Relatório SENAR-PR 2012

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Relatório SENAR-PR 2012

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SENAR-PR 20 ANOSConstruin o futuro!

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Saber e FazerConstatar, duas décadas depois, os resultados alcançados pelo SENAR-PR me

gratifica e seguramente também a todos que colaboraram nessa trajetória criativa e

transformadora. Mas, ao mesmo tempo, nos desafia a olhar adiante, evoluir, buscar na

educação abrangente exemplificada pelos 17 anos do nosso Agrinho, nos 10 anos do

Empreendedor Rural, no Jovem Agricultor Aprendiz e nos milhares de cursos a incessante

meta de levar os avanços da tecnologia ao campo.

Este trinômio – educação, empreendedorismo, tecnologia – resulta em maior renda e

consequentemente bem-estar e qualidade de vida aos nossos produtores, trabalhadores

e suas famílias. Cidadania, enfim.

Com esse lastro os últimos 20 anos foram vitoriosos e devem servir de alavanca às

inevitáveis inovações que estão ao nosso alcance e que fatalmente ainda acontecerão.

O SENAR-PR teve e terá sua história vinculada ao desenvolvimento do Paraná e do Brasil.

A economia do nosso estado se sustenta pelas atividades do agronegócio, e em cada um

dos 399 municípios paranaenses, de uma forma ou outra, o Sistema FAEP está presente

mobilizando, treinando, capacitando nossa gente.

Quero agradecer pelo trabalho incessante dos nossos sindicatos rurais que atuam em

conjunto com o SENAR-PR, bem como a todos os nossos colaboradores, do anônimo

mobilizador ao pessoal gerencial e supervisores, sem esquecer nossos parceiros nos

diversos cursos e programas.

É preciso saber, mas também fazer.

Um abraço a todos

Ágide Meneguette

Presidente do Sistema FAEP

 

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expediente

SERVIÇO NACIONAL DEAPRENDIZAGEM RURAL

Administração Regional doEstado do Paraná

Conselho Administrativo

Presidente Ágide Meneguette

Membros EfetivosRosanne Curi ZarattiniWilson ThiesenDarci PianaAdemir Mueller

Membros SuplentesJoão Luiz Rodrigues BiscaiaNelson CostaAri Faria BittencourtMarcos Junior Brambilla

Conselho FiscalSebastião Olímpio SantarozaPaulo José Buso JuniorJairo Correa de Almeida

Membros SuplentesCiro Tadeu AlcântaraLauro LopesMario Plefk

SuperintendenteRonei Volpi

GerentesDenize L. B. de SouzaGerência-Administrativo-Financeiro

Elcio Chagas da SilvaGerência-Técnica

Henrique de Salles GonçalvesGerência de Planejamento

ReportagemJosé MaschioCadeias Produtivas

Pesquisa históricaRita de Cássia Teixeira Gusso

Edição deTextos Hélio TeixeiraCynthia Calderon

FotografiasMilton Dória ( Fotos Cadeias Produtivas )Fernando SantosLineu FilhoArquivo Sistema FAEP/SENAR-PRCase New Hollandpág. 28

RevisãoDouglas FuriattiHélio TeixeiraCynthia CalderonJosé Carlos GabardoGerência Técnica

Projeto Gráfico e DiagramaçãoDiogo Figuel

Coordenação de Comunicação SocialCynthia Calderon Jornalista Responsável - 4796 DRT-PR

Realização: Comunicação Social Sistema FAEP

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SENAR PARANÁ 20 ANOS,CONSTRUINDO O FUTURO.

AUTORSERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL.ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DO PARANÁ.

CURITIBASENAR-PR2012

Depósito legal na CENAGRI, conforme Portaria Interministerialn.164, datada de 22 julho 1994, junto à Biblioteca Nacionale SENAR-PR.

Esta publicação poderá ser reproduzida,por qualquer meio, desde que citada a fonte.

Catalogação no Centro de Editoração,Documentação e Informação Técnica do Senar-Pr

S462 Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.Administração Regional do Estado do Paraná.

Senar Paraná 20 anos, construindo o futuro / Serviço Nacionalde Aprendizagem. Administração Regional do Estado do Paraná. – Curitiba : SENAR - Pr., 2012. – 144 p.

1. Relatório de atividades. 2. Agricultura-Paraná. 3. Formação profissional rural. 4. Promoção social. 5. Senar-Pr.-História. I. Título.

CDU633/635CDD630

IMPRESSO NO BRASIL – DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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índice

O Zé do SENAR 12

A orquestra afinada 13

Os pioneiros 15

Luiz Antônio Fayet 16

Carlos Augusto C. Albuquerque 16

Ronei Volpi 16

José Carlos Gabardo 17

Luiz Antonio Sperancetta 17

Osvaldo de Bassi 17

Albari José Mielke 18

Patrícia Torres 18

Denize Souza 18

Elcio Chagas 19

Vida de Supervisor 19

Primeiro Certificado 20

Educação, promoção social e o futuro 21

O programa Renascer 24

Colheitadeiras e parabólicas 25

Nossa história 26 O ínicio 29 1993/1994 31 1995/1996 32 1997/1998 33 1999/2000 34 2001/2002 35 2003/2004 36 2005/2006 37 2007/2008 38 2009/2010 39 2011/2012 41

Cadeias produtivas 42

Grãos - soja, milho e trigo 45 Leite 53 Cana-de-açúcar 61 Avicultura e suinocultura 69 Café 75 Fruticultura 81 Madeira 87 Feijão 91 Olericultura 95 Fumo 99 Tilápia 105 Ovinos e caprinos 111 Equinos 117

Números do SENAR (1993/2012) 120

SENAR-PR em números 122 Promoção social 123 Formação profissional rural 124 Quadro quantitativo 125

Regionais 128

Vida de repórter 133

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O Zé do SENARPor conhecer com quem lidar, José Eduardo de Andrade Vieira deu ao Bamerindus o codinome de "o banco da nossa terra",

fez os negócios transbordarem e o tornou um dos três maiores bancos do país. Ficou conhecido como o "Zé do Chapéu" na

campanha eleitoral que o levou ao Senado. E foi lá que tirou da gaveta, depois de cinco anos, um projeto que criava o SENAR

(Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). Oficialmente o SENAR foi criado pela Lei 8.319, de 23 de dezembro de 1991.

Hoje retirado em sua fazenda em Joaquim Távora, no Norte Pioneiro, o ex-banqueiro, ex-senador e ex-ministro faz o que mais

gosta: lidar com a agropecuária, abrindo as portas de sua fazenda para cursos do SENAR-PR. Na verdade ele é, além do "Zé do

Chapéu", também o "Zé do Boné", do SENAR-PR.

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A orquestra afinadaA orquestra entraria em cena e não poderia desafinar. Com origem no

campo, formado pela UFPR em agronomia, Ágide Meneguette estava

na presidência da FAEP e enxergou numa instituição assemelhada

às existentes, como o Senai e Senac, mas dedicada ao produtor e

trabalhador rural, a grande ferramenta transformadora do meio rural.

No início da década de 90, o então senador José Eduardo de Andrade

Vieira conseguiu desengavetar a criação do Serviço Nacional de

Aprendizagem Rural (SENAR), vinculado à (CNA) Confederação Nacional

da Agricultura e às suas Federações, entre elas a FAEP, que tinha o

maestro, mas faltava a orquestra.

Profissionais respeitados foram os responsáveis por transformar o

Banco de Desenvolvimento Econômico do Paraná (BADEP), na principal

mola mestra do desenvolvimento do estado. Lá estavam os solistas - e

disponíveis - porque o banco inexplicavelmente havia sido extinto no

governo Álvaro Dias (1987-1990). O ex-presidente do Badep Luiz Antonio

Fayet foi o primeiro escolhido como superintendente do SENAR-PR,

substituído temporariamente pelo jornalista, advogado e economista

Carlos Augusto Cavalcanti Albuquerque, e em seguida pelo veterinário

Ronei Volpi, com sólida experiência adquirida na Secretaria de Agricultura

e Abastecimento.

Nesses últimos 20 anos a orquestra foi consolidada, ampliada e afinada,

vem se apresentando em todos os municípios do Paraná. Já reuniu um

público de mais de 1 milhão e 100 mil produtores e trabalhadores rurais

não em concertos, mas em seus cursos. O alicerce foi fundamental, e

solistas pioneiros e ainda ativos merecem ser lembrados.

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Os pioneirosEntre os técnicos do Badep que vieram para os primórdios do SENAR-PR estava o contador Manoel

Ignácio Gomes, o administrador e economista Luiz Antônio Sperancetta e, seis meses depois, o

engenheiro-civil Ozvaldo de Bassi, junto com o agrônomo e professor da UFPR José Carlos Gabardo,

que respondia pelo departamento técnico, estruturaram o sistema de normas e procedimentos de

funcionamento do SENAR-PR vigentes até hoje.

Gabardo participou da elaboração dos três projetos que foram encaminhados a Brasília para liberação

de recursos que permitiriam a realização dos primeiros cursos: agrotóxico, regulagem de colheitadeira e

tratorista agrícola. Os tempos eram outros. Só existia uma escola de agronomia e veterinária em Curitiba.

Como professor, isso permitia a Gabardo conhecer praticamente todos os agrônomos do estado, seus

ex-alunos. Esse contato com os técnicos e com os agricultores fez toda a diferença quando saiu a campo

para acompanhar os treinamentos do SENAR-PR.

Na capacitação de agrotóxico, veio o pessoal da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) e

ministraram o primeiro curso realizado no país, na Associação dos Engenheiros Agrônomos de Maringá,

em maio de 1993.

Os cursos iam surgindo de acordo com a necessidade apresentada pelos produtores. "Os coordenadores

que demandavam as transformações", relembra Gabardo.

Além da capacitação, o SENAR-PR trouxe uma mudança ideológica, ao produzir, por exemplo, a primeira

cartilha sobre agrotóxicos. O primeiro problema foi de nomenclatura: agrotóxico, veneno ou produto

fitossanitário? As fotos da cartilha foram produzidas na horta da antiga Penitenciária de Piraquara, em

Curitiba. O pulverizador cheio de leite substituindo o defensivo rendeu boas imagens. Quem comandou

a sessão de fotos foi de Bassi "O homem do campo não estava habituado a receber informação", lembra.

Essas são algumas lembranças do trio que ajudou a construir as estruturas que fizeram do SENAR-PR uma

referência nacional. De Bassi na área administrativa, Gabardo no departamento técnico e Sperancetta no

Planejamento. "Hoje o Senar-Central dispõe de vários relatórios que são distribuídos para todo o Brasil e

que nasceram da nossa necessidade", orgulha-se Sperancetta.

De Bassi completou, no dia 4 de dezembro de 2012, 80 anos de idade e continua na ativa. Um exemplo.

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Luiz Antônio Fayet

Luiz Antônio Fayet foi o primeiro superintendente do SENAR-PR. Assumiu em 1993 a convite do presidente

da FAEP, Ágide Meneguette. O economista viu na proposta uma oportunidade de promover a melhoria

técnico-operacional dos produtores rurais paranaenses. O primeiro passo foi definir que a função institucional

do SENAR-PR de capacitar os produtores e seus familiares para o trabalho no campo. Buscou a estratégia da

pirâmide social para modificar a realidade das famílias por meio da educação das crianças - ao se levantar a

base (filhos), também se ergueria o topo (pais). Isso contribuiu e muito, por exemplo, para a extinção dos casos

de morte por aplicação de defensivos. "No Paraná, os produtos passaram a ser instrumentos de aumento da

produtividade sem riscos", disse Fayet.

Carlos Augusto C. Albuquerque

De gestos e hábitos calmos, o jornalista, professor universitário, advogado e economista Carlos Augusto

Albuquerque foi o segundo superintendente do SENAR-PR, substituindo a Luiz Antônio Fayet, em 1992. Ele

é testemunha privilegiada da contribuição que os cursos do SENAR-PR ofereceram ao desenvolvimento e

modernidade do agronegócio paranaense. Não esconde o orgulho em revelar que atualmente esses cursos

somam 243, todos voltados ao aumento da produtividade, redução de custos, maior renda do produtor. Hoje é

o superintendente-adjunto da instituição e incentiva novos horizontes como treinamentos na área da agricultura

de precisão, por exemplo.

Ronei Volpi

O gaúcho de Passo Fundo Ronei Volpi, formou-se em medicina veterinária pela Universidade Federal de Santa

Maria (RS), em 1972, mas construiu sua trajetória profissional buscando o desenvolvimento da agropecuária

do Paraná. Em 1995, assumiu o SENAR-PR, substituindo Carlos Augusto Cavalcanti Albuquerque. Ampliou o

número de cursos e as supervisões regionais saltaram de cinco em 1996 para as atuais quinze, que atendem os

399 municípios do estado. Considera que há dois marcos na história do SENAR-PR: os Programas Agrinho (1996)

e Empreendedor (2003) e a palavra de ordem é sustentabilidade, com base no tripé viabilidade econômica,

social e ambiental."Os avanços ocorridos no SENAR-PR nessas duas últimas décadas, reconheça-se, só

ocorreram pelo apoio do presidente do Conselho, Ágide Meneguette", afirma.

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SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO! | 17

José Carlos Gabardo

Na Faculdade de Agronomia da UFPR, José Carlos Gabardo, o "professor Gabardo", tomou os rumos da

entomologia (estudos dos insetos) e mais especificamente da mirmecologia (estudo das formigas). Participou

da equipe que criou o primeiro formigueiro artificial no Paraná para estudar o comportamento das saúvas.

A experiência, a capacidade didática conquistada no magistério superior, a convivência com alunos que se

tornariam profissionais da agronomia e o entendimento da vida no campo lhe deram um formidável lastro para

enfrentar os desafios que o SENAR-PR impunha. Os dividendos desse perfil fundamentaram seu trabalho na

instituição onde exerceu a gerência técnica . Hoje atua na FAEP, no Departamento Sindical, onde é preciso

didática...e jeito.

Luiz Antônio Sperancetta

O sonho de Luiz Antônio Sperancetta era ser piloto, mas seu vôo o levaria aos caminhos da contabilidade, das

finanças, do planejamento. Formado em Ciências Contábeis e pós-graduado em Finanças pela Faculdade de

Administração e Economia (FAE), Sperancetta, ex-funcionário do extinto Badep, foi um dos pioneiros em 1992

do SENAR-PR . Na estruturação da instituição foi o condutor do desenvolvimento de sistemas de controle,

arrecadação e modelagem de treinamentos, num período em que era necessário multiplicar atividades em razão

do pequeno time que trabalhava. É hoje assessor técnico do SENAR-PR.

Osvaldo de Bassi

Nunca alguém o viu levantar a voz, decano do SENAR-PR, respeitado e admirado por todos que compõem

o Sistema FAEP, tem uma história de vida baseada na simplicidade, extravasada tempos atrás no laboratório

fotográfico mantido na garagem ou no reflexivo "O Processo", do escritor tcheco Franz Kafka. Osvaldo de Bassi,

formado e instruído em escolas públicas, queria ser médico, acabou engenheiro civil. Habituado a trabalhar, nos

anos de faculdade se manteve como professor de cursinho pré-vestibular. Este pioneiro foi o primeiro gerente

administrativo-financeiro e presidente da Comissão de Licitações na qual por boas razões, se mantém até hoje.

Reconhece que é uma área sensível, sempre sob lupas fiscais e define: "Ser honesto não é opção, é obrigação".

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18 | SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO!

Albari José Mielke

Albari José Mielke, também originário do Badep, tornou-se em 1995 responsável pela distribuição de material,

prestação de contas, e da tão disputada certificação do SENAR-PR. Mesmo assim, Albari viu de perto programas

como o Renascer e o Mutirão da Cidadania acontecerem. "Vi pessoas chegando molhadas, descalças,

algumas com mais de 60 anos de idade e querendo estudar", lembra. Testemunhou a evolução dos cursos

que transformaram a vida de milhares de pessoas no interior paranaense. "Até hoje encontramos pessoas que

colocaram em prática o que aprenderam e melhoraram de vida", diz. Em 2006, assumiu a coordenação do

Centro de Distribuição responsável pelo envio/recebimento, controle e armazenagem de todos os materiais dos

cursos. É ele o responsável pela preservação da documentação histórica do SENAR-PR.

Patrícia Torres

Pedagogia de sucesso

Patrícia Lupion Torres é pedagoga do SENAR-PR há 20 anos, desde a época em que estava em estruturação

a proposta pedagógica do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural nos estados em 1993. Coube a ela a

responsabilidade de estruturar esta proposta no Paraná, a partir da matriz nacional. Era uma equipe pequena,

mas empenhada em construir um modelo eficiente baseado em parâmetros de instituições de ensino superior

às quais os profissionais estavam ligados. Com isso, os projetos foram se desenvolvendo com um norte certo

e parcerias eficientes. As ações de formação dos instrutores e dos cursos eram acompanhadas de perto e

avaliadas antes de levadas aos produtores. "Trabalhavamos com planejamento e muita prática, centrados nessa

metodologia: ‘aprender fazer, fazendo", contou Patrícia.

Denize Souza

Registro Número 1

Contam-se nos dedos das mãos quantos trabalhadores fizeram e assinaram o próprio registro na Carteira de

Trabalho, mas Denize Souza teve esse privilégio e o fez em 7 de março de 1993. Com justos motivos se orgulha

porque "eu vi o SENAR-PR tomar forma e crescer". Em 1979 foi admitida na FAEP, passando pelo Departamento

Sindical e Secretaria Geral, de onde saiu para o recém-nascido SENAR-PR. E teve que se virar. Protocolo,

contabilidade, logomarca, emissão de cheques, certificados de cursos. Não havia enrosco. Formada em Direito,

sempre atuou na área administrativa-financeira, assumindo a gerência em 2008. Teve a oportunidade de viajar

para vários municípios e conhecer in loco as ações do SENAR-PR em 2010. "Foi gratificante ouvir depoimentos

de como o SENAR-PR contribuiu para melhorar a vida das pessoas", afirma.

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SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO! | 19

Elcio Chagas

Seguindo a máxima do "aprender a fazer, fazendo", Elcio Chagas, em 1994, entrou no SENAR-PR e foi tourear

o curso de formação de Instrutores de Alto Nível destinado ao monitoramento de aplicação de defensivos.

Começava a sua trajetória na instituição. Seguindo a máxima do "aprender a fazer, fazendo" foi ao interior.

Não esquece a "técnica do paninho" usada para limpar o úbere de vacas por produtores de leite e constatou

alfabetização feita à luz de velas, retratos de que havia muito por fazer. Fácil comunicação para cativar,

conquistar o produtor e atraí-lo para os cursos do SENAR-PR. Deu resultado. "Hoje o pessoal acostumou, mas

até 1995 a chegada do Senar parava as cidades", recorda. Chagas acompanhou toda a evolução dos cursos e

programas do SENAR-PR e hoje é seu gerente técnico.

Francisco Pelição de Oliveira

Salvador José Morales Stefano

Vida deSupervisorPanelão, assadeiras, uma dúzia de pratos, garfos e facas, um fardo de arroz, linguiça e ingredientes para criar um

prato de última hora num fogareiro de duas bocas. Esse era o "kit" que durante algum tempo os coordenadores

(atuais supervisores) transportavam no porta-malas de velhos fuscas e corcel nos primórdios do SENAR-PR.

Desconfiados com "esse tar" de SENAR-PR, o processo de conquista para os treinamento inlcuia entre outros

meios, o estômago. Por isso, ser bom cozinheiro era um atrativo. Galinhada e arroz carreteiro eram os pratos

mais famosos, que não exigiam muitos utensílios para o seu preparo. E garantiam presenças.

Foi assim que os pioneiros nas supervisões do SENAR-PR, Salvador José Morales Stefano (Mandaguaçu) e

Francisco Pelição de Oliveira (Matelândia) ganharam suas regionais. Eles viram "in loco" o nascimento de uma

série de cursos e programas do SENAR-PR, desde o primeiro curso em 1993.

Supervisor também era motivador, "a gente tinha que ter um discurso bonito", lembram Salvador e Pelição.

A convivência próxima com a comunidade foi fundamental para o entendimento das necessidades locais e o

desenvolvimento da grade de cursos. . "O supervisor pode ser definido como um agente de desenvolvimento

do município. Tem que conhecer as lideranças que podem contribuir para as parcerias", completam.

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20 | SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO!

PrimeirocertificadoO eldorado que estava se desenhando no Norte do Paraná no início

dos anos 50, atraindo entre tantos outros os ancestrais de Antônio

Claudinê Russo. Ele nasceu em Cambé há 58 anos, e o Cartório

esqueceu - como chama a atenção - de grafar o "i" em seu nome e

ficou o "ê" de Claudinê.

Também como muitos, Russo encontrou trabalho já aos 15 anos

nas culturas de café e algodão, exigentes de mão de obra, e em

seguida nos ainda incipientes canaviais. Uma rápida busca de novos

trabalhos em Leme, interior de São Paulo, o encaminhou para a área

de segurança do trabalho, ofício que o conduziria à Usina Santa

Terezinha em 1982, em Iguatemi, cercanias de Maringá.

Foi então que ganhou o apelido de "Toninho da CIPA" (Comissão

Interna de Prevenção de Acidentes) da usina. "Durante muitos anos

fui supervisor de Segurança do Trabalho na parte industrial, adorava

ser cipeiro", lembra ele. A vida profissional voltada à prevenção

levou-o a ser indicado, em 1993, para se tornar o primeiro

profissional a receber o Certificado Número 1 do primeiro curso

do então recém-criado SENAR-PR. "Fiz o curso sobre defensivos

agrícolas para multiplicar o aprendizado entre o pessoal que atuava

no campo, e esses também informariam aos amigos e companheiros

de trabalho. Foi fundamental na região", conta Russo.

Outros cursos do SENAR-PR como Direção Defensiva e Transporte

o acompanhariam na sua trajetória de profissional de segurança do

trabalho na unidade de Iguatemi, do Grupo Santa Terezinha. Russo

se aposentou há três anos e curte os netos de quatro filhos que

teve com D. Anaíde, morando ainda em Iguatemi. Confessa que nas

conversas com amigos tem, pela ordem, três temas: "Primeiro falo

de meu Corinthians, depois da Santa Terezinha e como o SENAR

me ajudou".

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SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO! | 21

Educação, promoçãosocial e o futuroA responsabilidade do SENAR-PR em seu início foi estruturar a capacitação, a partir da matriz nacional. O trabalho

começou com uma equipe pequena, mas empenhada em construir um modelo eficiente com parâmetros obtidos por

profissionais ligados à educação.

Os projetos foram sendo desenvolvidos com um norte certo e parcerias eficientes. As ações de formação dos instrutores

e dos cursos eram e são acompanhadas de perto e avaliadas antes de levadas aos produtores. O trabalho é realizado

desde aquela época com planejamento e muita prática, inicialmente centrados na metodologia “aprender a fazer,

fazendo”. O SENAR-PR desde seu nascimento se preocupou com a formação do instrutor capacitando-o tecnicamente e

pedagogicamente. Hoje esse cenário é outro diante dos instrumentos e características que exigem detalhamento de como

e por que fazer.

Toda a estrutura do SENAR-PR foi pensada para comportar a multiplicação dos cursos. A equipe multidisciplinar também

foi um fator decisivo, porque as experiências de cada profissional se somaram para compor o diferencial paranaense.

No início de suas atividades na década de 90, o SENAR-PR se viu diante da constatação de que em algumas áreas

os produtores sequer sabiam ler e escrever. A partir disso foram elaborados os projetos Renascer e Escola Aberta, de

alfabetização, com foco na educação, e com características de promoção social. Os resultados foram tão positivos que o

Renascer foi incorporado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná.

Também se percebeu no convívio com os produtores que havia a necessidade de aproveitar as próprias atividades e até

matérias-primas existentes nas propriedades para a promoção social. O artesanato, as compotas, as receitas, o corte e

costura, por exemplo, foram também utilizados para não só criar uma renda suplementar, mas também como instrumento

de mensagens sobre noções de higiene, proteção no uso de agrotóxicos e mesmo gestão da propriedade. Até hoje se

repetem episódios em que a produtora fez o curso de compotas e leva para sua casa - a filhos e marido - convites aos

novos caminhos oferecidos pelo SENAR-PR em outros campos de capacitação, como o Empreendedor Rural.

Outro momento marcante na trajetória do SENAR-PR foi a adoção da educação à distância. Pioneiro nessa metodologia

com vistas a facilitar o contato com universidades e instituições parceiras e auxiliar no desenvolvimento de programas. O

primeiro curso foi Especialização em Engenharia de Produção, destinado a supervisores, instrutores e produtores. A boa

receptividade e os resultados positivos deram origem às salas do produtor em alguns sindicatos rurais.

Sobre o futuro, a tendência é de fortalecer as modalidades de ensino existentes e de desenvolver outras e na Educação à

Distância implantar o conceito de objeto educacional aberto, que disponibiliza conhecimento aos interessados de forma

livre como já ocorre em instituições mundialmente reconhecidas, como a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

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24 | SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO!

O Programa RenascerUma das primeiras percepções no contexto histórico dessas

duas décadas do SENAR-PR ocorreram já nas primeiras

investidas pelo interior do estado. Uma parcela dos

participantes nas capacitações tinha dificuldade em absorver

os treinamentos técnicos. Em 1996 o Paraná registrava 271 mil

pessoas na área rural, que ainda não sabiam ler e escrever.

Assim, o SENAR-PR investiu na educação básica vinculando

o aprendizado com a lida do produtor rural, por meio do

programa Renascer – Alfabetizar para Qualificar.

Foi a grande explosão do SENAR-PR, tornando-o conhecido.

O piloto do Renascer foi iniciado em 25 municípios e deu as

diretrizes para o plano estadual. O crescimento no número

de participantes de cursos estava diretamente vinculado à

alfabetização. As regiões que tiveram maior número de turmas

também conseguiram maior presença nos cursos de formação

profissional. Mas era difícil convencer as pessoas, elas se

excluíam, envergonhadas de ser analfabetas.

A solução para quebrar a barreira foi descobrir alguém

de dentro da comunidade para ser mobilizador.

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SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO! | 25

Colheitadeirase parabólicasEra uma época em que não se falava em gestão, um período de

migração e de outras atividades como os grãos, culturas que exigiam

um grau de tecnologia diferenciado como regulagem de trator e de

colheitadeira. Foi o boom da mecanização. Houve gente que comprava

colheitadeira sem nunca ter visto uma.

Outro momento histórico para a clientela do SENAR-PR foi quando

surgiu a antena parabólica, permitindo a chegada da televisão à

propriedade rural.

Um marco que ditou moda. Alguns produtores viam uma notícia sobre

determinada cultura ou equipamento e queriam experimentar. A

informação ao vivo e a cores levou o Brasil para o interior e junto as

novas tecnologias e conhecimentos.

Os cursos de qualificação dos trabalhadores do setor sucroalcooleiro,

que tinha um alto índice de acidentes, também foram algo que marcou a

história. "Ensinávamos a pessoa a cortar a cana e tínhamos que brigar e

obrigar o trabalhador a usar a luva", lembram supervisores.

Distribuídos em 15 Regionais, os supervisores, instrutores e

mobilizadores, junto com os Sindicatos Rurais, formam uma rede com

capilaridade em todo o Paraná. Esse trabalho é gratificante, porque é um

processo permanente de interatividade e conquista, no qual se espalham

amigos em todos os lugares. Muitos deles treinados e capacitados em

duas décadas pelo SENAR-PR, ajudando a mudar para melhor a vida no

campo.

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26 | SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO!

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SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO! | 27

SENAR-PR 20 ANOS

Nossa História

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SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO! | 29

O inícioO Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) – Administração Central é criado

pela Lei Federal nº 8.315, de 23 de dezembro de 1991, e regulamentado pelo Decreto

nº 566/92, de 10 de junho de 1992, com o objetivo de organizar, administrar e executar

no território brasileiro o ensino da formação profissional rural e a promoção social do

trabalhador rural.

Em caráter provisório, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração

Regional do Estado do Paraná (SENAR-PR) inicia suas atividades em 1993, por meio

de convênio entre a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e a Federação da

Agricultura do Estado do Paraná (FAEP).

histórico

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histórico

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SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO! | 31

1993Em junho desse ano o SENAR-PR inícia suas atividades. Desde o início, o objetivo é a melhoria da condição de vida

no campo. Dados da época, da Secretaria da Saúde, mostram que anualmente são registrados mais de mil casos de

intoxicação por defensivos em função da forma errônea como são utilizados.

O SENAR treina dezenas de agrônomos para disseminarem informações sobre o uso correto de agrotóxicos, com

apoio da Andef.

1º. Curso de Aplicador de defensivos agrícolas realizado na Associação dos Engenheiros Agrônomos de Maringá-

PR, nos dias 5 e 6 de maio de 1993 com 49 participantes. O encerramento teve a presença de vereadores e

autoridades do município.

1994É atualizado o Manual Como Contribuir para o SENAR-PR, publicação que explica o que é a entidade. É publicada

cartilha sobre aplicação de defensivos. O ano encerra com o total de 150 instrutores treinados, quatro mil

aplicadores de defensivos agrícolas treinados, e mais de 260 cursos ministrados. Com pouco mais de um ano, o

SENAR-PR comemora o milésimo curso e o total de 12 mil trabalhadores e produtores rurais capacitados.

Mais de 100 técnicos estiveram em Curitiba durante o 1º. Encontro de Avaliação para Instrutores e de Coordenação

que teve o apoio da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) e da empresa de máquinas agrícolas Jacto. Eles

são avaliados e participam do planejamento pedagógico dos cursos.

histórico histórico

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32 | SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO!

histórico histórico

1995Pecuarista e médico veterinário Ronei Volpi assume a superintendência

do SENAR-PR com a proposta de desenvolver mais opções de

aperfeiçoamento no campo. A nova etapa compreende também uma

programação voltada à promoção social do trabalhador rural e sua

família.

SENAR-PR é considerado exemplo de eficiência entre as demais

unidades do país. Também é escolhido como modelo brasileiro pela

Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) nos cursos de melhoria

da mão de obra rural na área de aplicação de defensivos.

Criado o Programa Agrinho. Em parceria com a Secretaria de Meio

Ambiente, da Educação e da empresa Zêneca, o piloto sai em defesa

da natureza em sete municípios (Contenda, Lapa, Araucária, Santa

Terezinha de Itaipu, Palotina, Toledo e Maripá), atendendo 13 mil

alunos.

1996Nesse ano, o SENAR-PR já atua com formação à distância. Em

setembro, passa de sete para nove o número de regionais e

se torna mais rigoroso na seleção dos prestadores de serviços.

Supervisores: Edson Limper (Norte Pioneiro), Neri Munaro

(Sudoeste), Vilmar Busanello (Centro/Sul), Salvador Stefano

(Noroeste), Elcio Chagas (Leste), Francisco Pelição de Oliveira

(Oeste), Raul Vicente Cavallari (Campos Gerais) e Salvador

Porfirio Pereira.

Paraná tem em torno de 271 mil pessoas na área rural que

ainda não sabem ler e escrever. Após constatar a dificuldade

de uma parcela da mão de obra para absorver os treinamentos

técnicos, o SENAR-PR investe na educação básica, vinculando

o aprendizado à lida do produtor rural por meio do Programa

Renascer – Alfabetizar para Qualificar. O piloto inicia em 25

municípios e dá as diretrizes para o plano estadual. Em quatro

anos, alfabetiza 21 mil trabalhadores rurais acima de 14 anos.

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SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO! | 33

histórico histórico

1997Boneco Agrinho ganha uma irmã, a Aninha, e juntos eles passam

a tratar também de saúde e prevenção de cáries. O SENAR-PR é

destaque no Congresso Internacional de Educação de Jovens e

Adultos. Sua contribuição no processo de alfabetização de jovens e

adultos coloca o Paraná como modelo em educação.

1998Programa Agrinho é apresentado como modelo de educação

ambiental para os países da América Latina. Trinta e quatro

executivos de vários países e membros da Global Protection

Federation, que reúne os grandes fabricantes mundiais de

defensivos, são unânimes na avaliação de que não existe em

nenhum outro país latino-americano iniciativa semelhante.

SENAR-PR lança o Projeto Escola Aberta, inédito no país. Micro e

pequenos empresários rurais têm a oportunidade de melhorar a

qualificação profissional e, ao mesmo tempo, obter conhecimentos

em matemática, português e ciências.

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34 | SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO!

histórico histórico

1999Implantado o sistema on-line na agricultura do Paraná. O Programa

Tecnologias On-Line é uma rede de informações agrícolas criada pelo

SENAR-PR, em parceria com a FAEP, Sebrae e CNA. Simultaneamente

são inauguradas 150 Salas do Produtor em todo o Paraná, com

computadores ligados à internet.

Criação do Programa Família Qualidade de Vida com o objetivo

de orientar mulheres da área rural sobre nutrição, saúde, higiene,

prevenção de acidentes e odontologia preventiva. Dois anos depois

entra o tema economia doméstica.

2000Lançados dois cursos de pós-graduação para a área rural,

e realizado primeiro curso de especialização à distância em

Engenharia de Produção, Gestão Rural e Agroindustrial, em

parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina. Durante

dez meses, 50 profissionais têm aulas pela internet.

Ministério da Educação recomenda a criação de temas

transversais às disciplinas lecionadas em sala de aula. Agrinho é

o primeiro programa a trabalhar os temas com quatro anos de

antecedência aos parâmetros curriculares do ministério.

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SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO! | 35

histórico histórico

2001Ao completar dez anos de existência, o SENAR-PR registra mais de seis

milhões de capacitações em formação profissional e promoção social

no meio rural. Para medir a qualidade dos serviços prestados, investe

em pesquisas. O SENAR-PR participa do curso de Avaliação de Impacto

da Formação Profissional, no Centro Internacional de Formação da

Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Turim, na Itália.

Lançado o projeto de recuperação de mata ciliar em parceria com as

Secretarias Estaduais de Meio Ambiente e Agricultura, IAP, Emater,

Ocepar e sindicatos rurais.

2002Inicia-se o processo de certificação ISO 9001/2000 com reunião de

sensibilização dos funcionários. O certificado é recebido durante a

comemoração dos dez anos.

Programa Rio Limpo envolve quase todas as escolas de ensino

fundamental e médio do estado, durante o decorrer de 2002. Uma

expedição percorre 1.320 quilômetros do rio Iguaçu.

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36 | SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO!

histórico histórico

2003Criado, no dia 18 de agosto, o Empreendedor Rural, em parceria

com o Sebrae, para trabalhar o poder pessoal dos empreendedores

do agronegócio, de forma a ampliar sua capacidade influenciadora

nas transformações da sociedade.

Estima-se que existam 400 mil pessoas sem documentos no Paraná.

O SENAR-PR retoma a organização dos Mutirões da Cidadania para

levar a prestação de serviços públicos a diversos municípios. Entre

1998 e 2000, os mutirões visitam dez cidades e totalizam 21 mil

novos documentos emitidos.

Acordo com o INSS marca início do Projeto Cidadania Rural

no estado. O acordo prevê 38 cursos para empregados rurais,

empresários, contabilistas e profissionais de recursos humanos.

2004Empreendedor Rural é apresentado à equipe de agrônomos

do Banco do Brasil. O intuito é aperfeiçoar o atendimento aos

participantes do programa que procuram as agências bancárias.

SENAR-PR e FAEP atuam para fazer a pecuária paranaense

atingir a evolução que culturas como soja e milho conseguiram.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural realiza treinamentos

em informática a técnicos da Seab para operação do sistema de

rastreabilidade.

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SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO! | 37

histórico histórico

2005Paraná participa do Sistema de Avaliação de Desempenho do

SENAR-PR nacional. Em torno de 400 participantes dos cursos na

área de Formação Profissional Rural respondem o questionário

da primeira etapa. Numa segunda fase, a situação profissional do

egresso é avaliada.

2006SENAR-PR realiza o curso de número 80 mil no Paraná: Operação

e Manutenção de Colhedoras Automotrizes. Nesse ano também

conquista a recertificação ISO 9001/2000, por parte do Instituto de

Tecnologia do Paraná.

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38 | SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO!

histórico histórico

2007SENAR-PR pretende levar o Empreendedor Rural para todo o Brasil.

Representantes de 17 administrações regionais definem a adesão ao

programa em reunião na sede do Sebrae.

Site do SENAR-PR é reformulado buscando maior interatividade com

os usuários.

2008Profissionais do SENAR-PR validam o piloto de treinamento para

mobilizadores, formado de acordo com a proposta do Plano

Estratégico de Mobilização.

Criado o site do Programa Agrinho, que permite a avaliação e o

acompanhamento das atividades desenvolvidas. A página também

tem uma série de atrações para educadores e crianças.

SENAR-PR prepara planejamento estratégico para os próximos

cinco anos que tem como principais linhas de atuação: atendimento

ao público-alvo, formação continuada e empreendedorismo.

Também é realizada pesquisa junto aos produtores e trabalhadores,

presidentes de sindicatos rurais, mobilizadores e instrutores para

conhecer melhor o público.

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SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO! | 39

histórico histórico

2009SENAR-PR elabora o novo material do Empreendedor Rural,

revisado e atualizado pelos seus técnicos e profissionais do Sebrae.

Atualização se faz necessária porque o programa se torna nacional.

2010Ano em que o SENAR-PR comemora o curso de número mil em

parceria com a Coamo. Comemoração é realizada na associação

dos funcionários da cooperativa em Mamborê. Dos mil, 339 foram

Aplicação de Agrotóxicos.

Planejamento Estratégico de Mobilização do SENAR-PR

completa um ano. São traçadas as prioridades necessárias ao

desenvolvimento anual de cursos para cada um dos 399 municípios

do Paraná.

Técnicos e agrônomos de países africanos conhecem a capacitação

rural e as técnicas de produção. Visita ao Brasil é a primeira etapa

do acordo de cooperação.

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histórico histórico

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SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO! | 41

histórico histórico

2011Criado o caderno “Preparando-se para Empreender”, no Programa Jovem Agricultor Aprendiz (JAA), para estimular o empreendedorismo no

negócio rural.

Convênio com a Secretaria de Estado da Educação transforma o JAA em atividade extracurricular nas escolas da rede pública com menor Índice

de Desenvolvimento da Educação Básica do estado.

Mais de 2,7 mil professores das redes pública e privada de ensino do Paraná participam do projeto de educação à distância, desenvolvido

dentro do Agrinho. SENAR também disponibiliza outros dois cursos na modalidade à distância: Planejamento Estratégico para egressos do

Empreendedor Rural e formação pedagógica para instrutores.

Técnicos brasileiros visitam a África, entre eles o gerente de Planejamento do SENAR-PR Henrique de Salles Gonçalves. A parceria resulta em

intercâmbio de informações e capacitação entre os países.

2012O SENAR-PR capacitou 325 engenheiros agrônomos de várias instituições para a assistência técnica na elaboração dos projetos do programa

Agricultura de Baixo Carbono (ABC), específicos de financiamento e acompanhamento desses projetos.

O SENAR-PR com a FAEP realizou o “Dia de Campo” em 11 municípios, para difusão de estratégias sobre a Integração Lavoura, Pecuária e

Floresta (ILPF), no Paraná. Os eventos serviram como preparação para o lançamento em 2013 do novo Programa Empreendedor Rural.

Foram capacitados os primeiros 14 instrutores dos dois tipos de cursos de Agricultura de Precisão que serão oferecidos a partir de 2013. O

primeiro voltado para os produtores rurais e gestores das propriedades, e outro para os operadores das máquinas agrícolas.

O SENAR-PR treina mais de 200 mobilizadores vinculados a 150 Sindicatos Rurais.

Educadores e gestores do SENAR do Rio Grande do Norte participaram do treinamento para trabalhar a metodologia utilizada pelo SENAR-PR

no Programa Jovem Agricultor Aprendiz (JAA).

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42 | SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO!

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SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO! | 43

SENAR-PR 20 ANOS

Cadeias Produtivas

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SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO! | 45

Grãos

Nos últimos 20 anos, a agropecuária paranaense

deu um salto de qualidade, em que o avanço da

produção se deveu muito mais ao aumento da

produtividade por área do que a expansão territorial

da área cultivada.

A cultura de grãos teve o impacto da pesquisa,

modernização, uso de defensivos e, principalmente,

uma nova mentalidade do produtor rural.

Um caso exemplar foi o trabalho do pesquisador

Romeu Kiihl, hoje aposentado da Embrapa- Soja, de

Londrina (387 km de Curitiba), que domou o "ciclo

juvenil da soja".

O trabalho coordenado por Kiihl possibilitou a

adaptação da soja para o plantio da leguminosa

acima do Paralelo 22, o que significou plantar soja,

com sucesso, no Nordeste (Bahia, Maranhão e Piauí)

e nos cerrados do Centro-Oeste brasileiro.

Paralelamente a esse avanço tecnológico, a

expansão de área de cultivo pelas novas fronteiras

agrícolas se estabilizou no final dos anos 80 no

Paraná. A partir da última década do século

passado, a produtividade por área é que tem

determinado o crescimento da agricultura nacional.

Em nosso estado esse esforço pela produtividade

é ainda mais evidente. Produzir cada vez mais e

melhor passou a ser a palavra de ordem do produtor

paranaense de grãos.

E aí surge um fator determinante para essa busca.

Seja por transição natural na sucessão familiar ou

pelo ingresso de novos profissionais, a agricultura

paranaense - notadamente na produção de grãos-

vive uma nova "revolução", quase silenciosa, mas

cada vez mais efetiva: um novo perfil do produtor.

grãos

CURSOS OFERTADOS PELO SENAR-PR PARA ESTA CADEIA

tratorista agrícola / semeadora e adubadora / aplicação de agrotóxicos

colhedora automotriz / manejo e conservação de solos / sistema de plantio

direto / manejo integrado de pragas / manejo de plantas daninhas / manejo

integrado de doenças / classificação de grãos / armazenista e administração

rural.

soja, milho e trigo

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46 | SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO!

grãos

Processo deaprendizado Com a aposentadoria do patriarca da família, Archile Martini, 72, quatro dos seis filhos decidiram, em 2005, administrar os 411 hectares da Fazenda Nossa Senhora Aparecida, em Santa Tereza do Oeste (514 km de Curitiba).

Adeptos de uma agricultura de ponta, os irmãos Martini buscam no SENAR- PR cursos que complementam suas formações específicas. O engenheiro agrícola Renato Archile Martini, 41, é quem explica: "Na vida, aquele que não continua o processo de aprendizado fica para trás. Estamos sempre em busca de novos conhecimentos".

Segundo ele, o dia a dia na produção de soja e milho no verão, e milho safrinha e trigo no inverno, é coordenado pelo irmão envolvido na atividade. "Mas sempre para se fazer um investimento em máquinas ou infraestrutura, nos reunimos e decidimos no coletivo", diz.

A bióloga Márcia Martini Staum, 48, Denise Adriana Martini de Meda, 47, formada em Gestão Financeira, e Eduardo Vinício Martini, 29, em Agronegócio, concordam. Apesar do trabalho coletivo, os irmãos buscam por alternativas individuais.

As irmãs Denise e Márcia trabalham com 25 colmeias nas áreas de reserva da propriedade. "A apicultura ainda não é em escala comercial, mas é fruto de um curso SENAR", conta Denise.

Foi também após um curso do SENAR que Márcia se prepara para investir, desta vez isoladamente, na pecuária de leite.

"Eu e meu marido temos planos de morar na propriedade e gostamos da atividade. Estou na fase de projetos e estudo de viabilidade", afirma.

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SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO! | 47

grãos grãos

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grãos

Negócio complexoAntônio Cláudio Teodoro de Oliveira, 32, de Campo Mourão (456 km de Curitiba), no Centro-Oeste do Estado, é engenheiro agrônomo. Após formado foi trabalhar como extensionista no setor cooperativo, para só depois assumir as propriedades da família, nos municípios de Campo Mourão e Luziânia (433 km de Curitiba).

"Perdi meu pai no início da faculdade. Minha mãe achou melhor arrendar as terras enquanto eu estudava", conta Oliveira. Depois de quatro anos como extensionista a campo, ele decidiu, em 2007, que podia retomar os 677,6 hectares antes arrendados.

Produtor de soja, milho no verão e milho safrinha no inverno, ele não se descuida do aprimoramento técnico e pessoal com cursos de qualificação do SENAR-PR. "A agricultura é hoje um negócio complexo, temos que buscar novos conhecimentos todos os dias, e os cursos do SENAR possibilitam isso", afirma.

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grãos grãos

Operaçãoe incentivoEm Mamborê (452 km de Curitiba), Iranei Donizete Machado, 52, se divide entre a produção de grãos e a suinocultura. Dono de 53 hectares, ele arrenda outros 48 hectares para suas lavouras de soja e milho no verão e milho safrinha.

Na suinocultura ele é integrado à C. Vale em uma ULP (Unidade Produtora de Leitão), com 250 matrizes. Vice- presidente do Sindicato Rural de Mamborê, além de participar dos cursos dos SENAR- PR, atua como incentivador para que agricultores e funcionários participem dos cursos de qualificação.

"Incentivo meus quatro funcionários fixos a participarem de todos os cursos, mesmo aqueles que nada tem a ver com o trabalho deles, assim como procuramos aglutinar cada vez um número maior de produtores nos cursos", diz.

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grãos grãos

Agriculturade precisão Márcio Soares, 43, e Marsal Pontel Soares, 42, são irmãos e

sócios em 2.662 hectares na região de Ubiratã (497 km de

Curitiba). Os irmãos praticam uma agricultura de precisão e

estão atentos às novas tecnologias, sem esquecer os cursos de

qualificação do SENAR-PR.

Segundo Márcio, não só os irmãos usam os cursos do SENAR

como qualificação. Os cinco funcionários fixos e trabalhadores

temporários são incentivados a frequentar os cursos. "Cada vez o

trabalho agrícola exige conhecimento. É nossa função estar atento a

isso", afirma.

O pequeno produtor Danilo Petek Alencar, 22, ainda estudante de

Administração de Empresas, já trabalha com o pai nos 108 hectares da

família, também em Ubiratã. Ele planta soja e milho e busca no SENAR-

PR "ajuda para dúvidas que surgem".

Segundo ele, tudo começou após frequentar o curso Jovem Agricultor

Aprendiz - o JAA. "Descobri o SENAR com o jovem aprendiz, e agora

faço todos os cursos que posso, não só os técnicos, como aqueles que

ajudam a melhorar a atividade".

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grãos grãos

EstímulopaternoEm Ubiratã, Aldo Antônio Salvetti, 53, trabalha com o filho, Bruno, 23, no cultivo de soja e milho no verão e milho safrinha no inverno. "A gente deixou o trigo um pouco de lado, pois fica difícil produzir com a falta de apoio oficial, virou lavoura de risco", afirma.

Se ainda não está preocupado com a transição familiar na condução da propriedade, de 104 hectares, Salvetii estimula o filho a participar dos cursos e treinamentos do SENAR-PR, para aprimoramento na condução das lavouras.

Bruno, que fez vários cursos desde operação a regulagem de máquinas e implementos, é o responsável pelos equipamentos, enquanto Aldo cuida mais do gerenciamento das lavouras.

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leite

Leite CURSOS OFERTADOS PELO SENAR-PR PARA ESTA CADEIA

Trabalhador na Bovinocultura de Leite

avaliação da conformação ideal de vacas leiteiras / casqueamento de

bovinos de leite / inseminação artificial na bovinocultura de leite / manejo

de bovino de leite / manejo de gado de leite - CTP / ordenha manual /

ordenha mecânica / preparo de animais para exposição / seminário sobre

qualidade do leite

Trabalhador na Operação e na Manutenção de Ordenhadeira Mecânica

avançado em manutenção / avançado em ordenhadeira mecânica / básico

de ordenhadeira mecânica

Espalhado pelo Paraná há um exército de quase 115 mil produtores em 114,5 mil propriedades, produzindo três bilhões e 800 milhões de litros anuais de leite, o que torna o estado o terceiro maior produtor do país. A atividade leiteira no Paraná movimentou em 2011 mais de R$ 3,2 bilhões (fonte Deral), num crescimento de 21% em relação ao ano anterior.

Para acompanhar e dar assistência e capacitação a esse formidável exército há um batalhão de mobilizadores e instrutores do SENAR-PR, sob o comando de supervisores, que levam o desenvolvimento tecnológico e social da pecuária leiteira paranaense.

A atividade oferece um diversificado perfil, dos pequenos produtores familiares com pouco mais de uma dezena de vacas aos grandes com centenas de animais e muitos empregados. Independentemente de tamanho da propriedade, o SENAR-PR busca permanentemente qualificar os produtores de leite e seus funcionários.

A lida com as vacas e com o leite estavam enraizadas em culturas familiares ancestrais, gradualmente modificadas pelos avanços da sociedade. A melhoria da sanidade tornou-se imperiosa, os métodos de ordenha, o manejo dos animais, a inseminação se modernizaram. O SENAR-PR foi um dos grandes instrumentos dos avanços na cadeia do leite, com 12 cursos dedicados diretamente aos produtores.

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leite leite

Os GrzecaA família Grzeca, de Capanema, a 557 km de Curitiba, no

Sudoeste do Estado, produz leite e soja em 21,1 hectares. Eles

viram a genética e a produtividade de suas vacas melhorarem

depois que Gilson, 34, começou a participar dos cursos do

SENAR-PR, em 1997.

"Foi uma mudança da água para o vinho, começamos a ter

uma visão mais geral da atividade. Aprendemos a selecionar melhor, cuidar melhor de cada detalhe da atividade. O resultado é que avançamos", afirma Gilson Grzeca.

Os demais familiares seguiram seu caminho e hoje, o pai, Felipe, 68, e a mulher, Marli Fernandes de Lima, 29, são "clientes" SENAR convictos. "Sempre a gente aprende algo novo. Mas o importante é que o que se aprende pode ser aplicado na propriedade", diz Felipe. Os Grzeca, com 23 vacas Jersey em lactação, tiram 330 litros diários de leite.

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leite leite

Fim do mês garantidoEm Realeza, a 528 km de Curitiba, também no Sudoeste, a engenheira agrônoma Ildete Dal Pizzol Leite, 52, utiliza os cursos "para dar uma chacoalhada nas ideias". Com um plantel de 97 animais, 48 em lactação, ela trabalha ainda com avicultura e, há um ano, começou no negócio de venda de novilhas prenhas, em fase de pré-parto, para produtores de leite.

No leite, sua principal atividade, consegue um faturamento mensal de R$ 24 mil, em média. "Esse é o grande segredo da atividade leiteira, a renumeração mensal, que ajuda muito na organização do produtor", afirma Ildete.

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leite leite

De voltaao larA zootecnista Franciele Dors, 36, é um exemplo do retorno ao lar. Depois de se formar em Zootecnia, Franciele passou por vários empregos, inclusive como professora em um colégio agrícola. Em 2008, convenceu o pai, Valter Dors, 67, a ceder uma área da propriedade da família, em Ampére, a 547 km de Curitiba, para um projeto de pecuária leiteira.

Hoje, ela utiliza parte da propriedade, de 193 hectares, para seu projeto. Com 25 vacas em lactação, num plantel de 45 vacas, Franciele produz, em média, 17 mil litros de leite por mês. "Estamos em fase de ampliação de plantel e da infraestrutura do negócio, mas estou muito satisfeita", afirma.

Franciele conta que, durante a faculdade de Zootecnia, não tinha interesse na bovinocultura de leite e, após decidir ingressar na atividade, foi buscar no SENAR-PR a qualificação necessária. "Além dos cursos técnicos, da qualificação, outra contribuição dos cursos do SENAR-PR é a troca de experiências com outros produtores. É muito bom", afirma.

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SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO! | 57

leite leite

Pós-GraduaçãoMargareth Schmitk Koller, 44, é uma entusiasta da bovinocultura de leite e dos cursos do SENAR-PR. "Faço todos os cursos que o SENAR-PR disponibiliza em Castro. Sou uma pós-graduada em SENAR-PR", brinca.

Margareth cuida da atividade leiteira da família em 35 hectares no município de Castro, a 159 km de Curitiba, e conta que depois de fazer o curso de inseminação artificial do SENAR passou ela própria a inseminar suas vacas. "Não sei se é o fato de a gente ser mulher e ser mais caprichosa, mas o índice de vacas prenhas melhorou depois que assumi a tarefa na propriedade".

Margareth é caprichosa e exigente na propriedade. No Sindicato Rural de Castro, do qual ela é frequentadora assídua, existe uma lenda - não desmentida por ela, que demonstra bem seu nível de exigência.

Insatisfeita como um funcionário tratava suas vacas, Margareth resolveu radicalizar. Na hora do almoço fez questão de servir o empregado. Encheu bastante o prato. O funcionário protestou, era muita comida. Ela, direta no ponto, argumentou, "mas não é assim que o senhor trata minhas vacas? O que sobrar o senhor come depois".

Ela dá sua versão. "Eu queria mostrar a ele que eu estava certa toda vez que pedia para ele tratar as vacas várias vezes ao dia e não colocar toda a ração pela manhã, para evitar trabalho".O empregado acabou pedindo demissão.

Com esse nível de exigência e "com ajuda dos cursos do SENAR-PR", segundo ela, consegue uma média diária de 27 litros/ animal de suas 65 vacas em lactação. ´´ Pecuária de leite é um negócio que se paga, mas o segredo para isso é se qualificar sempre, pois surgem novidades a cada dia``, ensina ela.

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leite leite

Excelência na produçãoAinda em Castro, a Fazenda Fini - uma homenagem do produtor Hans Jan Groenwold, 60, à sua mãe - é um exemplo de "excelência" na produção leiteira. Com 538 vacas em lactação, Groenwold consegue níveis superiores aos tecnificados europeus. Em três ordenhas, a Fazenda Fini produz 22.300 litros diariamente. Destes, 20.000 são comercializados e o restante é usado na alimentação da bezerrada destinada a ser comercializada como matrizes e reprodutores.

Tudo isso transforma a fazenda em uma verdadeira "indústria do leite", mas não significa que Groenwold dispense o apoio dos cursos do SENAR-PR. Ao contrário, é em uma parceria constante com o SENAR-PR que ele busca a qualificação de seus funcionários.

Só na leiteria são 18 funcionários fixos, todos com cursos SENAR-PR."Trabalhamos setorizados, com equipes para alimentação, ordenha, inseminação, e todos precisam de qualificação", explica.

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leite leite

Não está morto quem peleiaA história dos Kaipers, de Francisco Beltrão, a 500 quilômetros de Curitiba, no Sudoeste do estado, tem ingredientes de um romance ficcional, em que não faltam frustrações, percalços no caminho, superação das dificuldades e, enfim, a felicidade. Mas é vida real, e o SENAR–PR teve participação direta neste processo de "redenção" da família.

Há 10 anos, o casal Valdemar Kaipers, 48, e Marlene Catarina Copini Kaipers, 46, deixava uma experiência, frustrada, de produção coletiva no Assentamento Missões, na Linha Fazendinha, no município de Francisco Beltrão.

Os Kaipers se viram em uma encruzilhada. O que restava da aventura coletivista eram 12,3 hectares de terra, dos quais apenas cinco aproveitáveis para a exploração agropecuária.

"Uma tentativa com suinocultura se mostrou um desastre", afirma Valdemar. O casal partiu para a produção de leite. Novo desastre, agora sanitário. As quatro vacas que sobraram da experiência no Assentamento Missões estavam doentes. Tiveram de ser descartadas.

"Não está morto quem peleia", diz um ditado gaúcho, e os Kaipers foram à luta: trocaram quatro porcas por uma vaca. E, nova decepção, a vaca tinha tuberculose. Mas não desistiram. Buscaram ajuda junto à Secretaria Municipal de Agricultura de Francisco Beltrão e se depararam com os cursos do SENAR-PR.

Nove anos depois desse encontro, o resultado é animador. Em quatro hectares utilizados na pecuária leiteira, os Kaipers produzem 10 mil litros de leite por mês, com um plantel de 27 vacas Jerseis e Holandesas, sendo 14 delas em lactação. "Os cursos do SENAR foram tudo para nós, hoje o Valdemar acha tempo para ajudar os outros produtores com sua experiência", afirma uma orgulhosa Marlene Kaipers.

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Cana-de--açúcar

A cana-de-açúcar tem sido fiel companheira da história brasileira. O primeiro governador-geral Martim Afonso de Souza, em 1532, foi o responsável pelo primeiro engenho de açúcar no país. Cultivada no Nordeste a cana viveu um período áureo nos séculos 16 e 17. No século seguinte perdeu a corrida para o açúcar de beterraba na Europa, entrando em decadência.

Empurrada pela depressão econômica de 1929 que colocou o mercado de café (e a economia brasileira à beira do caos), a cana-de-açúcar abriu os espaços dos cafeeiros no eixo Rio-São Paulo e foi descendo o mapa brasileiro.

O mesmo café provocaria uma profunda mudança no mapa agrícola, no Paraná, principalmente a partir da geada negra de 1975. Sua erradicação trouxe o binômio soja-trigo e, quem?... ela, a cana-de-açúcar. O solo fértil, com o clima propício do Norte paranaense, acima do Paralelo 24, foi gradualmente sendo ocupado por canaviais. Os 180 mil hectares de 1993 saltaram para 587 mil hectares em 2011, e a previsão nesta safra no Centro-Sul do Brasil alcança mais de 550 milhões de toneladas, oferecendo fartura de açúcar e, espera-se, também de álcool.

Coincidentemente essas duas décadas de evolução do cultivo da cana coincidem com o início e o 20º aniversário do SENAR-PR. E esta instituição soube acompanhar a evolução e modernização desse setor, no qual boias-frias se transformaram em operadores de máquinas informatizadas, e donas de casa agem hoje na boleia de tratores.

CURSOS OFERTADOS PELO SENAR-PR PARA ESTA CADEIA

tratorista agrícola / aplicação de agrotóxicos / cana-de-açúcar - apontamento / cana-de-

açúcar - corte - básico / cana-de-açúcar - fertirrigação / cana-de-açúcar - plantio / cana-de-

açúcar - queima / colhedora de cana / patroleiro - motoniveladora avançado / tratores de esteira

pá carregadora (carregadora sobre rodas) / carregadora de cana-de-açúcar / inclusão digital /

desenvolvimento comportamental / aprendizagem em mecânica

cana-de-açúcar

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Mobilidade social Mobilidade social ascendente é a definição de cientistas sociais que num bom "caboclês" significa crescimento profissional, melhoria na remuneração e qualidade de vida.

São incontáveis na cadeia de cana os exemplos dessa situação proporcionada pelos cursos do SENAR-PR. Suas histórias:

Degrau em degrauEntre os anos de 1991 e 1994, Paulo Roberto Monteiro, hoje com 38 anos, foi boia-fria no corte de cana-de-açúcar. Jovem, ele não via "futuro" no corte de cana e procurou trabalho na cidade. Foi açougueiro em Cruzeiro do Sul e Paranacity (495 km de Curitiba), no Noroeste paranaense.

Em 2003 voltou a trabalhar com cana de açúcar, agora como ajudante geral no setor de transportes da unidade de Paranacity da Usina Santa Terezinha. Dois anos depois, em 2005, um curso de tratorista, com 80 horas, abriu caminho para seu desenvolvimento profissional.

Hoje Monteiro é operador de colhedora de cana, o topo profissional no trabalho a campo dentro da usina. Sua meta é chegar a encarregado de setor. Esse crescimento profissional, ele atribui aos diversos cursos do SENAR-PR após o de tratorista em 2003.

"A cada curso eu subia um degrau dentro da empresa. Depois do curso de tratorista, fiz o de operador de carregadeira e em 2008 de operador de colhedora, que é hoje o meu trabalho", afirma.

cana-de-açúcar

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cana-de-açúcar

"Bituqueiro", "barreiro", operadorAltemir Ferreira de Almeida, 35, começou a trabalhar na unidade de Paranacity em 1991, com 15 anos, como bituqueiro (o encarregado de recolher os pedaços de cana que são deixados de lado, quando são carregados os caminhões).

Com os cursos do SENAR-PR foi promovido para barreiro (o ajudante do tratorista na pulverização da cana), operador de carregadeira de cana e, desde 2007, operador de colhedora.

Laércio de Oliveira Silva, 36, há 22 anos na unidade de Tapejara, também começou como bituqueiro, passou para barreiro e, ao invés de continuar no campo, optou pela área administrativa. Hoje é o encarregado de treinamento na unidade de Tapejara da Santa Terezinha. "Aqui o treinamento é constante, tanto para aquele que ingressa na empresa como quem já trabalha há anos. A qualificação é contínua, afirma Silva.

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cana-de-açúcar

De olho no emprego No Programa Aprendizagem Rural do SENAR-PR, jovens de 17 a 18 anos, são contratados como aprendizes das usinas ao mesmo tempo em que ingressam no Ensino Médio, tendo a possibilidade de fazer um curso de qualificação e desenvolver a prática profissional nas empresas. Karim Mayara de Oliveira, 17, moradora de Tapejara, é uma das beneficiárias. De março a dezembro de 2012, ela estudou mecânica de tratores.

Eu sempre gostei de montar e desmontar coisas, o curso de mecânica está sendo maravilhoso e espero ser contratada ao final do curso, afirma Karim, estudante do terceiro ano do Ensino Médio.

Também estudante do terceiro ano do Ensino Médio, Igor Roberto Furlan Bonano, 16, viajava 20 quilômetros de Tuneiras do Oeste, onde mora, para frequentar o curso na unidade da Santa Terezinha em Tapejara."Vale a pena, se a gente acabar não sendo aproveitado na empresa, tem pelo menos uma profissão", diz.

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cana-de-açúcar

Ascensão profissionalO agrônomo Moacir Francisco Pintinha, 46, há 17 anos na Santa Terezinha, é hoje gerente-agrícola da unidade de Tapejara, mas ainda participa dos cursos de qualificação do SENAR-PR. Ele lembra que participou do primeiro curso de especialização na cultura de cana-de-açúcar, organizado pelo SENAR-PR.

"Como sou responsável pelo treinamento, acabo participando de vários cursos, que me ajudam na hora da seleção de pessoal para determinado setor", reforça Rodrigo Paschoal Belusci, 35, psicólogo e coordenador de Treinamento na unidade de Paranacity.

Desde 2009 responsável pelo setor administrativo da unidade de Paranacity, Jarbas Garcia Monteiro, 32, é outro exemplo de ascensão profissional a partir dos cursos do SENAR- PR. Ele ingressou na empresa em março de 1999, como apontador de serviços na oficina mecânica da unidade. "O meu trabalho, aos 19 anos, era anotar o que cada mecânico fazia e o tempo que demorava na execução dos serviços, por isso apontador", lembra Jarbas.

"Meu primeiro curso do SENAR-PR foi em 2000 e me levou a escolher a área administrativa, num curso relacionado a controle de almoxarifado. Daí foi uma sequência enorme de cursos, como Gestão de Pessoas, Empreendedor, sempre buscando o aperfeiçoamento profissional, afirma.

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cana-de-açúcar

Mulheresna boleia Ainda rende matéria nos telejornais, mas o trabalho não é mais incomum: mulheres ao volante de ônibus ou caminhões nas usinas de açúcar e álcool. Valdirene Soares Drigo, 38, foi uma pioneira no serviço, há cinco anos, na unidade de Tapejara da Santa Terezinha.

"Comecei direto na boleia do ônibus que faz o

transporte dos funcionários. É um serviço agradável, de muita camaradagem com o pessoal dos diversos turnos", diz.

Lurdinei da Silva, 31, começou há três anos na empresa como motorista de caminhão, seis meses depois assumiu um dos ônibus, no transporte de funcionários também na unidade de Tapejara. Para isso, passou por cursos de qualificação e treinamento. "É interessante que nesses cursos você vai se reciclando e descobrindo coisas que achava que sabia, mas que pode melhorar".

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cana-de-açúcar

A tratoristaO sonho de assumir a boleia de um trator veio com o casamento. O marido, João da Silva Araújo, 40, trabalha na unidade da Santa Terezinha em Tapejara e fez um curso de tratorista do SENAR-PR. "Foi nos livros que ele levou para casa que eu comecei a estudar", afirma Aparecida Blasqui Costa, 28.

Ao estudar a cartilha do curso de tratorista do SENAR-PR, ela teve a certeza: queria ser tratorista na usina. "Quando entrei na Santa Terezinha, há cinco anos, a primeira coisa que pedi foi o curso do SENAR-PR", diz Aparecida, que fez o curso de operação de máquinas e tratores.

Mãe de um menino de seis anos, Aparecida opera um trator no setor industrial da unidade de Tapejara e pretende fazer o curso de operador de colhedora de cana e seguir os passos do marido, que hoje trabalha com uma colhedora no setor agrícola da unidade.

"A gente tem que ter planos de crescimento profissional, e operar uma colhedora de cana é agora o meu próximo objetivo", afirma.

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Avicultura eSuinocultura

Segundo produtor nacional de suínos e primeiro em frango essas duas cadeias produtivas somam R$ 7,7 bilhões do VBP (Valor Bruto de Produção Paranaense). Em ambas as atividades os sistemas de produção estão baseados nos processos de integração com os frigoríficos e os criadores independentes.

A renda do produtor paranaense sofre interferência direta do cenário econômico mundial, pela queda das exportações ou no aumento dos custos de insumos baseados na soja e milho, e suas variações de preço na Bolsa de Chicago.

Esse quadro exige do produtor um grau de profissionalização e qualificação muito maior como gestor e empreendedor em suas propriedades. E aí entra o SENAR-PR, que há 20 anos trabalha junto com produtores e integradoras, seja no treinamento a campo dos produtores, ou no apoio à qualificação no setor agroindustrial.

O testemunho de produtores retrata a presença do SENAR-PR nessas duas cadeias.

Avicultura e Suinocultura

CURSOS OFERTADOS PELO SENAR-PR PARA ESTA CADEIA

Cadeia produtiva Avicultura

manejo de frango de corte

Cadeia produtiva Suinocultura

básico em suinocultura / inseminação artificial de suínos / manejo com inseminação artificial de suínos

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avicultura avicultura

Tudo se transformaHá nove anos, Edivan Vanzella, hoje com 28 anos, vivia um dilema. Havia terminado o segundo grau e não queria deixar a pequena São João, no Sudoeste paranaense. As perspectivas de emprego, no entanto, não eram animadoras.

A família tinha apenas um hectare. Em um passeio por Santa Catarina, ele percebeu que existiam pessoas especializadas em limpeza de aviários "Se lá dava certo, podia dar certo aqui, mas eu não tinha a menor noção de como começar um negócio", lembra.

O curso de Empreendedor Rural do SENAR-PR foi uma luz no fim do túnel. "Fiz o curso, percebi que podia ir além da limpeza de aviários, e o resultado é a indústria de hoje", afirma.

No início montou uma empresa prestadora de serviços. Fazia a limpeza dos aviários na região, usava o antigo barracão de frangos para fazer a compostagem, e vendia o composto a granel para agricultores.

Com uma análise do mercado de adubos, resolveu investir em uma pequena indústria para produzir adubo peletizado a partir da cama de frango. O resultado é hoje a Terra Fértil Fertilizantes com uma clientela espalhada pelo no Norte do Paraná e interior de São Paulo.

"Posso dizer que o curso de Empreendedor do SENAR-PR foi a guinada certeira na minha vida", afirma Vanzella, que tem planos para expansão da indústria.

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avicultura avicultura

Canan e osVenturini Em São João (419 km de Curitiba), no Sudoeste paranaense, a ideia de aumentar os investimentos em avicultura de corte de Vanderlei Canan, 41, foi a partir de cursos de Gestão Rural e Empreendedor Rural do SENAR-PR. "Os cursos deram segurança para seguir e investir mais no negócio", afirma.

Em 70 hectares, Canan não foge à tradição regional de produzir soja, milho e feijão em um esquema de diversificação da propriedade, mas com o frango como atividade principal. Com capacidade de alojamento de 80 mil aves em um ciclo de 45 dias, ele finaliza um novo aviário para aumentar a capacidade de lotação em mais 54 mil aves.

O casal Atílio Venturini, 65, e Maria Salete Odoni Venturini, 60, de Itapejara D`Oeste (440 km de Curitiba), por exemplo, é cliente assíduo. Os Venturini possuem três aviários, com capacidade de alojamento, a cada 45 dias, de 56,5 mil aves, em sistema integrado de produção. É a atividade principal do casal, que produz ainda soja, milho e feijão em uma propriedade de 216 hectares.

"Nossa presença nos cursos do SENAR-PR acontece porque percebemos que os cursos são uma mão na roda para nós produtores, e procuramos incentivar também nossos amigos por esse caminho", diz Maria Salete.

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suinocultura

A “vilinha” dos MaraschinEm Toledo (555 km de Curitiba), no Oeste do estado, a

família Maraschin (Pedro, 46, o pai, Rosinei, 43, a mãe e

dos filhos Jean, 26, Dione, 24), além dos 14 funcionários

fixos, são frequentadores assíduos dos cursos do

SENAR-PR. Dezenove dos 72 hectares são destinados à

suinocultura, e ainda produzem milho e soja.

A única da família a ficar de fora dos cursos SENAR-PR

é a caçula, Kauna Karolina, 15, por razões óbvias: "não

tenho idade para os cursos, mas quero entrar logo no

Jovem Agricultor, podia abrir mais cursos para minha

idade".

Segundo Rosinei Maraschin, a matriarca da família, os

cursos técnicos são importantes. "Mas, no nosso caso,

cursos como o DC (Desenvolvimento Comportamental)

foram essenciais para o nosso convívio em comunidade".

Convém explicar que comunidade "começa em casa"

com os filhos, noras e os funcionários e familiares destes,

totalizando 42 pessoas que moram na propriedade, onde

possuem uma UPL (Unidade Produtora de Leitões), em

sistema de integração.

"São pessoas diferentes, convivendo diariamente,

o desenvolvimento comportamental ajudou nesse

relacionamento", afirma Rosinei. Não por acaso o núcleo

de moradias, na propriedade, é chamado de "vilinha", por

Pedro Maraschin.

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suinocultura

Ciclo completo Nos 120 hectares da família, em Itapejara D’Oeste, Jacir José Dariva, 51, como a maioria dos vizinhos, investe na suinocultura e produz milho, soja e feijão. Uma UPL (Unidade Produtora de Leitões), com 1.700 matrizes é, no entanto, a atividade principal.

Paralelo à UPL, integrada a uma grande integradora nacional, para quem produz leitões com 23 quilos (em um ciclo de 65 dias), ele investe também como independente, mediante 40 fêmeas e ciclo completo na criação de suínos (maternidade, creche e terminação). Mesmo com dois cursos superiores completos - Ciências Contábeis e Agronegócio - Dariva não dispensa os cursos do SENAR-PR para ele ou para os seus 22 funcionários. "É fundamental o aprendizado constante para o sucesso da atividade", afirma.

Já Reny Gerardi de Lima, 57, faz o ciclo completo na suinocultura, com 350 matrizes nos 45,6 hectares da propriedade, na divisa com os municípios de Mariópolis e Clevelândia, onde ainda cria gado de corte.

Mas é a suinocultura sua principal fonte de renda. Com sete funcionários fixos, Lima reclama da rotatividade da mão de obra. "Com a oferta de emprego na zona urbana, a rotatividade é grande, mas o treinamento do SENAR-PR ajuda a segurar o funcionário".

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café

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Café

O Paraná é hoje o quarto maior produtor de café (depois de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo) e a maior concentração das plantações está no norte pioneiro. Liquidado pela geada negra de 1975, o parque cafeeiro paranaense busca a melhor alternativa de produção na qualidade e não mais na quantidade, por meio dos chamados cafés especiais.

O SENAR- PR, em parceria com o SEBRAE, a Emater e a COCENPP (Cooperativa de Produtores de Cafés Certificados e Especiais do Norte do Paraná) atua para melhorar a qualidade do café paranaense.

No início de 2012, a COCENPP comemorou a primeira venda direta para uma torrefadora americana, no esquema "fair trade" - sistema que procura fixar preços justos, dentro de um sistema de padrões sociais e ambientais equilibrados na cadeia produtiva.

O ingresso no seleto mundo da exportação qualificada só foi possível a partir da união das entidades e produtores. O SENAR-PR, com cursos de qualificação e a Emater com a assistência técnica, cuidam da parte de produção. A COCENPP e o SEBRAE ficam com a responsabilidade de auxiliar na comercialização.

Grandes, médios, pequenos produtores e até arrendatários estão envolvidos nessa estratégia.

café

CURSOS OFERTADOS PELO SENAR-PR PARA ESTA CADEIA

tratorista agrícola / operação de implementos / aplicação de agrotóxicos / plantas

industriais – café adensado / café – podas e desbrotas / café – pragas e doenças

café – colheita mecanizada / café – colheita manual / café – processamento e

secagem / classificação e degustação de café

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RetornoSeguroSérgio Alberto Luz, 45, possui 16,3 hectares em Abatiá, Norte Pioneiro, a 407 km de Curitiba, onde, com a mulher Leonice Batista de Luz, 44, e o filho, Luciano da Luz, 19, plantam milho, criam gado de leite e, em 2,4 hectares, cultivam café. Ele já havia desistido da vida do campo, foi em busca de trabalho na zona urbana, mas retornou há cinco anos para a propriedade.

Segundo ele, as mudanças na sua propriedade começaram há três anos, quando a família resolveu ingressar nos cursos de qualificação profissional do SENAR-PR. "A gente é nascido e criado na roça, pensa que sabe tudo, mas tem muito que aprender. Eu posso dizer que antes trabalhava no escuro, hoje sei o que devo fazer para dar certo", afirma.

café café

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café café

Impeditivo escolarDono de uma média propriedade (58 hectares), Ronaldo Casado Figueiredo, 41, possui 24 hectares em café e alia a atividade com o exercício da presidência do Sindicato Rural de Abatiá. Afirma que uma das maiores dificuldades encontradas no processo de organização dos produtores foi "um impeditivo de escolaridade".

Figueiredo explica: "Tínhamos um problema, devido às características dos produtores, na maioria sem o segundo grau. Foi preciso acionar o sistema FAEP e o SENAR-PR para reduzir a exigência de escolaridade e permitir o ingresso em cursos como Empreendedorismo Rural, por exemplo".

A sensibilidade do SENAR-PR em aceitar reduzir a exigência possibilitou que todos os produtores envolvidos na produção de cafés certificados e especiais fizessem o curso, "fundamental para o processo de crescimento tanto na produção como na questão social dos envolvidos", diz Figueiredo.

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Café na BrachiariaEngenheiro-agrônomo formado pela Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), Luiz Roberto Saldanha Rodrigues, 32, produz café em 280 dos 1.467 hectares da Fazenda Califórnia, em Jacarezinho, no Norte Pioneiro a 392 km de Curitiba.

Não sabia trabalhar com café e buscou nos cursos do SENAR-PR informações para ele, a mulher Flávia Garcia Mureb, e para a qualificação dos funcionários.

Em 2006 renovou a lavoura cafeeira e introduziu uma novidade desconhecida pelos produtores paranaenses: o consórcio com brachiaria. "Não foi uma ideia minha. Isso eu devo ao senhor José Peres Romero, de Ouro Fino (MG). Lá eles precisam cortar os morros para plantar café, com o corte a terra fica infértil e usam a brachiaria para recomposição biológica e física do solo", conta.

Reduziu a erosão, aumentou a umidade do solo e a reciclagem de nutrientes."Com a brachiaria reduzi pela metade o uso de potássio no café", afirma.

A parceria com a Fazenda Califórnia e o SENAR-PR rende até 16 cursos por ano, ministrados na propriedade, "com uma avaliação interna do aproveitamento de cada um no curso. Isso baliza o planejamento. Os cursos do SENAR estão promovendo uma mudança fantástica dentro do agronegócio", diz ele. Além de café, a fazenda Califórnia produz ainda soja e milho em 800 hectares.

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Do solúvel ao especialEm 2002, ano em que o Brasil foi pentacampeão mundial de futebol, em uma Copa do Mundo disputada no Japão e Coréia do Sul, ela estava em terras japonesas. Marilda Leiko Kawasaki Yamamoto era uma entre milhares de brasileiros que tentavam, como dekassegui (como os japoneses chamam o descendente que volta à pátria dos pais), ganhar a sobrevivência longe de casa.

Urbana, criada em colégio interno no Brasil, nunca entrara em uma cozinha - só conhecia café na xícara. "Ainda assim só o café solúvel, que é basicamente o que se bebe no Japão", lembra. Um ano depois essa realidade iria mudar. Ela teve de deixar a vida de imigrante para retornar ao Brasil e cuidar de um propriedade de 24,2 hectares da família em Carlópolis, Norte Pioneiro ( 364 km de Curitiba).

Nove anos depois de assumir a propriedade, Marilda Yamamoto é uma expert em café e, junto com outros 18 produtores de Carlópolis, produz cafés certificados e especiais para exportação na modalidade "fair trade". Como seu deu essa transformação? Marilda responde: "cursos, muitos cursos do SENAR-PR, não houve milagre nenhum, apenas qualificação profissional".

café café

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Fruticultura

A agricultura do Paraná é baseada na produção de grãos, cereais e carnes, mas o cultivo de frutas vem se desenvolvendo em várias regiões do estado. Cultivam-se espécies de clima temperado em regiões do estado com temperaturas mais baixas, assim como, em microclimas mais quentes, encontramos fruteiras tropicais e sub-tropicais .

A laranja, banana, tangerinas, melancia, uvas, abacaxi e maracujá, num universo de 34 frutas, respondem por cerca de 90% da produção paranaense.

O desenvolvimento da fruticultura no Brasil tem seu maior gargalo no mercado interno. O aumento do consumo de frutas e hortaliças é fundamental à medida que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE aponta que as frutas, verduras e legumes correspondem a apenas 2,3% das calorias ingeridas pelos brasileiros.

Além de sete cursos nesta cadeia dedicados aos produtores, o SENAR-PR e a FAEP estão atuando na modernização da Ceasa, em Curitiba, para o emprego de tecnologias de pós-colheita, classificação, embalagem, transporte, armazenagem a frio.

CURSOS OFERTADOS PELO SENAR-PR PARA ESTA CADEIA

Citros

tratorista agrícola / operação de implementos / aplicação de agrotóxicos / fruticultura básico /

fruticultura – citros / manejo ecológico de pragas / colheita manual de laranja

Tropical

tratorista agrícola / operação de implementos / aplicação de agrotóxicos / fruticultura básico /

fruticultura – maracujá, abacaxi, banana, uva, goiaba, acerola e mamão / classificação de frutas -

abacaxi e uva

Temperada

tratorista agrícola / operação de implementos / aplicação de agrotóxicos / fruticultura básico /

fruticultura – caqui, kiwi, morango, maçã, pêra, pêssego, nectarina, ameixa e uva / classificação de

frutas - maçã e uva

fruticultura

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82 | SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO!

fruticultura

Os abacaxis de S. Isabel do IvaíEssa alternativa como atividade e boa fonte de renda tem um grande exemplo em Santa Isabel do Ivaí, no Noroeste paranaense, onde os cursos do SENAR-PR ajudaram a mudar o perfil econômico do município. A cidade de nove mil habitantes é conhecida como a Capital do Abacaxi.

São 30 produtores com uma produção média de 23,7 toneladas por hectare e uma renda que chega a ser até15 vezes por hectare/ano, maior do que a produção de carne, a pasto, no mesmo espaço.

A descoberta do abacaxi - inicialmente como opção para renovação de pastagens e depois como um negócio lucrativo - não foi por acaso. Demandou estudos e pesquisas, nos quais os produtores tiveram apoio decisivo da EMATER-PR e do SENAR-PR no estudo de uma alternativa viável.

Pioneiro na produção de abacaxi em Santa Isabel do Ivaí, Luiz de Jesus Patrão, 50, da Comissão Técnica de Fruticultura da FAEP, lembra que várias alternativas foram estudadas pelos produtores.

"Tudo começou em 1994, e depois de várias tentativas, a opção pelo abacaxi se deu pelas condições climáticas e de solo (região do arenito Caiuá) que favoreciam a cultura", relembra Patrão.

Neste mapa é possível verificar na geografia do Paraná onde se

localizam algumas das principais culturas de

frutas no estado.

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fruticultura fruticultura

O novoagroindustrial Foi a partir do Programa Empreendedor Rural do SENAR-PR que o jovem Fernando Henrique dos Santos Guedes, 30, decidiu ampliar sua participação no negócio abacaxi. De produtor do fruto, em sociedade com o pai, Manoel Guedes, 52, Fernando Henrique começará, em 2013, na atividade agroindustrial. Ele investe em uma pequena processadora da polpa de abacaxi.

"A ideia é começar com cautela, mas agregar valor à produção e progredir", afirma Fernando Henrique. A família produz ainda mandioca e investe na atividade de gado de corte e leite em uma área de 121 hectares. Ele resolveu investir na agroindústria depois que fez cursos no SENAR-PR.

"Os cursos do SENAR-PR foram fundamentais. Fiz o de Administração Rural e o Rural Pró, além do curso de empreendedor (Empreendedorismo Rural). Eles (os cursos) me fizeram pensar na atividade como um todo, desde os custos de produção, gerenciamento das atividades até pensar na comercialização, que é a famosa "da porteira para fora", em qualquer atividade rural", explica Guedes.

O processo de industrialização do abacaxi, com a produção de polpa para comercialização na região, atende a dois interesses básicos dos Guedes: aproveitar e agregar valor aos frutos de menor qualidade para a venda in natura e utilizar o subproduto da polpa para a alimentação do gado leiteiro da família.

"Cada vez mais devemos evitar qualquer desperdício na atividade rural, integrar a produção como um todo significa economia e, é claro, uma rentabilidade maior ao final do processo", afirma. Ele disse que a processadora de polpa de abacaxi irá atender ainda produtores vizinhos que terão opção de renda com os frutos que não atingem o padrão de qualidade para a venda in natura.

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Orientação Após a etapa de consolidação do abacaxi como negócio em Santa Isabel do Ivaí veio o amparo técnico aos produtores que ingressam na atividade, segundo Dionísio Roberto Torrezan, mobilizador do SENAR-PR na região.

"Muitos produtores observam o sucesso do vizinho na atividade e querem entrar no ramo também. É aí que entramos, para ajudar na qualificação desses novos produtores, para que não se decepcionem por falta de capacitação técnica", diz ele.

Luiz Guandalin, 65, proprietário de 12 hectares no município, investiu na produção de abacaxi pela primeira vez ao plantar três mil pés em uma área de menos de dois hectares. "Tivemos (ele produz com um filho) dificuldades na comercialização, pois não sabíamos que o SENAR-PR poderia nos orientar no momento da comercialização, com cursos como o de Empreendedor Rural", diz.

fruticultura

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fruticultura fruticultura

ProduçãoconsolidadaO casal Sérgio Kiotaka Kawamo, 46, e Janete Kiyomi Nishi Kawamo, 44, sempre teve a cria e engorda de bovinos de corte como atividade principal em 91,9 hectares em Santa Isabel do Ivaí. Eles produzem ainda mandioca como alternativa e, há dois anos, resolveram investir também no abacaxi.

"Usamos, inicialmente, uma área degradada onde havia cana-de-açúcar, e o resultado foi surpreendente, com um rendimento muito além do esperado", disse Sérgio Kawamo. O bom desempenho fez com que os produtores voltassem a investir no abacaxi, agora em uma área maior e com a adubação recomendada pela pesquisa.

"Estamos bastante otimistas nesta segunda lavoura, já que seguimos todas as orientações técnicas. O abacaxi deixou, para nós, de ser uma opção de renovação das pastagens, mas um novo negócio dentro da ideia de diversificação de culturas", afirma Janete.

Segundo ela, o marido é um exemplo de mudanças após os cursos do SENAR-PR . "Hoje ele controla tudo, não deixa nada fora. Desde os custos de produção, mão de obra, até aquele valor que você acha pequeno, mas acumula se deixado de lado".

A revolução, no entanto, na vida do casal se deu após os cursos de DC (Desenvolvimento Comportamental), feito pelo casal, e o Mulher Atual, do qual Janete participou. Sérgio Kawamo brinca: "Depois do curso de Mulher Atual eu tenho outra mulher em casa, foi um diferencial muito grande".

É Janete, no entanto, quem sintetiza essa transformação. "Eu era muito tímida, não saía de casa para nada. Tinha poucas amizades, vivia basicamente reclusa com minha família (o casal tem dois filhos). Hoje tudo mudou. Tenho vida social ativa e tenho tempo até para as ações sociais que organizamos aqui na cidade".

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madeira

Madeira

Se o Brasil leva esse nome em virtude do pau-brasil, árvore extremamente valorizada na época do descobrimento, o Paraná foi caracterizado como "terra dos pinheirais". E não é de hoje, tanto que em 1765 D. João V de Portugal autorizou o corte de pinheiros em Curitiba, para construir a nau São Sebastião, que navegou entre o Brasil e o Reino por mais de meio século.

O ciclo da madeira, que marcou a economia do Paraná desde o final do século XIX até a década de 30 no século passado, foi marcado pelo extrativismo e a exportação de madeira. O extrativismo, porém, começou a entrar em decadência após a colonização do Norte paranaense e em seguida do Oeste e Sudoeste do estado. E também, com muita força, pela pressão da opinião pública e de legislação rigorosa, impedindo a devastação do que restava.

A madeira, contudo, é vital em qualquer economia, por servir de matéria-prima a indústrias de porte como a de papel e celulose, construção civil e moveleira. Seu uso racional foi gradualmente se expandindo, seja por grandes reflorestamentos, mas também como forma de diversificação da produção em pequenas e médias propriedades. O Paraná possui hoje mais de um milhão e 300 mil hectares de reflorestamentos e proporciona na sua exploração e industrialização um contingente de cerca de 500 mil pessoas. Por isso foi e é um dos alvos do SENAR-PR.

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madeira madeira

De "machadeiros" a mecanizaçãoAo surgir, há 15 anos, os cursos do SENAR-PR dedicados ao setor madeireiro estavam mais concentrados na formação de "machadeiros" e operadores de motosserra. Os machados ainda são usados por algumas empresas florestais, particularmente no desgalhamento de árvores abatidas e na movimentação de toras e toretes. Já as motosserras, ainda são muito utilizadas por empresas de base florestal, particularmente em áreas acidentadas, onde a colheita mecanizada (com uso de Harvesters, Feller Bunchers e Forwarders) sofre limitações em função da declividade acentuada. As transformações desse setor foram acompanhadas pelo SENAR-PR e nessa trajetória ofereceu também treinamento na operação de máquinas, como carregadoras florestais, tratores e caminhões munck.

Luiz Carlos Gibson, um pioneiro em parcerias com o SENAR em Telêmaco Borba, a 237 km de Curitiba, na região dos Campos Gerais, lembra que o machadeiro tinha e incumbência de desgalhar as árvores derrubadas pelos motosserristas nas florestas da Klabin: "Hoje com a mecanização, as próprias máquinas fazem isto". Desde meados da década de 90, ele trabalhou como prestador de serviços na área de colheita florestal, para a Klabin, unidade Monte Alegre, de Telêmaco Borba.

Hoje ainda presta serviços à empresa, mas no de transporte das toras de madeira dentro dos talhões. "Atualmente a nossa demanda por cursos do SENAR-PR é em nível de operações de máquinas carregadoras, de escavadoras, enfim, tudo mecanizado", diz.

De prestador de serviços para a Klabin, Gibson se prepara também para ser fornecedor de madeira. Proprietário de 1,4 mil hectar em fazendas nos municípios de Ortigueira e Tibagi, além da produção de milho, soja e feijão, investe em eucalipto. Segundo ele, a primeira colheita de eucalipto em suas propriedades irá acontecer em 2015, não por caso ano em que a nova fábrica da Klabin entra em operação.

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madeira madeira

Proximidade coma indústria Os cursos do SENAR-PR na cadeia da madeira se concentram naturalmente em torno da de empresas voltadas ao aproveitamento da madeira, com destaque para as regiões do Vale do Ribeira, dos Campos Gerais e do Centro-Sul paranaense. São os casos da Arauco (Arapoti, Campo do Tenente e Tunas do Paraná); Guararapes (Palmas); Vale do Corisco (Sengés, Jaguariaíva e Arapoti); Vale do Tibagi (Tibagi); Remasa (Bituruna e Palmas) e a Masisa (Ponta Grossa). O múltiplo uso da madeira como matéria-prima tem estimulado produtores a diversificarem suas propriedades.

DiversificaçãoComo comprova Francisco Joalmir Pucci, coordenador da Agência de Desenvolvimento da Cadeia da Madeira do Médio Rio Tibagi. "O produtor tem várias alternativas no uso industrial da madeira, ao optar pela diversificação com o reflorestamento, a partir do corte aos seis anos", diz Pucci, "seja qual for a escolha, é renda, já que a ideia é utilizar áreas não usadas nas propriedades", afirma.

Na região há uma mobilização de prefeituras, órgãos públicos estaduais, o SEBRAE e o SENAR-PR na tarefa de expansão da cadeia da madeira. "Os cursos do SENAR-PR serão fundamentais na qualificação dos produtores para essa nova realidade para a região central do Paraná", diz Pucci.

A avaliação que se faz é que uma "propriedade modelo" naquela ou outra região, terá, necessariamente, uma diversificação com leite, hortigranjeiros e florestas plantadas de pinus ou eucalipto. A integração pecuária de corte e florestas está se tornando realidade nas propriedades maiores, "mas queremos mobilizar os pequenos e médios nesse projeto", finaliza.

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feijão

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Feijão

O Paraná é o maior produtor nacional de feijão, responsável por 22% da produção brasileira que, segundo números da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), ficou em 3,7 milhões de toneladas em 2011.

Quarta maior cultura em área plantada no Paraná, o feijão é alternativa importante de renda para a agricultura familiar no estado. E é ainda um importante componente do VBP (Valor Bruto de Produção Paranaense) na agropecuária.

Dados levantados pelo pesquisador Carlos Alberto Salvador, agrônomo do Deral (Departamento de Economia Rural) , em análise publicada em outubro de 2011, mostram que o feijão respondeu por 2,8% do VBP da agropecuária paranaense entre os anos de 2005 a 2010. Atrás, em termos de comparação com os outros grãos, apenas da soja, milho e trigo. A média do VBP do Paraná, entre os anos de 2005 e 2010, foi de R$ 34,6 bilhões anuais. A média do feijão, neste período, foi de R$ 954 milhões anuais.

feijão

CURSOS OFERTADOS PELO SENAR-PR PARA ESTA CADEIA

tratorista agrícola / semeadora e adubadora / aplicação de agrotóxicos

colhedora automotriz / manejo e conservação de solos / sistema de plantio

direto / manejo integrado de pragas / manejo de plantas daninhas / manejo

integrado de doenças / classificação de grãos / armazenista.

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feijão feijão

O tropeirochega à mesaA Cooperativa Agropecuária Castrolanda, em Castro, nos Campos Gerais, a 159 km de Curitiba, está investindo R$ 14 milhões para conferir ao feijão um status não atingido no mercado. Seu projeto envolve uma área de 45 mil metros quadrados – a maior iniciativa de uma cooperativa brasileira nessa cultura – para mudar o cenário da produção e comercialização do feijão.

A cooperativa pretende criar uma unidade de negócios específica para o feijão, com a profissionalização dos produtores e a eliminação dos intermediários, que hoje dominam a comercialização.

Everson Orlando Lugarezi, gerente do negócio feijão na Castrolanda, aposta nesta nova fase para a cultura, a partir de a união entre produtores e cooperativa. "Vamos ter uma marca própria e capacidade de armazenamento. Mas não queremos ficar por aí, vamos avançar no processo de industrialização do feijão, em uma segunda etapa", explica.

Por que Castro?

A escolha de Castro para sediar a unidade não foi por acaso. O município, apesar de ser o quarto no Paraná em área plantada (17 mil hectares), é o primeiro do estado em produtividade, com uma média de 2.493 quilos por hectare. Prudentópolis (203 km de Curitiba), conhecida como a "Capital do Feijão Preto", com 37.400 hectares, é o município com a maior área plantada em feijão no Paraná.

Os cooperados da Castrolanda entraram com uma parceria pelo sistema de cotas no investimento. Lugarezi, no entanto, afirma que os trabalhos da unidade não estarão restritos aos cooperados. A ideia é estabelecer parcerias com produtores de outras regiões, para a prestação de serviços de secagem, armazenamento e empacotamento para terceiros. A marca própria para o feijão da Castrolanda é uma homenagem aos fundadores de Castro: "Tropeiro".

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feijão feijão

Operaçãoe incentivoEduardo de Medeiros Gomes, vice-presidente do Sindicato Rural de Castro, e produtor de feijão - planta 200 hectares da cultura - acredita que a unidade de beneficiamento veio para "consolidar e modernizar a cadeia do feijão".

Segundo Gomes, um dos reflexos dessa nova visão para a cultura é a volta, prevista para 2013, dos encontros sobre feijão no município. A ideia é promover o Encontro do Feijão , do campo à mesa, como ocorreu nos anos de 2009 e 2010. "O apoio do SENAR e do SENAC para um festival gastronômico do feijão é importante para avançarmos ainda mais na produção e comercialização do produto", afirma.

O produtor ressalta ainda a importância do SENAR-PR nos cursos de qualificação dos produtores, a maioria de pequenos produtores, e trabalhadores do negócio feijão, especialmente os cursos de mecanização e manutenção de máquinas agrícolas.

"O feijão é muito importante para o pequeno produtor, mas também é uma alternativa muito boa para complementação de renda do grande produtor", diz Gomes. Segundo ele, o grande problema do feijão é que o produtor não pode entrar na atividade sem um planejamento a longo prazo.

"O ciclo do feijão é curto, mas a atividade deve ser pensada a longo prazo. Um exemplo é que 2012 foi um ano de recuperação de preços, depois de três anos de preços ruins. Se o produtor pensa a curto prazo, pode ter prejuízos, mas se faz um planejamento adequado, é uma lavoura importante no processo de diversificação de uma propriedade rural", ensina Gomes.

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Olericultura

olericultura

Levantamento da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural, de Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, contabilizou 600 produtores enquadrados como agricultores familiares e diagnosticou que a comercialização é o maior problema enfrentado por esse pequeno exército. Para solucioná-lo, desde 2009, o trabalho tem sido aglutinar esses produtores na Cooperativa de Agricultura Familiar de Campo Largo. Com a cooperativa os produtores passaram a fornecer produtos para a merenda escolar.

"Ainda há muito o que se fazer, mas a venda direta para a merenda escolar é resultado do trabalho em cooperação. Fica difícil um produtor, isoladamente, fornecer para as compras governamentais. A cooperativa auxiliou também o fornecimento de treinamento aos agricultores. E aí entrou o SENAR-PR, com cursos para a qualificação da mão de obra na agricultura familiar", explica Selma Aparecida dos Santos, agrônoma da Prefeitura de Campo Largo.

CURSOS OFERTADOS PELO SENAR-PR PARA ESTA CADEIA

tratorista agrícola / operação de implementos / aplicação de agrotóxicos / olericultura - básica

olerícolas – frutos e sementes / olerícolas – raizes, bulbos e tubérculos / olerícolas – talos, folhas e

flores / classificação de hortaliças - alface, cheiro verde e repolho

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Os Sedoskie o MaeskiO casal Henrique Sedoski, 63, e Bárbara Kula Sedoski, 59, proprietários de 16,9 hectares em Campo Largo, é um exemplo de como os cursos do SENAR-PR auxiliam na renda familiar. Além de fornecer produtos para a merenda escolar, os Sedoski vendem seus produtos em uma feira.

Na propriedade mantida apenas pelo casal, eles plantam batata, cebola, tomate, couve-flor, brócolis, alface e milho verde. O grosso da produção abastece a merenda escolar e o restante é vendido nas feiras livres de sábado.

Praticamente o mesmo ocorre com Augusto Maeski, 56, que utiliza 2,5 hectares de seus 5 hectares para a produção de cheiro verde (salsinha e cebolinha), pimentão, berinjela, cenoura, couve-flor, beterraba, alface, repolho e acelga. A produção é vendida a uma sacolão de Campo Largo e fornecida para a merenda escolar.

Segundo Maeski, os cursos de qualificação feitos pelo SENAR-PR o auxiliaram a pensar em novas formas de comercialização, assim como a aumentar a oferta de produtos para a venda. Ele afirma ter projetos para a produção de pêssegos e melancia. "A busca é aumentar a diversificação e melhorar os ganhos. E isso eu aprendi no curso Negócio Certo", diz.

olericultura

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E o Biernaski Vice-presidente do Conselho Fiscal da Cooperativa de Agricultura Familiar de Campo Largo, Valdir Biernaski, 28, utiliza 2 hectares da propriedade da família para o cultivo de cebola e, depois dos cursos do SENAR-PR, investe em tomate em um área de 2,5 mil metros quadrados. Ao todo, a família Biernaski possui 19,3 hectares, onde o milho e o feijão são as principais culturas comerciais.

"Os cursos do SENAR-PR são bons porque auxiliam a gente a pensar melhor a produção. Não perdemos mais tempo se debatendo atrás de conhecimento técnico", afirma. Bienarski aponta ainda à qualificação do SENAR-PR o fato de ampliar seus horizontes no momento da comercialização. "Hoje entrego parte da minha produção para um sacolão e consigo também bons preços para o tomate em Paranaguá, o que não acontecia antes dos cursos".

olericulturaolericultura

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Fumo

Cultura de grande importância econômica para os três estados do Sul do Brasil, a produção de tabaco enfrenta o estigma de ser agressiva ao ambiente, pelo uso de agrotóxicos. Essa realidade tem sido transformada através de inovações tecnológicas, rotação de cultura e, principalmente, da qualificação dos produtores.

A Souza Cruz aponta que hoje, nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, as lavouras de fumo se estendem por 704 municípios, envolvendo 187 mil pequenos produtores, com uma média de 2, 4 hectares de tabaco por produtor. Um negócio que, em 2011, gerou R$ 4,4 bilhões de receita aos produtores.

No Paraná, com os cursos de qualificação do SENAR-PR, os produtores estão deixando de lado esse estigma e investindo na produção sustentável e na diversificação. Em parceria com a unidade da Souza Cruz em Rio Negro (117 km de Curitiba) e com o objetivo de melhorar as condições de vida dos produtores, o SENAR-PR criou um programa específico para os plantadores de fumo: o SOL Rural. O SOL, no caso, deve ser traduzido por Saúde, Organização e Limpeza.

fumo

CURSOS OFERTADOS PELO SENAR-PR PARA ESTA CADEIA

tratorista agrícola / operação de implementos / aplicação de agrotóxicos

manejo conservacionista de solos / Sol rural

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fumofumo

Mola da pequena propriedade Idalino Filhakoski, analista de Sustentabilidade na Produção Agrícola da Souza Cruz em Rio Negro, defende a cultura. "Somos o segundo maior exportador de tabaco do mundo, a importância econômica para o pequeno produtor é inegável. O tabaco é a mola propulsora que mantém a pequena propriedade", afirma.

Filhakoski busca números para sustentar sua tese. No Paraná, os 8,5 mil produtores integrados à Souza Cruz possuem, em média, propriedades de 16,4 hectares, com apenas 16% da área ocupada por fumo. Mas 56% da renda dos produtores vêm do fumo, garante ele.

Sobre outro calcanhar de Aquiles da cultura, a utilização de mão de obra infantil - que sustenta as campanhas dos antitabagistas contra o plantio de fumo - Filhakoski afirma estar erradicada desde 2008.

"Mas não é só isso, hoje o tabaco é uma das culturas que menos usa agroquímicos, graças ao desenvolvimento de técnicas, como o plantio das mudas no sistema Float (que usa bandejas flutuantes), eliminando o uso do gás brometo de metila, além de reduzir a aplicação de fungicida".

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fumofumo

DiversificaçãoParalelo à produção de fumo, existe o incentivo à diversificação da propriedade, com plantio de eucalipto (para fornecimento de lenha para as estufas), rotação de culturas, com o plantio de milho ou feijão após o ciclo do tabaco e o desenvolvimento da pecuária leiteira, como alternativa mensal de renda ao pequeno produtor.

O trabalho do SENAR-PR junto aos produtores de fumo não fica só no SOL Rural, em parceria com a Souza Cruz. Cursos de Aplicação de Agrotóxicos, Administração Rural, de Inclusão Digital e o JAA (Jovem Agricultor Aprendiz) estão entre aqueles que visam manter os jovens junto com os pais no campo.

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fumo

A família Luz Em Irati (153 km de Curitiba) a família Luz é usuária habitual dos cursos SENAR-PR. Os irmãos Hélio Alves, Edson Luiz, Edilson Santos e Elizeu Santos enumeram cursos desde NR 31, Operação e Manutenção de Máquinas e Implementos até o Empreendedorismo Rural que já participaram. "E vamos continuar a fazer novos cursos, assim como aqueles de reciclagem, pois sempre tem novidade", avisa Edson.

Os irmãos plantam soja, milho e feijão na propriedade de 38,4 hectares, que possui 9,6 hectares reservados à cultura de tabaco. Edilson explica que o fumo é a principal atividade econômica da família. "Dá bem mais dinheiro que as outras atividades, logo é a base da nossa produção", afirma. A mulher de Edson, Cláudia Olinda Machado da Luz, destaca. "Entre os cursos que participei o SOL Rural e, principalmente, o Mulher Atual, que ajuda muito na nossa relação social".

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Irati, Mesaque Kecot Veres, as características das propriedades na região, média de 16 hectares, tornam o tabaco a principal atividade econômica do município. "O tabaco permite a viabilidade da pequena propriedade, uma das únicas que remunera a mão de obra do agricultor".

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fumo

Os MarinskiO casal Valdomiro Marinski e Marilus Schornei Marinski, também em Irati, possui uma propriedade de 7,5 hectares. Além de 2,7 hectares em fumo, com uma produção neste ano de nove toneladas, eles produzem ainda feijão, soja e milho como alternativas de renda.

Os dois, além do SOL Rural, lembram a importância do curso NR-31 (Norma Regulamentadora 31, que trata da segurança e da saúde no trabalho) sobre a aplicação segura de agrotóxicos como um dos principais cursos. "Saber como e quando aplicar e garantir segurança no uso de defensivos ajudou bastante", afirma Valdomiro.

Celso Schimidt, e a mulher, Valdiliana Pereira Schimidt arrendam 10,1 hectares da mãe dela em Irati. Na propriedade, 3,6 hectares são ocupados por fumo, a principal atividade econômica do casal. Eles produzem ainda feijão e utilizam a técnica de rotação de culturas. Com o bom rendimento na cultura de tabaco, Celso planeja ampliar a área plantada no próximo ano. Valdiliana é só elogios para os cursos SOL Rural e Mulher Atual. Segundo ela, "a propriedade tem muita coisa ainda para ser melhorada, mas o SOL nos abriu os olhos para um monte de práticas incorretas", afirma. O casal reforça a importância do curso do NR31. "O curso é muito bom, a gente aprende que não se deve brincar com coisa séria, como é a aplicação de defensivos agrícolas", diz Celso, que foi aluno SENAR-PR ainda no curso de Operação e Manutenção de Máquinas e Implementos Agrícolas.

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Tilápia

A tilápia é um peixe antigo. Tão antigo que seus registros datam do período paleolítico, muito antes da formação do que hoje é o Egito, mas no Brasil a sua introdução comercial surgiu apenas na década de 70, com as espécies nilótica e hornorum. Foi a partir do cruzamento dessas espécies que chegamos à tilápia hoje explorada comercialmente. Só uns poucos visionários acreditavam no futuro dessa cadeia, entre eles Robert Gordon Hickson, 56 anos.

Nascido em Recife (Pernambuco), filho de pai inglês e mãe brasileira, Hickson, ou "Bob" como mais é conhecido, chegou ao Paraná em 1981, contratado pelo governo do Estado. Engenheiro de pesca por formação, sua incumbência era implantar a piscicultura comercial a partir da estação de pesquisa do governo paranaense em Toledo (555 km a oeste de Curitiba).

O início não foi fácil. Trazidos do Nordeste o trabalho começou com 84 fêmeas de tilápias nilótica e 79 machos hornorum. Logo no primeiro inverno, sobraram umas poucas fêmeas nilóticas e apenas um macho hornorum. "Tivemos que recomeçar todo o trabalho a partir deste único macho", lembra Hickson.

Paralelo ao trabalho de multiplicação dos peixes, o Paraná investiu na formação de profissionais para o setor. Em 1982 surgia em Toledo o primeiro curso técnico de piscicultura do Brasil, embrião do curso de Engenharia de Pesca da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná).

tilápia

CURSOS OFERTADOS PELO SENAR-PR PARA ESTA CADEIA

sistemas de cultivo

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Os primeiros instrutoresHavia dois gargalos para que a criação de tilápia, em escala comercial, se transformasse em uma cadeia produtiva: a qualificação do produtor e a popularização do filé de tilápia como alimento para a população.

Em 1995, Robert Gordon Hickson, o "Bob", preparou um curso, materiais e a formação de instrutores em piscicultura, a pedido do SENAR-PR. No ano seguinte a primeira turma de instrutores saiu a campo, para ministrar cursos de Piscicultura para produtores rurais.

Através de festivais da tilápia, como o que ocorreu em Curitiba em 2012, e uma campanha de divulgação, em âmbito dos municípios do Oeste, o segundo gargalo foi vencido. Hoje a tilápia faz parte até do cardápio escolar naquela região. "O processo de filetagem permitiu a presença do peixe na merenda escolar", diz Bob.

Consolidado como cadeia produtiva, o peixe histórico do Nilo (o segundo maior rio do mundo, depois do Amazonas) foi responsável pelo surgimento de frigoríficos especializados em seu abate no estado. Só em Toledo, hoje existem cinco deles.

A profissionalização se deu através de um programa de integração da Copacol (Cooperativa Agroindustrial Consolata), de Cafelândia (537 km de Curitiba). Pioneira na integração de tilápias, a Copacol tem um complexo industrial em Nova Aurora (532 km de Curitiba) com capacidade de abate de 24 toneladas de peixe por dia. A projeção da cooperativa é chegar a 40 toneladas/dia em 2015.

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UmfrigoríficoCarlos Stuani, 48, de Toledo, começou com tanques para terminação e, aproveitando a proximidade de sua propriedade com a cidade, cinco quilômetros, migrou de atividade para um pesque-pague. Logo teve de abrir um restaurante na propriedade e começou a abater peixes para o consumo dos clientes.

Em 2010, os Stuani, donos de 13 hectares de terra, decidiram por uma única atividade. Montaram um frigorífico. "Produzir, ter pesque-pague e restaurante dava muito trabalho. Eu e a mulher ( Inês Stuani ) não tínhamos finais de semana livres", justifica a opção. Segundo ele, o curso de Empreendedor Rural, do SENAR-PR, ajudou na decisão.

O abatedouro da família, com SIM (Serviço de Inspeção Municipal), tem capacidade para o abate de 2.000 quilos por dia. Toda a produção é comercializada em mercados e restaurantes de Toledo. Stuani continua a produzir tilápias em dois hectares de lâmina d’água, mas 85% dos peixes necessários ela compra de produtores que trabalham com a terminação (engorda).

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Glovackie CzerniejLucas Junior Glovacki, 21, cuida de 60 açudes na propriedade de Ego Pudel, em Toledo, onde estão alojados 1,685 milhão de tilápias, no ciclo juvenil (fase posterior à de alevino, em que o peixe já tem todas as características da tilápia adulta) e engorda. Ele é o responsável pela alimentação dos peixes nos tanques. Para se manter no emprego, fez o curso de Piscicultura do SENAR-PR. "Depois do curso, que foi excelente, aprendi a fazer a coisa da maneira certa", explica.

Ampliação das opções de diversificação foi o que levou Romano Czerniej, 76, a investir na criação de tilápias. Na propriedade, de 380 hectares em Cafelândia, ele produz soja, milho, aveia e cria gado de corte em 138,6 hectares de pastagens e produz 24 mil ovos galados para as incubadoras da Copacol. O plantel de aves é de 27 mil galinhas e três mil galos.

"O peixe surgiu como uma alternativa natural, depois que a Copacol entrou na cadeia. E compensa", afirma Czerniej. Seu braço-direito na atividade é Valdocir José Brandalize, 36, que cuida de 40 mil peixes em regime de engorda nos 12 mil metros de lâmina d’água na propriedade.

As tarefas de Brandalize não se restringem à Piscicultura na fazenda. Ele tem também cuida dos bovinos de corte e com a agricultura. "Nada mais natural que ir buscar vários cursos do SENAR-PR para se aperfeiçoar, além do curso de Piscicultura", afirma.

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tilápia tilápia

Sem depressãoMaria Inez Balensiefer, 61, vive com o marido, Aloísio Egon,78, em 30 hectares no município de Cafelândia. Dinâmica, sempre foi frequentadora dos cursos SENAR-PR. Mas há cinco anos uma forte depressão - causada principalmente pela ausência dos filhos, que foram para novas fronteiras agrícolas - acabou com a sua motivação.

Incentivada pelo filho que ainda vive com o casal, Aloísio, 26, acabou,contra a vontade, em mais um curso do SENAR-PR, o Desenvolvimento Comportamental (DC). Segundo ela, o curso operou "um verdadeiro milagre" ao perceber que tinha muito ainda para viver.

"A primeira coisa depois do curso foi procurar investir em uma atividade em que eu tivesse autonomia", diz ela. Mais uma vez o filho Aloísio veio em sua ajuda e sugeriu a criação de tilápias. Daí, depois de novo curso SENAR-PR, optou por Piscicultura. E um novo mundo surgiu para Maria Inez.

"Eu falo sempre que a criação de tilápias é uma atividade terapêutica, hoje nem preciso mais de remédios para depressão. Eu nunca imaginava que conseguiria a autonomia pessoal que tenho hoje", afirma ela. E faz questão de mostrar o talão de cheques, com conta pessoal própria conseguida depois de investir em quatro tanques com tilápias. Está aí mais uma transformação operada pelo peixe pré-histórico, que virou cadeia produtiva no Paraná.

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ovinos e caprinos

Ovinos eCaprinos

A criação de ovinos no Paraná se deu, tradicionalmente, em pequena escala para o consumo familiar ou dos peões em propriedades de bovinocultura.

Com relação aos caprinos a criação se restringia a alguns abnegados, na produção de leite com a raça Saanen, em empreendimentos quase sempre inviabilizados pela falta de estrutura da cadeia produtiva.

Além disso, o abate de animais velhos, com mau desenvolvimento de carcaça, criou rejeição na população urbana. Esse quadro, no entanto, é passado. Hoje o melhoramento genético dos rebanhos, aliado a um outro conceito de produção de carne de cordeiro e caprino, mostra um novo tempo para o segmento no Paraná.

Em tempo de demanda, em que a procura por cordeiros e caprinos supera a oferta no estado, os produtores estão sabendo aproveitar a maré positiva. Seja através de cooperativas, como nos ovinos, ou em associações, como nos caprinos, a palavra- chave é organização.

CURSOS OFERTADOS PELO SENAR-PR PARA ESTA CADEIA

manejo de ovino de corte / manejo de caprino de corte

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ovinos e caprinos

Manejode ovinosUma organização que leva a Cooperaliança (Cooperativa Agroindustrial Aliança de Carnes Nobres Vale do Jordão), de Guarapuava, a 257 km de Curitiba, no Centro-Oeste do estado, a exigir - como pré-requisito para o produtor se associar - o curso do SENAR-PR de manejo de ovinos.

A presidenta da Cooperaliança, Adriane Araújo Azevedo, 40, é quem explica essa exigência para novos associados."Observamos que, sem o curso de manejo de ovinos do SENAR-PR, o criador não conseguia visualizar todos os processos da produção".

Para isso, a Cooperaliança e o SENAR-PR agendam pelo menos um curso de manejo de ovinos por semestre na área de atuação da cooperativa. Além de apoio técnico, a cooperativa trabalha com os associados na busca pela produção de cordeiros de qualidade, prontos para o abate aos cinco meses, com uma média de 35 a 40 quilos de peso vivo.

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ovinos e caprinos

Cordeiros precoces Vânia Elisabeth Cherem Fabrício de Melo, 63, é um caso de produtora tradicional de ovinos da região de Guarapuava, que se rendeu à necessidade de produzir cordeiros precoces, dentro dos padrões exigidos pelo mercado. E foi buscar nos cursos do SENAR-PR o embasamento para essa mudança.

"A diferença, com a nova dinâmica estabelecida na propriedade, é gritante em relação a quando comecei na criação, há muito tempo", relata. Segundo Vânia, o controle de verminose no rebanho hoje é estabelecido dentro dos parâmetros técnicos que aprendeu nos cursos de manejo de ovinos do SENAR-PR. ´´Reduziu o número de aplicações vermífugas apenas com a observância do momento de aplicar", conta.

Na propriedade de 1.100 hectares em Candói (320 km de Curitiba), Vânia destina 163 hectares para a ovinocultura. Hoje, a maioria do plantel de 800 animais (592 matrizes) é de fêmeas Ille de France e machos Texel. "A Ile é boa leiteira, já o Texel dá boa conformação de carcaça e consigo ótimos cordeiros com esse cruzamento", diz.

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ovinos e caprinos

CondomíniosEm Virmond (364 km de Curitiba) ao em vez do cooperativismo, a Associação dos Criadores de Caprinos de Virmond e região foi buscar nos condomínios a fórmula para o crescimento da criação de caprinos.

Segundo Daniel Pilarski, 39, presidente da associação, um condomínio municipal com 15 matrizes e três bodes ajuda a fomentar a caprinocultura em Virmond. O sistema funciona da seguinte forma. Os bodes, puros da raça Boer, são emprestados aos produtores em sistema de rodízio, para melhoria genética do plantel.

As fêmeas que nascem no criatório municipal são entregues, com seis meses, para os produtores. "É feito sorteio entre os associados que se candidatam a receber as fêmeas, afirma Pilarski.

Com o mercado regional de borregos ainda não estruturado, toda a produção de Virmond é escoada para um frigorífico de Bandeirantes (MS). "Toda produção é vendida para o Mato Grosso do Sul, para abate e abastecimento do estado de São Paulo", explica. Os borregos são enviados para abate aos cinco meses, com um peso médio entre 25 e 30 quilos de peso vivo.

"Os cursos de manejo do SENAR e a ajuda da EMATER, no dia a dia, têm resolvido, mas queremos nos articular para abater os borregos na própria região", afirma Eder Oleinik, 29, também produtor, com um plantel de 60 matrizes.

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SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO! | 115

Casamentoperfeito Os Lange, de Candói, "casam" projetos elaborados a partir do Empreendedor Rural do SENAR-PR. Em 2004, Soeli Pereira Lange não tinha terminado o Ensino Médio quando, incentivada pelo marido, Éros Lange, ingressou no programa. Hoje, ela, aos 40 anos, ostenta uma pós em Ovinocultura, um MBA em Administração e presta assistência técnica a produtores de grãos na região de Candói.

O grande legado obtido foi "casar" um projeto familiar na propriedade.

Baseados nos projetos de Soeli sobre ovinos e de Éros, 42, sobre pecuária de leite, eles resolveram colocá-los em prática. Éros fez o curso de empreendedor rural em 2007, três anos depois da mulher.

"Vamos atingir o nível de equilíbrio em 2013, quando estaremos com 200 matrizes de ovelhas e uma produção de 250 cordeiros de corte. No leite o projeto prevê dois mil litros por dia como ponto de equilíbrio", diz Soeli.

E o empreendimento do casal é mesmo familiar, os filhos Érik Tacius Lange, 18, e Astrydt Karina, 15, estão envolvidos em todas as etapas da produção. A menina Astrydt até já decidiu: vai cursar Medicina Veterinária após concluir o Ensino Médio.

ovinos e caprinos

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Equinos

Os primeiros cavalos a percorrerem o Sul do Brasil fizeram parte de uma expedição em 1541, liderada pelo mítico Cabeça de Vaca (D. Alvar Nuñes Cabeza de Vaca), conquistador espanhol e o primeiro europeu a descrever as Cataratas do Iguaçu.

Ele saiu de Mendoza, na Argentina, e entrou no território brasileiro, cruzando o Paraná e Santa Catarina.

Ou seja, nos primórdios da nossa história esses animais estavam presentes. E desempenhariam um importante papel na formação econômica, social e política do nosso país. Como na chamada função de sela (do vaqueiro e peão, na pecuária); de carga (nos comboios ou comitivas); e de tração ("motor" de veículos de carga e de moendas).

Animal de porte, bonito, na sociedade ele ainda exerce, dependendo do seu dono, o exibicionismo, a vaidade, o orgulho e a diferenciação social, e de quebra é ator nos esportes, no lazer e na equiterapia.

Pelo seu uso na pecuária, o SENAR-PR desenvolveu cursos dedicados a produtores que lidam com cavalos, como o Trabalhador na Doma Racional de Equídeos e Trabalhador na Equideocultura.

CURSOS OFERTADOS PELO SENAR-PR PARA ESTA CADEIA

avaliação de aprumos, casqueamento e ferrageamento equino / rédeas / doma racional

equinos

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equinos

Doma racional"A doma racional é um adestramento consentido do animal, já na doma tradicional o cavalo apenas se submete, não consente", explica o criador de cavalos Crioulos Rodolpho Luiz Werneck Botelho, presidente do Sindicato Rural de Guarapuava (257 km de Curitiba). O que sintetiza as razões da procura cada vez maior de criadores e peões paranaenses pelos cursos de Doma Racional do SENAR-PR.

Botelho é proprietário de duas fazendas na região de Guarapuava. Na mais próxima do município, a Rio das Pedras, de 169 hectares, ele mantém um plantel de cavalos Crioulos para venda. Os clientes são pecuaristas que procuram essa rústica raça para as lidas do campo ou aficionados de esportes como as provas de laço e rédeas - cada vez mais populares no país - em busca de cavalos treinados para as competições. "Como é mais próxima de Guarapuava, uso a Rio das Pedras para amostragem dos Crioulos aos interessados", afirma.

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equinosequinos

Bom paraos doisÉ na Rio das Pedras que Juarez de Souza Santos, 38, dá os últimos repasses nos animais domados dentro da técnica racional. "A doma racional é boa para os dois. Para o cavalo, que vai confiando aos poucos na gente. E para o peão, pois fazer a doma tradicional, que é bruta, exige esforço do camarada", afirma Santos.

Funcionário na Rio das Pedras, além do curso de doma racional, ele disse ter aproveitado o SENAR- PR para também fazer cursos de Pastagens e sobre Gado de Corte. "Alguns cursos são só para a gente se atualizar, mas sempre acontece algo novo", afirma.

Na Fazenda Capão Redondo, de 2.014 hectares, entre os municípios de Guarapuava e Candói, Botelho mantém seu plantel de matrizes e reprodutores Crioulos, além de bovinos Angus para corte, ovinos e caprinos. "Na Capão Redondo temos ainda a agricultura, com o plantio de soja e milho", diz. Ele afirma que cada vez mais tem compradores para seus cavalos entre os apreciadores de provas de laço, especialmente o laço comprido. Já para as provas de laço curto, uma outra raça tem se destacado entre os esportistas: a Quarto de Milha.

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SENAR-PR em númerosDurante os últimos 20 anos o SENAR-PR construiu uma curva ascendente, e seus números demonstram o crescimento da instituição. A

quantidade de títulos de cursos oferecidos cresceu, a carga horária dos cursos aumentou, assim como o número de participantes e de

eventos. Nesses 20 anos foram 2.364.894 participantes em 118.642 cursos. O mais importante foi e será a preocupação com a qualidade

de seus programas e cursos, buscando se antecipar às necessidades do produtor e do trabalhador rural.

1993 1998 2003 2004

3.011

5.1075.917

2005

7.962

2006

9.077

2007

9.408

2008

8.989

2009

10.705

2010

10.444

2011 2012

10.780 10.996

EVENTOS (1993 a 2012) - FPR/PS

(Formação Profissional Rural / Promoção Social)

TOTAL118.642EVENTOS

1993

537

66.727

102.467

166.903 171.754202.719

188.312 184.607

226.225203.215 212.408 215.180

1998 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

PARTICIPANTES (1993 a 2012) - FPR/PS(Formação Profissional Rural / Promoção Social)

TOTAL2.364.894

PARTICIPANTES

1993

1.173

93.261 113.829145.795

196.578 212.895 214.882 217.076243.400

265.770288.724 309.234

1998 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

CARGA HORÁRIA (1993 a 2012) - FPR/PS(Formação Profissional Rural / Promoção Social)

TOTAL2.886.698

HORAS

resultados resultados

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SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO! | 123

resultados resultados

PROMOÇÃO SOCIALCURSOS MAIOR DEMANDA - 1993 a 2012

Classif. Atividades Eventos Participantes Carga Horária

FAMÍLIA QUALIDADE DE VIDA E CONTR. ORÇAM. FAMILIAR 3.099 69.761 18.188

1 Conscientização de mulheres 2.556 55.898 13.8442 Idosos 543 13.863 4.344

ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO 12.939 159.336 218.2083 Derivados do leite 3.989 49.310 64.480

4 Conservas vegetais, compotas, frutos cristalizados e desidratados 3.786 45.615 71.104

5 Panificação básico 2.689 34.464 43.024

6 Beneficiamento e transformação caseira de mandioca 1.096 13.375 17.536

7 Culinária Básica 901 11.070 14.416

8 Beneficiamento e transformação caseira de oleaginosa 478 5.502 7.648

ARTESANATO 2.554 28.064 213.9689 Artesanato em tecido (corte e costura) 2.554 28.064 213.968

PROGRAMAS ESPECIAIS - PS

10 Mulher Atual 678 13.858 54.240

TOTAL 18.727 257.156 500.260

11 Agrinho 728.376 20.593.712 26.221.536

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124 | SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO!

FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURALCURSOS MAIOR DEMANDA - 1993 a 2012

Classificação Ocupação Eventos Concluintes Carga Horária

1 Trabalhador no cultivo de plantas industriais 12.004 225.700 107.200

2 Trabalhador na aplicação de agrotóxicos 10.643 127.565 141.397

3 Trabalhador na operação e manutencãode tratores agrícolas (tratorista agrícola) 7.954 97.637 170.960

4 Trabalhador na administraçãode empresas agrossilvipastoris 7.559 181.657 360.955

5 Trabalhador na bovinocultura de leite 7.134 128.700 164.978

6 Trabalhador na administração de propriedadesem regime de economia familiar 3.186 215.032 38.791

7 Trabalhador na administração de associaçõese sindicatos rurais 3.110 194.174 42.416

8 Trabalhador na operação e manutençãode colhedoras automotrizes 2.737 33.602 57.208

9 Trabalhador em turismo rural 2.242 25.699 52.648

10 Trabalhador na operação e manutençãode motosserra 2.036 10.447 91.800

11 Trabalhador na fruticultura básica 1.827 30.656 20.259

12 Trabalhador na agricultura orgânica 1.698 22.852 34.584

13 Trabalhador na bovinocultura de corte 1.580 40.161 27.446

14 Trabalhador no cultivo de grãos e oleaginosas 1.490 25.015 21.033

15 Trabalhador na piscicultura 1.423 16.855 18.552

TOTAL 66.623 1.375.752 1.350.227

resultados resultados

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SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO! | 125

resultados resultados

LINHAS DE AÇÃO Eventos Participantes Carga Horária

AGRICULTURA 1.444 20.602 22.440 Grandes Culturas Anuais 190 2.211 3.888

Grandes Culturas Perenes/Semiperenes 557 10.223 5.024

Olericultura 210 2.428 4.256

Fruticultura 142 1.657 1.576

Floricultura e Plantas Ornamentais 59 671 1.344

Plantas Medicinais e Especiarias 178 2.129 4.272

Produção Orgânica 108 1.283 2.080

PECUÁRIA 949 12.732 27.866 Pecuária de Grande Porte 770 10.716 22.602

Pecuária de Médio Porte 47 572 752

Pecuária Animais Pequeno Porte 132 1.444 4.512

SILVICULTURA 237 2.764 3.024 Florestamento e Reflorestamento 237 2.764 3.024

AQUICULTURA 61 756 992 Criação de Animais Aquáticos 61 756 992

AGROINDÚSTRIA 23 286 596 Benef.Transf.Prim.Prods.Orig.Agrossilvipastoris 23 286 596

ATIVIDADES DE APOIO AGROSSILVIPASTORIL 4.648 123.785 127.041Administração Rural 2.532 98.122 69.413

Mecanização Agrícola 2.116 25.663 57.628

ATIVIDADES RELATIVAS À PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 482 5.603 11.507Classif.Armazen.Preserv.Prod.Orig.Agrossilvipastoril 181 2.148 3.424

Construção Rural 44 468 1.419

Montagem e Reparo de Máquinas Agrícolas e Motores 33 349 1.320

Prest.Serv.Áreas Saúde, Vest.Art.Domést.,Agrop.e Extrativ. 143 1.690 3.432

Turismo Rural 81 948 1.912

APRENDIZAGEM RURAL 373 7.923 49.668

TOTAL GERAL 8.217 174.451 243.134

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128 | SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO!

regionais regionais

SENAR-PR - Administração Regional do Estado do Paraná:Fone: (41) 2169-7988 / 2106-0401 - Fax: (41) 3323-2124R. Marechal Deodoro, 450, 14º andarCEP: 80010-010 - Curitiba - PR

Centro de Distribuição:Responsável: Albari José Mielke / [email protected]/Fax: (41) 2106-0495 / (41) 3333-5186Apoio Operacional: Simoni Linessio / [email protected] Iapó, n. 1130 CEP 80215-020 – Curitiba-PR

Regional - 1: CuritibaSupervisor: Luis Guilherme P. B. Lemes / [email protected]: (41) 3362-0166 / Celular: (41) 9976-1449Apoio Operacional:Eydicler Araujo / [email protected] / (41) 9678-9201Rua da Paz, 608 - Mercado MunicipalCEP: 80060-160 - Curitiba - PR

Regional - 2: Ponta GrossaSupervisor:Eduardo Gomes de Oliveira / [email protected]: (42) 3225-8915 / Celular: (42) 9972-4522 Apoio Operacional:Lenita Aparecida da Luz / [email protected](42) 9904-0008Rua Theodoro Rosas, 1381 - FundosCEP: 84010-180 - Ponta Grossa - PR

Regional - 3: IratiSupervisor:Eduardo Figueiredo Mercado / [email protected]/Fax: (42) 3422-5301 / Celular: (42) 9904-0505Apoio Operacional:Lorena Tillie Caminski / [email protected](42) 9904-0660Rua 19 de Dezembro, 154 - CentroCEP: 84500-000 - Irati - PR

Regional - 4: GuarapuavaSupervisor:Aparecido Ademir Grosse / [email protected]

Fone/Fax: (42) 3626-4789 / Celular: (42) 9977-2799Apoio Operacional:Cleide Cardoso Breda / [email protected]

(42) 9911-1717Rua Afonso Botelho, 58 CEP: 85070-165 - Guarapuava - PR / Caixa Postal 3504

Regional - 5: Pato BrancoSupervisor:Sidnei Éverton Andric / [email protected]

Fone/Fax: (46) 3225-9096 / Celular: (46) 9976-5000Apoio Operacional:Simone Rezena / [email protected]

(46) 9911-0907Rua Osvaldo Aranha, 377 CEP: 85501-310 - Pato Branco - PR

Regional - 6: Francisco BeltrãoSupervisor:Eduardo Antonio Marcante / [email protected]

Fone/Fax: (46) 3524-6014 / Celular: (46) 9975-2099

Apoio Operacional:Eliane de Fátima Strello / [email protected]

(46) 9919-3333

Rua Ponta Grossa, 2089 sala 03 - Centro

CEP: 85601-600 - Francisco Beltrão - PR

Regional - 7: MatelândiaSupervisor:Francisco Pelição de Oliveira / [email protected]

Fone/Fax: (45) 3262-2774 / Celular: (45) 9972-4710Apoio Operacional:Michelle Schwaab / [email protected]

(45) 9911-0607Av. Paraná, 930 - 1º piso - sala 30 - Centro CEP: 85887-000 - Matelândia - PRCaixa Postal - 87

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SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO! | 129

regionais regionais

Regional - 8: Assis ChateaubriandSupervisor:Luiz Angelo Fillus / [email protected]/Fax: (44) 3528–7722 / Celular: (44) 9916-8888 Apoio Operacional:Ana Paula Sampaio / [email protected]

(44) 9916-7367CTA - Assis ChateaubriandAv. Sesquicentenário, s/n.CEP: 85935-000 - Assis Chateaubriand - PR

Regional - 9: PitangaSupervisor: Davi Andre Martins Claro / [email protected]

Fone/Fax: (42) 3646-1949 / Celular: (42) 9904-0440Apoio Operacional:Simoni Staradub / [email protected]

(42) 9904-0707Av. Brasil, 341 - CentroCEP: 85200-000 - Pitanga - PR

Regional - 10: Campo MourãoSupervisor:Josiel do Nascimento / [email protected]

Fone/Fax: (44) 3529-1463 / Celular: (44) 9978-0922 Apoio Operacional:Caroline Fogaça Kitaiski / [email protected]

(44) 9906-2000Av. Irmãos Pereira, 963 - 2º andar Sala 10 CEP: 87301-010 - Campo Mourão - PR

Regional - 11: Santo Antônio da PlatinaSupervisor:[email protected]

Fone: (43) 3534-7139 / Celular: (43) 9976-0219Apoio Operacional:Silmara Aparecida Pinto / [email protected]

(43) 9600-0007Av. Oliveira Motta, 671 CEP: 86430-000 - Santo Antônio da Platina - PR

Regional - 12: LondrinaSupervisor:Arthur Piazza Bergamini / [email protected]

Fone/Fax: (43) 3357-1481 / Celular: (43) 9961-0602 Apoio Operacional:Silvia Aparecida da Silva / [email protected]

(43) 9601-0008Parque de Exposições Gov. Ney BragaAv. Tiradentes, 6355CEP: 86072-000 - Londrina - PR

Regional - 13: UmuaramaSupervisor:Jean Carlo Gonçalves Carraro / [email protected]

Fone: (44) 3624-3552 / Celular: (44) 9976-1547Apoio Operacional:Viviane Beitum da Silva / [email protected]

(44) 9906-1111R. Ministro Oliveira Salazar, 4835 - Ed. Portinari – sl. 02 – TérreoCEP: 87502-070 - Umuarama - PR

Regional - 14: MandaguaçuSupervisor:Salvador José Morales Stefano / [email protected]

Fone: (44) 3245-2055 / Celular: (44) 9973-8502 Apoio Operacional:Caroline Lorena Neia / [email protected]

(44) 9906-2299Av. Munhoz da Rocha, 800 - 2º andar - sala 34 CEP: 87160-000 - Mandaguaçu - PR

Regional - 15: ParanavaíSupervisor:Reverson Ferreira Ribas Camargo / [email protected]

Fone/Fax: (44) 3423-1892 / Celular: (44) 9916-4444Apoio Operacional:Dayane Albuquerque Ficher / [email protected]

(44) 9926-7777R. Mal. Cândido Rondon, 1545 - CentroCEP: 87704-120 - Paranavaí - PR

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SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO! | 133

Vida de repórter

A alta quilometragemde dois repórteresAs histórias e personagens das cadeias produtivas destas páginas foram

produzidas por dois repórteres que têm no lombo andanças e conhecimentos

dos viventes dos quatro cantos paranaenses. Por isso foram convidados a

fazer esse trabalho.

Foram onze semanas a campo, dezesseis cadeias produtivas e 11.213

quilômetros rodados por todas as regiões do Paraná. A tarefa era traçar

um diagnóstico da agropecuária paranaense no ano em que o SENAR-PR

completa vinte anos de atividades na qualificação do homem do campo.

O repórter José Maschio e o fotógrafo Milton Dória fizeram tal quilometragem

do Paranazão ao Iguaçu, por planaltos e planícies. Maschio é mais conhecido

pelo apelido "Ganchão", recebido pela sua mania de ver em tudo "um

gancho" - justificativa, matéria que se sustenta na linguagem jornalística.

Nascido em Echaporã (SP), mas criado no arenito de Paranavaí, é jornalista

há 30 anos, dos quais 25 como repórter na Folha de S.Paulo. Milton Dória foi

repórter-fotográfico e editor de fotografia do Jornal Folha de Londrina e tem

trabalhos publicados nos principais jornais e revistas do país.

"Testemunhamos que hoje tudo é empreendedorismo e mesmo o

desperdício se transformou em negócio. Negócio que foi impulsionado por

cursos como o Empreendedor Rural do SENAR-PR", afirmou "Ganchão".

Somente a curiosidade, a capacidade de comunicação e a sensibilidade

dos bons repórteres garantem o "gancho" a um texto, uma matéria. Eles

cumpriram a tarefa.

Cynthia Calderon e Hélio Teixeira

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01 | SENAR-PR 20 ANOS CONSTRUINDO O FUTURO!

Nossa MissãoDesenvolver ações de formação profissional e atividades

de promoção social voltadas para a família rural, contribuindo com sua profissionalização, integração

na sociedade, melhoria da qualidade de vida e pleno exercício da cidadania.

Nossa VisãoSer reconhecida como uma instituição de referência pelo dinamismo, pela criatividade e qualidade de suas ações

de formação.

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