uma na UTI, uma no Centro Cirrgico e uma no setor de Hemodinmica. Todos os setores de farmcia esto localizados no subsolo do Instituto, alocados lado a lado, com exceo das farmcias satlites. A Farmcia Central possui uma ampla rea de aproximadamente 300 m, onde armazenado todo o estoque de medicamentos do hospital, devidamente organizados por tipo e ordem alfabtica em prateleiras, armrios e pallets devidamente identificados. Alm de possuir duas salas dividas por divisrias de PVC, sendo uma sala para a acomodao da chefia, do farmacutico supervisor geral e das farmacuticas plantonistas, e a outra usada como acomodao para os funcionrios do setor de compras, ambas as salas possuem aproximadamente 50 m. A Figura 2 mostra o interior da Farmcia CentralO setor de suprimentos tambm possui uma ampla rea e aproximadamente 320 m, onde so armazenados dos os materiais descartveis do Instituto, como: campos cirrgicos, luvas, agulhas, seringas, entre outros. Assim como na Farmcia central esses materiais so devidamente armazenados por tipo e ordem alfabtica em prateleiras, armrios e pallets.O setor de OPMEs subdividido em trs salas de aproximadamente 60 m, sendo que uma sala usada para acomodao da chefia do e dos funcionrios do setor, e as demais como estoque. A farmcia satlite do setor de Hemodinmica subdividida em duas salas de aproximadamente 30 m, sendo uma destinada ao armazenamento e dispensao de medicamentos e materiais descartveis, e outra destinada ao armazenamento e dispensao de OPMEs. A Figura 3 mostra a farmcia satlite do setor de HemodinmicaA farmcia satlite do Centro Cirrgico possui rea de aproximadamente 100 m onde os medicamentos, materiais descartveis e OPMEs so armazenados em prateleiras, armrios e cmara cientifica devidamente identificados e organizados por tipo e ordem alfabtica. J a farmcia satlite da UTI possui uma rea de aproximadamente 32m onde os medicamentos, materiais descartveis e OPMEs so organizados da mesma forma que na farmcia satlite do Centro Cirrgico. A Figura 4 mostra a farmcia satlite do Centro Cirrgico.Todos os setores do servio de Farmcia possuem paredes pintadas com tinta lavvel de cor bege clara, sendo o correto para identificao de sujidades. Possui tambm esquinas dos rodaps cncavos; piso de azulejo de com bege claro de fcil higienizao, com exceo das farmcias satlites que possuem piso emborrachado, o que previne a quebra de medicamentos e materiais no caso de queda. O piso e a tinta usada na pintura da parede so resistentes a produtos de limpeza. De acordo com a Resoluo da Diretoria Colegiada (RDC) da Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA) n 50 de 21 de fevereiro de 2002: Os materiais adequados para o revestimento de paredes, pisos e tetos de ambientes de reas crticas e semicrticas devem ser resistentes lavagem e ao uso de desinfetantes.... Na Farmcia Central e nas farmcias satlites os comprimidos fracionados e ampolas so armazenados em Bins (caixinhas que acondicionam ampolas e comprimidos) ou dentro do medical box (armrio com gavetas grandes que eram separadas por espaos divididas por caixinhas, denominadas Bins) e as caixas com matrias maiores, que no cabem nos Bins nem nas prateleiras so armazenadas em cima de pallets. As paredes da Farmcia Central possuem rachaduras e infiltraes o que destoante do recomendo pela Resoluo n 50 de 2002 que preconiza que as instalaes devem possuir superfcies (piso, paredes e teto) lisas e impermeveis e sem rachaduras. A Figura 5 mostra as rachaduras e infiltraes em uma parede da Farmcia Central.

Figura 5 - Rachaduras e infiltraes em uma parede da Farmcia Central.

Fonte: prpria

A RDC n 50 de 2002 tambm estabelece normas para o controle de temperatura e umidade. A temperatura ambiente e das cmeras cientificas de refrigerao deve ser monitorada, no mnimo duas vezes ao dia, por meio de termmetros de mximas e mnimas, preferentemente digitais e calibrados anualmente. Os termmetros devem estar dispostos nos locais onde h maior variao de temperatura. O registro de temperatura das cmeras cientificas deve ocorrer nos momentos de maior pico de trabalho, quando estas so abertas com maior frequncia, favorecendo a entrada de ar quente e consequente problemas em se manter as temperaturas dentro dos valores especificados (2 a 8C). A temperatura ambiente deve ser medida nos horrios de extremos de temperatura, para verificar se mesmo nestes momentos a temperatura est sendo mantida dentro do especificado, que de 15 a 30C (temperatura ambiente). Para cada medio recomenda-se registrar a temperatura atual, a temperatura mxima e a temperatura mnima. A identificao de valores de temperatura e umidade fora do especificado devem levar a aes para correo do problema (CRF- PR, 2012; GOMES & REIS,2003; BRASIL, 2002).O controle da umidade feito por meio de higrmetros e deve ser monitorada, no mnimo, duas vezes ao dia. A umidade deve ser inferior a 70%, se necessrio, recomenda-se o uso de desumidificadores de ar. O formulrio de registro de umidade deve estar previsto no POP especifico e conter espao para data de verificao, perodo (manh ou tarde), valor de umidade e responsvel pela verificao e registro. O higrmetro deve ser calibrado periodicamente por empresa autorizada (CRF- PR, 2012; GOMES & REIS,2003; BRASIL, 2002).A temperatura ambiente e as cmaras cientificas presentes na farmcia central e nas satlites so monitoradas sistematicamente mantendo-se os devidos registros, em um formulrio identificando devidamente o equipamento (Termmetro ou cmera cientifica), data de registro, perodo (manh ou tarde), temperatura mxima, temperatura atual, temperatura mnima e responsvel pela verificao e visto do farmacutico. Todos os setores possuem condicionadores de ar que favorecem a ventilao e o controle da temperatura ambiente. A umidade verificada com higrmetro, obedecendo tambm a Resoluo n50 de 2002.Ac RDC n 328, de 22 de julho de 1999 estabelece que A rea ou local de armazenamento deve ter capacidade suficiente para assegurar a estocagem ordenada das diversas categorias de produtos..., o que no cumprindo na Farmcia Central, as caixas armazenadas sobre os pallets, por muitas vezes so sobrepostas de forma tumultuada e escoradas na parede devido ao espao insuficiente, como demostrado na Figura 6.

Figura 6- Caixas com Solues tumultuadas e escoradas na parede.

Fonte: prpria

Todos os setores possuem equipamentos de combate a incndio em quantidade suficiente, 2 extintores de incndio em cada setor, tudo conforme o preconizado na resoluo n 328 de 1999.Quanto segurana de circulao dos pacientes o Instituto no cumpre o exigido pela RDC n 50/2002 que preconiza que: Os corredores destinados circulao de pacientes devem possuir corrimos em ao menos uma parede lateral a uma altura de 80 cm a 92 cm do piso, e com finalizao curva. E nenhum corredor do hospital possui corrimo. A Figura 7 mostra dois corredores do hospital.O servio de farmcia do ICDF atualmente possui 46 funcionrios, sendo 1 farmacutico supervisor geral; 1 farmacutico supervisor do setor de OPMEs; 4 farmacuticas plantonistas; 2 analistas de compras, sendo um responsvel pela compra de materiais e o outro pela compra de medicamentos; 5 analistas de estoque (1 alocado na farmcia central, 1 alocado no setor de suprimentos e 3 alocados no setor de OPMEs); 1 assistente administrativo ,alocado no setor de OPMEs; 30 auxiliares de farmcia, sendo 10 subordinados ao Farmacutico supervisor do setor de OPMEs e alocados nas farmcias satlites que esto sob a governana do mesmo, sendo 5 alocados no setor de hemodinmica e 5 alocados no centro cirrgico. Os demais 20 funcionrios so subordinados ao Farmacutico supervisor geral, sendo 8 alocados na farmcia satlite da UTI, e os demais alocados na farmcia central, e 2 estagirias contratadas. A Figura 8 demostra a organizao hierrquica do servio de farmcia do ICDF

Figura 8- Organograma hierrquico do setor de farmcia do ICDFFonte: Elaborado pelo autor.

Os Farmacuticos supervisores trabalham de segunda a sexta em horrio comercial, das 8h s 18h. As 4 farmacuticas plantonistas, no regime de 12h de trabalho e 36h de folga. Os analistas de estoque, os analistas de compras e o assistente administrativo trabalham das 7h s 17h. Os auxiliares de farmcia trabalham como plantonistas no regime de 12h de trabalho por 36h de folga, com exceo dos que trabalham no setor de hemodinmica que s funciona de segunda a sexta das 7h s 22h, e conta com 2 auxiliares no horrio 7h s 16h e 2 auxiliares das 13h s 22h. As estagirias contratadas trabalham 6 horas por dia em horrio comercial de segunda a sexta.

4 DESCRIO DAS ATIVIDADES REALIZADAS NO CAMPO DE ESTGIO

O estgio curricular supervisionado no servio de farmcia do ICDF teve durao de 360 horas, das quais 180 horas foram supervisionadas pelo farmacutico Esp. Carlos Eduardo Fernandes Silva e, 180 horas pelo farmacutico Esp. Lucas Magedanz. As atividades de estgio foram realizadas no Setor de OPMEs, nas Farmcias Satlites do setor de Hemodinmica e do Centro Cirrgico e na Farmcia Central.

4.1 ATIVIDADES REALIZADAS NO ESTGIO NO SETOR DE OPMEs

A classe de matrias hospitalares designados como OPMEs (rteses, prteses e materiais especiais) surgiu a poucas dcadas na medicina, juntamente com o advento dos procedimentos cirrgicos. As rteses so materiais que possuem a funo de auxiliar ou corrigir as funes de um rgo, membro ou tecido, como objetivo de evitar deformidades ou sua progresso. As prteses so materiais quem possuem a funo de substituir as funes de um rgo, membro ou tecido. J o termo materiais especiais foi criado para definir materiais utilizados em procedimentos diagnsticos e teraputicos queno se enquadram como rtese ou prtese. No mbito hospitalar, geralmente o farmacutico o responsvel pela gesto dos OPMEs, porm esta funo tambm pode ser exercida por qualquer outro profissional qualificado (PITTA, 2008).As atividades realizadas o estgio no setor de OPMEs foram: aulas e discusses com o preceptor sobre as atribuies e responsabilidades do farmacutico chefe do setor e conferncia do estoque de OPMEs.

4.1.1 Aulas e discusses com o preceptor sobre as atribuies e responsabilidades do farmacutico chefe do setor

As aulas ministradas pelo preceptor tiveram como objetivo esclarecer dvidas sobre as funes do farmacutico responsvel pelo setor de OPMEs, e de forma sucinta, explicar como administrado o setor, e como feito o processo de compras de OPMEs. Assim, ele nos explicou que a responsabilidade tcnica de OPMEs no uma funo exclusiva do farmacutico, e pode ser exercida por outros profissionais da sade ou at por um admirador, pois no existe nenhuma legislao especifica para responsabilidade tcnica destes materiais. Explicou tambm que para assumir essa funo o profissional deve ter um perfil de gestor, pois o cargo exige conhecimento e perfil para negociao direta com os fornecedores, pois as compras destes materiais so feitas diretamente por ele.De acordo com Schoastack (2002) a capacidade de negociao e gesto do farmacutico indispensvel para o sucesso da administrao hospitalar, pois o gerenciamento deste servio significa trabalhar com medicamentos e materiais mdico-hospitalares ou correlatos, itens responsveis pelo gasto de at 60% dos recursos oramentrios da instituio hospitalar.Os custos dos servios de sade esto aumentando em taxas alarmantes devido frequente introduo de novos medicamentos e o uso da alta tecnologia na medicina, onde se destaca o papel do farmacutico no s em conhecimentos cientficos, mas tambm como gestor capaz de negociar o melhor produto pelo melhor preo (KHNER, 2003).

4.1.2 Conferncia do estoque de OPMEs.

A conferncia de OPMEs feita com base no registro de estoque destes materiais no sistema MV2000i. Para realizao desta conferncia, imprime-se uma lista do estoque e confere-se, um a um, cada OPMEs. Confere-se se o cdigo interno do material no hospital, a descrio do material (nome, modelo, fabricante), o lote, a data de validade e a quantidade de cada produto esto se acordo com o registrado no sistema de controle estoque. Essa conferencia feita quinzenalmente por um estagirio, auxiliar de farmcia ou analista de estoque, que assinam a lista afirmando a responsabilidade da conferncia.A conferncia de estoque o procedimento realizado para fiscalizar e controlar a entrada e sada de produtos, e deve ser bem gerenciado, pois, quando no administrado adequadamente pode trazer srios problemas financeirosa empresa (ELER, 2015).

4.2 ATIVIDADES REALIZADAS NO ESTGIO NAS FARMCIAS SATLITES DO SETOR DE HEMODINMICA E DO CENTRO CIRRGICO

As farmcias satlites do setor de Hemodinmica e do Centro Cirrgico atendem os procedimentos cirrgicos em suas necessidades de medicamentos, materiais mdico-hospitalares e OPMEs necessrios para os procedimentos do setor. As atividades realizadas na farmcia satlite do setor e hemodinmica foram: armazenamento, organizao, liberao e devoluo de medicamentos, materiais mdico-hospitalares e OPMEs; conferncia do estoque e, montagem e liberao de kits com produtos especficos para os procedimentos de interveno cardaca realizados no Setor.4.2.1 Armazenamento e organizao materiais mdico-hospitalares e OPMEs

Na farmcia satlite do Setor de Hemodinmica, que subdividida em duas salas, em uma so armazenados os medicamentos e materiais mdico-hospitalares em prateleiras, armrios e cmara cientifica, sendo devidamente identificados com etiquetas contendo o nome e o cdigo interno do hospital do referente produto, tanto na embalagem dos produtos, como nos locais onde so organizados por tipo e ordem alfabtica, e na outra sala so armazenados os OPMEs, organizados por tipo e ordem alfabtica. Na farmcia satlite do Centro Cirrgico os medicamentos, OPMEs e materiais mdico-hospitalares tambm so armazenados em prateleiras, armrios e cmara cientifica, devidamente identificados com etiquetas contendo o nome e o cdigo interno do hospital do referente produto, tanto na embalagem dos produtos, como nos locais onde so armazenados por tipo e ordem alfabtica, so armazenados em prateleiras, armrios e cmara cientifica devidamente identificados e organizados por tipo e ordem alfabtica. O armazenamento dos medicamentos e demais produtos mdico-hospitalares uma das etapas do processo de assistncia farmacutica, e feito de forma racional contribui para economia financeira do hospital e para a segurana ao paciente. O armazenamento deve ser feito sob as condies adequadas de espao, luz, temperatura e umidade de forma que garanta a integridade das caractersticas fsico-qumicas e microbiolgicas desses produtos, evitando possveis perdas por desvio de qualidade ou por vencimento (CRF-PR, 2012; BRASIL, 2002; GOMES & REIS, 2003).Gomes & Reis (2003) recomendam a organizao os medicamentos primeiramente pela forma farmacutica e em seguida pela ordem alfabtica de nome genrico, assim como feito nas farmcias do ICDF. Esses autores tambm ressaltam que algumas categorias farmacuticas requerem reas especficas, como os medicamentos controlados, que devem ser guardados em rea restrita e citostticos em local com menor possibilidade de acidentes, nas farmcias satlites os medicamentos so guardados no mesmo local, com exceo dos termoestveis.

4.2.2 Conferncia do estoque

A conferncia de medicamentos e de materiais mdico-hospitalares feita da mesma maneira que feita a conferencia de OPMEs. Imprime-se uma lista do estoque de medicamentos, materiais mdico-hospitalares ou OPMEs, e confere-se, um a um, pelo cdigo interno do produto no hospital, pela descrio do produto (nome, modelo, fabricante), pelo lote, pela data de validade e pela quantidade de cada produto, verificando se os dados dos produtos estocados esto de acordo com o registrado no sistema de controle estoque. Assim como a conferncia de OPMEs, a conferncia de medicamentos e de materiais mdico-hospitalares feita quinzenalmente por um estagirio, auxiliar de farmcia ou analista de estoque, que assinam a lista afirmando a responsabilidade da conferncia.

4.2.3 Liberao e devoluo de medicamentos e kits

A liberao e devoluo de medicamentos, materiais mdico-hospitalares e OPMEs feita no sistema MV 2000i. Todos os produtos solicitados para o procedimento so lanados para cobrana na conta do paciente no mdulo de GASTO DE SALA, onde digitado o nmero do aviso do atendimento do paciente e verificado, pelo nome do paciente, que o aviso mesmo daquele paciente. Os produtos so lanados no sistema atravs do leitor de cdigo de barras, e os produtos que no so utilizados pelo paciente so retirados da sua conta no mdulo de DEVOLUO do sistema MV 2000i. Os produtos tambm so devolvidos e retirados da conta do sistema pelo o leitor de cdigo de barras.Os kits so montados com produtos especficos necessrios para os procedimentos de interveno cardaca realizados no Setor. No Setor de Hemodinmica so realizados procedimentos intervencionistas cardacos de cateterismo e angioplastia, alm de exames eletrofisiolgicos e intervenes neurovasculares, por isso, neste setor so montados os kits padro para a realizao de cateterismo e angioplastia (Kit Hemodinmica), kits de estudo eletrofisiolgicos, kits de medicamentos, kits de sedao, e kits de vias areas. No anexo deste relatrio encontra-se as listas dos itens que fazem parte de cada um destes kits.J no Centro Cirrgico so realizadas diversas cirurgias, como: transplantes, revascularizao, implante de marca-passo e, implantes de valvas cardacas em adultos e crianas, inclusive em recm-nascidos. Assim, neste Setor montado o kit caminho, que acompanha todas as cirurgias onde j incluso, o kit de solues, o kit de fios cirrgicos, o kit de perfuso, entre outros. Alm do caminho tambm so montados de kits especficos, como: kit de transplante de fgado, kit de transplante de corao, entre outros. As listas dos itens que fazem parte de cada um destes kits tambm se encontram no anexo deste relatrio. A liberao e a devoluo dos kits tambm so feitas no sistema MV 2000i, da mesma forma que feita a liberao de medicamentos e materiais mdico-hospitalares.

4.3 ATIVIDADES REALIZADAS NO ESTGIO NA FARMCIA CENTRAL

As principais atividades realizadas na Farmcia Central foram: Montagem, selagem e devoluo de kits com doses individualizadas de medicamentos e materiais descartveis, e de kits de dietas de nutrio enteral para os pacientes dos postos de internao, UDT, UTI Peditrica e Cirrgica e atendimento dos pedidos avulsos da equipe de enfermagem; fracionamento de comprimidos; conferncia do estoque de OPMEs; conferncia da validade de medicamentos e organizao dos Bins no formato PVPS (Primeiro que Vence, Primeiro que Sai); recolhimento dos medicamentos vencidos para descarte; aulas e discusses com o preceptor sobre as atribuies do farmacutico hospitalar.

4.3.1 Montagem, selagem e devoluo de kits com doses individualizadas

O ICDF trabalha com o sistema de distribuio individualizado, onde os medicamentos so fornecidos em kits contendo os medicamentos e materiais solicitados na prescrio mdica para no mximo, 24 horas. Aps a prescrio mdica, o setor recebe as informaes pelo sistema MV 2000i, e em seguida, separa os produtos para o envio respectiva rea. Antes de enviar os kits confere-se o cdigo interno do produto no hospital, a descrio e a quantidade do produto na prescrio para diminuir o risco de erro. Essa conferencia feita duas vezes, na montagem dos kits e antes da selagem, quando os kits so lanados na conta do paciente. Toda essa preparao acontece algumas horas antes da administrao do medicamento ao paciente internado.O sistema de distribuio individualizado possui vrias vantagens, como: a possibilidade de reviso das prescries mdicas, maior controle sobre o medicamento e, reduo de estoques nas unidades assistncias. Alm disso, possvel estabelecer devolues e permite ao farmacutico faturamento mais apurado do consumo por cliente (CORDEIRO; LEITE, 2006).Os kits so embalados em sacos plsticos, onde os materiais descartveis e medicamentos so separados por tipo e forma farmacutica, respectivamente e selados na mesma embalagem, porm separados por solda na seladora, para prevenir a mistura dos produtos e facilitar a administrao pela enfermagem. Os kits so acompanhados pela prescrio mdica identificando cada paciente. A solda para a separao dos produtos dos kits individualizados ocorre da seguinte maneira: primeiramente sela-se todos os soros juntos e solda-se formando uma nova divisria na embalagem, acima deles selam-se os materiais descartveis, como: equipo, seringa, agulha, entre outros, e solda-se formando uma nova divisria na embalagem; depois se selam as ampolas, e solda-se formando uma nova divisria na embalagem; em seguida os comprimidos todos juntos, e solda-se formando uma nova divisria na embalagem; e para finalizar o kit sela-se a prescrio. Nos kits feitos para a UTI Peditrica e Cirrgica os medicamentos so separados, um a um, e separados individualmente dentro da mesma embalagem por meio de solda na seladora. J nos kits de dietas de nutrio enteral, que so compostos pela dieta e por um equipo de bomba enteral (exceto se a dieta j vier acompanhada por um canudo para auxiliar na ingesto), todos os componentes do kit e a prescrio, so selados juntos na mesma embalagem.Os pedidos feitos avulsos no hospital, pelos tcnicos e/ou enfermeiros, e no fazem parte da prescrio, so geralmente pedidos de acordo com a necessidade de cada paciente.Os medicamentos e materiais dos kits e dos pedidos feitos avulso no pode ficar estocados no setor. Dessa forma, todos os produtos que no foram utilizados devem ser devolvidos para a Farmcia Central junto com a prescrio.Quando so prescritos ou solicitados medicamentos termoinstveis que so armazenados na cmera cientfica, estes so colocados dentro de um saco plstico e identificado com o nome, leito e nmero do atendimento do paciente e levados de volta a cmera cientifica de onde s retirado quando o kit com os demais medicamentos prescritos para o paciente levado para entrega na unidade de atendimento.No procedimento de devoluo, o cdigo de registro do produto devolvido e circulado e a quantidade devolvida e anotada na prescrio do paciente, e posteriormente devolvidas no sistema para que os produtos no usados sejam retirados da conta do paciente. Essas devolues so feitas no sistema MV 2000i, aps a devoluo os produtos so armazenados novamente na Farmcia Central.Os pedidos coletivos so feitos apenas para materiais descartveis, e so feitos diretamente para o setor de suprimentos, onde estes materiais so armazenados. Estes materiais so distribudos de forma coletiva para todos os setores, inclusive para a Farmcia Central, porm, esses materiais podem ser dispensados, em pequenas unidades, pela Farmcia CentralOs pedidos de material descartveis pela Farmcia Central so feitos: Segunda, Quarta e Sexta; e so feitos com base no consumo mdio geral de 3 dias destes produtos.

4.3.2 Fracionamento de comprimidos

O processo de unitarizao e fracionamento de comprimidos ocorre da seguinte forma: primeiro confere-se na embalagem original se a descrio, forma farmacutica, dose, lote e validade so iguais, pois, esses dados so lanados no sistema e impressos na embalagem fracionada de cada comprimido no equipamento OPUS PAC (fracionadora). Aps conferir essas informaes todos os comprimidos que sero fracionados so contados para, posteriormente, conferir com a quantidade final fracionada. Depois procede-se cortando os blsteres, separando os comprimidos, um a um, com cuidado para no expor e danificar o medicamento. Depois os comprimidos so levados ao equipamento OPUS PAC, onde cada comprimido colocado embalado e selado individualmente, e a embalagem individual alm de apresentar a descrio, forma farmacutica, dose, lote e data de validade, apresenta tambm o cdigo interno do produto no hospital. A Figura ? mostra a fracionadora OPUS PAC .

Figura ?- fracionadora OPUS PAC .

Fonte: prpria Aps o termino do fracionamento, confere-se se os dados contidos na embalagem esto de acordo com os informados na embalagem original e se cada embalagem contm 1 nico comprimido, e so recontados para verificar se o nmero de compridos fracionados est de acordo com que foi contado incialmente, conferindo assim se houve alguma perda. Feito a recontagem, os comprimidos so separados a cada 50 unidades e embalados em sacos plsticos.Os comprimidos fracionados so registrados no livro de controle de fracionamento de medicamentos, onde registrado a descrio do medicamento, a quantidade de comprimidos fracionados, o lote, o cdigo interno do medicamento no hospital, a data de validade, a data de fracionamento, a indstria que produziu o medicamento e a assinatura do estagirio ou auxiliar de farmcia que realizou o fracionamento, e por fim, submeter conferncia de um farmacutico que tambm assina confirmando est ciente da realizao deste procedimento.De acordo com Patel et al. (1972) o registro no livro de controle de fracionamento de medicamentos importante e necessrio para identificar e rastrear cada fracionamento, possibilitando retomar com o funcionrio que o executou, caso haja algum dado incorreto (CRF-PR, 2012; PATEL et al., 1972.A RDC n 67, de 8 de outubro de 2007 estabelece os requisitos de Boas Prticas para Preparo de Dose Unitria e Unitarizao de Dose de Medicamento, realizada exclusivamente em farmcia privativa de unidade hospitalar ou de qualquer outra equivalente de assistncia mdica com a finalidade de ajustar s necessidades teraputicas do paciente e racionalizar o uso dos medicamentos.Segundo a RDC 67 o registro deve conter no mnimo as seguintes informaes: a) DCB ou, na sua falta, DCI, em letras minsculas. No caso de fitoterpicos, nomenclatura botnica (gnero e espcie); b) Data da submisso do medicamento ao preparo de doses unitrias ou a unitarizao de doses (dd/mm/aaaa); c) Nome comercial do medicamento ou genrico e nome do fabricante; d) Nmero do lote e data de validade original (ms/ano); e) Cdigo, nmero ou outra forma de identificao criada pelo servio de sade (nmero seqencial correspondente escriturao do medicamento no Livro de Registro de Receiturio) e data de validade aps a submisso do medicamento ao preparo de doses unitrias ou a unitarizao de doses; f) Forma farmacutica, concentrao da substncia ativa por unidade posolgica e quantidade de unidades, antes e aps a submisso do medicamento ao preparo de doses unitrias ou a unitarizao de doses; g) Identificao do profissional que efetuou a atividade de preparao de doses unitrias ou a unitarizao de doses do medicamento; h) Tipo de operao realizada na preparao de doses unitrias ou a unitarizao de doses (transformao/adequao, subdiviso da forma farmacutica ou fracionamento em servios de sade (BRASIL, 2007).

Essa mesma Resoluo descreve em seu item 3.12 as informaes mnimas necessrias que devero constar na rotulagem para garantir a rastreabilidade do medicamento que so: a) DCB ou, na sua falta, DCI, em letras minsculas, ou nomenclatura botnica (gnero e espcie), no caso de fitoterpicos; b) Concentrao da substncia ativa por unidade posolgica, com exceo de medicamentos com mais de quatro frmacos; c) Data de validade aps submisso do produto ao preparo de dose unitria ou a unitarizao de doses (ms/ano); d) Nome do farmacutico responsvel pela atividade de preparao de dose unitria ou unitarizada ou respectivo CRF; e) Via de administrao, quando restritiva; f) Nmero, cdigo ou outra forma de identificao que garanta a rastreabilidade do produto submetido preparao de dose unitria ou unitarizada e dos procedimentos realizados (BRASIL,2007).

Os produtos de fracos multidose (em que os comprimidos no esto embalados em blsteres frascos, mas sim soltos em um frasco), devem ter sua data de validade reduzida em 75% da data atual at a data do vencimento. Por exemplo, se no momento do fracionamento o produto tiver ainda 10 meses de validade, mas trata-se de um frasco multidose, a informao da validade na etiqueta impressa pela OPUS PAC deve ser reduzida em 75%, ou seja, deve-se diminuir 7,5 meses da validade original, passado a ser 2 meses e 15 dias. O Food and Drug Administration (FDA) recomenda que a validade que ser colocada na etiqueta de um medicamento fracionado no deve ser superior a 25% do tempo compreendido entre a data de fracionamento e a data de validade do fabricante. Este tempo no deve ser maior que 6 meses (CRF-PR, 2012; PATEL et al., 1972).

4.3.3 Conferncia do estoque de OPMEs

A conferncia de OPMEs na Farmcia Central feita da mesma forma que feita no Setor de OPMEs. Imprime-se uma lista do estoque e confere-se, um a um, cada OPME, pelo cdigo interno do material no hospital, pela descrio do material (nome, modelo, fabricante), pelo lote, pela data de validade e a quantidade de cada produto esto se acordo com o registrado no sistema de controle estoque. Essa conferencia feita quinzenalmente por um estagirio, auxiliar de farmcia ou analista de estoque, que assinam a lista afirmando a responsabilidade da conferncia.

4.3.4 Conferncia da validade de medicamentos e organizao dos Bins

Mensalmente, a validade de medicamentos conferida pelos estagirios e/ou auxiliares de farmcia, e os medicamentos que vo vencer dentro dos prximos 3 meses so identificados como uma etiqueta vermelha com um V, indicando ateno a validade. Os Bins organizao so organizados no formato PVPS (Primeiro que Vence, Primeiro que Sai), ou seja, antes de repor os medicamentos fracionados nos Bins, deve-se verificar quais vo vencer primeiro e repor com esses, com o objetivo de evitar a perda de medicamentos por validade.

4.3.5 Recolhimento dos medicamentos vencidos para descarte Os medicamentos psicotrpicos vencidos so contados e registrados em uma planilha com todos os dados de identificao do medicamento (nome, dose, quantidade, o lote, o cdigo interno do medicamento no hospital, a data de validade e fabricante), pelos estagirios e/ou auxiliares de farmcia e colocados em um coletor de perfurocortante (Descarpak), e posteriormente, o farmacutico elabora um documento para registro de descarte com essa planilha, e inclui a identificao do hospital e seu visto como responsvel legal. Aps esse registro o farmacutico leva o Descarpak como os medicamentos controlados vencidos para a ANVISA que faz o devido descarte desses medicamentos, conforme a Portaria SVS/MS n 344/1998, que estabelece: ...os medicamentos controlados vencidos devem ser identificados e separados dos estoques comercializveis. O Farmacutico deve dirigir-se Autoridade Sanitria Local, que orientar sobre a destinao correta dos medicamentos e insumos farmacuticos a serem descartados ( BRASIL, 1998). J os medicamentos comuns vencidos so tambm colocados em um coletor de perfurocortante (Descarpak), porm so descartados e junto aos demais materiais hospitalares descartados e incinerados por uma empresa especializada. Esses medicamentos tambm so contados e registrados em uma planilha com todos os dados de identificao do medicamento (nome, dose, quantidade, o lote, o cdigo interno do medicamento no hospital, a data de validade e fabricante), pelos estagirios e/ou auxiliares de farmcia.

4.3.6 Aulas e discusses com o preceptor sobre as atribuies do farmacutico hospitalar.

Durante as aulas ministradas pelo preceptor, discutimos as funes desenvolvidas pelo farmacutico hospitalar, a organizao dos Setores e cargos do servio de Farmcia do hospital, onde o preceptor relatou a importncia de estar atento como gestor na capacitao dos profissionais para o trabalho em equipe. Diante deste contexto, o treinamento da equipe de sade realizado pelo farmacutico, especialmente equipe de enfermagem, visa aproximao e a insero do profissional farmacutico na equipe multidisciplinar, e esta proximidade traz sinergia assistncia prestada ao paciente( GALVAN, 2007).

5 CONCLUSO

O estgio curricular em farmcia um artifcio muito importante para o aprendizado e formao universitria, mostrando ao acadmico o exerccio do farmacutico em um de seus campos de trabalho. Esse estgio me proporcionou um maior conhecimento em relao ao funcionamento de um hospital, juntamente com as dificuldades enfrentadas diariamente. Pude vivenciar os momentos de um farmacutico, sua atuao nas diferentes reas do ambiente hospitalar e como a profisso farmacutica possui um amplo campo de atuao. O estgio atingiu o objetivo esperado, proporcionando uma viso bastante ampla acerca de algumas das funes e responsabilidades do profissional farmacutico na rea hospitalar. A carga horria, dividida conforme a complexidade das rotinas de cada Setor do servio de Farmcia, foi suficiente para conhecer o funcionamento de cada setor visitado. Os conhecimentos tericos, adquiridos previamente em cada disciplina do curso, foram de fundamental importncia no desempenho de cada atividade realizada, contribuindo para o bom aproveitamento do estgio.A relao interpessoal com todos os funcionrios deu-se de maneira bastante agradvel e respeitosa, possibilitando o amadurecimento pessoal e profissional.

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