Relatório final_Felicidade

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS André Santos Kieling Alan Lutzky Saute Alexandre Adolfo Alicia Albrech Ana Cristina Hochscheidt Ângela Maria Ferrari Dambros Arthur Sperk Caio Mascarello Teixeira Cristina Rosada da Silva Daphne Samios Edson Monteiro Eduardo Bisol Felipe Flesch Flávio Costa da Silva Gabriela Kruter Giovanni Lehn Guilherme Bencke Gustavo Forneck Reichl Henrique Heckler Isabelle Morice Jéssica Lima de Oliveira Jonathan Gottheridsson Jonathan Merlin Gonçalves Juliana Pontini Leandro Hillig Lídia Trommer Marcos Luis Eduardo Obregon Michele Escobar Gottfried Nelson Ricordi Junior Patrícia Bock Bandeira Paula Arais Paulo Bernardes Pedro Moacir Bandeira Maríha Pedro Valetim Nazario Pierre Rivery Priscila Macedo Elchebest Rafael Mendes Gelpi Rafaela Tomasi Rafaela Tubiana dos Anjos Raquel Kanan Ruffini Ricardo Brasil Rodrigo Venturini Carmoni Thiago Pereira Saraiva Vinicius Leiria AVALIAÇÃO DO NÌVEL DE FELICIDADE DOS PORTO-ALEGRENSES Porto Alegre 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO

GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

André Santos Kieling Alan Lutzky Saute Alexandre Adolfo

Alicia Albrech Ana Cristina Hochscheidt

Ângela Maria Ferrari Dambros Arthur Sperk

Caio Mascarello Teixeira Cristina Rosada da Silva

Daphne Samios Edson Monteiro Eduardo Bisol Felipe Flesch

Flávio Costa da Silva Gabriela Kruter Giovanni Lehn

Guilherme Bencke Gustavo Forneck Reichl

Henrique Heckler Isabelle Morice

Jéssica Lima de Oliveira Jonathan Gottheridsson

Jonathan Merlin Gonçalves Juliana Pontini Leandro Hillig

Lídia Trommer Marcos Luis Eduardo Obregon

Michele Escobar Gottfried Nelson Ricordi Junior

Patrícia Bock Bandeira Paula Arais

Paulo Bernardes Pedro Moacir Bandeira Maríha

Pedro Valetim Nazario Pierre Rivery

Priscila Macedo Elchebest Rafael Mendes Gelpi

Rafaela Tomasi Rafaela Tubiana dos Anjos

Raquel Kanan Ruffini Ricardo Brasil

Rodrigo Venturini Carmoni Thiago Pereira Saraiva

Vinicius Leiria

AVALIAÇÃO DO NÌVEL DE FELICIDADE DOS PORTO-ALEGRENS ES

Porto Alegre 2010

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André Santos Kieling Alan Lutzky Saute Alexandre Adolfo

Alicia Albrech Ana Cristina Hochscheidt

Ângela Maria Ferrari Dambros Arthur Sperk

Caio Mascarello Teixeira Cristina Rosada da Silva

Daphne Samios Edson Monteiro Eduardo Bisol Felipe Flesch

Flávio Costa da Silva Gabriela Kruter Giovanni Lehn

Guilherme Bencke Gustavo Forneck Reichl

Henrique Heckler Isabelle Morice

Jéssica Lima de Oliveira Jonathan Gottheridsson

Jonathan Merlin Gonçalves Juliana Pontini Leandro Hillig

Lídia Trommer Marcos Luis Eduardo Obregon

Michele Escobar Gottfried Nelson Ricordi Junior

Patrícia Bock Bandeira Paula Arais

Paulo Bernardes Pedro Moacir Bandeira Maríha

Pedro Valetim Nazario Pierre Rivery

Priscila Macedo Elchebest Rafael Mendes Gelpi

Rafaela Tomasi Rafaela Tubiana dos Anjos

Raquel Kanan Ruffini Ricardo Brasil

Rodrigo Venturini Carmoni Thiago Pereira Saraiva

Vinicius Leiria

AVALIAÇÃO DO NÌVEL DE FELICIDADE DOS PORTO-ALEGRENS ES Trabalho para a disciplina de Pesquisa de Marketing do curso de graduação em Administração de Empresas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Orientador: Prof. Dr. Walter Meucci Nique

Porto Alegre 2010

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente ao professor Dr. Walter Meucci Nique e sua

equipe de doutorandos, Manuela Albornoz Gonçalves e Marlon Dalmoro, pelo ao

auxílio e orientação ao longo do desenvolvimento desta pesquisa.

Aos convidados participantes do Grupo Motivacional, por seu tempo e

interesse em compartilhar conhecimentos conosco, enriquecendo de forma

significativa o conteúdo desta pesquisa.

Ao Centro de Estudo e Pesquisas em Administração da Universidade Federal

do Rio Grande do Sul (CEPA/UFRGS) pela orientação e apoio.

Nossos agradecimentos também à comunidade porto-alegrense, sem cuja

ajuda e disponibilidade esta pesquisa não se concretizaria.

Por fim, aos colegas da turma do semestre anterior de Pesquisa em

Marketing por compartilharem suas experiências conosco.

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RESUMO

Este estudo exploratório buscou identificar, com base em escala desenvolvida

pela turma, o grau de felicidade dos moradores da cidade de Porto Alegre com idade

igual ou superior a 18 anos.

Para tanto, realizou-se primeiramente uma coleta de dados em fontes

secundárias, com o objetivo de identificar questões-chave a serem discutidas na

pesquisa. Num segundo momento houve a complementação desta pesquisa através

da realização de um grupo motivacional, cujo objetivo principal foi o aprofundamento

dos conhecimentos acerca do tema pesquisado.

Através da comparação das informações obtidas nestas duas fontes de dados

foi possível identificar pontos comuns e assim prosseguir para a etapa quantitativa

da pesquisa, com a elaboração e aplicação de questionários. No total foram 798

questionários aplicados em diferentes bairros da cidade de Porto Alegre.

Palavras chave: Pesquisa de Marketing, Felicidade, Porto Alegre.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Interesses com o passar do tempo pela palavra “happiness”. .................. 17 Figura 2 - Interesse Regional pela palavra “Happiness” ........................................... 18 Figura 3 - Interesses com o passar do tempo pela palavra “Felicidade”. .................. 18 Figura 4 - Interesse Regional pela palavra “Felicidade”. ........................................... 18 Figura 5 - Interesses com o passar do tempo pela palavra “Felicidade”. .................. 19 Figura 6 - Interesse Regional pela palavra “Felicidade”. ........................................... 19 Figura 7 - Escala de BES - Sub-escala 1 .................................................................. 25 Figura 8 - Escala de BES - Sub-escala 2 .................................................................. 25 Figura 9 - Exemplo de Oxford Happiness Intentory ................................................... 26 Figura 10 - Exemplo de Subjective Happiness Scale ................................................ 26 Figura 11 - Exemplo de Satisfaction Life Scale ......................................................... 27 Figura 12 - Resultado: fatores que mais trazem Felicidade e Infelicidade ................ 29 Figura 13 - Resultado: relação entre felicidade e renda mensal ............................... 29 Figura 14 - Processo de elaboração de um questionário .......................................... 45 Figura 15 - Escala de Felicidade usada no Questionário .......................................... 50 Figura 16 - Escala de Concordância usada no Questionário .................................... 50 Figura 17 - Escala de Frequência usada no Questionário ........................................ 50

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Convidados participantes do Grupo Motivacional .................................... 40 Tabela 2 - Componentes do Grupo do Questionário ................................................. 47 Tabela 3 - Divisão dos Blocos do Questionário ......................................................... 48 Tabela 4 - Análise Bivariada: Estado civil x Frequência shows/teatro ....................... 89 Tabela 5 - Análise Bivariada: Estado civil x Frequência cinema ............................... 89 Tabela 6 - Análise Bivariada: Renda x Vida próxima do ideal ................................... 90 Tabela 7 - Análise Bivariada: Renda x Condições de vida excelentes ...................... 90 Tabela 8 - Análise Bivariada: Renda x Coisas mais importantes na vida .................. 91 Tabela 9 - Análise Bivariada: Renda x Não mudaria quase nada na vida ................. 91 Tabela 10 - Análise Bivariada: Renda x Considero-me uma pessoa feliz ................. 92 Tabela 11 - Análise Bivariada: Frequência Atividades Físicas x Formação Escolar . 93 Tabela 12 - Análise Bivariada: Tipo Atividades Física x Idade .................................. 93 Tabela 13 - Análise Bivariada: MEDIAS - Tipo Atividades Física x Idade ................. 94 Tabela 14 - Análise Bivariada: Frequência Atividades Físicas x Idade ..................... 94 Tabela 15 - Análise Bivariada: MÉDIA - Frequência Atividades Físicas x Idade ....... 95 Tabela 16 - Análise Bivariada: Frequência Atividades Físicas x Estado Civil ........... 95 Tabela 17 - Análise Bivariada: Frequência Atividades Físicas x Renda .................... 96 Tabela 18 - Análise Bivariada: Ocupação x Percepções sobre o trabalho ................ 97 Tabela 19 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Doença crônica ....................... 98 Tabela 20 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Problema grave de saúde ..... 100 Tabela 21 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Mal-estar/Dor ........................ 101 Tabela 22 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Peso corporal ........................ 102 Tabela 23 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Ambiente salutar ................... 105 Tabela 24 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Existência filhos .................... 106 Tabela 25 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Número filhos ........................ 107 Tabela 26 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Formação escolar ................. 109 Tabela 27 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Renda ................................... 110 Tabela 28 - Novas variáveis para as Análises Multivariadas .................................. 128 Tabela 29 - Análise Multivariada: Grau de Felicidade x Media_Felicidade ............. 128 Tabela 30 - Análise Multivariada: Correl. Grau de Felicidade x Media_Felicidade.. 128 Tabela 31 - Análise Multivariada: Grau de Felicidade x Novas Variáveis ............... 129 Tabela 32 - Análise Multivariada: Correl. Grau de Felicidade x Novas Variáveis .... 129 Tabela 33 - Análise Multivariada: Media_felicidade X Gênero X Ter filhos ............. 130 Tabela 34 - Análise Multivariada: Media_felicidade X Gênero X Renda ................. 131 Tabela 35 - Análise Multivariada: Media_felicidade x Renda x Formação escolar .. 133 Tabela 36 - Análise Multivariada: Media_felicidade x Gênero X Formação escolar 133 Tabela 37 - Análise Multivariada: Media_felicidade x Ocupação ............................ 134 Tabela 38 - Análise Multivariada: Correl. Media_felicidade x Ocupação ................. 134

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Análise Univariada: Perfil - Gênero .......................................................... 54 Gráfico 2 - Análise Univariada: Perfil - Idade............................................................. 55 Gráfico 3 - Análise Univariada: Perfil - Formação escolar ......................................... 55 Gráfico 4 - Análise Univariada: Perfil - Ocupação ..................................................... 56 Gráfico 5 - Análise Univariada: Perfil - Renda ........................................................... 56 Gráfico 6 - Análise Univariada: Perfil - Satisfação trabalho/estudo ........................... 57 Gráfico 7 - Análise Univariada: Perfil - Estado Civil ................................................... 57 Gráfico 8 - Análise Univariada: Perfil - Existência de filhos ....................................... 58 Gráfico 9 - Análise Univariada: Perfil - Número de filhos .......................................... 58 Gráfico 10 - Análise Univariada: Perfil - Com quem mora. ........................................ 59 Gráfico 11 - Análise Univariada: Lazer - Frequência atividades físicas ..................... 59 Gráfico 12 - Análise Univariada: Lazer - Tipos atividades físicas .............................. 60 Gráfico 13 - Análise Univariada: Lazer - Tipos atividades de lazer ........................... 60 Gráfico 14 - Análise Univariada: Lazer - Frequência atividades de lazer .................. 61 Gráfico 15 - Análise Univariada: Lazer - Companhia no lazer ................................... 61 Gráfico 16 - Análise Univariada: Bem-Estar - Existência de crença religiosa ........... 62 Gráfico 17 - Análise Univariada: Bem-Estar - Tipo de crença religiosa ..................... 62 Gráfico 18 - Análise Univariada: Saúde - Problema crônico de saúde ...................... 62 Gráfico 19 - Análise Univariada: Saúde - Problema grave de saúde ........................ 63 Gráfico 20 - Análise Univariada: Saúde - Hábito de fumar ........................................ 63 Gráfico 21 - Análise Univariada: Saúde - Hábitos alimentares .................................. 64 Gráfico 22 - Análise Univariada: Saúde - Peso corporal ........................................... 64 Gráfico 23 - Análise Univariada: Saúde - Frequência exames médicos .................... 65 Gráfico 24 - Análise Univariada: Saúde - Frequência consulta ao dentista ............... 65 Gráfico 25 - Análise Univariada: Saúde - Dor e mal-estar ......................................... 66 Gráfico 26 - Análise Univariada: Saúde - Vivência em ambiente salutar .................. 66 Gráfico 27 - Análise Univariada: Bem-Estar - Oração e bem-estar ........................... 67 Gráfico 28 - Análise Univariada: Bem-Estar - Importância crença religiosa .............. 67 Gráfico 29 - Análise Univariada: Bem-Estar - Crença religiosa situações difíceis ..... 68 Gráfico 30 - Análise Univariada: Bem-Estar - Fé x Segurança/Felicidade ................ 68 Gráfico 31 - Análise Univariada: Bem-Estar - Trabalho Voluntário x Felicidade........ 69 Gráfico 32 - Análise Univariada: Bem-Estar - Trabalho Voluntário ............................ 69 Gráfico 33 - Análise Univariada: Sentimento - Grau de felicidade ............................. 71 Gráfico 34 - Análise Univariada: Sentimento - Satisfeito com a vida ......................... 72 Gráfico 35 - Análise Univariada: Sentimento - Vida próxima do ideal ....................... 72 Gráfico 36 - Análise Univariada: Sentimento - Condições de vida excelentes .......... 73 Gráfico 37 - Análise Univariada: Sentimento - Coisas mais importantes .................. 73 Gráfico 38 - Análise Univariada: Sentimento - Não mudaria quase nada na vida ..... 74 Gráfico 39 - Análise Univariada: Sentimento - Considero-me feliz ............................ 74 Gráfico 40 - Análise Univariada: Sentimento - Frequência sentimentos Bons .......... 75 Gráfico 41 - Análise Univariada: Sentimento - Frequência sentimentos Ruins ......... 75 Gráfico 42 - Análise Univariada: Sentimento - Frequência sentimentos felizes ........ 76 Gráfico 43 - Análise Univariada: Sentimento - Frequência sentimentos tristes ......... 76 Gráfico 44 - Análise Univariada: Sentimento - Frequência assustado ...................... 77 Gráfico 45 - Análise Univariada: Sentimento - Frequência contente ......................... 77 Gráfico 46 - Análise Univariada: Sentimento - Frequência furioso ............................ 78 Gráfico 47 - Análise Univariada: Sentimento - Frequência alegre ............................. 78

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Gráfico 48 - Análise Univariada: Sentimento - Frequência irritado ............................ 79 Gráfico 49 - Análise Bivariada: Gênero x Frequencia bares/restaurantes ................ 80 Gráfico 50 - Análise Bivariada: Gênero x Frequencia parques/praças ...................... 80 Gráfico 51 - Análise Bivariada: Gênero x Viagens .................................................... 80 Gráfico 52 - Análise Bivariada: Gênero x Viagens .................................................... 81 Gráfico 53 - Análise Bivariada: Gênero x Companhia lazer ...................................... 81 Gráfico 54 - Análise Bivariada: Gênero x Frequência show/teatro ............................ 82 Gráfico 55 - Análise Bivariada: Gênero x Frequência cinema ................................... 82 Gráfico 56 - Análise Bivariada: Filhos x Frequencia bares/restaurantes ................... 82 Gráfico 57 - Análise Bivariada: Filhos x Frequencia parques/praças ........................ 83 Gráfico 58 - Análise Bivariada: Filhos x Viagens ....................................................... 83 Gráfico 59 - Análise Bivariada: Filhos x Companhia lazer ......................................... 84 Gráfico 60 - Análise Bivariada: Estado civil x Frequência bares/restaurantes .......... 85 Gráfico 61 - Análise Bivariada: Estado civil x Frequência parques/praças ................ 86 Gráfico 62 - Análise Bivariada: Estado civil x Viagens .............................................. 87 Gráfico 63 - Análise Bivariada: Estado civil x Companhia lazer ................................ 88 Gráfico 64 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Ocupação ............................... 98 Gráfico 65 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Doença crônica ...................... 99 Gráfico 66 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Problema grave de saúde .... 101 Gráfico 67 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Mal-estar/Dor ....................... 102 Gráfico 68 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Peso corporal ....................... 103 Gráfico 69 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Gênero ................................. 103 Gráfico 70 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Idade .................................... 104 Gráfico 71 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Ambiente salutar .................. 105 Gráfico 72 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Existência filhos ................... 107 Gráfico 73 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Número filhos ....................... 108 Gráfico 74 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Formação escolar ................ 109 Gráfico 75 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Ativ. Físicas ....... 111 Gráfico 76 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Hábito de fumar .................... 111 Gráfico 77 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Estado Civil .......................... 112 Gráfico 78 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Shows/Teatro .... 112 Gráfico 79 - Análise Bivariada: Detalhe Grau de Felicidade x Freq.. Shows/Teatro 113 Gráfico 80 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Cinema .............. 113 Gráfico 81 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Restaurante ....... 114 Gráfico 82 - Análise Bivariada: Detalhe Grau de Felicidade x Freq. Restaurante ... 114 Gráfico 83 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Bares ................. 115 Gráfico 84 - Análise Bivariada: Detalhe Grau de Felicidade x Freq. Bares ............. 115 Gráfico 85 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Parques/Praças . 116 Gráfico 86 - Análise Bivariada: Detalhe Grau de Felicidade x Freq. Parques ......... 116 Gráfico 87 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Viagens ............. 117 Gráfico 88 - Análise Bivariada: Detalhe Grau de Felicidade x Freq. Viagens ......... 117 Gráfico 89 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Companhia lazer .................. 118 Gráfico 90 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Existência Crença religiosa .. 118 Gráfico 91 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Tipo Crença religiosa ........... 119 Gráfico 92 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Compra quando está triste ... 119 Gráfico 93 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Vida simples ......................... 120 Gráfico 94 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Posses e conquistas ............ 121 Gráfico 95 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Posses e sucesso ................ 121 Gráfico 96 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Compra supérfluos ............... 122 Gráfico 97 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Compra só o necessário ...... 123

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Gráfico 98 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Gosto luxuoso ...................... 123 Gráfico 99 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Pessoa simples .................... 124 Gráfico 100 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Não poder comprar ............ 124 Gráfico 101 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Prazer em comprar ............ 125 Gráfico 102 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Mais feliz se comprar ......... 126 Gráfico 103 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Tem tudo o que precisa ..... 126

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SUMÁRIO

1 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA ............... .................................. 13 1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA .................................................... 13 1.2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 13 1.2.1 Objetivos ......................................... ............................................................... 14 1.2.1.1 Objetivo geral ............................................................................................... 14 1.2.1.2 Objetivos específicos ................................................................................... 14 2 MÉTODO DE PESQUISA ...................................................................................... 14 2.1 ETAPA EXPLORATÓRIA ................................................................................... 14 2.1.1 Dados secundários.................................. ...................................................... 15 2.1.1.1 Levantamento dos dados secundários ( Google insights para pesquisa) .... 16 2.1.1.2 Felicidade Para o Budismo .......................................................................... 19 2.1.1.3 Felicidade x Bem Estar ................................................................................ 20 2.1.1.4 Bem-estar Psicológico .................................................................................. 21 2.1.1.5 Bem-estar Subjetivo (BES) .......................................................................... 22 2.1.1.6 Felicidade x Riqueza .................................................................................... 27 2.1.1.7 Felicidade Interna Bruta (FIB) ...................................................................... 30 2.1.2 Grupo Motivacional ................................ ....................................................... 37 2.1.2.1 Planejamento do Grupo Motivacional ........................................................... 38 2.1.2.2 Realização do Grupo Motivacional ............................................................... 40 2.1.2.3 Informações obtidas com o Grupo Motivacional........................................... 41 3 ETAPA DESCRITIVA .................................. .......................................................... 42 3.1 ELABORAÇÃO DO INSTRUMENTO DE PESQUISA......................................... 43 3.1.1 Entrevistas ....................................... .............................................................. 44 3.1.2 Questionário ...................................... ............................................................ 44 3.1.2.1 A Elaboração ................................................................................................ 46 3.1.2.2 Escalas ......................................................................................................... 49 3.1.2.3 Pré-teste ....................................................................................................... 51 3.1.3 Amostragem ........................................ ........................................................... 51 3.1.3.1 Realização da amostragem .......................................................................... 52 4 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS ....................... .......................................... 54 4.1 ANÁLISES UNIVARIADAS ................................................................................. 54 4.1.1 Bloco 1 - Perfil da Amostra ....................... .................................................... 54 4.1.2 Bloco 2 – Atividades de Lazer ..................... ................................................. 59 4.1.3 Bloco 3 – Saúde e Bem-Estar ....................... ................................................ 61 4.1.4 Bloco 4 – Hábitos de Consumo ...................... .............................................. 69 4.1.5 Bloco 5 – Sentimentos ............................. ..................................................... 71 4.2 ANÁLISE BIVARIADA ......................................................................................... 79 4.2.1 Variável Gênero ................................... .......................................................... 79 4.2.2 Variável Filhos. .................................. ............................................................ 82 4.2.2.1 Variável Estado Civil .................................................................................... 84 4.2.3 Variável Renda .................................... ........................................................... 89 4.2.4 Variável Atividades Físicas ....................... .................................................... 92 4.2.5 Variável Ocupação.................................. ....................................................... 96 4.2.6 Variável Grau de Felicidade ....................... ................................................... 97 4.2.6.1 Grau de Felicidade x Ocupação ................................................................... 97 4.2.6.2 Grau de Felicidade e Saúde ......................................................................... 98 4.2.6.3 Grau de Felicidade e características pessoais ........................................... 102

Page 11: Relatório final_Felicidade

11

4.2.6.4 Grau de Felicidade x Vivência em ambiente salutar .................................. 104 4.2.6.5 Grau de Felicidade x Filhos ........................................................................ 106 4.2.6.6 Grau de Felicidade x Formação escolar .................................................... 108 4.2.6.7 Grau de Felicidade x Renda ....................................................................... 110 4.2.6.8 Grau de Felicidade x Atividades físicas ...................................................... 110 4.2.6.9 Grau de Felicidade x Hábito de fumar ........................................................ 111 4.2.6.10 Grau de Felicidade x Estado civil ............................................................... 111 4.2.6.11 Grau de Felicidade e Hábitos de Lazer ...................................................... 112 4.2.6.12 Grau de Felicidade x Crença religiosa ....................................................... 118 4.2.6.13 Grau de Felicidade e entendimento em relação a Bens Materiais ............. 119 4.3 ANÁLISES MULTIVARIADAS ........................................................................... 127 4.3.1 Grau de Felicidade x Media_Felicidade ............. ........................................ 128 4.3.2 Grau de Felicidade x todas as novas Variáveis ..... ................................... 129 4.3.3 Média_felicidade X Gênero x Estado civil .......... ....................................... 130 4.3.4 Média_felicidade X Gênero X Esporte ............... ........................................ 130 4.3.5 Media_felicidade X Gênero X Ter filhos ............ ......................................... 130 4.3.6 Media_felicidade X Gênero X Renda ................. ......................................... 131 4.3.7 Media_felicidade X Renda X Formação escolar ....... ................................. 131 4.3.8 Media_felicidade X Gênero X Formação escolar ...... ................................ 133 4.3.9 Media_felicidade X Ocupação ....................... ............................................. 134 CONCLUSÃO FINAL ................................... ........................................................... 135 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 137 ANEXO 1 - ROTEIRO DO GRUPO MOTIVACIONAL ........... ................................. 140 ANEXO 2 - TRANSCRIÇÃO DO GRUPO MOTIVACIONAL ....... ........................... 141 ANEXO 3 - QUESTIONÁRIO ............................ ...................................................... 164

Page 12: Relatório final_Felicidade

12

INTRODUÇÃO

Visando testar os conhecimentos e habilidades da turma, optou-se por um

tema de pesquisa considerado complexo em sua definição e, principalmente, em sua

mensuração: a Felicidade.

São diversas e muitas vezes divergentes as definições de Felicidade e dos

fatores que a compõem. Há alguns que a utilizem como sinônimo de Bem-estar,

outros que a vejam como um estado de espírito, e outros ainda que questionem a

sua real existência. Trata-se de um tema amplamente discutido e estudado, tanto

nas comunidades científicas quanto fora delas.

Desta forma, sendo este um assunto tão desafiador e considerando-se os

custos de aplicação dos instrumentos de pesquisa, que levaram à opção de

amostragem na cidade de Porto Alegre, ficou definido o principal objetivo da

pesquisa: determinar o grau de felicidade dos porto-alegrenses.

Iniciou-se assim o trabalho de pesquisa em busca de informações para a

confecção de uma escala que permitisse a realização da mensuração quantitativa da

Felicidade, buscando-se identificar os fatores que a compõem e influenciam. Esta

etapa foi composta por pesquisas em dados secundários e pela realização de um

Grupo Motivacional com convidados ligados ao assunto.

Com as informações obtidas foi possível elaborar o questionário, cuja

aplicação foi efetuada durante os meses de outubro e novembro do ano de 2010,

seguindo critérios de amostragem probabilística. A análise dos dados coletados foi

feita com auxílio de softwares específicos, como o Sphinx.

O resultado da referida pesquisa encontra-se descrito no presente trabalho, o

qual constitui a conclusão da disciplina Pesquisa de Marketing (ADM01163) do curso

de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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13

1 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA

1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA

São diversas e muitas vezes divergentes as definições de Felicidade e dos

fatores que a compõem. Há alguns que a utilizem como sinônimo de Bem-estar,

outros que a vejam como um estado de espírito, e outros ainda que questionem a

sua real existência. Trata-se de um tema amplamente discutido e estudado, tanto

nas comunidades científicas quanto fora delas.

Desta forma, sendo este um assunto tão desafiador e considerando-se os

custos de aplicação dos instrumentos de pesquisa, que levaram à opção de

amostragem na cidade de Porto Alegre, ficou definido o principal objetivo da

pesquisa: determinar o grau de felicidade dos porto-alegrenses.

1.2 JUSTIFICATIVA

O objetivo central na vida de qualquer pessoa é conseguir alcançar a

felicidade, independentemente do estilo de vida que leva, da condição financeira que

possui, da religião em que acredita ou dos problemas que tem que enfrentar. É um

conceito que muitas vezes passa despercebido pelas pesquisas acadêmicas

justamente por sua dificuldade de definição e mensuração.

As últimas décadas foram palco de diversas revoluções, tanto no campo das

relações humanas quanto no campo tecnológico. Novos valores e anseios foram

surgindo e, com eles, muitos dos conceitos sobre a vida acabaram por se

transformar.

Por isso, desvendar o que o cidadão de Porto Alegre pensa acerca da

felicidade e seus principais influenciadores é uma pesquisa de grande valia para a

sociedade como um todo e um rico estudo, que engloba inúmeras áreas do

conhecimento.

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14

1.2.1 Objetivos

1.2.1.1 Objetivo geral

Identificar as principais variáveis que influenciam na felicidade dos moradores

da cidade de Porto Alegre, assim como medir o nível de felicidade dos mesmos.

1.2.1.2 Objetivos específicos

1) Verificar quais variáveis influenciam na felicidade do porto-alegrense,

2) Medir quais variáveis mais influenciam na felicidade do porto-alegrense,

3) Descobrir o quão o porto-alegrense se considera feliz,

4) Descobrir o quão feliz o porto-alegrense efetivamente é, baseado nas

variáveis levantadas;

5) Levantar as variáveis que menos influenciam a felicidade dos porto-

alegrenses e tentar descobrir o por quê.

2 MÉTODO DE PESQUISA

Para atingir os objetivos propostos nesta pesquisa, realizou-se a pesquisa em

duas etapas, sendo: a primeira de caráter exploratório e a segunda de caráter

descritivo.

2.1 ETAPA EXPLORATÓRIA

Segundo Malhotra (2006), o objetivo da pesquisa exploratória é explorar ou

realizar uma busca em um problema para prover critérios e um melhor

entendimento, auxiliando na descoberta de idéias e percepções. Esse tipo de

pesquisa possui algumas características intrínsecas, como a flexibilidade e a

versatilidade, afinal, não são empregadas procedimentos formais de pesquisa.

No estudo exploratório os pesquisadores estão sempre atentos para novas

idéias que podem surgir durante a pesquisa. Dessa forma, ao descobrir um novo

insight, eles podem dar outra direção para o estudo, a qual é trabalhada até que se

Page 15: Relatório final_Felicidade

15

esgotem as possibilidades ou que outra idéia seja descoberta. Por esse motivo, o

foco da pesquisa pode mudar constantemente, assim que vão sendo descobertos

novos caminhos para explorar (MALHOTRA, 2006).

A pesquisa exploratória vem sendo utilizada pelos pesquisadores para

investigar diferentes propósitos, como:

• Formular um problema ou defini-lo com maior precisão.

• Identificar cursos alternativos de ação.

• Desenvolver hipóteses.

• Isolar variáveis e relações-chave para exame posterior.

• Obter critérios para desenvolver uma abordagem do problema.

• Estabelecer prioridades para pesquisas posteriores (MALHOTRA,

2006).

De maneira geral, como não há um número significativo de trabalhos nessa

área a qual o estudo se propõe, a pesquisa exploratória se torna a mais adequada

para a realização de uma investigação inicial sobre o assunto. Afinal, esse tipo de

pesquisa tem entre suas finalidades, desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e

idéias, com o objetivo de formular problemas mais certeiros ou hipóteses

pesquisáveis para estudos posteriores.

Nesta etapa da pesquisa, optou-se por utilizar os métodos de análise

qualitativa de dados secundários e grupo motivacional.

2.1.1 Dados secundários

Os dados secundários, de uma forma geral, são aqueles que já foram

coletados, tabulados, ordenados e, às vezes, até analisados e que estão à

disposição dos interessados. As fontes básicas de dados secundários são: a própria

empresa, publicações, governos, instituições não governamentais e serviços

padronizados de informações de marketing (Mattar, 1996).

Como já existem, os dados secundários são de acesso mais fácil,

relativamente menos dispendiosos em termos de custos e, em contrapartida, de

obtenção mais rápida.

Mas, apesar dessas vantagens, dificilmente os dados secundários respondem

a todas as necessidades da pesquisa, tendo em vista que foram coletados para fins

Page 16: Relatório final_Felicidade

16

diversos. Por isso, a utilidade desses dados pode ser limitada em termos de

relevância e exatidão.

De qualquer forma, os dados secundários ajudam a:

• Identificar o problema.

• Definir melhor o problema.

• Desenvolver uma abordagem do problema.

• Formular uma concepção de pesquisa adequada (por exemplo,

identificando as variáveis-chave).

• Responder a certas perguntas da pesquisa e testar algumas hipóteses.

• Interpretar os dados primários com mais critério (MALHOTRA, 2006).

No presente trabalho, foram utilizados uma série de dados secundários, como

poderemos ver a seguir.

2.1.1.1 Levantamento dos dados secundários ( Google insights para pesquisa)

Apresentaremos a seguir informações relevantes acerca do ponto central da

pesquisa, que é a felicidade. O objetivo destes tópicos não é de tentar responder a

pergunta principal da pesquisa, mas aguçar o entendimento dos assuntos que se

relacionam com a felicidade, dando mais suporte, argumentação e embasamento de

informações para as próximas etapas da pesquisa.

O tema fica bastante complexo quando tentamos abarcar o entendimento das

pessoas sobre o assunto, pois a felicidade é uma concepção que tenta definir um

sentimento comum para algo que varia. O termo está ligado a conceitos de sucesso,

superação de adversidades, bem-estar, serenidade plena, objetivos, virtudes,

ausência de tristeza, momento fugaz, experiências positivas, estado de espírito,

prazer, riqueza, entre outros.

Apesar de não ter um conceito universal, sendo algo empírico, este assunto é

estudado por diversas áreas de interesse que buscam entender algo tão subjetivo.

Para o sociólogo Bauman, o “estado de felicidade” é algo contrário à natureza

humana, sendo impossível de ser alcançado. Estaria ligado a superação de um

momento de infelicidade. Assim como a física tenta explicar o frio através da

ausência do calor, a felicidade seria a ausência de infelicidade, pois esta sim estaria

presente na vida das pessoas em alguma forma indesejada. O exemplo que

Page 17: Relatório final_Felicidade

17

Bauman cita é a dor de dente, que no momento que cessa nos trás a sensação de

felicidade, ou seja, a felicidade só ocorre quando se vivencia uma infelicidade.

A explicação para o estado de felicidade também foi encontrada como a soma

dos aspectos positivos e negativos do cotidiano - tanto os tangíveis, como o acesso

a bens materiais, quanto os intangíveis, como a solidariedade, reciprocidade, a

busca pelo que dá prazer, etc. Também estaria influenciada pelo nível de capital

social (entendido como o grau de interação e participação dos indivíduos em

comunidade). Na visão psicossocial haveria uma relação com o associativismo, a

confiança interpessoal e institucional, a facilidade em fazer amizades, a percepção

dos cidadãos acerca do ambiente político, social e econômico, do grau de satisfação

com sua vida diária.

Abaixo apresentamos, através dos gráficos, o interesse sobre o termo

felicidade, em um âmbito mundial, nacional e regional. Utilizamos a ferramenta

“Google insights para pesquisa” como forma de mensurar a variação no volume de

pesquisas na internet pela ferramenta Google. Como podemos verificar na Figura 1,

vem crescendo o interesse global pelo termo ao passar dos anos. No Brasil vemos

que também há um aumento da quantidade de pesquisas, porém menos acentuado

que o panorama global. No Rio Grande do Sul o volume de pesquisas pela palavra

praticamente se mantém ao longo dos anos, apresentando picos e vales sem uma

forma tão definida.

Figura 1 - Interesses com o passar do tempo pela pa lavra “happiness”.

Fonte: “ Google insights para pesquisa” - Filtro: Todo o Mundo

Page 18: Relatório final_Felicidade

18

Figura 2 - Interesse Regional pela palavra “ Happiness”

Fonte: “Google insights para pesquisa” - Filtro: Todo o Mundo

Figura 3 - Interesses com o passar do tempo pela pa lavra “Felicidade”.

Fonte: “Google insights para pesquisa” - Filtro: Br asil

Figura 4 - Interesse Regional pela palavra “Felicid ade”. Fonte: “Google insights para pesquisa” - Filtro: Br asil

Page 19: Relatório final_Felicidade

19

Figura 5 - Interesses com o passar do tempo pela pa lavra “Felicidade”.

Fonte: “Google insights para pesquisa” - Filtro: Ri o Grande do Sul

Figura 6 - Interesse Regional pela palavra “Felicid ade”.

Fonte: “Google insights para pesquisa” - Filtro: Ri o Grande do Sul

Por ser um tema abrangente, buscou-se informações nas mais variadas

fontes, com a finalidade de compor uma percepção abrangente acerca do tema

pesquisado, conforme disposto a seguir.

2.1.1.2 Felicidade Para o Budismo

Para os budistas a felicidade é alcançada em um estado de serenidade plena,

em que todos os desejos são erradicados. Esse pensamento é compartilhado por

grande pensadores e filósofos da nossa história (Sêneca, Epípeto, etc.)

Para fazer a análise, toma-se que a felicidade pode ser influenciada em três

dimensões: física, material e espiritual. O Budismo defende que as duas primeiras

trazem a sensação de felicidade, mas que elas são efêmeras ou temporárias, e que

dependem de fatores externos para se concretizar.

Exemplos:

• Física: Uma pessoa é bonita e saudável, e isso traz a ela uma

sensação de bem-estar, e conseqüente felicidade. Porém, com o passar dos anos,

Page 20: Relatório final_Felicidade

20

ela envelhece e acaba contraindo doenças, que acabam por destruir os alicerces

deste pilar, que servia de sustentação à sua felicidade;

• Material: Uma pessoa que é rica pode sim ter uma condição que lhe

traga muito prazer e satisfação no uso e consumo de bens materiais. Mas essa

satisfação também só será mantida se a condição monetária também se mantiver e

se ampliar (conforme se ampliam os objetivos e aspirações materiais do indivíduo).

Por ser influenciada por fatores externos, a felicidade é alcançada pela posse

de alguma coisa ou pelo recebimento de alguma coisa. Portanto, quando a causa da

felicidade deixa de existir ou é destruída, a felicidade também desaparece.

Consequentemente, é na dimensão espiritual ou interior, que se encontra a

verdadeira felicidade. O budismo nos ensina a olhar o âmago das coisas, em vez de

olhar à volta delas.

Devemos olhar para o interior de nós mesmos, a fim de vermos o que cria a

felicidade. O verdadeiro caminho para a felicidade está no dar, não na felicidade do

receber. Precisamos encontrar o caminho do amar, não o de sermos amados. A vida

do eterno dar, amar, compartilhar e apreciar o trabalho é sempre criativa e infinita,

enquanto os outros caminhos para a felicidade levam a fracassos e

desapontamentos.

A felicidade é, então, encarada como a paz interior e o entendimento da

própria vida em si. A ausência da ambição e objetivos evita a frustração, que é a

principal causa da infelicidade. Ou seja, uma pessoa que elimina a possibilidade de

gerar infelicidades e decepções, será uma pessoa feliz: só quando você desejar

nada, poderá se livrar da infelicidade.

2.1.1.3 Felicidade x Bem Estar

Viscarra (2010) define a felicidade como sendo uma componente do chamado

bem-estar hedonista, aquele medido por aspectos subjetivos. O termo destaca-se, já

que vem se descobrindo que sem estes aspectos fica impossível definir o bem-estar

e a qualidade de vida.

Para a autora, a felicidade reflete a percepção das pessoas acerca do

ambiente político, social e econômico e do grau de satisfação com sua vida diária. A

soma dos aspectos positivos e negativos do cotidiano, tanto os tangíveis (acesso a

bens materiais) como os não tangíveis (solidariedade, reciprocidade, etc.)

Page 21: Relatório final_Felicidade

21

constituem uma “medida” da felicidade. A confiança nas pessoas e o nível de capital

social também influenciam, já que a realização de projetos e a superação de

dificuldades dependem diretamente do grau de integração e participação da

comunidade.

Já Difante (2008) apresenta a felicidade como algo empírico, percebida por

cada um conforme suas percepções de dor e de prazer. Deste modo, seu conceito

não pode ser universalizado. A felicidade está liga ao prazer e ao bem-estar, deste

modo, o desejo e a busca por aquilo que dá prazer é o que leva à felicidade. O

prazer constante resulta em tédio.

Em outros trabalhos, Kant afirma que o poder, a riqueza, a honra e a saúde

são requisitos da felicidade, assim como o bem-estar e o contentamento com a sua

sorte. Mesmo a moralidade e a felicidade não sejam intimamente ligadas, o ser

humano só é feliz se ele agir segundo os princípios da moralidade. Portanto, o “pré-

requisito” para a felicidade é agir conforme as leis e as normas sociais vigentes.

2.1.1.4 Bem-estar Psicológico

Foram encontrados os seguinte aspectos relevantes sobre a chamada

Abordagem Eudamônica :

• Para Aristóteles, felicidade hedônica faz dos homens, escravos dos

seus próprios prazeres;

• A verdadeira felicidade é encontrada na expressão da virtude – que

consiste em fazer aquilo que é digno de se fazer;

• O bem-estar consistiria em algo maior do que simplesmente ser feliz.

Seria a realização plena do potencial humano, ao invés da simples satisfação dos

desejos;

• A plena realização é algo muito vago.

• Alguns autores sugerem algumas variáveis que influenciam o Bem-

estar psicológico:

• Expressividade corporal – atividades de intenso envolvimento, dando

plenitude à vida da pessoa pelo desenvolvimento de habilidades e talentos.

• Florescência humana – utiliza seis conceitos: autonomia, crescimento

pessoal, auto-aceitação, propósito de vida, poder e relações positivas.

Page 22: Relatório final_Felicidade

22

• Autodeterminação – investigação das tendências humanas para o

crescimento e das necessidades humanas para se atingir o BEP. Necessidades

psicológicas sugeridas: autonomia, capacidade e relacionamento.

2.1.1.5 Bem-estar Subjetivo (BES)

Foram encontrados os seguinte aspectos relevantes sobre a chamada

Abordagem Hedônica:

• Felicidade é definida como o modo de vida em que o prazer tem um

importante papel;

• A experiência de emoções prazerosas na vida de uma pessoa, com a

prevenção do sofrimento e a procura do prazer;

• A abordagem hedônica está associada à felicidade subjetiva, prazer e

fuga do sofrimento. Seu processo de mensuração – utilizado na psicologia, é

chamado de BES., que refere-se à forma como as pessoas avaliam suas vidas;

• Inicialmente os estudos do BES apresentavam foco basicamente em:

o Satisfação com a vida;

o Presença de experiências positivas;

o Ausência de experiências negativas.

Sendo posteriormente adicionado o tópico "Satisfação com aspectos da vida", que

tem como elementos: casamento, trabalho, saúde e lazer.

2.1.1.5.1 Principais teorias sobre o Bem-estar Subjetivo (BES)

O estudo sobre o BES está consolidado como ciência, sendo utilizado em

campos diversos do conhecimento como a psicologia, ou mais recentemente, a

economia.

Os aspectos que influenciam e alteram o BES são descritos abaixo,

permitindo assim um melhor entendimento da das razões pelas quais a mente

humana declara um determinado nível de felicidade e não outro.

a) Personalidade e temperamento

Pessoas que tem exatamente as mesmas condições de vida possuem valores

de felicidade diferentes.

A felicidade declarada por uma pessoa deve ser avaliada levando em

consideração que existem fatores internos que direcionam a sua resposta num

Page 23: Relatório final_Felicidade

23

processo de avaliação, influenciado por características como otimismo, auto-estima,

etc.

b) Adaptação

Questão da Repetição Hedônica – as pessoas nunca poderão ser mais felizes

ou infelizes no longo prazo, pois todas se adaptam aos diversos acontecimentos da

vida. Retornando-se a um ponto inicial.

O conceito de habituação não se comprova em todos os casos porque as

pessoas não se adaptam a certos tipos de eventos (saúde, vítimas de acidentes,

situação matrimonial), podendo estes modificar substancialmente a felicidade das

mesmas.

c) Objetivos e valores

A satisfação dos objetivos de vida, como são conseguidos, assim como o

sucesso ou falha do resultado, afetam o bem-estar da pessoa.

d) Comparação social

Nesse modelo social, a idéia é a de que as pessoas fazem comparações

sociais, conscientes ou inconscientes, para definir seu nível de felicidade. Essa

teoria considera que os indivíduos, estado numa situação melhor do que aquelas

que o cercam, se consideram mais felizes, ao passo que aqueles vivendo numa

situação inferior a maioria das pessoas de um grupo de comparação, teriam uma

satisfação com a vida pior.

e) Aspiração

Existem três pressupostos estabelecidos:

• Em um dado momento do tempo, as pessoas com maior renda são, em

média, mais felizes do que aquelas com menor renda;

• As pessoas sempre declaram um nível estável ao longo do tempo,

apesar de sempre pensarem positivamente em relação ao seu futuro;

• A felicidade vivida pelas pessoas é, em média, constante ao longo de

todas as suas vidas, mesmo que a renda tenda a aumentar ao passar do tempo.

• No começo da vida das pessoas, todos têm um nível de aspiração a

bens similar, mesmo as que estão em diferentes níveis sócio-econômicos. Como

alguns, no início, possuem mais condições financeiras de alcançar seus objetivos

aspirados, esses teriam um coeficiente de bem-estar superior.

e) Cultura e sociedade

Page 24: Relatório final_Felicidade

24

Cada sociedade possui seus próprios valores e comportamentos, afetando a

forma pela qual cada um processa e contextualiza seu grau de felicidade.

A satisfação financeira é um forte indicador de satisfação com a vida nos

países mais pobres, enquanto que a preocupação com a família é um aspecto mais

relevante nos países desenvolvidos. Isso demonstra uma hierarquia de

necessidades diferenciada, de forma que uma sociedade materialista e consumista é

mais evidente em culturas ocidentais, tipicamente mais individualistas; enquanto que

em culturas orientais, o coletivo influencia mais na felicidade da população.

2.1.1.5.2 Mensuração do Bem-estar Subjetivo (BES)

A mensuração do BES é realizada através de auto-relatórios, ou seja,

declarações feitas pelos próprios indivíduos analisados.

Esta poderá ser mais ou menos abrangente conforme o número de itens a

serem analisados.

Medidas de um único item: conforme Andrews e Whitney (1996) apud

Giacomoni (2002), para esta medição é utilizada uma escala com sete níveis de

valores para adjetivos que variam de alegre a terrível. Uma questão a ser abordada

poderia ser, por exemplo, "Como você se sente sobre sua vida levando tudo em

consideração?"

Medidas com múltiplos itens: para esta medição também é utilizada uma

escala com sete níveis de valores, porém vinculados a níveis de concordância.

Como exemplo de escalas existentes pode-se citar os modelos PANAS (Positive and

Negative Affect Schedule) de Watson et al (1988) apud Clark e Watson (1994); o

Oxford Happiness Questionnaire (OHQ) de Argyle e Hills (2001); o Subjective

Happiness Scale (SHS) de Lyubomirsky (1999); e o SWLS (Satisfaction with Life

Scale) de Diener e Pavot (2008).

O método SWLS permite avaliar o BES dos indivíduos sob diversos ângulos,

englobando os diferentes aspectos que compõe a felicidade humana. Em termos

operacionais, utiliza valores para cada nível que vão de 5 (baixa felicidade) a 35

(felicidade máxima).

Em termos gerais, os seguintes fatores devem ser considerados como

influenciadores das análises, tanto de único quanto de múltiplos itens:

Page 25: Relatório final_Felicidade

25

• Humor da pessoa no momento da resposta;

• Resposta por pressão do que seria socialmente desejável;

• Forma de construção da pergunta;

• Ordem dos questionamentos;

• Escalas aplicadas.

Além disso, deve-se ter em mente que todas as variáveis referentes a uma

abordagem monetária possuem relações consideráveis com a felicidade, porém não

se pode afirmar que a renda, por si só, define o nível de felicidade.

Albuquerque e Tróccoli (2004) sugerem as seguintes escalas para

mensuração do BES.

Figura 7 - Escala de BES - Sub-escala 1 Fonte: Albuquerque e Tróccoli (2004)

Figura 8 - Escala de BES - Sub-escala 2 Fonte: Albuquerque e Tróccoli (2004)

a) Oxford Happiness Intentory

O Oxford Hapiness Inventory (OHI) foi desenvolvido pelos psicólogos Michael

Argyle e Peter Hills da Universidade de Oxford em 1989 com intuito de mensurar a

felicidade pessoal através de causas psicológicas gerais. Este questionário foi

utilizado internamente pelo Departamento de Psicologia Experimental da

Page 26: Relatório final_Felicidade

26

Universidade. A escala foi considerada consistente e foi amplamente divulgada nos

Estados Unidos, Espanha, Reino Unido. Além disto, foi através dela que realizaram

um estudo cross-cultural comparativo entre alunos da Austrália, Canadá, Estados

Unidos e Reino Unido.

O OHI é composto por 29 perguntas, sendo 12 delas com sentido negativo. A

escala utilizada é a de Likert de seis pontos, sendo 1 = discordo fortemente e 6 =

concordo fortemente. Para o cálculo de pontuação, deve-se inicialmente reverter a

pontuação das perguntas marcadas com “R” (de sentindo negativo), ou seja, se foi

marcado 6 (concordo fortemente) em uma pergunta negativa, para fins de cálculo,

esta deve ser considerada como 1. Deve-se então somar a pontuação e dividir por

29.

Posteriormente, algumas questões foram extraídas do OHI, o que deu origem

ao Oxford Happiness Questionnaire (OHQ), um instrumento mais compacto para a

mensuração da felicidade.

Figura 9 - Exemplo de Oxford Happiness Intentory

Fonte: elaborado pelos autores

b) Subjective Happiness Scale

A Subjective Happiness Scale (SHS) foi desenvolvida pela psicóloga Sonja

Lyubomirsky da Universidade da Califórnia em 1999. Este índice mensura a

felicidade subjetiva através de quatro itens. Utiliza-se escala de Likert de sete pontos

para o cálculo. A validade construtiva deste instrumento foi analisada em diversos

estudos apresentando boa correlação com a Satisfaction with Life Scale.

Figura 10 - Exemplo de Subjective Happiness Scale

Fonte: elaborado pelos autores

Page 27: Relatório final_Felicidade

27

c) Satisfaction Life Scale (SWLS)

A Satisfaction with Life Scale (SWLS) foi desenvolvida pelo psicólogo e

professor Ed Diener da Universidade de Illinois. Seu objetivo é avaliar a satisfação

através do julgamento pessoal sobre a qualidade de vida. O instrumento é formado

por cinco itens e a escala utilizada é de Likert com sete pontos.

Figura 11 - Exemplo de Satisfaction Life Scale

Fonte: elaborado pelos autores 2.1.1.6 Felicidade x Riqueza

Em seu estudo, Becker (2009) verificou a relação entre riqueza e felicidade. A

metodologia adotada pelo autor compreende a análise de diversos trabalhos que

relacionaram o nível de riqueza de uma pessoa ou nação com o respectivo nível de

bem-estar subjetivo. O trabalho visa responder a três perguntas: as pessoas com

maior renda são mais felizes do que as com menor renda? As pessoas em países

ricos são mais felizes do que as pessoas em países pobres? Um incremento de

renda ao longo do tempo faz crescer a felicidade?

Em relação à primeira questão, pesquisas mostraram que as pessoas mais

ricas se declaram, na média, mais felizes do que as pobres, dentro de um dado país

ou região. Isso se deve ao fato de que as pessoas com maior renda têm mais

oportunidades de atingir o que desejam, podem comprar mais bens materiais e

serviços e possuem mais status na sociedade. Neste sentido, dinheiro compra

felicidade. Entretanto, a variação individual dos desejos ajuda a explicar porque

algumas pessoas pobres são mais felizes do que outras que possuem uma renda

maior, mas que não se consideram felizes. Isso ocorre porque pessoas com

aspirações materiais muito grandes tendem a se frustrar, mesmo que possuam uma

renda altíssima, já que tais pessoas nunca estão satisfeitas com o que têm, sempre

desejam algo mais. Ainda assim, as pesquisas mostram que ter mais dinheiro é

geralmente melhor do que ter menos.

Page 28: Relatório final_Felicidade

28

Em relação à segunda pergunta, muitos estudos afirmam que, em média, os

países mais ricos são mais felizes que os países mais pobres. Entretanto, esta

conclusão, baseada somente na relação entre renda e felicidade, é de valor limitado,

podendo tal correlação positiva ser atribuída a outros fatores que não a renda

somente. Como os países ricos costumam ser não apenas economicamente

desenvolvidos, mas também mais democráticos, respeitadores dos direitos humanos

e avançados em termos de direitos iguais para as mulheres, tais fatores também

influenciam no estado de felicidade de seus habitantes.

Enfim, em relação à terceira questão, pesquisas de séries temporais, que

acompanham a renda de pessoas de uma região ao longo do tempo e a

correlacionam com o bem-estar subjetivo relatado, mostram que, geralmente, a

felicidade não aumenta com o aumento da renda. Existe um nível mínimo de renda

para que as pessoas se sintam bem. Este nível é em torno de U$ 10 mil a U$ 15 mil,

conforme afirmam as pesquisas. Acima deste nível, o crescimento da felicidade

desacelera consideravelmente em relação ao da riqueza.

Concluindo, o autor afirma ser bastante difícil dar uma resposta positiva ou

negativa à questão se dinheiro traz bem-estar subjetivo ou não. Entretanto, pode-se

afirmar, de acordo com pesquisas por ele estudadas, que, geralmente, é bom para a

felicidade ter dinheiro, mas é ruim para a felicidade querer muito dinheiro.

2.1.1.6.1 Felicidade tem preço!

Segundo Kahneman (2010) apud Mioto (2010), realizador de uma pesquisa

baseada na análise de dados de um banco nos EUA, que identificou um valor

monetário a partir do qual mais riqueza não significa mais bem-estar, o equivalente a

R$ 11.000,00 ao mês.

Entrevistas feitas com mais de 450 mil estadunidenses revelaram que para

ser feliz o importante não é ser rico, mas sim não ser pobre.

Do mesmo modo, foram coletados relatos sobre a freqüência com que as

pessoas se sentiram felizes ou sorridentes recentemente, e também estressadas.

Numa escala de zero a dez, as mesmas avaliaram o quanto estavam satisfeitas com

as suas vidas e, na mesma escala, analisaram um conjunto de fatores que afetava

positivamente ou negativamente a sua felicidade.

Page 29: Relatório final_Felicidade

29

Os resultados obtidos podem ser visualizados nas figuras abaixo.

Figura 12 - Resultado: fatores que mais trazem Feli cidade e Infelicidade

Fonte: Kahneman (2010) apud Mioto (2010)

Figura 13 - Resultado: relação entre felicidade e r enda mensal

Fonte: Kahneman (2010) apud Mioto (2010)

Page 30: Relatório final_Felicidade

30

2.1.1.7 Felicidade Interna Bruta (FIB)

O conceito de Felicidade Interna Bruta originou-se em 1972 no reino do

Butão, no Himalaia, quando seu rei questionou se o Produto Interno Bruto (PIB)

seria o melhor índice para designar o desenvolvimento de uma nação.

O atual rei do Butão, 5º na história do país, proclamou que a materialização

da visão da Felicidade Interna Bruta (FIB) será uma das quatro principais

responsabilidades do seu reinado. A meta última que norteará as mudanças sociais,

econômicas e políticas no Butão será o FIB. O rei disse que uma sociedade

baseada no FIB significa a criação de uma sociedade iluminada, na qual a felicidade

e o bem estar de todas as pessoas e de todos os seres sencientes é o propósito

último da governança.

Em abril de 1986, a frase, com estas exatas palavras: “Felicidade Interna

Bruta é mais importante do que Produto Interno Bruto” foi cunhada por Sua

Majestade o 4º Rei do Butão, que é o autor do conceito do FIB. O que ele disse, nos

anos 1970 e 1980, quanto ao PIB ser canalizado na direção da felicidade, foi algo

bastante inédito, senão revolucionário.

Assim o Butão começou a praticar esse conceito e a atrair a atenção do resto

do mundo, com a sua nova fórmula para o cálculo de riqueza de um país, que

considera outros aspectos além do desenvolvimento econômico.

Partindo-se de quatro pilares principais: Economia, Cultura, Meio Ambiente e Boa

Governança, derivam-se 9 dimensões de onde são extraídos indicadores para que a

Felicidade de uma nação seja avaliada:

• Bem-estar psicológico: avalia o grau de satisfação e de otimismo que

cada indivíduo tem em relação a sua própria vida. Os indicadores incluem a

prevalência de taxas de emoções tanto positivas quanto negativas, e analisam a

auto-estima, sensação de competência, estresse, e atividades espirituais.

• Saúde: mede a eficácia das políticas de saúde, com critérios como

auto-avaliação da saúde, invalidez, padrões de comportamento arriscados,

exercício, sono, nutrição, etc.

• Uso do tempo: este é um dos mais significativos fatores na qualidade

de vida, especialmente o tempo para o lazer e socialização com família e amigos. A

Page 31: Relatório final_Felicidade

31

gestão equilibrada do tempo é avaliada, incluindo tempo no trânsito, no trabalho, nas

atividades educacionais, etc.

• Vitalidade Comunitária: foca nos relacionamentos e interações na

comunidade. Examina o nível de confiança, a sensação de pertencimento, a

vitalidade dos relacionamentos afetivos, a segurança em casa e na comunidade, a

prática de doação e de voluntariado.

• Educação: leva em conta fatores como participação em educação

formal e informal, competência, envolvimento na educação dos filhos, valores em

educação, educação ambiental, etc.

• Cultura: avalia as tradições locais, festivais, valores nucleares,

participação em eventos culturais, oportunidades de desenvolver capacidades

artísticas, e discriminação por causa de religião, raça ou gênero.

• Meio Ambiente: mede a percepção dos cidadãos quanto à qualidade

da água, do ar, do solo, e da biodiversidade. Os indicadores incluem acesso a áreas

verdes, sistema de coleta de lixo, etc.

• Boa Governança: avalia como a população enxerga o governo, a

mídia, o judiciário, o sistema eleitoral, e a segurança pública, em termos de

responsabilidade, honestidade e transparência. Também mede a cidadania e o

envolvimento dos cidadãos com as decisões e processos políticos.

• Padrão de vida: avalia a renda individual e familiar, a segurança

financeira, o nível de dívidas, a qualidade das habitações, etc.

2.1.1.7.1 Por que o PIB é inadequado para medir o Bem-estar?

Em primeiro lugar, vamos assinalar que o PIB é parte integrante do FIB, uma

vez que o crescimento econômico de fato promove o bem-estar e a felicidade dos

mais pobres. Todavia, diversas deficiências do PIB também precisam ser

reconhecidas.

a) Falta de distinções de natureza qualitativa.

Existem muitos modos de atingir o mesmo nível de PIB, que por si só não é

registrada se a riqueza for gerada através de prostituição, meditação, ou de maneira

estressante ou prazerosa.

b) Propensão ao Consumo

Page 32: Relatório final_Felicidade

32

O PIB é uma acurada métrica para se determinar tudo aquilo que é produzido

e consumido através de transações monetárias. Entretanto, se algum bem for

deliberadamente conservado e não consumido, então esse bem deixa de ser

registrado como um valor. Como resultado disso, existe uma tremenda inclinação

voltada ao consumo na adoção do PIB. Um trator que está simplesmente largado

numa fazenda é contabilizado como uma riqueza, e certamente que um tigre numa

floresta deve ter mais valor do que um trator, porém, sob a ótica do PIB, não é isso

que ocorre.

Este mede muito bem o capital produzido, mas não mede outras formas de

capital e serviços, tais como aqueles providos pelo meio ambiente, humanos e

sociais.

c) Sub-valoriza tempo livre e trabalho não remunerado

O PIB não mede o tempo livre e nem tampouco o trabalho voluntário, não

remunerado, revelando um sério preconceito contra trabalho voluntário e lazer.

Todavia, o trabalho não remunerado e voluntário contribui para a felicidade e

o bem-estar. Cuidar de crianças e idosos, bem como o trabalho doméstico, são

serviços não remunerados que se dão à margem das transações do mercado. Essas

atividades não estão precificadas, e são executadas por aqueles cuja motivação

está acima do ganho financeiro.

d) Justiça Econômica

Embora a desigualdade possa ser medida separadamente por um índice

específico para esse fim, o PIB em si é cego para a injustiça econômica. Durante o

nosso consumo de bens e serviços, a métrica daquilo que nos proporciona felicidade

é relativa, em comparação àquilo que os outros estão consumindo. Se a

comparação afeta o nosso bem-estar subjetivo, a desigualdade continuará a ter um

poderoso efeito negativo na felicidade enquanto uma desigual distribuição da

riqueza persistir. Sempre haverá alguém acima na escada, e um modo de se

neutralizar esse efeito negativo é de se atingir um alto grau de igualdade.

e) Importância dos serviços pós-materiais.

Uma vez que certo nível de riqueza foi alcançada, como por exemplo, na

Europa e no Japão, o objetivo das pessoas não são bens, mas em vez disso aquilo

que está se chamando de “serviços pós-materiais que transcendem os bens”. Um

aumento desses serviços está mais provavelmente influenciado pelo imaterial, que

vem de fatores como família, amigos, segurança, redes sociais, liberdade,

Page 33: Relatório final_Felicidade

33

criatividade, significado para a vida e assim por diante. Esses benefícios das

sociedades pós-industriais não necessariamente aumentam com a renda.

2.1.1.7.2 Conceito de Felicidade para o FIB

Bem público, porém subjetivamente sentido A felicidade é, e deve ser, um

bem público, já que todos os seres humanos almejam-na. Ela não pode ser deixada

exclusivamente a cargo de dispositivos e esforços privados. Se o planejamento

governamental e, portanto, as condições macro-econômicas da nação, forem

adversos à felicidade, esse planejamento fracassará enquanto uma meta coletiva.

Os governos precisam criar condições conducentes à felicidade, na qual os esforços

individuais possam ser bem sucedidos.

A política pública é necessária para educar os cidadãos sobre a felicidade

coletiva. As pessoas podem fazer escolhas erradas, que por sua vez podem desviá-

las da felicidade. Planejamentos de política pública corretos podem lidar com tais

problemas, e reduzi-los, impedindo assim que ocorram em larga escala.

a) Felicidade baseada em estímulos externos

Nossa compreensão de como a mente obtém felicidade afeta a nossa

experiência com a mesma, ao influir nos meios que escolhemos para a sua busca.

Em alguns ramos das ciências comportamentais, a mente é concebida como um

aparato de entrada-saída, que responde apenas aos estímulos externos. Uma

conseqüência deste modelo é que as sensações prazerosas e de felicidade são

vistas como dependentes somente em estímulos externos. Felicidade é percebida

como uma conseqüência direta dos prazeres sensoriais. Com tal excessiva ênfase

nos estímulos externos como a fonte de felicidade, não é de se surpreender que os

indivíduos sejam levados a acreditar que, ao serem materialistas, serão mais felizes.

b) Métodos de contemplação interior

Mas existe uma tradição que aponta um caminho oposto à busca da felicidade

baseada em estímulos externos, e que mostra que sensações prazerosas serão

geradas ao se bloquear a entrada dos estímulos sensoriais externos e calando-se o

palavrório mental.

Page 34: Relatório final_Felicidade

34

Isso requer a prática regular de técnicas de meditação, através das quais o

indivíduo experiência o sujeito em si, em vez do sujeito experienciar os estímulos

externos.

Ao se utilizar um método contemplativo, não há nada externo que possa se

constituir num insumo para felicidade. Desde que seja praticada de forma

disciplinada e regular, a meditação pode levar à mudanças na estrutura mental (nas

redes neurais), fazendo com que a calma e o contentamento sejam traços perenes

da personalidade. Em outras palavras, as faculdades mentais podem ser treinadas

em direção à felicidade.

Quando essa visão é aplicada, economias atualmente consideradas

estacionárias, estáveis e sustentáveis, podem ser consideradas bem sucedidas.

Uma economia cujo PIB cresce continuamente, a uma taxa ambientalmente

insustentável, pode ser vista como um fracasso, devido à sua incapacidade de

promover o desapego da proliferação de desejos. Em função disso, as pessoas são

levadas de roldão no processo. Uma economia estacionária pode sinalizar que

estabilidade psicológica quanto aos desejos foi alcançada entre os consumidores.

2.1.1.7.3 Indicadores e mensuração do FIB

O Governo Real do Butão está formulando índices para o FIB, que irão

avaliar, rastrear e guiar o planejamento do desenvolvimento do nosso país. Os

índices FIB de nível macro podem ser sub-divididos em numerosos sub-indicadores

que são úteis em diversos fatores.

Além disso, o Butão desenvolveu uma estrutura qualitativa conhecida como

“lentes de FIB” para políticas e programas que têm por finalidade filtrar atividades

segundo o ponto de vista do FIB.

Para se considerar um indicador como sendo válido segundo o FIB, ele deve

demonstravelmente ter influência positiva ou negativa na felicidade. E os indicadores

de FIB devem cobrir tanto as esferas objetivas quanto as subjetivas das dimensões

do FIB, conferindo pesos idênticos tanto para os aspectos funcionais da sociedade

humana como para o lado emocional da existência da mesma. A voz subjetiva, que

tem sido relativamente sufocada nas ciências sociais como um todo, e nos

indicadores em particular, está sendo restaurada nos indicadores do FIB, e isso está

Page 35: Relatório final_Felicidade

35

produzindo uma equilibrada representação de dados entre o objetivo e o subjetivo.

Obviamente que a distinção entre o subjetivo e o objetivo não representa, em

qualquer sentido fundamental, aquilo que é básico para natureza da realidade, que é

na verdade o inter-relacionamento de ambos.

De uma forma mais geral, a descrição dos indicadores para o FIB pode ser

expressa usando um ícone tradicional, a roda. No centro da roda se situa o cubo da

mesma. Similarmente, a meta última do FIB é o bem-estar, a felicidade e a

satisfação com a vida, aquilo que é o verdadeiro potencial na sociedade humana

que buscamos atingir. Os meios para se atingir essa meta são os raios da roda. No

caso do FIB, esses raios representam os domínios, tais como o raio da educação, o

raio da boa saúde, o raio do uso equilibrado do tempo, o raio da cultura, o raio da

boa governança, o raio da vitalidade comunitária, o raio da resiliência ecológica, e o

raio do componente material da existência – o padrão de vida.

a) Psicológico

O domínio do bem estar psicológico abrange o contentamento, a satisfação

com todos os elementos da vida, e a saúde mental. Uma vez que felicidade coletiva

é a meta principal sob uma sociedade baseada no FIB, o bem estar psicológico é de

primordial importância para medir o sucesso do estado em prover as políticas e os

serviços apropriados. Entre inúmeros indicadores, a prevalência de taxas de

emoções tanto positivas quanto negativas, o estresse, as atividades espirituais, o

desfrute da vida, a satisfação com a vida, a auto-avaliação da saúde – seja física

quanto mental – são calculados na população.

b) Uso do Tempo

Tem se demonstrado que o domínio do uso do tempo é uma das mais

eficazes janelas para qualidade de vida, uma vez que ele analisa a natureza do

tempo que é despendido num período de 24 horas, bem como as atividades que

tomam períodos de tempo mais longos. Uma importante função do uso do tempo é

reconhecer o valor do lazer.

Os laços sociais criados e compartilhados na socialização com a família e

com os amigos contribuem significativamente para todos os níveis de felicidade e

contentamento numa sociedade.

c) Saúde

Os indicadores de saúde avaliam o status de saúde da população, os fatores

determinantes da saúde e o sistema de saúde em si. Os indicadores de status de

Page 36: Relatório final_Felicidade

36

saúde incluem a auto-avaliação da saúde, invalidez, as limitações para atividades e

a taxa de dias saudáveis. Os indicadores dos fatores determinantes de saúde

incluem padrões de comportamento arriscados, exposição a condições de risco,

status nutricional, práticas de amamentação e condições de higiene. O sistema de

saúde, que incluí tanto o sistema ocidental quanto o nativo, é medido a partir do

ponto de vista da satisfação do usuário em diversas dimensões, tais como

amabilidade do provedor, competência, tempo de espera, custo, distância etc.

d) Educação

A educação contribui para o conhecimento, valores, criatividade,

competências, capital humano e sensibilidade cívica dos cidadãos. Um domínio tal

como o da educação não tem por objetivo meramente medir o sucesso da educação

per se, e sim tentar avaliar a eficácia da educação quanto a se trabalhar em prol da

meta do bem estar coletivo. O domínio da educação leva em conta vários fatores,

tais como: participação, competências e apoio educacional, entre outros. Esse

domínio inclui no seu escopo a educação informal (competências nativas, técnicas

tradicionais orgânicas de agricultura e pecuária, remédios caseiros, genealogias

familiares, conhecimento sobre a cultura e história locais), e educação monástica.

e) Diversidade e Resiliência Cultural

A manutenção das nossas tradições culturais é uma das fundamentais metas

de política pública do nosso país, já que reconhecemos o valor das tradições da

diversidade cultural na formação da identidade, nos valores e na base criativa para o

nosso futuro.

O domínio da cultura leva em conta a diversidade e o número de instalações

culturais, padrões de uso e diversidade no idioma e participação religiosa. Os

indicadores estimam valores nucleares, costumes locais e tradições, bem como a

percepção de mudanças em valores e tradições.

f) Boa Governança

O domínio da Governança avalia como que as pessoas percebem várias

funções governamentais em termos da sua eficácia, honestidade e qualidade. Os

temas desses indicadores incluem liderança em vários níveis do governo, na mídia,

no judiciário, na polícia e nas eleições.

g) Vitalidade Comunitária

O domínio da vitalidade comunitária foca nas forças e nas fraquezas dos

relacionamentos e das interações nas comunidades. Ele examina a natureza da

Page 37: Relatório final_Felicidade

37

confiança, da sensação de pertencimento, a vitalidade dos relacionamentos afetivos,

a segurança em casa e na comunidade, a prática de doação e de voluntariado.

Esses indicadores possibilitarão aos formuladores de política pública rastrear as

mudanças nos efeitos adversos para a vitalidade comunitária.

h) Diversidade e Resiliência Ecológica

Ao focar no estado dos nossos recursos naturais, nas pressões sobre os

nossos ecossistemas, e nas diferentes respostas de gestões, o domínio da

diversidade e resiliência ecológica descreve o impacto do suprimento doméstico e a

demanda nos ecossistemas do Butão.

i) Padrão de Vida

O domínio do Padrão de Vida cobre o status econômico básico dos cidadãos

do país. Esses indicadores avaliam os níveis de renda ao nível individual e familiar,

medem a segurança financeira, o nível de dívidas, a qualidade das habitações, e o

montante de assistência em espécie recebida por familiares e amigos.

j) Desenvolvimento Holístico

É nossa expectativa que os esforços na direção da elaboração de um índice

de FIB possam prover não apenas para o Butão, mas também para o resto do

mundo, um valioso conjunto de indicadores que possa ser utilizado para tornar os

esforços em prol do desenvolvimento mais holísticos e harmoniosos quanto as suas

metas e meios.

2.1.2 Grupo Motivacional

Os dados secundários contribuíram, de forma bem generosa, para o

entendimento do tema central da pesquisa. Mas, como já era esperado, não

trouxeram todo o conteúdo necessário. Por isso, optou-se pela realização de um

grupo motivacional. Essa técnica é uma forma de pesquisa qualitativa, a qual

proporciona melhor visão e compreensão do problema.

Para Malhotra (2006), os grupos de foco constituem o processo mais

importante de uma pesquisa qualitativa. Em resumo, essa etapa consiste em uma

entrevista em grupo, onde especialistas sobre o assunto em questão partilham suas

experiências sob a coordenação de um moderador treinado e de um conjunto de

perguntas semi-estruturadas (abertas).

Page 38: Relatório final_Felicidade

38

Uma das principais vantagens dessa técnica está na gama maior de

informações, percepções e idéias geradas por um grupo de pessoas de forma

espontânea, muito superior do que respostas obtidas individualmente.

Só é importante ressaltar, tendo em vista a quantidade de dados obtidos

nesses grupos, o cuidado com o julgamento e uso correto das informações.

Por isso, além da necessidade de um moderador bem preparado para

conduzir as entrevistas, o processo de planejamento e administração dos grupos

deve ser seguido para sua realização e execução ocorrer da melhor forma. O

primeiro cuidado observado refere-se aos participantes: deve-se ter muita atenção

ao selecionar os especialistas que farão parte do experimento, pois todos devem ter

tido alguma experiência significativa com o problema que está sendo estudado.

Também deve-se evitar os respondentes profissionais, ou seja, aquelas pessoas

que já participaram de mais grupos motivacionais. Além disso, o ambiente em que

se realizará o estudo também merece atenção especial. Uma atmosfera relaxada,

informal, acaba produzindo comentários mais espontâneos (Malhotra, 2006).

2.1.2.1 Planejamento do Grupo Motivacional

As seguintes etapas foram seguidas durante o Planejamento do Grupo

Motivacional.

2.1.2.1.1 Definição do perfil dos participantes

Considerando-se o tema abordado na pesquisa e as informações obtidas com

a pesquisa em dados secundários, solicitou-se à turma a indicação de contatos com

os seguintes enfoques (áreas):

• Saúde: psicólogos, médicos, etc. De forma a apresentar a

felicidade sob o ponto de vista clínico.

• Educação: estudiosos do assunto, como professores,

doutores,etc. De forma a apresentar a felicidade sob o ponto de vista

científico.

• Religião: pastores, padres, monges, etc. De forma a apresentar

a felicidade sob o ponto de vista da crença religiosa.

Page 39: Relatório final_Felicidade

39

• Popular: pessoa comum, de forma a apresentar a felicidade sob

o ponto de vista do senso comum.

2.1.2.1.2 Obtenção de contatos

Para obtenção dos contados foi disponibilizada planilha editável na

ferramenta online GoogleDocs, de forma que os alunos integrantes do grupo

contribuíssem com três contatos e os demais alunos da turma pudessem contribuir

com ao menos dois contatos. Desta forma, foram obtidos cerca de 40 contatos

válidos.

2.1.2.1.3 Convite formal dos indicados

Houve a separação da responsabilidade pelo convite dos indicados dentre os

componentes do Grupo Motivacional com base na área a qual cada contato

pertencia, ficando acordado que a composição do grupo de discussão deveria conter

dois integrantes de cada área.

Tanto o contato inicial quanto a confirmação de presença no dia do evento

foram feitos preferencialmente por telefone.

Ao término desta etapa e após algumas desistências de última hora, os

seguintes convidados confirmaram presença:

Convidado Profissão Relação com o tema Edelmira Q.

Pires Preleitora Seicho No Ie - Estudiosa

da filosofia Seicho-No-Ie. O tema felicidade faz parte da Filosofia da Seicho-No-Ie

Rogério Majinsky

Arquiteto e ex-professor da UFRGS (urbanista).

Os planos-diretores das cidades são feitos com base no que as pessoas esperam, na sua cultura. Relação com Sociologia.

Lores R. Meller Psicanalista. Profissão diretamente relacionada ao assunto.

Ivo Guizzardi Superintendente do Secretariado

de Ação Social da Arquidiocese de Porto Alegre.

Trabalha com apoio à comunidade através da ONG Mensageiro da Caridade.

Felipe Amaral Administrador.

Lider da Net Impact Porto Alegre (ONG) Trabalha muito com questões de Sustentabilidade - que de certa forma é uma felicidade social.

Page 40: Relatório final_Felicidade

40

Thiago Ourives Publicitário. Publicidade deve entender o que faz as pessoas felizes para usar isso em suas criações.

Mauro Kwitko Psicoterapeuta, Regressão Terapêutica, Músico, Palestrante.

Espiritualista e estudioso sobre a arte de viver, autor de várias obras sobre terapias diversas.

Rosa H. Santos Psicóloga. Profissão diretamente relacionada ao assunto.

Fábio R. Mendes Doutorando em Filosofia e Escritor. Abordagem da Felicidade sob a ótica

da Filosofia

Renato Ike Médico nefrologista. Traz visão do senso-comum sobre a felicidade.

João P. Cunha Administrador, dono de um pub na cidade baixa.

Traz visão do senso-comum sobre a felicidade.

Cláudia Psicóloga e estudiosa do assunto. Profissão diretamente relacionada ao assunto.

Tabela 1 - Convidados participantes do Grupo Motiva cional Fonte: elaborado pelos autores

2.1.2.1.4 Elaboração do roteiro para o grupo de discussão

A elaboração do roteiro foi feita pelos alunos responsáveis pelo Grupo

Motivacional, em conjunto com a doutoranda Manuela Albornoz Gonçalves,

utilizando-se como base o material apresentado pelo grupo dos Dados Secundários,

considerando-se as variáveis encontradas como componentes da Felicidade

(religião, dinheiro).

O roteiro utilizado pode ser visualizado nos Anexos do presente relatório.

2.1.2.2 Realização do Grupo Motivacional

O grupo de Discussão iniciou suas atividades início às 19h do dia 27 de

setembro de 2010, na sala 208 da Escola de Administração da UFRGS, encerrando-

se às 21h. A escolha do local teve como base a necessidade de gravação do

debate, para sua posterior transcrição (disponível nos Anexos do presente relatório),

e de transmissão simultânea do mesmo, de forma que os demais alunos da turma

pudessem acompanhar em tempo real a discussão e sugerir questões, quando

necessário.

O aluno André Santos Kieling foi responsável pela mediação das conversas

entre os participantes, já a comunicação entre a turma e o mediador foi auxiliada

Page 41: Relatório final_Felicidade

41

pelas alunas Jéssica Lima de Oliveira e Patrícia Bock Bandeira, que trocavam

informações via MSN durante o debate.

A recepção dos convidados na sala foi feita pelo professor Walter Nique, pelo

mediador André e pela Patrícia.

A disposição dos assentos foi feita em círculo, utilizando-se apenas cadeiras

identificadas com os nomes dos participantes, de forma a criar um ambiente mais

informal. Buscou-se também alocar os convidados de forma a evitar disposições que

favorecessem conflitos diretos.

A utilização do questionário-base foi flexibilizada de forma a acompanhar o

ritmo do debate e extrair o máximo de informações.

Foram oferecidos aos participantes coffee-breack,estacionamento gratuito (ou

carona, quando necessário) e um presente de agradecimento ao final do evento.

2.1.2.3 Informações obtidas com o Grupo Motivacional

Analisando-se os dados obtidos no grupo de discussão, obteve-se as

seguintes informações.

2.1.2.3.1 Definição de felicidade

É um estado de equilíbrio entre o Ser, a Alma, o Espírito e o Ambiente

(grupo), podendo ser alcançada através do ajustamento entre Metas pessoais do

indivíduo e suas Reais Condições, de forma a suavizar frustrações. Conforme dito

pelo convidado Mauro Kwitko, “O sofrimento está no pensamento”, ou seja, no

desejar o que não se tem/pode ter.

Tem como um de seus componentes o Bem-estar, muitas vezes tratado como

seu sinônimo.

A felicidade é influenciada tanto pelo aspecto subjetivo do indivíduo (genética,

personalidade, etc.), quanto por sua relação com o ambiente externo (relações

interpessoais, espiritualidade etc.), considerando-se ainda as dimensões de

necessidades e desejos em que o indivíduo se encontra e seu nível de satisfação.

2.1.2.3.2 Variações no grau felicidade referentes a localização geográfica

Page 42: Relatório final_Felicidade

42

De forma consensual os convidados declararam acreditar que a diferença

existente nos graus de felicidade está mais relacionada a questões Sócio-

econômicas do que Geográficas. E nestas, a influência refere-se mais aos grupos de

identificação (como torcidas de futebol, por exemplo) do que às classes sociais.

2.1.2.3.3 Fatores que influenciam a felicidade

Durante o debate foram apontados pelos convidados os seguintes fatores que

influenciam no grau de felicidade de um indivíduo:

• Saúde;

• Personalidade;

• Sucesso individual;

• Sentido na vida (objetivos);

• Equilíbrio/Harmonia;

• Diferenciação entre “Ser” e “Ter”;

• Bom relacionamentos/Casamento - “Ninguém é feliz só” (Ivo

Guizzardi);

• Viver para o bem comum;

• Família;

• Dinheiro.

2.1.2.3.4 Existência de pressão para que as pessoas sejam felizes

De acordo com os participantes, existe tanto pressão externa (mídia, grupo

social) quanto interna (auto-pressão, realizada pelo próprio indivíduo) para que as

pessoas mostrem-se felizes.

3 ETAPA DESCRITIVA

A pesquisa descritiva tem como objetivo principal a descrição de alguma coisa

– em geral características ou funções de mercado (Malhotra, 2006). Dentre os

Page 43: Relatório final_Felicidade

43

principais métodos empregados nessa concepção, destaca-se: o de levantamento

(survey) e o de observação.

Em resumo, a pesquisa descritiva, ao contrário da exploratória, é marcada

pela formulação prévia de hipóteses específicas e a concepção pré-planejada e

estruturada do objeto de pesquisa auxilia nas respostas para tais hipóteses.

Desta forma, é condição indispensável para a realização de um estudo

descritivo que se planeje e estruture uma série de questões padrões, de forma a

melhor analisar os dados obtidos e as hipóteses formuladas.

No presente trabalho, a etapa descritiva foi realizada através do método de

levantamento de entrevista pessoal em residências, conforme descrito a seguir.

3.1 ELABORAÇÃO DO INSTRUMENTO DE PESQUISA

Para Malhotra (2006), um questionário, seja ele chamado de formulário de

entrevista ou instrumento de medida, é um conjunto formal de perguntas cujo

objetivo é obter informações dos entrevistados. Normalmente, o questionário é

apenas um dos elementos de um pacote de coleta de dados.

Independente da forma de administração, para Malhotra (2006), um

questionário se caracteriza por três objetivos específicos.

Em primeiro lugar, ele deve transformar a informação desejada em um

conjunto de perguntas para os entrevistados responderem. Em segundo lugar, um

questionário precisa motivar e incentivar o entrevistado. E, em terceiro, um

questionário deve sempre minimizar o erro de resposta.

O autor ainda define que o método survey, também chamado de entrevista,

consiste em um interrogatório aos participantes, fazendo-se várias perguntas sobre

o objeto em estudo. Para orientar e padronizar, então, este interrogatório, emprega-

se um questionário, podendo ser tanto estruturado, quanto não-estruturado

(Malhotra, 2006). Um questionário estruturado consiste em uma série de perguntas,

escritas ou orais, que um entrevistado deve responder. Desta forma, o entrevistador

tem posse de informações padronizadas para poder comparar as respostas.

Page 44: Relatório final_Felicidade

44

3.1.1 Entrevistas

A entrevista consiste em uma forma de interação social, em que uma das

partes busca coletar informações e a outra é a fonte. É um método largamente

utilizado nas ciências sociais, pois proporciona perceber e visualizar as atitudes e o

comportamento do entrevistado acerca de determinado assunto.

Comparado ao questionário “puro”, a entrevista possibilita a obtenção de

dados daqueles que não sabem ler nem escrever, um maior número de respostas e

mais flexibilidade nas mesmas. Contudo, deve-se ter cuidado para que as opiniões e

visões do entrevistador não interfiram nas respostas do entrevistado.

Pode-se aplicar uma entrevista de modo estruturado e não-estruturado,

pessoalmente ou por telefone. Para que se pudesse estabelecer uma padronização

dos dados obtidos, aplicou-se na presente pesquisa uma entrevista estruturada e

pessoalmente, em formato de um questionário. Este tipo de entrevista também é

conhecido como método survey.

Este modo de aplicação possibilita o tratamento quantitativo e estatístico dos

dados, já que as respostas obtidas estão em uma mesma escala ou unidade. Esta

técnica de investigação exige a elaboração de um questionário estruturado e

inteligível, além da boa-apresentação e neutralidade do entrevistador.

3.1.2 Questionário

O questionário é uma técnica de investigação composta por um número

relativamente elevado de questões apresentadas por escritos às pessoas, tendo por

objetivo conhecer opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas,

situações vivenciadas, etc. É uma técnica complexa, e seu conteúdo deve ser muito

bem estudado e desenvolvido, de forma a compor uma ferramenta realmente útil de

pesquisa.

Dentre as principais vantagens da aplicação de questionários, está a

possibilidade de abranger um grande número de pessoas e a padronização

combinada com a pessoalidade que uma aplicação pessoal (como foi na pesquisa

em questão) pode oferecer.

Page 45: Relatório final_Felicidade

45

As questões contidas no instrumento podem ser definidas em questões

fechadas e questões abertas. Nas primeiras, diversas alternativas de respostas são

apresentadas e o entrevistado deve, então, eleger aquela que melhor representa

sua situação ou ponto de vista. Já nas segundas, o respondente apresenta sua

resposta do modo que ele bem entender; ele não se limita a alternativas pré-

estabelecidas. Há, também, as questões dependentes, que ocorrem quando uma

questão depende da resposta da outra para ser apresentada. A pessoa só

responderá quantos maços de cigarro fuma por dia, por exemplo, se primeiramente

ela ter afirmado que fuma.

Para elaborar um questionário, Malhotra (2006) sugere uma série de passos:

Figura 14 - Processo de elaboração de um questionár io

Fonte: adaptado de Malhotra (2006)

Page 46: Relatório final_Felicidade

46

3.1.2.1 A Elaboração

A felicidade é um conceito muito complexo de definir, visto que é algo muito

subjetivo e as variáveis que a compõem diferem de pessoa a pessoa. Tendo essa

dificuldade em vista, optou-se pela técnica do questionário para desvendar

realmente o que influencia na felicidade dos porto-alegrenses. No questionário

aplicado, procurou-se formular questões abrangendo as variáveis que mais

pudessem influenciar na felicidade da população, conforme o que o grupo dos dados

secundários e o grupo motivacional apresentaram.

As variáveis foram “eleitas” após um consenso entre o grupo do questionário,

e validadas pela doutoranda Manuela Albornoz. Abaixo, seguem a relação das

variáveis utilizadas para a formulação das questões:

• Envolvimento com a comunidade

• Espiritualidade - Religião e Crenças

• Felicidade própria em comparação aos seus pares

• Infelicidade

• Lazer - Esportes, cultura, acesso ao lazer.

• Personalidade

• Qualidade de Vida

• Relacionamentos

• Renda - Riqueza, aspirações materiais

• Saúde

• Sucesso profissional

• Consumo

A partir da definição dos integrantes do grupo do questionário e da primeira

reunião dos grupos em sala de aula, criou-se um grupo de e-mails a fim de facilitar a

comunicação entre os integrantes e trocar de referências bibliográficas. O grupo do

questionário, composto por doze alunos, foi dividido em duplas, e cada uma delas

responsabilizou-se por elaborar questões abrangendo as variáveis definidas. Para

cada uma, procurou-se elaborar de sete a dez questões. O coordenador do grupo,

Caio Teixeira, encarregou-se de dividir as duplas e determinar que variáveis cada

uma deveria incluir em suas questões.

Page 47: Relatório final_Felicidade

47

Componentes do Grupo do Questionário

Caio Teixeira – Coordenador

Alan Saute

Jéssica de Oliveira

Cristina Rosa

Lídia Marcos

Pedro Valentim

Guilherme Bencke

Rafaela Tomasi

Alicia Albrech

Paula Arais

Raquel Ruffini

Ana Mallmann Tabela 2 - Componentes do Grupo do Questionário

Fonte: elaborado pelos autores

Essas questões foram agrupadas sendo trabalhadas de modo a gerar a

primeira versão do questionário. Essa versão contava com 72 questões divididas em

sete blocos. No processo de validação com doutoranda Manuela foram feitas

diversas modificações, resultando na segunda versão do mesmo, agora com 81

questões divididas em cinco blocos. Essa versão do questionário foi levada para

treinamento com a turma sendo feitas alterações na discussão com o grande grupo

que resultou em um novo questionário com 88 questões divididas em cinco blocos.

O primeiro bloco, chamado de “Quebra-Gelo” e Atividades de Lazer, teve por

função estabelecer uma relação mais próxima e amigável com o entrevistado,

compondo-se, assim, por questões que gerassem respostas fáceis e descontraídas.

“Tu praticas alguma atividade física” e “Com que freqüência tu vais ao cinema” são

exemplos de itens deste grupo.

O segundo bloco envolveu questões mais específicas sobre a percepção dos

respondentes sobre seu nível de felicidade e humor. Questões escalares, assim,

foram utilizadas de forma a medir os fatores que influenciam o tema central da

pesquisa. O terceiro bloco visou a desvendar o tipo de pessoa que respondeu, por

meio de questões abertas sobre a profissão do entrevistado, estado civil, com quem

Page 48: Relatório final_Felicidade

48

mora, religião e problemas de saúde. Além destas, utilizou-se também questões

fechadas e intervalares acerca do nível de satisfação com a sua ocupação.

No quarto bloco, foi apresentada uma série de afirmações sobre variáveis

diversas, tais como consumo, saúde, religião e trabalho voluntário. Muitas delas

eram semelhantes, objetivando, assim, medir o grau de coerência nas respostas. O

entrevistado tinha de apontar seu grau de concordância com a sentença, apontando

um número de um (discordância plena) a cinco (concordância plena).

Por fim, o quinto bloco tratou de coletar alguns dados pessoais do

entrevistado, tais como nome, idade, nível de formação, endereço e telefone. Ao

final da aplicação, o entrevistador deveria, então, agradecer o respondente e

informar que mais adiante os resultados da pesquisa estariam disponíveis no site da

disciplina (www.nique.com.br).

Divisão dos Blocos do Questionário Características

“Quebra-Gelo” Questões mais “leves”, específicas sobre Atividades de Lazer (quais e freqüência), para criar maior proximidade com o entrevistado. Quebra-gelo com perguntas

Felicidade e Humor Percepção sobre Felicidade com questões referentes ao conceito da palavra felicidade e o quão as pessoas se consideram felizes.

Perfil do Entrevistado Perfil completo do entrevistado, incluindo dados pessoais (desde estado civil a crença religiosa) e profissionais (nível de satisfação com a atividade atual).

Afirmações Série de afirmações sobre variáveis diversas relacionadas às características psicografias do entrevistado, incluindo preferências de consumo.

Dados Pessoais Identificação do entrevistado e dados adicionais de perfil (formação escolar e renda familiar).

Tabela 3 - Divisão dos Blocos do Questionário Fonte: elaborado pelos autores

Até o fechamento e aprovação final de todas as perguntas foi um processo

longo, mas necessário. Além disso, vale lembrar que o enunciado da questão é um

ponto extremamente importante na elaboração do questionário, pois uma pergunta

mal feita gera dificuldades e inconsistência dos dados. Para isso, utilizamos as

instruções a seguir disponíveis em Malhotra (2006):

• Defina o problema;

• Empregue palavras simples e comuns;

• Evite palavras ambíguas;

Page 49: Relatório final_Felicidade

49

• Evite perguntas indutoras (que sugere ao entrevistado qual deve

ser a resposta) ou tendenciosas;

• Evite alternativas implícitas;

• Evite suposições implícitas;

• Evite generalizações e estimativas;

• Utilize afirmações positivas e negativas.

Após a formulação de todas as perguntas, o próximo passo foi estabelecer a

estrutura de cada questão. Algumas foram abertas, isto é, não-estruturadas, aquelas

que os entrevistados respondem com suas próprias palavras, como por exemplo,

profissão. As demais são classificadas como de múltipla escolha, pois o pesquisador

oferece um conjunto de várias respostas pré-estabelecidas ao entrevistado e este

deve decidir por estas (Malhotra, 2006). Este tipo de questão teve escalas nominais,

onde são atribuídos nomes que identificam e classificam os objetos, segundo

Malhotra (2006) e intervalares, que no caso desta pesquisa a escala utilizada foi a

de tipo Likert. Esta escala com cinco pontos, sendo 1 discordo totalmente e 5

concordo totalmente, indica o grau de concordância e discordância dos

entrevistados. Foi utilizado também outra escala intervalar de freqüência de cinco

pontos, sendo 1 nunca e 5 sempre.

A grande maioria das questões apresentava opção de resposta neutra (não

sei/não quero responder), prevendo a indiferença ou a relutância do entrevistado em

se posicionar frente a determinadas perguntas.

3.1.2.2 Escalas

Muitas das questões formuladas foram de natureza escalar, em que se fez

uso de uma escala social. Escalas sociais são instrumentos construídos com o

objetivo de medir a intensidade das opiniões de forma mais objetiva possível. O

sujeito deve apontar, dentre uma série graduada de itens, aquele que melhor

corresponde a sua percepção sobre o tema, possibilitando ao pesquisador mensurar

opiniões muitas vezes subjetivas.

Uma escala social permite ao entrevistado identificar pontos intermediários

entre dois extremos. Esta “linha” de opções chama-se contínuo, e só tem validade

se o assunto da pesquisa for muito bem estudado pelos aplicadores do questionário

e se for coerente com a frase ou palavra enunciada.

Page 50: Relatório final_Felicidade

50

Na pesquisa, utilizaram-se escalas do tipo Likert. Estas são simples, ordinais

e representam opinião ou atitude acerca do problema estudado. O respondente,

diante de diversos enunciados, deve manifestar sua concordância ou discordância,

por exemplo, acerca dos enunciados, através de uma numeração, geralmente de um

a cinco (sendo “cinco” o grau máximo de concordância e “um”, de discordância).

Seguem abaixo as escalas utilizadas no questionário:

Figura 15 - Escala de Felicidade usada no Questioná rio

Fonte: adaptado de Malhotra (2006)

Figura 16 - Escala de Concordância usada no Questio nário

Fonte: adaptado de Malhotra (2006)

Figura 17 - Escala de Frequência usada no Questioná rio

Fonte: adaptado de Malhotra (2006)

Page 51: Relatório final_Felicidade

51

3.1.2.3 Pré-teste

O pré-teste se refere ao teste do questionário em uma pequena amostra de

entrevistados, como o objetivo de identificar e eliminar problemas potenciais

(Malhotra, 2006).

Foram aplicados 43 questionários, sendo 1 por aluno, com o objetivo de que

este teste fosse um instrumento para detectar possíveis erros. Desta forma estes

erros poderiam ser corrigidos antes da aplicação com a amostra escolhida. Vários

aspectos do questionário foram testados, entre eles, layout, vocabulário, conteúdo e

a seqüência das perguntas, bem como o tempo de aplicação e as dificuldades de

compreensão por parte dos entrevistados.

Foram identificados os seguintes problemas:

• Freqüências inadequadas;

• Perguntas repetitivas;

• Frases de difícil compreensão;

• Perguntas em desacordo com o escopo do projeto.

Os resultados desse pré-teste foram discutidos no grande grupo, sendo

sugeridas novas alterações no questionário. A versão final do questionário totalizou

75 questões, mantendo-s os cinco blocos originais. A versão final do questionário

pode ser visualizada nos Anexos do presente relatório.

As questões, por fim, foram digitadas no software de análise de dados Sphinx,

que trata-se de uma ferramenta que permite a criação de questionários e relatórios,

assim como o posterior cruzamento de variáveis e respostas. É de fundamental

importância e utilidade na análise de dados, permitindo aos usuários “comuns”

realizar análises com certa facilidade e clareza.

3.1.3 Amostragem

Para Mattar (1996), amostragem é o processo de colher amostras de uma

população. No processo de seleção de amostras, os seguintes passos deverão ser

seguidos:

• Passo 1 – definir a população da pesquisa.

Page 52: Relatório final_Felicidade

52

• Passo 2 – elaborar ou dispor de uma lista de todas as unidades

amostrais da população.

• Passo 3 – decidir o tamanho da amostra.

• Passo 4 – selecionar um procedimento específico através do

qual a amostra será determinada ou selecionada.

• Passo 5 – selecionar fisicamente a amostra tendo por base os

procedimentos dos passos anteriores.

Malhotra (2006) define população como sendo “a soma de todos os

elementos que compartilham algum conjunto comum de características,

conformando o universo para o problema de uma pesquisa de marketing”.

Quanto ao método da amostragem, definiu-se que a amostra seria

probabilística. Segundo Mattar (1996), amostragem probabilística, ou aleatória, é

“aquela em que cada elemento da população tem uma chance conhecida e diferente

de zero de ser selecionado para compor a amostra”. A amostragem probabilística

geralmente envolve a tomada de grandes amostras (n>36) que sejam consideradas

representativas da população alvo de onde são retiradas.

No presente trabalho, o tipo de amostragem probabilística selecionado foi por

“conglomerado”. Malhotra (2006) define o processo de amostragem por

conglomerado como sendo aquele em que a população-alvo é dividida em

subpopulações mutuamente excludentes e coletivamente exaustivas.

3.1.3.1 Realização da amostragem

Conforme previamente citado, na presente pesquisa o tipo de amostragem

probabilística selecionado foi por Conglomerado, onde os conglomerados foram as

quadras da cidade de Porto Alegre organizadas em um segundo nível de divisão: as

residências.

O processo de amostragem foi, portanto, aleatório bi-etápico.

• 1ª etapa: as quadras foram selecionadas aleatoriamente baseadas no

universo total de quadras em Porto Alegre;

• 2ª etapa: as residências de cada quadra foram selecionadas

aleatoriamente.

A distribuição das quadras aos alunos foi realizada através de sorteio. Foram

sorteadas quatro quadras por aluno, pois caso não fosse possível aplicar em suas

Page 53: Relatório final_Felicidade

53

quadras, seria possível substituí-las. Os critérios para substituição de quadras foi o

seguinte: região de risco para o aluno em decorrência da violência, quadras sem

residências, quadras apenas com estabelecimentos comerciais/industriais ou

quadras com um número insuficiente de domicílios (20 ou menos).

Para que os alunos soubessem em quais quadras deveriam aplicar, foi

utilizado como referência um mapa de Porto Alegre com todas as quadras

numeradas, emprestado pelo CEPA (Centro de Estudos e Pesquisas em

Administração - UFRGS/EA). As quadras foram sorteadas através dos seus

números, e a partir desse número, elas foram localizadas no mapa.

A coleta de dados ocorreu no município de Porto Alegre, no período de

23/10/2010 a 07/11/2010.

Para que os questionários fossem aplicados de maneira equilibrada, cada um

dos 43 alunos matriculados na disciplina foi responsável por aplicar os questionários

em duas quadras de Porto Alegre, sendo que era obrigatório que fossem 10

questionários em cada quadra, totalizando assim 20 questionários por aluno. O

questionário deveria ser aplicado com quem abrisse a porta, sendo que esta pessoa

deveria ter mais de 16 anos.

A obrigatoriedade em aplicar 10 questionários por quadra deve-se ao fato de

que uma pesquisa precisa seguir um padrão de aplicação, e, nesse caso, esse foi o

padrão determinado. Os questionários eram aplicados da seguinte forma: o aluno

contava o número de domicílios em cada quadra. Este número era divido então por

10. O resultado desta divisão é o que se chama de “pulo”, que determina qual o

número de domicílios entre um questionário e outro - quando esse número não era

inteiro, arredondava-se. Exemplificando: uma quadra com 198 domicílios, significava

um pulo arredondado de 20, já que 198/10 = 19,8. O pesquisador deveria aplicar,

então, o primeiro questionário e a partir desse, ele pularia 19 domicílios para aplicar

o segundo questionário no 20º domicílio. Caso não fosse possível aplicar neste, o

entrevistador deveria tentar no domicílio imediatamente a seguir até conseguir

aplicar o segundo questionário. Para aplicar o terceiro, ele deveria repetir os

mesmos passos para que o questionário fosse aplicado assim sucessivamente, até

que os dez fossem realizados numa mesma quadra. Em várias regiões, foram dadas

mais de uma volta na quadra para que o décimo questionário fosse aplicado.

Concluída a aplicação dos questionários, os mesmos foram digitados no

software Sphinx, software de pesquisa e análise de dados, no período de

Page 54: Relatório final_Felicidade

54

08/11/2010 a 10/11/2010. Cada entrevistador digitou os seus próprios questionários

e desta forma tornou-se responsável pelas informações ali contidas.

Estes bancos de dados individuais foram agrupados em um único geral, e a

partir deste foi realizada a conferência.

4 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS

Nesta seção serão apresentadas as análises dos dados obtidos nos 798

questionários respondidos sendo que nem sempre o total dos dados analisados será

equivalente a este, haja visto que em muitas questões foi disponibilizada a opção de

resposta não sei/não quero responder.

4.1 ANÁLISES UNIVARIADAS

4.1.1 Bloco 1 - Perfil da Amostra

Verificou-se que dos 796 entrevistados respondentes, 44,79% são do sexo

masculino e 55,21% são do sexo feminino:

Gráfico 1 - Análise Univariada: Perfil - Gênero

Fazendo um cruzamento com os dados do IBGE, percebemos que a amostra

analisada é representativa, pois, de acordo com o censo IBGE 2010, 46,39% da

população de Porto Alegre é composta por homens e 53,61% por mulheres.

Page 55: Relatório final_Felicidade

55

Dentre os respondentes, a faixa etária predominante é dos 21 aos 30 anos de

idade, com um percentual de 28,0%, seguida da faixa etária acima dos 51 aos 60

anos, com um percentual de 17,2% dos entrevistados.

Gráfico 2 - Análise Univariada: Perfil - Idade

Observando os dados do IBGE, constata-se uma predominância na faixa

etária dos 20 aos 24 anos de idade, seguida pela faixa etária dos 15 aos 19 anos de

idade.

Quanto à formação escolar, com um total de 779 respondentes, 55,8% já

ingressaram no nível superior, 33,7% tendo concluído; 29,5% ingressaram no nível

médio sem terem posteriormente ingressado no superior. Constata-se assim que

22,0% dos respondentes não concluíram o ensino médio, conforme a tabela que

segue:

Gráfico 3 - Análise Univariada: Perfil - Formação e scolar

No perfil de ocupação da amostra destaca-se que 22,7% dos entrevistados

são funcionários de empresa privada, seguido de 17,9% de profissionais liberais ou

Page 56: Relatório final_Felicidade

56

autônomos e 14,3% de estudantes. Um percentual de apenas 2,2% declarou estar

desempregado. Este quesito admitia resposta múltipla, o que ocasionou um total de

837 respostas de ocupação, de um total de 788 respondentes.

Gráfico 4 - Análise Univariada: Perfil - Ocupação

Observa-se que o maior número de ocorrências dos entrevistados encontra-

se na faixa de renda familiar mensal entre R$ 2.500,00 e R$ 5.000,00,

representando um percentual de 26,2% dos entrevistados, de acordo com os dados

da tabela:

Gráfico 5 - Análise Univariada: Perfil - Renda

Neste bloco de questões relacionadas ao trabalho/estudo apresentava-se a

afirmação e o respondente escolhia entre as opções “concordo totalmente”,

“concordo”, “não concordo nem discordo” e “discordo totalmente”. As médias adiante

apresentadas foram calculadas em uma escala de um a cinco, onde a resposta

Page 57: Relatório final_Felicidade

57

“discordo totalmente” tem peso um e “concordo totalmente” peso cinco, sendo as

intermediárias dois, três e quatro.

A tabela abaixo mostra a satisfação geral do porto alegrense com seu

trabalho. O ponto mais significativo dentre estas questões levantadas foi o nível de

satisfação com relação aos colegas de trabalho, 4,24. Em geral as médias neste

bloco foram altas, mostrando o porto alegrense contente em relação à realização

profissional, aos colegas, motivação e reconhecimento. Adiante apresentaremos

cada questão individualmente.

Gráfico 6 - Análise Univariada: Perfil - Satisfação trabalho/estudo

Em relação ao estado civil, a maioria dos entrevistados é casado ou vive em

união estável (43,3%). Logo atrás, com 39,8%, estão os solteiros e, em porcentagem

menor, os divorciados/separados (9,2%) e viúvos (7,7%).

Gráfico 7 - Análise Univariada: Perfil - Estado Civ il

Os resultados vão ao encontro dos dados verificados pelo IBGE, nas

estatísticas de aspecto familiar. No total de 145,3 milhões de pessoas, 45,8% do

Page 58: Relatório final_Felicidade

58

total de habitantes são casados, seguido por 42,8% de solteiros. Os divorciados

representam uma fatia de 5,4% do total de pessoas.

A maioria dos entrevistados tem filhos, representando um percentual de

52,0%.

Gráfico 8 - Análise Univariada: Perfil - Existência de filhos

Quanto ao número de filhos, dos 460 que informam ter filhos, 70,6% dizem ter

um ou dois filhos e 4,2% 5 ou mais filhos. No Censo de 2000, a região Sul obteve

uma média de 2,2 filhos por mulher, resultado equivalente ao obtido na pesquisa

(2,19).

Gráfico 9 - Análise Univariada: Perfil - Número de filhos

Uma vez que esta questão admitia respostas múltiplas, atingiu-se um total de

890 respostas com 786 respondentes. Mais da metade da população entrevistada

diz morar com a família/familiares (61,6%). Outros 25,6% vivem com o cônjuge ou

companheiro e 10,9% moram sozinhos.

Page 59: Relatório final_Felicidade

59

Gráfico 10 - Análise Univariada: Perfil - Com quem mora.

4.1.2 Bloco 2 – Atividades de Lazer

Com relação à prática de atividades físicas, é possível notar um equilíbrio na

freqüência dos porto-alegrenses, uma vez que 29,4% dos respondentes não

praticam nenhuma atividade física, enquanto 37,5% praticam freqüentemente, com

três ou mais vezes por semana.

Gráfico 11 - Análise Univariada: Lazer - Frequência atividades físicas

Dos 563 respondentes praticantes de atividades, uma vez que foi admitido

neste quesito resposta múltipla, obteve-se 780 atividades. Destas, a mais citada foi a

corrida ou caminhada, responsável por 45,1%, seguida pela ginástica ou academia

com 20,9%.

Page 60: Relatório final_Felicidade

60

Gráfico 12 - Análise Univariada: Lazer - Tipos ativ idades físicas

Nas atividades de lazer, não indicaram nenhuma atividade 2,4% (19) dos

respondentes. Dos que indicaram, em uma freqüência mínima de uma vez por mês

(ou por ano no caso de shows e viagens), viagens são, das opções apresentadas,

as mais citadas, com 79,5% (631) dos respondentes, sendo que 37,2% (363) deles

indicando uma freqüência de três ou mais vezes ao ano.

Gráfico 13 - Análise Univariada: Lazer - Tipos ativ idades de lazer

Page 61: Relatório final_Felicidade

61

Gráfico 14 - Análise Univariada: Lazer - Frequência atividades de lazer

Somente 47 respondentes (6,0%) relataram desenvolver as atividades de

lazer unicamente sozinhos. Quem acompanha os demais indivíduos nestas

atividades são, principalmente, os familiares. Este quesito permitia respostas

múltiplas, permitindo assim o percentual de acompanhantes exceder os 100% (779

respondentes).

Gráfico 15 - Análise Univariada: Lazer - Companhia no lazer

4.1.3 Bloco 3 – Saúde e Bem-Estar

Constatou-se que 76.7% dos respondentes afirmam possuir alguma crença

religiosa, sendo que, em relação à religião declarada, 60.8% dizem-se católicos,

seguidos por espíritas com 15.1%, evangélicos com 9.4% e umbandistas com 1,9%.

Page 62: Relatório final_Felicidade

62

Gráfico 16 - Análise Univariada: Bem-Estar - Existê ncia de crença religiosa

Gráfico 17 - Análise Univariada: Bem-Estar - Tipo d e crença religiosa

Dos 792 respondentes, 75,8% (600) afirmam não apresentar doença crônica

ou qualquer problema que requeira tratamento contínuo, e 24,2% (192) afirmam que

sim.

Gráfico 18 - Análise Univariada: Saúde - Problema c rônico de saúde

Page 63: Relatório final_Felicidade

63

Em relação ao fato de já ter tido algum problema grave de saúde, 79% dos

entrevistados afirmam que nunca o tiveram, e 20,1% responderam que já tiveram

algum problema grave de saúde.

Gráfico 19 - Análise Univariada: Saúde - Problema g rave de saúde

Quanto ao fumo, apenas 16,9% (134) dos respondentes afirmaram que

fumam, e 83,1% (657) se declararam não fumantes.

Gráfico 20 - Análise Univariada: Saúde - Hábito de fumar

Em relação aos hábitos alimentares, perguntou-se o grau de concordância

dos entrevistados através da seguinte afirmação: Sempre consigo manter uma

alimentação saudável e balanceada.

Conforme o gráfico abaixo, dos 796 entrevistados, 30,2% respondeu que

discorda ou discorda totalmente dessa afirmativa, e 48,3% respondeu que concorda

ou discorda totalmente.

Page 64: Relatório final_Felicidade

64

Sempre consigo manter uma alimentação saudável e balanceada.

Frequência média:132,67

Média = 3,27 'não discordo, nem concordo'

Mediana = 3,00

Mín = 1,00 Máx = 6,00

Discordo totalmente 73 9,2%

discordo 167 21,0%

não discordo, nem concordo 170 21,4%

concordo 244 30,7%

Concordo totalmente 140 17,6%

Não sei/Não quero responder 2 0,3%

Total 796 100,0%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30,7%

9,2%

21,0%

21,4%

30,7%

17,6%

0,3%

Gráfico 21 - Análise Univariada: Saúde - Hábitos al imentares

Em relação ao peso, perguntou-se o grau de concordância dos entrevistados

com a seguinte afirmação: Estou satisfeito com o meu peso atual.

Dos 796 entrevistados, 41,1% respondeu que discorda ou discorda totalmente

dessa afirmativa, e 43,8% respondeu que concorda ou concorda totalmente.

Estou satisfeito com o meu peso atual.

Frequência média:132,83

Média = 3,08 'não discordo, nem concordo'

Mediana = 3,00

Mín = 1,00 Máx = 6,00

Discordo totalmente 103 12,9%

discordo 225 28,2%

não discordo, nem concordo 117 14,7%

concordo 213 26,7%

Concordo totalmente 136 17,1%

Não sei/Não quero responder 3 0,4%

Total 797 100,0%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 28,2%

12,9%

28,2%

14,7%

26,7%

17,1%

0,4%

Gráfico 22 - Análise Univariada: Saúde - Peso corpo ral

Quando questionados a respeito da regularidade com que fazem exames

médicos ou check-ups, 27,6% dos respondentes discordam ou discordam totalmente

da afirmativa exposta, e 59,2 % concorda ou concorda totalmente.

Page 65: Relatório final_Felicidade

65

Faço exames médicos/check-ups regularmente.

Frequência média:132,00

Média = 3,49 'não discordo, nem concordo'

Mediana = 4,00

Mín = 1,00 Máx = 6,00

Discordo totalmente 77 9,7%

discordo 142 17,9%

não discordo, nem concordo 103 13,0%

concordo 256 32,3%

Concordo totalmente 213 26,9%

Não sei/Não quero responder 1 0,1%

Total 792 100,0%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%32,3%

9,7%

17,9%

13,0%

32,3%

26,9%

0,1%

Gráfico 23 - Análise Univariada: Saúde - Frequência exames médicos

Já em relação à adequação de regularidade com que consultam um dentista,

25,9% dos entrevistados discordam ou discordam totalmente da afirmativa exposta,

e 59,9% concorda ou concorda totalmente.

Consigo consultar o dentista na regularidade que considero adequada.

Frequência média:132,67

Média = 3,51 'concordo'

Mediana = 4,00

Mín = 1,00 Máx = 6,00

Discordo totalmente 66 8,3%

discordo 140 17,6%

não discordo, nem concordo 112 14,1%

concordo 282 35,4%

Concordo totalmente 195 24,5%

Não sei/Não quero responder 1 0,1%

Total 796 100,0%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35,4%

8,3%

17,6%

14,1%

35,4%

24,5%

0,1%

Gráfico 24 - Análise Univariada: Saúde - Frequência consulta ao dentista

Quando perguntados se sentem algum tipo de dor ou se estão sempre se

sentido mal, a maioria dos respondentes está na zona de discordância,

representando 74,2% das respostas; Apenas 14,1% concordam ou concordam

totalmente com a afirmação.

Page 66: Relatório final_Felicidade

66

Estou sempre me sentindo mal ou com algum tipo de dor.

Frequência média:132,83

Média = 2,09 'discordo'

Mediana = 2,00

Mín = 1,00 Máx = 6,00

Discordo totalmente 289 36,3%

discordo 302 37,9%

não discordo, nem concordo 92 11,5%

concordo 73 9,2%

Concordo totalmente 39 4,9%

Não sei/Não quero responder 2 0,3%

Total 797 100,0%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%37,9%

36,3%

37,9%

11,5%

9,2%

4,9%

0,3%

Gráfico 25 - Análise Univariada: Saúde - Dor e mal- estar

Em relação ao ambiente em que vivem e se esse ambiente lhes possibilita ter

boas condições de saúde, 79% dos entrevistados concordam ou concorda

totalmente com a afirmação exposta, e apenas 8,6% discorda ou discorda

totalmente.

O ambiente em que vivo me possibilita ter boas condições de saúde.

Frequência média:132,83

Média = 4,05 'concordo'

Mediana = 4,00

Mín = 1,00 Máx = 6,00

Discordo totalmente 18 2,3%

discordo 50 6,3%

não discordo, nem concordo 98 12,3%

concordo 338 42,4%

Concordo totalmente 292 36,6%

Não sei/Não quero responder 1 0,1%

Total 797 100,0%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%42,4%

2,3%

6,3%

12,3%

42,4%

36,6%

0,1%

Gráfico 26 - Análise Univariada: Saúde - Vivência e m ambiente salutar

Abaixo constatamos que a religião e a oração são importantes na vida dos

porto-alegrenses, 59.7% dos entrevistados concordaram ou concordaram totalmente

com o fato de a oração fazer com que eles se sintam bem contra apenas 24.5%

dizendo o contrário.

Page 67: Relatório final_Felicidade

67

Orar faz com que eu me sinta bem.

Frequência média:130,17

Média = 3,57 'concordo'

Mediana = 4,00

Mín = 1,00 Máx = 6,00

Discordo totalmente 105 13,4%

discordo 87 11,1%

não discordo, nem concordo 108 13,8%

concordo 237 30,3%

Concordo totalmente 230 29,4%

Não sei/Não quero responder 14 1,8%

Total 781 100,0%

0% 10% 20% 30,3%

13,4%

11,1%

13,8%

30,3%

29,4%

1,8%

Gráfico 27 - Análise Univariada: Bem-Estar - Oração e bem-estar

Em relação à religião/crença religiosa exercer um papel importante na sua

vida, constatamos que 50.3% concordaram ou concordaram totalmente com a

afirmação.

A religião exerce um papel importante em minha vida.

Frequência média:130,17

Média = 3,33 'não discordo, nem concordo'

Mediana = 4,00

Mín = 1,00 Máx = 6,00

Discordo totalmente 122 15,6%

discordo 121 15,5%

não discordo, nem concordo 134 17,2%

concordo 200 25,6%

Concordo totalmente 193 24,7%

Não sei/Não quero responder 11 1,4%

Total 781 100,0%

0% 10% 20% 25,6%

15,6%

15,5%

17,2%

25,6%

24,7%

1,4%

Gráfico 28 - Análise Univariada: Bem-Estar - Import ância crença religiosa

Mais da metade dos entrevistados, 54.4%, acredita que a fé lhes proporciona

segurança e felicidade e 44.8% buscam superar uma situação difícil através da

religião, ainda assim é muito forte o número de pessoas que discordam, que são

neutras ou que discordam totalmente, o que puxou a média para 3.15 e 3.44 para as

perguntas abaixo.

Aqui identificamos um contraste: ainda que haja grande número de pessoas

que se apresentem com crença religiosa, 75.4%, em ambas as perguntas que

envolvem a importância da religião na vida dos porto-alegrenses, obteve-se quase

Page 68: Relatório final_Felicidade

68

50% de afirmações entre discordaram totalmente, discordam ou ficaram neutras em

relação à efetiva importância destas crenças em suas vidas.

Quando acontece alguma situação difícil em minha vida, busco a solução através de minha

religião.

Frequência média:130,17

Média = 3,15 'não discordo, nem concordo'

Mediana = 3,00

Mín = 1,00 Máx = 6,00

Discordo totalmente 140 17,9%

discordo 147 18,8%

não discordo, nem concordo 132 16,9%

concordo 189 24,2%

Concordo totalmente 161 20,6%

Não sei/Não quero responder 12 1,5%

Total 781 100,0%

0% 5% 10% 15% 20% 24,2%

17,9%

18,8%

16,9%

24,2%

20,6%

1,5%

Gráfico 29 - Análise Univariada: Bem-Estar - Crença religiosa situações difíceis

A fé me proporciona segurança e felicidade.

Frequência média:130,17

Média = 3,44 'não discordo, nem concordo'

Mediana = 4,00

Mín = 1,00 Máx = 6,00

Discordo totalmente 106 13,6%

discordo 99 12,7%

não discordo, nem concordo 141 18,1%

concordo 226 28,9%

Concordo totalmente 199 25,5%

Não sei/Não quero responder 10 1,3%

Total 781 100,0%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 28,9%

13,6%

12,7%

18,1%

28,9%

25,5%

1,3%

Gráfico 30 - Análise Univariada: Bem-Estar - Fé x S egurança/Felicidade

Quanto ao voluntariado, 79,2% dos respondentes concorda ou concorda

totalmente com a afirmação de que fazer atividades de trabalho voluntário torna as

pessoas que o fazem mais felizes, e apenas 6,2% discorda ou discorda totalmente

da afirmação mencionada.

Page 69: Relatório final_Felicidade

69

Fazer atividades de trabalho voluntário torna as pessoas que o fazem mais felizes.

Frequência média:132,83

Média = 4,12 'concordo'

Mediana = 4,00

Mín = 1,00 Máx = 6,00

Discordo totalmente 13 1,6%

discordo 37 4,6%

não discordo, nem concordo 105 13,2%

concordo 336 42,2%

Concordo totalmente 295 37,0%

Não sei/Não quero responder 11 1,4%

Total 797 100,0%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%42,2%

1,6%

4,6%

13,2%

42,2%

37,0%

1,4%

Gráfico 31 - Análise Univariada: Bem-Estar - Trabal ho Voluntário x Felicidade

Quando perguntados se o trabalho voluntário é um hábito sua vida, apenas

23,9% dos entrevistados concordam ou concorda totalmente com essa afirmação, e

58,7% discordam ou discorda totalmente.

O trabalho voluntário é um hábito em minha vida.

Frequência média:132,83

Média = 2,46 'discordo'

Mediana = 2,00

Mín = 1,00 Máx = 6,00

Discordo totalmente 240 30,1%

discordo 228 28,6%

não discordo, nem concordo 134 16,8%

concordo 116 14,6%

Concordo totalmente 74 9,3%

Não sei/Não quero responder 5 0,6%

Total 797 100,0%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30,1%

30,1%

28,6%

16,8%

14,6%

9,3%

0,6%

Gráfico 32 - Análise Univariada: Bem-Estar - Trabal ho Voluntário 4.1.4 Bloco 4 – Hábitos de Consumo

Frente às respostas obtidas podemos dizer que os moradores de Porto Alegre

julgam que o fato de ser bem-sucedido depende de outros fatores que não somente

as posses materiais, negando com grande maioria a idéia de o sucesso estar ligado

somente às conquistas materiais. Somando os que discordam com os que

discordam totalmente chegamos a 50,9% da amostra. Outros 22,7% não concordam

nem discordam, o que indica que os bens materiais constituem um fator

relativamente importante para a determinação do sucesso da pessoa. O que pode

confirmar essa tese é o resultado da Questão 47 (vide questionário disponível nos

Anexos), onde perguntamos se os porto-alegrenses fazem compras para se sentir

Page 70: Relatório final_Felicidade

70

mais alegres. Podemos concluir que o porto-alegrense prefere atividades de caráter

interpessoal para deixá-las mais contentes.

Nessa mesma linha, podemos inferir que a maioria dos moradores de Porto

Alegre possui uma base adequada das coisas relevantes – sejam elas materiais ou

abstratas – que considera para aproveitar a vida. Como a pergunta foi bastante

aberta, não podemos afirmar que se trata de consumo, pois a questão ficou

disponível para interpretação do entrevistado sobre o que é importante para ele.

Analisando em conjunto com o bloco de questões de consumo, conforme será

detalhado a seguir, há indícios de não ser apenas o consumo um dos requisitos para

aproveitar bem a vida.

Ainda que os porto-alegrenses considerem as conquistas materiais como um

componente importante da felicidade, e que o mesmo influi no seu estado geral de

felicidade, de acordo com as repostas da Questão 50, se o porto-alegrense tivesse

condições financeiras de comprar coisas que por enquanto estão fora do alcance,

ele seria mais feliz do que é são hoje. A soma dos que concordam com essa

afirmação (Concordo + Concordo Totalmente) chega quase a 60%, cerca de três

vezes maior do que os discordantes.

Mesmo rejeitando a hipótese de o consumo ser o principal responsável por

sua felicidade, o porto-alegrense o tem como uma atividade divertida, o que

podemos afirmar ao constatar que 50% concordam que fazer compras é uma

atividade que lhes dá prazer, segundo as respostas da Questão 52.

Entretanto, podemos dizer também que, apesar disso, o porto-alegrense, na

sua maioria, não costuma comprar produtos supérfluos. Enquanto que as

alternativas que indicam discordância representam 25% da amostra,

aproximadamente 57% diz que compra apenas o que precisa para satisfazer as

necessidades mais básicas. A média dos respondentes ficou em 3,45 confirmando a

não-propensão ao consumo desnecessário.

O conjunto de afirmações que nos permitiriam verificar o lado mais

consumista das pessoas apresentou um grau relativamente elevado de discordância

por parte dos entrevistados, principalmente quando foi perguntado sobre a compra

de coisas sem utilidade e a predileção por coisas mais luxuosas e “chiques”,

confirmado pelo fato de a maioria prefere levar uma vida simples quando falamos de

consumo (Questão 53).

Page 71: Relatório final_Felicidade

71

4.1.5 Bloco 5 – Sentimentos

O porto alegrense, em média, mantém um alto índice de felicidade em sua

vida. Numa escala de 0 a 10 teríamos em média um valor acima de 80% de

satisfação.

Gráfico 33 - Análise Univariada: Sentimento - Grau de felicidade

O porto alegrense mantém um alto nível de satisfação com sua vida. Em

média 78% dos entrevistados (um índice muito semelhante à questão acima)

concordaram ou concordou totalmente com esta afirmação.

Page 72: Relatório final_Felicidade

72

Gráfico 34 - Análise Univariada: Sentimento - Satis feito com a vida

A maioria dos entrevistados, 61,1%, atestou que concorda com a afirmação:

Minha vida está próxima do meu ideal. Entretanto neste item observa-se uma queda

de desempenho quando comparado com as questões anteriores onde a média

estava próxima de 80%. Assim conclui-se que uma parcela da população, apesar de

se considerar feliz, gostaria de promover mudanças em sua vida de uma forma mais

geral.

Gráfico 35 - Análise Univariada: Sentimento - Vida próxima do ideal

Page 73: Relatório final_Felicidade

73

A maioria dos entrevistados, 61,7%, concorda com a afirmação: Minhas

condições de vida são excelentes. Observa-se uma proximidade de índices com a

questão anterior o que sugere uma coerência nos resultados obtidos.

Gráfico 36 - Análise Univariada: Sentimento - Condi ções de vida excelentes

A maioria dos entrevistados , 76,1% concorda com a afirmação: Até agora

tenho conseguido as coisas mais importantes que eu quero na vida. Nesta questão

houve uma nova elevação dos índices que se aproximam da média verificada nas

primeiras questões. Como esta questão está relacionada com bens materiais se

pode inferir que a baixa da média nas questões 15 e 16 deva estar relacionada com

aspectos emocionais.

Gráfico 37 - Análise Univariada: Sentimento - Coisa s mais importantes

Page 74: Relatório final_Felicidade

74

A maioria dos entrevistados concorda com a afirmação (57,3%): Se eu

pudesse viver a minha de novo eu não mudaria quase nada. Entretanto o percentual

daqueles que discordam aumentou significativamente (18,1%). Existe praticamente

uma divisão equânime entre aqueles que acenaram positivamente com a questão e

aqueles que ou discordaram ou não se decidiram.

Gráfico 38 - Análise Univariada: Sentimento - Não m udaria quase nada na vida

Nesta questão 89,3% dos respondentes concordaram com a afirmação:

Considero-me uma pessoa feliz. Chama a atenção também o fato de que o

percentual daqueles que ratificaram sua posição (“concordo totalmente”) seja muito

próximo daqueles que simplesmente concordaram.

Gráfico 39 - Análise Univariada: Sentimento - Consi dero-me feliz

Page 75: Relatório final_Felicidade

75

Nesta questão estamos novamente próximos ao percentual histórico de

concordância de 80% (na verdade 80,9%). A grande maioria dos entrevistados

revela ter bons sentimentos frequentemente ou muito frequentemente.

Gráfico 40 - Análise Univariada: Sentimento - Frequ ência sentimentos Bons

Metade dos entrevistados (50%) respondeu que tens sentimentos ruins pelo

menos às vezes. O percentual daqueles que tens sentimentos ruins frequentemente

também é significativo, 9,5%. Em resumo 1 a cada 10 entrevistados possui

sentimentos ruins com recorrência.

Gráfico 41 - Análise Univariada: Sentimento - Frequ ência sentimentos Ruins

Page 76: Relatório final_Felicidade

76

Percentualmente 78,5% dos entrevistados informaram ter sentimentos felizes

frequentes ou muito frequentes. Este índice está próximo, e se mostra coerente, da

pergunta 13 que aufere a questão da felicidade de forma mais geral.

Gráfico 42 - Análise Univariada: Sentimento - Frequ ência sentimentos felizes

Nesta questão houve uma divisão semelhante a questão 21. 50,1% dos

entrevistados informou ter sentimentos de tristeza pelo menos à vezes. O percentual

daqueles que informaram ter este sentimento frequentemente também é importante,

10,5%. A cada 10 entrevistados, 1 se mostra triste com recorrência.

Gráfico 43 - Análise Univariada: Sentimento - Frequência sentimentos tristes

Page 77: Relatório final_Felicidade

77

O porto alegrense não se considera assustado. Mais de 60% dos

entrevistados atesta ter este sentimento apenas raramente ou muito raramente.

Gráfico 44 - Análise Univariada: Sentimento - Frequ ência assustado

A maioria dos entrevistados (75,6%) atesta se sentir contente com frequência

ou com muita frequência. Apenas 4% dos entrevistados não se diz uma pessoa

contente pelo menos às vezes.

Gráfico 45 - Análise Univariada: Sentimento - Frequ ência contente

Page 78: Relatório final_Felicidade

78

Cerca de 2/3 dos entrevistados (61,2%) informa se sentir furioso raramente ou

muito raramente. Praticamente o terço seguinte (25,7) admite este sentimento

somente às vezes. Em resumo o porto alegrense não é um indivíduo “furioso”.

Gráfico 46 - Análise Univariada: Sentimento - Frequ ência furioso

A maioria se aponta como pessoas que têm sentimentos de alegria.

Praticamente a metade dos entrevistados (49,4%) atesta ter este sentimento com

frequência.

Gráfico 47 - Análise Univariada: Sentimento - Frequ ência alegre

Page 79: Relatório final_Felicidade

79

A maioria dos entrevistados (55,3%) informa ter sentimentos de irritação pelo

menos as vezes. Apesar deste índice apontar certa divisão com aqueles que tem

este sentimento apenas raramente ou menos, cabe ressaltar que, desta maioria,

15,6% atestam ter este sentimento com recorrência.

Gráfico 48 - Análise Univariada: Sentimento - Frequ ência irritado

4.2 ANÁLISE BIVARIADA

4.2.1 Variável Gênero

No cruzamento das variáveis Gênero e Frequência de ida a

bares/restaurantes não há como tirar uma conclusão comprovada estatisticamente,

visto que a diferença das médias de frequência de idas a bares tem uma diferença

muito pequena entre homens e mulheres. O que pode se concluir, é que os homens

saem com mais frequência em relação às mulheres, de modo geral.

Page 80: Relatório final_Felicidade

80

Grupo n°1

Sexo_(Não_perguntar) *

frequencia_bares_OUTRO1

frequen

cia_bar

es_OU

TRO1

Masculino

Feminino

4,72

3,35

Masculino 4,72

Feminino 3,35

Total 4,08

Gráfico 49 - Análise Bivariada: Gênero x Frequência bares/restaurantes

No cruzamento entre Gênero e Frequência com que se vai a parques e

praças, também não temos conclusões significativas. A diferença mais relevante

está em quem diz nunca ir a parques e praças, com o sexo feminino tendo 61,9% da

frequência nesta variável. Esta variável indica que entre as pessoas que informam

nunca frequentar parques, a probabilidade de ser mulher é maior.

Grupo n°1

Sexo_(Não_perguntar) * frequencia_parquespraças

Masculino

N % cit.

Feminino

N % cit.

Total

N % cit.

Nenhuma

Menos de uma vez ao mês

Sim

Não Sei/Não quero responder

51 38,1% 83 61,9%

50 45,9% 59 54,1%

242 45,8% 286 54,2%

4 80,0% 1 20,0%

134 100,0%

109 100,0%

528 100,0%

5 100,0% 80%

61,9% 100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

Gráfico 50 - Análise Bivariada: Gênero x Frequência parques/praças

No cruzamento entre Gênero e Frequência de viagens a laser, mais uma vez

podemos vez na escala “nenhuma” a predominância feminina é ainda maior,

alcançando 72,5%.

Grupo n°1

Sexo_(Não_perguntar) * frequencia_viajaalazer

Masculino

N % cit.

Feminino

N % cit.

Total

N % cit.

Nenhuma

Menos de uma vez ao ano

Sim

Não Sei/Não quero responder

25 27,5% 66 72,5%

33 45,8% 39 54,2%

280 46,5% 322 53,5%

6 85,7% 1 14,3%

91 100,0%

72 100,0%

602 100,0%

7 100,0% 85,7%

72,5% 100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

Gráfico 51 - Análise Bivariada: Gênero x Viagens

Page 81: Relatório final_Felicidade

81

No cruzamento entre Gênero e Frequência de viagens a laser, quanto ao

número de viagens, identifica-se que é não é significativa a diferença entre as

médias.

Grupo n°1

Sexo_(Não_perguntar) *

frequencia_viaja_OUTRO1

frequen

cia_viaj

a_OU

TRO1

Masculino

Feminino

5,40

4,71

Masculino 5,40

Feminino 4,71

Total 5,03

Gráfico 52 - Análise Bivariada: Gênero x Viagens

No cruzamento entre Gênero e Acompanhantes para práticas de recreação, a

informação mais importante que temos é que o público feminino pratica mais

atividades de lazer com os familiares em comparação aos homens, que não

informam praticar com frequência atividade de lazer em família.

Grupo n°1

Sexo_(Não_perguntar) * com_quem_pratica_lazer

Masculino

N % cit.

Feminino

N % cit.

Total

N % cit.

Cônjuge/ namorado(a)

Familiares

Amigos

Sozinho

Outros

Não Sei/Não quero responder

164 51,6% 154 48,4%

156 39,7% 237 60,3%

114 46,5% 131 53,5%

27 44,3% 34 55,7%

2 28,6% 5 71,4%

2 15,4% 11 84,6%

318 100,0%

393 100,0%

245 100,0%

61 100,0%

7 100,0%

13 100,0% 84,6%

71,4%

60,3%

100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

Gráfico 53 - Análise Bivariada: Gênero x Companhia lazer

Analisando o cruzamento das variáveis Gênero e Frequência de ida a shows

e teatro, não se pode aferir nenhuma relação significativa, pois o número de

respondentes do sexo feminino que declararam que vão a shows, concertos, teatro é

muito próximo ao número de homens que também declararam que vão a shows,

concertos, teatro.

Page 82: Relatório final_Felicidade

82

Gráfico 54 - Análise Bivariada: Gênero x Frequência show/teatro

Analisando o cruzamento o cruzamento das variáveis Gênero e Frequência

de ida ao cinema percebemos que, das pessoas que declararam que vão ao cinema,

as mulheres frequentam mais que os homens, a diferença percentual total entre os

gêneros é de 11,6%.

Gráfico 55 - Análise Bivariada: Gênero x Frequência cinema

4.2.2 Variável Filhos

No cruzamento entre existência de Filhos e Frequência de ida a

bares/restaurantes, a média indica que quem não tem filhos frequenta mais bares.

Grupo n°1

filhos * frequencia_bares_OUTRO1

frequen

cia_bar

es_OU

TRO1

Sim

Não

Não sei/Não quero responder

3,54

4,36

1,00

Sim 3,54

Não 4,36

Não sei/Não quero responder 1,00

Total 4,08

Gráfico 56 - Análise Bivariada: Filhos x Frequência bares/restaurantes

Page 83: Relatório final_Felicidade

83

No cruzamento de dados entre existência de Filhos e Frequência com que se

vai a parques e praças pode-se constatar que, das pessoas não vão nenhuma ou

menos de uma vez ao mês a parques e praças, a maioria tem filhos.

Grupo n°1

filhos * frequencia_parquespraças

Sim

N % cit.

Não

N % cit.

Não sei/Não

quero responder

N % cit.

Total

N % cit.

Nenhuma

Menos de uma vez ao mês

Sim

Não Sei/Não quero responder

92 68,7% 42 31,3% 0 0,0%

68 61,8% 42 38,2% 0 0,0%

283 53,8% 240 45,6% 3 0,6%

2 40,0% 3 60,0% 0 0,0%

134 100,0%

110 100,0%

526 100,0%

5 100,0% 40% 60%

61,8%

68,7% 100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

Gráfico 57 - Análise Bivariada: Filhos x Frequência parques/praças

No cruzamento de dados entre existência de Filhos e Frequência de viagens

a laser também pode-se observar que, das pessoas que não viajam a lazer nunca,

71%, tem filhos.

Grupo n°1

filhos * frequencia_viajaalazer

Sim

N % cit.

Não

N % cit.

Não sei/Não

quero responder

N % cit.

Total

N % cit.

Nenhuma

Menos de uma vez ao ano

Sim

Não Sei/Não quero responder

65 71,4% 26 28,6% 0 0,0%

40 55,6% 30 41,7% 2 2,8%

335 55,7% 265 44,1% 1 0,2%

2 28,6% 5 71,4% 0 0,0%

91 100,0%

72 100,0%

601 100,0%

7 100,0% 71,4%

71,4% 100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

Gráfico 58 - Análise Bivariada: Filhos x Viagens

No cruzamento de dados entre existência de Filhos e Acompanhantes para

práticas de recreação observa-se que no que se refere a atividades de lazer em

família e sozinho, quem tem filhos teve aparece em maior percentual do que sem

filhos, enquanto quem não tem filhos aparece em maior percentual em programas de

lazer com os amigos.

Page 84: Relatório final_Felicidade

84

Grupo n°1

filhos * com_quem_pratica_lazer

Sim

N % cit.

Não

N % cit.

Não sei/Não

quero responder

N % cit.

Total

N % cit.

Cônjuge/ namorado(a)

Familiares

Amigos

Sozinho

Outros

Não Sei/Não quero responder

163 51,3% 154 48,4% 1 0,3%

283 72,0% 109 27,7% 1 0,3%

78 31,8% 167 68,2% 0 0,0%

39 63,9% 22 36,1% 0 0,0%

7 100,0% 0 0,0% 0 0,0%

10 76,9% 2 15,4% 1 7,7%

318 100,0%

393 100,0%

245 100,0%

61 100,0%

7 100,0%

13 100,0% 76,9%

100%

63,9%

68,2%

72,0%

100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

Gráfico 59 - Análise Bivariada: Filhos x Companhia no lazer 4.2.2.1 Variável Estado Civil

No que diz respeito à análise da frequência com que costumam ir à bares ou

danceterias com o estado civil, observa-se que a maioria dos que costumam

frequentar bares/danceterias são solteiros. Entre os solteiros, 64,6% informam ir

pelo menos uma vez ao mês nestes locais.

Por outro lado, aqueles que informaram não frequentar estes ambientes são,

em sua grande maioria, casados/união estável, representando um percentual de

65,3% do total destes indivíduos . Entre o total de entrevistados viúvos, 83,6%

também não possuem o hábito de frequentar estes ambientes. Já entre os

divorciados/separados, a maioria também informa não frequentar. Porém, há um

equilíbrio maior com aqueles que costumam frequentar pelo menos uma vez ao

mês. Do total de divorciados/separados, 54,8% optaram pela resposta “nenhuma” ao

mesmo tempo em que 45,2% admitiram ir pelo menos uma vez ao mês.

Dentre aqueles que admitiram ir a bares e danceterias, nota-se que solteiros

vão com uma frequência bem acima dos demais (média de 4,60 vezes ao mês).

Divorciados/separados e viúvos possuem uma média de frequência muito parecida.

Para viúvos a média ficou em 3,57 vezes ao mês, enquanto divorciados obtiveram

uma frequência de 3,60 vezes ao mês. Os casados ficaram com uma média abaixo

de 3 vezes ao mês o que lhes concede a menor frequência de idas a

bares/danceterias.

Page 85: Relatório final_Felicidade

85

Gráfico 60 - Análise Bivariada: Estado civil x Freq uência bares/restaurantes

No cruzamento de dados entre Estado civil e Frequência de ida a parques e

praças, pode-se observar que há uma proximidade do número de indivíduos

solteiros e aqueles que são casados ou possuem união estável quando se analisa

os números daqueles que costumam ir a parques ou praças.

Do total dos solteiros, praticamente 90% tem costume de ir a estes locais em

algum momento, sendo que 74,4% vai pelo menos uma vez ao mês.

Entre os casados, 63,8% costuma frequentar pelo menos uma vez ao mês e

um total de 80% admitiram ir a algum momento a parques ou praças.

Entre aqueles que não vão, o maior percentual, analisando-se individualmente

cada alternativa de estado civil, os viúvos (29,5%), seguido de

divorciados/separados (22,9%) são os que mais indicaram a opção nenhuma.

Entre casados/união estável, 19,8% admitiram não ir a parques ou praças em

nenhum momento. Um percentual de apenas 10,7% dos solteiros também não

possuem esta prática.

Dentre os indivíduos que costumam ir pelo menos uma vez ao mês, os que

possuem maior frequência da prática desta atividade são os divorciados/separados,

atingindo uma média de 6,17 vezes ao mês. Em seguida, estão os casados/união

estável, com uma média de 5,51 vezes ao mês. Logo abaixo, estão os solteiros com

Page 86: Relatório final_Felicidade

86

média de 5,29 vezes ao mês. Os viúvos são os que menos possuem o hábito de

frequentar praças/parques alcançando uma média de 4,94 vezes ao mês.

Gráfico 61 - Análise Bivariada: Estado civil x Freq uência parques/praças

No cruzamento de dados entre Estado Civil e Frequência de viagens a laser,

observa-se que a grande maioria dos indivíduos assumiram viajar a lazer pelo

menos uma vez ao mês. Dentre os solteiros, 78,8% são aqueles que possuem este

costume. Entre casados/união estável, o percentual é muito semelhante,

representando 79,9%. A seguir, aparecem os divorciados/separados com 73,6% de

indivíduos que estão dentro deste cenário. Finalmente, dos viúvos entrevistados,

68,9% também admitem viajar a lazer pelo menos uma vez ao ano.

Entre aqueles que assumiram não viajar, o percentual mais importante está

entre os viúvos. Do total, 24,6% fazem parte daqueles que não viajam em nenhum

momento. A seguir, estão os divorciados/separados com 19,4% indicando que não

realizam viagens de lazer. Entre os solteiros e casados/união estável o percentual

ficou em torno de 10%.

Dentre aqueles que admitiram viajar a lazer pelo menos uma vez ao mês,

nota-se que os solteiros são os que mais possuem a frequência de viajar com uma

Page 87: Relatório final_Felicidade

87

média de 5,87 ao mês. Em seguida, bem abaixo, estão os casados/união estável

com uma frequência de 4,69 vezes, seguidos de viúvos com uma média de 4,07.

O percentual mais baixo está entre os divorciados/separados com uma média

inferior a 4 vezes.

Gráfico 62 - Análise Bivariada: Estado civil x Viag ens

A partir da análise do cruzamento de dados entre Estado Civil e

Acompanhantes para práticas de recreação, identificou-se que a maioria dos

entrevistados casados costumam realizar suas atividades de lazer com

cônjuge/namorado(a). Em segundo lugar, está o percentual daqueles que praticam

estas atividades com seus familiares.

No que diz respeito aos solteiros, os amigos são as principais companhias

para prática de atividades de lazer. Com percentuais semelhantes, uma parte

importante assumiu realizar as atividades com cônjuge/namorado(a), representando

um total de 35,6% dos solteiros. Da mesma forma, 33,2% assumiram optar pela

companhia de familiares.

Em relação aos viúvos, a grande parte prefere, também, a presença de sua

família nos momentos de lazer. Comportamento semelhante seguem os

Page 88: Relatório final_Felicidade

88

divorciados/separados. Do total destes entrevistados, 51,1% preferem a companhia

da família, seguidos de 27,9% que optam por amigos.

Segundo os dados levantados, podemos constatar que a maior parte das

pessoas que frequentam bares e danceterias são pessoas de até 39 anos de idade.

Contudo, quase metade dos entrevistados declara não possuir o hábito (48,5%).

Dos entrevistados que frequentam bares e danceterias, podemos destacar

que a faixa etária de 60 a 79 anos costuma sair mais de 28 vezes ao mês, chegando

quase à uma vez ao dia. além disso, esta faixa etária possui a menor frequência em

"menos de 7 vezes ao mês".

O levantamento deste indica que os entrevistados de terceira idade,

englobada pelas categorias "de 60 a 79" e "80 e mais", compões o público que

menos costuma ir à parques e praças regularmente.

O público entrevistado que frequenta parques e praças declarou,

majoritariamente, ir no máximo 5 vezes ao mês, totalizando 78,3% dos casos.

podemos destacar também que, apesar da terceira idade ser o grupo que menos

frequenta, eles costumam frequentar mais vezes ao mês.

Destaca-se que o público maior de 80 anos declara viajar bem menos que a

média (52,4% frente à 77,7%).

Na categoria de "20 a 39 anos", encontramos a menor incidência de viagens

acompanhado dos familiares, com 28,8%. Também observamos que, a partir dos 40

anos, a porcentagem de viagens com os amigos cai bastante.

estado_civil * com_quem_pratica_lazer

Solteiro

N % cit.

Casado/união

estável

N % cit.

Viúvo(a)

N % cit.

Divorciado/

separado

N % cit.

Não sei / Não

quero responder

N % cit.

Total

N % cit.

Cônjuge/ namorado(a)

Familiares

Amigos

Sozinho

Outros

Não Sei/Não quero responder

113 35,6% 194 61,2% 2 0,6% 6 1,9% 2 0,6%

131 33,2% 183 46,4% 36 9,1% 44 11,2% 0 0,0%

154 62,9% 47 19,2% 18 7,3% 24 9,8% 2 0,8%

25 41,0% 18 29,5% 7 11,5% 11 18,0% 0 0,0%

2 28,6% 3 42,9% 2 28,6% 0 0,0% 0 0,0%

2 15,4% 3 23,1% 6 46,2% 1 7,7% 1 7,7%

317 100,0%

394 100,0%

245 100,0%

61 100,0%

7 100,0%

13 100,0%

62,9%

61,2% 100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

Gráfico 63 - Análise Bivariada: Estado civil x Comp anhia lazer

A partir da análise do cruzamento de dados entre Estado Civil e a Frequência

de ida a shows e teatros observou-se que a dependência dos valores é muito

Page 89: Relatório final_Felicidade

89

significativa (Qui2 = 80,93, gl = 6, 1-p = >99,99%.). As células marcadas em Azul e

Rosa são aquelas para as quais a frequência real é, respectivamente, superior e

inferior à frequência teórica.

Ou seja, podemos afirmar que os solteiros são os maiores frequentadores

dessa atividade cultural, seguido pelos divorciados. Faz-nos refletir que para ambos,

esta pode ser uma oportunidade para encontrarem a pessoa que procuram ou por

estarem mais abertos a diversão pura.

frequecia_show_concertos_teatros

estado_civil

Solteiro

Casado/união estável

Viúvo(a)

Divorciado/ separado

TOTAL

Nenhuma Menos de uma vezao ano

Sim TOTAL

19,6% ( 62) 11,7% ( 37) 64,2% (203) 100% (302)

40,8% (140) 15,5% ( 53) 39,9% (137) 100% (330)

67,2% ( 41) 18,0% ( 11) 14,8% ( 9) 100% ( 61)

34,3% ( 25) 13,7% ( 10) 50,7% ( 37) 100% ( 72)

33,7% (268) 13,9% (111) 48,9% (386) 100% (765) Tabela 4 - Análise Bivariada: Estado civil x Frequê ncia shows/teatro

A partir da análise do cruzamento de dados entre Estado Civil e a Frequência

de ida ao cinema observou-se que a dependência dos valores é muito significativa

(Qui2 = 69,90, gl = 6, 1-p = >99,99%). As células marcadas em Azul e Rosa são

aquelas para as quais a frequência real é, respectivamente, superior e inferior à

frequência teórica.

Ou seja, podemos afirmar novamente que os solteiros são os maiores

frequentadores, já os viúvos, os menos frequentadores desse tipo de diversão.

frequencia_cinema

estado_civil

Solteiro

Casado/união estável

Viúvo(a)

Divorciado/ separado

TOTAL

Nenhuma Menos de uma vezao mês

Sim TOTAL

18,7% ( 59) 23,1% ( 73) 56,0% (177) 100% (309)

39,7% (136) 22,7% ( 78) 34,7% (119) 100% (333)

60,7% ( 37) 19,7% ( 12) 19,7% ( 12) 100% ( 61)

45,2% ( 33) 12,3% ( 9) 42,5% ( 31) 100% ( 73)

33,3% (265) 21,7% (172) 42,9% (339) 100% (776) Tabela 5 - Análise Bivariada: Estado civil x Frequê ncia cinema

4.2.3 Variável Renda

No cruzamento de dados entre Renda e a percepção Minha vida está próxima

do ideal, percebe-se que o grau de concordância aumenta ligeiramente com o

Page 90: Relatório final_Felicidade

90

aumenta da renda entre os respondentes de maior e menor renda. Esta

dependência é estatisticamente significativa uma vez que o “p” é 1,75% (Qui2 =

73,31, gl = 50, 1-p = 98,25%).

Tabela 6 - Análise Bivariada: Renda x Vida próxima do ideal

No cruzamento de dados entre Renda e a percepção Minhas condições de

vida são excelentes, verifica-se nesse cruzamento que não existe variação

significativa entre os respondentes de menor e maior renda, com uma dependência

estatisticamente muito significativa, com “p” menor que 0,1% (Qui2 = 172,91, gl = 60,

1-p = >99,99%), significando que a percepção sobre a qualidade das condições de

vida não melhora nem piora com a variação da faixa de renda.

Tabela 7 - Análise Bivariada: Renda x Condições de vida excelentes

No cruzamento de dados entre Renda e a percepção Até agora eu tenho

conseguido as coisas importantes que eu considero na vida, podemos perceber que

as pessoas que informaram uma faixa de renda mais alta, concordaram num maior

percentual com a afirmação do que as de faixa de renda mais baixa.

Page 91: Relatório final_Felicidade

91

Em rendas acima de 2500 reais os índices de concordância com a afirmação

giram em torno de 80% (renda entre R$ 2.500 e 5.000) a 94% ( renda de mais de R$

20.000).

Nas rendas inferiores a 2.500 reais, o grau de concordância gira na faixa dos

60%.

Uma vez que se identifica um “p” menor que 1% (Qui2 = 67,24, gl = 40, 1-p =

99,55%) pode-se afirmar, com um resultado estatisticamente muito significativo, que

as pessoas de maior renda avaliam que tem conseguido as coisas que consideram

importantes numa maior porcentagem do que as pessoas de menor renda.

Tabela 8 - Análise Bivariada: Renda x Coisas mais i mportantes na vida

No cruzamento de dados entre Renda e a percepção Se eu pudesse viver a

minha vida de novo não mudaria quase nada, nota-se é que dentro de todas as

faixas de renda existem pessoas que concordam e discordam da afirmação, com um

aumento na concordância para a faixa de renda superior a cinco mil reais, porém

este resultado é estatisticamente pouco significativo uma vez que o “p” é de 6,47%

(Qui2 = 65,94, gl = 50, 1-p = 93,53%).

Tabela 9 - Análise Bivariada: Renda x Não mudaria q uase nada na vida

Page 92: Relatório final_Felicidade

92

No cruzamento de dados entre Renda e a percepção Considero-me uma

pessoa feliz, pode-se notar que há um ligeiro crescimento na felicidade com a renda,

também, pode-se notar é que, na maioria (quase 90 % dos respondentes)

concordaram ou concordaram totalmente com a afirmação, dentre estes, com

representantes de todas as faixas de renda, sendo a relação estatisticamente muito

significativa, com um “p” menor que 1% (Qui2 = 88,86, gl = 50, 1-p = 99,94%).

Tabela 10 - Análise Bivariada: Renda x Considero-me uma pessoa feliz

4.2.4 Variável Atividades Físicas

No cruzamento de dados entre Frequência da prática de Atividades Físicas e

o nível de Formação Escolar dos respondentes, verificou-se que percentualmente,

os maiores índices de praticantes de exercícios são os respondentes com maior

escolaridade, sendo o percentual mais alto de praticantes observado entre os

respondentes com ensino superior incompleto, com 29,2% (3 a 5 vezes na semana),

seguido dos respondentes com superior completo com 29% (mais de 5 vezes na

semana).

A relação entre valores é estatisticamente muito significativa, com um “p”

menor que 1% (Qui2 = 52,33, gl = 28, 1-p = 99,65%). As células marcadas em Azul

e Rosa são aquelas para as quais a frequência real é, respectivamente, superior e

inferior à frequência teórica.

Page 93: Relatório final_Felicidade

93

formação_escolar

frequencia_atividade_fisica

Não pratico

Ocasionalmente

Uma a 2 vezes por semana

Entre 3 e 5 vezes por semana

Mais de 5 vezes por semana

TOTAL

Ensinofundamental

Ensinofundamental

Ensino médioincompleto

Ensino médiocompleto

Ensino superiorincompleto

Ensino superiorcompleto

Pós graduado TOTAL

11,1% ( 26) 10,7% ( 25) 8,6% ( 20) 26,5% ( 62) 16,7% ( 39) 18,8% ( 44) 6,0% ( 14) 100% (230)

4,3% ( 5) 6,0% ( 7) 10,3% ( 12) 20,5% ( 24) 22,2% ( 26) 22,2% ( 26) 10,3% ( 12) 100% (112)

4,1% ( 6) 4,8% ( 7) 4,1% ( 6) 23,8% ( 35) 21,8% ( 32) 23,1% ( 34) 12,9% ( 19) 100% (139)

4,2% ( 8) 6,8% ( 13) 5,7% ( 11) 16,2% ( 31) 29,2% ( 56) 24,0% ( 46) 13,0% ( 25) 100% (190)

5,6% ( 6) 7,5% ( 8) 7,5% ( 8) 18,7% ( 20) 17,8% ( 19) 29,0% ( 31) 11,2% ( 12) 100% (104)

6,4% ( 51) 7,5% ( 60) 7,1% ( 57) 21,7% (172) 21,6% (172) 22,7% (181) 10,3% ( 82) 100% (775) Tabela 11 - Análise Bivariada: Frequência Atividade s Físicas x Formação Escolar

No cruzamento de dados entre Tipo de Atividades Física e Idade, constatou-

se que a dependência entre os valores é estatisticamente muito significativa, com "p"

menor que 0,1% (Qui2 = 176,75, gl = 65, 1-p = >99,99%).

As células marcadas em azul são aquelas em que a frequência observada é

superior ao que seria esperado em uma distribuição normal, enquanto as em rosa a

frequência observada é inferior, ou seja, a pratica de futebol está mais concentrada

nas faixas de idade inferiores, enquanto caminhada/corrida na faixa de idade

superior.

Tabela 12 - Análise Bivariada: Tipo Atividades Físi ca x Idade

Os valores da tabela são as médias calculadas sem considerar as não-

respostas. As atividades podiam ser de múltipla escolha, entre as atividades

físicas praticadas, quando então foram totalizadas 765 atividades indicadas.

O maior número de respostas indicou a atividade caminhada/corrida, com

45,49 % de indicações e média de idade de 44,88 anos, seguido de ginástica com

20,65% de indicações e média de idade de 36,22 anos.

Page 94: Relatório final_Felicidade

94

Tabela 13 - Análise Bivariada: MEDIAS - Tipo Ativid ades Física x Idade

No cruzamento de dados entre Frequência da prática de Atividades Físicas e

Idade identificou-se uma dependência de valores muito significativa (Qui2 = 42,67, gl

= 20, 1-p = 99,77%.).

As células marcadas em Azul e Rosa são aquelas para as quais a frequência

real é, respectivamente, superior e inferior à frequência teórica. Os valores da tabela

são as quantidades de citações de cada dupla de categorias.

frequencia_atividade_fisica

idade

De 10 a 20

De 20 a 30

De 30 a 40

De 40 a 50

De 50 a 60

60 e mais

TOTAL

Não pratico OcasionalmenteUma a 2 vezes porsemana

Entre 3 e 5 vezespor semana

Mais de 5 vezespor semana

TOTAL

12,5% ( 5) 10,0% ( 4) 27,5% ( 11) 37,5% ( 15) 12,5% ( 5) 100% ( 40)

22,2% ( 46) 14,5% ( 30) 23,2% ( 48) 30,9% ( 64) 9,2% ( 19) 100% (207)

32,8% ( 39) 13,5% ( 16) 14,3% ( 17) 26,1% ( 31) 13,5% ( 16) 100% (119)

29,9% ( 35) 21,4% ( 25) 16,2% ( 19) 16,2% ( 19) 16,2% ( 19) 100% (117)

39,0% ( 53) 11,8% ( 16) 16,9% ( 23) 18,4% ( 25) 14,0% ( 19) 100% (136)

31,9% ( 52) 14,7% ( 24) 15,3% ( 25) 20,3% ( 33) 17,2% ( 28) 100% (162)

29,3% (230) 14,7% (115) 18,4% (143) 24,1% (187) 13,4% (106) 100% (781) Tabela 14 - Análise Bivariada: Frequência Atividade s Físicas x Idade

A tabela a seguir apresenta os valores de médias de Idade em relação à

Frequência de atividades físicas, cujo cálculo foi feito sem considerar as não-

respostas. Os valores da tabela são, para cada critério e cada categoria, a

quantidade de observações exceto as não-respostas.

Page 95: Relatório final_Felicidade

95

A melhor constatação dessa análise é que o percentual de praticantes é de

70,46 dos respondentes, ante 29,54 de não praticantes, o que nos faz pensar que as

pessoas estão conscientes dos benefícios do não sedentarismo.

Tabela 15 - Análise Bivariada: MÉDIA - Frequência A tividades Físicas x Idade

No cruzamento de dados entre Frequência da prática de Atividades Físicas e

Estado Civil , observou-se que a dependência entre valores é muito significativa

(Qui2 = 34,53, gl = 12, 1-p = 99,94%.). As células marcadas em Azul e Rosa são

aquelas para as quais a frequência real é, respectivamente, superior e inferior à

frequência teórica.

Desta forma, os estados civis com maior número de respondentes foram os

de casados e solteiros, sedo 43% para os casados e 39,6% para os solteiros, 9,2%

para os divorciados, 7,6% para os viúvos e o 0,7% não responderam.

Analisando-se cada uma dos estados civis, verifica-se que tanto os viúvos

quanto os divorciados, tem o maior percentual de não praticantes, 41%, seguido

pelos casados com 32,1% e pelos solteiros com 21,8%.

frequencia_atividade_fisica

estado_civil

Solteiro

Casado/união estável

Viúvo(a)

Divorciado/ separado

TOTAL

Não praticoOcasionalmenteUma a 2 vezes porsemana

Entre 3 e 5 vezespor semana

Mais de 5 vezespor semana

TOTAL

21,8% ( 69) 13,9% ( 44) 20,6% ( 65) 31,0% ( 98) 12,7% ( 40) 100% (316)

32,1% (110) 15,2% ( 52) 18,4% ( 63) 21,9% ( 75) 12,5% ( 43) 100% (343)

41,0% ( 25) 16,4% ( 10) 14,8% ( 9) 11,5% ( 7) 14,8% ( 9) 100% ( 60)

41,1% ( 30) 13,7% ( 10) 9,6% ( 7) 15,1% ( 11) 20,6% ( 15) 100% ( 73)

29,3% (234) 14,7% (116) 18,4% (144) 24,1% (191) 13,4% (107) 100% (792) Tabela 16 - Análise Bivariada: Frequência Atividade s Físicas x Estado Civil

No cruzamento de dados entre Frequência da prática de Atividades Físicas e

Renda , observou-se que a dependência é significativa (Qui2 = 52,96, gl = 32, 1-p =

Page 96: Relatório final_Felicidade

96

98,87%). As células marcadas em Azul e Rosa são aquelas para as quais a

frequência real é, respectivamente, superior e inferior à frequência teórica.

Sendo assim, constata-se que a renda influencia na prática de exercícios

físicos, os de maior renda praticam mais.

frequencia_atividade_fisica

renda

Nenhuma

Até R$ 500

Entre R$ 500 e R$ 1.000

Entre R$ 1.000 e R$ 1.500

Entre R$ 1.500 e R$ 2.500

Entre R$ 2.500 e R$ 5.000

Entre R$ 5.000 e R$ 10.000

Entre R$ 10.000 e R$ 20.000

Acima de R$ 20.000

TOTAL

Não pratico OcasionalmenteUma a 2 vezes porsemana

Entre 3 e 5 vezespor semana

Mais de 5 vezespor semana

TOTAL

0,0% ( 0) 0,0% ( 0) 50,0% ( 1) 50,0% ( 1) 0,0% ( 0) 100% ( 2)

33,3% ( 4) 16,7% ( 2) 16,7% ( 2) 25,0% ( 3) 8,3% ( 1) 100% ( 12)

49,1% ( 28) 15,8% ( 9) 14,0% ( 8) 14,0% ( 8) 7,0% ( 4) 100% ( 57)

42,0% ( 34) 17,3% ( 14) 14,8% ( 12) 12,4% ( 10) 13,6% ( 11) 100% ( 81)

37,4% ( 52) 13,0% ( 18) 18,0% ( 25) 17,3% ( 24) 13,7% ( 19) 100% (138)

25,0% ( 47) 16,0% ( 30) 16,5% ( 31) 30,9% ( 58) 11,7% ( 22) 100% (188)

19,7% ( 29) 13,6% ( 20) 21,1% ( 31) 31,3% ( 46) 14,3% ( 21) 100% (147)

17,1% ( 13) 14,5% ( 11) 21,1% ( 16) 27,6% ( 21) 19,7% ( 15) 100% ( 76)

25,0% ( 4) 12,5% ( 2) 18,8% ( 3) 25,0% ( 4) 18,8% ( 3) 100% ( 16)

29,3% (211) 14,7% (106) 18,4% (129) 24,1% (175) 13,4% ( 96) 100% (717) Tabela 17 - Análise Bivariada: Frequência Atividade s Físicas x Renda

4.2.5 Variável Ocupação

Outra informação extraída da pesquisa foi a percepção que cada grupo de

trabalhadores tem em relação ao seu trabalho (em diversos aspectos). Com relação

a isso, foi percebido que, de maneira geral, a relação com os colegas de trabalho foi

o aspecto mais bem avaliado por todas as categorias. Além disso, percebe-se

também que o grupo dos proprietários de empresa é o que possui a melhor média

final para todos os aspectos avaliados.

Nesta avaliação percebe-se que a melhor média recai sobre a avaliação que

o grupo dos “do lar” fazem do reconhecimento dos colegas de trabalho. A média das

avaliações feitas por esse grupo chegou a 4,71 em um máximo de 5,00. Em relação

à média mais baixa, é possível observar que esta recai sobre o mesmo grupo,

porém agora no quesito “sinto-me realizado com a profissão que exerço”.

Page 97: Relatório final_Felicidade

97

Tabela 18 - Análise Bivariada: Ocupação x Percepçõe s sobre o trabalho

4.2.6 Variável Grau de Felicidade

4.2.6.1 Grau de Felicidade x Ocupação

Com o intuito de verificar em quais profissões as pessoas são mais felizes,

foram cruzadas as respostas das perguntas “qual sua profissão?” e “o quão feliz na

vida você se considera?”.

A variação absoluta do resultado entre os que declararam profissão foi

pequena, de 5,49 (do lar) a 5,8 (estudante), sendo o resultado estatisticamente

pouco significativo.

Page 98: Relatório final_Felicidade

98

Gráfico 64 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Ocupação

4.2.6.2 Grau de Felicidade e Saúde

4.2.6.2.1 Grau de Felicidade x Doença crônica/Tratamento contínuo

Buscando-se verificar a relação entre a presença de Doença

crônica/problema de saúde que requer tratamento contínuo e o Grau de Felicidade

das pessoas, tem-se que 75,7% (597 em números absolutos) dos respondentes às

questões elencadas afirmam não ter nenhuma doença ou problema crônico de

saúde, enquanto que 24,3% (192) dos entrevistados revelaram possuir alguma

doença crônica que requer tratamento contínuo.

Tabela 19 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Doença crônica

Page 99: Relatório final_Felicidade

99

De todas as pessoas que julgam ter problema crônico de saúde, observa-se

que 77% delas estão concentradas entre as graduações 5 e 7 de felicidade. Ao

estabeler a mesma relação para as pessoas que afimam não possuir doenças

crônicas, descobre-se que aproximadamente 88% delas estão concentradas entre

os níveis 5 e 7 de felicidade.

A fim de elucidar a média do grau de felicidade dos diferentes perfis de

respostas obtidas, traçou-se um quadro resumo com as informações coletadas,

disponível no Gráfico abaixo. Nele observa-se que a média do grau de felicidade das

pessoas que não apresentam doenças crônicas de saúde (5,70) é superior à média

das pessoas que afirmam ter algum problema crônico de saúde (5,43). Com um “p”

de 1,3%, pode-se dizer que o resultado é estatisticamente significativo, permitindo-

nos afirmar que as pessoas que não apresentam doença crônica de saúde são, em

média, mais felizes que as pessoas que afirmam ter problema crônico de saúde.

Gráfico 65 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Doença crônica

4.2.6.2.2 Grau de Felicidade x Problema grave de saúde

Buscando-se verificar a relação entre a presença de Problema grave de

saúde e o Grau de Felicidade das pessoas, observou-se que aproximadamente

80% (586 em números absolutos) dos respondentes às questões elencadas afirma

nunca ter tido problema grave de saúde, ao passo que 20,2% (150 em número

absoluto) dos entrevistados afirma já ter sofrido com alguma doença grave no

passado.

Page 100: Relatório final_Felicidade

100

Tabela 20 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Problema grave de saúde

Do total de pessoas que julga já ter tido problema grave de saúde, observa-

se que 80,6% delas estão concentradas entre as graduações 5 e 7 de felicidade. Ao

estabeler a mesma relação para as pessoas que afirmam nunca terem sofrido com

alguma doença grave , descobre-se que aproximadamente 87,2% delas estão

concentradas entre os níveis 5 e 7 de felicidade. Nota-se que o percentual de

concentração do cruzamento apresentado no item “a” deste trabalho é bastante

similiar ao exposto agora. Em ambos os casos, a concentração entre os níveis 5 e 7

de felicidade é maior dentre as pessoas que dizem não possuir problemas

relacionados à saúde.

No gráfico a seguir um quadro resumo com as médias dos graus de felicidade

de cada perfil de respondentes para as variáveis apresentadas é demonstrado,

podendo-se observar que a média do grau de felicidade das pessoas que nunca

tiveram problemas graves de saúde (5,69) é superior à média das pessoas que

afirmam ter já terem tido doenças graves de saúde (5,43) porém com um “p” de

22,2%, o que infere dizer que a dependência entre as variáveis não é

estatisticamente significativa. Não se pode, portanto, afirmar que o grupo de

pessoas que não têm problema grave de saúde seja, em média, mais feliz que o

grupo das pessoas que já sofreram com alguma doença grave de saúde.

Page 101: Relatório final_Felicidade

101

Gráfico 66 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Problema grave de saúde

4.2.6.2.3 Grau de Felicidade x presença de contínua de mal-estar ou dor

Buscando-se verificar a relação entre a presença de contínua de mal-estar ou

algum tipo de dor e o Grau de Felicidade das pessoas, observa-se que 74,4% (589

em números absolutos) dos respondentes às questões elencadas discorda ou

discorda totalmente da afirmação “Estou sempre me sentindo mal ou com algum tipo

de dor”, ao passo que 14,1% (112 em números absolutos) dos entrevistados

concorda ou concorda totalmente com a mesma afirmativa. Já 11,5% das pessoas

não concorda nem discorda da declaração.

Tabela 21 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Mal-estar/Dor

No Gráfico abaixo representa as médias do grau de felicidade de cada perfil

de respostas coletadas para declaração exposta anteriormente. Observa-se que as

médias do grau de felicidade das pessoas que concordam ou concordam totalmente

com a frase “Estou sempre me sentindo mal ou com algum tipo de dor” é de,

respectivamente, 5,12 e 5,36, ambas inferiores às médias das pessoas que

discordam ou discordam totalmente da declaração (5,68 e 5,82, respectivamente).

Com um “p” inferior a 0,1%, constata-se que a dependência entre as variáveis é

estatisticamente muito significativa, ou seja, pode-se afirmar que o grupo de pessoas

Page 102: Relatório final_Felicidade

102

discordantes da declaração “estou sempre me sentindo mal ou com algum tipo de

dor” é mais feliz, em média, que o grupo das pessoas concordantes com a

afirmação. E conforme levantado, a maior média do grau de felicidade, de 5,82, é

justamente dos entrevistados que discordam totalmente da afirmação em questão.

Gráfico 67 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Mal-estar/Dor

4.2.6.3 Grau de Felicidade e características pessoais

4.2.6.3.1 Grau de Felicidade x Peso corporal

Buscando-se verificar a relação entre a Satisfação com o peso atual e o Grau

de Felicidade das pessoas, observa-se que 41,5% (328 em números absolutos) dos

respondentes às questões elencadas discorda ou discorda totalmente da afirmação

“Estou satisfeito com meu peso atual”, enquanto 43,7% (346 em números absolutos)

dos entrevistados concorda ou concorda totalmente com a mesma afirmativa. Já

14,8% das pessoas não concorda nem discorda da declaração.

Tabela 22 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Peso corporal

Page 103: Relatório final_Felicidade

103

No Gráfico abaixo são apresentadas as médias do grau de felicidade de cada

perfil de respostas coletadas para declaração exposta anteriormente. Nele observa-

se que as médias do grau de felicidade das pessoas que concordam ou concordam

totalmente com a frase “Estou satisfeito com meu peso atual” é de, respectivamente,

5,8 e 5,55, ambas muito similares às médias das pessoas que discordam ou

discordam totalmente da declaração (5,57 e 5,62, respectivamente).

Com um “p” de 19,2% pode-se dizer que a dependência entre as variáveis

não é estatisticamente significativa, não se podendo afirmar, portanto, que o grupo

de pessoas que está contente com seu peso atual é mais feliz, em média, que o

grupo de entrevistados que não está satisfeito com seu peso, e vice e versa.

Gráfico 68 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Peso corporal

4.2.6.3.2 Grau de Felicidade x Gênero

Buscando-se verificar a relação entre Gênero e o Grau de Felicidade das

pessoas, observou-se que a diferença entre as médias das duas categorias não é

significante. Isso quer dizer que não se pode inferir, apesar do número absoluto, que

homens ou mulheres são mais felizes, em média.

Grupo n°6

Sexo_(Não_perguntar) * o_quao_feliz

o_quao_feliz

Masculino

Feminino

5,61

5,66

p = 60,8% ; F = 0,27 (NS)

Masculino 5,61

Feminino 5,66

Total 5,64

Gráfico 69 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Gênero

Page 104: Relatório final_Felicidade

104

4.2.6.3.3 Grau de Felicidade x Idade

Buscou-se identificar se a Idade afetaria o Grau de felicidade das pessoas. A

relação entre essas duas variáveis não apresentou significância, isto é, pode-se

dizer que a faixa etária não influencia para a construção da média de felicidade.

Grupo n°6

idade * o_quao_feliz

o_quao_feliz

Menos de 20

De 20 a 29

De 30 a 39

De 40 a 49

De 50 a 59

De 60 a 69

70 e mais

5,88

5,72

5,72

5,52

5,58

5,42

5,79

p = 11,1% ; F = 1,73 (PS)

Menos de 20 5,88

De 20 a 29 5,72

De 30 a 39 5,72

De 40 a 49 5,52

De 50 a 59 5,58

De 60 a 69 5,42

70 e mais 5,79

Total 5,65

Gráfico 70 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Idade

4.2.6.3.4 Grau de Felicidade x Vivência em ambiente salutar

Buscando-se verificar a relação entre a vivência de um ambiente que

possibilita ter boas condições de saúde e o Grau de Felicidade das pessoas,

observa-se que somente 8,4% (67 em números absolutos) dos respondentes às

questões elencadas discorda ou discorda totalmente da afirmação “O ambiente em

que vivo me possibilita ter boas condições de saúde”, ao passo que 79,2% (628 em

números absolutos) dos entrevistados concorda ou concorda totalmente com a

mesma afirmativa. Já 12,4% das pessoas não concorda nem discorda da

declaração.

Page 105: Relatório final_Felicidade

105

Tabela 23 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Ambiente salutar

No gráfico a seguir apresentam-se as médias do grau de felicidade de cada

perfil de respondentes da declaração exposta anteriormente, onde pode-se observar

que as médias do grau de felicidade das pessoas que concordam ou concordam

totalmente com a frase “O ambiente em que vivo me possibilita ter boas condições

de saúde” é de, respectivamente, 5,63 e 5,82, ambas superiores às médias das

pessoas que discordam ou discordam totalmente da declaração (5,46 e 5,59,

respectivamente).

Com um “p” menor que 0,1%, o identifica-se que a dependência entre as

variáveis analisadas é estatisticamente muito significativa. Pode-se afirmar que o

grupo de pessoas concordantes com a afirmativa “O ambiente em que vivo me

possibilita ter boas condições de saúde” é, em média, mais feliz que o grupo das

pessoas discordantes da mesma declaração.

Gráfico 71 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Ambiente salutar

Page 106: Relatório final_Felicidade

106

4.2.6.4 Grau de Felicidade x Filhos

Buscando-se verificar a relação entre a presença de filhos e o Grau de

Felicidade das pessoas, observou-se que 42,4% (336 em números absolutos) dos

respondentes às questões elencadas afirmam não ter filhos, enquanto que 57,6%

(456 em número absoluto) dos entrevistados revelam ser pais.

De todas as pessoas que dizem não ter filhos, observa-se que 89,6 % delas

estão concentradas entre as graduações 5 e 7 de felicidade. Ao estabeler a mesma

relação para as pessoas que afirmam serem pais, descobre-se que

aproximadamente 82% delas estão concentradas entre os níveis 5 e 7 de felicidade.

Tabela 24 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Existência filhos

No quadro resumo apresentado no Gráfico abaixo, observa-se que a média

do grau de felicidade das pessoas que não têm filhos (5,66) é superior à média das

pessoas que afirmam ter filhos (5,62). Porém, conforme explicitado na figura, com

“p” 59,4% identifica-se que a dependência entre as variáveis não é estatisticamente

significativa.

Não se pode afirmar, por conseguinte, que as pessoas que não têm filhos são

mais felizes, em média, do que os entrevistados que possuem filhos. A diferença

entre as médias dos dois grupos de respondentes é muito pequena, o que corrobora

a insignificância do cruzamento entre essas variáveis.

Page 107: Relatório final_Felicidade

107

Gráfico 72 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Existência filhos

Buscando-se verificar a relação entre a presença de filhos e o Grau de

Felicidade das pessoas, observou-se que 70,6% das pessoas que afirmam ter filhos

possuem de 1 a 2 crianças; 25,3% delas têm de 3 e 4 filhos; e menos que 4,2%

afirmam ter mais de 5 filhos.

Das pessoas que afirmam ter até 2 filhos, observa-se que 86,3 % delas estão

concentradas entre as graduações 5 e 7 de felicidade; já aquelas que afirmam ter

entre 3 e 4 filhos, 77,6 % delas estão concentradas entre essa mesma graduação;

dentre as que afirmam ter entre 5 e 6 filhos, 90,9 % delas estão concentradas nesta

mesma graduação e; dentre aquelas que afirmam ter mais de 7 filhos, 87,5% se

concentram também nesta graduação proposta ( nível 5 a 7 de felicidade).

Tabela 25 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Número filhos

No quadro resumo apresentado no Gráfico abaixo observa-se que as pessoas

que afirmam ter entre 1 e 2 filhos apresentam média do grau de felicidade igual a

5,63, superior à media daqueles que afirmam ter de 3 a 4 filhos (5,48). Em

compensação, quando o entrevistado tem entre 5 e 6 filhos, a média do grau de

felicidade é superior às anteriores (6,00). Já o grupo de pessoas que afirmou ter

Page 108: Relatório final_Felicidade

108

mais de 7 filhos ficou com a maior média do grau de felicidade desse cruzamento:

6,5.

Porém, conforme explicitado na figura, com um “p” de 6,4%, constata-se que

a dependência entre as variáveis é estatisticamente pouco significativa, significando

que não se pode afirmar, com um grau de certeza elevado, que as pessoas as quais

têm entre 5 e 6 filhos ou mais de 7 são mais felizes, em média, do que aquelas que

possuem entre 1 e 2 ou entre 3 e 4 filhos.

Gráfico 73 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Número filhos

4.2.6.5 Grau de Felicidade x Formação escolar

Buscando-se verificar a relação entre o nível de formação escolar e o Grau de

Felicidade das pessoas, observou-se que A tabela acima mostra que, do total de

respondentes da questão “O quão feliz na vida você se considera”, 6,6% afirmam ter

estudado parte do Ensino Fundamental; outros 7,7% afirmam ter o Ensino

Fundamental completo; 7,2% dizem ter estudado parte do Ensino Médio; outros

22,2% afirmam ter o Ensino Médio completo; 22,2% dizem ter estudado parte do

Ensino Superior; outros 23,2% afirmam ter o Ensino Superior completo; 10,6%

dizem ser pós-graduados e, apenas 0,4% revelam nunca ter estudado.

Page 109: Relatório final_Felicidade

109

formação_escolar

o_quao_feliz

1

2

3

4

5

6

7

TOTAL

Ensino fundamental incomp

leto

Ensino fundamental comple

to

Ensino médio incompleto

Ensino médio com

pleto

Ensino superior incompleto

Ensino superior completo

Pós graduado

Nenhum TOTAL

1 1 0 1 0 0 1 0 4

0 1 0 2 1 1 0 0 5

1 1 1 3 0 0 1 0 7

12 15 11 23 13 16 9 1 100

11 15 15 46 43 56 21 2 209

9 13 9 50 78 68 33 0 260

17 14 20 47 37 39 17 0 191

51 60 56 172 172 180 82 3 776 Tabela 26 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Formação escolar

No quadro resumo apresentado no Gráfico abaixo, observa-se que a média

do grau de felicidade das pessoas que contam com ensino superior incompleto é a

mais alta dentre os perfis de nível de escolaridade apresentados: 5,79. Do lado

contrário, a menor média do grau de felicidade é do grupo de pessoas que nunca

estudou: 4,67. Porém cabe lembrar que, estatisticamente, este último grupo não é

representativo, pois apresenta uma frequência absoluta de apenas três

respondentes.

Conforme explicitado na figura, com um “p” de 5,9 %, a dependência entre as

variáveis é estatisticamente pouco significativa, logo, não se pode afirmar que as

pessoas que possuem nível superior completo são mais felizes, em média, do que

as pessoas que têm somente o ensino médio completo, por exemplo.

Grupo n°2

formação_escolar * o_quao_feliz

o_quao_feliz

Média Frequência

Ensino fundamental incompleto

Ensino fundamental completo

Ensino médio incompleto

Ensino médio completo

Ensino superior incompleto

Ensino superior completo

Pós graduado

Nenhum

5,49 51

5,28 60

5,64 56

5,61 172

5,79 172

5,71 180

5,63 82

4,67 3

p = 5,9% ; F = 1,95 (PS)

Ensino fundamental incompleto 5,49

Ensino fundamental completo 5,28

Ensino médio incompleto 5,64

Ensino médio completo 5,61

Ensino superior incompleto 5,79

Ensino superior completo 5,71

Pós graduado 5,63

Nenhum 4,67

Total 5,64

Gráfico 74 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Formação escolar

Page 110: Relatório final_Felicidade

110

4.2.6.6 Grau de Felicidade x Renda

Buscando-se verificar a relação entre Renda e Grau de Felicidade, podemos

perceber que as pessoas que declararam uma maior renda, concordaram num maior

percentual com a afirmação do que as de renda mais baixa.

Verificou-se, porém, que a dependência entre valores não é estatisticamente

significativa, com “p” = 39,8% (Qui2 = 51,92, gl = 50, 1-p = 60,13%), desta forma é

possível afirmar que exista correlação direta entre estas duas variáveis

Tabela 27 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Renda

4.2.6.7 Grau de Felicidade x Atividades físicas

Buscando-se verificar a relação entre a Frequência da prática de atividades

físicas e o Grau de Felicidade das pessoas, observou-se que os entrevistados que

declararam não praticar atividades físicas têm média de felicidade inferior àqueles

que praticam atividades físicas. Enquanto a média para o primeiro grupo é de 5,42,

para o grupo dos praticantes esse número encontra-se entre 5,70 até 5,77. Segundo

a pesquisa a prática de atividade física é significante na construção de uma maior

média de felicidade da população. As modalidades de atividades físicas praticadas

também foram questionadas, porém, a análise dos dados coletados mostrou que o

tipo de atividade não interfere significativamente no total da média de felicidade.

Page 111: Relatório final_Felicidade

111

Grupo n°5

frequencia_atividade_fisica * o_quao_feliz

o_quao_feliz

Média Frequência

Não pratico

Ocasionalmente

Uma a 2 vezes por semana

Entre 3 e 5 vezes por semana

Mais de 5 vezes por semana

Não Sei/Não quero responder

5,42 234

5,70 116

5,77 146

5,73 192

5,71 106

5,00 1

p = 1,8% ; F = 2,76 (S)

Não pratico 5,42

Ocasionalmente 5,70

Uma a 2 vezes por semana 5,77

Entre 3 e 5 vezes por semana 5,73

Mais de 5 vezes por semana 5,71

Não Sei/Não quero responder 5,00

Total 5,64

Gráfico 75 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Ativ. Físicas

4.2.6.8 Grau de Felicidade x Hábito de fumar

Buscando-se verificar a relação entre o hábito de fumar e o Grau de

Felicidade das pessoas, observou-se que a média de felicidade daqueles que se

declararam fumantes é inferior do que para os que não possuem o hábito. Essa

diferença entre as médias é significativa, sendo que o resultado obtido para o grupo

dos fumantes é de 5,39 e para o outro grupo é de 5,68. Portando, o hábito de fumar

pode impactar negativamente para a felicidade dos porto-alegrenses que o fazem.

Grupo n°7

fuma * o_quao_feliz

o_quao_feliz

Média Frequência

Sim

Não

Não sei/ Não quero responder

5,39 133

5,68 655

5,60 5

p = 2,0% ; F = 3,92 (S)

Sim 5,39

Não 5,68

Não sei/ Não quero responder 5,60

Total 5,63

Gráfico 76 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Hábito de fumar

4.2.6.9 Grau de Felicidade x Estado civil

Buscando-se verificar a relação entre o Estado civil e o Grau de Felicidade

das pessoas, observou-se que a relação entre as variáveis não se mostrou

significativa para os moradores de Porto Alegre. Dessa forma, pode-se dizer que

estar casado ou solteiro, viúvo ou divorciado não impacta na média de felicidade

Page 112: Relatório final_Felicidade

112

destes grupos, que poderão ter o mesmo nível de felicidade independente da sua

condição civil.

Grupo n°5

estado_civil * o_quao_feliz

o_quao

_feliz

Casado/união estável

Divorciado/ separado

Solteiro

Viúvo(a)

5,68

5,49

5,64

5,61

p = 64,1% ; F = 0,57 (NS)

Casado/união estável 5,68

Divorciado/ separado 5,49

Solteiro 5,64

Viúvo(a) 5,61

Total 5,64

Gráfico 77 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Estado Civil

4.2.6.10 Grau de Felicidade e Hábitos de Lazer

4.2.6.10.1 Grau de Felicidade x frequência de ida a Shows, Concertos e Teatro

Buscando-se verificar a relação entre a frequência de ida a Shows, Concertos

e Teatro e o Grau de Felicidade das pessoas, observou-se que os respondentes que

disseram que sua frequência de ida a esses eventos era de nenhuma vez ao ano

obtêm média de felicidade de 5,47; já aqueles que vão alguma vez ao ano ficam

com média de 5,68 a 5,75, dependendo da frequência durante o ano. Apesar de

haver diferença na média para aqueles com diferentes números de idas durante o

ano, essa diferença não é significativa e, portanto, não permite afirmar que indo mais

vezes ao ano a shows, concertos e teatros, a média de felicidade tenderia a subir.

Grupo n°6

frequecia_show_concertos_teatros * o_quao_feliz

o_quao_feliz

MédiaFrequ

ência

Nenhuma

Menos de uma vez ao ano

Sim

Não Sei/Não quero responder

5,47 268

5,68 110

5,75 390

5,40 15

p = 1,3% ; F = 3,61 (S)

Nenhuma 5,47

Menos de uma vez ao ano 5,68

Sim 5,75

Não Sei/Não quero responder 5,40

Total 5,64

Gráfico 78 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Shows/Teatro

Page 113: Relatório final_Felicidade

113

Grupo n°5

frequecia_show_concertos_teatros_OUTRO * o_quao_feliz

o_quao_feliz

Menos de 1

1

2

3

4

De 5 a 9

10 e mais

5,56

5,63

5,68

5,95

5,87

5,84

p = 16,3% ; F = 1,58 (NS)

Menos de 1

1 5,56

2 5,63

3 5,68

4 5,95

De 5 a 9 5,87

10 e mais 5,84

Total 5,74

Gráfico 79 - Análise Bivariada: Detalhe Grau de Fel icidade x Freq.. Shows/Teatro

4.2.6.10.2 Grau de Felicidade x frequência de ida a o Cinema

Buscando-se verificar a relação entre a frequência de ida a o Cinema e o

Grau de Felicidade das pessoas observou-se que, apesar de ser um hábito de lazer

extremamente popular e de a maioria dos respondentes irem ao cinema, esse fator

não se constitui como relevante para a construção da média de felicidade. Sendo

assim, o grau de felicidade daquelas pessoas que não vão ao cinema, como daquela

que vão não tende a diferenciar-se por essa razão.

Grupo n°8

frequencia_cinema * o_quao_feliz

o_quao_feliz

MédiaFrequ

ência

Nenhuma

Menos de uma vez ao mês

Sim

Não Sei/Não quero responder

5,56 266

5,61 171

5,72 341

4,75 4

p = 11,9% ; F = 1,94 (PS)

Nenhuma 5,56

Menos de uma vez ao mês 5,61

Sim 5,72

Não Sei/Não quero responder 4,75

Total 5,64

Gráfico 80 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Cinema

4.2.6.10.3 Grau de Felicidade x frequência de ida a Restaurantes

Buscando-se verificar a relação entre a frequência de ida a Restaurantes

como lazer e o Grau de Felicidade das pessoas, notou-se que ao relacionar esse

Page 114: Relatório final_Felicidade

114

dado com a média de felicidade dos grupos de pessoas que vão alguma vez ao ano

e dos que não vão, obtém-se significativa diferença para esses grupos. O primeiro,

que frequenta restaurantes como lazer, obteve média de felicidade de 5,40 a 5, 72 (a

variação se dá porque também foi analisado o número de idas ao mês), já o

segundo, dos não frequentadores, tem média de 5,26.

Apesar dessa constatação, o número de vezes no mês não impacta na

construção da média de felicidade. Dessa forma há diferença para os

frequentadores ou não, mas não pelo número de idas ao mês.

Grupo n°7

frequencia_restaurantes * o_quao_feliz

o_quao_feliz

MédiaFrequ

ência

Nenhuma

Menos de uma vez ao mês

Sim

Não Sei/Não quero responder

5,26 84

5,40 106

5,72 581

5,43 7

p = <0,1% ; F = 6,28 (MS)

Nenhuma 5,26

Menos de uma vez ao mês 5,40

Sim 5,72

Não Sei/Não quero responder 5,43

Total 5,63

Gráfico 81 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Restaurante

Grupo n°5

frequencia_restaurante_OUTRO1 * o_quao_feliz

o_quao_feliz

Menos de 1

1

2

3

4

De 5 a 9

10 e mais

5,51

5,67

5,66

5,79

5,90

5,89

p = 8,2% ; F = 1,96 (PS)

Menos de 1

1 5,51

2 5,67

3 5,66

4 5,79

De 5 a 9 5,90

10 e mais 5,89

Total 5,73

Gráfico 82 - Análise Bivariada: Detalhe Grau de Fel icidade x Freq. Restaurante

4.2.6.10.4 Grau de Felicidade x frequência de ida a Bares e Danceterias

Buscando-se verificar a relação entre a frequência de ida a Bares e

Danceterias e o Grau de Felicidade das pessoas, observou-se que a diferença entre

Page 115: Relatório final_Felicidade

115

as médias das duas categorias não é significante. Isso quer dizer que não se pode

inferir correlação direta entre estas duas variáveis.

Grupo n°7

frequencia_baresdanceterias * o_quao_feliz

o_quao_feliz

MédiaFrequ

ência

Nenhuma

Menos de uma vez ao mês

Sim

Não Sei/Não quero responder

5,54 383

5,66 74

5,76 321

5,20 5

p = 5,3% ; F = 2,56 (PS)

Nenhuma 5,54

Menos de uma vez ao mês 5,66

Sim 5,76

Não Sei/Não quero responder 5,20

Total 5,64

Gráfico 83 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Bares

Grupo n°5

frequencia_bares_OUTRO1 * o_quao_feliz

o_quao_feliz

Menos de 1

1

2

3

4

De 5 a 9

10 e mais

5,69

5,71

5,49

5,75

5,98

5,92

p = 17,7% ; F = 1,53 (NS)

Menos de 1

1 5,69

2 5,71

3 5,49

4 5,75

De 5 a 9 5,98

10 e mais 5,92

Total 5,75

Gráfico 84 - Análise Bivariada: Detalhe Grau de Fel icidade x Freq. Bares

4.2.6.10.5 Grau de Felicidade x frequência de ida a Parques e Praças

Buscando-se verificar a relação entre a frequência de ida a Parques e Praças

e o Grau de Felicidade das pessoas, observou-se que a diferença entre as médias

das duas categorias não é significante. Isso quer dizer que não se pode inferir

correlação direta entre estas duas variáveis.

Page 116: Relatório final_Felicidade

116

Grupo n°7

frequencia_parquespraças * o_quao_feliz

o_quao_feliz

MédiaFrequ

ência

Nenhuma

Menos de uma vez ao mês

Sim

Não Sei/Não quero responder

5,55 134

5,53 110

5,68 527

5,75 4

p = 42,3% ; F = 0,94 (NS)

Nenhuma 5,55

Menos de uma vez ao mês 5,53

Sim 5,68

Não Sei/Não quero responder 5,75

Total 5,64

Gráfico 85 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Parques/Praças

Grupo n°5

frequencia_parques_OUTRO2 * o_quao_feliz

o_quao_feliz

Menos de 1

1

2

3

4

De 5 a 9

10 e mais

5,46

5,47

5,34

5,89

5,76

5,82

p = 0,2% ; F = 3,90 (MS)

Menos de 1

1 5,46

2 5,47

3 5,34

4 5,89

De 5 a 9 5,76

10 e mais 5,82

Total 5,68

Gráfico 86 - Análise Bivariada: Detalhe Grau de Fel icidade x Freq. Parques

4.2.6.10.6 Grau de Felicidade x frequência de Viagens a lazer

O hábito de Viajar durante o ano também foi relacionado com o Grau de

felicidade daqueles que fazem e dos que não têm o hábito. Obteve-se como

resultado que viajar impacta na média de felicidade. Os entrevistados que

responderam não viajarem durante o ano possuem média de 5,37, enquanto os que

o fazem têm média entre 5,44 a 5,71 (essa variação ocorre em razão de dentro

desse grupo, haver diferença do número de viagens feitas).

Analisou-se, também, se o número de viagens feitas no ano impactaria

significativamente na média de felicidade, mas essa relação mostrou-se não

significativa.

Page 117: Relatório final_Felicidade

117

Grupo n°7

frequencia_viajaalazer * o_quao_feliz

o_quao_feliz

MédiaFrequ

ência

Nenhuma

Menos de uma vez ao ano

Sim

Não Sei/Não quero responder

5,37 91

5,44 71

5,71 603

4,83 6

p = 0,4% ; F = 4,60 (MS)

Nenhuma 5,37

Menos de uma vez ao ano 5,44

Sim 5,71

Não Sei/Não quero responder 4,83

Total 5,64

Gráfico 87 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Viagens

Grupo n°5

frequencia_viaja_OUTRO1 * o_quao_feliz

o_quao_feliz

Menos de 1

1

2

3

4

De 5 a 9

10 e mais

5,55

5,63

5,82

5,88

5,83

5,85

p = 7,2% ; F = 2,03 (PS)

Menos de 1

1 5,55

2 5,63

3 5,82

4 5,88

De 5 a 9 5,83

10 e mais 5,85

Total 5,71

Gráfico 88 - Análise Bivariada: Detalhe Grau de Fel icidade x Freq. Viagens

4.2.6.10.7 Grau de Felicidade x companhia nas atividades de lazer

Buscando-se verificar a relação entre a escolha da companhia para realização

de atividades de lazer o Grau de Felicidade das pessoas, observou-se que aqueles

que têm seu momento de lazer ao lado de familiares, amigos, cônjuge ou namorado

têm média de felicidade maior do que os que manifestaram ter esses momentos

sozinhos. Essa diferença na média é estatisticamente significativa e, portanto, pode

dizer que a companhia para os momentos de lazer é importante na construção da

média de felicidade do porto-alegrense.

Page 118: Relatório final_Felicidade

118

Grupo n°7

com_quem_pratica_lazer * o_quao_feliz

o_quao_feliz

Média Frequência

Cônjuge/ namorado(a)

Familiares

Amigos

Sozinho

Outros

Não Sei/Não quero responder

5,79 317

5,62 392

5,65 245

5,25 61

6,00 7

4,85 13

p = <0,1% ; F = 4,57 (MS)

Cônjuge/ namorado(a) 5,79

Familiares 5,62

Amigos 5,65

Sozinho 5,25

Outros 6,00

Não Sei/Não quero responder 4,85

Total 5,65

Gráfico 89 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Companhia lazer

4.2.6.11 Grau de Felicidade x Crença religiosa

Ao contrário do que se imaginava no início da pesquisa, ter ou não alguma

crença religiosa não influencia significativamente para diferenciar a média de

felicidade daquelas pessoas que possuem crença daquelas que não possuem. Foi

analisada também a diferença da média de felicidade das pessoas adeptas a

diferentes religiões, mas esse cruzamento também não apresentou diferença que

permitisse alguma constatação a favorável a essa hipótese.

Grupo n°5

crença_religiosa * o_quao_feliz

o_quao

_feliz

Sim

Não

Não sei/Não quero responder

5,59

5,79

5,00

p = 6,2% ; F = 2,76 (PS)

Sim 5,59

Não 5,79

Não sei/Não quero responder 5,00

Total 5,63

Gráfico 90 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Existência Crença religiosa

Page 119: Relatório final_Felicidade

119

Grupo n°8

qual_religiao * o_quao_feliz

o_quao

_feliz

Católica

Evangélica

Espírita

Testemunhas de Jeová

Budista

Umbandista

Candomblé

Judaísmo

Islamismo

Hinduísmo

Outro

Não sei/não quero responder.

5,63

5,60

5,56

6,00

5,00

4,75

6,00

5,25

5,52

5,39

p = 44,6% ; F = 0,99 (NS)

Católica 5,63

Evangélica 5,60

Espírita 5,56

Testemunhas de Jeová 6,00

Budista 5,00

Umbandista 4,75

Candomblé 6,00

Judaísmo 5,25

Islamismo

Hinduísmo

Outro 5,52

Não sei/não quero responder. 5,39

Total 5,58

Gráfico 91 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Tipo Crença religiosa

4.2.6.12 Grau de Felicidade e entendimento em relação a Bens Materiais

4.2.6.12.1 Grau de Felicidade x Fazer compras quando está triste

Ao analisar a relação entre a perspectiva "Quando estou triste, faço compras

para me sentir melhor" e o Grau de Felicidade das pessoas observou-se que, apesar

de apresentar uma média de indicação de nível de felicidade mais alta entre os

respondentes que discordaram dela (5,69 e 5,65) do que entre os que concordaram

(5,47 e 5,43), apresentou um “p” de 30,6% não sendo estatisticamente significativa a

diferença. Desta forma, não se pode inferir correlação direta entre estas duas

variáveis.

Grupo n°3

triste_faz_compras * o_quao_feliz

o_quao_feliz

Discordo totalmente

discordo

não discordo, nem concordo

concordo

Concordo totalmente

Não sei/Não quero responder

5,69

5,65

5,72

5,47

5,43

5,00

p = 30,6% ; F = 1,20 (NS)

A relação não é significativa.

Valorização dos itens de escala: 1 (1) ; 2 (2) ; 3 (3) ; 4 (4) ; 5 (5) ; 6 (6) ; 7 (7) ; - (Não sei/Não quero responder)

Discordo totalmente 5,69

discordo 5,65

não discordo, nem concordo 5,72

concordo 5,47

Concordo totalmente 5,43

Não sei/Não quero responder 5,00

Total 5,63

Gráfico 92 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Compra quando está triste

Page 120: Relatório final_Felicidade

120

4.2.6.12.2 Grau de Felicidade x Vida simples materialmente

Ao analisar a relação entre a perspectiva "Quando o assunto é consumo e

bens materiais eu tento levar uma vida simples" e o Grau de Felicidade das pessoas

observou-se que, apesar de apresentar uma média de indicação de nível de

felicidade mais alta entre os respondentes que discordaram dela (5,68 e 5,72) do

que entre os que concordaram (5,61 e 5,58), apresentou um “p” de 72,2% não sendo

estatisticamente significativa a diferença. Desta forma, não se pode inferir correlação

direta entre estas duas variáveis.

Grupo n°3

consumo_levo_vida_simples * o_quao_feliz

o_quao_feliz

Discordo totalmente

discordo

não discordo, nem concordo

concordo

Concordo totalmente

Não sei/Não quero responder

5,68

5,72

5,67

5,61

5,58

5,00

p = 72,2% ; F = 0,57 (NS)

A relação não é significativa.

Valorização dos itens de escala: 1 (1) ; 2 (2) ; 3 (3) ; 4 (4) ; 5 (5) ; 6 (6) ; 7 (7) ; - (Não sei/Não quero responder)

Discordo totalmente 5,68

discordo 5,72

não discordo, nem concordo 5,67

concordo 5,61

Concordo totalmente 5,58

Não sei/Não quero responder 5,00

Total 5,63

Gráfico 93 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Vida simples

4.2.6.12.3 Grau de Felicidade x Posses materiais demonstram conquistas

Ao analisar a relação entre a perspectiva "Aquilo que a pessoa tem mostra

algumas das conquistas mais importantes da vida" e o Grau de Felicidade das

pessoas, verificou-se um “p” de 65,5%, não apresentando nenhuma tendência em

relação ao nível de concordância. Desta forma, não se pode inferir correlação direta

entre estas duas variáveis.

Page 121: Relatório final_Felicidade

121

Grupo n°3

tem_mostra_conquista_na_vida * o_quao_feliz

o_quao_feliz

Discordo totalmente

discordo

não discordo, nem concordo

concordo

Concordo totalmente

Não sei/Não quero responder

5,63

5,56

5,68

5,69

5,49

5,88

p = 65,5% ; F = 0,66 (NS)

A relação não é significativa.

Valorização dos itens de escala: 1 (1) ; 2 (2) ; 3 (3) ; 4 (4) ; 5 (5) ; 6 (6) ; 7 (7) ; - (Não sei/Não quero responder)

Discordo totalmente 5,63

discordo 5,56

não discordo, nem concordo 5,68

concordo 5,69

Concordo totalmente 5,49

Não sei/Não quero responder 5,88

Total 5,63

Gráfico 94 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Posses e conquistas

4.2.6.12.4 Grau de Felicidade x Posses indicam sucesso

Ao analisar a relação entre a perspectiva "Eu consigo dizer quem é bem

sucedido só de olhar o que a pessoa tem" e o Grau de Felicidade das pessoas,

percebeu-se indícios de um nível mais elevado de felicidade entre os que

concordam totalmente com a assertiva, porém os valores apresentaram um “p” de

10,8%, determinando ser estatisticamente pouco significativa a diferença das

médias. Desta forma, não se pode inferir correlação direta entre estas duas

variáveis.

Grupo n°2

bem_sucedido_pelo_que_tem * o_quao_feliz

o_quao_feliz

Discordo totalmente

discordo

não discordo, nem concordo

concordo

Concordo totalmente

Não sei/Não quero responder

5,62

5,71

5,60

5,52

5,82

4,50

p = 10,8% ; F = 1,81 (PS)

A relação é pouco significativa.

Valorização dos itens de escala: 1 (1) ; 2 (2) ; 3 (3) ; 4 (4) ; 5 (5) ; 6 (6) ; 7 (7) ; - (Não sei/Não quero

responder)

Discordo totalmente 5,62

discordo 5,71

não discordo, nem concordo 5,60

concordo 5,52

Concordo totalmente 5,82

Não sei/Não quero responder 4,50

Total 5,63

Gráfico 95 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Posses e sucesso

Page 122: Relatório final_Felicidade

122

4.2.6.12.5 Grau de Felicidade x Compra de supérfluos

Ao analisar a relação entre a perspectiva " Às vezes eu compro coisas sem

muita utilidade e eu ate gosto disto" e o Grau de Felicidade das pessoas, observou-

se indícios de um nível mais elevado de felicidade entre os concordantes com a

assertiva (5,65 e 5,75) do que entre os discordantes (5,61 e 5,64) porém, como

“p”=12,3%, determinou-se ser estatisticamente pouco significativa a diferença. Desta

forma, não se pode inferir correlação direta entre estas duas variáveis.

Grupo n°3

coisas_sem_utilidade_e_gosto * o_quao_feliz

o_quao_feliz

Discordo totalmente

discordo

não discordo, nem concordo

concordo

Concordo totalmente

Não sei/Não quero responder

5,61

5,64

5,55

5,75

5,65

4,25

p = 12,3% ; F = 1,74 (PS)

A relação é pouco significativa.

Valorização dos itens de escala: 1 (1) ; 2 (2) ; 3 (3) ; 4 (4) ; 5 (5) ; 6 (6) ; 7 (7) ; - (Não sei/Não quero responder)

Discordo totalmente 5,61

discordo 5,64

não discordo, nem concordo 5,55

concordo 5,75

Concordo totalmente 5,65

Não sei/Não quero responder 4,25

Total 5,63

Gráfico 96 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Compra supérfluos

4.2.6.12.6 Grau de Felicidade x Compra somente o necessário

Ao analisar a relação entre a perspectiva "Geralmente eu só compro aquilo

que preciso " e o Grau de Felicidade das pessoas, observou-se indícios de um nível

mais elevado de felicidade entre os que discordam totalmente da assertiva porém,

como “p”=14,8%, a diferença é estatisticamente pouco significativa. Desta forma,

não se pode inferir correlação direta entre estas duas variáveis.

Page 123: Relatório final_Felicidade

123

Grupo n°1

compro_o_que_preciso * o_quao_feliz

o_quao_feliz

Discordo totalmente

discordo

não discordo, nem concordo

concordo

Concordo totalmente

Não sei/Não quero responder

5,78

5,66

5,73

5,52

5,70

4,00

p = 14,8% ; F = 1,63 (PS)

A relação é pouco significativa.

Valorização dos itens de escala: 1 (1) ; 2 (2) ; 3 (3) ; 4 (4) ; 5 (5) ; 6 (6) ; 7 (7) ; - (Não sei/Não quero

responder)

Discordo totalmente 5,78

discordo 5,66

não discordo, nem concordo 5,73

concordo 5,52

Concordo totalmente 5,70

Não sei/Não quero responder 4,00

Total 5,63

Gráfico 97 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Compra só o necessário

4.2.6.12.7 Grau de Felicidade x Gosto luxuoso

Ao analisar a relação entre a perspectiva "Eu gosto de coisas chiques e

luxuosas" e o Grau de Felicidade das pessoas, houve indícios de um nível mais

elevado de felicidade entre os que concordam totalmente com a assertiva porém,

como “p”=9,3%, a diferença é estatisticamente pouco significativa. Desta forma, não

se pode inferir correlação direta entre estas duas variáveis.

Grupo n°3

gosto_chiques_lusuosas * o_quao_feliz

o_quao_feliz

Discordo totalmente

discordo

não discordo, nem concordo

concordo

Concordo totalmente

Não sei/Não quero responder

5,55

5,69

5,62

5,60

5,89

4,00

p = 9,3% ; F = 1,89 (PS)

A relação é pouco significativa.

Valorização dos itens de escala: 1 (1) ; 2 (2) ; 3 (3) ; 4 (4) ; 5 (5) ; 6 (6) ; 7 (7) ; - (Não sei/Não quero responder)

Discordo totalmente 5,55

discordo 5,69

não discordo, nem concordo 5,62

concordo 5,60

Concordo totalmente 5,89

Não sei/Não quero responder 4,00

Total 5,63

Gráfico 98 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Gosto luxuoso

4.2.6.12.8 Grau de Felicidade x Pessoa simples

Ao analisar a relação entre a perspectiva "Sou uma pessoa muito simples e

não gosto de comprar quase nada" e o Grau de Felicidade das pessoas, verificou-se

Page 124: Relatório final_Felicidade

124

um “p” de 3,4%, determinando ser estatisticamente significativa a diferença entre os

valores. Desta forma, há um nível mais elevado de felicidade entre os que discordam

desta perspectiva (5,79 e 5,78) do que entre os que concordam com ela (5,50 e

5,48).

Grupo n°3

simples_nao_compro_quase_nada * o_quao_feliz

o_quao_feliz

Discordo totalmente

discordo

não discordo, nem concordo

concordo

Concordo totalmente

Não sei/Não quero responder

5,79

5,78

5,62

5,50

5,48

4,50

p = 3,4% ; F = 2,42 (S)

A relação é significativa.

Valorização dos itens de escala: 1 (1) ; 2 (2) ; 3 (3) ; 4 (4) ; 5 (5) ; 6 (6) ; 7 (7) ; - (Não sei/Não quero

responder)

Discordo totalmente 5,79

discordo 5,78

não discordo, nem concordo 5,62

concordo 5,50

Concordo totalmente 5,48

Não sei/Não quero responder 4,50

Total 5,63

Gráfico 99 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Pessoa simples

4.2.6.12.9 Grau de Felicidade x Chateado por não poder comprar

Ao analisar a relação entre a perspectiva "Às vezes eu fico um pouco

chateado por não poder comprar tudo o que gostaria" e o Grau de Felicidade das

pessoas, verificou-se “p”=0,2%n sendo a diferença de valores estatisticamente muito

significativa. Desta forma há um nível mais elevado de felicidade entre os que

discordam da assertiva (5,56 e 5,92) do que entre os que concordam com ela (5,45

e 5,54).

Grupo n°3

chateado_por_nao_comprar_tudo_que_gosta * o_quao_feliz

o_quao_feliz

Discordo totalmente

discordo

não discordo, nem concordo

concordo

Concordo totalmente

Não sei/Não quero responder

5,56

5,92

5,57

5,54

5,45

5,33

p = 0,2% ; F = 3,99 (MS)

A relação é muito significativa.

Valorização dos itens de escala: 1 (1) ; 2 (2) ; 3 (3) ; 4 (4) ; 5 (5) ; 6 (6) ; 7 (7) ; - (Não sei/Não quero responder)

Discordo totalmente 5,56

discordo 5,92

não discordo, nem concordo 5,57

concordo 5,54

Concordo totalmente 5,45

Não sei/Não quero responder 5,33

Total 5,64

Gráfico 100 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Não poder comprar

Page 125: Relatório final_Felicidade

125

4.2.6.12.10 Grau de Felicidade x Prazer em comprar

Ao analisar a relação entre a perspectiva "Eu sinto prazer em fazer compras"

e o Grau de Felicidade das pessoas, verificou-se um “p” de 0,1%, determinando ser

estatisticamente muito significativa a diferença entre os valores Desta forma, há

nível mais elevado de felicidade entre os que concordam com a assertiva( 5,75 e

5,82) do que entre os que discordam dela (5,37 e 5,68).

Grupo n°3

prazer_fazer_compras * o_quao_feliz

o_quao_feliz

Discordo totalmente

discordo

não discordo, nem concordo

concordo

Concordo totalmente

Não sei/Não quero responder

5,37

5,68

5,41

5,75

5,82

4,00

p = 0,1% ; F = 4,02 (MS)

A relação é muito significativa.

Valorização dos itens de escala: 1 (1) ; 2 (2) ; 3 (3) ; 4 (4) ; 5 (5) ; 6 (6) ; 7 (7) ; - (Não sei/Não quero responder)

Discordo totalmente 5,37

discordo 5,68

não discordo, nem concordo 5,41

concordo 5,75

Concordo totalmente 5,82

Não sei/Não quero responder 4,00

Total 5,63

Gráfico 101 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Prazer em comprar

4.2.6.12.11 Grau de Felicidade x Mais feliz se comprar o que ainda não possui

Ao analisar a relação entre a perspectiva "Para ser mais feliz eu preciso

conseguir comprar algumas coisas que hoje ainda não possuo" e o Grau de

Felicidade das pessoas, verificou-se um “p” de 0,6%, determinando ser

estatisticamente muito significativa a diferença entre valores. Desta forma, há um

nível mais elevado de felicidade entre os que discordam da assertiva ( 5,75 e 5,75)

do que entre os que concordam com ela (5,42 e 5,48).

Page 126: Relatório final_Felicidade

126

Grupo n°3

preciso_comprar_coisas_que_nao_posso * o_quao_feliz

o_quao_feliz

Discordo totalmente

discordo

não discordo, nem concordo

concordo

Concordo totalmente

Não sei/Não quero responder

5,75

5,75

5,78

5,48

5,42

4,00

p = 0,6% ; F = 3,27 (MS)

A relação é muito significativa.

Valorização dos itens de escala: 1 (1) ; 2 (2) ; 3 (3) ; 4 (4) ; 5 (5) ; 6 (6) ; 7 (7) ; - (Não sei/Não quero responder)

Discordo totalmente 5,75

discordo 5,75

não discordo, nem concordo 5,78

concordo 5,48

Concordo totalmente 5,42

Não sei/Não quero responder 4,00

Total 5,63

Gráfico 102 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Mais feliz se comprar

4.2.6.12.12 Grau de Felicidade x Tem tudo o que precisa para aproveitar a vida

Ao analisar a relação entre a perspectiva "Eu tenho tudo o que preciso para

aproveitar a vida" e o Grau de Felicidade das pessoas, verificou-se um “p” menor

que 0,1%, determinando ser estatisticamente muito significativa a diferença entre

valores. Desta forma há um nível mais elevado de felicidade entre os que

concordam com a assertiva (5,68 e 6,07) do que entre os que discordam dela (5,10

e 5,30).

Cabe ressaltar que esta relação foi a que apresentou a definição mais clara,

em um formato linear, conforme pode ser visto no Gráfico abaixo.

Grupo n°3

tenho_tudo_que_preciso * o_quao_feliz

o_quao_feliz

Discordo totalmente

discordo

não discordo, nem concordo

concordo

Concordo totalmente

Não sei/Não quero responder

5,10

5,30

5,46

5,68

6,07

6,00

p = <0,1% ; F = 10,36 (MS)

A relação é muito significativa.

Valorização dos itens de escala: 1 (1) ; 2 (2) ; 3 (3) ; 4 (4) ; 5 (5) ; 6 (6) ; 7 (7) ; - (Não sei/Não quero

responder)

Discordo totalmente 5,10

discordo 5,30

não discordo, nem concordo 5,46

concordo 5,68

Concordo totalmente 6,07

Não sei/Não quero responder 6,00

Total 5,63

Gráfico 103 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Tem tudo o que precisa

Page 127: Relatório final_Felicidade

127

4.3 ANÁLISES MULTIVARIADAS

Para analisar os resultados da pesquisa com mais de duas variáveis, foram

feitas algumas novas variáveis. Estas variáveis reagrupam algumas perguntas do

questionário que têm um mesmo assunto e também que têm resultados compatíveis

para uma análise estatística.

Variável Variáveis componentes

Média das avaliações de percepção de felicidade e bem-estar na vida. Sigla: Media_Feliz

• Estou satisfeito com minha vida • Considero-me uma pessoa feliz. • Se eu pudesse viver a minha vida de novo eu não mudaria quase nada • Até agora eu tenho conseguido as coisas importantes que eu quero na vida. • Minhas condições de vida são excelentes. • A minha vida está próxima do meu ideal (de vida).

Média das avaliações de frequência da ocorrência de sentimentos considerados positivos. Sigla: Media_Sentimentos_Pos

• Sentimentos Bons • Feliz • Alegre • Contente

Média das avaliações de frequência da ocorrência de sentimentos considerados negativos. Sigla: Media_Sentimentos_Neg

• Sentimentos ruins • Triste • Assustado • Furioso • Irritado

Média das avaliações de percepção da realidade acerca da ocupação/curso de formação que exerce/frequenta. Sigla: Media_Trabalho

• Sinto me realizado com a profissão que exerço. • Tenho uma excelente relação com meus colegas de trabalho/escola. • Sinto-me motivado para ir trabalhar/estudar. • Sou reconhecido e valorizado pelos meus superiores de no trabalho/professores e colegas.

Média das avaliações de percepção acerca do valor dados aos bens materiais durante a vida. Sigla: Media_Materialism

• Geralmente, eu só compro aquilo que preciso (bens materiais). (*)1 • Quando estou triste, faço compras para me sentir melhor. • Sou uma pessoa muito simples e não gosto de comprar quase nada. (*) • Para ser mais feliz, eu preciso conseguir comprar algumas coisas que hoje ainda não posso. • Eu sinto prazer em fazer compras. • Quando o assunto é consumo e bens materiais eu tento levar uma vida simples.(*) • Às vezes eu compro coisas sem muita utilidade e eu até gosto disso. • Eu gosto de coisas chiques e luxuosas. • Às vezes eu fico um pouco chateado (a) por não poder comprar tudo o que gostaria.

1 O (*) ao lado da afirmação/questão indica que a mesma está "inversada", ou seja, é uma negação da afirmação principal do grupo de questões em que a mesma está inserida.

Page 128: Relatório final_Felicidade

128

Média das avaliações das condições dos entrevistado em termos de saúde. Sigla: Media_Saude

• Sempre consigo manter uma alimentação saudável e balanceada. • Estou satisfeito com o meu peso atual. • Faço exames médicos/check-ups regularmente. • Consigo consultar o dentista na regularidade que considero adequada. • O ambiente em que vivo me possibilita ter boas condições de saúde.

Média das avaliações de percepção acerca da Fé e da Crença religiosa. Sigla: Media_Religão

• Orar faz com que eu me sinta bem • A religião exerce um papel importante em minha vida. • Quando acontece alguma situação difícil em minha vida, busco a solução através de minha religião. • A fé me proporciona segurança e felicidade.

Tabela 28 - Novas variáveis para as Análises Multiv ariadas Fonte: desenvolvido pelos autores

4.3.1 Grau de Felicidade x Media_Felicidade

As variáveis Grau de Felicidade e Media_Felicidade têm uma media diferente

mas isto não significa que as pessoas estão menos feliz que eles acham. Enquanto,

elas não têm a mesma escala. As perguntas da variável Media_Felicidade estão

avaliadas sobre 5 pontos, ao passo que a pergunta “O quão feliz na vida você se

considera?” está avaliada sobre 7 pontos.

Estas duas variáveis têm uma correlação positiva forte de 0,58. Então,

segundo isso significa que as pessoas de Porto Alegre que se dizem felizes, o estão

mesmo.

Descriptive Statistics Mean Std. Deviation N

O quão feliz na vida você se considera (escala 1 a 7) 5,63 1,100 779

MEDIA_FELICIDADE (escala 1 a 5) 3,8549 0,68836 773

Tabela 29 - Análise Multivariada: Grau de Felicidad e x Media_Felicidade

Correlação O quão feliz MEDIA_FELICIDADE

O quão feliz na vida você se considera (escala de 1 a 7)

Pearson Correlation 1 0,584**

Sig. (2-tailed) 0,000

N 779 770

MEDIA_FELICIDADE (escala 1 a 5)

Pearson Correlation 0,584**

1

Sig. (2-tailed) 0,000

N 770 773

**. Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).

Tabela 30 - Análise Multivariada: Correl. Grau de F elicidade x Media_Felicidade

Page 129: Relatório final_Felicidade

129

4.3.2 Grau de Felicidade x todas as novas Variáveis

A análise de correlação de todas as novas variáveis com o Grau de Felicidade

das pessoas mostra que os sentimentos positivos têm uma correlação forte (0,54)

com o sentimento de felicidade, enquanto, o contrario, os sentimentos negativos não

têm influência negativa (-0,23) sobre ao grau da felicidade das pessoas de Porto

Alegre.

A análise mostra também que o materialismo e a importância da religião na

vida das pessoas têm correlação com a felicidade.

Descriptive Statistics Mean Std.

Deviation N

O quão feliz na vida você se considera (escala de 1 a 7) 5,63 1,100 779

MEDIA_FELICIDADE 3,8549 0,68836 773

MEDIA_SENTIMENTOS_POS 4,0016 0,63406 780

MEDIA_SENTIMENTOS_NEG 2,3951 0,68812 774

MEDIA_MATERIALISMO 2,5972 0,80891 395

MEDIA_TRABALHO 3,9559 0,72719 572

MEDIA_SAUDE 3,4784 0,76884 776

MEDIA_RELIGIAO 3,3710 1,28873 781

Tabela 31 - Análise Multivariada: Grau de Felicidad e x Novas Variáveis

O quão feliz na

vida você se considera

MEDIA_FELICIDADE

MEDIA_SENTIMENTOS_POS

MEDIA_SENTIMENTOS_NEG

MEDIA_MATERIALISMO

MEDIA_TRABALHO

MEDIA_SAUDEMEDIA_RELIGI

AO

Pearson Correlation 1 ,584** ,538** -,228** 0,055 ,266** ,144** -0,052Sig. (2-tailed) 0 0 0 0,276 0 0 0,147N 779 770 777 771 392 570 773 778Pearson Correlation ,584** 1 ,502** -,254** -,104* ,434** ,348** 0,047Sig. (2-tailed) 0 0 0 0,04 0 0 0,194N 770 773 771 766 391 567 767 772Pearson Correlation ,538** ,502** 1 -,300** 0,018 ,304** ,186** 0,004Sig. (2-tailed) 0 0 0 0,718 0 0 0,918N 777 771 780 774 394 571 774 779Pearson Correlation -,228** -,254** -,300** 1 ,224** -,193** -,187** 0,04Sig. (2-tailed) 0 0 0 0 0 0 0,268N 771 766 774 774 390 568 769 773Pearson Correlation 0,055 -,104* 0,018 ,224** 1 -0,117 -,239** -,105*

Sig. (2-tailed) 0,276 0,04 0,718 0 0,057 0 0,036N 392 391 394 390 395 264 395 395Pearson Correlation ,266** ,434** ,304** -,193** -0,117 1 ,295** ,162**

Sig. (2-tailed) 0 0 0 0 0,057 0 0N 570 567 571 568 264 572 569 572Pearson Correlation ,144** ,348** ,186** -,187** -,239** ,295** 1 ,244**

Sig. (2-tailed) 0 0 0 0 0 0 0N 773 767 774 769 395 569 776 776Pearson Correlation -0,052 0,047 0,004 0,04 -,105* ,162** ,244** 1Sig. (2-tailed) 0,147 0,194 0,918 0,268 0,036 0 0N 778 772 779 773 395 572 776 781

Correlations

O quão feliz na vida você se considera (escala de 1 a 7)

MEDIA_FELICIDADE

MEDIA_SENTIMENTOS_POS

MEDIA_SENTIMENTOS_NEG

MEDIA_MATERIALISMO

MEDIA_TRABALHO

MEDIA_SAUDE

MEDIA_RELIGIAO

Tabela 32 - Análise Multivariada: Correl. Grau de F elicidade x Novas Variáveis

Page 130: Relatório final_Felicidade

130

4.3.3 Media_felicidade X Gênero x Estado civil

Apesar da idéia de que as variáveis “sexo” e “estado civil” desempenham um

papel importante no nível de felicidade de uma pessoa, isso parece refutado por esta

pesquisa. Na verdade, essas variáveis combinadas não parecem ter qualquer

impacto significativo sobre a felicidade das pessoas.

4.3.4 Media_felicidade X Gênero X Esporte

Segundo as análises realizadas sobre a felicidade dos que moram em Porto

Alegre, é possível verificar, com uma relação entre as variáveis felicidade, esporte e

sexo, que não há impacto sobre a felicidade o sexo e a prática do esporte.

4.3.5 Media_felicidade X Gênero X Ter filhos

Segundo as análises realizadas sobre a felicidade dos que moram em Porto

Alegre, é possível verificar, com uma variação entre os valores : felicidade, sexo e

filhos. Se observarmos só a variável sexo e felicidade no tem impacto entre as dos

variáveis. Se observarmos só as variáveis filhos e felicidade, não tem impacto si tem

o não tem filhos.

Com uma mistura completa das três variáveis, felicidade, filhos e sexo

podemos ver que os homens são mais felizes de ter filhos que as mulheres (4,0072

para os homens contra 3.8290 para as mulheres).

Dependent Variable: MEDIA_FELICIDADE

Sexo Você tem filhos? Mean Std. Deviation N

dimension1

Masculino dimension2

Sim 4,0072 ,67812 161

Não 3,7921 ,62976 178

Total 3,8943 ,66101 339

Feminino dimension2

Sim 3,8290 ,73901 270

Não 3,8133 ,64359 150

Total 3,8234 ,70568 420

Total dimension2

Sim 3,8956 ,72126 431

Não 3,8018 ,63524 328

Total 3,8551 ,68655 759

Tabela 33 - Análise Multivariada: Media_felicidade X Gênero X Ter filhos

Page 131: Relatório final_Felicidade

131

4.3.6 Media_felicidade X Gênero X Renda

Pode-se ver que não existem diferenças significativas. No entanto, ainda há

evidências de que é verificado em homens e mulheres: maior a renda familiar é,

maior o nível de felicidade. Talvez possamos pensar que os homens que

conseguiram ter uma boa renda (R$ 5.000,00 e mais) formam relacionamentos mais

felizes em comparação com aqueles que ganham menos, enquanto para as

mulheres este nível parece ser a partir de R$2500,00.

Dependent Variable: MEDIA_FELICIDADE

Sexo NOVA_RENDA Mean Std. Deviation N

dimension1

Masculino

ATÉ R$ 1.000 3,5556 ,52200 15

R$ 1000 a R$ 1500 3,7244 ,63934 26

R$ 1500 a 2500 3,7727 ,72106 55

R$ 2500 a R$ 5000 3,7784 ,75522 85

R$ 5000 a R$ 10000 3,9890 ,51807 76

Maior R$ 10000 4,2628 ,50740 52

Total 3,8954 ,66315 309

Feminino

ATÉ R$ 1.000 3,4554 ,70960 56

R$ 1000 a R$ 1500 3,8365 ,67679 52

R$ 1500 a 2500 3,6956 ,74252 75

R$ 2500 a R$ 5000 3,9663 ,62053 94

R$ 5000 a R$ 10000 3,9975 ,59281 67

Maior R$ 10000 3,9605 ,86336 38

Total 3,8255 ,70974 382

Total

ATÉ R$ 1.000 3,4765 ,67218 71

R$ 1000 a R$ 1500 3,7991 ,66252 78

R$ 1500 a 2500 3,7282 ,73169 130

R$ 2500 a R$ 5000 3,8771 ,69224 179

R$ 5000 a R$ 10000 3,9930 ,55237 143

Maior R$ 10000 4,1352 ,69279 90

Total 3,8567 ,68968 691 Tabela 34 - Análise Multivariada: Media_felicidade X Gênero X Renda

4.3.7 Media_felicidade X Renda X Formação escolar

E difícil generalizar os números desta tabela, pois algumas categorias

representam apenas algumas pessoas (mesmo apenas 1 ou 2). Pode-se ver que as

pessoas que tem menor escolaridade, mas que têm uma boa renda, são mais felizes

do que a média. Caso contrário, as pessoas que tem maior escolaridade, mas que

ganham pouco não parecem muito contentes com a vida.

Page 132: Relatório final_Felicidade

132

Descriptive Statistics

Dependent Variable:MEDIA_FELICIDADE

NOVA_RENDA Qual o seu nível de formação escolar? Mean Std. Deviation N

ATÉ R$ 1.000

Ensino fundamental incompleto 3,7456 ,55380 19

Ensino fundamental completo 2,8958 ,84015 8

Ensino médio incompleto 3,4306 ,63746 12

Ensino médio completo 3,6032 ,55647 21

Ensino superior incompleto 3,6333 ,68109 5

Ensino superior completo 2,9444 ,91793 3

Total 3,5025 ,66945 68

R$ 1000 a R$ 1500

Ensino fundamental incompleto 3,9074 ,67757 9

Ensino fundamental completo 4,0741 ,62977 9

Ensino médio incompleto 3,7292 ,84015 8

Ensino médio completo 3,7031 ,69655 32

Ensino superior incompleto 3,8095 ,58078 7

Ensino superior completo 3,8571 ,31074 7

Pós-graduado 4,3333 ,47140 2

Total 3,8176 ,65525 74

R$ 1500 a 2500

Ensino fundamental incompleto 4,0417 ,76225 4

Ensino fundamental completo 3,7963 ,86801 18

Ensino médio incompleto 3,2949 ,91579 13

Ensino médio completo 3,8413 ,66560 42

Ensino superior incompleto 3,7414 ,61008 29

Ensino superior completo 3,6863 ,78147 17

Pós-graduado 3,5000 ,67495 6

Total 3,7274 ,73449 129

R$ 2500 a R$ 5000

Ensino fundamental incompleto 3,5667 ,78705 5

Ensino fundamental completo 4,2879 ,69957 11

Ensino médio incompleto 4,1042 ,71235 8

Ensino médio completo 3,9839 ,76902 31

Ensino superior incompleto 3,7519 ,65964 45

Ensino superior completo 3,6806 ,69431 48

Pós-graduado 4,0802 ,53183 27

Total 3,8686 ,69724 175

R$ 5000 a R$ 10000

Ensino fundamental incompleto 3,8333 ,70711 2

Ensino fundamental completo 5,0000 ,00000 2

Ensino médio incompleto 3,7381 ,48930 7

Ensino médio completo 4,1759 ,45544 18

Ensino superior incompleto 3,8333 ,46225 40

Ensino superior completo 4,0590 ,54522 48

Pós-graduado 3,8667 ,69555 25

Total 3,9707 ,55908 142

Maior R$ 10000

Ensino fundamental completo 3,8333 . 1

Ensino médio incompleto 4,1667 ,94281 4

Ensino médio completo 4,1667 . 1

Ensino superior incompleto 4,0652 ,71552 23

Ensino superior completo 4,1624 ,59048 39

Pós-graduado 4,3246 ,55687 19

Total 4,1686 ,62490 87

Total

Ensino fundamental incompleto 3,7949 ,61945 39

Ensino fundamental completo 3,8605 ,89388 49

Ensino médio incompleto 3,6442 ,79420 52

Ensino médio completo 3,8506 ,67292 145

Ensino superior incompleto 3,8188 ,60959 149

Ensino superior completo 3,9033 ,66711 162

Page 133: Relatório final_Felicidade

133

Pós-graduado 4,0338 ,63346 79

Total 3,8593 ,68233 675 Tabela 35 - Análise Multivariada: Media_felicidade x Renda x Formação escolar

4.3.8 Media_felicidade X Gênero X Formação escolar

Segundo as análises realizadas sobre a felicidade dos que moram em Porto

Alegre, é possível dizer, com uma variação entre as variáveis Media_felicidade,

Gênero e Formação escolar, que os homens são mais felizes que as mulheres visto

que, por exemplo, no Ensino fundamental completo a média de valores fica em 4,1

para os homens contra 3,7 para as mulheres. Já no Ensino médio incompleto a

média de valores fica em 3,9 para os homens contra 3,3 para as mulheres.

É possível especular que essa diferença entre os gêneros deve-se à

diferenciação sexista de remuneração praticada no mercado, pois é sabido que

homens em iguais condições de trabalho que mulheres tendem a receber melhor

remuneração.

Dependent Variable: MEDIA_FELICIDADE

Qual o seu nível de

formação escolar? Sexo Mean Std. Deviation N

Ensino fundamental incompleto

dimension2

Masculino 3,8333 ,45812 10

Feminino 3,7524 ,65351 35

Total 3,7704 ,61164 45

Ensino fundamental completo

dimension2

Masculino 4,1569 ,67564 17

Feminino 3,6944 ,92625 36

Total 3,8428 ,87487 53

Ensino médio incompleto dimension2

Masculino 3,9462 ,75079 31

Feminino 3,3590 ,72525 26

Total 3,6784 ,78985 57

Ensino médio completo dimension2

Masculino 3,8923 ,72495 65

Feminino 3,7929 ,67389 99

Total 3,8323 ,69409 164

Ensino superior incompleto dimension2

Masculino 3,7814 ,59282 93

Feminino 3,8578 ,63476 75

Total 3,8155 ,61123 168

Ensino superior completo dimension2

Masculino 3,9039 ,66933 85

Feminino 3,9029 ,65124 91

Total 3,9034 ,65815 176

Pós-graduado dimension2

Masculino 4,0444 ,61733 30

Feminino 4,0673 ,60792 52

Total 4,0589 ,60766 82

Total dimension2

Masculino 3,8948 ,66039 331

Feminino 3,8241 ,69462 414

Total 3,8555 ,68008 745 Tabela 36 - Análise Multivariada: Media_felicidade x Gênero X Formação escolar

Page 134: Relatório final_Felicidade

134

4.3.9 Media_felicidade X Ocupação

Pode-se ver que para as pessoas que têm um trabalho, não existem

diferenças significativas entre os diferentes tipos de trabalho. No entanto, podemos

notar que os mais felizes trabalhadores de Porto Alegre parecem ser os estagiários!

Também, para os aposentados, as pessoas do lar e os estudantes, não

existem diferenças com os trabalhadores.

MEDIA_FELICIDADE

N Mean Std. Deviation Std. Error

95% Confidence Interval for

Mean Minimum Maximum

Lower Bound Upper Bound

Estudante 119 3,8025 ,61217 ,05612 3,6914 3,9136 2,00 5,00

Profissional liberal / autônomo

142 3,8791 ,69620 ,05842 3,7636 3,9946 1,67 5,00

Funcionário público 85 3,9882 ,61388 ,06658 3,8558 4,1206 2,00 5,00

Funcionário de empresa privada

170 3,8392 ,67473 ,05175 3,7371 3,9414 1,17 5,00

Proprietário de empresa / empresário

47 3,8298 ,72272 ,10542 3,6176 4,0420 2,17 5,00

Estagiário 7 4,2619 ,57620 ,21778 3,7290 4,7948 3,17 4,83

Do lar 68 3,7206 ,70619 ,08564 3,5497 3,8915 2,00 5,00

Desempregado 18 3,1204 ,77080 ,18168 2,7371 3,5037 2,00 4,50

Aposentado 107 4,0452 ,58348 ,05641 3,9333 4,1570 2,50 5,00

Total 763 3,8622 ,67258 ,02435 3,8144 3,9100 1,17 5,00

Tabela 37 - Análise Multivariada: Media_felicidade x Ocupação

Só há uma correlação entre os desempregados e o grau de felicidade. Eles

estão menos felizes que as outras categorias. Esta afirmação pode ser verificada

pelo teste paramétrico abaixo, que confirma a correlação, apesar da amostra dos

desempregados ser pequena (18 pessoas).

Tabela 38 - Análise Multivariada: Correl. Media_fel icidade x Ocupação

Page 135: Relatório final_Felicidade

135

CONCLUSÃO

Em resposta direta à pesquisa, em uma escala de 1 a 7, onde 1 equivale a

“nada feliz” e 7 a “extremamente feliz”, obteve-se um resultado médio de 5,64,

indicando que o porto-alegrense apresenta um nível de felicidade elevado.

Alinhada com esta resposta, encontra-se também a resposta à afirmativa

apresentada “estou satisfeito com minha vida”; 78,2% dos entrevistados optaram

pelas alternativas “concordo” ou “concordo totalmente”. Ainda, quanto à afirmativa

“minha vida está próxima do meu ideal” tivemos 61,1% dos respondentes optando

por “concordo” ou “concordo totalmente”, e 61,7% optaram por estas alternativas na

afirmativa “minhas condições de vida são excelentes”.

Por fim 89,3% dos respondentes optaram pelas alternativas “concordo” ou

“concordo totalmente” quanto à afirmativa “considero-me uma pessoa feliz”

Em relação à atividade exercida, não foi observada variação estatisticamente

significativa no nível de felicidade independentemente da atividade do entrevistado.

De forma diversa, em relação àqueles que informam apresentar problemas

crônicos de saúde, verificou-se uma variação no nível de felicidade, sendo a média

do nível de felicidade dos que se declaram com problemas 5,43, enquanto que os

que não apresentam problemas crônicos de saúde apresentam média 5,70.

Já em relação àqueles que informaram ter ou não enfrentado no passado

problemas graves de saúde, a diferença de nível de felicidade não é

estatisticamente significativa.

Identificou-se que o fato do porto-alegrense apresentar algum tipo de mal

estar ou dor constante afeta seu nível de felicidade. Enquanto os que informam ter

dor ou mal estar tem média de felicidade 5,12 e 5,36, os que informam não ter este

mal estar apresentam média 5,68 e 5,82.

O fato de estar satisfeito ou não com seu peso não alterou o nível de

felicidade relatado, assim como ter ou não filhos, já o fato de considerar que o

ambiente lhe possibilita boas condições de saúde afeta positivamente o nível de

felicidade.

O nível de renda declarado em relação à afirmativa “estou satisfeito com

minha vida” demonstra não haver relação estatisticamente significativa entre as

variáveis. O nível de renda em relação à afirmativa “considero-me uma pessoa

Page 136: Relatório final_Felicidade

136

feliz”, porém, apresenta uma ligeira correlação, estatisticamente significativa,

aumentando o nível de concordância na medida em que aumenta a renda.

Em relação a pratica de atividades físicas observa-se uma correlação

importante, alterando a média de felicidade de 5,4 para os que não praticam

atividades físicas para 5,70 a 5,77 para aqueles que praticam; da mesma forma a

condição de fumante altera a média de felicidade de 5,39 (para os fumantes) para

5,68 (não fumantes).

Pesquisado o estado civil, não se observou uma diferença de nível de

felicidade significativa estatisticamente.

Em relação a frequentar cinemas, restaurantes e bares/danceterias verificou-

se que ocorre um aumento no nível de felicidade em relação àqueles que não

frequentam estes locais, assim como quem viaja a lazer apresenta um nível de

felicidade maior dos que não o fazem.

Por fim, observa-se que contar com uma crença religiosa não altera

significativamente o nível de felicidade do porto-alegrense.

Page 137: Relatório final_Felicidade

137

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Programa de Pós-Graduação em Ciência Política, Universidade Federal do Rio

Grande do Sul. Porto Alegre: 2010. 143f.

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ANEXO 1 - ROTEIRO DO GRUPO MOTIVACIONAL

Roteiro elaborado pelos autores e utilizado na mediação do Grupo

Motivacional:

1- O que é felicidade?

2 - Que fatores ou variáveis influenciam a felicidade?

3 - É possível medir a felicidade? Como?

4 - Quais as diferenças entre bem-estar e felicidade e como estes dois

conceitos se relacionam?

5 - A felicidade, o conceito de felicidade, varia de um lugar para o outro?

6 - Que aspectos culturais influenciam a felicidade do Porto Alegrense?

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ANEXO 2 - TRANSCRIÇÃO DO GRUPO MOTIVACIONAL

Abaixo segue a transcrição, quase literal, das trocas de idéias ocorridas

durante a realização do Grupo Motivacional (ou Grupo focal):

Mediador : Bom pessoal vamos dar inicio a nossa conversa. Como o professor já explicou,

esse encontro faz parte de uma pesquisa dos alunos de graduação, aqui da escola de administração,

e o nome da disciplina é Pesquisa em Marketing. Nessa disciplina os alunos realizam uma pesquisa,

elaboram um relatório - que normalmente, frequentemente, tem sido publicado na Zero Hora, por

exemplo – o professor citou alguns exemplos e outros exemplos de assuntos que a gente já abordou,

por exemplo, o impacto da Lei Seca em Porto Alegre, a opinião dos porto alegrenses sobre a

proibição de fumar em ambientes fechados e o últimos deles, mais recentemente, a gente traçou

perfis de consumo da zona norte e da zona sul de Porto Alegre, evidenciando diferenças,

semelhanças, nesse sentido.

Nesse semestre a turma decidiu tentar medir o nível de felicidade dos porto alegrenses. Hoje

nós temos aqui representantes de diversas áreas que, de uma maneira ou outra, se relacionam com

esse nosso tema. Temos pessoas da filosofia, da psicologia, pessoas ligadas à espiritualidade. Então

nós vamos debater esse assunto da felicidade. Esse é um debate aberto, não existe certo ou errado,

nós queremos ouvir tudo o que vocês tiverem para nos dizer sobre esse tema. Mas ainda sim, em

alguns momentos, nós teremos que interromper algumas idéias, por que apesar de aberto, tem

alguns pontos que nós buscamos evidenciar ao longo dessa nossa conversa. Então quando eu

interromper, não é porque a idéia não está interessante, mas por que nós precisamos dar sequência,

nosso tempo é curto.

Então retomando, meu nome é André, sou estudante de Administração aqui do curso, faço

parte dessa turma, desse semestre. Eu vou pedir então, inicialmente, eu vi que todo mundo já

conversou um pouquinho, mas que se apresente formalmente. Seu nome e diga o que faz para a

gente ter no vídeo, saber com quem nós estamos conversando e de onde as idéias estão vindo.

Alguém quer começar?

Sr. João: boa noite sou João Paulo, tenho 30 anos. Minha formação é na PUCRS, sou

relações publicas jornalista. Tenho uma pós-graduação em marketing estratégico também pela

própria PUCRS. Não atuo na área acadêmica, nem de pesquisa. Fui para área empresarial, eu tenho

uma empresa de turismo, uma casa noturna aqui na João Alfredo, e uma empresa de comunicação

que presta serviços pra Vivo, TVA, empresas de televisão, e faço marketing de tudo que é área que

eles necessitam.

Sra. Edelmira: boa noite a todas, eu sou Edelmira de Quadros Pires, sou professora,

também estudei na PUCRS, mas atualmente estou aposentada e me dedico à espiritualidade. Eu me

dedico à filosofia Seicho-No-Ie, uma filosofia religiosa. Então eu me encontrei espiritualmente nessa

filosofia, e trabalho, me dedico à divulgação, através de atividades como: palestras, cerimônias e

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práticas que a gente realiza lá. Então basicamente, essas são as minhas atividades. Também

continuo estudando, mas daí é mais por opção, estudo espanhol, frequento academia de ginástica.

Mediador : pessoal, eu vou pedir para nós sermos bem breves para atacarmos logo o nosso

assunto. Basicamente o nome e o que faz.

Sr. Mauro : meu nome é Mauro Kwito, eu sou médico, e trabalho com a psicoterapia

reencarnacionista. Que é uma terapia baseada na reencarnação. É uma nova psicologia, aonde nós

queremos ajudar as pessoas a aproveitar essa encarnação, no sentido da evolução espiritual, no

sentido de voltar pra casa melhor que voltamos.

Sr. Felipe : bom meu nome é Felipe, eu tenho 25 anos. Eu sou formado em administração de

empresas, eu trabalho com negócios sociais, e com negócios que tenham relação com

sustentabilidade.

Sr. Fábio : meu nome é Fabio, eu tenho formação aqui na UFRGS em filosofia, graduação,

mestrado, e estou fazendo doutorado agora. Estou terminando o curso de direito, também aqui na

UFRGS. E eu trabalho com educação, projetos nos colégios, ensinando a gurizada como estudar

sozinhos, como programar os horários e ter autonomia no aprendizado.

Sr. Renato : olá, meu nome é Renato Ike, eu sou médico nefrologista, trabalho basicamente

no Hospital Moinhos de Vento, mas também no Hospital de Clínicas e no Instituto de Cardiologia. E

nas horas vagas, no tempo livre que sobra, eu faço direito à noite na PUCRS.

Sr. Rosa : sou Rosa Helena Santos sou psicóloga, mestre em gerontologia, trabalho com

psicoterapia e envelhecimento.

Sr. Malinsky : meu nome é Rogério Malinsky, sou arquiteto, me expulsaram no ano passado

da arquitetura da UFRGS, por rodar em história, e além da atividade acadêmica, que não foi minha

atividade primária, principal antes de entrar na UFRGS, eu desenvolvi trabalhos profissionais,

principalmente na área do urbano em grande escala, que me preparei no exterior, inclusive bastante

tempo, na área do urbanismo, principalmente em lazer e recreação, e tem aqui o Marinha do Brasil

que é projeto meu, tem vários projetos assim na área de espaços abertos, espaços coletivos.

Sr. Ivo: eu sou Evo, tenho formação jurídica, filosofia, parte de teologia, sou diretor de uma

instituição de assistência social Caritas do Mensageiro da Caridade, e um pouco, nas horas vagas,

sou diácono da igreja católica.

Sr. Thiago : eu sou o Thiago Ourives, minha formação é aqui da UFRGS mesmo, na

comunicação social e trabalho não muito nessa área, acabei me especializando em outras áreas de

consultoria empresarial, mas sempre me envolvendo na comunicação também.

Sr. Lores : eu sou Lores Meller, sou médico psiquiatra, psicanalista, trabalho mais com

psicanálise. Trabalho basicamente em consultório e fiz minha formação psicanalítica em Buenos

Aires, 7, 8, 9 anos fazendo isso.

Mediador : obrigado. Então como nosso professor gosta de dizer: "Começamos do maior para

o menor”. Indo bem direto ao ponto, talvez não tão simples, o que é felicidade?

Alguém se arrisca em dar o primeiro ponta pé inicial nesse debate aqui?

Sr. Mauro : eu posso começar. Alguém tem que começar (risadas). Eu, pra mim, com 62 anos

de idade, pra mim felicidade é quando nosso ego, ele está relativamente alinhado com nosso espírito,

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no sentido assim, de estar trabalhando por causas social, causas boas, causas justas, pelo bem

comum, sem visar materialismo, fama, lucros enormes, ou seja, quando a gente sente que esta

fazendo um trabalho social, espiritual que ajude a gente e todas as pessoas. Isso é o que me traz

mais felicidade.

Sra. Rosa : eu acho que é bem complicado a gente definir felicidade, mas a gente poderia

tentar compor, assim, com aspectos, que caracterizaria a felicidade. Claro, acho que a felicidade se

compõem por bom humor, alegria, com realizações, situações de satisfação pessoal nos seus

movimentos, nos seus projetos. O sofrimento faz parte da vida, mas quando a vida não se pauta pelo

sofrimento, a gente esta mais conectada com esses aspectos da felicidade. E acho que daqui nós

podemos partir para muitos aspectos, porque falar de felicidade é bem complicado, né, eu acho que é

subjetivo demais e talvez a gente pudesse captar são elementos pra construir essa idéia.

Sr. Malinsky: eu acho que nós somos uma geração que estão impregnados com a fantasia

da felicidade hollywoodiana, sim, que a felicidade, tinha que ser feliz, mas a felicidade era uma

felicidade muito superficial, de aparências, quase eu tinha a obrigação de ser feliz, e, portanto seria

algo extremamente artificial, porque a gente sabe ou ficou sabendo depois, que a gente constatava

isso, que aquilo fazia parte de um pacote maior de "culturamento", "culturação". Então a infelicidade,

ou a dor, vamos dizer assim, era uma coisa fora da pessoa, não existe dor, o que existe é "A

Felicidade", então se você se sente bem, o mocinho e a mocinha se beijando, isso é uma coisa, então

nós fomos impregnados nesse conceito fantasioso de felicidade que se criou na vida. A outra coisa é

que eu acho que é felicidade, é uma situação individual, pode haver socialmente, agora tá sendo

muito discutido ali na mídia, esse tal de feeling good, tem até um cientista político norte-americano

que diz que a pessoa vota na situação, porque está se sentindo bem, diz que agora, nas eleições, ta

acontecendo isso. Por que vai mudar se eu estou me sentindo bem? O tal do feeling good. Então

esse feeling good, é uma escala social, mas eu acho que a felicidade tem que ser vista de um ponto

de vista individual. Por que? Eu até ia fazer uma cópia, mas não deu tempo, de um livro, de alguns

anos atrás, que me impressionou do Antonio Damasio neuro-cientista português que é chefe de

serviço em neurociência nos estados unidos, e ele tem um livro maravilhoso que é o “Mistério da

consciência” que eu recomendo pra todo mundo. Eu sou arquiteto, mas sou curioso também. Aí o

Damasio diz assim, entre aspas, que quando uma pessoa está na praia, tomando um banhozinho de

sol, com uma sensação boa, ai é um dos lugares básicos, desde o mosquito até o ser vivo, que é o

equilíbrio com o meio externo, ele acha assim, quer dizer, que o equilíbrio da vida interior, que até

depois do livro ele desdobra que não é do individuo, é da célula. A célula mantém um equilíbrio

interno apesar das ameaças, vamos dizer assim, do desequilíbrio externo. Então essa busca pelo

equilíbrio, que é a palavra chave dele, que depois um cara, mais tarde, um cara americano chamado

Cannon, eu gravei o nome porque é o mesmo nome da marca da máquina, e esse cara que carimbou

e inventou o tal do nome de homeostase, que é um nome grã-fino, pra dizer que é um equilíbrio entre

a parte interior e exterior. Então o Damasio diz, que o mosquito, ser vivo, precisa basicamente de

duas coisas; uma é a reprodução, se não eu não estaria aqui, e a outra é o equilíbrio. Então o

equilíbrio das mais variadas formas, cada um busca como pode e conforme sua ideologia ou não,

conforme seu temperamento e tal, a busca desse equilíbrio. Lá no fim do livro, o Damasio diz assim:

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não esqueçamos que a gente vive sobre uma grande sombra da hereditariedade. Quer dizer, claro

que nós vamos buscar o equilíbrio, mas nós temos uma marca de fábrica dos nossos pais, nossos

ancestrais e etc. Então eu acho esse equilíbrio uma arte, como tem que ser uma preocupação

individual, busca individual, é uma arte, assim que eu digo que é um fio da navalha, quer dizer, se a

pessoa... quem é feliz é aquele que fica satisfeito com o que tem, com o que é. Eu não vou viver

angustiado porque não tenho um Audi 2010 quatro portas, mas isso não pode me reduzir a um

conformismo, estagnação porque tenho meu fusquinha ano 61, mas eu estou feliz.

Mediador : então seria, pelo que eu pude entender, uma busca individual pelo equilíbrio.

Sr. Malinsky : exatamente, e ai é a capacidade, a sorte da pessoa, de saber o que é que ele

pode avançar, manter o equilíbrio em busca, ele evolui, mas sempre com o equilíbrio. Quer dizer, ele

tem uma banda, ele arrisca, ele aventura, mas ele sempre corre um risco, evidentemente, mas é isso

que é uma das motivações da vida, esse risco com essa busca.

Mediador : eu queria aproveitar, e fazer uma pausa e apresentar a Claudia que se juntou a

nos, agora. Claudia, a gente já iniciou o nosso debate, e a primeira pergunta que eu fiz pra todo

mundo foi, o que é a felicidade. Então, pra tu te situares, esse é o ponto do nosso debate, no

momento. Alguém que acrescentar alguma coisa a mais?

Sra. Edelmira : então, para mim a felicidade é um estado de espírito porque eu tenho por

principio, que nós somos seres espirituais manifestados na forma de seres-humanos, homem ou

mulher. Então, a felicidade sendo um estado de espírito, nós somos felizes porque somos seres

espirituais, a gente não vê, não toca a felicidade, a gente sente, porque é originária do nosso ser

espiritual. Então aqui nesse livro, que faz parte da coleção sobre Seicho-No-Ie, são 40 volumes, diz

assim: "Uma vez que nascemos nesse mundo como seres-humanos, queremos levar uma vida

humana feliz, este é o desejo natural de cada um de nós, porém este mundo não esta habitado

somente por pessoas felizes. Existem muitas pessoas infelizes, por que será? É que essas pessoas

não conhecem as leis mentais, e nem tampouco sabem o que é felicidade."

Mediador : então seria um estado de espírito?

Sra. Edelmira : pra mim é. Exatamente. E como nós somos seres pensantes e seres que se

emocionam, então as nossas emoções, nossos sentimentos dão origem aos nossos pensamentos e

não podemos deixar de considerar, que como seres humanos, somos seres livres. Então, os nossos

pensamentos, nossos sentimentos que originam nossos pensamentos, que se formam no nosso

mental, é que determinam nosso destino, está sobre nossa responsabilidade. Nossos somos felizes

ou infelizes dependendo de cada um de nós, de nossos pensamentos principalmente.

Sr. Ivo : eu vou procurar fazer colocações rápidas, que é mais prático pra jogar a bola um pro

outro. Eu vejo a felicidade como um estado, sim, da pessoa humana que vê satisfeitas as suas

aspirações e atendidas as suas necessidades, que são múltiplas, desde a parte antropológica,

sociológica, emocional, mas eu sou diácono na igreja católica e eu vejo como a necessidade pra ser

feliz, é ter atendida também a dimensão espiritual, transcendental, religiosa.

Mediador : então o senhor concorda que a felicidade...

Sr. Ivo : é um estado de espírito subjetivo.

Mediador : é o ultimo e daí vamos seguir para o próximo.

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Sr. Fabio : eu sou quero fazer algumas observações. Eu acho que é importante essa questão

de a felicidade ser algo subjetivo, individual ou com que medida que ela esta relacionada com o meio

que a gente vive. Tem até um dito do Aristóteles que é o seguinte: "O ser humano que vive fora da

apólice é um deus, ou um bruto, no sentido que uma vida humana só é possível com a convivência

com outras pessoas, não é que uma pessoa fora da apólice se bastasse a si mesmo sendo um deus,

ou vai ser um bruto, como um animal, vai comer, dormir, e isso vai bastar a ela. Então o ser - humano

é um ser de necessidades e, uma espécie de um ser que constrói possibilidades em conjunto, e da

construção dessa possibilidade, desse exercício, dessa liberdade, dessa autonomia, se sente feliz. É,

então, realmente a felicidade têm alguns aspectos de subjetividade inegáveis, a gente precisa sentir

essa satisfação em termos dessas coisas mais materiais, uma alimentação, não sentir dor e esse tipo

de coisa. Mas tem uma satisfação que está relacionada com o exercício de uma capacidade própria

do ser humano, que é a liberdade. Então a gente poderia dizer, por exemplo, porque o cachorro é

feliz, mas é muito diferente dizer que um cachorro é feliz e que uma pessoa é feliz. O cachorro é feliz

tendo aquelas coisas básicas sendo atendidas e uma pessoa feliz parece uma pessoa que consegue

traçar seu próprio destino."

Sr. Thiago : ser um cachorro.

Sr. Fabio : sabe que esse é tema super caro pra filosofia. Bom, seria mais fácil se nós

fossemos um cachorro. Então porque a gente é racional, porque é que a gente é humano, isso é

ruim? Na verdade, se tu fores pensar que a tua satisfação se esgota, os teus desejos, teus prazeres,

vontade de dormir, comer, não sentir dor, seria melhor eu não ter razão, não ter liberdade. Se tu fores

pensar que o ser humano é um ser especial por que tem a capacidade de fazer as suas escolhas, de

repente escolher o sofrimento pra ter um outro prazer, escolher o sofrimento pra ajudar o outro e

construir uma comunidade, eu tenho, ai, que o ser humano pode ser muito mais feliz que um

cachorro. E a felicidade humana, então, vai ser a felicidade de um grau mais elevado, uma espécie

de pleno, uma existência mais plena.

Mediador : tu estas dizendo que a felicidade está ligada com o relacionamento social,

interpessoal e aspirações.

Sr. Fabio : é, eu posso dizer assim, de uma forma breve, tem um aspecto subjetivo que é

nossa satisfação, mas tem alguma que coisa que nós podemos dizer que o nosso objetivo é no

sentido que uma pessoa pra ser verdadeiramente feliz, ela precisa ser dona da sua vida, dona do seu

destino, das suas escolhas. Uma pessoa que não consegue fazer as suas escolhas não vai ser uma

pessoa feliz.

Sra. Claudia : bom, boa noite, eu sou psicóloga, professora de psicologia e trabalho com uma

área de pesquisa dentro da psicologia bem nova, que estuda o desenvolvimento positivo, e dentro

dessa área, mais especificamente, a gente tem uma área que estuda a felicidade, mas pra psicologia,

na área da ciência, é entendida como um bem estar subjetivo. É um conjunto de varias teorias que

vem sendo estudadas pela psicologia e entende que a “felicidade” é, na realidade, um processo de

avaliação que a gente faz da vida, e a psicologia foi estudar como é que se faz esse processo. Por

que é que alguns param e avaliam a vida, e cognitivamente entendem que a felicidade é o quanto

que eu estou satisfeito com a minha vida, ou não. Então é um processo cognitivo no primeiro nível. E

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a felicidade, esse sentimento de se sentir muito bem também é um processo afetivo. Então assim, a

gente também experiência emoções, afetivos positivos, então quando estou alegre e também

experiência emoções e afetos negativos, depressão, raiva. Então o desequilíbrio vai te dizer. Então é

um processo bem complexo. Mas as primeiras teorias falavam o seguinte: "Vamos investigar o que q

é que deixa as pessoas mais felizes.”

Sr. Fabio : mais feliz ou mais alegre?

Sra. Claudia : mais feliz, ou com mais bem estar. Dentro do olhar da ciência.

Mediador : daí eu aproveito só pra só pra dar uma perguntinha. Qual seria então a diferença

de bem estar e felicidade na visão da psicologia?

Sra. Claudia : depende do autor, também do pesquisador que esta estudando, e na realidade

a maioria deles entende que a felicidade é uso do termo de senso comum pra o estudo do bem estar

subjetivo, que é esse processo, que é um processo cognitivo, afetivo, de avaliar o quanto que a

pessoa se diz satisfeita, se diz vivenciando uma emoção boa, ou seja, “feliz”.

Sr. Lores : bom, eu acho que realmente o tema é instigante e em um complexo de definição,

porque eu diria, ouvindo aqui, eu vou falar dentro da minha perspectiva. Eu acho que nós temos que

diferenciar o que é, pra mim, necessidade, e o que é desejo. O ser humano é basicamente um ser

desejante. Se vamos comparar, ele é um ser, de algum modo, talvez contrarie algum de nós, mas eu

acho que é isso, ele é desnaturalizado, ele é cultural. Não é uma coisa, não é um instinto que se

satisfaz, e ai ele vai dormir tranquilo. Ele esta envolvido por um desejo, e esse desejo, ai é que está o

drama, é que não se realiza nunca. Então se a felicidade é a realização de um desejo, o ser humano

está fadado a fracassar. Agora, se a felicidade é a busca do desejo, aí está bem. O caminho, feliz

porque estou sempre almejando algo. Como seriam as estrelas do céu, que nos orientam, nunca

vamos alcançá-las, mas talvez seja necessário. A felicidade, eu colocaria mais dentro dessa utopia,

dessa busca.

Sr. Lores : Sou feliz porque estou sempre almejando algo. Como seriam as estrelas no céu

que nos orientam. Nunca vamos alcançá-las, mas talvez seja necessário. Eu colocaria mais dentro

desta utopia, esta busca.

Mediador : Existe uma certa aceitação deste argumento. Alguém não concorda que a

felicidade seja esta busca?

Sr. Thiago : eu discordo. Eu entendo tudo isto. Vejo que há também uma compreensão do

sentido individual da vida de cada um que vai facilitar este seu objetivo. Qual a função da publicidade

hoje? A publicidade hoje lê os sonhos coletivos. Eu sou bombardeado por toda uma cultura de

Hollywood, e é aquilo que o cachorro não tem: o sonho coletivo. Ele não assiste o comercial da

pedigree para ver se ele é mais ou menos cachorro ou se ele come uma salsicha no chão ou a que

vem em uma lata. Ele come. Se supriu bem... certo? Para ele é só uma coisa. Para nós não é só mais

uma coisa. A partir do momento que nossas necessidades mais básicas e mais coisas são supridas,

nossos desejos vão criando novas necessidades e assim por diante. E hoje, o papel do publicitário é

justamente ler estes desejos e saber dar a resposta a estes desejos e saber como gerar consumo. Eu

vejo a felicidade como ver o ser humano se comportar como um cachorro, ou seja, para mim está

tudo bom o que me dão, vou atingindo meus objetivos, vou tendo um pouco de lazer, vou tendo um

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pouco de sucesso, vou tendo um padrão familiar que me deixa acima de alguns e abaixo de outros, e

aceito que este padrão de sucesso está bom. Só que este ideal talvez não seja o ideal para aquela

pessoa. Talvez não seja o ideal procurado por ela. Muito provavelmente seja um ideal hereditário, um

ideal que veio, que já existiu. E talvez acho que o ideal maior seja a procura de Deus. Muitas pessoas

escapam disto. Acho que Deus é um destes caminhos, como outras espiritualidades podem

apresentar também. Outras espiritualidades apresentam na busca. A felicidade estaria no caminho.

Com certeza acho que a realização está no caminho. Mas há uma realização muito maior com a

compreensão do propósito como um todo. Não gostaria de discordar. São apenas mais argumentos.

Sr. Renato : apenas complementando, a felicidade é este estado de espírito. Isto é de comum

acordo. Não existiria a felicidade se não existissem momentos infelizes. As pessoas não valorizariam

a saúde que têm porque já assumem que aquilo. É uma coisa garantida até o momento que elas

perdem a saúde, pelo menos momentaneamente, para então, aí, apreciar a saúde. Como médico é o

que eu vejo. Uma paciente está há quarenta dias no hospital e diz que às vezes está tão deprimida

de estar no hospital e eu digo que ainda bem que se sente assim. Pior se estivesse gostando de ficar

no hospital por quarenta dias. Isto seria um problema sério. E a gente acaba vendo isto nestes

pacientes também. Têm pessoas que pedem para não ter alta porque está tão bem no hospital

alegando que em suas casas tudo está um horror. Acho que tudo tem os dois lados. Não existiria

infelicidade se não existissem momentos infelizes. Lembro do livro do Eduardo Janete que ele

discorda dizendo que “como seria se houvesse a pílula da felicidade?”. Mas onde estariam as

diferenças se todos fossem plenamente infelizes? Todos seriam felizes o tempo inteiro, e todos são

iguais. Acabou, tudo começa do zero num patamar acima. No fundo não adiantaria nada.

Sr.Thiago : esta é a felicidade como uma ausência de dor. Com ausência de mal.

Sr. Renato : Complementando a parte citada do cachorro, há um livro onde o início diz que

os animais são felizes desde que tenham saúde e comida para se alimentarem. Os homens, talvez,

devessem ser também, mas não o são, pelo menos na maioria dos casos. Por estas razões

(apontando para o Sr. Lores) que eu concordo plenamente. O psicanalista diz que seria a busca pelo

desejo e não pelas necessidades. Necessidades básicas talvez sejam coisas mais fáceis de atingir,

mas a partir dali tem uma certa mudança. Talvez os trabalhos científicos mostrem que até o ganho

monetário da pessoa melhora a percepção de felicidade e bem estar quando vai de uma miséria

absoluta até o momento que a gente atinge o suficiente para poder manter bem toda a família, com

saúde adequada, alimentar os filhos e talvez prover educação. O valor é de U$ 10.000,00. Uma

revista americana chamada "the journey the happiness studies” fez um estudo para ver o grau de

importância que se valoriza isto. Hoje têm revistas que praticamente só estudam trabalhos como

estes. Eu acho interessante trabalhos científicos que lidam com isto porque vão além da opção

pessoal de uma pessoa ou de outra. E neste trabalho, especificamente, quando o ganho ultrapassou

U$ 10.000,00 anuais, a partir daí o ganho monetário vai aumentando e a percepção da felicidade é

exatamente a mesma. O que eles dizem é exatamente assim: “olha, nós não trabalhamos para poder

comprar o próximo café da manhã para a família. Nós trabalhamos para tentar surpreender e, de

alguma forma, demonstrar nossas capacidades perante nossos vizinhos". Um dado interessante é

quando a gente olha as pessoas ao redor, por exemplo um mendigo na rua quando pede esmola, ele

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não inveja o dono do carro para quem ele tá pedindo esmola. Ele inveja o outro mendigo que é mais

simpático que ele e ganha mais do que ele. Isto é uma coisa natural.

Sr. Malinsky : há um autor que diz que a medida de felicidade que nós temos é a aparência

de felicidade que temos. Se eu consigo externalizar, se eu tenho uma fachada feliz, as pessoas se

artificializam cada vez mais para montar esta fachada de felicidade para se tornarem felizes entre

aspas.

Sr. Renato : felizes para os outros.

Sr. Malinsky : sim. Para os outros.

Sr. João : felicidade é ser ou estar? Eu vejo que é emoção, é sentimento, é individual,

depende da expectativa de cada um: se é bem material, sentimental ou se sou feliz apenas porque

minha família é boa. Eu não sou feliz porque o Grêmio deixou o Flamengo empatar e eu saí triste

quarta-feira do Olímpico. Outro exemplo é se eu estou muito feliz e deu certo o investimento que eu

fiz. Não sou feliz porque não tenho meu pai do meu lado que já faleceu. Eu vejo que eu estou feliz e

não estou. Isto é momentâneo.

Sr. Fábio : uma coisa que tem de ser distinguida é felicidade de alegria. Bem estar é um dos

componentes. Se for pensar o bem estar de um modo mais amplo, se for um bem estar de alma, se a

pessoa se sente bem com a alma dela, mas fisicamente ela não está numa situação de bem-estar,

numa situação confortável. Mas ela é feliz porque ela está fazendo exatamente o que ela devia estar

fazendo naquela situação.

Sr. João : Mas ela (a felicidade) é ou está?

Sr. Fábio : depende da situação. Se for um sentimento aí se tem um está. A pessoa está feliz.

Mas se for o “ser feliz” pode pensar numa pessoa que é feliz e talvez nem saiba. Eu era feliz e não

sabia. Por exemplo: pode pensar numa pessoa que ela vive num estado que tem um certo nível de

satisfação e ela gostaria de ter outras coisas na vida e acha que ela não é feliz. Se ela passar por

uma situação na vida dela, ou de repente amadurecendo, ela consiga se dar conta que naquele

estado que ela vivia ela era feliz. E agora, se ela pudesse voltar...

Sr. Thiago : então ele não foi feliz em nenhum dos dois estados.

Sr. Fábio : Talvez. Este é um dos problemas dos conceitos de felicidade.

Sra. Cláudia : a gente tem que entender que nós temos esta avaliação geral que estou

satisfeita com minha vida como um todo e a psicologia vai além. Na verdade o modelo é

multidimensional. São vários domínios. Eu posso estar muito feliz, com nível de bem estar alto,

satisfeita com meu trabalho, mas minha vida em casa, com a família, está em uma fase ruim. Eu

tenho meu relacionamento com os amigos. Pô, faz quantos meses que eu não vejo meus amigos,

que eu não saio para jantar? A gente está se dando conta que o modelo é muito amplo e é feito por

vários domínios. É complexo. A gente pode parar e fazer a avaliação que é do momento e ela tem

uma parcela que é de estado, mas a tem uma parcela que a psicologia chama de traço, de ser e de

estar. O ser é o traço e o estar é...

Sr. Fábio : é genética.

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Sra. Cláudia : Exatamente. Porque a psicologia foi estudando e se dando conta que uma boa

parcela que determina isto é a personalidade. Como é que a gente é. Este processo, a forma como

eu vou avaliar como eu estou é determinado pela forma como eu sou, ou seja, como eu penso...

Sr. Malinsky : os valores, as crenças.

Sra. Cláudia : Vai além dos valores e das crenças. Tem a ver com a personalidade. Grande

parcela dela é genética e outra é do ambiente que a constituiu.

Mediador : seria, então, o fato de duas pessoas absorverem a mesma situação de formas

diferentes?

Sra. Cláudia : Exatamente. Foi aí que a psicologia se deu conta que, depois de investigar

todas as variáveis sociodemográficas (educação, se é casado ou não é casado e quem é mais feliz),

e todos estes estudos. Aí este estudo concluiu que existe impacto mas ele é pequeno. O que

determina mesmo é a personalidade. Então, porque uma mesma pessoa... (cita um exemplo): eu

estava vindo para cá e bati o carro. Uma pessoa acha um horror, fica estressada e a outra interpreta

o evento de uma forma bem diferente. Ela pensa “que bom, já era hora de eu trocar de carro”.

Mediador : pede para cada um falar de uma vez.

Sr. Lores : A dificuldade é realmente definirmos o que é felicidade para cada um de nós. Me

parece que cada um tá tendo um conceito diferente. Precisamos alinhar conceitos (complementa

Thiago). Talvez até dentro da área de administração se a gente falasse em mercado e ver o nível de

felicidade de Porto Alegre, realmente, eu acho que a gente passa a ter que discutir uma determinada

faixa, que ela é de uns certos aspectos mais práticos do que as coisas mais subterrâneas, que cada

um vai ter a sua visão, sua interpretação e suas teorias. Por que se não fica assim...são lentes, né?

(ajuda Cláudia).

Mediador : Retificando o que eu falei no início, a gente aqui não está buscando um

consenso, definir aqui o que é felicidade. A gente quer exatamente ouvir o que cada um de vocês

pensa a esse respeito. Então, como a gente já ficou bastante tempo nessa primeira pergunta, que foi

bem ampla e com bastante informações.

Sr. Renato : São quantas, só pra gente ter uma ideia?

Mediador : Dependo do andar da carruagem. Só pra gente não te prejudicar, ficar falando 2

horas e depois tem mais 10, complementa Renato.

Nessa nossa primeira etapa, a gente abordou diversos aspectos, foi citado saúde, foi citado

questão monetária, foi citada genética, foi citado espiritualidade, foram citadas as necessidades, as

aspirações (complementa Cláudia), a questão social (complementa Renato). Então, agora, eu

pergunto pra vocês, que outras variáveis vocês identificam que compõem a felicidade? Que

influenciam a felicidade?

Sr. Fábio: sorte.

Sr. Thiago : Que tem uma teoria de marketing, que se não me engano, se chama Maslow.

Que ele organizou, criou um método científico que não me lembro bem, ele organizou as

necessidades em forma de pirâmide, que é justamente isso que a gente tava falando. Ou seja,

alguém só vai transformar um desejo de consumo numa necessidade, depois que a necessidade

básica dele já está suprida. Entende? Exemplo: fome é algo básico pra todo mundo. Então, ninguém

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vai estar preocupado com o carro ou com a roupa que está vestindo, se você tá com fome. Vou dar

um exemplo: se der uma vontade de ir no banheiro em alguém aqui, tu vai parar de se preocupar com

que o outro tá pensando de ti, com o que eu vou, se eu tô falando disso ou tô falando mal, se eu tô

preocupado em ir no banheiro. Passa na frente das outras.

Mediador : Então, seria a satisfação das necessidades. Exatamente, diz Thiago. A hierarquia

das necessidades, complementa Renato.

Sr. Thiago : Alguém só vai se preocupar ou só tende a se preocupar, na visão do Maslow,

com a necessidade de satisfazer o seu sentido da vida espiritual, por exemplo, se ela não estiver

passando fome. Dificilmente, alguém com fome vai se preocupar em ajudar o outro. De novo, na

visão desse cidadão (Maslow).

Sr. Felipe : Nesse teu ponto, então, por exemplo, uma pessoa que passa fome não seria tão

feliz como uma pessoa que…Responde Thiago: Não, não necessariamente. Na verdade assim, ela

comendo é muito mais feliz que tu comendo. Entendeu? Porque ela satisfez toda a necessidade dela.

Tá, mas daí a gente volta pro…diz Felipe. Complementa Thiago: Mas ele, por exemplo, vem de uma

família que nunca tinha o que comer, arranjou um emprego e agora tem um arroz e feijão todo dia, tá

feliz da vida.

Sr. Felipe : Aí a gente volta pro conceito da felicidade e a necessidade. Thiago complementa

ele, dizendo que vai colocar a felicidade como algo constante.

Sr. Thiago : Quando falo em felicidade, pelo menos pra eu entender o que eu tô falando,

felicidade é um estado constante. Porque, o que ele desejava, ele conseguiu. Entende? Podia não

ser o desejo de um ou de outro, e talvez gere infelicidade, a partir do momento que ele almejou outra

coisa. Vamos supor, ele se mudou para um bairro onde todo mundo tem mais o que comer, todo

mundo tem um carro. O mediador questiona: a expectativa seria outra variável na comparação com o

meio? Thiago continua: Todo mundo aqui, sem querer nivelar todos nós, mas nós somos

razoavelmente bem sucedidos, estamos todos bem vestidos, ninguém aqui tá com fome. E, se tiver

temos aqui os salgadinhos, complementa o mediador. Pois é, pensaram na nossa felicidade. Pra

gente conseguir pensar, conseguir ir adiante, até discutir a espiritualidade. Se pegar alguém da rua

pra cá, não vai discutir mais nada, vai procurar matar a fome e vai ficar muito feliz com todos nós.

Mediador : Só por uma questão de seguir a ordem. O Mauro tinha pedido a palavra primeiro.

Sr. Mauro : Eu tenho uma visão muito simplista dessa questão, porque eu tenho muita

admiração pela cultura oriental. E os orientais falam muito na aceitação e falam muito na ilusão, nas

ilusões. E como eu trabalho com a reencarnação, há cerca de 20 anos, com a terapia de regressão

em mais de 6 mil pessoas, inclusive, em mim próprio com outras pessoas, eu já acessei várias vidas

passadas minhas. E nessas vidas passadas, eu era muito infeliz, porque eu acreditava que eu era

aquela pessoa que eu vivi numa vida passada. Quando eu me vi como um oficial romano, há 2 mil

anos atrás, eu era muito infeliz porque eu era muito vaidoso. Quando eu me vi numa outra

encarnação como um negro, eu era muito infeliz porque era negro. Quando me vi numa outra

encarnação como um mendigo, eu era muito infeliz porque eu passava fome. E quando me vi, na

minha última encarnação, como um escritor russo que bebia muita vodka, era muito famoso, eu era

muito infeliz porque eu era muito revoltado, tinha muita mágoa e muita raiva. E nessa reencarnação,

Page 151: Relatório final_Felicidade

151

eu já fui muito infeliz, porque sou apenas a continuação desse eu de todos estes séculos. E, hoje em

dia, pra não me estender demais, eu tô começando a me convencer que o sofrimento tá no

pensamento. E que do pensamento vem o sentimento. Depois de 20 anos atendendo em consultório,

eu mais ou menos, simplificando, me parece que tem dois tipos de pessoas: as tristes e as brabas.

A pessoa triste, ela tem pensamentos que levam ela a tristeza, normalmente, ilusórios. Por exemplo,

uma pessoa que falou que passou fome numa família muito pobre. Essa pessoa reencarnou numa

família pobre por motivos “cáridos”. Mas, aquela visão dela, eu vim numa família pobre pode trazer

uma mágoa ilusória que leva pra tristeza e leva à infelicidade. As pessoas com muita raiva, elas

também estão com o mesmo geralmente equivocado e ilusório, baseado apenas na sua infância pra

cá. Quando nós somos seres com o mínimo de 2 milhões de anos, nós analisamos a nossa vida nos

últimos 30, 40 anos e queremos nos entender. Eu acho isso extremamente difícil. Pra resumir, pra

mim, a felicidade ou a infelicidade está no pensamento, o que a gente sente, o que a gente quer da

vida e o que a gente faz.

Mediador : Agora é a Cláudia, depois o Fábio.

Sra. Cláudia : Tem um conjunto de estudos e eu li, inclusive, um artigo. Eles acompanharam

as pessoas que ganharam na loteria nos Estados Unidos. Exatamente, pra acompanhar a questão do

nível de bem estar. E aí, o que se imagina, a pessoa ganha na loteria, lá é um pouquinho diferente o

sistema, porque a maior parte do dinheiro, a pessoa vai recebendo ao longo de anos, não recebe

tudo numa bolada. Mesmo assim, ela no início recebe uma grande parcela do dinheiro. Depois, ela

vai recebendo o resto. E eles acompanharam através de estudos longitudinais, por um tempo, e

também tem estudos com atletas de alto desempenho. E aí, eles acompanharam e foram medir o

nível de bem estar, dentro do modelo teórico da psicologia e tal. Aí, saiu os primeiros, as primeiras

avaliações. O que acontece com uma pessoa que ganha uma grande quantidade de dinheiro, né?

Uma pessoa que vivia numa situação modesta, ela vai procurar trocar de casa, daí vai sair do bairro

onde ela tá acostumada, onde conhece todos os vizinhos, ela vai se mudar. Em geral, ela vai parar

de trabalhar, vai viver de renda, ela não vai precisar e ela para de trabalhar. Então, toda rede social

que ela tinha por causa do trabalho, ela vai perder. Pelo menos, parcialmente, por grande parte do

tempo, ela vai perder. Então, os estudos mostraram que imediatamente, após o momento de

ganharem grande quantidade de dinheiro, as pessoas têm um aumento nos níveis de bem estar, só

que depois acontece um decréscimo, que vai voltar para os níveis, que são os níveis basais, os níveis

normais, que a pessoa vinha dentro da…mostrando que no fim, ela sofreu o impacto negativo, em

função da perda de toda a rede que ela tinha, ela se mudou, ela diminuiu o número de pessoas com

quem ela vai conviver, ela parou de trabalhar, daí ela vai sofrer esses efeitos, daí depois com o

tempo, ela vai retomar e tal. Isso mostra que o quanto que a gente e o quanto essas variáveis estão

interligadas, as coisas estão relacionadas a outras coisas, como a rede de apoio social que a pessoa

tem, isso é importante, a pessoa que está sozinha, completamente sozinha, a gente vai perceber que

tem níveis mais baixos assim. Então, são outras variáveis que também apresentam efeito sobre os

níveis de felicidade.

Sr. Renato : É só uma parte rápida quando ele falou sobre a pessoa que passa fome. No

momento em que ele come, obviamente, o prazer dele é maior, muito maior, do que aquela que já

Page 152: Relatório final_Felicidade

152

tem aquilo garantido, que sabe que tem comer, pois faz parte do dia. Mas, no momento em que ele

atingiu aquilo ali, já passa a ser uma coisa garantida, ele vai querer alguma coisinha a mais. Então,

isso assim, se a felicidade está relacionada com o desejo, isso certamente é uma coisa mutante, e

varia ao longo da idade, ao longo do nosso crescimento social, e nunca é igual. Talvez no meio

irracional, entre os animais, seja sempre igual, pois não têm o que almejar.

Mediador : Só vou pedir pra segurar um pouquinho a pergunta pra gente concluir.

Sr. Renato : Basicamente, era pra dizer que é uma coisa que vai mudando ao longo do tempo

mesmo. Thiago interrompe: Concordo, dependendo, da pessoa que tiver capacidade, depende do

horizonte de cada um. Mas, isso é uma minoria, talvez 99% da maioria da natureza humana tem uma

ambição, complementa Renato. Volta Thiago: Se tiver mais alheio, mais focado na própria família, tu

tende a não ter desejos de consumo ou tornar desejos e loucuras em necessidades, talvez, né?

Sr. Ivo : Está se buscando variáveis, né? Eu entendo que ninguém é feliz só. E dali brota

aquela necessidade, alguém ganhou na loteria, algum fator que se sente feliz, ele tem que contar.

Primeiro, talvez seja partilhar. E, dentro dessa dimensão, é que se explica um pouco o humanismo, a

solidariedade, a filantropia, etc. e o trabalho numa organização exatamente filantrópica. E se percebe

como milhares de pessoas se sentem felizes, em poder as vezes modestamente, ajudar alguém. E a

gente como cristão, se não tiver outros, ao menos, partilhar essa felicidade com o seu superior.

Mediador : Então, a espiritualidade tem a questão de? Complementa Evo, a questão da

relação, é uma questão de relação.

Sr. Rogério : ... nós aqui, nossas mães (...) já vai arrastando com o balde ... ai, tipo assim,

porque que tu deixa ele fazer isso, tá estragando o teu trabalho, não é porque eu acho que tem que

ser assim, ela tem que ser assim, porque claro, eu respeito aquele ser, naquela idade, que faz aquilo,

é um ser humano fazedor.

Mediador : Tu falaste de um padrão e ao mesmo tempo citastes as diferenças, não ficou claro

pra mim se tu considera que a felicidade varia de uma cultura, de um local, de uma cultura para outra

ou se ela é a mesma?

Sr. Rogério : Bom, eu acho que existe um padrão socioeconômico que é determinante, é

diferente, é muito similar um médico de Porto Alegre, um médico da Uganda, da Índia, de Bombai, de

um cara de ... Sei lá eu.

Sr. Lores : Eu acho que tem uma questão aí, que é diferenciada, a aspiração que pode ser

universal, ter isso, aquele outro e o que a pessoa sente ao conseguir isso, aí eu acho que varia, aí é

individual, porque é mais simbólico, as vezes alguma coisa pequena simboliza pra ele uma coisa

muito grande, aí em relação a gratificação e a felicidade, muito diferente daquele que conseguiu a

coisa grande, as vezes um carrinho pequeninho pode representar um Audi, não seio que, e dá a

sensação, então eu acho que é universal as aspirações, os desejos são, agora, a reação a realização

do desejo acho que é individual.

Sra. Edelmira : Eu acho que sim, a questão da, da, me lembrei de uma situação, eu estava

morando em São Paulo, e tinha uma pessoa que trabalhava pra mim, na minha casa, e ela levava

assim três horas e meia pra chegar em casa em função do trânsito, da distância, era uma vida muito

assim sabe, aquele caos de São Paulo, e ela era uma pessoa assim, sempre com humor muito bom

Page 153: Relatório final_Felicidade

153

assim, que eu ficava imaginando eu naquele né, sair de casa as 5h da manhã, pra chegar na minha

casa às 8h, pra trabalhar o dia inteiro, pra chegar em casa às 9h30 da noite, e ela sempre de bom

humor, e ela dizia que o sonho dela era ter uma carta, carta é carteira de motorista, então eu disse

pra ela, vamos lá, está esperando o que, uma pessoa com quase 50 anos, vai lá fazer tua carta, e ela

disse não mas eu não consegui, não consegui passar na prova, mas tu vai sim conseguir, eu te

ajudo, né, e aí ela , estimulei ela, hoje tu vai sair mais cedo e vai na auto-escola, pegou os polígrafos

então, vamos estudar, vamos lá, e eu estimulando, e ela, não sou muito burra, estudei até a terceira

série, lá no nordeste e tal, daí foi pra São Paulo há 15 anos atrás, aquela mesma história, e ai eu

comecei a estimular, ela começou a ler, a estudar, ela disse que não entende, mas foi indo, faz um

simulado no computador ali, então vai fazer a prova, passou, quando ela passou, ela não acreditava

né, falei, viu como tu consegue, e aí vai fazer a aula prática então, e ela não mas tem que trabalhar,

mas então tu sai mais cedo, liberei o horário, ela fazia a aula de direção, tirou a carta, bom, a

felicidade dela por ter a carta, ela não tinha carro, mas tinha carta, então assim é o exemplo de o

quanto que, claro ela tinha a condições, eu estimulei porque vi que ela tinha condições, e aí, um

tempo depois ela comprou o carro dela, e assim, ela comprou o carro dela e anda pela região dela lá,

então assim eu acho que é...é o objetivo, assim

Sr. Thiago : é o propósito, as vezes uma pessoa que é feliz, encara pequenas coisas da vida

que são ruins, não como..., são momentos ruins de uma vida feliz.

Sr. Felipe : Aí de novo agente tá querendo definir assim, que ela é feliz ou não é feliz, e

agente volta pro ponto atrás, bom, eu sou feliz e tu não é feliz.

Sr. Thiago : Mas então deixa eu responder tua pergunta então Lores, tu quer saber se...

Mediador : Eu vou pedir pra agente pra, nosso tempo tá se esgotando, então assim, trazendo

pra nossa realidade de Porto Alegre, gostaria de ouvir o João falar, que o João tem um bar, uma casa

noturna, que a pessoa vai pra se divertir, como ele enxerga esses fatores de felicidade, depois que...

Sr. Thiago : Eu acho que tem sim uma diferença, não só de Porto Alegre, agente nota que é

um lance na diferença sócio-econômica, tu vai ver diferenças entre bairros de Porto Alegre.

Sr. Fabio : A cultura é global

Sr. Thiago : É bem isso, o que o Fabio tá falando, a cultura é global, é uma aldeia global,

nossos desejos são globais, têm diferenças, mas essas diferenças tão num nível de idiossincrasias,

não chega a ser uma diferença.

Mediador : Então de maneira geral não teria diferença, grande diferença.

Sr. Thiago : Não geográfica, tem uma diferença sócio-econômica, como Porto Alegre vai ter

um perfil socioeconômico diferente de outras cidades, apresenta sim uma diferença geográfica em

função da diferença socioeconômica.

Sr. Rogério : Que foi reforçado em pesquisas feitas há alguns anos, é o uso do tempo livre do

porto alegrense, por estrato, por estrutura familiar, o pai, a mãe,... por estrato de renda, eu usava isso

em aula, dei a disciplina de paisagismo por muito tempo, e usava muito essa estrutura, mostrando

que o espaço aberto, depois a televisão, ...

Sr. Edelmira : Na psicologia é o laser, o quanto que a pessoa tem de possibilidade de laser,

que determina e influencia nos níveis de felicidade.

Page 154: Relatório final_Felicidade

154

Mediador : Então voltando a pergunta aqui que eu fiz pro João, João queria ouvir a tua

opinião, o porto-alegrense, o que tu pensa, tu que trabalhas num ambiente que é voltado pra

diversão.

Sr. João : A noite é complicado de tu falar, eu vejo o socioeconômico, assim na minha visão

de classe média muito mais do que vejo regional, bom, eu vou dar uma posição minha, uma fez eu

perguntei pra minha vó, qual foi o dia mais feliz da vida dela, e ela não disse que foi o casamento

dela, ela disse que foi o dia do aniversário dela, o aniversário dela que choveu, quando ela tinha 12

anos, porque fazia sessenta dias que não chovia e que ela não ficava com o pai dela e com a mãe,

que eles viviam no interior de Uruguaiana, no campo, aí eu me lembrei agora, tava pensando nisso

aí, não tinha TV, não tinha carro, não tinha nada, e agente vive na era da informação, a nossa função

é fazer com que as pessoas sejam felizes encima de bens de consumo, eu quero saber daqui a 50

anos, a felicidade vai ser completamente diferente, pode ser conquista, pode ser ir para a Lua no final

de semana, pode ser qualquer outra coisa, dentro da questão nossa, regional, de Porto Alegre, no

meu público jovem, na noite, é complicado te dizer, depende muito, todos buscam conhecer pessoas

novas, interação, com certeza a solidão não traz felicidade, então as pessoas buscam conviver nesse

núcleo junto, mas tem um fator que interfere, que é o álcool, que é o lubrificante social né, abraçam

os amigos, o álcool faz com que as pessoas se tornem momentaneamente mais felizes, e as pessoas

se tornam mais sociais, e tem pessoas que ficam brabas na noite, que vão pra se divertir, a própria lei

do fumo, por causa do cheiro do cigarro, gurias, vão embora porque elas não se tornam felizes

naquele ambiente, hoje já não pode mais, talvez esse público vai se tornar mais feliz em casa

noturna, então vai de acordo com o que cada um é, o que cada um tem de expectativa, expectativa

que cria de sentimento ou de bens de consumo, com o momentâneo.

Sr. Rogério : Mas uma coisa importante que aprendi nuns livrinhos de psicologia aí, é que

tem uma diferença muito grande entre emoção e sentimento, to num momento muito feliz, a emoção

depois a pessoa, de 10 segundos de felicidade, tem 24 horas de sentimento de tristeza, quer dizer, é

super importante, eu aprendi a diferenciar, pro meu bem próprio.

Sr. Lores : Agora, com relação a Porto Alegre...

Sr. Ivo : A Cláudia dizia que a felicidade partiria de uma avaliação de si próprio, então eu diria

que a cultura serve de subsídio, de causa para formar os critérios de avaliação, e nós aqui no RS,

queiramos ou não queiramos, estamos criando, até foi muito criticado pelo resto do país, mas um

certo conceito cultural, mais utópico do que real, sobre as tradições gaúchas, veja pelo acampamento

farroupilha, 90% eram homens, aqui de Porto Alegre, e estavam aí, projetando aspirações, acho que

esse é um fator que se pode depurar em uma pesquisa assim, da felicidade do porto-alegrense.

Mediador : e o Sr, consegue evidenciar alguns desses critérios que o porto-alegrense, pelos

quais o porto-alegrense se auto-avalia, além da prima pela tradição, que foi o exemplo.

Sr. Ivo: Acho que a estima que ele faz de si mesmo, auto-realização, auto-estima, auto-

valorização é um fator muito forte na formação do porto-alegrense, do gaúcho.

Sr. Lores : Não, eu acho também que é complicado, tu vai falar nas situações sócio-

econômicas né, a noite no caso do que foi citado, a noite esse pessoal que vai tem dinheiro, mas

vincular isso a felicidade é muito complicado, pode vincular com o consumo porque as pessoas estão

Page 155: Relatório final_Felicidade

155

alegres, mas veja bem, correu muita bebida, muita falácia, outras drogas, e aí dá uma euforia, dá

para chamar isso de felicidade, o que tem isso a ver com um desses critérios que vocês querem, qual

seria o nível de felicidade do porto-alegrense tomando essa situação, que complexo que é né.

Sra. Rosa : Mas essas características estão presentes em outras localidades, outras capitais,

e aí eu também acho que é preponderante a questão socioeconômica porque aqui que se diferencia

mais, tem a questão da classe média aqui, em São Paulo, no Rio ou no nordeste, vai ocorrer que, a

classe média vai usar mais álcool, na noite vai usar, vai em busca da parceria.

Sr. Lores : Só pra complementar, nessa questão que eu vejo que tu entrastes, o que eu acho

que tem a ver com essa questão do gaúcho, eu acho que o que faz as pessoas se reunirem não é

tanto o sócio econômico, são os grupos aonde se identificam, então os gaúchos, lá no acampamento

farroupilha tinha gente de toda classe social, mas tinha um ideal, que era aonde se identificavam, e

eu no meu consultório, acho que todos reconhecem pessoas, que tem determinado nível que vão em

outro lugar né, agente vê as torcidas, inter, grêmio, se reúnem entorno, e não é por classe social, não

é nada, estão felizes na hora do gol independente da classe, mas há algo que faz com que...

Mediador : Então, nesse exemplo, o futebol seria bem holisticamente, pro porto-alegrense,

um critério de felicidade?

Sr. Lores : Quando o inter ganha sim (risos)

Sra. Rosa : é que eu acho que o futebol é, é, é uma característica do brasileiro. Eu não vejo

como uma característica do porto-alegrense ou do gaúcho. Eu vejo assim: o futebol é um, um, um

apego, um sentimento, que não é Grêmio e Inter, não é Flamengo e Fluminense. Quer dizer: os

nomes vão mudar mas a reação será equivalente, aqui ou lá.

Sr. Fábio : tem uma diferença.

Sr. Thiago : é, eu discordo um pouco.

Sr. Fábio : a diferença é que aqui a gente fica feliz com a desgraça do time adversário. Nos

outros lugares é mais indiferente assim.

Sr. João : a felicidade da infelicidade do oposto.

Moderador : mas de maneira geral, é...

Sr. Thiago : eu acho que em qualquer associação bolística, sabe. Se tu pegar um cara que

joga basquete no União, ele vai ficar feliz da vida se o Sogipa se classificar, sabe. E assim por...

sucessivamente, sabe. Tem uma dualidade no Rio Grande que é.

Sr. João : é de ver a felicidade como a tristeza do próximo, né.

Sr. Thiago : é.

Moderador : o Renato agora.

Sr. Renato : só pra eu entender a pergunta, vamos dizer. Isso é pra fins, vamos dizer, de uma

pesquisa, né, que vai ser feita, não é.

Moderador : sim

Sr. Renato : que vou só tentar responder de uma forma que ajude, né. Eu acho assim: a

amostragem, né, do na hora de avaliar a felicidade é uma coisa extremamente importante, né. Se nós

formos ao consultório de um psiquiatra que é especializado em depressão e tentar avaliar, tirar de lá

Page 156: Relatório final_Felicidade

156

né, dos pacientes lá dele o grau de felicidade dos porto alegrenses talvez dê uma média baixa, assim,

comparado né...

Moderador : sobre esse aspecto a pesquisa, assim, ela é bem abrangente

Sr. Renato : claro

Moderador : o pessoal vai aos mais diversos bairros

Sr. Renato : é uma dica só, uma idéia, que eu acho que seria interessante ir em, em... fazer

subgrupos aí é saber quais são aqueles porto alegrenses que já estiveram fora, já moraram fora, em

outras cidades do Brasil, ou fora do Brasil, porque aí tem um padrão de comparação...

Sr. Fábio : é, acho interessante

Sr. Renato : ... porque é diferente dizer ai, qual é a tua percepção de porto alegre? Bah, é

ótima. Mas não conhece nenhum outro lugar, morou aqui a vida inteira.

Moderador : então uma experiência de uma cultura diferente, de um local diferente, seria...

Sr. Renato : eu acho, que no mínimo num subgrupo, né, ter essa variável, essa percepção dá

uma sensação muito diferente

Sr. Mauro : ou até ao contrário: aqui é ruim porque não conhece fora.

Sr. Renato : é, também, talvez diga isso aqui é ruim, o trânsito é muito ruim. Mas São Paulo

daí, vai pra lá pra ver o que é o ruim

Sr. Felipe : mas daí tem uma questão só pra complementar essa experiência que tu traz e

que é muito rica, de quantos casos que a gente conhece de pessoas que foram morar fora, em

países desenvolvidos, nos Estados Unidos, não tem violência, a educação é boa, tudo é bom e a

pessoa vai lá mas, sabe? falta vida! E a pessoa volta pro Brasil porque ela precisa disso, Isso... isso

Sr. Renato : eu tenho uma lista bem grande, depois posso dar um depoimento pra vocês

(risos).

Moderador : só pra complementar aqui, depois o Mauro, aí nós já vamos pra outra pergunta

porque o tempo tá...

Sr. Thiago : se tu pergunta pra porto-alegrenses em São Paulo se eles são felizes enquanto

porto-alegrenses todos vão dizer que sim. Mas se eles tivessem aqui (Porto Alegre) e tu dissesse:

“cara, me aponta um problema na tua cidade” eles iam te apontar vários. Eu acho que o porto-

alegrense lá fora, não só o porto-alegrense, mas o gaúcho. Ele tem muito orgulho de onde ele vem.

Sr. Felipe : mas tu acha que ele é feliz em São Paulo?

Sr. Thiago : se ele é feliz eu não sei, mas ele vai dizer que é.

Moderador : a abrangência da nossa pesquisa é bem local. A gente quer que... a pesquisa

ela vai ser feita com moradores de Porto Alegre, não necessariamente com gente nascida em Porto

Alegre.

Sr. Thiago : porque um morador de Porto Alegre, se um porto alegrense, se um vizinho teu te

perguntar: esse trânsito tá uma porcaria. Ele vai dizer que tá. Mas se tu vir de fora perguntando, ele

vai dizer que não. Vai dizer que é bom mesmo que a gente saiba que seja ruim.

Sr. Mauro : pra mim, eu acho muito difícil assim a gente entrar e avaliar qual é o grau de

felicidade ou critérios para o porto-alegrense. Eu sou daquela década de 70 no qual talvez seja um

pouco difícil de imaginar. Eu já usei cabelo comprido e já usei brinco e morei em vários lugares do

Page 157: Relatório final_Felicidade

157

Brasil, vários Estados e vários países também. E eu concordo com alguém que falou – acho que foi tu

(apontando para Ivo ou Rogério), todo mundo é muito parecido. Todos os lugares em que eu estive.

Morei em vários lugares, em vários países na Europa e no Oriente, vários lugares. Pra mim é todo

mundo igual. Ser Humano. Todo mundo igual. Então assim, ó: quais os critérios para o porto

alegrense? Pra mim é igual aos curitibanos, paulistas, carioca, africano, mexicano, francês, indiano.

Pra mim é a mesma coisa. Eu não conseguiria dizer o quê que traria felicidade para um porto-

alegrense. Eu mesmo, eu continuo achando que, escutando vocês falar, que pra mim tá tudo no

pensamento.

Sra. Edelmira : fazendo afirmações com a cabeça.

Sr. Mauro : quem se revolta com o trânsito em Porto Alegre vai se revoltar com o trânsito em

São Paulo também. Aí tem aquele que fala assim: não, o Inter perdeu. Se ele ficar chateado que o

Inter perdeu, isso é um ato de egoísmo tão grande de ele achar que o Inter tem que ganhar, nem que

seja com um gol de mão, aos 47 do segundo tempo, como aconteceu ontem, teu time ganhou ficou

feliz. Eu, quando o Inter ganha com um gol roubado, eu não fico feliz. E quando um outro time ganha

do Inter, e eu sou do Inter, e o outro time jogou melhor, eu não vou dizer que eu fico feliz, mas eu

não fico infeliz. Ou seja: continuamos no pensamento.

Moderador : então, ã, só pra resumir assim, do que eu captei: se está no pensamento, não

varia de cultura pra cultura, é da pessoa.

Sr. Mauro : nos lugares onde eu andei, pra mim é.

Moderador : ok. Ham... pessoal, assim: de maneira bem direta, sem muita justificativa,

(CORTE – voltou todo mundo conversando em pequenos grupos.)

Moderador : bom pessoal, agora como eu estava falando: de maneira bem objetiva assim.

Sem nenhuma justificativa. A gente já citou várias mas só elucidar assim. Se a gente fosse fazer uma

lista, sem nenhuma justificativa, que variáveis vocês identificam com felicidade.

Sra. Cláudia : repete a pergunta.

Sr. Renato : como assim variáveis.

Moderador : variáveis, hã.. o quê que influencia a felicidade, o quê que guia a felicidade. Por

exemplo: saúde.

Sr. Renato (exatamente junto do moderador): saúde.

Sra. Cláudia : personalidade

Moderador : saúde, personalidade.

Algum homem : futebol, religião.

Sr. Thiago : sucesso individual.

Moderador : sucesso individual é conquista...

Sr. Thiago : isso, atingimento, cumprimento. Ter um sentido na vida e tá atingindo isso.

Sr. Lores : equilíbrio.

Sra. Cláudia: harmonia.

Sra. Edelmira : está no ser e não no ter.

Sr. Rogério : por coerência, me tira da personalidade e reforça o equilíbrio aí. (risos)

Sr. Ivo : bom relacionamento.

Page 158: Relatório final_Felicidade

158

Moderador : relacionamento.

Sr. Mauro : pra mim, viver para o bem comum.

Sr. Fábio : é bem comum, hã....(ficou tentando expressar algo, mas não sabia como)

Moderador : eu agora gostaria de jogar um, hã, hã... meio ambiente. Como é que vocês

enxergam o meio ambiente relacionado à felicidade.

Sr. Thiago : como tu define...

Sra. Edelmira : ele tá relacionado com o bem comum.

Moderador : seria o bem comum.

Sra. Edelmira balança a cabeça afirmativamente.

Sr. Thiago : (com jeito de estar perguntando ao moderador) como eu vejo por exemplo o

clima, os prédios ao meu redor..

Sra. Cláudia: (com jeito de estar perguntando ao moderador) a minha casa...

Moderador : a natureza por exemplo. A preservação

Sr. Thiago : a minha relação com a natureza

Moderador : é, exatamente

Sr. Thiago : sim.

Moderador : sim?

Sra. Rosa : sim.

Sr. Felipe : isso pra cada um ou como a gente enxerga que as pessoas...

Moderador : não, pra vocês, para cada um de vocês.

Sr. Thiago : ah, eu gosto, eu gosto...

Sr. Fábio : tô triste com as queimadas

Moderador : então, relacionamento, saúde, equilíbrio...

Sra. Rosa : ação.

Moderador : ação, o quê que...

Sra. Rosa : o fazer, o cultivo...

Moderador : em que sentido...

Sra. Cláudia: trabalho, trabalho, ter trabalho é que..

Sr. João : família e trabalho

Moderador : família

Sra. Cláudia: amizade

Moderador : amizade. E aí eu....

Sra. Edelmira : fazer o outro feliz.

Moderador : casamento. Como vocês enxergam o casamento.

Sr. Fábio : isso é até uma polêmica (risos)

Moderador : sem debater muito o assunto, sim ou não.

Todos : sim, sim.

Sra. Cláudia: relacionamento com o outro.

Sra. Rosa : casamento, relação com o outro.

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Sr. Renato : pode ser um fator...

Sr. Fábio : pode ser felicidade ou infelicidade mas faz parte.

Sr. Thiago : é um fator

Sr. Renato : um fator, sem dúvida.

Sr. Mauro : olham eu diria, pra quem precisa, como eu e como quase todos nós, né, porque

por exemplo assim: Madre Tereza de Calcutá não precisava casar, Chico Xavier não precisava

casar... então pra quem precisa é muito importante.

Sr. Fábio : é verdade, é verdade.

Sr. Mauro : quem já transcendeu não precisa mais

Sr. João : eu não vejo por esse lado, eu vejo assim, ó: a pessoa que está casada está porque

está feliz com o outro. A idéia principal é tu estar feliz casado.

Sr. Thiago : é um determinante.

Sr. João : não que o casamento vá trazer felicidade, ou não é feliz quem casado, não é isso.

Moderador : agora eu pergunto e eu vou pedir pra ser bem direto também, bem breve,

gostaria de ouvir os que falaram pouco, a Rosa, o senhor Ivo, ham... vocês consideram que existe

uma pressão, que as pessoas têm que ser felizes, que as pessoas têm que parecer felizes? E qual

seria a influência dessa pressão das outras pessoas para a felicidade individual.

Sra. Rosa : eu acho que existe essa pressão e ...e.. ela vem de todos os lados, desde a

mídia, desde as relações de afeto, e.. e.. uma relação de pressão interna também.

Moderador : uma pressão individual da pessoa consigo mesma

Sra. Rosa : acho que sim.

Sr. Mauro . Olha, eu acho que existe uma pressão para a pessoa sentir alegria. Sentir alegria.

Compre um celular e seja feliz. Adquira um carro e seja feliz. É pra sentir alegria, que dura poucos

minutos, poucos dias... daqui a pouco a pessoa já não sente maios aquela alegria e tem que

consumir outra coisa, né... não pra sentir felicidade, mas pra sentir uma alegria

Sra. Rosa : uma pressão com a felicidade mesmo, mesmo que efêmera.

Sra. Edelmira : é o que eu disse antes, não está no ter, está no ser

Sr. Felipe : pra mim, uma questão que é muito importante, acho que a gente vive numa

sociedade que de certa forma a gente acaba trazendo felicidade, conceitos nossos de o que é

felicidade, que acabaram vindo, que era dinheiro, essas coisas que nos venderam digamos assim.

Então assim: hoje, o país é medido, os países são medidos se eles estão indo bem ou mal pelo PIB

– Produto Interno Bruto. Economia. Então assim: eu dou um exemplo, bem rápido. Se um país como

o Haiti que teve uma catástrofe daquelas. O PIB do Haiti aumentou. Porque. Porque teve

investimentos no país. E se a gente avalia o PIB a gente tá dizendo que é bom o que aconteceu com

o Haiti. E no Brasil, no mundo, a gente avalia o PIB ainda. Então assim: tem já mecanismos, não sei

se vocês conhecem, o IDH, e tem um outro que se chama Fib, que é Felicidade Interna Bruta.

Começou no Butão e está se espalhando pelo mundo. Mas assim ó: pra mim é, é, é inaceitável que

hoje em dia uma pessoa chega pra mim, ou liga o Jornal Nacional, que tá dizendo “o Brasil tá

aumentando o PIB, que ótimo”. Bom, mas eu quero além do PIB. Economia é uma coisa, eu quero a

Page 160: Relatório final_Felicidade

160

qualidade de vida das pessoas, e as outras coisas onde é que ficam. Então é um contexto maior em

que a gente tá inserido e a gente pensa de certa forma com isso.

Moderador : a gente citou várias, acabamos de fazer a nossa listinha. É... em nenhum

momento foi citado o aspecto econômico e principalmente a renda. Como é que vocês enxergam a

relação renda-felicidade.

Sra. Rosa : no início a gente falou sobre isso, é.

Mediador – O que seria uma relação saudável com o dinheiro?

Sr. Renato – É não esperar que ele supra todas as carências que a gente tem. Quando a

gente joga as expectativas, tudo, naquele carro novo né... 0 km... E aí trabalha, e se mata talvez aí

durante um ano ou dois, três, até conseguir comprar, na hora que em que a gente conquista aquele

bem material é que vai ter uma percepção de que aquilo não é a solução, então eu até vejo um

exemplo bom aí também do livro do Jannette, em que ele dizia assim “Bah, qual é o sonho material

que a pessoa pode imaginar?”. Então ele finalmente junta, depois de vários anos aí, compra aquele

carro conversível, uma Ferrari, seja o que for né, novo e aí ele tá lá brilhando na garagem. No outro

dia de manhã ele sai da garagem, né, deixou o carro polido e quando ele sai na rua o primeiro carro

que dobra a esquina é um carro igual ao dele. Aí ele “Pô!”, daí ele vira aí vê outro exatamente igual a

ele. Todos os carros onde ele encontra e passa são exatamente iguais aos dele.

Sr. Ivo – Aí ele manda pro mensageiro da caridade... (risos)

Sr. Renato – Aí ele pergunta, ele continua naquele mesmo grau de felicidade que ele teve ao

adquirir aquele carro era exatamente o mesmo? Ou ele perdeu a graça, porque todo mundo tem?

Então se perdeu a graça, e dá pra fazer um exercício né, conosco mesmo, de saber se aquele bem

que ele adquiriu né, material é uma satisfação única dele. Então se todos são iguais então, não,

assim não tem graça, porque não é diferente dos outros. Então o que ele quer não é aquele bem, ele

quer se destacar, se diferenciar da média.

Sr. Rogério - É a grife.

Sr. Renato – É a grife. Isso sempre vai ter alguém com aquela coisa a mais

Mediador – Desculpa te interromper.

Sr. Renato – Não, não, claro pode falar.

Mediador – Nosso tempo infelizmente tá acabando. Eu sei que todos ainda devem ter muita

coisa pra contribuir, eu agradeço que todos vieram. Eu quero abrir agora um espaço para cada um

fazer um acréscimo final, um breve acréscimo final porque nosso tempo realmente esgotou. Então,

seguindo a ordem das apresentações, aproveitar, de repente fazer só um breve encerramento, João

tem algo a acrescentar?

Sr. João – Não, nada.

Sra. Cláudia: É eu acho que é muito complexo né, o tema é muito complexo. Acho que a

gente teria que ver qual o recorte que vai se buscar ao tentar entender a felicidade. Dependendo da

lente que a gente for olhar, a gente vai focalizar... Então acho que é por aí assim, mas é... é

complexo. Enfim, a questão cultural assim, que a gente falou, eu só queria retomar, eu acho que é

importante. Eu concordo, né, que quando a gente vive fora e encontra outras culturas assim, parece

Page 161: Relatório final_Felicidade

161

que é tudo muito parecido, mas também tem coisas diferentes assim, mesmo dentro do Brasil, se a

gente mora fora do Rio Grande do Sul a gente vê que é diferente. Então também tem um o que aí.

Sra. Edelmira – Os bens materiais, seja dinheiro, seja enfim, os bens materiais concordo que

eles podem trazer um pouquinho de felicidade, mas uma felicidade efêmera. Então a felicidade não

está ali. Pra mim então, é por isso que eu disse que ela não está no ter, mas sim no ser, na atitude

mental.

Mediador – OK.

Sr. Mauro – Eu estou achando que a felicidade assim tem a ver com espiritualização, a ver

com a libertação de ego, tem a ver com a compreensão de sermos todos irmãos, todos iguais, tem a

ver com nos ajudar, devemos dar as mãos, devemos trabalhar pelo bem comum e produzir coisas

que ajudem a humanidade... e buscar conforto, não luxo, buscar simplicidade, buscar a segurança

que eu não tenho, acho que aqui ninguém tem, acho que buscar isso aí já traz a felicidade.

Mediador – Sr. Felipe.

Sr. Felipe – Acho que felicidade pra mim não é nem uma questão espiritual, nem uma

questão material. Pra mim não tem como definir isso, e pra mim é só a vida acontecendo, e mais

nada.

Sr. Fábio – Eu acho que seria interessante colocar na pesquisa quais são os valores que as

pessoas poderiam ter e como é que elas se vêem em relação aqueles valores, vive em função

daqueles valores ou não. De repente se não vive, dá uma boa chance de dá aquela... Não é tão feliz

como ela pode-se dizer num primeiro momento.

Mediador – Dr. Renato

Sr. Renato – Eu diria só, tá aqui, achei, só a frase, também esse livro (mostra o livro) é sobre

o crescimento econômico e a relação com a felicidade... Achei a frase aqui, só pra não dizer que é

minha, eu vou lê-la em inglês e depois a gente traduz se for necessário né... “Happiness is less a

matter of getting what we want than wanting what we have”. Eu acho que isso aí é um bom resumo,

que é mais ou menos o que nós discutimos, é menos talvez né, ter aquilo que nos queremos do que

querer aquilo que nós temos. Pra mim é uma boa forma de avaliar.

Mediador – Rose... Nada? (ela acena a cabeça negativamente).

Sr. Rogério – Na verdade eu quero dizer que tô muito feliz, porque tenho uma filha de um

ano e um mês, e não tinha tido filhos, então eu to feliz (risos). Não, porque falaram em casamento e

não falaram em filhos, então...

Mediador - Falamos em família.

Sr. Rogério – Ah, família, família... (acena cabeça afirmativamente).

Sr. Ivo – Eu queria, ou elogiaria assim, essa iniciativa de nós, com muitas concepções

diferentes, até de credos diferentes, estarmos aqui refletindo, não para contradizer ou combater o

outro, mas para somarmos juntos em função de alguma meta. A isto se chama solidariedade, busca

do bem comum, e na minha concepção, isso é uma dádiva de Deus.

Sr. Thiago - Bom... Eu não sei, todos, foi bom estar com vocês.. E isso é uma das coisas

que me torna mais feliz, é poder compartilhar a vida, né, com outros. Não é algo que se pode fazer

todo o dia, com esse grau de aproximação, de trocar idéias assim, nesse nível.

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Sr. Lores – eu também queria agradecer assim, por ouvi-los né, e queria dizer assim, que o

ser humano por natureza humana, ele é infeliz. E vai ser infeliz, e a felicidade que ele vai encontrar é

quando ele tiver forças pra buscar a felicidade. Mas nunca vai encontrar, está fadado a não realizar

os desejos. Ele vai realizar as necessidades, um bom restaurante... Outro dia, puxa, depois de ir num

restaurante a minha mulher ficou muito chateada. Depois de uma comida muito boa, ela ficou muito

chateada porque depois que nós saímos eu fui servir uma água e servi para outra, a minha cunhada,

e não ofereci pra ela. Toda a necessidade foi satisfeita, um bom lugar né, mas o desejo que talvez

tivesse a ver de reencontrar naquele gesto coisas que eu imagino de um personagem, de um pai que

cuida, que protege, não se realizou, então ela ficou frustrada.

Sra. Edelmira – A felicidade dela estaria naquele pequeno gesto de amor por parte dele.

Nique entra na sala.

Sr. Fábio – É que tu não viu como é a cunhada (risos).

Sr. Felipe – Só pra finalizar eu acho que o Lores trouxe um exemplo do que é felicidade, que

a felicidade é algo individual, de cada um. Cada um trouxe o que é felicidade...

Sr. Fábio – Mas vivenciando coletivamente a gente...

Sr. Rogério – Queremos o resultado da pesquisa (demais concordam). Temos interesse em

receber o resultado.

Nique – É mas aqui tem duas ou três coisas... Bom a primeira delas é muito obrigado, vocês

me deram uma hora e meia do tempo de vocês né. Nós estávamos acompanhando, ao mesmo tempo

em que isso (aponta para câmera) aqui é, ao mesmo tempo em que ele grava, pois nós vamos utilizar

o DVD de maneira digital, nós acompanhamos lá na outra sala. Nós estávamos querendo participar

da discussão, então, tinha algumas perguntas até, e algumas afirmações que a gente queria fazer e

acabou não fazendo, que afinal de contas né...

Sr. Renato – Então isso era aqueles papeizinhos que tavam chegando, é? (risos)

Nique - Nós por exemplo, eu por exemplo, não faço parte do grupo, eu posso dizer o que eu

acho, felicidade pra mim ela tá muito ligada com as pequenas coisas da vida. Eu acho que

fundamentalmente a felicidade são as pequenas coisas. A pequena ilha ou a pequena Ferrari (risos).

Sr. João – A pequena fortuna... (risos)

Nique – Independente dessa brincadeira toda, a Ferrari (olhando para Renato), que Ferrari

nada, comprou um fucão. Que todo mundo tem o mesmo fucão, não é verdade? Bom, mas o que é

interessante também é que tem algumas coisas que a gente ficou pensando e o pessoal conversando

lá trás também, não existe felicidade sozinho. Isso é uma das coisas, não existe felicidade sozinho.

Que que é a felicidade coletiva, o que que é a ausência de dor, ou que que é felicidade? Será que a

felicidade não tem uma questão de tempo? Por exemplo, o sujeito tem um filho, e ele tem filho é pra

eternidade. A gente não tem um filho e agora deixou de ser. Pode ter a esposa e a ex-esposa. O filho

e ex-filho não tem, não existe. Então a sensação é de eternidade. Aí sim tu tem felicidade. Tu pode

ter alegria, por ter uma boa comida, ou um bom carro, um bom gesto ou qualquer coisa. Mas a

felicidade talvez tenha um outro tipo de perspectiva moral.. Bom, enfim, nós estávamos cheios de

vontade de falar, né, mas nós não podemos, na realidade é vocês que tem que falar, pra poder nos

ajudar a entender um pouco e a partir do que a gente teve aqui, nós vamos tentar fazer um

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163

questionário. Eu sei que a felicidade inclusive é alguma coisa, apesar do Butão que tem 70 páginas

aquele questionário. Todo o pessoal aqui, e o pessoal estudou a respeito de tudo que se fez, diversos

questionários, diversas pesquisas feitas sobre felicidade. Eles não vieram secos pra cá. Mas de todo

maneira, o que nós queremos fazer, nós sabemos que grande parte da felicidade tem que ser medida

de maneira qualitativa. Mas como faz parte da nossa estrutura curricular aqui, nós vamos trabalhar

com questionário. Vai ser também quanti. Então a quali vai ficar aqui, que vai nos ajudar bastante pra

fazer a quanti depois, que é a aplicação de questionário, e depois vamos ver inclusive se os

conceitos que foram aqui emitidos e falados, se eles são congruentes com aquilo que a gente vai ter

na parte da quanti. Isso é uma coisa que nós vamos ver mais adiante. Mas de todo maneira, nós

agradecemos, de novo, o agradecimento não é meu, o agradecimento é da Universidade Federal do

Rio Grande do Sul pra vocês, vocês nos ajudaram a formar, lá (apontando pra trás) tinham 40 e

poucos alunos que estavam escutando, acompanhando vocês, foi 12 aulas que nós tivemos, foi muito

muito importante, muito sério, pra nós e extremamente profícuo. A gente gostou muito, eu quero dizer

que a universidade agradece esse gesto de vocês. Nós vamos entregar um kit da escola pra vocês,

juntamente com uma carta de agradecimento pela presença de vocês aqui, é o mínimo que a gente

pode fazer.

(Entrega dos materiais e conversas gerais)

Nique – Mas o resultado, vocês podem acessar o site da escola, mas é complicado, vou dar

um caminho pra vocês. No site da escola vocês podem procurar por professores, e dentro de

professores está o meu nome, e dentro desse meu nome vai aparecer o link da disciplina. Se vocês

quiserem fazer, tem um caminho mais rápido também. Vai dizer que é ego de argentino, coisa de

argentino, mas se vocês fizerem 3x w, nique.com.br, vai sair direto na página e ali tem a lista de todos

os trabalhos de 10 anos, 2 por ano, de todos os trabalhos que foram feitos e que estão à disposição.

Esse trabalho deve terminar na metade de dezembro, daí pode acessar, e ver esse trabalho sobre a

felicidade. Mas tem os outros, nesse momento são 10 ou 11 anos, são 20 e poucos trabalhos de cada

semestre que a gente fez, é bem interessante, e está a disposição. O caminho mais rápido é 3x w,

nique.com.br e aí acha direto.

Sr. Rogério – É um site de auto-ajuda (risos)

Nique – Dos alunos que tão lá né...

(Termina o grupo focal.)

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ANEXO 3 - QUESTIONÁRIO

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N° : ________Página 1 de 5

Felicidade

1. Entrevistador 2. Data 3. Número do questionário

Quebra-gelo - Atividades de Lazer

4. Com que freqüência você pratica atividades físic as? (caminhada, esportes, etc.)

Não pratico Ocasionalmente Uma a 2 vezes por semana

Entre 3 e 5 vezes por semana Mais de 5 vezes por semana Não Sei/Não quero responder

5. Que atividades físicas você pratica?

Ginástica/Academia Hidroginástica Futebol

Caminhada/corrida Dança Yoga

Bocha Natação Vôlei

Basquete Artes marciais Surfe

Tênis Outro Não Sei/Não quero responder

6. Se 'Outro', defina:

Quanto às seguintes atividades,7. Quantas vezes ao ano você vai a shows de música, concertos e teatros?

Nenhuma Menos de uma vez ao ano Sim

Não Sei/Não quero responder

8. Se 'Sim', quantas vezes:

9. Quantas vezes ao mês você vai ao cinema?

Nenhuma Menos de uma vez ao mês Sim

Não Sei/Não quero responder

10. Se 'Sim', quantas vezes:

11. Quantas vezes ao mês você vai a restaurantes (c omo lazer)?

Nenhuma Menos de uma vez ao mês Sim

Não Sei/Não quero responder

12. Se 'Sim', quantas vezes:

13. Quantas vezes ao mês você vai a bares e dancete rias?

Nenhuma Menos de uma vez ao mês Sim

Não Sei/Não quero responder14. Se 'Sim', quantas vezes:

15. Quantas vezes ao mês você vai a parques / praça s?

Nenhuma Menos de uma vez ao mês Sim

Não Sei/Não quero responder

16. Se 'Sim', quantas vezes:

17. Quantas vezes ao ano você vaiaja a lazer?

Nenhuma Menos de uma vez ao ano Sim

Não Sei/Não quero responder

18. Se 'Sim', quantas vezes:

19. Com quem você MAIS costuma fazer essas atividad es de lazer?

Cônjuge/ namorado(a) Familiares Amigos

Sozinho Outros Não Sei/Não quero responder

20. Se 'Outros', defina:

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Felicidade

Felicidade21. O quão feliz na vida você se considera, numa es cala de 1 a 7, sendo 1 NADA FELIZ e 7 EXTREMAMENTE FELIZ.

1 2 3

4 5 6

7 Não sei/Não quero responder

Agora vou lhe apresentar algumas frases que podem i dentificar opiniões que você pode ter ou não sobre a suaprópria vida. Por favor, para cada frase, aponte o seu grau de concordância, selecionando um número d e 1 a 5,sendo 1 Discordo totalmente e 5 Con

Discordototalmente discordo

nãodiscordo,

nemconcordo concordo

Concordototalmente

Nãosei/Nãoquero

responder

22. Estou satisfeito com minha vida.

23. A minha vida está próxima do meu ideal (devida).

24. Minhas condições de vida são excelentes.

25. Até agora eu tenho conseguido as coisasimportantes que eu quero na vida.

26. Se eu pudesse viver a minha vida de novo eunão mudaria quase nada.

27. Considero-me uma pessoa feliz.

Por favor, pense sobre o que você tem feito e senti do nas últimas quatro semanas. Então diga o quanto você sentiu cada um dosseguintes sentimentos, usando a escala abaixo. Para cada item, selecione um número de 1 a 5, sendo 1 M uito raramente ou nunca e

Muitoraramente ou

nunca raramente às vezes frequentemente

Muitofrequentemente

ou sempre

Não sei/Nãoquero

responder

28. Sentimentos Bons

29. Sentimentos ruins

30. Feliz

31. Triste

32. Assustado

33. Contente

34. Furioso

35. Alegre

36. Irritado

Perfil do entrevistado37. Qual a sua ocupação/profissão?

Estudante Profissional liberal / autônomo Funcionário público

Funcionário de empresa privada Proprietário de empresa / empresário Estagiário

Do lar Desempregado Aposentado

Outro Não sei/não quero responder

38. Se 'Outro', defina:

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N° : ________Página 3 de 5

Felicidade

(SOMENTE PARA AQUELES QUE TRABALHAM/ESTUDAM) Quanto as afirmações abaixo, considerando 1 Discordototalmente e 5 Concordo totalmente, qual o seu grau de concordância quanto o seu trabalho/estudo. MOST RARCARTÃO 2. (Lembrar de trocar afirmações para facul

Discordototalmente discordo

nãodiscordo,

nemconcordo concordo

Concordototalmente

Nãosei/Nãoquero

responder

39. Sinto-me realizado com a profissão que exerço

40. Tenho uma excelente relação com meuscolegas de trabalho

41. Sinto-me motivado para ir trabalhar

42. Meu trabalho é estressante.

43. Sou reconhecido e valorizado pelos meussuperiores no trabalho (professores e colegas).

44. Meu local de trabalho é próximo da minha casa.

45. Qual seu estado civil?

Solteiro Casado/união estável Viúvo(a)

Divorciado/ separado Não sei / Não quero responder

46. Você tem filhos?

Sim Não Não sei/Não quero responder

47. Se 'Sim', defina:

48. Quem mora com você?

Moro Sozinho Família/ outros familiares Cônjuge / Companheiro (a)

Amigos Outro Não sei/Não quero responder.

49. Se 'Outro', defina:

50. Você possui alguma crença religiosa?

Sim Não Não sei/Não quero responder

51. Se sim, Qual?

Católica Evangélica Espírita

Testemunhas de Jeová Budista Umbandista

Candomblé Judaísmo Islamismo

Hinduísmo Outro Não sei/não quero responder.

52. Se 'outro', defina:

53. Você apresenta alguma doença crônica /problema que requer tratamento contínuo (ex. asma, diabetes) ?

Sim Não Não sei/Não quero responder

54. Você já teve algum problema grave de saúde?

Sim Não Não sei/Não quero responder

55. Você fuma?

Sim Não Não sei/ Não quero responder

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N° : ________Página 4 de 5

Felicidade

Quanto as afirmações a seguir, gostaria que o Sr (a ) indicasse o seu grau de concordância atribuindo v alores de 1 a5, sendo o 1 Discordo Totalmente e 5 Concordo total mente. MOSTRAR CARTÃO 2 - ESCALA DE CONCORDÂNCIA.

Discordototalmente discordo

nãodiscordo,

nemconcordo concordo

Concordototalmente

Nãosei/Nãoquero

responder

56. Geralmente, eu só compro aquilo que preciso(bens materiais). (*)

57. Eu consigo dizer quem é bem sucedido só deolhar o que a pessoa tem.

58. Quando estou triste, faço compras para mesentir melhor.

59. Sou uma pessoa muito simples e não gosto decomprar quase nada.

60. Eu tenho tudo o que preciso para aproveitar avida. (*)

61. Para ser mais feliz, eu preciso conseguircomprar algumas coisas que hoje ainda não posso.

62. Aquilo que uma pessoa tem mostra algumasdas conquistas mais importantes na vida.

63. Eu sinto prazer em fazer compras.

64. Quando o assunto é consumo e bens materiaiseu tento levar uma vida simples.(*)

65. Às vezes eu compro coisas sem muita utilidadee eu até gosto disso.

66. Eu gosto de coisas chiques e luxuosas.

67. Às vezes eu fico um pouco chateado (a) por nãopoder comprar tudo o que gostaria.

68. Sempre consigo manter uma alimentaçãosaudável e balanceada.

69. Estou satisfeito com o meu peso atual.

70. Faço exames médicos/check-ups regularmente.

71. Consigo consultar o dentista na regularidadeque considero adequada.

72. Estou sempre me sentindo mal ou com algumtipo de dor.

73. O ambiente em que vivo me possibilita ter boascondições de saúde.

74. Orar faz com que eu me sinta bem.

75. A religião exerce um papel importante em minhavida.

76. Quando acontece alguma situação difícil emminha vida, busco a solução através de minhareligião.

77. A fé me proporciona segurança e felicidade.

78. Fazer atividades de trabalho voluntário torna aspessoas que o fazem mais felizes.

79. O trabalho voluntário é um hábito em minhavida.

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Felicidade

80. Nome do entrevistado (só o primeiro) 81. Sexo (Não perguntar)

Masculino Feminino

82. Qual a sua idade?

83. Qual o seu nível de formação escolar?

Ensino fundamental incompleto Ensino fundamental completo Ensino médio incompleto

Ensino médio completo Ensino superior incompleto Ensino superior completo

Pós graduado Nenhum Não sei/Não quero responder

84. Qual a sua faixa de renda familiar mensal?

Nenhuma Até R$ 500 Entre R$ 500 e R$ 1.000

Entre R$ 1.000 e R$ 1.500 Entre R$ 1.500 e R$ 2.500 Entre R$ 2.500 e R$ 5.000

Entre R$ 5.000 e R$ 10.000 Entre R$ 10.000 e R$ 20.000 Acima de R$ 20.000

Não sei/Não quero responder

85. Telefone

86. Endereço. NÃO PERGUNTAR.

Agradecer e encerrar a pesquisa. Além disso, avisar que os resultados da pesquisa estarão disponíveis, para quem quiseracessar no site da disciplina: www.nique.com.br