Relatório do Segundo Semestre / 2009 F3M · 2013. 10. 18. · mento de várias hipóteses sobre a...

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neamente, nossos meninos e meninas começa- ram a trazer de casa livros e materiais sobre o assunto, que passaram a se avolumar sobre as mesas. Era o momento de inaugurarmos o Cantinho de Ciências, um espaço cheio de significado organizado sobre um pequeno mó- vel, repleto de pilhas de livros, encartes, revis- tas e notícias. Espaço nobre para pesquisa, leituras fortuitas e espontâneas. PASSEIOS E PESQUISA Desejo e curiosidade são ingredientes que não faltam ao grupo. Decidimos buscar mais conhecimento e novas informações. Fomos ao Planetário e ao Museu de Astronomia. Nesses dois lugares mágicos as crianças assistiram a filmes, manipularam objetos interessantes, co- nheceram réplicas de planetas e suas caracte- rísticas, presenciaram “aulas” bem diferentes. Enfim, de um jeito bastante lúdico, aprenderam bastante, puderam tirar dúvidas e conferir da- dos. Na escola assistimos "2001: Uma Odisséia no Espaço", de Stanley Kubrick. Rechearam o caderno de Projeto com im- pressões, pesquisas, descobertas e informa- ções. Imagens, desenhos, questionários, textos coletivos, pesquisas e registros dos passeios retratam o percurso de cada um, as conquistas individuais e ainda a história dos estudos da turma. Em paralelo, iniciamos a leitura concomitante da Revista Ciência Hoje das Crianças, dedica- da exclusivamente ao tema, e do livro "O Men- sageiro das Estrelas", de Peter Sis. A Revista foi livremente manuseada por to- dos com curiosidade e toda autonomia. Pude- ram ler pequenos trechos, aprender mais e se divertir. Realizamos vários momentos de leitura compartilhada onde dividimos e somamos sa- beres. O tipo de texto, o de divulgação científi- ca, agradou à maioria. A biografia e os feitos de Galileu Galilei che- PROJETO Mais um semestre começando, a meninada se agitando e tomando fôlego para mais um tempo prazeroso de muitos aprendizados. Foi bem assim, desse jeitinho, que recome- çamos, animados e felizes. A criançada interes- sada e comprometida com todas as propostas. OS ASTROS E O TEMPO Iniciamos voltando no Tempo, resgatando a definição que as crianças haviam escrito no começo do ano. Desta vez elegemos a primeira parte do texto para ser esmiuçada. “Tempo é uma coisa que não para. Ele pode ser bom ou ruim, depende da hora. Ele avisa sobre o dia e a noite, o sol e a chuva, o frio e o calor e sobre as estações do ano.” De agosto a dezembro passeamos pelas nuances deste complexo tema de modos bem distintos. Levando em conta o Ano Internacional da Astronomia, encontramos um motivo a mais para contemplar o céu e logo batizamos nosso projeto: “Um passeio entre histórias e noções de Astronomia”. Conhecer mais sobre esta área do conheci- mento que estuda o universo e os astros foi um de nossos objetivos ao longo da nossa jornada. A Lua na capa da agenda suscitou o levanta- mento de várias hipóteses sobre a origem e a formação do nosso satélite e deu início a uma avalanche de perguntas sobre o Sol, os movi- mentos da Terra, as estrelas, os planetas e muito mais. Com tudo isso, tratamos de registrar essas perguntas e de formular outras com o compro- misso de, ao longo do semestre, conseguir responder à maioria. E assim aconteceu. A cada descoberta um pontinho verde para sinali- zar o novo aprendizado. Com tanta curiosidade e interesse, esponta- Relatório do Segundo Semestre / 2009 F3M Rua Capistrano de Abreu, 29 – Botafogo – 2538-3231 Rua Marques, 19 – Humaitá – 2538-3232 www.sapereira.com.br - [email protected] TURMA: ANA CAROLINA, ANNA, ANTONIO, BEATRIZ C, BEATRIZ P, BIANCA, CAROLINA, CLARA ,FERNANDA, FRANCISCA, GIOVANNA, GUILHERME, HELENA, IAN, JOÃO LUIZ, JULIA A, JULIA G, LEONARDO, LETÍCIA, MARIA EDUARDA, MARIA RITA, MARINA, NINA, TIAGO, VIOLETA ADULTOS NO TURNO DA MANHÃ Professores e Auxiliares nas Turmas: F1M: Mariana e Giovanna F2M: Denise F3M: Tânia F4M: Erika F5MA: Beth e Andrea N F5MB: Beth e Andrea N Música: João e Manoela Expressão Corporal: Aninha Teatro: Helena Educação Física: Renato Artes Visuais: Moema Coral: Fernando, Raimundo e Rosangela Inglês: Rosangela Coordenação Pedagógica: Jade e Andrea N Auxiliar do Turno: Rosi Orientação e Tribo: Andrea T Editoração: Viviane Direção: Tetê, Cecilia, Anselmo Secretaria: Renata e Deise Auxiliares Pedro, José, Nívia, Lilian, Eduardo e Mário

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neamente, nossos meninos e meninas começa-ram a trazer de casa livros e materiais sobre o assunto, que passaram a se avolumar sobre as mesas. Era o momento de inaugurarmos o Cantinho de Ciências, um espaço cheio de significado organizado sobre um pequeno mó-vel, repleto de pilhas de livros, encartes, revis-tas e notícias. Espaço nobre para pesquisa, leituras fortuitas e espontâneas.

PASSEIOS E PESQUISA Desejo e curiosidade são ingredientes que

não faltam ao grupo. Decidimos buscar mais conhecimento e novas informações. Fomos ao Planetário e ao Museu de Astronomia. Nesses dois lugares mágicos as crianças assistiram a filmes, manipularam objetos interessantes, co-nheceram réplicas de planetas e suas caracte-rísticas, presenciaram “aulas” bem diferentes. Enfim, de um jeito bastante lúdico, aprenderam bastante, puderam tirar dúvidas e conferir da-dos. Na escola assistimos "2001: Uma Odisséia

no Espaço", de Stanley Kubrick. Rechearam o caderno de Projeto com im-

pressões, pesquisas, descobertas e informa-ções. Imagens, desenhos, questionários, textos

coletivos, pesquisas e registros dos passeios retratam o percurso de cada um, as conquistas individuais e ainda a história dos estudos da turma. Em paralelo, iniciamos a leitura concomitante

da Revista Ciência Hoje das Crianças, dedica-da exclusivamente ao tema, e do livro "O Men-sageiro das Estrelas", de Peter Sis. A Revista foi livremente manuseada por to-

dos com curiosidade e toda autonomia. Pude-ram ler pequenos trechos, aprender mais e se divertir. Realizamos vários momentos de leitura compartilhada onde dividimos e somamos sa-beres. O tipo de texto, o de divulgação científi-ca, agradou à maioria. A biografia e os feitos de Galileu Galilei che-

PROJETO Mais um semestre começando, a meninada

se agitando e tomando fôlego para mais um tempo prazeroso de muitos aprendizados. Foi bem assim, desse jeitinho, que recome-

çamos, animados e felizes. A criançada interes-sada e comprometida com todas as propostas.

OS ASTROS E O TEMPO Iniciamos voltando no Tempo, resgatando a

definição que as crianças haviam escrito no começo do ano. Desta vez elegemos a primeira parte do texto

para ser esmiuçada. “Tempo é uma coisa que não para. Ele pode

ser bom ou ruim, depende da hora. Ele avisa sobre o dia e a noite, o sol e a chuva, o frio e o calor e sobre as estações do ano.” De agosto a dezembro passeamos pelas

nuances deste complexo tema de modos bem distintos. Levando em conta o Ano Internacional da

Astronomia, encontramos um motivo a mais para contemplar o céu e logo batizamos nosso projeto: “Um passeio entre histórias e noções de Astronomia”. Conhecer mais sobre esta área do conheci-

mento que estuda o universo e os astros foi um de nossos objetivos ao longo da nossa jornada. A Lua na capa da agenda suscitou o levanta-

mento de várias hipóteses sobre a origem e a formação do nosso satélite e deu início a uma avalanche de perguntas sobre o Sol, os movi-mentos da Terra, as estrelas, os planetas e muito mais. Com tudo isso, tratamos de registrar essas

perguntas e de formular outras com o compro-misso de, ao longo do semestre, conseguir responder à maioria. E assim aconteceu. A cada descoberta um pontinho verde para sinali-zar o novo aprendizado. Com tanta curiosidade e interesse, esponta-

Relatório do Segundo Semestre / 2009

F3M

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FRANCISCA, GIOVANNA, GUILHERME, HELENA, IAN, JOÃO LUIZ,

JULIA A, JULIA G, LEONARDO, LETÍCIA, MARIA EDUARDA, MARIA RITA, MARINA,

NINA, TIAGO, VIOLETA

ADULTOS NO TURNO DA MANHÃ

Professores e Auxiliares nas Turmas:

F1M: Mariana e Giovanna F2M: Denise F3M: Tânia F4M: Erika

F5MA: Beth e Andrea N F5MB: Beth e Andrea N Música: João e Manoela

Expressão Corporal: Aninha Teatro: Helena

Educação Física: Renato Artes Visuais: Moema

Coral: Fernando, Raimundo e Rosangela Inglês: Rosangela

Coordenação Pedagógica: Jade e Andrea N Auxiliar do Turno: Rosi

Orientação e Tribo: Andrea T Editoração: Viviane

Direção: Tetê, Cecilia, Anselmo

Secretaria: Renata e Deise

Auxiliares

Pedro, José, Nívia, Lilian, Eduardo e Mário

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mos os astros de lado. Continuamos embarca-dos nas deliciosas e complexas tramas da Mito-logia. E quem nos acompanhou nessa fantásti-ca viagem foi o livro "Divinas Aventuras", de .Heloisa Prieto. Várias manhãs foram recheadas com muitas

histórias. Emaranhados nesse mundo imaginá-rio de tantas tramas, tiveram a oportunidade de, também, criar seus textos e mitos, de desenhar deuses e heróis e de alimentar suas ideias.

CARTAS Este semestre também foi tempo de apren-

der a escrever cartas, contar casos e fazer ami-gos. Inauguramos no mural da sala um

“caródromo” com os rostinhos das cinquenta crianças de F3, suas pequenas biografias e uma caixa de correio. Fizemos um sorteio para dar largada ao vai e vem. Depois da primeira carta, perdemos a conta de quantas outras escreveram, de quantos foram os sorrisos, os suspiros. E assim, nesse ritmo de muitas escritas, com

autoria e competência, ampliaram seus textos e suas ideias trançadas, têm divertido seus leito-res.

garam até as crianças através da leitura com-partilhada do “Mensageiro das Estrelas”. Du-rante a leitura, pudemos nos reportar à Itália e à Europa dos séculos XIV e XV, refletir um pou-co sobre este tempo histórico e entender o que se deu nesse tempo que contribuiu para que esse homem e outros rompessem com a tradi-ção, explorassem novas ideias e desafiassem verdades consagradas.

FEIRA MODERNA Rapidamente chegou a hora de compartilha-

mos com a comunidade feitos e aprendizados. Dividimos os temas e assuntos estudados entre as duas turmas de Terceiro Ano. Em sala, as crianças foram divididas em cinco grupos e, a cada semana, cada grupo tinha uma tarefa e um determinado tema para desenvolver e estu-dar. A idéia era que todos os grupos selecio-nassem materiais, pinçassem e registrassem informações e, ainda, que criassem instrumen-tos divertidos, plásticos e interessantes. A Feira precisava atrair e agradar visitantes de todas as faixas etárias. Encantados com a proposta, nossos peque-

nos grandes meninos se imbuíram de vonta-des, debruçaram-se sobre as diferentes tarefas e estiveram envolvidos nessa empreitada por semanas. O trabalho coletivo amadureceu e todos saí-

ram ganhando com isso. Com responsabilidade e autonomia, dividiram tarefas e realmente co-locaram a mão na massa. Nossa tarefa foi mes-mo a de apreciá-los com muito gosto e a de gerenciá-los à distância. Nasceram lindos car-tazes, pinturas e maquetes, textos informativos e esquemáticos. Pertinho do sábado do evento, verificaram

saberes, treinaram suas falas e, em grandes rodas, dividiram conhecimentos, avaliaram os conteúdos e a forma de serem colocados aos visitantes. Todos, comprometidos, montaram os traba-

lhos em uma sala do prédio novo. O grande dia chegou. Os corações bateram forte de apreen-são e alegria. Com desenvoltura e graça deram verdadeiras aulas ao grande público. A euforia passou, mas nem por isso deixa-

QUANTO CUSTA? Várias situações e atividades envolvendo o

sistema monetário estiveram presentes durante as aulas de Matemática, porém aquelas que mais se destacaram foram as que fizeram parte do projeto que envolve a ida das crianças à CADEG e a compra de produtos para serem vendidos numa feira na escola. O evento foi um sucesso! O passeio foi muito rico, foram várias as situ-

ações de aprendizado. Na escola, a meninada pesou, ensacou e organizou a exposição dos alimentos. No atendimento aos clientes, calcu-laram o troco e estabeleceram promoções. No dia seguinte, totalizaram as despesas e con-frontaram com a receita. Conta daqui, conta dali, concluíram que obti-

veram lucro no empreendimento. Depois, esco-lheram como iam gastar o dinheiro. Termina-mos o processo com mais uma manhã de com-pras. Fomos à Cobal comprar sorvete e outros ingredientes para preparar deliciosos sundaes. O Tempo foi outra unidade de medida traba-

lhada de forma mais intensa. Depois de apren-der a ler as horas no relógio analógico e de observar semelhanças e diferenças com o digi-tal, confeccionaram, com muita arte, seus pró-prios relógios, re-utilizando CDs. Nesse tempo demos continuidade aos traba-

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lhos com diferentes problemas envolvendo as quatro operações, estimulando os diferentes recursos e possibilidades de registros como o desenho e a reta numérica. Incentivamos o uso das técnicas operatórias de adição e subtração, inclusive daquelas que exigem reagrupamentos e trocas. Algumas ideias da multiplicação e da divisão surgiram e foram refletidas no grupo.

O HOMEM QUE ROUBAVA HORAS E por falar em horas, terminamos o ano, tão

intenso, desacelerando e aproveitando as refle-xões do velhinho da história de Daniel Mundu-ruku, valorizando o momento presente, ganhan-do sorrisos e dando tempo ao tempo. Nesse clima, as crianças ensaiaram uma

coreografia para a composição de Vivaldi, “As quatro estações”, que foi apresentada na festa de encerramento. E foi assim, com o verão e a primavera, que

concluímos, juntos, mais um ano muito feliz! Mais um ano quente e florido!

TRIBO Turma engajada com o que se propõe. A

Tribo parece ter um fio condutor que nos acom-panha, encadeando o antes e o depois. Em cada encontro, tem sempre uma ou mais obser-vações e depoimentos sobre mudanças a partir do que tinha sido discutido, dando um retorno às nossas conversas no encontro anterior. O objetivo desse espaço está bem compreendido por todos. As crianças vêm preparadas, com temáticas e questões especialmente guardadas para o momento.

de Ana Luiza Azevedo, que, com enorme deli-cadeza e sensibilidade, mostra a relação de um menino e uma senhora que vive em um asilo. Depois do filme, conversamos sobre essa

relação tão distante em idade, mas tão próxima em afetos e afinidades. Boa parte de nosso tempo foi dedicada às

conversas sobre assuntos variados do segundo segmento e, em particular, do Sexto Ano. Toda sorte de perguntas e sugestões, da cantina ao laboratório de ciências, foram colocadas. Co-nheceram muito bem o espaço na Feira Moder-na, tiveram aulas com alguns professores e fizeram uma breve avaliação muito positiva das duas experiências. A preparação para o passeio de formatura foi

na Tribo. Conversamos sobre o seu significado, dividimos quartos e falamos sobre as regras de convivência. Na volta, apreciamos as fotos e filmagens desses dois dias inesquecíveis, com muitas gargalhadas e, ao mesmo tempo, com uma emoção que mareou os olhos. O convívio com a turma da tarde foi cheio de surpresas. Aos poucos, foram se conhecendo melhor, encontrando afinidades e fazendo parcerias, certos de que estarão juntos no próximo ano,

Começamos o semestre conversando sobre a Gripe A. Muito mobilizados e informados, todos sabiam um pouco sobre os cuidados necessários, mas ampliamos esse saber para os cuidados coletivos. Em pouco tempo foi pre-ciso retomar a conversa, falando agora sobre o desperdício. A novidade do álcool gel causou uma vontade de apertar a alavanca cada vez que passavam ao seu lado. Os copos descartá-veis enchiam, em poucos minutos, os tubos de lixo. Mais uma oportunidade de buscar saídas para o problema. Dois “tempos” da vida foram os assuntos

abordados nos encontros desse semestre: a velhice e a infância. Dedicamos algumas Tribos a refletir sobre

um dos tempos da vida: a velhice. A partir de histórias, documentários, anima-

ções, curtas e trechos de filmes, tivemos muitas conversas sobre o idoso e suas relações afeti-vas, o idoso e sua vida na nossa realidade, o idoso e cada um de nós. Fechamos o assunto com o filme “Dona Cristina perdeu a memória”,

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compartilhando muitas vivências e crescimen-tos. Depois do filme, cada criança parou para

pensar sobre os aspectos positivos dessa rela-ção, tanto para o menino, quanto para a Dona Cristina, e depois registraram. Alguns depoi-mentos:

“Conhecer um idoso é muito legal porque ele te ensina coisas novas e conta histórias”

Bia Carneiro

“O idoso vira uma criança enquanto brinca com ela, porque se esquece das coisas que os adultos falam”

Bianca

“O idoso dá sabedoria para as crianças”.

Ian

“A criança ouve histórias e aprende sobre os tempos antigos e a mudança de antiga-mente para os tempos de agora”

Fernanda

A infância é bem conhecida de todos. O que é ser criança foi uma das indagações coloca-das e discutidas. Em geral consideram esse momento uma etapa da vida privilegiada, sem preocupações e com muito tempo para se di-vertir. Mas também tem seus deveres. E a es-cola é um deles. Assistimos à série “Minha Es-

cola”, de Patrick Pounaud, para conhecer ou-tras infâncias, tão distintas em ambientes e culturas e ao mesmo tempo com tantas seme-lhanças na essência de ser criança. O relaxamento continua sendo vivenciado

por todos com muito envolvimento e seriedade. Entendem que é um momento de aprender fazendo. Assim, vão se familiarizando com técnicas

para diminuir o ritmo acelerado do pensamento e do coração, sempre que uma situação da vida precisar de mais calma. Na última Tribo do ano, as crianças relêem

os desejos escritos em fevereiro e se surpreen-dem com suas idéias registradas há dez me-ses. Numa roda, os queimam, tentando imagi-nar que todos os desejos, esses e muitos ou-tros, vão um dia se realizar.

INGLÊS As crianças cantaram, brincaram, pularam

corda e se divertiram no blog da turma neste segundo semestre! Foi um ano bem agitado para as F3! O contato com as “nursery rhymes”, quadri-

nhas da língua inglesa, despertou o desejo de formar outras rimas fazendo uso de palavras que já são familiares e conhecidas. Foi bacana perceber como souberam usar o vocabulário com criatividade e autonomia, transformando uma quadrinha em uma nova, apenas trocando

algumas palavras ou nomes. No blog, foram desafiadas a trocar as rimas

da cantiga para pular corda que começa com “Cinderella dressed in yellow/ Went downstairs to kiss a fellow...” Trocando as palavras "yellow" e "fellow", surgiram novas rimas criati-vas, bem humoradas e contextualizadas. O uso dessa ferramenta motivou os pequenos a usar as palavras que já conheciam de maneira mais ágil. Depois de explorarmos bastante os versos

rimados, entramos no mundo dos “Fairy Tales”! Como fazem parte do conhecimento geral das crianças de todo o mundo, os contos de fadas são uma porta para despertar o desejo de ouvir histórias. A brincadeira foi ouvir, atentamente, um conto, e tentar identificar qual das famosas histórias de príncipes e princesas, pés de feijão e coelhos falantes estávamos narrando. Muito espertos, reconheciam algumas palavras e logo faziam seus "links". Também foi bacana obser-var como ouviam as histórias com atenção e

interesse. Foi um exercício muito bom de escu-ta e compreensão. Finalizamos 2009 com as crianças sendo

capazes de reconhecer histórias, elaborar ri-mas e construir frases simples com e sem mo-delo. Foi um ano bem produtivo!

MÚSICA Na volta das férias, relembramos as músicas

aprendidas, no semestre anterior, na flauta doce e começamos a ampliar o nosso repertó-rio usando o livro “Vamos tocar flauta doce, 1o volume”, de Helle Tirler. Para ampliar o nosso repertório, no fim do semestre começamos a introduzir o uso da mão direita, o que nos pos-sibilitou a execução de mais notas musicais. As músicas tocadas foram ficando mais longas e difíceis e fomos aproveitando para treinar a leitura de partitura. Além desse trabalho com a flauta doce, can-

tamos “Lua de São Jorge”, de Caetano Veloso, escolhida em função do estudo de Projeto, rela-cionado à nova capa da agenda. Posteriormen-te incorporamos, também no cancioneiro da turma, a música “Trilhares”, do Palavra Canta-da. Em paralelo, começamos a investir um pou-

co mais no trabalho com O Passo. As crianças receberam a folha inicial do método e foram progredindo conforme seu estudo e investimen-

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to pessoal. O Passo foi utilizado nas aulas para ajudar no canto, na compreensão e na resolu-ção de questões rítmicas na execução da flauta doce. Os momentos de estudo dessa metodolo-gia, durante as aulas, serviram para criar e reforçar vínculos de companheirismo e incenti-var o trabalho em conjunto. Além desses trabalhos, a turma aprendeu

um pouco mais sobre ópera. O maestro Ricar-do Prado veio fazer uma palestra para as crian-ças sobre o filme de Ingmar Bergman “A Flauta Mágica”, baseado na obra de mesmo nome, de Mozart. Depois, fomos até o Instituto Moreira Salles assistir ao filme. As crianças gostaram da palestra e do filme, apesar de sua longa duração, e acharam que foi uma oportunidade muito bacana de conhecer um gênero não mui-to familiar a elas. A turma se manteve interessada e carinhosa,

empenhada no seu desenvolvimento musical e realizou vários avanços, fazendo e entendendo música cada vez melhor.

TEATRO Começamos o semestre com a Mitologia

Greco-Romana, possibilitando relações com o estudo sobre astronomia que a turma realizaria nas aulas de Projeto. Primeiramente, a origem do mundo, como os Gregos entendiam e expli-

cavam o inicio da vida, do Caos (o vácuo) à criação de Gaia (a Terra), mãe de Urano (o céu). Em seguida, trabalhamos o Mito de Hélio, a personificação do Sol. As crianças se envol-veram muito com as histórias, alguns trouxeram livros de mitologia, outros contaram para o res-to da turma os mitos que já conheciam, e assim as aulas foram correndo de maneira leve e prazerosa. A cada dia um mito, a cada dia uma nova

história era contada e as turmas se reuniam em pequenos grupos para encená-los. Notamos que, muitas vezes, as encenações não atingi-am seu objetivo principal: contar uma história para a plateia através de ações e diálogos que compusessem uma cena. Talvez porque lhes faltassem palavras para se expressar com mais clareza ou recursos para transformar o discur-so. O que observamos é que a maioria se valia da narração. Foi então que resolvemos trabalhar com a

cena escrita, em forma de diálogo. Cada grupo recebia uma cena impressa, que deveria ser lida e montada para o resto da turma. A história escolhida foi: O Mito de Plutão e Perséfone (a criação das estações do ano). A utilização de um roteiro com falas pré-

determinadas facilitou a organização dos gru-pos. Os alunos tinham mais material para tra-balhar a construção dos personagens e a cria-ção da cena, que agora tinha início meio e fim.

Em seguida, para finalizar nosso estudo, lemos os mitos sobre a criação das estrelas e constelações como As Duas Ursas; Órion; A Via Láctea; O Zodíaco. Familiarizados com as narrativas mitológicas, as crianças foram esti-muladas a criar seus próprios mitos. Assim, cada grupo inventava uma história para contar o surgimento de uma constelação. O resultado foi além do que esperávamos.

As crianças usaram a criatividade misturando personagens da mitologia grega com outros de sua própria imaginação. Novas constelações foram criadas como A Via Açucarada; A Via Musical e outras estrelas como Os três Marios. Os alunos escreveram as histórias inventa-

das em sala de aula e produziram trabalhos para a Feira Moderna inspirados nessas mes-mas histórias. Tivemos tempo para trabalhar tudo com muita tranquilidade e prazer. Esse trabalho foi filmado para que os alunos

tivessem a oportunidade de assistir a suas pró-prias produções. E assim, fechamos o semes-tre. Nesse percurso, todos se desenvolveram

bastante, conquistaram novas habilidades, a-madureceram, mas muitos desafios ainda virão para o próximos ano.

EXPRESSÃO CORPORAL Experiências significativas marcaram as cri-

anças e os professores durante as aulas de Expressão Corporal. No início do semestre, exploramos cada parte do nosso corpo, conver-sando sobre suas funções. A pele como cama-da de proteção do corpo, os ossos nos dando estrutura e os músculos, junto às articulações, promovendo todos os movimentos que realiza-mos. Refletimos sobre nossas possibilidades motoras, lembrando os cuidados e limites ne-cessários para as propostas. Em grupos, fize-mos atividades lúdicas, estimulando essa cons-ciência, através de jogos, deslocamentos e exercícios. Entre as atividades realizadas, des-tacamos o “trenzinho’’ para escutar as costas do amigo e percutir com as mãos, observando a intensidade da ação e a reação aos diferen-tes toques na pele; a “massinha corporal”, que

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propõe que uma criança modele o corpo de um amigo, movimentando-o, dando-lhe uma forma final, em posição estática, para ser apreciada como uma obra de arte; o jogo do “espelho humano”, estimulando as noções de lateralida-de e o “guia”, no qual um amigo vendado é conduzido pelo outro, que o dirige pelo espaço da sala, entre outras duplas, estimulando a confiança. Inspirados na imagem da Lua, utilizada para

ilustrar a capa da agenda do segundo semes-tre, falamos sobre gravidade e a variação de peso e realizamos exercícios de sustentação e de equilíbrio. Rolamentos e pirâmides, além de outras manobras, como o colchão humano e suas variações, foram alguns dos movimentos propostos. Em duplas, coletivamente, com uma só pessoa movendo, ou todo um grupo em rolamento, as crianças foram percebendo e se conscientizando sobre o peso do corpo. E, no decorrer da brincadeira, foram todos dando conta da necessidade de realizar movimentos cuidadosos para conseguir rolar sobre os cor-pos dos outros, provocando uma pressão su-

portável para os amigos. Fizemos um pequeno estudo sobre a história

da dança. Abordamos suas manifestações co-letivas de exaltação e louvor à natureza, con-textualizando a dança primitiva. Vimos um ví-deo, no Youtube, que apresentava o percurso da dança moderna à contemporânea. Fomos, então, fazendo um paralelo com nossa prática, percebendo os elementos que apareceram na dança dos bailarinos e das companhias apreci-adas. Pina Baush e Mercê Cunnigham foram os mais apreciados e fizemos vários exercícios inspirados no que vimos sobre suas técnicas e propostas. Trouxemos, também, alguns nomes da cena brasileira para novas apreciações e realizamos atividades inspiradas no que foi visto: exercícios de improviso, composições coletivas, cruzamentos diagonais, deslocamen-tos lúdicos, encaixe e expressão estática e dinâmica do corpo. No final do semestre, dividimos a turma em

quatro grupos e cada um dançou um fragmento do concerto "As Quatro Estações ", de Vivaldi. A utilização dos elementos cênicos como vasos de flor, tecidos, vassouras e guarda-chuvas enriqueceu, e também desafiou, a turma, na coordenação dos movimentos.

ARTES Inauguramos o semestre apreciando a capa

da agenda, retirada do filme "Viagem à Lua", de Georges Méliès, produzido no início do século XX. Em seguida, assistimos ao flime e conver-samos sobre algumas especificidades da lin-guagem, quando ainda eram disponíveis pou-cos recursos técnicos. Destacamos as caracte-rísticas do cenário e da encenação ainda muito parecidos com os utilizados nos espetáculos teatrais, as técnicas de animação utilizadas, a atuação exagerada para dar conta da ausência

do som. Conversamos sobre planos, chegando a observar que a produção é quase toda em plano aberto. Em seguida selecionamos os momentos mais significativos do roteiro - o pla-nejamento da viagem, a construção, a decola-gem, a chegada, o contato com os extra-terrestres, a fuga, o retorno, a recepção. Tenta-mos, a partir daí, relacionar os conceitos traba-lhados no estudo sobre planos com a lingua-gem de quadrinhos, incorporando outros co-nhecimentos como a utilização dos balões para diálogos, diagramação das páginas etc. Propu-semos, então, a montagem de uma história em quadrinhos que tivesse como tema uma viagem espacial. O trabalho foi feito em pequenos gru-pos, passando por muitas etapas. Cada um dos componentes exerceu e exercitou diferentes funções nas atividades de criação, planejamen-to e execução. Dedicamos muitas aulas a esse trabalho. O resultado foi surpreendente e ainda temos esperança de conseguir editar uma cole-tânea com a produção de todas as turmas. Nos breves intervalos entre um trabalho e

outro, ou nos momentos em que uma ou outra crianças se sentia mais ociosa, foram estimula-das a desenhar e pintar livremente, utilizando diferentes técnicas como a pintura a dedo, o lápis de cor, hidrocores ou outros materiais disponíveis em sala, dando-lhes a oportunidade de uma expressão individual, já que as propos-tas de organização do semestre foram sempre coletivas. Esse modo de organização favoreceu um

clima cooperativo, de bastante escuta e compa-nherismo, no qual todas as crianças puderam desenvolver habilidades estéticas de leitura, crítica e expressão.

EDUCAÇÃO FÍSICA Após um longo recesso, retornamos aos

jogos e brincadeiras do Pereirão com alegria e entusiasmo. O tempo parecia sempre pouco para tanta energia. Os jogos já conhecidos como futebol, hande-

bol, basquete, queimado e pique-bandeira con-tinuaram divertindo a garotada. E, com o tem-po, pudemos perceber o quanto as crianças melhoraram seu deslocamento no espaço e suas habilidades, realizando, com maior destre-za, ações como correr e parar, mudar de dire-ção, girar, saltar, arremessar. Como os grupos vêm se esforçando para

realizar o trabalho coletivo, nos “Pereirões Li-vres”, com liberdade, as crianças puderam es-colher suas brincadeiras favoritas, se organiza-ram em pequenos grupos, demonstrando auto-nomia e todos puderam se divertir no mesmo espaço, simultaneamenteAs crianças dessa turma costumam subir depressa para o Perei-rão e aguardam o jogo com ansiedade. São bastante unidos e camaradas. Não possuem a preocupação com o time em que ficarão e sim em se organizar rápido para jogar.