Relatório de Gerenciamento de Riscos
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................ 6
1 GESTÃO DE RISCOS ............................................................................... 8
1.1 PRINCIPAIS RISCOS CORPORATIVOS ........................................................... 9
2 RISCO DE CRÉDITO .............................................................................. 10
2.1 GESTÃO DO RISCO DE CRÉDITO ................................................................ 10
2.1.1 Identificação e Mensuração ................................................................ 11
2.1.2 Monitoramento ................................................................................. 13
2.1.3 Controle e Mitigação .......................................................................... 14
2.2 EXPOSIÇÕES AO RISCO DE CRÉDITO .......................................................... 17
2.2.1 Montante das Exposições ao Risco de Crédito ........................................ 17
2.2.2 Percentual das Exposições dos Dez Maiores Clientes .............................. 17
2.2.3 Montante das Operações em Atraso ..................................................... 18
2.2.4 Operações Baixadas a Prejuízo ............................................................ 18
2.2.5 Montante de Provisões ....................................................................... 19
2.2.6 Exposição por Fator de Ponderação de Riscos ........................................ 19
2.2.7 Parcela de Risco de crédito, Segmentada por Fator de Ponderação de
Riscos. ..................................................................................................... 20
2.2.8 Instrumentos Mitigadores ................................................................... 21
2.3 RISCO DE CRÉDITO DA CONTRAPARTE ....................................................... 22
2.3.1 Valor Positivo Bruto dos Contratos Sujeitos ao Risco de Crédito da
Contraparte .............................................................................................. 22
2.3.2 Valores Positivos relativos a acordos de Compensação ........................... 23
2.3.3 Exposição Global Líquida a Risco de Crédito da Contraparte .................... 23
2.4 CESSÕES DE CRÉDITO E TVM ORIUNDOS DE PROCESSO DE SECURITIZAÇÃO ........ 24
3 RISCO DE MERCADO E LIQUIDEZ ......................................................... 25
3.1 RISCO DE MERCADO .............................................................................. 25
3.1.1 Gerenciamento do Risco de Mercado .................................................... 25
3.1.2 Modelos de mensuração do Risco de Mercado ....................................... 27
3.1.3 Controle e Acompanhamento .............................................................. 30
3.1.4 Análise do Risco de Mercado ............................................................... 31
3.2 RISCO DE LIQUIDEZ .............................................................................. 36
3.2.1 Processo de Gerenciamento de Risco e Liquidez .................................... 37
3.2.2 Modelos de Gestão ............................................................................ 37
3.2.3 Instrumentos Financeiros ................................................................... 39
3.2.4 Comunicação Interna ........................................................................ 39
4 RISCO OPERACIONAL .......................................................................... 40
4.1 OBJETIVOS E POLÍTICA .......................................................................... 40
Relatório de Gerenciamento de Riscos
4
4.2 MODELO DE ALOCAÇÃO DE CAPITAL .......................................................... 41
4.3 PROCESSO DE GERENCIAMENTO ............................................................... 41
4.4 GESTÃO DE CONTINUIDADE DE NEGÓCIOS .................................................. 43
4.5 COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO ................................................................ 43
5 GESTÃO DE CAPITAL ............................................................................ 44
5.1 NOVO ACORDO DE CAPITAL – BASILEIA II ................................................. 44
5.2 BASILEIA III ....................................................................................... 47
5.3 PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA .................................................................. 48
5.4 PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA EXIGIDO (PRE) E ADEQUAÇÃO DO
PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA (PR) ................................................................ 50
5.4.1 Evolução do PR e PRE ........................................................................ 53
5.5 ÍNDICE DE BASILEIA .............................................................................. 54
GRÁFICOS
Gráfico 1 - Composição da Provisão para Operações de Crédito – Dez/2011 ....... 19
Gráfico 2 - VaR da Carteira Banking - R$ Milhões ........................................... 36
Gráfico 3 – Evolução do PR e PRE Conglomerado Financeiro ............................ 53
Gráfico 4 – Evolução do PR e PRE - Consolidado Econômico Financeiro .............. 54
Gráfico 5 – Índice de Basileia – Conglomerado Financeiro ................................ 55
Gráfico 6 – Índice de Basileia – Consolidado Econômico-Financeiro ................... 55
TABELAS
Tabela 1 - Valor total das exposições e valor da exposição média ..................... 17
Tabela 2 - Percentual dos dez maiores clientes .............................................. 17
Tabela 3 - Montante de operações em atraso................................................. 18
Tabela 4 - Fluxo das operações baixadas a prejuízo ........................................ 18
Tabela 5 - Exposição por fator de ponderação de riscos .................................. 20
Tabela 6 - Parcela de risco de crédito segmentada por fator de ponderação de
riscos – Conglomerado Financeiro ................................................................ 20
Tabela 7 - Parcela de risco de crédito segmentada por fator de ponderação de
riscos – Consolidado Econômico Financeiro .................................................... 21
Tabela 8 - Valor positivo bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito da
contraparte - Conglomerado Financeiro ........................................................ 22
Tabela 9 - Valor positivo bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito da
contraparte - Consolidado Econômico Financeiro ............................................ 22
Tabela 10 - Exposição global líquida a risco de crédito da contraparte -
Conglomerado Financeiro ........................................................................... 23
Relatório de Gerenciamento de Riscos
5
Tabela 11 - Exposição global líquida a risco de crédito da contraparte -
Consolidado Econômico Financeiro ............................................................... 23
Tabela 12 - Exposições decorrentes da aquisição de títulos ou valores mobiliários
oriundos do processo de securitização .......................................................... 24
Tabela 14 – VaR das Exposições a Risco de Mercado – Carteira Trading............. 35
Tabela 15 – VaR das Exposições a Risco de Mercado – Carteira Baking .............. 35
Tabela 16 – Carteira Trading e Baking .......................................................... 36
Tabela 17 - Cronograma de implementação - Basileia III ................................ 48
Tabela 18 - Detalhamento do Patrimônio de Referência - Conglomerado Financeiro
.............................................................................................................. 49
Tabela 19 - Detalhamento do Patrimônio de Referência - Consolidado Econômico
Financeiro ................................................................................................ 50
Tabela 20 - Detalhamento do Patrimônio de Referência Exigido – Conglomerado
Financeiro ................................................................................................ 51
Tabela 21 - Detalhamento do Patrimônio de Referência Exigido – Consolidado
Econômico Financeiro ................................................................................. 52
FIGURAS
Figura 1 - Três Pilares Basileia ..................................................................... 45
Relatório de Gerenciamento de Riscos
6
INTRODUÇÃO
O Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A. é um banco múltiplo controlado pelo
Estado do Rio Grande do Sul, e está entre os mais rentáveis dentre os maiores
bancos brasileiros, em total de ativos, considerando o retorno sobre patrimônio
líquido, segundo dados do Banco Central.
Em Dezembro de 2011 a rede de atendimento Banrisul atingiu 1.278 pontos
focando seus negócios no atendimento às necessidades de clientes de varejo,
pequenas e médias empresas e entidades do setor público.
São 442 agências, 401 no Rio Grande do Sul, 25 em Santa Catarina, 14 em outros
estados brasileiros e 2 no exterior (1 em Nova Iorque e 1 em Grand Cayman). A
rede possui 115 postos avançados de atendimento (PAAs), 158 postos de
atendimento bancário (PABs) e 2 postos de arrecadação de pagamentos (PAPs),
totalizando 717 pontos de venda. O banco ainda possui 561 pontos de
atendimento eletrônico.
O foco geográfico de atuação do Banco é a região sul do Brasil, especialmente o
Rio Grande do Sul onde está presente em 415 municípios, que abrange 98,31%
do PIB e 97,95% da população do Estado.
O Banrisul possui estratégia de expansão focada no crescimento da rede de
atendimento no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Também faz parte da
estratégia a busca de novos mercados, para apoiar o crescimento futuro, e a
ampliação de market share no Estado.
O projeto de expansão da rede de atendimento prevê a abertura de 35 agências
em municípios já assistidos pelos serviços do Banco, 21 novas casas em
municípios desassistidos e a transformação de 48 postos de atendimento em
agências, mediante modelo de atendimento diferenciado através de casas de
menor porte no Rio Grande do Sul, além da abertura de 7 novas agências no
Estado de Santa Catarina, totalizando 111 unidades.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
7
No mercado competitivo, o Banrisul ocupava, em setembro de 2011, a 11ª
posição entre os bancos médios e grandes do Sistema Financeiro Nacional em
ativos totais, 11ª posição em patrimônio líquido, 8ª posição em depósitos totais e
7ª em número de agências, de acordo com o ranking divulgado pelo Banco Central
do Brasil, excluído o BNDES.
O Conglomerado Financeiro é formado pelo Banco do Estado do Rio Grande do Sul
S.A. e a Banrisul S.A. Corretora de Valores Mobiliários e Câmbio. O Consolidado
Econômico Financeiro do Banrisul é formado pelo Banco do Estado do Rio Grande
do Sul S.A., a Banrisul S.A. Corretora de Valores Mobiliários e Câmbio, a Banrisul
S.A. Administradora de Consórcios, a Banrisul Armazéns Gerais S.A. e a Banrisul
Serviços Ltda.
Para o Banrisul a gestão de riscos é imprescindível para fortalecer o perfil
corporativo da instituição e dar continuidade ao seu propósito de ser o maior
agente financeiro do Estado do Rio grande do Sul. Neste contexto é importante
uma relação transparente com clientes, investidores e demais partes interessadas,
que permita o conhecimento sobre a gestão dos riscos.
A divulgação do presente relatório objetiva fornecer informações ao mercado, e às
partes relacionadas, sobre o gerenciamento de riscos no Banrisul, bem como
atender as determinações do Banco Central do Brasil (Circular 3.477/09) e as
diretrizes do Comitê de Supervisão Bancária da Basileia.
As informações divulgadas são relativas aos quatro trimestres de 2011 e ao último
trimestre de 2010. Para as informações em que os valores são iguais para o
Conglomerado Financeiro e Consolidado Econômico Financeiro, demonstramos
apenas os dados relativos ao Conglomerado Financeiro.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
8
1 GESTÃO DE RISCOS
A gestão de riscos é ferramenta estratégica e fundamental para uma instituição
financeira. Os riscos intrínsecos ao negócio abrangem desde aqueles facilmente
identificáveis na área financeira, como os riscos de mercado, de liquidez e de
crédito, assim como, os não diretamente identificados como tal, mas também de
extrema importância, como risco operacional e de imagem, dentre outros.
No Banrisul, a gestão de riscos corporativos procura alinhar as atividades do
Banco aos padrões recomendados pelo Novo Acordo de Capitais. Publicado em
Junho de 2004, pelo Comitê de Supervisão Bancária da Basileia (Basel Committee
On Banking Supervision), o documento Convergência Internacional de Mensuração
de Capital e Padrões de Capital: Estrutura Revisada (International Convergence of
Capital Measurement and Capital Standards: a Revised Framework) é, hoje, mais
comumente conhecido como Acordo de Basileia II.
Os Acordos da Basileia visam desenvolver a estrutura para fortalecer a solidez e a
estabilidade do sistema bancário internacional, e considerando-se o Novo Acordo
(Basileia II), recomenda a adoção de práticas de administração de riscos mais
sólidas pelo setor bancário, não sendo sustentadas simplesmente na determinação
de capital.
A adoção das melhores práticas de mercado e a maximização da rentabilidade dos
investidores é realizada a partir da melhor combinação possível de aplicações em
ativos e uso de capital regulatório. O aprimoramento sistemático de políticas de
risco, sistemas de controles internos e normas de segurança, integrados aos
objetivos estratégicos e mercadológicos da Instituição são processos contínuos
nesse escopo.
A gestão dos riscos corporativos do Banrisul é realizada de forma integrada, o que
permite agilidade nos processos e na tomada de decisão, e, está alinhada às
disposições das melhores práticas e aos padrões definidos pelo Banco Central do
Brasil, em conformidade com o acordo de capitais, Basileia II, cujo cronograma de
Relatório de Gerenciamento de Riscos
9
implementação foi iniciado com o Comunicado 12.746 de 09 de Dezembro de
2004.
1.1 Principais Riscos Corporativos
Dentre os principais riscos aos quais o Banrisul está exposto em sua atividade,
destacam-se:
O Risco de Crédito que é definido como a possibilidade de ocorrência de perdas
associadas ao descumprimento, pelo tomador ou contraparte, de suas respectivas
obrigações financeiras, nos termos pactuados; à desvalorização de contrato de
crédito decorrente da deterioração na classificação de risco do tomador; à redução
de ganhos ou remunerações; às vantagens concedidas na renegociação e aos
custos de recuperação.
O Risco de Mercado que é definido como a possibilidade de ocorrência de perdas
resultantes da flutuação nos valores de mercado de posições ativas e passivas
detidas pelas instituições financeiras. Inclui os riscos das operações sujeitas à
variação cambial, taxa de juros, preços das ações e dos preços de mercadorias
(commodities).
O Risco de Liquidez que é definido como a possibilidade de ocorrência de
incapacidade de atender às necessidades de caixa devido ao descasamento nos
fluxos financeiros em decorrência da dificuldade de se desfazer de um ativo, ou,
da perda de valor dos ativos, impedindo a liquidação de posições ou gerando
responsabilidades em aberto.
O Risco Operacional que é definido como a possibilidade de ocorrência de
perdas resultantes de falha, deficiência ou inadequação de processos internos,
pessoas e sistemas, ou de eventos externos; incluindo o risco legal associado à
inadequação ou deficiência em contratos firmados pela instituição, bem como a
sanções em razão de descumprimento de dispositivos legais e a indenizações por
danos a terceiros decorrentes das atividades desenvolvidas pela instituição.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
10
2 RISCO DE CRÉDITO
O risco de crédito é definido como medida das possíveis perdas em uma
instituição financeira caso uma contraparte em um contrato, ou um emissor de
dívida, sofra alteração em sua capacidade de cumprir obrigações, seja por default
ou por degradação de qualidade creditícia.
A Política Institucional de Gerenciamento do Risco de Crédito do Banrisul tem
como objetivo identificar, mensurar, monitorar, controlar e mitigar a exposição ao
risco de crédito no âmbito de portfólio; atuar de forma a consolidar a cultura das
melhores práticas de Gerenciamento do Risco de Crédito; aperfeiçoar
continuamente a gestão do risco de crédito em todas as modalidades de ativos;
controlar a adequação dos níveis de exposição ao risco a fim de evitar perdas não
previstas; garantir a segregação de função no processo de gerenciamento do risco
de crédito; participar da avaliação e estimar potenciais perdas, na ótica de risco
de crédito, quando da criação de novos produtos ou revisão dos produtos atuais
da carteira de crédito; atender as demandas dos Órgãos Reguladores com relação
ao cálculo e ao envio de informações pertinentes às exposições assumidas pela
Instituição, conforme normativos específicos, do Risco de Crédito.
A descrição da Estrutura de Gerenciamento do Risco de Crédito está disponível no
site http://www.banrisul.com.br/ri, no caminho: “Governança Corporativa/
Gerenciamento de Riscos/Estrutura de Gerenciamento de Risco de Crédito”.
2.1 Gestão do Risco de Crédito
A estrutura de avaliação de risco de crédito do Banrisul está alicerçada no
princípio de decisão técnica colegiada, sendo definidas alçadas de concessão de
crédito correspondentes aos níveis decisórios, que abrangem desde a extensa
rede de agências, em suas diversas categorias de porte, até as esferas diretivas e
seus Comitês de Crédito e Gestão de Riscos da Direção-Geral, Diretoria Executiva
e Conselho de Administração. Esse processo visa a agilizar a concessão com base
em limites de crédito para clientes tecnicamente pré-definidos de acordo com a
Relatório de Gerenciamento de Riscos
11
exposição que a Instituição esteja disposta a operar com cada cliente, seja Pessoa
Física (PF) ou Pessoa Jurídica (PJ), atendendo o binômio risco x retorno.
A contínua e crescente implementação de metodologias estatísticas para avaliação
do risco dos clientes, com a parametrização de políticas de crédito e regras de
negócios, aliada à otimização dos controles sobre as informações cadastrais, por
meio de modelo de certificação, intensificam e fortalecem as avaliações. A adoção
dos sistemas de Credit Score e Behaviour Score oportuniza o estabelecimento de
créditos pré-aprovados de acordo com as classificações de risco previstas nos
modelos estatísticos, que são mais atrativos para manejo com crédito massificado.
A gestão eficaz da exposição ao risco de crédito do Banrisul permite a
continuidade da expansão da carteira de crédito com agilidade e segurança, dada
à potencialidade dos instrumentos utilizados para mensuração dos riscos inerentes
a cada cliente.
2.1.1 Identificação e Mensuração
No processo de identificação e avaliação do risco de crédito o Banrisul adota os
modelos de escoragem de crédito (Credit Score e Behaviour Score), avaliando a
probabilidade de o cliente inadimplir, de acordo com as classificações de risco
previstas nos modelos estatísticos. Para alguns segmentos Varejo PJ o modelo de
políticas por alçada e concessão de crédito pelos Comitês das Agências permanece
disponível. Estes podem autorizar limite de risco e operações de crédito até os
limites de sua alçada, estabelecidas de acordo com a categoria de cada agência
e/ou produto.
Os Comitês de Crédito e de Gestão de Riscos da Direção-Geral deferem operações
e limites de risco para clientes em alçadas superiores a dos comitês de crédito das
Agências. A Diretoria Executiva aprova operações específicas e limites de risco de
operações em montantes não superiores a 3% do Patrimônio Líquido. Operações
superiores a esse limite são submetidas à apreciação do Conselho de
Administração.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
12
Para o segmento Corporate o Banrisul adota estudos técnicos, efetuados por área
interna de análise de riscos, que avaliam as empresas sob o prisma financeiro, de
gestão, mercadológico e produtivo, com revisões periódicas, e que, ainda,
observam os cenários econômicos, inserindo as empresas nestes ambientes. A
gestão da exposição ao risco de crédito possui como diretriz manter uma postura
seletiva e conservadora, seguindo estratégias definidas pela instituição.
As operações de crédito, contempladas ou não nos modelos de escoragem, são
classificadas em ordem crescente de risco, contemplando aspectos em relação ao
devedor e seus garantidores e em relação à operação, conforme determinação da
Resolução n.º 2.682, de 21 de dezembro de 1999.
Em relação ao devedor e seus garantidores devem ser considerados a situação
econômico-financeira, o grau de endividamento, a capacidade de geração de
resultados, o fluxo de caixa, a administração e a qualidade de controles, a
pontualidade e os atrasos nos pagamentos, as contingências, o setor de atividade
econômica e o limite de crédito.
Em relação às operações de crédito em si devem ser considerados o valor, a
natureza e finalidade da transação, além das características das garantias,
particularmente quanto à suficiência e liquidez. As operações de crédito são
acompanhadas para identificação do rating mínimo em função do maior atraso.
Todas as operações dos clientes possuem ratings calculados, que adicionados ao
mínimo, resulta na maior classificação de risco para o cliente. A seguir tem-se a
descrição dos níveis de rating utilizados pelo Banrisul:
Classificação do Descrição do
Banco Grau
1 – AA Risco Baixíssimo
2 – A Risco Baixo
3 – B Risco Reduzido
4 – C Risco Moderado
5 – D Risco Normal
6 – E Risco Médio
7 – F Risco Elevado
8 – G Risco Elevadíssimo
9 – H Risco Severo
Relatório de Gerenciamento de Riscos
13
Para os Títulos Públicos e outros títulos de dívida são elaborados relatórios
contendo pareceres de análise para concessão de Limites Operacionais de risco de
crédito para instituições financeiras e para aquisições de títulos e valores
mobiliários (emissões públicas ou em caráter privado) emitidos por empresas que
operam no Mercado de Capitais.
O Limite Operacional constitui o valor máximo ao qual o banco aceita estar
exposto quando da aquisição de títulos privados, emitidos por instituições
financeiras ou não financeiras, e da participação em Operações Compromissadas.
O Limite Operacional é destinado tanto a operações envolvendo a Tesouraria do
Banrisul, por intermédio da Unidade Financeira, quanto a operações no âmbito da
alocação de recursos de terceiros, por meio da participação dos fundos de
investimento do Banrisul administrados pela Unidade de Administração de
Recursos de Terceiros.
A extensão da análise técnica compreende aspecto econômico-financeiro da
instituição; ambiente econômico; perfil da empresa e de seus controladores;
estudo sobre o conglomerado; e rating externo da instituição. As demonstrações
financeiras podem ser reclassificadas de acordo com critérios que possibilitem
apurar de maneira sistemática as posições de ativos, passivos e de resultados,
para aferir indicadores necessários para ponderação posterior dos limites.
2.1.2 Monitoramento
Na etapa de monitoramento são realizadas análises de aderência dos modelos de
Credit Score e Behaviour Score por meio de técnicas estatísticas de validação. As
análises são apreciadas semestralmente pelos Comitês de Gestão e Diretoria.
Para todos os segmentos de Clientes também são realizadas análises dos
indicadores de atraso, pendência e volume de concessão, em diversas
granularidades e agrupamentos, possibilitando o gerenciamento e o
monitoramento dessas exposições por produto, classificação de risco,
concentração de crédito e agência, entre outros.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
14
Essas análises, realizadas periodicamente, visam o monitoramento de risco de
crédito e o acompanhamento do desempenho comercial do Banco em relação às
suas operações de crédito, compatibilizando com as tendências de mercado,
objetivando assegurar o cumprimento das diretrizes, minimizando o risco de
desconexão entre a decisão e a execução.
As análises consolidadas com proposição de ajustes nas políticas vigentes, se
necessário, de acordo com as responsabilidades dos órgãos componentes, são
apreciados mensalmente pelos Comitês decisórios e Diretoria. Além disso,
periodicamente são reportados, às instâncias decisórias, relatórios gerenciais da
carteira de crédito do Banco para monitoramento dos volumes alocados e índices
de pendências.
A provisão para fazer frente aos créditos de liquidação duvidosa é constituída
mensalmente de acordo com a Resolução nº 2.682/99 do Conselho Monetário
Nacional. Desde dez/2008 o Banrisul provisiona valor adicional com vistas à
cobertura de possíveis eventos não capturados pelo modelo de rating de clientes.
Além disso, são realizados Testes de Estresse da Carteira de Crédito a fim de
estimar o capital exigido e o impacto das provisões adicionais no Índice de Basileia
da Instituição, em simulações de cenários adversos.
2.1.3 Controle e Mitigação
O monitoramento por meio de ferramentas de Gestão da Carteira de Crédito está
diretamente relacionado ao controle e a mitigação do risco de crédito, pois, a
partir destes se verificam comportamentos passíveis de intervenção.
A exposição ao risco de crédito é mitigada por meio da estruturação de garantias
e da precificação, adequados ao nível de risco a ser incorrido às características do
tomador e operação no momento da concessão.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
15
Na precificação do segmento de varejo, é considerada a inadimplência do produto
para depurar a taxa e averiguar o resíduo. No segmento corporativo a precificação
da Mesa de Negócios considera o rating do cliente.
O Banco administra, limita e controla concentrações de risco de crédito, dentre os
procedimentos adotados, pode-se destacar:
A Administração estrutura os níveis de risco que assume, estabelecendo
limites sobre a extensão de risco aceitável com relação a um devedor
específico, a grupos de devedores e a segmentos da indústria. Esses riscos
são monitorados rotativamente e sujeitos a revisões anuais ou mais
frequentes, quando necessário. Os limites sobre o nível de risco de crédito
por produto e setor da indústria são aprovados pela Diretoria e pelo
Conselho da Administração, se for o caso;
A exposição a qualquer tomador de empréstimo, inclusive os agentes
financeiros, no caso de contraparte, é adicionalmente restrita por sublimites
que cobrem exposições registradas e não registradas no balanço
patrimonial. As exposições reais, de acordo com os limites estabelecidos,
são controladas mensalmente;
A exposição ao risco de crédito é também administrada por meio de análise
regular dos tomadores de empréstimos, efetivos e potenciais, quanto aos
pagamentos do principal e dos juros e da alteração dos limites, quando
apropriado.
O Banco implementa orientações e políticas já consolidadas sobre a aceitação de
classes específicas de garantias ou mitigação de risco, firmadas nos contratos de
empréstimos ou financiamentos, como, por exemplo, o direito de vender ou
reapresentar a garantia na ausência de cumprimento por parte do devedor de
suas obrigações, sendo as mesmas avaliadas e analisadas no momento da
concessão do crédito. Para as garantias de recebíveis observa-se a seletividade, a
concentração e a validação dos sacados e demais parâmetros da política de
crédito para o produto e a respectiva garantia.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
16
A exposição máxima de risco de crédito corresponde ao montante total do
compromisso firmado entre as partes. Ainda, cabe salientar que o Banrisul efetua
o controle de todas as garantias contratadas, com destaque nas operações que
possuem o mitigador de garantias de títulos de crédito, efetuando a gestão
durante todo o andamento da operação, recompondo a garantia quando assim se
fizer necessário durante a vigência da operação/contrato, baixando o excedente
quando de seu encerramento.
O Banrisul emprega a tomada de garantias sobre a liberação de recursos como
uma das medidas de mitigação de risco de crédito, que é uma prática tradicional e
costumeira dentro do mercado financeiro. Usualmente, para tal controle, o Banco
tem admitido o recebimento de garantias de natureza real e fidejussória,
obedecendo às peculiaridades inerentes ao tipo de contrato e linha de crédito.
Para os casos de execução das garantias atreladas a um contrato insolvente, o
Banco realiza a devida retomada dos bens garantidos pela contraparte, realizando,
posteriormente, a venda dos mesmos através de leilões, obedecendo aos prazos
determinados pelo Banco Central. Ainda, são contabilizados em Regime Especial,
conforme definições encontradas no Plano Contábil das Instituições do Sistema
Financeiro Nacional – COSIF.
Excepcionalmente, a garantia pode ser considerada de difícil conversão em valores
monetários. Essa contextualização leva em conta a ocorrência de contingências
que impossibilitem a realização dessa garantia, como, por exemplo, a ocorrência
de fenômenos naturais, a obsolescência e/ou deterioração desses bens, tornando
inviável a sua liquidez no mercado.
Em relação aos Instrumentos Financeiros Derivativos, o Banco não possui
operações em sua carteira em 31 de Dezembro de 2011.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
17
2.2 Exposições ao Risco de Crédito
Nesta sessão apresentam-se dados quantitativos relativos às exposições ao risco
de crédito, demonstrando-se o montante das exposições relativo aos últimos cinco
trimestres.
2.2.1 Montante das Exposições ao Risco de Crédito
A seguir apresenta-se o valor total das exposições e valor da exposição média no
trimestre:
Tabela 1 - Valor total das exposições e valor da exposição média
Conglomerado Financeiro
R$ Milhares dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10
Total das Exposições* 22.553.514,0 21.898.649,6 21.008.480,0 20.117.185,4 19.181.977,9
Média do Trimestre 22.087.903,8 21.747.552,1 20.705.568,8 19.783.042,4 18.939.679,9
* Contempla as operações de crédito, arrendamento mercantil, compromissos após aplicação do fator de
conversão, adiantamentos e garantias prestadas.
Observa-se que as exposições a risco de crédito do Conglomerado Financeiro
passaram de R$ 19.181.977,9 mil em Dezembro de 2010 para R$ 22.553.514,0
mil em Dezembro de 2011, incremento de 17,5% no período. A média trimestral
que era de R$ 18.939.679,9 mil em Dezembro de 2010 apresentou no quarto
trimestre de 2011, R$ 22.087.903,8 mil, aumento de 16,6% no período.
Aumentos estes justificados pelo crescimento da carteira de crédito da instituição.
2.2.2 Percentual das Exposições dos Dez Maiores Clientes
A evolução trimestral do percentual das exposições dos dez maiores Clientes em
relação ao total das operações com características de concessão de crédito segue
na tabela 2:
Tabela 2 - Percentual dos dez maiores clientes
Conglomerado Financeiro
Percentual das exposições
dos dez maiores Clientes
dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10 set/10
12,7% 14,7% 16,1% 14,8% 15,9% 15,4%
Relatório de Gerenciamento de Riscos
18
A exposição dos dez maiores clientes representou no 4º Trimestre de 2011,
12,7% das operações com características de concessão de crédito, apresentando
uma diminuição em relação ao mesmo período de 2010, quando era de 15,9%.
2.2.3 Montante das Operações em Atraso
O montante das operações em atraso, bruto de provisões e excluídas as operações
já baixadas para prejuízo, segregado por faixas de atraso pode ser verificado na
tabela 3:
Tabela 3 - Montante de operações em atraso
Conglomerado Financeiro - R$ Milhões
Faixas de dias de atraso dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10
Atraso até 60 dias 160,7 175,5 147,8 161,2 126,5
Atraso entre 61 e 90 dias 66,9 68,5 62,6 61,1 30,7
Atraso entre 91 e 180 dias 152,1 175,1 145,9 138,5 115,4
Atraso acima de 180 dias 524,7 527,6 448 459,4 381,8
Total 904,41 946,6 804,3 820,2 654,4
Embora se observe incremento no montante de operações em atraso em
Dezembro de 2011 com relação a Dezembro de 2010, o que reflete a
movimentação do mercado em relação à evolução dos níveis de inadimplência, já
no mês de Dezembro de 2011 verificou-se redução de 4,5%, passando o atraso de
R$ 946,6 milhões em Setembro de 2011 para R$ 904,4 milhões em Dezembro de
2011.
2.2.4 Operações Baixadas a Prejuízo
A tabela 4 ilustra o fluxo de operações baixadas a prejuízo no trimestre:
Tabela 4 - Fluxo das operações baixadas a prejuízo
Conglomerado Financeiro - R$ Milhões
Data-Base dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10
Perdas 132,5 112,1 84,1 84,4 147,3
Recuperação 36,4 23,1 47,0 19,9 48,8
Perda Líquida 96,1 89,0 37,1 64,5 98,5
*Informações de setembro de 2011 ajustadas em relação à divulgação anterior.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
19
A perda líquida verificada em Dezembro de 2011 foi de R$ 96,1 milhões, redução
de R$ 2,4 milhões em relação a Dezembro de 2010.
2.2.5 Montante de Provisões
O montante de provisões para perdas relativas às exposições na Carteira de
Crédito pode ser verificado no gráfico 1.
Gráfico 1 - Composição da Provisão para Operações de Crédito – Dez/2011
As operações de crédito somaram R$ 20.393,2 milhões em Dezembro de 2011
contra R$ 17.033,2 milhões em Dezembro de 2010, aumento de 19,7% no
período. As provisões para perdas com operações de crédito do Conglomerado
Financeiro, foram de R$ 1.101,9 milhões, equivalente a 6,47% do total da carteira
de crédito em Dezembro de 2010. Em Dezembro de 2011, o estoque de provisões
alcançou R$ 1.317,7 milhões, representando 6,46% da carteira.
2.2.6 Exposição por Fator de Ponderação de Riscos
Demonstram-se, na tabela 5, as exposições ao risco de crédito, segmentadas
pelos fatores de ponderação, utilizados no cálculo da parcela de alocação de
capital do risco de crédito:
dez/10 mar/11 jun/11 set/11 dez/11
17.033,2 17.939,6 18.809,3 19.654,7 20.393,2
1.101,9 1.156,0 1.214,7 1.284,6 1.317,7
Operações de Crédito Provisão para Devedores Duvidosos
R$
Milh
õe
s
6,47% 6,44% 6,46% 6,54% 6,46%
Relatório de Gerenciamento de Riscos
20
Tabela 5 - Exposição por fator de ponderação de riscos
Conglomerado Financeiro
R$ Milhares dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10
Total das Exposições* 22.553.514,0 21.898.649,6 21.008.480,0 20.117.185,4 19.181.977,9
FPR de 20% - - - 0,2 29,3
FPR de 35% 297.791,6 286.444,6 282.295,0 269.596,4 261.985,7
FPR de 50% 2.791.043,8 3.156.389,2 3.120.716,1 2.891.663,8 2.847.634,4
FPR de 75% 10.022.411,5 9.101.461,3 10.030.082,8 9.778.278,4 9.269.544,4
FPR de 100% 9.042.803,1 8.013.462,6 7.575.386,1 7.177.646,5 6.802.784,1
FPR de 150% 228.989,0 1.340.891,8 - - -
FPR de 300% 170.475,1 - - - -
* Contempla as operações de crédito, arrendamento mercantil, adiantamentos, compromissos após aplicação do
fator de conversão e prestação de garantias.
As exposições a risco de crédito do Conglomerado Financeiro passaram de R$
19.181.977,9 mil em Dezembro de 2010 para R$ 22.553.514,0 mil em Dezembro
de 2011, crescimento de 17,5%, concentrando os maiores volumes no ponderador
75% referente às operações de varejo, seguido pelo ponderador de 100%, de não
varejo.
2.2.7 Parcela de Risco de crédito, Segmentada por Fator de Ponderação de Riscos.
O valor da parcela PEPR (referente às exposições ponderadas pelo fator de
ponderação de risco a elas atribuído) do PRE, segmentado pelos fatores de
ponderação de risco (FPR), de acordo com os artigos 11 a 16 da Circular nº 3.360,
de 12 de setembro de 2007, do Conglomerado Financeiro e do Consolidado
Econômico-Financeiro segue na tabela 6 abaixo.
Tabela 6 - Parcela de risco de crédito segmentada por fator de ponderação de riscos – Conglomerado Financeiro
Conglomerado Financeiro R$ Milhões
Fator de Ponderação de
Risco dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10
20% 16,4 20,0 19,3 18,0 13,9
35% 11,5 11,0 10,9 10,4 10,1
50% 161,2 181,4 188,5 180,9 164,6
75% 826,8 750,9 827,4 806,7 764,7
100% 1.260,2 1.152,3 1.103,9 1.055,6 1.020,5
150% 37,8 221,2 - - -
300% 56,3 - - - -
Total PEPR 2.370,1 2.336,9 2.150,0 2.071,6 1.973,9
Relatório de Gerenciamento de Riscos
21
A parcela de alocação de capital referente às exposições ponderadas pelo fator de
ponderação de risco de crédito do Conglomerado Financeiro passou de R$ 1.973,9
milhões em Dezembro de 2010 para R$ 2.370,1 milhões em Dezembro de 2011.
Mesmo não sendo o ponderador com o maior volume exposição ao risco de
crédito, o capital a ser alocado está com maior concentração no ponderador de
100%. Observa-se redução significativa na exposição do ponderador de 150%, e
exposições com o ponderador de 300%, reflexo da Circular 3.563 de 11 de
novembro de 2011, que alterou a abrangência do primeiro e criou o segundo.
A tabela 7 demonstra a parcela de risco de crédito segmentada por fator de
ponderação de riscos do Consolidado Econômico Financeiro, que segue a mesma
evolução do Conglomerado Financeiro.
Tabela 7 - Parcela de risco de crédito segmentada por fator de ponderação de riscos – Consolidado Econômico
Financeiro
Consolidado Econômico-Financeiro R$ Milhões
Fator de Ponderação
de Risco dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10
20% 16,4 20,0 19,3 18,0 13,9
35% 11,5 11,0 10,9 10,4 10,1
50% 161,2 181,4 188,4 180,9 164,6
75% 826,8 750,9 827,5 806,7 764,7
100% 1.261,5 1.162,8 1.113,8 1066,5 1.030,5
150% 37,8 221,2 - - -
300% 56,3 - - - -
Total PEPR 2.371,3 2.347,3 2.159,9 2.082,4 1.983,8
2.2.8 Instrumentos Mitigadores
Para apuração de alocação de capital da parcela de risco de crédito, a Instituição
não apresentou valores mitigados nos trimestres analisados, por meio dos
instrumentos definidos nos artigos 20 a 22 da Circular nº 3.360 de 2007, editada
pelo Banco Central do Brasil.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
22
2.3 Risco de Crédito da Contraparte
A seguir apresentam-se as informações relativas às exposições ao Risco de
Crédito da Contraparte. Inicialmente são demonstradas as informações referentes
ao valor positivo bruto dos contratos sujeitos ao Risco de Crédito da Contraparte.
2.3.1 Valor Positivo Bruto dos Contratos Sujeitos ao Risco de Crédito da
Contraparte
Os valores positivos brutos dos contratos sujeitos ao Risco de Crédito da
Contraparte apresentados na tabela 8 incluem derivativos, operações a liquidar,
empréstimos de ativos e operações compromissadas. Destes, desconsidera-se os
valores positivos relativos a acordos de compensação, conforme definidos na
Resolução nº 3.263 do CMN, de 24 de fevereiro de 2005.
Tabela 8 - Valor positivo bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito da contraparte - Conglomerado
Financeiro
Conglomerado Financeiro R$ Milhões
Risco de Crédito da
Contraparte
dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10
4.353,0 5.141,1 4.899,2 4.150,0 4.144,4
Observa-se que o volume bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito da
contraparte em Dezembro de 2010 totalizava R$ 4.144,4 milhões, passando para
R$ 4.353,0 milhões em Dezembro de 2011, acréscimo de 5,03% no período. Na
tabela 9, constam os valores brutos do Consolidado Econômico-Financeiro.
Tabela 9 - Valor positivo bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito da contraparte - Consolidado Econômico
Financeiro
Consolidado Econômico - Financeiro R$ Milhões
Risco de Crédito da
Contraparte
dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10
4.371,8 5.160,3 4.918,0 4.168,4 4.162,8
Denota-se que o volume bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito da
contraparte, do Consolidado Econômico Financeiro, totalizava em Dezembro de
2010 R$ 4.162,8 milhões, passando para R$ 4.371,8 milhões em Dezembro de
2011, acréscimo de 5% no período.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
23
2.3.2 Valores Positivos relativos a acordos de Compensação
No período de apuração para a divulgação deste relatório, o Banrisul não
apresentou valores positivos relativos a acordos para compensação e liquidação de
obrigações, conforme definidos na Resolução nº 3.263 do Conselho Monetário
Nacional de 2005.
2.3.3 Exposição Global Líquida a Risco de Crédito da Contraparte
Os valores positivos brutos dos contratos sujeitos ao Risco de Crédito da
Contraparte incluem os derivativos, as operações a liquidar, os empréstimos de
ativos e as operações compromissadas. A exposição líquida é calculada a partir
destes saldos, apresentando o resultado na tabela 10, a seguir:
Tabela 10 - Exposição global líquida a risco de crédito da contraparte - Conglomerado Financeiro
Conglomerado Financeiro R$ Milhões
Risco de Crédito da
Contraparte
dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10
1.551,1 1.735,7 1.206,2 1.145,3 1.384,4
Constata-se que a exposição global líquida a Risco de Crédito da Contraparte em
Dezembro de 2010 totalizava R$ 1.384,4 milhões, passando para
R$ 1.551,1 milhões em Dezembro de 2011, acréscimo de 12,04%. Os valores
líquidos do Consolidado Econômico-Financeiro são apresentados na tabela 11.
Tabela 11 - Exposição global líquida a risco de crédito da contraparte - Consolidado Econômico Financeiro
Consolidado Econômico - Financeiro R$ Milhões
Risco de Crédito da
Contraparte
dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10
1.569,9 1.754,9 1.225,0 1.163,7 1.402,7
Verifica-se que a exposição global líquida a Risco de Crédito da Contraparte em
Dezembro de 2010 totalizava R$ 1.402,7 milhões, passando para
R$ 1.569,9 milhões em Dezembro de 2011, acréscimo de 11,9%.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
24
2.4 Cessões de Crédito e TVM oriundos de processo de securitização
Em relação ao fluxo das exposições cedidas com transferência substancial dos
riscos, aos benefícios oriundos destas transferências, e dos saldos de exposições
cedidas sem transferência e sem retenção substancial dos riscos e benefícios, a
Instituição não apresentou movimentos nos trimestres analisados.
Quanto ao fluxo das exposições cedidas com retenção substancial dos riscos e
benefícios, que foram baixadas para prejuízo e o saldo de exposições cedidas com
retenção substancial dos riscos e benefícios, a Instituição também não apresentou
movimentação.
O valor total das exposições decorrentes da aquisição de títulos ou valores
mobiliários oriundos de processo de securitização segue tabela 12:
Tabela 12 - Exposições decorrentes da aquisição de títulos ou valores mobiliários oriundos do processo de
securitização
Conglomerado Financeiro R$ Mil
Exposições em Certificados de
Recebíveis Imobiliários
dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10
2.428,0 2.550,7 2.871,7 2.765,6 2.637,5
As operações de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) totalizaram em
Dezembro de 2011 R$ 2.428,0 mil, apresentando redução de 7,9% em relação a
Dezembro de 2010.
O fluxo de recebíveis constituídos de aluguéis lastreia a emissão dos Certificados
de Recebíveis Imobiliários. A classe dos títulos ou valores mobiliários, no que se
refere à subordinação dessas às demais, para efeito de resgate é sem
subordinação.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
25
3 RISCO DE MERCADO E LIQUIDEZ
3.1 Risco de Mercado
O Risco de Mercado é definido como sendo a probabilidade de ocorrência de
impactos negativos nos resultados ou no capital, devido a movimentos nos preço
de mercado dos instrumentos financeiros, provocados por flutuações em cotações
de ações, preços de mercadorias, taxas de juro, taxas de câmbio.
Entre os eventos de risco de mercado, incluem-se os riscos das operações sujeitas
às variações das taxas de juros, cambial, dos índices de preços, dos preços de
ações e dos preços de commodities.
O risco de mercado da Instituição é identificado, mensurado, mitigado e
gerenciado cuidadosamente. A organização possui perfil de exposição a risco de
mercado conservador, onde as diretrizes e limites são monitorados diariamente e
de forma independente. Com todos estes cuidados a organização busca estar
alinhada com as melhores práticas internacionais de mercado, regulamentações
locais e do Comitê de Supervisão Bancaria de Basileia.
3.1.1 Gerenciamento do Risco de Mercado
O controle do risco de mercado do Banrisul e das demais empresas que fazem
parte do Consolidado Econômico Financeiro é centralizado em unidade específica e
independente das áreas de negócios para que os processos sejam mapeados,
classificados e consolidados de acordo com as características das exposições, em
conformidade com as recomendações da Resolução n.º 3.464/2007 do Conselho
Monetário Nacional e Circular n.º 3.354/2007 do Banco Central do Brasil.
Alinhado às melhores práticas de gestão de risco de mercado e atendendo ainda
as recomendações e normas dos órgãos reguladores, o Banrisul investe de forma
estruturada no aperfeiçoamento dos processos sistêmicos e das práticas de
gestão, seguindo padrões de mercado e estratégias definidas pela alta
administração.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
26
O processo de Gestão de Riscos do Consolidado Econômico Financeiro do Banrisul
conta com a participação de todas as camadas hierárquicas da Instituição,
abrangendo desde as unidades de negócio até a Diretoria e o Conselho de
Administração.
3.1.1.1 Política de Risco de Mercado
A Política de Gerenciamento de Risco de Mercado do Banrisul tem como objetivo
estabelecer padrões adequados de gestão que garantam aos acionistas os
princípios e as ações estratégicas de negócios, abrangendo produtos, serviços,
atividades, processos e sistemas, bem como limites de exposições para carteira de
negociação - trading book e carteira de não negociação - banking book.
Outro objetivo desta política é cumprir as exigências de normativos do regulador
quanto à alocação de capital regulatório e monitorar o consumo de capital, no
intuito de assegurar as melhores práticas de gerenciamento de risco de mercado.
O Banrisul adota um Sistema de Decisão Colegiada, para facilitar a sua adequação
às normas de controles estabelecidas pelo CMN, através da Resolução nº
3.464/07. As decisões estratégicas do Banco, relativas ao Risco de Mercado,
envolvem todas as unidades de negócios, sendo discutidas em reuniões internas e
Comitês, e submetidas à Diretoria e ao Conselho de Administração. Sua gestão é
realizada por meio de modelos e ferramentas que permitem o efetivo controle e
gerenciamento das posições diárias, de acordo com determinados perfis e níveis
de risco definidos na Política de Risco de Mercado.
Os limites para as exposições sujeitas a risco de mercado estão segregados de
acordo com a Circular nº 3.354/07, do Banco Central do Brasil, nas categorias
Trading e Banking book e foram estabelecidos e aprovados pela Diretoria e pelo
Conselho de Administração.
A Política Institucional de Gerenciamento de Risco de Mercado deve ser aplicada
ao Consolidado Econômico Financeiro (Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A.,
a Banrisul S.A. Corretora de Valores Mobiliários e Câmbio, a Banrisul S.A.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
27
Administradora de Consórcios, a Banrisul Armazéns Gerais S.A. e a Banrisul
Serviços Ltda).
3.1.1.2 Estrutura de Gerenciamento do Risco de Mercado
A estrutura de gerenciamento do risco de mercado prevê:
Políticas e estratégias para o gerenciamento do risco de mercado
claramente documentadas, que estabeleçam limites operacionais e
procedimentos destinados a manter a exposição ao risco de mercado em
níveis considerados aceitáveis pela instituição;
Sistema para medir, monitorar e controlar a exposição ao risco de mercado,
tanto para as operações incluídas na carteira de negociação quanto para as
demais posições, abrangendo todas as fontes relevantes de risco de
mercado e gerar relatórios tempestivos para a diretoria da Instituição;
Realização, com periodicidade mínima anual, de testes de avaliação dos
sistemas de Gerenciamento de Risco de Mercado;
Realização de simulações de condições extremas de mercado (testes de
estresse), inclusive da quebra de premissas, cujos resultados devem ser
considerados ao serem estabelecidas ou revistas as políticas e limites para
a adequação de capital.
3.1.2 Modelos de mensuração do Risco de Mercado
O Banrisul monitora o risco de mercado das suas operações por meio da utilização
de metodologias como o Value at Risk (VaR) e pela realização de análise de
sensibilidade das carteiras. As metodologias de mensuração das exposições
sujeitas a risco de mercado contemplam as seguintes métricas:
Marcação a Mercado: para realizar o cálculo do valor de mercado dos
ativos e passivos do Consolidado Econômico Financeiro, são utilizados os
Relatório de Gerenciamento de Riscos
28
preços capturados diariamente na ANBIMA – Associação Brasileira das
Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais e na BM&FBOVESPA S.A. –
Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros. A partir destes preços, é aplicada
a função de interpolação cubic spline natural (ano em 252 dias úteis) para a
obtenção das taxas de juros nos prazos das operações, intermediários aos
vértices apresentados.
Value at Risk: O Banco utiliza a metodologia do VaR para a mensuração
do risco das operações classificadas na carteira banking e nas operações da
carteira trading com fator de risco em taxa prefixada conforme modelo
padronizado definido pelo Bacen na Circular n.º 3.361/07.
Maurity ladder: Nas operações referenciadas em cupom de moeda
estrangeira, índice de preços e taxa de juros este é o modelo utilizado,
conforme definido pelo BACEN nas Circulares nos 3.362, 3.363 e 3.364 de
2007.
Análise de Sensibilidade: A análise de sensibilidade é realizada
trimestralmente ou em situações adversas, por meio da aplicação de
cenário específico para cada fator de risco, com objetivo de quantificar os
impactos sobre as carteiras.
Testes de Estresse: Os testes de estresse para as exposições da carteira
de não negociação, de acordo com as definições do Bacen, são realizados
por meio da estimação do percentual de variação do valor de mercado da
carteira banking em relação ao Patrimônio de Referência, com a utilização
de choque compatível com o 1º e 99º percentis de uma distribuição
histórica de variações nas taxas de juros, considerando holding period de 1
ano e o período de observação de 5 anos, conforme requerido na Circular
nº 3.365/07. Também é estimada a quantidade de pontos-base de choques
paralelos de taxa de juros necessários para acarretar reduções do valor de
mercado da carteira de não negociação correspondente a 5%, 10% e 20%
do Patrimônio de Referência.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
29
3.1.2.1 Carteira trading
A carteira trading consiste nas operações com instrumentos financeiros e
mercadorias, inclusive derivativos, detidas com a intenção de negociação ou
destinadas a hedge e que não estejam sujeitas à limitação de sua negociabilidade.
A carteira de negociação deve ser composta por operações detidas com intenção
de negociação e destinadas a: (i) revenda; (ii) obtenção de benefícios dos
movimentos de preços, efetivos ou esperados; ou (iii) realização de arbitragem.
A composição da carteira de negociação deve estar aderente ao nível de liquidez
requerido pelo Banrisul, ao plano de contingência da política de gestão de liquidez,
e à venda eventual de ativos da carteira comercial, em função de oportunidades
de mercado, exceto as operações intra-day realizadas pela tesouraria com os
seguintes limites de classificação:
a) Títulos e Valores Mobiliários: máximo de 50% do total da carteira;
b) Operação de Crédito: máximo de 15% do total da carteira;
c) Todas as operações em derivativos destinadas a hedge para carteira de
negociação.
3.1.2.2 Carteira banking
A carteira banking consiste nas operações financeiras ativas e passivas negociadas
pelo Banrisul, por meio de sua rede de agências ou demais áreas de negócios,
cuja contraparte seja um cliente.
Ou seja, parte da carteira comercial, o crédito rural, crédito habitacional e crédito
de desenvolvimento, por se tratarem de carteiras estruturais advindas de
crescimento orgânico do Banco; e, ainda, o FCVS (Fundo de Compensação de
Valores Salariais), bem como, a carteira de títulos mantidos até o vencimento,
com intenção de aplicação dos recursos adicionais captados nas operações com
Relatório de Gerenciamento de Riscos
30
clientes. Para tanto, a carteira de não negociação (banking book) do Banrisul e de
suas dependências no exterior poderá incluir parte:
a) Da carteira de títulos: títulos emitidos pelo tesouro nacional classificados até o
vencimento, incluídos os securitizados a qualquer título; títulos emitidos pelo
Banco Central do Brasil; debêntures; notas promissórias; certificado de recebíveis
imobiliários; cotas de fundos imobiliários; ações; títulos da dívida externa
brasileira e títulos de governos estrangeiros.
b) Da carteira de crédito comercial; totalidade do crédito rural, habitacional e
desenvolvimento.
Parâmetro de limites de classificação:
Títulos e Valores Mobiliários: mínimo de 50% do total da carteira;
Operação de Crédito: mínimo de 85 % do total da carteira;
Todas as operações em derivativos destinadas a hedge para carteira estrutural.
3.1.3 Controle e Acompanhamento
3.1.3.1 Comunicação Interna
No intuito de que a informação oriunda da área responsável pelo gerenciamento
de riscos de mercado e liquidez alcance a amplitude devida, são disponibilizados
aos membros da alta administração, aos comitês e ás áreas de negócios,
relatórios produzidos diariamente para acompanhamento das exposições
potenciais e tomada de decisão.
Adicionalmente, é produzido e disponibilizado o Relatório Mensal de Risco de
Mercado, o qual é submetido à Diretoria e ao Conselho de Administração,
destacando-se neste documento os principais itens das exposições sujeitas a risco
de mercado e liquidez do Banrisul.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
31
Compete ao Comitê de Tesouraria:
Estudos e propostas para gestão da liquidez e de mercado;
Estratégias para correção de eventuais desequilíbrios entre ativos
negociáveis e passivos exigíveis;
Estratégias de gestão da carteira própria, de modo a minimizar o risco de
liquidez e de mercado;
Estratégias de gestão de aplicações em títulos e valores mobiliários, de
modo a rentabilizar o ativo;
Propostas de investimento, quando se tratar de títulos e valores mobiliários
privados;
A classificação (trading book e banking book) dos ativos adquiridos;
Outras deliberações no âmbito das operações de tesouraria e da gestão do
risco de mercado e liquidez.
Compete ao Comitê de Gestão de Riscos Corporativos:
Aprovar metodologias aplicadas na mensuração de riscos;
Assegurar a correta aplicação das políticas de gerenciamento de risco de
crédito, de mercado, de liquidez e operacional;
Aprovar limites de exposição pelo nível adequado de risco;
Comunicar à Diretoria e ao Conselho de Administração as posições de risco
do Banco e alocação de capital;
Avaliar e monitorar a tendência a risco da Instituição frente aos objetivos
estratégicos, garantindo o alinhamento entre ambos;
Definir mecanismos para melhora contínua da cultura de riscos;
Realizar a gestão estratégica do risco de crédito, de mercado, de liquidez e
operacional;
Deliberar sobre a política de gestão de risco de crédito, de mercado, de
liquidez e operacional, praticar os demais atos e exercer as demais
competências que lhe sejam atribuídas pela Diretoria.
3.1.4 Análise do Risco de Mercado
O comportamento dos mercados financeiros no quarto trimestre de 2011 foi
extremamente volátil devido, principalmente, a situação em que se encontra a
Relatório de Gerenciamento de Riscos
32
economia europeia. A desconfiança em relação aos bancos e a política fiscal dos
governos europeus geraram rebaixamento nas expectativas de crescimento
global.
No mês de outubro, certo grau de otimismo percorreu os mercados graças às
decisões tomadas pelas autoridades monetárias europeias. A redução de 50% do
valor dos títulos da Grécia detidos pelo setor privado, fato que praticamente
garantiu a permanência do país na Zona do Euro, a alavancagem concedida ao
Fundo de Estabilidade Europeu (EFSF) e o plano de recapitalização dos bancos são
os principais fatores que levaram os mercados a acreditar em uma melhora na
situação econômica da região.
Em Novembro, ocorreu uma reversão dessa tendência favorecida pela falta de
definição sobre os detalhes das medidas a serem tomadas para combater a crise
que se instalava em território europeu. Além disso, o rating de Portugal foi
reduzido e um ajuste fiscal muito rígido foi implementado na Itália.
Esses fatos foram fortalecidos ainda com o aumento das taxas de juros dos títulos
de muitos países, causando assim pressão sob os setores financeiros da Europa e
dos Estados Unidos, gerando perdas em períodos de maior volatilidade. Pode-se
também evidenciar que os rendimentos de papéis de longo prazo da região
aumentaram no trimestre, com destaque para a expansão de 0,60% para 3,52%
no rendimento dos títulos franceses.
O Banco Central Europeu também manteve as compras de bônus soberano no
mercado secundário, em especial aos papéis de Itália e Espanha, porém, essas
medidas tomadas pelo BCE mostraram-se insuficientes.
No mês de dezembro, o mercado continuou com uma postura pessimista em
relação aos países da zona do Euro. Um dos principais motivos foi à rejeição da
Alemanha em aumentar o limite do mecanismo europeu de reserva que hoje beira
os 500 bilhões de Euros.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
33
Foi definido ainda em dezembro pelo BCE que um mecanismo permanente de
resgate irá substituir a Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF) já em
julho de 2012 e um empréstimo de 200 bilhões de euros junto ao FMI. Essas
medidas, em conjunto com o incentivo do BCE aos bancos privados para que
esses realizem operações de empréstimos a uma baixa taxa de juros, buscam
tranquilizar o mercado aquecendo a economia. Porém, tanto os bancos quanto as
famílias tendem a permanecer cautelosas quanto ao futuro e isso faz com que as
pessoas evitem tomar empréstimos.
Na economia brasileira, o destaque do quarto trimestre de 2011 deu-se a partir da
decisão do Comitê de Política Monetária (COPOM), que reduziu a taxa SELIC para
11% ao ano. O grande objetivo dos expressivos cortes da taxa de juros é diminuir
os efeitos da crise internacional.
Também, em dezembro de 2011, o Brasil passou a ocupar o posto de sexta maior
economia do mundo, superando o Reino Unido, de acordo com o Centro de
Pesquisa de Economia e Negócios (CEBR). Outro fato importante deste trimestre
na economia brasileira foi o aumento do salário mínimo, que agora é de R$
622,00, representando um impacto direto nos gastos públicos de 23,9 bilhões
para o ano de 2012 e, em torno de R$ 47 bilhões na economia brasileira.
3.1.4.1 Análise de Sensibilidade da Carteira Trading
Buscando aprimorar a gestão de riscos e estar em conformidade com as práticas
de governança corporativa e atender as exigências da Instrução Normativa CVM
nº 475 de 17 de dezembro de 2008, o Banrisul realiza análise de sensibilidade das
suas posições classificadas na carteira de negociação. Foram aplicados choques
para mais e para menos nos seguintes Cenários: 1% (Cenário 1), 25% (Cenário
2) e 50% (Cenário 3), conforme a seguir.
Cenário 1: Situação provável. Foi considerada como premissa a
deterioração de 1% nas variáveis de risco de mercado, levando-se em
consideração as condições existentes em 30/12/2011.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
34
Cenário 2: Situação possível. Foi considerada como premissa a elevação de
25% nas variáveis de risco de mercado, levando-se em consideração as
condições existentes em 30/12/2011.
Cenário 3: Situação remota. Foi considerada como premissa a elevação de
50% nas variáveis de risco de mercado, levando-se em consideração as
condições existentes em 30/12/2011.
A tabela abaixo apresenta a maior perda esperada considerando os cenários 1,2 e
3 e suas variações para mais e menos. Para o Fator de Risco “Moeda Estrangeira”,
foi considerada a cotação de R$ 1,88 de 30/12/2011 (PTAX - BACEN).
Tabela 13 – Valores resultantes do Teste de Sensibilidade
Conglomerado Financeiro - R$ Milhões
Fator de Risco dez/11 set/11
Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3
Taxa de juros 178 4.386 8.652 214 5.259 10.350
Moedas 1.120 28.009 56.017 730 18.258 36.517
Ações 128 3.201 6.402 113 2.820 5.640
Total 1.426 35.596 71.071 1.057 26.337 52.507
Onde:
Taxa de Juros – Exposições sujeitas a variações de taxas de juros pré-fixadas e
cupons de taxas de juros.
Moeda Estrangeira – Exposições sujeitas à variação cambial.
Renda Variável – Exposições sujeitas à variação do preço de ações.
Analisando-se os resultados de Dezembro de 2011, pode se identificar no Fator de
Risco “Moedas Estrangeiras” a maior perda esperada, que representa
aproximadamente 79% de toda a perda esperada para os três cenários.
Do Cenário 1 para o Cenário 2, observa-se um crescimento de 96% da maior
perda espera considerando o total de exposição de todos os fatores de risco. Do
Cenário 2 para o Cenário 3, a variação é de 50%. A maior perda esperada nestes
Cenários do Teste de Sensibilidade, ocorre no Cenário 3 (50%), no valor total de
R$ 71.072 mil.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
35
A análise apresentada representa as exposições que poderão impactar de forma
relevante sobre os resultados da instituição. Ressalta-se que os valores
apresentados revelam os impactos de cada cenário numa posição estática da
carteira. O mercado é muito dinâmico e volátil, alterando posições de maneira
contínua e por isso não obrigatoriamente refletem a posição demonstrada no
Teste de Sensibilidade.
Também é importante entender que a organização possui processo de gestão
contínua e ininterrupta que procura através do dinamismo de mercado, mitigar os
riscos associados, com as estratégias definidas pela Alta Administração. Em casos
de alerta, ações proativas são tomadas para minimizar possíveis impactos
negativos, maximizando a relação entre o risco versus retorno.
3.1.4.2 VaR das Exposições a Risco de Mercado da Carteira Trading
Tabela 13 – VaR das Exposições a Risco de Mercado – Carteira Trading
Conglomerado Financeiro - R$ Milhões
Fator de Risco dez/11
Taxas de Juros Prefixadas 1,22
Cupom Cambial -
Cupom de Índice de preços -
Cupom de Taxas de Juros - TR -
Total 1,22
3.1.4.3 VaR das Exposições a Risco de Mercado da Carteira Banking
Tabela 14 – VaR das Exposições a Risco de Mercado – Carteira Baking
Conglomerado Financeiro - R$ Milhões
Fator de Risco dez/11
Taxas de Juros Prefixadas 79,8
Cupom Cambial 6,1
Cupom de Índice de preços 0,6
Cupom de Taxas de Juros - TR 55,5
Total 141,9
Relatório de Gerenciamento de Riscos
36
Gráfico 2 - VaR da Carteira Banking - R$ Milhões
3.1.4.4 Resumo de VaR global em 2011
A tabela a seguir demonstra o resultado do VaR Global Consolidado, abrangendo
as carteiras trading e banking, na posição em 31 de dezembro de 2011.
Tabela 15 – Carteira Trading e Baking
Conglomerado Financeiro - R$ Milhões
Fator de Risco dez/11
Taxas de Juros Prefixadas 80,9
Cupom Cambial 6,1
Cupom de Índice de preços 0,6
Cupom de Taxas de Juros - TR 55,5
Total 143,2
3.2 Risco de Liquidez
O Risco de Liquidez é definido como a possibilidade de ocorrência de desequilíbrios
entre ativos negociáveis e passivos exigíveis – “descasamentos” entre
pagamentos e recebimentos que possam afetar a capacidade financeira levando-
se em consideração as diferentes moedas e prazos de liquidação de seus direitos e
obrigações, à medida que as mesmas vencem.
O risco de liquidez dos negócios bancários pode ter a sua origem no momento em
que estes são gerados, ocasionados pelas dificuldades na captação de recursos
set/11 out/11 nov/11 dez/11
379
261
138 142 RS
Milh
õe
s
Relatório de Gerenciamento de Riscos
37
para financiar os ativos, conduzindo, normalmente, a acréscimo dos custos de
captação, podendo implicar, também, uma restrição do crescimento dos ativos; ou
pelas dificuldades na liquidação das obrigações para com terceiros, induzidas por
descasamentos significativos entre os prazos de vencimento residual de ativos e
passivos.
3.2.1 Processo de Gerenciamento de Risco e Liquidez
Em busca das melhores práticas adotadas pelo sistema financeiro e aderência às
recomendações do Comitê da Basileia, o Banrisul estabelece limites operacionais
para o Risco de Liquidez consistente com as estratégias de negócios do banco,
para os instrumentos financeiros e demais exposições, cujos cumprimentos dos
parâmetros de grandeza são analisados regularmente pelos Comitês de Riscos
Corporativos e de Gestão Bancária e, submetidos a instâncias diretivas, visando a
garantir sua operacionalidade de forma eficaz pelos gestores.
A gestão da liquidez encontra-se centralizada na Tesouraria e tem como objetivo
manter um nível satisfatório de disponibilidades para fazer face às necessidades
financeiras no curto, médio e longo prazo, tanto em cenário normal como em
cenário de crise, com adoção de ações corretivas, caso necessário.
3.2.2 Modelos de Gestão
a) Controle e Acompanhamento
O Banrisul monitora o risco de liquidez e o risco de mercado de forma conjunta,
observando o fluxo de caixa, advindo das entradas e saídas dos recursos
provenientes das operações financeiras e não financeiras da instituição.
No processo de controle são monitorados os descasamentos oriundos do uso de
passivos de curto-prazo para lastrear ativos de longo-prazo, a fim de evitar
deficiências de liquidez e garantir que as reservas da instituição sejam suficientes
para fazer frente às necessidades de caixa diárias, tanto aquelas cíclicas como não
cíclicas, assim como também as necessidades de longo-prazo; manter níveis
mínimos de ativos com alta liquidez de mercado, juntamente como acesso a
Relatório de Gerenciamento de Riscos
38
outras fontes de liquidez; assegurar uma base de operações de captação (funding)
adequadamente diversificada, que os níveis mínimos exigidos pelos requerimentos
regulatórios sejam cumpridos.
Modelos utilizados para fins de monitoramento da liquidez diária:
Fluxo de Caixa;
Monitoramento do nível de liquidez;
Mapa dos descasamentos por prazos e moedas;
Mapa das carteiras individualizadas, por prazos e moedas;
Mapa da duration, dentre outros.
De modo a evitar valores negativos elevados nos gaps de liquidez nos intervalos
de curto prazo, a instituição procura assegurar permanentemente uma eficiente
gestão de tesouraria. Para fazer face às maturidades mais elevadas,
especialmente as relacionadas ao crescimento do crédito concedido, a Instituição
adota uma política de captação de diferentes tipos de recursos que se adéquam
melhor ao equilíbrio entre os prazos de ativos e passivos e, simultaneamente,
garantam uma maior estabilidade dos recursos de clientes, através do lançamento
de produtos estruturados e de poupança.
A Instituição adota política de não gerar exposição relevante em moedas
estrangeiras, e em ativos e passivos referenciados na variação cambial, limitando
sua exposição em 5% do Patrimônio de Referência.
No âmbito de Contingência de Liquidez, a instituição tem como objetivo identificar
antecipadamente e minimizar eventuais crises e seus potenciais efeitos na
continuidade dos negócios. Os parâmetros utilizados para a identificação das
situações de crises consistem numa gama de responsabilidades e de
procedimentos a serem seguidos de modo a garantir a estabilidade do nível de
liquidez requerido na posição diária.
b) Premissas utilizadas para o tratamento de liquidação antecipada de depósitos
que não possuam vencimento definido
Relatório de Gerenciamento de Riscos
39
Depósitos à vista: Dados históricos revelam que o Banrisul mantém o volume de
depósito à vista em ascendência, demonstrando a capacidade da instituição em
conservar um colchão de liquidez adequado aos movimentos de saques diários.
Depósitos em Poupança: A migração histórica de depósitos em poupança para a
conta corrente não refletiu na redução do saldo em poupança, em montante
equivalente ao incremento verificado em depósitos à vista, face ao efeito de
ampliação da renda, sazonalidade característica de final de ano, e da tradicional
preferência dos poupadores por essa modalidade de investimento.
3.2.3 Instrumentos Financeiros
No 4º trimestre de 2011, o Banrisul não contratou operações com instrumentos
financeiros derivativos, realizadas por conta própria com e sem contraparte
central, subdividas em realizadas no Brasil e no exterior ou outro tipo de
derivativo alavancado, sendo que não estão previstas em suas políticas, operações
que não objetivem hedge de suas posições ativas e passivas.
3.2.4 Comunicação Interna
Diariamente, relatórios são enviados à Tesouraria contendo as exposições por
fator de risco, bem como as exposições abertas por vencimentos. Este
procedimento garante um monitoramento tempestivo do risco de mercado e
liquidez por todas as partes relacionadas.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
40
4 RISCO OPERACIONAL
O risco operacional no Banrisul, em conformidade com a Resolução 3.380/06, do
BACEN, define-se como a possibilidade de ocorrência de perdas resultantes de
falha, deficiência ou inadequação de processos internos, pessoas e sistemas, ou
de eventos externos, incluindo o risco legal.
4.1 Objetivos e Política
Em atendimento à Resolução nº 3.380/06, o Banrisul implementou a estrutura de
gerenciamento do risco operacional, composta de políticas, métodos, processos,
sistemas e responsabilidades, estando capacitada a identificar, avaliar, monitorar,
controlar e mitigar o risco operacional.
A Política Institucional de Gerenciamento do Risco Operacional foi publicada
através de resolução interna, em junho de 2008, e está consolidada em Instrução
Normativa. No quarto trimestre de 2011, foi revisada e atualizada, com aprovação
da Diretoria e Conselho de Administração.
A política tem como objetivo prover o Banrisul de parâmetros, modelos e métodos
para a identificação, avaliação, monitoramento, controle e mitigação de riscos
operacionais e a divulgação interna e externa dos níveis de exposição do Banrisul
ao risco operacional. Visa, assim, a manter a confiança em todos os níveis do
negócio, com a redução da exposição a riscos e de perdas efetivas.
Com o intuito de envolver todos os colaboradores do Grupo Banrisul, a política
prevê uma participação compartilhada no controle do Risco Operacional: todos os
empregados, estagiários e prestadores de serviços terceirizados do Banrisul são
responsáveis pela prática de medidas comportamentais que evitem a exposição a
riscos, no limite de suas atribuições.
A política atribui, também, responsabilidades para gestores, agentes de controles
internos, comitês, Diretoria e Conselho de Administração. Destaca-se, neste
contexto, a constituição do Comitê de Riscos Corporativos do Banrisul, ocorrida
Relatório de Gerenciamento de Riscos
41
em 2011, visando a fortalecer a estrutura de gerenciamento de riscos corporativos
e a disseminação da cultura de riscos na instituição.
4.2 Modelo de Alocação de Capital
O Banrisul adotou, inicialmente, a metodologia de Abordagem do Indicador Básico
(BIA), com o objetivo de apurar a parcela de capital para cobertura de Risco
Operacional (Popr), conforme estabelecido pela Circular nº 3.383, de 30.04.2008,
e Comunicado nº 16.913, de 20.05.2008, publicada pelo Banco Central do Brasil.
A metodologia de Abordagem do Indicador Básico estabelece que o capital a ser
alocado para riscos operacionais deve ser calculado semestralmente, considerados
os últimos três períodos anuais.
O Indicador de Exposição ao Risco Operacional (IE) corresponde, para cada
período anual, à soma dos valores semestrais das receitas de intermediação
financeira e das receitas com prestação de serviços, deduzidas as despesas de
intermediação financeira. A todo este cálculo aplica-se um fator de alocação de
capital (β) de 15%.
4.3 Processo de Gerenciamento
A metodologia adotada pelo Banco, fundamentada nas melhores práticas de
mercado, em normas internacionais, nas recomendações do Novo Acordo de
Capitais – Basileia II, e na regulamentação do BACEN, prevê a identificação e o
tratamento dos riscos operacionais por meio do mapeamento de seus processos
mais relevantes.
O gerenciamento adequado do risco operacional está diretamente relacionado ao
conhecimento dos processos existentes na instituição. Todos os processos críticos
devem ter seus riscos operacionais identificados, avaliados, monitorados e
controlados.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
42
Os macroprocessos foram identificados e, definidos seus níveis de relevância para
a Instituição, referendados e priorizados pela Diretoria. A partir do mapeamento
dos processos, são gerados documentos necessários para a identificação dos
riscos. Relatórios de auditorias interna e externa, além de reportes de eventos de
risco operacional identificados, constituem-se em insumos complementares à
instrumentalização da análise dos macroprocessos.
A metodologia utilizada pelo Banrisul para realização de análises qualitativas
consiste na avaliação, de maneira descentralizada e pela visão dos gestores dos
processos do Banco, da efetividade dos controles e da potencialidade dos riscos,
possibilitando a detecção de exposições indesejadas e a implementação de
medidas corretivas.
As análises qualitativas de Risco Operacional são realizadas por meio da técnica
RCSA (Risk and Control Self-Assessment), a qual se baseia na aplicação de
questionários junto a gestores, para autoavaliação.
As informações coletadas geram a Matriz de Risco Operacional do Banrisul. O
resultado da análise é encaminhado aos gestores com o objetivo de gerar planos
de ação mitigadores do risco operacional.
A área de Compliance da Controladoria é responsável pelo acompanhamento da
execução dos planos. Os planos de ação são encaminhados para conhecimento e
aprovação das instâncias decisórias da organização (Comitês, Diretoria e Conselho
de Administração).
No que se refere à análise quantitativa, está em processo de estruturação a Base
de Dados de Perdas do Banrisul, que objetivará prover a instituição de
informações referentes a eventos de perda e quase perdas ocorridos, de forma a
conferir maior efetividade ao gerenciamento de riscos operacionais da organização
e atender às normatizações pertinentes.
Em 2011, a consultoria PWC, contratada através de processo licitatório, trabalhou
junto ao Banrisul realizando análise de aderência à legislação e melhoria dos
Relatório de Gerenciamento de Riscos
43
processos de gerenciamento de riscos na instituição. O início dos trabalhos focou-
se na realização de levantamento de dados e elaboração de diagnóstico acerca de
aspectos de gerenciamento de riscos do Banco. Após, a consultoria elaborou
planos de ação para o aperfeiçoamento da gestão de riscos na instituição. No
quarto trimestre de 2011, deu-se andamento à fase de execução dos planos de
ação.
4.4 Gestão de Continuidade de Negócios
A estrutura de gerenciamento de riscos operacionais prevê a existência de plano
de contingência, contendo as estratégias a serem adotadas para assegurar
condições de continuidade das atividades e para limitar graves perdas decorrentes
de risco operacional.
Em 2011, em atendimento a deliberação da Diretoria do Banrisul, foi criado grupo
de trabalho integrado, com o objetivo de revisar e atualizar planos de
continuidade de negócio instituídos.
4.5 Comunicação e Informação
O processo de gerenciamento de riscos operacionais prevê a elaboração de
relatórios que permitam a identificação e correção tempestiva das deficiências de
controle e de gerenciamento do risco operacional.
Os relatórios são constituídos ao final de cada ciclo de avaliação de riscos
operacionais, compreendendo os resultados da análise e os respectivos planos de
ação elaborados pelos gestores para tratamento dos riscos inerentes aos
processos. A matriz de riscos operacionais completa o relatório, que é submetido
às alçadas superiores para análise e deliberação.
No quarto trimestre de 2011, foi dado prosseguimento às análises de risco em
andamento, e teve início novo ciclo de avaliação. Além disso, foram criados
grupos de trabalho para discussão de questões pontuais do Banco, nos quais a
Unidade de Gestão de Riscos Corporativos teve participação.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
44
5 Gestão de Capital
5.1 Novo Acordo de capital – Basileia II
O principal objetivo do Comitê de Supervisão Bancária da Basileia (Basel
Committee On Banking Supervision), com a criação do Acordo de Basileia, foi
desenvolver um sistema para mensuração e padronização dos requerimentos
mínimos de capital, calculados a partir da ponderação de risco dos ativos. A
exigência de capital é um dos instrumentos mais utilizados pelas autoridades
reguladoras, para buscar a solidez e a estabilidade do sistema bancário
internacional.
Desde a introdução da primeira versão do Acordo de Capital de Basileia
(International Convergence of Capital Measurement and Capital Standards),
Basileia I, que visou à internacionalização de padrões de gerenciamento dos riscos
na atividade bancária, definiu mecanismos para mensuração do risco de crédito e
estabeleceu a exigência de capital mínimo para suportar riscos, ocorreram
significativas mudanças no setor.
A revisão do Acordo buscou desenvolver uma estrutura de capital
significativamente mais sensível ao risco e ao mesmo tempo considerar as
características particulares de cada banco e de cada sistema de supervisão e
contabilidade de cada país.
Portanto, o Acordo de Basileia , também chamado de Novo Acordo de Capital –
Basileia II (International Convergence of Capital Measurement and Capital
Standards: a Revised Framework) veio complementar a estrutura relacionada aos
riscos considerados no cálculo da exigência de capital, que, além dos riscos de
crédito e de mercado, já considerados no acordo original, introduziu o risco
operacional. Também passou a proporcionar maior flexibilidade às instituições,
permitindo a utilização de modelos próprios para o gerenciamento e controles dos
riscos. Em contrapartida, essa flexibilização deverá ser acompanhada por uma
supervisão eficaz e maior disciplina de mercado.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
45
O principal objetivo de Basileia II é fortalecer a estabilidade do sistema financeiro
mundial por meio do aprimoramento das práticas de gestão e governança dos
riscos nas instituições financeiras com o aperfeiçoamento do acordo anterior
(Basileia I).
Basiléia II propõe um enfoque mais flexível para exigência de capital e mais
abrangente com relação ao fortalecimento da supervisão bancária e ao estímulo
para maior transparência na divulgação das informações ao mercado, baseado em
três grandes premissas:
Figura 1 - Três Pilares Basileia
O Banco Central do Brasil, em consonância com as disposições do Novo Acordo de
Capitais – Basileia II divulgou a Resolução 3.490/07 do Conselho Monetário
Nacional, estabelecendo que as instituições financeiras mantenham
permanentemente seu capital adequado à sua estrutura de riscos. A resolução
instituiu modificações no cálculo do patrimônio mínimo exigido para a cobertura
dos riscos dos ativos e das atividades das instituições financeiras.
O Banco Central do Brasil exige que o valor do Patrimônio de Referência – PR deva
ser compatível com os riscos assumidos, ou seja, superior ao Patrimônio de
Referência Exigido – PRE, cujo cálculo é feito pelo somatório das parcelas
descritas a seguir:
Cap
ital
Mín
imo
Pilar I
O primeiro Pilar estabelece requisitos mínimos de capital para os riscos de crédito, mercado e operacional, permitindo a utilização de modelos internos para o cálculo de alocação de capital, mais sensíveis á estrutura das instituições. Su
per
visã
o B
ancá
ria Pilar II
O segundo Pilar diz respeito ao processo de fiscalização bancária. A nova estrutura exige que os bancos tenham capital adequado para dar suporte a todos os riscos em seus negócios bancários e também desenvolvam e utilizem-se de melhores técnicas de gestão de riscos.
Tran
spar
ênci
a
Pilar III
O terceiro Pilar estabelece maior disciplina de mercado por meio do aumento da transparência dos bancos, para que os agentes de mercado sejam bem informados e possam entender melhor o perfil de riscos dos bancos.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
46
PRE = PEPR + PCAM + PJUR + PCOM + PACS + POPR
PEPR - Parcela referente às exposições ponderadas pelo fator de ponderação de
risco a elas atribuído. Circular n.º 3.360 de 12/09/2007 e Circular 3.563 de
11/11/2011, com efeitos a partir da data de sua publicação.
PCAM - Parcela referente ao risco das exposições em ouro, em moeda estrangeira
e em operações sujeitas à variação cambial. Circular n.º 3.389 de 25/06/2008,
Circular n.º 3.388 de 04/06/2008, Carta-Circular n.º 3.309 de 15/04/2008 e
Circular 3.568 de 21/12/2011.
PJUR - Parcela referente ao risco das operações sujeitas à variação de taxa de
juros e classificação na carteira de negociação - Pjur1+Pjur2+Pjur3+Pjur4.
Circulares 3.361, 3.362, 3.363, 3.364, ambas de 12/09/2007 e Circular 3.568 de
21/12/2011.
PCOM - Parcela referente ao risco das operações sujeitas à variação do preço de
mercadorias (commodities). Circular n.º 3.368 de 12/09/2007 e Circular 3.568 de
21/12/2011.
PACS - Parcela referente ao risco das operações sujeitas à variação do preço de
ações e classificadas na carteira de negociação. Circular n.º 3.366 de 12/09/2007
e Circular 3.568 de 21/12/2011.
POPR - Parcela referente ao risco operacional. Circular n.º 3.383 de 30/04/2008,
Circular nº 3.476 de 24/12/2009, Carta-Circular n.º 3.315 de 30/04/2008 e Carta-
Circular n.º 3.316 de 30/04/2008.
RBAN - Além destas parcelas, o BACEN passou a exigir, por parte das Instituições
Financeiras, a manutenção de Patrimônio de Referência suficiente para a
cobertura do risco de taxas de juros das operações não incluídas na carteira de
negociação, na forma da Resolução nº 3.464/07. Resolução n.º 3.490/07, e
Circular n.º 3.365/07.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
47
5.2 Basileia III
Em conformidade com as novas recomendações do Comitê de Supervisão Bancária
de Basileia sobre a estrutura de capital e liquidez de instituições financeiras, o
Banco Central do Brasil divulgou o Comunicado n.º 20.615 no dia 17 de fevereiro
de 2011, com as orientações preliminares e cronograma inicial para implantação
do Basileia III no Brasil, que atende o compromisso assumido pelos membros do
G20, em dezembro de 2010.
As definições da terceira versão do Acordo de Capitais – Basileia III visam
introduzir medidas mais severas para aumentar a estabilidade do sistema
financeiro internacional, após a crise financeira global iniciada em 2008.
As novas regras impactam o capital e a liquidez das instituições com a introdução
de maiores níveis de exigência, determinam aos bancos o aumento das reservas
de capital para se protegerem de crises. De acordo com estas novas regras, os
bancos devem ter um mínimo do chamado capital de Nível 1 - lucros e ações
retidas - de 5,5%, sobre as Exposições Ponderadas Pelo Risco, e, devem manter
um adicional de capital de conservação (2,5%) e contracíclico, a ser fixado em
momentos de crescimento substancial do crédito (0% a 2,5%).
Serão agregados ainda dois índices: um novo indicador de alavancagem, que leva
em conta o valor nominal dos ativos (sem ponderação por risco) e outro de
controle de liquidez. Está prevista a exigência de um valor mínimo para o índice
de alavancagem, inicialmente previsto em 3%.
O Índice de Liquidez de Curto Prazo (LCR-Liquidity Coverage Ratio) vai exigir em
eventual cenário de estresse um montante mínimo de ativos cujo estoque deve
permitir a sobrevivência do banco por 30 dias. Também deverá ser apurado o
Índice de Liquidez de Longo Prazo (NSFR-Net Stable Funding Ratio), que busca
incentivar as instituições a financiarem suas atividades com fontes mais estáveis
de captação.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
48
A seguir, quadro resumo das medidas e o cronograma de implementação
divulgado pelo Banco Central em 2011, conforme Comunicado 20.615:
Tabela 16 - Cronograma de implementação - Basileia III
Parâmetro/EPR 1/1/2013 1/1/2014 1/1/2015 1/1/2016 1/1/2017 1/1/2018 1/1/2019
F = 0,11 F = 0,11 F = 0,11 F= 0,09875 F= 0,09875 F= 0,08625 F= 0,08
Capital Principal 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50% 4,50%
Nível I 5,50% 5,50% 6,00% 6,00% 6,00% 6,00% 6,00%
PR 11% 11% 11% 9,88% 9,25% 8,63% 8,00%
Capital de Conservação 0 0 0 0,63% 1,25% 1,88% 2,50%
PR + Capital de Conservação 11% 11% 11% 10,50% 10,50% 10,50% 10,50%
Capital Contracíclico (até) 0 0,63% 1,25% 1,88% 2,50% 2,50% 2,50%
5.3 Patrimônio de Referência
O Patrimônio de Referência representa o patrimônio base para cálculo dos Limites
Operacionais das instituições financeiras, definido pela Resolução do CMN nº
3.444/07 e consiste no somatório do Nível I e do Nível II, excluídas as deduções,
previstas no normativo.
De acordo com a Resolução do CMN nº 3.490/07, o Patrimônio de Referência deve
ser superior ao Patrimônio de Referência Exigido – PRE.
A seguir o detalhamento do Patrimônio de Referência do Conglomerado Financeiro
e do Consolidado Econômico Financeiro:
Relatório de Gerenciamento de Riscos
49
Tabela 17 - Detalhamento do Patrimônio de Referência - Conglomerado Financeiro
Conglomerado Financeiro R$ Milhões
Data-Base dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10
Patrimônio de Referência 4.248,6 4.149,2 3.973,0 3.865,9 3.715,5
Patrimônio de Referência Nível I 4.397,4 4.296,8 4.116,0 4.006,1 3.851,5
Patrimônio Líquido 4.400,3 4.117,9 4.118,9 3.855,4 3.856,2
Contas de Resultado Credoras 0,0 2.435,2 - 2.545,3 -
Contas de Resultado Devedoras 0,0 2.254,2 - 2.390,7 -
Ativo Permanente Diferido 10,1 10,1 10,1 10,1 10,1
Ajuste ao Valor de Mercado - TVM e
Instrumentos Financeiros e Derivativos -7,2 -8,06 -7,2 -6,3 -5,5
Adicional de Provisão ao Mínimo Estabelecido
pela Resolução n.º 2.682/99* 0,0 - - - -
Dividendos e bonificações a distribuir 0,0 - - - -
Patrimônio de Referência Nível II -7,2 -8,06 -7,2 -6,3 -5,5
Ajuste ao Valor de Mercado - TVM e
Instrumentos Financeiros e Derivativos -7,2 -8,06 -7,2 -6,3 -5,5
Deduções do PR 141,6 139,6 135,7 133,9 130,6
Ações emitidas por Instituições Financeiras e
Demais Instituições Autorizadas a Funcionar
pelo Bacen
141,6 139,6 135,7 133,9 130,6
*A Resolução do CMN, nº 3.674 de 30 de dezembro de 2008, permitiu o acréscimo integral da provisão adicional ao Nível I do
Patrimônio de Referência. A Resolução do CMN n.º 3.825 de 16 de dezembro de 2009, revogou seus efeitos a partir de 1º de
abril de 2010.
O Patrimônio de Referência do Conglomerado Financeiro apresentou
crescimento durante o período em análise, devido à incorporação de lucros
gerados no mesmo período, totalizando R$ 4.248,6 milhões em Dezembro de
2011, superior em 2,4% ao trimestre anterior.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
50
Tabela 18 - Detalhamento do Patrimônio de Referência - Consolidado Econômico Financeiro
Consolidado Econômico-Financeiro R$ Milhões
Data-Base dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10
Patrimônio de Referência 4.393,2 4.289,6 4.170,7 4.000,6 3.873,0
Patrimônio de Referência Nível I 4.400,4 4.297,7 4.177,9 4.006,9 3.878,5
Patrimônio Líquido 4.122,1 4.118,7 3.856,3 3.856,1 3.551,7
Contas de Resultado Credoras 3.803,8 1.959,4 3.285,6 1.574,5 3.173,0
Contas de Resultado Devedoras 3.455,1 1.778,4 2.960,4 1.419,8 2.840,8
Ativo Permanente Diferido 10,1 10,1 10,1 10,1 10,1
Ajuste ao Valor de Mercado - TVM e Instrumentos
Financeiros e Derivativos -7,2 -8,1 -7,2 -6,3 -5,5
Adicional de Provisão ao Mínimo Estabelecido pela
Resolução n.º 2.682/99* 0,0 - - - -
Dividendos e bonificações a distribuir 67,4 - 0,7 - 0,7
Patrimônio de Referência Nível II -7,2 -8,1 -7,2 -6,3 -5,5
Ajuste ao Valor de Mercado - TVM e Instrumentos
Financeiros e Derivativos -7,2 -8,1 -7,2 -6,3 -5,5
Deduções do PR - - - - -
Ações emitidas por Instituições Financeiras e
Demais Instituições Autorizadas a Funcionar pelo
Bacen
- - - - -
*A Resolução do CMN, nº 3.674 de 30 de dezembro de 2008, permitiu o acréscimo integral da provisão adicional ao nível I do
Patrimônio de Referência. A Resolução do CMN n.º 3.825 de 16 de dezembro de 2009, revogou seus efeitos a partir de 1º de
abril de 2010.
O Patrimônio de Referência do Consolidado Econômico Financeiro apresentou
crescimento de 2,4% comparado ao mesmo período, totalizando R$ 4.393,2
milhões em Dezembro de 2011. O aumento registrado no Patrimônio de
Referência, tanto do Conglomerado Financeiro quanto no Consolidado Econômico
Financeiro, deve-se a incorporação de lucros.
5.4 Patrimônio de Referência Exigido (PRE) e adequação do Patrimônio de
Referência (PR)
O Patrimônio de Referência Exigido é o capital mínimo exigido pelo Banco Central
do Brasil e deve ser compatível com a estrutura dos riscos da instituição.
A seguir tabela contendo as informações referentes à alocação de capital para o
Conglomerado Financeiro e Consolidado Econômico Financeiro, incluindo a
apuração do Índice de Basileia e a margem para aplicação em novos negócios.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
51
Tabela 19 - Detalhamento do Patrimônio de Referência Exigido – Conglomerado Financeiro
Conglomerado Financeiro R$ Milhões
Data-Base dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10
Risco de Crédito 2.368,9 2.336,9 2.150,0 2.071,6 1.973,9
Operações de Crédito - Varejo 640,7 566,9 648,5 632,1 592,5
Compromissos Varejo 186,0 183,8 178,9 174,5 172,6
Operações de Crédito - não Varejo 1.060,7 1.104,3 838,3 786,4 766,8
Compromissos - não Varejo 63,6 63,9 61,0 61,5 59,1
Garantias Prestadas 69,0 59,6 50,7 47,9 48,6
Adiantamentos 62,0 57,0 57,2 50,4 46,2
Credito Tributário 77,1 73,7 70,7 68,3 67,9
Outros Ativos 209,8 227,6 244,7 250,5 220,2
Risco de Mercado 3,3 198,3 384,4 313,6 308,6
Risco de Câmbio - - - - -
Risco de Juros - somatório 1,2 196,5 382,4 311,4 305,8
Pré-fixadas em Real - Pjur 1 1,2 196,5 140,3 101,8 85,6
Cupons de Moedas Estrangeiras - Pjur 2 - - 5,5 5,6 5,8
Cupons dos Índices de Preços - Pjur 3 - - 3,7 3,5 5,5
Cupons de Taxas de juros - Pjur 4 - - 232,9 200,4 208,9
Risco de Commodities - - - - -
Risco de Ações 2,0 1,8 2,0 2,2 2,8
Risco Operacional 408,2 408,2 375,5 375,5 346,8
Patrimônio de Referência Exigido 2.780,3 2.943,3 2.909,9 2.760,7 2.629,3
Patrimônio de Referência 4.248,6 4.149,2 3.973,0 3.865,9 3.715,5
Rban - Carteira Banking 142,0 379,4 21,4 21,9 22,0
Margem = PR - PRE - Rban 1.326,3 826,5 1.041,8 1.083,4 1.064,2
Índice de Basileia 16,8% 15,5% 15,0% 15,4% 15,5%
O Patrimônio de Referência Exigido do Conglomerado Financeiro apresentou
decréscimo de R$ 163,0 milhões no último trimestre, totalizando R$ 2.780,3
milhões, em decorrência da edição da Circular 3.563/11 que revogou a Circular
3.515/10 (que instituía diversas medidas macroprudenciais), abrandando e
reeditando os cálculos para alocação de capital para alguns ativos da PEPR, e,
principalmente, do aprimoramento do cálculo da alocação de capital para o Risco
de Mercado. Comparativamente a Dezembro de 2010, o PRE, apresentou
incremento de 5,7%.
Em relação às demais parcelas que compõem o PRE, a parcela de risco
operacional, apresentou aumento de 17,7% em comparação a Dezembro de 2010,
ocasionado pelo aumento das receitas do ano de 2011, totalizando R$ 408,2
milhões no último trimestre apurado.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
52
A parcela de risco de mercado apresentou queda no último trimestre, devido ao
aprimoramento do cálculo da alocação do capital regulatório (segregação das
carteiras trading e banking), que reduziu essa parcela de R$ 308,6 milhões para
R$ 3,3 milhões, com uma queda de 98,9%.
Tabela 20 - Detalhamento do Patrimônio de Referência Exigido – Consolidado Econômico Financeiro
Consolidado Econômico-Financeiro R$ Milhões
Data-Base dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10
Risco de Crédito 2.380,3 2.347,3 2.159,9 2.082,5 1.983,8
Operações de Crédito - Varejo 640,7 566,9 648,5 632,1 592,5
Compromissos Varejo 186,0 183,8 178,9 174,5 172,6
Operações de Crédito - não Varejo 1.060,7 1.104,3 838,3 786,4 766,8
Compromissos - não Varejo 63,6 63,9 61,0 61,5 59,1
Garantias Prestadas 69,0 59,6 50,7 47,9 48,6
Adiantamentos 62,0 57,0 57,2 50,4 46,2
Credito Tributário 77,1 73,7 70,7 68,3 67,9
Outros Ativos 221,2 238,1 254,6 261,5 230,1
Risco de Mercado 3,3 198,3 384,4 313,6 308,6
Risco de Câmbio - - - - -
Risco de Juros - somatório 1,2 196,5 382,4 311,4 305,8
Pré-fixadas em Real - Pjur 1 1,2 196,5 140,3 101,8 85,6
Cupons de Moedas Estrangeiras - Pjur 2 - - 5,5 5,6 5,8
Cupons dos Índices de Preços - Pjur 3 - - 3,7 3,5 5,5
Cupons de Taxas de juros - Pjur 4 - - 232,9 200,4 208,9
Risco de Commodities - - - - -
Risco de Ações 2,0 1,8 2,0 2,2 2,8
Risco Operacional 420,2 420,2 388,9 388,9 358,0
Patrimônio de Referência Exigido 2.803,8 2.965,8 2.933,2 2.785,0 2.650,5
Patrimônio de Referência 4.393,2 4.289,6 4.170,7 4.000,6 3.873,0
Rban - Carteira Banking 142,0 379,4 21,4 21,9 22,0
Margem = PR - PRE - Rban 1.447,4 944,4 1.216,1 1.193,7 1.200,6
Índice de Basileia 17,2% 15,9% 15,6% 15,8% 16,1%
O Patrimônio de Referência Exigido do Consolidado Econômico Financeiro
apresentou decréscimo de R$ 162,0 milhões no último trimestre, totalizando R$
2.803,8 em decorrência da edição da Circular 3.563/11 que revogou a Circular
3.515/10 (que instituía diversas medidas macroprudenciais), abrandando e
reeditando os cálculos para alocação de capital para alguns ativos da PEPR, e,
principalmente, do aprimoramento do cálculo da alocação de capital para o Risco
de Mercado. Comparativamente a Dezembro de 2010, apresentou incremento de
5,8%.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
53
Em relação às demais parcelas que compõem o PRE, a parcela de risco
operacional apresentou aumento de 17,4%, se comparado ao mês de Dezembro
de 2010, ocasionado pelo aumento das receitas, totalizando R$ 420,2 milhões no
último trimestre.
A parcela de risco de mercado apresentou queda no último trimestre, devido ao
aprimoramento do cálculo da alocação do capital regulatório (segregação das
carteiras trading e banking), que reduziu essa parcela de R$ 308,6 milhões para
R$ 3,3 milhões, com uma queda de 98,9%.
5.4.1 Evolução do PR e PRE
A seguir gráfico com o acompanhamento da adequação do Patrimônio de
Referência em relação ao Patrimônio de Referência Exigido.
Gráfico 3 – Evolução do PR e PRE Conglomerado Financeiro
O Patrimônio de Referência do Conglomerado Financeiro encerrou o quarto
trimestre de 2011 em R$ 4,2 bilhões, 52,8% superior ao Patrimônio de Referência
Exigido de R$ 2,8 bilhões o que resultou em um Índice de Basileia de 16,8%,
superior ao mínimo exigido pelo Banco Central do Brasil de 11%.
dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10
2,8 2,9 2,9 2,8 2,6
4,2 4,1 3,9 3,9
3,7 e
m R
$ B
ilhõ
es
PRE
PR
Relatório de Gerenciamento de Riscos
54
Gráfico 4 – Evolução do PR e PRE - Consolidado Econômico Financeiro
O Patrimônio de Referência do Conglomerado Econômico Financeiro encerrou o
quarto trimestre de 2011 em R$ 4,4 bilhões, 56,7% superior ao Patrimônio de
Referência Exigido de R$ 2,8 bilhões o que resultou em um Índice de Basileia de
17,2%, superior ao mínimo exigido pelo Banco Central do Brasil de 11%.
5.5 Índice de Basileia
O Índice de Basileia representa a relação entre o Patrimônio Base - Patrimônio de
Referência (PR), e os riscos ponderados - Patrimônio de Referência Exigido (PRE),
conforme regulamentação em vigor, demonstrando a solvência da empresa. O
percentual mínimo estabelecido pelo BACEN no Brasil é de 11%. A seguir os
gráficos para acompanhamento da evolução do Índice de Basileia do
Conglomerado Financeiro e do Consolidado Econômico Financeiro.
dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10
2,8 3,0 2,9 2,8 2,7
4,4 4,3 4,2 4,0 3,9
em
R$
Bilh
õe
s
PRE
PRE
Relatório de Gerenciamento de Riscos
55
Gráfico 5 – Índice de Basileia – Conglomerado Financeiro
O Índice de Basileia do Conglomerado Financeiro encerrou o último trimestre de
2011 em 16,8%, sendo superior ao mínimo definido pelo Banco Central do Brasil o
que possibilita um incremento de até R$ 12,6 bilhões em novos negócios.
Gráfico 6 – Índice de Basileia – Consolidado Econômico-Financeiro
O Índice de Basileia do Consolidado Econômico Financeiro encerrou o último
trimestre de 2011 em 17,2%, sendo superior ao mínimo definido pelo Banco
Central do Brasil, o que possibilita um incremento de até R$ 13,16 bilhões em
novos negócios.
dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10
16,8%
15,4% 15,0% 15,4% 15,5%
dez/11 set/11 jun/11 mar/11 dez/10
17,2%
15,8% 15,6% 15,8% 16,1%
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