Relatório Influência dos Agregados nas suas Aplicações - Danilo Alves Flausino

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   Pontifícia Unive rsidade Católica de Minas Gerai s Campus de Poços de Caldas Curso de Engenharia Civil ateriais de Construção Civil I  INFLUÊNCIA DOS AGREGADOS NAS SUAS APLICAÇÕES Relatório de pesquisa sobre Agregados na área da construção civil realizada como parte da avaliação da disciplina. Aluno: Danilo Alves Flausino Professor responsável: Luiz Antônio dos Reis Poços de Caldas / MG 1 o  semestre de 2011

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Pontifcia Universidade Catlica de Minas Gerais Campus de Poos de Caldas Curso de Engenharia Civil Materiais de Construo Civil I

INFLUNCIA DOS AGREGADOS NAS SUAS APLICAES

Relatrio de pesquisa sobre Agregados na rea da construo civil realizada como parte da avaliao da disciplina.

Aluno: Danilo Alves Flausino

Professor responsvel: Luiz Antnio dos Reis

Poos de Caldas / MG 1o semestre de 2011

INFLUNCIA DOS AGREGADOS NAS SUAS APLICAES

Relatrio de pesquisa sobre Agregados na rea da construo civil realizada como parte da avaliao da disciplina.

Aluno: Danilo Alves Flausino

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RESUMO

O que so Agregados? Agregados so materiais que, no incio do desenvolvimento do concreto, eram adicionados massa de cimento e gua, para dar-lhe corpo, tornando-a mais econmica. Hoje eles representam cerca de oitenta por cento do peso do concreto e sabemos que alm de sua influncia benfica quanto retrao e resistncia, o tamanho, a densidade e a forma dos seus gros podem definir vrias das caractersticas desejadas em um concreto. Devemos ter em mente que um bom concreto no o mais resistente, mas o que atende as necessidades da obra com relao pea que ser moldada. Logo, a consistncia e o modo de aplicao acompanham a resistncia como sendo fatores que definem a escolha dos materiais adequados para compor a mistura, que deve associar trabalhabilidade dosagem mais econmica. Os agregados, dentro desta filosofia de custo-benefcio, devem ter uma curva granulomtrica variada e devem ser provenientes de jazidas prximas ao local da dosagem. Isto implica em uma regionalizao nos tipos de pedras britadas, areias e seixos que podem fazer parte da composio do trao. Com relao ao tamanho dos gros, os agregados podem ser divididos em grados e midos, sendo considerado grado todo o agregado que fica retido na peneira de nmero 4 (malha quadrada com 4,8 mm de lado) e mido o que consegue passar por esta peneira. Podem tambm ser classificados como artificiais ou naturais, sendo artificiais as areias e pedras provenientes do britamento de rochas, pois necessitam da atuao do homem para modificar o tamanho dos seus gros. Como exemplo de naturais, temos as areias extradas de rios ou barrancos e os seixos rolados (pedras do leito dos rios). Outro fator que define a classificao dos agregados sua massa especfica aparente, onde podemos dividi-los em leves (argila expandida, pedra-pomes, vermiculita), normais (pedras britadas, areias, seixos) e pesados (hematita, magnetita, barita). Devido importncia dos agregados dentro da mistura, vrios so os ensaios necessrios para sua utilizao e servem para definir sua granulometria, massa especifica real e aparente, mdulo de finura, torres de argila, impurezas orgnicas, materiais pulverulentos, etc. Definio de Agregados Material granular, sem forma e volume definidos, geralmente inerte, de dimenses e propriedades adequadas para uso em obras de engenharia. Ex: Rochas britadas, seixos rolados, materiais de jazidas provenientes de alteraes de rocha.

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Aplicao: Lastro de vias frreas, bases para calamentos, adicionados aos solos para pavimentao, composio de revestimentos betuminosos, e confeco de argamassas e concretos.

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INTRODUO

A NBR 9935 (ABNT, 1987) define agregado como o material granular ptreo, sem forma ou volume definido, a maioria das vezes quimicamente inerte, obtido por fragmentao natural ou artificial, com dimenses e propriedades adequadas a serem empregados em obras de engenharia. Os agregados so produzidos a partir de britagem de macios rochosos (pedra britada, p de pedra) ou da explorao de ocorrncias de material particulado natural (areia, seixo rolado ou pedregulho). A principal aplicao dos agregados na fabricao de concretos e argamassas onde, em conjunto com um aglomerante (pasta de cimento portland / gua), constituem uma rocha artificial, com diversas utilidades em engenharia de construo, cuja principal aplicao compor os diversos elementos estruturais de concreto armado (lajes, vigas, pilares, sapatas, etc). Alm do uso em concreto e argamassas, os agregados apresentam outras aplicaes no campo da engenharia, tais como: base de estradas de rodagem, lastro de vias frreas, elemento filtrante, jateamento para pintura, paisagismo, etc. Segundo BAUER (1979), o estudo dos agregados deve ser considerado imprescindvel em um curso de tecnologia do concreto, tendo em vista que de 70 a 80% do volume do concreto constitudo pelos agregados, bem como o material menos homogneo com que se lida na fabricao do concreto e das argamassas. A principal aplicao dos agregados, seja a areia ou a pedra, na fabricao do concreto de natureza econmica, tendo em vista tratarem-se materiais de baixo custo unitrio, inferior ao do cimento. No entanto, os agregados possibilitam que algumas outras propriedades da rocha artificial a ser formada apresentem melhor performance, tais como: reduo da retrao da pasta de cimento, aumento da resistncia ao desgaste, melhor trabalhabilidade e aumento da resistncia ao fogo.

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DESENVOLVIMENTO

Os agregados so relativamente baratos e no entram em complexas reaes qumicas com a gua. Por isso, tm sido comumente tratados como material de enchimento inerte do concreto. No entanto, devido a uma melhor compreenso do papel desempenhado pelos agregados na determinao de muitas propriedades importantes do concreto, a viso tradicional do agregado como um material inerte vem sendo seriamente questionada. As caractersticas relevantes do agregado para a composio do concreto incluem: porosidade, composio ou distribuio granulomtrica, absoro de gua, forma e textura superficial, resistncia compresso, mdulo de elasticidade e tipo de substncias deletrias presentes. Essas caractersticas resultam da composio mineralgica da rocha fonte (que afetada pelos processos geolgicos de formao da rocha), das condies de exposio a que a rocha foi submetida antes de produzir o agregado e do tipo de equipamento utilizado para a produo do agregado.

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Agregados minerais naturais que abrangem cerca de 90% do total de agregados para a produo do concreto so descritos mais detalhadamente. Devido a seu maior potencial de uso, os agregados oriundos de rejeitos industriais, como a escria de altoforno, cinzas volantes, resduos selecionados de rejeitos urbanos e concreto reciclado, tambm so descritos aqui. Por fim, as principais caractersticas de agregado que so importantes para a produo do concreto so mais minuciosamente abordadas. O termo agregados para a construo civil empregado no Brasil para identificar um segmento do setor mineral que produz matria-prima mineral bruta ou beneficiada de emprego imediato na indstria da construo civil. So basicamente a areia e a rocha britada. O termo emprego imediato na construo civil que consta da legislao mineral para definir uma classe de substncias minerais no muito exato, j que nem sempre so usadas dessa forma. Muitas vezes entram em misturas tais como o concreto e a argamassa antes de serem empregadas na construo civil. A ABNT NBR 7211 fixa as caractersticas exigveis na recepo e produo de agregados, midos e grados, de origem natural, encontrados fragmentados ou resultante da britagem de rochas. Dessa forma, define areia ou agregado mido como areia de origem natural ou resultante do britamento de rochas estveis, ou a mistura de ambas, cujos gros passam pela peneira ABNT de 4,8 mm e ficam retidos na peneira ABNT de 0,075 mm. Define ainda agregado grado como pedregulho ou brita proveniente de rochas estveis, ou a mistura de ambos, cujos gros passam por uma peneira de malha quadrada com abertura nominal de 152 mm e ficam retidos na peneira ABNT de 4,8 mm. Mineraes tpicas de agregados para a construo civil so os portos-de-areia e as pedreiras, como so popularmente conhecidas. Entretanto, o mercado de agregados pode absorver produo vinda de outras fontes. No caso da areia, a origem pode ser o produtor de areia industrial ou de quartzito industrial, ambas geralmente destinadas s indstrias vidreira e metalrgica. No caso da brita, pode ser o produtor de rocha calcria usada nas indstrias caieira e cimenteira. Nestes casos, em geral, parcela da produo que no atinge padres de qualidade para os usos citados e destinada a um uso que no requer especificao to rgida. As propriedades fsicas e qumicas dos agregados e das misturas ligantes so essenciais para a vida das estruturas (obras) em que so usados. So inmeros os exemplos de falncia de estruturas em que possvel chegar-se concluso que a causa foi a seleo e o uso inadequado dos agregados. Considerado como produto bsico da indstria da construo civil, o concreto de cimento portland utiliza, em mdia, por metro cbico, 42% de agregado grado (brita), 40% de areia, 10% de cimento, 7% de gua e 1% de aditivos qumicos. Como se observa, cerca de 70% do concreto constitudo de agregados. Decorre da a importncia do uso de agregados com especificaes tcnicas adequadas. Na Tabela 1, Sbrighi [1] correlaciona algumas das caractersticas dos agregados s principais propriedades do concreto.

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O uso de agregados inadequados tem causado rpida deteriorao de concreto de cimento portland em condies severas de temperatura. Pelo mesmo motivo, o material ligante em pavimento asfltico pode se descolar das partculas dos agregados, provocando rpida deteriorao do pavimento. Portanto, uma seleo adequada dos agregados essencial para atingir a uma desejada performance da estrutura. Produtores de agregados para uso em construo civil devem dar uma ateno especial ao controle de qualidade dos agregados. Este precisa ter propriedades que: Garantam construo cumprir a funo desejada durante um perodo projetado. Exemplo: um pavimento precisa funcionar como um sistema de suporte para uma carga de trfego solicitada, oferecendo as condies necessrias para garantir sustentao e fluxo para uma operao segura, econmica e confortvel dos veculos. Permitam aos agregados serem manipulados e manuseados satisfatoriamente durante a construo. Mesmo que os agregados possam ter propriedades que permitam ao sistema em que sero usados funcionarem satisfatoriamente, precisam tambm possuir certas caractersticas que so ditadas pelos processos construtivos. Os agregados devem possuir propriedades que lhes permitam ser manuseados satisfatoriamente durante: Transporte e estocagem;

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Mistura dos agregados com o ligante ou outros agregados; Colocao da mistura; Compactao ou cura da mistura;

Os agregados no so os nicos elementos fsicos que influenciam a habilidade de um sistema em cumprir suas funes previstas. As caractersticas dos ligantes como o asfalto e o cimento portland e a interao entre o ligante e os agregados tem tambm significativa influncia na performance do sistema. Os nveis reais de cada uma das propriedades necessrias dos agregados so influenciados pela forma como os agregados so utilizados no sistema. Muitas das propriedades dos agregados, como por exemplo, a resistncia, so exigidas em um nvel mnimo independentemente do seu uso. Agregados usados em concreto asfltico no necessariamente precisam ter as mesmas propriedades daqueles que so usados no concreto de cimento portland. Propriedades diferentes freqentemente so requeridas para diferentes usos finais. Por exemplo, agregados reativos podem constituir-se em um problema significativo em concreto de cimento portland, mas no constituem problema para o concreto asfltico. Agregados reativos so aqueles que possuem componentes que interagem com o ligante, resultando em uma expanso deletria da mistura. Na Frana, 35% da quantidade produzida de agregados so destinados construo de prdios, sendo a metade para moradias; 45% vo para a construo de novas vias pblicas e manuteno das existentes; o restante, 20%, so utilizados em outros tipos de construes. Metade da produo consumida na preparao do concreto usado para vrios fins e, da outra metade, uma parte consumida na mistura com o betume (concreto asfltico) e outra consumida in natura (base de pavimentao, enrocamento, lastro, etc.). A construo de moradias consome de 100 a 300 toneladas de agregados; um prdio (hospital, escola, etc.), de 2.000 t a 4.000 t; um quilmetro de via frrea consome em torno de 10.000 t e um quilmetro de auto-estrada, cerca de 30.000 t. Levantamento da Fundao Instituto de Pesquisas Econmicas da Universidade de So Paulo FIPE para o projeto Diretrizes para a Minerao de Areia na Regio Metropolitana de So Paulo constatou que, em auto-construo, uma unidade bsica de 35 m consome 21 toneladas de agregados; em habitaes populares, uma unidade bsica de 50 m consome 68 t; um edifcio pblico de 1.000 m, 1.360 t; escola padro de 1.120 m, 1.675 t; em pavimentao urbana, um quilmetro de via pblica de 10 m de largura consome entre 2.000 t a 3.250 t; um quilmetro de estrada vicinal, 2.800 t; uma estrada pavimentada normal, cerca de 9.500 t por quilmetro. Por serem produtos de baixo valor e constiturem recursos minerais dos mais acessveis populao, a possibilidade de substituio da areia e brita por outros produtos naturais ou industrializados quase nula. Eventualmente, pode ocorrer sua substituio em algum processo na construo civil. Prdios podem ser construdos utilizando-se estruturas metlicas em vez do concreto. A tradicional divisria de argamassa e tijolos pode ser substituda por produtos feitos com gesso, madeira compensada ou plstico. Outros exemplos poderiam ser listados. Nos ltimos anos, a necessidade de reciclar os entulhos da construo civil criou a possibilidade de que parte dos produtos resultantes desse processo viesse a substituir o agregado natural. Na Europa e nos Estados Unidos, a participao de produtos reciclados ainda limitada, mas tem crescido continuamente.

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Outros possveis substitutos para a brita so as escrias siderrgicas (alto-forno e aciaria). A produo brasileira destes produtos da ordem de 11 milhes de toneladas anuais, em grande parte consumidas pela indstria cimenteira como aglomerantes. Apesar do crescimento da aplicao a literatura registra inmeras patologias, decorrendo da a necessidade de estudos visando o estabelecimento de normas seguras para a aplicao desses produtos. Outro substituto da brita o cascalho. Para a areia, os finos de pedreiras. Nos captulos referentes a areia e cascalho e a pedra britada do Anurio Mineral dos Estados Unidos, seus autores a eles se referem dizendo tratar-se de recursos minerais dos mais acessveis humanidade e serem as mais importantes matrias primas usadas na construo civil. Afirmam ainda que, embora sejam produtos de baixo valor unitrio, os agregados para a construo civil constituem-se em um importante indicador da situao econmica e social da Nao (americana). Basta citar ainda que o concreto depois da gua o segundo material mais consumido em volume pela humanidade. Que se trate de um importante indicador da situao econmica e social de um pas, os nmeros apresentados no deixam dvidas. Enquanto os EUA consomem anualmente por habitante cerca de 7,5 t de agregados para a construo civil e a Europa Ocidental, de 5 a 8 t por habitante/ano, no Brasil o consumo est pouco acima de 2 t. Os reflexos deste baixo consumo, de uma matria prima to barata, so facilmente observveis. H um enorme dficit habitacional, uma malha rodoviria que no suporta a demanda crescente e, em conseqncia, os custos de transporte so astronmicos, doenas tpicas de falta de saneamento bsico esto por toda parte, etc. Enfim, faltam condies mnimas para uma vida digna para a maioria da populao. Evidentemente, o baixo consumo desses materiais bsicos conseqncia da falta de capacidade de investimento e da condio de um pas com baixa renda per capita. Mesmo dentro do pas, os nveis de consumo de agregados tm diferenas significativas. O consumo no Estado de So Paulo, o mais desenvolvido do pas chega a 4,5 t/hab/ano, enquanto em regies metropolitanas como Fortaleza e Salvador no atinge 2 t/hab/ano, o que demonstra que o consumo de agregados tem clara relao com a renda per capita e com a capacidade de poupar e investir. Deve ser ressaltado tambm que, embora utilize os mesmos equipamentos e o modus operandi de uma minerao, a extrao de areia e rocha para britagem nem sempre reconhecida como uma minerao tpica, tais como a extrao de minrio de ferro e outros metais ou do carvo mineral, fosfato, diamante, etc. Muitas vezes, isso se reflete em legislao mineral restritiva, de escopo menos abrangente, em que a deciso para sua instalao fica em nveis administrativos mais baixos. Essa forma de ser encarada traz no raras vezes srios problemas para o setor, tais como necessidade de licenciamentos mais freqentes, direitos de anterioridade no reconhecidos, alvo de aes de desapropriao, dificuldades na obteno de financiamento, injunes polticas de toda sorte, etc. As estatsticas sobre produo refletem bem o tratamento discriminado que o setor recebe. Muitos produtores ainda produzem de forma informal, isto , no totalmente legalizados perante a legislao mineral. Na medida em que so legalizados, os dados sobre produo tendem a se aproximar das estimativas do mercado produtor, base da informao do Anurio Mineral Brasileiro. Isto ocorreu em primeiro lugar com os produtores de brita, que so em menor nmero, enfrentam menores restries ambientais e, em conseqncia, tm uma vida til mais longa. Nos ltimos anos, com as regies produtoras de areia resolvendo seus problemas com os agentes ambientais, um nmero expressivo de empresas regularizado com conseqente melhoria dos valores estatsticos. Se na legislao mineral as extraes de areia e pedra no so consideradas

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mineraes, quando se trata da questo ambiental, no raramente so consideradas como altamente danosas, comparvel s mineraes ditas tpicas. As exigncias e restries passam a ser as mesmas destas, embora suas conseqncias para o meio ambiente sejam muito menores. 3.1. Problemas ambientais Segundo SILVA FILHO et al. (2002), o concreto um dos materiais de construo mais utilizada pelo homem, sendo que mais de 70% constitudo por agregados, o que torna relevante a preocupao com a extrao de agregados naturais. JONH (2000) comenta que cerca de 210 milhes de toneladas de agregados so consumidos anualmente no Brasil, somente na produo de concretos e argamassas. A extrao de areia e pedra britada para uso na construo civil constitui uma atividade mineradora, e como acontece, normalmente, com toda atividade de minerao, trata- se de empreendimento exploratrio que degrada o meio ambiente. No entanto, se no houver areia e brita a indstria da construo civil torna-se invivel, constituindo grave problema econmico e social, j que se trata de grande empregadora de mo de obra e o dficit habitacional tenderia a aumentar com o aumento populacional. Logo h que se ter bom senso e fiscalizao dos rgos competentes (IBAMA1, DNPM2, Secretarias Estaduais de Meio Ambiente, etc.). Os principais impactos ambientais causados pela extrao mineral de agregados so: Alterao da paisagem; Supresso da vegetao, principalmente da mata ciliar; Alterao na calha dos cursos dgua; Instabilidade de margens e taludes; Turbidez da gua; Lanamento de efluentes. 3.2. Processos de extrao e produo A atividade de minerao ligada construo civil concentra-se, sobretudo, na extrao de areia e brita utilizada como agregado para a fabricao de concreto, de argilas com aplicao na indstria de cermica e de rochas calcrias utilizadas na indstria cimenteira. As principais rochas utilizadas para a produo de pedra britada so: granito e gnais (85%), calcrio e dolomito (10%) e basalto e diabsio (5%). A areia a substncia mineral proveniente da decomposio de rochas, principalmente granticas, compondo-se de gros arredondados de quartzo, podendo conter ainda, em diversas propores, gros de outros minerais (feldspato, mica, etc).

3.2.1 Pedra A pedra, para uso como agregado grado em construo civil, pode ser classificada como natural (pedregulho ou seixo rolado, cascalho) e artificial (pedra britada, argila expandida, escria, etc). Neste item do trabalho descrita a obteno da pedra britada, por ser o agregado grado de uso mais difundido para a confeco do concreto. A pedra britada obtida em uma unidade industrial / mineradora chamada pedreira, onde ocorre a desintegrao, por exploso controlada, da rocha que d origem

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brita (granito, gnais, basalto, etc). Aps a detonao da rocha matriz, grandes mataces so transportados para serem triturados em equipamento chamado britador (razo do nome pedra britada). Por fim, a brita passada em peneiras onde classificada de acordo com sua granulometria (brita 1, 2, 3, etc). A figura 1 mostra uma pedreira produtora de brita com suas diversas etapas de produo. 3.2.2. Areia A areia, usada como agregado mido para emprego em argamassas e concretos, pode ser classificada como natural (rios, minas, vrzeas) e artificial (resduo fino de pedreiras p de pedra). A areia extrada em unidades de minerao chamadas de areais ou portos de areia, podendo ser extrada do leito de rios, depsitos lacustres, veios de areia subterrneos (minas) ou de dunas. A maior parte da areia produzida no Brasil de leito de rios ou extrada de minas, com formao de cavas inundadas pelo lenol fretico. A areia juntamente com a gua bombeada para silos suspensos, ou ento, acumulada no terreno, para posteriormente ser embarcada em caminhes basculantes com destino ao distribuidor ou ao consumidor final. 3.3. Classificao tecnolgica do agregado Os agregados para uso em argamassa e concreto tm diversas classificaes, as quais so apresentadas a seguir. Classificao quanto origem Quanto origem os agregados so classificados como natural ou artificial. O natural aquele que encontrado na natureza em estado de ser utilizado ou que necessita de pequeno processamento. Como exemplos, pode-se citar a areia lavada e o seixo rolado (pedregulho) extrado de rios, areia de mina (cava), areia de duna, areia de barranco, jazida de solo pedregulhoso, escria vulcnica, pedra pome, etc. O agregado artificial aquele que aps sua extrao da natureza sofre um processo de industrializao com objetivo de atingir propriedade especfica (granulometria, por exemplo). Pode-se citar como agregados artificiais a pedra britada, p de pedra (areia artificial), vermiculita, prolas de isopor, cinzas volantes, argila expandida, escria de alto forno, etc. Os agregados mais usados para fabricao de concreto e argamassa so as areias naturais quartzosas, principalmente a areia lavada proveniente de portos de areia (areais), e a pedra britada proveniente de pedreiras. O seixo rolado, a argila expandida e o p de pedra (areia artificial) apresentam propriedades mecnicas que permitem sua utilizao como agregados de concreto estrutural. No entanto, outros agregados citados no podem ser usados em funo estrutural, dando, porm, caractersticas especiais aos concretos e argamassas, como por exemplo, a vermiculita ou prolas de isopor que conferem leveza e baixa condutibilidade trmica ao material. Merece comentrio especial a utilizao crescente de finos de britagem no concreto estrutural, face ao crescimento do consumo de areia natural, s restries ambientais, exausto de reservas prximas aos grandes centros consumidores e ao incremento dos custos de transportes. O resduo fino oriundo de pedreiras, chamado p de pedra, apresenta uma granulometria que compromete o custo, a trabalhabilidade e a resistncia do concreto, devido necessidade de grande adio de gua mistura. Pesquisas esto sendo feitas com o objetivo de reduzir a quantidade de material pulverulento,

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resultando no desenvolvimento de sistemas de lavagem e classificao que permitam o aparecimento da areia brita. A areia brita apresenta contedo de material pulverulento menor que o encontrado no p de pedra e granulometria mdia estvel e, desde que misturado s areias naturais, mostra desempenho interessante quanto ao consumo de cimento. A razo da necessidade da adio de areia natural mistura deve-se forma angulosa da areia artificial produzida, o que dificulta a trabalhabilidade do concreto empregado. O uso de areia artificial com adio de areia natural hoje tcnica bastante difundida entre as empresas concreteiras (TERRA, 2003). Classificao quanto massa especfica Os agregados classificam-se em leves, normais ou pesados conforme sua massa especfica aparente () fique dentro dos seguintes limites: leves < 1000 kg/m3, por exemplo vermiculita, prolas de isopor, argila expandida, pedra pome, etc; normais 1000 kg/m3 < < 2000 kg/m3, por exemplo, areia quartzoza, brita e seixos rolados granticos; pesados > 2000 kg/m3, por exemplo, brita de barita e magnetita.

Como cerca de 70 a 80% do volume do concreto constitudo pelos agregados, esta propriedade permite que sejam fabricados concretos com diversas aplicaes, conforme sua massa especfica seja maior ou menor. O concreto normal de uso estrutural, confeccionado com areia lavada quartzoza e brita de granito, possui massa especfica da ordem de 2200 a 2500 kg/m3, conforme se trate de concreto simples ou concreto armado. O concreto e a argamassa leve, com massa especfica inferior a 2000 kg/m3, normalmente, no tm aplicao estrutural3, sendo usado, no entanto para reduo de cargas permanentes e isolamento trmico e acstico. Os concretos pesados so usados em condies especiais, possuindo massa especfica superior a 2500 kg/m3, em estruturas que necessitam de alto grau de isolamento tais como: edifcios de conteno de reator nuclear e escudo biolgico. Classificao quanto composio mineralgica O conhecimento da natureza dos agregados de fundamental importncia para a fabricao de concretos e argamassas. Os agregados so, com freqncia, considerados inertes, embora em alguns casos possuam caractersticas fsico-qumicas (modificao de volume por variao de umidade) e qumicas (reao com os lcalis do cimento) que influem diretamente na qualidade final das argamassas e concretos produzidos. Por exemplo, quando do emprego de rocha calcrea e de escria de alto forno como agregado, podem ocorrer reaes qumicas expansivas entre o agregado e o cimento, principalmente em meio mido, devido reao entre lcalis do cimento e a slica no cristalizada do agregado, bem como, a reao dos lcalis do cimento com o carbonato de magnsio de certos calcreos dolomticos. Em relao composio mineralgica, os agregados podem ser provenientes da decomposio de trs tipos de rochas:

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gneas: So as rochas que se formaram pelo resfriamento e endurecimento de minerais em estado de fuso. Podem apresentar estrutura cristalina ou ser amorfas, de acordo com a velocidade de resfriamento. Resultantes de atividades vulcnicas so tambm conhecidas como rochas magmticas. Seu componente principal a slica. Quimicamente, so as mais ativas. Por exemplo: granito, basalto e pedra-pomes; Sedimentares: So as rochas estratificadas em camadas, que se originaram da fragmentao de outras rochas. Por exemplo: calcrio, areia, cascalho, arenito e argila; Metamrficas: So as rochas que se originaram da ao de altas temperaturas e fortes presses sobre rochas profundas, sem que ocorresse fuso do material original. So, portanto, resultantes da metamorfose de rochas gneas ou de rochas sedimentares. Por exemplo: gnais, mrmore, ardsia e pedra-sabo. Classificao quanto dimenso dos gros O agregado chamado de grado quando pelo menos 95% de sua massa retida na peneira de malha 4,8 mm e passa na peneira 152 mm, conforme definido na NBR7211 (ABNT, 1982). A tabela 1 apresenta a classificao dos agregados grados conforme apresentado na NBR-711 e a NBR-7225 (ABNT, 1982), bem como a classificao comercial comumente utilizada pelas pedreiras.

Tabela - Classificao do Agregado grado quanto dimenso*:

* Os valores de dimetro mximo variam ligeiramente entre autores (valores citados devem ser considerados nominais, para fazer a classificao granulomtrica correta ver item 4.1.)

A escolha da dimenso do agregado grado funo da dimenso da pea a ser concretada (geometria da estrutura), bem como da densidade de armadura da seo transversal. Deve-se usar o maior tamanho possvel do agregado, obedecendo s limitaes seguintes: menor que1/4 da menor dimenso da pea em planta; menor que1/3 da espessura, para lajes; menor que 1,2 x (espaamento vertical entre as armaduras);

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menor que 0,8 x (espaamento horizontal entre as armaduras); menor que 1/3 do dimetro da tubulao (para concreto bombeado). Na figura abaixo so mostradas fotos de amostras de pedra britada de rocha grantica, com granulometria variando de brita 0 a brita 3.

Figura 1 Agregado grado (pedra grantica britada). O agregado chamado de mido (areia natural ou resultante de britamento de rochas estveis) quando os gros passam na peneira de malha 4,8 mm e ficam retidos na de 0,075 mm. A tabela 2 apresenta a classificao dos agregados midos conforme apresentado na NBR-7211 (ABNT, 1982), enquanto, na figura 4, so mostrados exemplos de areias de granulometria grossa e mdia. Tabela Classificao do Agregado mido quanto dimenso.

Figura 2 Agregado mido (areia quartzoza lavada).

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CONCLUSO De acordo com a pesquisa realizada, foi concludo que: Os agregados so importantes

materiais no dia-a-dia de um Engenheiro Civil, tendo em vista que os mesmos so indispensveis no campo da Construo Civil, participando ativamente de qualquer obra e sendo parte considerada da composio delas, agindo como um integrante de grande influncia.

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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

1. http://www.ime.eb.br/~moniz/matconst2/conc02.pdf; Acessado dia 07/04/2011, s 16h: 12min.

2. http://www.portaldoconcreto.com.br/cimento/concreto/agregado.html; Acessado 07/04/2011, s 16h: 54min.

dia

3. http://simineral.org.br/arquivos/AgregadosparaConstruoCivilFernandoMendesValverd e.pdf; Acessado dia 09/04/2011, s 18h: 28min.

4. Concreto: Mehta, P. Kumar; Monteiro, Paulo J. M., Microestrutura, propriedades e materiais, 3 Edio, PP 259-288, Ibracon, So Paulo 2008. 5. Apostila: Materiais de Construo Civil I (Notas de Aula); CRC: Aula rede, PUC Minas/Poos de Caldas; Prof. dos Reis, Luiz Antnio. 6. Prof. Rodrigues, Edmundo, Material em Construo, Captulo 1, Agregados, PP 1-18, Brasil.

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