UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO
GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
André Santos Kieling Alan Lutzky Saute Alexandre Adolfo
Alicia Albrech Ana Cristina Hochscheidt
Ângela Maria Ferrari Dambros Arthur Sperk
Caio Mascarello Teixeira Cristina Rosada da Silva
Daphne Samios Edson Monteiro Eduardo Bisol Felipe Flesch
Flávio Costa da Silva Gabriela Kruter Giovanni Lehn
Guilherme Bencke Gustavo Forneck Reichl
Henrique Heckler Isabelle Morice
Jéssica Lima de Oliveira Jonathan Gottheridsson
Jonathan Merlin Gonçalves Juliana Pontini Leandro Hillig
Lídia Trommer Marcos Luis Eduardo Obregon
Michele Escobar Gottfried Nelson Ricordi Junior
Patrícia Bock Bandeira Paula Arais
Paulo Bernardes Pedro Moacir Bandeira Maríha
Pedro Valetim Nazario Pierre Rivery
Priscila Macedo Elchebest Rafael Mendes Gelpi
Rafaela Tomasi Rafaela Tubiana dos Anjos
Raquel Kanan Ruffini Ricardo Brasil
Rodrigo Venturini Carmoni Thiago Pereira Saraiva
Vinicius Leiria
AVALIAÇÃO DO NÌVEL DE FELICIDADE DOS PORTO-ALEGRENS ES
Porto Alegre 2010
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André Santos Kieling Alan Lutzky Saute Alexandre Adolfo
Alicia Albrech Ana Cristina Hochscheidt
Ângela Maria Ferrari Dambros Arthur Sperk
Caio Mascarello Teixeira Cristina Rosada da Silva
Daphne Samios Edson Monteiro Eduardo Bisol Felipe Flesch
Flávio Costa da Silva Gabriela Kruter Giovanni Lehn
Guilherme Bencke Gustavo Forneck Reichl
Henrique Heckler Isabelle Morice
Jéssica Lima de Oliveira Jonathan Gottheridsson
Jonathan Merlin Gonçalves Juliana Pontini Leandro Hillig
Lídia Trommer Marcos Luis Eduardo Obregon
Michele Escobar Gottfried Nelson Ricordi Junior
Patrícia Bock Bandeira Paula Arais
Paulo Bernardes Pedro Moacir Bandeira Maríha
Pedro Valetim Nazario Pierre Rivery
Priscila Macedo Elchebest Rafael Mendes Gelpi
Rafaela Tomasi Rafaela Tubiana dos Anjos
Raquel Kanan Ruffini Ricardo Brasil
Rodrigo Venturini Carmoni Thiago Pereira Saraiva
Vinicius Leiria
AVALIAÇÃO DO NÌVEL DE FELICIDADE DOS PORTO-ALEGRENS ES Trabalho para a disciplina de Pesquisa de Marketing do curso de graduação em Administração de Empresas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Orientador: Prof. Dr. Walter Meucci Nique
Porto Alegre 2010
3
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente ao professor Dr. Walter Meucci Nique e sua
equipe de doutorandos, Manuela Albornoz Gonçalves e Marlon Dalmoro, pelo ao
auxílio e orientação ao longo do desenvolvimento desta pesquisa.
Aos convidados participantes do Grupo Motivacional, por seu tempo e
interesse em compartilhar conhecimentos conosco, enriquecendo de forma
significativa o conteúdo desta pesquisa.
Ao Centro de Estudo e Pesquisas em Administração da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (CEPA/UFRGS) pela orientação e apoio.
Nossos agradecimentos também à comunidade porto-alegrense, sem cuja
ajuda e disponibilidade esta pesquisa não se concretizaria.
Por fim, aos colegas da turma do semestre anterior de Pesquisa em
Marketing por compartilharem suas experiências conosco.
4
RESUMO
Este estudo exploratório buscou identificar, com base em escala desenvolvida
pela turma, o grau de felicidade dos moradores da cidade de Porto Alegre com idade
igual ou superior a 18 anos.
Para tanto, realizou-se primeiramente uma coleta de dados em fontes
secundárias, com o objetivo de identificar questões-chave a serem discutidas na
pesquisa. Num segundo momento houve a complementação desta pesquisa através
da realização de um grupo motivacional, cujo objetivo principal foi o aprofundamento
dos conhecimentos acerca do tema pesquisado.
Através da comparação das informações obtidas nestas duas fontes de dados
foi possível identificar pontos comuns e assim prosseguir para a etapa quantitativa
da pesquisa, com a elaboração e aplicação de questionários. No total foram 798
questionários aplicados em diferentes bairros da cidade de Porto Alegre.
Palavras chave: Pesquisa de Marketing, Felicidade, Porto Alegre.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Interesses com o passar do tempo pela palavra “happiness”. .................. 17 Figura 2 - Interesse Regional pela palavra “Happiness” ........................................... 18 Figura 3 - Interesses com o passar do tempo pela palavra “Felicidade”. .................. 18 Figura 4 - Interesse Regional pela palavra “Felicidade”. ........................................... 18 Figura 5 - Interesses com o passar do tempo pela palavra “Felicidade”. .................. 19 Figura 6 - Interesse Regional pela palavra “Felicidade”. ........................................... 19 Figura 7 - Escala de BES - Sub-escala 1 .................................................................. 25 Figura 8 - Escala de BES - Sub-escala 2 .................................................................. 25 Figura 9 - Exemplo de Oxford Happiness Intentory ................................................... 26 Figura 10 - Exemplo de Subjective Happiness Scale ................................................ 26 Figura 11 - Exemplo de Satisfaction Life Scale ......................................................... 27 Figura 12 - Resultado: fatores que mais trazem Felicidade e Infelicidade ................ 29 Figura 13 - Resultado: relação entre felicidade e renda mensal ............................... 29 Figura 14 - Processo de elaboração de um questionário .......................................... 45 Figura 15 - Escala de Felicidade usada no Questionário .......................................... 50 Figura 16 - Escala de Concordância usada no Questionário .................................... 50 Figura 17 - Escala de Frequência usada no Questionário ........................................ 50
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Convidados participantes do Grupo Motivacional .................................... 40 Tabela 2 - Componentes do Grupo do Questionário ................................................. 47 Tabela 3 - Divisão dos Blocos do Questionário ......................................................... 48 Tabela 4 - Análise Bivariada: Estado civil x Frequência shows/teatro ....................... 89 Tabela 5 - Análise Bivariada: Estado civil x Frequência cinema ............................... 89 Tabela 6 - Análise Bivariada: Renda x Vida próxima do ideal ................................... 90 Tabela 7 - Análise Bivariada: Renda x Condições de vida excelentes ...................... 90 Tabela 8 - Análise Bivariada: Renda x Coisas mais importantes na vida .................. 91 Tabela 9 - Análise Bivariada: Renda x Não mudaria quase nada na vida ................. 91 Tabela 10 - Análise Bivariada: Renda x Considero-me uma pessoa feliz ................. 92 Tabela 11 - Análise Bivariada: Frequência Atividades Físicas x Formação Escolar . 93 Tabela 12 - Análise Bivariada: Tipo Atividades Física x Idade .................................. 93 Tabela 13 - Análise Bivariada: MEDIAS - Tipo Atividades Física x Idade ................. 94 Tabela 14 - Análise Bivariada: Frequência Atividades Físicas x Idade ..................... 94 Tabela 15 - Análise Bivariada: MÉDIA - Frequência Atividades Físicas x Idade ....... 95 Tabela 16 - Análise Bivariada: Frequência Atividades Físicas x Estado Civil ........... 95 Tabela 17 - Análise Bivariada: Frequência Atividades Físicas x Renda .................... 96 Tabela 18 - Análise Bivariada: Ocupação x Percepções sobre o trabalho ................ 97 Tabela 19 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Doença crônica ....................... 98 Tabela 20 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Problema grave de saúde ..... 100 Tabela 21 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Mal-estar/Dor ........................ 101 Tabela 22 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Peso corporal ........................ 102 Tabela 23 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Ambiente salutar ................... 105 Tabela 24 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Existência filhos .................... 106 Tabela 25 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Número filhos ........................ 107 Tabela 26 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Formação escolar ................. 109 Tabela 27 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Renda ................................... 110 Tabela 28 - Novas variáveis para as Análises Multivariadas .................................. 128 Tabela 29 - Análise Multivariada: Grau de Felicidade x Media_Felicidade ............. 128 Tabela 30 - Análise Multivariada: Correl. Grau de Felicidade x Media_Felicidade.. 128 Tabela 31 - Análise Multivariada: Grau de Felicidade x Novas Variáveis ............... 129 Tabela 32 - Análise Multivariada: Correl. Grau de Felicidade x Novas Variáveis .... 129 Tabela 33 - Análise Multivariada: Media_felicidade X Gênero X Ter filhos ............. 130 Tabela 34 - Análise Multivariada: Media_felicidade X Gênero X Renda ................. 131 Tabela 35 - Análise Multivariada: Media_felicidade x Renda x Formação escolar .. 133 Tabela 36 - Análise Multivariada: Media_felicidade x Gênero X Formação escolar 133 Tabela 37 - Análise Multivariada: Media_felicidade x Ocupação ............................ 134 Tabela 38 - Análise Multivariada: Correl. Media_felicidade x Ocupação ................. 134
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Análise Univariada: Perfil - Gênero .......................................................... 54 Gráfico 2 - Análise Univariada: Perfil - Idade............................................................. 55 Gráfico 3 - Análise Univariada: Perfil - Formação escolar ......................................... 55 Gráfico 4 - Análise Univariada: Perfil - Ocupação ..................................................... 56 Gráfico 5 - Análise Univariada: Perfil - Renda ........................................................... 56 Gráfico 6 - Análise Univariada: Perfil - Satisfação trabalho/estudo ........................... 57 Gráfico 7 - Análise Univariada: Perfil - Estado Civil ................................................... 57 Gráfico 8 - Análise Univariada: Perfil - Existência de filhos ....................................... 58 Gráfico 9 - Análise Univariada: Perfil - Número de filhos .......................................... 58 Gráfico 10 - Análise Univariada: Perfil - Com quem mora. ........................................ 59 Gráfico 11 - Análise Univariada: Lazer - Frequência atividades físicas ..................... 59 Gráfico 12 - Análise Univariada: Lazer - Tipos atividades físicas .............................. 60 Gráfico 13 - Análise Univariada: Lazer - Tipos atividades de lazer ........................... 60 Gráfico 14 - Análise Univariada: Lazer - Frequência atividades de lazer .................. 61 Gráfico 15 - Análise Univariada: Lazer - Companhia no lazer ................................... 61 Gráfico 16 - Análise Univariada: Bem-Estar - Existência de crença religiosa ........... 62 Gráfico 17 - Análise Univariada: Bem-Estar - Tipo de crença religiosa ..................... 62 Gráfico 18 - Análise Univariada: Saúde - Problema crônico de saúde ...................... 62 Gráfico 19 - Análise Univariada: Saúde - Problema grave de saúde ........................ 63 Gráfico 20 - Análise Univariada: Saúde - Hábito de fumar ........................................ 63 Gráfico 21 - Análise Univariada: Saúde - Hábitos alimentares .................................. 64 Gráfico 22 - Análise Univariada: Saúde - Peso corporal ........................................... 64 Gráfico 23 - Análise Univariada: Saúde - Frequência exames médicos .................... 65 Gráfico 24 - Análise Univariada: Saúde - Frequência consulta ao dentista ............... 65 Gráfico 25 - Análise Univariada: Saúde - Dor e mal-estar ......................................... 66 Gráfico 26 - Análise Univariada: Saúde - Vivência em ambiente salutar .................. 66 Gráfico 27 - Análise Univariada: Bem-Estar - Oração e bem-estar ........................... 67 Gráfico 28 - Análise Univariada: Bem-Estar - Importância crença religiosa .............. 67 Gráfico 29 - Análise Univariada: Bem-Estar - Crença religiosa situações difíceis ..... 68 Gráfico 30 - Análise Univariada: Bem-Estar - Fé x Segurança/Felicidade ................ 68 Gráfico 31 - Análise Univariada: Bem-Estar - Trabalho Voluntário x Felicidade........ 69 Gráfico 32 - Análise Univariada: Bem-Estar - Trabalho Voluntário ............................ 69 Gráfico 33 - Análise Univariada: Sentimento - Grau de felicidade ............................. 71 Gráfico 34 - Análise Univariada: Sentimento - Satisfeito com a vida ......................... 72 Gráfico 35 - Análise Univariada: Sentimento - Vida próxima do ideal ....................... 72 Gráfico 36 - Análise Univariada: Sentimento - Condições de vida excelentes .......... 73 Gráfico 37 - Análise Univariada: Sentimento - Coisas mais importantes .................. 73 Gráfico 38 - Análise Univariada: Sentimento - Não mudaria quase nada na vida ..... 74 Gráfico 39 - Análise Univariada: Sentimento - Considero-me feliz ............................ 74 Gráfico 40 - Análise Univariada: Sentimento - Frequência sentimentos Bons .......... 75 Gráfico 41 - Análise Univariada: Sentimento - Frequência sentimentos Ruins ......... 75 Gráfico 42 - Análise Univariada: Sentimento - Frequência sentimentos felizes ........ 76 Gráfico 43 - Análise Univariada: Sentimento - Frequência sentimentos tristes ......... 76 Gráfico 44 - Análise Univariada: Sentimento - Frequência assustado ...................... 77 Gráfico 45 - Análise Univariada: Sentimento - Frequência contente ......................... 77 Gráfico 46 - Análise Univariada: Sentimento - Frequência furioso ............................ 78 Gráfico 47 - Análise Univariada: Sentimento - Frequência alegre ............................. 78
8
Gráfico 48 - Análise Univariada: Sentimento - Frequência irritado ............................ 79 Gráfico 49 - Análise Bivariada: Gênero x Frequencia bares/restaurantes ................ 80 Gráfico 50 - Análise Bivariada: Gênero x Frequencia parques/praças ...................... 80 Gráfico 51 - Análise Bivariada: Gênero x Viagens .................................................... 80 Gráfico 52 - Análise Bivariada: Gênero x Viagens .................................................... 81 Gráfico 53 - Análise Bivariada: Gênero x Companhia lazer ...................................... 81 Gráfico 54 - Análise Bivariada: Gênero x Frequência show/teatro ............................ 82 Gráfico 55 - Análise Bivariada: Gênero x Frequência cinema ................................... 82 Gráfico 56 - Análise Bivariada: Filhos x Frequencia bares/restaurantes ................... 82 Gráfico 57 - Análise Bivariada: Filhos x Frequencia parques/praças ........................ 83 Gráfico 58 - Análise Bivariada: Filhos x Viagens ....................................................... 83 Gráfico 59 - Análise Bivariada: Filhos x Companhia lazer ......................................... 84 Gráfico 60 - Análise Bivariada: Estado civil x Frequência bares/restaurantes .......... 85 Gráfico 61 - Análise Bivariada: Estado civil x Frequência parques/praças ................ 86 Gráfico 62 - Análise Bivariada: Estado civil x Viagens .............................................. 87 Gráfico 63 - Análise Bivariada: Estado civil x Companhia lazer ................................ 88 Gráfico 64 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Ocupação ............................... 98 Gráfico 65 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Doença crônica ...................... 99 Gráfico 66 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Problema grave de saúde .... 101 Gráfico 67 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Mal-estar/Dor ....................... 102 Gráfico 68 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Peso corporal ....................... 103 Gráfico 69 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Gênero ................................. 103 Gráfico 70 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Idade .................................... 104 Gráfico 71 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Ambiente salutar .................. 105 Gráfico 72 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Existência filhos ................... 107 Gráfico 73 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Número filhos ....................... 108 Gráfico 74 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Formação escolar ................ 109 Gráfico 75 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Ativ. Físicas ....... 111 Gráfico 76 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Hábito de fumar .................... 111 Gráfico 77 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Estado Civil .......................... 112 Gráfico 78 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Shows/Teatro .... 112 Gráfico 79 - Análise Bivariada: Detalhe Grau de Felicidade x Freq.. Shows/Teatro 113 Gráfico 80 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Cinema .............. 113 Gráfico 81 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Restaurante ....... 114 Gráfico 82 - Análise Bivariada: Detalhe Grau de Felicidade x Freq. Restaurante ... 114 Gráfico 83 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Bares ................. 115 Gráfico 84 - Análise Bivariada: Detalhe Grau de Felicidade x Freq. Bares ............. 115 Gráfico 85 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Parques/Praças . 116 Gráfico 86 - Análise Bivariada: Detalhe Grau de Felicidade x Freq. Parques ......... 116 Gráfico 87 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Viagens ............. 117 Gráfico 88 - Análise Bivariada: Detalhe Grau de Felicidade x Freq. Viagens ......... 117 Gráfico 89 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Companhia lazer .................. 118 Gráfico 90 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Existência Crença religiosa .. 118 Gráfico 91 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Tipo Crença religiosa ........... 119 Gráfico 92 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Compra quando está triste ... 119 Gráfico 93 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Vida simples ......................... 120 Gráfico 94 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Posses e conquistas ............ 121 Gráfico 95 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Posses e sucesso ................ 121 Gráfico 96 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Compra supérfluos ............... 122 Gráfico 97 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Compra só o necessário ...... 123
9
Gráfico 98 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Gosto luxuoso ...................... 123 Gráfico 99 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Pessoa simples .................... 124 Gráfico 100 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Não poder comprar ............ 124 Gráfico 101 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Prazer em comprar ............ 125 Gráfico 102 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Mais feliz se comprar ......... 126 Gráfico 103 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Tem tudo o que precisa ..... 126
10
SUMÁRIO
1 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA ............... .................................. 13 1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA .................................................... 13 1.2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 13 1.2.1 Objetivos ......................................... ............................................................... 14 1.2.1.1 Objetivo geral ............................................................................................... 14 1.2.1.2 Objetivos específicos ................................................................................... 14 2 MÉTODO DE PESQUISA ...................................................................................... 14 2.1 ETAPA EXPLORATÓRIA ................................................................................... 14 2.1.1 Dados secundários.................................. ...................................................... 15 2.1.1.1 Levantamento dos dados secundários ( Google insights para pesquisa) .... 16 2.1.1.2 Felicidade Para o Budismo .......................................................................... 19 2.1.1.3 Felicidade x Bem Estar ................................................................................ 20 2.1.1.4 Bem-estar Psicológico .................................................................................. 21 2.1.1.5 Bem-estar Subjetivo (BES) .......................................................................... 22 2.1.1.6 Felicidade x Riqueza .................................................................................... 27 2.1.1.7 Felicidade Interna Bruta (FIB) ...................................................................... 30 2.1.2 Grupo Motivacional ................................ ....................................................... 37 2.1.2.1 Planejamento do Grupo Motivacional ........................................................... 38 2.1.2.2 Realização do Grupo Motivacional ............................................................... 40 2.1.2.3 Informações obtidas com o Grupo Motivacional........................................... 41 3 ETAPA DESCRITIVA .................................. .......................................................... 42 3.1 ELABORAÇÃO DO INSTRUMENTO DE PESQUISA......................................... 43 3.1.1 Entrevistas ....................................... .............................................................. 44 3.1.2 Questionário ...................................... ............................................................ 44 3.1.2.1 A Elaboração ................................................................................................ 46 3.1.2.2 Escalas ......................................................................................................... 49 3.1.2.3 Pré-teste ....................................................................................................... 51 3.1.3 Amostragem ........................................ ........................................................... 51 3.1.3.1 Realização da amostragem .......................................................................... 52 4 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS ....................... .......................................... 54 4.1 ANÁLISES UNIVARIADAS ................................................................................. 54 4.1.1 Bloco 1 - Perfil da Amostra ....................... .................................................... 54 4.1.2 Bloco 2 – Atividades de Lazer ..................... ................................................. 59 4.1.3 Bloco 3 – Saúde e Bem-Estar ....................... ................................................ 61 4.1.4 Bloco 4 – Hábitos de Consumo ...................... .............................................. 69 4.1.5 Bloco 5 – Sentimentos ............................. ..................................................... 71 4.2 ANÁLISE BIVARIADA ......................................................................................... 79 4.2.1 Variável Gênero ................................... .......................................................... 79 4.2.2 Variável Filhos. .................................. ............................................................ 82 4.2.2.1 Variável Estado Civil .................................................................................... 84 4.2.3 Variável Renda .................................... ........................................................... 89 4.2.4 Variável Atividades Físicas ....................... .................................................... 92 4.2.5 Variável Ocupação.................................. ....................................................... 96 4.2.6 Variável Grau de Felicidade ....................... ................................................... 97 4.2.6.1 Grau de Felicidade x Ocupação ................................................................... 97 4.2.6.2 Grau de Felicidade e Saúde ......................................................................... 98 4.2.6.3 Grau de Felicidade e características pessoais ........................................... 102
11
4.2.6.4 Grau de Felicidade x Vivência em ambiente salutar .................................. 104 4.2.6.5 Grau de Felicidade x Filhos ........................................................................ 106 4.2.6.6 Grau de Felicidade x Formação escolar .................................................... 108 4.2.6.7 Grau de Felicidade x Renda ....................................................................... 110 4.2.6.8 Grau de Felicidade x Atividades físicas ...................................................... 110 4.2.6.9 Grau de Felicidade x Hábito de fumar ........................................................ 111 4.2.6.10 Grau de Felicidade x Estado civil ............................................................... 111 4.2.6.11 Grau de Felicidade e Hábitos de Lazer ...................................................... 112 4.2.6.12 Grau de Felicidade x Crença religiosa ....................................................... 118 4.2.6.13 Grau de Felicidade e entendimento em relação a Bens Materiais ............. 119 4.3 ANÁLISES MULTIVARIADAS ........................................................................... 127 4.3.1 Grau de Felicidade x Media_Felicidade ............. ........................................ 128 4.3.2 Grau de Felicidade x todas as novas Variáveis ..... ................................... 129 4.3.3 Média_felicidade X Gênero x Estado civil .......... ....................................... 130 4.3.4 Média_felicidade X Gênero X Esporte ............... ........................................ 130 4.3.5 Media_felicidade X Gênero X Ter filhos ............ ......................................... 130 4.3.6 Media_felicidade X Gênero X Renda ................. ......................................... 131 4.3.7 Media_felicidade X Renda X Formação escolar ....... ................................. 131 4.3.8 Media_felicidade X Gênero X Formação escolar ...... ................................ 133 4.3.9 Media_felicidade X Ocupação ....................... ............................................. 134 CONCLUSÃO FINAL ................................... ........................................................... 135 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 137 ANEXO 1 - ROTEIRO DO GRUPO MOTIVACIONAL ........... ................................. 140 ANEXO 2 - TRANSCRIÇÃO DO GRUPO MOTIVACIONAL ....... ........................... 141 ANEXO 3 - QUESTIONÁRIO ............................ ...................................................... 164
12
INTRODUÇÃO
Visando testar os conhecimentos e habilidades da turma, optou-se por um
tema de pesquisa considerado complexo em sua definição e, principalmente, em sua
mensuração: a Felicidade.
São diversas e muitas vezes divergentes as definições de Felicidade e dos
fatores que a compõem. Há alguns que a utilizem como sinônimo de Bem-estar,
outros que a vejam como um estado de espírito, e outros ainda que questionem a
sua real existência. Trata-se de um tema amplamente discutido e estudado, tanto
nas comunidades científicas quanto fora delas.
Desta forma, sendo este um assunto tão desafiador e considerando-se os
custos de aplicação dos instrumentos de pesquisa, que levaram à opção de
amostragem na cidade de Porto Alegre, ficou definido o principal objetivo da
pesquisa: determinar o grau de felicidade dos porto-alegrenses.
Iniciou-se assim o trabalho de pesquisa em busca de informações para a
confecção de uma escala que permitisse a realização da mensuração quantitativa da
Felicidade, buscando-se identificar os fatores que a compõem e influenciam. Esta
etapa foi composta por pesquisas em dados secundários e pela realização de um
Grupo Motivacional com convidados ligados ao assunto.
Com as informações obtidas foi possível elaborar o questionário, cuja
aplicação foi efetuada durante os meses de outubro e novembro do ano de 2010,
seguindo critérios de amostragem probabilística. A análise dos dados coletados foi
feita com auxílio de softwares específicos, como o Sphinx.
O resultado da referida pesquisa encontra-se descrito no presente trabalho, o
qual constitui a conclusão da disciplina Pesquisa de Marketing (ADM01163) do curso
de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
13
1 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA
1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA
São diversas e muitas vezes divergentes as definições de Felicidade e dos
fatores que a compõem. Há alguns que a utilizem como sinônimo de Bem-estar,
outros que a vejam como um estado de espírito, e outros ainda que questionem a
sua real existência. Trata-se de um tema amplamente discutido e estudado, tanto
nas comunidades científicas quanto fora delas.
Desta forma, sendo este um assunto tão desafiador e considerando-se os
custos de aplicação dos instrumentos de pesquisa, que levaram à opção de
amostragem na cidade de Porto Alegre, ficou definido o principal objetivo da
pesquisa: determinar o grau de felicidade dos porto-alegrenses.
1.2 JUSTIFICATIVA
O objetivo central na vida de qualquer pessoa é conseguir alcançar a
felicidade, independentemente do estilo de vida que leva, da condição financeira que
possui, da religião em que acredita ou dos problemas que tem que enfrentar. É um
conceito que muitas vezes passa despercebido pelas pesquisas acadêmicas
justamente por sua dificuldade de definição e mensuração.
As últimas décadas foram palco de diversas revoluções, tanto no campo das
relações humanas quanto no campo tecnológico. Novos valores e anseios foram
surgindo e, com eles, muitos dos conceitos sobre a vida acabaram por se
transformar.
Por isso, desvendar o que o cidadão de Porto Alegre pensa acerca da
felicidade e seus principais influenciadores é uma pesquisa de grande valia para a
sociedade como um todo e um rico estudo, que engloba inúmeras áreas do
conhecimento.
14
1.2.1 Objetivos
1.2.1.1 Objetivo geral
Identificar as principais variáveis que influenciam na felicidade dos moradores
da cidade de Porto Alegre, assim como medir o nível de felicidade dos mesmos.
1.2.1.2 Objetivos específicos
1) Verificar quais variáveis influenciam na felicidade do porto-alegrense,
2) Medir quais variáveis mais influenciam na felicidade do porto-alegrense,
3) Descobrir o quão o porto-alegrense se considera feliz,
4) Descobrir o quão feliz o porto-alegrense efetivamente é, baseado nas
variáveis levantadas;
5) Levantar as variáveis que menos influenciam a felicidade dos porto-
alegrenses e tentar descobrir o por quê.
2 MÉTODO DE PESQUISA
Para atingir os objetivos propostos nesta pesquisa, realizou-se a pesquisa em
duas etapas, sendo: a primeira de caráter exploratório e a segunda de caráter
descritivo.
2.1 ETAPA EXPLORATÓRIA
Segundo Malhotra (2006), o objetivo da pesquisa exploratória é explorar ou
realizar uma busca em um problema para prover critérios e um melhor
entendimento, auxiliando na descoberta de idéias e percepções. Esse tipo de
pesquisa possui algumas características intrínsecas, como a flexibilidade e a
versatilidade, afinal, não são empregadas procedimentos formais de pesquisa.
No estudo exploratório os pesquisadores estão sempre atentos para novas
idéias que podem surgir durante a pesquisa. Dessa forma, ao descobrir um novo
insight, eles podem dar outra direção para o estudo, a qual é trabalhada até que se
15
esgotem as possibilidades ou que outra idéia seja descoberta. Por esse motivo, o
foco da pesquisa pode mudar constantemente, assim que vão sendo descobertos
novos caminhos para explorar (MALHOTRA, 2006).
A pesquisa exploratória vem sendo utilizada pelos pesquisadores para
investigar diferentes propósitos, como:
• Formular um problema ou defini-lo com maior precisão.
• Identificar cursos alternativos de ação.
• Desenvolver hipóteses.
• Isolar variáveis e relações-chave para exame posterior.
• Obter critérios para desenvolver uma abordagem do problema.
• Estabelecer prioridades para pesquisas posteriores (MALHOTRA,
2006).
De maneira geral, como não há um número significativo de trabalhos nessa
área a qual o estudo se propõe, a pesquisa exploratória se torna a mais adequada
para a realização de uma investigação inicial sobre o assunto. Afinal, esse tipo de
pesquisa tem entre suas finalidades, desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e
idéias, com o objetivo de formular problemas mais certeiros ou hipóteses
pesquisáveis para estudos posteriores.
Nesta etapa da pesquisa, optou-se por utilizar os métodos de análise
qualitativa de dados secundários e grupo motivacional.
2.1.1 Dados secundários
Os dados secundários, de uma forma geral, são aqueles que já foram
coletados, tabulados, ordenados e, às vezes, até analisados e que estão à
disposição dos interessados. As fontes básicas de dados secundários são: a própria
empresa, publicações, governos, instituições não governamentais e serviços
padronizados de informações de marketing (Mattar, 1996).
Como já existem, os dados secundários são de acesso mais fácil,
relativamente menos dispendiosos em termos de custos e, em contrapartida, de
obtenção mais rápida.
Mas, apesar dessas vantagens, dificilmente os dados secundários respondem
a todas as necessidades da pesquisa, tendo em vista que foram coletados para fins
16
diversos. Por isso, a utilidade desses dados pode ser limitada em termos de
relevância e exatidão.
De qualquer forma, os dados secundários ajudam a:
• Identificar o problema.
• Definir melhor o problema.
• Desenvolver uma abordagem do problema.
• Formular uma concepção de pesquisa adequada (por exemplo,
identificando as variáveis-chave).
• Responder a certas perguntas da pesquisa e testar algumas hipóteses.
• Interpretar os dados primários com mais critério (MALHOTRA, 2006).
No presente trabalho, foram utilizados uma série de dados secundários, como
poderemos ver a seguir.
2.1.1.1 Levantamento dos dados secundários ( Google insights para pesquisa)
Apresentaremos a seguir informações relevantes acerca do ponto central da
pesquisa, que é a felicidade. O objetivo destes tópicos não é de tentar responder a
pergunta principal da pesquisa, mas aguçar o entendimento dos assuntos que se
relacionam com a felicidade, dando mais suporte, argumentação e embasamento de
informações para as próximas etapas da pesquisa.
O tema fica bastante complexo quando tentamos abarcar o entendimento das
pessoas sobre o assunto, pois a felicidade é uma concepção que tenta definir um
sentimento comum para algo que varia. O termo está ligado a conceitos de sucesso,
superação de adversidades, bem-estar, serenidade plena, objetivos, virtudes,
ausência de tristeza, momento fugaz, experiências positivas, estado de espírito,
prazer, riqueza, entre outros.
Apesar de não ter um conceito universal, sendo algo empírico, este assunto é
estudado por diversas áreas de interesse que buscam entender algo tão subjetivo.
Para o sociólogo Bauman, o “estado de felicidade” é algo contrário à natureza
humana, sendo impossível de ser alcançado. Estaria ligado a superação de um
momento de infelicidade. Assim como a física tenta explicar o frio através da
ausência do calor, a felicidade seria a ausência de infelicidade, pois esta sim estaria
presente na vida das pessoas em alguma forma indesejada. O exemplo que
17
Bauman cita é a dor de dente, que no momento que cessa nos trás a sensação de
felicidade, ou seja, a felicidade só ocorre quando se vivencia uma infelicidade.
A explicação para o estado de felicidade também foi encontrada como a soma
dos aspectos positivos e negativos do cotidiano - tanto os tangíveis, como o acesso
a bens materiais, quanto os intangíveis, como a solidariedade, reciprocidade, a
busca pelo que dá prazer, etc. Também estaria influenciada pelo nível de capital
social (entendido como o grau de interação e participação dos indivíduos em
comunidade). Na visão psicossocial haveria uma relação com o associativismo, a
confiança interpessoal e institucional, a facilidade em fazer amizades, a percepção
dos cidadãos acerca do ambiente político, social e econômico, do grau de satisfação
com sua vida diária.
Abaixo apresentamos, através dos gráficos, o interesse sobre o termo
felicidade, em um âmbito mundial, nacional e regional. Utilizamos a ferramenta
“Google insights para pesquisa” como forma de mensurar a variação no volume de
pesquisas na internet pela ferramenta Google. Como podemos verificar na Figura 1,
vem crescendo o interesse global pelo termo ao passar dos anos. No Brasil vemos
que também há um aumento da quantidade de pesquisas, porém menos acentuado
que o panorama global. No Rio Grande do Sul o volume de pesquisas pela palavra
praticamente se mantém ao longo dos anos, apresentando picos e vales sem uma
forma tão definida.
Figura 1 - Interesses com o passar do tempo pela pa lavra “happiness”.
Fonte: “ Google insights para pesquisa” - Filtro: Todo o Mundo
18
Figura 2 - Interesse Regional pela palavra “ Happiness”
Fonte: “Google insights para pesquisa” - Filtro: Todo o Mundo
Figura 3 - Interesses com o passar do tempo pela pa lavra “Felicidade”.
Fonte: “Google insights para pesquisa” - Filtro: Br asil
Figura 4 - Interesse Regional pela palavra “Felicid ade”. Fonte: “Google insights para pesquisa” - Filtro: Br asil
19
Figura 5 - Interesses com o passar do tempo pela pa lavra “Felicidade”.
Fonte: “Google insights para pesquisa” - Filtro: Ri o Grande do Sul
Figura 6 - Interesse Regional pela palavra “Felicid ade”.
Fonte: “Google insights para pesquisa” - Filtro: Ri o Grande do Sul
Por ser um tema abrangente, buscou-se informações nas mais variadas
fontes, com a finalidade de compor uma percepção abrangente acerca do tema
pesquisado, conforme disposto a seguir.
2.1.1.2 Felicidade Para o Budismo
Para os budistas a felicidade é alcançada em um estado de serenidade plena,
em que todos os desejos são erradicados. Esse pensamento é compartilhado por
grande pensadores e filósofos da nossa história (Sêneca, Epípeto, etc.)
Para fazer a análise, toma-se que a felicidade pode ser influenciada em três
dimensões: física, material e espiritual. O Budismo defende que as duas primeiras
trazem a sensação de felicidade, mas que elas são efêmeras ou temporárias, e que
dependem de fatores externos para se concretizar.
Exemplos:
• Física: Uma pessoa é bonita e saudável, e isso traz a ela uma
sensação de bem-estar, e conseqüente felicidade. Porém, com o passar dos anos,
20
ela envelhece e acaba contraindo doenças, que acabam por destruir os alicerces
deste pilar, que servia de sustentação à sua felicidade;
• Material: Uma pessoa que é rica pode sim ter uma condição que lhe
traga muito prazer e satisfação no uso e consumo de bens materiais. Mas essa
satisfação também só será mantida se a condição monetária também se mantiver e
se ampliar (conforme se ampliam os objetivos e aspirações materiais do indivíduo).
Por ser influenciada por fatores externos, a felicidade é alcançada pela posse
de alguma coisa ou pelo recebimento de alguma coisa. Portanto, quando a causa da
felicidade deixa de existir ou é destruída, a felicidade também desaparece.
Consequentemente, é na dimensão espiritual ou interior, que se encontra a
verdadeira felicidade. O budismo nos ensina a olhar o âmago das coisas, em vez de
olhar à volta delas.
Devemos olhar para o interior de nós mesmos, a fim de vermos o que cria a
felicidade. O verdadeiro caminho para a felicidade está no dar, não na felicidade do
receber. Precisamos encontrar o caminho do amar, não o de sermos amados. A vida
do eterno dar, amar, compartilhar e apreciar o trabalho é sempre criativa e infinita,
enquanto os outros caminhos para a felicidade levam a fracassos e
desapontamentos.
A felicidade é, então, encarada como a paz interior e o entendimento da
própria vida em si. A ausência da ambição e objetivos evita a frustração, que é a
principal causa da infelicidade. Ou seja, uma pessoa que elimina a possibilidade de
gerar infelicidades e decepções, será uma pessoa feliz: só quando você desejar
nada, poderá se livrar da infelicidade.
2.1.1.3 Felicidade x Bem Estar
Viscarra (2010) define a felicidade como sendo uma componente do chamado
bem-estar hedonista, aquele medido por aspectos subjetivos. O termo destaca-se, já
que vem se descobrindo que sem estes aspectos fica impossível definir o bem-estar
e a qualidade de vida.
Para a autora, a felicidade reflete a percepção das pessoas acerca do
ambiente político, social e econômico e do grau de satisfação com sua vida diária. A
soma dos aspectos positivos e negativos do cotidiano, tanto os tangíveis (acesso a
bens materiais) como os não tangíveis (solidariedade, reciprocidade, etc.)
21
constituem uma “medida” da felicidade. A confiança nas pessoas e o nível de capital
social também influenciam, já que a realização de projetos e a superação de
dificuldades dependem diretamente do grau de integração e participação da
comunidade.
Já Difante (2008) apresenta a felicidade como algo empírico, percebida por
cada um conforme suas percepções de dor e de prazer. Deste modo, seu conceito
não pode ser universalizado. A felicidade está liga ao prazer e ao bem-estar, deste
modo, o desejo e a busca por aquilo que dá prazer é o que leva à felicidade. O
prazer constante resulta em tédio.
Em outros trabalhos, Kant afirma que o poder, a riqueza, a honra e a saúde
são requisitos da felicidade, assim como o bem-estar e o contentamento com a sua
sorte. Mesmo a moralidade e a felicidade não sejam intimamente ligadas, o ser
humano só é feliz se ele agir segundo os princípios da moralidade. Portanto, o “pré-
requisito” para a felicidade é agir conforme as leis e as normas sociais vigentes.
2.1.1.4 Bem-estar Psicológico
Foram encontrados os seguinte aspectos relevantes sobre a chamada
Abordagem Eudamônica :
• Para Aristóteles, felicidade hedônica faz dos homens, escravos dos
seus próprios prazeres;
• A verdadeira felicidade é encontrada na expressão da virtude – que
consiste em fazer aquilo que é digno de se fazer;
• O bem-estar consistiria em algo maior do que simplesmente ser feliz.
Seria a realização plena do potencial humano, ao invés da simples satisfação dos
desejos;
• A plena realização é algo muito vago.
• Alguns autores sugerem algumas variáveis que influenciam o Bem-
estar psicológico:
• Expressividade corporal – atividades de intenso envolvimento, dando
plenitude à vida da pessoa pelo desenvolvimento de habilidades e talentos.
• Florescência humana – utiliza seis conceitos: autonomia, crescimento
pessoal, auto-aceitação, propósito de vida, poder e relações positivas.
22
• Autodeterminação – investigação das tendências humanas para o
crescimento e das necessidades humanas para se atingir o BEP. Necessidades
psicológicas sugeridas: autonomia, capacidade e relacionamento.
2.1.1.5 Bem-estar Subjetivo (BES)
Foram encontrados os seguinte aspectos relevantes sobre a chamada
Abordagem Hedônica:
• Felicidade é definida como o modo de vida em que o prazer tem um
importante papel;
• A experiência de emoções prazerosas na vida de uma pessoa, com a
prevenção do sofrimento e a procura do prazer;
• A abordagem hedônica está associada à felicidade subjetiva, prazer e
fuga do sofrimento. Seu processo de mensuração – utilizado na psicologia, é
chamado de BES., que refere-se à forma como as pessoas avaliam suas vidas;
• Inicialmente os estudos do BES apresentavam foco basicamente em:
o Satisfação com a vida;
o Presença de experiências positivas;
o Ausência de experiências negativas.
Sendo posteriormente adicionado o tópico "Satisfação com aspectos da vida", que
tem como elementos: casamento, trabalho, saúde e lazer.
2.1.1.5.1 Principais teorias sobre o Bem-estar Subjetivo (BES)
O estudo sobre o BES está consolidado como ciência, sendo utilizado em
campos diversos do conhecimento como a psicologia, ou mais recentemente, a
economia.
Os aspectos que influenciam e alteram o BES são descritos abaixo,
permitindo assim um melhor entendimento da das razões pelas quais a mente
humana declara um determinado nível de felicidade e não outro.
a) Personalidade e temperamento
Pessoas que tem exatamente as mesmas condições de vida possuem valores
de felicidade diferentes.
A felicidade declarada por uma pessoa deve ser avaliada levando em
consideração que existem fatores internos que direcionam a sua resposta num
23
processo de avaliação, influenciado por características como otimismo, auto-estima,
etc.
b) Adaptação
Questão da Repetição Hedônica – as pessoas nunca poderão ser mais felizes
ou infelizes no longo prazo, pois todas se adaptam aos diversos acontecimentos da
vida. Retornando-se a um ponto inicial.
O conceito de habituação não se comprova em todos os casos porque as
pessoas não se adaptam a certos tipos de eventos (saúde, vítimas de acidentes,
situação matrimonial), podendo estes modificar substancialmente a felicidade das
mesmas.
c) Objetivos e valores
A satisfação dos objetivos de vida, como são conseguidos, assim como o
sucesso ou falha do resultado, afetam o bem-estar da pessoa.
d) Comparação social
Nesse modelo social, a idéia é a de que as pessoas fazem comparações
sociais, conscientes ou inconscientes, para definir seu nível de felicidade. Essa
teoria considera que os indivíduos, estado numa situação melhor do que aquelas
que o cercam, se consideram mais felizes, ao passo que aqueles vivendo numa
situação inferior a maioria das pessoas de um grupo de comparação, teriam uma
satisfação com a vida pior.
e) Aspiração
Existem três pressupostos estabelecidos:
• Em um dado momento do tempo, as pessoas com maior renda são, em
média, mais felizes do que aquelas com menor renda;
• As pessoas sempre declaram um nível estável ao longo do tempo,
apesar de sempre pensarem positivamente em relação ao seu futuro;
• A felicidade vivida pelas pessoas é, em média, constante ao longo de
todas as suas vidas, mesmo que a renda tenda a aumentar ao passar do tempo.
• No começo da vida das pessoas, todos têm um nível de aspiração a
bens similar, mesmo as que estão em diferentes níveis sócio-econômicos. Como
alguns, no início, possuem mais condições financeiras de alcançar seus objetivos
aspirados, esses teriam um coeficiente de bem-estar superior.
e) Cultura e sociedade
24
Cada sociedade possui seus próprios valores e comportamentos, afetando a
forma pela qual cada um processa e contextualiza seu grau de felicidade.
A satisfação financeira é um forte indicador de satisfação com a vida nos
países mais pobres, enquanto que a preocupação com a família é um aspecto mais
relevante nos países desenvolvidos. Isso demonstra uma hierarquia de
necessidades diferenciada, de forma que uma sociedade materialista e consumista é
mais evidente em culturas ocidentais, tipicamente mais individualistas; enquanto que
em culturas orientais, o coletivo influencia mais na felicidade da população.
2.1.1.5.2 Mensuração do Bem-estar Subjetivo (BES)
A mensuração do BES é realizada através de auto-relatórios, ou seja,
declarações feitas pelos próprios indivíduos analisados.
Esta poderá ser mais ou menos abrangente conforme o número de itens a
serem analisados.
Medidas de um único item: conforme Andrews e Whitney (1996) apud
Giacomoni (2002), para esta medição é utilizada uma escala com sete níveis de
valores para adjetivos que variam de alegre a terrível. Uma questão a ser abordada
poderia ser, por exemplo, "Como você se sente sobre sua vida levando tudo em
consideração?"
Medidas com múltiplos itens: para esta medição também é utilizada uma
escala com sete níveis de valores, porém vinculados a níveis de concordância.
Como exemplo de escalas existentes pode-se citar os modelos PANAS (Positive and
Negative Affect Schedule) de Watson et al (1988) apud Clark e Watson (1994); o
Oxford Happiness Questionnaire (OHQ) de Argyle e Hills (2001); o Subjective
Happiness Scale (SHS) de Lyubomirsky (1999); e o SWLS (Satisfaction with Life
Scale) de Diener e Pavot (2008).
O método SWLS permite avaliar o BES dos indivíduos sob diversos ângulos,
englobando os diferentes aspectos que compõe a felicidade humana. Em termos
operacionais, utiliza valores para cada nível que vão de 5 (baixa felicidade) a 35
(felicidade máxima).
Em termos gerais, os seguintes fatores devem ser considerados como
influenciadores das análises, tanto de único quanto de múltiplos itens:
25
• Humor da pessoa no momento da resposta;
• Resposta por pressão do que seria socialmente desejável;
• Forma de construção da pergunta;
• Ordem dos questionamentos;
• Escalas aplicadas.
Além disso, deve-se ter em mente que todas as variáveis referentes a uma
abordagem monetária possuem relações consideráveis com a felicidade, porém não
se pode afirmar que a renda, por si só, define o nível de felicidade.
Albuquerque e Tróccoli (2004) sugerem as seguintes escalas para
mensuração do BES.
Figura 7 - Escala de BES - Sub-escala 1 Fonte: Albuquerque e Tróccoli (2004)
Figura 8 - Escala de BES - Sub-escala 2 Fonte: Albuquerque e Tróccoli (2004)
a) Oxford Happiness Intentory
O Oxford Hapiness Inventory (OHI) foi desenvolvido pelos psicólogos Michael
Argyle e Peter Hills da Universidade de Oxford em 1989 com intuito de mensurar a
felicidade pessoal através de causas psicológicas gerais. Este questionário foi
utilizado internamente pelo Departamento de Psicologia Experimental da
26
Universidade. A escala foi considerada consistente e foi amplamente divulgada nos
Estados Unidos, Espanha, Reino Unido. Além disto, foi através dela que realizaram
um estudo cross-cultural comparativo entre alunos da Austrália, Canadá, Estados
Unidos e Reino Unido.
O OHI é composto por 29 perguntas, sendo 12 delas com sentido negativo. A
escala utilizada é a de Likert de seis pontos, sendo 1 = discordo fortemente e 6 =
concordo fortemente. Para o cálculo de pontuação, deve-se inicialmente reverter a
pontuação das perguntas marcadas com “R” (de sentindo negativo), ou seja, se foi
marcado 6 (concordo fortemente) em uma pergunta negativa, para fins de cálculo,
esta deve ser considerada como 1. Deve-se então somar a pontuação e dividir por
29.
Posteriormente, algumas questões foram extraídas do OHI, o que deu origem
ao Oxford Happiness Questionnaire (OHQ), um instrumento mais compacto para a
mensuração da felicidade.
Figura 9 - Exemplo de Oxford Happiness Intentory
Fonte: elaborado pelos autores
b) Subjective Happiness Scale
A Subjective Happiness Scale (SHS) foi desenvolvida pela psicóloga Sonja
Lyubomirsky da Universidade da Califórnia em 1999. Este índice mensura a
felicidade subjetiva através de quatro itens. Utiliza-se escala de Likert de sete pontos
para o cálculo. A validade construtiva deste instrumento foi analisada em diversos
estudos apresentando boa correlação com a Satisfaction with Life Scale.
Figura 10 - Exemplo de Subjective Happiness Scale
Fonte: elaborado pelos autores
27
c) Satisfaction Life Scale (SWLS)
A Satisfaction with Life Scale (SWLS) foi desenvolvida pelo psicólogo e
professor Ed Diener da Universidade de Illinois. Seu objetivo é avaliar a satisfação
através do julgamento pessoal sobre a qualidade de vida. O instrumento é formado
por cinco itens e a escala utilizada é de Likert com sete pontos.
Figura 11 - Exemplo de Satisfaction Life Scale
Fonte: elaborado pelos autores 2.1.1.6 Felicidade x Riqueza
Em seu estudo, Becker (2009) verificou a relação entre riqueza e felicidade. A
metodologia adotada pelo autor compreende a análise de diversos trabalhos que
relacionaram o nível de riqueza de uma pessoa ou nação com o respectivo nível de
bem-estar subjetivo. O trabalho visa responder a três perguntas: as pessoas com
maior renda são mais felizes do que as com menor renda? As pessoas em países
ricos são mais felizes do que as pessoas em países pobres? Um incremento de
renda ao longo do tempo faz crescer a felicidade?
Em relação à primeira questão, pesquisas mostraram que as pessoas mais
ricas se declaram, na média, mais felizes do que as pobres, dentro de um dado país
ou região. Isso se deve ao fato de que as pessoas com maior renda têm mais
oportunidades de atingir o que desejam, podem comprar mais bens materiais e
serviços e possuem mais status na sociedade. Neste sentido, dinheiro compra
felicidade. Entretanto, a variação individual dos desejos ajuda a explicar porque
algumas pessoas pobres são mais felizes do que outras que possuem uma renda
maior, mas que não se consideram felizes. Isso ocorre porque pessoas com
aspirações materiais muito grandes tendem a se frustrar, mesmo que possuam uma
renda altíssima, já que tais pessoas nunca estão satisfeitas com o que têm, sempre
desejam algo mais. Ainda assim, as pesquisas mostram que ter mais dinheiro é
geralmente melhor do que ter menos.
28
Em relação à segunda pergunta, muitos estudos afirmam que, em média, os
países mais ricos são mais felizes que os países mais pobres. Entretanto, esta
conclusão, baseada somente na relação entre renda e felicidade, é de valor limitado,
podendo tal correlação positiva ser atribuída a outros fatores que não a renda
somente. Como os países ricos costumam ser não apenas economicamente
desenvolvidos, mas também mais democráticos, respeitadores dos direitos humanos
e avançados em termos de direitos iguais para as mulheres, tais fatores também
influenciam no estado de felicidade de seus habitantes.
Enfim, em relação à terceira questão, pesquisas de séries temporais, que
acompanham a renda de pessoas de uma região ao longo do tempo e a
correlacionam com o bem-estar subjetivo relatado, mostram que, geralmente, a
felicidade não aumenta com o aumento da renda. Existe um nível mínimo de renda
para que as pessoas se sintam bem. Este nível é em torno de U$ 10 mil a U$ 15 mil,
conforme afirmam as pesquisas. Acima deste nível, o crescimento da felicidade
desacelera consideravelmente em relação ao da riqueza.
Concluindo, o autor afirma ser bastante difícil dar uma resposta positiva ou
negativa à questão se dinheiro traz bem-estar subjetivo ou não. Entretanto, pode-se
afirmar, de acordo com pesquisas por ele estudadas, que, geralmente, é bom para a
felicidade ter dinheiro, mas é ruim para a felicidade querer muito dinheiro.
2.1.1.6.1 Felicidade tem preço!
Segundo Kahneman (2010) apud Mioto (2010), realizador de uma pesquisa
baseada na análise de dados de um banco nos EUA, que identificou um valor
monetário a partir do qual mais riqueza não significa mais bem-estar, o equivalente a
R$ 11.000,00 ao mês.
Entrevistas feitas com mais de 450 mil estadunidenses revelaram que para
ser feliz o importante não é ser rico, mas sim não ser pobre.
Do mesmo modo, foram coletados relatos sobre a freqüência com que as
pessoas se sentiram felizes ou sorridentes recentemente, e também estressadas.
Numa escala de zero a dez, as mesmas avaliaram o quanto estavam satisfeitas com
as suas vidas e, na mesma escala, analisaram um conjunto de fatores que afetava
positivamente ou negativamente a sua felicidade.
29
Os resultados obtidos podem ser visualizados nas figuras abaixo.
Figura 12 - Resultado: fatores que mais trazem Feli cidade e Infelicidade
Fonte: Kahneman (2010) apud Mioto (2010)
Figura 13 - Resultado: relação entre felicidade e r enda mensal
Fonte: Kahneman (2010) apud Mioto (2010)
30
2.1.1.7 Felicidade Interna Bruta (FIB)
O conceito de Felicidade Interna Bruta originou-se em 1972 no reino do
Butão, no Himalaia, quando seu rei questionou se o Produto Interno Bruto (PIB)
seria o melhor índice para designar o desenvolvimento de uma nação.
O atual rei do Butão, 5º na história do país, proclamou que a materialização
da visão da Felicidade Interna Bruta (FIB) será uma das quatro principais
responsabilidades do seu reinado. A meta última que norteará as mudanças sociais,
econômicas e políticas no Butão será o FIB. O rei disse que uma sociedade
baseada no FIB significa a criação de uma sociedade iluminada, na qual a felicidade
e o bem estar de todas as pessoas e de todos os seres sencientes é o propósito
último da governança.
Em abril de 1986, a frase, com estas exatas palavras: “Felicidade Interna
Bruta é mais importante do que Produto Interno Bruto” foi cunhada por Sua
Majestade o 4º Rei do Butão, que é o autor do conceito do FIB. O que ele disse, nos
anos 1970 e 1980, quanto ao PIB ser canalizado na direção da felicidade, foi algo
bastante inédito, senão revolucionário.
Assim o Butão começou a praticar esse conceito e a atrair a atenção do resto
do mundo, com a sua nova fórmula para o cálculo de riqueza de um país, que
considera outros aspectos além do desenvolvimento econômico.
Partindo-se de quatro pilares principais: Economia, Cultura, Meio Ambiente e Boa
Governança, derivam-se 9 dimensões de onde são extraídos indicadores para que a
Felicidade de uma nação seja avaliada:
• Bem-estar psicológico: avalia o grau de satisfação e de otimismo que
cada indivíduo tem em relação a sua própria vida. Os indicadores incluem a
prevalência de taxas de emoções tanto positivas quanto negativas, e analisam a
auto-estima, sensação de competência, estresse, e atividades espirituais.
• Saúde: mede a eficácia das políticas de saúde, com critérios como
auto-avaliação da saúde, invalidez, padrões de comportamento arriscados,
exercício, sono, nutrição, etc.
• Uso do tempo: este é um dos mais significativos fatores na qualidade
de vida, especialmente o tempo para o lazer e socialização com família e amigos. A
31
gestão equilibrada do tempo é avaliada, incluindo tempo no trânsito, no trabalho, nas
atividades educacionais, etc.
• Vitalidade Comunitária: foca nos relacionamentos e interações na
comunidade. Examina o nível de confiança, a sensação de pertencimento, a
vitalidade dos relacionamentos afetivos, a segurança em casa e na comunidade, a
prática de doação e de voluntariado.
• Educação: leva em conta fatores como participação em educação
formal e informal, competência, envolvimento na educação dos filhos, valores em
educação, educação ambiental, etc.
• Cultura: avalia as tradições locais, festivais, valores nucleares,
participação em eventos culturais, oportunidades de desenvolver capacidades
artísticas, e discriminação por causa de religião, raça ou gênero.
• Meio Ambiente: mede a percepção dos cidadãos quanto à qualidade
da água, do ar, do solo, e da biodiversidade. Os indicadores incluem acesso a áreas
verdes, sistema de coleta de lixo, etc.
• Boa Governança: avalia como a população enxerga o governo, a
mídia, o judiciário, o sistema eleitoral, e a segurança pública, em termos de
responsabilidade, honestidade e transparência. Também mede a cidadania e o
envolvimento dos cidadãos com as decisões e processos políticos.
• Padrão de vida: avalia a renda individual e familiar, a segurança
financeira, o nível de dívidas, a qualidade das habitações, etc.
2.1.1.7.1 Por que o PIB é inadequado para medir o Bem-estar?
Em primeiro lugar, vamos assinalar que o PIB é parte integrante do FIB, uma
vez que o crescimento econômico de fato promove o bem-estar e a felicidade dos
mais pobres. Todavia, diversas deficiências do PIB também precisam ser
reconhecidas.
a) Falta de distinções de natureza qualitativa.
Existem muitos modos de atingir o mesmo nível de PIB, que por si só não é
registrada se a riqueza for gerada através de prostituição, meditação, ou de maneira
estressante ou prazerosa.
b) Propensão ao Consumo
32
O PIB é uma acurada métrica para se determinar tudo aquilo que é produzido
e consumido através de transações monetárias. Entretanto, se algum bem for
deliberadamente conservado e não consumido, então esse bem deixa de ser
registrado como um valor. Como resultado disso, existe uma tremenda inclinação
voltada ao consumo na adoção do PIB. Um trator que está simplesmente largado
numa fazenda é contabilizado como uma riqueza, e certamente que um tigre numa
floresta deve ter mais valor do que um trator, porém, sob a ótica do PIB, não é isso
que ocorre.
Este mede muito bem o capital produzido, mas não mede outras formas de
capital e serviços, tais como aqueles providos pelo meio ambiente, humanos e
sociais.
c) Sub-valoriza tempo livre e trabalho não remunerado
O PIB não mede o tempo livre e nem tampouco o trabalho voluntário, não
remunerado, revelando um sério preconceito contra trabalho voluntário e lazer.
Todavia, o trabalho não remunerado e voluntário contribui para a felicidade e
o bem-estar. Cuidar de crianças e idosos, bem como o trabalho doméstico, são
serviços não remunerados que se dão à margem das transações do mercado. Essas
atividades não estão precificadas, e são executadas por aqueles cuja motivação
está acima do ganho financeiro.
d) Justiça Econômica
Embora a desigualdade possa ser medida separadamente por um índice
específico para esse fim, o PIB em si é cego para a injustiça econômica. Durante o
nosso consumo de bens e serviços, a métrica daquilo que nos proporciona felicidade
é relativa, em comparação àquilo que os outros estão consumindo. Se a
comparação afeta o nosso bem-estar subjetivo, a desigualdade continuará a ter um
poderoso efeito negativo na felicidade enquanto uma desigual distribuição da
riqueza persistir. Sempre haverá alguém acima na escada, e um modo de se
neutralizar esse efeito negativo é de se atingir um alto grau de igualdade.
e) Importância dos serviços pós-materiais.
Uma vez que certo nível de riqueza foi alcançada, como por exemplo, na
Europa e no Japão, o objetivo das pessoas não são bens, mas em vez disso aquilo
que está se chamando de “serviços pós-materiais que transcendem os bens”. Um
aumento desses serviços está mais provavelmente influenciado pelo imaterial, que
vem de fatores como família, amigos, segurança, redes sociais, liberdade,
33
criatividade, significado para a vida e assim por diante. Esses benefícios das
sociedades pós-industriais não necessariamente aumentam com a renda.
2.1.1.7.2 Conceito de Felicidade para o FIB
Bem público, porém subjetivamente sentido A felicidade é, e deve ser, um
bem público, já que todos os seres humanos almejam-na. Ela não pode ser deixada
exclusivamente a cargo de dispositivos e esforços privados. Se o planejamento
governamental e, portanto, as condições macro-econômicas da nação, forem
adversos à felicidade, esse planejamento fracassará enquanto uma meta coletiva.
Os governos precisam criar condições conducentes à felicidade, na qual os esforços
individuais possam ser bem sucedidos.
A política pública é necessária para educar os cidadãos sobre a felicidade
coletiva. As pessoas podem fazer escolhas erradas, que por sua vez podem desviá-
las da felicidade. Planejamentos de política pública corretos podem lidar com tais
problemas, e reduzi-los, impedindo assim que ocorram em larga escala.
a) Felicidade baseada em estímulos externos
Nossa compreensão de como a mente obtém felicidade afeta a nossa
experiência com a mesma, ao influir nos meios que escolhemos para a sua busca.
Em alguns ramos das ciências comportamentais, a mente é concebida como um
aparato de entrada-saída, que responde apenas aos estímulos externos. Uma
conseqüência deste modelo é que as sensações prazerosas e de felicidade são
vistas como dependentes somente em estímulos externos. Felicidade é percebida
como uma conseqüência direta dos prazeres sensoriais. Com tal excessiva ênfase
nos estímulos externos como a fonte de felicidade, não é de se surpreender que os
indivíduos sejam levados a acreditar que, ao serem materialistas, serão mais felizes.
b) Métodos de contemplação interior
Mas existe uma tradição que aponta um caminho oposto à busca da felicidade
baseada em estímulos externos, e que mostra que sensações prazerosas serão
geradas ao se bloquear a entrada dos estímulos sensoriais externos e calando-se o
palavrório mental.
34
Isso requer a prática regular de técnicas de meditação, através das quais o
indivíduo experiência o sujeito em si, em vez do sujeito experienciar os estímulos
externos.
Ao se utilizar um método contemplativo, não há nada externo que possa se
constituir num insumo para felicidade. Desde que seja praticada de forma
disciplinada e regular, a meditação pode levar à mudanças na estrutura mental (nas
redes neurais), fazendo com que a calma e o contentamento sejam traços perenes
da personalidade. Em outras palavras, as faculdades mentais podem ser treinadas
em direção à felicidade.
Quando essa visão é aplicada, economias atualmente consideradas
estacionárias, estáveis e sustentáveis, podem ser consideradas bem sucedidas.
Uma economia cujo PIB cresce continuamente, a uma taxa ambientalmente
insustentável, pode ser vista como um fracasso, devido à sua incapacidade de
promover o desapego da proliferação de desejos. Em função disso, as pessoas são
levadas de roldão no processo. Uma economia estacionária pode sinalizar que
estabilidade psicológica quanto aos desejos foi alcançada entre os consumidores.
2.1.1.7.3 Indicadores e mensuração do FIB
O Governo Real do Butão está formulando índices para o FIB, que irão
avaliar, rastrear e guiar o planejamento do desenvolvimento do nosso país. Os
índices FIB de nível macro podem ser sub-divididos em numerosos sub-indicadores
que são úteis em diversos fatores.
Além disso, o Butão desenvolveu uma estrutura qualitativa conhecida como
“lentes de FIB” para políticas e programas que têm por finalidade filtrar atividades
segundo o ponto de vista do FIB.
Para se considerar um indicador como sendo válido segundo o FIB, ele deve
demonstravelmente ter influência positiva ou negativa na felicidade. E os indicadores
de FIB devem cobrir tanto as esferas objetivas quanto as subjetivas das dimensões
do FIB, conferindo pesos idênticos tanto para os aspectos funcionais da sociedade
humana como para o lado emocional da existência da mesma. A voz subjetiva, que
tem sido relativamente sufocada nas ciências sociais como um todo, e nos
indicadores em particular, está sendo restaurada nos indicadores do FIB, e isso está
35
produzindo uma equilibrada representação de dados entre o objetivo e o subjetivo.
Obviamente que a distinção entre o subjetivo e o objetivo não representa, em
qualquer sentido fundamental, aquilo que é básico para natureza da realidade, que é
na verdade o inter-relacionamento de ambos.
De uma forma mais geral, a descrição dos indicadores para o FIB pode ser
expressa usando um ícone tradicional, a roda. No centro da roda se situa o cubo da
mesma. Similarmente, a meta última do FIB é o bem-estar, a felicidade e a
satisfação com a vida, aquilo que é o verdadeiro potencial na sociedade humana
que buscamos atingir. Os meios para se atingir essa meta são os raios da roda. No
caso do FIB, esses raios representam os domínios, tais como o raio da educação, o
raio da boa saúde, o raio do uso equilibrado do tempo, o raio da cultura, o raio da
boa governança, o raio da vitalidade comunitária, o raio da resiliência ecológica, e o
raio do componente material da existência – o padrão de vida.
a) Psicológico
O domínio do bem estar psicológico abrange o contentamento, a satisfação
com todos os elementos da vida, e a saúde mental. Uma vez que felicidade coletiva
é a meta principal sob uma sociedade baseada no FIB, o bem estar psicológico é de
primordial importância para medir o sucesso do estado em prover as políticas e os
serviços apropriados. Entre inúmeros indicadores, a prevalência de taxas de
emoções tanto positivas quanto negativas, o estresse, as atividades espirituais, o
desfrute da vida, a satisfação com a vida, a auto-avaliação da saúde – seja física
quanto mental – são calculados na população.
b) Uso do Tempo
Tem se demonstrado que o domínio do uso do tempo é uma das mais
eficazes janelas para qualidade de vida, uma vez que ele analisa a natureza do
tempo que é despendido num período de 24 horas, bem como as atividades que
tomam períodos de tempo mais longos. Uma importante função do uso do tempo é
reconhecer o valor do lazer.
Os laços sociais criados e compartilhados na socialização com a família e
com os amigos contribuem significativamente para todos os níveis de felicidade e
contentamento numa sociedade.
c) Saúde
Os indicadores de saúde avaliam o status de saúde da população, os fatores
determinantes da saúde e o sistema de saúde em si. Os indicadores de status de
36
saúde incluem a auto-avaliação da saúde, invalidez, as limitações para atividades e
a taxa de dias saudáveis. Os indicadores dos fatores determinantes de saúde
incluem padrões de comportamento arriscados, exposição a condições de risco,
status nutricional, práticas de amamentação e condições de higiene. O sistema de
saúde, que incluí tanto o sistema ocidental quanto o nativo, é medido a partir do
ponto de vista da satisfação do usuário em diversas dimensões, tais como
amabilidade do provedor, competência, tempo de espera, custo, distância etc.
d) Educação
A educação contribui para o conhecimento, valores, criatividade,
competências, capital humano e sensibilidade cívica dos cidadãos. Um domínio tal
como o da educação não tem por objetivo meramente medir o sucesso da educação
per se, e sim tentar avaliar a eficácia da educação quanto a se trabalhar em prol da
meta do bem estar coletivo. O domínio da educação leva em conta vários fatores,
tais como: participação, competências e apoio educacional, entre outros. Esse
domínio inclui no seu escopo a educação informal (competências nativas, técnicas
tradicionais orgânicas de agricultura e pecuária, remédios caseiros, genealogias
familiares, conhecimento sobre a cultura e história locais), e educação monástica.
e) Diversidade e Resiliência Cultural
A manutenção das nossas tradições culturais é uma das fundamentais metas
de política pública do nosso país, já que reconhecemos o valor das tradições da
diversidade cultural na formação da identidade, nos valores e na base criativa para o
nosso futuro.
O domínio da cultura leva em conta a diversidade e o número de instalações
culturais, padrões de uso e diversidade no idioma e participação religiosa. Os
indicadores estimam valores nucleares, costumes locais e tradições, bem como a
percepção de mudanças em valores e tradições.
f) Boa Governança
O domínio da Governança avalia como que as pessoas percebem várias
funções governamentais em termos da sua eficácia, honestidade e qualidade. Os
temas desses indicadores incluem liderança em vários níveis do governo, na mídia,
no judiciário, na polícia e nas eleições.
g) Vitalidade Comunitária
O domínio da vitalidade comunitária foca nas forças e nas fraquezas dos
relacionamentos e das interações nas comunidades. Ele examina a natureza da
37
confiança, da sensação de pertencimento, a vitalidade dos relacionamentos afetivos,
a segurança em casa e na comunidade, a prática de doação e de voluntariado.
Esses indicadores possibilitarão aos formuladores de política pública rastrear as
mudanças nos efeitos adversos para a vitalidade comunitária.
h) Diversidade e Resiliência Ecológica
Ao focar no estado dos nossos recursos naturais, nas pressões sobre os
nossos ecossistemas, e nas diferentes respostas de gestões, o domínio da
diversidade e resiliência ecológica descreve o impacto do suprimento doméstico e a
demanda nos ecossistemas do Butão.
i) Padrão de Vida
O domínio do Padrão de Vida cobre o status econômico básico dos cidadãos
do país. Esses indicadores avaliam os níveis de renda ao nível individual e familiar,
medem a segurança financeira, o nível de dívidas, a qualidade das habitações, e o
montante de assistência em espécie recebida por familiares e amigos.
j) Desenvolvimento Holístico
É nossa expectativa que os esforços na direção da elaboração de um índice
de FIB possam prover não apenas para o Butão, mas também para o resto do
mundo, um valioso conjunto de indicadores que possa ser utilizado para tornar os
esforços em prol do desenvolvimento mais holísticos e harmoniosos quanto as suas
metas e meios.
2.1.2 Grupo Motivacional
Os dados secundários contribuíram, de forma bem generosa, para o
entendimento do tema central da pesquisa. Mas, como já era esperado, não
trouxeram todo o conteúdo necessário. Por isso, optou-se pela realização de um
grupo motivacional. Essa técnica é uma forma de pesquisa qualitativa, a qual
proporciona melhor visão e compreensão do problema.
Para Malhotra (2006), os grupos de foco constituem o processo mais
importante de uma pesquisa qualitativa. Em resumo, essa etapa consiste em uma
entrevista em grupo, onde especialistas sobre o assunto em questão partilham suas
experiências sob a coordenação de um moderador treinado e de um conjunto de
perguntas semi-estruturadas (abertas).
38
Uma das principais vantagens dessa técnica está na gama maior de
informações, percepções e idéias geradas por um grupo de pessoas de forma
espontânea, muito superior do que respostas obtidas individualmente.
Só é importante ressaltar, tendo em vista a quantidade de dados obtidos
nesses grupos, o cuidado com o julgamento e uso correto das informações.
Por isso, além da necessidade de um moderador bem preparado para
conduzir as entrevistas, o processo de planejamento e administração dos grupos
deve ser seguido para sua realização e execução ocorrer da melhor forma. O
primeiro cuidado observado refere-se aos participantes: deve-se ter muita atenção
ao selecionar os especialistas que farão parte do experimento, pois todos devem ter
tido alguma experiência significativa com o problema que está sendo estudado.
Também deve-se evitar os respondentes profissionais, ou seja, aquelas pessoas
que já participaram de mais grupos motivacionais. Além disso, o ambiente em que
se realizará o estudo também merece atenção especial. Uma atmosfera relaxada,
informal, acaba produzindo comentários mais espontâneos (Malhotra, 2006).
2.1.2.1 Planejamento do Grupo Motivacional
As seguintes etapas foram seguidas durante o Planejamento do Grupo
Motivacional.
2.1.2.1.1 Definição do perfil dos participantes
Considerando-se o tema abordado na pesquisa e as informações obtidas com
a pesquisa em dados secundários, solicitou-se à turma a indicação de contatos com
os seguintes enfoques (áreas):
• Saúde: psicólogos, médicos, etc. De forma a apresentar a
felicidade sob o ponto de vista clínico.
• Educação: estudiosos do assunto, como professores,
doutores,etc. De forma a apresentar a felicidade sob o ponto de vista
científico.
• Religião: pastores, padres, monges, etc. De forma a apresentar
a felicidade sob o ponto de vista da crença religiosa.
39
• Popular: pessoa comum, de forma a apresentar a felicidade sob
o ponto de vista do senso comum.
2.1.2.1.2 Obtenção de contatos
Para obtenção dos contados foi disponibilizada planilha editável na
ferramenta online GoogleDocs, de forma que os alunos integrantes do grupo
contribuíssem com três contatos e os demais alunos da turma pudessem contribuir
com ao menos dois contatos. Desta forma, foram obtidos cerca de 40 contatos
válidos.
2.1.2.1.3 Convite formal dos indicados
Houve a separação da responsabilidade pelo convite dos indicados dentre os
componentes do Grupo Motivacional com base na área a qual cada contato
pertencia, ficando acordado que a composição do grupo de discussão deveria conter
dois integrantes de cada área.
Tanto o contato inicial quanto a confirmação de presença no dia do evento
foram feitos preferencialmente por telefone.
Ao término desta etapa e após algumas desistências de última hora, os
seguintes convidados confirmaram presença:
Convidado Profissão Relação com o tema Edelmira Q.
Pires Preleitora Seicho No Ie - Estudiosa
da filosofia Seicho-No-Ie. O tema felicidade faz parte da Filosofia da Seicho-No-Ie
Rogério Majinsky
Arquiteto e ex-professor da UFRGS (urbanista).
Os planos-diretores das cidades são feitos com base no que as pessoas esperam, na sua cultura. Relação com Sociologia.
Lores R. Meller Psicanalista. Profissão diretamente relacionada ao assunto.
Ivo Guizzardi Superintendente do Secretariado
de Ação Social da Arquidiocese de Porto Alegre.
Trabalha com apoio à comunidade através da ONG Mensageiro da Caridade.
Felipe Amaral Administrador.
Lider da Net Impact Porto Alegre (ONG) Trabalha muito com questões de Sustentabilidade - que de certa forma é uma felicidade social.
40
Thiago Ourives Publicitário. Publicidade deve entender o que faz as pessoas felizes para usar isso em suas criações.
Mauro Kwitko Psicoterapeuta, Regressão Terapêutica, Músico, Palestrante.
Espiritualista e estudioso sobre a arte de viver, autor de várias obras sobre terapias diversas.
Rosa H. Santos Psicóloga. Profissão diretamente relacionada ao assunto.
Fábio R. Mendes Doutorando em Filosofia e Escritor. Abordagem da Felicidade sob a ótica
da Filosofia
Renato Ike Médico nefrologista. Traz visão do senso-comum sobre a felicidade.
João P. Cunha Administrador, dono de um pub na cidade baixa.
Traz visão do senso-comum sobre a felicidade.
Cláudia Psicóloga e estudiosa do assunto. Profissão diretamente relacionada ao assunto.
Tabela 1 - Convidados participantes do Grupo Motiva cional Fonte: elaborado pelos autores
2.1.2.1.4 Elaboração do roteiro para o grupo de discussão
A elaboração do roteiro foi feita pelos alunos responsáveis pelo Grupo
Motivacional, em conjunto com a doutoranda Manuela Albornoz Gonçalves,
utilizando-se como base o material apresentado pelo grupo dos Dados Secundários,
considerando-se as variáveis encontradas como componentes da Felicidade
(religião, dinheiro).
O roteiro utilizado pode ser visualizado nos Anexos do presente relatório.
2.1.2.2 Realização do Grupo Motivacional
O grupo de Discussão iniciou suas atividades início às 19h do dia 27 de
setembro de 2010, na sala 208 da Escola de Administração da UFRGS, encerrando-
se às 21h. A escolha do local teve como base a necessidade de gravação do
debate, para sua posterior transcrição (disponível nos Anexos do presente relatório),
e de transmissão simultânea do mesmo, de forma que os demais alunos da turma
pudessem acompanhar em tempo real a discussão e sugerir questões, quando
necessário.
O aluno André Santos Kieling foi responsável pela mediação das conversas
entre os participantes, já a comunicação entre a turma e o mediador foi auxiliada
41
pelas alunas Jéssica Lima de Oliveira e Patrícia Bock Bandeira, que trocavam
informações via MSN durante o debate.
A recepção dos convidados na sala foi feita pelo professor Walter Nique, pelo
mediador André e pela Patrícia.
A disposição dos assentos foi feita em círculo, utilizando-se apenas cadeiras
identificadas com os nomes dos participantes, de forma a criar um ambiente mais
informal. Buscou-se também alocar os convidados de forma a evitar disposições que
favorecessem conflitos diretos.
A utilização do questionário-base foi flexibilizada de forma a acompanhar o
ritmo do debate e extrair o máximo de informações.
Foram oferecidos aos participantes coffee-breack,estacionamento gratuito (ou
carona, quando necessário) e um presente de agradecimento ao final do evento.
2.1.2.3 Informações obtidas com o Grupo Motivacional
Analisando-se os dados obtidos no grupo de discussão, obteve-se as
seguintes informações.
2.1.2.3.1 Definição de felicidade
É um estado de equilíbrio entre o Ser, a Alma, o Espírito e o Ambiente
(grupo), podendo ser alcançada através do ajustamento entre Metas pessoais do
indivíduo e suas Reais Condições, de forma a suavizar frustrações. Conforme dito
pelo convidado Mauro Kwitko, “O sofrimento está no pensamento”, ou seja, no
desejar o que não se tem/pode ter.
Tem como um de seus componentes o Bem-estar, muitas vezes tratado como
seu sinônimo.
A felicidade é influenciada tanto pelo aspecto subjetivo do indivíduo (genética,
personalidade, etc.), quanto por sua relação com o ambiente externo (relações
interpessoais, espiritualidade etc.), considerando-se ainda as dimensões de
necessidades e desejos em que o indivíduo se encontra e seu nível de satisfação.
2.1.2.3.2 Variações no grau felicidade referentes a localização geográfica
42
De forma consensual os convidados declararam acreditar que a diferença
existente nos graus de felicidade está mais relacionada a questões Sócio-
econômicas do que Geográficas. E nestas, a influência refere-se mais aos grupos de
identificação (como torcidas de futebol, por exemplo) do que às classes sociais.
2.1.2.3.3 Fatores que influenciam a felicidade
Durante o debate foram apontados pelos convidados os seguintes fatores que
influenciam no grau de felicidade de um indivíduo:
• Saúde;
• Personalidade;
• Sucesso individual;
• Sentido na vida (objetivos);
• Equilíbrio/Harmonia;
• Diferenciação entre “Ser” e “Ter”;
• Bom relacionamentos/Casamento - “Ninguém é feliz só” (Ivo
Guizzardi);
• Viver para o bem comum;
• Família;
• Dinheiro.
2.1.2.3.4 Existência de pressão para que as pessoas sejam felizes
De acordo com os participantes, existe tanto pressão externa (mídia, grupo
social) quanto interna (auto-pressão, realizada pelo próprio indivíduo) para que as
pessoas mostrem-se felizes.
3 ETAPA DESCRITIVA
A pesquisa descritiva tem como objetivo principal a descrição de alguma coisa
– em geral características ou funções de mercado (Malhotra, 2006). Dentre os
43
principais métodos empregados nessa concepção, destaca-se: o de levantamento
(survey) e o de observação.
Em resumo, a pesquisa descritiva, ao contrário da exploratória, é marcada
pela formulação prévia de hipóteses específicas e a concepção pré-planejada e
estruturada do objeto de pesquisa auxilia nas respostas para tais hipóteses.
Desta forma, é condição indispensável para a realização de um estudo
descritivo que se planeje e estruture uma série de questões padrões, de forma a
melhor analisar os dados obtidos e as hipóteses formuladas.
No presente trabalho, a etapa descritiva foi realizada através do método de
levantamento de entrevista pessoal em residências, conforme descrito a seguir.
3.1 ELABORAÇÃO DO INSTRUMENTO DE PESQUISA
Para Malhotra (2006), um questionário, seja ele chamado de formulário de
entrevista ou instrumento de medida, é um conjunto formal de perguntas cujo
objetivo é obter informações dos entrevistados. Normalmente, o questionário é
apenas um dos elementos de um pacote de coleta de dados.
Independente da forma de administração, para Malhotra (2006), um
questionário se caracteriza por três objetivos específicos.
Em primeiro lugar, ele deve transformar a informação desejada em um
conjunto de perguntas para os entrevistados responderem. Em segundo lugar, um
questionário precisa motivar e incentivar o entrevistado. E, em terceiro, um
questionário deve sempre minimizar o erro de resposta.
O autor ainda define que o método survey, também chamado de entrevista,
consiste em um interrogatório aos participantes, fazendo-se várias perguntas sobre
o objeto em estudo. Para orientar e padronizar, então, este interrogatório, emprega-
se um questionário, podendo ser tanto estruturado, quanto não-estruturado
(Malhotra, 2006). Um questionário estruturado consiste em uma série de perguntas,
escritas ou orais, que um entrevistado deve responder. Desta forma, o entrevistador
tem posse de informações padronizadas para poder comparar as respostas.
44
3.1.1 Entrevistas
A entrevista consiste em uma forma de interação social, em que uma das
partes busca coletar informações e a outra é a fonte. É um método largamente
utilizado nas ciências sociais, pois proporciona perceber e visualizar as atitudes e o
comportamento do entrevistado acerca de determinado assunto.
Comparado ao questionário “puro”, a entrevista possibilita a obtenção de
dados daqueles que não sabem ler nem escrever, um maior número de respostas e
mais flexibilidade nas mesmas. Contudo, deve-se ter cuidado para que as opiniões e
visões do entrevistador não interfiram nas respostas do entrevistado.
Pode-se aplicar uma entrevista de modo estruturado e não-estruturado,
pessoalmente ou por telefone. Para que se pudesse estabelecer uma padronização
dos dados obtidos, aplicou-se na presente pesquisa uma entrevista estruturada e
pessoalmente, em formato de um questionário. Este tipo de entrevista também é
conhecido como método survey.
Este modo de aplicação possibilita o tratamento quantitativo e estatístico dos
dados, já que as respostas obtidas estão em uma mesma escala ou unidade. Esta
técnica de investigação exige a elaboração de um questionário estruturado e
inteligível, além da boa-apresentação e neutralidade do entrevistador.
3.1.2 Questionário
O questionário é uma técnica de investigação composta por um número
relativamente elevado de questões apresentadas por escritos às pessoas, tendo por
objetivo conhecer opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas,
situações vivenciadas, etc. É uma técnica complexa, e seu conteúdo deve ser muito
bem estudado e desenvolvido, de forma a compor uma ferramenta realmente útil de
pesquisa.
Dentre as principais vantagens da aplicação de questionários, está a
possibilidade de abranger um grande número de pessoas e a padronização
combinada com a pessoalidade que uma aplicação pessoal (como foi na pesquisa
em questão) pode oferecer.
45
As questões contidas no instrumento podem ser definidas em questões
fechadas e questões abertas. Nas primeiras, diversas alternativas de respostas são
apresentadas e o entrevistado deve, então, eleger aquela que melhor representa
sua situação ou ponto de vista. Já nas segundas, o respondente apresenta sua
resposta do modo que ele bem entender; ele não se limita a alternativas pré-
estabelecidas. Há, também, as questões dependentes, que ocorrem quando uma
questão depende da resposta da outra para ser apresentada. A pessoa só
responderá quantos maços de cigarro fuma por dia, por exemplo, se primeiramente
ela ter afirmado que fuma.
Para elaborar um questionário, Malhotra (2006) sugere uma série de passos:
Figura 14 - Processo de elaboração de um questionár io
Fonte: adaptado de Malhotra (2006)
46
3.1.2.1 A Elaboração
A felicidade é um conceito muito complexo de definir, visto que é algo muito
subjetivo e as variáveis que a compõem diferem de pessoa a pessoa. Tendo essa
dificuldade em vista, optou-se pela técnica do questionário para desvendar
realmente o que influencia na felicidade dos porto-alegrenses. No questionário
aplicado, procurou-se formular questões abrangendo as variáveis que mais
pudessem influenciar na felicidade da população, conforme o que o grupo dos dados
secundários e o grupo motivacional apresentaram.
As variáveis foram “eleitas” após um consenso entre o grupo do questionário,
e validadas pela doutoranda Manuela Albornoz. Abaixo, seguem a relação das
variáveis utilizadas para a formulação das questões:
• Envolvimento com a comunidade
• Espiritualidade - Religião e Crenças
• Felicidade própria em comparação aos seus pares
• Infelicidade
• Lazer - Esportes, cultura, acesso ao lazer.
• Personalidade
• Qualidade de Vida
• Relacionamentos
• Renda - Riqueza, aspirações materiais
• Saúde
• Sucesso profissional
• Consumo
A partir da definição dos integrantes do grupo do questionário e da primeira
reunião dos grupos em sala de aula, criou-se um grupo de e-mails a fim de facilitar a
comunicação entre os integrantes e trocar de referências bibliográficas. O grupo do
questionário, composto por doze alunos, foi dividido em duplas, e cada uma delas
responsabilizou-se por elaborar questões abrangendo as variáveis definidas. Para
cada uma, procurou-se elaborar de sete a dez questões. O coordenador do grupo,
Caio Teixeira, encarregou-se de dividir as duplas e determinar que variáveis cada
uma deveria incluir em suas questões.
47
Componentes do Grupo do Questionário
Caio Teixeira – Coordenador
Alan Saute
Jéssica de Oliveira
Cristina Rosa
Lídia Marcos
Pedro Valentim
Guilherme Bencke
Rafaela Tomasi
Alicia Albrech
Paula Arais
Raquel Ruffini
Ana Mallmann Tabela 2 - Componentes do Grupo do Questionário
Fonte: elaborado pelos autores
Essas questões foram agrupadas sendo trabalhadas de modo a gerar a
primeira versão do questionário. Essa versão contava com 72 questões divididas em
sete blocos. No processo de validação com doutoranda Manuela foram feitas
diversas modificações, resultando na segunda versão do mesmo, agora com 81
questões divididas em cinco blocos. Essa versão do questionário foi levada para
treinamento com a turma sendo feitas alterações na discussão com o grande grupo
que resultou em um novo questionário com 88 questões divididas em cinco blocos.
O primeiro bloco, chamado de “Quebra-Gelo” e Atividades de Lazer, teve por
função estabelecer uma relação mais próxima e amigável com o entrevistado,
compondo-se, assim, por questões que gerassem respostas fáceis e descontraídas.
“Tu praticas alguma atividade física” e “Com que freqüência tu vais ao cinema” são
exemplos de itens deste grupo.
O segundo bloco envolveu questões mais específicas sobre a percepção dos
respondentes sobre seu nível de felicidade e humor. Questões escalares, assim,
foram utilizadas de forma a medir os fatores que influenciam o tema central da
pesquisa. O terceiro bloco visou a desvendar o tipo de pessoa que respondeu, por
meio de questões abertas sobre a profissão do entrevistado, estado civil, com quem
48
mora, religião e problemas de saúde. Além destas, utilizou-se também questões
fechadas e intervalares acerca do nível de satisfação com a sua ocupação.
No quarto bloco, foi apresentada uma série de afirmações sobre variáveis
diversas, tais como consumo, saúde, religião e trabalho voluntário. Muitas delas
eram semelhantes, objetivando, assim, medir o grau de coerência nas respostas. O
entrevistado tinha de apontar seu grau de concordância com a sentença, apontando
um número de um (discordância plena) a cinco (concordância plena).
Por fim, o quinto bloco tratou de coletar alguns dados pessoais do
entrevistado, tais como nome, idade, nível de formação, endereço e telefone. Ao
final da aplicação, o entrevistador deveria, então, agradecer o respondente e
informar que mais adiante os resultados da pesquisa estariam disponíveis no site da
disciplina (www.nique.com.br).
Divisão dos Blocos do Questionário Características
“Quebra-Gelo” Questões mais “leves”, específicas sobre Atividades de Lazer (quais e freqüência), para criar maior proximidade com o entrevistado. Quebra-gelo com perguntas
Felicidade e Humor Percepção sobre Felicidade com questões referentes ao conceito da palavra felicidade e o quão as pessoas se consideram felizes.
Perfil do Entrevistado Perfil completo do entrevistado, incluindo dados pessoais (desde estado civil a crença religiosa) e profissionais (nível de satisfação com a atividade atual).
Afirmações Série de afirmações sobre variáveis diversas relacionadas às características psicografias do entrevistado, incluindo preferências de consumo.
Dados Pessoais Identificação do entrevistado e dados adicionais de perfil (formação escolar e renda familiar).
Tabela 3 - Divisão dos Blocos do Questionário Fonte: elaborado pelos autores
Até o fechamento e aprovação final de todas as perguntas foi um processo
longo, mas necessário. Além disso, vale lembrar que o enunciado da questão é um
ponto extremamente importante na elaboração do questionário, pois uma pergunta
mal feita gera dificuldades e inconsistência dos dados. Para isso, utilizamos as
instruções a seguir disponíveis em Malhotra (2006):
• Defina o problema;
• Empregue palavras simples e comuns;
• Evite palavras ambíguas;
49
• Evite perguntas indutoras (que sugere ao entrevistado qual deve
ser a resposta) ou tendenciosas;
• Evite alternativas implícitas;
• Evite suposições implícitas;
• Evite generalizações e estimativas;
• Utilize afirmações positivas e negativas.
Após a formulação de todas as perguntas, o próximo passo foi estabelecer a
estrutura de cada questão. Algumas foram abertas, isto é, não-estruturadas, aquelas
que os entrevistados respondem com suas próprias palavras, como por exemplo,
profissão. As demais são classificadas como de múltipla escolha, pois o pesquisador
oferece um conjunto de várias respostas pré-estabelecidas ao entrevistado e este
deve decidir por estas (Malhotra, 2006). Este tipo de questão teve escalas nominais,
onde são atribuídos nomes que identificam e classificam os objetos, segundo
Malhotra (2006) e intervalares, que no caso desta pesquisa a escala utilizada foi a
de tipo Likert. Esta escala com cinco pontos, sendo 1 discordo totalmente e 5
concordo totalmente, indica o grau de concordância e discordância dos
entrevistados. Foi utilizado também outra escala intervalar de freqüência de cinco
pontos, sendo 1 nunca e 5 sempre.
A grande maioria das questões apresentava opção de resposta neutra (não
sei/não quero responder), prevendo a indiferença ou a relutância do entrevistado em
se posicionar frente a determinadas perguntas.
3.1.2.2 Escalas
Muitas das questões formuladas foram de natureza escalar, em que se fez
uso de uma escala social. Escalas sociais são instrumentos construídos com o
objetivo de medir a intensidade das opiniões de forma mais objetiva possível. O
sujeito deve apontar, dentre uma série graduada de itens, aquele que melhor
corresponde a sua percepção sobre o tema, possibilitando ao pesquisador mensurar
opiniões muitas vezes subjetivas.
Uma escala social permite ao entrevistado identificar pontos intermediários
entre dois extremos. Esta “linha” de opções chama-se contínuo, e só tem validade
se o assunto da pesquisa for muito bem estudado pelos aplicadores do questionário
e se for coerente com a frase ou palavra enunciada.
50
Na pesquisa, utilizaram-se escalas do tipo Likert. Estas são simples, ordinais
e representam opinião ou atitude acerca do problema estudado. O respondente,
diante de diversos enunciados, deve manifestar sua concordância ou discordância,
por exemplo, acerca dos enunciados, através de uma numeração, geralmente de um
a cinco (sendo “cinco” o grau máximo de concordância e “um”, de discordância).
Seguem abaixo as escalas utilizadas no questionário:
Figura 15 - Escala de Felicidade usada no Questioná rio
Fonte: adaptado de Malhotra (2006)
Figura 16 - Escala de Concordância usada no Questio nário
Fonte: adaptado de Malhotra (2006)
Figura 17 - Escala de Frequência usada no Questioná rio
Fonte: adaptado de Malhotra (2006)
51
3.1.2.3 Pré-teste
O pré-teste se refere ao teste do questionário em uma pequena amostra de
entrevistados, como o objetivo de identificar e eliminar problemas potenciais
(Malhotra, 2006).
Foram aplicados 43 questionários, sendo 1 por aluno, com o objetivo de que
este teste fosse um instrumento para detectar possíveis erros. Desta forma estes
erros poderiam ser corrigidos antes da aplicação com a amostra escolhida. Vários
aspectos do questionário foram testados, entre eles, layout, vocabulário, conteúdo e
a seqüência das perguntas, bem como o tempo de aplicação e as dificuldades de
compreensão por parte dos entrevistados.
Foram identificados os seguintes problemas:
• Freqüências inadequadas;
• Perguntas repetitivas;
• Frases de difícil compreensão;
• Perguntas em desacordo com o escopo do projeto.
Os resultados desse pré-teste foram discutidos no grande grupo, sendo
sugeridas novas alterações no questionário. A versão final do questionário totalizou
75 questões, mantendo-s os cinco blocos originais. A versão final do questionário
pode ser visualizada nos Anexos do presente relatório.
As questões, por fim, foram digitadas no software de análise de dados Sphinx,
que trata-se de uma ferramenta que permite a criação de questionários e relatórios,
assim como o posterior cruzamento de variáveis e respostas. É de fundamental
importância e utilidade na análise de dados, permitindo aos usuários “comuns”
realizar análises com certa facilidade e clareza.
3.1.3 Amostragem
Para Mattar (1996), amostragem é o processo de colher amostras de uma
população. No processo de seleção de amostras, os seguintes passos deverão ser
seguidos:
• Passo 1 – definir a população da pesquisa.
52
• Passo 2 – elaborar ou dispor de uma lista de todas as unidades
amostrais da população.
• Passo 3 – decidir o tamanho da amostra.
• Passo 4 – selecionar um procedimento específico através do
qual a amostra será determinada ou selecionada.
• Passo 5 – selecionar fisicamente a amostra tendo por base os
procedimentos dos passos anteriores.
Malhotra (2006) define população como sendo “a soma de todos os
elementos que compartilham algum conjunto comum de características,
conformando o universo para o problema de uma pesquisa de marketing”.
Quanto ao método da amostragem, definiu-se que a amostra seria
probabilística. Segundo Mattar (1996), amostragem probabilística, ou aleatória, é
“aquela em que cada elemento da população tem uma chance conhecida e diferente
de zero de ser selecionado para compor a amostra”. A amostragem probabilística
geralmente envolve a tomada de grandes amostras (n>36) que sejam consideradas
representativas da população alvo de onde são retiradas.
No presente trabalho, o tipo de amostragem probabilística selecionado foi por
“conglomerado”. Malhotra (2006) define o processo de amostragem por
conglomerado como sendo aquele em que a população-alvo é dividida em
subpopulações mutuamente excludentes e coletivamente exaustivas.
3.1.3.1 Realização da amostragem
Conforme previamente citado, na presente pesquisa o tipo de amostragem
probabilística selecionado foi por Conglomerado, onde os conglomerados foram as
quadras da cidade de Porto Alegre organizadas em um segundo nível de divisão: as
residências.
O processo de amostragem foi, portanto, aleatório bi-etápico.
• 1ª etapa: as quadras foram selecionadas aleatoriamente baseadas no
universo total de quadras em Porto Alegre;
• 2ª etapa: as residências de cada quadra foram selecionadas
aleatoriamente.
A distribuição das quadras aos alunos foi realizada através de sorteio. Foram
sorteadas quatro quadras por aluno, pois caso não fosse possível aplicar em suas
53
quadras, seria possível substituí-las. Os critérios para substituição de quadras foi o
seguinte: região de risco para o aluno em decorrência da violência, quadras sem
residências, quadras apenas com estabelecimentos comerciais/industriais ou
quadras com um número insuficiente de domicílios (20 ou menos).
Para que os alunos soubessem em quais quadras deveriam aplicar, foi
utilizado como referência um mapa de Porto Alegre com todas as quadras
numeradas, emprestado pelo CEPA (Centro de Estudos e Pesquisas em
Administração - UFRGS/EA). As quadras foram sorteadas através dos seus
números, e a partir desse número, elas foram localizadas no mapa.
A coleta de dados ocorreu no município de Porto Alegre, no período de
23/10/2010 a 07/11/2010.
Para que os questionários fossem aplicados de maneira equilibrada, cada um
dos 43 alunos matriculados na disciplina foi responsável por aplicar os questionários
em duas quadras de Porto Alegre, sendo que era obrigatório que fossem 10
questionários em cada quadra, totalizando assim 20 questionários por aluno. O
questionário deveria ser aplicado com quem abrisse a porta, sendo que esta pessoa
deveria ter mais de 16 anos.
A obrigatoriedade em aplicar 10 questionários por quadra deve-se ao fato de
que uma pesquisa precisa seguir um padrão de aplicação, e, nesse caso, esse foi o
padrão determinado. Os questionários eram aplicados da seguinte forma: o aluno
contava o número de domicílios em cada quadra. Este número era divido então por
10. O resultado desta divisão é o que se chama de “pulo”, que determina qual o
número de domicílios entre um questionário e outro - quando esse número não era
inteiro, arredondava-se. Exemplificando: uma quadra com 198 domicílios, significava
um pulo arredondado de 20, já que 198/10 = 19,8. O pesquisador deveria aplicar,
então, o primeiro questionário e a partir desse, ele pularia 19 domicílios para aplicar
o segundo questionário no 20º domicílio. Caso não fosse possível aplicar neste, o
entrevistador deveria tentar no domicílio imediatamente a seguir até conseguir
aplicar o segundo questionário. Para aplicar o terceiro, ele deveria repetir os
mesmos passos para que o questionário fosse aplicado assim sucessivamente, até
que os dez fossem realizados numa mesma quadra. Em várias regiões, foram dadas
mais de uma volta na quadra para que o décimo questionário fosse aplicado.
Concluída a aplicação dos questionários, os mesmos foram digitados no
software Sphinx, software de pesquisa e análise de dados, no período de
54
08/11/2010 a 10/11/2010. Cada entrevistador digitou os seus próprios questionários
e desta forma tornou-se responsável pelas informações ali contidas.
Estes bancos de dados individuais foram agrupados em um único geral, e a
partir deste foi realizada a conferência.
4 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS
Nesta seção serão apresentadas as análises dos dados obtidos nos 798
questionários respondidos sendo que nem sempre o total dos dados analisados será
equivalente a este, haja visto que em muitas questões foi disponibilizada a opção de
resposta não sei/não quero responder.
4.1 ANÁLISES UNIVARIADAS
4.1.1 Bloco 1 - Perfil da Amostra
Verificou-se que dos 796 entrevistados respondentes, 44,79% são do sexo
masculino e 55,21% são do sexo feminino:
Gráfico 1 - Análise Univariada: Perfil - Gênero
Fazendo um cruzamento com os dados do IBGE, percebemos que a amostra
analisada é representativa, pois, de acordo com o censo IBGE 2010, 46,39% da
população de Porto Alegre é composta por homens e 53,61% por mulheres.
55
Dentre os respondentes, a faixa etária predominante é dos 21 aos 30 anos de
idade, com um percentual de 28,0%, seguida da faixa etária acima dos 51 aos 60
anos, com um percentual de 17,2% dos entrevistados.
Gráfico 2 - Análise Univariada: Perfil - Idade
Observando os dados do IBGE, constata-se uma predominância na faixa
etária dos 20 aos 24 anos de idade, seguida pela faixa etária dos 15 aos 19 anos de
idade.
Quanto à formação escolar, com um total de 779 respondentes, 55,8% já
ingressaram no nível superior, 33,7% tendo concluído; 29,5% ingressaram no nível
médio sem terem posteriormente ingressado no superior. Constata-se assim que
22,0% dos respondentes não concluíram o ensino médio, conforme a tabela que
segue:
Gráfico 3 - Análise Univariada: Perfil - Formação e scolar
No perfil de ocupação da amostra destaca-se que 22,7% dos entrevistados
são funcionários de empresa privada, seguido de 17,9% de profissionais liberais ou
56
autônomos e 14,3% de estudantes. Um percentual de apenas 2,2% declarou estar
desempregado. Este quesito admitia resposta múltipla, o que ocasionou um total de
837 respostas de ocupação, de um total de 788 respondentes.
Gráfico 4 - Análise Univariada: Perfil - Ocupação
Observa-se que o maior número de ocorrências dos entrevistados encontra-
se na faixa de renda familiar mensal entre R$ 2.500,00 e R$ 5.000,00,
representando um percentual de 26,2% dos entrevistados, de acordo com os dados
da tabela:
Gráfico 5 - Análise Univariada: Perfil - Renda
Neste bloco de questões relacionadas ao trabalho/estudo apresentava-se a
afirmação e o respondente escolhia entre as opções “concordo totalmente”,
“concordo”, “não concordo nem discordo” e “discordo totalmente”. As médias adiante
apresentadas foram calculadas em uma escala de um a cinco, onde a resposta
57
“discordo totalmente” tem peso um e “concordo totalmente” peso cinco, sendo as
intermediárias dois, três e quatro.
A tabela abaixo mostra a satisfação geral do porto alegrense com seu
trabalho. O ponto mais significativo dentre estas questões levantadas foi o nível de
satisfação com relação aos colegas de trabalho, 4,24. Em geral as médias neste
bloco foram altas, mostrando o porto alegrense contente em relação à realização
profissional, aos colegas, motivação e reconhecimento. Adiante apresentaremos
cada questão individualmente.
Gráfico 6 - Análise Univariada: Perfil - Satisfação trabalho/estudo
Em relação ao estado civil, a maioria dos entrevistados é casado ou vive em
união estável (43,3%). Logo atrás, com 39,8%, estão os solteiros e, em porcentagem
menor, os divorciados/separados (9,2%) e viúvos (7,7%).
Gráfico 7 - Análise Univariada: Perfil - Estado Civ il
Os resultados vão ao encontro dos dados verificados pelo IBGE, nas
estatísticas de aspecto familiar. No total de 145,3 milhões de pessoas, 45,8% do
58
total de habitantes são casados, seguido por 42,8% de solteiros. Os divorciados
representam uma fatia de 5,4% do total de pessoas.
A maioria dos entrevistados tem filhos, representando um percentual de
52,0%.
Gráfico 8 - Análise Univariada: Perfil - Existência de filhos
Quanto ao número de filhos, dos 460 que informam ter filhos, 70,6% dizem ter
um ou dois filhos e 4,2% 5 ou mais filhos. No Censo de 2000, a região Sul obteve
uma média de 2,2 filhos por mulher, resultado equivalente ao obtido na pesquisa
(2,19).
Gráfico 9 - Análise Univariada: Perfil - Número de filhos
Uma vez que esta questão admitia respostas múltiplas, atingiu-se um total de
890 respostas com 786 respondentes. Mais da metade da população entrevistada
diz morar com a família/familiares (61,6%). Outros 25,6% vivem com o cônjuge ou
companheiro e 10,9% moram sozinhos.
59
Gráfico 10 - Análise Univariada: Perfil - Com quem mora.
4.1.2 Bloco 2 – Atividades de Lazer
Com relação à prática de atividades físicas, é possível notar um equilíbrio na
freqüência dos porto-alegrenses, uma vez que 29,4% dos respondentes não
praticam nenhuma atividade física, enquanto 37,5% praticam freqüentemente, com
três ou mais vezes por semana.
Gráfico 11 - Análise Univariada: Lazer - Frequência atividades físicas
Dos 563 respondentes praticantes de atividades, uma vez que foi admitido
neste quesito resposta múltipla, obteve-se 780 atividades. Destas, a mais citada foi a
corrida ou caminhada, responsável por 45,1%, seguida pela ginástica ou academia
com 20,9%.
60
Gráfico 12 - Análise Univariada: Lazer - Tipos ativ idades físicas
Nas atividades de lazer, não indicaram nenhuma atividade 2,4% (19) dos
respondentes. Dos que indicaram, em uma freqüência mínima de uma vez por mês
(ou por ano no caso de shows e viagens), viagens são, das opções apresentadas,
as mais citadas, com 79,5% (631) dos respondentes, sendo que 37,2% (363) deles
indicando uma freqüência de três ou mais vezes ao ano.
Gráfico 13 - Análise Univariada: Lazer - Tipos ativ idades de lazer
61
Gráfico 14 - Análise Univariada: Lazer - Frequência atividades de lazer
Somente 47 respondentes (6,0%) relataram desenvolver as atividades de
lazer unicamente sozinhos. Quem acompanha os demais indivíduos nestas
atividades são, principalmente, os familiares. Este quesito permitia respostas
múltiplas, permitindo assim o percentual de acompanhantes exceder os 100% (779
respondentes).
Gráfico 15 - Análise Univariada: Lazer - Companhia no lazer
4.1.3 Bloco 3 – Saúde e Bem-Estar
Constatou-se que 76.7% dos respondentes afirmam possuir alguma crença
religiosa, sendo que, em relação à religião declarada, 60.8% dizem-se católicos,
seguidos por espíritas com 15.1%, evangélicos com 9.4% e umbandistas com 1,9%.
62
Gráfico 16 - Análise Univariada: Bem-Estar - Existê ncia de crença religiosa
Gráfico 17 - Análise Univariada: Bem-Estar - Tipo d e crença religiosa
Dos 792 respondentes, 75,8% (600) afirmam não apresentar doença crônica
ou qualquer problema que requeira tratamento contínuo, e 24,2% (192) afirmam que
sim.
Gráfico 18 - Análise Univariada: Saúde - Problema c rônico de saúde
63
Em relação ao fato de já ter tido algum problema grave de saúde, 79% dos
entrevistados afirmam que nunca o tiveram, e 20,1% responderam que já tiveram
algum problema grave de saúde.
Gráfico 19 - Análise Univariada: Saúde - Problema g rave de saúde
Quanto ao fumo, apenas 16,9% (134) dos respondentes afirmaram que
fumam, e 83,1% (657) se declararam não fumantes.
Gráfico 20 - Análise Univariada: Saúde - Hábito de fumar
Em relação aos hábitos alimentares, perguntou-se o grau de concordância
dos entrevistados através da seguinte afirmação: Sempre consigo manter uma
alimentação saudável e balanceada.
Conforme o gráfico abaixo, dos 796 entrevistados, 30,2% respondeu que
discorda ou discorda totalmente dessa afirmativa, e 48,3% respondeu que concorda
ou discorda totalmente.
64
Sempre consigo manter uma alimentação saudável e balanceada.
Frequência média:132,67
Média = 3,27 'não discordo, nem concordo'
Mediana = 3,00
Mín = 1,00 Máx = 6,00
Discordo totalmente 73 9,2%
discordo 167 21,0%
não discordo, nem concordo 170 21,4%
concordo 244 30,7%
Concordo totalmente 140 17,6%
Não sei/Não quero responder 2 0,3%
Total 796 100,0%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30,7%
9,2%
21,0%
21,4%
30,7%
17,6%
0,3%
Gráfico 21 - Análise Univariada: Saúde - Hábitos al imentares
Em relação ao peso, perguntou-se o grau de concordância dos entrevistados
com a seguinte afirmação: Estou satisfeito com o meu peso atual.
Dos 796 entrevistados, 41,1% respondeu que discorda ou discorda totalmente
dessa afirmativa, e 43,8% respondeu que concorda ou concorda totalmente.
Estou satisfeito com o meu peso atual.
Frequência média:132,83
Média = 3,08 'não discordo, nem concordo'
Mediana = 3,00
Mín = 1,00 Máx = 6,00
Discordo totalmente 103 12,9%
discordo 225 28,2%
não discordo, nem concordo 117 14,7%
concordo 213 26,7%
Concordo totalmente 136 17,1%
Não sei/Não quero responder 3 0,4%
Total 797 100,0%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 28,2%
12,9%
28,2%
14,7%
26,7%
17,1%
0,4%
Gráfico 22 - Análise Univariada: Saúde - Peso corpo ral
Quando questionados a respeito da regularidade com que fazem exames
médicos ou check-ups, 27,6% dos respondentes discordam ou discordam totalmente
da afirmativa exposta, e 59,2 % concorda ou concorda totalmente.
65
Faço exames médicos/check-ups regularmente.
Frequência média:132,00
Média = 3,49 'não discordo, nem concordo'
Mediana = 4,00
Mín = 1,00 Máx = 6,00
Discordo totalmente 77 9,7%
discordo 142 17,9%
não discordo, nem concordo 103 13,0%
concordo 256 32,3%
Concordo totalmente 213 26,9%
Não sei/Não quero responder 1 0,1%
Total 792 100,0%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%32,3%
9,7%
17,9%
13,0%
32,3%
26,9%
0,1%
Gráfico 23 - Análise Univariada: Saúde - Frequência exames médicos
Já em relação à adequação de regularidade com que consultam um dentista,
25,9% dos entrevistados discordam ou discordam totalmente da afirmativa exposta,
e 59,9% concorda ou concorda totalmente.
Consigo consultar o dentista na regularidade que considero adequada.
Frequência média:132,67
Média = 3,51 'concordo'
Mediana = 4,00
Mín = 1,00 Máx = 6,00
Discordo totalmente 66 8,3%
discordo 140 17,6%
não discordo, nem concordo 112 14,1%
concordo 282 35,4%
Concordo totalmente 195 24,5%
Não sei/Não quero responder 1 0,1%
Total 796 100,0%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35,4%
8,3%
17,6%
14,1%
35,4%
24,5%
0,1%
Gráfico 24 - Análise Univariada: Saúde - Frequência consulta ao dentista
Quando perguntados se sentem algum tipo de dor ou se estão sempre se
sentido mal, a maioria dos respondentes está na zona de discordância,
representando 74,2% das respostas; Apenas 14,1% concordam ou concordam
totalmente com a afirmação.
66
Estou sempre me sentindo mal ou com algum tipo de dor.
Frequência média:132,83
Média = 2,09 'discordo'
Mediana = 2,00
Mín = 1,00 Máx = 6,00
Discordo totalmente 289 36,3%
discordo 302 37,9%
não discordo, nem concordo 92 11,5%
concordo 73 9,2%
Concordo totalmente 39 4,9%
Não sei/Não quero responder 2 0,3%
Total 797 100,0%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%37,9%
36,3%
37,9%
11,5%
9,2%
4,9%
0,3%
Gráfico 25 - Análise Univariada: Saúde - Dor e mal- estar
Em relação ao ambiente em que vivem e se esse ambiente lhes possibilita ter
boas condições de saúde, 79% dos entrevistados concordam ou concorda
totalmente com a afirmação exposta, e apenas 8,6% discorda ou discorda
totalmente.
O ambiente em que vivo me possibilita ter boas condições de saúde.
Frequência média:132,83
Média = 4,05 'concordo'
Mediana = 4,00
Mín = 1,00 Máx = 6,00
Discordo totalmente 18 2,3%
discordo 50 6,3%
não discordo, nem concordo 98 12,3%
concordo 338 42,4%
Concordo totalmente 292 36,6%
Não sei/Não quero responder 1 0,1%
Total 797 100,0%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%42,4%
2,3%
6,3%
12,3%
42,4%
36,6%
0,1%
Gráfico 26 - Análise Univariada: Saúde - Vivência e m ambiente salutar
Abaixo constatamos que a religião e a oração são importantes na vida dos
porto-alegrenses, 59.7% dos entrevistados concordaram ou concordaram totalmente
com o fato de a oração fazer com que eles se sintam bem contra apenas 24.5%
dizendo o contrário.
67
Orar faz com que eu me sinta bem.
Frequência média:130,17
Média = 3,57 'concordo'
Mediana = 4,00
Mín = 1,00 Máx = 6,00
Discordo totalmente 105 13,4%
discordo 87 11,1%
não discordo, nem concordo 108 13,8%
concordo 237 30,3%
Concordo totalmente 230 29,4%
Não sei/Não quero responder 14 1,8%
Total 781 100,0%
0% 10% 20% 30,3%
13,4%
11,1%
13,8%
30,3%
29,4%
1,8%
Gráfico 27 - Análise Univariada: Bem-Estar - Oração e bem-estar
Em relação à religião/crença religiosa exercer um papel importante na sua
vida, constatamos que 50.3% concordaram ou concordaram totalmente com a
afirmação.
A religião exerce um papel importante em minha vida.
Frequência média:130,17
Média = 3,33 'não discordo, nem concordo'
Mediana = 4,00
Mín = 1,00 Máx = 6,00
Discordo totalmente 122 15,6%
discordo 121 15,5%
não discordo, nem concordo 134 17,2%
concordo 200 25,6%
Concordo totalmente 193 24,7%
Não sei/Não quero responder 11 1,4%
Total 781 100,0%
0% 10% 20% 25,6%
15,6%
15,5%
17,2%
25,6%
24,7%
1,4%
Gráfico 28 - Análise Univariada: Bem-Estar - Import ância crença religiosa
Mais da metade dos entrevistados, 54.4%, acredita que a fé lhes proporciona
segurança e felicidade e 44.8% buscam superar uma situação difícil através da
religião, ainda assim é muito forte o número de pessoas que discordam, que são
neutras ou que discordam totalmente, o que puxou a média para 3.15 e 3.44 para as
perguntas abaixo.
Aqui identificamos um contraste: ainda que haja grande número de pessoas
que se apresentem com crença religiosa, 75.4%, em ambas as perguntas que
envolvem a importância da religião na vida dos porto-alegrenses, obteve-se quase
68
50% de afirmações entre discordaram totalmente, discordam ou ficaram neutras em
relação à efetiva importância destas crenças em suas vidas.
Quando acontece alguma situação difícil em minha vida, busco a solução através de minha
religião.
Frequência média:130,17
Média = 3,15 'não discordo, nem concordo'
Mediana = 3,00
Mín = 1,00 Máx = 6,00
Discordo totalmente 140 17,9%
discordo 147 18,8%
não discordo, nem concordo 132 16,9%
concordo 189 24,2%
Concordo totalmente 161 20,6%
Não sei/Não quero responder 12 1,5%
Total 781 100,0%
0% 5% 10% 15% 20% 24,2%
17,9%
18,8%
16,9%
24,2%
20,6%
1,5%
Gráfico 29 - Análise Univariada: Bem-Estar - Crença religiosa situações difíceis
A fé me proporciona segurança e felicidade.
Frequência média:130,17
Média = 3,44 'não discordo, nem concordo'
Mediana = 4,00
Mín = 1,00 Máx = 6,00
Discordo totalmente 106 13,6%
discordo 99 12,7%
não discordo, nem concordo 141 18,1%
concordo 226 28,9%
Concordo totalmente 199 25,5%
Não sei/Não quero responder 10 1,3%
Total 781 100,0%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 28,9%
13,6%
12,7%
18,1%
28,9%
25,5%
1,3%
Gráfico 30 - Análise Univariada: Bem-Estar - Fé x S egurança/Felicidade
Quanto ao voluntariado, 79,2% dos respondentes concorda ou concorda
totalmente com a afirmação de que fazer atividades de trabalho voluntário torna as
pessoas que o fazem mais felizes, e apenas 6,2% discorda ou discorda totalmente
da afirmação mencionada.
69
Fazer atividades de trabalho voluntário torna as pessoas que o fazem mais felizes.
Frequência média:132,83
Média = 4,12 'concordo'
Mediana = 4,00
Mín = 1,00 Máx = 6,00
Discordo totalmente 13 1,6%
discordo 37 4,6%
não discordo, nem concordo 105 13,2%
concordo 336 42,2%
Concordo totalmente 295 37,0%
Não sei/Não quero responder 11 1,4%
Total 797 100,0%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%42,2%
1,6%
4,6%
13,2%
42,2%
37,0%
1,4%
Gráfico 31 - Análise Univariada: Bem-Estar - Trabal ho Voluntário x Felicidade
Quando perguntados se o trabalho voluntário é um hábito sua vida, apenas
23,9% dos entrevistados concordam ou concorda totalmente com essa afirmação, e
58,7% discordam ou discorda totalmente.
O trabalho voluntário é um hábito em minha vida.
Frequência média:132,83
Média = 2,46 'discordo'
Mediana = 2,00
Mín = 1,00 Máx = 6,00
Discordo totalmente 240 30,1%
discordo 228 28,6%
não discordo, nem concordo 134 16,8%
concordo 116 14,6%
Concordo totalmente 74 9,3%
Não sei/Não quero responder 5 0,6%
Total 797 100,0%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30,1%
30,1%
28,6%
16,8%
14,6%
9,3%
0,6%
Gráfico 32 - Análise Univariada: Bem-Estar - Trabal ho Voluntário 4.1.4 Bloco 4 – Hábitos de Consumo
Frente às respostas obtidas podemos dizer que os moradores de Porto Alegre
julgam que o fato de ser bem-sucedido depende de outros fatores que não somente
as posses materiais, negando com grande maioria a idéia de o sucesso estar ligado
somente às conquistas materiais. Somando os que discordam com os que
discordam totalmente chegamos a 50,9% da amostra. Outros 22,7% não concordam
nem discordam, o que indica que os bens materiais constituem um fator
relativamente importante para a determinação do sucesso da pessoa. O que pode
confirmar essa tese é o resultado da Questão 47 (vide questionário disponível nos
Anexos), onde perguntamos se os porto-alegrenses fazem compras para se sentir
70
mais alegres. Podemos concluir que o porto-alegrense prefere atividades de caráter
interpessoal para deixá-las mais contentes.
Nessa mesma linha, podemos inferir que a maioria dos moradores de Porto
Alegre possui uma base adequada das coisas relevantes – sejam elas materiais ou
abstratas – que considera para aproveitar a vida. Como a pergunta foi bastante
aberta, não podemos afirmar que se trata de consumo, pois a questão ficou
disponível para interpretação do entrevistado sobre o que é importante para ele.
Analisando em conjunto com o bloco de questões de consumo, conforme será
detalhado a seguir, há indícios de não ser apenas o consumo um dos requisitos para
aproveitar bem a vida.
Ainda que os porto-alegrenses considerem as conquistas materiais como um
componente importante da felicidade, e que o mesmo influi no seu estado geral de
felicidade, de acordo com as repostas da Questão 50, se o porto-alegrense tivesse
condições financeiras de comprar coisas que por enquanto estão fora do alcance,
ele seria mais feliz do que é são hoje. A soma dos que concordam com essa
afirmação (Concordo + Concordo Totalmente) chega quase a 60%, cerca de três
vezes maior do que os discordantes.
Mesmo rejeitando a hipótese de o consumo ser o principal responsável por
sua felicidade, o porto-alegrense o tem como uma atividade divertida, o que
podemos afirmar ao constatar que 50% concordam que fazer compras é uma
atividade que lhes dá prazer, segundo as respostas da Questão 52.
Entretanto, podemos dizer também que, apesar disso, o porto-alegrense, na
sua maioria, não costuma comprar produtos supérfluos. Enquanto que as
alternativas que indicam discordância representam 25% da amostra,
aproximadamente 57% diz que compra apenas o que precisa para satisfazer as
necessidades mais básicas. A média dos respondentes ficou em 3,45 confirmando a
não-propensão ao consumo desnecessário.
O conjunto de afirmações que nos permitiriam verificar o lado mais
consumista das pessoas apresentou um grau relativamente elevado de discordância
por parte dos entrevistados, principalmente quando foi perguntado sobre a compra
de coisas sem utilidade e a predileção por coisas mais luxuosas e “chiques”,
confirmado pelo fato de a maioria prefere levar uma vida simples quando falamos de
consumo (Questão 53).
71
4.1.5 Bloco 5 – Sentimentos
O porto alegrense, em média, mantém um alto índice de felicidade em sua
vida. Numa escala de 0 a 10 teríamos em média um valor acima de 80% de
satisfação.
Gráfico 33 - Análise Univariada: Sentimento - Grau de felicidade
O porto alegrense mantém um alto nível de satisfação com sua vida. Em
média 78% dos entrevistados (um índice muito semelhante à questão acima)
concordaram ou concordou totalmente com esta afirmação.
72
Gráfico 34 - Análise Univariada: Sentimento - Satis feito com a vida
A maioria dos entrevistados, 61,1%, atestou que concorda com a afirmação:
Minha vida está próxima do meu ideal. Entretanto neste item observa-se uma queda
de desempenho quando comparado com as questões anteriores onde a média
estava próxima de 80%. Assim conclui-se que uma parcela da população, apesar de
se considerar feliz, gostaria de promover mudanças em sua vida de uma forma mais
geral.
Gráfico 35 - Análise Univariada: Sentimento - Vida próxima do ideal
73
A maioria dos entrevistados, 61,7%, concorda com a afirmação: Minhas
condições de vida são excelentes. Observa-se uma proximidade de índices com a
questão anterior o que sugere uma coerência nos resultados obtidos.
Gráfico 36 - Análise Univariada: Sentimento - Condi ções de vida excelentes
A maioria dos entrevistados , 76,1% concorda com a afirmação: Até agora
tenho conseguido as coisas mais importantes que eu quero na vida. Nesta questão
houve uma nova elevação dos índices que se aproximam da média verificada nas
primeiras questões. Como esta questão está relacionada com bens materiais se
pode inferir que a baixa da média nas questões 15 e 16 deva estar relacionada com
aspectos emocionais.
Gráfico 37 - Análise Univariada: Sentimento - Coisa s mais importantes
74
A maioria dos entrevistados concorda com a afirmação (57,3%): Se eu
pudesse viver a minha de novo eu não mudaria quase nada. Entretanto o percentual
daqueles que discordam aumentou significativamente (18,1%). Existe praticamente
uma divisão equânime entre aqueles que acenaram positivamente com a questão e
aqueles que ou discordaram ou não se decidiram.
Gráfico 38 - Análise Univariada: Sentimento - Não m udaria quase nada na vida
Nesta questão 89,3% dos respondentes concordaram com a afirmação:
Considero-me uma pessoa feliz. Chama a atenção também o fato de que o
percentual daqueles que ratificaram sua posição (“concordo totalmente”) seja muito
próximo daqueles que simplesmente concordaram.
Gráfico 39 - Análise Univariada: Sentimento - Consi dero-me feliz
75
Nesta questão estamos novamente próximos ao percentual histórico de
concordância de 80% (na verdade 80,9%). A grande maioria dos entrevistados
revela ter bons sentimentos frequentemente ou muito frequentemente.
Gráfico 40 - Análise Univariada: Sentimento - Frequ ência sentimentos Bons
Metade dos entrevistados (50%) respondeu que tens sentimentos ruins pelo
menos às vezes. O percentual daqueles que tens sentimentos ruins frequentemente
também é significativo, 9,5%. Em resumo 1 a cada 10 entrevistados possui
sentimentos ruins com recorrência.
Gráfico 41 - Análise Univariada: Sentimento - Frequ ência sentimentos Ruins
76
Percentualmente 78,5% dos entrevistados informaram ter sentimentos felizes
frequentes ou muito frequentes. Este índice está próximo, e se mostra coerente, da
pergunta 13 que aufere a questão da felicidade de forma mais geral.
Gráfico 42 - Análise Univariada: Sentimento - Frequ ência sentimentos felizes
Nesta questão houve uma divisão semelhante a questão 21. 50,1% dos
entrevistados informou ter sentimentos de tristeza pelo menos à vezes. O percentual
daqueles que informaram ter este sentimento frequentemente também é importante,
10,5%. A cada 10 entrevistados, 1 se mostra triste com recorrência.
Gráfico 43 - Análise Univariada: Sentimento - Frequência sentimentos tristes
77
O porto alegrense não se considera assustado. Mais de 60% dos
entrevistados atesta ter este sentimento apenas raramente ou muito raramente.
Gráfico 44 - Análise Univariada: Sentimento - Frequ ência assustado
A maioria dos entrevistados (75,6%) atesta se sentir contente com frequência
ou com muita frequência. Apenas 4% dos entrevistados não se diz uma pessoa
contente pelo menos às vezes.
Gráfico 45 - Análise Univariada: Sentimento - Frequ ência contente
78
Cerca de 2/3 dos entrevistados (61,2%) informa se sentir furioso raramente ou
muito raramente. Praticamente o terço seguinte (25,7) admite este sentimento
somente às vezes. Em resumo o porto alegrense não é um indivíduo “furioso”.
Gráfico 46 - Análise Univariada: Sentimento - Frequ ência furioso
A maioria se aponta como pessoas que têm sentimentos de alegria.
Praticamente a metade dos entrevistados (49,4%) atesta ter este sentimento com
frequência.
Gráfico 47 - Análise Univariada: Sentimento - Frequ ência alegre
79
A maioria dos entrevistados (55,3%) informa ter sentimentos de irritação pelo
menos as vezes. Apesar deste índice apontar certa divisão com aqueles que tem
este sentimento apenas raramente ou menos, cabe ressaltar que, desta maioria,
15,6% atestam ter este sentimento com recorrência.
Gráfico 48 - Análise Univariada: Sentimento - Frequ ência irritado
4.2 ANÁLISE BIVARIADA
4.2.1 Variável Gênero
No cruzamento das variáveis Gênero e Frequência de ida a
bares/restaurantes não há como tirar uma conclusão comprovada estatisticamente,
visto que a diferença das médias de frequência de idas a bares tem uma diferença
muito pequena entre homens e mulheres. O que pode se concluir, é que os homens
saem com mais frequência em relação às mulheres, de modo geral.
80
Grupo n°1
Sexo_(Não_perguntar) *
frequencia_bares_OUTRO1
frequen
cia_bar
es_OU
TRO1
Masculino
Feminino
4,72
3,35
Masculino 4,72
Feminino 3,35
Total 4,08
Gráfico 49 - Análise Bivariada: Gênero x Frequência bares/restaurantes
No cruzamento entre Gênero e Frequência com que se vai a parques e
praças, também não temos conclusões significativas. A diferença mais relevante
está em quem diz nunca ir a parques e praças, com o sexo feminino tendo 61,9% da
frequência nesta variável. Esta variável indica que entre as pessoas que informam
nunca frequentar parques, a probabilidade de ser mulher é maior.
Grupo n°1
Sexo_(Não_perguntar) * frequencia_parquespraças
Masculino
N % cit.
Feminino
N % cit.
Total
N % cit.
Nenhuma
Menos de uma vez ao mês
Sim
Não Sei/Não quero responder
51 38,1% 83 61,9%
50 45,9% 59 54,1%
242 45,8% 286 54,2%
4 80,0% 1 20,0%
134 100,0%
109 100,0%
528 100,0%
5 100,0% 80%
61,9% 100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Gráfico 50 - Análise Bivariada: Gênero x Frequência parques/praças
No cruzamento entre Gênero e Frequência de viagens a laser, mais uma vez
podemos vez na escala “nenhuma” a predominância feminina é ainda maior,
alcançando 72,5%.
Grupo n°1
Sexo_(Não_perguntar) * frequencia_viajaalazer
Masculino
N % cit.
Feminino
N % cit.
Total
N % cit.
Nenhuma
Menos de uma vez ao ano
Sim
Não Sei/Não quero responder
25 27,5% 66 72,5%
33 45,8% 39 54,2%
280 46,5% 322 53,5%
6 85,7% 1 14,3%
91 100,0%
72 100,0%
602 100,0%
7 100,0% 85,7%
72,5% 100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Gráfico 51 - Análise Bivariada: Gênero x Viagens
81
No cruzamento entre Gênero e Frequência de viagens a laser, quanto ao
número de viagens, identifica-se que é não é significativa a diferença entre as
médias.
Grupo n°1
Sexo_(Não_perguntar) *
frequencia_viaja_OUTRO1
frequen
cia_viaj
a_OU
TRO1
Masculino
Feminino
5,40
4,71
Masculino 5,40
Feminino 4,71
Total 5,03
Gráfico 52 - Análise Bivariada: Gênero x Viagens
No cruzamento entre Gênero e Acompanhantes para práticas de recreação, a
informação mais importante que temos é que o público feminino pratica mais
atividades de lazer com os familiares em comparação aos homens, que não
informam praticar com frequência atividade de lazer em família.
Grupo n°1
Sexo_(Não_perguntar) * com_quem_pratica_lazer
Masculino
N % cit.
Feminino
N % cit.
Total
N % cit.
Cônjuge/ namorado(a)
Familiares
Amigos
Sozinho
Outros
Não Sei/Não quero responder
164 51,6% 154 48,4%
156 39,7% 237 60,3%
114 46,5% 131 53,5%
27 44,3% 34 55,7%
2 28,6% 5 71,4%
2 15,4% 11 84,6%
318 100,0%
393 100,0%
245 100,0%
61 100,0%
7 100,0%
13 100,0% 84,6%
71,4%
60,3%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Gráfico 53 - Análise Bivariada: Gênero x Companhia lazer
Analisando o cruzamento das variáveis Gênero e Frequência de ida a shows
e teatro, não se pode aferir nenhuma relação significativa, pois o número de
respondentes do sexo feminino que declararam que vão a shows, concertos, teatro é
muito próximo ao número de homens que também declararam que vão a shows,
concertos, teatro.
82
Gráfico 54 - Análise Bivariada: Gênero x Frequência show/teatro
Analisando o cruzamento o cruzamento das variáveis Gênero e Frequência
de ida ao cinema percebemos que, das pessoas que declararam que vão ao cinema,
as mulheres frequentam mais que os homens, a diferença percentual total entre os
gêneros é de 11,6%.
Gráfico 55 - Análise Bivariada: Gênero x Frequência cinema
4.2.2 Variável Filhos
No cruzamento entre existência de Filhos e Frequência de ida a
bares/restaurantes, a média indica que quem não tem filhos frequenta mais bares.
Grupo n°1
filhos * frequencia_bares_OUTRO1
frequen
cia_bar
es_OU
TRO1
Sim
Não
Não sei/Não quero responder
3,54
4,36
1,00
Sim 3,54
Não 4,36
Não sei/Não quero responder 1,00
Total 4,08
Gráfico 56 - Análise Bivariada: Filhos x Frequência bares/restaurantes
83
No cruzamento de dados entre existência de Filhos e Frequência com que se
vai a parques e praças pode-se constatar que, das pessoas não vão nenhuma ou
menos de uma vez ao mês a parques e praças, a maioria tem filhos.
Grupo n°1
filhos * frequencia_parquespraças
Sim
N % cit.
Não
N % cit.
Não sei/Não
quero responder
N % cit.
Total
N % cit.
Nenhuma
Menos de uma vez ao mês
Sim
Não Sei/Não quero responder
92 68,7% 42 31,3% 0 0,0%
68 61,8% 42 38,2% 0 0,0%
283 53,8% 240 45,6% 3 0,6%
2 40,0% 3 60,0% 0 0,0%
134 100,0%
110 100,0%
526 100,0%
5 100,0% 40% 60%
61,8%
68,7% 100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Gráfico 57 - Análise Bivariada: Filhos x Frequência parques/praças
No cruzamento de dados entre existência de Filhos e Frequência de viagens
a laser também pode-se observar que, das pessoas que não viajam a lazer nunca,
71%, tem filhos.
Grupo n°1
filhos * frequencia_viajaalazer
Sim
N % cit.
Não
N % cit.
Não sei/Não
quero responder
N % cit.
Total
N % cit.
Nenhuma
Menos de uma vez ao ano
Sim
Não Sei/Não quero responder
65 71,4% 26 28,6% 0 0,0%
40 55,6% 30 41,7% 2 2,8%
335 55,7% 265 44,1% 1 0,2%
2 28,6% 5 71,4% 0 0,0%
91 100,0%
72 100,0%
601 100,0%
7 100,0% 71,4%
71,4% 100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Gráfico 58 - Análise Bivariada: Filhos x Viagens
No cruzamento de dados entre existência de Filhos e Acompanhantes para
práticas de recreação observa-se que no que se refere a atividades de lazer em
família e sozinho, quem tem filhos teve aparece em maior percentual do que sem
filhos, enquanto quem não tem filhos aparece em maior percentual em programas de
lazer com os amigos.
84
Grupo n°1
filhos * com_quem_pratica_lazer
Sim
N % cit.
Não
N % cit.
Não sei/Não
quero responder
N % cit.
Total
N % cit.
Cônjuge/ namorado(a)
Familiares
Amigos
Sozinho
Outros
Não Sei/Não quero responder
163 51,3% 154 48,4% 1 0,3%
283 72,0% 109 27,7% 1 0,3%
78 31,8% 167 68,2% 0 0,0%
39 63,9% 22 36,1% 0 0,0%
7 100,0% 0 0,0% 0 0,0%
10 76,9% 2 15,4% 1 7,7%
318 100,0%
393 100,0%
245 100,0%
61 100,0%
7 100,0%
13 100,0% 76,9%
100%
63,9%
68,2%
72,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Gráfico 59 - Análise Bivariada: Filhos x Companhia no lazer 4.2.2.1 Variável Estado Civil
No que diz respeito à análise da frequência com que costumam ir à bares ou
danceterias com o estado civil, observa-se que a maioria dos que costumam
frequentar bares/danceterias são solteiros. Entre os solteiros, 64,6% informam ir
pelo menos uma vez ao mês nestes locais.
Por outro lado, aqueles que informaram não frequentar estes ambientes são,
em sua grande maioria, casados/união estável, representando um percentual de
65,3% do total destes indivíduos . Entre o total de entrevistados viúvos, 83,6%
também não possuem o hábito de frequentar estes ambientes. Já entre os
divorciados/separados, a maioria também informa não frequentar. Porém, há um
equilíbrio maior com aqueles que costumam frequentar pelo menos uma vez ao
mês. Do total de divorciados/separados, 54,8% optaram pela resposta “nenhuma” ao
mesmo tempo em que 45,2% admitiram ir pelo menos uma vez ao mês.
Dentre aqueles que admitiram ir a bares e danceterias, nota-se que solteiros
vão com uma frequência bem acima dos demais (média de 4,60 vezes ao mês).
Divorciados/separados e viúvos possuem uma média de frequência muito parecida.
Para viúvos a média ficou em 3,57 vezes ao mês, enquanto divorciados obtiveram
uma frequência de 3,60 vezes ao mês. Os casados ficaram com uma média abaixo
de 3 vezes ao mês o que lhes concede a menor frequência de idas a
bares/danceterias.
85
Gráfico 60 - Análise Bivariada: Estado civil x Freq uência bares/restaurantes
No cruzamento de dados entre Estado civil e Frequência de ida a parques e
praças, pode-se observar que há uma proximidade do número de indivíduos
solteiros e aqueles que são casados ou possuem união estável quando se analisa
os números daqueles que costumam ir a parques ou praças.
Do total dos solteiros, praticamente 90% tem costume de ir a estes locais em
algum momento, sendo que 74,4% vai pelo menos uma vez ao mês.
Entre os casados, 63,8% costuma frequentar pelo menos uma vez ao mês e
um total de 80% admitiram ir a algum momento a parques ou praças.
Entre aqueles que não vão, o maior percentual, analisando-se individualmente
cada alternativa de estado civil, os viúvos (29,5%), seguido de
divorciados/separados (22,9%) são os que mais indicaram a opção nenhuma.
Entre casados/união estável, 19,8% admitiram não ir a parques ou praças em
nenhum momento. Um percentual de apenas 10,7% dos solteiros também não
possuem esta prática.
Dentre os indivíduos que costumam ir pelo menos uma vez ao mês, os que
possuem maior frequência da prática desta atividade são os divorciados/separados,
atingindo uma média de 6,17 vezes ao mês. Em seguida, estão os casados/união
estável, com uma média de 5,51 vezes ao mês. Logo abaixo, estão os solteiros com
86
média de 5,29 vezes ao mês. Os viúvos são os que menos possuem o hábito de
frequentar praças/parques alcançando uma média de 4,94 vezes ao mês.
Gráfico 61 - Análise Bivariada: Estado civil x Freq uência parques/praças
No cruzamento de dados entre Estado Civil e Frequência de viagens a laser,
observa-se que a grande maioria dos indivíduos assumiram viajar a lazer pelo
menos uma vez ao mês. Dentre os solteiros, 78,8% são aqueles que possuem este
costume. Entre casados/união estável, o percentual é muito semelhante,
representando 79,9%. A seguir, aparecem os divorciados/separados com 73,6% de
indivíduos que estão dentro deste cenário. Finalmente, dos viúvos entrevistados,
68,9% também admitem viajar a lazer pelo menos uma vez ao ano.
Entre aqueles que assumiram não viajar, o percentual mais importante está
entre os viúvos. Do total, 24,6% fazem parte daqueles que não viajam em nenhum
momento. A seguir, estão os divorciados/separados com 19,4% indicando que não
realizam viagens de lazer. Entre os solteiros e casados/união estável o percentual
ficou em torno de 10%.
Dentre aqueles que admitiram viajar a lazer pelo menos uma vez ao mês,
nota-se que os solteiros são os que mais possuem a frequência de viajar com uma
87
média de 5,87 ao mês. Em seguida, bem abaixo, estão os casados/união estável
com uma frequência de 4,69 vezes, seguidos de viúvos com uma média de 4,07.
O percentual mais baixo está entre os divorciados/separados com uma média
inferior a 4 vezes.
Gráfico 62 - Análise Bivariada: Estado civil x Viag ens
A partir da análise do cruzamento de dados entre Estado Civil e
Acompanhantes para práticas de recreação, identificou-se que a maioria dos
entrevistados casados costumam realizar suas atividades de lazer com
cônjuge/namorado(a). Em segundo lugar, está o percentual daqueles que praticam
estas atividades com seus familiares.
No que diz respeito aos solteiros, os amigos são as principais companhias
para prática de atividades de lazer. Com percentuais semelhantes, uma parte
importante assumiu realizar as atividades com cônjuge/namorado(a), representando
um total de 35,6% dos solteiros. Da mesma forma, 33,2% assumiram optar pela
companhia de familiares.
Em relação aos viúvos, a grande parte prefere, também, a presença de sua
família nos momentos de lazer. Comportamento semelhante seguem os
88
divorciados/separados. Do total destes entrevistados, 51,1% preferem a companhia
da família, seguidos de 27,9% que optam por amigos.
Segundo os dados levantados, podemos constatar que a maior parte das
pessoas que frequentam bares e danceterias são pessoas de até 39 anos de idade.
Contudo, quase metade dos entrevistados declara não possuir o hábito (48,5%).
Dos entrevistados que frequentam bares e danceterias, podemos destacar
que a faixa etária de 60 a 79 anos costuma sair mais de 28 vezes ao mês, chegando
quase à uma vez ao dia. além disso, esta faixa etária possui a menor frequência em
"menos de 7 vezes ao mês".
O levantamento deste indica que os entrevistados de terceira idade,
englobada pelas categorias "de 60 a 79" e "80 e mais", compões o público que
menos costuma ir à parques e praças regularmente.
O público entrevistado que frequenta parques e praças declarou,
majoritariamente, ir no máximo 5 vezes ao mês, totalizando 78,3% dos casos.
podemos destacar também que, apesar da terceira idade ser o grupo que menos
frequenta, eles costumam frequentar mais vezes ao mês.
Destaca-se que o público maior de 80 anos declara viajar bem menos que a
média (52,4% frente à 77,7%).
Na categoria de "20 a 39 anos", encontramos a menor incidência de viagens
acompanhado dos familiares, com 28,8%. Também observamos que, a partir dos 40
anos, a porcentagem de viagens com os amigos cai bastante.
estado_civil * com_quem_pratica_lazer
Solteiro
N % cit.
Casado/união
estável
N % cit.
Viúvo(a)
N % cit.
Divorciado/
separado
N % cit.
Não sei / Não
quero responder
N % cit.
Total
N % cit.
Cônjuge/ namorado(a)
Familiares
Amigos
Sozinho
Outros
Não Sei/Não quero responder
113 35,6% 194 61,2% 2 0,6% 6 1,9% 2 0,6%
131 33,2% 183 46,4% 36 9,1% 44 11,2% 0 0,0%
154 62,9% 47 19,2% 18 7,3% 24 9,8% 2 0,8%
25 41,0% 18 29,5% 7 11,5% 11 18,0% 0 0,0%
2 28,6% 3 42,9% 2 28,6% 0 0,0% 0 0,0%
2 15,4% 3 23,1% 6 46,2% 1 7,7% 1 7,7%
317 100,0%
394 100,0%
245 100,0%
61 100,0%
7 100,0%
13 100,0%
62,9%
61,2% 100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Gráfico 63 - Análise Bivariada: Estado civil x Comp anhia lazer
A partir da análise do cruzamento de dados entre Estado Civil e a Frequência
de ida a shows e teatros observou-se que a dependência dos valores é muito
89
significativa (Qui2 = 80,93, gl = 6, 1-p = >99,99%.). As células marcadas em Azul e
Rosa são aquelas para as quais a frequência real é, respectivamente, superior e
inferior à frequência teórica.
Ou seja, podemos afirmar que os solteiros são os maiores frequentadores
dessa atividade cultural, seguido pelos divorciados. Faz-nos refletir que para ambos,
esta pode ser uma oportunidade para encontrarem a pessoa que procuram ou por
estarem mais abertos a diversão pura.
frequecia_show_concertos_teatros
estado_civil
Solteiro
Casado/união estável
Viúvo(a)
Divorciado/ separado
TOTAL
Nenhuma Menos de uma vezao ano
Sim TOTAL
19,6% ( 62) 11,7% ( 37) 64,2% (203) 100% (302)
40,8% (140) 15,5% ( 53) 39,9% (137) 100% (330)
67,2% ( 41) 18,0% ( 11) 14,8% ( 9) 100% ( 61)
34,3% ( 25) 13,7% ( 10) 50,7% ( 37) 100% ( 72)
33,7% (268) 13,9% (111) 48,9% (386) 100% (765) Tabela 4 - Análise Bivariada: Estado civil x Frequê ncia shows/teatro
A partir da análise do cruzamento de dados entre Estado Civil e a Frequência
de ida ao cinema observou-se que a dependência dos valores é muito significativa
(Qui2 = 69,90, gl = 6, 1-p = >99,99%). As células marcadas em Azul e Rosa são
aquelas para as quais a frequência real é, respectivamente, superior e inferior à
frequência teórica.
Ou seja, podemos afirmar novamente que os solteiros são os maiores
frequentadores, já os viúvos, os menos frequentadores desse tipo de diversão.
frequencia_cinema
estado_civil
Solteiro
Casado/união estável
Viúvo(a)
Divorciado/ separado
TOTAL
Nenhuma Menos de uma vezao mês
Sim TOTAL
18,7% ( 59) 23,1% ( 73) 56,0% (177) 100% (309)
39,7% (136) 22,7% ( 78) 34,7% (119) 100% (333)
60,7% ( 37) 19,7% ( 12) 19,7% ( 12) 100% ( 61)
45,2% ( 33) 12,3% ( 9) 42,5% ( 31) 100% ( 73)
33,3% (265) 21,7% (172) 42,9% (339) 100% (776) Tabela 5 - Análise Bivariada: Estado civil x Frequê ncia cinema
4.2.3 Variável Renda
No cruzamento de dados entre Renda e a percepção Minha vida está próxima
do ideal, percebe-se que o grau de concordância aumenta ligeiramente com o
90
aumenta da renda entre os respondentes de maior e menor renda. Esta
dependência é estatisticamente significativa uma vez que o “p” é 1,75% (Qui2 =
73,31, gl = 50, 1-p = 98,25%).
Tabela 6 - Análise Bivariada: Renda x Vida próxima do ideal
No cruzamento de dados entre Renda e a percepção Minhas condições de
vida são excelentes, verifica-se nesse cruzamento que não existe variação
significativa entre os respondentes de menor e maior renda, com uma dependência
estatisticamente muito significativa, com “p” menor que 0,1% (Qui2 = 172,91, gl = 60,
1-p = >99,99%), significando que a percepção sobre a qualidade das condições de
vida não melhora nem piora com a variação da faixa de renda.
Tabela 7 - Análise Bivariada: Renda x Condições de vida excelentes
No cruzamento de dados entre Renda e a percepção Até agora eu tenho
conseguido as coisas importantes que eu considero na vida, podemos perceber que
as pessoas que informaram uma faixa de renda mais alta, concordaram num maior
percentual com a afirmação do que as de faixa de renda mais baixa.
91
Em rendas acima de 2500 reais os índices de concordância com a afirmação
giram em torno de 80% (renda entre R$ 2.500 e 5.000) a 94% ( renda de mais de R$
20.000).
Nas rendas inferiores a 2.500 reais, o grau de concordância gira na faixa dos
60%.
Uma vez que se identifica um “p” menor que 1% (Qui2 = 67,24, gl = 40, 1-p =
99,55%) pode-se afirmar, com um resultado estatisticamente muito significativo, que
as pessoas de maior renda avaliam que tem conseguido as coisas que consideram
importantes numa maior porcentagem do que as pessoas de menor renda.
Tabela 8 - Análise Bivariada: Renda x Coisas mais i mportantes na vida
No cruzamento de dados entre Renda e a percepção Se eu pudesse viver a
minha vida de novo não mudaria quase nada, nota-se é que dentro de todas as
faixas de renda existem pessoas que concordam e discordam da afirmação, com um
aumento na concordância para a faixa de renda superior a cinco mil reais, porém
este resultado é estatisticamente pouco significativo uma vez que o “p” é de 6,47%
(Qui2 = 65,94, gl = 50, 1-p = 93,53%).
Tabela 9 - Análise Bivariada: Renda x Não mudaria q uase nada na vida
92
No cruzamento de dados entre Renda e a percepção Considero-me uma
pessoa feliz, pode-se notar que há um ligeiro crescimento na felicidade com a renda,
também, pode-se notar é que, na maioria (quase 90 % dos respondentes)
concordaram ou concordaram totalmente com a afirmação, dentre estes, com
representantes de todas as faixas de renda, sendo a relação estatisticamente muito
significativa, com um “p” menor que 1% (Qui2 = 88,86, gl = 50, 1-p = 99,94%).
Tabela 10 - Análise Bivariada: Renda x Considero-me uma pessoa feliz
4.2.4 Variável Atividades Físicas
No cruzamento de dados entre Frequência da prática de Atividades Físicas e
o nível de Formação Escolar dos respondentes, verificou-se que percentualmente,
os maiores índices de praticantes de exercícios são os respondentes com maior
escolaridade, sendo o percentual mais alto de praticantes observado entre os
respondentes com ensino superior incompleto, com 29,2% (3 a 5 vezes na semana),
seguido dos respondentes com superior completo com 29% (mais de 5 vezes na
semana).
A relação entre valores é estatisticamente muito significativa, com um “p”
menor que 1% (Qui2 = 52,33, gl = 28, 1-p = 99,65%). As células marcadas em Azul
e Rosa são aquelas para as quais a frequência real é, respectivamente, superior e
inferior à frequência teórica.
93
formação_escolar
frequencia_atividade_fisica
Não pratico
Ocasionalmente
Uma a 2 vezes por semana
Entre 3 e 5 vezes por semana
Mais de 5 vezes por semana
TOTAL
Ensinofundamental
Ensinofundamental
Ensino médioincompleto
Ensino médiocompleto
Ensino superiorincompleto
Ensino superiorcompleto
Pós graduado TOTAL
11,1% ( 26) 10,7% ( 25) 8,6% ( 20) 26,5% ( 62) 16,7% ( 39) 18,8% ( 44) 6,0% ( 14) 100% (230)
4,3% ( 5) 6,0% ( 7) 10,3% ( 12) 20,5% ( 24) 22,2% ( 26) 22,2% ( 26) 10,3% ( 12) 100% (112)
4,1% ( 6) 4,8% ( 7) 4,1% ( 6) 23,8% ( 35) 21,8% ( 32) 23,1% ( 34) 12,9% ( 19) 100% (139)
4,2% ( 8) 6,8% ( 13) 5,7% ( 11) 16,2% ( 31) 29,2% ( 56) 24,0% ( 46) 13,0% ( 25) 100% (190)
5,6% ( 6) 7,5% ( 8) 7,5% ( 8) 18,7% ( 20) 17,8% ( 19) 29,0% ( 31) 11,2% ( 12) 100% (104)
6,4% ( 51) 7,5% ( 60) 7,1% ( 57) 21,7% (172) 21,6% (172) 22,7% (181) 10,3% ( 82) 100% (775) Tabela 11 - Análise Bivariada: Frequência Atividade s Físicas x Formação Escolar
No cruzamento de dados entre Tipo de Atividades Física e Idade, constatou-
se que a dependência entre os valores é estatisticamente muito significativa, com "p"
menor que 0,1% (Qui2 = 176,75, gl = 65, 1-p = >99,99%).
As células marcadas em azul são aquelas em que a frequência observada é
superior ao que seria esperado em uma distribuição normal, enquanto as em rosa a
frequência observada é inferior, ou seja, a pratica de futebol está mais concentrada
nas faixas de idade inferiores, enquanto caminhada/corrida na faixa de idade
superior.
Tabela 12 - Análise Bivariada: Tipo Atividades Físi ca x Idade
Os valores da tabela são as médias calculadas sem considerar as não-
respostas. As atividades podiam ser de múltipla escolha, entre as atividades
físicas praticadas, quando então foram totalizadas 765 atividades indicadas.
O maior número de respostas indicou a atividade caminhada/corrida, com
45,49 % de indicações e média de idade de 44,88 anos, seguido de ginástica com
20,65% de indicações e média de idade de 36,22 anos.
94
Tabela 13 - Análise Bivariada: MEDIAS - Tipo Ativid ades Física x Idade
No cruzamento de dados entre Frequência da prática de Atividades Físicas e
Idade identificou-se uma dependência de valores muito significativa (Qui2 = 42,67, gl
= 20, 1-p = 99,77%.).
As células marcadas em Azul e Rosa são aquelas para as quais a frequência
real é, respectivamente, superior e inferior à frequência teórica. Os valores da tabela
são as quantidades de citações de cada dupla de categorias.
frequencia_atividade_fisica
idade
De 10 a 20
De 20 a 30
De 30 a 40
De 40 a 50
De 50 a 60
60 e mais
TOTAL
Não pratico OcasionalmenteUma a 2 vezes porsemana
Entre 3 e 5 vezespor semana
Mais de 5 vezespor semana
TOTAL
12,5% ( 5) 10,0% ( 4) 27,5% ( 11) 37,5% ( 15) 12,5% ( 5) 100% ( 40)
22,2% ( 46) 14,5% ( 30) 23,2% ( 48) 30,9% ( 64) 9,2% ( 19) 100% (207)
32,8% ( 39) 13,5% ( 16) 14,3% ( 17) 26,1% ( 31) 13,5% ( 16) 100% (119)
29,9% ( 35) 21,4% ( 25) 16,2% ( 19) 16,2% ( 19) 16,2% ( 19) 100% (117)
39,0% ( 53) 11,8% ( 16) 16,9% ( 23) 18,4% ( 25) 14,0% ( 19) 100% (136)
31,9% ( 52) 14,7% ( 24) 15,3% ( 25) 20,3% ( 33) 17,2% ( 28) 100% (162)
29,3% (230) 14,7% (115) 18,4% (143) 24,1% (187) 13,4% (106) 100% (781) Tabela 14 - Análise Bivariada: Frequência Atividade s Físicas x Idade
A tabela a seguir apresenta os valores de médias de Idade em relação à
Frequência de atividades físicas, cujo cálculo foi feito sem considerar as não-
respostas. Os valores da tabela são, para cada critério e cada categoria, a
quantidade de observações exceto as não-respostas.
95
A melhor constatação dessa análise é que o percentual de praticantes é de
70,46 dos respondentes, ante 29,54 de não praticantes, o que nos faz pensar que as
pessoas estão conscientes dos benefícios do não sedentarismo.
Tabela 15 - Análise Bivariada: MÉDIA - Frequência A tividades Físicas x Idade
No cruzamento de dados entre Frequência da prática de Atividades Físicas e
Estado Civil , observou-se que a dependência entre valores é muito significativa
(Qui2 = 34,53, gl = 12, 1-p = 99,94%.). As células marcadas em Azul e Rosa são
aquelas para as quais a frequência real é, respectivamente, superior e inferior à
frequência teórica.
Desta forma, os estados civis com maior número de respondentes foram os
de casados e solteiros, sedo 43% para os casados e 39,6% para os solteiros, 9,2%
para os divorciados, 7,6% para os viúvos e o 0,7% não responderam.
Analisando-se cada uma dos estados civis, verifica-se que tanto os viúvos
quanto os divorciados, tem o maior percentual de não praticantes, 41%, seguido
pelos casados com 32,1% e pelos solteiros com 21,8%.
frequencia_atividade_fisica
estado_civil
Solteiro
Casado/união estável
Viúvo(a)
Divorciado/ separado
TOTAL
Não praticoOcasionalmenteUma a 2 vezes porsemana
Entre 3 e 5 vezespor semana
Mais de 5 vezespor semana
TOTAL
21,8% ( 69) 13,9% ( 44) 20,6% ( 65) 31,0% ( 98) 12,7% ( 40) 100% (316)
32,1% (110) 15,2% ( 52) 18,4% ( 63) 21,9% ( 75) 12,5% ( 43) 100% (343)
41,0% ( 25) 16,4% ( 10) 14,8% ( 9) 11,5% ( 7) 14,8% ( 9) 100% ( 60)
41,1% ( 30) 13,7% ( 10) 9,6% ( 7) 15,1% ( 11) 20,6% ( 15) 100% ( 73)
29,3% (234) 14,7% (116) 18,4% (144) 24,1% (191) 13,4% (107) 100% (792) Tabela 16 - Análise Bivariada: Frequência Atividade s Físicas x Estado Civil
No cruzamento de dados entre Frequência da prática de Atividades Físicas e
Renda , observou-se que a dependência é significativa (Qui2 = 52,96, gl = 32, 1-p =
96
98,87%). As células marcadas em Azul e Rosa são aquelas para as quais a
frequência real é, respectivamente, superior e inferior à frequência teórica.
Sendo assim, constata-se que a renda influencia na prática de exercícios
físicos, os de maior renda praticam mais.
frequencia_atividade_fisica
renda
Nenhuma
Até R$ 500
Entre R$ 500 e R$ 1.000
Entre R$ 1.000 e R$ 1.500
Entre R$ 1.500 e R$ 2.500
Entre R$ 2.500 e R$ 5.000
Entre R$ 5.000 e R$ 10.000
Entre R$ 10.000 e R$ 20.000
Acima de R$ 20.000
TOTAL
Não pratico OcasionalmenteUma a 2 vezes porsemana
Entre 3 e 5 vezespor semana
Mais de 5 vezespor semana
TOTAL
0,0% ( 0) 0,0% ( 0) 50,0% ( 1) 50,0% ( 1) 0,0% ( 0) 100% ( 2)
33,3% ( 4) 16,7% ( 2) 16,7% ( 2) 25,0% ( 3) 8,3% ( 1) 100% ( 12)
49,1% ( 28) 15,8% ( 9) 14,0% ( 8) 14,0% ( 8) 7,0% ( 4) 100% ( 57)
42,0% ( 34) 17,3% ( 14) 14,8% ( 12) 12,4% ( 10) 13,6% ( 11) 100% ( 81)
37,4% ( 52) 13,0% ( 18) 18,0% ( 25) 17,3% ( 24) 13,7% ( 19) 100% (138)
25,0% ( 47) 16,0% ( 30) 16,5% ( 31) 30,9% ( 58) 11,7% ( 22) 100% (188)
19,7% ( 29) 13,6% ( 20) 21,1% ( 31) 31,3% ( 46) 14,3% ( 21) 100% (147)
17,1% ( 13) 14,5% ( 11) 21,1% ( 16) 27,6% ( 21) 19,7% ( 15) 100% ( 76)
25,0% ( 4) 12,5% ( 2) 18,8% ( 3) 25,0% ( 4) 18,8% ( 3) 100% ( 16)
29,3% (211) 14,7% (106) 18,4% (129) 24,1% (175) 13,4% ( 96) 100% (717) Tabela 17 - Análise Bivariada: Frequência Atividade s Físicas x Renda
4.2.5 Variável Ocupação
Outra informação extraída da pesquisa foi a percepção que cada grupo de
trabalhadores tem em relação ao seu trabalho (em diversos aspectos). Com relação
a isso, foi percebido que, de maneira geral, a relação com os colegas de trabalho foi
o aspecto mais bem avaliado por todas as categorias. Além disso, percebe-se
também que o grupo dos proprietários de empresa é o que possui a melhor média
final para todos os aspectos avaliados.
Nesta avaliação percebe-se que a melhor média recai sobre a avaliação que
o grupo dos “do lar” fazem do reconhecimento dos colegas de trabalho. A média das
avaliações feitas por esse grupo chegou a 4,71 em um máximo de 5,00. Em relação
à média mais baixa, é possível observar que esta recai sobre o mesmo grupo,
porém agora no quesito “sinto-me realizado com a profissão que exerço”.
97
Tabela 18 - Análise Bivariada: Ocupação x Percepçõe s sobre o trabalho
4.2.6 Variável Grau de Felicidade
4.2.6.1 Grau de Felicidade x Ocupação
Com o intuito de verificar em quais profissões as pessoas são mais felizes,
foram cruzadas as respostas das perguntas “qual sua profissão?” e “o quão feliz na
vida você se considera?”.
A variação absoluta do resultado entre os que declararam profissão foi
pequena, de 5,49 (do lar) a 5,8 (estudante), sendo o resultado estatisticamente
pouco significativo.
98
Gráfico 64 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Ocupação
4.2.6.2 Grau de Felicidade e Saúde
4.2.6.2.1 Grau de Felicidade x Doença crônica/Tratamento contínuo
Buscando-se verificar a relação entre a presença de Doença
crônica/problema de saúde que requer tratamento contínuo e o Grau de Felicidade
das pessoas, tem-se que 75,7% (597 em números absolutos) dos respondentes às
questões elencadas afirmam não ter nenhuma doença ou problema crônico de
saúde, enquanto que 24,3% (192) dos entrevistados revelaram possuir alguma
doença crônica que requer tratamento contínuo.
Tabela 19 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Doença crônica
99
De todas as pessoas que julgam ter problema crônico de saúde, observa-se
que 77% delas estão concentradas entre as graduações 5 e 7 de felicidade. Ao
estabeler a mesma relação para as pessoas que afimam não possuir doenças
crônicas, descobre-se que aproximadamente 88% delas estão concentradas entre
os níveis 5 e 7 de felicidade.
A fim de elucidar a média do grau de felicidade dos diferentes perfis de
respostas obtidas, traçou-se um quadro resumo com as informações coletadas,
disponível no Gráfico abaixo. Nele observa-se que a média do grau de felicidade das
pessoas que não apresentam doenças crônicas de saúde (5,70) é superior à média
das pessoas que afirmam ter algum problema crônico de saúde (5,43). Com um “p”
de 1,3%, pode-se dizer que o resultado é estatisticamente significativo, permitindo-
nos afirmar que as pessoas que não apresentam doença crônica de saúde são, em
média, mais felizes que as pessoas que afirmam ter problema crônico de saúde.
Gráfico 65 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Doença crônica
4.2.6.2.2 Grau de Felicidade x Problema grave de saúde
Buscando-se verificar a relação entre a presença de Problema grave de
saúde e o Grau de Felicidade das pessoas, observou-se que aproximadamente
80% (586 em números absolutos) dos respondentes às questões elencadas afirma
nunca ter tido problema grave de saúde, ao passo que 20,2% (150 em número
absoluto) dos entrevistados afirma já ter sofrido com alguma doença grave no
passado.
100
Tabela 20 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Problema grave de saúde
Do total de pessoas que julga já ter tido problema grave de saúde, observa-
se que 80,6% delas estão concentradas entre as graduações 5 e 7 de felicidade. Ao
estabeler a mesma relação para as pessoas que afirmam nunca terem sofrido com
alguma doença grave , descobre-se que aproximadamente 87,2% delas estão
concentradas entre os níveis 5 e 7 de felicidade. Nota-se que o percentual de
concentração do cruzamento apresentado no item “a” deste trabalho é bastante
similiar ao exposto agora. Em ambos os casos, a concentração entre os níveis 5 e 7
de felicidade é maior dentre as pessoas que dizem não possuir problemas
relacionados à saúde.
No gráfico a seguir um quadro resumo com as médias dos graus de felicidade
de cada perfil de respondentes para as variáveis apresentadas é demonstrado,
podendo-se observar que a média do grau de felicidade das pessoas que nunca
tiveram problemas graves de saúde (5,69) é superior à média das pessoas que
afirmam ter já terem tido doenças graves de saúde (5,43) porém com um “p” de
22,2%, o que infere dizer que a dependência entre as variáveis não é
estatisticamente significativa. Não se pode, portanto, afirmar que o grupo de
pessoas que não têm problema grave de saúde seja, em média, mais feliz que o
grupo das pessoas que já sofreram com alguma doença grave de saúde.
101
Gráfico 66 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Problema grave de saúde
4.2.6.2.3 Grau de Felicidade x presença de contínua de mal-estar ou dor
Buscando-se verificar a relação entre a presença de contínua de mal-estar ou
algum tipo de dor e o Grau de Felicidade das pessoas, observa-se que 74,4% (589
em números absolutos) dos respondentes às questões elencadas discorda ou
discorda totalmente da afirmação “Estou sempre me sentindo mal ou com algum tipo
de dor”, ao passo que 14,1% (112 em números absolutos) dos entrevistados
concorda ou concorda totalmente com a mesma afirmativa. Já 11,5% das pessoas
não concorda nem discorda da declaração.
Tabela 21 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Mal-estar/Dor
No Gráfico abaixo representa as médias do grau de felicidade de cada perfil
de respostas coletadas para declaração exposta anteriormente. Observa-se que as
médias do grau de felicidade das pessoas que concordam ou concordam totalmente
com a frase “Estou sempre me sentindo mal ou com algum tipo de dor” é de,
respectivamente, 5,12 e 5,36, ambas inferiores às médias das pessoas que
discordam ou discordam totalmente da declaração (5,68 e 5,82, respectivamente).
Com um “p” inferior a 0,1%, constata-se que a dependência entre as variáveis é
estatisticamente muito significativa, ou seja, pode-se afirmar que o grupo de pessoas
102
discordantes da declaração “estou sempre me sentindo mal ou com algum tipo de
dor” é mais feliz, em média, que o grupo das pessoas concordantes com a
afirmação. E conforme levantado, a maior média do grau de felicidade, de 5,82, é
justamente dos entrevistados que discordam totalmente da afirmação em questão.
Gráfico 67 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Mal-estar/Dor
4.2.6.3 Grau de Felicidade e características pessoais
4.2.6.3.1 Grau de Felicidade x Peso corporal
Buscando-se verificar a relação entre a Satisfação com o peso atual e o Grau
de Felicidade das pessoas, observa-se que 41,5% (328 em números absolutos) dos
respondentes às questões elencadas discorda ou discorda totalmente da afirmação
“Estou satisfeito com meu peso atual”, enquanto 43,7% (346 em números absolutos)
dos entrevistados concorda ou concorda totalmente com a mesma afirmativa. Já
14,8% das pessoas não concorda nem discorda da declaração.
Tabela 22 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Peso corporal
103
No Gráfico abaixo são apresentadas as médias do grau de felicidade de cada
perfil de respostas coletadas para declaração exposta anteriormente. Nele observa-
se que as médias do grau de felicidade das pessoas que concordam ou concordam
totalmente com a frase “Estou satisfeito com meu peso atual” é de, respectivamente,
5,8 e 5,55, ambas muito similares às médias das pessoas que discordam ou
discordam totalmente da declaração (5,57 e 5,62, respectivamente).
Com um “p” de 19,2% pode-se dizer que a dependência entre as variáveis
não é estatisticamente significativa, não se podendo afirmar, portanto, que o grupo
de pessoas que está contente com seu peso atual é mais feliz, em média, que o
grupo de entrevistados que não está satisfeito com seu peso, e vice e versa.
Gráfico 68 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Peso corporal
4.2.6.3.2 Grau de Felicidade x Gênero
Buscando-se verificar a relação entre Gênero e o Grau de Felicidade das
pessoas, observou-se que a diferença entre as médias das duas categorias não é
significante. Isso quer dizer que não se pode inferir, apesar do número absoluto, que
homens ou mulheres são mais felizes, em média.
Grupo n°6
Sexo_(Não_perguntar) * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Masculino
Feminino
5,61
5,66
p = 60,8% ; F = 0,27 (NS)
Masculino 5,61
Feminino 5,66
Total 5,64
Gráfico 69 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Gênero
104
4.2.6.3.3 Grau de Felicidade x Idade
Buscou-se identificar se a Idade afetaria o Grau de felicidade das pessoas. A
relação entre essas duas variáveis não apresentou significância, isto é, pode-se
dizer que a faixa etária não influencia para a construção da média de felicidade.
Grupo n°6
idade * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Menos de 20
De 20 a 29
De 30 a 39
De 40 a 49
De 50 a 59
De 60 a 69
70 e mais
5,88
5,72
5,72
5,52
5,58
5,42
5,79
p = 11,1% ; F = 1,73 (PS)
Menos de 20 5,88
De 20 a 29 5,72
De 30 a 39 5,72
De 40 a 49 5,52
De 50 a 59 5,58
De 60 a 69 5,42
70 e mais 5,79
Total 5,65
Gráfico 70 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Idade
4.2.6.3.4 Grau de Felicidade x Vivência em ambiente salutar
Buscando-se verificar a relação entre a vivência de um ambiente que
possibilita ter boas condições de saúde e o Grau de Felicidade das pessoas,
observa-se que somente 8,4% (67 em números absolutos) dos respondentes às
questões elencadas discorda ou discorda totalmente da afirmação “O ambiente em
que vivo me possibilita ter boas condições de saúde”, ao passo que 79,2% (628 em
números absolutos) dos entrevistados concorda ou concorda totalmente com a
mesma afirmativa. Já 12,4% das pessoas não concorda nem discorda da
declaração.
105
Tabela 23 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Ambiente salutar
No gráfico a seguir apresentam-se as médias do grau de felicidade de cada
perfil de respondentes da declaração exposta anteriormente, onde pode-se observar
que as médias do grau de felicidade das pessoas que concordam ou concordam
totalmente com a frase “O ambiente em que vivo me possibilita ter boas condições
de saúde” é de, respectivamente, 5,63 e 5,82, ambas superiores às médias das
pessoas que discordam ou discordam totalmente da declaração (5,46 e 5,59,
respectivamente).
Com um “p” menor que 0,1%, o identifica-se que a dependência entre as
variáveis analisadas é estatisticamente muito significativa. Pode-se afirmar que o
grupo de pessoas concordantes com a afirmativa “O ambiente em que vivo me
possibilita ter boas condições de saúde” é, em média, mais feliz que o grupo das
pessoas discordantes da mesma declaração.
Gráfico 71 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Ambiente salutar
106
4.2.6.4 Grau de Felicidade x Filhos
Buscando-se verificar a relação entre a presença de filhos e o Grau de
Felicidade das pessoas, observou-se que 42,4% (336 em números absolutos) dos
respondentes às questões elencadas afirmam não ter filhos, enquanto que 57,6%
(456 em número absoluto) dos entrevistados revelam ser pais.
De todas as pessoas que dizem não ter filhos, observa-se que 89,6 % delas
estão concentradas entre as graduações 5 e 7 de felicidade. Ao estabeler a mesma
relação para as pessoas que afirmam serem pais, descobre-se que
aproximadamente 82% delas estão concentradas entre os níveis 5 e 7 de felicidade.
Tabela 24 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Existência filhos
No quadro resumo apresentado no Gráfico abaixo, observa-se que a média
do grau de felicidade das pessoas que não têm filhos (5,66) é superior à média das
pessoas que afirmam ter filhos (5,62). Porém, conforme explicitado na figura, com
“p” 59,4% identifica-se que a dependência entre as variáveis não é estatisticamente
significativa.
Não se pode afirmar, por conseguinte, que as pessoas que não têm filhos são
mais felizes, em média, do que os entrevistados que possuem filhos. A diferença
entre as médias dos dois grupos de respondentes é muito pequena, o que corrobora
a insignificância do cruzamento entre essas variáveis.
107
Gráfico 72 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Existência filhos
Buscando-se verificar a relação entre a presença de filhos e o Grau de
Felicidade das pessoas, observou-se que 70,6% das pessoas que afirmam ter filhos
possuem de 1 a 2 crianças; 25,3% delas têm de 3 e 4 filhos; e menos que 4,2%
afirmam ter mais de 5 filhos.
Das pessoas que afirmam ter até 2 filhos, observa-se que 86,3 % delas estão
concentradas entre as graduações 5 e 7 de felicidade; já aquelas que afirmam ter
entre 3 e 4 filhos, 77,6 % delas estão concentradas entre essa mesma graduação;
dentre as que afirmam ter entre 5 e 6 filhos, 90,9 % delas estão concentradas nesta
mesma graduação e; dentre aquelas que afirmam ter mais de 7 filhos, 87,5% se
concentram também nesta graduação proposta ( nível 5 a 7 de felicidade).
Tabela 25 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Número filhos
No quadro resumo apresentado no Gráfico abaixo observa-se que as pessoas
que afirmam ter entre 1 e 2 filhos apresentam média do grau de felicidade igual a
5,63, superior à media daqueles que afirmam ter de 3 a 4 filhos (5,48). Em
compensação, quando o entrevistado tem entre 5 e 6 filhos, a média do grau de
felicidade é superior às anteriores (6,00). Já o grupo de pessoas que afirmou ter
108
mais de 7 filhos ficou com a maior média do grau de felicidade desse cruzamento:
6,5.
Porém, conforme explicitado na figura, com um “p” de 6,4%, constata-se que
a dependência entre as variáveis é estatisticamente pouco significativa, significando
que não se pode afirmar, com um grau de certeza elevado, que as pessoas as quais
têm entre 5 e 6 filhos ou mais de 7 são mais felizes, em média, do que aquelas que
possuem entre 1 e 2 ou entre 3 e 4 filhos.
Gráfico 73 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Número filhos
4.2.6.5 Grau de Felicidade x Formação escolar
Buscando-se verificar a relação entre o nível de formação escolar e o Grau de
Felicidade das pessoas, observou-se que A tabela acima mostra que, do total de
respondentes da questão “O quão feliz na vida você se considera”, 6,6% afirmam ter
estudado parte do Ensino Fundamental; outros 7,7% afirmam ter o Ensino
Fundamental completo; 7,2% dizem ter estudado parte do Ensino Médio; outros
22,2% afirmam ter o Ensino Médio completo; 22,2% dizem ter estudado parte do
Ensino Superior; outros 23,2% afirmam ter o Ensino Superior completo; 10,6%
dizem ser pós-graduados e, apenas 0,4% revelam nunca ter estudado.
109
formação_escolar
o_quao_feliz
1
2
3
4
5
6
7
TOTAL
Ensino fundamental incomp
leto
Ensino fundamental comple
to
Ensino médio incompleto
Ensino médio com
pleto
Ensino superior incompleto
Ensino superior completo
Pós graduado
Nenhum TOTAL
1 1 0 1 0 0 1 0 4
0 1 0 2 1 1 0 0 5
1 1 1 3 0 0 1 0 7
12 15 11 23 13 16 9 1 100
11 15 15 46 43 56 21 2 209
9 13 9 50 78 68 33 0 260
17 14 20 47 37 39 17 0 191
51 60 56 172 172 180 82 3 776 Tabela 26 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Formação escolar
No quadro resumo apresentado no Gráfico abaixo, observa-se que a média
do grau de felicidade das pessoas que contam com ensino superior incompleto é a
mais alta dentre os perfis de nível de escolaridade apresentados: 5,79. Do lado
contrário, a menor média do grau de felicidade é do grupo de pessoas que nunca
estudou: 4,67. Porém cabe lembrar que, estatisticamente, este último grupo não é
representativo, pois apresenta uma frequência absoluta de apenas três
respondentes.
Conforme explicitado na figura, com um “p” de 5,9 %, a dependência entre as
variáveis é estatisticamente pouco significativa, logo, não se pode afirmar que as
pessoas que possuem nível superior completo são mais felizes, em média, do que
as pessoas que têm somente o ensino médio completo, por exemplo.
Grupo n°2
formação_escolar * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Média Frequência
Ensino fundamental incompleto
Ensino fundamental completo
Ensino médio incompleto
Ensino médio completo
Ensino superior incompleto
Ensino superior completo
Pós graduado
Nenhum
5,49 51
5,28 60
5,64 56
5,61 172
5,79 172
5,71 180
5,63 82
4,67 3
p = 5,9% ; F = 1,95 (PS)
Ensino fundamental incompleto 5,49
Ensino fundamental completo 5,28
Ensino médio incompleto 5,64
Ensino médio completo 5,61
Ensino superior incompleto 5,79
Ensino superior completo 5,71
Pós graduado 5,63
Nenhum 4,67
Total 5,64
Gráfico 74 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Formação escolar
110
4.2.6.6 Grau de Felicidade x Renda
Buscando-se verificar a relação entre Renda e Grau de Felicidade, podemos
perceber que as pessoas que declararam uma maior renda, concordaram num maior
percentual com a afirmação do que as de renda mais baixa.
Verificou-se, porém, que a dependência entre valores não é estatisticamente
significativa, com “p” = 39,8% (Qui2 = 51,92, gl = 50, 1-p = 60,13%), desta forma é
possível afirmar que exista correlação direta entre estas duas variáveis
Tabela 27 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Renda
4.2.6.7 Grau de Felicidade x Atividades físicas
Buscando-se verificar a relação entre a Frequência da prática de atividades
físicas e o Grau de Felicidade das pessoas, observou-se que os entrevistados que
declararam não praticar atividades físicas têm média de felicidade inferior àqueles
que praticam atividades físicas. Enquanto a média para o primeiro grupo é de 5,42,
para o grupo dos praticantes esse número encontra-se entre 5,70 até 5,77. Segundo
a pesquisa a prática de atividade física é significante na construção de uma maior
média de felicidade da população. As modalidades de atividades físicas praticadas
também foram questionadas, porém, a análise dos dados coletados mostrou que o
tipo de atividade não interfere significativamente no total da média de felicidade.
111
Grupo n°5
frequencia_atividade_fisica * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Média Frequência
Não pratico
Ocasionalmente
Uma a 2 vezes por semana
Entre 3 e 5 vezes por semana
Mais de 5 vezes por semana
Não Sei/Não quero responder
5,42 234
5,70 116
5,77 146
5,73 192
5,71 106
5,00 1
p = 1,8% ; F = 2,76 (S)
Não pratico 5,42
Ocasionalmente 5,70
Uma a 2 vezes por semana 5,77
Entre 3 e 5 vezes por semana 5,73
Mais de 5 vezes por semana 5,71
Não Sei/Não quero responder 5,00
Total 5,64
Gráfico 75 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Ativ. Físicas
4.2.6.8 Grau de Felicidade x Hábito de fumar
Buscando-se verificar a relação entre o hábito de fumar e o Grau de
Felicidade das pessoas, observou-se que a média de felicidade daqueles que se
declararam fumantes é inferior do que para os que não possuem o hábito. Essa
diferença entre as médias é significativa, sendo que o resultado obtido para o grupo
dos fumantes é de 5,39 e para o outro grupo é de 5,68. Portando, o hábito de fumar
pode impactar negativamente para a felicidade dos porto-alegrenses que o fazem.
Grupo n°7
fuma * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Média Frequência
Sim
Não
Não sei/ Não quero responder
5,39 133
5,68 655
5,60 5
p = 2,0% ; F = 3,92 (S)
Sim 5,39
Não 5,68
Não sei/ Não quero responder 5,60
Total 5,63
Gráfico 76 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Hábito de fumar
4.2.6.9 Grau de Felicidade x Estado civil
Buscando-se verificar a relação entre o Estado civil e o Grau de Felicidade
das pessoas, observou-se que a relação entre as variáveis não se mostrou
significativa para os moradores de Porto Alegre. Dessa forma, pode-se dizer que
estar casado ou solteiro, viúvo ou divorciado não impacta na média de felicidade
112
destes grupos, que poderão ter o mesmo nível de felicidade independente da sua
condição civil.
Grupo n°5
estado_civil * o_quao_feliz
o_quao
_feliz
Casado/união estável
Divorciado/ separado
Solteiro
Viúvo(a)
5,68
5,49
5,64
5,61
p = 64,1% ; F = 0,57 (NS)
Casado/união estável 5,68
Divorciado/ separado 5,49
Solteiro 5,64
Viúvo(a) 5,61
Total 5,64
Gráfico 77 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Estado Civil
4.2.6.10 Grau de Felicidade e Hábitos de Lazer
4.2.6.10.1 Grau de Felicidade x frequência de ida a Shows, Concertos e Teatro
Buscando-se verificar a relação entre a frequência de ida a Shows, Concertos
e Teatro e o Grau de Felicidade das pessoas, observou-se que os respondentes que
disseram que sua frequência de ida a esses eventos era de nenhuma vez ao ano
obtêm média de felicidade de 5,47; já aqueles que vão alguma vez ao ano ficam
com média de 5,68 a 5,75, dependendo da frequência durante o ano. Apesar de
haver diferença na média para aqueles com diferentes números de idas durante o
ano, essa diferença não é significativa e, portanto, não permite afirmar que indo mais
vezes ao ano a shows, concertos e teatros, a média de felicidade tenderia a subir.
Grupo n°6
frequecia_show_concertos_teatros * o_quao_feliz
o_quao_feliz
MédiaFrequ
ência
Nenhuma
Menos de uma vez ao ano
Sim
Não Sei/Não quero responder
5,47 268
5,68 110
5,75 390
5,40 15
p = 1,3% ; F = 3,61 (S)
Nenhuma 5,47
Menos de uma vez ao ano 5,68
Sim 5,75
Não Sei/Não quero responder 5,40
Total 5,64
Gráfico 78 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Shows/Teatro
113
Grupo n°5
frequecia_show_concertos_teatros_OUTRO * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Menos de 1
1
2
3
4
De 5 a 9
10 e mais
5,56
5,63
5,68
5,95
5,87
5,84
p = 16,3% ; F = 1,58 (NS)
Menos de 1
1 5,56
2 5,63
3 5,68
4 5,95
De 5 a 9 5,87
10 e mais 5,84
Total 5,74
Gráfico 79 - Análise Bivariada: Detalhe Grau de Fel icidade x Freq.. Shows/Teatro
4.2.6.10.2 Grau de Felicidade x frequência de ida a o Cinema
Buscando-se verificar a relação entre a frequência de ida a o Cinema e o
Grau de Felicidade das pessoas observou-se que, apesar de ser um hábito de lazer
extremamente popular e de a maioria dos respondentes irem ao cinema, esse fator
não se constitui como relevante para a construção da média de felicidade. Sendo
assim, o grau de felicidade daquelas pessoas que não vão ao cinema, como daquela
que vão não tende a diferenciar-se por essa razão.
Grupo n°8
frequencia_cinema * o_quao_feliz
o_quao_feliz
MédiaFrequ
ência
Nenhuma
Menos de uma vez ao mês
Sim
Não Sei/Não quero responder
5,56 266
5,61 171
5,72 341
4,75 4
p = 11,9% ; F = 1,94 (PS)
Nenhuma 5,56
Menos de uma vez ao mês 5,61
Sim 5,72
Não Sei/Não quero responder 4,75
Total 5,64
Gráfico 80 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Cinema
4.2.6.10.3 Grau de Felicidade x frequência de ida a Restaurantes
Buscando-se verificar a relação entre a frequência de ida a Restaurantes
como lazer e o Grau de Felicidade das pessoas, notou-se que ao relacionar esse
114
dado com a média de felicidade dos grupos de pessoas que vão alguma vez ao ano
e dos que não vão, obtém-se significativa diferença para esses grupos. O primeiro,
que frequenta restaurantes como lazer, obteve média de felicidade de 5,40 a 5, 72 (a
variação se dá porque também foi analisado o número de idas ao mês), já o
segundo, dos não frequentadores, tem média de 5,26.
Apesar dessa constatação, o número de vezes no mês não impacta na
construção da média de felicidade. Dessa forma há diferença para os
frequentadores ou não, mas não pelo número de idas ao mês.
Grupo n°7
frequencia_restaurantes * o_quao_feliz
o_quao_feliz
MédiaFrequ
ência
Nenhuma
Menos de uma vez ao mês
Sim
Não Sei/Não quero responder
5,26 84
5,40 106
5,72 581
5,43 7
p = <0,1% ; F = 6,28 (MS)
Nenhuma 5,26
Menos de uma vez ao mês 5,40
Sim 5,72
Não Sei/Não quero responder 5,43
Total 5,63
Gráfico 81 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Restaurante
Grupo n°5
frequencia_restaurante_OUTRO1 * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Menos de 1
1
2
3
4
De 5 a 9
10 e mais
5,51
5,67
5,66
5,79
5,90
5,89
p = 8,2% ; F = 1,96 (PS)
Menos de 1
1 5,51
2 5,67
3 5,66
4 5,79
De 5 a 9 5,90
10 e mais 5,89
Total 5,73
Gráfico 82 - Análise Bivariada: Detalhe Grau de Fel icidade x Freq. Restaurante
4.2.6.10.4 Grau de Felicidade x frequência de ida a Bares e Danceterias
Buscando-se verificar a relação entre a frequência de ida a Bares e
Danceterias e o Grau de Felicidade das pessoas, observou-se que a diferença entre
115
as médias das duas categorias não é significante. Isso quer dizer que não se pode
inferir correlação direta entre estas duas variáveis.
Grupo n°7
frequencia_baresdanceterias * o_quao_feliz
o_quao_feliz
MédiaFrequ
ência
Nenhuma
Menos de uma vez ao mês
Sim
Não Sei/Não quero responder
5,54 383
5,66 74
5,76 321
5,20 5
p = 5,3% ; F = 2,56 (PS)
Nenhuma 5,54
Menos de uma vez ao mês 5,66
Sim 5,76
Não Sei/Não quero responder 5,20
Total 5,64
Gráfico 83 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Bares
Grupo n°5
frequencia_bares_OUTRO1 * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Menos de 1
1
2
3
4
De 5 a 9
10 e mais
5,69
5,71
5,49
5,75
5,98
5,92
p = 17,7% ; F = 1,53 (NS)
Menos de 1
1 5,69
2 5,71
3 5,49
4 5,75
De 5 a 9 5,98
10 e mais 5,92
Total 5,75
Gráfico 84 - Análise Bivariada: Detalhe Grau de Fel icidade x Freq. Bares
4.2.6.10.5 Grau de Felicidade x frequência de ida a Parques e Praças
Buscando-se verificar a relação entre a frequência de ida a Parques e Praças
e o Grau de Felicidade das pessoas, observou-se que a diferença entre as médias
das duas categorias não é significante. Isso quer dizer que não se pode inferir
correlação direta entre estas duas variáveis.
116
Grupo n°7
frequencia_parquespraças * o_quao_feliz
o_quao_feliz
MédiaFrequ
ência
Nenhuma
Menos de uma vez ao mês
Sim
Não Sei/Não quero responder
5,55 134
5,53 110
5,68 527
5,75 4
p = 42,3% ; F = 0,94 (NS)
Nenhuma 5,55
Menos de uma vez ao mês 5,53
Sim 5,68
Não Sei/Não quero responder 5,75
Total 5,64
Gráfico 85 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Parques/Praças
Grupo n°5
frequencia_parques_OUTRO2 * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Menos de 1
1
2
3
4
De 5 a 9
10 e mais
5,46
5,47
5,34
5,89
5,76
5,82
p = 0,2% ; F = 3,90 (MS)
Menos de 1
1 5,46
2 5,47
3 5,34
4 5,89
De 5 a 9 5,76
10 e mais 5,82
Total 5,68
Gráfico 86 - Análise Bivariada: Detalhe Grau de Fel icidade x Freq. Parques
4.2.6.10.6 Grau de Felicidade x frequência de Viagens a lazer
O hábito de Viajar durante o ano também foi relacionado com o Grau de
felicidade daqueles que fazem e dos que não têm o hábito. Obteve-se como
resultado que viajar impacta na média de felicidade. Os entrevistados que
responderam não viajarem durante o ano possuem média de 5,37, enquanto os que
o fazem têm média entre 5,44 a 5,71 (essa variação ocorre em razão de dentro
desse grupo, haver diferença do número de viagens feitas).
Analisou-se, também, se o número de viagens feitas no ano impactaria
significativamente na média de felicidade, mas essa relação mostrou-se não
significativa.
117
Grupo n°7
frequencia_viajaalazer * o_quao_feliz
o_quao_feliz
MédiaFrequ
ência
Nenhuma
Menos de uma vez ao ano
Sim
Não Sei/Não quero responder
5,37 91
5,44 71
5,71 603
4,83 6
p = 0,4% ; F = 4,60 (MS)
Nenhuma 5,37
Menos de uma vez ao ano 5,44
Sim 5,71
Não Sei/Não quero responder 4,83
Total 5,64
Gráfico 87 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Frequência Viagens
Grupo n°5
frequencia_viaja_OUTRO1 * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Menos de 1
1
2
3
4
De 5 a 9
10 e mais
5,55
5,63
5,82
5,88
5,83
5,85
p = 7,2% ; F = 2,03 (PS)
Menos de 1
1 5,55
2 5,63
3 5,82
4 5,88
De 5 a 9 5,83
10 e mais 5,85
Total 5,71
Gráfico 88 - Análise Bivariada: Detalhe Grau de Fel icidade x Freq. Viagens
4.2.6.10.7 Grau de Felicidade x companhia nas atividades de lazer
Buscando-se verificar a relação entre a escolha da companhia para realização
de atividades de lazer o Grau de Felicidade das pessoas, observou-se que aqueles
que têm seu momento de lazer ao lado de familiares, amigos, cônjuge ou namorado
têm média de felicidade maior do que os que manifestaram ter esses momentos
sozinhos. Essa diferença na média é estatisticamente significativa e, portanto, pode
dizer que a companhia para os momentos de lazer é importante na construção da
média de felicidade do porto-alegrense.
118
Grupo n°7
com_quem_pratica_lazer * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Média Frequência
Cônjuge/ namorado(a)
Familiares
Amigos
Sozinho
Outros
Não Sei/Não quero responder
5,79 317
5,62 392
5,65 245
5,25 61
6,00 7
4,85 13
p = <0,1% ; F = 4,57 (MS)
Cônjuge/ namorado(a) 5,79
Familiares 5,62
Amigos 5,65
Sozinho 5,25
Outros 6,00
Não Sei/Não quero responder 4,85
Total 5,65
Gráfico 89 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Companhia lazer
4.2.6.11 Grau de Felicidade x Crença religiosa
Ao contrário do que se imaginava no início da pesquisa, ter ou não alguma
crença religiosa não influencia significativamente para diferenciar a média de
felicidade daquelas pessoas que possuem crença daquelas que não possuem. Foi
analisada também a diferença da média de felicidade das pessoas adeptas a
diferentes religiões, mas esse cruzamento também não apresentou diferença que
permitisse alguma constatação a favorável a essa hipótese.
Grupo n°5
crença_religiosa * o_quao_feliz
o_quao
_feliz
Sim
Não
Não sei/Não quero responder
5,59
5,79
5,00
p = 6,2% ; F = 2,76 (PS)
Sim 5,59
Não 5,79
Não sei/Não quero responder 5,00
Total 5,63
Gráfico 90 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Existência Crença religiosa
119
Grupo n°8
qual_religiao * o_quao_feliz
o_quao
_feliz
Católica
Evangélica
Espírita
Testemunhas de Jeová
Budista
Umbandista
Candomblé
Judaísmo
Islamismo
Hinduísmo
Outro
Não sei/não quero responder.
5,63
5,60
5,56
6,00
5,00
4,75
6,00
5,25
5,52
5,39
p = 44,6% ; F = 0,99 (NS)
Católica 5,63
Evangélica 5,60
Espírita 5,56
Testemunhas de Jeová 6,00
Budista 5,00
Umbandista 4,75
Candomblé 6,00
Judaísmo 5,25
Islamismo
Hinduísmo
Outro 5,52
Não sei/não quero responder. 5,39
Total 5,58
Gráfico 91 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Tipo Crença religiosa
4.2.6.12 Grau de Felicidade e entendimento em relação a Bens Materiais
4.2.6.12.1 Grau de Felicidade x Fazer compras quando está triste
Ao analisar a relação entre a perspectiva "Quando estou triste, faço compras
para me sentir melhor" e o Grau de Felicidade das pessoas observou-se que, apesar
de apresentar uma média de indicação de nível de felicidade mais alta entre os
respondentes que discordaram dela (5,69 e 5,65) do que entre os que concordaram
(5,47 e 5,43), apresentou um “p” de 30,6% não sendo estatisticamente significativa a
diferença. Desta forma, não se pode inferir correlação direta entre estas duas
variáveis.
Grupo n°3
triste_faz_compras * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Discordo totalmente
discordo
não discordo, nem concordo
concordo
Concordo totalmente
Não sei/Não quero responder
5,69
5,65
5,72
5,47
5,43
5,00
p = 30,6% ; F = 1,20 (NS)
A relação não é significativa.
Valorização dos itens de escala: 1 (1) ; 2 (2) ; 3 (3) ; 4 (4) ; 5 (5) ; 6 (6) ; 7 (7) ; - (Não sei/Não quero responder)
Discordo totalmente 5,69
discordo 5,65
não discordo, nem concordo 5,72
concordo 5,47
Concordo totalmente 5,43
Não sei/Não quero responder 5,00
Total 5,63
Gráfico 92 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Compra quando está triste
120
4.2.6.12.2 Grau de Felicidade x Vida simples materialmente
Ao analisar a relação entre a perspectiva "Quando o assunto é consumo e
bens materiais eu tento levar uma vida simples" e o Grau de Felicidade das pessoas
observou-se que, apesar de apresentar uma média de indicação de nível de
felicidade mais alta entre os respondentes que discordaram dela (5,68 e 5,72) do
que entre os que concordaram (5,61 e 5,58), apresentou um “p” de 72,2% não sendo
estatisticamente significativa a diferença. Desta forma, não se pode inferir correlação
direta entre estas duas variáveis.
Grupo n°3
consumo_levo_vida_simples * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Discordo totalmente
discordo
não discordo, nem concordo
concordo
Concordo totalmente
Não sei/Não quero responder
5,68
5,72
5,67
5,61
5,58
5,00
p = 72,2% ; F = 0,57 (NS)
A relação não é significativa.
Valorização dos itens de escala: 1 (1) ; 2 (2) ; 3 (3) ; 4 (4) ; 5 (5) ; 6 (6) ; 7 (7) ; - (Não sei/Não quero responder)
Discordo totalmente 5,68
discordo 5,72
não discordo, nem concordo 5,67
concordo 5,61
Concordo totalmente 5,58
Não sei/Não quero responder 5,00
Total 5,63
Gráfico 93 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Vida simples
4.2.6.12.3 Grau de Felicidade x Posses materiais demonstram conquistas
Ao analisar a relação entre a perspectiva "Aquilo que a pessoa tem mostra
algumas das conquistas mais importantes da vida" e o Grau de Felicidade das
pessoas, verificou-se um “p” de 65,5%, não apresentando nenhuma tendência em
relação ao nível de concordância. Desta forma, não se pode inferir correlação direta
entre estas duas variáveis.
121
Grupo n°3
tem_mostra_conquista_na_vida * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Discordo totalmente
discordo
não discordo, nem concordo
concordo
Concordo totalmente
Não sei/Não quero responder
5,63
5,56
5,68
5,69
5,49
5,88
p = 65,5% ; F = 0,66 (NS)
A relação não é significativa.
Valorização dos itens de escala: 1 (1) ; 2 (2) ; 3 (3) ; 4 (4) ; 5 (5) ; 6 (6) ; 7 (7) ; - (Não sei/Não quero responder)
Discordo totalmente 5,63
discordo 5,56
não discordo, nem concordo 5,68
concordo 5,69
Concordo totalmente 5,49
Não sei/Não quero responder 5,88
Total 5,63
Gráfico 94 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Posses e conquistas
4.2.6.12.4 Grau de Felicidade x Posses indicam sucesso
Ao analisar a relação entre a perspectiva "Eu consigo dizer quem é bem
sucedido só de olhar o que a pessoa tem" e o Grau de Felicidade das pessoas,
percebeu-se indícios de um nível mais elevado de felicidade entre os que
concordam totalmente com a assertiva, porém os valores apresentaram um “p” de
10,8%, determinando ser estatisticamente pouco significativa a diferença das
médias. Desta forma, não se pode inferir correlação direta entre estas duas
variáveis.
Grupo n°2
bem_sucedido_pelo_que_tem * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Discordo totalmente
discordo
não discordo, nem concordo
concordo
Concordo totalmente
Não sei/Não quero responder
5,62
5,71
5,60
5,52
5,82
4,50
p = 10,8% ; F = 1,81 (PS)
A relação é pouco significativa.
Valorização dos itens de escala: 1 (1) ; 2 (2) ; 3 (3) ; 4 (4) ; 5 (5) ; 6 (6) ; 7 (7) ; - (Não sei/Não quero
responder)
Discordo totalmente 5,62
discordo 5,71
não discordo, nem concordo 5,60
concordo 5,52
Concordo totalmente 5,82
Não sei/Não quero responder 4,50
Total 5,63
Gráfico 95 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Posses e sucesso
122
4.2.6.12.5 Grau de Felicidade x Compra de supérfluos
Ao analisar a relação entre a perspectiva " Às vezes eu compro coisas sem
muita utilidade e eu ate gosto disto" e o Grau de Felicidade das pessoas, observou-
se indícios de um nível mais elevado de felicidade entre os concordantes com a
assertiva (5,65 e 5,75) do que entre os discordantes (5,61 e 5,64) porém, como
“p”=12,3%, determinou-se ser estatisticamente pouco significativa a diferença. Desta
forma, não se pode inferir correlação direta entre estas duas variáveis.
Grupo n°3
coisas_sem_utilidade_e_gosto * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Discordo totalmente
discordo
não discordo, nem concordo
concordo
Concordo totalmente
Não sei/Não quero responder
5,61
5,64
5,55
5,75
5,65
4,25
p = 12,3% ; F = 1,74 (PS)
A relação é pouco significativa.
Valorização dos itens de escala: 1 (1) ; 2 (2) ; 3 (3) ; 4 (4) ; 5 (5) ; 6 (6) ; 7 (7) ; - (Não sei/Não quero responder)
Discordo totalmente 5,61
discordo 5,64
não discordo, nem concordo 5,55
concordo 5,75
Concordo totalmente 5,65
Não sei/Não quero responder 4,25
Total 5,63
Gráfico 96 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Compra supérfluos
4.2.6.12.6 Grau de Felicidade x Compra somente o necessário
Ao analisar a relação entre a perspectiva "Geralmente eu só compro aquilo
que preciso " e o Grau de Felicidade das pessoas, observou-se indícios de um nível
mais elevado de felicidade entre os que discordam totalmente da assertiva porém,
como “p”=14,8%, a diferença é estatisticamente pouco significativa. Desta forma,
não se pode inferir correlação direta entre estas duas variáveis.
123
Grupo n°1
compro_o_que_preciso * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Discordo totalmente
discordo
não discordo, nem concordo
concordo
Concordo totalmente
Não sei/Não quero responder
5,78
5,66
5,73
5,52
5,70
4,00
p = 14,8% ; F = 1,63 (PS)
A relação é pouco significativa.
Valorização dos itens de escala: 1 (1) ; 2 (2) ; 3 (3) ; 4 (4) ; 5 (5) ; 6 (6) ; 7 (7) ; - (Não sei/Não quero
responder)
Discordo totalmente 5,78
discordo 5,66
não discordo, nem concordo 5,73
concordo 5,52
Concordo totalmente 5,70
Não sei/Não quero responder 4,00
Total 5,63
Gráfico 97 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Compra só o necessário
4.2.6.12.7 Grau de Felicidade x Gosto luxuoso
Ao analisar a relação entre a perspectiva "Eu gosto de coisas chiques e
luxuosas" e o Grau de Felicidade das pessoas, houve indícios de um nível mais
elevado de felicidade entre os que concordam totalmente com a assertiva porém,
como “p”=9,3%, a diferença é estatisticamente pouco significativa. Desta forma, não
se pode inferir correlação direta entre estas duas variáveis.
Grupo n°3
gosto_chiques_lusuosas * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Discordo totalmente
discordo
não discordo, nem concordo
concordo
Concordo totalmente
Não sei/Não quero responder
5,55
5,69
5,62
5,60
5,89
4,00
p = 9,3% ; F = 1,89 (PS)
A relação é pouco significativa.
Valorização dos itens de escala: 1 (1) ; 2 (2) ; 3 (3) ; 4 (4) ; 5 (5) ; 6 (6) ; 7 (7) ; - (Não sei/Não quero responder)
Discordo totalmente 5,55
discordo 5,69
não discordo, nem concordo 5,62
concordo 5,60
Concordo totalmente 5,89
Não sei/Não quero responder 4,00
Total 5,63
Gráfico 98 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Gosto luxuoso
4.2.6.12.8 Grau de Felicidade x Pessoa simples
Ao analisar a relação entre a perspectiva "Sou uma pessoa muito simples e
não gosto de comprar quase nada" e o Grau de Felicidade das pessoas, verificou-se
124
um “p” de 3,4%, determinando ser estatisticamente significativa a diferença entre os
valores. Desta forma, há um nível mais elevado de felicidade entre os que discordam
desta perspectiva (5,79 e 5,78) do que entre os que concordam com ela (5,50 e
5,48).
Grupo n°3
simples_nao_compro_quase_nada * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Discordo totalmente
discordo
não discordo, nem concordo
concordo
Concordo totalmente
Não sei/Não quero responder
5,79
5,78
5,62
5,50
5,48
4,50
p = 3,4% ; F = 2,42 (S)
A relação é significativa.
Valorização dos itens de escala: 1 (1) ; 2 (2) ; 3 (3) ; 4 (4) ; 5 (5) ; 6 (6) ; 7 (7) ; - (Não sei/Não quero
responder)
Discordo totalmente 5,79
discordo 5,78
não discordo, nem concordo 5,62
concordo 5,50
Concordo totalmente 5,48
Não sei/Não quero responder 4,50
Total 5,63
Gráfico 99 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Pessoa simples
4.2.6.12.9 Grau de Felicidade x Chateado por não poder comprar
Ao analisar a relação entre a perspectiva "Às vezes eu fico um pouco
chateado por não poder comprar tudo o que gostaria" e o Grau de Felicidade das
pessoas, verificou-se “p”=0,2%n sendo a diferença de valores estatisticamente muito
significativa. Desta forma há um nível mais elevado de felicidade entre os que
discordam da assertiva (5,56 e 5,92) do que entre os que concordam com ela (5,45
e 5,54).
Grupo n°3
chateado_por_nao_comprar_tudo_que_gosta * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Discordo totalmente
discordo
não discordo, nem concordo
concordo
Concordo totalmente
Não sei/Não quero responder
5,56
5,92
5,57
5,54
5,45
5,33
p = 0,2% ; F = 3,99 (MS)
A relação é muito significativa.
Valorização dos itens de escala: 1 (1) ; 2 (2) ; 3 (3) ; 4 (4) ; 5 (5) ; 6 (6) ; 7 (7) ; - (Não sei/Não quero responder)
Discordo totalmente 5,56
discordo 5,92
não discordo, nem concordo 5,57
concordo 5,54
Concordo totalmente 5,45
Não sei/Não quero responder 5,33
Total 5,64
Gráfico 100 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Não poder comprar
125
4.2.6.12.10 Grau de Felicidade x Prazer em comprar
Ao analisar a relação entre a perspectiva "Eu sinto prazer em fazer compras"
e o Grau de Felicidade das pessoas, verificou-se um “p” de 0,1%, determinando ser
estatisticamente muito significativa a diferença entre os valores Desta forma, há
nível mais elevado de felicidade entre os que concordam com a assertiva( 5,75 e
5,82) do que entre os que discordam dela (5,37 e 5,68).
Grupo n°3
prazer_fazer_compras * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Discordo totalmente
discordo
não discordo, nem concordo
concordo
Concordo totalmente
Não sei/Não quero responder
5,37
5,68
5,41
5,75
5,82
4,00
p = 0,1% ; F = 4,02 (MS)
A relação é muito significativa.
Valorização dos itens de escala: 1 (1) ; 2 (2) ; 3 (3) ; 4 (4) ; 5 (5) ; 6 (6) ; 7 (7) ; - (Não sei/Não quero responder)
Discordo totalmente 5,37
discordo 5,68
não discordo, nem concordo 5,41
concordo 5,75
Concordo totalmente 5,82
Não sei/Não quero responder 4,00
Total 5,63
Gráfico 101 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Prazer em comprar
4.2.6.12.11 Grau de Felicidade x Mais feliz se comprar o que ainda não possui
Ao analisar a relação entre a perspectiva "Para ser mais feliz eu preciso
conseguir comprar algumas coisas que hoje ainda não possuo" e o Grau de
Felicidade das pessoas, verificou-se um “p” de 0,6%, determinando ser
estatisticamente muito significativa a diferença entre valores. Desta forma, há um
nível mais elevado de felicidade entre os que discordam da assertiva ( 5,75 e 5,75)
do que entre os que concordam com ela (5,42 e 5,48).
126
Grupo n°3
preciso_comprar_coisas_que_nao_posso * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Discordo totalmente
discordo
não discordo, nem concordo
concordo
Concordo totalmente
Não sei/Não quero responder
5,75
5,75
5,78
5,48
5,42
4,00
p = 0,6% ; F = 3,27 (MS)
A relação é muito significativa.
Valorização dos itens de escala: 1 (1) ; 2 (2) ; 3 (3) ; 4 (4) ; 5 (5) ; 6 (6) ; 7 (7) ; - (Não sei/Não quero responder)
Discordo totalmente 5,75
discordo 5,75
não discordo, nem concordo 5,78
concordo 5,48
Concordo totalmente 5,42
Não sei/Não quero responder 4,00
Total 5,63
Gráfico 102 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Mais feliz se comprar
4.2.6.12.12 Grau de Felicidade x Tem tudo o que precisa para aproveitar a vida
Ao analisar a relação entre a perspectiva "Eu tenho tudo o que preciso para
aproveitar a vida" e o Grau de Felicidade das pessoas, verificou-se um “p” menor
que 0,1%, determinando ser estatisticamente muito significativa a diferença entre
valores. Desta forma há um nível mais elevado de felicidade entre os que
concordam com a assertiva (5,68 e 6,07) do que entre os que discordam dela (5,10
e 5,30).
Cabe ressaltar que esta relação foi a que apresentou a definição mais clara,
em um formato linear, conforme pode ser visto no Gráfico abaixo.
Grupo n°3
tenho_tudo_que_preciso * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Discordo totalmente
discordo
não discordo, nem concordo
concordo
Concordo totalmente
Não sei/Não quero responder
5,10
5,30
5,46
5,68
6,07
6,00
p = <0,1% ; F = 10,36 (MS)
A relação é muito significativa.
Valorização dos itens de escala: 1 (1) ; 2 (2) ; 3 (3) ; 4 (4) ; 5 (5) ; 6 (6) ; 7 (7) ; - (Não sei/Não quero
responder)
Discordo totalmente 5,10
discordo 5,30
não discordo, nem concordo 5,46
concordo 5,68
Concordo totalmente 6,07
Não sei/Não quero responder 6,00
Total 5,63
Gráfico 103 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Tem tudo o que precisa
127
4.3 ANÁLISES MULTIVARIADAS
Para analisar os resultados da pesquisa com mais de duas variáveis, foram
feitas algumas novas variáveis. Estas variáveis reagrupam algumas perguntas do
questionário que têm um mesmo assunto e também que têm resultados compatíveis
para uma análise estatística.
Variável Variáveis componentes
Média das avaliações de percepção de felicidade e bem-estar na vida. Sigla: Media_Feliz
• Estou satisfeito com minha vida • Considero-me uma pessoa feliz. • Se eu pudesse viver a minha vida de novo eu não mudaria quase nada • Até agora eu tenho conseguido as coisas importantes que eu quero na vida. • Minhas condições de vida são excelentes. • A minha vida está próxima do meu ideal (de vida).
Média das avaliações de frequência da ocorrência de sentimentos considerados positivos. Sigla: Media_Sentimentos_Pos
• Sentimentos Bons • Feliz • Alegre • Contente
Média das avaliações de frequência da ocorrência de sentimentos considerados negativos. Sigla: Media_Sentimentos_Neg
• Sentimentos ruins • Triste • Assustado • Furioso • Irritado
Média das avaliações de percepção da realidade acerca da ocupação/curso de formação que exerce/frequenta. Sigla: Media_Trabalho
• Sinto me realizado com a profissão que exerço. • Tenho uma excelente relação com meus colegas de trabalho/escola. • Sinto-me motivado para ir trabalhar/estudar. • Sou reconhecido e valorizado pelos meus superiores de no trabalho/professores e colegas.
Média das avaliações de percepção acerca do valor dados aos bens materiais durante a vida. Sigla: Media_Materialism
• Geralmente, eu só compro aquilo que preciso (bens materiais). (*)1 • Quando estou triste, faço compras para me sentir melhor. • Sou uma pessoa muito simples e não gosto de comprar quase nada. (*) • Para ser mais feliz, eu preciso conseguir comprar algumas coisas que hoje ainda não posso. • Eu sinto prazer em fazer compras. • Quando o assunto é consumo e bens materiais eu tento levar uma vida simples.(*) • Às vezes eu compro coisas sem muita utilidade e eu até gosto disso. • Eu gosto de coisas chiques e luxuosas. • Às vezes eu fico um pouco chateado (a) por não poder comprar tudo o que gostaria.
1 O (*) ao lado da afirmação/questão indica que a mesma está "inversada", ou seja, é uma negação da afirmação principal do grupo de questões em que a mesma está inserida.
128
Média das avaliações das condições dos entrevistado em termos de saúde. Sigla: Media_Saude
• Sempre consigo manter uma alimentação saudável e balanceada. • Estou satisfeito com o meu peso atual. • Faço exames médicos/check-ups regularmente. • Consigo consultar o dentista na regularidade que considero adequada. • O ambiente em que vivo me possibilita ter boas condições de saúde.
Média das avaliações de percepção acerca da Fé e da Crença religiosa. Sigla: Media_Religão
• Orar faz com que eu me sinta bem • A religião exerce um papel importante em minha vida. • Quando acontece alguma situação difícil em minha vida, busco a solução através de minha religião. • A fé me proporciona segurança e felicidade.
Tabela 28 - Novas variáveis para as Análises Multiv ariadas Fonte: desenvolvido pelos autores
4.3.1 Grau de Felicidade x Media_Felicidade
As variáveis Grau de Felicidade e Media_Felicidade têm uma media diferente
mas isto não significa que as pessoas estão menos feliz que eles acham. Enquanto,
elas não têm a mesma escala. As perguntas da variável Media_Felicidade estão
avaliadas sobre 5 pontos, ao passo que a pergunta “O quão feliz na vida você se
considera?” está avaliada sobre 7 pontos.
Estas duas variáveis têm uma correlação positiva forte de 0,58. Então,
segundo isso significa que as pessoas de Porto Alegre que se dizem felizes, o estão
mesmo.
Descriptive Statistics Mean Std. Deviation N
O quão feliz na vida você se considera (escala 1 a 7) 5,63 1,100 779
MEDIA_FELICIDADE (escala 1 a 5) 3,8549 0,68836 773
Tabela 29 - Análise Multivariada: Grau de Felicidad e x Media_Felicidade
Correlação O quão feliz MEDIA_FELICIDADE
O quão feliz na vida você se considera (escala de 1 a 7)
Pearson Correlation 1 0,584**
Sig. (2-tailed) 0,000
N 779 770
MEDIA_FELICIDADE (escala 1 a 5)
Pearson Correlation 0,584**
1
Sig. (2-tailed) 0,000
N 770 773
**. Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).
Tabela 30 - Análise Multivariada: Correl. Grau de F elicidade x Media_Felicidade
129
4.3.2 Grau de Felicidade x todas as novas Variáveis
A análise de correlação de todas as novas variáveis com o Grau de Felicidade
das pessoas mostra que os sentimentos positivos têm uma correlação forte (0,54)
com o sentimento de felicidade, enquanto, o contrario, os sentimentos negativos não
têm influência negativa (-0,23) sobre ao grau da felicidade das pessoas de Porto
Alegre.
A análise mostra também que o materialismo e a importância da religião na
vida das pessoas têm correlação com a felicidade.
Descriptive Statistics Mean Std.
Deviation N
O quão feliz na vida você se considera (escala de 1 a 7) 5,63 1,100 779
MEDIA_FELICIDADE 3,8549 0,68836 773
MEDIA_SENTIMENTOS_POS 4,0016 0,63406 780
MEDIA_SENTIMENTOS_NEG 2,3951 0,68812 774
MEDIA_MATERIALISMO 2,5972 0,80891 395
MEDIA_TRABALHO 3,9559 0,72719 572
MEDIA_SAUDE 3,4784 0,76884 776
MEDIA_RELIGIAO 3,3710 1,28873 781
Tabela 31 - Análise Multivariada: Grau de Felicidad e x Novas Variáveis
O quão feliz na
vida você se considera
MEDIA_FELICIDADE
MEDIA_SENTIMENTOS_POS
MEDIA_SENTIMENTOS_NEG
MEDIA_MATERIALISMO
MEDIA_TRABALHO
MEDIA_SAUDEMEDIA_RELIGI
AO
Pearson Correlation 1 ,584** ,538** -,228** 0,055 ,266** ,144** -0,052Sig. (2-tailed) 0 0 0 0,276 0 0 0,147N 779 770 777 771 392 570 773 778Pearson Correlation ,584** 1 ,502** -,254** -,104* ,434** ,348** 0,047Sig. (2-tailed) 0 0 0 0,04 0 0 0,194N 770 773 771 766 391 567 767 772Pearson Correlation ,538** ,502** 1 -,300** 0,018 ,304** ,186** 0,004Sig. (2-tailed) 0 0 0 0,718 0 0 0,918N 777 771 780 774 394 571 774 779Pearson Correlation -,228** -,254** -,300** 1 ,224** -,193** -,187** 0,04Sig. (2-tailed) 0 0 0 0 0 0 0,268N 771 766 774 774 390 568 769 773Pearson Correlation 0,055 -,104* 0,018 ,224** 1 -0,117 -,239** -,105*
Sig. (2-tailed) 0,276 0,04 0,718 0 0,057 0 0,036N 392 391 394 390 395 264 395 395Pearson Correlation ,266** ,434** ,304** -,193** -0,117 1 ,295** ,162**
Sig. (2-tailed) 0 0 0 0 0,057 0 0N 570 567 571 568 264 572 569 572Pearson Correlation ,144** ,348** ,186** -,187** -,239** ,295** 1 ,244**
Sig. (2-tailed) 0 0 0 0 0 0 0N 773 767 774 769 395 569 776 776Pearson Correlation -0,052 0,047 0,004 0,04 -,105* ,162** ,244** 1Sig. (2-tailed) 0,147 0,194 0,918 0,268 0,036 0 0N 778 772 779 773 395 572 776 781
Correlations
O quão feliz na vida você se considera (escala de 1 a 7)
MEDIA_FELICIDADE
MEDIA_SENTIMENTOS_POS
MEDIA_SENTIMENTOS_NEG
MEDIA_MATERIALISMO
MEDIA_TRABALHO
MEDIA_SAUDE
MEDIA_RELIGIAO
Tabela 32 - Análise Multivariada: Correl. Grau de F elicidade x Novas Variáveis
130
4.3.3 Media_felicidade X Gênero x Estado civil
Apesar da idéia de que as variáveis “sexo” e “estado civil” desempenham um
papel importante no nível de felicidade de uma pessoa, isso parece refutado por esta
pesquisa. Na verdade, essas variáveis combinadas não parecem ter qualquer
impacto significativo sobre a felicidade das pessoas.
4.3.4 Media_felicidade X Gênero X Esporte
Segundo as análises realizadas sobre a felicidade dos que moram em Porto
Alegre, é possível verificar, com uma relação entre as variáveis felicidade, esporte e
sexo, que não há impacto sobre a felicidade o sexo e a prática do esporte.
4.3.5 Media_felicidade X Gênero X Ter filhos
Segundo as análises realizadas sobre a felicidade dos que moram em Porto
Alegre, é possível verificar, com uma variação entre os valores : felicidade, sexo e
filhos. Se observarmos só a variável sexo e felicidade no tem impacto entre as dos
variáveis. Se observarmos só as variáveis filhos e felicidade, não tem impacto si tem
o não tem filhos.
Com uma mistura completa das três variáveis, felicidade, filhos e sexo
podemos ver que os homens são mais felizes de ter filhos que as mulheres (4,0072
para os homens contra 3.8290 para as mulheres).
Dependent Variable: MEDIA_FELICIDADE
Sexo Você tem filhos? Mean Std. Deviation N
dimension1
Masculino dimension2
Sim 4,0072 ,67812 161
Não 3,7921 ,62976 178
Total 3,8943 ,66101 339
Feminino dimension2
Sim 3,8290 ,73901 270
Não 3,8133 ,64359 150
Total 3,8234 ,70568 420
Total dimension2
Sim 3,8956 ,72126 431
Não 3,8018 ,63524 328
Total 3,8551 ,68655 759
Tabela 33 - Análise Multivariada: Media_felicidade X Gênero X Ter filhos
131
4.3.6 Media_felicidade X Gênero X Renda
Pode-se ver que não existem diferenças significativas. No entanto, ainda há
evidências de que é verificado em homens e mulheres: maior a renda familiar é,
maior o nível de felicidade. Talvez possamos pensar que os homens que
conseguiram ter uma boa renda (R$ 5.000,00 e mais) formam relacionamentos mais
felizes em comparação com aqueles que ganham menos, enquanto para as
mulheres este nível parece ser a partir de R$2500,00.
Dependent Variable: MEDIA_FELICIDADE
Sexo NOVA_RENDA Mean Std. Deviation N
dimension1
Masculino
ATÉ R$ 1.000 3,5556 ,52200 15
R$ 1000 a R$ 1500 3,7244 ,63934 26
R$ 1500 a 2500 3,7727 ,72106 55
R$ 2500 a R$ 5000 3,7784 ,75522 85
R$ 5000 a R$ 10000 3,9890 ,51807 76
Maior R$ 10000 4,2628 ,50740 52
Total 3,8954 ,66315 309
Feminino
ATÉ R$ 1.000 3,4554 ,70960 56
R$ 1000 a R$ 1500 3,8365 ,67679 52
R$ 1500 a 2500 3,6956 ,74252 75
R$ 2500 a R$ 5000 3,9663 ,62053 94
R$ 5000 a R$ 10000 3,9975 ,59281 67
Maior R$ 10000 3,9605 ,86336 38
Total 3,8255 ,70974 382
Total
ATÉ R$ 1.000 3,4765 ,67218 71
R$ 1000 a R$ 1500 3,7991 ,66252 78
R$ 1500 a 2500 3,7282 ,73169 130
R$ 2500 a R$ 5000 3,8771 ,69224 179
R$ 5000 a R$ 10000 3,9930 ,55237 143
Maior R$ 10000 4,1352 ,69279 90
Total 3,8567 ,68968 691 Tabela 34 - Análise Multivariada: Media_felicidade X Gênero X Renda
4.3.7 Media_felicidade X Renda X Formação escolar
E difícil generalizar os números desta tabela, pois algumas categorias
representam apenas algumas pessoas (mesmo apenas 1 ou 2). Pode-se ver que as
pessoas que tem menor escolaridade, mas que têm uma boa renda, são mais felizes
do que a média. Caso contrário, as pessoas que tem maior escolaridade, mas que
ganham pouco não parecem muito contentes com a vida.
132
Descriptive Statistics
Dependent Variable:MEDIA_FELICIDADE
NOVA_RENDA Qual o seu nível de formação escolar? Mean Std. Deviation N
ATÉ R$ 1.000
Ensino fundamental incompleto 3,7456 ,55380 19
Ensino fundamental completo 2,8958 ,84015 8
Ensino médio incompleto 3,4306 ,63746 12
Ensino médio completo 3,6032 ,55647 21
Ensino superior incompleto 3,6333 ,68109 5
Ensino superior completo 2,9444 ,91793 3
Total 3,5025 ,66945 68
R$ 1000 a R$ 1500
Ensino fundamental incompleto 3,9074 ,67757 9
Ensino fundamental completo 4,0741 ,62977 9
Ensino médio incompleto 3,7292 ,84015 8
Ensino médio completo 3,7031 ,69655 32
Ensino superior incompleto 3,8095 ,58078 7
Ensino superior completo 3,8571 ,31074 7
Pós-graduado 4,3333 ,47140 2
Total 3,8176 ,65525 74
R$ 1500 a 2500
Ensino fundamental incompleto 4,0417 ,76225 4
Ensino fundamental completo 3,7963 ,86801 18
Ensino médio incompleto 3,2949 ,91579 13
Ensino médio completo 3,8413 ,66560 42
Ensino superior incompleto 3,7414 ,61008 29
Ensino superior completo 3,6863 ,78147 17
Pós-graduado 3,5000 ,67495 6
Total 3,7274 ,73449 129
R$ 2500 a R$ 5000
Ensino fundamental incompleto 3,5667 ,78705 5
Ensino fundamental completo 4,2879 ,69957 11
Ensino médio incompleto 4,1042 ,71235 8
Ensino médio completo 3,9839 ,76902 31
Ensino superior incompleto 3,7519 ,65964 45
Ensino superior completo 3,6806 ,69431 48
Pós-graduado 4,0802 ,53183 27
Total 3,8686 ,69724 175
R$ 5000 a R$ 10000
Ensino fundamental incompleto 3,8333 ,70711 2
Ensino fundamental completo 5,0000 ,00000 2
Ensino médio incompleto 3,7381 ,48930 7
Ensino médio completo 4,1759 ,45544 18
Ensino superior incompleto 3,8333 ,46225 40
Ensino superior completo 4,0590 ,54522 48
Pós-graduado 3,8667 ,69555 25
Total 3,9707 ,55908 142
Maior R$ 10000
Ensino fundamental completo 3,8333 . 1
Ensino médio incompleto 4,1667 ,94281 4
Ensino médio completo 4,1667 . 1
Ensino superior incompleto 4,0652 ,71552 23
Ensino superior completo 4,1624 ,59048 39
Pós-graduado 4,3246 ,55687 19
Total 4,1686 ,62490 87
Total
Ensino fundamental incompleto 3,7949 ,61945 39
Ensino fundamental completo 3,8605 ,89388 49
Ensino médio incompleto 3,6442 ,79420 52
Ensino médio completo 3,8506 ,67292 145
Ensino superior incompleto 3,8188 ,60959 149
Ensino superior completo 3,9033 ,66711 162
133
Pós-graduado 4,0338 ,63346 79
Total 3,8593 ,68233 675 Tabela 35 - Análise Multivariada: Media_felicidade x Renda x Formação escolar
4.3.8 Media_felicidade X Gênero X Formação escolar
Segundo as análises realizadas sobre a felicidade dos que moram em Porto
Alegre, é possível dizer, com uma variação entre as variáveis Media_felicidade,
Gênero e Formação escolar, que os homens são mais felizes que as mulheres visto
que, por exemplo, no Ensino fundamental completo a média de valores fica em 4,1
para os homens contra 3,7 para as mulheres. Já no Ensino médio incompleto a
média de valores fica em 3,9 para os homens contra 3,3 para as mulheres.
É possível especular que essa diferença entre os gêneros deve-se à
diferenciação sexista de remuneração praticada no mercado, pois é sabido que
homens em iguais condições de trabalho que mulheres tendem a receber melhor
remuneração.
Dependent Variable: MEDIA_FELICIDADE
Qual o seu nível de
formação escolar? Sexo Mean Std. Deviation N
Ensino fundamental incompleto
dimension2
Masculino 3,8333 ,45812 10
Feminino 3,7524 ,65351 35
Total 3,7704 ,61164 45
Ensino fundamental completo
dimension2
Masculino 4,1569 ,67564 17
Feminino 3,6944 ,92625 36
Total 3,8428 ,87487 53
Ensino médio incompleto dimension2
Masculino 3,9462 ,75079 31
Feminino 3,3590 ,72525 26
Total 3,6784 ,78985 57
Ensino médio completo dimension2
Masculino 3,8923 ,72495 65
Feminino 3,7929 ,67389 99
Total 3,8323 ,69409 164
Ensino superior incompleto dimension2
Masculino 3,7814 ,59282 93
Feminino 3,8578 ,63476 75
Total 3,8155 ,61123 168
Ensino superior completo dimension2
Masculino 3,9039 ,66933 85
Feminino 3,9029 ,65124 91
Total 3,9034 ,65815 176
Pós-graduado dimension2
Masculino 4,0444 ,61733 30
Feminino 4,0673 ,60792 52
Total 4,0589 ,60766 82
Total dimension2
Masculino 3,8948 ,66039 331
Feminino 3,8241 ,69462 414
Total 3,8555 ,68008 745 Tabela 36 - Análise Multivariada: Media_felicidade x Gênero X Formação escolar
134
4.3.9 Media_felicidade X Ocupação
Pode-se ver que para as pessoas que têm um trabalho, não existem
diferenças significativas entre os diferentes tipos de trabalho. No entanto, podemos
notar que os mais felizes trabalhadores de Porto Alegre parecem ser os estagiários!
Também, para os aposentados, as pessoas do lar e os estudantes, não
existem diferenças com os trabalhadores.
MEDIA_FELICIDADE
N Mean Std. Deviation Std. Error
95% Confidence Interval for
Mean Minimum Maximum
Lower Bound Upper Bound
Estudante 119 3,8025 ,61217 ,05612 3,6914 3,9136 2,00 5,00
Profissional liberal / autônomo
142 3,8791 ,69620 ,05842 3,7636 3,9946 1,67 5,00
Funcionário público 85 3,9882 ,61388 ,06658 3,8558 4,1206 2,00 5,00
Funcionário de empresa privada
170 3,8392 ,67473 ,05175 3,7371 3,9414 1,17 5,00
Proprietário de empresa / empresário
47 3,8298 ,72272 ,10542 3,6176 4,0420 2,17 5,00
Estagiário 7 4,2619 ,57620 ,21778 3,7290 4,7948 3,17 4,83
Do lar 68 3,7206 ,70619 ,08564 3,5497 3,8915 2,00 5,00
Desempregado 18 3,1204 ,77080 ,18168 2,7371 3,5037 2,00 4,50
Aposentado 107 4,0452 ,58348 ,05641 3,9333 4,1570 2,50 5,00
Total 763 3,8622 ,67258 ,02435 3,8144 3,9100 1,17 5,00
Tabela 37 - Análise Multivariada: Media_felicidade x Ocupação
Só há uma correlação entre os desempregados e o grau de felicidade. Eles
estão menos felizes que as outras categorias. Esta afirmação pode ser verificada
pelo teste paramétrico abaixo, que confirma a correlação, apesar da amostra dos
desempregados ser pequena (18 pessoas).
Tabela 38 - Análise Multivariada: Correl. Media_fel icidade x Ocupação
135
CONCLUSÃO
Em resposta direta à pesquisa, em uma escala de 1 a 7, onde 1 equivale a
“nada feliz” e 7 a “extremamente feliz”, obteve-se um resultado médio de 5,64,
indicando que o porto-alegrense apresenta um nível de felicidade elevado.
Alinhada com esta resposta, encontra-se também a resposta à afirmativa
apresentada “estou satisfeito com minha vida”; 78,2% dos entrevistados optaram
pelas alternativas “concordo” ou “concordo totalmente”. Ainda, quanto à afirmativa
“minha vida está próxima do meu ideal” tivemos 61,1% dos respondentes optando
por “concordo” ou “concordo totalmente”, e 61,7% optaram por estas alternativas na
afirmativa “minhas condições de vida são excelentes”.
Por fim 89,3% dos respondentes optaram pelas alternativas “concordo” ou
“concordo totalmente” quanto à afirmativa “considero-me uma pessoa feliz”
Em relação à atividade exercida, não foi observada variação estatisticamente
significativa no nível de felicidade independentemente da atividade do entrevistado.
De forma diversa, em relação àqueles que informam apresentar problemas
crônicos de saúde, verificou-se uma variação no nível de felicidade, sendo a média
do nível de felicidade dos que se declaram com problemas 5,43, enquanto que os
que não apresentam problemas crônicos de saúde apresentam média 5,70.
Já em relação àqueles que informaram ter ou não enfrentado no passado
problemas graves de saúde, a diferença de nível de felicidade não é
estatisticamente significativa.
Identificou-se que o fato do porto-alegrense apresentar algum tipo de mal
estar ou dor constante afeta seu nível de felicidade. Enquanto os que informam ter
dor ou mal estar tem média de felicidade 5,12 e 5,36, os que informam não ter este
mal estar apresentam média 5,68 e 5,82.
O fato de estar satisfeito ou não com seu peso não alterou o nível de
felicidade relatado, assim como ter ou não filhos, já o fato de considerar que o
ambiente lhe possibilita boas condições de saúde afeta positivamente o nível de
felicidade.
O nível de renda declarado em relação à afirmativa “estou satisfeito com
minha vida” demonstra não haver relação estatisticamente significativa entre as
variáveis. O nível de renda em relação à afirmativa “considero-me uma pessoa
136
feliz”, porém, apresenta uma ligeira correlação, estatisticamente significativa,
aumentando o nível de concordância na medida em que aumenta a renda.
Em relação a pratica de atividades físicas observa-se uma correlação
importante, alterando a média de felicidade de 5,4 para os que não praticam
atividades físicas para 5,70 a 5,77 para aqueles que praticam; da mesma forma a
condição de fumante altera a média de felicidade de 5,39 (para os fumantes) para
5,68 (não fumantes).
Pesquisado o estado civil, não se observou uma diferença de nível de
felicidade significativa estatisticamente.
Em relação a frequentar cinemas, restaurantes e bares/danceterias verificou-
se que ocorre um aumento no nível de felicidade em relação àqueles que não
frequentam estes locais, assim como quem viaja a lazer apresenta um nível de
felicidade maior dos que não o fazem.
Por fim, observa-se que contar com uma crença religiosa não altera
significativamente o nível de felicidade do porto-alegrense.
137
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VISCARRA, S.P. Capital Social e Bem-Estar Hedonista: um estudo
comparado em três localidades do Estado do Rio Gran de do Sul. Dissertação
(Mestrado em Ciência Política) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas,
139
Programa de Pós-Graduação em Ciência Política, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Porto Alegre: 2010. 143f.
140
ANEXO 1 - ROTEIRO DO GRUPO MOTIVACIONAL
Roteiro elaborado pelos autores e utilizado na mediação do Grupo
Motivacional:
1- O que é felicidade?
2 - Que fatores ou variáveis influenciam a felicidade?
3 - É possível medir a felicidade? Como?
4 - Quais as diferenças entre bem-estar e felicidade e como estes dois
conceitos se relacionam?
5 - A felicidade, o conceito de felicidade, varia de um lugar para o outro?
6 - Que aspectos culturais influenciam a felicidade do Porto Alegrense?
141
ANEXO 2 - TRANSCRIÇÃO DO GRUPO MOTIVACIONAL
Abaixo segue a transcrição, quase literal, das trocas de idéias ocorridas
durante a realização do Grupo Motivacional (ou Grupo focal):
Mediador : Bom pessoal vamos dar inicio a nossa conversa. Como o professor já explicou,
esse encontro faz parte de uma pesquisa dos alunos de graduação, aqui da escola de administração,
e o nome da disciplina é Pesquisa em Marketing. Nessa disciplina os alunos realizam uma pesquisa,
elaboram um relatório - que normalmente, frequentemente, tem sido publicado na Zero Hora, por
exemplo – o professor citou alguns exemplos e outros exemplos de assuntos que a gente já abordou,
por exemplo, o impacto da Lei Seca em Porto Alegre, a opinião dos porto alegrenses sobre a
proibição de fumar em ambientes fechados e o últimos deles, mais recentemente, a gente traçou
perfis de consumo da zona norte e da zona sul de Porto Alegre, evidenciando diferenças,
semelhanças, nesse sentido.
Nesse semestre a turma decidiu tentar medir o nível de felicidade dos porto alegrenses. Hoje
nós temos aqui representantes de diversas áreas que, de uma maneira ou outra, se relacionam com
esse nosso tema. Temos pessoas da filosofia, da psicologia, pessoas ligadas à espiritualidade. Então
nós vamos debater esse assunto da felicidade. Esse é um debate aberto, não existe certo ou errado,
nós queremos ouvir tudo o que vocês tiverem para nos dizer sobre esse tema. Mas ainda sim, em
alguns momentos, nós teremos que interromper algumas idéias, por que apesar de aberto, tem
alguns pontos que nós buscamos evidenciar ao longo dessa nossa conversa. Então quando eu
interromper, não é porque a idéia não está interessante, mas por que nós precisamos dar sequência,
nosso tempo é curto.
Então retomando, meu nome é André, sou estudante de Administração aqui do curso, faço
parte dessa turma, desse semestre. Eu vou pedir então, inicialmente, eu vi que todo mundo já
conversou um pouquinho, mas que se apresente formalmente. Seu nome e diga o que faz para a
gente ter no vídeo, saber com quem nós estamos conversando e de onde as idéias estão vindo.
Alguém quer começar?
Sr. João: boa noite sou João Paulo, tenho 30 anos. Minha formação é na PUCRS, sou
relações publicas jornalista. Tenho uma pós-graduação em marketing estratégico também pela
própria PUCRS. Não atuo na área acadêmica, nem de pesquisa. Fui para área empresarial, eu tenho
uma empresa de turismo, uma casa noturna aqui na João Alfredo, e uma empresa de comunicação
que presta serviços pra Vivo, TVA, empresas de televisão, e faço marketing de tudo que é área que
eles necessitam.
Sra. Edelmira: boa noite a todas, eu sou Edelmira de Quadros Pires, sou professora,
também estudei na PUCRS, mas atualmente estou aposentada e me dedico à espiritualidade. Eu me
dedico à filosofia Seicho-No-Ie, uma filosofia religiosa. Então eu me encontrei espiritualmente nessa
filosofia, e trabalho, me dedico à divulgação, através de atividades como: palestras, cerimônias e
142
práticas que a gente realiza lá. Então basicamente, essas são as minhas atividades. Também
continuo estudando, mas daí é mais por opção, estudo espanhol, frequento academia de ginástica.
Mediador : pessoal, eu vou pedir para nós sermos bem breves para atacarmos logo o nosso
assunto. Basicamente o nome e o que faz.
Sr. Mauro : meu nome é Mauro Kwito, eu sou médico, e trabalho com a psicoterapia
reencarnacionista. Que é uma terapia baseada na reencarnação. É uma nova psicologia, aonde nós
queremos ajudar as pessoas a aproveitar essa encarnação, no sentido da evolução espiritual, no
sentido de voltar pra casa melhor que voltamos.
Sr. Felipe : bom meu nome é Felipe, eu tenho 25 anos. Eu sou formado em administração de
empresas, eu trabalho com negócios sociais, e com negócios que tenham relação com
sustentabilidade.
Sr. Fábio : meu nome é Fabio, eu tenho formação aqui na UFRGS em filosofia, graduação,
mestrado, e estou fazendo doutorado agora. Estou terminando o curso de direito, também aqui na
UFRGS. E eu trabalho com educação, projetos nos colégios, ensinando a gurizada como estudar
sozinhos, como programar os horários e ter autonomia no aprendizado.
Sr. Renato : olá, meu nome é Renato Ike, eu sou médico nefrologista, trabalho basicamente
no Hospital Moinhos de Vento, mas também no Hospital de Clínicas e no Instituto de Cardiologia. E
nas horas vagas, no tempo livre que sobra, eu faço direito à noite na PUCRS.
Sr. Rosa : sou Rosa Helena Santos sou psicóloga, mestre em gerontologia, trabalho com
psicoterapia e envelhecimento.
Sr. Malinsky : meu nome é Rogério Malinsky, sou arquiteto, me expulsaram no ano passado
da arquitetura da UFRGS, por rodar em história, e além da atividade acadêmica, que não foi minha
atividade primária, principal antes de entrar na UFRGS, eu desenvolvi trabalhos profissionais,
principalmente na área do urbano em grande escala, que me preparei no exterior, inclusive bastante
tempo, na área do urbanismo, principalmente em lazer e recreação, e tem aqui o Marinha do Brasil
que é projeto meu, tem vários projetos assim na área de espaços abertos, espaços coletivos.
Sr. Ivo: eu sou Evo, tenho formação jurídica, filosofia, parte de teologia, sou diretor de uma
instituição de assistência social Caritas do Mensageiro da Caridade, e um pouco, nas horas vagas,
sou diácono da igreja católica.
Sr. Thiago : eu sou o Thiago Ourives, minha formação é aqui da UFRGS mesmo, na
comunicação social e trabalho não muito nessa área, acabei me especializando em outras áreas de
consultoria empresarial, mas sempre me envolvendo na comunicação também.
Sr. Lores : eu sou Lores Meller, sou médico psiquiatra, psicanalista, trabalho mais com
psicanálise. Trabalho basicamente em consultório e fiz minha formação psicanalítica em Buenos
Aires, 7, 8, 9 anos fazendo isso.
Mediador : obrigado. Então como nosso professor gosta de dizer: "Começamos do maior para
o menor”. Indo bem direto ao ponto, talvez não tão simples, o que é felicidade?
Alguém se arrisca em dar o primeiro ponta pé inicial nesse debate aqui?
Sr. Mauro : eu posso começar. Alguém tem que começar (risadas). Eu, pra mim, com 62 anos
de idade, pra mim felicidade é quando nosso ego, ele está relativamente alinhado com nosso espírito,
143
no sentido assim, de estar trabalhando por causas social, causas boas, causas justas, pelo bem
comum, sem visar materialismo, fama, lucros enormes, ou seja, quando a gente sente que esta
fazendo um trabalho social, espiritual que ajude a gente e todas as pessoas. Isso é o que me traz
mais felicidade.
Sra. Rosa : eu acho que é bem complicado a gente definir felicidade, mas a gente poderia
tentar compor, assim, com aspectos, que caracterizaria a felicidade. Claro, acho que a felicidade se
compõem por bom humor, alegria, com realizações, situações de satisfação pessoal nos seus
movimentos, nos seus projetos. O sofrimento faz parte da vida, mas quando a vida não se pauta pelo
sofrimento, a gente esta mais conectada com esses aspectos da felicidade. E acho que daqui nós
podemos partir para muitos aspectos, porque falar de felicidade é bem complicado, né, eu acho que é
subjetivo demais e talvez a gente pudesse captar são elementos pra construir essa idéia.
Sr. Malinsky: eu acho que nós somos uma geração que estão impregnados com a fantasia
da felicidade hollywoodiana, sim, que a felicidade, tinha que ser feliz, mas a felicidade era uma
felicidade muito superficial, de aparências, quase eu tinha a obrigação de ser feliz, e, portanto seria
algo extremamente artificial, porque a gente sabe ou ficou sabendo depois, que a gente constatava
isso, que aquilo fazia parte de um pacote maior de "culturamento", "culturação". Então a infelicidade,
ou a dor, vamos dizer assim, era uma coisa fora da pessoa, não existe dor, o que existe é "A
Felicidade", então se você se sente bem, o mocinho e a mocinha se beijando, isso é uma coisa, então
nós fomos impregnados nesse conceito fantasioso de felicidade que se criou na vida. A outra coisa é
que eu acho que é felicidade, é uma situação individual, pode haver socialmente, agora tá sendo
muito discutido ali na mídia, esse tal de feeling good, tem até um cientista político norte-americano
que diz que a pessoa vota na situação, porque está se sentindo bem, diz que agora, nas eleições, ta
acontecendo isso. Por que vai mudar se eu estou me sentindo bem? O tal do feeling good. Então
esse feeling good, é uma escala social, mas eu acho que a felicidade tem que ser vista de um ponto
de vista individual. Por que? Eu até ia fazer uma cópia, mas não deu tempo, de um livro, de alguns
anos atrás, que me impressionou do Antonio Damasio neuro-cientista português que é chefe de
serviço em neurociência nos estados unidos, e ele tem um livro maravilhoso que é o “Mistério da
consciência” que eu recomendo pra todo mundo. Eu sou arquiteto, mas sou curioso também. Aí o
Damasio diz assim, entre aspas, que quando uma pessoa está na praia, tomando um banhozinho de
sol, com uma sensação boa, ai é um dos lugares básicos, desde o mosquito até o ser vivo, que é o
equilíbrio com o meio externo, ele acha assim, quer dizer, que o equilíbrio da vida interior, que até
depois do livro ele desdobra que não é do individuo, é da célula. A célula mantém um equilíbrio
interno apesar das ameaças, vamos dizer assim, do desequilíbrio externo. Então essa busca pelo
equilíbrio, que é a palavra chave dele, que depois um cara, mais tarde, um cara americano chamado
Cannon, eu gravei o nome porque é o mesmo nome da marca da máquina, e esse cara que carimbou
e inventou o tal do nome de homeostase, que é um nome grã-fino, pra dizer que é um equilíbrio entre
a parte interior e exterior. Então o Damasio diz, que o mosquito, ser vivo, precisa basicamente de
duas coisas; uma é a reprodução, se não eu não estaria aqui, e a outra é o equilíbrio. Então o
equilíbrio das mais variadas formas, cada um busca como pode e conforme sua ideologia ou não,
conforme seu temperamento e tal, a busca desse equilíbrio. Lá no fim do livro, o Damasio diz assim:
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não esqueçamos que a gente vive sobre uma grande sombra da hereditariedade. Quer dizer, claro
que nós vamos buscar o equilíbrio, mas nós temos uma marca de fábrica dos nossos pais, nossos
ancestrais e etc. Então eu acho esse equilíbrio uma arte, como tem que ser uma preocupação
individual, busca individual, é uma arte, assim que eu digo que é um fio da navalha, quer dizer, se a
pessoa... quem é feliz é aquele que fica satisfeito com o que tem, com o que é. Eu não vou viver
angustiado porque não tenho um Audi 2010 quatro portas, mas isso não pode me reduzir a um
conformismo, estagnação porque tenho meu fusquinha ano 61, mas eu estou feliz.
Mediador : então seria, pelo que eu pude entender, uma busca individual pelo equilíbrio.
Sr. Malinsky : exatamente, e ai é a capacidade, a sorte da pessoa, de saber o que é que ele
pode avançar, manter o equilíbrio em busca, ele evolui, mas sempre com o equilíbrio. Quer dizer, ele
tem uma banda, ele arrisca, ele aventura, mas ele sempre corre um risco, evidentemente, mas é isso
que é uma das motivações da vida, esse risco com essa busca.
Mediador : eu queria aproveitar, e fazer uma pausa e apresentar a Claudia que se juntou a
nos, agora. Claudia, a gente já iniciou o nosso debate, e a primeira pergunta que eu fiz pra todo
mundo foi, o que é a felicidade. Então, pra tu te situares, esse é o ponto do nosso debate, no
momento. Alguém que acrescentar alguma coisa a mais?
Sra. Edelmira : então, para mim a felicidade é um estado de espírito porque eu tenho por
principio, que nós somos seres espirituais manifestados na forma de seres-humanos, homem ou
mulher. Então, a felicidade sendo um estado de espírito, nós somos felizes porque somos seres
espirituais, a gente não vê, não toca a felicidade, a gente sente, porque é originária do nosso ser
espiritual. Então aqui nesse livro, que faz parte da coleção sobre Seicho-No-Ie, são 40 volumes, diz
assim: "Uma vez que nascemos nesse mundo como seres-humanos, queremos levar uma vida
humana feliz, este é o desejo natural de cada um de nós, porém este mundo não esta habitado
somente por pessoas felizes. Existem muitas pessoas infelizes, por que será? É que essas pessoas
não conhecem as leis mentais, e nem tampouco sabem o que é felicidade."
Mediador : então seria um estado de espírito?
Sra. Edelmira : pra mim é. Exatamente. E como nós somos seres pensantes e seres que se
emocionam, então as nossas emoções, nossos sentimentos dão origem aos nossos pensamentos e
não podemos deixar de considerar, que como seres humanos, somos seres livres. Então, os nossos
pensamentos, nossos sentimentos que originam nossos pensamentos, que se formam no nosso
mental, é que determinam nosso destino, está sobre nossa responsabilidade. Nossos somos felizes
ou infelizes dependendo de cada um de nós, de nossos pensamentos principalmente.
Sr. Ivo : eu vou procurar fazer colocações rápidas, que é mais prático pra jogar a bola um pro
outro. Eu vejo a felicidade como um estado, sim, da pessoa humana que vê satisfeitas as suas
aspirações e atendidas as suas necessidades, que são múltiplas, desde a parte antropológica,
sociológica, emocional, mas eu sou diácono na igreja católica e eu vejo como a necessidade pra ser
feliz, é ter atendida também a dimensão espiritual, transcendental, religiosa.
Mediador : então o senhor concorda que a felicidade...
Sr. Ivo : é um estado de espírito subjetivo.
Mediador : é o ultimo e daí vamos seguir para o próximo.
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Sr. Fabio : eu sou quero fazer algumas observações. Eu acho que é importante essa questão
de a felicidade ser algo subjetivo, individual ou com que medida que ela esta relacionada com o meio
que a gente vive. Tem até um dito do Aristóteles que é o seguinte: "O ser humano que vive fora da
apólice é um deus, ou um bruto, no sentido que uma vida humana só é possível com a convivência
com outras pessoas, não é que uma pessoa fora da apólice se bastasse a si mesmo sendo um deus,
ou vai ser um bruto, como um animal, vai comer, dormir, e isso vai bastar a ela. Então o ser - humano
é um ser de necessidades e, uma espécie de um ser que constrói possibilidades em conjunto, e da
construção dessa possibilidade, desse exercício, dessa liberdade, dessa autonomia, se sente feliz. É,
então, realmente a felicidade têm alguns aspectos de subjetividade inegáveis, a gente precisa sentir
essa satisfação em termos dessas coisas mais materiais, uma alimentação, não sentir dor e esse tipo
de coisa. Mas tem uma satisfação que está relacionada com o exercício de uma capacidade própria
do ser humano, que é a liberdade. Então a gente poderia dizer, por exemplo, porque o cachorro é
feliz, mas é muito diferente dizer que um cachorro é feliz e que uma pessoa é feliz. O cachorro é feliz
tendo aquelas coisas básicas sendo atendidas e uma pessoa feliz parece uma pessoa que consegue
traçar seu próprio destino."
Sr. Thiago : ser um cachorro.
Sr. Fabio : sabe que esse é tema super caro pra filosofia. Bom, seria mais fácil se nós
fossemos um cachorro. Então porque a gente é racional, porque é que a gente é humano, isso é
ruim? Na verdade, se tu fores pensar que a tua satisfação se esgota, os teus desejos, teus prazeres,
vontade de dormir, comer, não sentir dor, seria melhor eu não ter razão, não ter liberdade. Se tu fores
pensar que o ser humano é um ser especial por que tem a capacidade de fazer as suas escolhas, de
repente escolher o sofrimento pra ter um outro prazer, escolher o sofrimento pra ajudar o outro e
construir uma comunidade, eu tenho, ai, que o ser humano pode ser muito mais feliz que um
cachorro. E a felicidade humana, então, vai ser a felicidade de um grau mais elevado, uma espécie
de pleno, uma existência mais plena.
Mediador : tu estas dizendo que a felicidade está ligada com o relacionamento social,
interpessoal e aspirações.
Sr. Fabio : é, eu posso dizer assim, de uma forma breve, tem um aspecto subjetivo que é
nossa satisfação, mas tem alguma que coisa que nós podemos dizer que o nosso objetivo é no
sentido que uma pessoa pra ser verdadeiramente feliz, ela precisa ser dona da sua vida, dona do seu
destino, das suas escolhas. Uma pessoa que não consegue fazer as suas escolhas não vai ser uma
pessoa feliz.
Sra. Claudia : bom, boa noite, eu sou psicóloga, professora de psicologia e trabalho com uma
área de pesquisa dentro da psicologia bem nova, que estuda o desenvolvimento positivo, e dentro
dessa área, mais especificamente, a gente tem uma área que estuda a felicidade, mas pra psicologia,
na área da ciência, é entendida como um bem estar subjetivo. É um conjunto de varias teorias que
vem sendo estudadas pela psicologia e entende que a “felicidade” é, na realidade, um processo de
avaliação que a gente faz da vida, e a psicologia foi estudar como é que se faz esse processo. Por
que é que alguns param e avaliam a vida, e cognitivamente entendem que a felicidade é o quanto
que eu estou satisfeito com a minha vida, ou não. Então é um processo cognitivo no primeiro nível. E
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a felicidade, esse sentimento de se sentir muito bem também é um processo afetivo. Então assim, a
gente também experiência emoções, afetivos positivos, então quando estou alegre e também
experiência emoções e afetos negativos, depressão, raiva. Então o desequilíbrio vai te dizer. Então é
um processo bem complexo. Mas as primeiras teorias falavam o seguinte: "Vamos investigar o que q
é que deixa as pessoas mais felizes.”
Sr. Fabio : mais feliz ou mais alegre?
Sra. Claudia : mais feliz, ou com mais bem estar. Dentro do olhar da ciência.
Mediador : daí eu aproveito só pra só pra dar uma perguntinha. Qual seria então a diferença
de bem estar e felicidade na visão da psicologia?
Sra. Claudia : depende do autor, também do pesquisador que esta estudando, e na realidade
a maioria deles entende que a felicidade é uso do termo de senso comum pra o estudo do bem estar
subjetivo, que é esse processo, que é um processo cognitivo, afetivo, de avaliar o quanto que a
pessoa se diz satisfeita, se diz vivenciando uma emoção boa, ou seja, “feliz”.
Sr. Lores : bom, eu acho que realmente o tema é instigante e em um complexo de definição,
porque eu diria, ouvindo aqui, eu vou falar dentro da minha perspectiva. Eu acho que nós temos que
diferenciar o que é, pra mim, necessidade, e o que é desejo. O ser humano é basicamente um ser
desejante. Se vamos comparar, ele é um ser, de algum modo, talvez contrarie algum de nós, mas eu
acho que é isso, ele é desnaturalizado, ele é cultural. Não é uma coisa, não é um instinto que se
satisfaz, e ai ele vai dormir tranquilo. Ele esta envolvido por um desejo, e esse desejo, ai é que está o
drama, é que não se realiza nunca. Então se a felicidade é a realização de um desejo, o ser humano
está fadado a fracassar. Agora, se a felicidade é a busca do desejo, aí está bem. O caminho, feliz
porque estou sempre almejando algo. Como seriam as estrelas do céu, que nos orientam, nunca
vamos alcançá-las, mas talvez seja necessário. A felicidade, eu colocaria mais dentro dessa utopia,
dessa busca.
Sr. Lores : Sou feliz porque estou sempre almejando algo. Como seriam as estrelas no céu
que nos orientam. Nunca vamos alcançá-las, mas talvez seja necessário. Eu colocaria mais dentro
desta utopia, esta busca.
Mediador : Existe uma certa aceitação deste argumento. Alguém não concorda que a
felicidade seja esta busca?
Sr. Thiago : eu discordo. Eu entendo tudo isto. Vejo que há também uma compreensão do
sentido individual da vida de cada um que vai facilitar este seu objetivo. Qual a função da publicidade
hoje? A publicidade hoje lê os sonhos coletivos. Eu sou bombardeado por toda uma cultura de
Hollywood, e é aquilo que o cachorro não tem: o sonho coletivo. Ele não assiste o comercial da
pedigree para ver se ele é mais ou menos cachorro ou se ele come uma salsicha no chão ou a que
vem em uma lata. Ele come. Se supriu bem... certo? Para ele é só uma coisa. Para nós não é só mais
uma coisa. A partir do momento que nossas necessidades mais básicas e mais coisas são supridas,
nossos desejos vão criando novas necessidades e assim por diante. E hoje, o papel do publicitário é
justamente ler estes desejos e saber dar a resposta a estes desejos e saber como gerar consumo. Eu
vejo a felicidade como ver o ser humano se comportar como um cachorro, ou seja, para mim está
tudo bom o que me dão, vou atingindo meus objetivos, vou tendo um pouco de lazer, vou tendo um
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pouco de sucesso, vou tendo um padrão familiar que me deixa acima de alguns e abaixo de outros, e
aceito que este padrão de sucesso está bom. Só que este ideal talvez não seja o ideal para aquela
pessoa. Talvez não seja o ideal procurado por ela. Muito provavelmente seja um ideal hereditário, um
ideal que veio, que já existiu. E talvez acho que o ideal maior seja a procura de Deus. Muitas pessoas
escapam disto. Acho que Deus é um destes caminhos, como outras espiritualidades podem
apresentar também. Outras espiritualidades apresentam na busca. A felicidade estaria no caminho.
Com certeza acho que a realização está no caminho. Mas há uma realização muito maior com a
compreensão do propósito como um todo. Não gostaria de discordar. São apenas mais argumentos.
Sr. Renato : apenas complementando, a felicidade é este estado de espírito. Isto é de comum
acordo. Não existiria a felicidade se não existissem momentos infelizes. As pessoas não valorizariam
a saúde que têm porque já assumem que aquilo. É uma coisa garantida até o momento que elas
perdem a saúde, pelo menos momentaneamente, para então, aí, apreciar a saúde. Como médico é o
que eu vejo. Uma paciente está há quarenta dias no hospital e diz que às vezes está tão deprimida
de estar no hospital e eu digo que ainda bem que se sente assim. Pior se estivesse gostando de ficar
no hospital por quarenta dias. Isto seria um problema sério. E a gente acaba vendo isto nestes
pacientes também. Têm pessoas que pedem para não ter alta porque está tão bem no hospital
alegando que em suas casas tudo está um horror. Acho que tudo tem os dois lados. Não existiria
infelicidade se não existissem momentos infelizes. Lembro do livro do Eduardo Janete que ele
discorda dizendo que “como seria se houvesse a pílula da felicidade?”. Mas onde estariam as
diferenças se todos fossem plenamente infelizes? Todos seriam felizes o tempo inteiro, e todos são
iguais. Acabou, tudo começa do zero num patamar acima. No fundo não adiantaria nada.
Sr.Thiago : esta é a felicidade como uma ausência de dor. Com ausência de mal.
Sr. Renato : Complementando a parte citada do cachorro, há um livro onde o início diz que
os animais são felizes desde que tenham saúde e comida para se alimentarem. Os homens, talvez,
devessem ser também, mas não o são, pelo menos na maioria dos casos. Por estas razões
(apontando para o Sr. Lores) que eu concordo plenamente. O psicanalista diz que seria a busca pelo
desejo e não pelas necessidades. Necessidades básicas talvez sejam coisas mais fáceis de atingir,
mas a partir dali tem uma certa mudança. Talvez os trabalhos científicos mostrem que até o ganho
monetário da pessoa melhora a percepção de felicidade e bem estar quando vai de uma miséria
absoluta até o momento que a gente atinge o suficiente para poder manter bem toda a família, com
saúde adequada, alimentar os filhos e talvez prover educação. O valor é de U$ 10.000,00. Uma
revista americana chamada "the journey the happiness studies” fez um estudo para ver o grau de
importância que se valoriza isto. Hoje têm revistas que praticamente só estudam trabalhos como
estes. Eu acho interessante trabalhos científicos que lidam com isto porque vão além da opção
pessoal de uma pessoa ou de outra. E neste trabalho, especificamente, quando o ganho ultrapassou
U$ 10.000,00 anuais, a partir daí o ganho monetário vai aumentando e a percepção da felicidade é
exatamente a mesma. O que eles dizem é exatamente assim: “olha, nós não trabalhamos para poder
comprar o próximo café da manhã para a família. Nós trabalhamos para tentar surpreender e, de
alguma forma, demonstrar nossas capacidades perante nossos vizinhos". Um dado interessante é
quando a gente olha as pessoas ao redor, por exemplo um mendigo na rua quando pede esmola, ele
148
não inveja o dono do carro para quem ele tá pedindo esmola. Ele inveja o outro mendigo que é mais
simpático que ele e ganha mais do que ele. Isto é uma coisa natural.
Sr. Malinsky : há um autor que diz que a medida de felicidade que nós temos é a aparência
de felicidade que temos. Se eu consigo externalizar, se eu tenho uma fachada feliz, as pessoas se
artificializam cada vez mais para montar esta fachada de felicidade para se tornarem felizes entre
aspas.
Sr. Renato : felizes para os outros.
Sr. Malinsky : sim. Para os outros.
Sr. João : felicidade é ser ou estar? Eu vejo que é emoção, é sentimento, é individual,
depende da expectativa de cada um: se é bem material, sentimental ou se sou feliz apenas porque
minha família é boa. Eu não sou feliz porque o Grêmio deixou o Flamengo empatar e eu saí triste
quarta-feira do Olímpico. Outro exemplo é se eu estou muito feliz e deu certo o investimento que eu
fiz. Não sou feliz porque não tenho meu pai do meu lado que já faleceu. Eu vejo que eu estou feliz e
não estou. Isto é momentâneo.
Sr. Fábio : uma coisa que tem de ser distinguida é felicidade de alegria. Bem estar é um dos
componentes. Se for pensar o bem estar de um modo mais amplo, se for um bem estar de alma, se a
pessoa se sente bem com a alma dela, mas fisicamente ela não está numa situação de bem-estar,
numa situação confortável. Mas ela é feliz porque ela está fazendo exatamente o que ela devia estar
fazendo naquela situação.
Sr. João : Mas ela (a felicidade) é ou está?
Sr. Fábio : depende da situação. Se for um sentimento aí se tem um está. A pessoa está feliz.
Mas se for o “ser feliz” pode pensar numa pessoa que é feliz e talvez nem saiba. Eu era feliz e não
sabia. Por exemplo: pode pensar numa pessoa que ela vive num estado que tem um certo nível de
satisfação e ela gostaria de ter outras coisas na vida e acha que ela não é feliz. Se ela passar por
uma situação na vida dela, ou de repente amadurecendo, ela consiga se dar conta que naquele
estado que ela vivia ela era feliz. E agora, se ela pudesse voltar...
Sr. Thiago : então ele não foi feliz em nenhum dos dois estados.
Sr. Fábio : Talvez. Este é um dos problemas dos conceitos de felicidade.
Sra. Cláudia : a gente tem que entender que nós temos esta avaliação geral que estou
satisfeita com minha vida como um todo e a psicologia vai além. Na verdade o modelo é
multidimensional. São vários domínios. Eu posso estar muito feliz, com nível de bem estar alto,
satisfeita com meu trabalho, mas minha vida em casa, com a família, está em uma fase ruim. Eu
tenho meu relacionamento com os amigos. Pô, faz quantos meses que eu não vejo meus amigos,
que eu não saio para jantar? A gente está se dando conta que o modelo é muito amplo e é feito por
vários domínios. É complexo. A gente pode parar e fazer a avaliação que é do momento e ela tem
uma parcela que é de estado, mas a tem uma parcela que a psicologia chama de traço, de ser e de
estar. O ser é o traço e o estar é...
Sr. Fábio : é genética.
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Sra. Cláudia : Exatamente. Porque a psicologia foi estudando e se dando conta que uma boa
parcela que determina isto é a personalidade. Como é que a gente é. Este processo, a forma como
eu vou avaliar como eu estou é determinado pela forma como eu sou, ou seja, como eu penso...
Sr. Malinsky : os valores, as crenças.
Sra. Cláudia : Vai além dos valores e das crenças. Tem a ver com a personalidade. Grande
parcela dela é genética e outra é do ambiente que a constituiu.
Mediador : seria, então, o fato de duas pessoas absorverem a mesma situação de formas
diferentes?
Sra. Cláudia : Exatamente. Foi aí que a psicologia se deu conta que, depois de investigar
todas as variáveis sociodemográficas (educação, se é casado ou não é casado e quem é mais feliz),
e todos estes estudos. Aí este estudo concluiu que existe impacto mas ele é pequeno. O que
determina mesmo é a personalidade. Então, porque uma mesma pessoa... (cita um exemplo): eu
estava vindo para cá e bati o carro. Uma pessoa acha um horror, fica estressada e a outra interpreta
o evento de uma forma bem diferente. Ela pensa “que bom, já era hora de eu trocar de carro”.
Mediador : pede para cada um falar de uma vez.
Sr. Lores : A dificuldade é realmente definirmos o que é felicidade para cada um de nós. Me
parece que cada um tá tendo um conceito diferente. Precisamos alinhar conceitos (complementa
Thiago). Talvez até dentro da área de administração se a gente falasse em mercado e ver o nível de
felicidade de Porto Alegre, realmente, eu acho que a gente passa a ter que discutir uma determinada
faixa, que ela é de uns certos aspectos mais práticos do que as coisas mais subterrâneas, que cada
um vai ter a sua visão, sua interpretação e suas teorias. Por que se não fica assim...são lentes, né?
(ajuda Cláudia).
Mediador : Retificando o que eu falei no início, a gente aqui não está buscando um
consenso, definir aqui o que é felicidade. A gente quer exatamente ouvir o que cada um de vocês
pensa a esse respeito. Então, como a gente já ficou bastante tempo nessa primeira pergunta, que foi
bem ampla e com bastante informações.
Sr. Renato : São quantas, só pra gente ter uma ideia?
Mediador : Dependo do andar da carruagem. Só pra gente não te prejudicar, ficar falando 2
horas e depois tem mais 10, complementa Renato.
Nessa nossa primeira etapa, a gente abordou diversos aspectos, foi citado saúde, foi citado
questão monetária, foi citada genética, foi citado espiritualidade, foram citadas as necessidades, as
aspirações (complementa Cláudia), a questão social (complementa Renato). Então, agora, eu
pergunto pra vocês, que outras variáveis vocês identificam que compõem a felicidade? Que
influenciam a felicidade?
Sr. Fábio: sorte.
Sr. Thiago : Que tem uma teoria de marketing, que se não me engano, se chama Maslow.
Que ele organizou, criou um método científico que não me lembro bem, ele organizou as
necessidades em forma de pirâmide, que é justamente isso que a gente tava falando. Ou seja,
alguém só vai transformar um desejo de consumo numa necessidade, depois que a necessidade
básica dele já está suprida. Entende? Exemplo: fome é algo básico pra todo mundo. Então, ninguém
150
vai estar preocupado com o carro ou com a roupa que está vestindo, se você tá com fome. Vou dar
um exemplo: se der uma vontade de ir no banheiro em alguém aqui, tu vai parar de se preocupar com
que o outro tá pensando de ti, com o que eu vou, se eu tô falando disso ou tô falando mal, se eu tô
preocupado em ir no banheiro. Passa na frente das outras.
Mediador : Então, seria a satisfação das necessidades. Exatamente, diz Thiago. A hierarquia
das necessidades, complementa Renato.
Sr. Thiago : Alguém só vai se preocupar ou só tende a se preocupar, na visão do Maslow,
com a necessidade de satisfazer o seu sentido da vida espiritual, por exemplo, se ela não estiver
passando fome. Dificilmente, alguém com fome vai se preocupar em ajudar o outro. De novo, na
visão desse cidadão (Maslow).
Sr. Felipe : Nesse teu ponto, então, por exemplo, uma pessoa que passa fome não seria tão
feliz como uma pessoa que…Responde Thiago: Não, não necessariamente. Na verdade assim, ela
comendo é muito mais feliz que tu comendo. Entendeu? Porque ela satisfez toda a necessidade dela.
Tá, mas daí a gente volta pro…diz Felipe. Complementa Thiago: Mas ele, por exemplo, vem de uma
família que nunca tinha o que comer, arranjou um emprego e agora tem um arroz e feijão todo dia, tá
feliz da vida.
Sr. Felipe : Aí a gente volta pro conceito da felicidade e a necessidade. Thiago complementa
ele, dizendo que vai colocar a felicidade como algo constante.
Sr. Thiago : Quando falo em felicidade, pelo menos pra eu entender o que eu tô falando,
felicidade é um estado constante. Porque, o que ele desejava, ele conseguiu. Entende? Podia não
ser o desejo de um ou de outro, e talvez gere infelicidade, a partir do momento que ele almejou outra
coisa. Vamos supor, ele se mudou para um bairro onde todo mundo tem mais o que comer, todo
mundo tem um carro. O mediador questiona: a expectativa seria outra variável na comparação com o
meio? Thiago continua: Todo mundo aqui, sem querer nivelar todos nós, mas nós somos
razoavelmente bem sucedidos, estamos todos bem vestidos, ninguém aqui tá com fome. E, se tiver
temos aqui os salgadinhos, complementa o mediador. Pois é, pensaram na nossa felicidade. Pra
gente conseguir pensar, conseguir ir adiante, até discutir a espiritualidade. Se pegar alguém da rua
pra cá, não vai discutir mais nada, vai procurar matar a fome e vai ficar muito feliz com todos nós.
Mediador : Só por uma questão de seguir a ordem. O Mauro tinha pedido a palavra primeiro.
Sr. Mauro : Eu tenho uma visão muito simplista dessa questão, porque eu tenho muita
admiração pela cultura oriental. E os orientais falam muito na aceitação e falam muito na ilusão, nas
ilusões. E como eu trabalho com a reencarnação, há cerca de 20 anos, com a terapia de regressão
em mais de 6 mil pessoas, inclusive, em mim próprio com outras pessoas, eu já acessei várias vidas
passadas minhas. E nessas vidas passadas, eu era muito infeliz, porque eu acreditava que eu era
aquela pessoa que eu vivi numa vida passada. Quando eu me vi como um oficial romano, há 2 mil
anos atrás, eu era muito infeliz porque eu era muito vaidoso. Quando eu me vi numa outra
encarnação como um negro, eu era muito infeliz porque era negro. Quando me vi numa outra
encarnação como um mendigo, eu era muito infeliz porque eu passava fome. E quando me vi, na
minha última encarnação, como um escritor russo que bebia muita vodka, era muito famoso, eu era
muito infeliz porque eu era muito revoltado, tinha muita mágoa e muita raiva. E nessa reencarnação,
151
eu já fui muito infeliz, porque sou apenas a continuação desse eu de todos estes séculos. E, hoje em
dia, pra não me estender demais, eu tô começando a me convencer que o sofrimento tá no
pensamento. E que do pensamento vem o sentimento. Depois de 20 anos atendendo em consultório,
eu mais ou menos, simplificando, me parece que tem dois tipos de pessoas: as tristes e as brabas.
A pessoa triste, ela tem pensamentos que levam ela a tristeza, normalmente, ilusórios. Por exemplo,
uma pessoa que falou que passou fome numa família muito pobre. Essa pessoa reencarnou numa
família pobre por motivos “cáridos”. Mas, aquela visão dela, eu vim numa família pobre pode trazer
uma mágoa ilusória que leva pra tristeza e leva à infelicidade. As pessoas com muita raiva, elas
também estão com o mesmo geralmente equivocado e ilusório, baseado apenas na sua infância pra
cá. Quando nós somos seres com o mínimo de 2 milhões de anos, nós analisamos a nossa vida nos
últimos 30, 40 anos e queremos nos entender. Eu acho isso extremamente difícil. Pra resumir, pra
mim, a felicidade ou a infelicidade está no pensamento, o que a gente sente, o que a gente quer da
vida e o que a gente faz.
Mediador : Agora é a Cláudia, depois o Fábio.
Sra. Cláudia : Tem um conjunto de estudos e eu li, inclusive, um artigo. Eles acompanharam
as pessoas que ganharam na loteria nos Estados Unidos. Exatamente, pra acompanhar a questão do
nível de bem estar. E aí, o que se imagina, a pessoa ganha na loteria, lá é um pouquinho diferente o
sistema, porque a maior parte do dinheiro, a pessoa vai recebendo ao longo de anos, não recebe
tudo numa bolada. Mesmo assim, ela no início recebe uma grande parcela do dinheiro. Depois, ela
vai recebendo o resto. E eles acompanharam através de estudos longitudinais, por um tempo, e
também tem estudos com atletas de alto desempenho. E aí, eles acompanharam e foram medir o
nível de bem estar, dentro do modelo teórico da psicologia e tal. Aí, saiu os primeiros, as primeiras
avaliações. O que acontece com uma pessoa que ganha uma grande quantidade de dinheiro, né?
Uma pessoa que vivia numa situação modesta, ela vai procurar trocar de casa, daí vai sair do bairro
onde ela tá acostumada, onde conhece todos os vizinhos, ela vai se mudar. Em geral, ela vai parar
de trabalhar, vai viver de renda, ela não vai precisar e ela para de trabalhar. Então, toda rede social
que ela tinha por causa do trabalho, ela vai perder. Pelo menos, parcialmente, por grande parte do
tempo, ela vai perder. Então, os estudos mostraram que imediatamente, após o momento de
ganharem grande quantidade de dinheiro, as pessoas têm um aumento nos níveis de bem estar, só
que depois acontece um decréscimo, que vai voltar para os níveis, que são os níveis basais, os níveis
normais, que a pessoa vinha dentro da…mostrando que no fim, ela sofreu o impacto negativo, em
função da perda de toda a rede que ela tinha, ela se mudou, ela diminuiu o número de pessoas com
quem ela vai conviver, ela parou de trabalhar, daí ela vai sofrer esses efeitos, daí depois com o
tempo, ela vai retomar e tal. Isso mostra que o quanto que a gente e o quanto essas variáveis estão
interligadas, as coisas estão relacionadas a outras coisas, como a rede de apoio social que a pessoa
tem, isso é importante, a pessoa que está sozinha, completamente sozinha, a gente vai perceber que
tem níveis mais baixos assim. Então, são outras variáveis que também apresentam efeito sobre os
níveis de felicidade.
Sr. Renato : É só uma parte rápida quando ele falou sobre a pessoa que passa fome. No
momento em que ele come, obviamente, o prazer dele é maior, muito maior, do que aquela que já
152
tem aquilo garantido, que sabe que tem comer, pois faz parte do dia. Mas, no momento em que ele
atingiu aquilo ali, já passa a ser uma coisa garantida, ele vai querer alguma coisinha a mais. Então,
isso assim, se a felicidade está relacionada com o desejo, isso certamente é uma coisa mutante, e
varia ao longo da idade, ao longo do nosso crescimento social, e nunca é igual. Talvez no meio
irracional, entre os animais, seja sempre igual, pois não têm o que almejar.
Mediador : Só vou pedir pra segurar um pouquinho a pergunta pra gente concluir.
Sr. Renato : Basicamente, era pra dizer que é uma coisa que vai mudando ao longo do tempo
mesmo. Thiago interrompe: Concordo, dependendo, da pessoa que tiver capacidade, depende do
horizonte de cada um. Mas, isso é uma minoria, talvez 99% da maioria da natureza humana tem uma
ambição, complementa Renato. Volta Thiago: Se tiver mais alheio, mais focado na própria família, tu
tende a não ter desejos de consumo ou tornar desejos e loucuras em necessidades, talvez, né?
Sr. Ivo : Está se buscando variáveis, né? Eu entendo que ninguém é feliz só. E dali brota
aquela necessidade, alguém ganhou na loteria, algum fator que se sente feliz, ele tem que contar.
Primeiro, talvez seja partilhar. E, dentro dessa dimensão, é que se explica um pouco o humanismo, a
solidariedade, a filantropia, etc. e o trabalho numa organização exatamente filantrópica. E se percebe
como milhares de pessoas se sentem felizes, em poder as vezes modestamente, ajudar alguém. E a
gente como cristão, se não tiver outros, ao menos, partilhar essa felicidade com o seu superior.
Mediador : Então, a espiritualidade tem a questão de? Complementa Evo, a questão da
relação, é uma questão de relação.
Sr. Rogério : ... nós aqui, nossas mães (...) já vai arrastando com o balde ... ai, tipo assim,
porque que tu deixa ele fazer isso, tá estragando o teu trabalho, não é porque eu acho que tem que
ser assim, ela tem que ser assim, porque claro, eu respeito aquele ser, naquela idade, que faz aquilo,
é um ser humano fazedor.
Mediador : Tu falaste de um padrão e ao mesmo tempo citastes as diferenças, não ficou claro
pra mim se tu considera que a felicidade varia de uma cultura, de um local, de uma cultura para outra
ou se ela é a mesma?
Sr. Rogério : Bom, eu acho que existe um padrão socioeconômico que é determinante, é
diferente, é muito similar um médico de Porto Alegre, um médico da Uganda, da Índia, de Bombai, de
um cara de ... Sei lá eu.
Sr. Lores : Eu acho que tem uma questão aí, que é diferenciada, a aspiração que pode ser
universal, ter isso, aquele outro e o que a pessoa sente ao conseguir isso, aí eu acho que varia, aí é
individual, porque é mais simbólico, as vezes alguma coisa pequena simboliza pra ele uma coisa
muito grande, aí em relação a gratificação e a felicidade, muito diferente daquele que conseguiu a
coisa grande, as vezes um carrinho pequeninho pode representar um Audi, não seio que, e dá a
sensação, então eu acho que é universal as aspirações, os desejos são, agora, a reação a realização
do desejo acho que é individual.
Sra. Edelmira : Eu acho que sim, a questão da, da, me lembrei de uma situação, eu estava
morando em São Paulo, e tinha uma pessoa que trabalhava pra mim, na minha casa, e ela levava
assim três horas e meia pra chegar em casa em função do trânsito, da distância, era uma vida muito
assim sabe, aquele caos de São Paulo, e ela era uma pessoa assim, sempre com humor muito bom
153
assim, que eu ficava imaginando eu naquele né, sair de casa as 5h da manhã, pra chegar na minha
casa às 8h, pra trabalhar o dia inteiro, pra chegar em casa às 9h30 da noite, e ela sempre de bom
humor, e ela dizia que o sonho dela era ter uma carta, carta é carteira de motorista, então eu disse
pra ela, vamos lá, está esperando o que, uma pessoa com quase 50 anos, vai lá fazer tua carta, e ela
disse não mas eu não consegui, não consegui passar na prova, mas tu vai sim conseguir, eu te
ajudo, né, e aí ela , estimulei ela, hoje tu vai sair mais cedo e vai na auto-escola, pegou os polígrafos
então, vamos estudar, vamos lá, e eu estimulando, e ela, não sou muito burra, estudei até a terceira
série, lá no nordeste e tal, daí foi pra São Paulo há 15 anos atrás, aquela mesma história, e ai eu
comecei a estimular, ela começou a ler, a estudar, ela disse que não entende, mas foi indo, faz um
simulado no computador ali, então vai fazer a prova, passou, quando ela passou, ela não acreditava
né, falei, viu como tu consegue, e aí vai fazer a aula prática então, e ela não mas tem que trabalhar,
mas então tu sai mais cedo, liberei o horário, ela fazia a aula de direção, tirou a carta, bom, a
felicidade dela por ter a carta, ela não tinha carro, mas tinha carta, então assim é o exemplo de o
quanto que, claro ela tinha a condições, eu estimulei porque vi que ela tinha condições, e aí, um
tempo depois ela comprou o carro dela, e assim, ela comprou o carro dela e anda pela região dela lá,
então assim eu acho que é...é o objetivo, assim
Sr. Thiago : é o propósito, as vezes uma pessoa que é feliz, encara pequenas coisas da vida
que são ruins, não como..., são momentos ruins de uma vida feliz.
Sr. Felipe : Aí de novo agente tá querendo definir assim, que ela é feliz ou não é feliz, e
agente volta pro ponto atrás, bom, eu sou feliz e tu não é feliz.
Sr. Thiago : Mas então deixa eu responder tua pergunta então Lores, tu quer saber se...
Mediador : Eu vou pedir pra agente pra, nosso tempo tá se esgotando, então assim, trazendo
pra nossa realidade de Porto Alegre, gostaria de ouvir o João falar, que o João tem um bar, uma casa
noturna, que a pessoa vai pra se divertir, como ele enxerga esses fatores de felicidade, depois que...
Sr. Thiago : Eu acho que tem sim uma diferença, não só de Porto Alegre, agente nota que é
um lance na diferença sócio-econômica, tu vai ver diferenças entre bairros de Porto Alegre.
Sr. Fabio : A cultura é global
Sr. Thiago : É bem isso, o que o Fabio tá falando, a cultura é global, é uma aldeia global,
nossos desejos são globais, têm diferenças, mas essas diferenças tão num nível de idiossincrasias,
não chega a ser uma diferença.
Mediador : Então de maneira geral não teria diferença, grande diferença.
Sr. Thiago : Não geográfica, tem uma diferença sócio-econômica, como Porto Alegre vai ter
um perfil socioeconômico diferente de outras cidades, apresenta sim uma diferença geográfica em
função da diferença socioeconômica.
Sr. Rogério : Que foi reforçado em pesquisas feitas há alguns anos, é o uso do tempo livre do
porto alegrense, por estrato, por estrutura familiar, o pai, a mãe,... por estrato de renda, eu usava isso
em aula, dei a disciplina de paisagismo por muito tempo, e usava muito essa estrutura, mostrando
que o espaço aberto, depois a televisão, ...
Sr. Edelmira : Na psicologia é o laser, o quanto que a pessoa tem de possibilidade de laser,
que determina e influencia nos níveis de felicidade.
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Mediador : Então voltando a pergunta aqui que eu fiz pro João, João queria ouvir a tua
opinião, o porto-alegrense, o que tu pensa, tu que trabalhas num ambiente que é voltado pra
diversão.
Sr. João : A noite é complicado de tu falar, eu vejo o socioeconômico, assim na minha visão
de classe média muito mais do que vejo regional, bom, eu vou dar uma posição minha, uma fez eu
perguntei pra minha vó, qual foi o dia mais feliz da vida dela, e ela não disse que foi o casamento
dela, ela disse que foi o dia do aniversário dela, o aniversário dela que choveu, quando ela tinha 12
anos, porque fazia sessenta dias que não chovia e que ela não ficava com o pai dela e com a mãe,
que eles viviam no interior de Uruguaiana, no campo, aí eu me lembrei agora, tava pensando nisso
aí, não tinha TV, não tinha carro, não tinha nada, e agente vive na era da informação, a nossa função
é fazer com que as pessoas sejam felizes encima de bens de consumo, eu quero saber daqui a 50
anos, a felicidade vai ser completamente diferente, pode ser conquista, pode ser ir para a Lua no final
de semana, pode ser qualquer outra coisa, dentro da questão nossa, regional, de Porto Alegre, no
meu público jovem, na noite, é complicado te dizer, depende muito, todos buscam conhecer pessoas
novas, interação, com certeza a solidão não traz felicidade, então as pessoas buscam conviver nesse
núcleo junto, mas tem um fator que interfere, que é o álcool, que é o lubrificante social né, abraçam
os amigos, o álcool faz com que as pessoas se tornem momentaneamente mais felizes, e as pessoas
se tornam mais sociais, e tem pessoas que ficam brabas na noite, que vão pra se divertir, a própria lei
do fumo, por causa do cheiro do cigarro, gurias, vão embora porque elas não se tornam felizes
naquele ambiente, hoje já não pode mais, talvez esse público vai se tornar mais feliz em casa
noturna, então vai de acordo com o que cada um é, o que cada um tem de expectativa, expectativa
que cria de sentimento ou de bens de consumo, com o momentâneo.
Sr. Rogério : Mas uma coisa importante que aprendi nuns livrinhos de psicologia aí, é que
tem uma diferença muito grande entre emoção e sentimento, to num momento muito feliz, a emoção
depois a pessoa, de 10 segundos de felicidade, tem 24 horas de sentimento de tristeza, quer dizer, é
super importante, eu aprendi a diferenciar, pro meu bem próprio.
Sr. Lores : Agora, com relação a Porto Alegre...
Sr. Ivo : A Cláudia dizia que a felicidade partiria de uma avaliação de si próprio, então eu diria
que a cultura serve de subsídio, de causa para formar os critérios de avaliação, e nós aqui no RS,
queiramos ou não queiramos, estamos criando, até foi muito criticado pelo resto do país, mas um
certo conceito cultural, mais utópico do que real, sobre as tradições gaúchas, veja pelo acampamento
farroupilha, 90% eram homens, aqui de Porto Alegre, e estavam aí, projetando aspirações, acho que
esse é um fator que se pode depurar em uma pesquisa assim, da felicidade do porto-alegrense.
Mediador : e o Sr, consegue evidenciar alguns desses critérios que o porto-alegrense, pelos
quais o porto-alegrense se auto-avalia, além da prima pela tradição, que foi o exemplo.
Sr. Ivo: Acho que a estima que ele faz de si mesmo, auto-realização, auto-estima, auto-
valorização é um fator muito forte na formação do porto-alegrense, do gaúcho.
Sr. Lores : Não, eu acho também que é complicado, tu vai falar nas situações sócio-
econômicas né, a noite no caso do que foi citado, a noite esse pessoal que vai tem dinheiro, mas
vincular isso a felicidade é muito complicado, pode vincular com o consumo porque as pessoas estão
155
alegres, mas veja bem, correu muita bebida, muita falácia, outras drogas, e aí dá uma euforia, dá
para chamar isso de felicidade, o que tem isso a ver com um desses critérios que vocês querem, qual
seria o nível de felicidade do porto-alegrense tomando essa situação, que complexo que é né.
Sra. Rosa : Mas essas características estão presentes em outras localidades, outras capitais,
e aí eu também acho que é preponderante a questão socioeconômica porque aqui que se diferencia
mais, tem a questão da classe média aqui, em São Paulo, no Rio ou no nordeste, vai ocorrer que, a
classe média vai usar mais álcool, na noite vai usar, vai em busca da parceria.
Sr. Lores : Só pra complementar, nessa questão que eu vejo que tu entrastes, o que eu acho
que tem a ver com essa questão do gaúcho, eu acho que o que faz as pessoas se reunirem não é
tanto o sócio econômico, são os grupos aonde se identificam, então os gaúchos, lá no acampamento
farroupilha tinha gente de toda classe social, mas tinha um ideal, que era aonde se identificavam, e
eu no meu consultório, acho que todos reconhecem pessoas, que tem determinado nível que vão em
outro lugar né, agente vê as torcidas, inter, grêmio, se reúnem entorno, e não é por classe social, não
é nada, estão felizes na hora do gol independente da classe, mas há algo que faz com que...
Mediador : Então, nesse exemplo, o futebol seria bem holisticamente, pro porto-alegrense,
um critério de felicidade?
Sr. Lores : Quando o inter ganha sim (risos)
Sra. Rosa : é que eu acho que o futebol é, é, é uma característica do brasileiro. Eu não vejo
como uma característica do porto-alegrense ou do gaúcho. Eu vejo assim: o futebol é um, um, um
apego, um sentimento, que não é Grêmio e Inter, não é Flamengo e Fluminense. Quer dizer: os
nomes vão mudar mas a reação será equivalente, aqui ou lá.
Sr. Fábio : tem uma diferença.
Sr. Thiago : é, eu discordo um pouco.
Sr. Fábio : a diferença é que aqui a gente fica feliz com a desgraça do time adversário. Nos
outros lugares é mais indiferente assim.
Sr. João : a felicidade da infelicidade do oposto.
Moderador : mas de maneira geral, é...
Sr. Thiago : eu acho que em qualquer associação bolística, sabe. Se tu pegar um cara que
joga basquete no União, ele vai ficar feliz da vida se o Sogipa se classificar, sabe. E assim por...
sucessivamente, sabe. Tem uma dualidade no Rio Grande que é.
Sr. João : é de ver a felicidade como a tristeza do próximo, né.
Sr. Thiago : é.
Moderador : o Renato agora.
Sr. Renato : só pra eu entender a pergunta, vamos dizer. Isso é pra fins, vamos dizer, de uma
pesquisa, né, que vai ser feita, não é.
Moderador : sim
Sr. Renato : que vou só tentar responder de uma forma que ajude, né. Eu acho assim: a
amostragem, né, do na hora de avaliar a felicidade é uma coisa extremamente importante, né. Se nós
formos ao consultório de um psiquiatra que é especializado em depressão e tentar avaliar, tirar de lá
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né, dos pacientes lá dele o grau de felicidade dos porto alegrenses talvez dê uma média baixa, assim,
comparado né...
Moderador : sobre esse aspecto a pesquisa, assim, ela é bem abrangente
Sr. Renato : claro
Moderador : o pessoal vai aos mais diversos bairros
Sr. Renato : é uma dica só, uma idéia, que eu acho que seria interessante ir em, em... fazer
subgrupos aí é saber quais são aqueles porto alegrenses que já estiveram fora, já moraram fora, em
outras cidades do Brasil, ou fora do Brasil, porque aí tem um padrão de comparação...
Sr. Fábio : é, acho interessante
Sr. Renato : ... porque é diferente dizer ai, qual é a tua percepção de porto alegre? Bah, é
ótima. Mas não conhece nenhum outro lugar, morou aqui a vida inteira.
Moderador : então uma experiência de uma cultura diferente, de um local diferente, seria...
Sr. Renato : eu acho, que no mínimo num subgrupo, né, ter essa variável, essa percepção dá
uma sensação muito diferente
Sr. Mauro : ou até ao contrário: aqui é ruim porque não conhece fora.
Sr. Renato : é, também, talvez diga isso aqui é ruim, o trânsito é muito ruim. Mas São Paulo
daí, vai pra lá pra ver o que é o ruim
Sr. Felipe : mas daí tem uma questão só pra complementar essa experiência que tu traz e
que é muito rica, de quantos casos que a gente conhece de pessoas que foram morar fora, em
países desenvolvidos, nos Estados Unidos, não tem violência, a educação é boa, tudo é bom e a
pessoa vai lá mas, sabe? falta vida! E a pessoa volta pro Brasil porque ela precisa disso, Isso... isso
Sr. Renato : eu tenho uma lista bem grande, depois posso dar um depoimento pra vocês
(risos).
Moderador : só pra complementar aqui, depois o Mauro, aí nós já vamos pra outra pergunta
porque o tempo tá...
Sr. Thiago : se tu pergunta pra porto-alegrenses em São Paulo se eles são felizes enquanto
porto-alegrenses todos vão dizer que sim. Mas se eles tivessem aqui (Porto Alegre) e tu dissesse:
“cara, me aponta um problema na tua cidade” eles iam te apontar vários. Eu acho que o porto-
alegrense lá fora, não só o porto-alegrense, mas o gaúcho. Ele tem muito orgulho de onde ele vem.
Sr. Felipe : mas tu acha que ele é feliz em São Paulo?
Sr. Thiago : se ele é feliz eu não sei, mas ele vai dizer que é.
Moderador : a abrangência da nossa pesquisa é bem local. A gente quer que... a pesquisa
ela vai ser feita com moradores de Porto Alegre, não necessariamente com gente nascida em Porto
Alegre.
Sr. Thiago : porque um morador de Porto Alegre, se um porto alegrense, se um vizinho teu te
perguntar: esse trânsito tá uma porcaria. Ele vai dizer que tá. Mas se tu vir de fora perguntando, ele
vai dizer que não. Vai dizer que é bom mesmo que a gente saiba que seja ruim.
Sr. Mauro : pra mim, eu acho muito difícil assim a gente entrar e avaliar qual é o grau de
felicidade ou critérios para o porto-alegrense. Eu sou daquela década de 70 no qual talvez seja um
pouco difícil de imaginar. Eu já usei cabelo comprido e já usei brinco e morei em vários lugares do
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Brasil, vários Estados e vários países também. E eu concordo com alguém que falou – acho que foi tu
(apontando para Ivo ou Rogério), todo mundo é muito parecido. Todos os lugares em que eu estive.
Morei em vários lugares, em vários países na Europa e no Oriente, vários lugares. Pra mim é todo
mundo igual. Ser Humano. Todo mundo igual. Então assim, ó: quais os critérios para o porto
alegrense? Pra mim é igual aos curitibanos, paulistas, carioca, africano, mexicano, francês, indiano.
Pra mim é a mesma coisa. Eu não conseguiria dizer o quê que traria felicidade para um porto-
alegrense. Eu mesmo, eu continuo achando que, escutando vocês falar, que pra mim tá tudo no
pensamento.
Sra. Edelmira : fazendo afirmações com a cabeça.
Sr. Mauro : quem se revolta com o trânsito em Porto Alegre vai se revoltar com o trânsito em
São Paulo também. Aí tem aquele que fala assim: não, o Inter perdeu. Se ele ficar chateado que o
Inter perdeu, isso é um ato de egoísmo tão grande de ele achar que o Inter tem que ganhar, nem que
seja com um gol de mão, aos 47 do segundo tempo, como aconteceu ontem, teu time ganhou ficou
feliz. Eu, quando o Inter ganha com um gol roubado, eu não fico feliz. E quando um outro time ganha
do Inter, e eu sou do Inter, e o outro time jogou melhor, eu não vou dizer que eu fico feliz, mas eu
não fico infeliz. Ou seja: continuamos no pensamento.
Moderador : então, ã, só pra resumir assim, do que eu captei: se está no pensamento, não
varia de cultura pra cultura, é da pessoa.
Sr. Mauro : nos lugares onde eu andei, pra mim é.
Moderador : ok. Ham... pessoal, assim: de maneira bem direta, sem muita justificativa,
(CORTE – voltou todo mundo conversando em pequenos grupos.)
Moderador : bom pessoal, agora como eu estava falando: de maneira bem objetiva assim.
Sem nenhuma justificativa. A gente já citou várias mas só elucidar assim. Se a gente fosse fazer uma
lista, sem nenhuma justificativa, que variáveis vocês identificam com felicidade.
Sra. Cláudia : repete a pergunta.
Sr. Renato : como assim variáveis.
Moderador : variáveis, hã.. o quê que influencia a felicidade, o quê que guia a felicidade. Por
exemplo: saúde.
Sr. Renato (exatamente junto do moderador): saúde.
Sra. Cláudia : personalidade
Moderador : saúde, personalidade.
Algum homem : futebol, religião.
Sr. Thiago : sucesso individual.
Moderador : sucesso individual é conquista...
Sr. Thiago : isso, atingimento, cumprimento. Ter um sentido na vida e tá atingindo isso.
Sr. Lores : equilíbrio.
Sra. Cláudia: harmonia.
Sra. Edelmira : está no ser e não no ter.
Sr. Rogério : por coerência, me tira da personalidade e reforça o equilíbrio aí. (risos)
Sr. Ivo : bom relacionamento.
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Moderador : relacionamento.
Sr. Mauro : pra mim, viver para o bem comum.
Sr. Fábio : é bem comum, hã....(ficou tentando expressar algo, mas não sabia como)
Moderador : eu agora gostaria de jogar um, hã, hã... meio ambiente. Como é que vocês
enxergam o meio ambiente relacionado à felicidade.
Sr. Thiago : como tu define...
Sra. Edelmira : ele tá relacionado com o bem comum.
Moderador : seria o bem comum.
Sra. Edelmira balança a cabeça afirmativamente.
Sr. Thiago : (com jeito de estar perguntando ao moderador) como eu vejo por exemplo o
clima, os prédios ao meu redor..
Sra. Cláudia: (com jeito de estar perguntando ao moderador) a minha casa...
Moderador : a natureza por exemplo. A preservação
Sr. Thiago : a minha relação com a natureza
Moderador : é, exatamente
Sr. Thiago : sim.
Moderador : sim?
Sra. Rosa : sim.
Sr. Felipe : isso pra cada um ou como a gente enxerga que as pessoas...
Moderador : não, pra vocês, para cada um de vocês.
Sr. Thiago : ah, eu gosto, eu gosto...
Sr. Fábio : tô triste com as queimadas
Moderador : então, relacionamento, saúde, equilíbrio...
Sra. Rosa : ação.
Moderador : ação, o quê que...
Sra. Rosa : o fazer, o cultivo...
Moderador : em que sentido...
Sra. Cláudia: trabalho, trabalho, ter trabalho é que..
Sr. João : família e trabalho
Moderador : família
Sra. Cláudia: amizade
Moderador : amizade. E aí eu....
Sra. Edelmira : fazer o outro feliz.
Moderador : casamento. Como vocês enxergam o casamento.
Sr. Fábio : isso é até uma polêmica (risos)
Moderador : sem debater muito o assunto, sim ou não.
Todos : sim, sim.
Sra. Cláudia: relacionamento com o outro.
Sra. Rosa : casamento, relação com o outro.
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Sr. Renato : pode ser um fator...
Sr. Fábio : pode ser felicidade ou infelicidade mas faz parte.
Sr. Thiago : é um fator
Sr. Renato : um fator, sem dúvida.
Sr. Mauro : olham eu diria, pra quem precisa, como eu e como quase todos nós, né, porque
por exemplo assim: Madre Tereza de Calcutá não precisava casar, Chico Xavier não precisava
casar... então pra quem precisa é muito importante.
Sr. Fábio : é verdade, é verdade.
Sr. Mauro : quem já transcendeu não precisa mais
Sr. João : eu não vejo por esse lado, eu vejo assim, ó: a pessoa que está casada está porque
está feliz com o outro. A idéia principal é tu estar feliz casado.
Sr. Thiago : é um determinante.
Sr. João : não que o casamento vá trazer felicidade, ou não é feliz quem casado, não é isso.
Moderador : agora eu pergunto e eu vou pedir pra ser bem direto também, bem breve,
gostaria de ouvir os que falaram pouco, a Rosa, o senhor Ivo, ham... vocês consideram que existe
uma pressão, que as pessoas têm que ser felizes, que as pessoas têm que parecer felizes? E qual
seria a influência dessa pressão das outras pessoas para a felicidade individual.
Sra. Rosa : eu acho que existe essa pressão e ...e.. ela vem de todos os lados, desde a
mídia, desde as relações de afeto, e.. e.. uma relação de pressão interna também.
Moderador : uma pressão individual da pessoa consigo mesma
Sra. Rosa : acho que sim.
Sr. Mauro . Olha, eu acho que existe uma pressão para a pessoa sentir alegria. Sentir alegria.
Compre um celular e seja feliz. Adquira um carro e seja feliz. É pra sentir alegria, que dura poucos
minutos, poucos dias... daqui a pouco a pessoa já não sente maios aquela alegria e tem que
consumir outra coisa, né... não pra sentir felicidade, mas pra sentir uma alegria
Sra. Rosa : uma pressão com a felicidade mesmo, mesmo que efêmera.
Sra. Edelmira : é o que eu disse antes, não está no ter, está no ser
Sr. Felipe : pra mim, uma questão que é muito importante, acho que a gente vive numa
sociedade que de certa forma a gente acaba trazendo felicidade, conceitos nossos de o que é
felicidade, que acabaram vindo, que era dinheiro, essas coisas que nos venderam digamos assim.
Então assim: hoje, o país é medido, os países são medidos se eles estão indo bem ou mal pelo PIB
– Produto Interno Bruto. Economia. Então assim: eu dou um exemplo, bem rápido. Se um país como
o Haiti que teve uma catástrofe daquelas. O PIB do Haiti aumentou. Porque. Porque teve
investimentos no país. E se a gente avalia o PIB a gente tá dizendo que é bom o que aconteceu com
o Haiti. E no Brasil, no mundo, a gente avalia o PIB ainda. Então assim: tem já mecanismos, não sei
se vocês conhecem, o IDH, e tem um outro que se chama Fib, que é Felicidade Interna Bruta.
Começou no Butão e está se espalhando pelo mundo. Mas assim ó: pra mim é, é, é inaceitável que
hoje em dia uma pessoa chega pra mim, ou liga o Jornal Nacional, que tá dizendo “o Brasil tá
aumentando o PIB, que ótimo”. Bom, mas eu quero além do PIB. Economia é uma coisa, eu quero a
160
qualidade de vida das pessoas, e as outras coisas onde é que ficam. Então é um contexto maior em
que a gente tá inserido e a gente pensa de certa forma com isso.
Moderador : a gente citou várias, acabamos de fazer a nossa listinha. É... em nenhum
momento foi citado o aspecto econômico e principalmente a renda. Como é que vocês enxergam a
relação renda-felicidade.
Sra. Rosa : no início a gente falou sobre isso, é.
Mediador – O que seria uma relação saudável com o dinheiro?
Sr. Renato – É não esperar que ele supra todas as carências que a gente tem. Quando a
gente joga as expectativas, tudo, naquele carro novo né... 0 km... E aí trabalha, e se mata talvez aí
durante um ano ou dois, três, até conseguir comprar, na hora que em que a gente conquista aquele
bem material é que vai ter uma percepção de que aquilo não é a solução, então eu até vejo um
exemplo bom aí também do livro do Jannette, em que ele dizia assim “Bah, qual é o sonho material
que a pessoa pode imaginar?”. Então ele finalmente junta, depois de vários anos aí, compra aquele
carro conversível, uma Ferrari, seja o que for né, novo e aí ele tá lá brilhando na garagem. No outro
dia de manhã ele sai da garagem, né, deixou o carro polido e quando ele sai na rua o primeiro carro
que dobra a esquina é um carro igual ao dele. Aí ele “Pô!”, daí ele vira aí vê outro exatamente igual a
ele. Todos os carros onde ele encontra e passa são exatamente iguais aos dele.
Sr. Ivo – Aí ele manda pro mensageiro da caridade... (risos)
Sr. Renato – Aí ele pergunta, ele continua naquele mesmo grau de felicidade que ele teve ao
adquirir aquele carro era exatamente o mesmo? Ou ele perdeu a graça, porque todo mundo tem?
Então se perdeu a graça, e dá pra fazer um exercício né, conosco mesmo, de saber se aquele bem
que ele adquiriu né, material é uma satisfação única dele. Então se todos são iguais então, não,
assim não tem graça, porque não é diferente dos outros. Então o que ele quer não é aquele bem, ele
quer se destacar, se diferenciar da média.
Sr. Rogério - É a grife.
Sr. Renato – É a grife. Isso sempre vai ter alguém com aquela coisa a mais
Mediador – Desculpa te interromper.
Sr. Renato – Não, não, claro pode falar.
Mediador – Nosso tempo infelizmente tá acabando. Eu sei que todos ainda devem ter muita
coisa pra contribuir, eu agradeço que todos vieram. Eu quero abrir agora um espaço para cada um
fazer um acréscimo final, um breve acréscimo final porque nosso tempo realmente esgotou. Então,
seguindo a ordem das apresentações, aproveitar, de repente fazer só um breve encerramento, João
tem algo a acrescentar?
Sr. João – Não, nada.
Sra. Cláudia: É eu acho que é muito complexo né, o tema é muito complexo. Acho que a
gente teria que ver qual o recorte que vai se buscar ao tentar entender a felicidade. Dependendo da
lente que a gente for olhar, a gente vai focalizar... Então acho que é por aí assim, mas é... é
complexo. Enfim, a questão cultural assim, que a gente falou, eu só queria retomar, eu acho que é
importante. Eu concordo, né, que quando a gente vive fora e encontra outras culturas assim, parece
161
que é tudo muito parecido, mas também tem coisas diferentes assim, mesmo dentro do Brasil, se a
gente mora fora do Rio Grande do Sul a gente vê que é diferente. Então também tem um o que aí.
Sra. Edelmira – Os bens materiais, seja dinheiro, seja enfim, os bens materiais concordo que
eles podem trazer um pouquinho de felicidade, mas uma felicidade efêmera. Então a felicidade não
está ali. Pra mim então, é por isso que eu disse que ela não está no ter, mas sim no ser, na atitude
mental.
Mediador – OK.
Sr. Mauro – Eu estou achando que a felicidade assim tem a ver com espiritualização, a ver
com a libertação de ego, tem a ver com a compreensão de sermos todos irmãos, todos iguais, tem a
ver com nos ajudar, devemos dar as mãos, devemos trabalhar pelo bem comum e produzir coisas
que ajudem a humanidade... e buscar conforto, não luxo, buscar simplicidade, buscar a segurança
que eu não tenho, acho que aqui ninguém tem, acho que buscar isso aí já traz a felicidade.
Mediador – Sr. Felipe.
Sr. Felipe – Acho que felicidade pra mim não é nem uma questão espiritual, nem uma
questão material. Pra mim não tem como definir isso, e pra mim é só a vida acontecendo, e mais
nada.
Sr. Fábio – Eu acho que seria interessante colocar na pesquisa quais são os valores que as
pessoas poderiam ter e como é que elas se vêem em relação aqueles valores, vive em função
daqueles valores ou não. De repente se não vive, dá uma boa chance de dá aquela... Não é tão feliz
como ela pode-se dizer num primeiro momento.
Mediador – Dr. Renato
Sr. Renato – Eu diria só, tá aqui, achei, só a frase, também esse livro (mostra o livro) é sobre
o crescimento econômico e a relação com a felicidade... Achei a frase aqui, só pra não dizer que é
minha, eu vou lê-la em inglês e depois a gente traduz se for necessário né... “Happiness is less a
matter of getting what we want than wanting what we have”. Eu acho que isso aí é um bom resumo,
que é mais ou menos o que nós discutimos, é menos talvez né, ter aquilo que nos queremos do que
querer aquilo que nós temos. Pra mim é uma boa forma de avaliar.
Mediador – Rose... Nada? (ela acena a cabeça negativamente).
Sr. Rogério – Na verdade eu quero dizer que tô muito feliz, porque tenho uma filha de um
ano e um mês, e não tinha tido filhos, então eu to feliz (risos). Não, porque falaram em casamento e
não falaram em filhos, então...
Mediador - Falamos em família.
Sr. Rogério – Ah, família, família... (acena cabeça afirmativamente).
Sr. Ivo – Eu queria, ou elogiaria assim, essa iniciativa de nós, com muitas concepções
diferentes, até de credos diferentes, estarmos aqui refletindo, não para contradizer ou combater o
outro, mas para somarmos juntos em função de alguma meta. A isto se chama solidariedade, busca
do bem comum, e na minha concepção, isso é uma dádiva de Deus.
Sr. Thiago - Bom... Eu não sei, todos, foi bom estar com vocês.. E isso é uma das coisas
que me torna mais feliz, é poder compartilhar a vida, né, com outros. Não é algo que se pode fazer
todo o dia, com esse grau de aproximação, de trocar idéias assim, nesse nível.
162
Sr. Lores – eu também queria agradecer assim, por ouvi-los né, e queria dizer assim, que o
ser humano por natureza humana, ele é infeliz. E vai ser infeliz, e a felicidade que ele vai encontrar é
quando ele tiver forças pra buscar a felicidade. Mas nunca vai encontrar, está fadado a não realizar
os desejos. Ele vai realizar as necessidades, um bom restaurante... Outro dia, puxa, depois de ir num
restaurante a minha mulher ficou muito chateada. Depois de uma comida muito boa, ela ficou muito
chateada porque depois que nós saímos eu fui servir uma água e servi para outra, a minha cunhada,
e não ofereci pra ela. Toda a necessidade foi satisfeita, um bom lugar né, mas o desejo que talvez
tivesse a ver de reencontrar naquele gesto coisas que eu imagino de um personagem, de um pai que
cuida, que protege, não se realizou, então ela ficou frustrada.
Sra. Edelmira – A felicidade dela estaria naquele pequeno gesto de amor por parte dele.
Nique entra na sala.
Sr. Fábio – É que tu não viu como é a cunhada (risos).
Sr. Felipe – Só pra finalizar eu acho que o Lores trouxe um exemplo do que é felicidade, que
a felicidade é algo individual, de cada um. Cada um trouxe o que é felicidade...
Sr. Fábio – Mas vivenciando coletivamente a gente...
Sr. Rogério – Queremos o resultado da pesquisa (demais concordam). Temos interesse em
receber o resultado.
Nique – É mas aqui tem duas ou três coisas... Bom a primeira delas é muito obrigado, vocês
me deram uma hora e meia do tempo de vocês né. Nós estávamos acompanhando, ao mesmo tempo
em que isso (aponta para câmera) aqui é, ao mesmo tempo em que ele grava, pois nós vamos utilizar
o DVD de maneira digital, nós acompanhamos lá na outra sala. Nós estávamos querendo participar
da discussão, então, tinha algumas perguntas até, e algumas afirmações que a gente queria fazer e
acabou não fazendo, que afinal de contas né...
Sr. Renato – Então isso era aqueles papeizinhos que tavam chegando, é? (risos)
Nique - Nós por exemplo, eu por exemplo, não faço parte do grupo, eu posso dizer o que eu
acho, felicidade pra mim ela tá muito ligada com as pequenas coisas da vida. Eu acho que
fundamentalmente a felicidade são as pequenas coisas. A pequena ilha ou a pequena Ferrari (risos).
Sr. João – A pequena fortuna... (risos)
Nique – Independente dessa brincadeira toda, a Ferrari (olhando para Renato), que Ferrari
nada, comprou um fucão. Que todo mundo tem o mesmo fucão, não é verdade? Bom, mas o que é
interessante também é que tem algumas coisas que a gente ficou pensando e o pessoal conversando
lá trás também, não existe felicidade sozinho. Isso é uma das coisas, não existe felicidade sozinho.
Que que é a felicidade coletiva, o que que é a ausência de dor, ou que que é felicidade? Será que a
felicidade não tem uma questão de tempo? Por exemplo, o sujeito tem um filho, e ele tem filho é pra
eternidade. A gente não tem um filho e agora deixou de ser. Pode ter a esposa e a ex-esposa. O filho
e ex-filho não tem, não existe. Então a sensação é de eternidade. Aí sim tu tem felicidade. Tu pode
ter alegria, por ter uma boa comida, ou um bom carro, um bom gesto ou qualquer coisa. Mas a
felicidade talvez tenha um outro tipo de perspectiva moral.. Bom, enfim, nós estávamos cheios de
vontade de falar, né, mas nós não podemos, na realidade é vocês que tem que falar, pra poder nos
ajudar a entender um pouco e a partir do que a gente teve aqui, nós vamos tentar fazer um
163
questionário. Eu sei que a felicidade inclusive é alguma coisa, apesar do Butão que tem 70 páginas
aquele questionário. Todo o pessoal aqui, e o pessoal estudou a respeito de tudo que se fez, diversos
questionários, diversas pesquisas feitas sobre felicidade. Eles não vieram secos pra cá. Mas de todo
maneira, o que nós queremos fazer, nós sabemos que grande parte da felicidade tem que ser medida
de maneira qualitativa. Mas como faz parte da nossa estrutura curricular aqui, nós vamos trabalhar
com questionário. Vai ser também quanti. Então a quali vai ficar aqui, que vai nos ajudar bastante pra
fazer a quanti depois, que é a aplicação de questionário, e depois vamos ver inclusive se os
conceitos que foram aqui emitidos e falados, se eles são congruentes com aquilo que a gente vai ter
na parte da quanti. Isso é uma coisa que nós vamos ver mais adiante. Mas de todo maneira, nós
agradecemos, de novo, o agradecimento não é meu, o agradecimento é da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul pra vocês, vocês nos ajudaram a formar, lá (apontando pra trás) tinham 40 e
poucos alunos que estavam escutando, acompanhando vocês, foi 12 aulas que nós tivemos, foi muito
muito importante, muito sério, pra nós e extremamente profícuo. A gente gostou muito, eu quero dizer
que a universidade agradece esse gesto de vocês. Nós vamos entregar um kit da escola pra vocês,
juntamente com uma carta de agradecimento pela presença de vocês aqui, é o mínimo que a gente
pode fazer.
(Entrega dos materiais e conversas gerais)
Nique – Mas o resultado, vocês podem acessar o site da escola, mas é complicado, vou dar
um caminho pra vocês. No site da escola vocês podem procurar por professores, e dentro de
professores está o meu nome, e dentro desse meu nome vai aparecer o link da disciplina. Se vocês
quiserem fazer, tem um caminho mais rápido também. Vai dizer que é ego de argentino, coisa de
argentino, mas se vocês fizerem 3x w, nique.com.br, vai sair direto na página e ali tem a lista de todos
os trabalhos de 10 anos, 2 por ano, de todos os trabalhos que foram feitos e que estão à disposição.
Esse trabalho deve terminar na metade de dezembro, daí pode acessar, e ver esse trabalho sobre a
felicidade. Mas tem os outros, nesse momento são 10 ou 11 anos, são 20 e poucos trabalhos de cada
semestre que a gente fez, é bem interessante, e está a disposição. O caminho mais rápido é 3x w,
nique.com.br e aí acha direto.
Sr. Rogério – É um site de auto-ajuda (risos)
Nique – Dos alunos que tão lá né...
(Termina o grupo focal.)
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ANEXO 3 - QUESTIONÁRIO
Página 1 de 5
N° : ________Página 1 de 5
Felicidade
1. Entrevistador 2. Data 3. Número do questionário
Quebra-gelo - Atividades de Lazer
4. Com que freqüência você pratica atividades físic as? (caminhada, esportes, etc.)
Não pratico Ocasionalmente Uma a 2 vezes por semana
Entre 3 e 5 vezes por semana Mais de 5 vezes por semana Não Sei/Não quero responder
5. Que atividades físicas você pratica?
Ginástica/Academia Hidroginástica Futebol
Caminhada/corrida Dança Yoga
Bocha Natação Vôlei
Basquete Artes marciais Surfe
Tênis Outro Não Sei/Não quero responder
6. Se 'Outro', defina:
Quanto às seguintes atividades,7. Quantas vezes ao ano você vai a shows de música, concertos e teatros?
Nenhuma Menos de uma vez ao ano Sim
Não Sei/Não quero responder
8. Se 'Sim', quantas vezes:
9. Quantas vezes ao mês você vai ao cinema?
Nenhuma Menos de uma vez ao mês Sim
Não Sei/Não quero responder
10. Se 'Sim', quantas vezes:
11. Quantas vezes ao mês você vai a restaurantes (c omo lazer)?
Nenhuma Menos de uma vez ao mês Sim
Não Sei/Não quero responder
12. Se 'Sim', quantas vezes:
13. Quantas vezes ao mês você vai a bares e dancete rias?
Nenhuma Menos de uma vez ao mês Sim
Não Sei/Não quero responder14. Se 'Sim', quantas vezes:
15. Quantas vezes ao mês você vai a parques / praça s?
Nenhuma Menos de uma vez ao mês Sim
Não Sei/Não quero responder
16. Se 'Sim', quantas vezes:
17. Quantas vezes ao ano você vaiaja a lazer?
Nenhuma Menos de uma vez ao ano Sim
Não Sei/Não quero responder
18. Se 'Sim', quantas vezes:
19. Com quem você MAIS costuma fazer essas atividad es de lazer?
Cônjuge/ namorado(a) Familiares Amigos
Sozinho Outros Não Sei/Não quero responder
20. Se 'Outros', defina:
165
Página 2 de 5
N° : ________Página 2 de 5
Felicidade
Felicidade21. O quão feliz na vida você se considera, numa es cala de 1 a 7, sendo 1 NADA FELIZ e 7 EXTREMAMENTE FELIZ.
1 2 3
4 5 6
7 Não sei/Não quero responder
Agora vou lhe apresentar algumas frases que podem i dentificar opiniões que você pode ter ou não sobre a suaprópria vida. Por favor, para cada frase, aponte o seu grau de concordância, selecionando um número d e 1 a 5,sendo 1 Discordo totalmente e 5 Con
Discordototalmente discordo
nãodiscordo,
nemconcordo concordo
Concordototalmente
Nãosei/Nãoquero
responder
22. Estou satisfeito com minha vida.
23. A minha vida está próxima do meu ideal (devida).
24. Minhas condições de vida são excelentes.
25. Até agora eu tenho conseguido as coisasimportantes que eu quero na vida.
26. Se eu pudesse viver a minha vida de novo eunão mudaria quase nada.
27. Considero-me uma pessoa feliz.
Por favor, pense sobre o que você tem feito e senti do nas últimas quatro semanas. Então diga o quanto você sentiu cada um dosseguintes sentimentos, usando a escala abaixo. Para cada item, selecione um número de 1 a 5, sendo 1 M uito raramente ou nunca e
Muitoraramente ou
nunca raramente às vezes frequentemente
Muitofrequentemente
ou sempre
Não sei/Nãoquero
responder
28. Sentimentos Bons
29. Sentimentos ruins
30. Feliz
31. Triste
32. Assustado
33. Contente
34. Furioso
35. Alegre
36. Irritado
Perfil do entrevistado37. Qual a sua ocupação/profissão?
Estudante Profissional liberal / autônomo Funcionário público
Funcionário de empresa privada Proprietário de empresa / empresário Estagiário
Do lar Desempregado Aposentado
Outro Não sei/não quero responder
38. Se 'Outro', defina:
166
Página 3 de 5
N° : ________Página 3 de 5
Felicidade
(SOMENTE PARA AQUELES QUE TRABALHAM/ESTUDAM) Quanto as afirmações abaixo, considerando 1 Discordototalmente e 5 Concordo totalmente, qual o seu grau de concordância quanto o seu trabalho/estudo. MOST RARCARTÃO 2. (Lembrar de trocar afirmações para facul
Discordototalmente discordo
nãodiscordo,
nemconcordo concordo
Concordototalmente
Nãosei/Nãoquero
responder
39. Sinto-me realizado com a profissão que exerço
40. Tenho uma excelente relação com meuscolegas de trabalho
41. Sinto-me motivado para ir trabalhar
42. Meu trabalho é estressante.
43. Sou reconhecido e valorizado pelos meussuperiores no trabalho (professores e colegas).
44. Meu local de trabalho é próximo da minha casa.
45. Qual seu estado civil?
Solteiro Casado/união estável Viúvo(a)
Divorciado/ separado Não sei / Não quero responder
46. Você tem filhos?
Sim Não Não sei/Não quero responder
47. Se 'Sim', defina:
48. Quem mora com você?
Moro Sozinho Família/ outros familiares Cônjuge / Companheiro (a)
Amigos Outro Não sei/Não quero responder.
49. Se 'Outro', defina:
50. Você possui alguma crença religiosa?
Sim Não Não sei/Não quero responder
51. Se sim, Qual?
Católica Evangélica Espírita
Testemunhas de Jeová Budista Umbandista
Candomblé Judaísmo Islamismo
Hinduísmo Outro Não sei/não quero responder.
52. Se 'outro', defina:
53. Você apresenta alguma doença crônica /problema que requer tratamento contínuo (ex. asma, diabetes) ?
Sim Não Não sei/Não quero responder
54. Você já teve algum problema grave de saúde?
Sim Não Não sei/Não quero responder
55. Você fuma?
Sim Não Não sei/ Não quero responder
167
Página 4 de 5
N° : ________Página 4 de 5
Felicidade
Quanto as afirmações a seguir, gostaria que o Sr (a ) indicasse o seu grau de concordância atribuindo v alores de 1 a5, sendo o 1 Discordo Totalmente e 5 Concordo total mente. MOSTRAR CARTÃO 2 - ESCALA DE CONCORDÂNCIA.
Discordototalmente discordo
nãodiscordo,
nemconcordo concordo
Concordototalmente
Nãosei/Nãoquero
responder
56. Geralmente, eu só compro aquilo que preciso(bens materiais). (*)
57. Eu consigo dizer quem é bem sucedido só deolhar o que a pessoa tem.
58. Quando estou triste, faço compras para mesentir melhor.
59. Sou uma pessoa muito simples e não gosto decomprar quase nada.
60. Eu tenho tudo o que preciso para aproveitar avida. (*)
61. Para ser mais feliz, eu preciso conseguircomprar algumas coisas que hoje ainda não posso.
62. Aquilo que uma pessoa tem mostra algumasdas conquistas mais importantes na vida.
63. Eu sinto prazer em fazer compras.
64. Quando o assunto é consumo e bens materiaiseu tento levar uma vida simples.(*)
65. Às vezes eu compro coisas sem muita utilidadee eu até gosto disso.
66. Eu gosto de coisas chiques e luxuosas.
67. Às vezes eu fico um pouco chateado (a) por nãopoder comprar tudo o que gostaria.
68. Sempre consigo manter uma alimentaçãosaudável e balanceada.
69. Estou satisfeito com o meu peso atual.
70. Faço exames médicos/check-ups regularmente.
71. Consigo consultar o dentista na regularidadeque considero adequada.
72. Estou sempre me sentindo mal ou com algumtipo de dor.
73. O ambiente em que vivo me possibilita ter boascondições de saúde.
74. Orar faz com que eu me sinta bem.
75. A religião exerce um papel importante em minhavida.
76. Quando acontece alguma situação difícil emminha vida, busco a solução através de minhareligião.
77. A fé me proporciona segurança e felicidade.
78. Fazer atividades de trabalho voluntário torna aspessoas que o fazem mais felizes.
79. O trabalho voluntário é um hábito em minhavida.
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N° : ________Página 5 de 5
Felicidade
80. Nome do entrevistado (só o primeiro) 81. Sexo (Não perguntar)
Masculino Feminino
82. Qual a sua idade?
83. Qual o seu nível de formação escolar?
Ensino fundamental incompleto Ensino fundamental completo Ensino médio incompleto
Ensino médio completo Ensino superior incompleto Ensino superior completo
Pós graduado Nenhum Não sei/Não quero responder
84. Qual a sua faixa de renda familiar mensal?
Nenhuma Até R$ 500 Entre R$ 500 e R$ 1.000
Entre R$ 1.000 e R$ 1.500 Entre R$ 1.500 e R$ 2.500 Entre R$ 2.500 e R$ 5.000
Entre R$ 5.000 e R$ 10.000 Entre R$ 10.000 e R$ 20.000 Acima de R$ 20.000
Não sei/Não quero responder
85. Telefone
86. Endereço. NÃO PERGUNTAR.
Agradecer e encerrar a pesquisa. Além disso, avisar que os resultados da pesquisa estarão disponíveis, para quem quiseracessar no site da disciplina: www.nique.com.br
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