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para confeccionar um jogo chamado “Memórias da Turma do Sol”. Listamos as lembranças de cada criança nesse período para que, posteriormente, o grupo tentasse lembrar de quem era determinado relato. Foi uma farra!

Depois de expressarem muitas opiniões sobre o significado da palavra memória, a exploramos ainda mais no livro “Guilherme Augusto Araújo Fernandes”, de Men Fox. Na história, o menino Guilherme também não conhecia o significado dessa palavra. Após a leitura, a turma descobriu que me-mória é o que nos lembramos do que já aconteceu.

Foi esse livro que nos levou a muitas histórias, que vivemos ou que ajudamos a construir ao longo do tempo, aprofundando e entrando um pouquinho na vida de cada criança. Fizemos contato com nossas lem-branças de quando éramos pequenos e com a história de nossas famílias e ami-gos. Também exploramos novas palavras, percebemos os sons de suas sílabas e brincamos com as rimas, especialmente as de nossos próprios nomes e os de nossos amigos. Ainda motivados pela história, pro-duzimos alguns trabalhos de artes.

Seguindo com o projeto sobre memórias, pesquisamos com os avós as memórias que guardavam sobre a infância de seus filhos e pedimos que as enviassem, por escrito, à escola. Para as crianças, foi e-

Turma:

BEATRIZ, EDUARDO F, EDUARDO V, ELISA, FELIPE, FRANCISCO, HELENA, ISABEL,

JÚLIA, LUIZA, LUNA, MANUELA, MARCELO, MARIANA D, MARIANA S, MIGUEL,

SEBASTIÃO, SOFIA e ÚRSULA

Professores e Auxiliares nas Turmas:

Turma da Lua: Flavia, Luiza, Bil e Alessandra Turma da Borboleta: Camila e Raoni

Turma do Sol: Mariah e Luciana Moreira Turma da Chuva: Cléa e Diana

Música: Jean Expressão Corporal: Roberta e Renata

Direção:

Tetê, Paula e Vanessa

Secretaria:

Andréia e Viviane

Auxiliares

Maria, Erick, Joilson, Sandra e Cida

O GRUPO

As crianças da Turma do Sol voltaram das férias com muitas novidades e histó-rias para contar. Esse grupo é composto por crianças muito curiosas que ao longo do ano foram se conhecendo, aprendendo a se respeitar e incorporando uma atitude de aceitação do outro em suas diferenças e particularidades. O diálogo e a troca de experiências entre elas foi muito intensa e gerou bons resultados. Hoje, nossos pe-quenos conseguiram internalizar que a maneira como tratamos e vemos o outro se reflete na maneira como cada um vê a si próprio. Com isso, o retorno à escola começou em grande estilo! Juntos, recor-damos nossa rotina e construímos uma relação de muito carinho e afeto.

MEMÓRIAS

Iniciamos o semestre apresentando o filme “Viagem à Lua”, de Georges Méliès, de onde foi extraída a imagem que ilustrou a capa da nossa agenda, e o documentário sobre a chegada do homem à Lua. Nosso objetivo era mostrar-lhes que o que era ficção no primeiro filme, com o tempo, ha-via se tornado realidade. Abrimos, assim, as nossas conversas sobre o tempo.

Em nossas rodas levamos as crianças a refletir sobre o significado da palavra me-mória, a partir de uma conversa sobre o que haviam feito nas férias. Aproveitamos

Relatório do Segundo Semestre / 2009

Turma do Sol – TCM

Rua Capistrano de Abreu, 29 – Botafogo – 2538-3231 Rua Marques, 19 – Humaitá – 2538-3232

www.sapereira.com.br - [email protected]

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em nosso dia-a-dia. Além do jogo da me-mória, que produzimos e que nos acompa-nhou durante todo o semestre, continua-mos trabalhando diariamente com o calen-dário, dando oportunidade às crianças de perceber a passagem do tempo e de ter contato com os números. Inspirados no livro “Minha mão é uma régua”, de Seong-Eun e Oh Seung-Min, produzimos uma apostila que as levou a explorar diferentes unidades de medida, como as que são su-geridas na história do livro, como o nosso corpo, anti-braço, passo, palmo etc. Tam-bém medimos nossas alturas e vimos quantas crianças deitadas equivaliam ao comprimento do pátio da escola e quantas eram necessárias para abraçar a manguei-ra do pátio. Enfatizamos a contagem oral em diversas situações do cotidiano, como saber o número de meninos e meninas presentes ou ausentes na turma, o número de fichas de nomes selecionadas, e outras. O importante foi enfatizar um ambiente arimetizador e aproveitar as diferentes o-portunidades de explorar a matemática de

mocionante saber sobre uma passagem da vida de seus pais. Vimos, em cada olhar, um misto de curiosidade e orgulho por es-tarem compartilhando histórias tão signifi-cativas com amigos tão queridos. Ainda pedimos que os pais trouxessem algum brinquedo ou objeto que tivesse pertencido às crianças quando bem pequeninas e com eles fizemos diversas atividades en-volvendo diferentes áreas de conhecimen-to.

Realizamos uma série de brincadeiras e atividades que nos levaram a aprofundar o universo da leitura e da escrita. Por meio de vários portadores de textos como livros, revistas, cartas e jornais, levamos as crian-ças a manusear e criar um pouco mais de intimidade com nossa forma convencional de escrita para que pudessem perceber o seu uso e a sua função em diversas situa-ções e a levantar hipóteses a respeito da leitura e da escrita, o que as possibilitou construir novos conhecimentos.

A matemática também esteve presente

forma contextualizada com as nossas pes-quisas.

Em Artes, conhecemos três artistas que representaram a família em suas obras. A brasileira Tarsila do Amaral, o espanhol Joan Miró e a mexicana Frida Kahlo. As crianças conheceram as técnicas que fo-ram utilizadas em suas obras e fizeram lindos trabalhos inspirados neles. Essas produções foram aproveitadas para ativi-dades de escrita, enriquecendo não só a cultura visual de nossas crianças como a linguagem oral e escrita de forma lúdica e prazerosa.

Dando continuidade ao projeto, entra-mos no universo musical e pesquisamos um pouco sobre a vida e a obra de Heitor Villa-Lobos e Antônio Sá Pereira, com o objetivo de resgatarmos a história da esco-la. Com a visita da Tetê, que nos contou algumas de suas memórias, descobrimos que os dois eram amigos e ficamos curio-sos e instigados a conhecer mais sobre a pessoa que deu origem ao nome da nossa escola.

Fomos ao Museu Villa-Lobos e, na sala de música, assistimos a um dueto de piano e violoncelo. Os músicos foram acompa-nhados pelas crianças, que cantaram com alegria músicas infantis apreciadas por Villa-Lobos como “Atirei o pau no gato” e “A Canoa Virou!”. Depois de tanta cantoria apreciaram os objetos e instrumentos usa-dos pelo compositor, além de vestirem u-ma casaca e usarem uma batuta fingindo ser um maestro profissional.

A Turma do Sol se envolveu bastante com ess projeto. Na Festa Pedagógica todos mostraram um pouco desse aprendi-zado através de seus trabalhos de artes e da dedicação de cada criança ao construir, junto com seus pais, um jogo da memória com as fotos de quando eram crianças e dos brinquedos de quando eram bebês. Também cantaram a música “Trenzinho do Caipira”,de Villa-Lobos, que aprenderam nas aulas de música, emocionando a to-

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dos. Ao trabalhar com um tema tão complexo

e ao mesmo tempo tão instigante, vimos as crianças envolvidas e mais próximas do tema de nosso projeto institucional. Foi um semestre de grandes desafios e aprendiza-gens. Percebemos o quanto a turma cres-ceu e amadureceu.

Nós,professores, ficaremos com sauda-de dessas gostosas manhãs que tivemos e certos de que nossos “sóizinhos” continua-rão radiantes nessa caminhada em busca de novos aprendizados.

EXPRESSÃO CORPORAL Entre abraços saudosos e muitas novi-

dades, alongamos e estudamos diferentes posturas corporais. Trabalhamos, com di-nâmicas distintas, os conceitos que estru-turam nosso trabalho de corpo: ritmo, es-paço, esquema corporal e qualidade de movimento.

Ao nos aproximarmos do projeto da tur-ma, exercitamos a nossa memória com uma seqüência de movimentos criada pelo somatório de sugestões de cada criança. Uma graça! Também brincamos de "mímica corporal", reproduzindo com o corpo as rimas criadas pelas crianças com seus nomes para que o grupo adivinhasse. E que memória têm esses pequenos!

Experimentamos um circuito sensorial, com obstáculos e texturas diferentes. Em duplas, as crianças percorriam o circuito, uma de olhos vendados e a outra guiando. Precisaram se concentrar tanto para serem guiados, como para guiar, estabelecendo um vínculo de confiança com o parceiro.

Criamos um caminho de barbantes com pequenas lanternas acesas no salão. Ao

tados pelos bailarinos. Entre risos e sorri-sos, aproveitamos ao máximo tal recurso visual, aprimorando a qualidade de nossos movimentos.

Para encerrar, estamos trabalhando a nossa coreografia para a festa de final de ano. Cheios de idéias e sugestões, a Tur-ma do Sol tem participado ativamente do processo criativo.

MÚSICA No começo do semestre a turminha an-

dou exercitando a com a música cumulati-va "A Velha à Fiar". Nesse tipo de música, a cada repetição, aumenta um pouco a letra e a melodia. Pudemos apreciar a ver-são de Humberto Mauro

“Estava a velha em seu lugar / Veio a mosca lhe fazer mal / A mosca na velha e a velha à fiar”.

Na ocasião, também conhecemos a ver-são "A Vó a bordar", da série Cocoricó.

Contemplando o projeto, trouxemos a música "Eu", de Paulo Tati, que conta a história dos seus avós e a toda hora inda-ga se tal fato não tivesse acontecido, como o encontro inusitado do avô com sua avó, talvez ele não tivesse nascido.

“Se aquela moça esperta não tivesse ali passado / Ou se não se apaixonasse por aquele condenado / Eu não teria bi-savô, nem bisavó, nem avô, nem avó, nem pai pra casar com a minha mãe / Então eu não contaria essa história fami-liar / Pois eu nem existiria pra poder can-tar / Nem pra tocar violão”.

Também conhecemos uma antiga mar-

som de "Trenzinho Caipira", "Bachianas" e "Passa Passa Gavião", todas de Villa Lo-bos, as crianças foram divididas em pe-quenos grupos e convidadas a percorrer esse caminho dançante. Dessa maneira, tínhamos sempre um grupo que contem-plava o trabalho do outro. Durante essa improvisação foi solicitado que as crianças respeitassem o andamento de cada músi-ca e explorassem os diferentes níveis - baixo, médio e alto. Com muita proprieda-de, nossos pequenos nos encantaram com os movimentos que foram surgindo.

Em outro momento assistimos a trechos do espetáculo “Cirandas Cirandinhas”, de Dança Contemporânea para crianças, da Cia De Dança Ana Vitória, que tem como trilha músicas de Villa Lobos. Em seguida, tentamos reproduzir os movimentos execu-

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chinha de carnaval chamada Lambretinha, que fala que "o vovô ia à cavalo para visi-tar a vovó, o papai de bicicleta pra ver ma-mãe... hoje tudo está mudado" pois o neto vai de lambretinha.

No trabalho com os instrumentos de per-cussão (bater) percebeoms que podíamos explorar outros timbres, simplesmente fric-cionando-os ou ainda pinçando-os. E des-cobrimos que, nas orquestras, os instru-mentos se organizam em famílias, como cordas, madeiras, metais e percussão. To-car fraco, tocar forte, parar de tocar, reali-zar a dinâmica variando a intensidade sob a regência foi o primeiro passo. Logo eram as crianças que brincavam de reger. Sur-giu, também, a brincadeira "Quem é o Ma-estro?". Uma criança tinha que adivinhar quem era o maestro, ou melhor, a quem

todos estavam imitando os sons e gestos produzidos. Aproveitamos para pesquisar sobre Villa Lobos e sua contribuição para o cancioneiro infantil. Apreciamos uma de suas composições mais famosas, "O Ten-zinho Caipira", que inspirou Ferreira Gou-lart na letra que ensinamos às crianças.

“Lá vai o trem sem destino / Pro dia novo encontrar / Correndo vai pela ser-ra / Vai pela terra / Vai pelo ar”.

O trem andando parecia dizer “Café com pão / Bolacha não” o que nos motivou a trabalhar com instrumentos experimentan-do acelerar a marcação dos chocalhos pa-ra que acompanhássemos, com o corpo, a saída e chegada do trem da estação.

Trouxemos um pouco da história e da

tradição do Jongo, manifestação quilombo-la recheada de reverências à figura dos avós que expressa a importância da an-cestralidade e oralidade para a cultura afri-cana. Embalados pelos tambores e ataba-ques, as crianças experimentaram o passo da dança que simula uma pisada como quem vai matar uma barata.

“Vapor berrou na Paraíba / Chora eu / Chora eu vovó / ... / Quando eu entro no jongo e começo a cantar / Segura Ioiô, Iaiá / Logo da minha vozinha eu vou me lembrar” (Serrinha).

E, pedindo licença, transformamos a canção "A Barata na Careca do Vovô" em jongo também.