relatório orgânica
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UNIOESTE- UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CECE- CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS
CURSO DE GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA QUÍMICA
SEPARAÇÃO DE UMA MISTURA DE COMPOSTOS POR EXTRAÇÃO DESCONTÍNUA
BRUNA CRISTINA GONÇALVES
BRUNA LARIANE DE MEDEIROS
TAMARA LARISSA WILHELM
TIAGO FERREIRA
YOHANA TORQUATO
TOLEDO-PR
2013
1. INTRODUÇÃO
O processo de extração, ou seja, a separação, com solventes é
empregada quando se quer isolar uma substância que se encontra dissolvida
em outra substância líquida. Às vezes, a substância a isolar está misturada
com um sólido insolúvel nos solventes orgânicos. O processo também é
empregado quando se deseja retirar de uma substância as impurezas nela
contidas.
Existem duas técnicas de extração: continua ou descontinua. Se a
substância for mais solúvel no solvente orgânico do que na água, recorre-se ao
método descontinuo. A escolha do solvente é feita a partir da facilidade de
dissolução da substância e da facilidade com que pode se isolar o soluto
extraído, isto é, do baixo ponto de fusão do solvente para sua posterior
evaporação. (ROCHA, 1999)
A técnica de extração por solventes quimicamente reativos depende do
uso de um reagente (solvente) que reaja quimicamente com o composto a ser
extraído. Incluem-se entre tais solventes: soluções aquosas de hidróxido de
sódio, bicarbonato de sódio, ácido clorídrico.
Para um soluto dissolver em um solvente, o soluto precisa ter uma
interação com o solvente igual ou superior às interações solvente-solvente e
soluto-soluto.
Na extração descontinua não é conveniente separar as substâncias da
mistura com muito solvente de uma vez só. O melhor é repetir a operação
varias vezes com pequenas porções do solvente, sempre puro, pois garante
resultados finais mais rendosos. E também se recorre às características que
muitas substâncias orgânicas possuem de diminuir a própria solubilidade em
água quando existem na solução sais inorgânicos.
Nesta utiliza-se um funil de separação, onde ambos os solventes são
adicionados. Com a agitação do funil de separação, o soluto passa a fase na
qual está o solvente com maior afinidade. A separação é feita, então, sendo
que a fase mais densa é recolhida antes. A extração líquido-líquido
descontínua é indicada quando existe uma grande diferença de solubilidade do
soluto nos dois solventes.
Para uma extração líquido-líquido, o composto encontra-se dissolvido
em um solvente A e para extraí-lo, emprega-se um outro solvente B, e estes
devem ser imiscíveis. A e B são agitados e o composto então se distribui entre
os dois solventes de acordo com as respectivas solubilidades. (BASTOS,
2012).
Devido ao solvente e a matriz não serem solúveis, duas fases
continuarão presentes no funil, podendo ser separadas através da válvula. É
necessário repetir este processo duas ou três vezes com quantidades de
solvente pequenas. (MARAMBIO, 2007)
O objetivo da prática é separar, através da extração descontínua, cada
composto da mistura de naftaleno, β-naftol, ácido benzoico e p-nitroanilina, e
também, determinar o ponto de fusão de cada composto verificando a pureza
de cada um deles.
2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Foram pesados 0,5g cada, de naftaleno, β-naftol, ácido benzóico e p-
nitroanilina. Os mesmos foram dissolvidos com 50 mL de éter de petróleo em
um Erlenmeyer. Em seguida, a solução foi transferida para um funil de
separação, onde foi realizada a extração descontínua.
2.1. Extração com HCl
Adicionou-se 20 mL de solução de HCl 10% no funil de separação,
agitou-se a mistura e deixou-a em repouso, até a separação completa das
fases. Após, separou-se a fase orgânica da aquosa, retornou-se a fase
orgânica para o funil e repetiu-se o processo por mais duas vezes.
Combinaram-se as fases aquosas obtidas e neutralizou-as com NaOH.
Recuperou-se o precipitado por filtração a vácuo.
2.2. Extração com NaHCO3
Repetiu-se o mesmo procedimento de extração, utilizando 20 mL de
solução de NaHCO3 10%. Realizou-se o processo em triplicata, neutralizaram-
se as fases aquosas vagorosamente e com agitação branda, com solução
concentrada de HCl. Recuperou-se o precipitado por filtração a vácuo.
2.3. Extração com NaOH
Extraiu-se a fase orgânica com 20 mL de solução de NaOH 10%,
realizou-se o processo em triplicata. As frações aquosas foram neutralizadas
com solução de HCl. Recuperou-se o precipitado por filtração a vácuo.
Os produtos obtidos das extrações foram colocados em um dessecador,
após, pesados e realizados os cálculos das percentagens de material
recuperado, bem como identificado o composto.
Por fim a solução etérea que restou no funil de separação foi lavada com
água destilada. Retirou-a do funil e secou-o com Na2SO4. Filtrou-se em um
Erlenmeyer e evaporou-se o solvente em banho-maria.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após misturar os compostos naftaleno, β-naftol, acido benzóico e p-
nitroanilina adicionou-se 50 ml de éter de petróleo percebendo-se que este
apresenta uma afinidade com a fase orgânica já que é uma mistura
de hidrocarbonetos, composta principalmente pelo pentano e o hexano. A
extração líquido-líquido é uma técnica em que a fase aquosa é colocada em
contato com um segundo solvente orgânico, imiscível com o primeiro solvente,
para a transferência de um soluto para a fase aquosa.
Essa separação tem vantagens por ser simples, limpa e rápida, já que é
efetuada pela agitação durante alguns minutos, em um funil de separação.
Esse tipo de extração é utilizada em química orgânica para a separação,
purificação, e concentração de certas substâncias de misturas que ocorrem na
natureza. Sendo esse método baseado na solubilidade dos reagentes.
A tabela 1, mostra os valores medidos de massa para os quatro compostos
separados pela técnica de extração descontínua, e a quantidade recuperada de
cada um.
Tabela 1- Valores iniciais e finais das massas dos solutos separados
Composto Massa Inicial
(g)
Massa Recuperada
(g)
p-nitroanilina 0,5 0,121
Acido benzoico 0,5 0
β-naftol 0,5 0,409
Naftaleno 0,5 0
3.1. Etapa 1
Percebeu-se que com a adição de HCl 10% a fase aquosa ficou embaixo
da fase orgânica, pois essa é menos densa que aquela. A fase orgânica se
solubilizou no HCl e então fez-se a extração do composto p-nitroanilina. O
procedimento foi realizado três vezes. Combinou-se as fases aquosas retiradas
sendo as mesmas neutralizadas com uma solução de NaOH. A p-nitroanilina é
pouco ácida, pois o par de elétrons do grupamento amina está em ressonância
com o sistema p do anel, onde os elétrons não estão apenas sobre o N, mas
sim dispersos por toda a estrutura. Isso ocorre pelo tamanho dos átomos e os
grupos ligantes. Devido à forte interação entre os átomos de hidrogênio com a
molécula, estes são pouco dissociáveis sendo necessário um ácido forte para
extraí-la.
Cálculo do rendimento para o composto p-nitroanilina:
0,5 g →100%
0,121 g → x
x = 24,2%
3.2. Etapa 2
Com a adição da solução de NaHCO3 10% foi extraída uma fase
orgânica contendo o ácido benzóico. O procedimento foi realizado três vezes e
neutralizou-se as frações aquosas com solução de HCl. O ácido benzóico por
ter caráter ácido foi extraído com uma solução alcalina. Esse caráter se deve à
dupla ligação de oxigênio no mesmo carbono que está ligado a hidroxila,
fazendo assim a polarização das ligações em torno do carbono onde a dupla
ligação assume caráter negativo. Por isso, a ligação entre o hidrogênio e
oxigênio fica menos estável e o hidrogênio se dissocia mais facilmente.
Não foi obtido precipitado do ácido benzóico, sendo o rendimento dessa
separação de 0%.
3.3. Etapa 3
Com a adição da solução NaOH 10% ,a fase orgânica extraída continha
β-naftol, que é um ácido forte. Com a adição dessa base forte houve a
formação de um sal solúvel. O procedimento foi realizado três vezes e então a
solução foi neutralizada com HCl.
O composto β-naftol é um composto pouco ácido, pelo fato de ser um
fenol. Assim, a polarizabilidade da ligação está voltada para o oxigênio, e como
este elemento é bastante eletronegativo, o comprimento da ligação entre ele e
o hidrogênio é pequeno, pois o H está muito atraído pelo O, deste modo à
ligação é mais forte, e a ionização do próton ácido é mais difícil. Pelo conceito
ácido-base de Pearson, ácido duro e base dura formam uma ligação forte,
sendo o que ocorre com o hidrogênio e oxigênio, nesse caso tem-se uma
ligação efetivamente forte.
Cálculo do rendimento de recuperação do β-naftol:
0,5 g →100%
0,409 g → x
x =81,8 %
3.4. Etapa 4
Com a adição de água destilada na solução etérea e após a secagem
da solução com Na2SO4 e evaporação do solvente, o naftaleno foi extraído. O
procedimento foi realizado três vezes.
O naftaleno é um composto aromático de fórmula molecular C6H6,
embora tenha 6 átomos de hidrogênio, ele não é um composto ácido, pois a
força da ligação C-H é extremamente alta, assim não há prótons ácidos na
estrutura. Porém ele também não se encaixa nos compostos alcalinos, pois
nenhum dos conceitos de base se combina a ele, ou seja, ele em água não
libera hidroxila (grupamento que nem possui), é um composto não receptor de
prótons ácido e também não possui nenhum átomo doador de pares de
elétrons. Assim, ele teria que ter sido recuperado, fazendo-se a evaporação do
solvente. Seu rendimento não é apresentado, pois não há a formação de
precipitado.
3.5. Etapa 5
Nesta etapa seria determinado o ponto de fusão, mas não foi
possível por falta de tempo.
4. CONCLUSÃO
O experimento sobre separação de uma mistura de compostos orgânicos
por extração descontínua, método esse baseado na solubilidade, teve como
objetivo a extração e a separação de compostos orgânicos envolvendo
conceitos ácido-base. Os rendimentos de recuperação foram de: 24,20% para
a p-nitroanilina, 81,80% para β-naftol e 0% para o ácido benzoico e naftaleno.
Os objetivos da prática foram parcialmente atingidos, pois a quantidade
recuperada não foi significativa para todos os compostos orgânicos dissolvidos
juntos em éter de petróleo.
Quanto ao ponto de fusão não foi possível determiná-lo por falta de
tempo, logo não foi verificado a pureza de cada composto.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ROCHA, W. X.; EXTRAÇÃO COM SOLVENTES. Disponível em:
http://www.reocities.com/Vienna/choir/9201/extracao_com_solvente.htm.
Acesso em 12 de agosto de 2013.
BASTOS, F. C.; EXTRAÇÃO COM SOLVENTES REATIVOS. Disponível em:
http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Extra%C3%A7%C3%A3o/225447.html.
Acesso em 12 de agosto de 2013.
MARAMBIO,O.G., Métodos Experimentais em Química Orgânica. Pizarro
DC.1a Ed. UTEM, , Mayo 2007 .Editorial Universidade Tecnológica
Metropolitana.