Relatorio SistemaCantareira 20150318 · ! 1!!!! São!Josédos!Campos,18!de!março!de!2015!!...

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1 São José dos Campos, 18 de março de 2015 Relatório da Situação Atual e Previsão Hidrológica para o Sistema Cantareira SUMÁRIO A precipitação média espacial, acumulada no mês, até 18 de março de 2015, baseado nas redes pluviométricas cobrindo as subbacias de captação do Sistema Cantareira (6 pluviômetros do DAEE e 30 pluviômetros do CEMADEN), foi de 130,8 mm (157,6 1 mm), 73,5% (88,5% 1 ) da média climatológica do mês de 178,0 1 mm. As previsões baseadas no modelo ETA/CPTEC/INPE, no modo de conjunto, para a região de abrangência da bacia de captação do Sistema Cantareira indicam alta possibilidade de ocorrência de chuva em forma de pancadas. A água do chamado volume morto começou a ser bombeada no dia 16 de maio de 2014, e um volume adicional de 182,5 1 hm 3 tornouse utilizável (volume morto 1). Segundo a SABESP, em 16 de maio de 2014, o volume útil do Sistema Cantareira passou de 80,53 hm 3 (correspondente a 8,2% do volume útil original de 982,0 1 hm 3 ) para 263,03 hm 3 (26,7% de 982,0 hm 3 ). O volume útil original do Sistema Cantareira se esgotou no dia 11 de julho de 2014. No dia 24 de outubro de 2014 um volume adicional de 105,0 1 hm 3 , do chamado volume morto, tornouse utilizável (volume morto 2), e segundo a SABESP, o volume útil do Sistema Cantareira passou de 27,47 hm 3 (2,8% de 982,0 hm 3 ) para 132,43 hm 3 (13,6% de 982,0 hm 3 ). O chamado volume morto 1 se esgotou no dia 15 de novembro de 2014. O chamado volume morto 2 se recuperou no dia 24 de fevereiro de 2015, segundo a SABESP, e um dia antes segundo a ANA GTAG (Boletim diário ANA/DAEE – 23/02/2015). Da análise de evolução hipotética das chuvas até 31 de dezembro de 2015, usando as simulações do modelo hidrológico PDM/CEMADEN 2 e considerando a extração total do Sistema Cantareira igual à extração média dos últimos 7 dias 1 , para um cenário de precipitações pluviométricas 50% abaixo da média climatológica, o chamado volume morto 2 seria utilizado novamente em 245 dias a partir de hoje, aproximadamente. Em 01 de dezembro de 2015, para um cenário de precipitações pluviométricas 25% abaixo da média climatológica seria recuperado, aproximadamente, 60,3% da água do chamado volume morto 1. Para um cenário de precipitações pluviométricas iguais à média climatológica o chamado volume morto 1 seria recuperado em 125 dias a partir de hoje, aproximadamente. Para um cenário de precipitações pluviométricas 25% acima da média climatológica o chamado volume morto 1 seria recuperado em 63 dias. No cenário de precipitações pluviométricas 50% acima da média climatológica o chamado volume morto 1 seria recuperado em 51 dias (vide tabela resumo). 1 De acordo com o site da SABESP, http://www2.sabesp.com.br/mananciais/DivulgacaoSiteSabesp.aspx. 2 PDM/CEMADEN é um modelo hidrológico implementado no CEMADEN para calcular a vazão afluente na bacia de captação do Sistema Cantareira. Utiliza dados diários de precipitação pluviométrica das redes do DAEE e CEMADEN (36 pluviômetros distribuídos por toda a bacia) e evapotranspiração potencial para calcular vazão afluente em base diária e mensal. Neste relatório foi considerada uma nova calibração do modelo.

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São  José  dos  Campos,  18  de  março  de  2015  

 

Relatório  da  Situação  Atual  e  Previsão  Hidrológica  para  o  Sistema  Cantareira  

 

SUMÁRIO  

 

A   precipitação   média   espacial,   acumulada   no   mês,   até   18   de   março   de   2015,   baseado   nas   redes  pluviométricas   cobrindo   as   sub-­‐bacias   de   captação  do   Sistema  Cantareira   (6   pluviômetros   do  DAEE   e   30  pluviômetros  do  CEMADEN),  foi  de  130,8  mm  (157,61  mm),  73,5%  (88,5%1)  da  média  climatológica  do  mês  de  178,01  mm.  As  previsões  baseadas  no  modelo  ETA/CPTEC/INPE,  no  modo  de  conjunto,  para  a  região  de  abrangência  da  bacia  de  captação  do  Sistema  Cantareira  indicam  alta  possibilidade  de  ocorrência  de  chuva  em  forma  de  pancadas.  A  água  do  chamado  volume  morto  começou  a  ser  bombeada  no  dia  16  de  maio  de  2014,  e  um  volume  adicional  de  182,51  hm3  tornou-­‐se  utilizável  (volume  morto  1).  Segundo  a  SABESP,  em  16  de  maio  de  2014,  o  volume  útil  do  Sistema  Cantareira  passou  de  80,53  hm3  (correspondente  a  8,2%  do  volume  útil  original  de  982,01  hm3)  para  263,03  hm3  (26,7%  de  982,0  hm3).  O  volume  útil  original  do  Sistema  Cantareira  se  esgotou  no  dia  11  de   julho  de  2014.  No  dia  24  de  outubro  de  2014  um  volume  adicional  de  105,01   hm3,   do   chamado   volume   morto,   tornou-­‐se   utilizável   (volume   morto   2),   e   segundo   a   SABESP,   o  volume  útil   do  Sistema  Cantareira  passou  de  27,47  hm3   (2,8%  de  982,0  hm3)  para  132,43  hm3   (13,6%  de  982,0  hm3).  O  chamado  volume  morto  1  se  esgotou  no  dia  15  de  novembro  de  2014.  O  chamado  volume  morto  2  se  recuperou  no  dia  24  de  fevereiro  de  2015,  segundo  a  SABESP,  e  um  dia  antes  segundo  a  ANA-­‐GTAG   (Boletim  diário  ANA/DAEE  –   23/02/2015).  Da   análise  de  evolução  hipotética  das   chuvas   até   31  de  dezembro   de   2015,   usando   as   simulações   do   modelo   hidrológico   PDM/CEMADEN2   e   considerando   a  extração   total   do   Sistema   Cantareira   igual   à   extração   média   dos   últimos   7   dias1,   para   um   cenário   de  precipitações  pluviométricas  50%  abaixo  da  média  climatológica,  o  chamado  volume  morto  2  seria  utilizado  novamente  em  245  dias  a  partir  de  hoje,  aproximadamente.  Em  01  de  dezembro  de  2015,  para  um  cenário  de  precipitações  pluviométricas  25%  abaixo  da  média   climatológica   seria   recuperado,   aproximadamente,  60,3%   da   água   do   chamado   volume  morto   1.   Para   um   cenário   de   precipitações   pluviométricas   iguais   à  média   climatológica   o   chamado   volume   morto   1   seria   recuperado   em   125   dias   a   partir   de   hoje,  aproximadamente.  Para  um  cenário  de  precipitações  pluviométricas  25%  acima  da  média  climatológica  o  chamado  volume  morto  1   seria   recuperado  em  63  dias.  No   cenário  de  precipitações  pluviométricas  50%  acima   da   média   climatológica   o   chamado   volume   morto   1   seria   recuperado   em   51   dias   (vide   tabela  resumo).  

 

                                                                                                                         1  De  acordo  com  o  site  da  SABESP,  http://www2.sabesp.com.br/mananciais/DivulgacaoSiteSabesp.aspx.  2  PDM/CEMADEN  é  um  modelo  hidrológico   implementado  no  CEMADEN  para  calcular  a  vazão  afluente  na  bacia  de  captação  do  Sistema  Cantareira.  Utiliza  dados  diários  de  precipitação  pluviométrica  das  redes  do  DAEE  e  CEMADEN  (36  pluviômetros  distribuídos  por   toda  a  bacia)  e  evapotranspiração  potencial  para  calcular  vazão  afluente  em  base  diária  e  mensal.  Neste  relatório  foi  considerada  uma  nova  calibração  do  modelo.  

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Resumo  das  previsões  para  o  período  de  18/março/2015  a  31/dezembro/2015,  para  os  cinco  cenários  de  precipitação  e  extração  total  (Qesi  +  Qjus)  constante  igual  aos  últimos  sete  dias  (12  a  18  de  março  de  2015).  

    Cenários  Precipitação  

    50%  abaixo  

25%  abaixo   Média   25%  

acima  50%  acima  

Extração  total  =  Qesi  =  14,01  m3/s(1)    +  Qjus  =  0,47  m3/s(1)  Dias  para  esgotamento  do  volume  útil   Esgotou  em  11/julho/2014  Dias  para  esgotamento  do  volume  morto  1   Esgotou  em  15/novembro/2014    Dias  para  recuperar  o  volume  morto  2   Recuperado  em  24/fevereiro/2015  Dias  de  uso  do  volume  morto  1   244   >289   -­‐   -­‐   -­‐  Dias  para  recuperar  o  volume  morto  1   -­‐   -­‐   125  dias   63  dias   51  dias  %  do  Vol.  morto  1  (de  182,5  hm3)  em  01/dez/2015     -­‐   60,3%   100,0%   100,0%   100,0%  

%  do  Vol.  Útil  total  (de  1269,5  hm3)  em  01/dez/2015   7,8%   16,9%   27,4%   39,2%   52,4%  

(1)    Valores  médios  dos  últimos  sete  dias  (12/03/2015  a  18/03/2015),  segundo  dados  do  site  da  SABESP:  http://www2.sabesp.com.br/mananciais/divulgacaopcj.aspx.  

 

1) Situação  atual  do  Sistema  Cantareira  

Os   reservatórios   do   Sistema   Cantareira   acumulam   água   nos   meses   chuvosos,   de   outubro   a   março,  garantido  o  abastecimento  no  período  de  estiagem.  Entretanto,  no  período  de  outubro  de  2013  a  março  de  2014,  da  rede  de  pluviômetros  da  SABESP,  foram  observadas  chuvas  abaixo  da  média  climatológica  (Figura  1),   e   consequentemente   as   vazões   naturais   afluentes   foram   excepcionalmente   baixas,   o   que   contribuiu  para   que   os   reservatórios   não   recebessem  o   volume  de   água   esperado   para   essa   época   do   ano   (GTAG–Cantareira3,   Comunicado   No   6   –   25/04/2014).   Em   31   de   março   de   2014,   o   volume   útil   do   Sistema  Equivalente  (reservatórios  Jaguari-­‐Jacareí,  Cachoeira  e  Atibainha)  chegou  a  13,1%  (127,57  hm3)  do  volume  útil.   Considerando   a   situação   crítica   do   Sistema,   decidiu-­‐se   fazer   uso   do   chamado   volume  morto   (182,5  hm3)  dos  reservatórios  Jaguari-­‐Jacareí  e  Atibainha,  através  da  instalação  de  um  sistema  de  bombas  nos  dois  reservatórios.  O  volume  morto  começou  a  ser  bombeado  do  reservatório  Jaguari-­‐Jacareí  em  16  de  maio  de  2014,   elevando   o   volume   útil   de   8,2%   (80,53   hm3), em   15   de  maio   de   2014,   para   26,7%   (263,03   hm3),  porcentagem  em  relação  ao  volume  útil  (982,0  hm3).  

A   precipitação  média   espacial,   acumulada   no   período   de   01   de   outubro   de   2014   a   18   de  março   de  2015,   baseado   nas   redes   pluviométricas   cobrindo   as   sub-­‐bacias   de   captação   do   Sistema   Cantareira   (6  pluviômetros   do   DAEE   e   30   pluviômetros   em   operação   do   CEMADEN),   foi   de   807,8   mm   (971,24   mm),  equivalente   a   78,4%   (94,3%4)   de   1030,34   mm,   média   climatológica   para   o   período   outubro   a   março.   A  precipitação   média   espacial   acumulada   no   mês,   até   18   de   março   de   2015,   baseado   nas   redes  pluviométricas   cobrindo   as   sub-­‐bacias   de   captação  do   Sistema  Cantareira   (6   pluviômetros   do  DAEE   e   30  pluviômetros  do  CEMADEN),  foi  de  130,8  mm  (157,64  mm),  73,5%  (88,5%4)  da  média  climatológica  do  mês  de  178,04  mm  (Figura  1).  

A  vazão  média  afluente  ao  Sistema  Cantareira  (Sistema  Equivalente  +  Paiva  Castro)  no  mês  até  hoje,  18  de  março  de  2015,  foi  de  41,68  m3/s  (Figura  2),  40,3%  abaixo  da  vazão  média  mensal  de  69,79  m3/s,  mas  48,4%   superior   à   vazão   mínima   histórica   de   28,09   m3/s   (para   o   período   1930-­‐2013   segundo   dados   da  SABESP  e  do  GTAG-­‐Cantareira:  situação  dos  reservatórios  /  ANA).  

A   Figura   3   mostra   a   variação   média   mensal   do   armazenamento   d’água   no   solo   nas   sub-­‐bacias   do  Sistema  Cantareira,   para  o   período  de  outubro  de  2013   até   18  de  março  de  2015.   Estimou-­‐se  déficit   de  

                                                                                                                         3  Grupo  Técnico  de  Assessoramento  para  Gestão  do  Sistema  Cantareira,  média  histórica  de  1930  a  2013.  

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água  no  solo  nos  períodos  de  out/2013  a  fev/2014  e  de  abr-­‐out/2014.  E  estimou-­‐se  excedente  de  água  no  solo  no  mês  de  mar/2014  e  no  período  de  nov/2014  a  fev/2015.  Em  mar/2014  as  chuvas  foram  5,0%  acima  da  média  climatológica.  De  nov/2014  a  jan/2015  foram  21,2%,  33,7%  e  48,6%  abaixo,  respectivamente.  Em  fev/2015  foram  35,7%  acima.  

O  volume  útil  antigo  do  Sistema  Cantareira  (982,00  hm3)  se  esgotou  no  dia  11  de  julho  de  2014  (Figura  4).  No  dia  24  de  outubro  de  2014  um  volume  adicional  de  105,00  hm3,  do  chamado  volume  morto,  tornou-­‐se  utilizável.  Segundo  a  SABESP,  o  volume  útil  do  Sistema  Cantareira  passou  de  27,47  hm3  (2,8%  de  982,00    hm3)   para   132,43   hm3   (13,6%   de   982,00     hm3).  O   chamado   volume   morto   1   se   esgotou   no   dia   15   de  novembro   de   2014   (Figura   4).   Na   Tabela   1   são   apresentados   os   valores   do   armazenamento   do   Sistema  Cantareira  até  18  de  março  de  2015.  

 

 

Figura  1.  Precipitação  mensal  na  bacia  do  Sistema  Cantareira  (ano  hidrológico  out-­‐set).  

 

0"

50"

100"

150"

200"

250"

300"

out/12"

nov/12"

dez/12"

jan/13"

fev/13

"mar/13"

abr/13"

mai/13"

jun/13"

jul/1

3"ago/13"

set/13"

out/13"

nov/13"

dez/13"

jan/14"

fev/14

"mar/14"

abr/14"

mai/14"

jun/14"

jul/1

4"ago/14"

set/14"

out/14"

nov/14"

dez/14"

jan/15"

fev/15

"mar/15"

Precipita

ção,men

sal,(mm),

Média"climatológica"

Observado"Out/2012"@"Mar/2015"

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Figura  2.  Vazão  afluente  (em  m3/s)  do  Sistema  Cantareira  (Sistema  Equivalente  +  Paiva  Castro).  A  linha  laranja  refere-­‐se   à   vazão   média   mensal   até   18   de   março   de   2015   e   a   roxa   à   vazão   média   mensal   de   2014.   A   linha   em   azul  corresponde   às   vazões   médias   mensais   para   o   período   1930   –   2013.   As   linhas   verde   e   vermelha   referem-­‐se,  respectivamente,  aos  máximos  e  mínimos  absolutos  da  série  histórica  mensal  no  período  1930  –  2013.  

 

 

Figura   3.   Variação   média   mensal   do   armazenamento   de   água   no   solo   (em   mm)   para   as   sub-­‐bacias   do   Sistema  Cantareira).  O  valores  negativos  indicam  déficit  de  água  no  solo.  

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Figura  4.  a)  Precipitação  média  diária  nas  bacias  do  Sistema  Cantareira  (Dados  do  CEMADEN  e  DAEE)  e  b)  Evolução  da  vazão  afluente  (Qnat)  do  Sistema  Cantareira  (linha  azul),  da  vazão  efluente  (Q  efluente=  vazão  para  atendimento  da  demanda  Região  Metropolitana  de  São  Paulo  e  Região  de  Campinas  +  vazão  a  jusante  (linha  magenta)),  e  do  volume  útil  (em  porcentagem)  do  Sistema  Cantareira  (linha  vermelha),  do  novo  volume  útil  1  (linha  verde)  e  do  novo  volume  útil   2   (linha   laranja).   As   porcentagens   correspondem   ao   volume   útil   de   982,00   hm3   (Fonte:   SABESP   –   Situação   dos  mananciais  e  boletins  diários  da  ANA  –  GTAG-­‐Cantareira:  situação  dos  reservatórios).  

 Tabela  1.  Resumo  da  situação  do  armazenamento  do  Sistema  Cantareira  (Fonte:  SABESP  –  Situação  dos  mananciais  e  boletins  diários  da  ANA  –  GTAG-­‐Cantareira:  situação  dos  reservatórios).  

Situação  em  18/março/2015  

Volume  útil  (hm3)  

Vol.  útil  armazenado  

(hm3)  

Vol.  total  autorizado  

(hm3)  

Vol.  total  armazenado  

(hm3)  

%  do  volume  total  autorizado  

%  do  volume  útil    

982,0   0,0   1269,5   152,8   12,0   15,6    

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2) Análise  e  Previsão  de  Chuva  para  o  Sistema  Cantareira.    

2.1)  Precipitação  observada  nas  últimas  24  e  72  horas  e  acumulados  do  mês  de  março  de  2015.  

A   chuva   no   Sistema   Cantareira   é   monitorada   por   seis   (6)   pluviômetros   do   DAEE   e   trinta   (30)  pluviômetros  do  CEMADEN  instalados  entre  o  final  de  abril  de  2014  e  início  de  maio  de  2014  (Figura  5).  Na  tabela  2  são  apresentados  os  dados  nas  últimas  24  e  72  horas  e  acumulados  de  todo  este  mês.  

 

 

Figura   5.   Precipitação   observada   acumulada   (em   mm)   de   01   a   18   de   março   nos   pluviômetros   do   CEMADEN   e  DAEE/SAISP   nas   sub-­‐bacias   de   captação   do   Sistema  Cantareira   (contornos   em  preto).   As   cores   representam  alturas  topográficas  com  relação  ao  nível  do  mar  de  acordo  com  a  escala  da  direita.  

(s/d)  Indica  que  houve  falta  de  dados  em  algum  período.  

 

 

 

 

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Tabela  2.  Precipitação  (em  mm)  nas  últimas  24,  72  horas  (18/03/2015  às  7:00h)  e  acumulado  do  mês  de  março.  

Estações  #  Fonte:  DAEE  

**  Fonte:  CEMADEN  

Precipitação  acumulada  (mm)    

Últimas  24h    

Precipitação  acumulada  (mm)  

Últimas  72h  

Precipitação  acumulada  (mm)  Mês  de  Março  

#  Barragem  Jacareí   0,2   17,8   162,8  #  Barragem  Jaguari-­‐Vargem   0,4   20,6   128,2  #  Barragem  Cachoeira   0,0   12,8   176,2  #  Barragem  Atibainha   0,0   25,6   153,4  #  Desemboque  do  Tunel  5   0,0   35,4   122,2  #  Barragem  Paiva  Castro   0,0   18,6   129,0  **Av,  Targino  Vargas/Camanducaia   0,0   0,0   58,0  **camanducaia04/Camanducaia   s/d   s/d   s/d  **camanducaia06/Camanducaia   1,0   6,0   134,0  **camanducainha/Camanducaia   s/d   s/d   s/d  **COPASA/Camanducaia   1,0   5,0   107,0  **Cruzeiro/Camanducaia   0,0   14,0   143,0  **Fernão  Dias  km910/Camanducaia   2,0   9,0   88,0  **Ponte  Nova/Camanducaia   s/d   s/d   s/d  **Santa  Terezinha/Camanducaia   0,0   18,0   107,0  **São  Mateus/Camanducaia   1,0   6,0   101,0  **Estrada  das  Posses/Extrema***   0,0   12,0   17,0  **extrema01/Extrema   0,0   9,0   100,0  **extrema02/Extrema   s/d   s/d   s/d  **extrema07/Extrema   1,0   79,0   201,0  **Forjos/Extrema   0,0   15,0   100,0  **PSF  Furnas/Extrema   1,0   57,0   168,0  **PSF  Matão/Extrema   0,0   34,0   129,0  **COPASA/Itapeva   1,0   22,0   126,0  **Córrego  dos  Negros/Itapeva   2,0   20,0   89,0  **Distrito  de  Areias/Itapeva   2,0   24,0   98,0  **Tropical  Flores/Itapeva   1,0   26,0   112,0  **Cachoeira/Joanópolis   0,0   16,0   139,0  **Centro/Joanópolis   0,0   13,0   166,0  **joanopolis02/Joanópolis   s/d   s/d   103,0  **joanopolis03/Joanópolis   s/d   s/d   s/d  **Caras/Piracaia   s/d   s/d   s/d  **Dobrada/Piracaia   0,0   16,0   116,0  **Pião/Piracaia   0,0   44,0   171,0  **Bairro  dos  Cardosos/Vargem   0,0   35,0   124,0  **SP036/Vargem   0,0   32,0   122,0    (s/d)  Indica  que  houve  falta  de  dados  em  algum  período.  ***  Dados  registrados  a  partir  do  dia  12  de  março  de  2015.          

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2.2)  Previsão  de  Chuva  para  o  Período  de  18  a  25  de  março  de  2015  

A   Figura   6   mostra   a   previsão   numérica   de   precipitação   acumulada   para   os   próximos   3   (três)   dias,  segundo   o   modelo   numérico   Eta/CPTEC/INPE   de   alta   resolução   (Eta   5x5km),   que   é   a   média   de   cinco  membros,  onde  são  combinadas  diferentes  condições  de  contorno  e  de  parametrização   física.  A  Figura  7  mostra   a   previsão   por   conjuntos   (média   de   7   previsões   paralelas,   modificando   as   condições   iniciais)   de  chuva  acumulada  para  os  próximos  3  (três)  e  7  (sete)  dias,  segundo  o  modelo  numérico  Eta/CPTEC/INPE.  As  previsões  denominadas  "média  7  membros"  são  a  média  de  seis  membros  do  Eta  40x40  km,  que  combinam  diferentes   condições   de   contorno   e   de   parametrização   física,   e   do   Eta   15x15   km   determinístico.   As  previsões  baseadas  no  modelo  ETA/CPTEC/INPE,  no  modo  de   conjunto,  para   a   região  de  abrangência  da  bacia  de  captação  do  Sistema  Cantareira   indicam  alta  possibilidade  de  ocorrência  de  chuva  em  forma  de  pancadas   pelo   menos   durante   os   próximos   3   a   5   dias.   Devido   ao   caráter   localizado   da   chuva   não   se  descarta   a   ocorrência   de   acumulados   pontuais   significativos.   Destaca-­‐se   também  que   estatisticamente   a  estação  chuvosa  na  Região  da  Cantareira  acaba  entre  finais  de  março  e  início  de  abril.  

 

Figura  6.  Previsão  de  precipitação  acumulada  em  mm  para  os  próximos  3  dias  segundo  a  previsão  do  modelo  numérico  Eta/CPTEC/INPE  de  alta  resolução  (5x5km).  A  área  da  bacia  de  captação  do  Sistema  Cantareira  é   indicada  na  Figura  com  linha  preta  espessa.  

   

Figura   7.   Previsão   de   precipitação   acumulada   em  mm   nos   próximos   3   e   7   dias   para   a   bacia   de   captação   do   Sistema  Cantareira,  segundo  a  previsão  por  conjuntos  (média  de  7  previsões  semelhantes  em  que  a  cada  previsão  é  iniciada  com  o  estado   da   atmosfera   ligeiramente   diferente)   do   modelo   numérico   Eta/CPTEC/INPE.   A   área   da   bacia   de   captação   do  Sistema  Cantareira  é  indicada  na  Figura  com  linha  preta  espessa.  

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3) Estimativa  da  provável  evolução  do  armazenamento  do  Sistema  Cantareira  

A   Figura   8   mostra   a   previsão   da   vazão   média   mensal   afluente   em   m3/s   do   modelo   hidrológico  PDM/CEMADEN  (Probability-­‐Distributed  Model/CEMADEN),  usando  a  previsão  de  precipitação  do  modelo  ETA  para  os  próximos  7  dias  e,  na  sequência,  considerando  5  cenários  de  precipitação:  média  climatológica,  25%  abaixo,  50%  abaixo,  25%  acima  e  50%  acima  da  média  climatológica,  até  31  de  dezembro  de  2015.  Em  todos   os   cenários   foi   utilizada   a   média   histórica   mensal   de   temperaturas.   A   Figura   9   apresenta   as  precipitações  e  vazões  diárias  observadas  de  10  a  18  de  março  e  previstas  de  19  a  25  de  março  de  2015.  A  Figura   10   mostra   a   evolução   do   volume   acumulado   dos   reservatórios   do   Sistema   Cantareira   usando   as  previsões   de   vazão   das   Figuras   8   e   9,   e   considerando   a   demanda   constante,  Qesi=14,01  m3/s   e  Qjus=0,47  m3/s,   valores   médios   dos   últimos   sete   dias   (12/03/2015   a   18/03/2015)   segundo   o   site   da   SABESP  (http://www2.sabesp.com.br/mananciais/divulgacaopcj.aspx).  

Para  um  cenário  de  precipitações  pluviométricas  50%  abaixo  da  média  climatológica,  o  chamado  volume  morto  2  seria  utilizado  novamente  em  245  dias  a  partir  de  hoje,  aproximadamente.  Em  01  de  dezembro  de  2015,   para   um   cenário   de   precipitações   pluviométricas   25%   abaixo   da   média   climatológica   seria  recuperado,   aproximadamente,   60,3%   da   água   do   chamado   volume   morto   1.   Para   um   cenário   de  precipitações  pluviométricas  iguais  à  média  climatológica  o  chamado  volume  morto  1  seria  recuperado  em  125  dias  a  partir  de  hoje,  aproximadamente.  Para  um  cenário  de  precipitações  pluviométricas  25%  acima  da   média   climatológica   o   chamado   volume   morto   1   seria   recuperado   em   63   dias.   No   cenário   de  precipitações   pluviométricas   50%   acima   da   média   climatológica   o   chamado   volume   morto   1   seria  recuperado  em  51  dias  (Tabela  3).  

 

 

Figura   8.   Previsão   de   vazão   média   mensal   afluente   em   m3/s   ao   Sistema   Cantareira   (Sistema   Equivalente   +   Paiva  Castro)  com  a  previsão  do  ETA  para  os  próximos  7  dias  e,  na  sequencia,  para  5  cenários:  precipitação  50%  abaixo  da  média   climatológica   (linha   vermelha),   25%   abaixo   da  média   climatológica   (linha   amarela),   na  média   climatológica  (linha   cinza),   25  %  acima  da  média   climatológica     (linha  verde)   e  50%  acima  da  média   climatológica   (linha  azul).  A  linha  preta  refere-­‐se  à  média  mensal  climatológica  e  a  laranja  aos  mínimos  absolutos  para  o  período  1930-­‐2013.  Em  magenta  as  vazões  médias  do  ano  1953,  em  roxo  de  2014  e  turquesa  até  18  de  março  de  2015.  

 

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Figura  9.  Nas  colunas  são  apresentadas  as  precipitações  diárias  (P)  observadas  em  preto,  as  7  previsões  paralelas  e  a  “média  7  membros”.  A  linha  preta  apresenta  as  vazões  diárias  (Q)  observadas,  as  demais  linhas  apresentam  as  vazões  previstas  a  partir  das  diferentes  previsões  de  precipitação.  

 

 

Figura  10.  Projeções  da  evolução  do  armazenamento  do  Sistema  Cantareira  para  5  cenários:  precipitação  50%  abaixo  da  média  climatológica  (linha  vermelha),  25%  abaixo  da  média  climatológica  (linha   laranja),  na  média  climatológica  (linha  preta),  25  %  acima  da  média  climatológica    (linha  verde)  e  50%  acima  da  média  climatológica,  considerando  o  “novo  volume  útil”  (volume  útil  +  volume  morto1  +  volume  morto2  =  982,0  hm3  +  182,5  hm3  +  105,0  hm3)  da  água  que  está   sendo   bombeada   do   volume   morto   dos   reservatórios   Jaguari-­‐Jacareí   e   Atibainha.   Em   todos   os   cenários   foi  utilizada  a  temperatura  média  mensal.  

 

No  cenário  de  precipitações  pluviométrica  na  média  climatológica,  em  31  de  março  de  2015  o  volume  armazenado  no  Sistema  Cantareira  seria  de  193,24  hm3  (15,2%  de  1269,5  hm3),  aproximadamente.  No  final  da  estação  chuvosa,  30  de  abril  de  2015,  o  volume  armazenado  seria  de  239,25  hm3  (18,8%  de  1269,5  hm3).  

Volume  Total  Autorizado  =  Vol.  Útil  +  Vol.  Morto  1  +  Vol.  Morto  2  

Vol.  Morto  1  +  Vol.  Morto  2  

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No  final  da  estação  seca,  30  de  setembro  de  2015,  seria  de  388,69  hm3  (22,7%  de  1269,5  hm3)  e  no  dia  1º  de  dezembro  de  2015  seria  de  348,07  hm3  (27,4%  de  1269,5  hm3),  aproximadamente.  

 

Tabela  3.   Resumo  das  previsões  para  o  período  de  18/março/2015  a  31/dezembro/2015,   para  os   cinco   cenários  de  precipitação  e  extração  (Qesi  +  Qjus)  constante  igual  à  média  de  janeiro  de  2015.  

    Cenários  Precipitação  

    50%  abaixo  

25%  abaixo   Média   25%  

acima  50%  acima  

Extração  total  =  Qesi  =  14,01  m3/s(1)    +  Qjus  =  0,47  m3/s(1)  Dias  para  esgotamento  do  volume  útil   Esgotou  em  11/julho/2014  Dias  para  esgotamento  do  volume  morto  1   Esgotou  em  15/novembro/2014    Dias  para  recuperar  o  volume  morto  2   Recuperado  em  24/fevereiro/2015  Dias  de  uso  do  volume  morto  1   244   >289   -­‐   -­‐   -­‐  Dias  para  recuperar  o  volume  morto  1   -­‐   -­‐   125  dias   63  dias   51  dias  %  do  Vol.  morto  1  (de  182,5  hm3)  em  01/dez/2015     -­‐   60,3%   100,0%   100,0%   100,0%  

%  do  Vol.  Útil  total  (de  1269,5  hm3)  em  01/dez/2015   7,8%   16,9%   27,4%   39,2%   52,4%  

(1)    Valores  médios  dos  últimos  sete  dias  (12/03/2015  a  18/03/2015),  segundo  dados  do  site  da  SABESP:  http://www2.sabesp.com.br/mananciais/divulgacaopcj.aspx.  

 

4) Verificação  das  Previsões  de  Chuvas  e  Vazão  do  Período  Anterior  (10/03/2015  a  17/03/2015)  

A   Figura   11   mostra   nos   três   painéis,   respectivamente,   a   previsão   do   período   anterior   (painel   da  esquerda),   as   observações   de   chuva   (painel   central)   e   a   diferença   entre   as   previsões   e   as   observações  (painel  da  direita).  O  painel  da  direita  mostra  que  as  previsões  do  volume  de  chuva  para  este  período  sobre  as  bacias  do  Sistema  Cantareira  foram  essencialmente  corretas.  

 

Figura   11.   Esquerda:   Previsão   de   precipitação   acumulada   em  mm   dos   últimos   7   dias,   segundo   o  modelo   numérico  Eta/CPTEC/INPE   (previsão   por   conjuntos).   Centro:   precipitação   observada   no   mesmo   período   (em   mm).   Direita:  diferença  entre  a  previsão  prevista  e  observada  (em  mm).  Os  valores  positivos  (cores  em  azul)  indicam  que  os  valores  previstos  foram  superiores  ao  observados  e  o  os  valores  negativos  (cores  avermelhados)  indicam  os  valores  previstos  foram  inferiores  aos  observados.  A  área  da  bacia  de  captação  do  Sistema  Cantareira  é   indicada  na  Figura  com  linha  preta  espessa.  

 

A   vazão  média   afluente   observada   no   período   de   10   a   17   de  março   de   2015   foi   igual   a   51,38  m3/s,  segundo   o   site   da   SABESP   (http://www2.sabesp.com.br/mananciais/divulgacaopcj.aspx).   A   vazão   média  afluente  prevista  para  o  mesmo  período  foi  de  65,06  m3/s.