Relatório JP 17.10.14.docx
-
Upload
danielfrank -
Category
Documents
-
view
225 -
download
0
Transcript of Relatório JP 17.10.14.docx
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
Centro de Psicologia Aplicada
RELATÓRIO PSICOLÓGICO PARCIAL
1. IDENTIFICAÇÃO
1.1 Interessado
Paciente: João Pedro – 7 anos
Responsáveis: Vanesca (Mãe)
1.2 Relatores
Estagiários responsáveis: Claudineia Ferreira, Daniel Feliciano;
Supervisor: Marcelo Soares da Cruz. CRP: 06/68272.
1.3 Assunto
No dia 17 de Outubro realizamos mais uma sessão com o João Pedro. O atendimento
foi realizado em dupla, no consultório 07, estavam presentes os alunos Claudineia
Ferreira E Daniel Feliciano. Nosso grupo permanece dividido, pois as alunas Tamires
Luz e Pamela Santos passaram a conversar com a Vanesca para que possamos levantar
mais informações que nos ajudem a compreender o que se passa como João Pedro.
2. DESCRIÇÃO DA DEMANDA
O aluno Daniel vai até a recepção buscar o João Pedro. Os dois como de costume
sobem a escada de forma rápida parecendo competir um com o outro. João sempre
estimula o estagiário a competir com ele.
ÁREA: Psicodiagnóstico InterventivoPRONT. Nº 4471
1
Os dois chegam ao consultório, onde a aluna Claudineia já estava esperando. Assim
que chegou João tirou os sapatos e nos pediu para brincar com ele de queimada.
Começamos a brincadeira, e como das outras vezes João se divertia muito, brincava,
vibrava e dava muitas risadas... Após alguns minutos brincando de queimada, ele se
cansou e pediu para brincar de “goleiro”, e designou que a estagiária Claudineia ficasse
no gol e ele e o estagiário Daniel seriam os jogadores. Brincamos por mais um tempo.
Depois o estagiário Daniel ficou sendo o goleiro. Depois de um tempo João pediu para
brincarmos com ele de “bobinho”, e mais uma vez ele escolheu a estagiária Claudineia
para ser o “bobinho”.
Durante a brincadeira todos tiveram que ficar pelo menos uma vez como
“bobinho”, porém na vez do João ele não quis continuar brincando.
Ele se sentou diante da caixa lúdica e pegou os materiais para desenhar e pintar.
João pegou algumas sulfites e notou que não tinha pincel na caixa lúdica, e pediu
para que o Daniel buscasse um para ele. Daniel saiu do consultório e para ver se
encontrava os pincéis. Enquanto o isso João contou para estagiária que iria para Praia
com seu avô no final de semana, perguntamos quem mais iria com ele, e João nos
respondeu dizendo que iam apenas e ele e seu avô porque sua avó estava doente e sua
mãe iria trabalhar.
O Daniel retornou para sala com os pincéis e algumas tintas. João começou a pintar,
ele tentava desenhar diamantes, perguntou para nós se sabíamos como desenhar um e
qual a cor do diamante.
Nós perguntamos a ele aonde ele tinha visto diamantes e se ele sabia qual o seu
significado. João respondeu apenas que não sabia, mas que os meninos da escola dele
ficava desenhando diamantes com canetinha no braço e na mão. Após algumas
tentativas de fazer um diamante João desenhou um barco, mas sempre dizendo que
estava errado ou feio, e em seguida pedia outra folha em branco.
O estagiário Daniel propôs o jogo do rabisco para o João. Ele fazia um traço e o
João fazia outro. Os dois brincaram um pouco e João se interessou pelo jogo. O
estagiário Daniel incluiu a estagiária Claudineia no jogo e nos três brincamos juntos
usamos uma folha em branco e giz de cera.
Em determinado momento do jogo João Pedro fez um desenho e começou a dar
risadas, perguntamos do que ele estava rindo e ele nos respondeu “Meu desenho ficou
parecendo uma “bunda””. Nas jogadas que se seguiram João continuou desenhando a
mesma coisa, sempre dando muita risada.
2
Quase no final da nossa sessão João voltou a desenhar com a tinta. Ele pediu para
fazermos um barco junto com ele, mas cada um iria desenhar uma parte. Em
determinado momento João virou a folha de ponta cabeça e disse que estava parecendo
um rosto. Ele fez um nariz e os cabelos. Após terminar o desenho, pediu para que nos
guardássemos o desenho porque na próxima semana ele o entregaria para a sua mãe.
Restavam apenas sete minutos para acabar nosso horário com o João, e ele quis
aproveitar jogando bola. Em seguida descemos com ele até a recepção onde estava a sua
mãe Vanesca e o Tio Marcelo.
3. PROCEDIMENTO
Consulta terapêutica – Psicodiagnóstico Interventivo.
4. ANÁLISE
Diferente da sessão que tivemos com o João a quatro semanas atrás, onde ele se
mostrou insatisfeito com nossos encontros usando a fala: “... Tá ficando chato”,
percebemos que ele está muito mais animado nas últimas sessões, ele continua se
comunicando pouco através da linguagem, mas aprendeu novas formas de brincar
conosco e de nos incluir em suas brincadeiras. Levantamos a hipótese de que a fala de
João “Tá ficando chato” era mais um apelo interno por atenção e uma tentativa de se
comunicar mais.
João descobriu o dominó na caixa lúdica, neste jogo ele define a regra do jogo,
define quem joga primeiro e também se diverte. Durante as partidas de dominó ele traz
para sessão alguns assuntos relacionados à sua rotina na escola ou na sua casa. Até o
momento são conteúdos sem muita relevância, mas que ouvimos e interagimos com ele
a fim de favorecer um ambiente saudável e de confiança, para que assim ele possa trazer
conteúdos mais significantes que possa nos ajudar a entende ló e futuramente fazer uma
devolutiva e um prognóstico mais eficaz.
Notamos que João não aceita perder de forma alguma nos jogos que ele mesmo
propõe. Ele muda as regras, ele passa a vez de alguém para jogar primeiro faz de tudo
3
para sempre ganhar. Refletindo sobre essa atitude, levantamos a hipótese de João estar
buscando seu lugar, buscando mostrar para nós e para si mesmo que ele é bom.
Sentimos que João durante as sessões precisa nos mostrar suas qualidades e seus
potenciais de forma a reconhecer o valor da sua existência. Oaklander, 2006 afirma que
o terapeuta deve oferecer experimentos de auto nutrição que visam “limpar” as
introjeções que carregam mensagens negativas sobre si. O psicólogo pode proporcionar
para criança momentos em que ela possa se sentir especial e em um lugar que de fato é
dela.
E nos estamos trabalhando em cima disso, deixamos que João ganhe os jogos,
brincamos do que ele pede e deixamos que ele altere as regras do jogo mesmo quando
isso irá favorece ló.
A respeito dos desenhos que ele produz levantamos a hipótese de ser um possível
reflexo da vida dele. João sempre diz que seus desenhos estão errados, feios e que
precisa de uma nova sulfite para tentar novamente. Quando ele usa as tintas, ele sempre
mistura todas as cores possíveis para ver qual cor ele terá no final, e por fim seus
desenhos são apenas borrões escuros e com traços profundos, que muitas vezes chegam
a rasgar a folha. Hipoteticamente esses desenhos podem ser pequenas descargas de
tensão, e que o que ele expõe com as tintas misturadas e com os borrões sejam seus
próprios sentimentos e angustias. Se levarmos em consideração a história que a Mãe do
João traz para as sessões e até mesmo na Entrevista Inicial, notamos que de fato a vida
do João é conturbada. João não tem um lugar na família, e tudo que sabe de si, é de
certo modo confuso, pois ele não tem a referência de um Pai, mas tem uma mãe que em
determinada situação divide a mesma cama com ele, com o Tio Rico e com o Tio
Marcelo que são pessoas que o João não tem uma definição de quem são de fato.
5. CONCLUSÃO
4
Psicodiagnóstico em andamento.
Aluna: Claudineia Ferreira Mendes
RA: A949AD-9
Aluno: Daniel Frank Feliciano
RA: AG4494-A
___________________________________
Marcelo Soares da cruz
Supervisor Responsável
CRP: 06/68272
6. BIBLIOGRAFIA
OAKLANDER, V. Hidden treasure: a map to the child´s inner self.London: Karnac, 2006.
WINNICOTT, D. W. (1972/1991). Holding e interpretação. São Paulo: Martins Fontes.
5