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Relatório de Gerenciamento de Riscos

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................ 6

1 GESTÃO DE RISCOS ............................................................................... 8

1.1 PRINCIPAIS RISCOS CORPORATIVOS ........................................................... 9

2 RISCO DE CRÉDITO .............................................................................. 10

2.1 GESTÃO DO RISCO DE CRÉDITO ................................................................ 10

2.1.1 Identificação e Mensuração ................................................................ 11

2.1.2 Monitoramento ................................................................................. 13

2.1.3 Controle e Mitigação .......................................................................... 14

2.2 EXPOSIÇÕES AO RISCO DE CRÉDITO .......................................................... 17

2.2.1 Montante das Exposições ao Risco de Crédito ........................................ 17

2.2.2 Percentual das Exposições dos Dez Maiores Clientes .............................. 17

2.2.3 Montante das Operações em Atraso ..................................................... 18

2.2.4 Operações Baixadas a Prejuízo ............................................................ 18

2.2.5 Montante de Provisões ....................................................................... 19

2.2.6 Exposição por Fator de Ponderação de Riscos ........................................ 19

2.2.7 Parcela de Risco de crédito, Segmentada por Fator de Ponderação de

Riscos. ..................................................................................................... 20

2.2.8 Instrumentos Mitigadores ................................................................... 21

2.3 RISCO DE CRÉDITO DA CONTRAPARTE ....................................................... 22

2.3.1 Valor Positivo Bruto dos Contratos Sujeitos ao Risco de Crédito da

Contraparte .............................................................................................. 22

2.3.2 Valores Positivos relativos a acordos de Compensação ........................... 23

2.3.3 Exposição Global Líquida a Risco de Crédito da Contraparte .................... 23

2.4 CESSÕES DE CRÉDITO E TVM ORIUNDOS DE PROCESSO DE SECURITIZAÇÃO ........ 24

3 RISCO DE MERCADO E LIQUIDEZ ......................................................... 25

3.1 RISCO DE MERCADO .............................................................................. 25

3.1.1 Gerenciamento do Risco de Mercado .................................................... 25

3.1.2 Modelos de mensuração do Risco de Mercado ....................................... 27

3.1.3 Controle e Acompanhamento .............................................................. 30

3.1.4 Análise do Risco de Mercado ............................................................... 31

3.2 RISCO DE LIQUIDEZ .............................................................................. 36

3.2.1 Processo de Gerenciamento de Risco e Liquidez .................................... 37

3.2.2 Modelos de Gestão ............................................................................ 37

3.2.3 Instrumentos Financeiros ................................................................... 39

3.2.4 Comunicação Interna ........................................................................ 39

4 RISCO OPERACIONAL .......................................................................... 40

4.1 OBJETIVOS E POLÍTICA .......................................................................... 40

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4.2 MODELO DE ALOCAÇÃO DE CAPITAL .......................................................... 41

4.3 PROCESSO DE GERENCIAMENTO ............................................................... 41

4.4 GESTÃO DE CONTINUIDADE DE NEGÓCIOS .................................................. 43

4.5 COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO ................................................................ 43

5 GESTÃO DE CAPITAL ............................................................................ 44

5.1 NOVO ACORDO DE CAPITAL – BASILEIA II ................................................. 44

5.2 BASILEIA III ....................................................................................... 47

5.3 PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA .................................................................. 48

5.4 PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA EXIGIDO (PRE) E ADEQUAÇÃO DO

PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA (PR) ................................................................ 50

5.4.1 Evolução do PR e PRE ........................................................................ 53

5.5 ÍNDICE DE BASILEIA .............................................................................. 54

GRÁFICOS

Gráfico 1 - Composição da Provisão para Operações de Crédito – Dez/2011 ....... 19

Gráfico 2 - VaR da Carteira Banking - R$ Milhões ........................................... 36

Gráfico 3 – Evolução do PR e PRE Conglomerado Financeiro ............................ 53

Gráfico 4 – Evolução do PR e PRE - Consolidado Econômico Financeiro .............. 54

Gráfico 5 – Índice de Basileia – Conglomerado Financeiro ................................ 55

Gráfico 6 – Índice de Basileia – Consolidado Econômico-Financeiro ................... 55

TABELAS

Tabela 1 - Valor total das exposições e valor da exposição média ..................... 17

Tabela 2 - Percentual dos dez maiores clientes .............................................. 17

Tabela 3 - Montante de operações em atraso................................................. 18

Tabela 4 - Fluxo das operações baixadas a prejuízo ........................................ 18

Tabela 5 - Exposição por fator de ponderação de riscos .................................. 20

Tabela 6 - Parcela de risco de crédito segmentada por fator de ponderação de

riscos – Conglomerado Financeiro ................................................................ 20

Tabela 7 - Parcela de risco de crédito segmentada por fator de ponderação de

riscos – Consolidado Econômico Financeiro .................................................... 21

Tabela 8 - Valor positivo bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito da

contraparte - Conglomerado Financeiro ........................................................ 22

Tabela 9 - Valor positivo bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito da

contraparte - Consolidado Econômico Financeiro ............................................ 22

Tabela 10 - Exposição global líquida a risco de crédito da contraparte -

Conglomerado Financeiro ........................................................................... 23

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Tabela 11 - Exposição global líquida a risco de crédito da contraparte -

Consolidado Econômico Financeiro ............................................................... 23

Tabela 12 - Exposições decorrentes da aquisição de títulos ou valores mobiliários

oriundos do processo de securitização .......................................................... 24

Tabela 14 – VaR das Exposições a Risco de Mercado – Carteira Trading............. 35

Tabela 15 – VaR das Exposições a Risco de Mercado – Carteira Baking .............. 35

Tabela 16 – Carteira Trading e Baking .......................................................... 36

Tabela 17 - Cronograma de implementação - Basileia III ................................ 48

Tabela 18 - Detalhamento do Patrimônio de Referência - Conglomerado Financeiro

.............................................................................................................. 49

Tabela 19 - Detalhamento do Patrimônio de Referência - Consolidado Econômico

Financeiro ................................................................................................ 50

Tabela 20 - Detalhamento do Patrimônio de Referência Exigido – Conglomerado

Financeiro ................................................................................................ 51

Tabela 21 - Detalhamento do Patrimônio de Referência Exigido – Consolidado

Econômico Financeiro ................................................................................. 52

FIGURAS

Figura 1 - Três Pilares Basileia ..................................................................... 45

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INTRODUÇÃO

O Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A. é um banco múltiplo controlado pelo

Estado do Rio Grande do Sul, e está entre os mais rentáveis dentre os maiores

bancos brasileiros, em total de ativos, considerando o retorno sobre patrimônio

líquido, segundo dados do Banco Central.

Em Dezembro de 2011 a rede de atendimento Banrisul atingiu 1.278 pontos

focando seus negócios no atendimento às necessidades de clientes de varejo,

pequenas e médias empresas e entidades do setor público.

São 442 agências, 401 no Rio Grande do Sul, 25 em Santa Catarina, 14 em outros

estados brasileiros e 2 no exterior (1 em Nova Iorque e 1 em Grand Cayman). A

rede possui 115 postos avançados de atendimento (PAAs), 158 postos de

atendimento bancário (PABs) e 2 postos de arrecadação de pagamentos (PAPs),

totalizando 717 pontos de venda. O banco ainda possui 561 pontos de

atendimento eletrônico.

O foco geográfico de atuação do Banco é a região sul do Brasil, especialmente o

Rio Grande do Sul onde está presente em 415 municípios, que abrange 98,31%

do PIB e 97,95% da população do Estado.

O Banrisul possui estratégia de expansão focada no crescimento da rede de

atendimento no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Também faz parte da

estratégia a busca de novos mercados, para apoiar o crescimento futuro, e a

ampliação de market share no Estado.

O projeto de expansão da rede de atendimento prevê a abertura de 35 agências

em municípios já assistidos pelos serviços do Banco, 21 novas casas em

municípios desassistidos e a transformação de 48 postos de atendimento em

agências, mediante modelo de atendimento diferenciado através de casas de

menor porte no Rio Grande do Sul, além da abertura de 7 novas agências no

Estado de Santa Catarina, totalizando 111 unidades.

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No mercado competitivo, o Banrisul ocupava, em setembro de 2011, a 11ª

posição entre os bancos médios e grandes do Sistema Financeiro Nacional em

ativos totais, 11ª posição em patrimônio líquido, 8ª posição em depósitos totais e

7ª em número de agências, de acordo com o ranking divulgado pelo Banco Central

do Brasil, excluído o BNDES.

O Conglomerado Financeiro é formado pelo Banco do Estado do Rio Grande do Sul

S.A. e a Banrisul S.A. Corretora de Valores Mobiliários e Câmbio. O Consolidado

Econômico Financeiro do Banrisul é formado pelo Banco do Estado do Rio Grande

do Sul S.A., a Banrisul S.A. Corretora de Valores Mobiliários e Câmbio, a Banrisul

S.A. Administradora de Consórcios, a Banrisul Armazéns Gerais S.A. e a Banrisul

Serviços Ltda.

Para o Banrisul a gestão de riscos é imprescindível para fortalecer o perfil

corporativo da instituição e dar continuidade ao seu propósito de ser o maior

agente financeiro do Estado do Rio grande do Sul. Neste contexto é importante

uma relação transparente com clientes, investidores e demais partes interessadas,

que permita o conhecimento sobre a gestão dos riscos.

A divulgação do presente relatório objetiva fornecer informações ao mercado, e às

partes relacionadas, sobre o gerenciamento de riscos no Banrisul, bem como

atender as determinações do Banco Central do Brasil (Circular 3.477/09) e as

diretrizes do Comitê de Supervisão Bancária da Basileia.

As informações divulgadas são relativas aos quatro trimestres de 2011 e ao último

trimestre de 2010. Para as informações em que os valores são iguais para o

Conglomerado Financeiro e Consolidado Econômico Financeiro, demonstramos

apenas os dados relativos ao Conglomerado Financeiro.

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1 GESTÃO DE RISCOS

A gestão de riscos é ferramenta estratégica e fundamental para uma instituição

financeira. Os riscos intrínsecos ao negócio abrangem desde aqueles facilmente

identificáveis na área financeira, como os riscos de mercado, de liquidez e de

crédito, assim como, os não diretamente identificados como tal, mas também de

extrema importância, como risco operacional e de imagem, dentre outros.

No Banrisul, a gestão de riscos corporativos procura alinhar as atividades do

Banco aos padrões recomendados pelo Novo Acordo de Capitais. Publicado em

Junho de 2004, pelo Comitê de Supervisão Bancária da Basileia (Basel Committee

On Banking Supervision), o documento Convergência Internacional de Mensuração

de Capital e Padrões de Capital: Estrutura Revisada (International Convergence of

Capital Measurement and Capital Standards: a Revised Framework) é, hoje, mais

comumente conhecido como Acordo de Basileia II.

Os Acordos da Basileia visam desenvolver a estrutura para fortalecer a solidez e a

estabilidade do sistema bancário internacional, e considerando-se o Novo Acordo

(Basileia II), recomenda a adoção de práticas de administração de riscos mais

sólidas pelo setor bancário, não sendo sustentadas simplesmente na determinação

de capital.

A adoção das melhores práticas de mercado e a maximização da rentabilidade dos

investidores é realizada a partir da melhor combinação possível de aplicações em

ativos e uso de capital regulatório. O aprimoramento sistemático de políticas de

risco, sistemas de controles internos e normas de segurança, integrados aos

objetivos estratégicos e mercadológicos da Instituição são processos contínuos

nesse escopo.

A gestão dos riscos corporativos do Banrisul é realizada de forma integrada, o que

permite agilidade nos processos e na tomada de decisão, e, está alinhada às

disposições das melhores práticas e aos padrões definidos pelo Banco Central do

Brasil, em conformidade com o acordo de capitais, Basileia II, cujo cronograma de

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implementação foi iniciado com o Comunicado 12.746 de 09 de Dezembro de

2004.

1.1 Principais Riscos Corporativos

Dentre os principais riscos aos quais o Banrisul está exposto em sua atividade,

destacam-se:

O Risco de Crédito que é definido como a possibilidade de ocorrência de perdas

associadas ao descumprimento, pelo tomador ou contraparte, de suas respectivas

obrigações financeiras, nos termos pactuados; à desvalorização de contrato de

crédito decorrente da deterioração na classificação de risco do tomador; à redução

de ganhos ou remunerações; às vantagens concedidas na renegociação e aos

custos de recuperação.

O Risco de Mercado que é definido como a possibilidade de ocorrência de perdas

resultantes da flutuação nos valores de mercado de posições ativas e passivas

detidas pelas instituições financeiras. Inclui os riscos das operações sujeitas à

variação cambial, taxa de juros, preços das ações e dos preços de mercadorias

(commodities).

O Risco de Liquidez que é definido como a possibilidade de ocorrência de

incapacidade de atender às necessidades de caixa devido ao descasamento nos

fluxos financeiros em decorrência da dificuldade de se desfazer de um ativo, ou,

da perda de valor dos ativos, impedindo a liquidação de posições ou gerando

responsabilidades em aberto.

O Risco Operacional que é definido como a possibilidade de ocorrência de

perdas resultantes de falha, deficiência ou inadequação de processos internos,

pessoas e sistemas, ou de eventos externos; incluindo o risco legal associado à

inadequação ou deficiência em contratos firmados pela instituição, bem como a

sanções em razão de descumprimento de dispositivos legais e a indenizações por

danos a terceiros decorrentes das atividades desenvolvidas pela instituição.

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2 RISCO DE CRÉDITO

O risco de crédito é definido como medida das possíveis perdas em uma

instituição financeira caso uma contraparte em um contrato, ou um emissor de

dívida, sofra alteração em sua capacidade de cumprir obrigações, seja por default

ou por degradação de qualidade creditícia.

A Política Institucional de Gerenciamento do Risco de Crédito do Banrisul tem

como objetivo identificar, mensurar, monitorar, controlar e mitigar a exposição ao

risco de crédito no âmbito de portfólio; atuar de forma a consolidar a cultura das

melhores práticas de Gerenciamento do Risco de Crédito; aperfeiçoar

continuamente a gestão do risco de crédito em todas as modalidades de ativos;

controlar a adequação dos níveis de exposição ao risco a fim de evitar perdas não

previstas; garantir a segregação de função no processo de gerenciamento do risco

de crédito; participar da avaliação e estimar potenciais perdas, na ótica de risco

de crédito, quando da criação de novos produtos ou revisão dos produtos atuais

da carteira de crédito; atender as demandas dos Órgãos Reguladores com relação

ao cálculo e ao envio de informações pertinentes às exposições assumidas pela

Instituição, conforme normativos específicos, do Risco de Crédito.

A descrição da Estrutura de Gerenciamento do Risco de Crédito está disponível no

site http://www.banrisul.com.br/ri, no caminho: “Governança Corporativa/

Gerenciamento de Riscos/Estrutura de Gerenciamento de Risco de Crédito”.

2.1 Gestão do Risco de Crédito

A estrutura de avaliação de risco de crédito do Banrisul está alicerçada no

princípio de decisão técnica colegiada, sendo definidas alçadas de concessão de

crédito correspondentes aos níveis decisórios, que abrangem desde a extensa

rede de agências, em suas diversas categorias de porte, até as esferas diretivas e

seus Comitês de Crédito e Gestão de Riscos da Direção-Geral, Diretoria Executiva

e Conselho de Administração. Esse processo visa a agilizar a concessão com base

em limites de crédito para clientes tecnicamente pré-definidos de acordo com a

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exposição que a Instituição esteja disposta a operar com cada cliente, seja Pessoa

Física (PF) ou Pessoa Jurídica (PJ), atendendo o binômio risco x retorno.

A contínua e crescente implementação de metodologias estatísticas para avaliação

do risco dos clientes, com a parametrização de políticas de crédito e regras de

negócios, aliada à otimização dos controles sobre as informações cadastrais, por

meio de modelo de certificação, intensificam e fortalecem as avaliações. A adoção

dos sistemas de Credit Score e Behaviour Score oportuniza o estabelecimento de

créditos pré-aprovados de acordo com as classificações de risco previstas nos

modelos estatísticos, que são mais atrativos para manejo com crédito massificado.

A gestão eficaz da exposição ao risco de crédito do Banrisul permite a

continuidade da expansão da carteira de crédito com agilidade e segurança, dada

à potencialidade dos instrumentos utilizados para mensuração dos riscos inerentes

a cada cliente.

2.1.1 Identificação e Mensuração

No processo de identificação e avaliação do risco de crédito o Banrisul adota os

modelos de escoragem de crédito (Credit Score e Behaviour Score), avaliando a

probabilidade de o cliente inadimplir, de acordo com as classificações de risco

previstas nos modelos estatísticos. Para alguns segmentos Varejo PJ o modelo de

políticas por alçada e concessão de crédito pelos Comitês das Agências permanece

disponível. Estes podem autorizar limite de risco e operações de crédito até os

limites de sua alçada, estabelecidas de acordo com a categoria de cada agência

e/ou produto.

Os Comitês de Crédito e de Gestão de Riscos da Direção-Geral deferem operações

e limites de risco para clientes em alçadas superiores a dos comitês de crédito das

Agências. A Diretoria Executiva aprova operações específicas e limites de risco de

operações em montantes não superiores a 3% do Patrimônio Líquido. Operações

superiores a esse limite são submetidas à apreciação do Conselho de

Administração.

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Para o segmento Corporate o Banrisul adota estudos técnicos, efetuados por área

interna de análise de riscos, que avaliam as empresas sob o prisma financeiro, de

gestão, mercadológico e produtivo, com revisões periódicas, e que, ainda,

observam os cenários econômicos, inserindo as empresas nestes ambientes. A

gestão da exposição ao risco de crédito possui como diretriz manter uma postura

seletiva e conservadora, seguindo estratégias definidas pela instituição.

As operações de crédito, contempladas ou não nos modelos de escoragem, são

classificadas em ordem crescente de risco, contemplando aspectos em relação ao

devedor e seus garantidores e em relação à operação, conforme determinação da

Resolução n.º 2.682, de 21 de dezembro de 1999.

Em relação ao devedor e seus garantidores devem ser considerados a situação

econômico-financeira, o grau de endividamento, a capacidade de geração de

resultados, o fluxo de caixa, a administração e a qualidade de controles, a

pontualidade e os atrasos nos pagamentos, as contingências, o setor de atividade

econômica e o limite de crédito.

Em relação às operações de crédito em si devem ser considerados o valor, a

natureza e finalidade da transação, além das características das garantias,

particularmente quanto à suficiência e liquidez. As operações de crédito são

acompanhadas para identificação do rating mínimo em função do maior atraso.

Todas as operações dos clientes possuem ratings calculados, que adicionados ao

mínimo, resulta na maior classificação de risco para o cliente. A seguir tem-se a

descrição dos níveis de rating utilizados pelo Banrisul:

Classificação do Descrição do

Banco Grau

1 – AA Risco Baixíssimo

2 – A Risco Baixo

3 – B Risco Reduzido

4 – C Risco Moderado

5 – D Risco Normal

6 – E Risco Médio

7 – F Risco Elevado

8 – G Risco Elevadíssimo

9 – H Risco Severo

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Para os Títulos Públicos e outros títulos de dívida são elaborados relatórios

contendo pareceres de análise para concessão de Limites Operacionais de risco de

crédito para instituições financeiras e para aquisições de títulos e valores

mobiliários (emissões públicas ou em caráter privado) emitidos por empresas que

operam no Mercado de Capitais.

O Limite Operacional constitui o valor máximo ao qual o banco aceita estar

exposto quando da aquisição de títulos privados, emitidos por instituições

financeiras ou não financeiras, e da participação em Operações Compromissadas.

O Limite Operacional é destinado tanto a operações envolvendo a Tesouraria do

Banrisul, por intermédio da Unidade Financeira, quanto a operações no âmbito da

alocação de recursos de terceiros, por meio da participação dos fundos de

investimento do Banrisul administrados pela Unidade de Administração de

Recursos de Terceiros.

A extensão da análise técnica compreende aspecto econômico-financeiro da

instituição; ambiente econômico; perfil da empresa e de seus controladores;

estudo sobre o conglomerado; e rating externo da instituição. As demonstrações

financeiras podem ser reclassificadas de acordo com critérios que possibilitem

apurar de maneira sistemática as posições de ativos, passivos e de resultados,

para aferir indicadores necessários para ponderação posterior dos limites.

2.1.2 Monitoramento

Na etapa de monitoramento são realizadas análises de aderência dos modelos de

Credit Score e Behaviour Score por meio de técnicas estatísticas de validação. As

análises são apreciadas semestralmente pelos Comitês de Gestão e Diretoria.

Para todos os segmentos de Clientes também são realizadas análises dos

indicadores de atraso, pendência e volume de concessão, em diversas

granularidades e agrupamentos, possibilitando o gerenciamento e o

monitoramento dessas exposições por produto, classificação de risco,

concentração de crédito e agência, entre outros.

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Essas análises, realizadas periodicamente, visam o monitoramento de risco de

crédito e o acompanhamento do desempenho comercial do Banco em relação às

suas operações de crédito, compatibilizando com as tendências de mercado,

objetivando assegurar o cumprimento das diretrizes, minimizando o risco de

desconexão entre a decisão e a execução.

As análises consolidadas com proposição de ajustes nas políticas vigentes, se

necessário, de acordo com as responsabilidades dos órgãos componentes, são

apreciados mensalmente pelos Comitês decisórios e Diretoria. Além disso,

periodicamente são reportados, às instâncias decisórias, relatórios gerenciais da

carteira de crédito do Banco para monitoramento dos volumes alocados e índices

de pendências.

A provisão para fazer frente aos créditos de liquidação duvidosa é constituída

mensalmente de acordo com a Resolução nº 2.682/99 do Conselho Monetário

Nacional. Desde dez/2008 o Banrisul provisiona valor adicional com vistas à

cobertura de possíveis eventos não capturados pelo modelo de rating de clientes.

Além disso, são realizados Testes de Estresse da Carteira de Crédito a fim de

estimar o capital exigido e o impacto das provisões adicionais no Índice de Basileia

da Instituição, em simulações de cenários adversos.

2.1.3 Controle e Mitigação

O monitoramento por meio de ferramentas de Gestão da Carteira de Crédito está

diretamente relacionado ao controle e a mitigação do risco de crédito, pois, a

partir destes se verificam comportamentos passíveis de intervenção.

A exposição ao risco de crédito é mitigada por meio da estruturação de garantias

e da precificação, adequados ao nível de risco a ser incorrido às características do

tomador e operação no momento da concessão.

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Na precificação do segmento de varejo, é considerada a inadimplência do produto

para depurar a taxa e averiguar o resíduo. No segmento corporativo a precificação

da Mesa de Negócios considera o rating do cliente.

O Banco administra, limita e controla concentrações de risco de crédito, dentre os

procedimentos adotados, pode-se destacar:

A Administração estrutura os níveis de risco que assume, estabelecendo

limites sobre a extensão de risco aceitável com relação a um devedor

específico, a grupos de devedores e a segmentos da indústria. Esses riscos

são monitorados rotativamente e sujeitos a revisões anuais ou mais

frequentes, quando necessário. Os limites sobre o nível de risco de crédito

por produto e setor da indústria são aprovados pela Diretoria e pelo

Conselho da Administração, se for o caso;

A exposição a qualquer tomador de empréstimo, inclusive os agentes

financeiros, no caso de contraparte, é adicionalmente restrita por sublimites

que cobrem exposições registradas e não registradas no balanço

patrimonial. As exposições reais, de acordo com os limites estabelecidos,

são controladas mensalmente;

A exposição ao risco de crédito é também administrada por meio de análise

regular dos tomadores de empréstimos, efetivos e potenciais, quanto aos

pagamentos do principal e dos juros e da alteração dos limites, quando

apropriado.

O Banco implementa orientações e políticas já consolidadas sobre a aceitação de

classes específicas de garantias ou mitigação de risco, firmadas nos contratos de

empréstimos ou financiamentos, como, por exemplo, o direito de vender ou

reapresentar a garantia na ausência de cumprimento por parte do devedor de

suas obrigações, sendo as mesmas avaliadas e analisadas no momento da

concessão do crédito. Para as garantias de recebíveis observa-se a seletividade, a

concentração e a validação dos sacados e demais parâmetros da política de

crédito para o produto e a respectiva garantia.

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A exposição máxima de risco de crédito corresponde ao montante total do

compromisso firmado entre as partes. Ainda, cabe salientar que o Banrisul efetua

o controle de todas as garantias contratadas, com destaque nas operações que

possuem o mitigador de garantias de títulos de crédito, efetuando a gestão

durante todo o andamento da operação, recompondo a garantia quando assim se

fizer necessário durante a vigência da operação/contrato, baixando o excedente

quando de seu encerramento.

O Banrisul emprega a tomada de garantias sobre a liberação de recursos como

uma das medidas de mitigação de risco de crédito, que é uma prática tradicional e

costumeira dentro do mercado financeiro. Usualmente, para tal controle, o Banco

tem admitido o recebimento de garantias de natureza real e fidejussória,

obedecendo às peculiaridades inerentes ao tipo de contrato e linha de crédito.

Para os casos de execução das garantias atreladas a um contrato insolvente, o

Banco realiza a devida retomada dos bens garantidos pela contraparte, realizando,

posteriormente, a venda dos mesmos através de leilões, obedecendo aos prazos

determinados pelo Banco Central. Ainda, são contabilizados em Regime Especial,

conforme definições encontradas no Plano Contábil das Instituições do Sistema

Financeiro Nacional – COSIF.

Excepcionalmente, a garantia pode ser considerada de difícil conversão em valores

monetários. Essa contextualização leva em conta a ocorrência de contingências

que impossibilitem a realização dessa garantia, como, por exemplo, a ocorrência

de fenômenos naturais, a obsolescência e/ou deterioração desses bens, tornando

inviável a sua liquidez no mercado.

Em relação aos Instrumentos Financeiros Derivativos, o Banco não possui

operações em sua carteira em 31 de Dezembro de 2011.

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

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2.2 Exposições ao Risco de Crédito

Nesta sessão apresentam-se dados quantitativos relativos às exposições ao risco

de crédito, demonstrando-se o montante das exposições relativo aos últimos cinco

trimestres.

2.2.1 Montante das Exposições ao Risco de Crédito

A seguir apresenta-se o valor total das exposições e valor da exposição média no

trimestre:

Tabela 1 - Valor total das exposições e valor da exposição média

Conglomerado Financeiro

R$ Milhares dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10

Total das Exposições* 22.553.514,0 21.898.649,6 21.008.480,0 20.117.185,4 19.181.977,9

Média do Trimestre 22.087.903,8 21.747.552,1 20.705.568,8 19.783.042,4 18.939.679,9

* Contempla as operações de crédito, arrendamento mercantil, compromissos após aplicação do fator de

conversão, adiantamentos e garantias prestadas.

Observa-se que as exposições a risco de crédito do Conglomerado Financeiro

passaram de R$ 19.181.977,9 mil em Dezembro de 2010 para R$ 22.553.514,0

mil em Dezembro de 2011, incremento de 17,5% no período. A média trimestral

que era de R$ 18.939.679,9 mil em Dezembro de 2010 apresentou no quarto

trimestre de 2011, R$ 22.087.903,8 mil, aumento de 16,6% no período.

Aumentos estes justificados pelo crescimento da carteira de crédito da instituição.

2.2.2 Percentual das Exposições dos Dez Maiores Clientes

A evolução trimestral do percentual das exposições dos dez maiores Clientes em

relação ao total das operações com características de concessão de crédito segue

na tabela 2:

Tabela 2 - Percentual dos dez maiores clientes

Conglomerado Financeiro

Percentual das exposições

dos dez maiores Clientes

dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10 set/10

12,7% 14,7% 16,1% 14,8% 15,9% 15,4%

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

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A exposição dos dez maiores clientes representou no 4º Trimestre de 2011,

12,7% das operações com características de concessão de crédito, apresentando

uma diminuição em relação ao mesmo período de 2010, quando era de 15,9%.

2.2.3 Montante das Operações em Atraso

O montante das operações em atraso, bruto de provisões e excluídas as operações

já baixadas para prejuízo, segregado por faixas de atraso pode ser verificado na

tabela 3:

Tabela 3 - Montante de operações em atraso

Conglomerado Financeiro - R$ Milhões

Faixas de dias de atraso dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10

Atraso até 60 dias 160,7 175,5 147,8 161,2 126,5

Atraso entre 61 e 90 dias 66,9 68,5 62,6 61,1 30,7

Atraso entre 91 e 180 dias 152,1 175,1 145,9 138,5 115,4

Atraso acima de 180 dias 524,7 527,6 448 459,4 381,8

Total 904,41 946,6 804,3 820,2 654,4

Embora se observe incremento no montante de operações em atraso em

Dezembro de 2011 com relação a Dezembro de 2010, o que reflete a

movimentação do mercado em relação à evolução dos níveis de inadimplência, já

no mês de Dezembro de 2011 verificou-se redução de 4,5%, passando o atraso de

R$ 946,6 milhões em Setembro de 2011 para R$ 904,4 milhões em Dezembro de

2011.

2.2.4 Operações Baixadas a Prejuízo

A tabela 4 ilustra o fluxo de operações baixadas a prejuízo no trimestre:

Tabela 4 - Fluxo das operações baixadas a prejuízo

Conglomerado Financeiro - R$ Milhões

Data-Base dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10

Perdas 132,5 112,1 84,1 84,4 147,3

Recuperação 36,4 23,1 47,0 19,9 48,8

Perda Líquida 96,1 89,0 37,1 64,5 98,5

*Informações de setembro de 2011 ajustadas em relação à divulgação anterior.

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

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A perda líquida verificada em Dezembro de 2011 foi de R$ 96,1 milhões, redução

de R$ 2,4 milhões em relação a Dezembro de 2010.

2.2.5 Montante de Provisões

O montante de provisões para perdas relativas às exposições na Carteira de

Crédito pode ser verificado no gráfico 1.

Gráfico 1 - Composição da Provisão para Operações de Crédito – Dez/2011

As operações de crédito somaram R$ 20.393,2 milhões em Dezembro de 2011

contra R$ 17.033,2 milhões em Dezembro de 2010, aumento de 19,7% no

período. As provisões para perdas com operações de crédito do Conglomerado

Financeiro, foram de R$ 1.101,9 milhões, equivalente a 6,47% do total da carteira

de crédito em Dezembro de 2010. Em Dezembro de 2011, o estoque de provisões

alcançou R$ 1.317,7 milhões, representando 6,46% da carteira.

2.2.6 Exposição por Fator de Ponderação de Riscos

Demonstram-se, na tabela 5, as exposições ao risco de crédito, segmentadas

pelos fatores de ponderação, utilizados no cálculo da parcela de alocação de

capital do risco de crédito:

dez/10 mar/11 jun/11 set/11 dez/11

17.033,2 17.939,6 18.809,3 19.654,7 20.393,2

1.101,9 1.156,0 1.214,7 1.284,6 1.317,7

Operações de Crédito Provisão para Devedores Duvidosos

R$

Milh

õe

s

6,47% 6,44% 6,46% 6,54% 6,46%

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

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Tabela 5 - Exposição por fator de ponderação de riscos

Conglomerado Financeiro

R$ Milhares dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10

Total das Exposições* 22.553.514,0 21.898.649,6 21.008.480,0 20.117.185,4 19.181.977,9

FPR de 20% - - - 0,2 29,3

FPR de 35% 297.791,6 286.444,6 282.295,0 269.596,4 261.985,7

FPR de 50% 2.791.043,8 3.156.389,2 3.120.716,1 2.891.663,8 2.847.634,4

FPR de 75% 10.022.411,5 9.101.461,3 10.030.082,8 9.778.278,4 9.269.544,4

FPR de 100% 9.042.803,1 8.013.462,6 7.575.386,1 7.177.646,5 6.802.784,1

FPR de 150% 228.989,0 1.340.891,8 - - -

FPR de 300% 170.475,1 - - - -

* Contempla as operações de crédito, arrendamento mercantil, adiantamentos, compromissos após aplicação do

fator de conversão e prestação de garantias.

As exposições a risco de crédito do Conglomerado Financeiro passaram de R$

19.181.977,9 mil em Dezembro de 2010 para R$ 22.553.514,0 mil em Dezembro

de 2011, crescimento de 17,5%, concentrando os maiores volumes no ponderador

75% referente às operações de varejo, seguido pelo ponderador de 100%, de não

varejo.

2.2.7 Parcela de Risco de crédito, Segmentada por Fator de Ponderação de Riscos.

O valor da parcela PEPR (referente às exposições ponderadas pelo fator de

ponderação de risco a elas atribuído) do PRE, segmentado pelos fatores de

ponderação de risco (FPR), de acordo com os artigos 11 a 16 da Circular nº 3.360,

de 12 de setembro de 2007, do Conglomerado Financeiro e do Consolidado

Econômico-Financeiro segue na tabela 6 abaixo.

Tabela 6 - Parcela de risco de crédito segmentada por fator de ponderação de riscos – Conglomerado Financeiro

Conglomerado Financeiro R$ Milhões

Fator de Ponderação de

Risco dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10

20% 16,4 20,0 19,3 18,0 13,9

35% 11,5 11,0 10,9 10,4 10,1

50% 161,2 181,4 188,5 180,9 164,6

75% 826,8 750,9 827,4 806,7 764,7

100% 1.260,2 1.152,3 1.103,9 1.055,6 1.020,5

150% 37,8 221,2 - - -

300% 56,3 - - - -

Total PEPR 2.370,1 2.336,9 2.150,0 2.071,6 1.973,9

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

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A parcela de alocação de capital referente às exposições ponderadas pelo fator de

ponderação de risco de crédito do Conglomerado Financeiro passou de R$ 1.973,9

milhões em Dezembro de 2010 para R$ 2.370,1 milhões em Dezembro de 2011.

Mesmo não sendo o ponderador com o maior volume exposição ao risco de

crédito, o capital a ser alocado está com maior concentração no ponderador de

100%. Observa-se redução significativa na exposição do ponderador de 150%, e

exposições com o ponderador de 300%, reflexo da Circular 3.563 de 11 de

novembro de 2011, que alterou a abrangência do primeiro e criou o segundo.

A tabela 7 demonstra a parcela de risco de crédito segmentada por fator de

ponderação de riscos do Consolidado Econômico Financeiro, que segue a mesma

evolução do Conglomerado Financeiro.

Tabela 7 - Parcela de risco de crédito segmentada por fator de ponderação de riscos – Consolidado Econômico

Financeiro

Consolidado Econômico-Financeiro R$ Milhões

Fator de Ponderação

de Risco dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10

20% 16,4 20,0 19,3 18,0 13,9

35% 11,5 11,0 10,9 10,4 10,1

50% 161,2 181,4 188,4 180,9 164,6

75% 826,8 750,9 827,5 806,7 764,7

100% 1.261,5 1.162,8 1.113,8 1066,5 1.030,5

150% 37,8 221,2 - - -

300% 56,3 - - - -

Total PEPR 2.371,3 2.347,3 2.159,9 2.082,4 1.983,8

2.2.8 Instrumentos Mitigadores

Para apuração de alocação de capital da parcela de risco de crédito, a Instituição

não apresentou valores mitigados nos trimestres analisados, por meio dos

instrumentos definidos nos artigos 20 a 22 da Circular nº 3.360 de 2007, editada

pelo Banco Central do Brasil.

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

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2.3 Risco de Crédito da Contraparte

A seguir apresentam-se as informações relativas às exposições ao Risco de

Crédito da Contraparte. Inicialmente são demonstradas as informações referentes

ao valor positivo bruto dos contratos sujeitos ao Risco de Crédito da Contraparte.

2.3.1 Valor Positivo Bruto dos Contratos Sujeitos ao Risco de Crédito da

Contraparte

Os valores positivos brutos dos contratos sujeitos ao Risco de Crédito da

Contraparte apresentados na tabela 8 incluem derivativos, operações a liquidar,

empréstimos de ativos e operações compromissadas. Destes, desconsidera-se os

valores positivos relativos a acordos de compensação, conforme definidos na

Resolução nº 3.263 do CMN, de 24 de fevereiro de 2005.

Tabela 8 - Valor positivo bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito da contraparte - Conglomerado

Financeiro

Conglomerado Financeiro R$ Milhões

Risco de Crédito da

Contraparte

dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10

4.353,0 5.141,1 4.899,2 4.150,0 4.144,4

Observa-se que o volume bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito da

contraparte em Dezembro de 2010 totalizava R$ 4.144,4 milhões, passando para

R$ 4.353,0 milhões em Dezembro de 2011, acréscimo de 5,03% no período. Na

tabela 9, constam os valores brutos do Consolidado Econômico-Financeiro.

Tabela 9 - Valor positivo bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito da contraparte - Consolidado Econômico

Financeiro

Consolidado Econômico - Financeiro R$ Milhões

Risco de Crédito da

Contraparte

dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10

4.371,8 5.160,3 4.918,0 4.168,4 4.162,8

Denota-se que o volume bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito da

contraparte, do Consolidado Econômico Financeiro, totalizava em Dezembro de

2010 R$ 4.162,8 milhões, passando para R$ 4.371,8 milhões em Dezembro de

2011, acréscimo de 5% no período.

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

23

2.3.2 Valores Positivos relativos a acordos de Compensação

No período de apuração para a divulgação deste relatório, o Banrisul não

apresentou valores positivos relativos a acordos para compensação e liquidação de

obrigações, conforme definidos na Resolução nº 3.263 do Conselho Monetário

Nacional de 2005.

2.3.3 Exposição Global Líquida a Risco de Crédito da Contraparte

Os valores positivos brutos dos contratos sujeitos ao Risco de Crédito da

Contraparte incluem os derivativos, as operações a liquidar, os empréstimos de

ativos e as operações compromissadas. A exposição líquida é calculada a partir

destes saldos, apresentando o resultado na tabela 10, a seguir:

Tabela 10 - Exposição global líquida a risco de crédito da contraparte - Conglomerado Financeiro

Conglomerado Financeiro R$ Milhões

Risco de Crédito da

Contraparte

dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10

1.551,1 1.735,7 1.206,2 1.145,3 1.384,4

Constata-se que a exposição global líquida a Risco de Crédito da Contraparte em

Dezembro de 2010 totalizava R$ 1.384,4 milhões, passando para

R$ 1.551,1 milhões em Dezembro de 2011, acréscimo de 12,04%. Os valores

líquidos do Consolidado Econômico-Financeiro são apresentados na tabela 11.

Tabela 11 - Exposição global líquida a risco de crédito da contraparte - Consolidado Econômico Financeiro

Consolidado Econômico - Financeiro R$ Milhões

Risco de Crédito da

Contraparte

dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10

1.569,9 1.754,9 1.225,0 1.163,7 1.402,7

Verifica-se que a exposição global líquida a Risco de Crédito da Contraparte em

Dezembro de 2010 totalizava R$ 1.402,7 milhões, passando para

R$ 1.569,9 milhões em Dezembro de 2011, acréscimo de 11,9%.

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

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2.4 Cessões de Crédito e TVM oriundos de processo de securitização

Em relação ao fluxo das exposições cedidas com transferência substancial dos

riscos, aos benefícios oriundos destas transferências, e dos saldos de exposições

cedidas sem transferência e sem retenção substancial dos riscos e benefícios, a

Instituição não apresentou movimentos nos trimestres analisados.

Quanto ao fluxo das exposições cedidas com retenção substancial dos riscos e

benefícios, que foram baixadas para prejuízo e o saldo de exposições cedidas com

retenção substancial dos riscos e benefícios, a Instituição também não apresentou

movimentação.

O valor total das exposições decorrentes da aquisição de títulos ou valores

mobiliários oriundos de processo de securitização segue tabela 12:

Tabela 12 - Exposições decorrentes da aquisição de títulos ou valores mobiliários oriundos do processo de

securitização

Conglomerado Financeiro R$ Mil

Exposições em Certificados de

Recebíveis Imobiliários

dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10

2.428,0 2.550,7 2.871,7 2.765,6 2.637,5

As operações de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) totalizaram em

Dezembro de 2011 R$ 2.428,0 mil, apresentando redução de 7,9% em relação a

Dezembro de 2010.

O fluxo de recebíveis constituídos de aluguéis lastreia a emissão dos Certificados

de Recebíveis Imobiliários. A classe dos títulos ou valores mobiliários, no que se

refere à subordinação dessas às demais, para efeito de resgate é sem

subordinação.

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

25

3 RISCO DE MERCADO E LIQUIDEZ

3.1 Risco de Mercado

O Risco de Mercado é definido como sendo a probabilidade de ocorrência de

impactos negativos nos resultados ou no capital, devido a movimentos nos preço

de mercado dos instrumentos financeiros, provocados por flutuações em cotações

de ações, preços de mercadorias, taxas de juro, taxas de câmbio.

Entre os eventos de risco de mercado, incluem-se os riscos das operações sujeitas

às variações das taxas de juros, cambial, dos índices de preços, dos preços de

ações e dos preços de commodities.

O risco de mercado da Instituição é identificado, mensurado, mitigado e

gerenciado cuidadosamente. A organização possui perfil de exposição a risco de

mercado conservador, onde as diretrizes e limites são monitorados diariamente e

de forma independente. Com todos estes cuidados a organização busca estar

alinhada com as melhores práticas internacionais de mercado, regulamentações

locais e do Comitê de Supervisão Bancaria de Basileia.

3.1.1 Gerenciamento do Risco de Mercado

O controle do risco de mercado do Banrisul e das demais empresas que fazem

parte do Consolidado Econômico Financeiro é centralizado em unidade específica e

independente das áreas de negócios para que os processos sejam mapeados,

classificados e consolidados de acordo com as características das exposições, em

conformidade com as recomendações da Resolução n.º 3.464/2007 do Conselho

Monetário Nacional e Circular n.º 3.354/2007 do Banco Central do Brasil.

Alinhado às melhores práticas de gestão de risco de mercado e atendendo ainda

as recomendações e normas dos órgãos reguladores, o Banrisul investe de forma

estruturada no aperfeiçoamento dos processos sistêmicos e das práticas de

gestão, seguindo padrões de mercado e estratégias definidas pela alta

administração.

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

26

O processo de Gestão de Riscos do Consolidado Econômico Financeiro do Banrisul

conta com a participação de todas as camadas hierárquicas da Instituição,

abrangendo desde as unidades de negócio até a Diretoria e o Conselho de

Administração.

3.1.1.1 Política de Risco de Mercado

A Política de Gerenciamento de Risco de Mercado do Banrisul tem como objetivo

estabelecer padrões adequados de gestão que garantam aos acionistas os

princípios e as ações estratégicas de negócios, abrangendo produtos, serviços,

atividades, processos e sistemas, bem como limites de exposições para carteira de

negociação - trading book e carteira de não negociação - banking book.

Outro objetivo desta política é cumprir as exigências de normativos do regulador

quanto à alocação de capital regulatório e monitorar o consumo de capital, no

intuito de assegurar as melhores práticas de gerenciamento de risco de mercado.

O Banrisul adota um Sistema de Decisão Colegiada, para facilitar a sua adequação

às normas de controles estabelecidas pelo CMN, através da Resolução nº

3.464/07. As decisões estratégicas do Banco, relativas ao Risco de Mercado,

envolvem todas as unidades de negócios, sendo discutidas em reuniões internas e

Comitês, e submetidas à Diretoria e ao Conselho de Administração. Sua gestão é

realizada por meio de modelos e ferramentas que permitem o efetivo controle e

gerenciamento das posições diárias, de acordo com determinados perfis e níveis

de risco definidos na Política de Risco de Mercado.

Os limites para as exposições sujeitas a risco de mercado estão segregados de

acordo com a Circular nº 3.354/07, do Banco Central do Brasil, nas categorias

Trading e Banking book e foram estabelecidos e aprovados pela Diretoria e pelo

Conselho de Administração.

A Política Institucional de Gerenciamento de Risco de Mercado deve ser aplicada

ao Consolidado Econômico Financeiro (Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A.,

a Banrisul S.A. Corretora de Valores Mobiliários e Câmbio, a Banrisul S.A.

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

27

Administradora de Consórcios, a Banrisul Armazéns Gerais S.A. e a Banrisul

Serviços Ltda).

3.1.1.2 Estrutura de Gerenciamento do Risco de Mercado

A estrutura de gerenciamento do risco de mercado prevê:

Políticas e estratégias para o gerenciamento do risco de mercado

claramente documentadas, que estabeleçam limites operacionais e

procedimentos destinados a manter a exposição ao risco de mercado em

níveis considerados aceitáveis pela instituição;

Sistema para medir, monitorar e controlar a exposição ao risco de mercado,

tanto para as operações incluídas na carteira de negociação quanto para as

demais posições, abrangendo todas as fontes relevantes de risco de

mercado e gerar relatórios tempestivos para a diretoria da Instituição;

Realização, com periodicidade mínima anual, de testes de avaliação dos

sistemas de Gerenciamento de Risco de Mercado;

Realização de simulações de condições extremas de mercado (testes de

estresse), inclusive da quebra de premissas, cujos resultados devem ser

considerados ao serem estabelecidas ou revistas as políticas e limites para

a adequação de capital.

3.1.2 Modelos de mensuração do Risco de Mercado

O Banrisul monitora o risco de mercado das suas operações por meio da utilização

de metodologias como o Value at Risk (VaR) e pela realização de análise de

sensibilidade das carteiras. As metodologias de mensuração das exposições

sujeitas a risco de mercado contemplam as seguintes métricas:

Marcação a Mercado: para realizar o cálculo do valor de mercado dos

ativos e passivos do Consolidado Econômico Financeiro, são utilizados os

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

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preços capturados diariamente na ANBIMA – Associação Brasileira das

Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais e na BM&FBOVESPA S.A. –

Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros. A partir destes preços, é aplicada

a função de interpolação cubic spline natural (ano em 252 dias úteis) para a

obtenção das taxas de juros nos prazos das operações, intermediários aos

vértices apresentados.

Value at Risk: O Banco utiliza a metodologia do VaR para a mensuração

do risco das operações classificadas na carteira banking e nas operações da

carteira trading com fator de risco em taxa prefixada conforme modelo

padronizado definido pelo Bacen na Circular n.º 3.361/07.

Maurity ladder: Nas operações referenciadas em cupom de moeda

estrangeira, índice de preços e taxa de juros este é o modelo utilizado,

conforme definido pelo BACEN nas Circulares nos 3.362, 3.363 e 3.364 de

2007.

Análise de Sensibilidade: A análise de sensibilidade é realizada

trimestralmente ou em situações adversas, por meio da aplicação de

cenário específico para cada fator de risco, com objetivo de quantificar os

impactos sobre as carteiras.

Testes de Estresse: Os testes de estresse para as exposições da carteira

de não negociação, de acordo com as definições do Bacen, são realizados

por meio da estimação do percentual de variação do valor de mercado da

carteira banking em relação ao Patrimônio de Referência, com a utilização

de choque compatível com o 1º e 99º percentis de uma distribuição

histórica de variações nas taxas de juros, considerando holding period de 1

ano e o período de observação de 5 anos, conforme requerido na Circular

nº 3.365/07. Também é estimada a quantidade de pontos-base de choques

paralelos de taxa de juros necessários para acarretar reduções do valor de

mercado da carteira de não negociação correspondente a 5%, 10% e 20%

do Patrimônio de Referência.

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

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3.1.2.1 Carteira trading

A carteira trading consiste nas operações com instrumentos financeiros e

mercadorias, inclusive derivativos, detidas com a intenção de negociação ou

destinadas a hedge e que não estejam sujeitas à limitação de sua negociabilidade.

A carteira de negociação deve ser composta por operações detidas com intenção

de negociação e destinadas a: (i) revenda; (ii) obtenção de benefícios dos

movimentos de preços, efetivos ou esperados; ou (iii) realização de arbitragem.

A composição da carteira de negociação deve estar aderente ao nível de liquidez

requerido pelo Banrisul, ao plano de contingência da política de gestão de liquidez,

e à venda eventual de ativos da carteira comercial, em função de oportunidades

de mercado, exceto as operações intra-day realizadas pela tesouraria com os

seguintes limites de classificação:

a) Títulos e Valores Mobiliários: máximo de 50% do total da carteira;

b) Operação de Crédito: máximo de 15% do total da carteira;

c) Todas as operações em derivativos destinadas a hedge para carteira de

negociação.

3.1.2.2 Carteira banking

A carteira banking consiste nas operações financeiras ativas e passivas negociadas

pelo Banrisul, por meio de sua rede de agências ou demais áreas de negócios,

cuja contraparte seja um cliente.

Ou seja, parte da carteira comercial, o crédito rural, crédito habitacional e crédito

de desenvolvimento, por se tratarem de carteiras estruturais advindas de

crescimento orgânico do Banco; e, ainda, o FCVS (Fundo de Compensação de

Valores Salariais), bem como, a carteira de títulos mantidos até o vencimento,

com intenção de aplicação dos recursos adicionais captados nas operações com

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

30

clientes. Para tanto, a carteira de não negociação (banking book) do Banrisul e de

suas dependências no exterior poderá incluir parte:

a) Da carteira de títulos: títulos emitidos pelo tesouro nacional classificados até o

vencimento, incluídos os securitizados a qualquer título; títulos emitidos pelo

Banco Central do Brasil; debêntures; notas promissórias; certificado de recebíveis

imobiliários; cotas de fundos imobiliários; ações; títulos da dívida externa

brasileira e títulos de governos estrangeiros.

b) Da carteira de crédito comercial; totalidade do crédito rural, habitacional e

desenvolvimento.

Parâmetro de limites de classificação:

Títulos e Valores Mobiliários: mínimo de 50% do total da carteira;

Operação de Crédito: mínimo de 85 % do total da carteira;

Todas as operações em derivativos destinadas a hedge para carteira estrutural.

3.1.3 Controle e Acompanhamento

3.1.3.1 Comunicação Interna

No intuito de que a informação oriunda da área responsável pelo gerenciamento

de riscos de mercado e liquidez alcance a amplitude devida, são disponibilizados

aos membros da alta administração, aos comitês e ás áreas de negócios,

relatórios produzidos diariamente para acompanhamento das exposições

potenciais e tomada de decisão.

Adicionalmente, é produzido e disponibilizado o Relatório Mensal de Risco de

Mercado, o qual é submetido à Diretoria e ao Conselho de Administração,

destacando-se neste documento os principais itens das exposições sujeitas a risco

de mercado e liquidez do Banrisul.

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

31

Compete ao Comitê de Tesouraria:

Estudos e propostas para gestão da liquidez e de mercado;

Estratégias para correção de eventuais desequilíbrios entre ativos

negociáveis e passivos exigíveis;

Estratégias de gestão da carteira própria, de modo a minimizar o risco de

liquidez e de mercado;

Estratégias de gestão de aplicações em títulos e valores mobiliários, de

modo a rentabilizar o ativo;

Propostas de investimento, quando se tratar de títulos e valores mobiliários

privados;

A classificação (trading book e banking book) dos ativos adquiridos;

Outras deliberações no âmbito das operações de tesouraria e da gestão do

risco de mercado e liquidez.

Compete ao Comitê de Gestão de Riscos Corporativos:

Aprovar metodologias aplicadas na mensuração de riscos;

Assegurar a correta aplicação das políticas de gerenciamento de risco de

crédito, de mercado, de liquidez e operacional;

Aprovar limites de exposição pelo nível adequado de risco;

Comunicar à Diretoria e ao Conselho de Administração as posições de risco

do Banco e alocação de capital;

Avaliar e monitorar a tendência a risco da Instituição frente aos objetivos

estratégicos, garantindo o alinhamento entre ambos;

Definir mecanismos para melhora contínua da cultura de riscos;

Realizar a gestão estratégica do risco de crédito, de mercado, de liquidez e

operacional;

Deliberar sobre a política de gestão de risco de crédito, de mercado, de

liquidez e operacional, praticar os demais atos e exercer as demais

competências que lhe sejam atribuídas pela Diretoria.

3.1.4 Análise do Risco de Mercado

O comportamento dos mercados financeiros no quarto trimestre de 2011 foi

extremamente volátil devido, principalmente, a situação em que se encontra a

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

32

economia europeia. A desconfiança em relação aos bancos e a política fiscal dos

governos europeus geraram rebaixamento nas expectativas de crescimento

global.

No mês de outubro, certo grau de otimismo percorreu os mercados graças às

decisões tomadas pelas autoridades monetárias europeias. A redução de 50% do

valor dos títulos da Grécia detidos pelo setor privado, fato que praticamente

garantiu a permanência do país na Zona do Euro, a alavancagem concedida ao

Fundo de Estabilidade Europeu (EFSF) e o plano de recapitalização dos bancos são

os principais fatores que levaram os mercados a acreditar em uma melhora na

situação econômica da região.

Em Novembro, ocorreu uma reversão dessa tendência favorecida pela falta de

definição sobre os detalhes das medidas a serem tomadas para combater a crise

que se instalava em território europeu. Além disso, o rating de Portugal foi

reduzido e um ajuste fiscal muito rígido foi implementado na Itália.

Esses fatos foram fortalecidos ainda com o aumento das taxas de juros dos títulos

de muitos países, causando assim pressão sob os setores financeiros da Europa e

dos Estados Unidos, gerando perdas em períodos de maior volatilidade. Pode-se

também evidenciar que os rendimentos de papéis de longo prazo da região

aumentaram no trimestre, com destaque para a expansão de 0,60% para 3,52%

no rendimento dos títulos franceses.

O Banco Central Europeu também manteve as compras de bônus soberano no

mercado secundário, em especial aos papéis de Itália e Espanha, porém, essas

medidas tomadas pelo BCE mostraram-se insuficientes.

No mês de dezembro, o mercado continuou com uma postura pessimista em

relação aos países da zona do Euro. Um dos principais motivos foi à rejeição da

Alemanha em aumentar o limite do mecanismo europeu de reserva que hoje beira

os 500 bilhões de Euros.

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

33

Foi definido ainda em dezembro pelo BCE que um mecanismo permanente de

resgate irá substituir a Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF) já em

julho de 2012 e um empréstimo de 200 bilhões de euros junto ao FMI. Essas

medidas, em conjunto com o incentivo do BCE aos bancos privados para que

esses realizem operações de empréstimos a uma baixa taxa de juros, buscam

tranquilizar o mercado aquecendo a economia. Porém, tanto os bancos quanto as

famílias tendem a permanecer cautelosas quanto ao futuro e isso faz com que as

pessoas evitem tomar empréstimos.

Na economia brasileira, o destaque do quarto trimestre de 2011 deu-se a partir da

decisão do Comitê de Política Monetária (COPOM), que reduziu a taxa SELIC para

11% ao ano. O grande objetivo dos expressivos cortes da taxa de juros é diminuir

os efeitos da crise internacional.

Também, em dezembro de 2011, o Brasil passou a ocupar o posto de sexta maior

economia do mundo, superando o Reino Unido, de acordo com o Centro de

Pesquisa de Economia e Negócios (CEBR). Outro fato importante deste trimestre

na economia brasileira foi o aumento do salário mínimo, que agora é de R$

622,00, representando um impacto direto nos gastos públicos de 23,9 bilhões

para o ano de 2012 e, em torno de R$ 47 bilhões na economia brasileira.

3.1.4.1 Análise de Sensibilidade da Carteira Trading

Buscando aprimorar a gestão de riscos e estar em conformidade com as práticas

de governança corporativa e atender as exigências da Instrução Normativa CVM

nº 475 de 17 de dezembro de 2008, o Banrisul realiza análise de sensibilidade das

suas posições classificadas na carteira de negociação. Foram aplicados choques

para mais e para menos nos seguintes Cenários: 1% (Cenário 1), 25% (Cenário

2) e 50% (Cenário 3), conforme a seguir.

Cenário 1: Situação provável. Foi considerada como premissa a

deterioração de 1% nas variáveis de risco de mercado, levando-se em

consideração as condições existentes em 30/12/2011.

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

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Cenário 2: Situação possível. Foi considerada como premissa a elevação de

25% nas variáveis de risco de mercado, levando-se em consideração as

condições existentes em 30/12/2011.

Cenário 3: Situação remota. Foi considerada como premissa a elevação de

50% nas variáveis de risco de mercado, levando-se em consideração as

condições existentes em 30/12/2011.

A tabela abaixo apresenta a maior perda esperada considerando os cenários 1,2 e

3 e suas variações para mais e menos. Para o Fator de Risco “Moeda Estrangeira”,

foi considerada a cotação de R$ 1,88 de 30/12/2011 (PTAX - BACEN).

Tabela 13 – Valores resultantes do Teste de Sensibilidade

Conglomerado Financeiro - R$ Milhões

Fator de Risco dez/11 set/11

Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3

Taxa de juros 178 4.386 8.652 214 5.259 10.350

Moedas 1.120 28.009 56.017 730 18.258 36.517

Ações 128 3.201 6.402 113 2.820 5.640

Total 1.426 35.596 71.071 1.057 26.337 52.507

Onde:

Taxa de Juros – Exposições sujeitas a variações de taxas de juros pré-fixadas e

cupons de taxas de juros.

Moeda Estrangeira – Exposições sujeitas à variação cambial.

Renda Variável – Exposições sujeitas à variação do preço de ações.

Analisando-se os resultados de Dezembro de 2011, pode se identificar no Fator de

Risco “Moedas Estrangeiras” a maior perda esperada, que representa

aproximadamente 79% de toda a perda esperada para os três cenários.

Do Cenário 1 para o Cenário 2, observa-se um crescimento de 96% da maior

perda espera considerando o total de exposição de todos os fatores de risco. Do

Cenário 2 para o Cenário 3, a variação é de 50%. A maior perda esperada nestes

Cenários do Teste de Sensibilidade, ocorre no Cenário 3 (50%), no valor total de

R$ 71.072 mil.

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

35

A análise apresentada representa as exposições que poderão impactar de forma

relevante sobre os resultados da instituição. Ressalta-se que os valores

apresentados revelam os impactos de cada cenário numa posição estática da

carteira. O mercado é muito dinâmico e volátil, alterando posições de maneira

contínua e por isso não obrigatoriamente refletem a posição demonstrada no

Teste de Sensibilidade.

Também é importante entender que a organização possui processo de gestão

contínua e ininterrupta que procura através do dinamismo de mercado, mitigar os

riscos associados, com as estratégias definidas pela Alta Administração. Em casos

de alerta, ações proativas são tomadas para minimizar possíveis impactos

negativos, maximizando a relação entre o risco versus retorno.

3.1.4.2 VaR das Exposições a Risco de Mercado da Carteira Trading

Tabela 13 – VaR das Exposições a Risco de Mercado – Carteira Trading

Conglomerado Financeiro - R$ Milhões

Fator de Risco dez/11

Taxas de Juros Prefixadas 1,22

Cupom Cambial -

Cupom de Índice de preços -

Cupom de Taxas de Juros - TR -

Total 1,22

3.1.4.3 VaR das Exposições a Risco de Mercado da Carteira Banking

Tabela 14 – VaR das Exposições a Risco de Mercado – Carteira Baking

Conglomerado Financeiro - R$ Milhões

Fator de Risco dez/11

Taxas de Juros Prefixadas 79,8

Cupom Cambial 6,1

Cupom de Índice de preços 0,6

Cupom de Taxas de Juros - TR 55,5

Total 141,9

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

36

Gráfico 2 - VaR da Carteira Banking - R$ Milhões

3.1.4.4 Resumo de VaR global em 2011

A tabela a seguir demonstra o resultado do VaR Global Consolidado, abrangendo

as carteiras trading e banking, na posição em 31 de dezembro de 2011.

Tabela 15 – Carteira Trading e Baking

Conglomerado Financeiro - R$ Milhões

Fator de Risco dez/11

Taxas de Juros Prefixadas 80,9

Cupom Cambial 6,1

Cupom de Índice de preços 0,6

Cupom de Taxas de Juros - TR 55,5

Total 143,2

3.2 Risco de Liquidez

O Risco de Liquidez é definido como a possibilidade de ocorrência de desequilíbrios

entre ativos negociáveis e passivos exigíveis – “descasamentos” entre

pagamentos e recebimentos que possam afetar a capacidade financeira levando-

se em consideração as diferentes moedas e prazos de liquidação de seus direitos e

obrigações, à medida que as mesmas vencem.

O risco de liquidez dos negócios bancários pode ter a sua origem no momento em

que estes são gerados, ocasionados pelas dificuldades na captação de recursos

set/11 out/11 nov/11 dez/11

379

261

138 142 RS

Milh

õe

s

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

37

para financiar os ativos, conduzindo, normalmente, a acréscimo dos custos de

captação, podendo implicar, também, uma restrição do crescimento dos ativos; ou

pelas dificuldades na liquidação das obrigações para com terceiros, induzidas por

descasamentos significativos entre os prazos de vencimento residual de ativos e

passivos.

3.2.1 Processo de Gerenciamento de Risco e Liquidez

Em busca das melhores práticas adotadas pelo sistema financeiro e aderência às

recomendações do Comitê da Basileia, o Banrisul estabelece limites operacionais

para o Risco de Liquidez consistente com as estratégias de negócios do banco,

para os instrumentos financeiros e demais exposições, cujos cumprimentos dos

parâmetros de grandeza são analisados regularmente pelos Comitês de Riscos

Corporativos e de Gestão Bancária e, submetidos a instâncias diretivas, visando a

garantir sua operacionalidade de forma eficaz pelos gestores.

A gestão da liquidez encontra-se centralizada na Tesouraria e tem como objetivo

manter um nível satisfatório de disponibilidades para fazer face às necessidades

financeiras no curto, médio e longo prazo, tanto em cenário normal como em

cenário de crise, com adoção de ações corretivas, caso necessário.

3.2.2 Modelos de Gestão

a) Controle e Acompanhamento

O Banrisul monitora o risco de liquidez e o risco de mercado de forma conjunta,

observando o fluxo de caixa, advindo das entradas e saídas dos recursos

provenientes das operações financeiras e não financeiras da instituição.

No processo de controle são monitorados os descasamentos oriundos do uso de

passivos de curto-prazo para lastrear ativos de longo-prazo, a fim de evitar

deficiências de liquidez e garantir que as reservas da instituição sejam suficientes

para fazer frente às necessidades de caixa diárias, tanto aquelas cíclicas como não

cíclicas, assim como também as necessidades de longo-prazo; manter níveis

mínimos de ativos com alta liquidez de mercado, juntamente como acesso a

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

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outras fontes de liquidez; assegurar uma base de operações de captação (funding)

adequadamente diversificada, que os níveis mínimos exigidos pelos requerimentos

regulatórios sejam cumpridos.

Modelos utilizados para fins de monitoramento da liquidez diária:

Fluxo de Caixa;

Monitoramento do nível de liquidez;

Mapa dos descasamentos por prazos e moedas;

Mapa das carteiras individualizadas, por prazos e moedas;

Mapa da duration, dentre outros.

De modo a evitar valores negativos elevados nos gaps de liquidez nos intervalos

de curto prazo, a instituição procura assegurar permanentemente uma eficiente

gestão de tesouraria. Para fazer face às maturidades mais elevadas,

especialmente as relacionadas ao crescimento do crédito concedido, a Instituição

adota uma política de captação de diferentes tipos de recursos que se adéquam

melhor ao equilíbrio entre os prazos de ativos e passivos e, simultaneamente,

garantam uma maior estabilidade dos recursos de clientes, através do lançamento

de produtos estruturados e de poupança.

A Instituição adota política de não gerar exposição relevante em moedas

estrangeiras, e em ativos e passivos referenciados na variação cambial, limitando

sua exposição em 5% do Patrimônio de Referência.

No âmbito de Contingência de Liquidez, a instituição tem como objetivo identificar

antecipadamente e minimizar eventuais crises e seus potenciais efeitos na

continuidade dos negócios. Os parâmetros utilizados para a identificação das

situações de crises consistem numa gama de responsabilidades e de

procedimentos a serem seguidos de modo a garantir a estabilidade do nível de

liquidez requerido na posição diária.

b) Premissas utilizadas para o tratamento de liquidação antecipada de depósitos

que não possuam vencimento definido

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

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Depósitos à vista: Dados históricos revelam que o Banrisul mantém o volume de

depósito à vista em ascendência, demonstrando a capacidade da instituição em

conservar um colchão de liquidez adequado aos movimentos de saques diários.

Depósitos em Poupança: A migração histórica de depósitos em poupança para a

conta corrente não refletiu na redução do saldo em poupança, em montante

equivalente ao incremento verificado em depósitos à vista, face ao efeito de

ampliação da renda, sazonalidade característica de final de ano, e da tradicional

preferência dos poupadores por essa modalidade de investimento.

3.2.3 Instrumentos Financeiros

No 4º trimestre de 2011, o Banrisul não contratou operações com instrumentos

financeiros derivativos, realizadas por conta própria com e sem contraparte

central, subdividas em realizadas no Brasil e no exterior ou outro tipo de

derivativo alavancado, sendo que não estão previstas em suas políticas, operações

que não objetivem hedge de suas posições ativas e passivas.

3.2.4 Comunicação Interna

Diariamente, relatórios são enviados à Tesouraria contendo as exposições por

fator de risco, bem como as exposições abertas por vencimentos. Este

procedimento garante um monitoramento tempestivo do risco de mercado e

liquidez por todas as partes relacionadas.

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

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4 RISCO OPERACIONAL

O risco operacional no Banrisul, em conformidade com a Resolução 3.380/06, do

BACEN, define-se como a possibilidade de ocorrência de perdas resultantes de

falha, deficiência ou inadequação de processos internos, pessoas e sistemas, ou

de eventos externos, incluindo o risco legal.

4.1 Objetivos e Política

Em atendimento à Resolução nº 3.380/06, o Banrisul implementou a estrutura de

gerenciamento do risco operacional, composta de políticas, métodos, processos,

sistemas e responsabilidades, estando capacitada a identificar, avaliar, monitorar,

controlar e mitigar o risco operacional.

A Política Institucional de Gerenciamento do Risco Operacional foi publicada

através de resolução interna, em junho de 2008, e está consolidada em Instrução

Normativa. No quarto trimestre de 2011, foi revisada e atualizada, com aprovação

da Diretoria e Conselho de Administração.

A política tem como objetivo prover o Banrisul de parâmetros, modelos e métodos

para a identificação, avaliação, monitoramento, controle e mitigação de riscos

operacionais e a divulgação interna e externa dos níveis de exposição do Banrisul

ao risco operacional. Visa, assim, a manter a confiança em todos os níveis do

negócio, com a redução da exposição a riscos e de perdas efetivas.

Com o intuito de envolver todos os colaboradores do Grupo Banrisul, a política

prevê uma participação compartilhada no controle do Risco Operacional: todos os

empregados, estagiários e prestadores de serviços terceirizados do Banrisul são

responsáveis pela prática de medidas comportamentais que evitem a exposição a

riscos, no limite de suas atribuições.

A política atribui, também, responsabilidades para gestores, agentes de controles

internos, comitês, Diretoria e Conselho de Administração. Destaca-se, neste

contexto, a constituição do Comitê de Riscos Corporativos do Banrisul, ocorrida

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

41

em 2011, visando a fortalecer a estrutura de gerenciamento de riscos corporativos

e a disseminação da cultura de riscos na instituição.

4.2 Modelo de Alocação de Capital

O Banrisul adotou, inicialmente, a metodologia de Abordagem do Indicador Básico

(BIA), com o objetivo de apurar a parcela de capital para cobertura de Risco

Operacional (Popr), conforme estabelecido pela Circular nº 3.383, de 30.04.2008,

e Comunicado nº 16.913, de 20.05.2008, publicada pelo Banco Central do Brasil.

A metodologia de Abordagem do Indicador Básico estabelece que o capital a ser

alocado para riscos operacionais deve ser calculado semestralmente, considerados

os últimos três períodos anuais.

O Indicador de Exposição ao Risco Operacional (IE) corresponde, para cada

período anual, à soma dos valores semestrais das receitas de intermediação

financeira e das receitas com prestação de serviços, deduzidas as despesas de

intermediação financeira. A todo este cálculo aplica-se um fator de alocação de

capital (β) de 15%.

4.3 Processo de Gerenciamento

A metodologia adotada pelo Banco, fundamentada nas melhores práticas de

mercado, em normas internacionais, nas recomendações do Novo Acordo de

Capitais – Basileia II, e na regulamentação do BACEN, prevê a identificação e o

tratamento dos riscos operacionais por meio do mapeamento de seus processos

mais relevantes.

O gerenciamento adequado do risco operacional está diretamente relacionado ao

conhecimento dos processos existentes na instituição. Todos os processos críticos

devem ter seus riscos operacionais identificados, avaliados, monitorados e

controlados.

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

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Os macroprocessos foram identificados e, definidos seus níveis de relevância para

a Instituição, referendados e priorizados pela Diretoria. A partir do mapeamento

dos processos, são gerados documentos necessários para a identificação dos

riscos. Relatórios de auditorias interna e externa, além de reportes de eventos de

risco operacional identificados, constituem-se em insumos complementares à

instrumentalização da análise dos macroprocessos.

A metodologia utilizada pelo Banrisul para realização de análises qualitativas

consiste na avaliação, de maneira descentralizada e pela visão dos gestores dos

processos do Banco, da efetividade dos controles e da potencialidade dos riscos,

possibilitando a detecção de exposições indesejadas e a implementação de

medidas corretivas.

As análises qualitativas de Risco Operacional são realizadas por meio da técnica

RCSA (Risk and Control Self-Assessment), a qual se baseia na aplicação de

questionários junto a gestores, para autoavaliação.

As informações coletadas geram a Matriz de Risco Operacional do Banrisul. O

resultado da análise é encaminhado aos gestores com o objetivo de gerar planos

de ação mitigadores do risco operacional.

A área de Compliance da Controladoria é responsável pelo acompanhamento da

execução dos planos. Os planos de ação são encaminhados para conhecimento e

aprovação das instâncias decisórias da organização (Comitês, Diretoria e Conselho

de Administração).

No que se refere à análise quantitativa, está em processo de estruturação a Base

de Dados de Perdas do Banrisul, que objetivará prover a instituição de

informações referentes a eventos de perda e quase perdas ocorridos, de forma a

conferir maior efetividade ao gerenciamento de riscos operacionais da organização

e atender às normatizações pertinentes.

Em 2011, a consultoria PWC, contratada através de processo licitatório, trabalhou

junto ao Banrisul realizando análise de aderência à legislação e melhoria dos

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

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processos de gerenciamento de riscos na instituição. O início dos trabalhos focou-

se na realização de levantamento de dados e elaboração de diagnóstico acerca de

aspectos de gerenciamento de riscos do Banco. Após, a consultoria elaborou

planos de ação para o aperfeiçoamento da gestão de riscos na instituição. No

quarto trimestre de 2011, deu-se andamento à fase de execução dos planos de

ação.

4.4 Gestão de Continuidade de Negócios

A estrutura de gerenciamento de riscos operacionais prevê a existência de plano

de contingência, contendo as estratégias a serem adotadas para assegurar

condições de continuidade das atividades e para limitar graves perdas decorrentes

de risco operacional.

Em 2011, em atendimento a deliberação da Diretoria do Banrisul, foi criado grupo

de trabalho integrado, com o objetivo de revisar e atualizar planos de

continuidade de negócio instituídos.

4.5 Comunicação e Informação

O processo de gerenciamento de riscos operacionais prevê a elaboração de

relatórios que permitam a identificação e correção tempestiva das deficiências de

controle e de gerenciamento do risco operacional.

Os relatórios são constituídos ao final de cada ciclo de avaliação de riscos

operacionais, compreendendo os resultados da análise e os respectivos planos de

ação elaborados pelos gestores para tratamento dos riscos inerentes aos

processos. A matriz de riscos operacionais completa o relatório, que é submetido

às alçadas superiores para análise e deliberação.

No quarto trimestre de 2011, foi dado prosseguimento às análises de risco em

andamento, e teve início novo ciclo de avaliação. Além disso, foram criados

grupos de trabalho para discussão de questões pontuais do Banco, nos quais a

Unidade de Gestão de Riscos Corporativos teve participação.

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

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5 Gestão de Capital

5.1 Novo Acordo de capital – Basileia II

O principal objetivo do Comitê de Supervisão Bancária da Basileia (Basel

Committee On Banking Supervision), com a criação do Acordo de Basileia, foi

desenvolver um sistema para mensuração e padronização dos requerimentos

mínimos de capital, calculados a partir da ponderação de risco dos ativos. A

exigência de capital é um dos instrumentos mais utilizados pelas autoridades

reguladoras, para buscar a solidez e a estabilidade do sistema bancário

internacional.

Desde a introdução da primeira versão do Acordo de Capital de Basileia

(International Convergence of Capital Measurement and Capital Standards),

Basileia I, que visou à internacionalização de padrões de gerenciamento dos riscos

na atividade bancária, definiu mecanismos para mensuração do risco de crédito e

estabeleceu a exigência de capital mínimo para suportar riscos, ocorreram

significativas mudanças no setor.

A revisão do Acordo buscou desenvolver uma estrutura de capital

significativamente mais sensível ao risco e ao mesmo tempo considerar as

características particulares de cada banco e de cada sistema de supervisão e

contabilidade de cada país.

Portanto, o Acordo de Basileia , também chamado de Novo Acordo de Capital –

Basileia II (International Convergence of Capital Measurement and Capital

Standards: a Revised Framework) veio complementar a estrutura relacionada aos

riscos considerados no cálculo da exigência de capital, que, além dos riscos de

crédito e de mercado, já considerados no acordo original, introduziu o risco

operacional. Também passou a proporcionar maior flexibilidade às instituições,

permitindo a utilização de modelos próprios para o gerenciamento e controles dos

riscos. Em contrapartida, essa flexibilização deverá ser acompanhada por uma

supervisão eficaz e maior disciplina de mercado.

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

45

O principal objetivo de Basileia II é fortalecer a estabilidade do sistema financeiro

mundial por meio do aprimoramento das práticas de gestão e governança dos

riscos nas instituições financeiras com o aperfeiçoamento do acordo anterior

(Basileia I).

Basiléia II propõe um enfoque mais flexível para exigência de capital e mais

abrangente com relação ao fortalecimento da supervisão bancária e ao estímulo

para maior transparência na divulgação das informações ao mercado, baseado em

três grandes premissas:

Figura 1 - Três Pilares Basileia

O Banco Central do Brasil, em consonância com as disposições do Novo Acordo de

Capitais – Basileia II divulgou a Resolução 3.490/07 do Conselho Monetário

Nacional, estabelecendo que as instituições financeiras mantenham

permanentemente seu capital adequado à sua estrutura de riscos. A resolução

instituiu modificações no cálculo do patrimônio mínimo exigido para a cobertura

dos riscos dos ativos e das atividades das instituições financeiras.

O Banco Central do Brasil exige que o valor do Patrimônio de Referência – PR deva

ser compatível com os riscos assumidos, ou seja, superior ao Patrimônio de

Referência Exigido – PRE, cujo cálculo é feito pelo somatório das parcelas

descritas a seguir:

Cap

ital

Mín

imo

Pilar I

O primeiro Pilar estabelece requisitos mínimos de capital para os riscos de crédito, mercado e operacional, permitindo a utilização de modelos internos para o cálculo de alocação de capital, mais sensíveis á estrutura das instituições. Su

per

visã

o B

ancá

ria Pilar II

O segundo Pilar diz respeito ao processo de fiscalização bancária. A nova estrutura exige que os bancos tenham capital adequado para dar suporte a todos os riscos em seus negócios bancários e também desenvolvam e utilizem-se de melhores técnicas de gestão de riscos.

Tran

spar

ênci

a

Pilar III

O terceiro Pilar estabelece maior disciplina de mercado por meio do aumento da transparência dos bancos, para que os agentes de mercado sejam bem informados e possam entender melhor o perfil de riscos dos bancos.

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

46

PRE = PEPR + PCAM + PJUR + PCOM + PACS + POPR

PEPR - Parcela referente às exposições ponderadas pelo fator de ponderação de

risco a elas atribuído. Circular n.º 3.360 de 12/09/2007 e Circular 3.563 de

11/11/2011, com efeitos a partir da data de sua publicação.

PCAM - Parcela referente ao risco das exposições em ouro, em moeda estrangeira

e em operações sujeitas à variação cambial. Circular n.º 3.389 de 25/06/2008,

Circular n.º 3.388 de 04/06/2008, Carta-Circular n.º 3.309 de 15/04/2008 e

Circular 3.568 de 21/12/2011.

PJUR - Parcela referente ao risco das operações sujeitas à variação de taxa de

juros e classificação na carteira de negociação - Pjur1+Pjur2+Pjur3+Pjur4.

Circulares 3.361, 3.362, 3.363, 3.364, ambas de 12/09/2007 e Circular 3.568 de

21/12/2011.

PCOM - Parcela referente ao risco das operações sujeitas à variação do preço de

mercadorias (commodities). Circular n.º 3.368 de 12/09/2007 e Circular 3.568 de

21/12/2011.

PACS - Parcela referente ao risco das operações sujeitas à variação do preço de

ações e classificadas na carteira de negociação. Circular n.º 3.366 de 12/09/2007

e Circular 3.568 de 21/12/2011.

POPR - Parcela referente ao risco operacional. Circular n.º 3.383 de 30/04/2008,

Circular nº 3.476 de 24/12/2009, Carta-Circular n.º 3.315 de 30/04/2008 e Carta-

Circular n.º 3.316 de 30/04/2008.

RBAN - Além destas parcelas, o BACEN passou a exigir, por parte das Instituições

Financeiras, a manutenção de Patrimônio de Referência suficiente para a

cobertura do risco de taxas de juros das operações não incluídas na carteira de

negociação, na forma da Resolução nº 3.464/07. Resolução n.º 3.490/07, e

Circular n.º 3.365/07.

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

47

5.2 Basileia III

Em conformidade com as novas recomendações do Comitê de Supervisão Bancária

de Basileia sobre a estrutura de capital e liquidez de instituições financeiras, o

Banco Central do Brasil divulgou o Comunicado n.º 20.615 no dia 17 de fevereiro

de 2011, com as orientações preliminares e cronograma inicial para implantação

do Basileia III no Brasil, que atende o compromisso assumido pelos membros do

G20, em dezembro de 2010.

As definições da terceira versão do Acordo de Capitais – Basileia III visam

introduzir medidas mais severas para aumentar a estabilidade do sistema

financeiro internacional, após a crise financeira global iniciada em 2008.

As novas regras impactam o capital e a liquidez das instituições com a introdução

de maiores níveis de exigência, determinam aos bancos o aumento das reservas

de capital para se protegerem de crises. De acordo com estas novas regras, os

bancos devem ter um mínimo do chamado capital de Nível 1 - lucros e ações

retidas - de 5,5%, sobre as Exposições Ponderadas Pelo Risco, e, devem manter

um adicional de capital de conservação (2,5%) e contracíclico, a ser fixado em

momentos de crescimento substancial do crédito (0% a 2,5%).

Serão agregados ainda dois índices: um novo indicador de alavancagem, que leva

em conta o valor nominal dos ativos (sem ponderação por risco) e outro de

controle de liquidez. Está prevista a exigência de um valor mínimo para o índice

de alavancagem, inicialmente previsto em 3%.

O Índice de Liquidez de Curto Prazo (LCR-Liquidity Coverage Ratio) vai exigir em

eventual cenário de estresse um montante mínimo de ativos cujo estoque deve

permitir a sobrevivência do banco por 30 dias. Também deverá ser apurado o

Índice de Liquidez de Longo Prazo (NSFR-Net Stable Funding Ratio), que busca

incentivar as instituições a financiarem suas atividades com fontes mais estáveis

de captação.

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

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A seguir, quadro resumo das medidas e o cronograma de implementação

divulgado pelo Banco Central em 2011, conforme Comunicado 20.615:

Tabela 16 - Cronograma de implementação - Basileia III

Parâmetro/EPR 1/1/2013 1/1/2014 1/1/2015 1/1/2016 1/1/2017 1/1/2018 1/1/2019

F = 0,11 F = 0,11 F = 0,11 F= 0,09875 F= 0,09875 F= 0,08625 F= 0,08

Capital Principal 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50%

Nível I 5,50% 5,50% 6,00% 6,00% 6,00% 6,00% 6,00%

PR 11% 11% 11% 9,88% 9,25% 8,63% 8,00%

Capital de Conservação 0 0 0 0,63% 1,25% 1,88% 2,50%

PR + Capital de Conservação 11% 11% 11% 10,50% 10,50% 10,50% 10,50%

Capital Contracíclico (até) 0 0,63% 1,25% 1,88% 2,50% 2,50% 2,50%

5.3 Patrimônio de Referência

O Patrimônio de Referência representa o patrimônio base para cálculo dos Limites

Operacionais das instituições financeiras, definido pela Resolução do CMN nº

3.444/07 e consiste no somatório do Nível I e do Nível II, excluídas as deduções,

previstas no normativo.

De acordo com a Resolução do CMN nº 3.490/07, o Patrimônio de Referência deve

ser superior ao Patrimônio de Referência Exigido – PRE.

A seguir o detalhamento do Patrimônio de Referência do Conglomerado Financeiro

e do Consolidado Econômico Financeiro:

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

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Tabela 17 - Detalhamento do Patrimônio de Referência - Conglomerado Financeiro

Conglomerado Financeiro R$ Milhões

Data-Base dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10

Patrimônio de Referência 4.248,6 4.149,2 3.973,0 3.865,9 3.715,5

Patrimônio de Referência Nível I 4.397,4 4.296,8 4.116,0 4.006,1 3.851,5

Patrimônio Líquido 4.400,3 4.117,9 4.118,9 3.855,4 3.856,2

Contas de Resultado Credoras 0,0 2.435,2 - 2.545,3 -

Contas de Resultado Devedoras 0,0 2.254,2 - 2.390,7 -

Ativo Permanente Diferido 10,1 10,1 10,1 10,1 10,1

Ajuste ao Valor de Mercado - TVM e

Instrumentos Financeiros e Derivativos -7,2 -8,06 -7,2 -6,3 -5,5

Adicional de Provisão ao Mínimo Estabelecido

pela Resolução n.º 2.682/99* 0,0 - - - -

Dividendos e bonificações a distribuir 0,0 - - - -

Patrimônio de Referência Nível II -7,2 -8,06 -7,2 -6,3 -5,5

Ajuste ao Valor de Mercado - TVM e

Instrumentos Financeiros e Derivativos -7,2 -8,06 -7,2 -6,3 -5,5

Deduções do PR 141,6 139,6 135,7 133,9 130,6

Ações emitidas por Instituições Financeiras e

Demais Instituições Autorizadas a Funcionar

pelo Bacen

141,6 139,6 135,7 133,9 130,6

*A Resolução do CMN, nº 3.674 de 30 de dezembro de 2008, permitiu o acréscimo integral da provisão adicional ao Nível I do

Patrimônio de Referência. A Resolução do CMN n.º 3.825 de 16 de dezembro de 2009, revogou seus efeitos a partir de 1º de

abril de 2010.

O Patrimônio de Referência do Conglomerado Financeiro apresentou

crescimento durante o período em análise, devido à incorporação de lucros

gerados no mesmo período, totalizando R$ 4.248,6 milhões em Dezembro de

2011, superior em 2,4% ao trimestre anterior.

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

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Tabela 18 - Detalhamento do Patrimônio de Referência - Consolidado Econômico Financeiro

Consolidado Econômico-Financeiro R$ Milhões

Data-Base dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10

Patrimônio de Referência 4.393,2 4.289,6 4.170,7 4.000,6 3.873,0

Patrimônio de Referência Nível I 4.400,4 4.297,7 4.177,9 4.006,9 3.878,5

Patrimônio Líquido 4.122,1 4.118,7 3.856,3 3.856,1 3.551,7

Contas de Resultado Credoras 3.803,8 1.959,4 3.285,6 1.574,5 3.173,0

Contas de Resultado Devedoras 3.455,1 1.778,4 2.960,4 1.419,8 2.840,8

Ativo Permanente Diferido 10,1 10,1 10,1 10,1 10,1

Ajuste ao Valor de Mercado - TVM e Instrumentos

Financeiros e Derivativos -7,2 -8,1 -7,2 -6,3 -5,5

Adicional de Provisão ao Mínimo Estabelecido pela

Resolução n.º 2.682/99* 0,0 - - - -

Dividendos e bonificações a distribuir 67,4 - 0,7 - 0,7

Patrimônio de Referência Nível II -7,2 -8,1 -7,2 -6,3 -5,5

Ajuste ao Valor de Mercado - TVM e Instrumentos

Financeiros e Derivativos -7,2 -8,1 -7,2 -6,3 -5,5

Deduções do PR - - - - -

Ações emitidas por Instituições Financeiras e

Demais Instituições Autorizadas a Funcionar pelo

Bacen

- - - - -

*A Resolução do CMN, nº 3.674 de 30 de dezembro de 2008, permitiu o acréscimo integral da provisão adicional ao nível I do

Patrimônio de Referência. A Resolução do CMN n.º 3.825 de 16 de dezembro de 2009, revogou seus efeitos a partir de 1º de

abril de 2010.

O Patrimônio de Referência do Consolidado Econômico Financeiro apresentou

crescimento de 2,4% comparado ao mesmo período, totalizando R$ 4.393,2

milhões em Dezembro de 2011. O aumento registrado no Patrimônio de

Referência, tanto do Conglomerado Financeiro quanto no Consolidado Econômico

Financeiro, deve-se a incorporação de lucros.

5.4 Patrimônio de Referência Exigido (PRE) e adequação do Patrimônio de

Referência (PR)

O Patrimônio de Referência Exigido é o capital mínimo exigido pelo Banco Central

do Brasil e deve ser compatível com a estrutura dos riscos da instituição.

A seguir tabela contendo as informações referentes à alocação de capital para o

Conglomerado Financeiro e Consolidado Econômico Financeiro, incluindo a

apuração do Índice de Basileia e a margem para aplicação em novos negócios.

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

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Tabela 19 - Detalhamento do Patrimônio de Referência Exigido – Conglomerado Financeiro

Conglomerado Financeiro R$ Milhões

Data-Base dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10

Risco de Crédito 2.368,9 2.336,9 2.150,0 2.071,6 1.973,9

Operações de Crédito - Varejo 640,7 566,9 648,5 632,1 592,5

Compromissos Varejo 186,0 183,8 178,9 174,5 172,6

Operações de Crédito - não Varejo 1.060,7 1.104,3 838,3 786,4 766,8

Compromissos - não Varejo 63,6 63,9 61,0 61,5 59,1

Garantias Prestadas 69,0 59,6 50,7 47,9 48,6

Adiantamentos 62,0 57,0 57,2 50,4 46,2

Credito Tributário 77,1 73,7 70,7 68,3 67,9

Outros Ativos 209,8 227,6 244,7 250,5 220,2

Risco de Mercado 3,3 198,3 384,4 313,6 308,6

Risco de Câmbio - - - - -

Risco de Juros - somatório 1,2 196,5 382,4 311,4 305,8

Pré-fixadas em Real - Pjur 1 1,2 196,5 140,3 101,8 85,6

Cupons de Moedas Estrangeiras - Pjur 2 - - 5,5 5,6 5,8

Cupons dos Índices de Preços - Pjur 3 - - 3,7 3,5 5,5

Cupons de Taxas de juros - Pjur 4 - - 232,9 200,4 208,9

Risco de Commodities - - - - -

Risco de Ações 2,0 1,8 2,0 2,2 2,8

Risco Operacional 408,2 408,2 375,5 375,5 346,8

Patrimônio de Referência Exigido 2.780,3 2.943,3 2.909,9 2.760,7 2.629,3

Patrimônio de Referência 4.248,6 4.149,2 3.973,0 3.865,9 3.715,5

Rban - Carteira Banking 142,0 379,4 21,4 21,9 22,0

Margem = PR - PRE - Rban 1.326,3 826,5 1.041,8 1.083,4 1.064,2

Índice de Basileia 16,8% 15,5% 15,0% 15,4% 15,5%

O Patrimônio de Referência Exigido do Conglomerado Financeiro apresentou

decréscimo de R$ 163,0 milhões no último trimestre, totalizando R$ 2.780,3

milhões, em decorrência da edição da Circular 3.563/11 que revogou a Circular

3.515/10 (que instituía diversas medidas macroprudenciais), abrandando e

reeditando os cálculos para alocação de capital para alguns ativos da PEPR, e,

principalmente, do aprimoramento do cálculo da alocação de capital para o Risco

de Mercado. Comparativamente a Dezembro de 2010, o PRE, apresentou

incremento de 5,7%.

Em relação às demais parcelas que compõem o PRE, a parcela de risco

operacional, apresentou aumento de 17,7% em comparação a Dezembro de 2010,

ocasionado pelo aumento das receitas do ano de 2011, totalizando R$ 408,2

milhões no último trimestre apurado.

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

52

A parcela de risco de mercado apresentou queda no último trimestre, devido ao

aprimoramento do cálculo da alocação do capital regulatório (segregação das

carteiras trading e banking), que reduziu essa parcela de R$ 308,6 milhões para

R$ 3,3 milhões, com uma queda de 98,9%.

Tabela 20 - Detalhamento do Patrimônio de Referência Exigido – Consolidado Econômico Financeiro

Consolidado Econômico-Financeiro R$ Milhões

Data-Base dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10

Risco de Crédito 2.380,3 2.347,3 2.159,9 2.082,5 1.983,8

Operações de Crédito - Varejo 640,7 566,9 648,5 632,1 592,5

Compromissos Varejo 186,0 183,8 178,9 174,5 172,6

Operações de Crédito - não Varejo 1.060,7 1.104,3 838,3 786,4 766,8

Compromissos - não Varejo 63,6 63,9 61,0 61,5 59,1

Garantias Prestadas 69,0 59,6 50,7 47,9 48,6

Adiantamentos 62,0 57,0 57,2 50,4 46,2

Credito Tributário 77,1 73,7 70,7 68,3 67,9

Outros Ativos 221,2 238,1 254,6 261,5 230,1

Risco de Mercado 3,3 198,3 384,4 313,6 308,6

Risco de Câmbio - - - - -

Risco de Juros - somatório 1,2 196,5 382,4 311,4 305,8

Pré-fixadas em Real - Pjur 1 1,2 196,5 140,3 101,8 85,6

Cupons de Moedas Estrangeiras - Pjur 2 - - 5,5 5,6 5,8

Cupons dos Índices de Preços - Pjur 3 - - 3,7 3,5 5,5

Cupons de Taxas de juros - Pjur 4 - - 232,9 200,4 208,9

Risco de Commodities - - - - -

Risco de Ações 2,0 1,8 2,0 2,2 2,8

Risco Operacional 420,2 420,2 388,9 388,9 358,0

Patrimônio de Referência Exigido 2.803,8 2.965,8 2.933,2 2.785,0 2.650,5

Patrimônio de Referência 4.393,2 4.289,6 4.170,7 4.000,6 3.873,0

Rban - Carteira Banking 142,0 379,4 21,4 21,9 22,0

Margem = PR - PRE - Rban 1.447,4 944,4 1.216,1 1.193,7 1.200,6

Índice de Basileia 17,2% 15,9% 15,6% 15,8% 16,1%

O Patrimônio de Referência Exigido do Consolidado Econômico Financeiro

apresentou decréscimo de R$ 162,0 milhões no último trimestre, totalizando R$

2.803,8 em decorrência da edição da Circular 3.563/11 que revogou a Circular

3.515/10 (que instituía diversas medidas macroprudenciais), abrandando e

reeditando os cálculos para alocação de capital para alguns ativos da PEPR, e,

principalmente, do aprimoramento do cálculo da alocação de capital para o Risco

de Mercado. Comparativamente a Dezembro de 2010, apresentou incremento de

5,8%.

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

53

Em relação às demais parcelas que compõem o PRE, a parcela de risco

operacional apresentou aumento de 17,4%, se comparado ao mês de Dezembro

de 2010, ocasionado pelo aumento das receitas, totalizando R$ 420,2 milhões no

último trimestre.

A parcela de risco de mercado apresentou queda no último trimestre, devido ao

aprimoramento do cálculo da alocação do capital regulatório (segregação das

carteiras trading e banking), que reduziu essa parcela de R$ 308,6 milhões para

R$ 3,3 milhões, com uma queda de 98,9%.

5.4.1 Evolução do PR e PRE

A seguir gráfico com o acompanhamento da adequação do Patrimônio de

Referência em relação ao Patrimônio de Referência Exigido.

Gráfico 3 – Evolução do PR e PRE Conglomerado Financeiro

O Patrimônio de Referência do Conglomerado Financeiro encerrou o quarto

trimestre de 2011 em R$ 4,2 bilhões, 52,8% superior ao Patrimônio de Referência

Exigido de R$ 2,8 bilhões o que resultou em um Índice de Basileia de 16,8%,

superior ao mínimo exigido pelo Banco Central do Brasil de 11%.

dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10

2,8 2,9 2,9 2,8 2,6

4,2 4,1 3,9 3,9

3,7 e

m R

$ B

ilhõ

es

PRE

PR

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

54

Gráfico 4 – Evolução do PR e PRE - Consolidado Econômico Financeiro

O Patrimônio de Referência do Conglomerado Econômico Financeiro encerrou o

quarto trimestre de 2011 em R$ 4,4 bilhões, 56,7% superior ao Patrimônio de

Referência Exigido de R$ 2,8 bilhões o que resultou em um Índice de Basileia de

17,2%, superior ao mínimo exigido pelo Banco Central do Brasil de 11%.

5.5 Índice de Basileia

O Índice de Basileia representa a relação entre o Patrimônio Base - Patrimônio de

Referência (PR), e os riscos ponderados - Patrimônio de Referência Exigido (PRE),

conforme regulamentação em vigor, demonstrando a solvência da empresa. O

percentual mínimo estabelecido pelo BACEN no Brasil é de 11%. A seguir os

gráficos para acompanhamento da evolução do Índice de Basileia do

Conglomerado Financeiro e do Consolidado Econômico Financeiro.

dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10

2,8 3,0 2,9 2,8 2,7

4,4 4,3 4,2 4,0 3,9

em

R$

Bilh

õe

s

PRE

PRE

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Relatório de Gerenciamento de Riscos

55

Gráfico 5 – Índice de Basileia – Conglomerado Financeiro

O Índice de Basileia do Conglomerado Financeiro encerrou o último trimestre de

2011 em 16,8%, sendo superior ao mínimo definido pelo Banco Central do Brasil o

que possibilita um incremento de até R$ 12,6 bilhões em novos negócios.

Gráfico 6 – Índice de Basileia – Consolidado Econômico-Financeiro

O Índice de Basileia do Consolidado Econômico Financeiro encerrou o último

trimestre de 2011 em 17,2%, sendo superior ao mínimo definido pelo Banco

Central do Brasil, o que possibilita um incremento de até R$ 13,16 bilhões em

novos negócios.

dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10

16,8%

15,4% 15,0% 15,4% 15,5%

dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10

17,2%

15,8% 15,6% 15,8% 16,1%