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(1/15) RELATÓRIO E CONTAS 2018 INDICADORES FINANCEIROS MT Auditado 2018 2017 Margem Financeira 136 872 705 94 802 330 Comissões Líquidas 83 382 816 29 288 889 Resultados de Operações Financeiras (Líq) 116 757 305 61 289 173 Outros Resultados de Exploração (685 812) (713 762) Produto Bancário 336 327 013 184 666 631 Custos com Pessoal (74 072 224) (66 008 554) Gastos Gerais Administrativos (46 549 082) (52 833 723) Custos de Funcionamento (120 621 306) (118 842 277) Resultado Operacional 215 705 707 65 824 354 Amortizações (9 921 663) (7 670 565) Imparidades 1 699 276 18 304 178 Provisões - (3 231 000) Custos Operacionais (128 843 694) (111 439 664) Resultados antes de Impostos 207 483 319 73 226 967 Impostos Correntes (47 613 942) (17 189 293) Impostos Diferidos 1 214 359 (5 900 721) Resultado Líquido 161 083 736 50 136 953 Liquidez e Recursos 2018 2017 Capitais próprios 706 059 404 571 925 034 Recursos de Outras Instituições de Crédito 33 468 33 913 615 Recursos de Clientes 672 862 507 440 651 327 Outros passivos 50 898 666 41 362 608 Medidas de desempenho 2018 2017 Rendibilidade Rendibilidade dos Activos Médios (ROA) 16,5% 7,0% Rendibilidade dos Capitais Próprios Médios (ROE) 25,2% 10,2% Produto Bancário/Activo Líquido Médio 26,7% 19,2% Eficiência Margem Financeira/Activo remunerado 11,1% 10,3% Custos com Pessoal/Produto Bancário 22,0% 35,7% Indicadores Financeiros 2018 2017 Solvência e Transformação Core Tier 1 183,6% 223,8% Crédito concedido/Depósitos 0,0% 0,0% Activo e Fundos Próprios Activo Líquido/Capital Próprio 202,5% 190,2% Activos sob Supervisão/Capital Próprio 590,0% 509,4% INTRODUÇÃO Quem somos O Banco BIG Moçambique, S A (BiG ou Banco) é um banco especializado em investimento e poupança, com sede em Maputo, que iniciou a sua actividade em Março de 2016. O Ban- co está autorizado a operar em todas as áreas de negócio abertas ao sector bancário em Moçambique. O Banco é detido maioritariamente pelo Banco de Investimento Global, S A , com sede em Lisboa, Portugal, fazendo parte de um Grupo com sólida experiência e credenciais provadas em banca. O Grupo BiG é independente face a grupos financeiros e a accionistas ou grupos específicos Esta independência traz consigo a liberdade de reflectir e inovar, mas também a responsabilidade de exercer uma maior disciplina financeira. Adicionalmente, esta indepen- dência exige uma gestão de risco rigorosa e um grande suporte da experiência acumulada em mercados financeiros ao longo dos anos, associada ao profundo conhecimento da sua natureza de risco e de retorno. Na actividade principal, o BiG apresenta um modelo de negócio transparente e inovador, focado em soluções de poupança e investimento, bem como em serviços de assessoria, dirigidos a Empresas, Clientes Institucionais e Clientes Particulares de perfil afluente. Comercialmente, o BiG está focado na angariação de Clientes, no crescimento da base de depósitos e na gestão de activos de terceiros. Operacionalmente, o Banco foca-se na qualidade dos seus activos, gestão de liquidez, con- trolo operacional interno, fiabilidade de execução, preservação do capital e controlo dos riscos inerentes ao negócio, de modo a gerar retornos atractivos para os seus accionistas. O BiG procura, antes de mais, assegurar um crescimento sólido e sustentável, e permanecer uma referência de segurança para os activos e poupanças dos seus Clientes. Neste contexto, a solvabilidade do Banco, assim como outros rácios operacionais, apresen- ta-se forte e robusta. Desde o início da actividade, o BiG tem contado com as capacidades de gestão de risco próprias e do Grupo para alicerçar o seu crescimento inicial, bem como para alargar e melhorar o seu modelo de negócio, num período turbulento e de particular tensão na economia Moçambicana e na região em que Moçambique se insere, bem como nos mercados financeiros internacionais. O Banco não solicitou nem necessitou de qualquer tipo de assistência, capital ou garantias não definidas inicialmente no plano de negócios, em momento algum desde o início da sua actividade. O BiG é uma instituição especializada focada, alicerçada em processos de base tecnológica e escaláveis, de arquitectura aberta, com uma cultura que procura mitigar erros operacionais ou perdas de crédito. O BiG privilegia a qualidade face à quantidade ou à quota de mercado em todas as suas áreas de negócio, e em momento algum procura replicar os modelos de banca universal tradicionais, de retalho de massas, que nos últimos anos proliferaram no mercado nacional, procurando desenvolver soluções alternativas e eficientes e trazer inova- ção ao mercado financeiro moçambicano. O BiG propõe-se repensar os serviços financeiros para os investidores mais exigentes, e procura democratizar o acesso a produtos de poupan- ça e aos mercados de capitais. O BiG contacta com os Clientes a partir dos escritórios em Maputo, e as equipas comerciais do Banco deslocam-se constantemente por todo o país. Um olhar rápido sobre o Banco: z Capital social subscrito e totalmente realizado de 571 924 000,00 MT (quinhentos e se- tenta e um milhões, novecentos e vinte e quatro mil Meticais); z Detido maioritariamente (99,9997%) pelo Banco de Investimento Global, S A; z Trinta e seis colaboradores distribuídos pelas várias áreas de suporte, controlo, negócio e gestão do Banco, com o apoio das funções centrais de Grupo. A nossa visão Reconhecemos que as necessidades e exigências dos aforradores e investidores moçambi- canos evoluíram mais rapidamente nos últimos anos do que os modelos tradicionais de Ban- ca, logo, as necessidades e exigências actuais dos Clientes não são plenamente satisfeitas. Acreditamos que o acesso à informação veio proporcionar aos Clientes as ferramentas ade- quadas para melhores e mais rápidas decisões financeiras. Baseamos a nossa abordagem ao mercado numa estratégia de constante mudança e actua- lização, exigindo aos nossos Colaboradores, sistemas e processos, eficiência e capacidade de antecipar as alterações do mercado e as preferências dos Clientes. Encorajamos a iniciativa e apoiamos a inovação, procurando enquadrar esses valores de forma controlada e responsável, traduzindo-os em ganhos de produtividade e valor acres- centado. Procuramos democratizar o acesso dos investidores moçambicanos aos mercados de capi- tais. No futuro, queremos continuar a oferecer “mais por menos”, com constante inovação finan- ceira e actualização tecnológica, procurando continuamente satisfazer os nossos Clientes. O que fazemos De um modo geral, o BiG associa a experiência dos seus recursos humanos, o seu capital e as suas ideias com o objectivo de ajudar Clientes, Accionistas e demais stakeholders a pre- servar e valorizar os respectivos activos financeiros Em particular, o BiG: Aconselha Empresas, Clientes Institucionais e Clientes Particulares em matérias de ris- co de crédito e de mercado, alocação de activos e questões estratégicas associadas aos seus negócios; Executa transacções em mercados regulados ou OTC (over the counter), em função de ne- cessidades de financiamento ou apetência por risco dos seus Clientes; Investe, sobretudo em activos líquidos e de alta qualidade, contribuindo para o financiamen- to de empresas e da economia, e aconselha os seus Clientes relativamente a estratégias de investimento, de acordo com o respectivo perfil e conhecimento financeiro; Gere o seu Balanço, a sua exposição ao risco e, sob solicitação, os activos dos seus Clientes; Preserva a sua reputação e a integridade do seu negócio; Valoriza o seu capital, assim como as poupanças e os activos confiados pelos seus Clientes, num ambiente operacional seguro e de confiança; Inova, estimulando e desenvolvendo ideias que derivam da sua visão sobre o mercado, e que tem origem na génese empreendedora do Banco. Para Empresas e Clientes Institucionais, os serviços prestados incluem gestão de risco, te- souraria, corretagem, custódia e serviços de assessoria financeira. Ao segmento de Clientes Particulares, o Banco presta serviços de poupança, corretagem, custódia, gestão de patrimó- nio e serviços bancários gerais e de pagamento. A área de Tesouraria e Mercado de Capitais do Banco foca-se na gestão de liquidez de Ba- lanço. Esta área desempenha um papel central na cultura de gestão de riscos relacionados com mercado e crédito. Complementarmente à oferta de serviços bancários tradicionais, o Banco disponibiliza um conjunto de produtos destinados a vários segmentos de Clientes, cujo objectivo passa por promover a poupança e facilitar a negociação e investimento em instrumentos financeiros. Desta forma, o Banco procura facilitar o acesso de aforradores e investidores a serviços bancários e a um amplo conjunto de soluções financeiras, com aconselhamento, assistência e níveis adequados de informação, ou apenas execução, assim como a vários produtos de investimento negociados na Bolsa de Valores de Moçambique e em mercados de balcão (OTC). O Banco, em 2018, gerou todas as suas receitas em Moçambique. O activo do Banco, regra geral, apresenta diversidade sectorial, que pode variar ao longo do tempo, dependendo das condições de mercado e de oportunidades de negócio. Adicionalmente, o Balanço do Banco reflecte a política do BiG de manutenção de excesso de liquidez. Do lado das respon- sabilidades, o Banco foca-se na estabilidade dos depósitos e no crescimento do capital. O Banco interage com os seus Clientes através de vários canais integrados: os Clientes Institu- cionais e Empresas são servidos por equipas de vendas e de produto que se deslocam por todo o País; os Clientes Particulares são servidos por uma equipa comercial disponível para se deslocar ao seu encontro. O serviço de corretagem do Banco tem por base a sua participação como Operador da Bolsa de Valores de Moçambique, membro da Central de Valores e Operador Especializado de Obrigações do Tesouro aprovado pela Direcção Nacional do Tesouro. Adicionalmente, o Banco disponibiliza informações sobre os mercados de capitais internacionais, de modo a proporcionar aos seus Clientes o acesso a um conjunto de informação financeira que lhes permita tomar decisões informadas e conscientes. Onde estamos O BiG está sediado em Maputo, tendo a sua agência-sede no Edifício JAT 6-3, Rua dos Des- portistas, nº 733, 2º Andar. Principais Milestones É apresentado de seguida um cronograma que resume os principais eventos, desde o momento da submissão do pedido de licença bancária ao Banco de Moçambique, até ao presente momento. Outubro Submissão de pedido para obtenção de licença bancária junto do Banco de Moçambique Janeiro Inspecção obrigatória do Banco Central Março Início de Operações Novembro Banco BIG Moçambique atinge o breakeven Outubro O Banco transaciona o equivalente a 1/3 do volume da BVM e é um dos principais colocadores de Obrigações do Tesouro Consolidou o seu posicionamento como principal operador de bolsa, sendo responsável por mais de 70% do volume transacionado em mercado secundário. Autorização de importação de capitais e Setup operational Licença concedida pelo Banco Central e Escritura Pública do BIG Moçambique Junho Aumento de Capital de acordo com o plano de negócios definido Dezembro Resultado líquido do Banco cresce 170% BIG realiza aumento de capital e completa o IDE autorizado no total de $ 10 milhões Junho O Banco é selecionado como Coordenador Global na OPV de 7,5% do capital da HCB Resultado líquido do 1º semestre atinge MT 91 milhões, um crescimento de 216%. Julho O Banco foi coordenador global conjunto da maior emissão de dívida corporativa do ano, num montante superior a MT 1 bilião. Dezembro O Banco triplica o resultado do ano anterior, tendo este atingido MT 161 milhões. 2013 2014 2015 2016 2017 2018 O NEGÓCIO Áreas de negócio Clientes Institucionais e Empresas Para investidores institucionais e para médias e grandes empresas, os profissionais de áre- as chave do BiG desenvolvem soluções financeiras especializadas, executam estratégias de negociação e de investimento e apoiam os Clientes na gestão de risco. A ampla gama de serviços que o BiG oferece inclui negociação em mercados regulados, estruturação de soluções OTC para cobertura de riscos de mercado, custódia e serviços de assessoria financeira. Tesouraria e Mercados de Capitais A área de Tesouraria e Mercados de Capitais foca-se nas actividades de investimento e cré- dito do Banco, centraliza a gestão de liquidez de Balanço do BiG e desempenha um papel central na cultura de gestão de riscos relacionados com o mercado. Para além da gestão da carteira de activos financeiros do Banco, esta área partilha análises e informação especializa- da sobre mercados para consumo interno, desenvolve activamente produtos para Empresas, Clientes Institucionais e Clientes Particulares, e gere as posições de tesouraria e de risco do Banco. Clientes Particulares O BiG serve Clientes particulares com diferentes necessidades e expectativas através de uma abordagem integrada, apoiada por um conjunto de serviços bancários e de negociação, e por uma equipa comercial que se desloca aos mercados geográficos chave do país. A com- binação de produtos e serviços e equipas de venda especializadas permite aos Clientes do BiG executarem operações bancárias, gerir as suas poupanças e investir através do mercado de capitais. O Banco dispõe de soluções e serviços bancários direccionados para Clientes com perfil diversificado, que procuram apoio nas decisões de investimento, soluções perso- nalizadas e preservação do capital. Linhas de negócio Corretora Proporcionar aos Investidores acesso à Bolsa de Valores de Moçambique. Em 2018 o BiG continuou a ser o principal dinamizador da Bolsa de Valores, disponibilizando cotações em tempo real, acções, obrigações, papel comercial, títulos de reembolso, contas de títulos, custódia, liquidação, informação actualizada da carteira, research e acesso ao mercado primário. Tem como objectivo democratizar o acesso às alternativas de inves- timento, consolidar uma posição de líder de mercado e atrair investidores e emitentes para a bolsa. Corporate Finance & Advisory Equipa com sólida experiência em banca de investimento, com capacidade de execução lo- cal Extenso historial de concretização de transacções Independência, objectividade e foco, são a proposta de valor num mercado bancário cada vez mais concentrado e com relações creditícias que afectam a imparcialidade. O objectivo passa por continuar a consolidar o BiG como um dos principais bancos de investimento a actuar em território nacional, com capacidade de execução local e sofisticação financeira para apoiar os grandes projectos de investimento nos sectores da energia, infra-estruturas e recursos naturais. Nos últimos 2 anos, o BiG esteve envolvido nas principais operações que ocorreram em Moçambique, en- volvendo entidades privadas, investidores internacionais, empresas do Estado e entidades supranacionais. Tesouraria e Mercados de Capitais Extensa experiência de negociação nos mercados de capitais globais e em gestão de risco de crédito e de mercado. Capacidade para estruturar coberturas de risco de taxa de juro, de preço e cambial. Colocações de dívida e capital e market-making em mercado secundário. Especialização em derivados como forma de cobertura e gestão de risco, com soluções para empresas, institucionais e particulares. Capacidade para desenvolver soluções à medida, atendendo ao elevado conhecimento técnico dos produtos e entendimento das necessi- dades dos Clientes e da evolução do mercado. O objectivo do Banco continua a ser o de consolidar o seu papel como principal operador de referência do mercado moçambicano em transacções de bolsa e gestão de risco. No mercado cambial, o BiG actua principalmente como intermediário de transacções estruturadas de grande volume para Empresas. Produtos & Serviços Corretagem e Custódia O BiG iniciou as suas actividades como Operador de Bolsa e como Operador Especializado de Obrigações do Tesouro apenas alguns meses após o início da sua actividade de banca comercial. Tirando partido dessas autorizações, o BiG estabeleceu-se rapidamente como um dos principais operadores de mercado em Moçambique, definindo um novo padrão para nível de serviço, rapidez de execução e competitividade nos custos. Durante o ano de 2018, o BiG continuou a desempenhar o papel de importante colocador quer de dívida pública quer de dívida corporativa, bem como a ser um operador de referência no mercado secundário. Adicionalmente, por ser membro da Central de Valores Mobiliários, o Banco presta serviços de banco depositário, executando as liquidações financeiras asso- ciadas a uma carteira de activos financeiros, bem como à manutenção e actualização dessa carteira em custódia. O Banco oferece ainda aos seus Clientes research macroeconómico periódico, bem como a constante monitorização dos mercados financeiros nacionais com o objectivo de detectar oportunidades de investimento ajustadas às diferentes necessidades dos aforradores e dos investidores.

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(1/15)RELATÓRIO E CONTAS 2018

INDICADORES FINANCEIROSMT

Auditado 2018 2017

Margem Financeira 136 872 705 94 802 330

Comissões Líquidas 83 382 816 29 288 889

Resultados de Operações Financeiras (Líq) 116 757 305 61 289 173

Outros Resultados de Exploração (685 812) (713 762)

Produto Bancário 336 327 013 184 666 631

Custos com Pessoal (74 072 224) (66 008 554)

Gastos Gerais Administrativos (46 549 082) (52 833 723)

Custos de Funcionamento (120 621 306) (118 842 277)

Resultado Operacional 215 705 707 65 824 354

Amortizações (9 921 663) (7 670 565)

Imparidades 1 699 276 18 304 178

Provisões - (3 231 000)

Custos Operacionais (128 843 694) (111 439 664)

Resultados antes de Impostos 207 483 319 73 226 967

Impostos Correntes (47 613 942) (17 189 293)

Impostos Diferidos 1 214 359 (5 900 721)

Resultado Líquido 161 083 736 50 136 953

Liquidez e Recursos 2018 2017

Capitais próprios 706 059 404 571 925 034

Recursos de Outras Instituições de Crédito 33 468 33 913 615

Recursos de Clientes 672 862 507 440 651 327

Outros passivos 50 898 666 41 362 608

Medidas de desempenho 2018 2017

Rendibilidade

Rendibilidade dos Activos Médios (ROA) 16,5% 7,0%

Rendibilidade dos Capitais Próprios Médios (ROE) 25,2% 10,2%

Produto Bancário/Activo Líquido Médio 26,7% 19,2%

Eficiência

Margem Financeira/Activo remunerado 11,1% 10,3%

Custos com Pessoal/Produto Bancário 22,0% 35,7%

Indicadores Financeiros 2018 2017

Solvência e Transformação

Core Tier 1 183,6% 223,8%

Crédito concedido/Depósitos 0,0% 0,0%

Activo e Fundos Próprios

Activo Líquido/Capital Próprio 202,5% 190,2%

Activos sob Supervisão/Capital Próprio 590,0% 509,4%

INTRODUÇÃO

Quem somosO Banco BIG Moçambique, S A (BiG ou Banco) é um banco especializado em investimento e poupança, com sede em Maputo, que iniciou a sua actividade em Março de 2016. O Ban-co está autorizado a operar em todas as áreas de negócio abertas ao sector bancário em Moçambique.

O Banco é detido maioritariamente pelo Banco de Investimento Global, S A , com sede em Lisboa, Portugal, fazendo parte de um Grupo com sólida experiência e credenciais provadas em banca. O Grupo BiG é independente face a grupos financeiros e a accionistas ou grupos específicos Esta independência traz consigo a liberdade de reflectir e inovar, mas também a responsabilidade de exercer uma maior disciplina financeira. Adicionalmente, esta indepen-dência exige uma gestão de risco rigorosa e um grande suporte da experiência acumulada em mercados financeiros ao longo dos anos, associada ao profundo conhecimento da sua natureza de risco e de retorno.

Na actividade principal, o BiG apresenta um modelo de negócio transparente e inovador, focado em soluções de poupança e investimento, bem como em serviços de assessoria, dirigidos a Empresas, Clientes Institucionais e Clientes Particulares de perfil afluente.

Comercialmente, o BiG está focado na angariação de Clientes, no crescimento da base de depósitos e na gestão de activos de terceiros.

Operacionalmente, o Banco foca-se na qualidade dos seus activos, gestão de liquidez, con-trolo operacional interno, fiabilidade de execução, preservação do capital e controlo dos riscos inerentes ao negócio, de modo a gerar retornos atractivos para os seus accionistas. O BiG procura, antes de mais, assegurar um crescimento sólido e sustentável, e permanecer uma referência de segurança para os activos e poupanças dos seus Clientes.

Neste contexto, a solvabilidade do Banco, assim como outros rácios operacionais, apresen-ta-se forte e robusta. Desde o início da actividade, o BiG tem contado com as capacidades de gestão de risco próprias e do Grupo para alicerçar o seu crescimento inicial, bem como para alargar e melhorar o seu modelo de negócio, num período turbulento e de particular tensão na economia Moçambicana e na região em que Moçambique se insere, bem como nos mercados financeiros internacionais. O Banco não solicitou nem necessitou de qualquer tipo de assistência, capital ou garantias não definidas inicialmente no plano de negócios, em momento algum desde o início da sua actividade.

O BiG é uma instituição especializada focada, alicerçada em processos de base tecnológica e escaláveis, de arquitectura aberta, com uma cultura que procura mitigar erros operacionais ou perdas de crédito. O BiG privilegia a qualidade face à quantidade ou à quota de mercado em todas as suas áreas de negócio, e em momento algum procura replicar os modelos de banca universal tradicionais, de retalho de massas, que nos últimos anos proliferaram no mercado nacional, procurando desenvolver soluções alternativas e eficientes e trazer inova-ção ao mercado financeiro moçambicano. O BiG propõe-se repensar os serviços financeiros para os investidores mais exigentes, e procura democratizar o acesso a produtos de poupan-ça e aos mercados de capitais.

O BiG contacta com os Clientes a partir dos escritórios em Maputo, e as equipas comerciais do Banco deslocam-se constantemente por todo o país.

Um olhar rápido sobre o Banco:

z Capital social subscrito e totalmente realizado de 571 924 000,00 MT (quinhentos e se-tenta e um milhões, novecentos e vinte e quatro mil Meticais);

z Detido maioritariamente (99,9997%) pelo Banco de Investimento Global, S A;

z Trinta e seis colaboradores distribuídos pelas várias áreas de suporte, controlo, negócio e gestão do Banco, com o apoio das funções centrais de Grupo.

A nossa visãoReconhecemos que as necessidades e exigências dos aforradores e investidores moçambi-canos evoluíram mais rapidamente nos últimos anos do que os modelos tradicionais de Ban-ca, logo, as necessidades e exigências actuais dos Clientes não são plenamente satisfeitas.

Acreditamos que o acesso à informação veio proporcionar aos Clientes as ferramentas ade-quadas para melhores e mais rápidas decisões financeiras.

Baseamos a nossa abordagem ao mercado numa estratégia de constante mudança e actua-lização, exigindo aos nossos Colaboradores, sistemas e processos, eficiência e capacidade de antecipar as alterações do mercado e as preferências dos Clientes.

Encorajamos a iniciativa e apoiamos a inovação, procurando enquadrar esses valores de forma controlada e responsável, traduzindo-os em ganhos de produtividade e valor acres-centado.

Procuramos democratizar o acesso dos investidores moçambicanos aos mercados de capi-tais.

No futuro, queremos continuar a oferecer “mais por menos”, com constante inovação finan-ceira e actualização tecnológica, procurando continuamente satisfazer os nossos Clientes.

O que fazemosDe um modo geral, o BiG associa a experiência dos seus recursos humanos, o seu capital e as suas ideias com o objectivo de ajudar Clientes, Accionistas e demais stakeholders a pre-servar e valorizar os respectivos activos financeiros Em particular, o BiG:

Aconselha Empresas, Clientes Institucionais e Clientes Particulares em matérias de ris-co de crédito e de mercado, alocação de activos e questões estratégicas associadas aos seus negócios;

Executa transacções em mercados regulados ou OTC (over the counter), em função de ne-cessidades de financiamento ou apetência por risco dos seus Clientes;

Investe, sobretudo em activos líquidos e de alta qualidade, contribuindo para o financiamen-to de empresas e da economia, e aconselha os seus Clientes relativamente a estratégias de investimento, de acordo com o respectivo perfil e conhecimento financeiro;

Gere o seu Balanço, a sua exposição ao risco e, sob solicitação, os activos dos seus Clientes;

Preserva a sua reputação e a integridade do seu negócio;

Valoriza o seu capital, assim como as poupanças e os activos confiados pelos seus Clientes, num ambiente operacional seguro e de confiança;

Inova, estimulando e desenvolvendo ideias que derivam da sua visão sobre o mercado, e que tem origem na génese empreendedora do Banco.

Para Empresas e Clientes Institucionais, os serviços prestados incluem gestão de risco, te-souraria, corretagem, custódia e serviços de assessoria financeira. Ao segmento de Clientes Particulares, o Banco presta serviços de poupança, corretagem, custódia, gestão de patrimó-nio e serviços bancários gerais e de pagamento.

A área de Tesouraria e Mercado de Capitais do Banco foca-se na gestão de liquidez de Ba-lanço. Esta área desempenha um papel central na cultura de gestão de riscos relacionados com mercado e crédito.

Complementarmente à oferta de serviços bancários tradicionais, o Banco disponibiliza um conjunto de produtos destinados a vários segmentos de Clientes, cujo objectivo passa por promover a poupança e facilitar a negociação e investimento em instrumentos financeiros. Desta forma, o Banco procura facilitar o acesso de aforradores e investidores a serviços bancários e a um amplo conjunto de soluções financeiras, com aconselhamento, assistência e níveis adequados de informação, ou apenas execução, assim como a vários produtos de investimento negociados na Bolsa de Valores de Moçambique e em mercados de balcão (OTC).

O Banco, em 2018, gerou todas as suas receitas em Moçambique. O activo do Banco, regra geral, apresenta diversidade sectorial, que pode variar ao longo do tempo, dependendo das condições de mercado e de oportunidades de negócio. Adicionalmente, o Balanço do Banco reflecte a política do BiG de manutenção de excesso de liquidez. Do lado das respon-sabilidades, o Banco foca-se na estabilidade dos depósitos e no crescimento do capital. O Banco interage com os seus Clientes através de vários canais integrados: os Clientes Institu-cionais e Empresas são servidos por equipas de vendas e de produto que se deslocam por todo o País; os Clientes Particulares são servidos por uma equipa comercial disponível para se deslocar ao seu encontro.

O serviço de corretagem do Banco tem por base a sua participação como Operador da Bolsa de Valores de Moçambique, membro da Central de Valores e Operador Especializado de Obrigações do Tesouro aprovado pela Direcção Nacional do Tesouro. Adicionalmente, o Banco disponibiliza informações sobre os mercados de capitais internacionais, de modo a proporcionar aos seus Clientes o acesso a um conjunto de informação financeira que lhes permita tomar decisões informadas e conscientes.

Onde estamosO BiG está sediado em Maputo, tendo a sua agência-sede no Edifício JAT 6-3, Rua dos Des-portistas, nº 733, 2º Andar.

Principais MilestonesÉ apresentado de seguida um cronograma que resume os principais eventos, desde o momento da submissão do pedido de licença bancária ao Banco de Moçambique, até ao presente momento.

Outubro

Submissão de pedido paraobtenção de licençabancária junto do Banco deMoçambique

Janeiro

Inspecçãoobrigatória doBanco Central

MarçoInício de Operações

Novembro

Banco BIGMoçambiqueatinge obreakeven

Outubro

O Bancotransaciona oequivalente a 1/3do volume daBVM e é um dos principaiscolocadores deObrigações doTesouro

Consolidou o seuposicionamento comoprincipal operador de bolsa, sendoresponsável por maisde 70% do volumetransacionado em mercado secundário.

Autorização deimportação de capitaise Setup operational

Licençaconcedida pelo Banco Central e Escritura Públicado BIGMoçambique

Junho

Aumento de Capital de acordo com o plano de negócios definido

Dezembro

Resultado líquidodo Banco cresce170%BIG realiza aumentode capital e completao IDE autorizado no total de $ 10 milhões

Junho

O Banco é selecionadocomo CoordenadorGlobal na OPV de 7,5%do capital da HCBResultado líquido do 1ºsemestre atinge MT 91milhões, um crescimentode 216%.

Julho

O Banco foicoordenador globalconjunto da maioremissão de dívidacorporativa do ano, num montante superior a MT 1 bilião.

Dezembro

O Banco triplica oresultado do anoanterior, tendo esteatingido MT 161milhões.

2013 2014 2015 2016 2017 2018

O NEGÓCIOÁreas de negócio Clientes Institucionais e EmpresasPara investidores institucionais e para médias e grandes empresas, os profissionais de áre-as chave do BiG desenvolvem soluções financeiras especializadas, executam estratégias de negociação e de investimento e apoiam os Clientes na gestão de risco. A ampla gama de serviços que o BiG oferece inclui negociação em mercados regulados, estruturação de soluções OTC para cobertura de riscos de mercado, custódia e serviços de assessoria financeira.

Tesouraria e Mercados de CapitaisA área de Tesouraria e Mercados de Capitais foca-se nas actividades de investimento e cré-dito do Banco, centraliza a gestão de liquidez de Balanço do BiG e desempenha um papel central na cultura de gestão de riscos relacionados com o mercado. Para além da gestão da carteira de activos financeiros do Banco, esta área partilha análises e informação especializa-da sobre mercados para consumo interno, desenvolve activamente produtos para Empresas, Clientes Institucionais e Clientes Particulares, e gere as posições de tesouraria e de risco do Banco.

Clientes ParticularesO BiG serve Clientes particulares com diferentes necessidades e expectativas através de uma abordagem integrada, apoiada por um conjunto de serviços bancários e de negociação, e por uma equipa comercial que se desloca aos mercados geográficos chave do país. A com-binação de produtos e serviços e equipas de venda especializadas permite aos Clientes do BiG executarem operações bancárias, gerir as suas poupanças e investir através do mercado de capitais. O Banco dispõe de soluções e serviços bancários direccionados para Clientes com perfil diversificado, que procuram apoio nas decisões de investimento, soluções perso-nalizadas e preservação do capital.

Linhas de negócioCorretoraProporcionar aos Investidores acesso à Bolsa de Valores de Moçambique. Em 2018 o BiG continuou a ser o principal dinamizador da Bolsa de Valores, disponibilizando cotações em tempo real, acções, obrigações, papel comercial, títulos de reembolso, contas de títulos, custódia, liquidação, informação actualizada da carteira, research e acesso ao mercado primário. Tem como objectivo democratizar o acesso às alternativas de inves-timento, consolidar uma posição de líder de mercado e atrair investidores e emitentes para a bolsa.

Corporate Finance & Advisory

Equipa com sólida experiência em banca de investimento, com capacidade de execução lo-cal Extenso historial de concretização de transacções Independência, objectividade e foco, são a proposta de valor num mercado bancário cada vez mais concentrado e com relações creditícias que afectam a imparcialidade. O objectivo passa por continuar a consolidar o BiG como um dos principais bancos de investimento a actuar em território nacional, com capacidade de execução local e sofisticação financeira para apoiar os grandes projectos de investimento nos sectores da energia, infra-estruturas e recursos naturais. Nos últimos 2 anos, o BiG esteve envolvido nas principais operações que ocorreram em Moçambique, en-volvendo entidades privadas, investidores internacionais, empresas do Estado e entidades supranacionais.

Tesouraria e Mercados de CapitaisExtensa experiência de negociação nos mercados de capitais globais e em gestão de risco de crédito e de mercado. Capacidade para estruturar coberturas de risco de taxa de juro, de preço e cambial. Colocações de dívida e capital e market-making em mercado secundário. Especialização em derivados como forma de cobertura e gestão de risco, com soluções para empresas, institucionais e particulares. Capacidade para desenvolver soluções à medida, atendendo ao elevado conhecimento técnico dos produtos e entendimento das necessi-dades dos Clientes e da evolução do mercado. O objectivo do Banco continua a ser o de consolidar o seu papel como principal operador de referência do mercado moçambicano em transacções de bolsa e gestão de risco. No mercado cambial, o BiG actua principalmente como intermediário de transacções estruturadas de grande volume para Empresas.

Produtos & ServiçosCorretagem e CustódiaO BiG iniciou as suas actividades como Operador de Bolsa e como Operador Especializado de Obrigações do Tesouro apenas alguns meses após o início da sua actividade de banca comercial. Tirando partido dessas autorizações, o BiG estabeleceu-se rapidamente como um dos principais operadores de mercado em Moçambique, definindo um novo padrão para nível de serviço, rapidez de execução e competitividade nos custos.

Durante o ano de 2018, o BiG continuou a desempenhar o papel de importante colocador quer de dívida pública quer de dívida corporativa, bem como a ser um operador de referência no mercado secundário. Adicionalmente, por ser membro da Central de Valores Mobiliários, o Banco presta serviços de banco depositário, executando as liquidações financeiras asso-ciadas a uma carteira de activos financeiros, bem como à manutenção e actualização dessa carteira em custódia. O Banco oferece ainda aos seus Clientes research macroeconómico periódico, bem como a constante monitorização dos mercados financeiros nacionais com o objectivo de detectar oportunidades de investimento ajustadas às diferentes necessidades dos aforradores e dos investidores.

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Estruturação FinanceiraA essência de um banco de investimento reside na capacidade de transformar dados em in-formação, e informação em inteligência, simultaneamente integrando a excelência do capital humano com a inovação tecnológica. Um dos pilares da banca de investimento é ter capa-cidade de aconselhar os Clientes de forma profissional, objectiva e imparcial, com soluções à medida para a gestão ou angariação de financiamento através de dívida e capital. No BiG combinam-se décadas de experiência em banca de investimento, um historial de sucesso com credenciais que o comprovam, capacidade de estruturação de transacções no mercado global, bem como avançadas técnicas de gestão de risco, com uma estratégia deliberada de gestão de recursos não condicionada por modelos ultrapassados. Quer seja a estruturar uma complexa emissão de dívida por parte de um Cliente, ou a aconselhar um gestor numa aqui-sição; quer seja na gestão competente de uma carteira de activos financeiros, ou na aferição do risco de determinado portfólio, a constante preocupação do Banco é maximizar o valor, sem nunca deixar de fazer uma gestão prudente dos riscos a que os Clientes e Accionistas possam estar expostos Uma abordagem personalizada através das várias áreas – Aconse-lhamento, Mercados, Gestão de Risco – proporciona aos Clientes soluções holísticas.

Assessoria FinanceiraNum mercado financeiro concentrado, com pouca liquidez e sujeito a choques externos, e com fortes inter-relações creditícias, um aconselhamento objectivo e imparcial revela-se um serviço pouco comum. O posicionamento do BiG, como prestador independente de ser-viços de aconselhamento, permitiu ao Banco tornar-se num dos principais prestadores de serviços nesta área, obtendo diversos mandatos de Corporate Finance, particularmente no sector financeiro e nos mercados de dívida, onde os impactos económicos globais mais se fazem sentir, provocando alterações profundas na conjuntura local. Os serviços oferecidos às empresas incluem Aconselhamento Financeiro (estratégia de angariação de capital, ava-liações, reestruturação de dívida, cobertura de risco), Assessoria em Reestruturações (fusões e aquisições, equity spin-offs/carve-outs, parcerias estratégicas), soluções de optimização de balanço e securitização de activos e Private Equity (colocações privadas, capital de desenvol-vimento). Para aforradores e investidores, os serviços incluem Planeamento de Carteiras de Activos Financeiros, Planeamento Fiscal e Análise de Risco. O BiG tornou-se num importante parceiro de entidades supranacionais e agências de cooperação, estando correntemente a prestar assessoria a este segmento de clientes/parceiros, em diversos projectos Em particu-lar, destaca-se a selecção do BiG como coordenador global da operação de venda de 7,5% do capital social da Hidroeléctica de Cahora Bassa, S A , através de uma OPV na BVM.

No mercado primário, o BiG reforçou o seu papel como um dos mais importantes dinamiza-dores do mercado de capitais e um dos principais colocadores de títulos de dívida soberana junto de investidores locais e internacionais.

Serviços TransaccionaisO aconselhamento de pouco serve sem a competência, a energia e o capital humano e intelectual, necessários para concretizar um negócio. O BiG posiciona-se no mercado como entidade profissional, experiente e independente, capaz de estruturar, subscrever, sindicar e colocar transacções no mercado com sucesso, sejam OPV, emissões de obrigações, coloca-ções privadas ou estruturas híbridas. Os mercados de capitais são a maior e mais eficiente fonte de financiamento para qualquer negócio viável, tendo maior capacidade que o Balanço de qualquer banco ou combinação de Balanços de bancos.

Ao não privilegiar a utilização do Balanço próprio no financiamento de Clientes, o BiG ga-rante independência e a capacidade de encontrar a solução mais eficiente. Estes serviços incluem Financiamento por Capitais Próprios (OPV, colocações privadas, ofertas em merca-do primário e em mercado secundário), Financiamento por Renda Fixa (emissões clássicas e estruturadas de dívida), Híbridos (convertíveis, obrigações com opções, emissões prefe-renciais) e outros tipos de Dívida (financiamentos intercalares, papel comercial). As opções de investimento para o investidor particular cobrem um conjunto de produtos e serviços, incluindo gestão discricionária de carteiras de investimento, estruturação de portefólios per-sonalizados e investimentos estruturados à medida das necessidades específicas e visão de mercado de cada Cliente.

ORGÃOS SOCIAIS

Assembleia GeralPresidente: Diogo Duarte

Secretário: Telmo Ferreira

Conselho de Administração

Presidente: Salvador Namburete

Vogal: Mário Bolota

Vogal: Paulo Figueiredo

Vogal: Joel Rodrigues

Vogal: Pedro Noronha

Comissão Executiva

Coordenador da Comissão Executiva: Joel Rodrigues

Administrador Executivo: Pedro Noronha

Fiscal Único

Fiscal Único: Miguel Damas

REGULAÇÃO APLICÁVELAs actividades do Banco são reguladas pelas seguintes entidades:

Banco de Moçambique: data de registo especial a 23 de Março de 2016, sob a Lei Nº15/99, de 1 de Novembro – alterada pela Lei Nº9/2004, de 21 de Julho www banco-moc mz;

Bolsa de Valores de Moçambique: data de autorização a 14 de Dezembro de 2015, sob o Regulamento Nº2/GPCABVM/2013, de 16 de Abril www bvm co mz;

Ministério da Economia e Finanças - Operador Especializado em Obrigações de Te-souro: data de autorização a 10 de Agosto de 2016, sob o Decreto Nº5/2013, de 22 de Março www mef gov mz.

O BiG, por fazer parte do Grupo BiG - Banco de Investimento Global, que se encontra sujeito às regras de supervisão (single rulebook) dos bancos da União Europeia, sob as directrizes da Autoridade Bancária Europeia (EBA), é também abrangido pelas mesmas exigências. O Sistema de Supervisão e Avaliação de Processos (Supervisory Review and Evaluation Pro-cess - SREP) da EBA visa reforçar a ligação entre o perfil de risco dos grupos bancários, os seus sistemas de gestão de risco e o seu plano de capital. Este processo de avaliação é exaustivo e dinâmico, incluindo orientações em determinados tipos de testes de esforço, processos de auto-avaliação da adequação do capital interno (ICAAP) e liquidez (ILAAP), bem como regras de concentração e diversificação de activos e políticas de reconhecimento e categorização de riscos de crédito.

RELATÓRIO DE GESTÃOResumo dos ResultadosOs resultados de 2018 demonstram a solidez de desempenho das actividades do Banco BiG Moçambique, S A apesar do ambiente conjuntural particularmente difícil no país, tendo--se verificado um crescimento transversal em todas as linhas de receita do Banco (Margem Financeira, Comissões de Corretagem e Assessoria Financeira, e Resultados de Operações Financeiras). Como resultado deste crescimento sustentado, o Resultado Líquido de 2018 subiu 221% face a 2017.

A Margem financeira aumentou aproximadamente 44%, num contexto de queda de taxas de juro, representando 41% do Produto Bancário.

Comissões de Corretagem e Assessoria subiram 185%, e incluem a execução de mandatos para vários clientes, sendo de destacar FSD Moc, FUNAE e Entreposto, representando 25% do Produto Bancário.

Os Resultados de Operações Financeiras tiveram um crescimento de 91% face a 2017, be-neficiando de um aumento do interesse por activos financeiros e da forte presença do BiG no mercado secundário em Moçambique, onde fechou 2018 com uma quota de mercado supe-rior a 70% Os Resultados de Operações Financeiras representam 34% do Produto Bancário.

Principais IndicadoresÉ apresentado nas tabelas seguintes um resumo dos indicadores chave da Demonstração de Resultados e do Balanço Uma análise mais detalhada dos indicadores financeiros e dos resultados dos vários segmentos de negócio pode ser encontrada nos RESULTADOS OPE-RACIONAIS e nas NOTAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS.

MT

Resumo dos Resultados 2018 2017

Produto Bancário 336 327 013 184 666 631

Custos Operacionais (128 843 694) (111 439 664)

Resultados antes de Impostos 207 483 319 73 226 967

Impostos (46 399 583) (23 090 014)

Resultado Líquido 161 083 736 50 136 953

MT

Indicadores de Balanço 2018 2017

Total do Activo Líquido 1 429 854 045 1 087 852 585

Capitais Próprios 706 059 404 571 925 034

Depósitos de Clientes 672 862 507 440 651 327

Crédito Vencido/Crédito Concedido 0,00% 0,00%

Crédito Concedido/Depósitos de Clientes 0,00% 0,00%

Crédito Concedido/Activo Líquido 0,00% 0,00%

Activos sob Supervisão (*) 4 165 494 077 2 913 449 254

Fundos Próprios Regulamentares 709 246 246 517 430 004

TIER 1 Capital 183,6% 221,9%

Rácio de Fundos Próprios Totais 185,1% 233,4%

(*) Activos sob gestão, sob Custódia e Depósitos de Clientes

(**) Pendente de aprovação do BdM

Em 2018, todas as receitas do Banco foram geradas em Moçambique. A distribuição das receitas reflecte as expectativas do Banco em relação à evolução das taxas de juro e à qua-lidade do crédito soberano, público e corporativo, de acordo com os emitentes dos activos remunerados detidos no Balanço do Banco. A maioria dos activos do Balanço é constituída por valores mobiliários transaccionáveis em Bolsa, detidos na carteira de activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral, em detrimento de actividades de menor liquidez relacionadas com a concessão de crédito. O risco de crédito e as concentrações são geridas de forma activa, dependendo das condições de mercado e do sentimento dos investidores relativamente às taxas de juro.

A análise efectuada pelo BiG sobre concentração de crédito e oportunidades de investimen-to considera a evolução da economia moçambicana, e os impactos regionais (das economias da SADC), dos maiores parceiros comerciais (África do Sul, União Europeia, China, Índia, Brasil) e da economia global. A gestão dos efeitos do abrandamento económico em Moçam-bique, e de um comportamento não uniforme dos preços dos activos financeiros nos merca-dos globais, bem como o modo como os temas macroeconómicos e geopolíticos afectam o desempenho dos mercados e o seu impacto local, também são factores que fazem parte do processo de análise.

Os acontecimentos financeiros e económicos em Moçambique, juntamente com os eventos macroeconómicos a nível global, influenciaram os principais indicadores financeiros do Ban-co. Ao longo de 2018, derivado da maior confiança na recuperação económica e dos últimos desenvolvimentos macroeconómicos, houve um aumento da exposição do Banco ao risco soberano de Moçambique, a maturidades mais longas, tendo em consideração a expectativa de redução das taxas de juro.

Actividade em 2018

O ano de 2018 fica marcado como um ano em que a Economia voltou a crescer (perto de 3,3%) com a manutenção do congelamento do apoio do FMI e das entidades doadoras ao Es-tado. Descontando o crescimento demográfico da população, temos um crescimento abaixo do potencial do país, facto que continuou a influenciar o nível de confiança e as tomadas de decisão por parte de investidores estrangeiros.

De salientar, contudo, o ambiente de estabilidade conseguido através da manutenção da paz depois do falecimento do líder do partido da oposição, do decorrer das eleições municipais com muita tranquilidade social e todos os esforços do governo no processo de consolidação fiscal e estabilização, quer do sector financeiro, quer da economia.

A política monetária em 2018 foi orientada para a manutenção de uma inflação baixa e con-trolada, facto que contribuiu para uma descida abrupta do nível de inflação de 13,65% em Janeiro, para 4,27% em Dezembro. Com a queda da inflação foi possível adoptar uma política monetária mais expansionista e observámos em 2018 uma descida gradual de todas as taxas de referência desde a MIMO, FPC, FPD e Prime Rate do Sistema Financeiro.

Ao nível do Estado, observou-se um elevado controlo da despesa derivado de uma margem reduzida para realizar gastos não orçamentados e uma fraca capacidade para o pagamento de fornecedores. A relação comercial com fornecedores teve uma alteração no final do ano com o anúncio da titularização de parte desta dívida no início de 2019. O nível de endivi-damento do Estado no fim de 2018 era equivalente a 102,5% do PIB, incluindo garantias, e espera-se que continue a crescer gradualmente durante os próximos anos, pelo menos até se começarem a materializar os efeitos dos projectos do gás no PIB.

Ao longo do ano de 2018, a taxa de câmbio do metical apresentou-se estável entre os 58 e os 62 face ao dólar norte-americano, após uma recuperação ao longo de 2017 (de 80 me-ticais por dólar em Setembro de 2016 para 62 no final de 2018). As Reservas Internacionais Líquidas recuperaram graças à melhoria da confiança dos agentes económicos e subida dos preços das commodities, que influenciaram positivamente o lado das exportações, bem como pela queda significativa das importações A manutenção da cobertura de cerca de 7 meses de importações desde Dezembro de 2017 dá confiança ao mercado sobre a estabili-dade e o futuro do metical.

O sector financeiro em Moçambique continua muito restritivo ao nível da concessão de crédi-to às empresas, privilegiando a exposição ao Tesouro ou a empresas de bom risco. A falta de acesso ao crédito, ou a taxas de juro aceitáveis, continuou a ser um dos principais obstáculos ao crescimento económico do País.

Importa ainda assinalar que o ano começou com baixos níveis de confiança por parte dos in-vestidores, quer nacionais quer internacionais. Este ambiente registou uma grande melhoria no final do ano, com os investidores a voltarem em força a procurar dívida pública Moçambi-cana em moeda local. Os últimos leilões de Obrigações do Tesouro registaram uma procura muito elevada por parte dos investidores, superando em mais de três vezes a oferta de dívida por parte do Estado.

A isto não é alheio o discurso muito positivo por parte do FMI, após a segunda visita ao país em 2018, e o facto de se ter chegado a um princípio de acordo de restruturação da dívida em moeda estrangeira com 60% dos credores internacionais das Obrigações MOZAM2023 Uma eventual retoma do programa de apoio do FMI poderá ter um impacto positivo e melho-rar o perfil de risco do País junto dos investidores e das entidades externas Paralelamente, a concretização dos projectos de LNG parecem cada vez mais reais e perto da sua execução.

Não obstante, 2018 permitiu prosseguir com a consolidação dos sucessos alcançados des-de o início da actividade do Banco, tanto em relação aos resultados da operação quanto à inserção do banco no mercado.

O BiG reforçou o seu posicionamento no mercado ao longo de 2018, tendo continuado a ser um importante dinamizador do mercado de capitais, um dos principais operadores na Bolsa de Valores de Moçambique e um dos principais colocadores de títulos de dívida soberana junto de investidores locais e internacionais Neste sentido, há que assinalar os seguintes feitos alcançados em 2018:

z Debt finance: O BiG foi líder conjunto da maior emissão de obrigações corporativas da história do mercado de capitais moçambicano, pela Bayport Serviços Financeiros Mo-çambique, S A , num montante que ascendeu a MT 1 050 milhões;

z Equity finance: O BiG foi seleccionado como Coordenador Global da oferta pública de venda (OPV) de 7,5% do capital da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), a qual é uma das maiores operações no mercado de capitais em Moçambique;

z Mercado secundário: o BiG consolidou o seu posicionamento como principal operador de bolsa, tendo sido responsável por mais de 70% do volume transaccionado em merca-do secundário na Bolsa de Valores de Moçambique.

Apresenta-se abaixo as credencias acumuladas pelo BiG em pouco mais de 2 anos de acti-vidade:

BiG Moçambique - Credenciais em Mercado de Capitais: Primário

BiG Moçambique - Credenciais em Mercado de Capitais: Secundário

Volume transaccionado em 2018:

BIG BVM %

Volume Transacionado 2 345 055 677 2 284 578 280 71%

Obrigações do Tesouro 2 182 374 740 2 815 554 910 78%

Obrigações Corporativas e Acções 162 680 937 468 632 370 35%

8%*

2016

31%*

2017

*% do volume transacionado na BVM, em mercado secundário

70%*

2018

Fonte: BVM

Principal intermediário de títulos de dívida em Moçambique

BiG Moçambique - Credenciais em Assessoria Financeira

O desempenho do Banco encontra-se detalhado a seguir:

Produto Bancário

MT

Resumo dos Proveitos 2018 2017

Margem Financeira 136 872 705 94 802 330

Comissões Líquidas 83 382 816 29 288 889

Rendimentos de Activos Financeiros Disponíveis para Venda 114 639 461 71 206 685

Resultados de Reavaliação Cambial 2 117 843 (9 917 512)

Resultados de Operações Financeiras (Líquidos) 116 757 305 61 289 173

Outros Resultados de Exploração (685 812) (713 762)

Produto Bancário 336 327 013 184 666 631

O Produto Bancário registou um aumento de cerca de 82% em comparação com o ano ante-rior. Os custos operacionais reflectem o foco da Gestão no estabelecimento de uma estrutura organizacional simples e transparente em linha com a prática e cultura organizacional do Grupo.

Custos Operacionais

MT

Resumo dos Custos 2018 2017

Custos com Pessoal (74 072 224) (66 008 554)

Gastos Gerais Administrativos (46 549 082) (52 833 723)

Amortização do Exercício (9 921 663) (7 670 565)

Imparidade de Outros Activos Fin Líquidos de Reversões 1 699 276 18 304 178

Provisões - (3 231 000)

Total (128 843 694) (111 439 664)

O resultado líquido ascendeu a 161 milhões de meticais, tendo superado em cerca de 221% o resultado de 2017. Os principais objectivos da Administração para 2019 passam pela con-solidação do papel do BiG no crescimento do mercado de capitais em Moçambique em linha com os objectivos das autoridades monetárias do país.

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(Continuação 3/15)

Indicadores Chave da Demonstração de ResultadosMargem financeira: Esta categoria gerou 136,9 milhões de meticais de proveitos em 2018, representando cerca de 41% do Produto Bancário. Estes valores reflectem a decisão estra-tégica de não utilizar a actividade de crédito como área fundamental, tendo em contrapar-tida apostado numa forte componente de gestão do risco do Balanço próprio, prestação de serviços associados a actividades de assessoria, transacção de produtos de maior valor acrescentado e intermediação em mercados de capitais. A margem financeira obtida neste período resulta de aplicações temporárias de capital no curto prazo e em instrumentos finan-ceiros de baixo risco. Os custos associados à base de depósitos do Banco mantiveram-se ao mesmo nível de 2017, apesar do seu considerável crescimento. Esta estagnação reflecte a tendência de redução das taxas de juro verificada ao longo do ano.

MT

Balanço 2018 2017

Caixa e Disponibilidades em Bancos Centrais 92 265 802 75 562 890

Disponibilidades em outras Instituições de Crédito 4 671 720 43 528 079

Activos Financeiros ao Justo Valor através de outro Rend Integral

972 248 539 693 356 876

Aplicacoes em Instituições de Crédito 257 529 440 183 237 429

Créditos a Clientes - 0

Recursos de Outras Instituições de Crédito 33 468 33 913 615

Recursos de Clientes 672 862 507 440 651 327

Capitais Próprios 706 059 404 571 925 034

Comissões: As comissões líquidas de serviços de corretagem, custódia, clientes particulares e advisory atingiram cerca de 83 milhões de meticais. Este resultado deveu-se essencial-mente às receitas com os serviços de corretagem e custódia institucional e assessoria finan-ceira a empresas. Durante o ano de 2018 manteve-se o apetite dos investidores por risco não-financeiro procurando, desta forma, compensar a deterioração da qualidade creditícia do sector financeiro, com alocações de carteira noutros sectores, diversificando desta forma o risco. As comissões líquidas resultam da dedução das comissões pagas pelo Banco no de-senvolvimento normal da sua actividade. As comissões provenientes da área de Corporate Finance provêm de retainers e de comissões de sucesso associadas a serviços de assesso-ria e operações financeiras, grande parte das quais se encontrava ainda em curso no final do ano, bem como comissões de organização e participação, relacionadas com operações de financiamento organizadas pelo BiG para Empresas.

MT

Comissões Pagas e Recebidas por Serviço 2018 2017

Comissões Recebidas

Por operações realizadas por conta de terceiros 38 690 651 10 187 585

Por serviços prestados 200 379 6 640 377

Por serviços de assessoria financeira 46 846 389 15 028 899

Outros rendimentos de serviços e comissões 916 657 443 760

Comissões Pagas -

Por operações realizadas por terceiros (3 100 249) (2 525 990)

Por serviços bancários de terceiros (171 011) (485 740)

Comissões Líquidas 83 382 816 29 288 889

Tesouraria e Mercado de Capitais: As actividades de tesouraria e investimento, o market making e os proveitos líquidos dos custos de cobertura de risco gerados pela gestão da car-teira de activos de rendimento fixo disponíveis para venda do Banco, bem como por investi-mentos em produtos de crédito, registaram um resultado líquido de 116,8 milhões de meticais. Os lucros realizados na carteira de activos financeiros ao justo valor através de outro rendi-mento integral foram gerados numa carteira diversificada de activos de rendimento fixo, com alocações a diferentes classes, privilegiando títulos líquidos e com diferentes perfis de risco sectorial. Num enquadramento desafiante, o Banco teve como prioridade, na gestão das suas carteiras, manter elevados níveis de liquidez na sua carteira de activos remunerados e um foco na sua qualidade creditícia. O Conselho de Administração prevê manter estes pressupostos de investimento, uma vez que representam vectores estruturais da cultura de gestão do Banco. A área de Tesouraria e Mercados de Capitais é essencial para o Banco, como fonte de conheci-mentos específicos relacionados com produtos para Clientes, incluindo facilidades de crédito, instrumentos de cobertura de risco e produtos estruturados. Os proveitos provenientes desta actividade podem variar de ano para ano Contudo, a Gestão está constantemente à procura de oportunidades que possam aumentar os proveitos mantendo o nível de risco controlado.

Custos Operacionais: O Conselho de Administração procura a máxima flexibilidade possível na gestão da sua base de custos, de modo a garantir alguma correlação dos mesmos com o aumento, ou diminuição, da actividade em cada ano. Esta flexibilidade é gerida dentro de limi-tes considerados razoáveis para uma instituição em crescimento, que necessita de continuar a investir, tendo igualmente em consideração a relativa inflexibilidade do contexto laboral e fiscal Em 2018, os custos operacionais, excluindo a tributação fiscal, foram cerca de 128,8 milhões de meticais. Os custos com pessoal, cerca de 74,1 milhões de meticais, são uma par-te significativa do total. Quer as despesas administrativas quer as amortizações decorrentes dos equipamentos têm um peso moderado na estrutura de custos. O comportamento desta rubrica de custos operacionais decorre dos seguintes factores: (i) a contratação de novos colaboradores, (ii) a preparação do espaço físico onde o banco desenvolve a sua actividade, (iii) custos associados ao desenvolvimento da actividade e, (iv) investimentos em hardware e software. As amortizações de cerca de 7,7 milhões de meticais, dizem respeito essencialmen-te a sistemas, equipamento e hardware Tendo sido efectuados investimentos significativos durante o ano, na infra-estrutura tecnológica e aplicacional, bem como na expansão dos espa-ços físicos do Banco, estima-se que as amortizações possam vir a aumentar substancialmente, tanto em termos absolutos como em termos relativos, durante o próximo ano.

Resultado antes de Imposto e Impostos. O Resultado Antes de Impostos foi de 207,5 milhões de meticais. Os impostos correntes e diferidos ascenderam a 46,4 milhões de meticais.

Indicadores Chave do BalançoOs principais activos remunerados do Banco foram geridos de modo a maximizar a liquidez e controlar os riscos de concentração. Estes representam carteiras diversificadas de activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral, constituídas maioritariamente por instrumentos financeiros líquidos de rendimento fixo e ascendiam, no final do ano, a cer-ca de 972 milhões de meticais. A rubrica de Crédito a Clientes não apresenta saldo, uma vez que o Banco optou por não desenvolver ainda esta linha de negócio. Este posicionamento reflecte a reduzida ênfase do modelo de negócio do Banco no crédito comercial e ao consu-mo resultante de uma economia excessivamente endividada.

As principais fontes de financiamento do Banco são: (i) depósitos de Clientes Particulares, (ii) depósitos de Empresas, (iii) depósitos de Clientes Institucionais, (iv) capitais próprios e (v) mercado interbancário. O Banco não emitiu quaisquer instrumentos representativos de dívida, em linha com o seu modelo de negócio e a sua capacidade de financiamento.

Enquadramento Macroeconómico GlobalDe acordo com o Fundo Monetário Internacional, a economia global terá registado no ano de 2018 um crescimento de 3,7% a preços constantes, ou seja, um valor muito semelhante ao observado em 2017 (3,8%). A taxa de crescimento para 2018 foi revista em baixa, o que ilustra o crescente sentimento de cautela para o ciclo de expansão da economia global à medida que nos aproximávamos do final de 2018 Para além do impacto negativo das tarifas às importações implementadas por parte dos EUA e da China, o crescimento da economia global foi prejudicado pelo abrandamento na Zona Euro, traduzindo a introdução de uma nova regulação relativamente à emissão de Co2 por parte do sector automóvel, preocupa-ções com o impacto da subida dos spreads da dívida soberana de Itália no financiamento dos agentes económicos no país e o impacto negativo na economia francesa das manifestações dos “coletes amarelos”.

A economia dos EUA destacou-se pela positiva ao longo de 2018, mostrando sinais de di-vergência face ao abrandamento no resto da economia global ao longo do mesmo período

Desta forma, ao longo dos 3 primeiros trimestres de 2018, a economia dos EUA apresentou um crescimento trimestral anualizado de 3,3%, um valor bem acima do observado no período homólogo de 2017 (2,5%), traduzindo o efeito do estímulo orçamental ao nível da procura interna. O comportamento do mercado de trabalho revelou-se igualmente importante para o comportamento das despesas de consumo privado. Desta forma, a criação média mensal de emprego atingiu 220 mil durante 2018, o valor mais elevado observado desde 2015 Esta forte procura de emprego teve também consequências ao nível dos salários, tendo sido observada uma aceleração no crescimento anual da remuneração média por hora de 2,7% no final de 2017 para 3,2% no final de 2018. O atual ciclo de expansão da economia dos EUA tornar-se-á o mais longo na história do país se conseguir prolongar-se até julho de 2019.

O ano de 2018 não terminou sem que também as expectativas para o crescimento da econo-mia dos EUA fossem afetadas, sendo visível a deterioração de alguns indicadores de sentimen-to para empresários e consumidores, traduzindo o impacto da continuação do abrandamento nos ciclos industrial global e de comércio internacional, mas também as consequências de uma forte queda nos índices de acções e alargamento de spreads no mercado de high yield Mes-mo assim, o referido relatório do FMI aponta para um ritmo de expansão de 2,5% para os EUA em 2019, bem acima da projecção para a área do euro (1,6%) no mesmo ano.

O final de 2018 ficou também marcado por sinais de possíveis alterações na política mo-netária da Reserva Federal dos EUA. Depois de subidas que totalizaram 225 pontos base desde Dezembro de 2015 na fed funds rate (incluindo subidas de 100 pontos de base em 2018), os membros do Comité de Política Monetária da Reserva Federal dos EUA sinalizaram maior flexibilidade, o que foi interpretado como indicação de uma paragem no ciclo de su-bida de taxas Para tal parecem ter contribuído as dúvidas quanto ao impacto na economia das subidas de taxas já realizadas e a descida nas expectativas de inflação (após uma forte queda na cotação do petróleo), mas principalmente os sinais de preocupação dos merca-dos, através da forte queda dos índices de acções, continuação da tendência de perda de inclinação na curva de obrigações do Tesouro dos EUA (geralmente associada à expectativa de aproximação do final para o ciclo económico) e alargamento dos spreads de crédito (entre sinais em como os mercados de obrigações para crédito de empresas chegaram mesmo a estar encerrados para novos financiamentos no final do ano passado, um período que se revelou bastante difícil para os mercados financeiros nos EUA).

Não obstante as preocupações que existiram ao longo de 2018, a economia chinesa apre-sentou um crescimento de 6,5% a preços constantes, apenas ligeiramente abaixo do valor de 6,8% observado no ano anterior. As tarifas implementadas pelos EUA sobre as importações chinesas foram frequentemente mencionadas como um factor penalizador do crescimento da economia. Contudo, o enfraquecimento da procura doméstica revelou-se a principal fonte de deterioração para o ritmo de crescimento da economia, num enquadramento em que o controlo da poluição e a limitação dos riscos financeiros permaneceram importantes pilares na estratégia das autoridades chinesas. Medidas de estímulo de natureza orçamental e mo-netária, assim como a desvalorização da moeda, acabaram por representar suportes e assim evitar um maior abrandamento no ritmo de expansão da economia da China.

O ano de 2018 revelou-se bastante difícil para a generalidade dos activos de risco. O ciclo de subida de taxas de juro por parte da Reserva Federal dos EUA, a deterioração das ex-pectativas de crescimento para a economia global, a incerteza em torno dos termos da saída do Reino Unido da União Europeia, e as tensões comerciais entre EUA/China e EUA/Europa criaram um contexto desfavorável simultaneamente para acções e obrigações, mercados desenvolvidos e mercados emergentes, o que reduziu de forma substancial o efeito de di-versificação entre as várias classes de activos de risco.

Nas moedas, o ano de 2018 foi de ganho moderado para o dólar norte-americano, traduzin-do o contexto de enfraquecimento da economia global fora dos EUA, assim como o ciclo de subida de taxas por parte do Comité de Política Monetária da Reserva Federal dos EUA.

Crescimento do PIB em Economias/Blocos económicos seleccionadas

País/Região

PIB (%)

2017 2018 2019P

Estados Unidos 2,3 2,9 2,5

Zona Euro 2,4 1,9 1,6

Japão 1,7 0,8 0,9

China 6,8 6,5 6,2

Rússia 1,7 1,6 1,5

Médio Oriente e Norte de África 1,8 1,7 1,9

Ásia-Pacífico 6,4 6,3 6,0

América Latina 0,9 0,6 1,7

Economias Avançadas 2,3 2,2 2,0

Economias em Desenvolvimento 4,3 4,2 4,2

Mundo 3,0 3,0 2,9

Fonte: FMI e World Bank

Enquadramento Económico em MoçambiqueNo início do ano de 2018 foi possível observar uma contínua melhoria do indicador de infla-ção e das projecções para o médio prazo, o que justificou o prosseguimento da redução das taxas de juro pelo Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique, não obstante as pressões registadas no mercado cambial em face dos efeitos conjugados da volatilidade das principais divisas no mercado internacional e do ajustamento ao paradigma de maior abertu-ra dos fluxos de capitais contemplados no novo regulamento da Lei Cambial.

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), o nível da actividade eco-nómica continuou baixo, tendo o PIB real registado um crescimento de 3,3%, impulsionado pelos sectores da indústria extractiva, agricultura e comércio. Adicionalmente, o indicador de clima económico começou a apontar para um sentimento optimista quanto à actividade eco-nómica a partir de Outubro, após sucessivos meses de avaliação pessimista registada desde Maio, não obstante a percepção negativa manifestada pelo sector da construção.

Os principais indicadores macroeconómicos, com destaque para a inflação projectada e a taxa de câmbio, evoluiram favoravelmente, embora persistissem alguns riscos e incertezas, em particular os associados à sustentabilidade da dívida pública, bem como às incertezas quanto à evolução dos preços dos bens administrados.

As perspectivas de curto e médio prazo permitiram a manutenção da inflação a nível de um dígito, o que favoreceu o contínuo abrandamento da restritividade da política monetária pelo Banco de Moçambique, que reduziu ligeira e continuamente as taxas de juro de referência Assim, a MIMO, a FPC e a FPD passaram de 19,5%, 20,5% e 14,0% para 14,25%, 17,25% e 11,25% de Janeiro a Dezembro, respectivamente. No mesmo período, o coeficiente de reser-vas obrigatórias em moeda nacional manteve-se em 14%, ao passo que aquele coeficiente para moeda estrangeira aumentou de 14% para 27%.

O regresso do Estado Moçambicano ao mercado de capitais deu-se apenas em Março, tendo a primeira emissão de Obrigações do Tesouro do ano registado uma procura equivalente ao dobro do montante estabelecido para a emissão. Esta tendência foi verificada na maioria das emissões do ano, enquanto que os termos e condições de todas emissões do ano se manti-veram praticamente inalteradas. Esta conjuntura permitiu ao Banco Central reduzir as taxas médias dos Bilhetes do Tesouro em mais de 300pb ao longo do ano.

O Banco BiG procedeu em Abril a um aumento de capital através da incorporação de re-servas, num montante de cerca de MT 87 1 milhões, tendo o seu capital social aumentado para MT 571 9 milhões. Deste modo, o banco cumpriu com os requisitos mínimos de capital definidos pelo Banco Central para o ano de 2018.

Em Abril de 2018, o Governo Moçambicano apresentou uma proposta de reestruturação da dívida externa, cujo acordo viria a ser assinado em Novembro do mesmo ano. Os termos do acordo previam que a reestruturação seria implementada por meio de uma solicitação de consentimento e oferta para a troca de Títulos, a ser lançada pelo Ministério da Economia e Finanças, no início de 2019 Espera-se que os detentores de Títulos sejam convidados a tro-car os títulos existentes por dois novos instrumentos representativos de obrigações séniores não garantidas da República de Moçambique, sendo i) uma nova série de títulos de dívida e ii) uma série de instrumentos de valorização associados às receitas fiscais dos projectos de gás das Áreas 1 e 4 em Moçambique.

Em Novembro de 2018, o Ministro da Economia e Finanças anunciou que aquele ministério iria proceder ao pagamento da dívida aos fornecedores de bens e serviços ao Estado, cujas modalidades de regularização consistiam nos seguintes termos e condições: pagamento na totalidade a todos fornecedores com dívida validada até o montante de MT 60 milhões, pa-gamento na porção de 10% a todos os fornecedores com o valor da dívida acima de MT 60 milhões e, negociação para pagamento do remanescente 90%, tendo em conta duas moda-lidades: (i) Titularização, ou (ii) Amortização parcelada. Esta medida viria a ser implementada em Janeiro de 2019.

Os eventos de mercado que mais afectaram o desempenho do Banco e as suas perspectivas estiveram relacionados, por um lado, com o abrandamento da restritividade da política mo-netária, manutenção da notação de risco do país, aumento dos limites mínimos de capitais e de rácios prudenciais para as empresas do sector financeiro, introdução de novos indexantes para as taxas de juro e de câmbio, a manutenção da suspensão do apoio ao orçamento do Estado pelos parceiros de cooperação, a melhoria do Índice de Clima Económico, a procura por diversificação da alocação de activos por parte dos agentes económicos bem como as oportunidades e riscos associados às medidas de austeridade.

Não obstante a generalidade de indicadores macroeconómicos terem registado melhorias, o crescimento do PIB, em 2018, ficou abaixo da média histórica dos últimos anos pelo terceiro ano consecutivo. Neste contexto, o Conselho de Administração considera que o modelo de negócio definido para o início da operação do Banco continuou a demonstrar um bom desempenho e que as linhas de negócios desenvolvidas pelo BiG evidenciaram resiliência e solidez.

Métricas Financeiras z Ligeira desvalorização do metical face ao dólar americano e valorização face ao rand

sul-africano e consequente abrandamento da inflação e respectiva estabilização a níveis de um dígito;

z Redução das taxas de juro de referência;

z Excesso de liquidez no sistema financeiro, mas com abrandamento do crédito privado;

z Crescimento do volume de poupanças e instrumentos de investimento por Cliente, à medida que os Clientes diversificam as suas carteiras de activos e se afastam de uma concentração em depósitos e imobiliário;

z Qualidade de crédito e controlos internos sólidos e uma contínua ausência material de perdas relacionadas com operações de crédito.

Factores Estratégicos: z A capacidade de foco do Conselho de Administração na manutenção do crescimento do

negócio, e na consolidação da marca BiG no mercado moçambicano;

z Problemas persistentes no sector bancário moçambicano e aumento significactivo da regulação;

z Crescente responsabilidade do sector bancário através do Fundo de Garantia de Depó-sitos;

z Foco do Conselho de Administração na disciplina financeira, transparência contabilística e baixa alavancagem do Balanço;

z Foco estrutural do Conselho de Administração na qualidade dos activos de longo prazo, no excesso de liquidez, rácios elevados de capital, gestão do risco e eficiência operacio-nal geral, independentemente das condições de mercado ou das tendências económicas.

A melhoria expressiva das expectativas de inflação abriu espaço para uma contínua redução das taxas de juro de referência do mercado ao longo do ano. Não obstante alguma deprecia-ção verificada em finais de 2018, o metical ganhou terreno face ao Rand e manteve-se muito estável face às restantes moedas transaccionadas no país, assistindo-se a um fortalecimento das reservas internacionais, a uma continuação de um défice controlado na conta corrente da balança de pagamentos, um excesso de liquidez no mercado monetário, não obstante a estagnação do crédito ao sector privado Estes factores não impediram que o PIB registas-se um desempenho moderado, e ainda prevalecem riscos do lado fiscal, nomeadamente a suspensão da ajuda externa ao orçamento do Estado, nível elevado de dívida pública e prevalência de potenciais factores de risco associados a fenómenos climáticos extremos, proximidade de período eleitoral, volatilidade dos preços das commodities e ao ambiente político nos países vizinhos.

Elementos chave específicos do BiG e relevantes no actual Enquadramento Operacional:

Indicadores Financeiros 2018 2017

Solvência e Transformação

Core Tier 1 183,6% 223,8%

Crédito concedido/Depósitos 0,0% 0,0%

Activo e Fundos Próprios

Activo Líquido/Capital Próprio 202,5% 190,2%

Activos sob Supervisão/Capital Próprio 590,0% 509,4%

Resultados

Rendibilidade dos Capitais Próprios Médios (ROE) 25,2% 10,2%

z O Banco não emite instrumentos de dívida para suportar as suas actividades de Balanço, sendo as fontes chave de financiamento os depósitos de Clientes e os capitais próprios;

z O modelo de negócio do Banco não se baseia em crédito; está orientado para o cresci-mento sustentável num ambiente controlado, com base no crescimento dos resultados acumulados e cuidadosa gestão de capital;

z O Banco não solicitou, nem necessitou, de assistência ou apoio de entidades externas, em qualquer momento, para cobrir as suas necessidades de financiamento ou capital, sob a forma de garantias e similares, obrigações convertíveis ou capital.

Perspectivas de Negócio para 2019Os principais riscos para o próximo ano são, designadamente: (i) preocupações com a estabi-lidade e o futuro do sector bancário (ii) os efeitos do elevado nível de endividamento das em-presas públicas e da produtividade do sector público em geral, (iii) as incertezas relacionadas com os anúncios das decisões de investimento nos grandes projectos do sector extractivo, (iv) o retorno da instabilidade política associado às eleições presidenciais, (v) ocorrência de fenómenos climáticos extremos, (vi) volatilidade dos preços das commodities, (vii) deteriora-ção do ambiente político nos países vizinhos, (viii) os eventos macro inesperados, bem como os seus impactos em economias dependentes, como é o caso de Moçambique.

Os principais macro-riscos internacionais identificados para o próximo ano são, designada-mente: (i) volatilidade causada pela presidência de Donald Trump, (ii) a tensão comercial entre os EUA e a China, (iii) o Brexit e saída de Mario Draghi da presidência do BCE, e (iv) a tensão entre a implementação de reformas e movimentos populistas.

A política monetária em 2019 deverá continuar orientada para a manutenção de uma inflação baixa e controlada ao nível de um dígito (em 2017 foi 15 11% e estima-se 4 29% para 2018) O sucesso desta política permitirá continuar com a tendência de descida das taxas de juro de referência que se observou em 2018 É expectável que em 2019 se comecem a sentir os efeitos desta política na economia moçambicana.

Uma baixa inflação será também essencial para termos um câmbio estável durante o ano de 2019. Excluindo alguma volatilidade causada por factores externos que afectaram os países emergentes em 2018, e que pouco afectaram a moeda local moçambicana, é de esperar que em 2019 essa volatilidade possa novamente surgir com eventos importantes como as elei-ções legislativas ou outros eventos externos que possam ter impacto na região.

O câmbio esteve estável durante todo ano de 2018 contra a maioria das moedas, e o Banco Central manteve uma atitude vigilante durante todo ano, por forma a evitar grandes espe-culações. A previsão do Banco de Moçambique é que em 2019 veremos o câmbio MZN/USD entre a banda dos 60/62 meticais durante todo o ano e que as reservas internacionais líquidas continuem com um valor confortável de cobertura das necessidades de importação de cerca de 7 meses.

Page 4: RELATÓRIO E CONTAS 2018bancobig.co.mz/images/pdf/Relatrio--Contas-2018... · Imparidades 1 699 276 18 304 178 Provisões - (3 231 000) Custos Operacionais (128 843 694) (111 439

(Continuação 4/15)

Derivado da estabilidade económica e política do País e com a perspectiva de um acordo com os credores dos restantes empréstimos em moeda estrangeira, esperamos que em 2019 haja uma diminuição da percepção de risco e crescimento do interesse por parte de investi-dores estrangeiros em financiar projectos em Moçambique, para além dos mega-projectos, como forma de assegurar taxas reais de retorno a níveis ainda interessantes.

Paralelamente acreditamos que verificaremos um crescimento do interesse por parte das empresas em considerar formas de financiamento alternativas, como resposta ao esforço comercial da equipa do BiG e em virtude das ainda altas taxas de juro e baixa receptividade dos bancos em conceder crédito.

2019 será o ano em que se começarão a desenvolver alguns projectos relacionados com LNG, com o possível anúncio das Final Investment Decisions já no 1º semestre do ano. É expectável que cheguem os primeiros grupos de expatriados das empresas multinacionais envolvidas, o que poderá levar a uma pressão inflaccionista nos preços dos imóveis por falta de oferta dispo-nível e é de esperar que comecem a surgir os primeiros projectos laterais aos mega projectos.

Em 2019, a realização das eleições legislativas em Moçambique irão ter um impacto econó-mico pois estão orçamentadas em cerca de 6,5 mil milhões de Meticais (mais de 100 milhões de USD). O custo das eleições poderá colocar alguma pressão sobre o orçamento de Estado, numa época em que a gestão da despesa pública passou a ser mais controlada, podendo criar alguma volatilidade quer nas taxas de juro quer na taxa de câmbio.

Políticas Contabilísticas RelevantesAs políticas contabilísticas relevantes utilizadas pelo Banco são apresentadas em detalhe nas Notas às Demonstrações Financeiras, sendo que a mais relevante para o Banco corres-ponde à mensuração pelo justo valor dos instrumentos financeiros Isto resulta do facto de a carteira de activos remunerados – e, portanto, do próprio Balanço – serem activos líquidos, de rendimento fixo ou variável, por oposição a activos com menor liquidez Perante a ocor-rência de eventos que reduzem a transparência e/ou liquidez nos mercados, como tem vindo a ocorrer ocasionalmente nos últimos anos, incluindo 2018, gerando assim volatilidade no mercado, a utilização desta política de mensuração pelo justo valor, pode ter um impacto significactivo na forma como os activos financeiros são avaliados e, consequentemente, nas demonstrações financeiras do Banco.

Os instrumentos financeiros podem ser classificados como activos financeiros ao justo va-lor através de resultados ou como activos financeiros ao justo valor através de outro ren-dimento integral. Uma terceira categoria diz respeito a activos financeiros ao custo amor-tizado, com base na taxa efectiva, e na qual o Banco não classifica actualmente qualquer activo financeiro.

Eventos que podem assumir particular relevância nas Demonstrações Financeiras:

Precificação - Na determinação do justo valor de um determinado activo financeiro, o Banco considera o preço disponível no mercado. Na ausência de cotações ou na presença de pre-ços de mercado que, na opinião do Banco, possam não ser realistas, o justo valor pode ser determinado com recurso a (i) avaliações baseadas em transacções recentes ou semelhan-tes, executadas sob condições de mercado normais, metodologias de cash flows desconta-dos e modelos de avaliação baseados em opções, os quais podem ser customizados tendo em vista reflectir as circunstâncias de um determinado instrumento financeiro e (ii) avaliações baseadas em informação de mercado.

Controlo sobre avaliação de instrumentos financeiros - As infra-estruturas de controlo são independentes das áreas de geração de receitas. Estes processos, conjuntamente com as metodologias acima referidas, são definidos pelo Conselho de Administração e controlados ou revistos pelas funções de auditoria interna e externa do Banco.

Revisão das receitas e despesas líquidas - A contabilidade das receitas e despesas é da responsabilidade de funções independentes e de controlo e é verificada diariamente pelo Conselho de Administração. O objectivo é identificar e resolver potenciais problemas asso-ciados ao justo valor ou contabilístico das receitas numa base objectiva e periódica.

De uma forma geral, durante 2018, e apesar da volatilidade, os níveis de liquidez dos ins-trumentos cotados mantiveram-se aceitáveis, mitigando assim questões relativas ao justo valor dos activos. Por várias razões, designadamente relacionadas com a crise das dívidas ocultas, o processo de restruturação da dívida comercial externa, a política monetária dos EUA e a deterioração do ambiente económico na Africa do Sul, registou-se um sentimento negativo em relação à maioria das classes de activos em Moçambique. A percepção de risco dos emitentes moçambicanos, incluindo o soberano, os públicos, as empresas e os bancos, foi negativamente afectada por questões macroeconómicas globais e por questões nacio-nais específicas. Adicionalmente, no final do ano, o rating de qualidade de crédito soberano moçambicano, era considerado RD (equivalente a Restricted Default) pela Fitch, com muito baixa probabilidade de apresentar melhorias num futuro próximo.

Análise Sumária – Indicadores ChavePara uma análise mais detalhada, consulte-se a secção: Resultado das Operações e Notas às Demonstrações Financeiras.

Capital e Solvabilidade

MT

Capital e Solvabilidade 2018 2017

Capital 571 924 000 484 791 661

Outros Instrumentos de Capital 1 034 25 583 687

Reserva de Justo Valor 2 899 031 -

Outras Reservas e Resultados Transitados (29 848 397) 11 412 733

Resultado Líquido do Exercício 161 083 736 50 136 953

Capitais Próprios 706 059 404 571 925 034

Fundos Próprios (*) 709 246 246 517 430 004

TIER 1 Capital 183,6% 221,9%

(*) Pendente de aprovação pelo BdM

A utilização e afectação de capital, bem como a robustez, consistência e transparência dos rácios de solvabilidade são, para o Conselho de Administração, de extrema importância na gestão diária do Banco. O nível adequado de capital fornece confiança aos Clientes e às contrapartes, e reflecte os aspectos chave de como o Banco gere o negócio Alguns desses aspectos são: (i) vigiar atentamente os riscos potenciais assim como os retornos esperados, (ii) aplicar o resultado dos processos de testes de esforço e planeamento de capital à gestão diária do Balanço, (iii) avaliar objectivamente o ambiente empresarial e (iv) identificar e ava-liar os potenciais riscos materiais, sejam estes específicos ou estratégicos. O Banco efectua projecções de capital e financiamento regularmente e envia ao regulador o resultado do Processo de Avaliação da Adequação do Capital Interno (ICAAP), que incorpora extensas análises realizadas regularmente As análises de possíveis cenários são fundamentais para manter disciplina na tomada de risco e, consequentemente, na utilização de capital.

De forma a garantir um uso prudente do capital e um nível confortável de reservas, o Banco efectua periodicamente testes de esforço. Estes incluem vários testes às mais importantes rubricas do Balanço, controlos diários dos limites estabelecidos no ICAAP do Banco e testes de esforço ao rácio de solvabilidade, introduzidos pelo Conselho de Administração durante os primeiros meses de actividade e mantidos, com modificações, deste então Estes foram definidos para avaliar o impacto no Capital de alterações improváveis, mas teoricamente possíveis, no sentimento de mercado, com potencial impacto directo nos rácios de solvabi-lidade do Banco. Os resultados dos testes de esforço, ainda que hipotéticos, servem regu-larmente como aviso ao Conselho de Administração e às diversas áreas de negócio, para reduzir o risco ou diversificar as concentrações.

Os testes de esforço são alguns dos muitos testes internos do BiG, existindo, no entanto, outros que são realizados de acordo com os requisitos regulatórios. O Banco analisa igual-mente a forma como, num cenário de crise severa, seria gerido o Balanço do Banco, em termos de geração de liquidez e aplicação dos capitais próprios. Esta aferição incorpora riscos de mercado, de crédito e operacionais e, quando combinada com análises periódicas de cenários, conforme descrito anteriormente, constitui a base para a avaliação permanente pelo Conselho de Administração relativamente à adequação do capital do Banco.

Liquidez e Recursos

MT

Liquidez e Recursos 2018 2017

Capitais próprios 706 059 404 571 925 034

Recursos de Outras Instituicoes de Crédito 33 468 33 913 615

Recursos de Clientes 672 862 507 440 651 327

Outros passivos 50 898 666 41 362 608

O Conselho de Administração geriu activamente e alterou ao longo do ano a concentração da carteira do Banco, de acordo com as expectativas relativamente aos movimentos das taxas de juro e da qualidade de crédito dos activos. As principais componentes de liquidez e financiamento permaneceram em linha com o previsto. A liquidez potencial não utilizada do Banco, baseada na capacidade de usar instrumentos financeiros elegíveis como colateral para aceder a linhas adicionais de financiamento, é substancial.

O crédito tradicional é segmento não estratégico, particularidade que constitui um factor chave no modelo de negócio do Banco e fundamental para a sua gestão da liquidez, da qualidade dos activos e da utilização eficiente do capital próprio. A maioria dos activos do Banco cor-respondiam a activos financeiros líquidos, ao justo valor através de outro rendimento integral.

O Conselho de Administração considera, e o passado recente confirma, que deter e negociar activos através das carteiras de activos financeiros detidos para negociação ou disponíveis para venda permite uma maior flexibilidade na gestão de posições, encoraja a disciplina nas tomadas de risco e o crescimento do Balanço, o que coincide com a política de absoluta transparência na avaliação de activos financeiros. A combinação de (i) nenhuma concentra-ção de crédito ilíquido, (ii) uma reduzida alavancagem do Balanço relativamente ao capital próprio e fontes estáveis de financiamento e (iii) uma política de manutenção de uma carteira de activos permanentemente disponíveis e livres de encargos garantindo níveis de liquidez confortáveis, têm sido fundamentais para a gestão rentável das operações do Banco.

As principais fontes de financiamento do Banco incluíram (i) capitais próprios, (ii) depósitos de Clientes, e (iii) acordos de cedência estabelecidos com contrapartes de mercado. O Banco não emite títulos de dívida, dado não representarem activos estratégicos do actual modelo de negócio e planos de investimento do Banco Consequentemente, o BiG não é afectado pelo acesso limitado ao financiamento em mercados internacionais em resultado da notação non-investment grade/default do país.

Resultados

Rendibilidade 2018 2017

Rendibilidade dos Activos Médios (ROA) 16,5% 7,0%

Rendibilidade dos Capitais Próprios Médios (ROE) 25,2% 10,2%

Produto Bancário/Activo Líquido Médio 26,7% 19,2%

O Produto Bancário foi superior a 336 milhões de meticais e o Resultado Líquido foi de 161 mi-lhões de meticais. O desempenho do BiG, em 2018, permaneceu robusto face aos impactos da crise financeira e do abrandamento económico em Moçambique. Durante o ano, as condi-ções de mercado registaram melhorias em comparação com o ano anterior. Em Moçambique, o ambiente económico revelou-se menos favorável para as empresas. Este contexto, quando associado às tendências presentes a nível mundial, contribuiu para deteriorar a confiança das empresas de forma acentuada durante o segundo semestre, diminuir o investimento estrangeiro e promoveu a incerteza sobre o futuro da economia Moçambicana.

Sendo objectivo do Conselho de Administração promover o crescimento do Banco de forma cuidada, enquanto opera num ambiente imprevisível, optou-se pelo controlo e preservação do capital e a integridade do negócio. Desde o começo da crise da dívida soberana, que evoluiu para uma crise bancária, o Banco mostrou capacidade para crescer, de um modo sustentável, e produziu resultados sólidos num período que continua a ser desafiante. Tal deve-se a um conjunto de factores, entre os quais podem ser destacados:

(i) O foco do Conselho de Administração nos princípios fundamentais de gestão de capital e liquidez, flexibilidade do Balanço, transparência contabilística, controlo de custos e con-trolo de risco; e

(ii) A abordagem disciplinada do Banco em assumir, medir e gerir riscos, que tem permitido ao Conselho de Administração planear o futuro com base em crescimento e resultados.

A margem financeira do Banco obedece: (i) a uma política de controlo da dimensão do Ba-lanço, (ii) à criteriosa alocação em activos remunerados num contexto de crescimento econó-mico díspar e (iii) à gestão activa da carteira do Banco, o que significou uma substituição por parte do Banco de margem financeira por ganhos de investimento superiores. O contexto de taxas de juro influenciou os Clientes a transaccionar e investir cada vez mais, contribuindo assim para um incremento significactivo nas comissões líquidas.

O negócio de Tesouraria e Mercados de Capitais do Banco teve um forte desempenho. As oportunidades referentes a activos de rendimento fixo, produtos de crédito e a actividade dos Clientes foram díspares No que concerne às diferentes linhas de negócio, o negócio de Clientes Particulares do Banco é ainda incipiente. Os proveitos dos segmentos Institucionais e Empresas revelaram-se robustos, devido ao volume de negócio e das receitas provenien-tes de transacções.

Do lado da despesa, as principais rubricas de custos operacionais, líquidos de imparidades, incluíram os custos com pessoal, despesas relacionadas com custos gerais administrativos e custos com amortizações. Estes custos são justificados com a contratação da equipa de Co-laboradores, a expansão do espaço físico, a instalação de sistemas de informação e custos associados à instalação e abertura do Banco.

Enquadramento ConcorrencialAs alterações que se registaram no enquadramento concorrencial em Moçambique coin-cidem com (i) o processo de intervenção no MozaBanco, que culminou com a alteração da estrutura accionista e com a aquisição do Banco Terra na segunda metade de 2018, (ii) a liqui-dação do Nosso Banco, (iii) a forte pressão regulatória sobre o sector bancário e respectivos custos associados – com destaque para a alteração dos requisitos mínimos de capital, (iv) o peso das estruturas legadas na capacidade dos bancos em reforçar a sua base de capital, e (v) as fortes alterações de política monetária introduzidas pelo Regulador, com consequên-cias incertas quanto ao impacto futuro que as respectivas políticas terão.

Temas de destaque no sector financeiro incluíram: (i) as baixas notações de rating das pa-rent-companies e a manutenção de baixos níveis de capitalização, (ii) os impactos do sector público nos Balanços dos bancos de maior dimensão, (iii) os efeitos de longo prazo de mo-delos de negócio focados no mercado de retalho de massas, juntamente com capacidade excedentária e leis laborais inflexíveis, e (iv) a existência de alguma interdependência do Estado e da banca na economia.

O processo de reconhecimento de perdas e reposicionamento das instituições financeiras está em curso. Os bancos em Moçambique encontram-se sob pressão dos reguladores e dos mercados financeiros para desalavancar, reavaliar o risco, reconsiderar as suas fontes de financiamento, aumentar capital e passar em testes de esforço de adequação de capital.

O mercado interno tem sentido os efeitos da contracção do Balanço dos bancos, resultan-do numa menor disponibilidade de crédito para alguns sectores Este processo continua em evolução, impulsionado pela crescente regulamentação e legislação, desenvolvidas de modo a assegurar que o sector bancário seja razoavelmente diferente no futuro. Como res-posta a estas medidas, o processo de ajustamento de alguns dos concorrentes do BiG tem incluído reduções de pessoal, encerramento de agências, desinvestimentos, alterações na gestão e, nos casos de maior relevância, a entrada do Estado através do Banco Central e injecções de liquidez.

Não obstante o longo processo necessário para sanar os Balanços da maioria dos bancos afectados pela recessão, o mercado bancário, a nível doméstico, continua a ser altamente competitivo, e é esperado que assim se mantenha Moçambique continua a ser um mercado relativamente concentrado, com 3 instituições de crédito detendo conjuntamente uma quota de mercado muito significativa. Estas podem ser caracterizadas como instituições financeiras com modelos de banca universais, que geralmente operam modelos de negócio tradicionais.

Dezenas de outros bancos domésticos ou estrangeiros, de pequena e média dimensão, e em geral especializados, partilham a restante quota de mercado Consequentemente, o BiG

enfrenta concorrência em todas as linhas de negócio por parte de um conjunto alargado de operadores domésticos, e, em certas linhas de negócio, de operadores internacionais.

À medida que o processo de ajustamento segue o seu curso, o Banco tem vindo a verificar um aumento, e não uma diminuição, da concorrência por parte de várias instituições financeiras.

OrganizaçãoOs objectivos do Banco passam por disponibilizar serviços financeiros eficientes e competi-tivos aos seus Clientes e criar valor de longo prazo para os seus Accionistas. O BiG procura assegurar um crescimento sustentado e um equilíbrio entre o investimento a médio-prazo e a existência de retornos no curto-prazo.

O Conselho de Administração acredita que estes objectivos poderão ser alcançados através de uma estrutura operacional interna clara e eficiente, construída em torno de pessoas com talento, processos bem definidos e tecnologia fiável No seu conjunto, estas componentes permitem maximizar a eficiência operacional e ajudar a manter uma estrutura de custos com-petitiva, concebida para beneficiar o Cliente final e os Accionistas Estas componentes são igualmente essenciais à manutenção de controlos rigorosos sobre os riscos de mercado, crédito e operacional aos quais qualquer instituição financeira se encontra exposta.

A estrutura organizacional interna reflecte aspectos chave da cultura empresarial, que se foca no objectivo de assegurar a resiliência e a integridade do modelo de negócio do Banco e a sua capacidade de resistir a qualquer crise financeira Resumindo, procura-se que o Ban-co seja transparente, flexível, atento aos riscos de mercado e com uma gestão que permita reagir rapidamente às oportunidades de negócio. A liquidez do Banco, a qualidade dos seus activos e o seu perfil de capital são fortes. Excepto no que concerne a investimentos em sistemas de informação, ajustamentos na gestão diária de cada uma das linhas de negócio e precaução superior à usual dada a volatilidade do contexto político-económico, os eventos do último ano não ditaram alterações materiais na estratégia do Banco. O Banco conseguiu acelerar o crescimento durante este período. No decurso da sua actividade, o Conselho de Administração está continuamente a analisar melhorias às actuais áreas de negócio e a pro-curar formas de investir capital, aumentar receitas, racionalizar custos e melhorar continua-mente a eficiência interna. Esperamos crescer de forma sustentável, apesar da concorrência, e manter esta tendência no futuro próximo.

Estrutura Legal e Órgãos SociaisO Banco BiG Moçambique, S A , é uma sociedade fundada de raíz, detida em 99,99% pelo Banco de Investimento Global, S A , que deu lugar à unidade bancária do Grupo BiG em Moçambique O BiG Moçambique não detém nenhuma outra sociedade, não participa em sociedades off-shore ou em veículos especiais de investimento.

O Banco combina a sua presença na internet, www big co mz, com uma equipa de vendas totalmente integrada localizada em Maputo. Os Clientes Institucionais e as Empresas são servidos por equipas especializadas que se deslocam ao seu encontro em qualquer ponto do país, bem como por profissionais baseados na sede do Banco em Maputo

A sede do Banco na Rua dos Desportistas, em Maputo, é arrendada directamente pelo Banco.

As marcas do Banco são utilizadas na abordagem ao segmento Empresas e Institucionais e Clientes Particulares.

Governo da Sociedade A organização interna do Banco é reflexo da vontade do Conselho de Administração em manter a simplicidade, transparência e um controlo operacional eficaz sobre as diferentes áreas de negócio Esta filosofia encoraja o uso eficiente dos recursos e uma clara distribuição das responsabilidades sobre a forma como estes recursos são utilizados e os riscos assumi-dos. O BiG, embora não seja uma sociedade cotada em bolsa, procura seguir as melhores práticas de Corporate Governance e alinhar a supervisão e os processos de decisão com os interesses dos Accionistas e de outras partes interessadas. O Banco empenha-se em cumprir com as recomendações da OCDE (Resumo dos Princípios da OCDE sobre o Governo das Sociedades – 2004), na medida em que estas sejam praticáveis e adequadas à dimensão do Banco Embora sendo um pequeno/médio Banco, o BiG procura ser um exemplo entre os seus concorrentes de qualquer dimensão, em termos de gestão prudente de um negócio sustentável, independentemente das condições de mercado, com base no pressuposto de que o Banco pode e deve operar sem ajuda externa. Adicionalmente, o BiG é membro da As-sociação Moçambicana de Bancos, através da qual o Banco procura contribuir para o debate dos principais temas e acompanhar os principais desenvolvimentos. O Conselho de Admi-nistração revê e, quando é necessário, melhora as práticas e os instrumentos de Governo da Sociedade, de forma a reforçar a cultura de controlo interno e a manter uma base para o seu desenvolvimento social e económico.

Órgãos Estatutários BiG

Assembleia Geral

z Presidida por um Presidente e um secretário eleitos pelos acionistas por mandatos de quatro anos As suas responsabilidades passam por dirigir as assembleias gerais anuais e extraordinárias de accionistas do Banco

Conselho de Administração

z Constituído no final do ano por cinco membros (3 membros não-executivos e 2 execu-tivos) Este órgão é eleito para mandatos de quatro anos e todos os membros são es-colhidos com base na sua experiência, em base individual, independente de qualquer interesse accionista específico

Comissão Executiva

z Constituído por dois membros executivos eleitos por períodos de quatro anos Este órgão reporta directamente ao Conselho de Administração e foi constituído no âmbito da delegação de funções do Conselho de Administração, de modo a gerir adequada-mente as actividades diárias do Banco

Fiscal Único

z Este órgão reporta directamente aos accionistas As suas responsabilidades incluem revisões periódicas e auditorias independentes às contas, de acordo com as normas e políticas contabilísticas internacionais Um auditor independente providencia, igual-mente, a sua opinião relativamente às contas

Direitos de Voto De acordo com os Estatutos do Banco, não existem restrições aos direitos de voto dos Accio-nistas. Cada acção corresponde a um voto.

Auditores e Consultores Externos O auditor independente do Banco é a PricewaterhouseCoopers, Lda. O Banco tem uma po-lítica de revisão periódica dos seus auditores externos, que por norma está limitado ao exer-cício de um mandato não superior a cinco anos consecutivos. O Banco mantém ainda como consultor legal externo a Sociedade Couto Graça e Associados (CGA).

Controlo InternoA responsabilidade de gestão funcional é depositada nos membros do Conselho de Admi-nistração, que desempenham funções executivas, aos quais os vários responsáveis de nego-ciação, Front Office e Back Office reportam. As funções de contabilidade, auditoria interna, controlo interno e Compliance e a gestão dos riscos associados com mercados, crédito, tecnologia e operações reportam directamente aos membros do Conselho de Administra-ção. Além das funções de supervisão por área, o Banco estabeleceu um Comité de Todos os Riscos (All Risks Committee), supervisionado por um elemento da Comissão Executiva, que reporta regularmente ao Conselho de Administração visando melhorar a compreensão em todo o Banco das prioridades relacionadas com controlo, regulamentação, sistemas e procedimentos.

O Compliance Officer do Banco reúne regularmente com a Comissão Executiva, para anali-sar temas sensíveis relacionados com o controlo interno e o cumprimento das disposições regulatórias. As áreas de Auditoria Interna e de Recursos Humanos reportam directamente à Comissão Executiva.

Page 5: RELATÓRIO E CONTAS 2018bancobig.co.mz/images/pdf/Relatrio--Contas-2018... · Imparidades 1 699 276 18 304 178 Provisões - (3 231 000) Custos Operacionais (128 843 694) (111 439

(Continuação 5/15)

Base AccionistaDesde a constituição da sociedade Banco BiG Moçambique, S A, a composição Accionista relativa manteve-se estável, sendo o capital do Banco detido maioritariamente pelo Banco de Investimento Global, S A , com sede em Lisboa, Portugal.

O Banco tem actualmente três Accionistas e um capital social de 571,9 milhões de meticais. Em 2019, e em linha com o previsto no seu plano de negócio inicial, o Banco irá abrir o seu capital social a investidores locais estratégicos, que possam beneficiar e contribuir para o desenvolvimento da actividade do BiG.

Capital HumanoA cultura de negócio do Banco provém da resiliência do seu modelo de negócio, da capaci-dade do Conselho de Administração de executar as suas estratégias e de controlar os riscos, e da qualidade, formação e carácter dos seus Colaboradores. O Conselho de Administração acredita que o desenvolvimento de uma cultura interna é uma preocupação principal da gestão de topo e assume funções directas nos processos de recrutamento, formação e de-senvolvimento de carreiras dos Colaboradores. O BiG percepciona o desenvolvimento dos Colaboradores como um investimento chave e procura recompensar o talento desde o início. Em regra, o Banco promove a diversidade, excepto nos seus valores fundamentais Estes incluem a excelência académica, um sentido de compromisso, trabalho de equipa, energia, inovação, respeito pelos outros e, acima de tudo, integridade.

Ao longo do último ano, o perfil dos Colaboradores do Banco e as políticas de recrutamento, formação e desenvolvimento foram consistentes com o plano delineado previamente. De uma forma consolidada, a idade média dos Colaboradores é de 29 anos e 75% dos mesmos detêm pelo menos um título académico. O número de Colaboradores, excluindo o Conselho de Administração, é de 36.

A distribuição dos Colaboradores pelas áreas de suporte, controlo e negócio é relativamente equitativa. No entanto, é expectável um crescimento gradual nas áreas de negócio junta-mente com a área de Compliance e Controlo Interno, à medida que o volume de negócio aumenta.

As acções de formação locais e os períodos alargados de formação na Sede do Grupo, para vários membros de todas as áreas funcionais do Banco, são parte importante do esforço do Banco para manter os seus Colaboradores actualizados e em contacto com os padrões mais elevados e as melhores práticas internacionais. Estas acções de formação e actualizações do conhecimento das equipas são constantes e fazem parte da cultura do Grupo, mantendo uma actualização transversal à estrutura dos processos e procedimentos, facilitando a rela-ção matricial das subsidiárias com as Funções Centrais e proporcionando um nível de serviço ao Cliente uniforme em todas as unidades, independentemente da localização geográfica.

Os Padrões e Cultura Empresariais do BiGO BiG é gerido por profissionais experientes e dedicados. O Banco tem como objectivo manter uma estrutura organizacional simples e com linhas de responsabilidade claramente definidas entre o Conselho de Administração, a Comissão Executiva e os vários órgãos e Colaboradores. O modelo de negócio do BiG é deliberadamente transparente, assim como o são as suas relações com Clientes, reguladores e o público em geral. A estrutura organiza-cional é horizontal e não contém estruturas opacas nem qualquer entidade offshore. Desde a criação do Banco, o Conselho de Administração e os Accionistas têm procurado alinhar os seus interesses, procurando garantir uma separação adequada entre os que são proprietá-rios e emitem orientações por um lado, e aqueles que profissionalmente assumem e aceitam responsabilidades de gestão, por outro. O Banco acredita que a participação Accionista e a atribuição de incentivos de longo prazo através de programas de acções e opções, são um aspecto chave na manutenção deste equilíbrio, motivo pelo qual tem intenção de iniciar um programa que será mais um instrumento utilizado pelos Accionistas para premiar e reter o talento na organização, promovendo, desta forma, o alinhamento dos objectivos de longo prazo dos Accionistas, da gestão e dos Colaboradores.

O Conselho de Administração acredita que um sistema eficaz de governação para qualquer organização assenta na sua cultura e na integridade das pessoas que a compõem. Operan-do num negócio exigente de serviços financeiros, o BiG trabalha todos os dias para melhorar essa governação. A natureza e extensão da informação divulgada reflecte um aspecto funda-mental da cultura interna do Banco e a sua proposta de valor. Nas relações com Accionistas, Clientes, reguladores e contrapartes, o BiG comunica deliberadamente de forma detalhada não só em que consiste o seu modelo de negócio, como também o seu funcionamento In-ternamente, a cultura do Banco enfatiza a governação societária enquanto exercício diário de responsabilização de cada indivíduo, equipa e área de negócio. Este conceito começa pelo Conselho de Administração e pelos comités internos de supervisão e estende-se a toda a organização.

Uma vez que o BiG opera num ambiente de regulação e reporte crescente, as responsabili-dades individuais e do Conselho de Administração abrangem uma compreensão do código de ética da organização, formação interna sobre procedimentos, gestão de informação, polí-ticas e práticas. Estas são concebidas para identificar e gerir riscos e funções independentes de supervisão para assegurar a aplicação dos regulamentos internos e externos Estamos permanentemente focados em garantir controlos operacionais efectivos, encorajar regras que promovam maior responsabilidade e transparência nas práticas competitivas e aceita-mos o escrutínio do modelo de negócio. O tempo dedicado pelo Conselho de Administração à gestão de riscos e construção de uma cultura de responsabilidade apresenta uma tendên-cia crescente e superior à análise e geração de novas oportunidades de negócio.

Gestão de RiscoO negócio do Banco, num sentido mais lato, envolve a assunção e gestão de riscos, de modo a criar valor para os Accionistas. As políticas e práticas definidas tendo em vista o controlo destes aspectos fundamentais do negócio são apresentadas em detalhe de seguida.

Na gestão do risco da organização, o Conselho de Administração revê regularmente os pro-cessos, de forma a garantir que estes são bem concebidos, disciplinados, independentes, objectivos e quantitativos. Este processo também visa garantir o cumprimento das normas regulamentares e práticas empresariais sensatas. Os processos de gestão de risco associa-dos aos mercados nacionais e globais, operações de crédito, processamento, tecnologia e riscos genéricos de negócio, exigem um sistema integrado de políticas e controlos, de modo a garantir a integridade do modelo de negócio do Banco e preservar a sua estabilidade, potenciando a rentabilidade Subjacente a estes sistemas e processos está uma cultura de responsabilidade pessoal e vigilância mútua, tendo em vista o interesse comum.

O objectivo do Banco é gerar receitas através de um conjunto diversificado de fontes – o que implica assumir um certo nível de risco - operando em linha com orientações prudentes e razoáveis. Estas orientações combinam aspectos prudenciais básicos do negócio bancário, reflectem a experiência do Conselho de Administração e dos gestores de negócio do Banco e são actualizadas através de medidas regulatórias ou legislativas. A comunicação interna regular e frequente das políticas de gestão de riscos e tolerância ao risco revela-se crítica neste processo. Estas comunicações incluem, embora não limitadas: o cumprimento pelo Banco de orientações regulatórias prudenciais, a capacidade de monitorizar transacções apropriadamente, o conhecimento dos Clientes e a compreensão dos mercados, o ambiente legal em que o Banco opera, e o seu interesse em cada momento por certos riscos tendo em conta determinadas condições de mercado. O negócio do Banco assenta significativamente na confiança nos nossos Colaboradores e na fiabilidade dos nossos sistemas para processar operações, numa base contínua e relativamente livre de erros. O processo começa com a identificação do risco, seguindo-se a sua quantificação, controlo e eventual reporte interno e externo em intervalos apropriados.

O BiG é uma instituição em crescimento, a operar num contexto de incerteza macroeconó-mica e financeira, de aumento da regulação e de maior escrutínio, num mercado global. Uma vez que o sector bancário depende da confiança e percepção, o Conselho de Administração foca-se em assegurar que o processo do Banco consegue sobreviver a condições de merca-do voláteis, testando estes processos e pressupostos de forma regular, estando igualmente atento à integridade dos controlos do Banco e à manutenção da disciplina interna face a eventos de natureza excepcional.

No Banco, de forma transversal, são utilizadas técnicas diferentes para rever e analisar os riscos aos quais a actividade está exposta, designadamente o risco de mercado, risco de cré-dito, risco operacional, risco reputacional e risco político. Estas técnicas incluem um conjunto

de testes de esforço, realizados periodicamente, que são ajustados quando justificável, que envolvem um exame aos resultados de cenários para todas as grandes classes de activos e carteiras. Incorporam conceitos de testes de esforço, tais como risco de concentração, cená-rios de liquidez e financiamento, entre outros, bem como potenciais alterações dos rácios de solvabilidade do Banco em condições inesperadas e improváveis. Os cenários são desen-volvidos pelo Conselho de Administração e pela equipa de risco de mercado, e geralmente coincidem, ou são mais prudentes, que as recomendações dos reguladores. Simultaneamen-te, são monitorizados um conjunto de indicadores, são realizadas análises de sensibilidade da exposição do Banco à taxa de juro, e são utilizados vários limites não estatísticos para avaliar o risco de mercado. Estes estão inter-relacionados com medidas básicas relacionadas com crédito e procedimentos operacionais para garantir uma sobreposição de controlos sobre todas as exposições significativas.

Durante o ano, a exposição de risco cresceu de forma controlada, enquanto a qualidade dos activos, medida através de níveis actuais e históricos de crédito vencido e crédito em risco, manteve-se em níveis satisfatórios Tendo por base as análises das agências de rating externas, as análises internas e a informação disponível no mercado, a qualidade creditícia da carteira de activos corporativos, de um modo geral, permaneceu inalterada durante 2018, ao passo que as emissões públicas e entidades financeiras viram a sua percepção de risco melhorar durante o ano. As notações de rating internas e externas são utilizadas para medir níveis de perdas esperadas e avaliar as posições e a sua respectiva evolução. As perdas re-lacionadas com crédito, bem como os custos associados com riscos operacionais, estão em linha com o projectado no início de actividade.

Planeamento: Financiamento e CapitalAnualmente, o Conselho de Administração faz o seu planeamento no que concerne às ne-cessidades de financiamento e alocações de capital do Banco. Este processo de planea-mento incorpora expectativas quanto à gestão dos activos remunerados, assume condições de negócio estáveis, e projecta o crescimento na disponibilidade de diferentes fontes de financiamento a taxas de mercado competitivas.

Os pressupostos fundamentais subjacentes usados pelo Conselho de Administração incluem (i) crescimento orgânico sustentável, e (ii) foco contínuo num modelo de negócio baseado em reduzida alavancagem, elevados níveis de capital e níveis confortáveis de liquidez. Por norma, o Banco não estima uma taxa específica para o crescimento dos seus activos, pelo contrário, o crescimento do Balanço deriva dos fundos disponíveis, condições de mercado, uma base de capital que garante resiliência nos cenários de maior esforço e propensão ao risco. De acordo com as condições do mercado, o Banco espera efectuar ajustamentos às diferentes áreas de negócios, oferta de produtos e canais de distribuição, tendo em vista aumentar o financiamento estável, assegurar a preservação do capital e melhorar as receitas.

Complementarmente ao capital e depósitos, o Banco tem outras fontes de financiamento, designadamente financiamento junto de outros bancos e junto do Banco Central ao abrigo das facilidades de cedência. Assumindo um crescimento moderado do Balanço, os planos de financiamento não prevêem uma utilização do financiamento proveniente do Banco Central. O aumento do Capital Próprio, o aumento dos depósitos, bem como a utilização de fontes alternativas de financiamento, irão ser as principais fontes de financiamento do activo. Para efeitos de planeamento, o Conselho de Administração assume que o Banco não necessitará, nem recorrerá, ao mercado institucional de financiamento de longo prazo, e que o acesso ao mercado interbancário relevante será utilizado oportunistica e selectivamente.

Em virtude de um conjunto de razões estratégicas, o Banco tem utilizado o seu Capital de forma conservadora e o Conselho de Administração prevê a continuidade desta tendência.

Os novos requisitos mínimos de capital, que entraram em vigor de forma faseada em 2018 e que irão até 2020, foram incorporados nos planos de financiamento desenhados pelo Conselho de Administração. O Conselho de Administração espera poder vir a remunerar os Accionistas através do pagamento de dividendos no médio prazo, assumindo que as ten-dências actuais se mantêm. Contudo, devido à natureza do negócio do Banco, bem como ao plano de investimentos no desenvolvimento do Banco, de sistemas e novos produtos para manter o BiG em linha com o compromisso de inovação e sofisticação financeira, durante os próximos três anos deverão ser direccionados parte dos resultados anuais para a satisfação destas necessidades de investimento.

Regulação

O sistema financeiro ao nível global tem estado sujeito a uma reforma profunda do seu quadro regulamentar e de supervisão desde há anos. O sistema financeiro moçambica-no passou por várias alterações regulamentares nos últimos anos, com ênfase na Su-pervisão Prudencial. Este aumento significactivo da regulamentação, e o consequente impacto em termos operacionais nos Bancos, tem sido justificado com a necessidade de (i) estabilização dos mercados financeiros; (ii) reforço da solidez das instituições e (iii) aumento da transparência. Os resultados traduzem-se numa presença mais intensa das entidades reguladoras, num maior fluxo de informação requerida e no enfoque em controlos prudenciais, comportamentais e internos.

Outros Factores que Afectam o Negócio do BiG

O Banco gere vários riscos inerentes ao negócio bancário. Para além dos riscos resumidos anteriormente, as condições económicas e políticas em mutação também afectam o negócio do Banco. A crise económica que vem afectando Moçambique e a percepção da comunidade investidora e doadora internacional, começou a expor as falhas nos mecanismos de controlo do Estado, uma grande divergência de responsabilidade fiscal e produtividade no sector Público e diferentes percepções da capacidade de acesso ao financiamento internacional.

Apesar das recentes melhorias e sacrifícios significativos no fim de 2017 e 2018, Moçambique continua entre os países mais vulneráveis, em resultado de um conjunto de factores, entre os quais as políticas fiscais e monetárias, combinadas com problemas estruturais há muito ignorados, e um ambiente político persistentemente crispado. As medidas correctivas es-pecíficas para Moçambique, combinadas com a estagnação económica dos maiores parcei-ros comerciais, conduziram a um contexto de crescimento muito abaixo das expectativas e, também, da média histórica de anos recentes, aumento de impostos, menos oportunidades de negócio e alterações na percepção pelo mercado do risco de crédito do país e dos seus componentes económicos. Durante 2018, a percepção do risco associado ao Estado moçam-bicano manteve-se inalterada em comparação com o ano anterior. Contudo, com a tomada de medidas correctivas, pelo Banco Central, responsável pela condução da política monetá-ria, e pelo Governo, responsável pela condução da política fiscal e execução orçamental, as expectativas de reforma do Estado aumentaram, ao contrário dos riscos macroeconómicos que estiveram controlados. O modo como os parceiros de Moçambique e os mercados de financiamento percepcionam o progresso do país, em termos absolutos e relativos, afecta directamente o negócio do Banco.

O BiG não está actualmente sujeito a notação de risco de crédito (rating), nem antecipa re-querer ou necessitar de uma notação de risco de crédito no futuro próximo. Não obstante, as opiniões das agências internacionais e de outros participantes de mercado sobre Moçam-bique, as empresas e as instituições financeiras em geral, afectam directamente o negócio. Do mesmo modo, os efeitos das políticas governamentais após a suspensão do apoio dos doadores em particular e da comunidade internacional em geral, e o desafiante ambiente fiscal, entre outros factores, têm tido impacto no crescimento, no emprego e na confiança dos investidores. A perspectiva dos mercados financeiros globais relativamente ao rating de Moçambique, às suas perspectivas económicas e ao sector bancário no conjunto, afectam a receptividade das contrapartes em efectuar negócios de qualquer tipo num país cuja nota-ção é selective default/default, independentemente dos indicadores económicos individuais dos bancos localizados nesse país.

A atractividade de mercados em crescimento ou mais competitivos, conjugada com a aper-tada regulação e aumento dos impostos, poderão afectar o negócio, caso se venha a tornar mais difícil reter Colaboradores e recompensar o desempenho e o mérito, relativamente a outros sectores da economia, ou relativamente a outros mercados.

No futuro, o Conselho de Administração espera manter o modelo de negócio, apesar da composição dos activos e dos proveitos poder variar ao longo do tempo, à medida que o Banco mobiliza capital e investe em novos negócios. Isto significa que o retorno esperado dos investimentos iniciais mais elevados, pode demorar mais tempo a concretizar-se, mas a tendência será de se tornar mais previsível no longo prazo, após o ajuste macroeconómico começar a produzir resultados duradouros. O BiG concentra-se em linhas específicas de pro-duto para os segmentos de Clientes Institucionais e Empresas, Clientes Particulares, e alguns

dos negócios estão altamente correlacionados com o desempenho dos mercados financei-ros e a capacidade de antecipar e reagir a movimentos e oportunidades. Não se espera que este factor chave do negócio mude no futuro próximo.

RESULTADOS DAS OPERAÇÕESOs proveitos operacionais do Banco e o seu peso relativo foram consistentes com o pro-jectado e incluíram (i) um bom desempenho da margem financeira, num ambiente de queda das taxas de juro, (ii) um crescimento das comissões líquidas , em linha com o progressivo aumento da quota de mercado e do desenvolvimento do mercado, (iii) resultados robustos nas actividades de investimento , (iv) custo com salários controlado, e outras despesas admi-nistrativas em linha com o estimado, (v) nível de provisionamento alinhado com as possíveis perdas de crédito associadas à exposição a dívida soberana.

MT

Proveitos 2018 2017

Juros e Rendimentos Similares 206 386 817 163 505 854

Juros e Custos Similares (69 514 112) (68 703 524)

Margem Financeira 136 872 705 94 802 330

Rendimentos de Serviços e Comissões 86 654 075 32 300 620

Encargos com Serviços e Comissões (3 271 260) (3 011 731)

Rendimentos de Activos Financeiros disponíveis para Venda 114 639 461 71 206 685

Resultados de Reavaliação Cambial 2 117 843 (9 917 512)

Outros Resultados de Exploração (685 812) (713 762)

Produto Bancário 336 327 013 184 666 631

O Conselho de Administração espera que os rendimentos no futuro resultem essencialmente das categorias descritas anteriormente, não antecipando um desvio significativo do modelo de negócio actual ou um aumento da complexidade no futuro próximo. As respectivas pro-porções poderão variar à medida que os depósitos de Clientes e os activos sob supervisão aumentem, o Balanço cresça gradualmente e a reputação do Banco no mercado doméstico continue a aumentar. As áreas de destaque incluem os serviços de aconselhamento baseado em comissões, os activos sob supervisão, os produtos de poupança e a gestão do Balanço, tendo permanentemente em vista a sólida qualidade dos activos e níveis confortáveis de liquidez.

MT

Custos 2018 2017

Custos com Pessoal (74 072 224) (66 008 554)

Gastos Gerais Administrativos (46 549 082) (52 833 723)

Amortizacao do Exercício (9 921 663) (7 670 565)

Imparidade de Activos Fin Líquida de Reversões e Recupera-ções

1 699 276 18 304 178

Provisões - (3 231 000)

Total (128 843 694) (111 439 664)

O total de custos inclui os custos operacionais e as provisões e imparidades. Estes custos são influenciados pelas remunerações, em primeiro lugar, e pelo crescimento no número de Colaboradores e confiança do Conselho de Administração relativamente aos níveis da actividade de negócio.

De uma forma geral, o Banco privilegia a versatilidade e liquidez dos seus activos em Balan-ço, prosseguindo uma abordagem global quanto à gestão de riscos, e opera com uma estra-tégia única, que é suportada por uma estrutura operacional leve e de arquitectura aberta e preparada para um processamento escalável. No que concerne ao uso do capital e à gestão do risco, esta abordagem é chave na gestão da base de custos.

O Conselho de Administração procura manter uma estrutura sensata e deliberadamente fle-xível de remunerações que se relaciona fortemente com o desempenho do Banco. Para além dos custos com pessoal, outras categorias relevantes de despesa incluem custos adminis-trativos, particularmente associados ao número de Colaboradores, e custos de gestão dos escritórios físicos e sistemas tecnológicos do Banco.

Os custos administrativos incluem comunicações, serviços de informação, licenciamentos, acordos com bolsas e fornecedores relacionados, rendas e outras despesas relacionadas com o normal funcionamento do Banco. Estes custos estão, normalmente, correlacionados com o crescimento do número de Colaboradores e dos níveis de actividade de negócio ou associados a investimentos específicos. O Conselho de Administração espera aumentar o crescimento desta categoria, em linha com os planos de expansão física e tecnológica para 2019.

Os custos com amortizações no BiG relacionam-se principalmente com os equipamentos de escritório usados pelo Banco, investimentos em hardware e outros equipamentos e custos de licenças iniciais associados com acordos de fornecimento de software. A componente referente às instalações inclui custos com o edifício sede de investimentos e melhoramentos na infra-estrutura tecnológica e aplicacional do Banco O Banco investe regularmente na sua infra-estrutura de Tecnologias de Informação (TI), de modo a assegurar qualidade de execu-ção e segurança ao nível dos melhores padrões da indústria, e mantém recursos dedicados à gestão da infra-estrutura com soluções desenvolvidas internamente.

Resultados Operacionais por Segmento de NegócioDemonstração de Resultados por Segmento

Tesouraria e Mercados

Corporate Finance

Corporate Banking Retalho Total

Juros e rendimentos similares 86 978 305 - 115 468 484 3 940 029 206 386 817

Juros e encargos similares (2 122 845) - (64 380 762) (3 010 505) (69 514 112)

Margem Financeira 84 855 460 - 51 087 721 929 524 136 872 705

Rendimentos de serviços e comissões 38 690 651 46 846 389 1 056 922 60 114 86 654 075

Encargos com serviços e comissões (3 100 249) - (119 708) (51 303) (3 271 260)

Resultados de operações financeiras 103 838 211 - 9 042 108 3 876 986 116 757 305

Outros resultados de explo-ração (171 453) (171 453) (171 453) (171 453) (685 812)

Produto Bancário 224 112 620 46 674 936 60 895 590 4 643 867 336 327 013

Internamente, o Conselho de Administração revê o desempenho do Banco ao nível dos prin-cipais segmentos de negócio, equipas de venda e áreas de produto, usando critérios objecti-vos e as contas do Banco como referência. De um modo geral, o Conselho de Administração revê os resultados com base numa matriz de três segmentos de negócio principais, que incluem as duas áreas principais de Clientes – Empresas/Institucionais e Particulares – e a área de Tesouraria e Mercados de Capitais. A presente secção contém uma exposição dos resultados operacionais do BiG, com base numa apresentação interna das receitas e despesas associadas com as três principais divisões internas de proveitos e custos Neste formato, os proveitos são alocados por segmento de Cliente ou área de negócio e os custos são alocados com base nas despesas efectivas por área e numa divisão geral dos custos operacionais em função do número de Colaboradores por área de negócio.

As áreas de produto do segmento de Empresas e Clientes Institucionais do Banco são se-melhantes às oferecidas ao segmento de Clientes Particulares, com excepção da assessoria dirigida a empresas. Contudo, enquanto o negócio de Clientes Particulares envolve canais de vendas integrados, o negócio de Empresas e Clientes Institucionais baseia-se em equipas de vendas especializadas e soluções concebidas à medida das necessidades específicas dos Clientes.

Os produtos e serviços oferecidos são, designadamente, corretagem institucional, gestão de risco, venda de produtos de investimento e serviços de assessoria independente para Clientes Empresariais, Bancos e Institucionais.

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(Continuação 6/15)

O segmento de negócio de Tesouraria e Mercados de Capitais visa gerar receitas quer atra-vés da intermediação, quer através da gestão da exposição do Banco em áreas tais como taxas de juro, cambial, rendimento fixo, acções e instrumentos derivados. O negócio foca--se em gerir a liquidez e exposição ao risco de taxa de juro do Banco, em conjunto com os controlos de risco de crédito e concentração. A exposição a crédito é activamente gerida através de emissões obrigacionistas de emitentes empresariais, financeiros e soberanos de qualidade com variadas maturidades. O Banco também transacciona as principais moedas internacionais, coberturas de taxas de juro e derivados cambiais, principalmente em relação aos negócios de Clientes, como parte das suas actividades de hedging Na gestão das várias carteiras de activos financeiros, a actividade da equipa de Tesouraria e Mercados de Capitais abrange muitas áreas internas, sendo uma fonte de expertise, de gestão de risco de mercado e de rentabilidade consistente para a organização.

Estratégia de Balanço e Fontes de FinanciamentoMT

Alocações do Balanço 2018 2017

Caixa e Disponibilidades em Bancos Centrais 92 265 802 75 562 890

Disponibilidades em outras Instituições de Crédito 4 671 720 43 528 079

Activos Financeiros ao Justo Valor através de outro Rend Integral

972 248 539 693 356 876

Aplicacoes em Instituições de Crédito 257 529 440 183 237 429

Créditos a Clientes - 0

Recursos de Outras Instituições de Crédito 33 468 33 913 615

Recursos de Clientes 672 862 507 440 651 327

Capitais Próprios 706 059 404 571 925 034

Gestão de BalançoO crescimento do Balanço foi significativo e devido, principalmente, ao nível de cresci-mento dos depósitos e do investimento do capital próprio. Os activos e passivos do BiG aumentaram ao longo de 2018, ao ritmo da entrada de depósitos tanto do novos clientes como dos clientes actuais. Depósitos e capital próprio financiaram uma maior e mais diver-sificada carteira de activos financeiros disponíveis para venda, constituída maioritariamen-te por activos líquidos de Dívida Pública De uma forma geral, as modificações na natureza do Balanço foram graduais, demonstrando alterações oportunísticas na constituição da carteira do Banco.

A atenção dada pelo Conselho de Administração à dimensão e composição do Balanço do Banco constitui um dos exercícios de gestão de risco mais importantes. Os activos e passivos podem alterar-se em função das actividades de Clientes, condições do merca-do e oportunidades de negócio. No entanto, a dimensão e a composição do Balanço do Banco em cada momento reflecte (i) a natureza e disponibilidade de fontes de financia-mento estáveis, (ii) o nível de capitais ou fundos próprios do Banco, e (iii) a visão global do Conselho de Administração relativamente a oportunidades e aos riscos associados. O processo envolve revisão regular e o planeamento das oportunidades de investimen-to disponíveis e estratégias de financiamento através do ALCO – Comité de Activos e Passivos, limites de crescimento do Balanço por linha de negócio, classe de activos ou concentração, monitorização diária dos indicadores chave pela Gestão de Risco e o im-portante uso de análise de cenários e testes de esforço como instrumentos disciplinado-res essenciais. A grande maioria dos activos remunerados do Banco é classificada como Hold to Collect and Sell Estes são mensurados a justo valor e utilizados na gestão da exposição do Banco aos movimentos das taxas de juro bem como no investimento de excedentes de liquidez.

A estrutura de risco é concebida e gerida à volta de uma estratégia central de manutenção de um Balanço excepcionalmente líquido Os processos e procedimentos do Banco encora-jam uma gestão dinâmica dos activos e responsabilidades e incluem:

z Uma revisão periódica e planeamento, pelo menos, mensal de activos e responsabilida-des chave;

z Monitorização de indicadores de risco chave e de utilização de capital;

z Utilização extensa de análises de cenário, compiladas e analisadas periodicamente;

z Projecções semianuais de fontes de financiamento e requisitos de capital plurianual;

z Revisão semianual de limites.

Os depósitos junto de outros bancos são utilizados para gerir a liquidez de curto prazo e as reservas mínimas obrigatórias junto do Banco Central. A carteira de activos Hold to Collect and Sell aumentou com o crescimento do Balanço e incluía títulos de dívida de curto, médio e longo prazo do tipo soberana, pública e corporativa.

Entre os factores que poderão afectar a dimensão da carteira incluem-se oportunida-des para criar margem ou proveitos de investimento durante o ano. A decisão de deter activos para tirar proveito da margem ou desinvestir é tomada pelo ALCO, que tem em consideração as condições e concentrações de mercado e o perfil global de liquidez do Banco.

As principais fontes de financiamento do Banco foram os depósitos de Clientes, capital Ac-cionista, e ainda, o acesso a financiamento de contrapartes de mercado.

O ALCO fornece uma visão da natureza das concentrações e liquidez dos activos do Banco e da gestão conservadora relativamente à composição do financiamento. O Conselho de Administração procura assegurar que existam posições substanciais de excedente líquido de tesouraria de modo a cobrir, a qualquer altura, as hipotéticas saídas de capital normais ou analisadas nos testes de esforço realizados.

Capitais Próprios: O número de acções ordinárias emitidas – com um valor nominal de 1 000,00 MT, totalmente subscritas e pagas – foi de 571 924 no final de 2018. Os principais factores que influenciaram o aumento substancial do número de acções emitidas desde a constituição da sociedade e o consequente aumento dos capitais próprios, prendem-se com o plano de negócios definido inicialmente para o Banco e com as necessidades previstas de investimento na estrutura para fazer crescer o negócio, bem como com o nível considerado adequado para uma alocação eficiente de recursos de acordo com as linhas de negócio e plano estratégico traçado para o BiG.

Capital Regulatório: O BiG é regulado pelo Banco de Moçambique e, de acordo com as regulações bancárias, o Banco está sujeito aos requisitos de capital calculados com base no risco, a nível individual e consolidado. Em termos gerais, o capital regulatório, objecto de reporte regular, é utilizado como base para avaliar aspectos chave do negócio bancário, e envolve vários ajustamentos regulares à rubrica de capital do Banco. Os requisitos de capital são apresentados como rácios de capital que comparam o capital ajustado com o valor dos activos ponderados pelo risco.

ICAAP – Processo de Auto-avaliação da Adequação do Capital Interno – Nos termos da regu-lamentação em vigor o Banco realiza um exercício anual de auto-avaliação para determinar os níveis de adequação de capital face ao seu modelo de negócio. O processo, que é parte da regulação Moçambicana e internacional, uma vez que o Banco consolida no Banco de Investimento Global, S A , que reporta de forma consolidada e segundo as regras de Basileia III impostas pelo Banco Central Europeu Este relatório incorpora uma descrição dos vários processos de gestão e controlo de risco utilizados pelo Banco. O ICAAP procura quantificar o montante de capital que o Banco deverá deter tendo em conta a sua estratégia e os riscos que considera ser materialmente relevantes. Neste âmbito, são considerados várias tipolo-gias de riscos para o cálculo dos requisitos de capital. São, ainda, utilizados modelos internos complementares para o cálculo dos requisitos de capital e é feito um exercício de auto--avaliação usando modelos proprietários para algumas classes de activos no âmbito do risco de crédito e do risco de mercado Incorporando todos os riscos materialmente relevantes, os resultados do ICAAP demostram que o BiG mantém um rácio de capital confortável, muito acima dos níveis prudenciais mínimos exigidos. Este exercício de auto-avaliação descreve também os mecanismos internos utilizados no acompanhamento, controlo e mensuração dos riscos, bem como a estrutura organizacional inerente à gestão do modelo de negócio do Banco.

Medidas de desempenho 2018 2017

Rendibilidade

Rendibilidade dos Activos Médios (ROA) 16,5% 7,0%

Rendibilidade dos Capitais Próprios Médios (ROE) 25,2% 10,2%

Produto Bancário/Activo Líquido Médio 26,7% 19,2%

Eficiência

Margem Financeira/Activo remunerado 11,1% 10,3%

Custos com Pessoal/Produto Bancário 22,0% 35,7%

Solvência

TIER 1 Capital 183,6% 221,9%

Rácio de Fundos Próprios Totais 185,1% 233,4%

GESTÃO DE RISCO E CONTROLO INTERNO Existem vários riscos inerentes à actividade bancária, e que de um modo geral incluem ris-cos de mercado, liquidez, taxa de juro, crédito, operacionais, tecnológicos, de compliance e reputacionais. O Conselho de Administração entende que uma gestão efectiva do risco, que está no cerne do negócio do Banco de criação de valor para os Accionistas, tem sido funda-mental para o progresso do Banco e é essencial para o seu sucesso futuro.

Para identificar e gerir estes riscos, que se encontram geralmente inter-relacionados, o Ban-co tem sistemas de controlo interno que contemplam políticas e procedimentos integrados e compreensivos, assumindo uma natureza quantitativa e qualitativa. Estes procedimentos são revistos, aprovados e supervisionados pelo Conselho de Administração, quer em grupo, quer por delegação. As políticas e sistemas do Banco são concebidos, genericamente, para ga-rantir um processamento eficaz, sistemas fiáveis, tomada de risco apropriada, medição diária ou intra-diária dos riscos, reporte independente e comportamento responsável. As políticas e procedimentos visam igualmente garantir o respeito por, e a adesão a, orientações internas, legais e prudenciais concebidas para proteger os interesses dos Clientes e dos Accionistas, enquanto preservam e protegem a reputação do Banco.

Como parte dos procedimentos acima mencionados de mensuração dos principais riscos inerentes à actividade bancária, o Conselho de Administração incorporou em alguns dos cenários assumidos em testes de esforço componentes adicionais de riscos políticos e sis-témicos. Estes estão sujeitos a uma revisão contínua e estão associados a alguns eventos capazes de mudar paradigmas, tal como a crise de dívida externa, e que podem ter impacto nas práticas de mercado existentes, regulação ou pressupostos, ou ter impacto directo nos preços e expectativas de mercado. Estes riscos constam regularmente da perspectiva do BiG e na aferição de riscos de mercado, liquidez e crédito. O enquadramento do risco, em termos gerais, reflecte-se: (i) na estrutura de Governo, (ii) nas políticas e procedimentos do Banco e (iii) nas pessoas envolvidas directamente nas unidades de controlo de risco, quer individuais quer transversais ao Banco.

Estrutura de GovernoA responsabilidade pela monitorização de riscos começa pelo Conselho de Administração, pelo Comité de Todos os Riscos do Banco (All Risks), e por vários subgrupos que controlam áreas específicas de risco. O Comité de Todos os Riscos combina as várias funções indivi-duais de controlo e os grupos funcionais que supervisionam a Gestão de Risco e a área de Compliance e Auditoria Interna do Banco.

Presidindo à estrutura de governo societário encontra-se o Conselho de Administração, que pode delegar na Comissão Executiva. O Conselho de Administração assume um papel es-sencial na supervisão de riscos e o seu funcionamento tem sido sempre pautado pelo reco-nhecimento de controlos adequados – quer para evitar perdas desnecessárias, quer como meio de gerar valor para os Accionistas num ambiente controlado – são fundamentais para a robustez financeira da instituição. É da responsabilidade do Conselho de Administração estabelecer a orientação estratégica do Banco e os níveis de risco aceites, aprovar políticas, e ainda manter uma visão integrada das exposições às diferentes tipologias de risco.

A estrutura de governo para gestão do risco do Banco é a seguinte:

Conselho de

Administração

Comité deActivos e Passivos

(ALCO)

Comissão Executiva

Comité deCompliance

Comité de Todos os Riscos

Direcção Tesouraria Mercado

de Capitais

Sala de Mercados

Back-O�ceClientes

Back-O�ceAbertura Contas

Back-O�ceCustódia e Liquidação

Back-O�ceMercados

Back-O�ceMeios de

Pagamento

DirecçãoComercial

Gestão de Risco deLiquidez

Direcção de Controlo Interna e

Compliance

Direcção de Risco

Direcção deCorporate Finance

Direcção de

Operações

Direcção de Sistemas

de Informação

Direcção deContabili-

dade e Reporte

Direcção deRecursos Humanos

Políticas Gerais e Procedimentos A Administração revê as políticas e procedimentos regularmente, e procura assegurar a sua comunicação de forma clara ao longo de toda a organização, de maneira a criar a base para um ambiente operacional sólido. A natureza da estrutura de governação para o risco e a existência de políticas claras visam assegurar que os processos associados com quatro passos fundamentais no processo de gestão de risco: a identificação, mensuração, controlo e reporte das exposições de risco a perdas potenciais, estão em conformidade com as me-lhores práticas bancárias e regulamentares.

Na gestão da exposição a riscos, o Banco pauta-se pelos seguintes princípios básicos:

z Revisão regular das políticas e procedimentos pelo Conselho de Administração;

z Definição formal de responsabilidade pela gestão de risco no Banco;

z Políticas e procedimentos que permitam supervisão independente;

z Diversificação de riscos apropriada e revisão formal dos níveis de concentração;

z Sistemas de mensuração e reporte independentes;

z Sobreposição de sistemas para medir e controlar o risco;

z Formação para apoiar a identificação de riscos nas várias áreas.

Entre as políticas e procedimentos essenciais incluem-se: (i) a revisão activa das posições do Banco, (ii) reavaliação dos activos financeiros ao justo valor, (iii) revisão diária ou intra--diária das exposições financeiras e do produto bancário, (iv) revisão diária, das exposições de crédito, e controlo diário dos limites, (v) reporte independente e diálogo frequente entre as equipas geradoras de receitas e as equipas de controlo de risco e funções de suporte; (vi) testes de esforço extensos e realistas e (vii) proximidade do Conselho de Administração ao processo de controlo de risco e encorajamento na comunicação rápida do seu aumento.

Quantificação do RiscoNa tomada de decisões e na gestão de risco, o Conselho de Administração aplica o seu julgamento de negócio em combinação com um conjunto de ferramentas quantitativas e

sistemas utilizados para monitorizar e medir as exposições. Estes aspectos são discutidos nas secções seguintes e incluem:

z Utilização exaustiva de cenários de testes de esforço;

z Limites de risco de mercado;

z Análises de sensibilidade, em particular a taxas de juro;

z Limites por contraparte, família, classe de activos e carteira;

z Limites de concentração;

z Análise qualitativa e procedimentos.

A quantificação do risco requer exercícios regulares de auto-avaliação, actualizações nas técnicas e mudanças nos pressupostos, bem como a adesão a normas regulamentares e contabilísticas. Em resultado, o processo é um foco diário do Conselho de Administração, das equipas responsáveis e das áreas de suporte. Assume-se como parte do processo que nenhuma metodologia isolada é suficiente na análise global das exposições e, como tal, revêm-se os riscos, em particular os riscos de mercado, através de um conjunto de proces-sos e abordagens. Como política, procuramos quantificar o potencial de perdas associado a todos os aspectos do negócio, de forma a realizar uma estimativa razoável dos potenciais danos em caso de ocorrência de eventos inesperados. Estes eventos abrangem aqueles que são observados, com base em dados históricos, e aqueles que consideramos altamente improváveis, mas que, ainda assim, podem ser estimados com base na assunção de certos cenários extremos.

Limites e ControloA existência de limites em todas as actividades com risco é essencial ao processo de con-trolo de riscos, e envolve uma série de restrições revistas com frequência, organizadas por classe de produto, maturidade e operador. Estes limites podem ser medidos através de uma combinação de medidas não estatísticas, e medidas estatísticas. É responsabilidade do Con-selho de Administração e da função de Risco garantir a actualização contínua, o reporte diário, o diálogo e a revisão dos pressupostos dos modelos.

Vários critérios são adoptados para determinar os limites apropriados na tomada de riscos associada à negociação de activos financeiros e investimento, incluindo a análise corrente e histórica dos mercados, estatísticas de volatilidade e de liquidez, análise técnica e fundamen-tal, o nível de experiência e desempenho dos gestores e, constituindo um factor importante, o apetite do Banco pelo risco em função das condições de mercado.

Os limites aprovados, especificando as exposições autorizadas por contraparte e concen-tração por tipo de activos, são revistos e comunicados numa base periódica aos gestores e Colaboradores de Front e Back Office e são sujeitos a revisão e actualização regular. Todos os Colaboradores são responsáveis por aderir aos limites aprovados, que são monitorizados por funções de Back Office independentes, que asseguram que as posições são valorizadas e registadas correctamente.

ReporteDiariamente, as áreas responsáveis pela gestão de risco e Back Office compilam e reportam posições ao Conselho de Administração com base nas medidas estatísticas e não estatísti-cas estabelecidas. Os limites excedidos são reportados ao Conselho de Administração, que toma as medidas necessárias para garantir o cumprimento dos mesmos. Estes controlos formais são ainda acompanhados por sistemas informais de monitorização de tomada de po-sições e limites, incluindo reuniões do Conselho de Administração com as áreas de mercado, para rever posições e avaliar tendências. Os relatórios de testes de esforço servem como base de discussão sobre os níveis apropriados de exposição e da necessidade de agir de modo a reduzir concentrações de risco, quer através da venda ou do reposicionamento das posições, quer através da realização do hedging dos riscos.

Unidades de Controlo de RiscoCada um dos comités internos de risco – All Risks, ALCO e outros grupos responsáveis por áreas como Auditoria Interna, Compliance – inclui responsáveis pelos mecanismos de con-trolo no dia-a-dia. Cada comité inclui, pelo menos, um membro Executivo do Conselho de Administração Dentro dos limites estabelecidos pelo Conselho de Administração, estes co-mités têm autoridade para tomar decisões nas suas áreas respectivas. Os eventos diários de natureza excepcional requerem a aprovação da Comissão Executiva As exposições sig-nificativas ou decisões políticas relevantes que caiam fora destes limites requerem revisão e aprovação pelo Conselho de Administração. Acresce ainda que o Comité de Todos os Riscos reúne regularmente para assegurar uma comunicação adequada, conformidade com regulamentos e compreensão das inter-relações dos riscos entre as várias áreas do Banco.

A área de Compliance reporta directamente a um membro Executivo do Conselho de Ad-ministração. As responsabilidades incluem a monitorização do cumprimento pelo Banco de questões de natureza legal e regulamentar, aplicação de procedimentos operacionais in-ternos, código de ética e questões relacionadas. O Compliance reúne-se periodicamente com a Comissão Executiva, e sempre que necessário, para rever a evolução de questões regulatórias.

Risco de MercadoO risco de mercado representa o possível declínio no valor de instrumentos financeiros em resultado de alterações nas condições de mercado. Dada a possibilidade de impacto directo na demonstração de resultados e/ou nas reservas de justo valor, os principais riscos que o Banco gere na sua actividade de mercado incluem:

z Risco de activos de rendimento fixo, resultante de mudanças dos preços de activos finan-ceiros detidos para negociação ou para venda;

z Risco de preço de activos financeiros, resultante de exposições a mudanças nos preços dos activos e volatilidade;

z Risco de taxa de câmbio, resultante de exposições a mudanças nos preços à vista, pre-ços futuros, e volatilidade;

z Risco de derivados, resultante da gestão da exposição a mudanças de preços dos acti-vos subjacentes utilizados para cobrir posições e produtos de Clientes.

Na gestão dos riscos acima identificados, o Conselho de Administração delega o controlo e supervisão diária ao ALCO. Este inclui os membros Executivos do Conselho de Administra-ção, além de outros gestores envolvidos nas actividades geradoras de receitas e da equipa de controlo de risco.

Em suporte ao Comité é feita uma revisão de metodologias de medição de risco e limites para todas as actividades de investimento e negociação de activos financeiros. A Direcção de Risco controla ainda as decisões genéricas de investimento discutidas no ALCO, revê mo-delos e análises associadas ao cálculo dos vários limites para a carteira do Banco, bem como para as carteiras dos Clientes, e é responsável pela condução diária dos testes de esforço às carteiras, bem como por assegurar uma supervisão, controlo independente e verificação do cumprimento dos limites de tomada de risco pelos Colaboradores de Front Office. Adicio-nalmente, este grupo procura assegurar um equilíbrio eficiente entre riscos e retorno, bem como um nível apropriado de volatilidade nos resultados operacionais.

Nas suas actividades de Tesouraria e Mercado de Capitais, o BiG gera receitas através da gestão de exposições a mudanças adversas no valor dos instrumentos financeiros, produtos e carteiras. Para gerir e reportar riscos, o Conselho de Administração estabelece e revê, periodicamente, os procedimentos e sistemas definidos para assegurar níveis de controlo adequados ao capital do Banco e aos seus objectivos de negócio.

A função de monitorização do Risco de Mercado em específico é desempenhada pelo Con-selho de Administração que, com o Compliance, revê as políticas e procedimentos de de-senvolvimento de produtos para assegurar que os níveis de risco assumidos pelos Clientes, e oferecidos pelo Banco, são apropriados às circunstâncias. Alguns dos membros do ALCO acompanham as tendências, alocações e políticas com respeito à gestão de activos próprios e de terceiros, incluindo responsabilidades associadas com mandatos de assessoria. As ac-tividades desta área, embora separada da carteira própria do Banco, encontram-se sujeitas ao mesmo tipo de mecanismos e procedimentos de controlo que são utilizados pelo Banco na gestão do seu capital. As grandes exposições ou políticas significativas são geralmente apresentadas para revisão prévia pelo Conselho de Administração.

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(Continuação 7/15)

MetodologiasNa gestão do risco de mercado, o Banco utiliza um conjunto de metodologias diferentes para medir e controlar a exposição ao risco, que são analisadas em conjunto com informação cobrindo os riscos de país e contraparte. Os riscos são frequentemente geridos através do processo de diversificação de exposições, controlo de dimensão de posições e estabelecen-do coberturas em valores mobiliários ou derivados relacionados.

As ferramentas quantitativas chave utilizadas para medir e controlar as exposições eficiente-mente incluem medidas estatísticas e várias medidas não estatísticas. O Banco utiliza estes sistemas em simultâneo com outros, tais como relatórios de perdas e controlos diários sobre concentrações de risco, para garantir a integridade do processo na ocorrência de potenciais falhas numa ou mais metodologias, em consequência de um evento extraordinário que ocor-ra nos mercados.

Risco de LiquidezO risco de liquidez decorre da gestão dos activos e passivos do Banco. A política do BiG relativa à liquidez e financiamento baseia-se nos seguintes princípios: (1) financiamento dos activos antes da sua aquisição, (2) o pressuposto de que a maior parte dos activos que compõem o Balanço deveria ser convertível em liquidez num curto espaço de tempo, (3) um programa para construir uma base estável de depósitos e (4) assumir que se mantém um razoável nível de independência do mercado de financiamento junto de outras instituições. Com efeito, estes princípios definem o modelo de negócio do BiG, que é baseado em comissões e prestação de serviços e pressupõe uma base de activos composta por activos líquidos em detrimento de crédito ilíquido.

Na prática, o processo de gestão de liquidez do Banco é uma questão estratégica e diária do Conselho de Administração. Este engloba os detalhes sobre controlos dos fluxos de en-trada e saída, as questões de preçário e reputação, o controlo sobre colaterais, o processo do ALCO e os aspectos do plano de recuperação que transmite a natureza fundamental do modelo de negócio: activos líquidos, flexíveis e de qualidade, financiados de forma conser-vadora por depósitos estáveis e capital.

Risco de Taxa de JuroO risco de taxa de juro resulta da exposição ao nível, declive e configuração das curvas de taxa de juro, volatilidade nas taxas de juro, duração e spreads de crédito. O risco de taxa de juro mede a probabilidade de ocorrência de impactos nos proveitos ou no capital do Banco, causados por movimentos nos níveis absolutos de taxas de juro, em spreads entre duas ta-xas, ou na configuração da curva de taxas de juro, entre outros factores. O BiG controla a sua exposição a eventos adversos através da diversificação e de técnicas de cobertura de risco.

Análises de SensibilidadeO Banco também executa análises de sensibilidade, que são utilizadas para quantificar o efeito da variação de um factor de risco em todas as posições. Mais especificamente, o Banco utiliza estas análises para medir o efeito de variações das taxas de juro bem como quantificar exposições a posições de negociação de activos financeiros. Estas dependem de variáveis de mercado incluindo o preço do activo subjacente, taxas de juro e tempo até à maturidade. O Banco mede as exposições a estas variáveis através da realização de análises de sensibilidade.

Risco de CréditoO risco de crédito define-se como a perda em que o Banco incorreria se um mutuário, contra-parte ou emitente de valores mobiliários falhasse no cumprimento das suas obrigações con-tratuais para com o Banco. O BiG está exposto a riscos de crédito em várias das suas activi-dades. Estes riscos incluem principalmente a exposição directa a Clientes, exposição directa a riscos de crédito associados com valores mobiliários emitidos por terceiros e detidos como activos de investimento do Banco, mas também risco de compensação ou de mercado as-sociado a actividades de Clientes. O risco de crédito associado a relações com contrapartes profissionais, bem como emitentes de valores mobiliários admitidos à negociação, é avaliado em combinação com outros procedimentos de gestão de riscos referidos anteriormente.

As exposições a crédito no BiG genericamente incluem obrigações de empresas, obrigações soberanas, obrigações públicas, créditos interbancários, riscos relacionados com a liquida-ção de valores mobiliários, valores cobráveis em contratos de derivados e mercados mone-tários e compromissos relacionados com a concessão de garantias ou outros créditos. No processo de análise e aprovação, o Banco avalia estas exposições a vários níveis: ao nível das transacções individuais, ao nível da exposição máxima ao Cliente ou Grupo, e, separa-damente, ao nível das respectivas carteiras para medir a concentração de riscos num deter-minado sector, indústria ou localização geográfica. Por questões de política interna, todas as exposições são avaliadas e processadas para aprovação, quer a sua natureza seja dentro ou fora do Balanço. Os controlos sobre risco de mercado, consequentemente, sobrepõem-se de forma frequente às avaliações de risco de crédito. No decurso da actividade diária do Banco, a existência de sistemas integrados de monitorização de exposições são um elemento es-sencial no processo de gestão de risco.

Processo Constituindo um factor inerente à banca, o Conselho de Administração percepciona o risco de crédito como parte integrante do modelo de negócio, fundamental para a geração de receitas e valor para os Accionistas. Considerando a importância do desenvolvimento de um negócio rentável, aceitando risco e utilizando o capital prudentemente, o processo de risco de crédito visa preservar a independência do processo de aprovação, permitindo também uma integração efectiva com os objectivos de negócio definidos pelo Conselho de Adminis-tração. Este processo começa com o Conselho de Administração, que aprova as políticas gerais e orientações para riscos de crédito. O Conselho de Administração delega, posterior-mente, nos membros do Comité de Risco de Crédito e pessoal de suporte a implementação diária destas políticas e responsabilidades, que incluem:

z Análise e controlo do risco de contraparte;

z Orientações quantitativas e qualitativas, para revisão de créditos;

z Procedimentos quantitativos e qualitativos, para controlo da qualidade de crédito;

z Controlo do Cliente, família e grandes riscos;

z Documentação, gestão e arquivo;

z Gestão e controlo de procedimentos e sistemas de monitorização de riscos;

z Manutenção de um sistema de avaliação e de aprovação de crédito;

z Atenção à integridade e independência do processo de aprovação;

z Adesão a orientações regulamentares;

z Política de preços.

Natureza das Exposições de Crédito A natureza dos riscos de crédito varia. A gestão do risco de crédito da carteira do Banco, em particular dívida cotada, resulta de uma resposta à melhoria da percepção da qualidade de crédito e liquidez, sem perder de vista as questões fundamentais de longo prazo asso-ciadas ao mercado. Neste enquadramento, a visão do mercado em relação à qualidade da maioria dos activos, especialmente relativamente ao risco de activos soberanos, e de activos intrinsecamente relacionados com a percepção de risco soberano, activos públicos e risco--empresas é essencial.

Em termos genéricos, a estratégia de negócio do Banco reduz o risco de crédito a duas categorias abrangentes:

z Risco de Crédito garantido, associado principalmente às actividades de negociação e intermediação para Clientes e de produtos off balance-sheet;

z Risco de Crédito não garantido, que surge da gestão dos riscos de crédito principais: principalmente, da carteira de investimento em obrigações de empresas ou dívida pú-blica, e das actividades de negociação no mercado com contrapartes profissionais. As exposições classificadas pelo Banco como não garantidas podem envolver emissões de dívida soberana ou pública, dívida de emissões de outras entidades garantida por entidades soberanas, ou dívida de empresas. Considerando a dimensão da carteira de investimento em dívida sénior empresarial, soberana e pública do Banco, este tipo de crédito representa a maior porção da exposição de risco do Banco.

Procedimentos de CréditoDe acordo com a política de crédito do Banco, a base para aprovação de exposições a crédito, com ou sem garantia, inclui uma determinação da notação de risco (scoring) para a exposição ao crédito, calculado com base em critérios maioritariamente objectivos. Os resul-tados do processo de análise financeira e pontuação de risco servem de base para decidir a rentabilidade associada ao risco assumido, incluindo considerações sobre preço mínimo, estrutura aceitável, prazos e documentação apropriada.

Como parte do processo de extensão de qualquer tipo de exposição de crédito, o Banco segue uma matriz de aprovação pré-definida, que combina os resultados da avaliação de crédito, prazos, níveis máximos de exposição global, incluindo quaisquer transacções em consideração e os níveis pré-aprovados de poderes de aprovação atribuídos aos membros do Comité de Risco de Crédito. Outros critérios para determinação dos níveis de aprovação incluem a existência e tipo de garantia subjacente à exposição do valor global.

Exposições não Garantidas As linhas de crédito ou exposições conexas que não são integralmente garantidas, ou nas quais a garantia oferecida pode não ser líquida, estão sujeitas a uma revisão objectiva dos dados financeiros históricos e projecções conservadoras como base para aprovação de qual-quer proposta de crédito. Este processo pode ser acompanhado por informação de agências internacionais credíveis de rating, quando aplicável. Alguns critérios utilizados como parte do processo de aprovação incluem critérios qualitativos, tais como a propriedade e base Accionista, a qualidade e reputação da gestão, o posicionamento do devedor e o seu de-sempenho face aos pares, e outra informação relevante. As principais exposições globais não garantidas são a instituições financeiras através do mercado monetário interbancário, por exemplo, quando o Banco opera na qualidade de credor de outros bancos, do sector financeiro, empresarial e de dívida soberana e pública, representada por dívida cotada com maturidades variáveis.

Gestão de Concentração de RiscosO Banco analisa a sua exposição à concentração de riscos por categoria - risco de crédito, risco de mercado, risco de liquidez e risco operacional - e, quando apropriado, por grupos de categorias que se podem sobrepor, como risco de crédito, de mercado e de liquidez. No que diz respeito à gestão de concentrações de risco de crédito, o Conselho de Administração e as áreas de Risco do Banco analisam os relatórios que resumem as maiores concentrações de risco, incluindo exposições directas, indirectas e contingentes. Estes relatórios são tam-bém desagregados por exposições financeiras e não financeiras Para além da sua função de gestão e monitorização regular, servem também como base para reporte periódico de limites regulamentares, incluindo exposições superiores a 25% dos fundos próprios e limites legais de concessão de crédito.

Testes de esforço da carteira de créditoO Banco mede todas as exposições relevantes de várias formas, no entanto, nenhuma delas é tão importante como os testes de esforço realizados em vários intervalos. Similarmente a outras carteiras, cujos riscos são periodicamente analisados, a carteira de investimento do Banco, constituída maioritariamente por activos de rendimento fixo de diferentes maturida-des, é sujeita a testes de esforço diários, de modo a proporcionar ao Conselho de Adminis-tração uma avaliação das potenciais perdas num conjunto de cenários hipotéticos. Outra variável que se tem em conta é o nível de cobertura da carteira de activos de renda fixa. Tal como ocorre com os testes combinados das carteiras de negociação de activos financeiros e investimento, o objectivo de testar cenários na maior posição individual do Balanço do Banco, que é a carteira de crédito, consiste em determinar até que ponto os proveitos po-derão vir a ser afectados e os capitais próprios delapidados num cenário extremo, baseado em circunstâncias teóricas. Os resultados destes testes diários são utilizados para manter a disciplina e controlar a tomada de posições ou concentrações excessivas.

Exposição de Crédito por via de Contratos DerivadosContratos derivados são instrumentos, tais como futuros, forwards, swaps e opções, que derivam o seu valor de activos subjacentes, índices ou outros conceitos financeiros. O BiG utiliza instrumentos financeiros derivados e instrumentos de mercado cambial para gerir as exposições do Banco aos mercados, satisfazer as necessidades financeiras dos seus Clien-tes e gerar receitas através das suas actividades de negociação de activos financeiros. Na avaliação de riscos, o Banco segue os mesmos procedimentos de crédito para exposições a contratos derivados e exposições relacionadas com o mercado cambial que utiliza nos produtos de crédito tradicionais descritos anteriormente. Os limites de crédito para estes produtos são calculados e controlados com base na exposição potencial, que toma em con-sideração os valores actuais de mercado e estima o movimento futuro das taxas de mercado com base em critérios estatísticos. Como parte do processo, o BiG calcula o custo de substi-tuição de um contrato derivado ou de mercado cambial como medida primária de exposição ao risco de crédito. Este é definido como o custo de substituir um contrato em condições de mercado extremas na eventualidade de um default da contraparte anterior à data de liquida-ção do activo. O Banco utiliza procedimentos de contabilização de activos ao justo valor de mercado e medidas de risco para aferir o custo de substituição de um contrato derivado ou cambial em mercado aberto.

Risco OperacionalO risco operacional pode surgir em resultado de procedimentos ou sistemas inadequados, risco humano ou eventos externos, Tendo em conta a natureza do seu negócio, o Banco encontra-se exposto a potenciais perdas e risco reputacional, em resultado de erros hu-manos ou erros sistémicos e operacionais, interrupções inesperadas no processamento de negócio ou execução insuficiente por fornecedores terceiros de componentes significativos do modelo de negócio. No processo de gestão pró-activa de riscos operacionais, de modo a manter as exposições em níveis mínimos, o Banco revê os seus sistemas de controlo interno regularmente para assegurar o bom funcionamento do negócio em circunstâncias normais e anormais. Estes sistemas e procedimentos são desenhados para reduzir os riscos de fraude de fontes internas ou externas, e de erros ou quebras de serviço, resultantes de eventos associados com a tecnologia e infra-estrutura de sistemas, procedimentos e telecomunica-ções. Limitar os riscos operacionais através da implementação de procedimentos internos é essencial para oferecer um serviço completo e competente aos Clientes e reduzir o risco de sanções regulatórias.

A responsabilidade pela gestão de riscos operacionais recai sobre os responsáveis de cada unidade de negócio. Para monitorizar os riscos e a aplicação dos procedimentos no Banco, os responsáveis de área reúnem separadamente com os seus Colaboradores e reportam, posteriormente aos seus supervisores no Conselho de Administração, e também em conjun-to nos comités onde participam.

As diversas áreas também realizam exercícios regulares de auto-avaliação para identificar e adoptar acções sobre riscos associados a operações, tecnologia e compliance. Os proces-sos de controlo incluem, por exemplo, a revisão frequente dos procedimentos operacionais relevantes, o cumprimento de orientações normativas, auditorias internas e externas de ope-rações, sistemas e áreas comerciais e de negociação, procedimentos de back-up e a manu-tenção dos acordos de outsourcing e de um plano de recuperação de negócio apropriado para reduzir os efeitos de qualquer interrupção imprevista das actividades do Banco.

Devido à natureza do negócio, os erros operacionais ocorrem ocasionalmente. Constitui um objectivo da estrutura de governação acima identificada, e dos departamentos internos, ga-rantir o cumprimento das orientações prudenciais e regulatórias para que os custos de tais erros sejam mantidos em níveis consentâneos com o capital e estratégia de negócio. Tendo em vista o apoio a este controlo, o Banco tem procedimentos internos de reporte de erros operacionais ao Conselho de Administração numa base regular. Estas análises e reporte permitem a identificação de problemas na sua fonte e a sua resolução em conformidade. Os dados recolhidos por ocorrência são extensos e permitem uma análise detalhada das perdas operacionais reais por tipo de evento, linha de negócio, por impacto, e por montantes médios ou específicos. Um aspecto chave no controlo dos riscos operacionais e manutenção de per-das operacionais evitáveis a níveis aceitáveis, é parte da cultura de identificação e mitigação riscos do Banco. Encoraja-se a comunicação dos problemas operacionais, quer potenciais quer reais, ao Conselho de Administração e a sua resolução pró-activa.

Continuidade do Negócio e Segurança de InformaçãoO objectivo principal do Banco é assegurar que o negócio está apto para operar sob as con-dições mais exigentes e que os processos, gestão de risco e controlo interno, informação e

sistemas são seguros e fiáveis. Estas questões complexas exigem uma regular atenção, revi-são e melhoria à medida que o Banco cresce e que as condições de mercado e o ambiente regulatório mudam.

Compliance e Auditoria Interna

Na qualidade de instituição bancária cujo negócio envolve activos financeiros, o respeito pela regulação e pelo património dos Clientes e Accionistas é central ao modelo de negócio. A função de Compliance assume um papel chave no banco e constitui uma parte integran-te da cultura interna. Neste âmbito, o Conselho de Administração considera o Compliance como mais do que o simples cumprimento das leis, regulamentos e práticas de mercado, na medida em que a história tem mostrado que a percepção sobre os comportamentos que são aceitáveis pode alterar-se com o tempo.

Os Colaboradores são seleccionados tanto com base nos seus valores como nas suas ca-pacidades e experiências, e procura-se que a transparência, o respeito pelas regras e o comportamento responsável constituam elementos competitivos de diferenciação do Banco na sua relação com os Clientes.

A função de Compliance do Banco é responsável por: (i) garantir o respeito pelas exigências legais e regulamentares aplicáveis, incluindo os termos aprovados e os padrões internos de conduta; (ii) promover um ambiente de controlo e transparência na estrutura organizacional adequado à complexidade dos serviços oferecidos e à dimensão da instituição; (iii) moni-torizar a adequação e eficiência dos mecanismos de controlo associados com os riscos da actividade bancária; e (iv) proteger a reputação do Banco.

Em matéria de prevenção ao branqueamento de capitais e combate ao financiamento do ter-rorismo, o Compliance é responsável pela criação dos mecanismos de controlo e detecção de operações suspeitas e pela monitorização do cumprimento dos deveres previstos na legisla-ção em vigor relativamente à abertura de contas bancárias e conhecimento do Cliente (Know Your Client). Compete a esta função, a centralização do reporte e interacção com as entidades judiciais e órgãos de supervisão na investigação e análise de processos e operações suspeitas.

A função de Compliance é ainda responsável pela análise e emissão de pareceres sobre novos produtos e serviços, à luz da regulamentação em vigor, promovendo uma gestão pró--activa dos mesmos, um controlo e uma validação prévia dos riscos desses serviços, e a identificação e prevenção activa de conflitos de interesses.

O sistema de controlo interno do Banco baseia-se numa forte cultura de conformidade com a legislação e diferentes normativos aplicáveis à actividade bancária, bem como de cumpri-mento do conjunto de procedimentos e políticas relativos às obrigações contratuais, conduta pessoal e relacionamento com Clientes. No seu conjunto, estes sistemas e procedimentos visam mitigar o risco do Banco incorrer em prejuízos associados a potenciais sanções de carácter legal, limitações à sua actividade e expansão e perdas de reputação associadas ao incumprimento contratual ou a uma percepção negativa da imagem pública do Banco.

A Auditoria Interna desempenha um papel central no sistema de controlo interno do Banco, através de inspecções regulares baseadas nas prioridades definidas pelo Conselho de Ad-ministração e tendo em vista os riscos inerentes às várias actividades e negócios do BiG.

A função de Auditoria Interna é objectiva e imparcial e, por via das suas análises periódicas, desempenha um papel essencial na identificação de quaisquer debilidades nos processos de controlo e políticas de gestão de risco, procurando garantir a conformidade com procedi-mentos internos e padrões de integridade e qualidade definidos pelo Banco. As inspecções cobrem todas as áreas de negócio e operacionais e as respectivas conclusões são reporta-das directamente ao Conselho de Administração.

Aplicação dos resultados do Banco BIG Moçambique, S A No exercício de 2018, o Banco BiG Moçambique, S A registou um resultado líquido positi-vo de 161 083 735,90 MT (cento e sessenta e um milhões e oitenta e três mil setecentos e trinta e cinco meticais e noventa centavos). O Conselho de Administração propõe que, rela-tivamente ao exercício de 2018, não sejam distribuídos dividendos. Assim, no exercício do disposto no artigo 18º dos Estatutos, o Conselho de Administração propõe a constituição da reserva legal no montante equivalente a 15% do lucro líquido e a transferência dos remanes-centes 85% para resultados transitados.

Maputo, 20 de Fevereiro de 2019

O Conselho de Administração,

Salvador Namburete Mário João Abreu Galhardo Bolota

Presidente Vogal

Paulo José Caramelo de Figueiredo Joel Narciso Gonçalves Rodrigues

Vogal Vogal

Pedro Gonzaga da Silva de Noronha

Voga

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOSPARA O ANO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2018

(Valores expressos em meticais)

Notas 2018 2017

Juros e rendimentos similares 4 206 386 817 163 505 854

Juros e encargos similares 4 (69 514 112) (68 703 524)

Margem financeira 136 872 705 94 802 330

Rendimentos de serviços e comissões 5 86 654 075 32 300 620

Encargos com serviços e comissões 5 (3 271 260) (3 011 731)

Resultados de operações financeiras 6 114 639 461 71 206 685

Resultados de reavaliação cambial 7 2 117 843 (9 917 512)

Outros resultados de exploração 8 ( 685 812) ( 713 761)

Produto bancário 336 327 012 184 666 631

Custos com pessoal 9 (74 072 224) (66 008 554)

Gastos gerais administrativos 10 (46 549 082) (52 833 723)

Depreciações e amortizações 11 e 12 (9 921 663) (7 670 565)

Imparidade de outros activos financeiros líquida de reversões e recuperações

13 1 699 276 18 304 178

Provisões líquidas de anulações 11 - (3 231 000)

Custos operacionais (128 843 693) (111 439 664)

Resultado antes de impostos 207 483 319 73 226 967

Impostos

Correntes 14 (47 613 942) (17 189 293)

Diferidos 14 1 214 359 (5 900 721)

Resultado líquido do exercício 161 083 736 50 136 953

Resultados por acção básicos 23 304,88 103,42

Resultados por acção diluídos 23 304,88 103,42

As Notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras

Page 8: RELATÓRIO E CONTAS 2018bancobig.co.mz/images/pdf/Relatrio--Contas-2018... · Imparidades 1 699 276 18 304 178 Provisões - (3 231 000) Custos Operacionais (128 843 694) (111 439

(Continuação 8/15)

DEMONSTRAÇÃO DO RENDIMENTO INTEGRALPARA O ANO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2018

(Valores expressos em meticais)

2018 2017

Resultado líquido do exercício 161 083 736 50 136 953

Items que poderão vir a ser reclassificados para resultados

Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral:

- Efeito da reavaliação de activos financeiros 4 263 280 (6 321 728)

- Impacto fiscal (1 364 250) 2 022 953

Resultado não incluído na demonstração de resultados 2 899 030 (4 298 775)

Total do rendimento integral do exercício 163 982 766 45 838 177

As Notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras

BALANÇOEM 31 DE DEZEMBRO DE 2018

(Valores expressos em meticais)

Notas 2018 2017

Activo

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 15 92 265 802 75 562 890

Disponibilidades em outras instituições de crédito 16 4 671 720 43 528 078

Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 13 972 248 539 693 356 876

Aplicações em instituições de crédito 17 257 529 440 183 237 429

Activos tangíveis 11 64 833 903 28 236 679

Activos intangíveis 12 - 4 358 078

Activos por impostos correntes 14 24 300 720 20 209 165

Activos por impostos diferidos 14 1 727 445 -

Outros activos 18 12 276 476 39 363 390

Total de Activo 1 429 854 045 1 087 852 585

Passivo

Recursos de outras instituições de crédito 19 33 468 33 913 615

Recursos de clientes 20 672 862 507 440 651 327

Passivos por impostos correntes 14 - -

Passivos por impostos diferidos 20 - -

Outros passivos 21 50 898 666 41 362 609

Total de Passivo 723 794 641 515 927 551

Capital

Capital social 22 571 924 000 484 791 661

Outros instrumentos de capital 22 1 034 25 583 687

Reserva de justo valor 22 2 899 031 -

Outras reservas e resultados transitados 22 ( 29 848 397) 11 412 733

Resultado líquido do exercício 161 083 736 50 136 953

Total de Capital 706 059 404 571 925 034

Total de Passivo e Capital 1 429 854 045 1 087 852 585

As Notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras

DEMONSTRAÇÃO DE ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIOPARA O ANO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2018

(Valores expressos em meticais)

Capital social

Outros ins-trumentos de

capitalReserva de justo valor

Reserva Legal

Resultados transitados

Resultado líquido do exercício

Total de capital

próprio

Saldos em 31 de Dezembro de 2016 370 000 000 25 583 687 4 298 775 - (7 093 895) 18 545 626 411 334 193

Rendimento integral

- Efeito da reavaliação de activos finan-ceiros - - (6 321 728) - - - (6 321 728)

- Impacto fiscal - - 2 022 953 - - - 2 022 953

Resultado líquido do exercício - - - - - 50 136 953 50 136 953

Total de rendimento integral reconhecido no exercício - - (4 298 775) - - 50 136 953 45 838 178

Distribuição do resultado do exercício de 2016:

Transferência para reservas e resultados tran-sitados - - - 2 781 844 15 724 783 (18 545 626) ( 38 999)

Aumento de capital 114 791 661 - - - - - 114 791 661

Saldos em 31 de Dezembro de 2017 484 791 661 25 583 687 - 2 781 844 8 630 889 50 136 953 571 925 034

Ajustamento da transição para IFRS 9 - - 3 989 337 - (3 989 337) - -

Saldos em 1 de Janeiro de 2018 484 791 661 25 583 687 3 989 337 2 781 844 4 641 552 50 136 953 571 925 034

Rendimento integral

- Efeito da reavaliação de activos finan-ceiros - - (1 603 392) - - - (1 603 392)

- Impacto fiscal - - 513 086 - - - 513 086

Resultado líquido do exercício - - - - - 161 083 736 161 083 736

Total de rendimento integral reconhecido no exercício - - (1 090 306) - - 161 083 736 159 993 430

Distribuição do resultado do exercício de 2017:

Transferência para reservas e resultados transitados - - - 7 520 543 42 616 411 (50 136 953) -

Ajustamento ao resultado transitado - - - - (25 859 061) - (25 859 061)

Aumento de capital 87 132 339 (25 582 653) - (10 302 387) (51 247 299) - -

Saldos em 31 de Dezembro de 2018 571 924 000 1 034 2 899 031 - (29 848 397) 161 083 736 706 059 404

As Notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXAPARA O ANO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2018

(Valores expressos em meticais)

Notas 2018 2017

Fluxos de caixa de atividades operacionais

Juros, comissões e outros rendimentos recebidos 410 017 137 256 381 885

Juros e comissões pagos (82 396 520) (71 715 255)

Pagamentos a empregados e fornecedores (131 229 196) (118 842 277)

196 391 421 65 824 353

Variação nos ativos e passivos operacionais:

Disponibilidades em bancos centrais (37 213 554) (23 061 305)

Ativos e passivos financeiros detidos para negociação - 798 082

Ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral (382 049 292) (518 913 522)

Aplicações em instituições de crédito (53 588 058) 184 343 137

Recursos de bancos centrais - -

Recursos de instituições de crédito (24 072 776) (35 900 656)

Crédito a clientes - 266 040

Recursos de clientes 217 054 220 80 960 052

Derivados para gestão de risco - -

Outros ativos e passivos operacionais 36 622 971 131 919

Fluxos de caixa líquidos das atividades operacionais, antes de impostos sobre lucros (46 855 068) (245 551 900)

Impostos sobre os lucros pagos / recebidos (57 250 339) (28 896 733)

(57 250 339) (28 896 733)

Fluxos de caixa das atividades de investimento

Compra de imobilizado (41 890 329) (5 194 458)

(41 890 329) (5 194 458)

Fluxos de caixa das atividades de financiamento

Realização/aumento de capital - 114 791 000

- 114 791 000

Efeitos da alteração da taxa de câmbio em caixa e seus equivalentes 860 239 2 947 961

Variação líquida em caixa e seus equivalentes (145 135 497) (161 904 130)

Caixa e equivalentes no início do período 236 913 831 366 507 370

Caixa e equivalentes no fim do período 91 778 334 236 913 831

Variação líquida em caixa e seus equivalentes (145 135 497) (129 593 539)

Caixa e equivalentes engloba:

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 11 92 265 802 75 562 890

Saldo mínimo de reservas obrigatórias no Banco de Moçambique 11 (102 628 120) (65 414 567)

Disponibilidades em outras instituições de crédito 11 4 671 720 43 528 079

Aplicações em instituições financeiras com maturidade inferior a 3 meses 15 97 468 932 183 237 429

Total de caixa e seus equivalentes 91 778 334 236 913 831

As Notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras

NOTAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASPara o ano findo em 31 de Dezembro de 2018.

NOTA INTRODUTÓRIAO Banco BiG Moçambique, S A (Banco ou BiG) foi constituído por escritura de 8 de Outubro de 2014, tendo iniciado a sua actividade bancária no dia 23 de Março de 2016. O Banco tem por objecto a realização de todas as operações e a prestação de quaisquer serviços permitidos aos bancos, sem quaisquer limitações de natureza estatutária.

Nota 1 Bases de apresentaçãoNo âmbito do disposto no Aviso n º 4/GBM/2007 do Banco de Moçambique, de 30 de Março de 2007, as demonstrações financeiras indivi-duais do Banco BiG Moçambique, S A (Banco ou BiG) são preparadas de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS), tal como adoptadas em Moçambique.

As IFRS incluem as normas contabilísticas emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e as interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretation Committee (IFRIC), e pelos respectivos órgãos antecessores.

As demonstrações financeiras agora apresentadas reportam-se ao ano findo em 31 de Dezembro de 2018 e foram preparadas de acordo com as IFRS, tal como adoptadas em Moçambique até 31 de Dezembro de 2018. As políticas contabilísticas utilizadas pelo Banco na pre-paração das demonstrações financeiras reportadas a 31 de Dezembro de 2018 são consistentes com as utilizadas com referência a 31 de Dezembro de 2017 com as excepções identificadas.

Nota 2 Políticas contabilísticas2.1 Alterações de políticas contabilísticas2.1.1 Alterações voluntárias de políticas contabilísticasDurante o ano não ocorreram alterações voluntárias de políticas contabilísticas face às consideradas na preparação da informação financeira relativa ao exercício anterior apresentada nos comparativos.

2.1.2 Novas normas e interpretações aplicáveis ao exercícioO BiG adoptou, com efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2018, as seguintes normas, interpretações, emendas ou alterações, emitidas pelo IASB com relevância para a sua actividade:

IFRS 9 – “Instrumentos financeiros” (e emendas subsequentes) – Este normativo, inicialmente publicado pelo IASB em Novembro de 2009 e posteriormente republicado em Julho de 2014, tem como objetivo a substituição por etapas da IAS 39 – “Instrumentos financeiros: reconhecimento e mensuração”. Foram introduzidas alterações aos critérios de classificação e mensuração de activos financeiros, registo de imparidade, aplicação de contabilidade de cobertura (excluindo macro hedging), e desreconhecimento de instrumentos financeiros. Consi-derando a transversalidade e relevância desta norma para a atividade do BiG e para a preparação e apresentação das suas demonstrações financeiras individuais, os principais efeitos e impactos patrimoniais resultantes da sua adoção são apresentados em maior detalhe na Nota 2.3 abaixo.

IFRS 15 – “Rédito de contratos com clientes” (e emendas posteriores) – Este normativo, publicado pelo IASB em maio de 2014, especi-fica a forma e temporalidade de registo do rédito, informando igualmente quanto aos requisitos de divulgação a respeitar pelas entidades sujeitas à sua aplicação. A IFRS 15 – “Réditos de contratos com clientes” prevê um modelo de reconhecimento assente em cinco princípios, cuja aplicação deverá ser extensível a todas as relações contratuais estabelecidas com clientes. O impacto da sua aplicação não é material.

“Annual Improvements to IFRS 2014-2016 Cycle” – Estas alterações envolvem a clarificação de alguns aspetos relacionados com a IFRS 1 - “Adoção pela primeira vez das normas internacionais de relato financeiro”, procedendo à eliminação de algumas isenções anteriormente previstas.

IAS 40 – “Propriedades de investimento” (Emendas) – Estas emendas clarificam que a mudança de classificação de ou para propriedade de investimento apenas deve ser feita quando existem evidências de uma alteração no uso do activo.

IFRIC 22 – “Transações em moeda estrangeira e adiantamentos” (Interpretação) – Esta interpretação vem estabelecer a data da transa-ção para efeitos da determinação da taxa de câmbio do reconhecimento do rédito.

Page 9: RELATÓRIO E CONTAS 2018bancobig.co.mz/images/pdf/Relatrio--Contas-2018... · Imparidades 1 699 276 18 304 178 Provisões - (3 231 000) Custos Operacionais (128 843 694) (111 439

(Continuação 9/15)

IFRS 1, ‘Primeira adopção das IFRS’ - Esta melhoria elimina as isenções temporárias para a IFRS 7, IFRS 10 e IAS 19, por já não serem aplicáveis.

IAS 28, ‘Investimentos em associadas e empreendimentos conjuntos’ - Esta melhoria cla-rifica que os investimentos em associadas ou empreendimentos conjuntos detidos por uma sociedade de capital de risco podem ser mensurados ao justo valor de acordo com a IFRS 9, de forma individual. Esta melhoria também esclarece que uma entidade que não é uma entidade de investimento, mas detém investimentos em associadas e empreendimentos conjuntos que são entidades de investimento, pode manter a mensuração ao justo valor da participação da associada ou do empreendimento conjunto nas suas próprias subsidiárias.

IAS 40 (alteração) ‘Transferência de propriedades de investimento’ - Esta alteração cla-rifica que os activos só podem ser transferidos de e para a categoria de propriedades de investimentos quando exista evidência da alteração de uso. Apenas a alteração da intenção da gestão não é suficiente para efetuar a transferência.

IFRS 2 (alteração), ‘Classificação e mensuração de transações de pagamentos ba-seados em acções’ - Esta alteração clarifica a base de mensuração para as transacções de pagamentos baseados em acções liquidadas financeiramente (“cash-settled”) e a contabilização de modificações a um plano de pagamentos baseado em acções, que alteram a sua classificação de liquidado financeiramente (“cash-settled”) para liquidado com capital próprio (“equity-settled”). Para além disso, introduz uma excepção aos princípios da IFRS 2, que passa a exigir que um plano de pagamentos baseado em acções seja tratado como se fosse totalmente liquidado com capital próprio (“equity-settled”), quando o empregador seja obrigado a reter um montante de imposto ao funcionário e pagar essa quantia à autoridade fiscal.

Com exceção da IFRS 9 – “Instrumentos financeiros”, a adoção dos restantes normativos não produziu impactos na situação patrimonial do BiG.

2.1.3 Novas normas e interpretações já emitidas mas que ainda não são obri-gatórias.

IFRS 9 – “Instrumentos financeiros” (Emendas) – “Pagamentos antecipados com compen-sações negativas” – As alterações visam essencialmente as situações em que o pagamento antecipado corresponde aproximadamente ao valor em dívida de capital mais juro. Isto impli-ca que um pagamento ao justo valor atual, ou a um valor que inclua o justo valor da penali-zação por término antecipado de um instrumento financeiro derivado, cumpre o critério SPPI (Solely payments of principal and interest) apenas se outros elementos de alteração ao justo valor, tais como risco de crédito ou liquidez, forem imateriais. As emendas a este normativo são de aplicação obrigatória para exercícios económicos iniciados em ou após 1 de janeiro de 2019.

IFRS 16 – “Locação” – Este normativo, publicado pelo IASB em janeiro de 2016, altera e redefine os princípios de reconhecimento, mensuração e apresentação de operações de leasing, considerando quer a perspetiva do locador, quer a do locatário. Este normativo é de aplicação obrigatória para exercícios económicos iniciados em ou após 1 de janeiro de 2019.

“Annual Improvements to IFRS 2015-2017 Cycle” – Estas alterações envolvem a clarifica-ção de alguns aspetos relacionados com: IAS 23 – “Custo de empréstimos obtidos”: escla-rece que na determinação da taxa média ponderada dos custos de empréstimos obtidos, devem ser incluídos os custos dos empréstimos obtidos para financiar ativos qualificáveis; IAS 12 – “Impostos sobre o rendimento”: refere que o impacto fiscal da distribuição de divi-dendos deve ser reconhecido na data em que é registada a responsabilidade de pagar; IFRS 3 - “ Concentrações de atividades empresariais”; e, IFRS 11 – “ Acordos conjuntos”: determina a forma de remensuração dos interesses de um investidor caso tenha ou não controlo sobre um negócio que é uma operação conjunta. As alterações a estes normativos são de aplica-ção obrigatória para exercícios económicos iniciados em ou após 1 de janeiro de 2019.

IAS 23, ‘Custos de empréstimos obtidos’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2019). Esta melhoria clarifica que os empréstimos específicos obtidos que ainda permaneçam em aberto, após os activos qualificáveis a que respeitam estarem na sua condição de uso ou venda, devem ser adicionados aos empréstimos genéricos para calcular a taxa de juro média de capitalização nos outros ativos qualificáveis.

IAS 12, ‘Impostos sobre o rendimento’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2019). Esta melhoria clarifica que os impactos fiscais dos dividendos são reconhecidos na data em que a entidade regista a responsabilidade pelo pagamento de di-videndos, os quais são reconhecidos no resultado do exercício, no outro rendimento integral ou em capital, consoante a transação ou evento que deu origem aos dividendos.

IFRS 3, ‘Concentrações de actividades empresariais’ e IFRS 11, ‘Acordos conjuntos’ (a apli-car nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2019) Estas melhorias clarificam que: i) na obtenção de controlo sobre um negócio que é uma operação conjunta, os inte-resses detidos anteriormente pelo investidor são remensurados ao justo valor; e ii) quando um investidor numa operação conjunta, que não exerce controlo conjunto, obtém controlo conjunto numa operação conjunta que é um negócio, o interesse detido anteriormente não é remensurado.

IFRS 17 (nova), ‘Contratos de seguro’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2021) Esta nova norma substitui o IFRS 4 e é aplicável a todas as entidades que emitam contratos de seguro, contratos de resseguro e contratos de investimento com características de participação discricionária. A IFRS 17 baseia-se na mensuração corrente das responsabilidades técnicas, a cada data de relato. A mensuração corrente pode assentar num modelo completo (“building block approach”) ou simplificado (“premium allocation ap-proach”). O reconhecimento da margem técnica é diferente consoante esta seja positiva ou negativa. A IFRS 17 é de aplicação rectrospetiva.

IFRIC 22 (nova), ‘Operações em moeda estrangeira e contraprestação antecipada’ (a apli-car nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2018) Trata-se de uma interpre-tação à IAS 21 ‘Efeitos de alterações em taxas de câmbio’ e refere-se à determinação da “data da transacção” quando uma entidade paga ou recebe antecipadamente a contraprestação de contratos denominados em moeda estrangeira. A “data da transacção” determina a taxa de câmbio a usar para converter as transações em moeda estrangeira.

IFRIC 23 – “Incertezas relativas ao tratamento do imposto sobre o rendimento” (Inter-pretação) – Esta interpretação clarifica os requisitos de aplicação e mensuração da IAS 12 – “Imposto sobre o rendimento” quando existe incerteza quanto aos tratamentos a dar ao imposto sobre o rendimento. Esta interpretação é de aplicação obrigatória para exercícios económicos iniciados em ou após 1 de janeiro de 2019.

IFRS 10 – “Demonstrações financeiras consolidadas” e IAS 28 – “Investimentos em asso-ciadas” (Emendas) – As alterações introduzidas ao texto destes normativos visam resolver divergências no tratamento de vendas ou afetação da contribuição de ativos que possam surgir entre o investidor e uma associada ou uma entidade conjuntamente controlada. As emendas a este normativo são de aplicação obrigatória para exercícios económicos iniciados em ou após 1 de janeiro de 2019.

O Conselho de Administração não antecipa que a adoção das normas e interpretações aci-ma referidas, apresentem impactos patrimoniais significativos na preparação das demonstra-ções financeiras do BiG.

2.2 IFRS 9 – “Instrumentos financeiros”O International Accounting Standards Board (IASB) emitiu em 24 de Julho de 2014 a Norma Internacional de Relato Financeiro IFRS 9 - “Instrumentos financeiros” que veio substituir a IAS 39 - “Instrumentos financeiros: reconhecimento e mensuração”, para exercícios económi-cos iniciados em, ou após, 1 de janeiro de 2018.

Os requisitos da norma foram aplicados retrospetivamente, mediante ajustamento dos valo-res de balanço a 1 de janeiro de 2018.

O BiG aplicou a excepção que permite a não reexpressão da informação financeira compara-tiva de períodos anteriores. Adicionalmente, o enquadramento do modelo de negócio, assim como a designação e/ou revogação prévia de certos ativos financeiros em classes de men-suração ao justo valor por contrapartida de resultados, ao justo valor por contrapartida de outro rendimento integral (por instrumentos de capital que não de negociação), foi realizada por referência nos factos e circunstâncias existentes à data da aplicação inicial da mesma.

A IFRS 9 - “Instrumentos financeiros” divide-se em três pilares principais: i) classificação e mensuração; ii) imparidade; e, iii) contabilidade de cobertura.

Classificação e mensuração:De acordo com a IFRS 9 - “Instrumentos financeiros” os activos financeiros podem ser clas-sificados em três categorias com diferentes critérios de mensuração (custo amortizado, justo valor por contrapartida de resultados e justo valor por contrapartida de outro rendimento integral).

A classificação dos activos depende das características dos fluxos de caixa contratuais e do modelo de negócio associado aos mesmos.

No que diz respeito às características dos fluxos de caixa contratuais, o critério consiste em avaliar se os mesmos apenas refletem o pagamento de capital e juros (SPPI - Solely Pay-ments of Principal and Interest).

Quanto ao modelo de negócio associado, a norma identifica dois com relevância para a ac-tividade desenvolvida pelo BiG:

i modelo de negócio cujos objetivos são atingidos através da obtenção dos fluxos de caixa contratuais do activo (Hold to collect); e,

ii modelo de negócio cujos objetivos são alcançados tanto através da obtenção dos fluxos contratuais do activo como através da sua venda (Hold to collect and sell):

a Custo amortizado: nesta categoria são classificados os ativos que sejam SPPI e cujo modelo de negócio seja “Hold to Collect”;

b Justo valor por contrapartida de outro rendimento integral: Nesta categoria foram classificados os ativos SPPI cujo modelo de negócio é “Hold to collect and sell”;

c Justo valor por contrapartida de resultados: devem ser classificados nesta categoria activos que não cumprem o teste SPPI ou cujo modelo de negócio não seja “Hold to collect” ou “Hold to collect and sell”. Poderão ser classificados nesta categoria acti-vos financeiros que, de acordo com os critérios da IFRS 9 - “Instrumentos financeiros” seriam classificados ao custo amortizado ou ao justo valor por contrapartida de outro rendimento integral desde que tal permita reduzir o mismatch contabilístico. O BiG, na transição para a IFRS 9 – “Instrumentos financeiros”, não classificou activos finan-ceiros ao justo valor por resultados decorrente da aplicação desta opção.

As regras da IFRS 9 - “Instrumentos financeiros” para a classificação e mensuração de passi-vos financeiros não sofrem alterações significativas relativamente à IAS 39 – “Instrumentos financeiros: reconhecimento e mensuração”

O reconhecimento dos juros para instrumentos financeiros mantidos ao custo amortizado é efetuado pelo método da taxa efetiva conforme requisitos do parágrafo 5(4) da IFRS 9 - “Ins-trumentos financeiros”.

IAS 39 Remensurações IFRS 9

Instrumentos financeiros Classificação Mensuração Imparidades

Reserva p/justo valor Mensuração Classificação

Caixa e dis-ponibilidades em bancos centrais

Empréstimos e recebíveis 75 562 890 - - 75 562 890

Custo amorti-zado

0

Disponibilida-des em outras instituições de crédito

Empréstimos e recebíveis 43 528 078 - - 43 528 078

Custo amorti-zado

Aplicações em insti-tuições de crédito

Empréstimos e recebíveis 183 237 429 - - 183 237 429

Custo amorti-zado

Obrigações e outros títulos de rendimen-to fixo

Disponíveis para venda 693 356 876 (5 866 672) 5 866 672 693 356 876

Justo valor através de ou-tro rendimento integral

Total 995 685 273 (5 866 672) 5 866 672 995 685 273

Imparidade: A IFRS 9 - “Instrumentos financeiros” introduz um novo modelo de perda por redução ao valor recuperável de activos financeiros, ou seja, o modelo de perda esperada de crédito (ECL – Expected Credit Losses), que substitui o modelo utilizado de perda incorrida previsto no âm-bito da IAS 39 – “Instrumentos financeiros: reconhecimento e mensuração”, deixando de ser necessário que o evento de perda ocorra para que sejam reconhecidas perdas por imparidade

O modelo de imparidade da norma IFRS 9 - “Instrumentos financeiros” é aplicável aos seguin-tes activos financeiros:

z Todos os activos financeiros mensurados ao custo amortizado (incluindo contratos de locação - IAS 17);

z Instrumentos de dívida mensurados ao justo valor por contrapartida de Outro Rendimen-to Integral (FVTOCI);

z Direitos e obrigações conforme referenciados pela IFRS 15 – “Réditos de contratos com clientes”, nos casos em que esta norma remeta a contabilização para a IFRS 9 - “Instru-mentos financeiros”;

z Activos que traduzam o direito ao reembolso de pagamentos efetuados pela entidade na liquidação de passivos reconhecidos no âmbito da IAS 37 – “Provisões, passivos contin-gentes e activos contingentes”; e,

z Compromissos de crédito concedidos (exceto os mensurados ao justo valor por contra-partida de resultados)

Estes activos financeiros são divididos em 3 grupos de risco, dependendo da atribuição de um grau de degradação significativa de risco de crédito:

z Stage 1 - Activos sem degradação significativa de risco de crédito desde o reconheci-mento inicial;

z Stage 2 - Activos com degradação significativa de risco de crédito desde o reconheci-mento inicial; e,

z Stage 3 - Activos em imparidade (activos em default).

Dependendo da classificação do Stage da operação, as perdas de crédito são estimadas de acordo com os seguintes critérios:

z Perdas Esperadas a 12 meses: perda esperada resultante de um evento de perda que ocorre nos 12 meses após a data de cálculo, sendo aplicada para operações em stage 1; e

z Perdas Esperadas Lifetime: perda esperada obtida através da diferença entre os fluxos de caixa contratuais e os fluxos de caixa que a entidade espera vir a receber até a matu-ridade do contrato, ou seja, a perda esperada resulta de todos os potenciais eventos de perda até a maturidade, sendo aplicada para operações em stage 2 e 3.

A norma IFRS 9 - “Instrumentos financeiros” não define um conceito de default, no entanto, o BiG aplica a mesma definição de default utilizada para efeitos de gestão do risco de crédito.

A classificação em stage 2 é a que introduz diferenças com maior significado face à norma IAS 39 – “Instrumentos financeiros: reconhecimento e mensuração”, uma vez que requer que esta classificação se baseie na observação de um aumento significativo do risco de crédito (Significant Increase in Credit Risk - SICR) desde o reconhecimento inicial.

A métrica quantitativa para determinar quando um activo é transferido para Stage 2 resulta da comparação da degradação da probabilidade de default Lifetime forward-looking desde o reconhecimento inicial até à data de reporte.

Adicionalmente, são considerados critérios qualitativos para transferência de um activo fi-nanceiro para Stage 2, nomeadamente, créditos com atraso superior a 30 dias (backstop), créditos reestruturados por dificuldades financeiras e critérios objectivos de risco de crédito capturados no processo de monitorização dos clientes/contrapartes.

Com o objectivo de assegurar uma uniformização dos factores de risco utilizados no cálculo de imparidade (ex: PDs, LGDs), o BiG procedeu ao reprocessamento da informação histórica

considerando os critérios aplicados para a segmentação da carteira por stages, tendo desen-volvido ou actualizado, os seguintes modelos:

i Probabilidades de Default a 12 meses;

ii Probabilidades de Default Lifetime;

iii LGD – Loss Given Default.

O apuramento da perda esperada deverá basear-se em informações históricas e actuais, mas deverá igualmente incorporar cenários de projecções futuras que sejam fiáveis, razoá-veis e suportáveis (forward-looking).

Imparidade

Saldo de fecho conforme IAS 39 (31 de Dezembro de 2017)

- Obrigações e outros títulos de rendimento fixo -

Imparidade reconhecida a 1 de Janeiro de 2018

- Obrigações e outros títulos de rendimento fixo (5 866 672)

Saldo de abertura conforme a IFRS 9 (1 de Janeiro de 2018) (5 866 672)

Contabilidade de cobertura:A IFRS 9 - “Instrumentos financeiros” tem como objetivo promover um maior alinhamento dos requisitos inerentes à aplicação de contabilidade de cobertura com a realidade da gestão corrente de risco nas instituições. Assim:

z Alteraram-se os critérios para que determinado instrumento se possa classificar como de cobertura (admite, por exemplo, activos não financeiros desde que mensurados ao justo valor por resultados);

z Alteraram-se os critérios para que determinada operação se possa classificar como ope-ração coberta (que passa a incluir derivados que integrem estruturas agregadas); e,

z Alteraram-se os critérios de quantificação da eficácia de cobertura.

Em termos do alcance das coberturas:

z Admite coberturas com instrumentos derivados por um período parcial da vida do instru-mento coberto;

z Prevê a possibilidade de autorizar coberturas de múltiplos riscos por um único instrumen-to de cobertura;

z Permite designar a cobertura de componentes de risco nos activos não financeiros sem-pre que sejam identificáveis e mensuráveis; e,

z Permite uma maior flexibilidade para a designação de coberturas sobre grupos de ele-mentos e exposições líquidas.

A IFRS 9 - “Instrumentos financeiros” prevê o reequilíbrio da relação entre elementos co-bertos e elementos de cobertura ao longo do período de vigência da relação de cobertura, desde que seja demonstrável que tal alteração assegura a manutenção dos seus rácios de eficácia (por exemplo, perante amortizações antecipadas parciais do elemento coberto).

A relação de cobertura e respectiva eficácia constitui-se como uma das principais alterações face aos requisitos exigidos pela IAS 39 – “Instrumentos financeiros: reconhecimento e men-suração”, nomeadamente:

z Simplificação na demonstração da eficácia das coberturas;

z Eliminação do requisito de medição de eficácia retrospetiva;

z Abandono do referencial [80% a 125%] na avaliação da eficácia da cobertura; e,

z Testes prospectivos que devem incorporar e promover critérios internos utilizados na ges-tão do risco e que admite componentes não só quantitativas mas também qualitativas.

Estabelecem-se novos factores determinantes para a elegibilidade de uma relação de cobertura:

z Existência de uma relação económica entre o elemento coberto e a sua cobertura;

z Os efeitos inerentes à evolução do risco de crédito não podem dominar as variações de valor resultantes desta relação; e,

z Estabelecimento de um rácio de cobertura entre elementos cobertos e de cobertura que seja equivalente ao efetivamente aplicado pela instituição na gestão das coberturas eco-nómicas que se pretendem replicar.

A aplicação da contabilidade de cobertura continua a ser opcional mas deixa de poder ser descontinuada enquanto os requisitos para a aplicação da mesma se continuarem a verificar.

Considerando que o IASB ainda não concluiu o desenvolvimento de requisitos para macro co-berturas, o que pode causar constrangimentos na adoção parcial de regras para realidades que se interligam, é permitido manter o regime actualmente estabelecido na IAS 39 – “Instrumentos financeiros: reconhecimento e mensuração” (na sua integralidade) após a adopção da IFRS 9 - “Instrumentos financeiros”, ou a adopção de um regime misto entre a IAS 39 – “Instrumentos financeiros: reconhecimento e mensuração” e a IFRS 9 - “Instrumentos financeiros”.

Efeitos no capital da transição para a IFRS 9 “Instrumentos financeiros”:

Resultados transi-tados

Reserva para justo valor

Saldo de fecho conforme IAS 39 (31 de Dezembro de 2017) 8 630 889 -

Reconhecimento da perda esperada de crédito conforme a IFRS 9

(5 866 672) 5 866 672

Imposto diferido relativo à adopção da IFRS 9 1 877 335 (1 877 335)

Impacto a 1 de Janeiro de 2018 (3 989 337) 3 989 337

Saldo de abertura conforme a IFRS 9 (1 de Janeiro de 2018) 4 641 552 3 989 337

2.3 Conversão de saldos e transacções em moeda estrangeiraAs demonstrações financeiras estão expressas em meticais que é a moeda funcional do BiG. Na preparação das demonstrações financeiras as transações em moeda estrangeira são registadas com base nas taxas de câmbio indicativas na data em que foram realizadas.

Em cada data de balanço, os activos e passivos monetários denominados em moeda estrangei-ra são convertidos para a moeda funcional com base na taxa de câmbio em vigor. Os activos não monetários que sejam valorizados ao justo valor são convertidos com base na taxa de câmbio em vigor na data da última valorização. Os activos não monetários registados ao custo histórico, incluindo activos tangíveis e intangíveis, permanecem registados ao câmbio original.

As diferenças de câmbio apuradas na conversão cambial são reflectidas em resultados do exercício, com excepção das originadas por instrumentos financeiros não monetários regista-dos ao justo valor, tal como instrumentos de capital relativamente aos quais tenha sido exer-cida a opção de classificação ao justo valor por contrapartida de outro rendimento integral, que serão registadas diretamente em reservas.

2.4 Instrumentos financeirosa) Activos financeirosA classificação dos activos financeiros depende do modelo de negócio da entidade e das características dos cash flows contratuais do instrumento financeiro, excepto quando seja apli-cada a opção de mensurar o instrumento financeiro pelo seu justo valor através de resultados.

O BiG classifica e mensura um activo financeiro pelo custo amortizado quando este seja incluido numa carteira gerida com base num modelo de negócio cujo objectivo é alcançado através do re-cebimento de todos os cash flows contratuais que possam ser considerados como pagamentos de capital e juros sobre o capital em dívida. Por outro lado, o BiG classifica e mensura um activo financei-ro pelo justo valor através de outro rendimento integral (“FVTOCI”) quando este seja incluído numa carteira gerida com base num modelo de negócio cujo objectivo é alcançado tanto através do rece-bimento dos cash flows contratuais que constituam pagamentos de capital e juros sobre o capital em dívida como através da venda. Um activo financeiro é classificado e mensurado pelo justo valor através de resultados (“FVTPL”) quando não seja classificado e mensurado pelo custo amortizado nem pelo “FVTOCI”. No entanto, no momento do reconhecimento inicial, o BiG pode optar, de forma irrevogável, por classificar e mensurar pelo “FVTOCI” um investimento num instrumento de capital (que não seja detido para negociação nem constitua uma retribuição contingente reconhecida pelo adquirente numa concentração de atividades empresariais à qual se aplique a IFRS 3 – “Concentra-ções de atividades empresariais”), que de outra forma seria classificado e mensurado pelo FVTPL.

Page 10: RELATÓRIO E CONTAS 2018bancobig.co.mz/images/pdf/Relatrio--Contas-2018... · Imparidades 1 699 276 18 304 178 Provisões - (3 231 000) Custos Operacionais (128 843 694) (111 439

(Continuação 10/15)

Para determinar qual o modelo de negócio usado na gestão de um activo financeiro, o BiG define como espera vir a obter cash flows desse activo financeiro. O modelo de negócio é determinado a um nível que reflicta como um grupo de activos financeiros é gerido no seu conjunto para alcançar o objectivo específico desse modelo de negócio, não dependendo dos planos para qualquer activo financeiro em particular. Como a alocação a um modelo de negócio constitui um facto e não uma asserção, o BiG considera todas as informações rele-vantes que permitam concluir sobre qual o modelo de negócio considerado para a gestão dos seus activos financeiros. Neste contexto, o BiG tem em consideração:

z A forma como o desempenho do modelo de negócio e os activos financeiros detidos no âmbito desse modelo de negócio são avaliados e comunicados à Gestão do BiG;

z Quais os riscos que afectam o desempenho do modelo de negócio (e os activos finan-ceiros detidos no âmbito desse modelo de negócio) e, em particular, a forma como esses riscos são geridos; e

z O modo como os gestores são retribuídos (por exemplo, se a retribuição se baseia no justo valor dos ativos geridos ou nos fluxos de caixa contratuais recolhidos).

Conforme referido acima, na determinação da classificação e mensuração de ativos finan-ceiros abrangidos pelo âmbito da IFRS 9 - “Instrumentos financeiros” consideram-se dois critérios:

z O modelo de negócio da entidade para gestão do activo financeiro; e,

z As características dos cash flows contratuais do activo financeiro: apenas pagamentos de capital e juros (SPPI).

DesreconhecimentoUm activo financeiro é desreconhecido quando, e apenas quando, expira o direito contra-tual ao recebimento dos cash flows ou o activo financeiro é transferido e a transferência se qualifica para desreconhecimento. Considera-se que um activo financeiro é transferido se, e apenas se, forem transferidos os direitos contratuais ao recebimento dos cash flows desse activo financeiro ou se forem mantidos os direitos contratuais ao recebimento dos cash flows mas o BiG assumir uma obrigação contratual de entregar esses cash flows a um ou mais be-neficiários. No caso em que sejam mantidos os direitos contratuais ao recebimento dos cash flows, o BiG trata a operação como uma transferência apenas se todas as seguintes condi-ções forem cumpridas: (i) O BiG não tenha a obrigação de pagar valores ao beneficiário ex-cepto aqueles que sejam recebidos do activo original; (ii) o BiG encontre-se impedido pelos termos do acordo de transferência de vender o activo original; e, (iii) o BiG tenha a obrigação de pagar os cash flows recebidos sem atrasos materiais e não seja permitido reinvestir esses cash flows até ao seu pagamento.

Quando os cash flows contratuais de um activo financeiro são renegociados ou de outra for-ma modificados e essa renegociação ou modificação não resulta no desreconhecimento do activo financeiro, o BiG recalcula o valor de balanço bruto do activo financeiro e reconhece um ganho ou perda pela diferença para o anterior valor de balanço bruto. O novo valor de balanço bruto do activo é determinado como o valor actual dos cash flows renegociados ou modificados, descontado à taxa efectiva original do activo (ou à taxa de juro ajustada no caso de créditos adquiridos ou originados com imparidade) ou, quando aplicável, a taxa de juros efectiva revista. Quaisquer custos ou comissões incorridos são incluídos no novo valor de balanço bruto e amortizados durante o período de vida remanescente do activo.

Num cenário em que a modificação dos fluxos contratuais resulta no desreconhecimento do activo financeiro, observam-se as seguintes implicações:

a Necessidade de realização de nova análise SPPI com o intuito de determinar se as con-dições contratuais do activo financeiro modificado se enquadram no âmbito de SPPI;

b Registo do novo activo financeiro pelo justo valor no momento inicial, sendo a eventual diferença face ao valor líquido contabilístico do activo anterior registada em resultados;

c Caso as modificações contratuais tenham sido motivadas por reestruturação de um ac-tivo por dificuldades financeiras do devedor, o novo activo é considerado POCI (Pur-chased or originated credit impaired Financial assets) sendo as perdas por imparidade sempre reconhecidas com base na PD lifetime, ou seja, o novo activo nunca poderá ser classificado como stage 1;

d O custo amortizado do novo activo será determinado com base nos fluxos de caixa espe-rados;

e O novo activo financeiro reconhecido que resulte de uma modificação contratual de um activo financeiro anteriormente marcado como forbearance continuará a manter esta marcação, sendo que o período de cura é reiniciado a partir da data da última reestrutu-ração; e,

f Para um activo financeiro originalmente classificado no stage 3 para efeitos do modelo de imparidade cuja modificação contratual conduz ao respetivo desreconhecimento, o novo activo financeiro a reconhecer manter-se-á classificado no stage 3, podendo, em função dos triggers definidos pelo BiG para efeitos da definição de incumprimento, pas-sar posteriormente para o stage 2.

Reclassificação de activos financeirosSe o BiG alterar o seu modelo de negócios de gestão de activos financeiros, o que se espera que ocorra de forma pouco frequente e excepcional, reclassifica todos os activos financeiros afectados, em conformidade com os requisitos definidos na IFRS 9 - “Instrumentos financei-ros”. A reclassificação é aplicada prospetivamente a partir da data em que se torne efectiva. De acordo com a IFRS 9 – “Instrumentos financeiros”, não são permitidas reclassificações de instrumentos de capital para os quais tenha sido incluída a opção de valorização ao justo valor por contrapartida de outro rendimento integral ou para activos e passivos financeiros classificados aos justo valor no âmbito da fair value option.

Justo valorConforme referido anteriormente, os activos financeiros registados nas categorias de “Ac-tivos financeiros ao justo valor através de resultados” e “Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral” são valorizados pelo justo valor.

O justo valor de um instrumento financeiro corresponde ao montante pelo qual um activo ou passivo financeiro pode ser vendido ou liquidado entre partes independentes, informadas e interessadas na concretização da transacção em condições normais de mercado.

O justo valor de activos financeiros é determinado por um órgão do BiG independente da função de negociação, com base nos seguintes critérios:

z Cotação de fecho na data de balanço, para instrumentos transacionados em mercados activos;

z Relativamente a instrumentos de dívida não transacionados em mercados activos (in-cluindo títulos não cotados ou com reduzida liquidez) são utilizados métodos e técnicas de valorização, que incluem:

i) Preços (“bid prices”) divulgados por meios de difusão de informação financeira, no-meadamente a Bloomberg e a Reuters, incluindo preços de mercado disponíveis para transações recentes;

ii) Cotações indicativas (“bid prices”) obtidas junto de instituições financeiras que fun-cionem como “market-makers”; e,

iii) Modelos internos de valorização, os quais têm em conta os dados de mercado que seriam utilizados na definição de um preço para o instrumento financeiro, reflectindo as taxas de juro de mercado e a volatilidade, bem como a liquidez e o risco de crédito associado ao instrumento.

Custo amortizadoOs instrumentos financeiros mantidos ao custo amortizado são inicialmente registados pelo justo valor acrescido ou deduzido de proveitos ou custos directamente atribuíveis à transac-ção. O reconhecimento dos juros é efectuado pelo método da taxa efectiva.

No caso de activos financeiros em imparidade (stage 3), o reconhecimento dos juros é rea-lizado com base na taxa utilizada para desconto dos cash flows futuros inerentes à determi-nação da perda por imparidade.

b) Passivos financeirosOs passivos financeiros são registados na data de contratação pelo respectivo justo va-lor, deduzido de custos directamente atribuíveis à transacção. Os passivos financeiros são classificados nas seguintes categorias:

i) Passivos financeiros detidos para negociação

Os passivos financeiros detidos para negociação incluem instrumentos financeiros derivados com reavaliação negativa, assim como títulos de rendimento fixo e variável transacionados em mercados activos a descoberto (short selling).

Estes passivos são registados pelo respectivo justo valor, sendo os ganhos e perdas resultantes da sua valorização subsequente registados nas rubricas de “Resultados em operações financeiras”.

ii) Passivos financeiros associados a activos transferidos

Esta rubrica inclui os passivos associados a operações de titularização de créditos à habitação cujos saldos não foram desreconhecidos.

Estes passivos são inicialmente registados pelo valor recebido na cessão de créditos, sendo posteriormente valorizados pelo custo amortizado, de forma coerente com a valorização dos correspondentes activos e as condições definidas na operação de titularização.

iii) Outros passivos financeiros

Esta categoria inclui recursos de instituições de crédito e de clientes, obrigações emi-tidas, passivos subordinados e passivos incorridos para pagamento de prestações de serviços ou compra de activos, registados em “Outros passivos”.

Estes passivos financeiros são valorizados pelo custo amortizado sendo os juros, quando aplicável, reconhecidos de acordo com o método da taxa efectiva.

c) Derivados e contabilidade de coberturaQuando necessário o BiG realiza no âmbito da sua actividade operações com produ-tos derivados, com o objectivo de satisfazer as necessidades dos seus clientes e de reduzir a sua exposição a flutuações cambiais, de taxas de juro e de cotações.

Os instrumentos financeiros derivados são registados pelo seu justo valor na data da sua contratação. Adicionalmente, são reflectidos em rúbricas extra-patrimoniais pelo respectivo valor nocional.

O justo valor dos instrumentos financeiros derivados não transacionados em merca-dos organizados é apurado através de modelos que incorporam técnicas de valoriza-ção baseadas em fluxos de caixa descontados, reflectindo também o efeito do risco de crédito das contrapartes e do risco de crédito próprio.

Derivados embutidosOs derivados que estão embutidos em outros instrumentos financeiros são tratados separa-damente quando as suas características económicas e os seus riscos não estão estritamente relacionados com o resto do contrato e com as características do instrumento financeiro subjacente. Os derivados embutidos são reavaliados ao justo valor através de resultados.

Derivados de negociaçãoInclui todos os derivados que não estejam associados a relações de cobertura eficazes, no-meadamente:

z Derivados contratados para cobertura de risco em activos ou passivos registados ao justo valor através de resultados, tornando assim desnecessária a utilização de contabili-dade de cobertura;

z Derivados contratados para cobertura de risco que não reúnam as condições necessá-rias para a utilização de contabilidade de cobertura ao abrigo da IFRS 9 – “Instrumentos financeiros”, nomeadamente pela dificuldade em identificar especificamente os elemen-tos cobertos, nos casos em que não se tratem de micro-coberturas, ou pelos resultados dos testes de eficácia revelarem que a mesma não é eficaz; e,

z Derivados contratados com o objetivo de “trading”

Os derivados de negociação são registados ao justo valor, sendo os resultados da reavaliação apurados diariamente reconhecidos em proveitos e custos do período, nas rubricas de “Resul-tados em operações financeiras”, com exceção da parcela relativa a juros corridos e liquidados, a qual é reflectida em “Juros e rendimentos similares” e “Juros e encargos similares”. As rea-valiações positivas e negativas são registadas nas rubricas do balanço de “Activos financeiros detidos para negociação” e “Passivos financeiros detidos para negociação”, respectivamente.

Derivados de coberturaTrata-se de derivados contratados com o objetivo de cobertura da exposição do BiG a riscos inerentes à sua actividade.

Os derivados de cobertura são registados ao justo valor, sendo os resultados apurados diaria-mente reconhecidos em proveitos e custos do exercício. Caso se demonstre que a cobertura é eficaz, o BiG reflecte igualmente no resultado do exercício a variação no justo valor do elemento coberto atribuível ao risco coberto na rúbrica de “Resultados em operações financeiras”. No caso de instrumentos que incluem uma componente de juros (como por exemplo, swaps de taxa de juro) a periodificação de juros relativa ao período em curso e os fluxos liquidados são refletidos em “Juros e rendimentos similares” e “Juros e encargos similares”, da margem financeira.

Sempre que as coberturas deixem de satisfazer os requisitos para aplicação de contabilidade de cobertura definidos na Norma, a contabilidade de cobertura é descontinuada. Nesta situa-ção, os ajustamentos efectuados aos elementos cobertos até à data em que a contabilidade de cobertura deixa de ser eficaz ou é decidida a revogação dessa designação, passam a ser reflectidos em resultados pelo método da taxa efectiva até à maturidade do correspondente activo ou passivo financeiro.

As reavaliações positivas e negativas de derivados de cobertura são registadas no activo e passivo, respectivamente, em rúbricas específicas.

As valorizações dos elementos cobertos são refletidas nas rubricas de balanço onde se en-contram registados esses instrumentos.

d) Imparidade de activos financeirosO modelo de imparidade da norma IFRS 9 - “Instrumentos financeiros” é aplicável aos seguin-tes activos financeiros:

z Todos os activos financeiros mensurados ao custo amortizado (incluindo contratos de locação - IAS 17 – “Locações”);

z Instrumentos de dívida mensurados ao justo valor por contrapartida de Outro Rendimen-to Integral (FVTOCI);

z Direitos e obrigações conforme referenciados pela IFRS 15 – “Réditos de contratos com clientes”, nos casos em que esta norma remeta a contabilização para a IFRS 9 - “Instru-mentos financeiros”;

z Activos que traduzam o direito ao reembolso de pagamentos efectuados pela entidade na liquidação de passivos reconhecidos no âmbito da IAS 37 – “Provisões, passivos con-tingentes e activos contingentes”; e,

z Compromissos de crédito concedidos (excepto os mensurados ao justo valor por contra-partida de resultados).

Estes activos financeiros são divididos em 3 grupos de risco, dependendo da degradação significativa de risco de crédito:

z Stage 1 - Activos sem degradação significativa de risco de crédito desde o reconheci-mento inicial;

z Stage 2 - Activos com degradação significativa de risco de crédito desde o reconheci-mento inicial; e,

z Stage 3 - Activos em imparidade (ativos em default).

Dependendo da classificação do Stage da operação, as perdas de crédito são estimadas de acordo com os seguintes critérios:

z Perdas Esperadas a 12 meses: perda esperada resultante de um evento de perda que ocorre nos 12 meses após a data de cálculo, sendo aplicada para operações em stage 1; e,

z Perdas Esperadas Lifetime: perda esperada obtida através da diferença entre os fluxos de caixa contratuais e os fluxos de caixa que a entidade espera vir a receber até à matu-

ridade do contrato Ou seja, a perda esperada resulta de todos os potenciais eventos de perda até à maturidade, sendo aplicada para operações em stage 2 e 3.

A norma IFRS 9 - “Instrumentos financeiros” não define um conceito de default, no entanto, o BiG aplica a mesma definição de default utilizada para efeitos de gestão do risco de crédito.

A classificação em stage 2 baseia-se na observação de um aumento significativo do risco de crédito (Significant Increase in Credit Risk - SICR) desde o reconhecimento inicial.

A métrica quantitativa para determinar quando um activo é transferido para Stage 2 resulta da comparação da degradação da probabilidade de default Lifetime forward-looking desde o reconhecimento inicial até à data de reporte.

Adicionalmente, são considerados critérios qualitativos para transferência de um activo fi-nanceiro para Stage 2, nomeadamente, créditos com atraso superior a 30 dias (backstop), créditos reestruturados por dificuldades financeiras e critérios objetivos de risco de crédito capturados no processo de monitorização dos clientes/contrapartes.

O apuramento da perda esperada baseia-se em informações históricas e actuais, mas deve igualmente incorporar cenários de projeções futuras que sejam fiáveis, razoáveis, suportá-veis e disponíveis sem custo ou esforço excessivo (forward-looking).

A definição dos cenários a considerar assenta numa abordagem metodológica de projeção de variáveis macroeconómicas e as probabilidades de ocorrência de cada um dos cenários são definidas a nível interno.

2.5 Instrumentos de capitalUm instrumento é classificado como instrumento de capital quando não existe uma obriga-ção contratual da sua liquidação ser efectuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro activo financeiro, independentemente da sua forma legal, evidenciando um interesse residu-al nos activos de uma entidade após a dedução de todos os seus passivos.

Os custos directamente atribuíveis à emissão de instrumentos de capital são registados por contrapartida do capital próprio como uma dedução ao valor da emissão. Os valores pagos e recebidos pelas compras e vendas de instrumentos de capital são registados no capital próprio, líquidos dos custos de transacção.

As distribuições efectuadas por conta de instrumentos de capital são deduzidas ao capital próprio como dividendos quando o direito ao seu recebimento é declarado.

As acções próprias são registadas em contas de capital pelo valor de aquisição não sendo sujeitas a reavaliação. As mais e menos-valias realizadas na venda de acções próprias são registadas directamente em capitais próprios, não afectando o resultado do exercício.

2.6 Compensação de instrumentos financeirosOs activos e passivos financeiros são apresentados no balanço pelo seu valor líquido quando existe o direito legal exercível de compensar os montantes reconhecidos e liquidar o passivo simultaneamente. O direito legal exercível não pode ser contingente de eventos futuros, e deve ser exercível no decurso normal da actividade do Banco assim como em caso de de-fault, falência ou insolvência do Banco ou contraparte.

2.7 Activos cedidos com acordo de recompraOs títulos vendidos com acordo de recompra (repos) por um preço fixo ou por um preço que iguala o preço de venda acrescido de um juro inerente ao prazo da operação não são desreconhecidos do balanço. O correspondente passivo é contabilizado em valores a pagar a outras instituições financeiras ou a clientes, conforme apropriado. A diferença entre o valor de venda e o valor de recompra é tratada como juro e é diferida durante a vida do acordo, através do método da taxa efectiva.

Os títulos comprados com acordo de revenda (reverse repos) por um preço fixo ou por um preço que iguala o preço de compra acrescido de um juro inerente ao prazo da operação não são reconhecidos no balanço, sendo o valor de compra registado como empréstimos a outras instituições financeiras ou clientes, conforme apropriado. A diferença entre o valor de compra e o valor de revenda é tratada como juro e é diferido durante a vida do acordo, através do método da taxa efectiva.

2.8 Activos tangíveisOs activos tangíveis do Banco encontram-se registados ao custo de aquisição, deduzido das respectivas depreciações acumuladas e perdas por imparidade. O custo inclui despesas que são directamente atribuíveis à aquisição dos bens.

Os custos subsequentes são reconhecidos apenas se for provável que deles resultarão be-nefícios económicos futuros para o Banco. As despesas com manutenção e reparação são reconhecidas como custo à medida que são incorridas, de acordo com o princípio da espe-cialização dos exercícios.

Os terrenos não são depreciáveis. As depreciações dos outros activos tangíveis são calcula-das segundo o método das quotas constantes, com taxas de amortização que refletem a vida útil esperada dos bens, conforme abaixo:

Anos

Obras em edifícios arrendados 5

Mobiliário e material de escritório 8 a 10

Máquinas e ferramentas 5 a 7

Equipamento informático 3 a 4

Instalações interiores 4 a 8

Material de transporte 4

Equipamento de segurança 8

Imóveis de serviço próprio 50

Sempre que exista indicação de que um activo possa estar em imparidade, o Banco estima o seu valor recuperável, devendo ser reconhecida uma perda por imparidade sempre que o valor contabilístico líquido de um activo exceda o seu valor recuperável. As perdas por imparidade são reconhecidas em resultados do exercício, sendo revertidas em períodos de relato posteriores quando os motivos que levaram ao seu reconhecimento inicial cessarem. Para o efeito, a nova quantia depreciada não será superior àquela que estaria contabilizada, caso não tivessem sido imputadas perdas por imparidade ao activo, considerando as depreciações que este teria sofrido.

O valor recuperável é determinado como o mais elevado entre o seu preço de venda líquido e o seu valor de uso, sendo este calculado com base no valor actual dos fluxos de caixa es-timados futuros que se esperam vir a obter do uso continuado do activo e da sua alienação no fim da sua vida útil.

2.9 Activos intangíveisOs activos intangíveis são registados ao custo e são amortizados de forma linear pelo perío-do de vida útil estimado de três anos.

2.10 LocaçõesO Banco classifica as operações de locação como locações financeiras ou locações operacio-nais, em função da sua substância e não da sua forma legal cumprindo os critérios definidos no IAS 17 - Locações. São classificadas como locações financeiras as operações em que os riscos e benefícios inerentes à propriedade de um activo são substancialmente transferidas para o lo-catário. Todas as restantes operações de locação são classificadas como locações operacionais.

Locações operacionaisOs pagamentos efectuados pelo Banco à luz dos contratos de locação operacional são regis-tados em custos nos períodos a que dizem respeito.

Locações financeirasNa óptica do locatário, os contratos de locação financeira são registados na data do seu início, no activo e no passivo, sendo capitalizadas ao menor entre o justo valor dos bens locados e os pagamentos mínimos contratualizados pelo custo de aquisição da propriedade locada, que é equivalente ao valor actual das rendas de locação vincendas. As rendas são constituídas (i) pelo encargo financeiro que é debitado em resultados e (ii) pela amortização financeira do capital que é deduzida ao passivo. Os encargos financeiros são reconhecidos como custos ao longo do período da locação, a fim de produzirem uma taxa de juro periódica constante sobre o saldo remanescente do passivo em cada período. Os bens adquiridos em regime de locação financeira são depreciados ao menor entre a vida útil dos bens, e o período de locação.

Page 11: RELATÓRIO E CONTAS 2018bancobig.co.mz/images/pdf/Relatrio--Contas-2018... · Imparidades 1 699 276 18 304 178 Provisões - (3 231 000) Custos Operacionais (128 843 694) (111 439

(Continuação 11/15)

Na óptica do locador, os contratos de locação financeira são registados no balanço como créditos concedidos pelo valor equivalente ao investimento líquido realizado nos bens loca-dos, juntamente com qualquer valor residual não garantido a favor do Banco. Os juros incluí-dos nas rendas debitadas aos clientes são registadas como proveitos, enquanto as amortiza-ções de capital também incluídas nas rendas são deduzidas ao valor do crédito concedido a clientes. O reconhecimento dos juros reflecte uma taxa de retorno periódica constante sobre o investimento líquido remanescente do locador.

2.11 Benefícios a empregadosOs colaboradores com vínculo contratual ao Banco estão, na sua totalidade, inscritos na Segurança Social. As responsabilidades do Banco com pensões consistem, desta forma, no pagamento de um suplemento que completará a eventual prestação do sistema de Segu-rança Social.

O Banco não dispõe ainda de um plano de pensões, limitando-se às contribuições obrigató-rias para a Segurança Social conforme determinado por Lei em Moçambique.

Remunerações variáveis aos empregados e Órgãos de AdministraçãoAs remunerações variáveis atribuídas aos empregados e aos órgãos de administração são contabilizadas em resultados do exercício a que respeitam.

2.12 ProvisõesSão reconhecidas provisões quando (i) o Banco tem uma obrigação presente, legal ou cons-trutiva como resultado de um acontecimento passado, (ii) seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido e (iii) quando possa ser feita uma estimativa fiável do valor dessa obri-gação. Nos casos em que o efeito do desconto é material, a provisão corresponde ao valor actual dos pagamentos futuros esperados, descontados a uma taxa que considera o risco associado a essa obrigação.

As provisões são desreconhecidas através da sua utilização para cumprimento das obriga-ções para as quais foram inicialmente constituídas ou nos casos em que estas deixam de se observar.

2.13 Impostos sobre lucrosO Banco está sujeito ao regime estabelecido no Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRPC). Adicionalmente, são registados impostos diferidos resultantes das diferenças temporárias entre os valores contabilísticos e as bases fiscais para o efeito, sempre que haja uma probabilidade razoável de que tais impostos venham a ser pagos ou recuperados no futuro.

Os impostos sobre lucros compreendem os impostos correntes e os impostos diferidos. Os impostos sobre lucros são reconhecidos na demonstração dos resultados, excepto quando relacionados com itens que sejam reconhecidos directamente nos capitais próprios, facto que implica o seu reconhecimento em capitais próprios.

Os impostos sobre lucros reconhecidos nos capitais próprios decorrentes da reavaliação de activos financeiros disponíveis para venda são posteriormente reconhecidos em resultados no momento em que forem reconhecidos em resultados os ganhos e perdas que lhes deram origem.

Os impostos correntes são os que se esperam que sejam pagos com base no resultado tri-butável apurado de acordo com as regras fiscais em vigor, ou substancialmente aprovadas, e utilizando a taxa de imposto em cada jurisdição do Banco.

Os impostos diferidos são calculados de acordo com as regras fiscais em vigor, ou subs-tancialmente aprovadas, e utilizando as taxas de imposto à data de balanço em cada jurisdição e que se espera venham a ser aplicadas quando as diferenças temporárias se reverterem.

Os impostos diferidos activos são reconhecidos apenas na medida em que seja expectável que existam lucros tributáveis no futuro, capazes de absorver as diferenças temporárias de-dutíveis.

2.14 Reconhecimento de rendimentos de serviços e comissõesOs rendimentos resultantes de serviços e comissões são reconhecidos de acordo com os seguintes critérios:

z Quando obtidos à medida que os serviços são prestados, o seu reconhecimento em resultados é efectuado no período a que respeitem;

z Quando são uma parte integrante da taxa de juro efectiva de um instrumento financeiro, os rendimentos de serviços e comissões são registados em resultados pelo método da taxa de juro efectiva.

2.15 Reconhecimento de jurosOs resultados referentes a juros de instrumentos financeiros não derivados mensurados ao custo amortizado e de activos financeiros disponíveis para venda, utilizando o método da taxa efectiva, são reconhecidos nas rubricas de juros e proveitos similares ou juros e custos similares, utilizando o método da taxa efectiva. Os juros dos activos e dos passivos finan-ceiros detidos para negociação são também incluídos na rubrica de Juros e rendimentos similares ou Juros e encargos similares, respectivamente.

A taxa de juro efectiva é a taxa que desconta exactamente os pagamentos ou recebimentos futuros estimados durante a vida esperada do instrumento financeiro, ou quando apropriado, um período mais curto, para o valor líquido actual de balanço do activo ou passivo financeiro. No caso da taxa de juro fixa, a taxa de juro efectiva é estabelecida no reconhecimento inicial dos activos e passivos financeiros e não é revista subsequentemente.

Para o cálculo da taxa de juro efectiva são estimados os fluxos de caixa futuros considerando todos os termos contratuais do instrumento, não considerando, no entanto, eventuais perdas de crédito futuras. O cálculo inclui as comissões que sejam parte integrante da taxa de juro efectiva, custos de transacção e todos os prémios e descontos directamente relacionados com a transacção.

No caso de activos financeiros ou grupos de activos financeiros semelhantes para os quais foram reconhecidas perdas por imparidade, os juros registados em resultados são determi-nados com base na taxa de juro utilizada na mensuração da perda por imparidade.

No que se refere aos instrumentos financeiros derivados, com excepção daqueles clas-sificados como derivados para gestão de risco (nota 2.2), a componente de juro ineren-te à variação de justo valor não é separada e é classificada na rubrica de Resultados de activos e passivos ao justo valor através de resultados. A componente de juro inerente à variação de justo valor dos instrumentos financeiros derivados para gestão de risco é reconhecida nas rubricas de Juros e rendimentos similares ou Juros e encargos si-milares.

Os proveitos são registados à medida que são gerados, independentemente do momento do seu pagamento. Os rendimentos são reconhecidos na medida em que é provável que o seu benefício económico flua para o Banco.

2.16 Resultados por acçãoOs resultados por acção básicos são calculados dividindo o lucro atribuível aos accionistas do Banco pelo número médio ponderado de acções ordinárias emitidas, excluindo o número médio de acções próprias ordinárias detidas pelo Banco.

Para o cálculo dos resultados por acção diluídos, o número médio ponderado de acções ordinárias emitidas é ajustado de forma a reflectir o efeito de todas as potenciais acções ordinárias diluidoras, como as resultantes de dívida convertível e de opções sobre acções próprias concedidas aos trabalhadores. O efeito da diluição traduz-se numa redução nos resultados por acção, resultante do pressuposto de que os instrumentos convertíveis são convertidos ou de que as opções concedidas são exercidas.

2.17 Caixa e equivalentes de caixaPara efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a caixa e seus equivalentes englobam os valores registados no balanço com maturidade inferior a três meses a contar da data de aqui-sição/contratação, com risco imaterial de flutuação de justo valor, onde se incluem o caixa, as disponibilidades em bancos centrais e em outras instituições de crédito.

A caixa e equivalentes de caixa excluem os depósitos de natureza obrigatória realizados junto de bancos centrais.

2.18 Reconhecimento de dividendosOs rendimentos de instrumentos de capital (dividendos) são reconhecidos quando o direito de receber o seu pagamento é declarado.

2.19 Reporte por segmentosConsiderando que o Banco não detém títulos de capital próprio ou de dívida que sejam negociados publicamente, à luz do parágrafo 2 do IFRS 8, o Banco não apresenta informação relativa aos segmentos.

Nota 3 Principais estimativas e julgamentos utilizados na elaboração das demonstrações financeirasOs IFRS estabelecem uma série de tratamentos contabilísticos e requerem que a gestão efectue julgamentos e faça estimativas necessárias de forma a decidir qual o tratamento contabilístico mais adequado. As principais estimativas contabilísticas e julgamentos utili-zados na aplicação dos princípios contabilísticos pelo Banco são apresentadas nesta nota com o objetivo de melhorar o entendimento de como a sua aplicação afecta os resultados reportados pelo Banco e a sua divulgação. Uma descrição alargada das principais políticas contabilísticas utilizadas pelo Banco é apresentada na nota 2 às demonstrações financeiras.

3.1 Imparidade de activos financeirosAs metodologias e pressupostos utilizados para este efeito foram estabelecidos em confor-midade com as disposções da da norma IFRS 9 - “Instrumentos financeiros” e estão detalha-damente explicadas na Nota 2.4 acima.

3.2 Justo valor dos instrumentos financeirosO justo valor é baseado em cotações de mercado, quando disponíveis, e na ausência de cota-ção é determinado com base na utilização de preços de transacções recentes, semelhantes e realizadas em condições de mercado, ou com base em metodologias de avaliação, baseadas em técnicas de fluxos de caixa futuros descontados considerando as condições de mercado, o valor temporal, a curva de rentabilidade e factores de volatilidade. Estas metodologias podem requerer a utilização de pressupostos ou julgamentos na estimativa do justo valor.

Consequentemente, a utilização de diferentes metodologias ou de diferentes pressupostos ou julgamentos na aplicação de determinado modelo, poderia originar resultados financeiros diferentes daqueles reportados.

3.3 Impostos sobre os lucrosO Banco encontra-se sujeito ao pagamento de impostos sobre lucros. A determinação do montante global de impostos sobre os lucros requer determinadas interpretações e estima-tivas. Existem diversas transacções e cálculos para os quais a determinação do valor final de imposto a pagar é incerto durante o ciclo normal de negócios.

Outras interpretações e estimativas poderiam resultar num nível diferente de impostos sobre os lucros, correntes e diferidos, reconhecidos no período.

A Autoridade Tributária tem a possibilidade de rever a situação fiscal do Banco durante um período de 5 anos, excepto nos casos de utilização de prejuízos fiscais reportáveis, em que o prazo de caducidade é o do exercício desse direito. Desta forma, podem ser eventual-mente feitas correcções à matéria colectável, resultantes principalmente de diferenças na interpretação da legislação fiscal. No entanto, é convicção do Conselho de Administração do Banco de que não haverá correções significativas aos impostos sobre lucros registados nas demonstrações financeiras.

Nota 4 Margem financeiraO saldo desta rubrica tem a seguinte composição:

2018 2017

Juros e rendimentos similares

Juros de aplicações 60 276 747 4 496 691

Juros de títulos 140 680 108 79 665 754

Juros de disponibilidades 5 429 962 79 221 077

Juros de crédito a clientes - 122 332

206 386 817 163 505 854

Juros e encargos similares

Juros de recursos de clientes (67 391 267) (62 233 276)

Juros de recursos de instituições de crédito (2 122 845) (6 470 248)

(69 514 112) (68 703 524)

136 872 705 94 802 330

Nota 5 Resultados de serviços e comissõesO valor desta rubrica é composto por:

2018 2017

Rendimentos de serviços e comissões

Por operações realizadas por conta de terceiros 38 690 651 10 187 585

Por serviços prestados 109 464 6 469 901

Outros rendimentos de serviços e comissões 90 915 170 476

Por serviços de assessoria financeira 46 846 389 15 028 899

Por compromissos perante terceiros - -

Por garantias prestadas 916 656 443 759

86 654 075 32 300 620

Encargos com serviços e comissões

Por serviços bancários de terceiros ( 171 011) ( 485 741)

Por operações sobre instrumentos financeiros (3 100 249) (2 525 990)

(3 271 260) (3 011 731)

83 382 815 29 288 889

Nota 6 Resultados de operações financeirasEm 31 de Dezembro de 2018, esta rubrica apresentou os seguintes movimentos:

2018 2017

Ganhos Perdas Total Ganhos Perdas Total

Obrigações e outros títulos de rendimento fixo

De emissores públicos 102 135 377 - 102 135 377 63 284 064 - 63 284 064

De outros emissores 10 593 041 ( 36 269) 10 556 772 7 949 105 ( 26 484) 7 922 621

Ações 1 947 312 - 1 947 312 - - -

114 675 730 ( 36 269) 114 639 461 71 233 169 ( 26 484) 71 206 685

Nota 7 Resultados de reavaliação cambialEm 31 de Dezembro de 2018, esta rubrica inclui ganhos, no montante de 860 239 meticais relativos à reavaliação da posição cambial à vista, e ganhos de 1 257 605 meticais gerados com operações de compra e venda de moeda estrangeira.

Esta rubrica inclui os resultados decorrentes da reavaliação cambial de activos e passivos monetários denominados em moeda estrangeira de acordo com a política contabilística des-crita na nota 2.3.

Nota 8 Outros resultados de exploraçãoO valor desta rubrica é composto por:

2018 2017

Outros proveitos de exploração

Reembolsos de despesas - 30 357

Outros 24 24 805

24 55 162

Outros custos de exploração

Impostos directos e indirectos - ( 20 083)

Quotizações e donativos ( 685 836) ( 368 676)

Outros - ( 380 165)

( 685 836) ( 768 924)

Outros resultados de exploração ( 685 812) ( 713 762)

Nota 9 Custos com pessoalPara o exercício de 2018, esta rubrica apresenta a seguinte decomposição:

2018 2017

Remunerações (72 354 790) (64 525 002)

Encargos sociais obrigatórios (1 516 414) ( 961 458)

Outros custos com o pessoal ( 201 020) ( 522 094)

(74 072 224) (66 008 554)

Por categoria profissional, o número de colaboradores em 31 de Dezembro de 2018 analisa--se como segue:

2018 2017

Funções específicas 24 27

Funções de chefia 4 4

Funções directivas 4 3

Funções administrativas 2 1

Funções auxiliares 2 3

36 38

Nota 10 Gastos gerais administrativosO valor desta rubrica é composta por:

2018 2017

Fornecimentos (5 543 880) (5 508 802)

Rendas e alugueres (12 158 625) (16 057 981)

Comunicações (3 402 540) (4 510 851)

Deslocações, estadas e representação (3 861 934) (7 038 924)

Serviços especializados:

- Avenças e honorários (3 556 863) (8 913 240)

- Informática (4 940 745) (5 925 541)

- Segurança e vigilância ( 513 140) ( 322 774)

- Outros serviços especializados ( 191 559) ( 522 882)

Outros (12 379 796) (4 032 728)

(46 549 082) (52 833 723)

2018 2017

Serviços de Auditoria e Revisão legal de contas 2 792 567 2 624 935

2 792 567 2 624 935

Nota 11 Activos tangíveisEm 31 de Dezembro de 2018, esta rubrica tem a seguinte composição:

2018 2017

Imóveis

Beneficiações em imóveis 17 166 219 9 016 045

17 166 219 9 016 045

Equipamento

Equipamento informático 16 818 092 14 794 735

Mobiliário e material 12 714 576 4 372 080

Instalações e interiores 21 948 090 230 000

Equipamento de segurança 151 634 151 634

Aparelhagem de som e imagem 206 776 150 659

Outros equipamento 37 500 9 500

Material de transporte 6 136 901 6 136 901

58 013 569 25 845 509

Activos tangíveis em curso

Equipamento informático 7 129 792 5 861 780

7 129 792 5 861 780

82 309 580 40 723 334

Depreciação acumulada (17 475 677) (12 486 655)

Valor de balanço 64 833 903 28 236 679

Imóveis EquipamentoImobilizado

em curso Total

Custo

Saldo em 31 de Dezembro de 2016 9 016 045 23 555 360 8 991 579 41 562 984

Adições - - 2 483 009 2 483 009

Transferências - 2 290 149 (2 381 808) ( 91 659)

Abates - - (3 231 000) (3 231 000)

Saldo em 31 de Dezembro de 2017 9 016 045 25 845 509 5 861 780 40 723 334

Adições - - 41 586 246 41 586 246

Transferências 8 150 174 32 168 060 (40 318 234) -

Abates - - - -

Saldo em 31 de Dezembro de 2018 17 166 219 58 013 569 7 129 792 82 309 580

Depreciações

Saldo em 31 de Dezembro de 2016 ( 603 660) (5 164 546) - (5 768 206)

Amortizações do exercício (1 180 482) (5 537 966) - (6 718 448)

Saldo em 31 de Dezembro de 2017 (1 784 142) (10 702 512) - (12 486 655)

Amortizações do exercício (1 468 662) (3 790 838) - (5 259 500)

Itens não reflectidos no activo fixo 270 477 270 477

Saldo em 31 de Dezembro de 2018 (3 252 804) (14 222 873) - (17 475 677)

Saldo líquido em 31 de Dezembro de 2018 13 913 415 43 790 696 7 129 792 64 833 903

Saldo líquido em 31 de Dezembro de 2017 7 231 903 15 142 997 5 861 780 28 236 679

Page 12: RELATÓRIO E CONTAS 2018bancobig.co.mz/images/pdf/Relatrio--Contas-2018... · Imparidades 1 699 276 18 304 178 Provisões - (3 231 000) Custos Operacionais (128 843 694) (111 439

(Continuação 12/15)

Nota 12 Activos intangíveisEm 31 de Dezembro de 2018, esta rubrica tem a seguinte composição:

2018 2017

Adquiridos a terceiros

Sistema de tratamento automático de dados 6 344 246 3 319 163

6 344 246 3 319 163

Activos intangíveis em curso

Sistema de tratamento automático de dados - 2 721 000

- 2 721 000

6 344 246 6 040 163

Amortização acumulada (6 344 246) (1 682 085)

Valor de balanço - 4 358 078

O movimento nesta rubrica foi o seguinte:

Sistema de tratamento

automático de dados

Imobilizado em curso Total

Custo

Saldo em 31 de Dezembro de 2016 2 592 147 1 371 923 3 964 070

Adições - 2 076 093 2 076 093

Transferências 727 016 ( 727 016) -

Saldo em 31 de Dezembro de 2017 3 319 163 2 721 000 6 040 163

Adições 220 323 83 760 304 083

Transferências 2 804 760 (2 804 760) -

Saldo em 31 de Dezembro de 2018 6 344 246 - 6 344 246

Amortizações

Saldo em 31 de Dezembro de 2016 ( 729 967) - ( 729 967)

Amortizações do exercício ( 952 117) - ( 952 117)

Saldo em 31 de Dezembro de 2017 (1 682 084) - (1 682 084)

Amortizações do exercício (4 662 162) - (4 662 162)

Saldo em 31 de Dezembro de 2018 (6 344 246) - (6 344 246)

Saldo líquido em 31 de Dezembro de 2018 - - -

Saldo líquido em 31 de Dezembro de 2017 1 637 078 2 721 000 4 358 078

Nota 13 Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integralEm 31 de Dezembro de 2018, esta rubrica tem a seguinte composição:

CustoReserva de justo valor Perdas por

imparidadeValor balanço

Positiva Negativa

Obrigações e outros títu-los de rendimento fixo

De emissores públicos 544 413 193 - - - 544 413 193

De outros emissores 148 943 683 - - - 148 943 683

Saldo em 31 de Dezembro de 2017 693 356 876 - - - 693 356 876

Obrigações e outros títu-los de rendimento fixo

De emissores públicos 831 526 249 8 865 380 (1 493 861) (3 770 218) 835 127 550

De outros emissores 140 626 406 2 472 707 (5 580 946) (397 178) 137 120 989

Saldo em 31 de Dezembro de 2018 972 152 655 11 338 087 (7 074 807) (4 167 396) 972 248 539

Em relação à hierarquia do justo valor os activos financeirao nesta rúbrica apresentavam em 31 de Dezembro de 2018 o seguinte desdobramento:

2018 2017

Cotação de mer-

cado (nível 1)

Modelos de valoriza-ção com

parâmetros observáveis no mercado

(nível 2) Total

Cotação de mercado

(nível 1)

Modelos de valoriza-ção com

parâmetros observáveis no mercado

(nível 2) Total

Obrigações e outros títulos de rendimen-to fixo

De emis-sores públicos - 835 127 550 835 127 550 520 596 194 23 816 998 544 413 192

De outros emisso-res - 137 120 989 137 120 989 42 570 667 106 373 017 148 943 684

- 972 248 539 972 248 539 563 166 861 130 190 015 693 356 876

Em 31 de Dezembro de 2018, a distribuição dos activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral por prazos de maturidade residual é como se segue:

2018 2017

Até 3 meses 3 686 271 3 782 781

De 3 meses a 1 ano 10 490 637 20 034 217

De 1 a 5 anos 958 071 631 669 539 878

Mais de 5 anos - -

972 248 539 693 356 876

As perdas por imparidade apresentam os seguintes movimentos no período reportado:

2018 2017

Saldo inicial conforme IAS 39 (31 de Dezembro) - 18 304 178

Ajustamento de transição para IFRS 9 5 866 672 -

Dotações 4 022 449 -

Utilizações/Reversões (5 721 725) (18 304 178)

Reforço / (Reversão) de imparidade no ano (1 699 276) (18 304 178)

Saldo final 4 167 396 -

Nota 14 Activos e passivos por impostos correntesEm 31 de Dezembro de 2018, esta rubrica tem a seguinte composição:

2018 2017

Estimativa de imposto do exercício (20 424 388) -

Retenções na fonte:

- a título de pagamento por conta 44 725 108 20 209 165

Activos / (Passivos) por impostos correntes 24 300 720 20 209 165

O Banco determinou o montante do seu imposto corrente sobre os rendimentos para o exer-cício de 2018 tendo por base uma taxa nominal de imposto de 32%.

2018 2017

Taxa de imposto Valor

Taxa de imposto Valor

Resultado antes de impostos 207 483 319 73 226 967

Resultado apurado com base na taxa de imposto 32,00% 66 394 662 32,00% 23 432 630

Correções nos casos de crédito de imposto 0,00% - 0,00% -

Custos não dedutíveis para efeitos fiscais 2,84% 5 891 554 6,90% 5 049 498

Proveitos não tributáveis -22,88% (47 477 751) -44,57% (32 636 566)

Rendimento sujeito a taxas libera-tórias de imposto 13,10% 27 189 554 0,00% 17 189 293

Dedução de prejuízos fiscais -2,11% (4 384 077) 5,67% 4 154 438

22,95% 47 613 942 23,47% 17 189 293

A Autoridade Tributária tem a possibilidade de rever a situação fiscal do Banco durante um período de 5 anos, excepto nos casos de utilização de prejuízos fiscais reportáveis, em que o prazo de caducidade é o do exercício desse direito. Desta forma, podem ser eventualmente feitas correções à matéria colectável, resultantes principalmente de diferenças na interpreta-ção da legislação fiscal. No entanto, é convicção do Conselho de Administração de que não haverá correções significativas aos impostos sobre lucros registados nas demonstrações financeiras.

Para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2018, o Banco reconheceu impostos diferidos resultantes de diferenças temporárias entre as bases contabilística e fiscal de apuramento do montante de imparidades na sua carteira bancária.

2018 2017

Reconhecido em reservas

Imposto diferido 513 086 -

513 086 -

Reconhecido em resultados

Imposto diferido 1 214 359 (5 900 721)

1 727 445 (5 900 721)

Nota 15 Caixa e disponibilidades em bancos centraisEm 31 de Dezembro de 2018, esta rubrica tem a seguinte composição:

2018 2017

Caixa 56 833 101 082

Depósitos à ordem no Banco de Moçambique

- Moeda Nacional 86 414 580 60 111 342

- Moeda Estrangeira 5 794 389 15 350 466

Valor de balanço 92 265 802 75 562 890

Saldo mínimo de reservas obrigatórias no Banco de Moçambi-que

(102 628 120) (65 414 566)

Aplicações em instituições financeiras 97 468 932 183 237 429

Disponibilidades em outras instituições de crédito 4 671 720 43 528 078

Caixa e equivalentes de caixa 91 778 334 236 913 831

A rubrica Depósitos à ordem em bancos centrais inclui os depósitos constituídos para satisfa-zer as exigências do regime de constituição de reservas obrigatórias mínimas conforme regu-lamentado pelo Aviso 12/GBM/2017 de 8 de Junho de 2017. De acordo com o referido aviso, as reservas obrigatórias correspondem, em percentagem dos saldos de depósitos de clientes, a 14% e 27% em moeda nacional e em moeda estrangeira, respectivamente, das quais são excluídas as instituições de crédito sujeitas ao regime de constituição de reservas obrigatórias. A constituição é efectuada em Meticais para os depósitos em moeda nacional e em Dólares Norte-americanos para os depósitos em moeda estrangeira e, não são remunerados.

O cumprimento das disponibilidades mínimas obrigatórias, para um dado período de cons-tituição, é concretizado tendo em consideração o valor dos saldos dos depósitos junto do Banco de Moçambique durante o referido período. O saldo das contas no Banco de Moçam-bique em 31 de Dezembro de 2018 inclui 97 127 360 meticais e USD 89 487 correspondentes às reservas obrigatórias mínimas a observar no período de constituição de 07 de Dezembro de 2018 a 6 de Janeiro de 2019.

Nota 16 Disponibilidades em outras instituições de créditoEm 31 de Dezembro de 2018, esta rubrica tem a seguinte composição:

2018 2017

Disponibilidades em outras instituições de crédito no país

- Moeda Nacional 479 361 6 008 588

- Moeda Estrangeira 84 483 2 414 955

Disponibilidades em outras instituições de crédito no estran-geiro

- Depósitos à ordem 4 107 876 35 104 535

4 671 720 43 528 078

Nota 17 Aplicações em instituições de créditoEm 31 de Dezembro de 2018, esta rubrica tem a seguinte composição:

2018 2017

Aplicações em instituições de crédito

No país 232 793 864 183 237 429

No estrangeiro 24 735 576 -

257 529 440 183 237 429

Os prazos residuais das aplicações em instituições de crédito apresentavam a seguinte estrutura:

2018 2017

Até 3 meses 97 468 932 183 237 429

De 3 meses a 1 ano 160 060 508 -

257 529 440 183 237 429

A 31 de Dezembro de 2018 não existe imparidade alocada a aplicações em instituições fi-nanceiras.

Nota 18 Outros activosEm 31 de Dezembro de 2018, esta rubrica tem a seguinte composição:

2018 2017

Devedores e outras aplicações

Aplicações - contas caução 2 960 285 3 541 858

Devedores diversos 2 221 356 7 648 569

5 181 641 11 190 427

Despesas com custo diferido 4 197 571 2 262 407

Rendimentos a receber 2 897 264 51 496

Outras operações a regularizar - 25 859 060

12 276 476 39 363 390

A rubrica Aplicações – conta caução é referente a colaterais mantidos junto de locadores de imóveis para caução. A rubrica Devedores diversos respeita essencialmente a operações que estavam por liquidar em 31 de Dezembro.

Nota 19 Recursos de outras instituições de créditoEm 31 de Dezembro de 2018, esta rubrica tem a seguinte composição:

2018 2017

Recursos de instituições de crédito

No país 33 468 33 913 615

33 468 33 913 615

33 468 33 913 615

O prazo residual dos Recursos de outras instituições de crédito pode ser analisado como segue:

2018 2017

Até 3 meses - -

De 3 meses a 1 ano - 33 463 125

Duração indeterminada 33 468 450 490

33 468 33 913 615

Nota 20 Recursos de clientesEm 31 de Dezembro de 2018, esta rubrica tem a seguinte composição:

2018 2017

Depósitos à ordem 116 454 213 96 256 297

Depósitos a prazo 556 408 294 344 395 030

672 862 507 440 651 327

Os prazos residuais dos Recursos de clientes apresentavam a seguinte estrutura:

2018 2017

Até 3 meses 118 261 445 87 909 773

De 3 meses a 1 ano 438 146 849 256 485 257

Duração indeterminada 116 454 213 96 256 297

672 862 507 440 651 327

Nota 21 Outros passivosEm 31 de Dezembro de 2018, esta rubrica tem a seguinte composição:

2018 2017

Credores e outros recursos

Sector público administrativo 8 997 284 2 442 608

Outros credores 3 968 957 8 270 609

12 966 241 10 713 217

Custos a pagar

Encargos com o pessoal 24 460 895 21 390 289

Outros encargos a pagar 13 020 535 9 259 103

37 481 430 30 649 392

Outras operações a regularizar 450 995 -

450 995 -

50 898 666 41 362 609

Nota 22 Capital e reservasCapital

Em 31 de Dezembro de 2018, o capital do Banco encontra-se representado por 571 924 ac-ções (31 de dezembro de 2017: 484 791 acções), com o valor nominal de 1 000 meticais cada, integralmente subscrito e realizado.

Em 31 de Dezembro de 2018, a estrutura accionista do Banco é a seguinte:

2018 2017

Banco de Investimento Global, S A 099,99% 099,99%

BIG Serviços Financeiros, S A 000,01% 000,01%

Joel Rodrigues 000,01% 000,01%

100,00% 100,00%

Reservas e resultados transitadosOs movimentos em reservas e resultados transitados justificam-se da seguinte forma:

Saldo em 31 12 2017 11 413 394

Transição para IFRS 9 (Imparidade líquida) (3 989 337)

Aumento de capital por incorporação de reservas (11 413 394)

Ajustamento da posição cambial (25 859 060)

Saldo em 31 12 2018 (29 848 397)

Nota 23 Resultados por acçãoOs resultados por acção básicos são calculados efectuando a divisão do resultado líquido pelo número médio ponderado de acções ordinárias em circulação durante o ano.

Os resultados por acção diluídos são calculados ajustando o efeito de todas as potenciais ac-ções ordinárias diluidoras ao número médio ponderado de acções ordinárias em circulação e ao resultado líquido atribuível aos accionistas do Banco.

2018 2017

Resultado líquido atribuível aos accionistas do banco 161 083 736 50 136 953

Número médio ponderado de acções ordinárias emitidas 528 358 484 791

Número médio de acções ordinárias em circulação 528 358 484 791

Resultado por acção básico atribuível aos accionistas do banco (em meticais) 304,88 103,42

Nota 24 Compromissos e activos contigenciaisActivos contigenciais

Para satisfazer as necessidades dos seus clientes, o BiG pode assumir compromissos e deter activos contigenciais. Embora as obrigações associadas possam não ser reconhecidas no balanço, possuem um risco de crédito inerente e por isso constituem uma parte do risco a que o Banco se encontra exposto.

Entretanto, com referência ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2018, o BiG não detinha em carteira nenhuns activos contigenciais e nem tinha assumido compromissos com risco de crédito subjacente.

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(Continuação 13/15)

Compromissos associados a locações operacionais – Banco como locatário

O BiG realizou contratos de locação operacional de imóveis em que assume o papel de locatário. Os futuros pagamentos mínimos referentes a locações operacionais em 31 de De-zembro de 2018 e 31 de Dezembro de 2017 apresentam-se como segue:

2018 2017

Até 1 ano 25 251 600 18 497 406

Mais de 5 anos 101 006 400 80 739 360

126 258 000 99 236 766

Nota 25 Partes relacionadasNos termos da IAS 24, são entidades relacionadas aquelas nas quais o BiG exerce, directa ou indirectamente, uma influência significativa sobre a sua gestão e política financeira (Associa-das e Subsidiárias) e aquelas que exercem influência significativa sobre a gestão do Banco (Accionistas, Pessoal Chave: Membros do Conselho de Administração e Directores).

Ocorrem diversas transacções bancárias, depósitos, garantias e outras operações com en-tidades relacionadas, que foram realizadas numa base comercial no decurso normal do ne-gócio.

As transacções realizadas durante o ano com as entidades relacionadas e os respectivos saldos em 31 de Dezembro de 2018 são os seguintes:

2018 2017

AccionistasPessoal

chave Total AccionistasPessoal

chave Total

Activo

Disponibilida-des em outras instituições de crédito 4 107 877 - 4 107 877 35 104 535 - 35 104 535

Aplicações em insti-tuições de crédito 24 735 575 - 24 735 575 - - -

Outros deve-dores - - - 4 407 066 - 4 407 066

28 843 452 - 28 843 452 39 511 601 - 39 511 601

Passivo

Recursos de clientes - 12 751 398 12 751 398 - 16 878 109 16 878 109

- 12 751 398 12 751 398 - 16 878 109 16 878 109

Proveitos

Juros 5 429 963 - 5 429 963 607 049 - 607 049

5 429 963 - 5 429 963 607 049 - 607 049

Custos

Comissões e despesas 76 634 - 76 634 138 990 - 138 990

76 634 - 76 634 138 990 - 138 990

Nota 26 Gestão de RiscoClassificação contabilística e justo valorA tabela abaixo apresenta o valor contabilístico e o justo valor dos activos e passivos finan-ceiros do Banco:

2018

Ao custo amortizado

Ao justo valor através

de resulta-dos

Ao justo valor através

de outro rendimento

integralTotal do valor contabilístico Justo valor

Activos financeiros

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 92 265 802 - - 92 265 802 92 265 802

Disponibilidades em outras instituições de crédito 4 671 720 - - 4 671 720 4 671 720

Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - - 972 248 539 972 248 539 972 248 539

Aplicações em institui-ções de crédito 257 529 440 - - 257 529 440 257 529 440

Outros activos 103 138 544 - - 103 138 544 103 138 544

Total de activos financeiros 457 605 506 - 972 248 539

1 429 854 045

1 429 854 045

Passivos financeiros

Recursos de outras insti-tuições de crédito 33 468 - - 33 468 33 468

Recursos de clientes 672 862 507 - - 672 862 507 672 862 507

Outros passivos 50 898 666 - - 50 898 666 50 898 666

Total de passivos financeiros 723 794 641 - - 723 794 641 723 794 641

2017

Ao custo amortizado

Ao justo valor através

de resulta-dos

Disponíveis para venda

Total do valor contabilístico Justo valor

Activos financeiros

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 75 562 890 - - 75 562 890 75 562 890

Disponibilidades em outras instituições de crédito 43 528 078 - - 43 528 078 43 528 078

Activos financeiros dis-poníveis para venda - - 693 356 876 693 356 876 693 356 876

Aplicações em institui-ções de crédito 183 237 429 - - 183 237 429 183 237 429

Outros activos 92 167 312 - - 92 167 312 92 167 312

Total de activos financeiros 394 495 709 - 693 356 876

1 087 852 585

1 087 852 585

Passivos financeiros

Recursos de outras insti-tuições de crédito 33 913 615 - - 33 913 615 33 913 615

Recursos de clientes 440 651 327 - - 440 651 327 440 651 327

Outros passivos 41 362 609 - - 41 362 609 41 362 609

Total de passivos financeiros 515 927 551 - - 515 927 551 515 927 551

Risco de créditoO risco de crédito define-se como a perda em que o Banco incorreria se um mutuário, con-traparte ou emitente de valores mobiliários falhasse no cumprimento das suas obrigações contratuais para com o Banco.

Exposição a risco de crédito 2018 2017

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 92 265 802 75 562 890

Disponibilidades em outras instituições de crédito 4 671 720 43 528 078

Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral

972 248 539 693 356 876

Aplicações em instituições de crédito 257 529 440 183 237 429

Outros activos 38 304 641 59 572 555

Total de activos sujeitos a risco de crédito 1 365 020 142 1 055 257 828

Activos não sujeitos risco de crédito 64 833 903 32 594 757

Total do activo 1 429 854 045 1 087 852 585

Risco de liquidez

O risco de liquidez decorre da gestão dos activos e passivos do Banco. A política do BiG relativa à liquidez e financiamento baseia-se nos seguintes princípios: (1) financiamento dos activos antes da sua aquisição, (2) o pressuposto de que a maior parte dos activos que com-põem o Balanço deveria ser convertível em liquidez num curto espaço de tempo, (3) um pro-grama para construir uma base estável de depósitos e (4) assumir que se mantem um razo-ável nível de independência do mercado de financiamento junto de outras instituições Com efeito, estes princípios definem o modelo de negócio do BiG, que é baseado em comissões e prestação de serviços e pressupõe uma base de activos composta por activos líquidos, em detrimento de crédito ilíquido.

Na prática, o processo de gestão de liquidez do Banco é uma questão estratégica e diária do Conselho de Administração. Este engloba os detalhes sobre os controlos dos fluxos de entrada e saída, as questões de preçário e reputação, o controlo sobre colaterais, o processo do ALCO e os aspectos do plano de recuperação que transmite a natureza fundamental do modelo de negócio: activos líquidos, flexíveis e de qualidade financiados de forma conserva-dora por depósitos estáveis e capital.

O presente balanço do BiG e os fluxos futuros de caixa apresentavam, por prazos de maturi-dade remanescente, a decomposição seguinte para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2018 e 31 de Dezembro de 2017, respectivamente:

2018

À vista Até 3 mesesDe 3 meses a

um anoEntre a 1 a 5

anosMais de 5

anos Total

Activos financeiros

Caixa e dis-ponibilidades em bancos centrais 92 265 802 - - - - 92 265 802

Disponibilida-des em outras instituições de crédito 4 663 876 7 844 - - - 4 671 720

Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - 24 737 623 155 243 120 1 292 470 933 - 1 472 451 676

Aplicações em insti-tuições de crédito - 97 534 454 171 378 053 - - 268 912 507

Outros activos 479 109 11 797 367 - - - 12 276 476

Total de activos financeiros 97 408 787 134 077 288 326 621 173 1 292 470 933 - 1 850 578 181

Passivos financeiros

Recursos de outras instituições de crédito 33 468 - - - - 33 468

Recursos de clientes 116 454 213 118 261 445 438 146 849 - - 672 862 507

Outros pas-sivos - 40 568 430 3 807 830 - - 44 376 260

Total de passivos financeiros 116 487 681 158 829 875 441 954 679 - - 717 272 235

2017

À vista Até 3 mesesDe 3 meses a

um anoEntre a 1 a 5

anosMais de 5

anos Total

Activos financeiros

Caixa e dis-ponibilidades em bancos centrais 75 562 890 - - - - 75 562 890

Disponibilida-des em outras instituições de crédito 43 528 079 - - - - 43 528 079

Activos financeiros disponíveis para venda - 4 690 649 25 142 942 858 687 144 - 888 520 735

Aplicações em insti-tuições de crédito - 183 237 429 - - - 183 237 429

Outros activos - 7 648 569 28 172 963 - 3 541 858 39 363 390

Total de activos financeiros 119 090 969 195 576 647 53 315 905 858 687 144 3 541 858 1 230 212 523

Passivos financeiros

Recursos de outras instituições de crédito 450 490 - 33 463 125 - - 33 913 615

Recursos de clientes 96 255 972 88 480 014 278 824 150 - - 463 560 136

Outros pas-sivos - 10 713 216 30 649 392 - - 41 362 608

Total de passivos financeiros 96 706 462 99 193 230

342 936 667 - - 538 836 360

Risco de taxa de juroO risco de taxa de juro resulta da exposição ao nível, declive e configuração das curvas de taxa de juro, volatilidade nas taxas de juro, duração e margens de crédito. O risco de taxa de juro mede a probabilidade de ocorrência de impactos nos proveitos ou no capital do Banco, causados por movimentos nos níveis absolutos de taxas de juro, em margens entre duas taxas, ou na configuração da curva de taxas de juro, entre outros factores. O BiG controla a sua exposição a eventos adversos através da diversificação e de técni-cas de cobertura de risco. Uma posição líquida longa pressupõe uma posição longa em obrigações financiadas com liquidez de curto prazo. Uma posição líquida curta significa que o Banco vendeu obrigações na expectativa de cobrir ou recomprar a posição mais tarde com lucro.

Os itens do balanço do BiG sensíveis à taxa de juro apresentam a seguinte decomposição:

2018

Valor de balanço

Não sensíveis Até 3 meses De 3 meses a 1 ano

De 1 a 5 anos Mais de 5 anos

Caixa e dispo-nibilidades em bancos centrais

92 265 802 92 265 802 - - - -

Disponibilidades em outras institui-ções de crédito

4 671 720 4 671 720 - - - -

Activos finan-ceiros ao justo valor através de outro rendimento integral

972 248 539 - 3 686 271 10 490 637 958 071 631 -

Aplicações em instituições de crédito

257 529 440 - 97 468 932 160 060 507 - -

Outros activos 103 138 544 103 138 544 - - - -

Total 1 429 854 045 200 076 066 101 155 203 170 551 144 958 071 631 -

Recursos de outras instituições de crédito

33 468 33 468 - - - -

Recursos de clientes

672 862 507 116 454 213 118 261 445 438 146 849 - -

Outros passivos 50 898 666 50 898 666 - - - -

Total 723 794 641 167 386 347 118 261 445 438 146 849 - -

GAP (Activos - Passivos)

706 059 404 32 689 719 (17 106 242) (267 595 705) 958 071 631 -

2017

Valor de balanço

Não sensíveis Até 3 meses De 3 meses a 1 ano

De 1 a 5 anos Mais de 5 anos

Caixa e dispo-nibilidades em bancos centrais

75 562 890 75 562 890 - - - -

Disponibilidades em outras institui-ções de crédito

43 528 078 43 528 079 - - - -

Ativos financeiros disponíveis para venda

693 356 876 - 4 690 649 25 142 942 663 523 285 -

Aplicações em instituições de crédito

183 237 429 - 183 237 429 - - -

Outros activos 92 167 312 92 167 312 - - - -

Total 1 087 852 584 211 258 281 187 928 078 25 142 942 663 523 285 -

Recursos de outras instituições de crédito

33 913 615 450 490 - 33 463 125 - -

Recursos de clientes

440 651 002 96 255 972 87 909 773 256 485 257 - -

Outros passivos 41 362 609 41 362 609 - - - -

Total 515 927 226 138 069 071 87 909 773 289 948 382 - -

GAP (Activos - Passivos)

571 925 358 73 189 210 100 018 305 (264 805 440) 663 523 285 -

Risco de mercadoNa gestão do risco de mercado, o Conselho de Administração delega o controlo e supervi-são diária no ALCO. Este inclui os membros Executivos do Conselho de Administração, além de outros gestores envolvidos nas actividades geradoras de receitas e da equipa de controlo de risco.

Em suporte ao Comité, está a unidade de controlo de Risco de Crédito, responsável pela revi-são de metodologias de medição de risco e limites para todas as actividades de investimento e negociação de activos financeiros Controla ainda as decisões genéricas de investimento discutidas no ALCO, revê modelos e análises associadas ao cálculo dos vários limites para a carteira do Banco, bem como para as carteiras dos Clientes, e são responsáveis pela con-dução diária dos testes de esforço às carteiras, bem como por assegurar uma supervisão, controlo independente e verificação do cumprimento dos limites de tomada de risco pelos colaboradores de Front Office.

Adicionalmente, este grupo procura assegurar um equilíbrio eficiente entre riscos e retorno, bem como um nível apropriado de volatilidade nos resultados operacionais.

Nas suas actividades de Tesouraria e Mercado de Capitais, o BiG gera receitas através da gestão de exposições a mudanças adversas no valor dos instrumentos financeiros, produtos e carteiras. Para gerir e reportar riscos, o Conselho de Administração estabelece e revê, periodicamente, os procedimentos e sistemas definidos para assegurar níveis de controlo adequados ao capital do Banco e aos seus objectivos de negócio. A função de monitorização do Risco de Mercado em específico é desempenhada pelo Conselho de Administração que, com o Compliance, revê as políticas e procedimentos de desenvolvimento de produtos para assegurar que os níveis de risco assumidos pelos Clientes, e oferecidos pelo Banco, são apropriados às circunstâncias. Alguns dos membros do ALCO acompanham as tendências, alocações e políticas com respeito à gestão de activos próprios e de terceiros, incluindo responsabilidades associadas com mandatos de assessoria e gestão discricionária. As activi-dades desta área, embora separada da carteira própria do Banco, encontram-se sujeitas ao mesmo tipo de mecanismos e procedimentos de controlo que são utilizados pelo Banco na gestão do seu capital. Os grupos reúnem regularmente e, uma vez que incluem normalmente os dois Administradores Executivos, têm a autoridade para decidir questões do dia-a-dia. As grandes exposições ou políticas significativas são geralmente apresentadas para revisão prévia pelo Conselho de Administração Em 31 de Dezembro de 2018 e 31 de Dezembro de 2017, respectivamente, a exposição do BiG por moeda apresentava a seguinte decomposi-ção:

Page 14: RELATÓRIO E CONTAS 2018bancobig.co.mz/images/pdf/Relatrio--Contas-2018... · Imparidades 1 699 276 18 304 178 Provisões - (3 231 000) Custos Operacionais (128 843 694) (111 439

(Continuação 14/15)

2018

EuroDólar Norte Americano

Rand Sul--africano Metical Valor Total

Activo por moeda

Caixa e disponibilidades em bancos centrais - 5 774 233 20 155 86 471 414 92 265 802

Disponibilidades em outras instituições de crédito 3 575 740 616 619 - 479 361 4 671 720

Activos financeiros ao justo valor através de outro rendi-mento integral - - - 972 248 539 972 248 539

Aplicações em instituições de crédito - 24 735 575 - 232 793 865 257 529 440

Outros Activos - 3 559 967 - 99 578 577 103 138 544

Total de Activo 3 575 740 34 686 394 20 155 1 391 571 756 1 429 854 045

Passivo por moeda

Recursos de outras institui-ções de crédito - - - 33 468 33 468

Recursos de clientes 475 592 19 360 466 - 653 026 449 672 862 507

Outros passivos - 2 742 421 - 48 156 245 50 898 666

Total de Passivo 475 592 22 102 887 - 701 216 162 723 794 641

Activo - Passivo líquido por moeda 3 100 148 12 583 507 20 155 690 355 594 706 059 404

2017

EuroDólar Norte Americano

Rand Sul--africano Metical Valor Total

Activo por moeda

Caixa e disponibilidades em bancos centrais - 15 327 909 22 557 60 212 424 75 562 890

Disponibilidades em outras instituições de crédito 219 858 37 299 633 - 6 008 588 43 528 079

Activos financeiros detidos para negociação - - - - -

Activos financeiros disponíveis para venda - - - 693 356 876 693 356 876

Aplicações em instituições de crédito - - - 183 237 429 183 237 429

Crédito a clientes - - - - -

Outros Activos 139 496 4 407 066 - 87 620 750 92 167 312

Total de Activo 359 354 57 034 608 22 557 1 030 436 067 1 087 852 586

Passivo por moeda

Recursos de outras institui-ções de crédito - - - 33 913 615 33 913 615

Recursos de clientes 478 639 33 556 735 - 406 615 953 440 651 327

Outros passivos - 8 896 953 - 32 465 656 41 362 609

Total de Passivo 478 639 42 453 688 - 472 995 224 515 927 551

Activo - Passivo líquido por moeda (119 285) 14 580 920 22 557 557 440 843 571 925 035

Risco de capital

O Banco de Moçambique exige que cada banco ou grupo de bancos mantenha um nível mínimo de capital obrigatório de 9% dos activos ponderados pelo risco O capital obrigatório do Banco é gerido pelo Departamento Financeiro e divide-se em dois componentes:

z Capital Tier 1: capital social e resultados transitados;

z Capital Tier 2: empréstimos subordinados elegíveis, provisões para imparidade colectiva e ganhos não realizados decorrentes da reavaliação justa de acções e elementos extra-patrimoniais.

2018 2017

A - Fundos Próprios

Capital ordinário realizado, prémios de emissão, ações próprias e outros 571 924 000 484 791 661

Resultados e reservas formadas por resultados não distribuidos 131 235 339 11 412 733

Reservas de reavaliação de activos financeiros 6 085 872 -

Outros instrumentos de capital 1 034 25 583 687

Activos intangíveis - (4 358 078)

Fundos próprios principais de nível 1 (Common Equity Tier 1 Capital) ( A1 ) 703 159 339 496 204 394

Fundos próprios de nível 1 (Tier 1 Capital) ( A2 ) 703 159 339 491 846 316

Fundos Próprios Totais ( A3 ) 709 246 245 517 430 003

B - Ativos ponderados pelo risco ( B ) 383 083 494 221 679 685

C - Rácios de Capital

Rácio de FPP1 (Common Equity Tier 1 Capital) ( A1 / B ) 183,6% 223,8%

Rácio de FP1 (Tier 1 Capital) ( A2 / B ) 183,6% 221,9%

Rácio de Fundos Próprios Totais (Total capital ratio) ( A3 / B ) 185,1% 233,4%

Nota 30 Eventos subsequentesApós a data de balanço e até à data em que as demonstrações financeiras serão aprovadas para emissão, prevê-se a realização de um aumento de capital social, por entradas de dinheiro, no montante de até 183 140 000,00 MT (cento e oitenta e três milhões, cento e quarenta mil Meticais), passando o capital social do Banco de 571 924 000,00 MT (quinhentos e setenta e um milhões, novecentos e vinte e quatro mil Meticais) para até 755 064 000,00 MT (setecentos e cinquenta e cinco milhões, sessenta e quatro mil Meticais), com a emissão de até 183 140 (cento e oitenta e três mil cento e quarenta) acções, ao valor nominal de 1000 (mil) Meticais cada, que serão acções ordinárias.

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

BALANÇO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2018(milhares de meticais)

Código de contas ACTIVO

ANO

ANO ANTERIOR Valor antes de Provisoes, Imparidade e Amortiza-

coes

Provisoes, Imparidade e Amortizacoes

Activo Liquido

10+33001 Caixa e Disponibilidades em Bancos Centrais 92 266 - 92 266 75 563

11+3301

2 Disponibilidades em Outras Instituições de Crédito 4 672 - 4 672 43 528

153 (1)+158 (1)+163 Activos Financeiros Detidos para Negociação - - - 0

153 (1)+158 (1)+17

4 Outros Activos Finan-ceiros ao Justo valor através de Resultados - - - -

154+158 (1)+18+34888 (1)-53888 (1)5 Activos Financeiros Disponiveis para Venda 972 249 - 972 249 693 357

13+150+158 (1)+159 (1)+3303+3310 (1)+3408 (1)-350-3550-5210 (1)-5300Aplicacoes em Instituições de Crédito 257 529 - 257 529 183 237

14+151+152+158 (1)+3304+3310 (1)+34000+34008-3510-3518-35210-35211-5210 (1)-53010-53018 Créditos a Clientes - - - 0

156+158 (1)+159 (1)+22+3307+3310 (1)+3402-355-3524-5210 (1)-5303 (1)Investimentos detidos até a Maturidade - - - -

21 Derivados de Cobertura - - - -

25-3580Activos não Correntes detidos para Venda - - - -

26-3581 (1)-360 (1)Propriedade de Investi-mentos - - - -

27-3581 (1)-360 (1) Outros Activos Tangíveis 82 310 17 476 64 834 28 237

29-3583-361 Activos Intangíveis 6 344 6 344 - 4 358

24-357

Investimentos em Filiais Associadas e Empreendi-mentos Conjuntos - - - -

300Activos por Impostos Correntes 44 725 - 44 725 20 209

301Activos por Impostos Diferidos 3 092 - 3 092 -

12+157+158 (1)+159 (1)+31+32+3302+3308+3310 (1)+338+3408 (1)+348 (1)-3584-3525+50 (1)(2)-5210 (1)-5304-5308 (1)+54 (1)(3) Outros Activos 12 276 - 12 276 39 363

1 475 463 23 820 1 451 643 1 087 852

Código de contas PASSIVO ANO ANO ANTERIOR

38-3311 (1)-3410+5200+5211 (1)+5318 (1) Recursos de Bancos Centrais - -

43 (1) Passivos Financeiros detidos para Negociação 0 0

43 (1) Outros Passivos Financeiros ao Justo valor através de Resultados - -

39-3311 (1)-3411+5201+5211 (1)+5318 (1) Recursos de Outras Instituições de Créditos 33 33 914

40+41-3311 (1)-3412-3413+5202+5203+5211 (1)+5310+5311 Recursos de Clientes e Outros Empréstimos 672 863 440 651

42-3311 (1)-3414+5204+5211 (1)+5312 Responsabilidades representadas por Títulos - -

44 Derivados de Cobertura - -

45 Passivos não Correntes detidos para Venda e Operações descontinuadas - -

47 Provisões - -

490 Passivos por Impostos Correntes 20 424 -

491 Passivos por Impostos Diferidos 1 364 0

480+488+/-489 (1)-3311 (1)-3416 (1)+5206 (1)+5211 (1)+5314 (1) Outros passivos Subordinados - -

51-3311 (1)-3417-3418+50 (1)(2)+5207+5208+5211 (1)+528+538-5388+5318 (1)+54 (1)(3) Outros Passivos 50 899 41 362

0

55 Capital 571 924 484 792

602 Prémios de Emissão - -

57 Outros Instrumentos de Capital 1 25 584

-56 Acções Próprias - -

58+59 Reservas de Reavaliação 2 899 -

60-602+61 Outras Reservas e Resultados Transitados (29 848) 11 412

64 Resultado do Exercício 161 084 50 137

-63 (Dividendos Antecipados) - -

TOTAL DO PASSIVO 1 451 643 1 087 852

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2018(milhares de meticais)

Código de contas ANO ANO

79+80 Juros e Rendimentos Similares 206 387 163 506

66+67 Juros e Encargos Similares 69 514 68 704

Margem Financeira 136 873 94 802

82 Rendimentos de Instrumentos de Capital 0 0

81 Rendimentos com serviços e Comissões 86 654 32 301

68 Encargos com Serviços e Comissões 3 271 3 012

-692-693-695 (1)-696 (1)-698-69900-69910+832+833+835 (1)+836 (1)+838+83900+83910 Resultados de Activos e Passivos Avaliados ao Justo valor através de Resultados 0 0

-694+834 Resultados de Activos Financeiros Disponíveis para Venda 114 639 71 207

-690+830 Resultados de Reavaliação Cambial 2 118 (9 918)

-691-697-699 (1)-725 (1)-726 (1)+831+837+839 (1)+843 (1)+844 (1) Resultados de Alienação de Outros Activos 0 0

-695 (1)-696 (1)-69901-69911-75-720-721-725 (1)-726 (1)-728+835 (1)+836 (1)+83901+83911+840+843 (1)+844 (1)+848 Outros Resultados de Exploração (686) (714)

Produto Bancário 336 327 184 666

70 Custo com Pessoal 74 071 66 008

71 Gastos Gerais Administrativos 48 819 52 833

77 Amortização do Exercício 7 652 7 671

784+785+786+788-884-885-886-888 Provisões Líquidas de Reposições e Anulações 0 3 231

760+7610+7618+7620+76210+76211+7623+7624+7625+7630+7631+765+766-870-8720-8710-8718-87210-87211-8723-8724-8726-8730-8731-875-876 Imparidade de Outros Activos Financeiros Líquidos de Reversões e Recuperações (1 699) (18 304)

768+769 (1)-877-878 Imparidade de Outros Activos Líquida de Reversões e Recuperações 0 0

Resultado Antes de Impostos 207 484 73 227

65 Impostos Correntes 47 614 17 189

74-86 Impostos Diferidos (1 214) 5 901

640 Resultados após Impostos 161 084 50 137

-72600-7280+8480+84400 Do qual: Resultado Líquido após Impostos de Operações Descontinuadas 0 0

T O T A L 161 084 50 137

Page 15: RELATÓRIO E CONTAS 2018bancobig.co.mz/images/pdf/Relatrio--Contas-2018... · Imparidades 1 699 276 18 304 178 Provisões - (3 231 000) Custos Operacionais (128 843 694) (111 439

(Continuação 15/15)

Relatório do auditor independente

Aos Accionistas do Banco BIG Moçambique, S.A.

A nossa opinião

Em nossa opinião, as demonstrações financeiras apresentam de forma apropriada, em todos os aspectos materiais, a posição financeira do Banco BIG Moçambique, S.A. (o Banco) em 31 de Dezembro de 2018 e o seu desempenho financeiro e os seus fluxos de caixa no ano então findo em conformidade com as Normas Internacionais de Relato Financeiro.

O que auditámos

As demonstrações financeiras do Banco BIG Moçambique, S.A,, apresentadas nas páginas 52 a 93, que compreendem:

• o balanço em 31 de Dezembro de 2018;

• a demonstração de resultados para o ano então findo;

• a demonstração do rendimento integral para o ano então findo;

• a demonstração de alterações no capital próprio para o ano então findo; e a demonstração dos fluxos de caixa para o ano então findo; e

• as notas às demonstrações financeiras que incluem um sumário das políticas contabilísticas significativas.

Base para a opinião

Executámos a nossa auditoria de acordo com as Normas Internacionais de Auditoria (ISAs). As nossas responsabilidades nos termos dessas normas estão descritas neste relatório na secção Responsabilidade do auditor pela auditoria das demonstrações financeiras.

Entendemos que a prova de auditoria que obtivemos é suficiente e apropriada para proporcionar uma base para a nossa opinião.

Independência

Somos independentes do Banco de acordo com os requisitos éticos aplicáveis à execução de auditorias de demonstrações financeiras em Moçambique e com o Código de Ética do International Ethics Standards Board for Accountants (IESBA). Cumprimos com as restantes responsabilidades éticas de harmonia com os outros requisitos éticos aplicáveis à execução de auditorias em Moçambique e com o Código de Ética do IESBA.

Outra informação

O Conselho de Administração é responsável pela outra informação. A outra informação abrange a informação inclusa no Relatório e Contas 2018. A outra informação não inclui as demonstrações financeiras nem o nosso relatório de auditoria sobre as demonstrações financeiras.

………………………………………………………………………………………………………………………………………………...PricewaterhouseCoopers, Lda. - Av. Vladimir Lenine, 1 74, 4.º andar, Edifício Millennium Park, Caixa Postal 796, Maputo, Moçambique

T: (+258) 21 350400, (+258) 21 307615/20, F: (+258) 21 307621/320299, E: Maputo (omz.pwe.com WWw.pwc.com

PricewaterhouseCoopers Lda. Número de matrícula: 11875 - NUIT: 400005516 - Capital Social: 58.000,00 MZN.

A nossa opinião sobre as demonstrações financeiras não abrange a outra informação e não expressamos uma opinião de auditoria ou outra forma de segurança sobre a mesma.

A nossa responsabilidade em conexão com a nossa auditoria às demonstrações financeiras consiste na leitura da outra informação acima identificada e, ao fazê-lo, considerar até que ponto a outra informação é materialmente inconsistente com as demonstrações financeiras, ou com o entendimento que obtivemos na auditoria, ou se aparenta estar materialmente distorcida.

Se, com base no trabalho que efectuámos, concluirmos que existe uma distorção material na outra informação é-nos exigido que reportemos tal facto. Não temos nada a relatar a este respeito.

Responsabilidade do Conselho de Administração pelas demonstrações financeiras

O Conselho de Administração é responsável pela preparação e apresentação apropriada das demonstrações financeiras de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro e pelo controlo interno que o Conselho de Administração determine ser necessário para possibilitar a preparação de demonstrações financeiras que estejam isentas de distorção material devida a fraude ou erro.

Quando prepara as demonstrações financeiras, o Conselho de Administração é responsável por avaliar a capacidade do Banco prosseguir em continuidade, divulgando, conforme aplicável, os assuntos relativos à continuidade, e por usar o pressuposto da continuidade a não ser que o Conselho de Administração tencione liquidar o Banco, ou cessar as operações, ou não tenha alternativa realista senão fazê-lo.

Responsabilidade do auditor pela auditoria das demonstrações financeiras

A nossa responsabilidade consiste em obter segurança razoável sobre se as demonstrações financeiras como um todo estão isentas de distorção material, devida a fraude ou erro, e emitir um relatório de auditoria onde conste a nossa opinião. Segurança razoável é um nível elevado de fiabilidade mas não é uma garantia de que uma auditoria conduzida em conformidade com as ISAs detectará sempre uma distorção material quando exista. As distorções podem ser originadas por fraude ou erro e são consideradas materiais se, individualmente ou agregadas, for razoavelmente expectável que influenciem decisões económicas dos utilizadores tomadas com base nessas demonstrações financeiras.

Como parte de uma auditoria de acordo com as ISAs, fazemos julgamentos profissionais, mantemos cepticismo profissional e também:

• Identificamos e avaliamos os riscos de distorção material das demonstrações financeiras, devido a fraude ou a erro, concebemos e executamos procedimentos de auditoria que respondam a esses riscos e obtemos prova de auditoria que seja suficiente e apropriada para proporcionar uma base para a nossa opinião. O risco de não detectar uma distorção material proveniente de fraude é maior do que aquele que provém de erro, dado que a fraude pode envolver conluio, falsificação, omissões intencionais, falsas declarações ou sobreposição ao controlo interno.

• Obtemos uma compreensão do controlo interno relevante para a auditoria com o objectivo de conceber procedimentos de auditoria que sejam apropriados nas circunstâncias mas não para expressar uma opinião sobre a eficácia do controlo interno do Banco.

• Avaliamos a adequação das políticas contabilísticas adoptadas e a razoabilidade das estimativas contabilísticas e respectivas divulgações feitas pelo Conselho de Administração.

• Concluímos sobre a adequação do uso do pressuposto da continuidade pelo Conselho de Administração e, com base na prova de auditoria obtida, se existe uma incerteza material relacionada com eventos ou condições que possam suscitar uma dúvida significativa sobre a capacidade do Banco continuar as suas operações. Se concluirmos que existe uma incerteza material, devemos chamar a atenção no nosso relatório de auditoria para as respectivas divulgações incluídas nas demonstrações financeiras ou modificar a nossa opinião se tais divulgações forem inadequadas. As nossas conclusões baseiam-se na prova de auditoria obtida até à data do nosso relatório de auditoria, porém, futuros eventos ou condições podem causar que o Banco descontinue as operações.

• Avaliamos a apresentação, estrutura e conteúdo global das demonstrações financeiras, incluindo as divulgações, e se estas reproduzem as transacções e eventos subjacentes de modo a atingir uma apresentação apropriada.

Comunicamos ao Conselho de Administração, entre outros assuntos, o plano do âmbito e calendário da auditoria, as constatações relevantes da auditoria, incluindo quaisquer deficiências significativas no controlo interno por nós identificadas durante a nossa auditoria.

PricewaterhouseCoopers, Lda. Sociedade de Auditores Certificados 11/SAC/OCAM/2014, representada por:

Ahajjhagajkssllkdllgl

_______________________________

José Azevedo

Auditor Certificado 10/CA/OCAM/2012

Maputo, 20 de Março de 2019

BANCO BIG MOÇAMBIQUE, S.A.

RELATÓRIO E PARECER DO FISCAL ÚNICO

No desempenho das funções que me estão legalmente confiadas e em harmonia com o mandato que

me foi atribuído, acompanhei a a�vidade do BANCO BIG Moçambique, S.A. durante o exercício de

2018 e procedi às verificações que julguei convenientes, nomeadamente no que respeita à

escrituração dos livros, registos contabilís�cos e documentação de suporte, tendo ob�do sempre,

quer da Administração quer dos serviços, os esclarecimentos solicitados.

Acompanhei a a�vidade do Banco durante o exercício, nomeadamente em conformidade com o

disposto no Código Comercial.

No final do exercício examinei os documentos de prestação de contas que se encontram elaborados

em obediência aos requisitos legais, espelhando a situação do Banco e aludindo às operações de

maior significado.

Tomei conhecimento do exame desenvolvido pelo Auditor Independente sobre as Demonstrações

Financeiras e do teor do seu parecer, com o qual concordo.

Face ao exposto, e não tendo tomado conhecimento de violação da Lei e dos Estatutos, sou do

parecer que a Assembleia Geral aprove:

- os documentos de prestação de contas apresentados pelo Conselho de Administração,

rela�vos ao exercício de 2018;

- a proposta do Conselho de Administração de aplicação dos resultados;

Maputo, 20 de março de 2019

O Fiscal Único

_______________________________

Luís Miguel Damas

(Auditor n.º 72/AC/OCAM/2014)