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Relatório Agrupamento de Escolas de Almeida Garrett AMADORA AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS Área Territorial de Inspeção do Sul 2016 2017

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Relatório

Agrupamento de Escolas

de Almeida Garrett

AMADORA

AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS

Área Territorial de Inspeção

do Sul

2016 2017

Agrupamento de Escolas de Almeida Garrett – AMADORA

CONSTITUIÇÃO DO AGRUPAMENTO

Jardins de Infância e Escolas EPE 1.º CEB 2.º CEB 3.º CEB SEC

Escola Básica Almeida Garrett, Alfragide, Amadora • •

Escola Básica da Quinta Grande, Alfragide, Amadora • •

Escola Básica de Alfragide, Amadora • •

Escola Básica do Alto do Moinho, Zambujal, Amadora • •

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1 – INTRODUÇÃO

A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação

pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a

avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos

jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de

avaliação em junho de 2011.

A então Inspeção-Geral da Educação foi

incumbida de dar continuidade ao programa de

avaliação externa das escolas, na sequência da

proposta de modelo para um novo ciclo de

avaliação externa, apresentada pelo Grupo de

Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de

março). Assim, apoiando-se no modelo construído

e na experimentação realizada em doze escolas e

agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da

Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver

esta atividade consignada como sua competência

no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de

janeiro.

O presente relatório expressa os resultados da

avaliação externa do Agrupamento de Escolas de

Almeida Garrett – Amadora, realizada pela

equipa de avaliação, na sequência da visita

efetuada entre 13 e 16 de março de 2017. As

conclusões decorrem da análise dos documentos

fundamentais do Agrupamento, em especial da

sua autoavaliação, dos indicadores de sucesso

académico dos alunos, das respostas aos

questionários de satisfação da comunidade e da

realização de entrevistas.

Espera-se que o processo de avaliação externa

fomente e consolide a autoavaliação e resulte

numa oportunidade de melhoria para o

Agrupamento, constituindo este documento um

instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao

identificar pontos fortes e áreas de melhoria,

este relatório oferece elementos para a

construção ou o aperfeiçoamento de planos de

ação para a melhoria e de desenvolvimento de

cada escola, em articulação com a administração

educativa e com a comunidade em que se insere.

A equipa de avaliação externa visitou a escola-

-sede do Agrupamento e todos os outros estabelecimentos de educação e ensino que o constituem.

A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização do Agrupamento, bem como a colaboração

demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

ESCALA DE AVALIAÇÃO

Níveis de classificação dos três domínios

EXCELENTE – A ação da escola tem produzido um impacto

consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria

das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos

respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam

na totalidade dos campos em análise, em resultado de

práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e

eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em

campos relevantes.

MUITO BOM – A ação da escola tem produzido um impacto

consistente e acima dos valores esperados na melhoria das

aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos

percursos escolares. Os pontos fortes predominam na

totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas

organizacionais generalizadas e eficazes.

BOM – A ação da escola tem produzido um impacto em linha

com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e

dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos

escolares. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes

nos campos em análise, em resultado de práticas

organizacionais eficazes.

SUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto

aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens

e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos

escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco

consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas

da escola.

INSUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto

muito aquém dos valores esperados na melhoria das

aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos

percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos

pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A

escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa.

O relatório do Agrupamento apresentado no âmbito da

Avaliação Externa das Escolas 2016-2017 está disponível na página da IGEC.

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2 – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO

O Agrupamento de Escolas de Almeida Garrett, constituído no ano 2000, está localizado na freguesia de

Alfragide, concelho da Amadora, e foi abrangido pela avaliação externa das escolas, no ciclo anterior, em

novembro de 2010. Composto por quatro estabelecimentos de educação e ensino, acima mencionados,

tem a sua sede na escola básica com a mesma designação. Celebrou contrato de autonomia com o

Ministério da Educação e Ciência por um período de três anos, que vigorou entre 2013-2014 e 2015-

2016. Está abrangido pelo contrato interadministrativo de delegação de competências na área da

educação celebrado entre o Município da Amadora, o Ministério da Educação e a Presidência do

Conselho de Ministros.

No presente ano letivo, o Agrupamento é frequentado por 1258 crianças e alunos, sendo 146 da educação

pré-escolar (seis grupos), 531 do 1.º ciclo do ensino básico (24 turmas), 269 do 2.º ciclo (12 turmas, duas

com percursos curriculares alternativos), 296 do 3.º ciclo (14 turmas, uma com percursos curriculares

alternativos) e 16 do curso vocacional de Ambiente e Empreendedorismo (uma turma).

Da totalidade da população escolar, 4,4% são estrangeiros, provenientes de 18 países diferentes, com

maior expressão dos de origem cabo-verdiana e brasileira. Quanto à ação social escolar, 53% dos alunos

não beneficiam de auxílios económicos. Relativamente às tecnologias de informação e comunicação, 77%

possuem computador com ligação à internet. Da análise dos indicadores relativos às habilitações dos

pais e mães dos alunos, constata-se que 22,9% têm formação superior e 20% o ensino secundário, sendo

que 26% exercem funções de nível superior e intermédio.

A prestação do serviço educativo é assegurada por 107 docentes, dos quais 66,4% pertencem aos

quadros. A experiência profissional é expressiva, uma vez que 80% lecionam há 10 ou mais anos. Os não

docentes totalizam 46 trabalhadores, dos quais 37 são assistentes operacionais, sete assistentes

técnicos, uma psicóloga e uma técnica de serviço social. O Agrupamento dispõe também de um vigilante

da Equipa de Missão para a Segurança Escolar que exerce funções na Escola Básica do Alto do Moinho.

De acordo com os dados disponibilizados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência,

referentes ao ano letivo de 2014-2015, o Agrupamento, quando comparado com as outras escolas

públicas, apresenta valores das variáveis de contexto bastante desfavoráveis, embora não seja dos mais

desfavorecidos. Neste âmbito, salientam-se as percentagens de raparigas e de docentes dos quadros e a

média do número de alunos por turma nos 4.º e 6.º anos de escolaridade.

3 – AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO

Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e

tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação

formula as seguintes apreciações:

3.1 – RESULTADOS

RESULTADOS ACADÉMICOS

Na educação pré-escolar, a análise dos progressos das crianças é efetuada sistematicamente, através de

registos de observação das rotinas diárias, no contexto da dinâmica do grupo, permitindo adequar o

processo educativo e conhecer as aprendizagens de cada uma. Trimestralmente, são elaboradas

informações individuais descritivas, que traduzem os progressos das crianças, tendo por referência as

diferentes áreas de conteúdo, partilhadas com os pais e encarregados de educação, sendo valorizados os

seus contributos na reflexão sobre a prática pedagógica.

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No ensino básico, os resultados académicos, no ano letivo de 2014-2015, quando comparados com os dos

agrupamentos com variáveis de contexto análogo, encontram-se acima dos valores esperados em todos

os indicadores analisados (taxas de conclusão dos anos terminais de ciclo e classificações nas provas de

avaliação externa), exceto na taxa de conclusão do 6.º ano de escolaridade, que se posiciona aquém,

ainda que nos dois anos letivos anteriores tenha registado valores igualmente acima do esperado.

Considerado o triénio de 2012-2013 a 2014-2015, os dados traduzem a eficácia da ação do Agrupamento,

que tem produzido um impacto consistente nos resultados, predominantemente acima dos valores

esperados. Sobressai a tendência de melhoria da taxa de conclusão do 4.º ano, assim como os bons

desempenhos nas provas de avaliação externa, em particular no 9.º ano, em que ficaram

significativamente acima dos valores esperados, nos dois últimos anos daquele triénio.

Atendendo ao contexto desfavorável em que o Agrupamento se encontra inserido, os resultados

anteriormente referidos refletem o empenho na melhoria contínua das aprendizagens e da qualidade do

sucesso, área que constitui uma das prioridades definidas no plano de ação delineado para 2016-2017.

Isto denota uma intervenção educativa eficaz, constatando-se, na generalidade, uma evolução

significativa no desempenho dos alunos, propósito preconizado pelos responsáveis e observável quer no

planeamento resultante do processo de autoavaliação, quer no plano de ação estratégica de promoção da

qualidade das aprendizagens.

No curso vocacional e nos percursos curriculares alternativos, os resultados têm sido, de um modo

global, satisfatórios. Os órgãos e as estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica

procedem à análise dos resultados dos alunos sustentada em informação estatística detalhada,

sistematizada para este efeito, que inclui dados internos e externos, possibilitando a comparação com os

anos letivos anteriores, bem como o posicionamento a nível concelhio e nacional. O aproveitamento e a

triangulação da informação proveniente de diferentes fontes, como por exemplo, a que decorre do projeto

Rede de Escolas de Excelência (ESCXEL), têm permitido identificar tendências e padrões evolutivos no

que concerne aos resultados escolares.

É feita uma análise comparativa da qualidade do sucesso e do sucesso pleno e a reflexão em torno dos

fatores internos que condicionam os resultados dos alunos tem conduzido à implementação de medidas

de promoção do sucesso escolar, bem como à criação de projetos próprios de apoio ao estudo. O processo

de monitorização, rigoroso, tem possibilitado a reorientação das práticas, quando se detetam desvios.

Atualmente, a intervenção pedagógica está mais focalizada nos anos iniciais de ciclo, nos quais se têm

registado menores taxas de sucesso, no sentido de colmatar as dificuldades diagnosticadas, afigurando-

se pertinente continuar a investir em ações de melhoria dos processos de ensino e de aprendizagem que

possam potenciar, ainda mais, os resultados.

Em matéria de prevenção e resolução dos casos de abandono escolar, a atuação do Agrupamento tem

sido eficaz na redução deste indicador, tendo sido superado o ponto fraco identificado na anterior

avaliação externa que remetia para “A menor eficácia das estratégias implementadas com vista à

redução do abandono escolar, cujas taxas continuam elevadas.”

RESULTADOS SOCIAIS

As crianças e os alunos são envolvidos em múltiplas atividades e projetos que permitem a aquisição de

competências pessoais e sociais no exercício de uma cidadania interventiva e democrática. Também são

incentivados a participar na vida da escola e a assumir as responsabilidades inerentes a esse

envolvimento, havendo notória consciência da importância do seu papel na tomada das decisões que

lhes dizem respeito.

No 2.º e no 3.º ciclo, elegem anualmente a associação de estudantes, os delegados e os subdelegados de

turma, que reúnem trimestralmente com a direção, para analisarem o desenvolvimento das atividades e

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o funcionamento da escola na sua globalidade, apresentando propostas para a resolução de problemas,

que posteriormente são integradas em ações de melhoria. Existe a preocupação de esclarecer as medidas

tomadas pelo diretor com impacto direto no quotidiano educativo. Ainda neste âmbito, são também

realizadas as assembleias de turma, moderadas pelos diretores de turma, tendo as últimas versado

sobre o orçamento participativo. A consolidação destas práticas de capacitação cívica e de cidadania

ativa tem tido também reflexos positivos no contributo dos alunos nos conselhos de turma intercalares e

na equipa de autoavaliação, na qual estão representados.

Mantém-se consolidada a capacidade de promover uma diversidade de iniciativas e projetos com

qualidade, que contribuem para o sucesso das aprendizagens e para o desenvolvimento de um forte

sentido de pertença e identidade, destacando-se, entre muitos, a Orquestra Geração e as ações

solidárias, em regime de voluntariado. No assumir das suas responsabilidades, os alunos são agentes

pró-ativos na dinamização das atividades, sendo relevantes as ações de cariz social, designadamente os

projetos Educar para a Cidadania, em articulação com o Banco Alimentar Contra a Fome, Recolha de

Tampinhas, Natal Solidário e Ama Sénior.

O Agrupamento integra o núcleo executivo da Comissão Social de Freguesia de Alfragide e o Conselho

Local de Ação Social da Amadora (CLAS) e foi-lhe atribuída a Bandeira Solidária da Fundação EDP,

projeto que reconhece o envolvimento das escolas em ações de solidariedade.

A educação para a saúde, para o ambiente, para o bem-estar e para a paz assumem um grande destaque

no âmbito da formação pessoal e social, com forte contributo para uma consciência multicultural.

Constituem-se como evidências os projetos Educação Ambiental – Gestão da Recolha e Encaminhamento

de Resíduos, O teu Papel é Útil! – Campanha de Recolha de Papel e as atividades do Desporto Escolar. A

abordagem destas temáticas é feita numa perspetiva transversal, promovendo a articulação curricular e

o trabalho em rede com diferentes parceiros da comunidade, nomeadamente a Associação Nacional de

Famílias para a Integração da Pessoa Deficiente (AFID Diferença), o Centro de Estudos para a

Intervenção Social (CESIS) e o Centro de Saúde da Damaia-Reboleira.

Na generalidade, as crianças e os alunos revelam conhecer as regras estabelecidas e têm um

comportamento adequado que contribui para que as escolas sejam percecionadas como espaços

tranquilos e seguros. No entanto, persistem algumas situações perturbadoras, sobretudo no 2.º e no 3.º

ciclo, que na sua maioria são reincidências e resultam de comportamentos inadequados que não são

entendidos como graves pelos próprios alunos. Ao nível do controlo desta problemática foram realizados

progressos significativos, mas ainda há margem para melhoria, consolidando a concertação de

estratégias de atuação que se revelem mais eficientes.

Também na vertente da indisciplina é de referir a sustentabilidade de um projeto de continuidade, o

Gabinete de Acompanhamento e Integração de Alunos, designado por G(U)IA, com um impacto muito

significativo, pela sua intervenção eficaz, numa perspetiva marcadamente preventiva. Os padrões de

comportamento são alvo de um projeto de investigação-ação de caracterização dos diferentes tipos.

Neste âmbito, tem-se apostado na diversificação de estratégias, sendo de referir os projetos Monitores de

Recreio e Monitores de Refeitório, e em ações concertadas entre técnicos, docentes, direção, famílias e

vários parceiros da comunidade local, onde são de mencionar a Associação de Solidariedade Subud e a

Pastoral dos Ciganos.

Embora o Agrupamento conheça as opções dos alunos após a conclusão dos estudos e mencione um

reconhecimento positivo da qualidade da prestação do serviço educativo, ainda não existem mecanismos

formais e intencionais de acompanhamento do percurso escolar e profissional que permitam conhecer

com rigor o impacto das aprendizagens, pelo que este aspeto poderá ser aprofundado no domínio da

autoavaliação.

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RECONHECIMENTO DA COMUNIDADE

Na análise das respostas aos questionários de satisfação, aplicados no âmbito da presente avaliação

externa, predominam as apreciações positivas sobre o funcionamento das diferentes áreas do

Agrupamento, sendo de realçar os elevados níveis de satisfação dos pais e encarregados de educação e

dos alunos do 1.º ciclo.

Na educação pré-escolar, os pais revelam gostar do jardim de infância e conhecer bem as regras e o seu

funcionamento, valorizando o bom ambiente e a boa comunicação com os seus responsáveis. Dão ainda

relevância à informação que lhes é fornecida sobre as aprendizagens dos seus educandos e ao facto de

serem envolvidos nas atividades. Já no ensino básico, as afirmações com maior concordância referem-se

ao conhecimento das regras de funcionamento da escola e ao incentivo dado aos seus filhos para

trabalhar e ter bons resultados, realçando, também, a segurança e a capacidade de resolução dos casos

de indisciplina. Os diretores de turma são reconhecidos pela sua disponibilidade e atuação no

estreitamento da ligação escola-família. As afirmações que recolhem menor apreço referem-se aos

serviços de refeitório e bufete.

No 1.º ciclo, os alunos manifestam, globalmente, elevados níveis de concordância, demonstrando agrado

por terem vários amigos na escola, pelas atividades de expressão plástica que realizam e pela prática de

educação física e desporto. No 2.º e no 3.º ciclo, os discentes também valorizam a escola como espaço de

amizades e apreciam as experiências que fazem nas aulas, revelando conhecer as regras de

comportamento. No geral, expressam menor satisfação do que os restantes grupos de inquiridos, em

particular quanto à utilização do computador na sala de aula e à qualidade dos almoços.

Quanto aos docentes e não docentes, ambos salientam a disponibilidade da direção e, com índices de

menor concordância, referem o comportamento dos alunos. Ainda com apreciação positiva, os docentes

mencionam a abertura do Agrupamento ao exterior e, os não docentes, a segurança e a limpeza.

Em termos globais, a comunidade auscultada enfatiza o valor das relações humanas, sob o epíteto de

escola dos afetos, ressaltando o clima amistoso, o espírito de entreajuda, a partilha e o trabalho

colaborativo. A ação educativa concebe a diversidade cultural como uma fonte de riqueza, uma mais-

valia para a consciencialização, por parte dos alunos, da existência de diferenças entre pessoas,

promovendo o bem-estar e o sentido de pertença. A câmara municipal enalteceu o trabalho desenvolvido

no âmbito das respostas educativas para os alunos com necessidades educativas especiais.

Foi evidenciada uma cultura de proximidade, essencialmente direcionada para pais e encarregados de

educação e parceiros, que se traduz no abraçar de projetos concelhios e nacionais e na dinamização de

uma grande variedade de atividades, tais como concursos, exposições e outras iniciativas que atestam e

valorizam as aprendizagens dos alunos. Destacam-se os projetos inovadores de elevada complexidade

organizativa: Para ti se não Faltares, em parceria com a Fundação Benfica e a Câmara Municipal da

Amadora, Mostra de Teatro, promovida por esta autarquia, Despertar para a Natureza, em parceria com

a Liga Portuguesa para a Proteção da Natureza, Eco-Escolas e Educação Estética e Artística, entre

muitos outros.

O sucesso dos alunos, quer nos resultados académicos, quer sociais, é bastante valorizado, sendo o

reconhecimento do mérito promovido através do quadro de excelência e do quadro de mérito

desportivo, que distingue os que nas provas do Desporto Escolar e dos jogos juvenis da Amadora são

premiados. Também aos alunos que fazem parte da Orquestra Geração é reconhecido o trabalho, a

dedicação e o grande empenho de conciliação dos estudos com os ensaios e apresentações. Os

respetivos diplomas são entregues, em cerimónia pública, no âmbito das comemorações do Dia do

Patrono, com o intuito de reforçar a identidade do Agrupamento. Neste âmbito, pretendem

implementar a atribuição de diplomas ao 1.º ciclo.

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Em suma, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto consistente e acima dos valores esperados

na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os

pontos fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas

organizacionais generalizadas e eficazes. Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de

MUITO BOM no domínio Resultados.

3.2 – PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO

PLANEAMENTO E ARTICULAÇÃO

O planeamento das atividades letivas é concebido, de forma colaborativa, pelos docentes em sede de

departamento curricular, de grupo de recrutamento ou de conselho de ano, conduzido por uma visão

estratégica com linhas orientadoras para as opções de gestão curricular, destacando-se a

sequencialidade das aprendizagens e a interdisciplinaridade. O trabalho em equipa tem merecido

particular atenção, sendo muito valorizadas as redes de apoio informal, para além das reuniões formais.

A par da planificação, os docentes partilham e constroem materiais didáticos, refletem sobre as

metodologias a utilizar e preparam as atividades do plano anual, entre outras.

Ao nível da gestão vertical do currículo têm vindo a ser implementadas, progressivamente, medidas

organizativas promotoras da articulação. Neste âmbito, as reuniões com docentes da educação pré-

escolar e do 1.º ciclo e entre estes e os do 2.º ciclo têm permitido o levantamento das necessidades que as

crianças e os alunos evidenciam, e desencadeado alterações no desenvolvimento curricular, como seja o

reforço do ensino e da aprendizagem em determinadas áreas. É nas disciplinas de português e de

matemática que se verifica maior consistência, no entanto, está em curso o seu alargamento a outras

disciplinas, como as ciências. Assim, esta é uma matéria que importa consolidar, enquanto estratégia

direcionada para a melhoria da qualidade das aprendizagens e do sucesso educativo.

Numa perspetiva de gestão horizontal, há evidências que apontam para a articulação entre disciplinas,

nos 2.º e 3.º ciclos, que passam designadamente pela realização de visitas de estudo e pela concretização

de atividades e de projetos interdisciplinares. Com o objetivo de encontrar pontos de interseção entre o

currículo das disciplinas, no âmbito do conselho de turma foi implementada a medida Gestão do

Currículo para o desenvolvimento de temas comuns. Os docentes destes ciclos de ensino dispõem de

tempos no seu horário para fazerem atividades conjuntas em sala de aula ou, em sede de conselho de

turma, planificarem as mesmas. A multiculturalidade é percecionada como uma mais-valia na gestão do

currículo e na formação global dos discentes.

A importância dada à transição das crianças e dos alunos para os níveis/ciclos subsequentes constitui

um aspeto a sublinhar, destacando-se os projetos Salto de Gigante e Padrinhos e Afilhados com

dinâmicas promotoras do trabalho colaborativo, em prol de procedimentos facilitadores de uma boa

integração. O conhecimento prévio dos estabelecimentos de educação e ensino que aqueles vão

frequentar viabiliza quer a participação em atividades comuns ao longo do ano letivo, quer a

concretização de visitas com essa finalidade. Além disso, a realização de reuniões entre docentes que

envolvem também os dos anos de escolaridade anteriores possibilita a transmissão de informação útil

para a definição atempada de estratégias que se considerem adequadas. A colaboração destes no

processo de constituição de turmas permite, do mesmo modo, a tomada de decisões que contribuem para

a integração e o sucesso educativo.

Neste âmbito, é de sublinhar, ainda, a reunião dinamizada pela direção com os pais e encarregados de

educação dos alunos do 4.º ano de escolaridade para lhes prestar informações acerca do funcionamento

da escola-sede e sobre a organização curricular do 5.º ano, entre outros aspetos.

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PRÁTICAS DE ENSINO

O rigor da monitorização e análise dos resultados potencia uma gestão do currículo mais adequada, uma

vez que tem permitido o reajustamento das atividades e estratégias aos ritmos de aprendizagem das

crianças e dos alunos, equacionando-se, sistematicamente, a eficácia das medidas promotoras do sucesso

escolar implementadas.

Os docentes, no geral, envolvem as crianças e os alunos em metodologias ativas na gestão da sala de

atividades/aula, fomentando a sua participação nos processos educativos. Salientam-se os trabalhos de

pesquisa, de grupo ou a pares, a metodologia de projeto, as apresentações orais à turma, as saídas de

campo e as dramatizações. São ainda de referir, entre outros, pela elevada participação dos alunos dos

diferentes anos de escolaridade, os concursos Gramaticando, Português na Linha, Jogo do 24, Canguru

Matemático Sem Fronteiras, Problema do Mês, com impacto significativo nas aprendizagens.

Existem práticas de diferenciação pedagógica que passam pelo apoio individualizado ou pela

diversificação de materiais. Destacam-se a elaboração de projetos curriculares assentes numa

articulação de conteúdos, estratégias, objetivos e formas de avaliação, numa lógica inter e

transdisciplinar. Contudo, a diferenciação pedagógica em sala de aula ainda carece de uma maior

consolidação e generalização, já identificada e objeto de uma ação de melhoria em curso.

O Agrupamento distingue-se pelas práticas de trabalho colaborativo e de supervisão pedagógica a pares,

instituídas em todos os departamentos curriculares, com participação voluntária, aspeto que importa

consolidar, necessitando, igualmente, de uma maior reflexão, no sentido de serem por todos entendidas

como estratégias promotoras do desenvolvimento profissional e da melhoria do sucesso escolar. A

partilha de experiências e as parcerias em sala de aula, implementadas no âmbito da articulação

curricular, surgem como formas de aferir e consolidar os processos de ensino e de aprendizagem.

No acompanhamento aos alunos com necessidades educativas especiais destaca-se o trabalho de

proximidade e de cooperação entre as diferentes estruturas, os conselhos de turma, os docentes de

educação especial e os serviços técnico-pedagógicos. Sublinha-se a interação, nomeadamente, da técnica

do rendimento social de inserção, da assistente social e da psicóloga no desenvolvimento da articulação

curricular e das competências sociais promotoras da inclusão. Esta colaboração revela-se um ponto

forte, sendo facilitada pela utilização de um manual de procedimentos, elaborado pelo departamento de

educação especial. Este surge para ajudar na implementação das adequações no processo de ensino e de

aprendizagem e assegurar o rigor da organização das respostas educativas.

Na educação pré-escolar e no 1.º ciclo, é de mencionar o projeto BioVisualSpeech, desenvolvido em

parceria com a Escola Superior de Saúde de Alcoitão, que consiste na avaliação da motricidade oro facial

e da fala, no sentido preventivo das dificuldades ao nível da leitura e da escrita. No âmbito da

organização da matriz dos currículos específicos individuais (CEI), foram implementados vários clubes

que funcionam de forma articulada com as áreas disciplinares. Os planos individuais de transição (PIT)

são desenvolvidos com a colaboração de parceiros locais, sendo de referir a Fundação AFID Diferença.

As taxas de sucesso dos alunos com necessidades educativas especiais melhoraram ao longo do triénio

de 2013-2014 a 2015-2016, situando-se entre 60% e 100%, no último ano letivo.

As linhas orientadoras para o sucesso escolar estão bem definidas no plano de ação estratégica de

promoção da qualidade das aprendizagens, sendo exemplo as Turmas START, que se destinam aos anos

de escolaridade de início de ciclo e têm como objetivo aumentar as competências de leitura dos alunos do

1.º ano e diminuir as taxas de retenção nos 5.º e 7.º anos. Destacam-se, ainda, os Grupo +, no 5.º ano, que

consistem na organização de grupos de homogeneidade relativa, na disciplina de matemática e, nos 6.º e

9.º anos, como aulas de complemento curricular, o SOS a português e a matemática.

Nesta perspetiva, foram delineados diversos projetos que potenciam o apoio ao estudo, sendo alguns

dinamizados por parceiros no espaço escolar, nomeadamente Eu Consigo para alunos dos 1.º e 2.º ciclos,

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CESIS para os do 7.º e do 8.º ano e o GET INVOLVED que se apresenta na forma de tutorias individuais

realizadas por voluntários da comunidade de Alfragide.

A concretização da componente experimental tem fomentado uma atitude positiva face ao método

científico e à aprendizagem das ciências, de que é exemplo o Dia Aberto cujas atividades, destinadas aos

alunos do 1.º ciclo, são dinamizadas pelos dos 2.º e 3.º ciclos. Ainda assim, esta componente poderá ser

reforçada, em sala de atividades/aula, em todos os níveis de educação e ensino, não obstante a

relevância do trabalho realizado.

As visitas de estudo também fazem parte das estratégias de ensino e de aprendizagem. A dimensão

artística e cultural é considerada potenciadora das capacidades expressivas e criativas, incrementada

através das experimentações, produções plásticas, do teatro, da dança e da música. Neste âmbito,

assume particular relevância a organização de concertos, através da Orquestra Geração, realizados em

parceria com o Conservatório Nacional de Música e a Câmara Municipal da Amadora.

Existem bibliotecas integradas na Rede de Bibliotecas Escolares. No 1.º ciclo, a implementação destas é

recente, pelo que a sua dinamização carece de recursos humanos e de maior consolidação das dinâmicas.

No 2.º e no 3.º ciclo, a sua ação tem sido complementar à atividade letiva, facilitando a articulação

curricular. Dos projetos em desenvolvimento destacam-se: Ler+ em Família, Ler Prazer/Ler Pra Ser,

Face a Face – Direitos Humanos na Escola, em articulação com a Amnistia Portuguesa, Leitura Vai e

Vem, Clube dos Monitores da Biblioteca, Newton e Leitura Digital, com tabletes.

MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS

É evidente uma cultura de escola assente em práticas de monitorização do ensino e da aprendizagem

que tem abarcado o cumprimento do planeamento efetuado, através da realização de balanços

periódicos. Procede-se de igual forma ao levantamento de indicadores acerca da eficácia das medidas de

promoção do sucesso escolar implementadas, como as Turmas START, o apoio tutorial específico, o

Grupo +, Leitura e Escrita (alunos do 2.º ano de escolaridade) e o SOS.

Existem orientações explícitas relativamente à avaliação, sendo valorizada a vertente diagnóstica como

uma estratégia para a articulação entre ciclos de educação e ensino. Esta é aplicada no princípio do ano

letivo, nos anos iniciais de ciclo, sempre que um aluno é integrado num novo grupo turma, e durante o

ano letivo, em qualquer ano de escolaridade, quando os professores consideram relevante. Os critérios

avaliativos estão definidos em documento próprio, sendo dado conhecimento dos mesmos aos alunos e

encarregados de educação, numa linha de transparência do processo.

Na educação pré-escolar, é feita uma análise sistemática dos progressos das crianças, o que permite o

reajustamento da ação educativa às suas necessidades e interesses. No ensino básico, os professores

recorrem a uma variedade de tarefas, triangulando informações de testes/fichas, trabalhos de grupo ou

individuais, relatórios, entre outros.

A avaliação formativa e a sumativa são aferidas e alvo de reflexão. Na disciplina de português, por

exemplo, a ênfase dada àquela primeira modalidade revela-se através da realização de concursos que

permitem a consolidação das aprendizagens e a preparação para os testes de avaliação sumativa (como

o Gramaticando), com impactos positivos nos resultados alcançados. Reconhecida como uma modalidade

a desenvolver, tem-lhe sido conferida uma relevância crescente no processo de ensino e de

aprendizagem, aspeto que importa consolidar, enquanto estratégia reguladora da atuação pedagógica.

De igual modo, está a ser repensada a diversificação de instrumentos de avaliação e as metodologias de

aplicação dos testes sumativos estão a ser objeto de reflexão. O feedback dado aos alunos, por alguns

professores, acerca dos seus desempenhos, bem como a transmissão de informações sobre os aspetos a

aperfeiçoar, constitui uma prática positiva.

Agrupamento de Escolas de Almeida Garrett – AMADORA

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O caminho já percorrido ao nível do trabalho colaborativo nas diversas estruturas de coordenação

educativa e supervisão pedagógica, nomeadamente no que respeita a procedimentos de avaliação,

consubstanciados na uniformização de critérios, na elaboração conjunta de matrizes, na realização de

testes comuns por período letivo e a nível do Agrupamento, concorre para a uniformização do grau de

exigência em cada área curricular e para o aumento da confiança na avaliação interna. A correção

partilhada de testes evidencia-se em casos pontuais, podendo ser mais explorada. A intensificação e a

generalização destas estratégias constituem, assim, uma vertente a fortalecer.

As ações concretizadas no âmbito da prevenção e da resolução das situações de abandono e de

desistência escolares, junto dos pais e encarregados de educação, bem como o acompanhamento

realizado aos alunos pelos serviços técnico-pedagógicos, em articulação com entidades externas, como

sejam os agentes da Polícia de Segurança Pública – Escola Segura e a Comissão de Proteção de Crianças

e Jovens, têm-se revelado eficazes. Os diretores de turma e todas as estruturas do Agrupamento

desenvolvem diversas estratégias de integração e motivação dos alunos para que estes possam concluir

o 9.º ano de escolaridade. Também é realizada a orientação vocacional e visitas à Futurália, para que os

discentes possam escolher os seus percursos académicos, de acordo com os seus interesses e motivações.

A criação de cursos vocacionais e de turmas com percursos curriculares alternativos tem respondido

positivamente a este propósito.

Pelo exposto, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto consistente e acima dos valores

esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos

escolares. Os pontos fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas

organizacionais generalizadas e eficazes, o que justifica a atribuição da classificação de MUITO BOM

no domínio Prestação do Serviço Educativo.

3.3 – LIDERANÇA E GESTÃO

LIDERANÇA

Os documentos estruturantes revelam-se consistentes e coerentes entre si, refletindo a visão estratégica

que orienta toda a ação educativa. Estabelecem com clareza a sua missão, as metas globais a alcançar,

assim como as áreas e estratégias de intervenção prioritária.

O projeto educativo, sob o lema Uma escola, uma viagem, vários destinos, fomenta a promoção da

diversidade de saberes, num quadro ético de responsabilidade, solidariedade, tolerância e respeito pela

diferença, pautando-se por uma filosofia de inclusão.

A direção norteia-se pelo princípio da excelência, assumindo como um grande desafio a prestação de um

serviço educativo equitativo e de qualidade. Nesta perspetiva, é recetiva à inovação e à mudança, que

procura implementar no Agrupamento, em função da diversidade de atividades e projetos que promove

e da mobilização das múltiplas parcerias estabelecidas com a comunidade local. A dinamização dos

projetos de Apoio ao Estudo com Parceiros, desenvolvidos no espaço escolar, revela impacto significativo

no sucesso, sendo de mencionar como um exemplo da visão estratégica delineada.

A liderança do diretor destaca-se como um ponto forte, sendo assumida de forma colegial, com

distribuição de responsabilidades, conduzida por uma visão de médio e longo prazo, estabelecendo

objetivos, promovendo compromissos e consensos entre os elementos da comunidade educativa. Esta

liderança partilhada facilitou o envolvimento dos agentes educativos na elaboração dos documentos

estruturantes, o que fomentou a identificação e apropriação dos mesmos. É também reconhecida como

mobilizadora das lideranças intermédias que, por sua vez, promovem uma cultura colaborativa,

valorizando as relações humanas, a capacitação e o reconhecimento das competências, motivando à

participação e ao incremento de projetos desafiadores.

Agrupamento de Escolas de Almeida Garrett – AMADORA

10

Como estratégia intencional de melhoria dos resultados escolares, o diretor realiza periodicamente a

análise destes junto dos alunos, incentivando o empenhamento para o sucesso. Mantém-se assim o

ponto forte identificado na anterior avaliação externa que referia “A forte liderança do diretor, com

visão estratégica e numa linha de indução de procedimentos de melhoria organizacional,” com enfoque

na qualidade das aprendizagens dos alunos e no alargamento das suas expetativas.

O conselho geral, em sintonia com os restantes órgãos e estruturas, potencia o desenvolvimento

organizacional e a cultura de autoavaliação, sendo de sublinhar, positivamente, as ações consequentes

da direção, decorrentes da intervenção e de propostas apresentadas por este órgão, que assume um

papel interventivo.

GESTÃO

A boa gestão dos recursos humanos efetuada pelo diretor tem em conta o perfil dos trabalhadores e a

sua adequação às tarefas a realizar. A experiência, a formação específica e as competências pessoais são

aspetos tidos em conta nos processos de distribuição de serviço. No caso dos não docentes, regista-se

ainda a sua circulação pelos diferentes estabelecimentos de educação e ensino, quando necessário, e

uma valorização da dimensão educativa das suas funções. A dedicação e o espírito de entreajuda, da

maioria dos profissionais, concorrem para assegurar o bom funcionamento das várias áreas.

O cargo de diretor de turma, dada a sua relevância no contexto educativo, é geralmente atribuído a

professores do quadro, também em regime de continuidade ao longo de cada ciclo, acautelando-se, do

mesmo modo, a sua adaptação ao perfil dos alunos e das turmas. A disponibilidade destes responsáveis

e a flexibilidade manifestada em relação ao atendimento repercutem-se favoravelmente numa maior

participação das famílias no acompanhamento dos seus educandos.

Há a realçar também o papel muito ativo das associações de pais e encarregados de educação, parceiros

fundamentais, e que se tem traduzido na aquisição de recursos e equipamentos para os diferentes

estabelecimentos de educação e ensino, no apoio à dinamização de diversas iniciativas e na

apresentação e concretização de propostas e de soluções.

O desenvolvimento profissional merece grande relevância no âmbito das práticas de gestão

empreendidas. O Agrupamento organiza um plano de formação que alia os resultados da auscultação

dos trabalhadores às prioridades definidas no projeto educativo, otimizando as parcerias e protocolos

estabelecidos com diferentes instituições, para dar resposta às reais necessidades. Muita da formação é

aberta a toda comunidade. A concretização de momentos formativos dinamizados a nível interno, bem

como a disseminação de boas práticas entre pares, constituem bons exemplos, nos quais importa

continuar a investir.

Os recursos físicos e materiais são geridos criteriosamente, numa lógica de sustentabilidade e de

otimização. As escolas básicas do 1.º ciclo e os jardins de infância possuem, de um modo geral, condições

físicas bastante satisfatórias para o desenvolvimento dos processos de ensino e de aprendizagem. Pese

embora a escola-sede tenha sido objeto de algumas intervenções ao nível da sua manutenção e possua

equipamentos e materiais necessários ao normal funcionamento das atividades letivas, permanece o

constrangimento identificado na anterior avaliação externa “A inexistência de pavilhão gimnodesportivo

na escola-sede, o que compromete o cumprimento do programa da disciplina de educação física”.

Existe uma intencionalidade persistente na procura da melhoria e da eficácia dos circuitos de

informação e comunicação interna e externa. As informações pertinentes são transmitidas a todos os

docentes através dos recursos informáticos, tendo-se procedido a uma maior sistematização das

mesmas. Dentro do Agrupamento privilegia-se a utilização do correio eletrónico, sendo a plataforma

moodle utilizada para a gestão documental. A disponibilização de informação à comunidade efetua-se

através da página web, do blogue da biblioteca escolar e da rede social Facebook. O aprofundamento do

Agrupamento de Escolas de Almeida Garrett – AMADORA

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trabalho em rede, otimizando as diferentes ferramentas existentes, configura uma oportunidade para a

crescente melhoria da comunicação e da prestação do serviço educativo.

AUTOAVALIAÇÃO E MELHORIA

A autoavaliação tem continuado a suscitar a devida atenção dos responsáveis, produzindo efeitos na

melhoria do serviço educativo prestado e no funcionamento da organização, tal como já acontecia em

2010. O Agrupamento prosseguiu, desde então, com práticas reguladoras da sua ação que têm

desencadeado medidas com vista à superação dos problemas diagnosticados. A dinamização de formação

interna junto dos elementos que desenvolvem o processo demonstra que a construção de uma cultura de

autorregulação é efetivamente uma área que se reveste de grande importância.

Todos os procedimentos foram realizados tendo como enquadramento os documentos estruturantes do

Agrupamento. A fase de diagnóstico levada a cabo recorreu a diferentes fontes. Do cruzamento dos

dados sistematizados no relatório de autoavaliação com os outros documentos, designadamente os

relatórios da avaliação externa, do contrato de autonomia e do projeto ESCXEL, foram identificadas as

áreas de intervenção prioritárias.

Na sequência do processo desenvolvido em 2014, foram concretizadas atividades para se efetuar o

cumprimento das propostas de melhoria, que incidem, designadamente, quer no domínio dos resultados,

quer no da prestação do serviço educativo, como sejam o reforço da articulação curricular horizontal e

vertical entre os vários ciclos, a promoção da diferenciação pedagógica e a organização da supervisão

pedagógica numa perspetiva de co formação.

No presente ano letivo, está a ser implementado um plano de ações de melhoria articulado com o plano

de ação estratégica de promoção da qualidade das aprendizagens e adaptado à realidade da organização

escolar, tendo em conta os recursos disponíveis e o horizonte temporal definido para cada ação, com a

identificação das equipas operacionais, das estratégias, das metas e dos instrumentos de avaliação,

entre outros aspetos. Estão a ser elaborados questionários de satisfação relativos às ações

implementadas até ao momento, com o intuito de auscultar a comunidade educativa, definindo linhas de

orientação e prestando esclarecimentos. Afigura-se pertinente consolidar os procedimentos encetados,

assegurando a comunicação eficiente, bem como investir na construção da confiança por parte da

comunidade educativa relativamente às alterações e impactos decorrentes da autoavaliação.

A constituição da atual equipa de autoavaliação teve em conta, por um lado, a continuidade de pessoas

envolvidas anteriormente em outros momentos de avaliação e, por outro, a participação de novos

elementos de diferentes estruturas e setores da comunidade educativa.

Em síntese, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto consistente e acima dos valores

esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos

escolares. Os pontos fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas

organizacionais generalizadas e eficazes. Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de

MUITO BOM no domínio Liderança e Gestão.

4 – PONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA

A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho do Agrupamento:

O envolvimento das crianças e dos alunos em múltiplas atividades e projetos que concorrem

para a sua formação integral e reforçam o exercício de uma cidadania interventiva;

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A abertura ao exterior e a cultura de proximidade, que se traduz na adesão a projetos

concelhios e nacionais e na concretização de iniciativas que atestam e valorizam as

aprendizagens;

A estruturação dos momentos de transição de ciclos, desde a educação pré-escolar, que favorece

a integração das crianças e dos alunos, potenciando o sucesso educativo;

A monitorização e análise sistemática dos resultados cruzando diferentes fontes, com impacto

na definição de estratégias de melhoria e na qualidade das aprendizagens;

A liderança pró-ativa do diretor, acompanhado por uma equipa coesa, que, com visão

estratégica, impulsiona e apoia novos desafios, mobilizando os profissionais para o sucesso

escolar e para a consolidação do sentido de pertença;

A rede ativa de parcerias, em áreas estratégicas de intervenção, que têm contribuído para a

diversificação e qualidade das respostas educativas.

A equipa de avaliação entende que as áreas onde o Agrupamento deve incidir prioritariamente os seus

esforços para a melhoria são as seguintes:

Na consolidação da gestão curricular vertical e horizontal, como estratégia direcionada para a

qualidade das aprendizagens e do sucesso educativo;

Na intensificação do trabalho em torno da diferenciação pedagógica, em sala de aula, visando a

melhoria dos processos de ensino e de aprendizagem e dos resultados;

Na consolidação dos mecanismos de supervisão da atividade letiva enquanto estratégia

promotora da reflexão e aperfeiçoamento das práticas docentes e do desenvolvimento

profissional.

08-06-2017

A Equipa de Avaliação Externa: Isabel Fialho, Isabel Lopes e Lurdes Campos

Concordo.

À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação.

A Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área

Territorial de Inspeção do Sul

Maria Filomena Aldeias

2017-07-10

Homologo.

O Inspetor-Geral da Educação e Ciência

Por delegação de competências do Senhor Ministro da Educação

nos termos do Despacho n.º 5477/2016, publicado no D.R. n.º 79,

Série II, de 22 de abril de 2016