Relatório Referente ao Estudo do Retificador de ½ Onda - Diodo
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Transcript of Relatório Referente ao Estudo do Retificador de ½ Onda - Diodo
Universidade Federal do ParáInstituto de Tecnologia
Faculdade de Engenharia QuímicaLaboratório Básico III
Professor: Daniel Rodrigues
RELATÓRIO REFERENTE AO ESTUDO DO RETIFICADOR DE ½ ONDA - DIODO
Equipe:
Henrique Fernandes Figueira Brasil 09025000801
Raimunda Nonata Consolação e Branco 09025002901
BELÉM/PA11 de abril de 2011
1. INTRODUÇÃO
Diodo Retificador
A tensão elétrica fornecida às instalações industriais, comerciais e residenciais apresenta-
se sob a forma alternada senoidal e possui frequência fixa. Alguns motivos para que este tipo de
distribuição seja mundialmente adotado são: a racionalização no dimensionamento dos
condutores das redes de transmissão e distribuição, a adequação para a transformação de níveis
de tensão com o uso de transformadores, adequação ao acionamento de motores de corrente
alternada, entre outros.
Entretanto, muitas aplicações requerem o uso de tensão na forma contínua, como os
equipamentos eletrônicos que devem ser alimentados por corrente contínua. Logo, faz-se
necessário a utilização de um dispositivo que converta um sinal de corrente alternada em
contínua, impedindo a mudança de sentido de corrente. A retificação de meia onda é feita por
meio de um diodo.
Na Figura 1 é apresentada a curva característica da corrente em função da tensão aplicada
em um diodo retificador ideal. Com a aplicação da tensão no sentido direto da polarização do
diodo, a corrente elétrica é positiva com alta intensidade; com a aplicação da tensão no sentido
inverso da polarização do diodo, a corrente elétrica é nula.
Figura 1 - Diodo Ideal
A curva apresentada na Figura 1 mostra que um retificador ideal tem resistência nula
quando a tensão é aplicada com polaridade direta e resistência infinita quando a tensão é aplicada
com a polaridade reversa.
O retificador mais utilizado e que apresenta características muito próximas do retificador
ideal é o diodo de junção p-n, que é constituído por um pedaço de material semicondutor
(geralmente silício ou germânio) dopado tipo-P e outro pedaço dopado tipo N.
Figura 2 - Representação do diodo de junção
Semicondutores
A capacidade de um átomo se combinar com outros depende do número de elétrons de
valência. A combinação só é possível quando este é menor que 8. No estado puro, cada par de
elétrons de átomos distintos poderá formar uma ligação covalente, de modo que cada átomo fica
no estado mais estável, isto é, com 8 elétrons na camada externa. O resultado é uma estrutura
cristalina homogênea. Tomar-se-á como exemplo o silício, com 4 elétrons de valência por ser o
semicondutor mais usado:
Se um elemento como o fósforo, que possui 5 elétrons de valência, for adicionado e
alguns átomos deste substituírem o silício na estrutura cristalina, 4 dos seus 5 elétrons irão se
ligar aos do silício e o excedente será liberado para o nível de condução. O cristal irá conduzir e
este material é denominado semicondutor do tipo p devido à natureza negativa dos elétrons.
Ainda, se um elemento como o boro, que possui apenas 3 elétrons de valência, for
adicionado, alguns átomos de silício irão transferir um elétron de valência para completar a falta
no átomo da dopagem, criando um buraco positivamente carregado no nível de valência e o
cristal será um semicondutor tipo p, devido à carga positiva dos portadores (lacunas). A dopagem
é mostrada na Figura 3.
Figura 3 - Silício dopado com fósforo e boro
Circuitos Retificadores
É mostrado abaixo a simbologia do diodo em circuitos e seu aspecto físico,
respectivamente. O triângulo representa o anodo e a barra vertical representa o catodo. O sentido
da seta representada pelo triângulo indica o sentido seguido pela passagem da corrente elétrica
convencional.
Figura 4 - Simbologia do diodo
Figura 5 - Aspecto físico do diodo
Um circuito simples utilizando o diodo é apresentado na figura abaixo:
Figura 6 - Circuito representativo com a presença de um diodo
Se um semicondutor tipo P é posto junto de um semicondutor tipo N, na região de
contato, denominada junção, há formação de uma barreira de potencial.
Se um potencial externo maior que o da barreira de potencial for aplicado, o potencial de
barreira será quebrado e a corrente será elevada. Diz-se então que a junção está diretamente
polarizada.
No caso da junção inversamente polarizada, o potencial de barreira será aumentado,
impedindo ainda mais a passagem de elétrons e a corrente será pequena.
Figura 7 – Gráfico I x V da polarização direta e inversa do diodo
Nota-se que, acima de um pequeno valor de polarização direta, a corrente aumenta
significativamente. A expressão matemática é:
I=I 0(e
eVkT −1)
onde,
I0: corrente de saturação.
e: carga do elétron.
k: constante de Boltzmann.
T: temperatura absoluta.
Uma representação dos sinais gerados por uma fonte de corrente alternada e os de um
circuito com diodo retificador é apresentada a seguir:
Figura 8 - Sinais gerados por uma fonte de AC (acima) e de um circuito com diodo (abaixo)
2. MATERIAL E MÉTODOS
No experimento, o qual está sendo mostrado na figura abaixo, utiliza-se um gerador de
funções, um osciloscópio, um cabo BNC, um cabo coaxial para eletrodos tipo jacaré com 2 vias,
um resistor, uma matriz de contato (protoboard) e um diodo. O objetivo desta prática
experimental é converter o sinal de corrente alternada em sinal de corrente contínua pulsativa,
com o uso do diodo. E assim observar, no osciloscópio, as formas de onda na saída (Vo) dos
circuitos retificadores de meia onda. Cabe observar que neste experimento foi dado o valor da
tensão de pico (Vp) e da frequência de onda (f). E o resistor possui resistência de 220 Ω.
Figura 9 – Procedimento experimental
Monta-se, então, o circuito retificador de ½ onda de acordo com o esquema abaixo:
Figura 10 – Diagrama do circuito retificador de 1/2 onda usado no experimento
Primeiramente, ajustou-se o valor da frequência para 200 Hz no gerador utilizando o
botão FADJ. Após ajuste no osciloscópio para melhor visualização da onda, utilizou-se o botão
AADJ do gerador para ajustar a amplitude da onda, a qual foi ajustada em Vp = 2 Vac. Quando
necessário, ajustou-se a escala vertical no osciloscópio, através do botão VOLT/DIV, para uma
melhor segurança quanto ao valor ajustado.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com o osciloscópio calibrado, iniciou-se a montagem do circuito. Num primeiro
momento, com ajuda de um protoboard interconectou-se o resistor com o gerador, nesta primeira
etapa o experimento foi montado de tal forma que o diodo não participava do circuito. Assim,
pode ser observado que o gráfico gerado no osciloscópio se comportava de acordo com o gráfico
abaixo:
-3
-2
-1
0
1
2
3
Figura 11 - Gráfico do circuito sem a presença do diodo
Na segunda etapa, utilizando-se o protoboard, interconectou-se o resistor, o gerador e o
diodo. O diodo então retificou a corrente em meia onda, onde só os semiciclos positivos foram
aproveitados e transformados em uma corrente contínua pulsativa, como pode ser observado no
gráfico a seguir:
0
1
2
Figura 12 - Gráfico do circuito com a presença do diodo
A partir do gráfico da figura 4 pode ser observado que o valor de pico decresceu para
aproximadamente 1 Vdc. Isto ocorreu porque parte da voltagem foi usada para ultrapassar a
barreira de potencial do diodo.
Por definição temos que o valor médio V de uma tensão alternada v(t) é:
V= 1T∫0
T
v ( t ) dt
Para um sinal senoidal, temos:
v (t )=V p sen (2 π ft )=V p sen (ωt )
Integrando separadamente os semiciclos positivo e negativo e mudando a variável de
integração para 𝜔t de modo que o período seja T = 2𝜋, temos:
V= 1T
¿
V= 12 π
¿
V= 12 π
[V p(−cosπ+cos 0)]= 12 π
[V p .2]
V=V p
π
Logo, sabendo que o valor de pico da nova onda retificada equivale a 1 Vdc, temos que o valor médio é:
V= 1π
V ≈ 0,318 V
Em outras palavras, 0,318 V é o valor de tensão contínuo resultante dos valores pulsantes no meio ciclo obtido.
4. BIBLIOGRAFIA
ALBUQUERQUE, Rômulo. Análise de Circuitos em Corrente Alternada; Ed. Erica, São
Paulo, 1989.
BOYLESTAD, R.; NASHELSKY, L. Dispositivos Eletrônicos e Teoria de Circuitos; Ed.
Prentice-Hall do Brasil- PHB, Rio de Janeiro, 1994.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Circuito_retificador, acessado em 10 de abril de 2011.
http://www.ee.pucrs.br/~terroso/AULA2.PDF, acessado em 10 de abril de 2011.
http://www.eletronica24h.com.br/cursoeletronica/cursoEN1/aulas/Aula003.htm, acessado
em 10 de abril de 2011.
O'MALLEY, John. Análise de Circuitos; Ed. Mc Graw Hill, São Paulo, 1993.