Relatório de Estágio em Farmácia Comunitária · Eu, Ana Teresa Oliveira e Costa de Almeida...
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Ana Teresa Oliveira e Costa de Almeida Trindade
Relatório de Estágio em Farmácia Comunitária
Relatório de Estágio realizado no âmbito do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, orientado pela Dr.ª Patrícia David e apresentado à Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra
Setembro 2016
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Ana Teresa Oliveira e Costa de Almeida Trindade
Relatório de Estágio em Farmácia Comunitária
Relatório de Estágio realizado no âmbito do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, orientado pelo Dr.ª Patrícia David e apresentado à Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra
Setembro 2016
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Eu, Ana Teresa Oliveira e Costa de Almeida Trindade, estudante do Mestrado Integrado
em Ciências Farmacêuticas, com o nº 2011149633, declaro assumir toda a responsabilidade
pelo conteúdo do Relatório de Estágio apresentado à Faculdade de Farmácia da Universidade
de Coimbra, no âmbito da unidade de Estágio Curricular.
Mais declaro que este é um trabalho original e que toda e qualquer afirmação ou
expressão, por mim utilizada, está referenciada na Bibliografia deste Relatório de Estágio,
segundo os critérios bibliográficos legalmente estabelecidos, salvaguardando sempre os
Direitos de Autor, à exceção das minhas opiniões pessoais.
Coimbra, 15 de setembro de 2016.
__________________________
(Ana Teresa Trindade)
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Agradecimentos
À Dr.ª Ascensão David e ao Dr. Pedro Amaro por me terem proporcionado a realização do
estágio,
À Dr.ª Patrícia David por tudo aquilo que me ensinou, pelo apoio constante e pela boa
disposição,
A toda a equipa da Farmácia Nazareth pelo acolhimento e experiência transmitida,
À Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra pelo ensino proporcionado ao longo
destes cinco anos,
À minha família pelo apoio que sempre me deu e pela paciência demonstrada,
Aos meus amigos, que estiveram ao meu lado durante esta fase e que me ajudaram nos
momentos mais difíceis.
A todos, o meu sincero obrigado.
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ÍNDICE
Abreviaturas
1. Introdução ............................................................................................................................................... 1
2. Farmácia Nazareth ............................................................................................................................. 2
3. Análise SWOT ...................................................................................................................................... 3
3.1. Pontos Fortes (Strengths) ................................................................................................................ 3
3.1.1. Formação contínua ............................................................................................................... 3
3.1.1.1. Receção de encomendas e arrumação de produtos ............................................ 4
3.1.1.2. Gestão de devoluções ................................................................................................. 4
3.1.1.3. Verificação de stocks e prazos de validade .............................................................. 5
3.1.1.4. Conferência de receituário ........................................................................................ 5
3.1.1.5. Controlo de medicamentos psicotrópicos e estupefacientes ............................ 6
3.1.1.6. Verificação e monitorização das temperaturas ..................................................... 6
3.1.1.7. Determinação de parâmetros bioquímicos ............................................................ 7
3.1.1.8. Preparação e simulação da administração de injetáveis ...................................... 7
3.1.1.9. Atendimento ao balcão: aconselhamento e dispensa de medicamentos ......... 7
3.1.1.10. Considerações relativas à Formação Contínua ................................................. 11
3.1.2. Relação com os Utentes e a sua Heterogeneidade .................................................... 11
3.1.3. Receita Sem Papel ............................................................................................................... 12
3.2. Pontos Fracos (Weaknesses) ........................................................................................................ 13
3.2.1. Reduzido contacto com o contexto real de uma farmácia comunitária durante o
MICF ................................................................................................................................................. 13
3.2.2. Farmácia com relativo pouco movimento .................................................................... 13
3.2.3. Seguimento do estado de saúde do utente .................................................................. 14
3.2.4. Medicamentos Manipulados ............................................................................................. 14
3.2.5. Barreiras de idioma ............................................................................................................ 14
3.3. Oportunidades (Opportunities) ..................................................................................................... 15
3.3.1. Contacto com a realidade farmacêutica de outros países ........................................ 15
3.3.2. Expansão de conhecimentos e aposta nos Serviços Farmacêuticos ...................... 15
3.4. Ameaças (Threats) ........................................................................................................................... 16
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3.4.1. Receita sem Papel (RSP).................................................................................................... 16
3.4.2. Venda de MNSRM e produtos à base de plantas fora das farmácias ..................... 17
4. Casos Práticos ..................................................................................................................................... 18
4.1. Caso 1 ................................................................................................................................................... 19
4.2. Caso 2 ................................................................................................................................................... 20
4.3. Caso 3 ................................................................................................................................................... 20
4.4. Caso 4 ................................................................................................................................................... 21
5. Considerações finais ......................................................................................................................... 22
6. Referências Bibliográficas .............................................................................................................. 23
Anexo 1 - Processo de Indicação Farmacêutica .......................................................................... 25
Anexo 2 - Folheto iSaúde ........................................................................................................................ 26
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ABREVIATURAS
ANF Associação Nacional das Farmácias
BPF Boas Práticas Farmacêuticas
CCF Centro de Conferência de Faturas
CNP Código Nacional do Produto
INFARMED, I.P. Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, Instituo
Público
MICF Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
MNSRM Medicamento Não Sujeito a Receita Médica
MSRM Medicamento Sujeito a Receita Médica
PA Pressão Arterial
PVP Preço de Venda ao Público
RNM Resultados Negativos associados à Medicação
RSP Receita Sem Papel
SNS Sistema Nacional de Saúde
SWOT Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats
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1. INTRODUÇÃO
Hoje em dia a Farmácia Comunitária é muito mais do que o local de dispensa de
medicamentos, é o local onde o doente se dirige em primeiro lugar e com mais facilidade,
com o intuito de esclarecer questões relacionadas com a sua saúde.
Cabe ao farmacêutico a transmissão de informação sobre saúde, aconselhamento e
acompanhamento dos utentes, para além da dispensa de medicamentos, assegurando o uso
racional do medicamento. Deste modo, a educação para a saúde tem como objetivo
aumentar os conhecimentos da população de forma a que se consiga prevenir e lidar com a
doença da melhor forma, evitando comportamentos de risco e melhorando a saúde das
pessoas em geral.1
A qualidade dos serviços prestados pelo farmacêutico é condicionada pela aposta
numa formação contínua e atual, obtida quer através do Mestrado Integrado em Ciências
Farmacêuticas (MICF), quer ao longo de toda a sua vida profissional.
O Estágio Curricular em Farmácia Comunitária é uma etapa final essencial para a
nossa formação enquanto farmacêuticos. Tive oportunidade de o realizar na Farmácia
Nazareth, em Coimbra, sob orientação da Dr.ª Patrícia David. Este estágio permitiu-me não
só consolidar e transpor os conhecimentos adquiridos ao longo do MICF para a prática
profissional, mas também adquirir novos conhecimentos, que melhor se adaptam à realidade
do dia-a-dia de uma farmácia comunitária.
Para o sucesso deste estágio contribuíram a hospitalidade e disponibilidade da equipa
da Farmácia Nazareth, que me proporcionou o esclarecimento de todas as questões que
foram surgindo no decorrer deste.
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2. FARMÁCIA NAZARETH
A Farmácia Nazareth foi fundada em 1815 e ainda hoje zela pela saúde dos seus
utentes, dispondo ainda dos móveis originais, para além das estruturas ornamentais e teto,
decorado com frescos alusivos à profissão farmacêutica.
Esta farmácia foi a primeira distribuidora portuguesa de artigos para revelação
fotográfica e radiológica, usados pelos Hospitais da Universidade de Coimbra por volta de
1860. Para além disso, a Farmácia Nazareth foi o primeiro estabelecimento autorizado de
distribuição de Água das Pedras, na altura considerada medicinal, para a zona centro. Para a
sua importância histórica na cidade, é de referir que possui um barómetro que foi utilizado
pelo instituto Geofísico da Universidade de Coimbra no período de 1920-1930.
A nível turístico, a Farmácia Nazareth tem sido nomeada como uma das farmácias
mais emblemáticas a visitar no país, sendo até referida no Guia Michelin como exemplo de
conservação do património comercial da baixa de Coimbra.
Esta farmácia era, e continua a ser, conhecida pela simpatia e proximidade da sua
equipa para com os utentes, honrando o ato farmacêutico com a prestação de serviços de
grande qualidade e valor.
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3. ANÁLISE SWOT
A análise SWOT é uma ferramenta de planeamento estratégico que permite alinhar
os Pontos Fortes (Strengths) e Pontos Fracos (Weaknesses) com as Oportunidades
(Opportunities) e Ameaças (Threats), com o intuito de gerar alternativas estratégicas.2 Esta
ferramenta de análise permite avaliar vários cenários, sendo usada quotidianamente como
base para gestão e planeamento estratégico de projetos, ou decisões empresariais.
Este tipo de análise pode também ser usada numa vertente pessoal, ajudando um
indivíduo a potenciar a sua carreira, tirando o melhor proveito dos seus talentos, habilidades
e oportunidades que possam surgir.2
Neste relatório irei aplicar a análise SWOT ao meu Estágio Curricular na Farmácia
Nazareth, descrevendo as atividades realizadas ao longo deste, juntamente com os
conhecimentos que adquiri, bem como o meu desempenho. Este foi influenciado a partir de
experiências que me foram sendo proporcionadas pela Farmácia (Strengths e Weaknesses) e
por fatores externos que coincidiram com o decorrer do meu estágio (Opportunities e
Threats).
3.1. PONTOS FORTES (STRENGTHS)
3.1.1. FORMAÇÃO CONTÍNUA
A equipa que integra a Farmácia Nazareth distingue-se pela sua competência e
profissionalismo. Como tal, desde o primeiro dia de estágio fui instruída sobre a realização
de cada tipo de tarefa, estando a equipa disponível para o esclarecimento de dúvidas, sempre
que estas surgissem.
Ao longo do meu estágio pude efetuar os vários tipos de atividades realizadas numa
farmácia comunitária: para além do atendimento ao balcão são realizados um conjunto de
tarefas que garantem a viabilidade e o bom funcionamento da farmácia.
Considero estas atividades como um ponto favorável para o meu estágio na medida
em que contribuíram para a consolidação dos conhecimentos adquiridos ao longo do MICF,
bem como para o desenvolvimento de novas competências e aptidões práticas. Para além
disto, realizar os diversos tipos de atividades permitiu-me adquirir uma visão mais
abrangente da gestão e funcionamento da farmácia.
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3.1.1.1. RECEÇÃO DE ENCOMENDAS E ARRUMAÇÃO DE PRODUTOS
A gestão e receção de encomendas fazem parte de um conjunto de procedimentos
indispensáveis para o bom funcionamento de uma farmácia, através de uma boa gestão de
stocks, em função do escoamento diário de produtos.
Deste modo, tive oportunidade de rececionar diversas encomendas que chegavam
diariamente à farmácia, vindas de várias cooperativas fornecedoras da Farmácia Nazareth.
Durante este procedimento, para além de verificar se os produtos e as quantidades pedidas
correspondiam à encomenda entregue, conferia o estado de apresentação das embalagens,
os prazos de validade, os stocks e efetuava a marcação dos preços de venda ao público (PVP)
nos medicamentos não sujeitos a receita médica obrigatória.
Nas situações em que não é possível proceder imediatamente à receção da
encomenda após a sua chegada à farmácia, é verificado se existe, na encomenda, algum
produto com condições especiais de armazenamento, nomeadamente produtos de frio, que
não devem estar expostos a temperaturas superiores a 8 ºC, sendo estes imediatamente
guardados no local apropriado.
Logo após a introdução dos produtos no sistema informático, Sifarma 2000®,
procedia à arrumação dos mesmos, segundo o método "first-to-expire-first-out". Este tipo de
armazenamento permite que os produtos com o prazo de validade mais curto sejam
dispensados em primeiro lugar.
Com a execução destas tarefas, para além de adquirir uma noção da dimensão das
vendas, do stock necessário para cada produto e das margens aplicadas, fiquei a conhecer os
diferentes produtos e formas de apresentação, bem como os seus locais de armazenamento,
facilitando a sua procura durante o atendimento efetuado ao balcão.
3.1.1.2. GESTÃO DE DEVOLUÇÕES
Em situações pontuais, é necessário proceder à devolução dos produtos aos
fornecedores. Isto acontece quando, durante a receção de encomendas, se verifica que
algum produto vem trocado ou em quantidades inferiores ou superiores às encomendadas,
alguma embalagem vem danificada, ou um prazo de validade próximo de expirar. Nestas
situações procedia à devolução do produto em causa ao respetivo fornecedor, utilizando o
programa informático Sifarma 2000®.
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3.1.1.3. VERIFICAÇÃO DE STOCKS E PRAZOS DE VALIDADE
Uma boa gestão da farmácia requer stocks mínimos ideais e suficientes para o
escoamento diário de cada produto. Para tal, é necessária uma avaliação do histórico de
vendas de cada produto, com o intuito de averiguar qual o stock ideal, evitando-se, tanto a
acumulação como a falta de produtos na farmácia.
A verificação dos stocks e dos prazos de validade são tarefas com grande importância,
evitando-se erros que poderiam dificultar o ato da dispensa durante o atendimento dos
utentes. Para tal não acontecer, é necessário realizar verificações periódicas.
Após a recolha das listas de produtos através do programa informático Sifarma
2000®, procedi algumas vezes durante o meu estágio, à verificação de stocks e prazos de
validade. Durante estas verificações anotava os produtos com stocks e prazos de validade
incorretos, para posterior alteração, sinalizando também os produtos cujo prazo de validade
terminava nos três meses seguintes, para posterior devolução.
Para auxiliar o controlo, existe uma folha na farmácia onde, sempre que se encontra
um produto com o stock incorreto, quer durante o atendimento ou na receção de
encomendas, é registado o nome do produto em causa, com o respetivo Código Nacional
do Produto (CNP) e quantidade existente a mais ou a menos, para serem devidamente
alterados.
Para além disto, sempre que a farmácia recebia um aviso de recolha de um produto
por parte de algum laboratório ou do INFARMED, verificava se havia stock do produto em
causa, para proceder à sua imediata devolução.
3.1.1.4. CONFERÊNCIA DE RECEITUÁRIO
Logo no início do meu estágio foi-me explicado o processo de faturação, assim como
os vários organismos e planos de comparticipação existentes. Desta forma, foi-me possível
participar nas atividades de conferência de receitas, que envolviam: separação das receitas
por organismo e por lote; verificação se tudo se encontrava em conformidade1; e
posteriormente, no final do mês, emissão dos verbetes de identificação dos lotes e fecho dos
mesmos, bem como a respetiva fatura das diversas entidades.
1 Nas receitas eletrónicas com papel é verificado se a assinatura do médico está presente, bem como, no verso
da receita a assinatura do utente, o carimbo da farmácia, a data e assinatura do responsável pelo aviamento da
receita. Nas receitas manuais para além disto é também verificada a data de validade, se os medicamentos
prescritos correspondem aos dispensados, os planos de comparticipação e as portarias, no caso de existirem
para a receita em causa.
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O facto de participar nestas atividades deu-me uma noção de todo o processamento
do receituário, regimes de comparticipação e organismos existentes, auxiliando-me também
durante a dispensa de medicamentos sujeitos a receita médica (MSRM).
3.1.1.5. CONTROLO DE MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS E ESTUPEFACIENTES
Com os psicotrópicos e estupefacientes é necessário prestar uma atenção especial,
uma vez que se tratam de substâncias que atuam diretamente no sistema nervoso central e
que podem causar habituação, estando associados a inúmeros atos ilícitos. Deste modo, a
dispensa, processamento e organização dos psicotrópicos necessita de vários procedimentos
específicos, estando sujeitos a um controlo rigoroso por parte do INFARMED, descrito no
Decreto-Lei nº 15-93.3
Durante o meu estágio tive oportunidade de assistir ao envio de cópias das receitas
médicas de psicotrópicos e estupefacientes, bem como os dados dos respetivos adquirentes
para o INFARMED. Este envio deve ser efetuado todos os meses, até ao dia 8 de cada mês.
Para além disto, anualmente é enviado, também ao INFARMED, um registo das entradas e
saídas de psicotrópicos, estupefacientes e benzodiazepinas, na farmácia.
3.1.1.6. VERIFICAÇÃO E MONITORIZAÇÃO DAS TEMPERATURAS
A monitorização e controlo das temperaturas dentro de uma farmácia é essencial
para garantir a correta conservação dos medicamentos, assegurando condições de
estabilidade apropriadas, impedindo a degradação e alteração dos fármacos por exposição a
humidade ou a temperaturas elevadas.
Os medicamentos que se encontram no frigorífico devem ser conservados entre os 2
ºC e os 8 ºC, enquanto que os medicamentos sem condições especiais de armazenamento
nunca devem estar expostos a temperaturas superiores a 25 ºC e a valores de humidade
relativa superiores a 60 %.
A Farmácia Nazareth possui dois termohigrómetros para efetuar o registo e controlo
das temperaturas no interior da farmácia. Estes termohigrómetros fazem o registo da
temperatura a cada hora. Um encontra-se no interior frigorífico, sendo o registo das
temperaturas descarregado para um computador todas as semanas. O outro
termohigrómetro efetua o registo das temperaturas e humidade na zona de armazenamento
(Local 1) e na zona de atendimento (Local 2), contiguas, alternadamente, sendo os dados
descarregados de 15 em 15 dias, imediatamente antes da alteração do local do dispositivo.
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Deste modo é possível efetuar uma correta monitorização e controlo da temperatura e
humidade dentro da farmácia, garantindo que os medicamentos mantêm as suas
propriedades físico-químicas e farmacológicas.
3.1.1.7. DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS BIOQUÍMICOS
No decorrer do meu estágio tive oportunidade de realizar medições da pressão
arterial (PA), índices de glicémia e colesterol total aos utentes da farmácia. Para a realização
destas atividades foi vantajoso ter frequentado uma formação ministrada pela Fundação
Portuguesa de Cardiologia, que me permitiu ter adquiridos os conhecimentos e prática
necessária previamente à realização destas atividades, ou seja, antes do início do estágio.
Para a realização da determinação de parâmetros bioquímicos é necessário
despender algum tempo com o utente, nomeadamente com a realização de determinado
tipo de questões para assegurar que a interpretação das medições efetuadas seja o mais
exata possível. Durante este tempo é criada uma relação de proximidade com o utente,
permitindo não só aumentar a confiança que nos é conferida mas também que nós,
profissionais de saúde, fiquemos a conhecer melhor os nossos utentes e as suas
necessidades, para que lhes possamos prestar um melhor aconselhamento.
3.1.1.8. PREPARAÇÃO E SIMULAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DE INJETÁVEIS
Perto do final do meu estágio tive a oportunidade de ter uma breve formação sobre
a preparação e administração de injetáveis. Assim, foi-me explicado como abordar o utente
antes da administração do injetável, bem como todos os passos envolvidos na reconstituição
da suspensão, enchimento da seringa e por fim o método de administração, tendo realizado
de seguida o procedimento de forma autónoma.
Esta oportunidade foi vantajosa, na medida em que pude consolidar e complementar
a formação de administração de vacinas adquirida na sequência de um curso realizado pela
Faculdade de Farmácia.
3.1.1.9. ATENDIMENTO AO BALCÃO: ACONSELHAMENTO E DISPENSA DE
MEDICAMENTOS
Segundo as Boas Práticas Farmacêuticas para a Farmácia Comunitária (BPF), a
cedência de medicamentos "é o ato profissional em que o farmacêutico, após avaliação da
medicação, cede medicamentos ou substâncias medicamentosas aos doentes mediante prescrição
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médica ou em regime de automedicação ou indicação farmacêutica, acompanhada de toda a
informação indispensável para o correto uso dos medicamentos. Na cedência de medicamentos o
farmacêutico avalia a medicação dispensada, com o objetivo de identificar e resolver problemas
relacionados com os medicamentos, protegendo o doente de possíveis resultados negativos
associados à medicação." 1
Deste modo, cabe ao farmacêutico zelar pelo uso racional do medicamento e apelar
à adesão à terapêutica, tanto no interesse dos utentes, como da Saúde Pública, devendo
ceder informações relativas ao uso correto e adequado dos medicamentos.4
Durante a fase inicial do meu estágio apenas observei o atendimento e
aconselhamento feitos ao balcão. Depois de adquirir mais conhecimentos sobre o programa
informático Sifarma 2000®, pude dar início ao atendimento, numa primeira fase
acompanhada, e por fim de forma autónoma.
Foi principalmente durante o atendimento que tive oportunidade de aplicar os
conhecimentos teóricos, adquiridos ao longo do MICF e no decorrer do estágio. Para além
disto, pude desenvolver novas técnicas de comunicação, com a adaptação do meu discurso
em função de cada tipo de utente, tendo sempre como objetivo responder às necessidades
dos utentes, tentando transmitir toda a informação necessária para o correto uso dos
medicamentos.
− Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM)
Aquando da receção de uma prescrição conferia, em primeiro lugar, a sua validade e
autenticidade, confirmando de seguida se era a primeira vez que o utente fazia a terapêutica
prescrita, transmitindo também todas as informações clínicas necessárias para permitir ao
utente retirar o maior benefício do tratamento. Verificava ainda se existiam interações
graves entre os medicamentos prescritos e indicava aos utentes as condições especiais de
armazenamento dos medicamentos dispensados, nos casos em que eram exigidas.
Sempre que tinha necessidade de esclarecer alguma dúvida ou confirmar alguma
informação utilizava o sistema informático Sifarma 2000®, ou questionava um elemento da
equipa disponível.
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− Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM)
Os MNSRM são a principal área onde a indicação farmacêutica atua, sendo esta "o ato
profissional pelo qual o farmacêutico se responsabiliza pela seleção de um medicamento não sujeito
a receita médica e/ou indicação de medidas não farmacológicas, com o objetivo de aliviar ou
resolver um problema de saúde considerado como um transtorno menor ou sintoma menor,
entendido como problema de saúde de carácter não grave, autolimitante, de curta duração, que não
apresente relação com manifestações clínicas de outros problemas de saúde do doente." 1
Os utentes são constantemente confrontados com MNSRM, quer através dos meios
de comunicação social, quer através de amigos e familiares. Deste modo, é essencial que o
farmacêutico analise criteriosamente as queixas e recomende o MNSRM mais adequado à
condição do utente, considerando as suas preferências.5 É sempre importante complementar
a intervenção farmacêutica com medidas não farmacológicas, de forma a otimizar a
terapêutica.
Deste modo, nas situações direcionadas para a dispensa de MNSRM, tentei sempre
recolher toda a informação necessária relativa ao motivo da ida à farmácia, a duração do
problema, bem como as condições de saúde subjacentes. Após a obtenção de toda a
informação relevante sobre o utente, indicava uma opção terapêutica que pudesse tratar ou
aliviar os sinais e sintomas reportados, cedendo as informações necessárias para a toma
correta, posologia e duração do tratamento, bem como os efeitos secundários mais comuns.
No caso de não se tratarem de sintomas ou transtornos menores, encaminhava o utente
para o médico para que lhe pudesse ser realizado o devido diagnóstico.
Para a correta indicação farmacêutica, tinha sempre em mente o fluxograma do
processo de indicação farmacêutica5 (disponível no Anexo 1), tentando seguir todos os seus
passos de forma a identificar e solucionar todas as questões e problemas colocados pelos
utentes, quer implicasse o encaminhamento para o médico ou a dispensa de MNSRM e o
aconselhamento de medidas não farmacológicas.
De forma a completar a intervenção farmacêutica utilizava o serviço iSaúde que
disponibiliza suportes que permitem intervir junto de cada utente com o intuito de reforçar
o aconselhamento verbal com informação escrita aquando da dispensa de medicamentos ou
produtos de saúde.
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10 Ana Teresa Trindade
Em suporte iSaúde existem vários temas disponíveis: com componente sazonal, de
promoção da segurança e estilos de vida saudáveis ou no âmbito da saúde pública,
abordados de forma clara e compreensível, orientando para os auto-cuidados e
comportamentos a reforçar.
Todos os temas iSaúde publicados estão disponíveis no Sifarma 2000®, permitindo
que a qualquer momento se possa aceder a estes suportes, sendo assim possível associar a
entrega de informação escrita no ato da dispensa de medicamentos, produtos de saúde ou
serviços prestados, com a impressão do folheto iSaúde 6. No Anexo 2 é apresentado um
exemplo de um folheto iSaúde.
− Dermofarmácia e Cosmética
Desde o início do meu estágio tive oportunidade de ir conhecendo e de me ir
familiarizando com as várias marcas e lineares de dermocosmética. Neste sentido, e de
acordo com os produtos existentes na farmácia, fiquei a conhecer melhor determinadas
marcas utilizadas para vários tipos de pele e afeções dermatológicas.
Ao longo do meu estágio fui adquirindo um maior conhecimento nesta área, que se
traduziu numa maior confiança para realizar o aconselhamento destes produtos, tendo
sempre o cuidado de identificar o tipo de pele do utente, uma vez que diferentes tipos de
pele requerem produtos e cuidados distintos.
Pude verificar que os utentes que mais solicitavam produtos de dermocosmética
eram turistas, procurando sobretudo produtos para proteção solar, considerando que
realizei o estágio na Primavera e início do Verão. Verifiquei também que as promoções e
campanhas realizadas pelos laboratórios de dermocosmética aumentavam o interesse e a
compra destes produtos.
Uma vez que a dermocosmética é uma área muito ampla, torna-se impossível adquirir
conhecimentos sobre todos os produtos existentes no mercado apenas com a unidade
curricular de Dermofarmácia e Cosmética. Trata-se de uma área em permanente atualização,
com o constante lançamento de novos produtos, o que faz com que o processo de
aprendizagem seja contínuo para que possamos ajudar os utentes da melhor forma possível.
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3.1.1.10. CONSIDERAÇÕES RELATIVAS À FORMAÇÃO CONTÍNUA
Para além da informação e conhecimentos que me foram cedidos pela equipa da
farmácia ao longo do meu estágio, tive a oportunidade de assistir a algumas formações
externas, nomeadamente da PharmaNord sobre vários produtos da gama BioActivo®, e da
Gedeon Richter sobre a pílula progestativa. Para além disso, na farmácia assisti a uma
formação sobre a contraceção de emergência, para a promoção da pílula de acetato de
ulipristal, EllaOne®, e a uma formação da Bene sobre a nova dosagem de 75 mg dos
supositórios de Ben-u-ron®. Pude assistir também a formações dirigidas para toda a equipa
sobre DulcoSoft® e Antistax®, Neo-Sinefrina Alergo® e também sobre vários produtos da
marca de suplementos Aquilea.
Estas formações promovidas por laboratórios são relevantes para que o farmacêutico
fique a par de todas as vantagens e características dos produtos, adquirindo mais
competências para realizar um aconselhamento de qualidade.
3.1.2. RELAÇÃO COM OS UTENTES E A SUA HETEROGENEIDADE
A equipa que integra a Farmácia Nazareth destaca-se pela proximidade e atenção que
tem com os utentes. Deste modo, foi fácil para mim estabelecer uma boa relação com os
utentes, tendo estes já uma boa relação de base com a farmácia.
A maioria dos utentes que frequenta a Farmácia Nazareth são utentes habituais,
fidelizados, que aviam receitas de medicação já instituída e possuem ficha de utente no
sistema informático Sifarma 2000®. Nesta ficha existe informação relativa aos dados do
utente bem como o histórico da medicação tomada cronicamente. Este histórico fornece um
grande auxílio durante o atendimento, já que grande parte das vezes os utentes,
principalmente idosos, têm dificuldade em identificar a sua medicação, não sabendo
confirmar dosagens nem laboratórios. Assim, com a ficha de utente é possível prevenir
trocas na dispensa de medicamentos que podem originar confusão e desentendimento por
parte do utente.
O histórico da medicação pode também ser útil quando os utentes necessitam de
MSRM que tomam cronicamente, para os quais ainda não possuem a receita médica. Nestes
casos, os utentes com ficha na farmácia podem, pontualmente, adquirir os medicamentos
que necessitam de forma a não interromper a sua medicação previamente prescrita,
podendo trazer a receita médica posteriormente.
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12 Ana Teresa Trindade
Esta situação ocorre com relativa frequência em doentes hipertensos, diabéticos e
hipercolestrolémicos a fazer medicação crónica e, deste modo, a farmácia auxilia o utente,
possibilitando a não interrupção da prescrição anteriormente realizada pelo médico.
Devido ao facto da Farmácia Nazareth estar localizada na baixa de Coimbra, zona
histórica com grande movimentação diária de pessoas, para além dos utentes habituais, onde
se incluem habitantes locais, comerciantes ou trabalhadores, a farmácia tem vindo a receber
cada vez mais turistas, quer com o intuito de resolverem as suas questões de saúde, quer
apenas para visitar, por se tratar de uma farmácia bi-centenária. Deste modo, durante o
estágio fui confrontada com distintas situações que contribuíram para o meu crescimento e
aprendizagem enquanto futura profissional de saúde.
Para além disto, o facto de ter estado presente em dias de serviço, permitiu-me
experienciar atendimentos e situações não habituais que enriqueceram o meu estágio.
3.1.3. RECEITA SEM PAPEL
No decorrer do meu estágio tive oportunidade de presenciar a transição entre as
receitas eletrónicas em papel e as receitas sem papel (RSP), obrigatórias para todas as
instituições do Sistema Nacional de Saúde (SNS), desde 1 de abril de 2016.7
A RSP é eficaz e eficiente e inclui todo o ciclo da receita, desde a prescrição realizada
pelo médico à dispensa na farmácia, facilitando também o processo de faturação, uma vez
que todo o processo é informatizado, não havendo necessidade de ficar a receita na farmácia
para subsequente envio ao Centro de Conferência de Faturas (CCF) do SNS e à Associação
Nacional de Farmácias (ANF), que procedem ao pagamento às farmácias.
Este novo modelo permite a prescrição simultânea de medicamentos cuja
coexistência na mesma receita não era anteriormente admitida.8 Cada medicamento
prescrito corresponde a uma linha de prescrição, que é caracterizada pelo tipo de
medicamento prescrito e respetiva quantidade e validade,8 não havendo limite para a
quantidade de medicamentos prescritos por receita médica.
A implementação da RSP permite ao utente um melhor conhecimento da sua
prescrição médica, tornando-o mais responsável, uma vez que pode adquirir os
medicamentos que quer, na quantidade e altura pretendida, podendo posteriormente
adquirir os restantes. Desta forma o utente nunca perde as suas prescrições por não aviar a
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Relatório de Estágio em Farmácia Comunitária
13 Ana Teresa Trindade
receita na sua totalidade, situação que ocorria, com frequência, sobretudo por motivos
económicos.
Considero a RSP um ponto positivo do meu estágio pois facilita a dispensa e
processamento do receituário, dando oportunidade para o farmacêutico despender mais
tempo noutras atividades, como o aconselhamento farmacêutico.
3.2. PONTOS FRACOS (WEAKNESSES)
3.2.1. REDUZIDO CONTACTO COM O CONTEXTO REAL DE UMA FARMÁCIA COMUNITÁRIA
DURANTE O MICF
No decorrer do meu estágio senti uma certa dificuldade na integração dos
conhecimentos teóricos, adquiridos ao longo do MICF, com o contexto prático da farmácia
comunitária, nomeadamente ao longo do processo de indicação farmacêutica.
No decorrer do MICF, a única unidade curricular que nos preparou para o contexto
real foi a unidade curricular de Intervenção Farmacêutica em Auto-Cuidados de Saúde e
Fitoterapia, lecionada no 1º semestre do 5º ano.
Seria vantajosa a existência de um maior número de pontos de ligação da teoria à
prática em contexto real, ao longo na nossa formação universitária, podendo ser
introduzidos com a realização de estágios de curta duração, integrados no programa
curricular ao longo dos anos.
3.2.2. FARMÁCIA COM RELATIVO POUCO MOVIMENTO
O facto da Farmácia Nazareth estar situada na baixa de Coimbra, zona com elevado
número de farmácias face à densidade populacional, faz com que a farmácia não tenha muita
procura. Por conseguinte, durante o meu estágio houve momentos em que a farmácia esteve
com poucos utentes, diminuindo as minhas oportunidades de realizar atendimento e
aconselhamento.
Por outro lado, o facto de ser uma farmácia pequena, apenas com um balcão e dois
postos de atendimento, nos momentos de grande afluência de utentes, era mais complexo e
difícil executar as minhas atividades.
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Relatório de Estágio em Farmácia Comunitária
14 Ana Teresa Trindade
3.2.3. SEGUIMENTO DO ESTADO DE SAÚDE DO UTENTE
No processo de indicação terapêutica, após a comunicação da proposta de
tratamento ser realizada, é necessário efetuar o seguimento, ou seja, a monitorização do
doente após a instituição da nova terapêutica. Se nos três dias seguintes o doente não
estiver curado nem apresentar alguma melhoria, deve ser encaminhado para o médico, se
apresentar melhoras mas não estiver curado, a situação deve ser reavaliada.5
No decorrer do meu estágio na Farmácia Nazareth, a maior parte dos utentes a
quem realizava aconselhamento farmacêutico eram turistas, não me sendo possível efetuar o
seguimento do seu estado de saúde, bem como a avaliação da eficácia do tratamento por
mim indicado, sendo este um ponto menos positivo.
3.2.4. MEDICAMENTOS MANIPULADOS
Um medicamento manipulado é considerado como "qualquer fórmula magistral ou
preparado oficinal preparado e dispensado sob a responsabilidade de um farmacêutico".9 Os
medicamentos manipulados têm como objetivo a personalização e adaptação da terapêutica
a um doente em particular, onde a sua preparação tem em conta o perfil fisiopatológico do
doente em causa.
A utilização de medicamentos manipulados decorre da necessidade de personalização
da terapêutica com a adaptação de dosagens ou associação de substâncias ativas não
disponíveis no mercado, principalmente nas áreas de pediatria e dermatologia.
Hoje em dia já não é uma prática muito comum, devido à existência de várias
indústrias que se dedicam à produção de especialidades farmacêuticas em grande escala.
Considero como um ponto menos positivo do meu estágio o facto de não ter
preparado nem assistido à preparação de nenhum manipulado, não me dando oportunidade
de pôr em prática a minha formação laboratorial nessa área.
3.2.5. BARREIRAS DE IDIOMA
O facto de alguns utentes de outras nacionalidades, nomeadamente turistas franceses,
alemães, italianos, entre outros, não falarem inglês ou não compreenderem o português,
dificultou bastante o atendimento. Não os conseguindo compreender na sua totalidade, não
me era possível prestar um atendimento tão bom como seria desejável, sendo necessário
recorrer a outro membro da equipa.
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Relatório de Estágio em Farmácia Comunitária
15 Ana Teresa Trindade
3.3. OPORTUNIDADES (OPPORTUNITIES)
3.3.1. CONTACTO COM A REALIDADE FARMACÊUTICA DE OUTROS PAÍSES
A Farmácia Nazareth é uma farmácia com grande afluência de turistas devido à sua
localização. Deste modo, tive contacto com pessoas de outras nacionalidades que se
deslocavam à farmácia para resolver os seus problemas relacionados com a saúde, dando-me
a oportunidade de conhecer a realidade farmacêutica dos seus países.
Uma das situações mais recorrentes, era a solicitação de marcas de medicamentos
não comercializadas em Portugal sendo que, na maior parte das vezes, os utentes não sabiam
dizer qual princípio ativo do respetivo medicamento. Nestas situações era necessário
despender algum tempo, de forma a tentar descobrir qual o princípio ativo em questão, para
tentar solucionar o problema do utente da melhor forma, cedendo a marca portuguesa
correspondente ou outro princípio ativo que pudesse proporcionar o efeito desejado.
3.3.2. EXPANSÃO DE CONHECIMENTOS E APOSTA NOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS
A farmácia é uma vasta área em que todos os dias somos confrontados com variadas
situações, gerando oportunidades para o farmacêutico explorar novas áreas e aprofundar
outras.
Deste modo, a atualização permanente é essencial para que o farmacêutico possa
expandir o seu conhecimento científico, clínico, ético e legal, adquirindo as competências
adequadas à prestação de uma prática eficiente1, estando apto a intervir nas diversas
situações com que é diariamente confrontado.
Assim, adquirir a confiança dos utentes transforma-se num processo mais simples e
rápido, tornando o farmacêutico num ponto de referência para a resolução dos problemas
relacionados com a saúde.
Uma outra forma de aumentar a confiança e fidelização dos utentes é proporcionar
um variado leque de serviços farmacêuticos prestados na farmácia, nomeadamente o
acompanhamento farmacoterapêutico.
Segundo as BPF o acompanhamento farmacoterapêutico "é a prática profissional em
que o Farmacêutico Comunitário Especialista se responsabiliza pelas necessidades do doente
relacionadas com os medicamentos. Esta prática realiza-se mediante a detecção de Problemas
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Relatório de Estágio em Farmácia Comunitária
16 Ana Teresa Trindade
Relacionados com Medicamentos para a prevenção e resolução de Resultados Negativos associados
à Medicação (RNM)." 1
Este deve ser realizado de forma contínua com a colaboração do utente e dos
restantes profissionais de saúde, com o objetivo de alcançar resultados concretos que
melhorem a qualidade de vida do utente1, com a monitorização da terapêutica.
Numa consulta farmacêutica é recolhida e documentada toda a informação relativa à
terapêutica farmacológica instituída ao utente, são avaliados parâmetros bioquímicos, quando
necessário, e sinalizados as possíveis interações medicamentosas, contraindicações e efeitos
secundários.
Perante os problemas de saúde apresentados pelo utente é prestado o
aconselhamento correspondente no que respeita a terapêutica farmacológica e não
farmacológica.
Nos casos em que tal se justifique o utente é encaminhado para o médico,
acompanhado por um relatório escrito do acompanhamento farmacoterapêutico prestado,
juntamente com um pedido de intervenção médica.
Com a prestação deste serviço torna-se possível, com a colaboração de outros
profissionais de saúde, melhorar a saúde e, por conseguinte, a qualidade de vidas dos
utentes.
3.4. AMEAÇAS (THREATS)
3.4.1. RECEITA SEM PAPEL (RSP)
A RSP representa um avanço tecnológico acompanhado por várias inovações que têm
por objetivo facilitar os processos de prescrição, dispensa e faturação. No entanto, no
decorrer do meu estágio identifiquei alguns aspetos que revelam os pontos negativos da RSP.
Um deles, é o facto dos utentes ainda não compreenderem o modo de
funcionamento deste novo método de prescrição. Verifiquei que, principalmente os utentes
idosos, chegavam à farmácia confusos, sem saber como iriam aviar as suas receitas,
nomeadamente quando apenas recebiam uma mensagem no telemóvel, sem lhes ter sido
cedida a respetiva guia de tratamento.
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Relatório de Estágio em Farmácia Comunitária
17 Ana Teresa Trindade
A transmissão aos utentes da informação relativa ao novo método de prescrição
deveria ter sido efetuada antes da entrada em vigor das RSP. Os utentes teriam sido
beneficiados se tivesse existido algum tipo de publicidade institucional sobre este tema,
evitando-se a confusão e desorientação criada.
Para além disto, com as RSP o sistema informático ficava mais lento, tendo chegado a
presenciar, durante o meu estágio, períodos de tempo em que o sistema informático não
estava operacional, não sendo possível processar as RSP, pela incapacidade de as processar
manualmente, visto serem receitas eletrónicas sem registo em papel. Esta situação foi muitas
vezes incompreendida pelos utentes, transparecendo uma imagem menos positiva do serviço
prestado pela farmácia face à incapacidade de processar as receitas e por conseguinte, de
dispensar os medicamentos.
Deste modo, a RSP pode ser considerada uma ameaça ao meu estágio, pelo que, a
qualquer momento o sistema informático poderia não funcionar, sendo desfavorável para os
utentes, principalmente nos dias e noites de serviço.
Porém, esta ameaça está a ser contornada com a existência na farmácia de um
scanner que permite a leitura dos códigos QRCodes/datamatrix, presentes no rodapé das guias
de tratamento das RSP, que contêm informação das linhas de prescrição. Deste modo,
torna-se possível realizar a dispensa offline quando os sistemas se encontram indisponíveis.
Porém este tipo de dispensa não está isenta de inconvenientes para o utente: nestas
circunstâncias a dispensa só é possível numa única farmácia e de uma única vez,8 não sendo
possível dispensar estupefacientes ou psicotrópicos.3 Para além disto, não é possível saber
quais os medicamentos prescritos já dispensados, correndo-se o risco de aviar a receita duas
vezes, falha que o Sistema Nacional de Saúde (SNS) admite ficar à sua responsabilidade.
3.4.2. VENDA DE MNSRM E PRODUTOS À BASE DE PLANTAS FORA DAS FARMÁCIAS
Os MNSRM e medicamentos à base de plantas podem ser adquiridos em
parafarmácias ou em grandes superfícies comerciais por se tratarem de produtos sem
necessidade de prescrição médica.
Muitos destes produtos, principalmente os produtos à base de plantas, são usados de
forma indiscriminada pela população, não sendo prestada atenção às suas interações,
contraindicações e efeitos adversos. A procura destes produtos tem vindo a aumentar, com
a ideia de se tratarem de produtos inócuos, que apenas contribuem para a melhoria do
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Relatório de Estágio em Farmácia Comunitária
18 Ana Teresa Trindade
estado de saúde dos indivíduos. Deste modo, torna-se necessário refletir sobre a forma
como são disponibilizados ao público.
Assim, a dispensa destes produtos deveria ser sempre realizada com um farmacêutico
como intermediário. Este desempenha um papel importante no aconselhamento de MNSRM
e de produtos à base de plantas, devendo estar a par de todos os produtos disponíveis no
mercado bem como os seus constituintes, indicações terapêuticas e precauções a ter em
consideração para cada doente.
O farmacêutico é um importante agente de promoção da saúde que deve
consciencializar e sensibilizar os seus utentes para o facto destes produtos serem vendidos
indiscriminadamente, podendo causar graves problemas de saúde, nomeadamente quando
tomados sem o devido aconselhamento e acompanhamento.
Logo, a venda destes produtos fora das farmácias pode ser considerada uma ameaça
à saúde pública e também à profissão farmacêutica, visto que se tem verificado que esta
situação afeta a viabilidade económica das farmácias, uma vez que as grandes superfícies
comerciais têm capacidade de praticar preços competitivos.
Esta situação pode ser igualmente considerada uma ameaça ao meu estágio pelo que,
muitos utentes não se dirigem à farmácia para resolução dos seus problemas de saúde
menores, adquirindo os MNSRM noutros locais, sem aconselhamento farmacêutico, não
favorecendo a minha aprendizagem ao longo do estágio.
4. CASOS PRÁTICOS
A farmácia é o local a que os utentes recorrerem maioritariamente para resolução de
problemas ou sintomas menores, evitando longos períodos de espera nos centros de saúde
e hospitais.
Neste tipo de situações, o farmacêutico pode intervir com a indicação de MNSRM e
de medidas não farmacológicas. Quando se tratam de situações que requerem observação e
diagnóstico médico, o farmacêutico deve encaminhar o utente para o respetivo profissional
clínico.
Ao longo do meu estágio deparei-me com vários casos onde tive oportunidade de
aplicar os conhecimentos adquiridos no decorrer do MICF e do próprio estágio na Farmácia
Nazareth.
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19 Ana Teresa Trindade
4.1. CASO 1
Um senhor com cerca de 55 anos dirige-se à Farmácia Nazareth e solicita uma
pomada retal eficaz para as hemorroidas. Durante a conversa, o senhor explicou que tem
hemorroidas há vários anos e já tinha ido ao médico tentar resolver o problema, tendo-lhe
já sido receitado Daflon 500®, constituído por uma fracção flavonóica purificada e
micronizada contendo 90 % de Diosmina e 10 % de flavonóides (hesperidina).10 O senhor
referiu ainda que não sentiu grandes melhoras e vinha solicitar uma pomada retal.
Perguntei-lhe se tinha cuidados com a alimentação: se ingeria grande quantidade de
fibras e água e se não exagerava nos hidratos de carbono. O senhor confirmou que tinha
uma dieta controlada, mas que mesmo assim as fezes eram muito duras. Sugeri-lhe que
experimentasse o Dulcosoft® para amolecer as fezes.
Dulcosoft® é um dispositivo médico ingerível, não absorvido, que contém Macrogol
4000, substância ativa osmótica que retém água no cólon, favorecendo o amolecimento das
fezes, facilitando assim a sua evacuação, tornando-a mais cómoda.11
Informei o utente acerca das formas de apresentação existentes: líquido ou em
saquetas, e da posologia: misturado com uma bebida quente ou fria, preferencialmente numa
dose única de manhã.11
O senhor não levou o Dulcosoft® por não ter possibilidade económica para o fazer,
mas referiu que o levaria noutra ocasião. Dispensei apenas a pomada Faktu® indicada para o
tratamento de hemorroidas, constituída por policresuleno e de cloridrato de cinchocaína.12
O policresuleno, a principal substância ativa, é um ácido orgânico de elevado peso
molecular com propriedades seletivas de precipitação de proteínas, que coagula o tecido
necrótico ou patologicamente alterado, expelindo-o do organismo, atuando também como
hemostático local, com a coagulação das proteínas sanguíneas e como vasoconstritor.
Simultaneamente, o policresuleno induz a hiperemização reativa da zona afetada, estimulando
a cicatrização e promovendo a re-epitelização. A cinchocaína é um anestésico local que
restringe de modo reversível e local a sensibilidade e o volume dos nervos sensoriais, sendo
deste modo, eliminados a dor e o prurido, sintomas frequentes de afeções anoretais. A
associação das duas substâncias ativas reduz rapidamente a hemorragia, dor, prurido e
exsudação, impedindo as inflamações e promovendo a regeneração do tecido afetado.12
Informei o utente que a pomada deve ser aplicada duas a três vezes por dia e que
caso a aplicação seja interna é aconselhável que haja uma evacuação prévia, seguida de uma
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Relatório de Estágio em Farmácia Comunitária
20 Ana Teresa Trindade
higiene cuidada. Aconselhei também medidas não farmacológicas, para além dos cuidados na
alimentação, deveria fazer banhos de acento com água tépida durante 10 a 15 minutos, 2 a 3
vezes por semana e evitar períodos prolongados tanto na posição ereta como sentada para
diminuir a pressão exercida pelo corpo na zona anoretal.
4.2. CASO 2
Um senhor dirige-se à farmácia queixando-se de dor de garganta intensa.
Perguntei ao utente se tinha febre ou outros sintomas para além da inflamação na
garganta. O utente explicou que não tinha febre, apenas dor na garganta que já lhe
provocava dificuldade em engolir.
Perguntei de seguida se tinha alguma doença crónica, como diabetes, uma vez que
essa informação iria afetar o tipo de produto indicado para a inflamação na garganta. O
utente referiu que não era diabético.
Deste modo, recomendei Strepsils®, constituído por álcool diclorobenzílico e
amilmetacresol, antisépticos que, ao bloquearem reversivelmente a despolarização induzida
dos canais iónicos possuem também atividade semelhante aos anestésicos locais, com a
posologia de 1 pastilha de 3 em 3 horas.13 Indiquei também Ananase®, bromelaína, que reduz
a intensidade e a duração dos edemas nos processos inflamatórios, atuando
preferencialmente nos tecidos moles, devendo tomar um comprimido 4 vezes ao dia, de
preferência 1 hora antes das refeições.14
Referi ainda que o utente deveria ingerir bastantes líquidos para manter a hidratação
e caso a situação não estivesse resolvida, daí a três dias devia regressar à farmácia.
4.3. CASO 3
Uma jovem chega à farmácia e solicita um protetor solar para o rosto. Ao analisar o
rosto da utente reparo que tem uma pele oleosa com alguns sinais de acne. Deste modo,
antes de ceder o protetor solar pergunto quais os cuidados diários que costuma ter com a
pele. A utente responde que não tem muitos cuidados, apenas costuma lavar a cara com gel
de banho, aplicando depois um creme hidratante para pele oleosa.
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Relatório de Estágio em Farmácia Comunitária
21 Ana Teresa Trindade
Informei a utente que era importante realizar os cuidados básicos da pele, ou seja,
limpeza, hidratação e foto proteção, para tal, sugeri que, para além o protetor solar, levasse
um gel de limpeza específico para o seu tipo de pele, para utilizar em vez do gel de banho.
A utente concordou e aconselhei-lhe um gel de limpeza da La Roche-Posay, da linha
Effaclar para pele oleosa com tendência a acneica, que deveria utilizar de manhã e à noite.
Para proteção solar indiquei o Anthelios antibrilho com fator de proteção solar 50+ da La
Roche-Posay, um gel-creme específico para pele sensível e oleosa, que proporciona um
toque seco após a aplicação. Aconselhei a aplicação do protetor solar todos os dias de
manhã após a limpeza da pele, e no caso de uma exposição solar mais prolongada, reaplicar
o protetor várias vezes ao dia.
Depois de ceder os produtos, realcei a importância dos cuidados a ter com a pele,
especialmente quando se trata de uma pele oleosa com tendência a acneica. Expliquei que,
para além da limpeza e foto proteção, a utilização de um creme hidratante não-
comedogénico era importante, devendo também escolher preferencialmente produtos de
maquilhagem não comedogénicos ou oil-free.
4.4. CASO 4
Um senhor com cerca de 60 anos, turista, chega à farmácia e solicita algo para a
obstipação. Pergunto-lhe se toma alguma medicação e há quanto tempo está obstipado. O
utente diz que está assim desde que chegou a Portugal, há 3 dias, e que nunca sentiu este
problema com a medicação que faz habitualmente. No decorrer da conversa fico também a
saber que tem estado com alguns gases, para além da obstipação. Neste sentido, para a
flatulência indiquei, após as principais refeições e ao deitar, um comprimido mastigável de
Aero-OM®, constituído por simeticone 42 mg, um antiflatulento que reduz a acumulação de
gases no estômago e nos intestinos.15 Para a obstipação indiquei um produto que o utente já
conhecia, supositórios de glicerina,16 laxante hiperosmótico que atua em 1 hora, associando
os efeitos osmótico e irritante da glicerina, podendo ser aplicados 1 a 2 por dia.
Como medidas não farmacológicas, aconselhei o utente a evitar os alimentos aos
quais associa a flatulência e alimentos ricos em gordura, para além disso, aconselhei-o a
evitar roupas apertadas, beber muitos líquidos e fazer uma dieta rica em fibras para auxiliar a
evacuação.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Estágio Curricular em Farmácia Comunitária é essencial para completar a
aprendizagem efetuada ao longo do MICF, proporcionando a aplicação dos conhecimentos
adquiridos no contexto real da atividade profissional.
O meu estágio na Farmácia Nazareth foi uma experiência enriquecedora que me
permitiu crescer tanto a nível pessoal como profissional, adquirindo novas competências que
me permitem adaptar com mais facilidade a um maior número de situações que surgem
diariamente numa farmácia. Para além disso, o estágio permitiu-me adquirir uma visão mais
abrangente da gestão que está na base do bom funcionamento de uma farmácia.
É importante que continuemos motivados para uma aprendizagem constante ao
longo da nossa vida profissional com o objetivo de proporcionar serviços farmacêuticos de
qualidade, mantendo a nossa posição como ponto de referência da população para a
resolução dos seus problemas de saúde menores.
Posso afirmar que o meu estágio na Farmácia Nazareth constituiu o final da minha
formação universitária, fornecendo-me, nesse âmbito, as bases para o meu futuro enquanto
profissional de saúde.
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Relatório de Estágio em Farmácia Comunitária
23 Ana Teresa Trindade
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ORDEMDOSFARMACÊUTICOS - Boas Práticas Farmacêuticas para a Farmácia
Comunitária (BPF) [Em linha] [Acedido a 22 de agosto de 2016]. Disponível na Internet:
http://www.ordemfarmaceuticos.pt/xFiles/scContentDeployer_pt/docs/Doc3082.pdf>.
2. PAHL, Nadine; RICHTER, Anne - SWOT Analysis. Idea, Methodology And A Practical Approach.
Berlin. 2007).
3. Decreto de Lei no 15/93 de 22 de Janeiro. Diário da República. I Série-A N.o18 (93- 234–252).
4. Decreto-Lei no 176/2006 de 30 de Agosto. Diário da República. 1a Série N.o167 (06- 6297–
6303).
5. GRUPO DE BOAS PRÁTICAS DE FARMÁCIA; GRUPO DO GUINCHO - Linhas de
Orientação - Indicação Farmacêutica [Em linha] [Acedido a 22 de agosto de 2016]. Disponível
na Internet: www.srcordemfarmaceuticos.pt/get_file/3/IndicacaoFarmaceutica.pdf>.
6. FARMÁCIASPORTUGUESAS - Farmácia Portuguesa. Setembro/Outubro. 2009) 28–31.
7. SNS - Balanço | Receita Sem Papel [Em linha], atual. 2016. [Acedido a 26 agosto de 2016].
Disponível na Internet: https://www.sns.gov.pt/noticias/2016/08/02/balanco-receita-sem-papel/>.
8. Portaria n.o 224/2015, de 27 de Julho. Diário da República. I Série N.o 144/2015 (15).
9. Portaria n.o 594/2004, de 2 de Junho. Diário da República. Série I-B N.o 129/2004 (04).
10. LABORATORIOS SERVIER, S. L. - Resumo das Característucas do Medicamento
Daflon 500® [Em linha], atual. 2010. [Acedido a 30 de agosto de 2016]. Disponível na Internet:
http://www.infarmed.pt/infomed/download_ficheiro.php?med_id=51743&tipo_doc=fi>.
11. BOEHRINGERINGELHEIM - Dulcosoft | DulcoSoft® [Em linha], atual. 2016. [Acedido a 30
de Agosto de 2016]. Disponível na Internet: http://www.dulcolax.pt/dulcosoft.html>.
12. PRODUTOS FARMACÊUTICOS ALTANA PHARMA, Lda - Resumo das Características
do Medicamento Faktu® [Em linha], atual. 2007. [Acedido a 30 de agosto de 2016]. Disponível na
Internet: http://www.infarmed.pt/infomed/download_ficheiro.php?med_id=3241&tipo_doc=rcm>.
13. RECKITT BENCKISER HEALTHCARE, Lda. - Resumo das Características do
Medicamento Strepsils® [Em linha], atual. 2011. [Acedido a 30 de agosto de 2016]. Disponível na
Internet: http://www.infarmed.pt/infomed/download_ficheiro.php?med_id=45996&tipo_doc=rcm>.
14. LABORATÓRIOS DELTA, LDA. - Resumo das Características do Medicamento
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Relatório de Estágio em Farmácia Comunitária
24 Ana Teresa Trindade
Ananase® [Em linha], atual. 2007. [Acedido a 30 de agosto de 2016]. Disponível na Internet:
http://www.infarmed.pt/infomed/download_ficheiro.php?med_id=417&tipo_doc=rcm>.
15. OM PHARMA, S. A. - Resumo das Características do Medicamento Aero-OM® 42 mg
[Em linha], atual. 2010. [Acedido a 31 de agosto de 2016]. Disponível na Internet:
http://www.infarmed.pt/infomed/download_ficheiro.php?med_id=144&tipo_doc=rcm>.
16. LABORATÓRIOS BASI, Indústria Farmacêutica S. A. - Resumo das Características do
Medicamento Supositórios de Glicerina [Em linha], atual. 2005. [Acedido a 31 de agosto de
2016]. Disponível na Internet:
http://www.infarmed.pt/infomed/download_ficheiro.php?med_id=37783&tipo_doc=rcm>.
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ANEXO 1 - PROCESSO DE INDICAÇÃO FARMACÊUTICA5
Fluxo Descrição Responsável
• Solicitação de medicamentos/conselhos
• Apresentação de queixas ou sintomas
• Complemento de terapêutica instituída
Profissional
de farmácia que
atende o doente
1*
• Recolhe informação/dados pessoais:
• Idade
• Sexo
• Estado fisiopatológico
• Outros
Diretor Técnico
Farmacêutico
2*
• Recolha da informação sobre o
problema/situação
• Avaliação da gravidade/critérios de exclusão:
• Identificação de queixas, sinais e/ou
sintomas
• Duração
• Localização
• Persistência/recorrência
• Outros sintomas ou situações em que sente
melhoras
• Medicamentos associados
• Outras doenças de que sofre
• Hábitos de vida
• História familiar
• Alergias
Diretor Técnico
Farmacêutico
3*
• Medidas não farmacológicas
• Terapêutica farmacológica
• Decisão de acordo com critérios de seleção
terapêutica
Diretor Técnico
Farmacêutico
4*
• Avaliar eficácia do tratamento
• Seguimento do estado do doente
Diretor Técnico
Farmacêutico
5*
• Doente não curado e sem melhoras deve ser
encaminhado para o médico
• Doente com melhoras mas não curado pode ser
reavaliada a situação
Diretor Técnico
Farmacêutico
6*
• Doente curado que deve, no entanto,
continuar a ser seguido
Diretor Técnico
Farmacêutico
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ANEXO 2 - EXEMPLO DE FOLHETO ISAÚDE