Relatório de Estratégia - bb.com.br · ou Nike Shaped. Desde então, esses sinais ficaram mais...
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#Pública
Estratégia de
Investimentos
Agosto 2020
#Pública
Síntese Geral
2
A manutenção do otimismo nos mercados permitiu mais um mês
positivo para os ativos de risco, com o Ibovespa superando e
mantendo a marca dos 100 mil pontos, o que possibilitou a
redução das perdas acumuladas pelo índice para -11,10% no
ano. É o quarto mês seguido de ganhos movidos especialmente
pela liquidez global, baixas taxas de juros, avanços nos teses de
vacinas, e a divulgação, ao longo do mês, de indicadores de
retomada econômica no Brasil e no exterior.
Apesar do apetite ao risco, as incertezas do cenário
macroeconômico permanecem. Os casos de COVID-19
continuam a preocupar o mundo e foram observadas, ao longo
do mês, retomadas de medidas de isolamento pontuais para
controle do número de casos nos EUA, Ásia e Europa. Seguem
ainda as tensões geopolíticas sino-americanas com potencial de
agravamento à medida que as eleições nos EUA se aproximam.
Diante da continuidade de incertezas no cenário
macroeconômico, reforçamos nossa tese de diversificação de
investimentos. De acordo com os objetivos do investidor e seu
perfil em relação ao risco, nossas carteiras seguem combinações
ótimas de alocação entre diversas classes de ativos, permitindo
melhores retornos em momentos de menor aversão ao risco e
evitando perdas excessivas em momentos de maior adversidade.
#Pública
4 Perspectivas econômicas
6 Macroeconomia I
9 Macroeconomia II
11 Renda variável
13 Multimercados
15 Asset allocation
23 Indicadores de mercado
24 Glossário
25 Avisos importantes
Índice
3
#Pública
Ronaldo TávoraEconomista-Chefe do BB do B
A flexibilização do isolamento social em
algumas cidades brasileiras e a liberação
do auxílio emergencial do Governo
Federal contribuíram para a recuperação,
ainda que parcial, da atividade
econômica a partir de abril, sugerindo
que o fundo do poço realmente ficou para
trás.
Entre os indicadores que corroboram
essa avaliação, tivemos as vendas do
comércio que surpreenderam
positivamente em maio. Como o
comércio, pelo lado da oferta,
usualmente se alinha ao desempenho do
consumo, pelo lado da demanda, tudo
indica que esse componente, com peso
mais expressivo na formação do PIB,
também tenha se recuperado no período.
Além disso, os indicadores de confiança
revelaram uma melhora das expectativas
para os próximos meses, sinalizando que
o sentimento em relação ao futuro
também é mais positivo.
Portanto, são inegáveis os sinais de que
o pior já passou e sobre isso parece
haver consenso. Este se desfaz,
entretanto, quando a discussão muda
para a velocidade da recuperação. Para
mim, ainda coexistem evidências
ambíguas dadas pelas pesquisas de alta
frequência que recomendam cautela
quanto ao ritmo da retomada. O nível de
incerteza associado à dinâmica futura da
economia permanece elevado e há
pontos que ainda recomendam
parcimônia às apostas mais otimistas.
Essa avaliação nos levou a promover
apenas uma leve redução na expectativa
de queda do PIB para este ano (de 6,6%
para 6,3%), movimento bem menos
intenso que o apresentado pelo mercado
(Pesquisa Focus), cuja projeção passou
de 6,5% para 5,8% (Focus de 24/07/20).
Mas por que estamos mais cautelosos
que o mercado?
Seguem meus argumentos. A surpresa
no desempenho do comércio, é
importante enfatizar, decorreu do efeito
do auxílio emergencial, que direcionou
renda à parcela da população de menor
poder aquisitivo e mais vulnerável. Com a
reabertura das atividades, esses recursos
rapidamente migraram para o consumo.
Outro elemento importante que ajudou foi
a capacidade que alguns segmentos
apresentaram em atender ao aumento de
demanda pelos canais virtuais, um
exemplo de como a atual crise acelerou a
tendência já existente previamente de
consumo não presencial.
Mas isso não deveria ser suficiente para
sustentar eventual onda de otimismo.
Nossas estimativas sugeriam uma
recuperação menos intensa do comércio
em maio, tomando como base
indicadores proprietários que levam em
conta as vendas com cartões e crédito e
débito. Portanto, minha leitura é que a
divergência veio essencialmente pelo
efeito do auxílio emergencial, cujo
volume de recursos mais do que
compensou a perda na massa de salários
resultante dos quase oito milhões de
pessoas que perderam o emprego de
fevereiro a maio (PNAD Contínua).
Copo meio cheio ou meio vazio?
Perspectivas Econômicas
4
#Pública
Portanto, como essa injeção de recursos
tem prazo de validade (por enquanto, em
agosto), não considero que o
comportamento de maio seja um bom
referencial para a tendência futura do
consumo.
Além disso, indicadores mais amplos,
como a Pesquisa Mensal de Serviços,
também construída pelo IBGE, frustrou
os mais otimistas ao mostrar nova
retração em maio. O mesmo acontecendo
com o IBC-Br, que embora positivo (+1,3
MoM), veio abaixo das estimativas do
mercado (+4,5% MoM).
Na mesma linha, os números de vendas
de cartão de crédito e débito no BB
mostram que o comportamento em junho
e julho é compatível com uma
recuperação apenas moderada do
consumo.
Infelizmente, continuo esperando
deterioração adicional do mercado de
trabalho até o fim do ano, ainda que não
completamente capturada pela taxa de
desemprego. Como muitos que foram
dispensados do trabalho desistiram de
procurar emprego, acabaram deixando de
compor a força de trabalho e saíram das
estatísticas de desemprego. Ajustando
para esse fato, a equipe de economia do
BB estimou que a taxa de desemprego
em maio tenha ficado ao redor de 19%, e
não os 12,9% mostrados nas estatísticas
oficiais.
Por fim, a economia deve sair menor da
crise, pois muitos negócios não
sobreviverão. Os números são incertos e
as estatísticas mostradas pelo IBGE,
ainda experimentais. Mas, do que já
sabemos, 39% das empresas que
estavam com suas atividades encerradas
na primeira quinzena de junho
(transitoriamente ou não), reportaram as
restrições impostas pela pandemia como
principal causa.
É evidente que a pandemia é um evento
passageiro. Mas entendo que seus
efeitos sobre o produto, renda e emprego
podem ser mais duradouros. Diante
disso, continuo sempre avaliando não só
o copo meio cheio, mas a velocidade em
que ele se enche. Entendo que, neste
momento, a dúvida é menos se ele se
encherá e mais a que velocidade isso
acontecerá. A considerar o
comportamento dos preços dos ativos de
renda variável, parece que será rápido.
Entretanto, pelos pontos levantados
acima, não estou convicto disso.
Perspectivas Econômicas
5
Copo meio cheio ou meio vazio?
#Pública
Macroeconomia I
6
Janaína KlichowskiEstrategista-Chefe de Investimentos BB Private
do
Como já citamos em nossos últimos
relatórios, desde o início da pandemia a
bolsa brasileira tem apresentado
movimentos direcionais positivamente
correlacionados à bolsa americana (S&P
500). Este mês não foi diferente e ambas
acumulam o quarto mês seguido de
ganhos. No gráfico abaixo observamos
estes movimentos assim como
destacamos o Ibovespa rompendo a linha
dos 100 mil pontos e mantendo este
patamar ao longo do mês.
RETORNOS ACUMULADOS DO IBOVESPA
VERSUS S&P 500
Base zero = 30/06/2020
Fonte: Bloomberg
Elaboração: BB Private
O comportamento do Ibovespa indica um
ambiente interno de maior propensão ao
risco, o que permitiu que o índice
acompanhasse majoritariamente os
movimentos da bolsa americana.
Podemos atribuir parte destes movimentos
ao cenário político mais ameno que tem
refletido positivamente não somente na
bolsa de valores mas também em nossa
curva de juros, com fechamento em todos
os seus vértices em julho.
O destaque foi o avanço da agenda
reformista com a entrega da proposta
inicial da reforma tributária pelo governo ao
parlamento. O ímpeto reformista do
executivo e do legislativo mantém
ancoradas as expectativas quanto à
trajetória fiscal do país. Apesar disso,
seguimos atentos ao debate do orçamento
de 2021 e a possibilidade de flexibilização
do teto de gastos, pois consideramos este
o tema de maior risco para o país neste
ano.
Outro ponto de estímulo ao avanço do
Ibovespa foram os dados melhores que o
esperado para a atividade econômica, que
fizeram com que as expectativas do PIB
brasileiro melhorassem ao longo do
mês. A pior projeção do PIB para o ano,
divulgada pelo Relatório Focus, foi no dia
03 de julho (-6,50%) e o mês termina
projetando uma queda de 5,66%. É
importante destacar que, apesar de
melhores, as expectativas ainda são ruins.
Os ganhos do Ibovespa também estão
relacionados às baixas taxas de juros,
valendo citar a recente redução da Selic no
Brasil para sua mínima histórica de 2,00%
a.a.. Este afrouxamento monetário
continua a estimular a migração dos
Apetite ao risco permanece, mas a busca por proteção
também
#Pública
Macroeconomia I
7
recursos da renda fixa para a renda
variável. Além disso, a elevada liquidez
global mantém o apetite ao risco apesar
das incertezas macroeconômicas ainda
presentes.
Em relação à liquidez global, a aprovação
do pacote de estímulos de EUR 750
bilhões pela União Europeia reforça que a
atuação dos governos e bancos centrais
permanece ativa. Atualmente o Congresso
dos Estados Unidos discute um novo
pacote fiscal trilionário para auxílio à
economia americana. Esses pacotes são
justificados quando observamos o impacto
da pandemia no PIB da China (com queda
de 10% no 1º trimestre), Zona do Euro
(queda de 12,1% no 2º trimestre) e
Estados Unidos (queda de 32,19% no 2º
trimestre).
Apesar das quedas históricas da atividade,
há consenso de que “o pior já passou” e os
dados de PMI divulgados pela Markit ao
longo do mês ajudam a defender tal tese.
O índice dos gerentes de compras (PMI)
mede o nível de atividade dos setores
industrial e serviços e serve como uma
medida de “temperatura” da recuperação
econômica. O gráfico ao lado indica em
verde a retomada da expansão dos
setores, enquanto a sinalização vermelha
reflete que a atividade permanece
contraída.
A discussão sobre a saída da crise agora
se concentra no debate sobre a velocidade
de recuperação das economias. Sabemos
que avanços nos testes das vacinas são
cruciais assim como o controle do número
de casos para que medidas mais rígidas
de isolamento social sejam evitadas.
Por sua vez, o ambiente de recuperação
econômica conta não somente com as
incertezas relacionadas ao tratamento e
controle da COVID-19, mas engloba, em
especial, os receios de que a continuidade
dos estímulos fiscais e monetários
resultem em inflação futura e que a tensão
geopolítica sino-americana agrave à
medida que as eleições americanas se
aproximam.
PMI MARKIT
Dados do PMI Markit para o setor de serviços,
industrial e composto
Fonte: Bloomberg
Elaboração: BB Private
Apetite ao risco permanece, mas a busca por proteção
também
Jul Jun Mai Abr Mar Fev Jan
Setor industrial
Brasil 58.2 51.6 38.3 36 48.4 52.3 51
EUA 51.3 49.8 39.8 36.1 48.5 50.7 51.9
Reino Unido 53.6 50.1 40.7 32.6 47.8 51.7 50
China 52.8 51.2 50.7 49.4 50.1 40.3 51.1
Japão 42.6 40.1 38.4 41.9 44.8 47.8 48.8
Zona do Euro 51.1 47.4 39.4 33.4 44.5 49.2 47.9
Setor de serviços
Brasil 42.5 35.9 27.6 27.4 34.5 50.4 52.7
EUA 50 47.9 37.5 26.7 39.8 49.4 53.4
Reino Unido 56.6 47.1 29 13.4 34.5 53.2 53.9
China 54.1 58.4 55 44.4 43 26.5 51.8
Japão 45.2 45 26.5 21.5 33.8 46.8 51
Zona do Euro 55.1 48.3 30.5 12 26.4 52.6 52.5
PMI Composto
Brasil 47.3 40.5 28.1 26.5 37.6 50.9 52.2
EUA 50.3 47.9 37 27 40.9 49.6 53.3
Reino Unido 57.1 47.7 30 13.8 36 53 53.3
China 555 55.7 54.5 47.6 46.7 27.5 51.9
Japão 43.9 40.8 27.8 25.8 36.2 47 50.1
Zona do Euro 54.8 48.5 31.9 13.6 29.7 51.6 51.3
#Pública
Macroeconomia I
8
Esses fatores ajudam a entender o
enfraquecimento global do dólar e a
apreciação dos metais, em especial o ouro,
que já vinha em ascensão desde a guerra
comercial dos Estados Unidos e China em
2019 e atingiu recordes no mês de julho.
O dólar em queda pode ser explicado
pelas incertezas relacionadas à economia
americana, tais como (a) as dificuldades
maiores no enfrentamento e controle da
doença na comparação com China e
Europa (b) o aumento do endividamento
público e o risco subsequente de inflação,
(c) a elevação das tensões com a China ao
passo que a eleição presidencial norte-
americana se aproxima. Ainda, a taxa de
juros muito baixa diminui a atratividade das
treasuries que, a depender da inflação
indicam juros reais negativos.
O ouro, por sua vez, se valoriza diante do
cenário de incertezas e da recente queda
no valor do dólar. Sua cotação chegou
próximo à USD 2 mil por onça (31,1
gramas) em julho, registrando uma
valorização de 10,94% no mês e 30,22%
neste ano.
No gráfico ao lado apresentamos esse
movimento de avanço do ouro
concomitante à queda do dólar, e trazemos
como referência o número total de casos
da COVID-19 nos Estados Unidos.
RETORNOS ACUMULADOS DO DXY VERSUS
OURO SPOT
Informação adicional: curva de casos confirmados
nos EUA
Base zero = 31/12/2019
Fonte: Bloomberg
Elaboração: BB Private
Apesar dos investidores comprados em
bolsa de valores com quatro meses
seguidos de bolsas positivas nos EUA e
Brasil, a procura pela segurança e
proteção do ouro também aumentou, pois
o cenário ainda é de elevada instabilidade.
Ou seja, o ouro tem precificado as
incertezas econômicas citadas acima.
O que queremos explicar com esse texto?
Apesar dos indicadores de melhora de
atividade e de um ambiente pró-risco nos
últimos meses, o cenário ainda é nebuloso
e a diversificação dos seus investimentos é
a melhor estratégia para proteção do seu
patrimônio financeiro.
Apetite ao risco permanece, mas a busca por proteção
também
#Pública
Macroeconomia II
9
Daniel Marques PereiraEstrategista da BB Securities LLC
do
Julho foi marcado por dados
macroeconômicos de grande relevância,
pacotes de estímulos dos governos e
bastante tensão geopolítica. O Produto
Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos
recuou no 2º trimestre incríveis 32,9%,
após ter recuado 5% no trimestre anterior.
Apesar do número, a queda esperada pelo
mercado era ainda maior, de cerca de
34%. O principal motivo para queda foi o
fechamento parcial da economia por conta
da COVID-19, naquele que deve ser o
trimestre mais afetado pela pandemia.
Outros números de PIB importantes foram
divulgados, com a China crescendo no
trimestre 3,2% na comparação anual,
ajudado ainda pela sua produção industrial,
que cresceu 4,8%. Os últimos números
divulgados vieram da Europa, com a
Alemanha, principal economia da região,
encolhendo 10,1%, mais do que o
esperado. O bloco como um todo teve sua
economia encolhida em 12,1%, resultando
em um aumento na taxa de desemprego
de 7,4% para 7,8%.
A consequência econômica mais sentida
na crise é o desemprego, com o número
dos EUA atingindo 11,1% e forçando os
bancos centrais a realizarem diversos tipos
de estímulos. Depois de alguns pacotes já
anunciados pelo congresso americano
desde o começo da pandemia, o secretário
do tesouro Steve Mnuchin anunciou que
republicanos e democratas estão
negociando entre si para atingir um
denominador comum. O esperado pelo
mercado é que o próximo pacote não
demore muito para ser apresentado e
aprovado e focará principalmente em uma
nova rodada de ajuda à pessoas físicas,
prolongamento do benefício extra para
desempregados, além de escolas,
universidades e pequenas empresas.
A União Europeia também anunciou o seu
plano de ajuda mais generoso desde o
início da crise, com um fundo de
recuperação de 750 bilhões de euros, que
deve ser financiado através de uma
emissão conjunta entre os países e um
aumento trilionário de orçamento para os
próximos anos. O pacote era apoiado
principalmente pela Alemanha e França, as
duas maiores economias da região.
Tantos pacotes de auxílio, principalmente
nos Estados Unidos, ajudaram a direcionar
fortes ajustes em algumas classes de
ativos. O dólar americano mostrou forte
queda no mês contra as outras moedas
fortes do mundo, como iene japonês, euro,
libra esterlina ou mesmo uma cesta
composta por diversas moedas (DXY).
Temores de alguma inflação futura
causada pelos estímulos fez também o
ouro atingir um recorde histórico de
cotação, perto de US$ 2000 por onça.
No campo geopolítico, as medidas
recentes da China em relação a Hong
Kong continuam gerando animosidade
Dados macroeconômicos e tensões geopolíticas
#Pública
Macroeconomia II
10
entre diversos países e o gigante asiático.
Depois de duras medidas norte
americanas, incluindo fechamento de um
consulado chinês nos EUA, países como
Canadá, Reino Unido e Austrália
suspenderam seus acordos de extradição
com a ilha, aumentando a tensão entre os
países, ainda sem nenhum sinal de
arrefecimento.
As eleições americanas também começam
a mostrar que provavelmente serão o
principal assunto do segundo semestre,
com trocas de acusações entre os
candidatos democrata e republicano, além
de novas propostas surgindo na mídia a
cada dia. O democrata Joe Biden continua
à frente nas principais pesquisas de
intenções de voto, o que gera alguma
cautela dos mercados, já que suas
propostas não são vistas como as mais
favoráveis para os preços das ações. O
ponto que se torna cada vez mais pacífico
entre analistas políticos é que uma
eventual presença democrata na Casa
Branca não deve esfriar os ânimos da
relação com a China, já que ambos
partidos devem continuar pressionando e
tentando trazer empresas americanas de
volta, além de aumentar impostos para
dificultar importações daquele país.
Para finalizar, os mercados apresentaram
mais um mês positivo, com as ações
puxadas principalmente por resultados
corporativos acima do esperado. No
campo de renda fixa, os grandes pacotes
de estímulos que injetaram trilhões na
economia, juntamente com as compras
realizadas pelo FED, ajudaram a valorizar
o mercado de bonds, tanto os de maior
qualidade de crédito quanto os chamados
high yields. Os spreads de crédito
calculados a partir da diferença de taxas
entre as duas classes e os títulos emitidos
pelo tesouro americano seguem
diminuindo, mas principalmente no caso
dos high yield, ainda estão bem distante
dos números anteriores à pandemia.
A seleção de ativos para compor uma
carteira continua muito difícil, por diferentes
motivos. Os índices de ações tem
mostrado resultados muito heterogêneos,
com poucas empresas subindo forte e
muitas em queda no ano, com diversas
dúvidas sobre como será o seu futuro. Na
renda fixa, ativos mais conservadores e
com maior qualidade de crédito, como
títulos do tesouro e bonds com selo de
investment grade seguem com juros muito
baixos para recompensar os investidores.
Por outro lado, os high yield continuam
com taxas médias cerca de 5 p.p. acima
do tesouro, mas obviamente com riscos
mais elevados e expectativa de aumento
na taxa de inadimplência nos próximos
meses.
As constantes notícias de eventuais
segundas ondas de contágio, bem como o
desenrolar dos testes das novas vacinas
contra o COVID-19 serão predominantes
na geração de volatilidade no mercado,
ressaltando a importância da diversificação
e construção consciente do portfólio.
Dados macroeconômicos e tensões geopolíticas
#Pública
Renda Variável
Agosto: Tendência de alta continua
11
Victor PennaGerente de Pesquisa, Análise de Empresas
A renovação do otimismo no mercado se
fez presente em julho, com a bolsa dando
continuidade ao movimento de alta no
mês, chegando a romper os 100 mil
pontos já no dia 09. Além do estímulo
ocasionado pelo ambiente de ampla
liquidez proporcionado pelos bancos
centrais, indicadores de atividade
positivos nos mercados amenizaram
notícias a respeito do aumento dos casos
de COVID-19 em alguns estados
americanos e do ainda elevado número
de casos no Brasil.
Além disso, a evolução nos estudos para
o desenvolvimento de vacinas também
animou os mercados, após a Pfizer
informar que duas (de quatro) vacinas
que estão sendo desenvolvidas, em
parceria com a BioNTech, mostraram
resultados positivos, e tiveram seu
processo de revisão pela FDA – agência
reguladora de medicamentos americana
– acelerado. A farmacêutica americana
Moderna também anunciou que os dados
da fase 1 dos testes em humanos
apresentaram resposta imune nas
pessoas avaliadas.
Internamente, têm ganhado espaço as
discussões no congresso sobre a
continuidade da agenda de reformas, em
especial da reforma tributária, cuja
entrega da primeira parte da proposta
ocorreu no último dia 21 pelo ministro
Paulo Guedes ao Congresso. Essa
proposta cria a Contribuição sobre Bens
e Serviços (CBS), em substituição ao
PIS/PASEP e ao Cofins.
Com relação aos dados de atividade, as
vendas no varejo nos EUA avançaram
7,5% em junho, abaixo dos 17,7% do
mês anterior, mas ainda acima das
expectativas de mercado. O PMI
manufatura fechou em 52,6, acima dos
50 pontos (o que indica expansão) e dos
43,1 do mês anterior. Enquanto isso, no
Brasil as vendas no varejo de maio
avançaram 13,9% sobre abril, muito
acima da alta dos 5,9% esperado pelo
mercado, mas ainda 7,2% inferior a
maio/2019. A produção industrial também
avançou no mesmo período (+7,0%
m/m), porém ainda contabiliza queda
superior a 20% no comparativo anual.
Na ponta negativa, a divulgação do
primeiro aumento no número de pedidos
de auxílio-desemprego nos EUA no dia
23 (para 1,41 milhão versus 1,3 milhão
na semana anterior) trouxe incertezas
sobre a velocidade da retomada
econômica no país. Além disso,
investigações sobre as gigantes de
tecnologia e novas tensões comerciais
entre EUA e China, as quais inclusive
envolveram o fechamento do consulado
asiático em Houston, ajudaram a
pressionar ainda mais os mercados no
dia. No final do mês, a queda no PIB dos
EUA de 32,9% t/t no 2T20 deixou claro o
impacto da pandemia do COVID-19 na
economia, o que também pressionou os
mercados.
Olhando para frente, até temos motivos
para acreditar que poderia haver um
movimento de realização na bolsa,
considerando a lenta retomada da
atividade doméstica e os fracos
resultados das companhias no 2T20,
#Pública
Renda Variável
12
bem como por todos os desafios nos
campos político e fiscal do país. No
entanto, o excesso de liquidez, o nível
atual de juros e as perspectivas de
liberação de vacinas, com a consequente
reabertura das economias, têm
estimulado os mercados e impulsionado
as bolsas. Em nossa visão, talvez o
descolamento da trajetória da bolsa
versus a economia real possa também
ser justificado por resultados melhor do
que o esperado no 2T20.
Devemos lembrar que a expectativa é de
crescimento nas emissões de renda
variável no segundo semestre, o que
ajuda a sustentar a bolsa, na medida em
que o ingresso de investidores na renda
variável aumente, ainda mais
considerando o contexto atual de taxa de
juros.
Agosto: Tendência de alta continua
#Pública
Riscos seguem presentes, mas mercados seguem
sólidos
Multimercados
13
Paulo Manzione, CFP®, CGAEspecialista em Investimentos da BBDTVM
Em meio à consolidação da recuperação
dos mercados globais, a maioria dos
fundos multimercados da indústria
brasileira conseguiu engatar o quarto
mês consecutivo de forte recuperação.
Embora o desempenho do IHFA da
Anbima - índice que reflete o
desempenho dos principais fundos
multimercado no Brasil - ainda esteja
brigando para superar o baixo CDI
acumulado em 2020, o mês de julho
presenciou mais uma alta relevante do
indicador.
De fato, sustentam esse bom humor dos
mercados a recuperação da atividade
econômica global em pleno andamento, o
suporte advindo dos expressivos volumes
de estímulos fiscais e monetários ao
redor do mundo, bem como a perspectiva
crescente de que uma vacina para a
COVID-19 estará disponível no início do
ano que vem. Ademais, a normalização
da exposição ao risco por parte dos
investidores ao redor do mundo e os
preços atrativos em alguns mercados
favoreceram a continuidade da alta ao
longo do mês passado. Por sua vez, os
riscos continuaram presentes,
particularmente a possibilidade de
segunda onda da pandemia em algumas
regiões e a intensificação da tensão EUA
e China.
Com os mercados de risco retomando
níveis próximos ao período pré-COVID, o
dilema dos gestores de fundos tem sido
cada vez maior no sentido de como e
quanto adicionar mais risco nas
estratégias dos fundos na tentativa de
capturar maiores ganhos. Se por um
lado os ativos de risco próximo às suas
máximas do ano tornam mais evidentes a
possibilidade de realizações, por outro o
baixo patamar de taxas de juros e a
ampla liquidez global remetem à
constante necessidade de tomada de
risco. Para contornar tal dilema,
provavelmente a receita continuará
sendo o “otimismo cauteloso”: por
exemplo, exposições à bolsa doméstica e
global protegidas por PUTS (derivativos /
opções de venda) e posições em moedas
fortes. Na renda fixa, posições prefixadas
e indexadas ainda aparecem como
oportunidades, porém, há preferência
pelos segmentos curto e médio.
A perspectiva para os mercados segue
positiva, mas dada a extensão da
recuperação dos preços dos ativos desde
março, a relação retorno/risco se
apresenta menos favorável. O cenário
econômico global e doméstico de
retomada da atividade econômica e juros
reais muito baixos segue benigno, mas
há riscos que precisam ser endereçados
como a possibilidade de nova
intensificação da pandemia, a volatilidade
com a eleição americana e a tensão EUA
x China. Assim não se pode abandonar
uma postura ainda cautelosa por parte
dos gestores de fundos multimercado.
Ao olhar mais especificamente para as
diferentes estratégias deste segmento,
continuam a se materializar as
oportunidades em posicionamentos mais
direcionais (tais como as adotadas em
#Pública
Riscos seguem presentes, mas mercados seguem
sólidos
Multimercados
14
fundos Macro e em Juros & Moedas, por
exemplo), permanecendo, contudo,
imprescindível o hedge de parte destas
posições em risco. No mesmo sentido,
permanecem como oportunas as
estratégias táticas e de curto prazo,
aquelas que buscam se aproveitar da
volatilidade dos mercados e, ao mesmo
tempo, manter o risco em patamares
relativamente menores.
#Pública
Movimentações táticas para agosto
Asset allocation
15
Janaína KlichowskiEstrategista-Chefe de Investimentos BB Private
A despeito das incertezas do cenário
macroeconômico, o mês deu
continuidade ao movimento de maior
apetite ao risco registrado no segundo
trimestre deste ano.
A bolsa brasileira acumulou, portanto,
quatro meses consecutivos de alta
(10,25% em abril, 8,57% em maio, 8,76%
em junho e 8,27% em julho), reduzindo a
perda acumulada no ano para 11,01%.
Vale destacar que foi em julho que o
Ibovespa rompeu os 100 mil pontos e
encerrou aos 102.912 pontos. No
exterior, por sua vez, o movimento das
bolsas foi misto: EUA (S&P 500) teve alta
de 5,51%, Europa (Euro Stoxx) em queda
de 1,85%, China (Shanghai) alta de
10,90% e Japão (Nikkei 225) em queda
de 2,59%.
O mês foi marcado pela desvalorização
do dólar ante suas seis principais divisas,
com queda de 4,04% medido pelo índice
DXY. Em relação ao real (BRL), o dólar
também perdeu valor (-4,45%),
impactado especialmente pelo avanço da
agenda de reformas em um cenário
político mais ameno, encerrando o mês
cotado à R$ 5,22.
Considerando o cenário interno propício
ao movimento de menor aversão ao
risco, as curvas de juros reduziram seus
patamares em todos os seus vértices e
permitiram ganhos também nos ativos de
renda fixa. Vale citar que o seu vértice
mais curto as apostas são majoritárias
para um corte residual da Selic na
reunião do COPOM dos dias 04 e 05 de
agosto. As apostas vinham divididas até
dia 24 de julho, contudo a divulgação de
uma inflação ainda fraca pelo IPCA-15
foram decisivas para que o mercado
definisse sua principal aposta.
Diante dos resultados citados acima, os
fundos de multimercado aproveitaram
tais movimentos e encerraram o mês
com retornos bastante positivos. O IHFA -
Índice de Hedge Funds ANBIMA, criado
para servir de parâmetro para essa
indústria de fundos, apresentou
rentabilidade positiva no mês de 2,68%
contra um CDI de 0,19%.
É importante destacar que, apesar dos
movimentos pró-risco, o cenário ainda
apresenta nebulosidades e a cotação do
ouro no mês reflete a procura pelo
mercado também de posições de
proteção. O ouro atingiu máximas de
cotação e encerrou o mês com alta de
10,94%.
Agosto de 2020
Nossos sete modelos de alocação
preconizam a diversificação do portfólio a
partir de uma combinação ótima do seu
patrimônio financeiro entre diversas
classes de ativos. Desta forma,
performances descorrelacionadas irão
amenizar grandes perdas, enquanto nas
janelas de alívio de risco, a alocação
parcial em renda variável e
multimercados, por exemplo, conseguem
ampliar seus ganhos.
#Pública
Asset allocation
16
Na avaliação do cenário de curto prazo
para movimentações táticas,
ponderamos que, apesar da liquidez
global, das baixas taxas de juros e dos
avanços nos testes das vacinas, as
incertezas quanto à velocidade de
recuperação econômica, em especial
nos EUA, e o agravamento das tensões
geopolíticas sino-americanas à medida
que as eleições norte-americanas se
aproximam elevam os riscos e podem
limitar os ganhos no mês de agosto.
Desta forma, optamos por manter nosso
posicionamento tático igual ao mês
passado para todas as nossas
estratégias.
Respeitando o mandato de risco para
cada uma das nossas estratégias,
mantivemos a recomendação pela maior
exposição em ativos de renda fixa pré-
fixados, com preferência para os vértices
intermediários (de vencimento até 2025),
assim como a maior exposição em renda
fixa inflação, com preferência para os
vértices médios (de 2024 até 2026).
As demais classes de ativos
(multimercados, renda variável e
investimentos no exterior) foram
mantidos na recomendação “neutra”. A
despeito das estratégias mais
conservadoras Defensiva e Preservação,
as demais Equilíbrio, Rendimento,
Crescimento, Performance e Absoluta –
tiveram aumento de risco em um
patamar pouco acima do “neutro”.
Movimentações táticas para agosto
#Pública
Asset allocation
Recomendação
AtualClasse de Ativo
Recomendação
Anterior
Renda Fixa
Pré
Over,
com preferência
pelos vértices
médios.
Overii
Renda Fixa
InflaçãoOverii
Over,
com preferência
pelos vértices
médios.
Renda Variável
Neutro,
com preferência a
ações ou fundos
considerados “ativos”.
Multimercados
Neutro,
com atenção
especial a seleção
dos fundos e
diversificação de
estratégias.
Investimentos
no ExteriorNeutroi
Neutro,
preferência por
veículos
diversificados.
i - Neutro : Quando a alocação for igual à recomendação de longo prazo.
ii - Over : Quando o cenário for otimista para a classe, o que permite uma alocação superior à neutra.
iii - Under : Quando o cenário aponta menor potencial para o ativo e, desta forma, o posicionamento é reduzido.
=
=
=
Movimentação
Neutroi
=
= Neutroi
17
Estratégias MAPA
#Pública
Asset allocation
18
Observadas as considerações realizadas neste relatório, seguem as movimentações
táticas realizadas para o mês de julho em cada uma de nossas estratégias de
investimento do MAPA – Defensiva, Preservação, Equilíbrio, Rendimento, Crescimento,
Performance e Absoluta.
DE
FE
NS
IVA
PR
ES
ER
VA
ÇÃ
OE
QU
ILIB
RIO
Agosto
Agosto
Agosto
Estratégias MAPA
Classes de
Ativosjul/20 ago/20
RF Pós CDI 95,80% 95,80%
RF Pré 0,00% 0,00%
RF Inflação 2,20% 2,20%
Multimercado 2,00% 2,00%
Renda Variável 0,00% 0,00%
Inv. Exterior 0,00% 0,00%
Classes de
Ativosjul/20 ago/20
RF Pós CDI 75,00% 75,00%
RF Pré 3,50% 3,50%
RF Inflação 8,50% 8,50%
Multimercado 13,00% 13,00%
Renda Variável 0,00% 0,00%
Inv. Exterior 0,00% 0,00%
Classes de
Ativosjul/20 ago/20
RF Pós CDI 65,75% 65,75%
RF Pré 5,50% 5,50%
RF Inflação 11,00% 11,00%
Multimercado 13,00% 13,00%
Renda Variável 2,25% 2,25%
Inv. Exterior 2,50% 2,50%
#Pública
Asset allocationR
EN
DIM
EN
TO
CR
ES
CIM
EN
TO
PE
RF
OR
MA
NC
EA
BS
OL
UTA
Agosto
Agosto
Agosto
Agosto
19
Estratégias MAPA
Classes de
Ativosjul/20 ago/20
RF Pós CDI 54,50% 54,50%
RF Pré 6,50% 6,50%
RF Inflação 11,00% 11,00%
Multimercado 18,00% 18,00%
Renda Variável 6,50% 6,50%
Inv. Exterior 3,50% 3,50%
Classes de
Ativosjul/20 ago/20
RF Pós CDI 41,60% 41,60%
RF Pré 5,90% 5,90%
RF Inflação 8,40% 8,40%
Multimercado 26,00% 26,00%
Renda Variável 12,10% 12,10%
Inv. Exterior 6,00% 6,00%
Classes de
Ativosjul/20 ago/20
RF Pós CDI 13,00% 13,00%
RF Pré 7,00% 7,00%
RF Inflação 16,00% 16,00%
Multimercado 25,00% 25,00%
Renda Variável 27,00% 27,00%
Inv. Exterior 12,00% 12,00%
Classes de
Ativosjul/20 ago/20
RF Pós CDI 5,00% 5,00%
RF Pré 6,00% 6,00%
RF Inflação 6,00% 6,00%
Multimercado 13,00% 13,00%
Renda Variável 65,00% 65,00%
Inv. Exterior 5,00% 5,00%
#Pública
Asset allocation
Rentabilidade (%)
20
Estratégias MAPA
Defensiva Preservação Equilíbrio Rendimento Crescimento Performance
3 meses 0,8 1,8 2,7 4,1 6,2 10,9
% CDI 129,7 276,3 412,7 635,9 950,3 1678,3
2020 2,0 2,0 2,5 2,3 0,9 0,6
% CDI 101,9 104,0 125,9 118,3 48,2 30,1
12 meses 4,3 4,8 5,9 6,9 7,1 10,1
% CDI 102,6 114,1 140,1 163,3 167,3 239,4
24 meses 11,2 12,9 14,7 17,6 21,3 31,2
% CDI 103,5 118,7 135,8 162,6 196,0 287,2
36 meses 19,2 21,3 24,3 28,9 35,0 52,3
% CDI 102,4 113,7 129,7 154,7 187,1 279,4
#Pública
Ações RF Pré MultisRF
Inflação
RF Pós
CDIFII* Poupança Dólar
CLASSE DE ATIVOS 15,7% 14,0% 13,5% 13,1% 11,7% 10,0% 7,1% 2,2%
Histórico de Retornos 1196,0% 894,7% 819,8% 766,9% 602,4% 173,3% 236,5% 47,3%
* Retorno anualizado a partir de jan/2011
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020a a a a a a a a a a a a a a a a a a
78,5% 29,8% 37,3% 36,1% 47,8% 31,9% 72,8% 13,0% 16,5% 35,0% 14,6% 13,4% 47,0% 36,7% 27,5% 17,1% 36,0% 29,1%
28,3% 17,6% 19,5% 21,3% 13,2% 13,9% 20,9% 11,9% 15,7% 17,0% 8,3% 11,6% 17,5% 32,3% 19,4% 15,4% 33,4% 6,0%
27,6% 16,3% 19,0% 20,8% 12,5% 13,8% 15,0% 10,4% 14,5% 14,8% 8,1% 11,4% 15,5% 23,4% 15,2% 10,7% 13,2% 4,2%
23,3% 16,2% 18,9% 18,3% 11,8% 12,4% 12,5% 9,7% 12,6% 14,3% 5,8% 10,8% 13,2% 15,9% 12,6% 9,9% 12,0% 2,0%
11,1% 15,4% 12,1% 15,0% 10,7% 7,9% 9,9% 6,9% 11,6% 11,5% 2,8% 7,4% 8,1% 15,5% 12,4% 7,1% 11,1% 1,7%
7,8% 8,1% 9,2% 8,3% 7,7% 3,8% 6,9% 2,6% 11,3% 8,9% 2,6% 7,1% 7,1% 14,0% 10,0% 6,4% 6,0% 1,5%
-18,2% -8,1% -11,8% -8,7% -17,2% -41,8% -25,5% -4,3% 7,5% 8,4% -3,1% -2,8% 5,5% 8,3% 6,6% 5,6% 4,3% -10,4%
-11,4% 6,1% -12,7% -2,8% -12,4% -16,5% 1,5% 4,6% 4,0% -14,5%
Fonte: Comdinheiro
Base: 31/07/2020
Retorno 2003 - 2020
Anualizado
Retorno 2003 - 2020
Acumulado
Asset allocation
Asset Allocation é a estratégia de
investimentos que tem como
premissa a diversificação de um
portfólio em diferentes classes de
ativos, com o objetivo de obter
retornos consistentes no longo
prazo.
Ao avaliar o desempenho de
diversas classes de ativos em um
horizonte de médio e longo prazos,
é possível observar que os retornos
entre elas se alternam ano a ano.
Dessa forma, a estratégia consegue
capturar tais movimentos,
resultando em rendimentos
adequados ao risco da sua carteira
de investimentos.
MAPA é o nosso Modelo de
Alocação de Portfólio em Ativos.
Baseado na teoria de Asset
Allocation e com foco na obtenção
de retornos consistentes, as
estratégias são planejadas para
reunir a melhor combinação de
ativos, buscando sempre uma
carteira equilibrada.
RF Pós CDI – Tem como referência a taxa de
curtíssimo prazo do mercado interbancário. O
próprio CDI é utilizado para mensuração.
RF Pré – Ativos com remuneração nominal
previamente estabelecida (juros). Representada pelo
índice Anbima IRF-M.
RF Inflação – Tem sua remuneração atrelada ao
IPCA e a um cupom prefixado. A referência utilizada
é o índice Anbima IMA-B5, criado em 2003.
Renda Variável – Ações do mercado brasileiro.
Preferência pelo uso do índice IBrX ao Ibovespa,
devido a sua menor concentração.
Dólar – Taxa de câmbio nominal entre o real e o
dólar, representada pela variação da PTAX
divulgada pelo Banco Central.
Multimercados – Fundos de gestão ativa sem
compromisso com posições em determinadas
classes. As referências utilizada são o índice IHFA
(Anbima – desde 2008) e IFMM (BTG Pactual – até
2007).
FII – Nos fundos de Investimentos Imobiliários, o
histórico reflete o comportamento do IFIX, carteira de
investimentos composta por cotas de fundos
imobiliários listados na BM&FBovespa (B3).
21
Evolução
#Pública
Asset allocation
22
Produtos por Classes de Ativos
BB Ativo Multigestor Private FIC Renda Fixa LP
BB Private FIC Renda Fixa LP
BB Private FIC Renda Fixa Referenciado DI LP
BB Soberano Private FIC Renda Fixa Referenciado DI LP
BB Cash Private FIC Renda Fixa Referenciado DI
BB Fluxo Automático FIC Renda Fixa Curto Prazo
BB Private FIC Renda Fixa Crédito Privado LP
BB AR Private FIC Renda Fixa Crédito Privado LP
CDB
COE
CRA, CRI e Debêntures
FIDC
LCA e LCI
Letra Financeira
Operações Compromissadas
Títulos Públicos
Fundos de Previdência
RENDA FIXA PÓS CDI
BB BRL Bonds Brasileiros Private IE FIC RF C. Privado LP
BB BRL Bonds Globais Private IE FIC RF C. Privado LP
BB BRL Equities Private IE FIC Ações
BB BRL Income Private IE FIC MM
BB FX Balanced Private IE FIC MM
BB FX Bonds Brasileiros Private IE FIC RF C. Privado LP
BB FX Bonds Globais Private IE FIC RF C. Privado LP
BB FX Equities Private IE FIC Ações
BB Renda Fixa Vértice VI Crédito Privado IE FI*
BB Renda Fixa Vértice VII Crédito Privado IE FI*
Investimentos Offshore
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR
BB Espelho Brasil Capital FIC Ações
BB Espelho Constellation Private FIC Ações
BB Espelho BTG Pactual Absoluto Private FIC Ações
BB Multigestor Private FIC Ações
BB Dividendos Midcaps Private FIC Ações
BB Valor Private FIC Ações
BB Espelho Oceana Valor 30 Private FIC Ações
BB Espelho Leblon Private FIC Ações
BB Equidade Private FIC Ações
BB Dual Strategy Private FIC Ações
BB Long Bias Private FIC Ações
BB Espelho Ações Truxt Valor Private
Carteiras Recomendadas: Dividendos, Sustentabilidade,
Top Pick, Small Caps e Dinâmica
COE
Fundos Imobiliários e FIP
Opções de Bolsa e Dólar (Call e Put)
Swap DI X Dólar
RENDA VARIÁVEL
BB Allocation Advanced Private FIC MM LP
BB Allocation Plus Private FIC MM LP
BB Allocation Private FIC MM LP
BB Multigestor Alpha Private FIC MM
BB Multigestor Arbitragem Private FIC MM
BB Multigestor Elite Private FIC MM*
BB Multigestor Macro Private FIC MM
BB Multigestor Plus Private FIC MM
BB Espelho Garde Dartagnan Private FIC MM
BB Balanceado Dividendos Private FIC MM LP
BB Espelho Navi Long Short Private FIC MM
BB Multiestratégia Private FIC MM LP
BB Espelho Canvas Classic II Private FIC MM
BB Dinâmico Plus Private FIC MM LP
BB Espelho Absolute Vertex Private FIC MM LP
BB Espelho SPX Nimitz Private FIC MM
BB Espelho Occam Equity Hedge Private FIC MM
BB Espelho Kapitalo Kappa Private FIC MM
BB Espelho Kinea Chronos Private FIC MM
BB Espelho Bahia AM Marau Private FIC MM
BB Juros e Moedas Plus Private FIC MM LP
BB Espelho Ibiuna Hedge Private FIC MM
BB Espelho JGP Strategy FIC MM
BB Espelho Gávea Macro Private FIC MM
BB Espelho Claritas Multiestratégia Private FIC MM
BB Espelho Neo Multiestratégia 30 Private FIC MM*
BB Espelho Adam Macro Private FIC MM
BB Espelho Truxt I Macro Private FIC MM
BB Espelho Az Quest Total Return Private FIC MM
BB Espelho Canvas Vector Private FIC MM
BB Global Acqua Private FI MM LP
BB Global Europa Private FI MM LP
BB Global Innovation Private FI MM LP
BB Global Vita Private FI MM LP
Fundos de Previdência
MULTIMERCADOS (MM)
BB Inflação IMA-B 5 Private FIC Renda Fixa LP
BB Inflação IMA-B Private FIC Renda Fixa LP
BB Incentivado em Infraestrutura RF Crédito Privado LP
CRA, CRI e Debêntures
Títulos Públicos
Swap DI X Inflação
COE
FIDC
RENDA FIXA INFLAÇÃO
BB Pré IRF-M Private FIC Renda Fixa LP
BB Pré 5 Anos Private FIC Renda Fixa LP
LCA
CDB
Letra Financeira
Títulos Públicos
Swap DI X Pré
COE
FIDC
RENDA FIXA PRÉ
*Fechados para captação
#Pública
Indicadores de mercado
Notas: ¹ Projeções, ² Retorno em dólar, ³ Retorno em euro.
Fontes: Bloomberg e Focus - Relatório de Mercado (Banco Central).
23
Principais Indicadores Econômicos e Financeiros
2019 2020¹ 2021¹
Crescimento
Mundial 2,90% -3,70% 5,10%
Estados Unidos 2,30% -5,50% 3,90%
Zona do Euro 1,20% -8,20% 5,50%
Japão 0,70% -4,90% 2,50%
China 6,10% 2,00% 7,90%
Juros Básicos
EUA (Fed Funds) 1,75% 0,25% 0,35%
Zona do Euro 0,00% 0,00% 0,00%
Japão -0,10% -0,10% -0,10%
China 4,35% 4,30% 4,30%
2019 2020¹ 2021¹
PIB - Crescimento Real 1,10% -5,66% 3,50%
IPCA 4,3% 1,63% 2,99%
IGP-M 7,32% 8,66% 4,02%
Taxa Selic Fechamento 4,50% 2,00% 3,00%
Conta Corrente (%PIB) -2,7% -0,7% -1,8%
Taxa de Câmbio Fechamento
(R$/US$)
4,02 5,20 5,00
12 meses
CDI 4,21%
Ibovespa 0,77%
Dólar 35,87%
IRF-M 9,73%
IMA-B 5 8,67%
IMA-B 8,10%
Dow Jones² -0,58%
Euro Stoxx 50³ -9,05%
Financeiros
Brasil
Global
#Pública
Glossário
24
• BACEN - Banco Central do Brasil: é o responsável pelo controle da inflação no país. Ele atua para regular a quantidade de moeda na economia que permita a estabilidade de preços. Suas atividades também incluem a preocupação com a estabilidade financeira. Para isso, o BACEN regula e supervisiona as instituições financeiras
• CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados: é o cadastro feito pelo Ministério do Trabalho e Emprego que controla as admissões e demissões de empregados sob o regime da CLT que ocorrem no país.
• Commodities - São produtos "in natura", cultivados ou de extração mineral, que podem ser estocados por certo tempo sem perda sensível de suas qualidade, como soja, trigo, bauxita, prata, ouro, petróleo.
• COPOM - Comitê de Política Monetária do Banco Central: neste colegiado se estabelecem as diretrizes da política monetária brasileira e define-se a taxa básica de juros.
• Dollar Index (DXY) - Medida que mostra a variação do dólar americano frente a uma cesta de moedas, definida com a seguinte composição: euro – 57,6%, iene japonês – 13,6%, libra esterlina – 11,9%, dólar canadense – 9,1%, coroa sueca – 4,2% e franco suíço – 3,6%
• Estratégia Macro: possui o objetivo de construir performance consistente no médio/longo prazo. Pode investir em diversas classes de ativos (ações, índices, moedas, commodities, dívida, juros).
• Estratégia Long & Short: possui o objetivo de auferir ganhos através de posições compradas e vendidas em bolsa. Pode utilizar estratégias de pares de ações, ação contra o índice futuro, intra-setorial, etc. Por não assumir posições direcionais, tem baixa correlação com o Ibovespa.
• Estratégia Equity Hedge: Semelhante a estratégia long & short, realizam operações compradas e vendidas no mercado acionário. Entretanto, pode assumir posição direcional. Há também a opção de realizar operações em outros mercados (juros, câmbio, etc).
• Euro Stoxx 50: Índice de ações das 50 maiores empresas da Zona de Euro que operam em diversos setores da economia. Caracteriza o estado do mercado de ações na União Europeia.
• Fed - Federal Reserve: é o banco central dos Estados Unidos.
• Ibovespa: Principal índice acionário da bolsa brasileira, que reflete o desempenho médio de uma cesta de ações, ponderada com base em seu volume médio de negociação.
• IHFA – Índice de Hedge Funds ANBIMA: constituído em 31/03/2008, representa uma aplicação hipotética em cotas de uma cesta de fundos multimercados, com rebalanceamento trimestral.
• IPCA-15 - difere do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, apenas no período de coleta que abrange, em geral, do dia 16 do mês anterior ao 15 do mês de referência e na abrangência geográfica.
• Indexados inflação: classe de ativos representada pelos títulos de renda fixa com remuneração atrelada ao IPCA e a um cupom prefixado, sendo que, quanto maior o prazo do título, maior é a influência do cupom na variação de curto prazo do título.
• Juros pós-fixados: classe de ativos representada pelos títulos de renda fixa com remuneração atrelada à taxa Selic.
• Juros pré-fixados: classe de ativos representada pelos títulos de renda fixa com remuneração prefixada.
• Payroll: indicador divulgado pelo Departamento de Trabalho dos Estados Unidos que mede a quantidade de vagas de emprego criadas pelo setor privado daquele país.
• PIB – Produto Interno Bruto: apresenta a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região, durante um período determinado (mês, trimestre, ano etc).
• PMI - Purchasing Managers Index: em português, é conhecido por índice de gerentes de compras e mede a disposição do setor industrial e de serviços em aumentar a produção, sendo considerado como indicador antecedente da atividade econômica.
• Selic: É conhecida como “taxa básica”, definida a cada 45 dias pelo Copom e indica o piso dos juros no país. Representa a taxa de financiamento no mercado interbancário, para operações de um dia, que possuem lastro em títulos públicos federais.
• Treasuries: são os títulos públicos do governo americano. São considerados como os ativos de menor risco no mundo e, por isso, são frequentemente usados como referência no mercado financeiro. Há três tipos de títulos emitidos pelo Tesouro Americano: Treasury Billscom prazo até 1 ano, Treasury Notes com prazo de 1 a 10 anos e Treasury Bonds com prazo maior que 10 anos.
• VIX - Volatility Index: Também conhecido como “índice do medo”, é um índice calculado pela Bolsa de Futuros de Chicago que mede a volatilidade esperada pelo mercado por meio das opções (derivativos) do índice S&P500.
#Pública
Avisos importantes
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Este relatório foi desenvolvido por
Banco do Brasil Private
Gerência Estratégia de Investimentos
Janaína Klichowski CFP®, CGA – Estrategista-chefe
Júlia Baule, CFP®
Fábio Cardoso, CFP®
Marcelo Godinho CFP®
Marcus Oliveira CFP®, CNPI-T
Ricardo Sinzato, CFP®
Rodrigo Carlos Lima CFP®, CNPI-T
Thiago Costa Silva, CPA-20
William Weller, CFP®
25
#Pública