Relatório Final de Estágio Jardim... · 2017. 1. 24. · Mestrado Integrado em Medicina...
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Mestrado Integrado em Medicina Relatório Final – Filipe Rodrigues, 2015/2016
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UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa
Mestrado Integrado em Medicina
Relatório Final de Estágio 2015-2016
Filipe Jardim Rodrigues
Nº aluno: 2010267
Mestrado Integrado em Medicina Relatório Final – Filipe Rodrigues, 2015/2016
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ÍNDICE
1. Introdução 3
2. Síntese das Atividades Desenvolvidas 4
2.1. Estágio Medicina Interna 5
2.2. Estágio de Cirurgia 5
2.2. Estágio de Pediatria 6
2.3. Estágio de Ginecologia e Obstetrícia 6
2.4. Estágio de Saúde Mental 7
2.5. Estágio de Medicina Geral e Familiar 7
2.6. Estágio Clínico Opcional – Oftalmologia 8 3
. Reflexão Crítica Final 9
4. Anexos 11
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1. INTRODUÇÃO
O presente relatório final tem como objetivo descrever, de forma sucinta, as atividades que
realizei ao longo do Estágio Profissionalizante do Mestrado Integrado em Medicina (M.I.M.) da
NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa,
decorrido entre 14 de Setembro de 2015 e 3 de Junho de 2016. Na elaboração deste
documento, pretendo registar toda a atividade clínica a que assisti e os procedimentos que
realizei durante este ano. Este relatório é também um instrumento de reflexão crítica das
oportunidades de aprendizagem que me foram proporcionadas, confrontando assim as minhas
motivações e expetativas com as experiências que vivenciei e os conhecimentos que pude
efetivamente adquirir e aprofundar.
O sexto ano do M.I.M. contemplou a realização de estágios profissionalizantes em seis
áreas curriculares: Medicina Interna, Cirurgia, Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria, Saúde
Mental, Medicina Geral e Familiar e um Estágio Clínico Opcional. No final de cada estágio,
elaborei um relatório parcial, com o objetivo de descrever as atividades formativas que
desenvolvi e manifestei o meu posicionamento crítico. Em todos os estágios realizei discussão
oral do relatório de estágio e avaliação teórica. A avaliação final termina com a redação e
discussão do presente relatório, que se encontra dividido em duas partes: Síntese das
Atividades Desenvolvidas e Reflexão Crítica.
Na Síntese das Atividades Desenvolvidas explicitarei inicialmente os objetivos a que me
propus atingir durante este ano curricular e em seguida farei uma exposição, por ordem
cronológica, dos estágios parcelares realizados. Sempre que pertinente, saliento em cada um,
as aprendizagens fundamentais que me proporcionaram.
Na Reflexão Crítica, como ferramenta de análise do meu percurso neste Estágio, confronto
os objetivos propostos com os atingidos e procuro tirar o máximo partido dos pontos fortes para
minimizar os pontos fracos. Esta reflexão ajuda me na tomada de decisão e no posicionamento
estratégico do meu futuro como médico, numa profissão que pretendo exercer na sua plenitude
humanista, cientifica e social.
Anexo os seguintes certificados: Colaborador no 219º Curso de Advanced Trauma Life
Support; Formador no evento Anestesiologia e Cidadania – Suporte Básico de Vida; Facilitador
no curso Abordagem Teórica / Prática de Cenários em Simulação e de um Exchange Clínico de
Anestesiologia realizado em Moscovo.
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2. SÍNTESE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Durante o Estágio Profissionalizante do M.I.M propus-me a complementar a minha formação e
colocar na prática clinica os ensinamentos teórico-práticos adquiridos ao longo dos cinco anos
anteriores, de modo a adquirir autonomia nas competências exigidas à prática médica de
excelência. Valorizei as competências teóricas (colheita da anamnese, exame físico, hipóteses
diagnósticas, pedido de exames complementares de diagnóstico, instituição de terapêutica,
avaliação e seguimento), técnicas (treinei punções de vasos, venosas e arteriais, limpeza e
suturas de feridas, exame ginecológico, citologias, avaliação acuidade visual, etc) e não
técnicas (trabalho em equipa, comunicação com o doente, os familiares e outros profissionais
de saúde, tomada de decisão, gestão de recursos humanos, físicos e económicos, atuação sob
stress, etc). Aprendi a diferenciar patologia urgente da não urgente e a estabelecer prioridades
na abordagem do doente pediátrico, adulto, grávida e idoso. Percebi as especificidades dos
cuidados primários de saúde e da medicina hospitalar. Realizei este Estágio com assiduidade,
empenho e responsabilidade.
A tabela seguinte apresenta os estágios realizados:
ESTÁGIO DATA HOSPITAL SERVIÇO ORIENTADOR
Medicina Interna 14set/10nov H. dos Capuchos Medicina 2.1 Dra. Helena Nunes
Cirurgia 9nov/15jan H. Beatriz Ângelo Cirurgia Dr. Pedro Amado
Pediatria 25jan/19fev H. D. Estefânia UCIP M.e Anaxore Casimiro
Ginecologia e Obstetrícia
22fev/18mar CUF Descobertas
Ginecologia Obstetrícia
Dra. Elisete Cortes
Saúde Mental 27mar/22abr Centro H. Psiquiátrico de
Lisboa
Psiquiatria Geral e
Transcultural
Dra. Marina Martins
Medicina Geral e Familiar
25abr/20mai USF Santo Condestável
Medicina Geral e Familiar
Dra. Carolina Resende
Opcional - Oftalmologia
23mai/3jun Dr. Nélio Mendonça
Oftalmologia Dra. Sandra Moniz
2. SÍNTESE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
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Segue-se uma síntese dos estágios realizados.
2.1. Estágio de Medicina Interna: Considero que este estágio, tanto pela sua duração
como pela qualidade do Serviço e dos médicos envolvidos, foi um dos momentos do curso que
mais me permitiram adquirir conhecimentos e treino técnico, pelo que constituiu uma peça
fundamental para a minha formação académica. Fui totalmente integrado na dinâmica do
Serviço e eram-me atribuídos doentes diariamente, em número variável (entre dois e quatro).
No Serviço de Urgência, colaborei na avaliação de alguns casos de doença aguda que, sendo
comuns, qualquer médico, independentemente da área de especialidade, deve estar apto a
identificar, tratar e encaminhar correctamente. Adquiri maior perícia em vários procedimentos
práticos, nomeadamente na realização de punções arteriais para gasimetrias e punções
venosas. Na última semana apresentei em Reunião de Serviço o tema “Lesão Renal Aguda”.
2.2. Estágio de Cirurgia: Durante este estágio, pude intervir ativamente no quotidiano do
Serviço de Cirurgia. No pré-operatório, na preparação pré-operatória; no intra-operatório
participei em variadas cirurgias e aprendi o posicionamento adequado numa sala operatória,
desinfeção cirúrgica, etc; no pós-operatório estive desperto para o controlo da dor, profilaxia da
infecção e medidas de recuperação cirúrgica. O Serviço de Urgência permitiu-me contactar
com uma grande variedade de quadros agudos (abdómen agudo, doentes politraumatizados) e
também aperfeiçoar a minha técnica em pequena cirurgia – limpeza e sutura de feridas.
Participei em sessões de formação teórica (sessões clínicas do Serviço, aulas teórico-práticas
lecionadas pelos tutores e apresentação de casos clínicos por parte dos alunos – o meu caso
intitulava-se “Obstrução Abdominal: Dois Relampâgos Nunca Atingem a Mesma Urgência” e
relatei dois casos de Íleus Biliar que surgiram durante o mesmo turno no Serviço de Urgência).
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Estágio de Pediatria: A Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos dedica-se à
prestação de cuidados a crianças em situação crítica e em risco de falência de funções vitais,
que necessitam de cuidados mais diferenciados e de maior vigilância. Integrei a equipa de
Internos da especialidade na sua atividade clinica diária. Observei diversas patologias graves
na idade pediátrica. Foi importante adequar o meu raciocínio clínico à faixa etária e estabelecer
uma relação empática, para com a criança e os pais; a relação com os pais é fundamental na
estratégia terapêutica. Destaco a multidisciplinaridade exigida nesta Unidade, para uma
abordagem integral da criança. A Urgência Interna complementou a minha formação e
confrontou-me com a realidade de trabalhar com redução do número de profissionais, quando
comparado ao horário normal, o que se traduz em maior responsabilidade e pressão de
decisão.
No dia 19 de Fevereiro tiveram lugar apresentações preparadas pelos alunos, em formato
de Seminário, com discussão e colocação de questões no final de cada apresentação. O caso
clínico de “Pericadite Recorrente” foi apresentado pelo meu grupo (juntamente com os meus
colegas Pedro Cota e Delfim Doutel).
2.4. Estágio de Ginecologia e Obstetrícia: Participei ativamente na abordagem das
patologias mais prevalentes no serviço de Ginecologia-Obstetrícia (no contexto de Consulta
Externa, Internamento e Serviço de Urgência), tendo em consideração o género feminino.
Realizei os exames ginecológico e obstétrico, observação com espéculo, palpação bimanual,
toque obstétrico e leitura de registos de monitorização fetal. Participei em cirurgias
ginecológicas e obstétricas, eletivas e urgentes, chegando inclusive a instrumentar doze
cesarianas. Apresentei um trabalho intitulado “Lombalgia na Grávida”; um tema transversal a
todos os médicos e muito enriquecedor do ponto de vista pessoal.
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2.5. Estágio de Saúde Mental: A Psiquiatria Geral e Transcultural é um serviço
multinacional e multicultural que lida com um espetro bastante alargado de patologia
psiquiátrica e encontra-se intimamente ligado ao trabalho com refugiados e sem-abrigo. Assisti
às sessões teórico-práticas lecionadas pelo Prof. Doutor Miguel Xavier, onde foram abordadas
situações clinicas psiquiátricas frequentes no Serviço de Urgência. Estagiei nas diversas
valências do Serviço (Consulta Externa, Serviço de Urgência, Internamento, Reuniões de
Serviço) e tentei desenvolver a capacidade de lidar com o doente ansioso, deprimido e
psicótico. Compreendi o plano terapêutico instituído e a variabilidade de respostas individuais
aos diferentes psicofármacos. Assisti às Sessões Clínicas para Internos, que abordaram
diversos temas, desde Bases Neurofisiológicas da Depressão a Tratamento de Perturbações
Sexuais. Assisti e participei nas sessões do Grupo Aberto, lideradas pelo Dr. António Bento.
Trata-se de um grupo único em Portugal sendo que atualmente é o maior da Europa e dos
maiores a nível mundial, por onde já passaram mais de 1000 doentes. É um Grupo constituído
por doentes com diversas patologias e histórias de vida, desde ex-presidiários, vítimas de
violação, refugiados e sem-abrigo. Considero estas sessões uma ferramenta poderosa no
plano terapêutico destes doentes.
2.6. Estágio de Medicina Geral e Familiar (MGF: Constituiu uma oportunidade única
para contactar com a prática clínica associada aos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em
Portugal. Vivenciei as atividades de um Médico de Família e o trabalho assente numa
metodologia centrada na pessoa e na família, na promoção da saúde e prevenção da doença.
Tentei desenvolver a capacidade de estabelecer uma boa relação médico-doente-família.
Graças à autonomia que me foi confiada em permanecer sozinho com os doentes em contexto
de consulta, apercebi-me de algumas das minhas limitações (como o manejo de fármacos:
“timing” da terapêutica, quando iniciar, qual a melhor escolha para o meu doente, a dose
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adequado e o momento da toma) tendo em consideração a situação sociocultural e económica
das famílias. Presenciei consultas de MGF e de Enfermagem, Programadas e Abertas, de
Saúde de Adultos, de Saúde Infantil e Juvenil, de Planeamento Familiar e de Saúde Materna;
fiz domicílios acompanhando a minha tutora e contactei com uma população heterogénea a
nível social, económico e cultural. Participei num estudo chefiado pela Drª Teresa Ventura,
intitulado “Percepção do tempo passado numa unidade de saúde”. Com a realização de um
questionário a mais de 100 utentes.
2.7 Estágio Clínico Opcional – Oftalmologia: Optei por realizar um estágio em
Oftalmologia por se tratar de uma especialidade médico-cirúrgica que permite vivenciar o
ambiente de consulta versus bloco operatório em regime de ambulatório ou internamento.
Participei na Consulta Geral, Consulta Especializada (de Retina), Urgência, Bloco Cirúrgico e
MCDTs (nomeadamente Tomografias de Coerência Ótica para diagnóstico precoce das
doenças da interface vitreorretiniana e Angiografias Oculares. Durante as consultas tive um
papel ativo, recorrendo a uma escala optométrica de Snellen para avaliar a acuidade visual dos
utentes e fazendo questão de caracterizar as patologias observadas ao microscópio de fenda.
Também assisti a múltiplas cirurgias de cataratas por facoemulsificação e vitrectomias.
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3. REFLEXÃO CRÍTICA
O Estágio Profissionalizante do 6º ano do M.I.M foi indispensável para complementar a
minha formação médica académica e profissional. Cumpri o objetivo a que me propus de
complementar a minha formação e colocar na prática clinica os ensinamentos teórico-práticos
adquiridos ao longo dos cinco anos anteriores, de modo a adquirir autonomia nas
competências exigidas á prática médica de excelência.
O Estágio permitiu-me também muitos outros pontos positivos:
- vivenciar a realidade do trabalho médico nos diversos cenários (hospital, centro de
saúde, população) e ambientes (consulta, enfermaria, bloco operatório, urgência);
- perceber o funcionamento do Sistema Nacional de Saúde;
- reconhecer as deficiências que existem na articulação entre os hospitais, as unidades
de cuidados primários, cuidados continuados e os serviços de apoio social (maioritariamente
por questões económicas e financeiras); esta falta de articulação repercute-se, frequentemente,
numa carência de apoio aos doentes com limitações funcionais major e aos idosos, que
acabam por permanecer, indevidamente, nas Enfermarias Hospitalares;
- compreender o impacto das politicas de saúde na gestão dos problemas de saúde
pública, no acesso à saúde e na promoção de estilos de vida saudáveis.
Este percurso permitiu-me evoluir, enquanto aluno, no sentido de agir com
responsabilidade, ética profissional, bom senso e maturidade, Constato que a minha evolução
foi muito positiva ao longo destes meses, tendo-me sentido cada vez mais seguro e preparado
para a abordagem dos doentes e das doenças em geral. Apercebi-me das lacunas de
conhecimentos que tinha nalgumas áreas e trabalhei para as colmatar.
Como pontos a melhorar, registo:
- o estágio MGF é tardio (tendo em conta que uma considerável percentagem dos atuais
jovens médicos exercerá a sua profissão no contexto dos CSP),
- o estágio de Saúde Mental no 6º ano, apesar dos grandes esforços do corpo docente,
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é insuficiente para uma aquisição de conhecimentos suficientemente sólidos para o ingresso na
Medicina Tutelada do estágio.
- gostaria de ter tido mais oportunidades de treino das competências não técnicas, como
a comunicação de más noticias, a gestão do stress, etc; treino em cenário de Simulação.
Gostaria de enaltecer a qualidade da Faculdade de Ciências Médicas enquanto entidade
formadora ativa, interessada nos seus alunos e preocupada em dar resposta às expetativas
dos mesmos.
Agradeço a todos os Professores, Assistentes e Tutores designados, pelos
ensinamentos transmitidos. Tenho a absoluta certeza de que a formação que recebi nesta
Escola Médica foi de grande qualidade, e permaneço convencido de que esta é uma instituição
voltada para um Futuro que se afigura radioso e repleto de sucessos.
Bem Hajam
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ANEXOS
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