Relatório Gerencial Do Perfil Epidemiológico Da Unidade ... de Perfil... · Entender quem é o...

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Fundação Hospitalar São Francisco de Assis Relatório Gerencial Do Perfil Epidemiológico Da Unidade Concórdia do Complexo Hospitalar São Francisco Data de entrega do relatório: 15/07 / 2016 Elaborado pelo setor de Governança Clínica Página 1 de 11

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Fundação Hospitalar São Francisco de Assis

Relatório Gerencial Do Perfil Epidemiológico Da Unidade Concórdia do Complexo

Hospitalar São Francisco

Data de entrega do relatório: 15/07 / 2016

Elaborado pelo setor de Governança Clínica

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Sumário:

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3

2 METODOLOGIA ........................................................................................3

3 DISCUSSÃO................................................................................................. 4

4 CONCLUSÃO............................................................................................... 9

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1 - INTRODUÇÃO

A gestão estratégica da assistência é parte fundamental para o desenvolvimento de uma

assistência segura e efetiva.

Para tanto, uma das informações cruciais disponibilizadas é o perfil epidemiológico da

unidade a ser abordada.

Entender quem é o paciente a ser atendido, sob qual circunstância ele chega ao hospital, com

que gravidade, qual a tendência de evolução de sua doença e de que esse paciente esta

morrendo são questionamentos preciosos para traçarmos a estratégia de condução clinica dos

nossos pacientes.

Sob esses preceitos a Governança Clínica desenvolveu o estudo e a definição do perfil clínico

epidemiológico da unidade Concórdia baseada na revisão dos óbitos.

2 – METODOLOGIA

A dificuldade de levantar dados de um Hospital do porte da Unidade Concórdia era uma das

principais dificuldades ao estudo.

Sendo assim a Governança optou em reestruturar a Comissão de Óbitos e definir um perfil

epidemiológico pela gravidade do paciente.

Foi criada uma ferramenta de análise dos óbitos de forma a facilitar as avaliações,

transformando as informações coletadas em uma fonte segura, transparente, fidedigna e

facilmente analisável.

Para análise do perfil de gravidade foram utilizados os scores prognósticos já definidos pela

Governança de utilização no hospital: SAPS 3 e SOFA para o centro de terapia intensiva e

ODIN para a unidade de internação. Definindo-se a gravidade tanto pelo valor absoluto

quanto pela taxa de mortalidade esperada.

Foram observadas as causas de óbito e acompanhadas pelo período.

Foi necessária a estratificação da sepse pelas principais infecções e em primária e secundária.

Diferente do modelo epidemiológico, para avaliação deste estudo, a sepse primária foi

definida como aquela que se apresentava em curso quando da internação do paciente ou nas

primeiras 72 horas de internação. Então a secundaria foi definida como aquela relacionada a

algum procedimento do cuidado assistencial ou desenvolvida após 72 horas de internação,

sendo estratificada por afecção também.

Acompanhamos o desenvolvimento de falência orgânica por sitio de disfunção, para análise

de terapêutica e estratégias definidas.

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Foram relacionados os principais atrasos na assistência prestada para avaliação do impacto

destes no desfecho dos óbitos.

Coletamos e relacionamos os principais eventos adversos encontrados nos óbitos.

Foram coletadas essas informações por três meses criando-se assim uma série histórica,

baseadas em fontes concretas e validadas.

3 – DISCUSSÃO

O primeiro fato a ser considerado é o numero absoluto de óbitos dentro do hospital. São

números muito elevados, sendo necessária sua observação com cuidado. Observamos uma

tendência de queda durante a avaliação, sem, contudo mudar o perfil do paciente.

Faremos a condução desta discussão através da análise de critérios.

3.1 – SEXO

Conclusão: Existe uma prevalência de pacientes femininos nos óbitos analisados.

Figura 01: Gráfico de distribuição da mortalidade por sexo

3.2 – IDADE

Conclusão: A idade média dos pacientes avaliados é elevada.

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Figura 02: Gráfico de distribuição da mortalidade por idade

3.3 – DOENÇAS

Figura 03: Gráfico de distribuição da mortalidade por doenças

Observamos a seguinte prevalência nos óbitos avaliados:

1-SEPSE-66,6% (PRIMARIA: 75,3% e SECUNDARIA: 24,7%)2-NEOPLASIAS-17,6%

3-AVE-4,3%

4-IAM-3,3%

5-TVP/TEP-2 %

6-HDA-1,66%

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Figura 04: Gráfico da distribuição da sepse em primária e secundária

Figura 05: Distribuição da sepse primária

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Figura 06: Gráfico de distribuição da sepse secundária

Sendo:

A-SEPSE PRIMÁRIA: 1-PNM-79,6%

2-ITU-9,3%

3-PARTES MOLES-5%

4-ULCERA INFECTADA-1%

B-SEPSE SECUNDARIA: 1-PAVM-56,6%

2-CVC-19,6%

3-ISC-20%

4-SVD-3,8%

Outra síndrome muito observada foi a síndrome de imobilidade (ou imobilização)

extremamente prevalente com uma media de 68,7 % dos pacientes avaliados, observado no

mês de junho numero muito elevado inclusive na unidade de internação alcançando 72%.

Conclusão: Sepse, assim como na maioria dos hospitais, é a principal causa de óbito no HSF,

tendo a prevalência da pneumonia, com pacientes já infectados ou com a infecção em fase

inicial encaminhados ao hospital.

Todos os fatores de maneira geral são explicados pela síndrome de imobilidade que a grande

maioria dos pacientes apresenta pelo próprio perfil de pacientes graves e ou com fraturas

(perfil ortopédico). Estes pacientes mobilizam pouco secreções (pulmonares e urina), pela

restrição da fratura ou gravidade da doença. Com isso observamos um paciente de alta

dependência de cuidados, com uma complexidade clinica muito elevada.

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3.4- SCORES PROGNOSTICOS OU DE GRAVIDADE

Observamos uma oscilação do ODIN dos pacientes nas unidades de internação de 3,5 a 3,9

(referencia máxima de 6), com uma taxa de mortalidade esperada na internação de 40,1 a 49,6

%. A literatura mostra números esperados de unidade de internação de 5 a 15%. Mesmo se

comparados com níveis esperados de mortalidade nos centros de terapia intensiva de 10 a

35%, observamos uma taxa esperada extremamente alta. O que sugere que talvez esses

pacientes, em sua maioria encaminhados da central de leitos, deveriam estar em ambiente de

terapia intensiva. Observamos muitos pacientes oncológicos em fase suportiva avançada.

Nos centros de terapia intensiva os pacientes observados oscilaram o SAPS 3 médio mensal

de 75,4 a 85 com taxa de mortalidade media mensal de 73,1 a 86,3% , outro numero também

muito elevado,

Quanto ao SOFA médio mensal observamos a variação de 11,3 a 12,8, que nos fala a favor de

um paciente com falência ou injuria de múltiplos órgãos.

Conclusão: Os pacientes encaminhados ao CHSF unidade Concordia são pacientes muito

graves, com alta taxa de mortalidade esperada na internação, muitos já falência orgânica

instalada ou doença terminal.

Figura 04: Gráfico dos escores de gravidade observados no período.

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4- CONCLUSÃO

Concluímos que o HSF unidade concórdia recebe pacientes de alta dependência em seus

cuidados muitos já com outras morbidades associadas aquelas que geraram sua internação e

alguns já apresentando lesão de órgão alvo e falência desenvolvidas por essas morbidades.

Sendo assim podemos especular que o custo e a complexidade de seu cuidado também é

muito maior que inicialmente esperado quando do seu encaminhamento a este nosocômio.

O paciente encaminhado ao HSF deve receber atenção diferenciada com uma estratégia de

condução de seus cuidados muito bem definida, assim como a execução desta estratégia

também muito bem feita e seus riscos muito bem vigiados.

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5 – DECLARAÇÃO DA GOVERNANÇA CLÍNICA

Declaro, para todos os fins, que são verídicas todas as informações contidas no neste

documento.

Belo Horizonte, 01 de agosto de 2016.

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Guilherme Netto Lycarião

Coordenador da Governança

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