RELATÓRIO PRELIMINAR DE CONSULTORIA TÉCNICA …
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COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS - CPRM
RELATÓRIO PRELIMINAR DE CONSULTORIA TÉCNICA ELABORADO PARA A "DINAMIGE - DIRECCION NACIONAL DE MINERIA E
GEOLOGIA" DA REPÚBLICA ORIENTAL DO URUGUAI
Período 22/05 a 05/06/1989
COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS - CPRM
Autor: JOSÉ ALCIDES FONSECA FERREIRA SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE
PORTO ALEGRE
INDICE
1 - INTRODUÇÃO OI
2 - GEOLOGIA REGIONAL 03
3 - FORMACION TRES ISLAS 07
4 - TENDENCIAS DO CARVÃO FÓSSIL 23
5 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 27
o CPRM
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
AV. PASTEUR, 404 - URCA• RIO DE JANEIRO-RJ • BRASIL «CEP 22292 TELEFONE (021) 295-0032 (PABX) • TELEX I (021) 22685 CPRM •
Rio de Janeiro, de novembro de 1989
Ct. ri? I / 3 /PR/89
limo. Sr. Ing. Agr. ROBERTO GHIRNIGHELLI MD. Director de Dirección Nacional de Mineria Y Geologia - DINAMIGE Hervidero 2861
MONTEVIDEO - URUGUAI
Senhor Diretor,
Encaminhamos a V.Sa. em anexo, uma cópia do Relatório
Preliminar de Consultoria elaborado pelo Geólogo José Alcides Fonse
ca Ferreira sobre pesquisa de carvão fóssil na República Oriental
do Uruguai.
Em se tratando de um trabalho preliminar em conjunto
com equipes técnicas dessa Entidade e do Hungarian Geological Insti
tue, o mesmo deve ser visto como um subsídio para a formulação de
um documento final a ser elaborado sobre o programa de prospecção
e pesquisa de carvão fóssil.
A CPRM aproveita a oportunidade para se colocar â
disposição da DINAMIGE para participar de eventual execução dos tra
balhos propostos no item "Recomendações".
GEOLOGIA • HIDROLOGIA • PESQUISA MINERAL • ECONOMIA MINERAL > TECNOLOGIA MINERAL • HIDROGEOLOGIA • SONDAGEM • ENGENHARIA DE MINAS • GEOFISICA • GEOQUIMICA • ANALISES
M o d 00l MINERAIS • FOTOGRAMETRIA • SENSOREAMENTD REMOTO • CARTOGRAFIA • PROCESSAMENTO DE NE 7630.0ZI0.033S DADOS • ASSISTÊNCIA FINANCEIRA A EMPRESAS DE MINERAÇÃO • CONSULTORIA TECNICA •
1. INTRODUÇÃO
Após entendimentos entre a Superintendência Comercial da
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM, e os dirigentes
da Dirección Nacional de Mineria e Geologia - DINAMIGE, do Uruguai,
foi decidido que um geólogo especialista em pesquisa de jazidas de
carvao fóssil, brasileiro, permaneceria durante um período de qua-
renta e cinco dias naquele país, para colaborar num programa de ava
liaçao de potencialidade e estabelecimento de um programa de pesqui^
sa para aquele bem mineral, em território uruguaio.
Foi formada uma equipe de trabalho constituída pelos geó
logos Laszlo Somos e Radocz Gyula, 4o Hungarian Geological Institu-
te, José Alcides Fonseca Ferreira, da CPRM, e Jorge S. da Silva, da
DINAMIGE, a este ultimo cabendo o planejamento e coordenaçao dos tra
balhos. Estes quatro técnicos assinam o presente relatório.
** f
O geologo Jose Alcides Fonseca Ferreira deslocou-se para
Montevideo, UY, no dia 21 de maio de 1989, entrando em contato com o
geólogo Jorge da Silva no dia 22 pela manha.
O cronograma de atividades da equipe foi dividido em quéa
tro períodos,quais sejam: 22/maio a 05/junho - trabalhos de campo
com base em Tacuarembó e Melo.
06/junho a 24/junho - trabalhos de escri
tório e com testemunhos de sondagem em Montevideo.
17/junho a 24/junho - trabalhos de campo
com base em Melo, Departamento de Cerro Largo.
24/junho a 04/julho - em Montevideo, em
trabalhos de escritório e com testemunhos de sondagem.
05/julho - retorno ao Brasil.
02.
Os técnicos da Hungria, que haviam chegado ao Uruguai
alguns dias antes, também deixaram o país após completarem um pe-
ríodo de quarenta e cinco dias, em 28 de junho.
Os deslocamentos foram todos realizados em veículo pró-
prio da DINAMIGE, com motorista funcionário da mesma, que foi o Sr.
Martin Machado.
Durante a execução dos trabalhos nao foi registrado ne-
nhum incidente de monta que viesse a prejudicar o bom andamento
dos serviços, podendo-se afirmar que foi mantido um ótimo espírito
de colaboraçao entre todas as partes envolvidas. Varios técnicos e
dirigentes do DINAMIGE e do governo uruguaio prestaram colaboraçao
em momentos diversos do programa. Entre estes pode-se destacar no
minalmente os seguintes:
Dr. Alejandro Nader, do Ministério de Minas e Energia
do Uruguai, encarregado dos convenios técnicos internacionais na
área deste Ministério.
Dr. Roberto Ghiringhelli, Diretor da DINAMIGE.
Geól. Pier Rossi Kempa, especialista nas unidades ba-
sais da bacia gonduânica no Uruguai.
Geól. Hector Goso, especialista em geotectónica e evolu
çao da bacia gonduânica.
Geól. Eduardo Medina, que forneceu preciosas informa-
ções sobre dados de sondagens antigas.
Além destes, diversos outros funcionarios e técnicos da
DINAMIGE e de outras instituições, entre as quais os técnicos dos
laboratorios da ANCAP, em Pando, prestaram valiosa colaboraçao a
equipe.
03.
2. GEOLOGIA REGIONAL
Conforme se vê na f i g u r a . . , as r o c h a s s e d i m e n t a r e s gon
duânicas (Bacia do Paraná) ocupam uma extensa área (3a 4 dezenas 2 ~
de milhares de km ) na porção nordeste do Uruguai, em continuidade
com as mesmas litologias do lado brasileiro.
A sul e sudeste os limites sao por contatos com rochas
mais antigas, do embasamento pré-gonduânico, e a oeste as unidades
sedimentares mergulham sob as rochas vulcânicas mais jovens dos der
rames da Formaçao Arapey (Formaçao Serra Geral no Brasil).
Tal como entre os geólogos brasileiros dedicados à estra
tigrafia da Bacia do Paraná, diversas colunas estratigráficas têm
sido apresentadas para o pacote gonduânico uruguaio. Sem entrar nos
detalhes destas discussões, o que estaria muito fora do âmbito des-
te texto, pode-se adotar uma coluna que tem uma correspondência di-
reta e relativamente simples de ser usada, entre as seqüências em
foco, no Uruguai e no Rio Grande do Sul:
Formacion San Gregorio - Formaçao Itararé
Formacion Tres Islas - Formaçao Rio Bonito
Formacion Frayle Muerto - Formaçao Palermo
Formacion Mangrullo - Formaçao Irati
Formacion Paso Aguiar - Formaçao Serra Alta
Formacion Yaguari - Formaçao Terezina
Formacion Tacuarembó - Formaçao Rio do Rasto
Formacion Botucatu - Formaçao Rivera
Formacion Arapey - Formaçao Serra Geral
Deve-se assinalar que as maiores divergências situam-se
a partir da Formacion Paso Aguiar para as superiores, e portanto a
base da seqüência, que interessa mais diretamente aos objetivos de¿
te trabalho, é menos controvertida, embora também aí possam encon-
04.
trar-se nomenclaturas e opinioes diferenciadas.
No extremo sudoeste da bacia afloram unidades de idade
devoniana, assemelhadas às Formaçoes Furnas e Ponta Grossa que apa-
recem em superficie no Estado do Paraná, Brasil.
Goso H. e Santa Ana, H. (ANCAP) realizam uma revisão es-
tratigráfica e propoem um modelo de evolução tectono-sedimentarpara
a bacia, do qual utilizamos algumas conclusoes neste trabalho. É
ocioso repetir aqui o conteúdo desta interpretação, mas rcssalta-se
alguns topicos que sao especialmente importantes, com pequenas mod^
ficaçoes originárias de nossas próprias observaçoes.
- Como pode-se ver na íigura , ha uma compartimentação
da bacia em duas partes, a menor a norte e a maior a sul, sendo o
divisor um alto do embasamento aflorante, de direção geral NW-SE ,
com cerca de 150 km de comprimento, havendo uma interrupção no vale
do Rio Negro, de 25 km, segundo a direção, onde em superfície encon
tram-se formaçoes gonduânicas e aluvioes depositados pelo menciona-
do rio. Chamar-se-á esta feição de Alto de Vichadero-Aceguá, de modo
informal.
- Há importantes e claros recobrimentos das unidades mais
jovens sobre as mais antigas, nas porçoes marginais atuais do alto
do embasamento referido no item anterior. Pode-se exemplificar este
fato pelo contato direto da Formaçao Tacuarembó sobre o embasamento
cristalino, na extremidade noroeste deste ultimo.
- A orientaçao geral das fraturas tem predominantemente
a mesma direção, SE-NW, sendo particularmente visíveis sobre a co-
bertura de rochas vulcânicas da Formaçao Arapey, e no possível con-
trole tectónico de alguns cursos d'água, como o baixo rio Negro ,
alguns afluentes de sua margem direita, e o rio Tacuarembó - no seu
trecho final.
05.
Esta direção (NW-SE), ou como precisam Goso e Santa Ana,
NWW-SEE, seria o eixo principal de subsidência da bacia, com incli-A*
naçao para NWW, pelo menos desde o Devoniano.
- Outras feições de carater regional sao os alinhamentos
NE-SW, que também sao muito nítidos a um simples exame dos mapas de
superfície e das fotografias aéreas. Esta direção estrutural está
expressa nos\ fal'hamentos SW-NE que marcam os limites do embasamento
pré-gonduânico com as unidades sedimentares do flanco sudeste da ba
cia, inclusive apresentando-se como fossas alinhadas na mesma dire-
çao, e onde encontram-se rochas mais jovens da Formaçao Tres Islas,
preservadas entre altos do embasamento. Esta direção é claramente
continuidade da Falha da Açotéia, no Rio Grande do Sul, onde é o
elemento estrutural de maior importância regional, e fez sentir seus
efeitos, por reativações, durante e posteriormente a deposição dos
sedimentos gonduânicos. O rio Negro, na maior parte de seu curso su
perior, e o rio Yaguari, também parecem estar controlados estrutu-
raímente segundo esta direção. 0 efeito sobre a sedimentação gondua
nica e sua interrelaçao com a direção considerada principal (NVJW-
-SEE) ainda permanecem indeterminados, de acordo com a nossa avalia
çao.
Uma das maiores dificuldades para uma interpretação mais
conclusiva da evolução da bacia e sua geometria atual e a escassez
de dados de subsuperfície, e alguns obstáculos a uma interpretação
coerente dos existentes (este problema será retomado em capítulos
posteriores).
Goso e Santa Ana registram a presença de intrusivas bási
cas com maior freqüência nas formaçoes Mangrullo e Paso Aguiar, o
que é a mesma situaçao encontrada no Brasil em relaçao às correspon
dentes Irati e Serra Alta. Nao há qualquer referência a direções
predominantes de diques, as quais poderiam ser boas indicações das
direções principais de fraturas a época das intrusões.
06.
Deste modo encontra-se uma situação relativamente dife-
renciada, do ponto de vista de evolução tectónica da bacia e contro
les estruturais predominantes, daquela encontrada na seqüência de
jazidas de carvão do Rio Grande do Sul, onde a alternância de altos
e baixos do embasamento (paleotopografia), combinada e/ou produzida
por falhamentos SW-NE, determinaram condicionamentos favoráveis ao
desenvolvimento de turfeiras extensas que vieram a evoluir para as
atuais jazidas de carvao.
t
07.
3. FORMACION TRES ISLAS
Correspondente ao que, na Bacia do Paraná,em territorio
brasileiro, é a Formaçao Rio Bonito, é o principal alvo do presente
trabalho, pois é essencialmente nela que podem ocorrer camadas de
carvao com importância econômica.
Litoestratigraficamente situa-se sobreposta à Formacion
San Gregorio e sob a Formacion Frayle Muerto. O contato inferior é
definido de maneira um pouco precária, na bibliografia que foi con-
sultada, em função da dificuldade real encontrada no campo. Em al-
gumas sondagens que foram descritas pela equipe deste programa (FM-1
e FM-2) este contato e bem claro, marcado por passagem de sedimen-
tos finos, varvíticos para arenitos mal classificados na base da
Formacion Tres Islas. 0 contato superior, nos locais de superfície
e subsuperfície em que esta bem exposto, e mais evidente, passando
de rochas depositadas em ambiente litorâneo da unidade inferior para
pelitos com "wavy" e "linsen" e barras de costa afora da Formacion
Frayle Muerto. Freqüentemente esta passagem se dá por uma superfí-
cie erosiva, marcando a transgressão marinha característica do ini-
cio da Formacion Frayle Muerto.
Em superfície a Formacion Tres Islas se distribui em
áreas restritas. Um agrupamento de afloramentos alongados segundo
uma direção geral NE-SW, desde a fronteira com o Brasil, situa-se
junto à borda leste da bacia, controlado por falhamentos em fossas
e muros, ocorrendo como áreas relativamente altas. Estas linhas tec
tônicas já foram mencionadas no capítulo 2.
Outra área aflorante é no extremo sudeste da bacia, onde
encontra-se sobre a Formacion San Gregorio, e está em continuidade
física com a referida no parágrafo anterior. A forma geral desta
área, em planta, é a de uma meia-lua, com sua parte cóncava voltada
para o norte.
08.
Junto a borda sul do alto de Vichadero-Aceguá encontram-
-se algumas ocorrências da Formacion Tres Islas, além de duas ou-
tras de pequena expressão em área, ao norte do citado alto, junto à
fronteira do Brasil.
Por fim, duas áreas de ocorrência na borda sul atual da
bacia, entre as quais a mais ocidental está repousando sobre o emba
samento e diretamente recoberta pelas rochas vulcânicas da Forma-
cion Arapey, uma situaçao "sui generis" na Bacia do Paraná. Infeliz
mente nao foi possível ao grupo verificar "in situ" este fato, por
exigUidade de tempo.
Goso e Santa Ana assinalaram, a partir de dados de sonda
gem, espessuras médias da ordem de 50 m para esta unidade, atingin
do ate 89m, mais ou menos na parte central da bacia (em sua porção
uruguaia),ao norte de Tacuarembó (Perforación Bañado da Rocha).
A composição litológica da Formacion Tres Islas é essen-
cialmente dada por arenitos de cor esbranquiçada, amarelados por al
teraçao, granulometria grossa a fina, com estratigrafía cruzada ta-
bular (predominante) de alto ângulo, pequeno a médio porte, com al-
gumas camadas de arenitos maciços (fluidizados) de menor espessura
intercalados. Geralmente na parte basal da unidade ocorrem lamitos
e siltitos com lâminas e leitos de arenitos, quase sempre finos. E^
truturas de marcas onduladas, majoritariamente simétricas, sao abun
dantes, tanto nos termos arenosos quanto nos pelíticos, predominan-
do nestes últimos.
Estas características, identificadas pelos autores a
cujos trabalhos foi feita consulta, levaram à interpretação, pelos
mesmos, de ambientes deposicionais do tipo continental (fluvial)
transicional (deltaico) e, no caso de Goso e Santa Ana, marinho ep¿
continental, embora nao definam as relações, nem que litotipos cor-
responderiam a cada um dos ambientes referidos.
09.
Durante os trabalhos de campo realizados pela equipe, bem
como nas descrições de alguns furos de sonda testemunhados, foi pos
sível
uma identificação mais detalhada de estruturas sedimentares e
seqüências deposicionais, que nos levaram a uma conclusão marcada-
mente diversa das interpretações anteriores quanto a gênese dos sis
temas deposicionais que constituem a Formacion Tres Islas. Apresen-
ta-se a seguir alguns perfis levantados em afloramentos da Forma-
cion Tres Islas bem como descrições de sondagens, que dao o suporte
as interpretações que derivam destas observaçoes:
1. Picada Gregoria, as margens do rio Jaguarao, na fron
teira com o Brasil.
/
Este afloramento mostra uma secçao com varias dezenas de
metros da seqüência empilhada, no piso ao lado do rio e nos barran
cos, pois há um forte mergulho dos estratos da Formacion Tres Islas
(15 a 25°), po efeitos tectónicos locais. O mergulho vai tornando-
-se mais suave em direção ao topo da seqüência, ate tornar-se prati
camente horizontalizado nas litologias da Formacion Frayle Muerto .
Da base para o topo, foram identificados os seguintes pacotes:
- Arenitos finos, quartzosos, sem matriz, maciços por
fluidizaçao intensa com algumas discretas gradaçoes. A camada de
carvao aflorante descrita na bibliografia estaria próxima a esta
seqüência, na margem brasileira do rio Jaguarao. A nossa interpreta
çao deste conjunto homogêneo e a de origem eólica de pequeno porte,
embora a ausência de estruturas sedimentares definidas e identifica
veis nao permita opinião conclusiva. Por correlaçao com outras se-
qüências no Brasil e Uruguai, na porção basal ou media desta forma-
çao poderíamos supor a presença de pequenos campos de dunas de ums
barreira litorânea ou associadas a cursos d'água por remobilizaçao
da areia em períodos secos. Em ambos os casos poderiam desenvolver-
-se pântanos no mesmo contexto ambiental (continental), onde a cama
da de carvao citada na bibliografia estaria posicionada.
10.
0 M
- 0 proximo conjunto mostra laminaçao cruzada por trunca
mentó de ondas com "climbing ripples" associados lateralmente, em
arenitos finos com microgradaçao, passando a barras de arenitos ,
grosseiros em leito da base e com estratificaçao cruzada de baixo
ângulo. Esta seqüência seria marinha da região de infra-marés, com
barras de maré ("sandwaves") no topo e arenitos retrabalhados por
ondas normais de pequeno porte na base.
- A próxima seqüência, cujo contato com a inferior está
encoberto, é constituída de pelitos e arenitos finos com exemplares
típicos de "hummockys", intercalados por leitos de arenitos muito
finos, com estrutura de microgradaçao, e pelitos com "wavy" e "lin
sen". Esta seqüência estaria dentro da Formacion Frayle Muerto, sen
do característica de plataforma rasa, mas mais distal que a ante-
rior, ou seja, após o evento transgressivo responsável pelas fácies
da Formacion Frayle Muerto.
2. Cerro Valeriana, situado a alguns quilômetros a su-
doeste da Picada de La Gregoria. Este afloramento mostra boas expo-
sições na área de uma antiga pedreira, em bloco alçado de falha M /
Duas seqüências principais sao possiveis de serem identificadas:
- A seqüência basal mostra pelitos e arenitos, com fenô-IV
menos de fluidizaçao intensa e diapirismo dos pelitos penetrando
nos arenitos de topo. Estes estão muito fluidizados, mascarando as
estruturas. Tanto os pelitos como os arenitos apresentam marcas on-
duladas simétricas em vários níveis. Ocorrem algumas camadas de la-
mito cinza e algumas impressões vegetais carbonosas, folhas, ramos
e pequenos troncos.
- A seqüência superior apresenta predominantemente arenjl
tos finos a grossos, com intercalaçoes de pelitos. Ocorrem marcas
onduladas tanto nos mais grosseiros como nos mais finos. As estrutu
ras estão mascaradas por fluidizaçao nos arenitos, mas notam-se re¿
11.
quicios de estratificaçao cruzada tabular de porte médio e algumas
cruzadas por truncamento de ondas ("hummockys").
Estas seqtlências sao interpretadas como pequenos deltas
de marés evoluindo para planicie mista de marés (zona de interma-
res), com influência de ondas de media intensidade. Ou seja, uma
evolução de transgressão progressiva da base para o topo.
3. Alguns quilômetros a leste de Melo temos um "horst"
controlado pelas falhas SW-NE, expondo em seu interior afloramentos
da Formaçao Tres Islas. Aqui também pode-se visualizar duas seqllên
cias basicas, que aparecem mais claramente no local chamado Banos
del Rey, próximo a outro conhecido como La Virgencita.
- A seqüência inferior mostra estratificaçao cruzada aca
nalada em arenitos mal classificados, imaturos, com clastos de argi
la, e conglomerados de granulos intercalados.
- Separando a seqüência basal da superior temos uma dis-
cordância erosiva, inclusive com linhas de granulos e seixos, pas-
sando a grandes corpos de arenitos finos a médios, mostrando estra-
tificaçao cruzada com sigmoides. Em alguns pontos os corpos tabula
res de arenitos mostram direções cruzadas com sentidos diversos de
corrente, o que talvez possam ser estruturas em espinha de peixe ,
embora nenhum local apresente esta estrutura com nitidez. Ocorre
que uma camada de arenito, com estratificaçao bem nítida, é sucedi-
da por outra de menor espessura e estratificaçao parcialmente des-
truída e pouco evidente, o que torna difícil identificar com segu-
rança o conjunto da estrutura em espinha de peixe ("herringbone").
Este perfil é um dos que, claramente, pode ser interpre-
tado pela existência de dois conjuntos deposicionais formando a For
macion Tres Islas. 0 mais basal de ambiente costeiro continental ,
sucedido por arenitos depositados em ambientes de maré de média a
alta energia (meso a macromarés).
12.
Ao norte do "horst" temos uma grande exposição de cente
nas de metros de extensão, no local de uma pedreira semi-abandonada
(ainda são extraídos blocos de arenitos para revestimento), onde
aparecem conglomerados intercalados por arenitos, de origem fluvial.
No topo arenitos finos, quartzosos, de grão bem arredondado, estra-
tificação cruzada de grande porte são seguramente de deposição eoH
ca. Também no topo encontram-se rochas vulcânicas básicas. Este con
junto era interpretado como San Gregorio (informação verbal), mas a
associaçao (conglomerados e arenitos fluviais, arenitos eólicos ,
rochas vulcânicas) indica que deve tratar-se de rochas de idade
eo-paleozóica, semelhante ao Grupo Camaquã, no Rio Grande do Sul ,
que seria o substrato para a seqüência gonduânica nesta porção da
bacia.
4. Local conhecido como Canada Fiera, a sudeste da vila
de Frayle Muerto. Um vale em U aberto, com encostas mostrando boas
exposiçoes da Formacion Tres Islas.
- No fundo do vale temos a Formacion San Gregorio com
paraconglomerados de seixos e granulos (até 3 cm de espessura) e pe
litos de aspecto várvico, com efeitos de fluidizaçao. Subindo as en
costas em ambos os lados, camadas de arenito fino com estratifica-
çao cruzada de médio porte, raramente acanalada, intercalam-se corr.
conjuntos de arenito médio a grosso em conjuntos acunhados ou tabu-
lares com estratificaçao cruzada de ângulos altos. Tanto os graos
de areia fina como os de areia grossa e media sao bem arredondados.
Esta seqüência tem 30 a 40 m de espessura.
- Superposto à primeira, uma espécie de "degrau" de ângu
lo mais suave que as escarpas dos arenitos, constituído por peli-
tos, de difícil identificação quanto as suas estruturas, pois encon «W /
tra-se totalmente coberto por vegetaçao, e nos raros locais onde e
visualizado está alterado e decomposto.
13.
- Acima novamente arenitos finos em escarpas quase verti
cais, muito fluidizados e sem estruturas visíveis. 0 conjunto ante-
rior, somado a este, tem 10 a 15 m de espessura. A Formacion Tres
Islas tem seu limite nestes arenitos finos, sendo recobertos por pe
litos com "wavy" e "linsen" da Formacion Frayle Muerto, visíveis ao
lado da estrada que situa-se em plano mais elevado, a pequena dis-
tância.
Este perfil aflorante apresenta dificuldades adicionais
de interpretação, pois mostra aspectos até certo ponto de difícil
compatibilizaçao. A seqüência de base da Formacion Tres Islas pode-
ria ser considerada fluvial com associaçao de arenitos eólicos eir,
campos de duna de pequenas dimensões, superposta por planicie alu-
vial (pelitos) e frente deltaica (arenitos de topo), em função de
alguns aspectos das estruturas e da composição e granulometria dos
arenitos. Contudo, a ocorrência regional de arenitos depositados em
barras de marés, conduziria a uma interpretação em que o arredonda-
mentó e a composição dos arenitos seriam produto de retrabalhamento
de campos de dunas costeiras pela açao das marés, e os pelitos e
arenitos finos superpostos completariam uma seqüência de depósito
de marés em um processo transgressivo, ou seja, planície mista e la
mosa de marés. Em apoio a segunda hipótese, ocorrem muitas marcas
onduladas de direção SE-NW, praticamente simétricas, em vários ní-
veis dos arenitos..
Somente um estudo mais amplo nesta área contemplada por IV . _
boas exposiçoes, combinado com uma avaliaçao regional, poderia for-
necer uma resposta mais conclusiva.
5. Nas proximidades do povoado de Tres Islas, que empres
tou seu nome à Formacion, pode-se descrever perfis em vários pontos:
- Pelitos avermelhados na base, com marcas onduladas si-
métricas, cobertos por corpo de arenito fino com estruturas de
14.
"wavy", "linsen", "climbing" e marcas onduladas. Ha diapirismo dos
pelitos dentro dos arenitos finos.
- Após 2 a 4 m encobertos acima, passa a arenitos finos
a médios com estratificaçao cruzada de médio porte e estruturas si£
moidais em alguns locais. Ha finas lâminas de pelito separando os
estratos arenosos em alguns trechos.
- Em outros locais, num raio de poucos quilômetros de
Tres Islas, podem-se encontrar seqüências típicas da Formacion San
Gregorio e também arenitos com estratificaçao cruzada de pequeno a
medio porte, clastos de argila, gradaçao normal areia grossa/ areia
fina, laminaçao "climbing" abundante, da fácies flúvio-deltaica ba-
sal da Formacion Tres Islas.
Nestas seqüências pode-se identificar a deposição dos
termos marinhos litorâneos (planícies de maré) e também as seqüên
cias continentais menos expressivas, mas presentes, sendo que ora
uma, ora outra, está diretamente assentada sobre a Formacion San
Gregorio.
6. Rincão de Zamora - este local é o afloramento mais a
oeste que foi visitado e descrito na Formacion Tres Islas, numa area
aflorante da mesma que teria merecido maior atençao se tivesse hav^
do tempo. Mostra pelitos muito argilosos, avermelhados, em contato
brusco com arenitos finos maciços (fluidizados) no topo. Os areni-
tos mostram efeitos de compactaçao diferencial dos pelitos, em al-
guns pontos quase como diapiros de argila penetrando nas areias
Esta seqüência foi interpretada, tal como em outros pontos já men-
cionados, como lobos deltaicos de pequenas dimensões (frentes del-
taicas) de composição arenosa, progradando sobre pelitos deposita-
dos por suspensão dentro de corpos d'água.
15.
Além dos perfis descritos em superfície, dos quais sele-
cionamos os acima apresentados, duas sondagens com testemunhos bem
recuperados em diâmetro N 5,4 cm), foram descritas com detalhe e
cujos perfis sao apresentados a seguir. Estas perfurações foram exe
cutadas na região próxima ao povoado de Frayle Muerto e a noroeste
do local do perfil de superfície de Canada Fiera (ver figura ).
As descrições e interpretações destes dois furos de son-
da apresentam algumas dificuldades, quais sejam: a inexistência dc
perfis geofísicos, em apoio às descrições litológicas; a pouca segu
rança na identificação de muitas estruturas e geometria dos corpos
pela característica inerente aos testemunhos; e o escasso número de
sondagens que nao permitem estabelecer correlaçoes laterais. Feitas
estas ressalvas, pode-se arriscar algumas avaliações sobre o signi-
ficado geral do que foi verificado, em relaçao aos perfis de super-
ar * • fície:
a) A Formacion Tres Islas diminui sua espessura de nor-
deste para sudoeste.
b) As facies marinhas possuem expressão mais restrita a
sudoeste, e as continentais alimentam ou mantêm sua importância rela
tiva no mesmo sentido.
c) No sentido noroeste nao foi possível fazer qualquer
observação, e a \jnica informaçao disponível é o do trabalho de Goso
e Santa Ana, que apresentam dados muito variaveis em relaçao as es-
pessuras da Formaçao Tres Islas, com uma tendência esboçada de urr,
depocentro na região ao redor de Tacuarembó. É impossível formular
qualquer juizo sobre este fato, pelo desconhecimento dos criterios
de delimitação das unidades utilizadas para os dados das perfura-
ções que foram usados por aqueles autores.
16.
Do conjunto das descrições litológicas realizadas em per
fis de superfície e subsuperfície, constata-se que a existência de
corpos arenosos interpretados como depósitos de planície de marés
(zona de inframarés) e subordinadamente corpos pelítico-arenosos
(zona de intermarés) é uma conclusão inédita, em relação aos traba
lhos que a equipe teve conhecimento sobre a Formacion Tres Islas
Como uma porção considerável desta unidade está representada por
estes arenitos, em muitas das áreas visitadas, pela importância do
aporte de uma nova interpretação ao conhecimento científico, mesmo
que em caráter ainda preliminar, mas principalmente pelas suas
obvias implicações para a existência e planejamento de pesquisa de * * / /
camadas de carvao fossil, sera apresentada uma breve discussão bi-/ m*é
bliografica e sua relaçao com o qxae foi observado no campo.
Relativamente a outros sistemas deposicionais ( deltai-
cos e pelágicos) os depósitos de marés têm número menor de exemplos
atuais e antigos descritos, permanecendo inclusive algumas ambigüi-
dades e confusões terminológicas. Neste trabalho adota-se algumas
definições basicas, referidas a fonte de onde foram obtidas.
- Amplitude das marés a maioria dos autores divide as
marés em mi cromarás ( c 2 m), mesomarés (2 a 4 m) e macromarés (4 a
6 m), segundo a amplitude máxima média entre a maré alta e a maré
baixa, numa determinada região costeira atual.
- Numa região costeira sob a açao de marés com alguma
significação quantitativa da sua amplitude, pode-se distinguir três
zonas (Elliot, 1978):
Supramares - situa-se acima do nivel medio das mares
altas.
Intermarés - situa-se na área coberta pelas marés al-
tas e descoberta pela mare.
Inframarés - situa-se abaixo do nível medio da mare
baixa.
17.
Em termos gerais pode-se relacionar estas três zonas com
a característica básica de sedimentação ocorrente em cada uma delas,
ou seja, planície lamosa na zona de supramarés; planície mista na
zona de interinares; planície arenosa na zona de inframarés.
0 termo estuário tem se prestado a diversas concepçoes e
usamos aqui a definição de Elliot, 1978:
"Um corpo d'água costeiro, parcialmente fechado, que tem
uma conexão livre com o mar aberto, e dentro do qual a água salgada
é diluída com água doce derivada de drenagem continental".
Por este conceito os deltas dominados por marés estariam f /
incluidos nos estuarios. Alguns autores, como Scholle and Spearing
(1982), na própria divisão dos capítulos do livro-texto que editam^
separam Depósitos Estuarinos das Planícies de Marés, estas últimas
dizendo respeito a açao das mares em costas abertas.
Sob o termo genérico barras de marés encontra-se dois t_i
pos de corpos arenosos conhecidos como "megaripples" ou barras sub-
aquosas e "sandwaves". Os primeiros sao corpos de geometria along£
da perpendicular às direções deposicionais, enquanto os segundos
distribuem-se segundo a direção deposicional que é paralela ou sub-
paralela à costa. Como evidentemente existem todas as gradaçoes poí>
síveis, com freqüência é difícil distinguir perfeitamente os dois
tipos nas descrições existentes.
A possibilidade de dep>osiçao e preservaçao de sistemas
deposicionais produzidos pela açao de marés depende essencialmente,
entre muitos fatores, do balanço entre a energia das marés em rela-
ção à da açao das ondas e dos rios que interagem em uma determinada
area. A maioria dos autores concorda que apenas meso e macromares
(3 a 6 m) podem depositar sedimentos de modo a formar expressivos
registros dos mesmos.
18.
Como em qualquer outro sistema deposicional, as planí-
cies de marés devem possuir um conjunto de características facioló-
gicas que permita identificá-las, sendo que dificilmente um caráter
por si só é diagnóstico.
Apresenta-se a seguir uma breve e simplificada relaçao
das mais comuns e típicas feições faciológicas que sao encontradas
nestes ambientes:
- Textura: Areias e lamas sao depositadas nas planícies
de marés, freqüentemente muito interdigitadas, devido aos regimes
de fluxo muito diferenciados. As areias, predominantes na zona de
inframarés, sao predominantemente maduras, quartzosas, com bom arre
dondamento, granulometrias variadas, mas com tendência a finas e
muito finas. Muito localmente sao encontrados conglomerados de gra-
nulos e seixos, na base das seqüências. Pouca ou nenhuma matriz ar-
gilosa singenética está presente.
- Geometria: já referida ao conceituar barras de marés .
Pode-se acrescentar que as "sandwaves" apresentam principalmente ca
madas sucessivas tabulares ou lenticulares com eixo maior muito
alongado em relaçao ao menor. As camadas das "megaripples" maistíp^
cas apresentam formas acunhadas. Ambas costumam apresentar espessu-
ras para cada camada desde poucos centímetros até algumas dezenas
de centímetros. Clifton (1982) menciona espessuras até 4 m. 0 mesmo
autor ressalta que depósitos estuarianos devem ser tipicamente limi_
tados em extensão geográfica. Planícies de marés formadas em costas
abertas podem ser de maior extensão em area, em função das dimen-
sões da região submetida a marés de amplitude significativa (>3m).
- Estruturas sedimentares: Algumas especificidades nos
regimes de fluxo determinam algumas estruturas que sao construidas
nestes ambientes. Em primeiro lugar o sentido inverso dos fluxos / / * *
correspondentes a mare alta - mare baixa, e a variaçao na energia
19.
dos fluxos com aceleração e desaceleração em cada um destes ciclos.
Apesar disto é bem estabelecido o fato de que um ou outro dos senti
dos de fluxo (maré alta ou maré baixa) predomina amplamente sobre o
outro, de modo que o fluxo de maior energia e duração tende a des-
truir, total ou parcialmente, os depósitos construídos pelo menos
intenso.
Elliot (1978) resume algumas das estruturas sedimentares
que servem para identificar ambientes de marés em rochas sedimenta-
res: 1) estreita associaçao espacial e temporal de estruturas forma
das por corrente, indicando fluxo bidirecional; 2) abundância de su t ^ -v *
perficies de reativaçao; 3) a presença de facies que refletem alter
nâncias repetidas, de pequena escala, nas condiçoes de transporte
do sedimento.
0 empilhamento de camadas com estratificaçao cruzada pia
nar, de ângulos variáveis, separadas por planos de descontinuidade
(erosivos e/ou por reativaçao) ou camadas menores intercaladas, é o
aspecto mais conspicuo de uma seqüência depositada. A estratifica-
çao cruzada é freqüentemente do tipo sigmoidal, formando feixes, por
vezes com ângulos variaveis dentro da mesma camada (aceleraçao/des£
celeraçao do fluxo - Kreisa & Moiola, 1981).
M /
Ondulações formadas por ondas simétricas predominantes ,
mas com presença também de ondulaçoes assimétricas (correntes) por
vezes com um padrao de ramificações por interferência complexos ,
abundantes nas zonas inframares e intermarés.
Na zona interinares (planicie mista) sao comuns as lamina
çoes do tipo "flaser", "linsen" e "wavy", bem como fendas de resse-
camento e outras estruturas de exposição subaerea.
A estrutura espinha de peixe ("herringbone"), que seria
a mais diagnostica, é difícil de ser encontrada bem preservada,pelo
já mencionado fenômeno da predominância de um sentido de fluxo so-
bre o outro.
20.
Nas estratificaçoes cruzadas dentro das barras de marés
e poss ível encontrar por vezes películas de lama separando um estra
to do seguinte, pelo efeito de desaceleração e mudança de sentido
de fluxo. As estratificações cruzadas acanaladas são por vezes en-
contradas, significando deposição em canais de maré de barras sub-
aquosas ("megaripples").
A bioturbaçao pode ser freqüente nas zonas inter e in-
framarés, dependendo de outros fatores mais ou menos favoráveis à
proliferação de vida nestes ambientes.
Efeitos de fluidizaçao sao comuns nos corpos arenosos
maiores, eventualmente com diapirismo de argilitos e lamitos na
base das camadas de arenitos, quando diretamente assentados sobre
aqueles.
A partir dos perfis de superfície e furos de sondagem
apresentados no início deste capítulo, e relacionando-os aos mode-
los cujas características básicas foram resumidas acima, pode-se
apresentar as principais conclusoes alcançadas sobre as seqüências
deposicionais da Formacion Tres Islas:
1) Duas seqüências principais podem ser identificadas ,
uma basal, de caráter deltaico progradante e fluvial com corpos eó-
licos associados - a segunda superior, depositada em forma de bar-
ras de marés na planície de inframarés, associada a lamitos e areni-
tos interlaminados provavelmente da planície de intermarés.
2) A seqüência de planície de marés foi diagnosticada pe
Ias seguintes feições faciológicas, tomadas em conjunto: Corpos ta-
bulares alongados com espessura de algumas dezenas de centímetros ,
constituídos por arenitos finos predominantemente, mas localmente
apresentando graos medios a grossos, com estratificaçao cruzada ta-
bular de médio a alto ângulo, freqüentemente do tipo sigmoidal, com
ocorrência de marcas onduladas simétricas, eventualmente assimétri-
21.
cas, em diversos níveis. As barras encontram-se dispostas em seqUên
cias de até dezenas de metros de espessura, as unidades separadas
por camadas de arenitos de mesma textura mas menor espessura ( 3 a
20 cm) e de aspecto maciço, provavelmente por mascaramento das es-
truturas por efeito de fluidizaçao das areias. Muitas das camadas
de maior espessura também apresentam dificuldade de identificação
das estruturas, pelo mesmo motivo. Em poucos locais finas películas
de rochas de grao fi.no (larnitos) separam os estratos frontais. Lo-
calmente as barras estão diretamente superpostas, limitadas somente
por superfícies de reativaçao. Em poucos locais apareceram feições
que foram identificadas, de modo pouco conclusivo, como estruturas
do tipo espinha de peixe ("herringbone"). Associados seqüencialmen-
te, principalmente na base, mas também recobrindo-as, ocorrem lei-
tos de pelitos com maior ou menor quantidade de lâminas de arenitos
finos intercalados, formando estruturas de "wavy", "linsen" e "fia-
ser", com marcas onduladas com microestratificaçao cruzada interna.
Um aspecto que normalmente nao é citado na bibliografia, p w /
e a feição "ruiniforme" que geomorfologicamente mostram as areas
aflorantes com depósitos de barras de marés. Isto tem sido constata
do em várias unidades estratigráficas no Brasil onde foram bem i den
tifiçadas estas seqüências. Este modo de ocorrência produz boas ex-
posições de rochas em escarpas, eventualmente formando figuras"sui
generis" de alguns metros de altura. Um dos locais visitados se cha
ma "El Hongo", pela semelhança que os corpos apresentam com cogume-
los .
3) A geometria dos corpos das barras de marés, associada
a suas estruturas internas, leva a hipótese de que os depositos se
formaram em áreas de costas abertas, podendo-se classificar os cor-
pos individuais como "sandwaves", predominantemente, formados no
sentido do fluxo de maré mais intenso e de maior amplitude, e sepa-
rados por corpos menores produzidos pelo fluxo inverso, ou por ero-
22.
sao e posterior reativação no topo da barra depositada anteriormen-
te.
No Rio Grande do Sul foram descritas facies de planí-
cie de marés e de "sandwaves" na região de São Gabriel (até 15 m de
espessura) e Mina do Iruí (1,5 m de espessura).
As "sandwaves" identificadas foram consideradas como ge-
radas por correntes de marés amplificadas pela superimposiçao de
tempestades (Lavina & Lopes, 1987). Em apenas um local, chamado Bar
rocada, município de Cachoeira do Sul, as "sandwaves" encontram-se
associadas a depósitos de intermarés, formando uma seqüência de ma-
rés mais típica (Lavina & Lopes, 1987). Os mesmos autores conside-
ram que a presença de muitos sistemas de barreira-laguna, sao sugesti^
vos da açao de micromares, numa costa dominada por ondas.
Na região ao sul de Candiota, junto à fronteira uruguaia
e próximo ao afloramento da Picada Gregoria, já é possível identify
car seqüência depositada em zona de inframarés.
* «V
Estes fatos levam a conclusão de que a Formacion Tres
Islas é representativa, nas suas fácies superiores, de uma costa do
minada por meso a macromarés, principalmente ao sul do alto de Vi-
chadero-Acegua. Do mesmo modo que a Formaçao Rio Bonito no Brasil ,
as seqüências basicas indicam uma plataforma transgressiva, ou seja,
a seqüência vai das fácies continentais (fúlvio-deltaicas) para as
de zona intermarés, zona inframarés e plataforma rasa, estes últi-
mos correspondentes à Formacion Frayle Muerto. Como a transgressão
nao se dá uniforme e continuamente, mas através de pulsos de subida
do nível do mar, ocorrem localmente variações da seqüência básica ,
que sao também função da paleogeografía.
23.
4. OCORRÊNCIAS DE CARVAO FÓSSIL
Desde o século passado existem registros e notícias so-
bre ocorrências de carvao fóssil em território uruguaio, particular
mente nos Departamentos de Cerro Largo e Rivera. Goso H. (1967) rea A» J j
liza uma compilaçao destes dados historíeos, a qual e reaproveitada
por Spoturno, J. em sua conferência na Jornada Geologica de julio/
/1985, e estas informaçoes sao incluídas no Inventario de Recursos
de Carbon Mineral en Paises no Productores de America Latina (OLADE,
1984). É ocioso repetir aqui estes dados, já disponíveis nas fontes
mencionadas. Deve-se assinalar que os geólogos da DINAMIGE (informa
çao verbal) nao tem conseguido localizar os afloramentos apontados
em registros antigos No presente trabalho serão comentadas algumas
observaçoes diretamente feitas pela equipe.
Na Picada del Carbon, margem direita do rio Jaguarao, na
fronteira com o Brasil, é mencionada uma camada de 1 metro de espes
sura. No local foram encontrados apenas restos de escavações e entu
lhos, trabalhos possivelmente realizados por leigos, com equipamen
tos mecânicos, sem que fosse possível constatar a existência de
qualquer camada de carvao aflorante.
No afloramento denominado Cerro Valeriana, em sua parte
basal, sao encontradas impressões vegetais fósseis, de folhas, ra-
mos e pequenos troncos carbonizados, além de siltitos cinza que po¿
sivelmente contêm alguma matéria orgânica dispersa. Esta matéria or
gânica vegetal é provavelmente aloctone, carregada por correntes de
água para a planície deltaica, sendo aí depositada e parcialmente
preservada. Sua importância relativa é apenas como indicador da
existência de vegetaçao arborescente, na época, em pelo menos al-
guns locais da bacia.
24.
Em subsuperfície sao citados varios locais com camadas e
leitos de carvão atravessados por perfurações. Será realizada uma
breve apreciaçao dos dados dc sondagem a que a equipe teve acesso ,
apontando algumas deficiências metodológicas que foi possível cons-
tatar na execução de programas de perfuração, e que objetiva tão so
mente colaborar no sentido de que este instrumento de pesquisa mine
ral, de custos geralmente elevados, tenha o melhor aproveitamento
possível.
Do programa datado de 1920 a 1922 e com relatório de K.
Walter, de 1924, nao há testemunhos com carvao, de modo que não é
necessário comenta-lo.
Falconer dirigiu trabalhos de sondagem na década de trin
ta, com o método da grenalha, o que produziu testemunhos de diâme-
tro satisfatório (maior que N e menor que H: entre 5,7 e 7,7 cm)
Infelizmente as amostras preservadas nao sao contínuas, embora cui-
dadosamente acondicionadas em caixas e amarradas com fios de arame.
Cada pedaço de testemunho e representativo de 1 m de perfuraçao e
vem acompanhado da indicaçao de profundidade de coleta. Quando atra
vessando intervalos com x*ocha carbonosa os intervalos de amostragem
são de 0,5 m, de qualquer modo insuficiente para uma avaliaçao cor-
reta dos estratos de carvao. Duas destas sondagens foram examinadas
com maior cuidado, pela existência de intervalos com carvao. LocaljL
zam-se na região do Paso de Melo, nas proximidades da fronteira
com o Brasil, e distam cerca de 500 m entre si. As observaçoes que
foi possivel registrar, necessariamente imprecisas, sao as seguin-
tes:
Perforación 201 (Paso de Melo) - carvão nos intervalos:
34 a 35 m - lâminas
37 a 38 m - lâminas
52 m - ~ 10 cm
54 m - ~ 10 cm
67,40 m - lâminas
25.
Perforación 205 (Paso de Melo) - Formacion Frayle Muerto
de 0 a 34 m - Formacion Tres Islas de 34 a 112 m - Formacion San
Gregorio de 112 a 121 m, onde foi concluida a sondagem, ainda atra-
vessando litologias desta formaçao. Foi identificado carvao nos in-
tervalos:
43 a 43,50 m - folhelho carbonoso e carvão
43,50 m - clastos finos de carvao em arenito fino
44,00 m - carvao com lâminas finas de vitrênio e pi
rita
62,20 a 63 ,40m - camada de carvão com lâminas mediase gro¿
sas de vitrênio, com intercalaçoes de fo-
lhelho carbonoso, e arenitos desagregados
na porção basal. Estima-se 0,60 a 0,80 m
de carvão contido (CC), numa camada total
de 0,90 a 1,10 m (CT)
71 a 71,50 m - folhelho carbonoso desagregado com inter-
calaçao de leito de carvao
74 a 75,00 m - folhelho carbonoso com pirita
Um programa de mapeamento geológico e sondagens foi con-
duzido pela DINAMIGE e relatado por Spoturno, J. em 1981. Dezoito
furos de sonda foram executados, mas as conclusoes sao muito insegu
ras, devido a recuperaçao de testemunhos muito baixa (25 a 307o nos
pacotes carbonosos). Alguns leitos e camadas de carvao foram consta
tados na região de Picada de la Gregoria - Cuchilla de Melo , nas
proximidades da fronteira com o Brasil. A perfuraçao 1213/1 ou 313/1
foi examinada diretamente pela equipe, verificando-se a presença de
folhelho muito carbonoso entre 10 e 10,25 m. Contudo, devido a ja
mencionada má recuperaçao, é difícil formular qualquer idéia sobre
a importância da ocorrência.
26.
Outro programa foi conduzido pela ANCAP, visando o conhe
cimento dos folhelhos pirobetuminosos da Formacion Mongrullo. Ape-
sar da grande quantidade de perfurações realizadas, poucas ultrapas
saram os horizontes de interesse mais imediato. Segundo informações
verbais dos técnicos da ANCAP, é possível que camadas de carvao pos
sam ter sido eventualmente confundidas com os folhelhos negros, e
enviados para ensaios de retortagem, nao permanecendo registro da
sua existência.
Finalmente, foram examinados testemunhos de sondagens
realizadas para pesquisa de urânio, na década de 80. Estes testemu-
nhos, em diámetro N, sao os que estão em melhores condiçoes para se
rem descritos, com boas recuperações e bem organizados. Utilizamos
duas destas sondagens, a FM-1 e FM-2, para descrição litofaciológi-
ca, e que foram comentadas no capítulo sobre a Formacion Tres Islas.
Os pesquisadores que trabalharam na bacia gonduânica uru
guaia, com a atençao voltada para a perspectiva de jazidas de car-
vao fóssil, assinalaram a possível continuidade das camadas do sul
do Brasil, particularmente da Jazida de Candiota, em território uru
guaio. Entre os anos de 1975 e 1984, um intenso programa de pesqui-
sa de carvao, incluindo alguns milhares de furos de sonda, foi exe-
cutado pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM , no
Rio Grande do Sul. As informaçoes e interpretações oriundas deste
programa permitiram comprovar que aquela expectativa nao se confir-
ma. As camadas principais, entre elas a Camada Candiota, que contem
cerca de 6 0 7 o dos recursos da jazida, acunham e desaparecem para o
sul, muitos quilômetros aquém da fronteira entre os dois países. Al
gumas camadas, estratigraficamente inferiores, de importância secun
daria pelas suas espessuras reduzidas e descontinuidade lateral ,
efetivamente sao as que estão presentes, nos afloramentos assinala-
dos na bibliografia e nos registros de alguns furos de sonda. Assim,
embora não se descarte totalmente a existência de carvao nas proxi-
27.
mldades do alto dc Vichadero-Aceguá, somente se deve esperar depósi-
tos de pequeno porte.
A Formacion Tres Islas, ao longo de sua área aflorante, é
constituida por duas seqüências, como já descrito. A superior, forma
da por depositos de inframares e de intermarés e muito pouco promis-
sora para a ocorrência de jazidas de carvao. Galloway e Hobday
(1983) assinalam que "carvões relacionados a sistemas dominados por
marés sao raros".
S
A porção inferior, com seqüências interpretadas como flu-
vio-deltaicas, é a que deverá merecer a maior soma de esforços. Em
áreas bem estudadas no Brasil verifica-se que este tipo de seqüência
está muito controlada pela paleotopografia do embasamento, e pela
tectónica que condicionou, ao menos parcialmente, esta paleotopogra-
fia. Deste modo torna-se importante o conhecimento dos paleovales
onde corriam os rios e depositavam os seus sedimentos, até o corpo
d'água onde desembocavam, formando planícies deltaicas. As paleocor
rentes expressas nas estruturas sedimentares sao obviamente um aspee
to decisivo para este objetivo.
A seqüência basal flúvio-deltaica apresenta semelhanças
com o Membro Triunfo da Formaçao Rio Bonito, tal como esta desenvol-
vido nos estados do Paraná e Santa Catarina. Alguns depósitos de car
vao tais como Sapopema, Campina dos Pupos, Figueira, este ultimo em
lavra há vários anos, sao conhecidos no estado do Paraná, e poderiam
estar presentes, em áreas onde a Formacion Tres Islas está coberta
por unidades mais jovens. Estes depositos de carvao ocorrentes no
Membro Triunfo, sao de pequeno a medio porte, mas seus carvões sao
de boa qualidade (teor de cinzas) numa comparaçao generica com a me-
dia dos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, embora com altos teo-
res de enxofre.
28.
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
A nova interpretação da Formacion Tres Islas, segundo
critérios genético-faciológicos, inesmo que de forma ainda prelimi-
nar e num âmbito regional, fornece uma base mais consistente para a
elaboração de um plano de avaliação das potencialidades para carvão
fóssil nesta unidade, em território uruguaio. Fica bem claro que os
esforços devem dirigir-se à seqüência basal, de caráter continental,
como a única com possibilidades reais de conter camadas de carvao.
As expectativas de continuidade direta das principais ca
madas da Jazida de Candiota, no sul do Brasil, para o interior do
Uruguai, ficam descartadas. Ocorrem sim as camadas mais inferiores,
de menor interesse econômico, já registradas em afloramentos e son-IV
dagens, infelizmente com informaçao insuficiente para tirar conclu-
soes quanto as suas dimensões, pelos problemas apontados anterior-
mente .
A quase ausência de afloramentos de estratos de carvao ,
e/ou rochas carbonosas, permite afirmar que eventuais depósitos de
carvao estarao sob coberturas das Formaçoes mais jovens que a Tres «V
Islas, ou seja, Formacion Frayle Muerto, Formaçao Mongrullo e supe-
riores. Este fato é certamente uma dificuldade adicional na pesqui-
sa geológica para carvao, já que a imensa maioria das jazidas mun-
diais deste bem mineral foram descobertas partindo de indícios exis
tentes em superfície. Contudo, está longe de ser um fator limitante
absoluto. No Brasil, ao final da década de 70, foi descoberta a Ja-Ar
zida de Santa Terezinha, com mais de quatro mil milhões de recursos
de carvao "in situ", e o carvao de melhor qualidade conhecido no
Brasil sob os pontos de vista de "rank" e "grade". Esta jazida, ain
da em fase de pesquisa (detalhamento de algumas áreas para elabora-
ção de projeto de lavra e beneficiamento), foi descoberta por uma
combinação de métodos de interpretação geológica regional, geofísi-
29.
ca de superfície e sondagem, e os pacotes carbonosos encontram-se
sob coberturas entre 500 a mais de 900 m, sendo que em superfície
somente estão presentes sedimentos recentes da planície costeira.
Em função dos dados obtidos diretamente ou através da bi.
bliografia e de informações verbais dos colegas uruguaios, e das
conclusoes gerais explicitadas acima, pode-se desenvolver algumas
recomendações para a execução de um programa de pesquisa de carvao
na bacia gonduânica urugtaaia.
- Mapeamento de superfície
O primeiro passo na elaboraçao de um programa de pesqui-
sa de carvao em bases cientificas e racionais, do ponto de vista
técnico-económico, é a execução de um mapeamento geológico na esca-
la 1:50.000 da faixa aflorante da Formacion Tres Islas. Tal mapea-
mento deverá ser executado com critérios genéticos, mais do que li-
toestratigráficos, e com especial atençao a medidas de paleocorren-
tes, distribuição espacial, controles tectónicos e paleogeograficos,
bem como evidências em superfície de rochas com matéria orgânica
Para melhor amarraçao da distribuição da Formacion Tres Islas, o ma
peamento deverá incluir o topo da unidade inferior e a base da uni-
dade superior. Conforme foi possível verificar durante a estada da
equipe no Uruguai, existe recobrimento aerofotogramétrico, bem como
mapas-base planialtimétricos 1:50.000, de boa qualidade, em grande
parte da área de ocorrência da Formacion Tres Islas.
Para um melhor êxito nesta fase, seria muito conveniente
a presença de geólogo(s) da DINAMIGE para treinamento específico em
técnicas de mapeamento faciológico no Rio Grande do Sul, em cursos
especiais que a CPRM promove. Também seria aproveitada esta presen-/ / m**
ça para visitas a algumas areas com depositos de carvao.
30.
Além destas providências, considera-se que seria necessá
rio o apoio de uma consultoria de técnicos brasileiros e/ou húnga-
ros em alguns períodos durante o programa de mapeamento.
- Geofísica de superfície
Em função dos resultados do mapeamento e sua análise, po
derá ser considerado útil o emprego de métodos geofísicos de super-
fície, basicamente visando o melhor conhecimento da paleotopografia
do embasamento, na área sob cobertura das unidades gonduânicas aci-
ma da Formacion Tres Islas. Os métodos a serem utilizados seriam
eletro-resistividade e/ou sísmica de refraçao.
- Sondagem
Este é o método que tem custos mais elevados, mas é sem-
pre indispensável para a descoberta e delimitaçao de jazidas de car
vao e da maioria dos depositos minerais. Como implica em dispendio
de recursos mais volumosos, uma série de cuidados e rigor técnico
devem ser adotados, para potencializar as informaçoes obtidas, aos
menores custos possiveis. As principais medidas a serem tomadas sao
resumidas a seguir:
a) Somente planejar o programa de sondagens depois de es
gotados os métodos menos dispendiosos.
b) Garantir altas recuperações (maiores que 9 0 7 c ) dos tes
temunhos de sondagem, particularmente nas zonas de interesse. Pode-
-se obter boas recuperações em virtualmente qualquer tipo de rocha,
desde que se use o equipamento adequado e um fluido de perfuraçao
controlado. 0 fluido deve ser à base de bentonita mais água, mais
os aditivos indicados pelos ensaios conduzidos sistematicamente por
um técnico especialista.
c) Os furos devem ser todos perfilados, pelo menos com
os métodos gama, SP e resistência. Se houver disponibilidade de
equipamentos é muito útil usar os métodos densidade (ou gama-gama),
31.
caliper e sónico, nos furos que atravessaram camadas de carvao. 0
fluido de perfuração, além de garantir a boa execução da sondagem
propriamente dita e da recuperação de testemunhos, permite o bom
condicionamento da perfuração para obtenção de curvas de perfil geo
fí sico de boa qualidade para a interpretação.
- Todos os furos devem ser registrados em um perfil com-
posto, do qual agregamos a cópia de um exemplar, onde se pode ver
que todos os dados importantes estão colocados, permitindo inclusi-
ve reinterpretaçoes sob outras corvcepçoes diversas das que existiam
à época de execução, e também o emprego para outros objetivos além
da pesquisa de carvao (por exemplo, estudos de reservatórios de
água subterrânea). Deve ser usado um sistema de denominaçao de fu-
ros, baseado em normas internacionais, que vao constar de todos os
documentos relativos a perfuraçao e das caixas contendo testemunhos,
os quais devem ser cuidadosamente guardados, permitindo redescri-
çoes sempre que necessário.
- As seqüências atravessadas pelas perfurações devem ser
descritas integralmente e servir de apoio e realimentaçao dos dados
obtidos em superfície. As camadas de carvao devem ser descritas em
escala detalhada (1:20), segundo um método prático e confiável (Fer
reira & Albuquerque, 1978). Este ponto é particularmente importante,
porque as camadas de carvao testemunhadas devem ser retiradas das
caixas após a sua descrição, embaladas e enviadas para laboratórios,
onde serão realizados ensaios e análises físico-químicas e petrográ
ficas. Quanto a amostragem e caracterização do carvao em laborato-
rio, também deve ser estabelecido um programa, com uma metodologia
adequada a carvões gonduânicos, que a CPRM tem desenvolvido ao lon-
go de muitos projetos executados, no Brasil e em outros países (Fer
reira, Süffert & Santos, 1978).
32.
d) Durante a estada no Uruguai da equipe deste projeto
foi verificado que vários programas de sondagem, mencionados no ca-
pítulo 3 deste relatório, nao possuem um adequado registro das in-
formações em perfis compostos. Acredita-se que seria muito útil re-
visar todas estas perfurações, especialmente os testemunhos de son-
dagem e os dados de situação topográfica, de modo a construir per-
fis compostos, desenhados em papel durável (vegetal ou assemelhado),
de modo que seja possível obter cópias, sempre que necessário. As
escalas mais adequadas para expressar as seqüências verticais des-
critas sao 1:100 para a Formacion Tres Islas e 1:200 ou 1:500 para
A M
o conjunto gonduanico. No caso de perfurações com profundidades
até 300 a 400 m, somente a escala 1:100 para todo o intervalo do
furo pode ser suficiente.
Este trabalho, envolvendo apenas trabalho de um geólogo,
desenhista e auxiliares, e algum material, teria uma relaçao de cu¿
to-benefício muito favorável, já que recuperaria e sistematizaria in
formações hoje dispersas, e que foram obtidas com considerável gas-^ * * * '
to de recursos, como e o caso das sondagens. Contribuiria nao so
para a pesquisa de carvao, como para a de outros bens minerais e
para o próprio conhecimento científico da bacia gonduânica, além de
servir como treinamento de pessoal para futuros programas de sonda-
gem a serem desenvolvidos.
33.
6. BIBLIOGRAFIA
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>C\ON N^c-.ÒV ^ ' \
inhliotí'c a
Y
<- \
INTRODUCCION
Después del Acuerdo entre la Superintendencia Comecial de
la Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais -CPRM-, y las autoridades
de la Dirección Nacinal de Minería y Geología -DINAMIGE- del Uruguay,
se decidió que un Geólogo especialista en investigaciones de yacimientos
de carbón fósi1,brasileño,permaneciera durante un período de cuarenta
y cinco días en aquel país para colaborar en un Programa de Investigación
de dicho mineral en territorio uruguayo.
Se formó un equipo de trabajo constituido por los Geólogos:
Laszlo Somos y Radocz Gyula, del Hungarian Geological Institute; Jose
Alcides Fonseca Ferreira del CPRM; y Jorge S. Da Silva de Nla DINAMIGE,
a este último le cupo el planeamiento y coordinación de los trabajos.
Estos cuatro Técnicos firmarán el presente informe.
El Geólogo José Alcides Fonseca partió para Montevideo-Uruguay-
el día 21 de mayo de 1989, estableciendo contacto con el Geólogo Jorge
Da Silva el día 22 por la mañana.
El cronoj?,rama de las actividades del equipo fué dividido
en cuatro períodos, ios cuales fueron:
* 22 de mayo al 05 de junio-Trabajos de campo con base en el Depto de
Tacuarembó y Melo.
* 06 de junio al 24 de junio-Trabajos de gabinete y estudio de testigos
de sondeos en Montevideo.
* 17 de Junio al 24 de julio-Trabajos de campo con base en Melo Depar-
tamento de Cerro Largo.
* 24 de junio al 04 de julio-Trabajos de gabinete y estudio de testigos
de perforaciones en Montevideo.
* 05 de julio-Retorno al Brasil.
Los Técnicos c¡e Hungría que habían arribado al Uruguay algunos
días antes, también dejaron el país después de completar un período de
cuarenta y cinco días, el 28 de junio.
Los desplazamientos fueron en su totalidad realizados en
vehículos de la DINAMIGE, con chófer de la misma Institución, el Sr.
Martín Machado.Duran te la realización de los trabajos no se registró
ningún insidente que perjudicara el buen funcionamiento de las actividades
propuestas, puediendo afirmarse que se mantuvo un óptimo espíritu de
colaboración entre todas las partes involucradas.
. 1 .
Varios Técnicos y funcionarios de la DINAMIGE y del Gobierno uruguayo prestaron colaboración en diversas oportunidades favoreciendo el normal curso del programa propuesto.
Entre éstos se puede destacar las siguientes personas:
* Dr. Alejandro Nader, del Ministerio de Industria, Energía y Minería del Uruguay, encargado de los convenios técnicos internacionales en el área de este Ministerio.
* Ing. Agr.Roberto Ghiringhelli, Director de la DINAMIGE.
* Geólogo Pier Rossi Kempa, especialista en las unidades basales de la Cuenca Gondwánica del Uruguay. N
* Geólogo Héctor Goso, especialista en geotectónica y evolución de la Cuenca Gondwánica.
* Geólogo Eduardo Medina, que ha proporcionado valiosas informaciones acerca de perforaciones antiguas.
Además de éstos, diversos funcionarios y Técnicos de la DINAMIGE y de otras Instituciones entre las cuales los Técnicos de los Laboratorios de ANCAP en Pando, prestaron valiosa colaboración al equipo.
.2.
GEOLOGIA REGIONAL
De acuerdo a lo que se observa en la fig.N°2, Ias rocas sedimen-
tarias gondwánicas (Cuenca del Paraná) ocupan una extensa área (3 a 4
decenas de Km2) en la porción noreste del Uruguay, en continuidad con
las mismas litologías del lado brasileño.
Al sur y sureste los límites son por contactos con rocas
más antiguas del basamento pregondwánico y al oeste las unidades sedimenta-
rias se hunden bajo las rocas volcánicas más jóvenes de los derrames
de la Formación Arapey (Formación Serra Geral en Brasil).
Varias columnas estratigráficas han sido propuestas para
el paquete sedimentario del Gondwana Uruguayo. Sin entrar Nen detalles
de estas discusiones,el cual estaría fuera del ámbito de este texto,
se puede adoptar una columna que tiene una correspondencia directa y
relativamente simple para ser usada aquí, entre las secuencias en estudio
en el Uruguay y Río Grande do Sul se anotan las siguientes unidades formacio-
nales:
(TOPE) Formación Arapey - Formación Serra Geral.
Formación Botacatú - Formación Rivera
Formación Tacuarembó - Formación Río do Rasto
Formación Yaguarí - Formación Terezinha
Formación Paso Aguiar - Formación Serra Alta
Formación Mangrullo - Formación Iratí
Formación Frayle Muerto - Formación Palermo
Formación Tres Islas - Formación Río Bonito
(BASE) Formación San Gregorio - Formación Itararé.
Ha de señalarse que las mayores divergencias se sitúan a
partir de la Fm. Paso Aguiar hacia el tope, y por lo tanto la base de
la secuencia que interesa más directamente a los objetivos de este trabajo
es menos controvertida, aün así, también aquí se encuentra nombres y
opiniones diferentes.
En el extremo sudoeste de la cuenca afloran unidades de edad
Devónica correlacionables con las Formaciones Furnas y Ponta Grosa que
afloran en el Estado de Paraná - Brasil.
El Ing.Héctor Goso y el Geól.De Santana (ANCAP), realizaron
una revisión estratigráfica y proponen un modelo de evolución tectónica
.4 .
sedimentaria para la cuenca del cual utilizamos algunas conclusiones
en este trabajo.No corresponde a este informe agregar el contenido de
estas interpretaciones, pero se destacan algunos tópicos que son especialmen-
te importantes, con pequeñas modificaciones originarias de nuestras propias
observaciones.
Como se puede ver el la fig.N°3, existe una compartimentación
de la cuenca en dos partes, la menor al norte y la mayor al sur, siendo
el divisor un alto del basamento cristalino, de dirección general NW-SE
de aproximadamente 150 Km de largo existiendo una interrupción en el
valle del Río Negro, de 25 Km.,donde afloran sedimentos gondwánicos y
aluviones depositados por el mismo río. Llámase informalmente a esta
unidad de Altos de Vichadero-Aceguá.
Hay importantes recubrimientos de las unidades más jóvenes
sobre las más antiguas, claramente visibles en las porciones marginales
actuales del alto del basamento aludido en el item anterior, pudiéndose
ejemplificar este hecho por el contacto directo de la Fm.Tacuarembó sobre
el basamento cristalino, en la extremidad noroeste de este último.
La orientación general de las fracturas tienen predominantemente
las misma dirección: SE-NW, siendo particularmente visibles sobre la
cobertura de rocas volcánicas de la Formación Arapey y el posible control
tectónico de algunos cursos de agua, como el del bajo Río Negro, algunos
afluentes de su margen derecho y el río Tacuarembó en su recorrido final.
Esta dirección (NW-SE) o como aseguran Goso y De Santana,
NWW-SEE, sería el eje principal de subsidencia de la cuenca, con inclinación
NWW, por lo menos a partir del Devónico.
Otros hechos de carácter regional son los alineamientos NW-SW
que también son muy nítidos al simple examen de los mapas de superficie
y de las fotografías aéreas.
Esta dirección estructural está comprendida en las líneas de falla SW-NE
que marcan los límites del basamento cristalino pre-gondwánico con las
unidades sedimentarias del flanco sudeste de la cuenca, inclusive presentán-
dose como fosas alineadas en la misma dirección y donde se encuentran
rocas más jóvenes de la Fm.Tres Islas, conservadas entre el basamento.
Esta dirección es claramente la continuidad de la falla de la Açoteia
en Río Grande do Sul, donde es el elemento estructural de mayor importancia
regional y hace sentir sus efectos por reactivaciones durante y posteriormen-
te a la deposición de los sedimentos gondwánicos. El Río Negro, en la
mayor parte de su curso superior y el arroyo Yaguarí, también parecen
estar controlados estructuralmente según esta dirección. El efecto sobre
.5.
la sedimentación gondwánica y su interrelación con la dirección considerada principal (NWW-SEE), aún permanecen indeterminadas de acuerdo con nuestra evaluación.
Una de las mayores dificultades para una interpretación definiti-va de la evolución de la cuenca y en especial su geometría actual es la escasez de datos de sub-superficie y algunos obstáculos a la interpreta-ción coherente de los datos existentes (este problema será retomado en capítulos posteriores).
Goso y De Santana registraron la presencia de intrusivas básicas con mayor frecuencia en las formaciones Mangrullo y Paso Aguiar, siendo la misma situación encontrada en Brasil, relación a las correspondien-tes formaciones Iratí y Sierra Alta.No existen referencias aN direcciones predominantes de diques, los cuales podrían ser buenos indicadores de las principales direcciones en el momento en que hubo intrusión.
De este modo estamos frente a una situación relativamente diferenciada desde e l punto de vista de la evolución tectónica de la cuenca y controles estructurales predominantes de aquellas encontradas en la secuencia de los yacimientos de carbón de Río Grande do Sul, donde la alternacia de altos y bajos del basamento (paleotopografía), combinada y/o producidas por fallamientos SW-NE, determinaron condiciones favorables al desenvolvimiento de turberas extensas que evolucionaron en los actuales yacimientos de carbón.
. 6 .
FORMACION TRES ISLAS
Corresponde a lo que en la Cuenca del Paraná en territorio
brasileño, es la Formación Río Bonito, es el principal objetivo del presente
trabajo, pues es esencialmente en la que pueden aparecer lechos de carbón
con importancia económica.
Litoestratigráficamente, se sitúa sobrepuesta a la Formación
San Gregorio y bajo la Formación Frayle Muerto. El contacto inferior
es definido de manera un poco precaria en la bibliografía que fué consultada,
en función de la dificultad real encontrada en el campo.
En algunos sondeos fueron descriptos por el equipo de este
Programa (FMI y FM2), este contacato es bien claro, marcado por pasajes
de sedimentos finos, varvíticos, hacia areniscas mal clasificadas en
la base de la Formación Tres Islas.
El contacto superior en los puntos de las superficies y subsuperficie
en que esta bien expuesto y más evidente, pasando de rocas depositadas
en ambiente litoral de la unidad inferior hacia pelitas con "wavy" y
"linsen" y barras de costa afuera» de la Fm. Frayle Muerto. Frecuentemente
este pasaje se da por una superficie erosiva, marcando la transgresión
marina característica del inicio de la Fm. Frayle Muerto.
En superficie ia Fm. Tres Islas, se distribuye en áreas restrin-
gidas. Un agrupamiento de afloramientos alargados según una dirección
general NE-SW, desde la frontera con el Brasil, situándose junto al borde
este de la cuenca, controlado por el fallamiento en fosas y paredones,
apareciendo como áreas relativamente altas.Estas líneas tectónicas ya
fueron mencionadas en el Capítulo 3.
Otra área aflorante es en el extremo sudoeste de la cuenca
donde se encuentra encima de la Fm.San Gregorio, es la que está en continui-
dad física con la referida en el parágrafo anterior.
La forma general de esta área en planta, es la de una media luna con
su parte cóncava mirando hacia el norte.
Junto al borde sur de Vichadero-Aceguá- se encuentra algunas
ocurrencias de la Fm.Tres Islas, además de otras dos de pequeña expresión
areal al norte del citado alto junto a la frontera brasileña.
Por fin, dos áreas de afloramientos en el borde sur de la cuenca, entre
las cuales la más occidental,está reposando sobre el basamento y cubierta
.7.
directamente por las rocas volcánicas de la Fm.Arapey, una situación
"sui géneris", en la cuenca del Paraná.
Desgraciadamente no fué posible al grupo verificar "in situ"
este hecho por lo exiguo del tiempo.
Goso y De Santana señalan a partir de datos de sondeos espesores
medios del orden de 50 mts. para esta unidad, llegando hasta 89 mts.
más o menos en la parte central de la cuenca (en territorio uruguayo),
al norte de Tacuarembó (perforación Bañado de Rocha).
La composición litológica de la Fm. Tres Islas es esencialmente
areniscas de color blanquecino, amarillenta por alteración, granulometría
gruesa a fina con estratificación cruzada tabular (predominante) de alto
ángulo, pequeño a mediano porte, con algunas capas de areniscas masivas
(fluidizadas) de menor espesor intercaladas. Generalmente en la parte
basal de la unidad aparecen lutitas y siltitos con láminas y lechos de
areniscas casi siempre finos, estructuras de marcas onduladas, mayoritaria-
mente simétricas, son abundantes, tanto en los términos arenosos, así
como en los pelíticos, predominando en estos últimos.
Estas características identificadas por los autores, en cuyos
trabajos se realizó la consulta, llevaron a la interpretación de los
mismos ambientes deposicionales de tipo continental (fluvial), transicional
(deltaico) y en el caso de Goso y De Santana, marino epicontinental aún
no definen las relaciones ni que litotipos corresponderían a cada uno
de los ambientes referidos.
Durante la realización de los trabajos de campo por el equipo,
así como las descripciones de algunos pozos de sondeos testigados, fue
posible la identificación más detallada de estrucaturas sedimentarias
y secuencias deposi taciona1 es que nos llevaron a una conclusión marcadamente
diversa de las interpretaciones anteriores referido a la génesis de los
sistemas deposicionales que constituyen la Fm.Tres Islas. Se presentan
a continuación algunos perfiles levantados en afloramientos de la Fm.Tres
Islas, así como descripciones de sondeos, las que dan el soporte de las
interpretaciones que derivem de estas observaciones:
* Picada de la Gregoria, en las márgenes del Río Yaguarón
en la frontera con Brasil. Este afloramiento muestra una sección con
varias decenas de metros con una secuencia sedimentaria continua en el
cauce del río y en las barrancas contiguas, existe un fuerte buzamiento
de los estratos de 15° a 2E>° debido a efectos tectónicos locales,Fig.N°14.
El buzamiento se torna más suave hacia el tope de la secuencia hasta
.8.
tornarse prácticamente nulo en las litologías de la Fm.Frayle Muerto.
De la base a la cima, fueron identificados los siguientes paquetes sedimenta-
rios :
# areniscas finas, sin matriz, macizas por fluidización intensa con algunas
gradae i ones.
# la capa de carbón que aflora descripta en la bibliografía, estaría
próxima a esta secuencia en el mismo cauce del Río Yaguarón.
Nuestra interpretación de este conjunto homogéneo, es la de origen eólico
de pequeño porte, aún en ausencia de estructuras sedimentarias definidas
e identificables no permite opinar definitivamente.
Por correlación con otras secuencias en Brasil- y Uruguay,
en la parte basal o media de esta formación, podríamos suponer la presencia
de pequeños campos de dunas de una barrera litoral o asociadas a cursos
de agua por removilización de arena en períodos de sequía. En ambos casos
podría desenvolverse en el mismo contexto ambiental (continental) donde
la capa de carbón citada estaría ubicada.
# El próximo conjunto muestra laminación cruzada por truncamiento de
ondas "climbing ripples", asociados lateralmente, en areniscas finas
con microgradación, pasando a barras de areniscas groseras en lechos
de base y con estratificación cruzada de bajo ángulo.
Esta secuencia sería marina de la región inframareal, con barras de marea
("sand waves"), en la cima y areniscas retrabajadas por ondas normales
de pequeño porte en la base.
# La secuencia siguiente, cuyo conjunto con la inferior está recubierta
y constituida por pelitas y areniscas finas, con ejemplares típicos de
"hummockys", intercaladas por lentes de areniscas muy finas con estructuras
de migración y pelitas con "wave" y "linsen". Esta secuencia estaría
dentro de la Fm.Frayle Muerto, siendo característica de plataforma rasa,
pero más distal que la anterior, o sea después del evento transgresivo
responsable de las facies de la Fm.Frayle Muerto.
* Cerro Valeriano, situado a pocos Km.al sudeste de la Picada
de la Gregoria., Este afloramiento muestra buenas exposiciones en el área
de una antigua cantera, en bloque alzado por falla, dos secuencias principa-
les son posibles de ser identificadas:
# A) la secuencia basal muestra pelitas y areniscas con fenómenos de
fluidización intensa y diapirismo de las arcillas, penetrando en las
areniscas de arriba. Estos están muy fluidizadas, ocultando las estructuras.
Tanto las lutitas como las areniscas presentan marcas onduladas simétricas
en varios niveles.Aparecen algunos lechos de siltitos grises y algunas
q
impresiones vegetales carbonitizadas, hojas, ramas y pequeños troncos.
# B) la secuencia superior presenta predominantemente areniscas finas
a gruesas con intercalaciones de lutitas. Aparecen marcas onduladas tanto
en los sedimentos más gruesos como en los más finos. Las estructuras
están ocultas por fluidización en las areniscas.
Restos de estratificación cruzada tabular de porte medio y algunas cruzadas
truncadas de ondas ("hammocky).
Estas secuencias son interpretadas como pequeños deltas de
mareas evolucionadas hacia planicie mixta de marea (zona de intermarea),
con influencia de ondas de media intensidad, o sea una evolución de transgre-
sión de la base al tope de la secuencia. N
* Algunos Km. al este de Melo tenemos un "horst" controlado
por las fallas SW-NE exponiendo en su interior afloramientos de la Fm.
Tres Islas.Aquí también se puede observar dos secuencias básicas, las
que aparecen más claras en el lugar llamado Bañados del rey (fig.N°16)
próximo a otra localidad conocida como La Virgencita.
La secuencia inferior muestra estratificación cruzada acanalada en areniscas
mal clasificadas, inmaduras y con clastos de arcilla y conglomerados
de granos intercalados.
Separando la secuencia basal de la superior tenemos una discordancia
erosiva, inclusive con líneas de granos y cantos, pasando a grandes cuerpos
de areniscas finas a medias mostrando estratificación cruzada con sigmoides.
En algunos puntos los cuerpos tabulares de areniscas muestran direcciones
cruzadas con sentidos diversos de corrientes lo que talvez puedan ser
estructuras en espina de pescado, sin embargo ningún punto muestra nítidamen-
te esta estructura.Es frecuente que una capa de arenisca con estratificación
parcialmente destruida es poco visible lo que se torna difícil identificar
con seguridad el conjunto de las estructuras en espina de pescado ("herring-
bone"). Este perfil es uno de los que claramente se puede identificar
por la existencia de dos conjuntos deposicionales formando la Fm. Tres
Islas.
Lo más basal del ambiente costero continental, sucedidos
por areniscas depositadas en ambientes de marea de media a alta energía
(meso a macromareas).
Al norte del "horst", tenemos una gran exposición de centenares de metros
de extensión en el lugar de una cantera semi-abandonada (aún son extraídos
bloques de areniscas para revestimiento), donde aparecen conglomerados
intercalados con areniscas de origen fluvial.
En el tope: areniscas finas cuarzosas de granos bien redondeados,
estratificación cruzada de gran porte son seguramente de deposición eólica.
También en la cima se encuentran rocas volcánicas básicas, este conjunto
fué interpretado como San Gregorio (información verbal) pero la asociación
(conglomerados y areniscas fluviales, areniscas eólicas y rocas volcánicas)
indica que debe tratarse de rocas de edad paleozoica, semejante al Grupo
Camaquá en Río Grande do Sul, que sería el substracto para la secuencia
gondwánica en esta parte de la cuenca.
* Localidad conocida como "Cañada Fiera", al sudeste de Villa
Frayle Muerto. Un valle en "U" abierto con buenas pendientes mostrando
excelentes exposiciones de la Fm.Tres Islas (fig.n°17).
En el fondo tenemos la Fm.San Gregorio como paraconglomerados de cantos
y granos de hasta 3 cm. de diámetro y pelitas de aspecto várvico, con
efectos de fluidización, ascendiendo en la pendiente en ambos lados,
capas de areniscas finas con estratificación cruzada de medio porte,
raramente acanalada, se intercalan con un conjunto de acuñadas o tabulares
con estratificación cruzada de ángulos rectos.Tanto los granos de arena
fina como los de arena gruesa y media son bien redondeados, esta secuencia
tiene 30 a 40 mts. de espesor.
Superpuesto a la primera, una especie de "degradé" de ángulo
más suave que las escarpas de areniscas, constituido por pelitas de difícil
identificación en cuanto a sus estructuras, pues encuéntrase totalmente
cubierto por vegetación en los raros lugares donde se ha visualizado,
está alterado y descompuesto.
Encima nuevamente areniscas finas en escarpas casi verticales,
muy fluidizadas y sin estructuras visibles. El conjunto anterior, sumado
a éste, tiene de 10 a 15 mts. de espesor. La Fm. de Tres Islas tiene
su límite en estas areniscas finas, siendo recubiertas por pelitas con
dos "waves" y "linsen" de la Fm. Frayle Muerto, visible al lado del camino
que se sitúa en el plano más elevado a pequeña distancia.
Este perfil aflorante presenta dificultades adicionales de
interpretación, pues muestra aspectos hasta cierto punto de difícil compati-
bi1ización.La secuencia de base de la Fm Tres Islas podría ser considerada
fluvial con asociación de areniscas eólicas en campos de reducidas dimensio-
nes, superpuesta por planicie aluvial (pelitas) y frente deltaica (areniscas
en la cima), en función de algunos aspectos de las estructuras y de la
composición granulometría de las areniscas. Con todo, la aparición regional
de las areniscas depositadas en barras de mareas, conduciría a una interpre-
tación en que el redondeamiento y la composición de las areniscas se-
.11.
rían producto de retrabajos de campos de dunas costeras por la acción
de las mareas y las pelítas con areniscas finas superpuestas completarían
la secuencia de depósitos de marea en un proceso transgresivo o sea,
planicie mixta y limosa de marea.En apoyo a la segunda hipótesis aparecen
muchas onduladas de dirección SE-NW, prácticamente simétricas, en varios
niveles de las areniscas.
Solamente un estudio más amplio de esta área contemplada por buenas expos-
siciones combinado con una evaluación regional, podría proporcionar
una respuesta más definitiva.
* En las proximidades del pueblo Tres Islas, que dió su
nombre a la formación se puede describir perfiles en varios puntos: \
# Pelitas amari Líenlas en Ja base, con marcas onduladas simétricas
cubiertas por cuerpos de areniscas finas con estructura de "wavy",
"linsen", "climbing" y marcas onduladas. Tiene diapirismos de las pelitas
dentro de las areniscas finas.
Después de 2 a 4 mts. de cobertura pasa a areniscas finas a medias
con estratificación cruzada de tamaño medio y estructuras sigmoidales
en algunos lugares. Posee delgadas láminas de arcillas separando los
estratos arenosos en algunos tramos.
En otros lugares, en un radio de pocos Km. de Tres Islas,
se puede encontrar secuencias típicas de la Fm.San Gregorio y también
areniscas con la estratificación cruzada de pequeño a mediano porte,
clastos de arcillas, gradación normal de arena gruesa a arena fina
abundante laminación "climbing", de la facies fluvio-deltaico correspon-
diente a la base de la Fm. Tres Islas.
En estas secuencias se puede identificar la deposición
de los términos marionos litorales (planicies de marea) y también las
las secuencias continentales menos expresivas pero presentes, siendo
que una u otra, está directamente apoyada sobre la Fm. San Gregorio.
* Rincón de Zamora: en este lugar se visitó y describió
el afloramiento más occidental de la Fm. Tres Islas, en un área aflorante
de la misma que habría merecido mayor atención si hubiera habido tiempo.
Aparecen pelitas muy arcillosas, amarillentas, en contacto brusco con
areniscas finas masivas fluidizadas en la cima.
Las areniscas muestran efectos de compactación diferencial de las pelitas,
en algunos puntos casi como diapiros de arcillas penetrando en las
areniscas.
Esta secuencia fué interpretada, tal como en otros puntos
ya mencionados, como lobos deltaicos de pequeñas dimensiones (frentes
deltaicas) de composición arenosa, progradando sobre pelitas depositadas
por suspensión dentro de cuerpos de agua.
Además de los perfiles descritos en superficie, de los
cuales seleccionamos los arriba mencionados, dos sondeos con testigos
bien recuperados en diámetro N (~5.4 cm), fueron descritos con detalle
y cuyos perfiles son expuestos a continuación. Estas perforaciones
fueron realizadas en la región próxima al pueblo de Fraile Muerto y
al noroeste de la localidad del perfil de superficie de Cañada Fiera.
Las descripciones e interpretaciones de estos sondeos presentan
algunas dificultades, las mismas son: la inexistencia de perfiles geofísi-
cos en apoyo a las descripciones litológicas, a la poca Seguridad en
la identificación de muchas estructuras y geometría de los cuerpos
por las características inherentes a los testigos, y el escaso número
de sondeos que no permiten establecer correlaciones laterales. Hechas
estas salvedades, se puede arriesgar algunas valoraciones sobre el
significado general de lo que fué verificado en relación a los perfiles
de superficie.
# a) la formación Tres Islas disminuye su espesor de nordeste
a sudoeste.
# b) Las facies marinas poseen expresiones más restringidas
al sudoeste y las continentales aumentan o mantienen su importancia
relativa en el mismo sentido.
# c) En el sentido noroeste no fué posible hacer ninguna
observación, y el único dato disponible es la del trabajo de Goso y
De Santana, que presentan datos muy variables en relación a los espesores
de la Fm. Tres Islas, con una tendencia manifiesta de un depocentro en la re
gión en torno de Tacuarembó .
Es importante formular cualquier juicio sobre este hecho, por el desconoci-
miento de los criterios de delimitación de las unidades utilizadas
para los datos de las perforaciones que fueron usados por aquellos
autores.
Del conjunto de las descripciones litológicas realizadas
en perfiles de superficie y subsuelo, se constata que la existencia
de cuerpos arenosos interpretados como depósitos de planicies de marea
(zona de inframareas) y subordinadamente cuerpos pelíticos-arenosos
(zona de intermareas) es una conclusión inédita, en relación a los
trabajos que el equipo tuvo conocimiento sobre la Fm. Tres Islas. Como
porció considerable de esta Unidad está representada por estas areniscas,
.13.
en muchas de las áreas visitadas, por la importancia del aporte de una nueva interpretación al conocimiento científico, mismo siendo un carácter preliminar, pero principalmente por sus obvias implicaciones para la existencia y planeamiento de investigaciones de capas de carbón fósil, será presentada una breve discusión bibliográfica y su relación con lo que fué observado en el campo.
Relativo a otros sistemas deposicionales (deltaicos y pelági-cos) los depósitos de mareas tienen menor número de ejemplos actuales y antiguos descritos, permaneciendo inclusive algunas ambigüedades y confusiones terminológicas. En este trabajo se adoptan algunas definicio-nes básicas, referidas a la fuente de donde fueron obtenidas. V
Con respecto a la amplitud de las mareas, la mayoría de los autores divide las mareas en micromareas (menor de 2 mts), mesomareas (2 a 4 mts) y macromareas (4 a 6 mts), según la amplitud máxima media entre la marea al. 1.a y la marea baja, en una determinada región costera actual.
En una región costera bajo la acción de mareas con alguna significación cuantitativa de su amplitud, se puede identificar tres zonas (Elliot,1978) :
# Supramareal- se sitúa encima del nivel medio de las mareas altas.
# Intermareal- se sitúa en el área cubierta por las mareas altas y descubiertas por la marea.
# Inframareal- se sitúa por debajo del nivel medio de la marea baja.
En términos generales se puede relacionar estas tres zonas con la característica básica de la sedimentación que ocurre en cada una de ellas o sea planicie arcillosa en la zona supramareal; planicie mixta en la zona intermareal; planicie arenosa en la zona inframareal.
El término estuario se ha prestado a diversas concepciones y usamos aquí la definición de Elliot:
* "Cuerpo cubierto de agua costera, parcialmente cerrado, que tiene una conexión libre con el mar abierto, y dentro del cual el agua salada es diluida con agua dulce derivada del drenaje continental".
Por este concepto los deltas dominados por mareas estarían incluidos en los estuarios. Algunos autores, como Schollen and Spearing (1982), en la propia división de los capítulos del texto que editan, separan depósitos estuarinos de las planicies de mareas, estas últimas afirmando
.14.
al respecto la acción de las mareas en costa abierta.
Bajo el término genérico "barras de mareas" se encuentran
dos tipos de cuerpos arenosos conocidos como "megaripples" o barras
subacuosas y "sand waves". Los primeros son cuerpos de geometría alargada,
perpendicular a las direcciones deposicionales, en cuando a los segundos,
se distribuyen según la dirección deposicional que es paralela o subparale-
la a la costsi.
Como evidentemente existen todas las gradaciones posibles con frecuencia
es difícil distinguir perfectamente los dos tipos en las descripciones
ex ¡ s t.eri t.os .
La posibilidad de deposición y preservación de sistemas \
deposicionales producidos por la acción de mareas depende esencialmente,
entre muchos factores, del balance entre la energía de las mareas en
relación a la acción de las ondas y de los ríos que intervienen en
una determinada área. La mayoría de los autores concuerdan que apenas
meso y macromareas (3 a 4 mts), pueden depositar sedimentos de expresiva
relevancia de los mismos.
Como en cualquier otro sistema depositacional, las planicies
de marea deben poseer un conjunto de características faciológicas que
permita identificarlas, siendo un carácter de difícil diagnóstico por
sí solo.
Se presenta a continuación una breve y simplificada relación
de las más comunes y típicas características faciológicas que son encon-
tradas en estos ambientes:
* Textura: arenas y arcillas son depositadas en las planicies
de mareas, frecuentemente muy iterdigitadas, debido a los regímenes
de flujo muy diferenciados. Las arenas predominantes en la zona de
inframarea, son de características maduras, cuarzosas, bien redondeadas
granulometría variada, pero con tendencia finas y muy finas. En muchos
lugares se ha encontrado conglomerados de granos y cantos, en la base
de las secuencias. Poca a ninguna matriz arcillosa o singenética está
presente.
*Geometría: ya referida al conceptuar barras de mareas.
Se puede agregar que las "sand waves", presentan principalmente capas
sucesivas, tabulares o lenticulares con eje mayor muy alargado en relación
al menor. Las capas de los "megaripples" más típicos presentan formas
más acuñadas, ambas frecuentemente presentan espesores para cada capa
.15.
desde unos pocos centímetros hasta algunas decenas de centímetros.
Clifton (1982) menciona espesores de hasta 4 mts., el mismo autor resalta
que depósitos estuarinos deben ser limitados en extensión geográfica.
Planicies de mareas formadas en costas abiertas pueden ser de mayor
extensión areal en función de las dimensiones de la región sometida
a mareas de amplitud significativa (menor a 3 mts).
*Estructuras sedimentarias: algunas especializaciones en
los regímenes de flujo determinan algunas estructuras que son construidas
en estos ambientes. En primer lugar el sentido inverso de los flujos
correspondientes a marea alta, marea baja y la variación an la energía
de los flujos con aceleración y desaceleración en cada uno de estos
ciclos. A pesar de esto y bien establecido el hecho de que uno u otro
de los sentidos de flujo (marea alta o marea baja) predomina ampliamente
sobre el otro, de modo que el flujo de mayor energía y duración tiende
a destruir total o parcialmente, los depósitos construidos por los
de menor intensidad.
Elliot, (1978) roüumo a 1 g u n a s de las estructuras sedimentarias que sirven
para identificar ambientes de mareas en rocas sedimentarias:
# 1) estrecha relación espacial y temporal de estructuras
formadas por corriente, indicando flujo bidireccional.
# 2) abundancia de superficies de reactivación,
# 3) la presencia de facies que reflejan alternancias repetidas
de pequeña escala en las condiciones de transporte del sedimento.
La acumulación de capas con estratificación cruzada planar, de ángulos
variables, separadas por planos de discontinuidad (erosivos y/o por
reactivación) o capas menores intercaladas, es el aspecto más conspicuo
de una secuencia depositada.
La estratificación cruzada es frecuentemente del tipo sigmoidal
formando haces a veces con ángulos variables dentro de la misma capa,
aceleración-desaceleración del flujo - Kreisa & Moiola (1981).
Ondulaciones formadas por ondas simétricas predominantes,
pero con presencia también de ondulaciones asimétricas (corrientes)
a veces con un padrón de ramificaciones por interferencia, son complejos
abundantes en las zonas inframareales e intermareales.
En la zona intermareal (planicie mixta) son comunes las
laminaciones del tipo "flaser","linsen" y "wavy", bien como griestas
de resecamiento y otras estructuras de exposición subaérea.
La estructura espina de pescado (herringbone) , que sería la más diagnostic a y difícil de ser encontrada con buena preservación por el ya mencionado fenómeno de la predominancia de un sentido de flujo sobre el otro.
En las estratificaciones cruzadas dentro de las barras de mareas, es posible encontrar a veces películas de arcillas separando un estrato del otro por el efecto del enlentecimiento y cambio de sentido del flujo. Las estratificaciones cruzadas acanaladas son a veces encontradas significando deposición en canales de mareas de barras subacuáticas (megaripples). La bioturbación puede ser frecuente en las zonas intramareales dependiendo de otros factores más o menos ^favorables a la proliferación de vida en estos ambientes. Efectos de fluidización son comunes en los cuerpos arenosos mayores, eventualmente con diapiros de arcilla y siltitos en la base de las capas de areniscas cuando están depositados directamente sobre aquellos.
A partir de los perfiles de superficie y de perforaciones de estudio presentadas en el inicio de este capítulo y relacionándolos a los modelos cuyas características básicas fueron arriba resumidas, se puede presentar las principales conclusiones alcanzadas sobre las secuencias deposicionales de la Fm. Tres Islas.
* l) Dos secuencias principales pueden ser identificadas, una basal de carácter deltaico p.rogradante y fluvial con cuerpos eólicos asociados, la segunda posterior, depositada en forma de barras de mareas en la planicie de las inframareas, asociada a siltitos y areniscas interdigitados seguramente de la planicie de las intermareas .
* 2) La secuencia de planicie de marea fue diagnosticada por las siguientes características faciológicas, tomadas en conjunto: cuerpos tabulares alargados con espesores de algunas decenas de centímetros constituidos por areniscas predominantemente finas, pero localmente presentando granulometrías medias a gruesas, con estratificación cruzada tabular de medio a alto ángulo, frecuentemente de tipo sigmoidal, con aparición de marcas onduladas, simétricas, ocasionalmente asimétricas, en varios niveles. Las barras se encuen-tran dispuestas en secuencias de hasta decenas de metros- de espesor, las unidades separadas por capas de areniscas de la misma textura
pero de menor en espesor (3 a 20 cm) y de aspecto macizo, probablemen-te por enmascaramiento de las estructuras por efecto de la fluidiza-ción de las arenas. Muchas de las capas de mayor espesor también presentan dificultades para la identificación de las estructuras por el mismo motivo. En pocos lugares se observan delgadas películas de rocas de grano fino (silt), separan los estratos frontales. Localmente las barras están directamente superpuestas, limitadas solamente por superficies de reactivación . En pocos lugares aparecen cosas que su identificación no fue definitiva, como estructuras de tipo espina de pescado (herringbone). Asociados secuencialmente, principalmente en la base, pero también recubriéndolas„ aparecen lechos de arcillas con mayor o menor cantidad de láminas de areniscas finas intercaladas, formando estructuras "wavy","linsen" y "flaser", con marcas onduladas y microestratificación cruzada interna.
Un aspecto que normalmente no es citado en la bibliografía es el aspecto "fuiniforme", que geomorfológicamente muestran las áreas aflorantes con depósitos de barras de mareas. Esto ha sido constatado en varias unidades estratigráficas del Brasil donde fueron bien identificadas estas secuencias. Este modo de aparecer produce buenas exposicionesde rocas en escarpas, a veces forman figuras "sui géneris" de algunos metros de altura. Uno de los lugares se llama "El Hongo" por la semejanza que presentan estas formas con las setas.
* 3) La geometría de los cuerpos de las barras de mareas asociadas a sus estructuras internas, lleva a la hipótesis, de que los depósitos se formaron en áreas de costa abierta, pudiéndose clasificar los cuerpos individualmente como "sand waves", predominan-temente formados en el sentido del flujo de marea más intenso y de mayor amplitud y separados por cuerpos menores producidos por el flujo inverso, o por erosión y posterior reactivación en la cima de la barra depositada anteriormente.
* 4) En el Estado de Río Grande do Sul fueron descritas facies de planicies ele marea y "sand waves" en la región de San Gabriel (hasta 15 mts de espesor) y en Mina Iruí (1,5 mts de espesor). Las sand waves identificadas fueron consideradas como generadas por corrientes de marea amplificadas por la superposición de tempesta-des (Lavina & López). En un sólo sitio, llamado Barrocada, en el Municipio de Cachoeira do Sul, las sand waves se encuentran asociadas a depósitos intermareales, formando una secuencia de
.18.
marea más típica (Lavina & López, 1987).Los mismos autores consideran que la presencia de muchos sistemas de barrera-laguna sugieren la acción de micromareas, en una costa dominada por ondas.
En la región ubicada al sur de Candiota, junto a la frontera uruguaya y próximo al afloramiento de la Picada de la Gregoria, es posible identificar secuencias depositadas en zona de inframareas. Estos hechos conducen a la conclusión de que la Fm.Tres Islas es representada en sus facies superiores por una costa dominada por meso y macro mareas, sobretodo al sur del Alto de Vichadero-Aceguá Del mismo modo que la Fm. Río BOnito en el Brasil, las secuencias básicas indican una plataforma transgresiva, o sea, la secuencia va de las facies continentales (fluvio-deltaicas) hacia las facies de zona intermareal, zona inframareal y plataforma rasa, estos últimos correspondientes a la Fm. Fraile Muerto. Como la transgresión no se da uniforme y continuamente, sino a través de pulsos de subida del nivel del mar, aparecen localmente variaciones de la secuencia basal que están también en función de la paleogeografía.
.19.
OCURRENCIAS DE CARBON FOSIL
Desde el siglo pasado existen registros y noticias
sobre la aparición de existencia de carbón fósil en territorio
uruguayo en especial en los departamentos de Cerro Largo y Rivera,
Goso H. (1967) realiza una recopilación de estos datos históricos
la cual es retomada por Spoturno J. en su conferencia en la Jornada
Geológica en Julio de 1985, y éstas informaciones son incluidas
en el Inventario de Recursos de Carbón Mineral en países no producto-
res de América Latina (OLADE 1984). Es pernicioso repetir aquí
estos datos ya disponibles en las fuentes mencionadas,. Se debe
señalar que los geólogos de la DINAMIGE (información verbal),
no han conseguido ubicar los afloramientos señalados en registros
antiguos. En el presente trabajo serán comentados algunas observacio-
nes directamente realizadas por el equipo.
En la Picada del Carbón, margen derecha del río Yaguarón,
en la frontera con el Brasil, es mencionada una capa de 1 metro
de espesor. En este sitio fueron encontrados escasos restos de
excavaciones y estragos de trabajos realizados por legos con equipos
mecánicos, sin que fuese posible constatar la existencia de alguna
capa de carbón aflorante.
En el afloramiento denominado Cerro Valeriana, en
su parte basal se encuentran restos vegetales fósiles de hojas,
ramas y pequeños troncos carbonitizados, además de siltitos grises
que posiblemente contengan alguna materia orgánica dispersa. Esta
materia vegetal es probablemente alóctona, acarreada por corrientes
de agua, hacia la planicie deltaica (ver fig.15), siendo allí
depositadas y parcialmente preservadas. Su importancia relativa
es apenas un indicador de la existencia de vegetación arbórea
en la época, en por lo menos algunos lugares de la cuenca.
En el subsuelo son citados varios lugares con capas
y lechos de carbón atravesados por perforaciones. Será realizada
una breve apreciación de los datos de sondeos al que el equipo
tuvo acceso, anotando algunas deficiencias metodológicas que fué
posible constatar en la ejecución del programa de perforaciones
y que persigue solamente colaborar en el sentido que es la herramienta
de investigación geológica, de costos generalmente elevados, tenga
el menor aprovechamiento posible.
Del programa realizado entre 1920 y 1922 y con resumen
de K.Walter en 1924, no hay testigos con carbón de modo que no es necesario
comentarlo. Falconer dirigió trabajos de sondeos en la década de los 30
con el método de granalla; lo que produjo testigos de diámetro satisfactorio
(mayor que N y menor que H: entre 5.7 y7.7 cms). Desgraciadamente las
muestras conservadas no son continuas, aún cuidadosamente acondicionadas
en cajas y fijadas con hilos de alambre. Cada trozo de testigo es representa-
tivo de un metro de perforación y está acompañado de indicaciones de profundi-
dad de extracción.Al ser atravesados sectores con rocas carbonosas los
intervalos de muestreos son de 0.5 mt. de cualquier modo, insuficientes
para una correcta evaluación de los estratos de carbón. De estos sondeos
fueron examinados con mayor cuidado por la existencia de sectore^ carbonosos,
localizados en la zona de Paso de Melo, en las proximidades de la frontera
con el Brasil y distan entre sí aproximadamente 500 mts. Las observaciones
que fueron posibles registrar necesariamente imprecisas son las siguientes:
Perforación 201 (Paso de Melo) carbón en los sectores:
- 34 a 35 - en láminas
- 37 a 38 - en láminas
- 52 mts.- 10 cms.
- 54 mts.- 10 cms.
- 67.40 mts.- en láminas
Perforación 205 (Paso de Melo) Fm. Fraile Muerto:
- de 0 a 34 mts.
Fm. Tres Islas de 34 a 112 mts; Fm.San Gregorio de 112 a 121
mts. , donde fué finalizada la perforación, aún atravesando litologías
de esta formación. Fué identificado carbón en los siguientes sectores:
43.00 a 43.50- capitas carbonosas y carbón
43.50 mts.- clastos pequeños de carbón en areniscas finas.
44.00 mts.- carbón (vitrinita) en finas láminas y pirita.
62.20 a 63.40 mts.- camada de carbón con láminas media a gruesa con vitrinita,
se intercalan capitas de carbón con capitas de areniscas degradadas en
la base. Se estima en 0.60 a 0.80 mts. el contenido (c.c), una capa total
de 0.90 a 1.10 mts.(c.t)
71 a 71.50 mts.- capitas carbonosas desagregadas con lechos de carbón.
74.00 a 75.00 mts- capita carbonosa con pirita.
Un programa de mapeamiento geológico fué realizado por la
DINAMIGE y relatado por Jorge Spoturno en 1981, 18 perforaciones w
de sondeos fueron ejecutadas, pero las conclusiones son muy inseguras,
debido a la recuperación de testigos que fué muy baja (25 a 30 %) en los
sectores carbonosos. Algunos lechos y capas carbonosas fueron registradas
en la zona de Picada de la. Gregoria - Cuchilla de Melo, en las proximidades
de la frontera con el Brasil. La perforación 1213/1 o 313/1 fué examinada
por el equipo, constatándose la presencia de capas muy carbonosas entre
los 10 a 10.25 mts. De modo, que debido a la ya mencionada mala recuperación
es difícil formular cualquier idea sobre la importancia de la aparición
de carbón.
Otro programa fue llevado a cabo por ANCAP a los efectos de
conocer la profundidad de las capas bituminosas de la Fm.^ Mangrullo a
pesar de la gran cantidad de perforaciones realizadas, pocas son las que
atraviesan los horizontes de interés más inmediato. Según informaciones
verbales de los técnicos de ANCAP, es posible que capas de carbón puedan
haber sido confundidas con las capas negras ricas en bitúmenes y enviadas
para los ensayos de retort, no existiendo registro de su existencia.
Finalmente fueron examindos testigos de sondeos realizados
para la prospección de uranio en la década del 80. Estos testigos en diámetro
N son los que están en mejores condiciones para ser descritos con buenas
recuperaciones y bien organizados. Utilizamos dos de estos sondeos la
FM-1 y la FM-2 para la descripción litofaciológica y que fueron comentados
en el capítulo sobre la Fm. Tres Islas. Los investigadores que trabajaron
en la cuenca gondwánica uruguaya con la mira puesta en la perspectiva
de yacimientos de carbón fósil, señalaron la posible continuación en terriotri
uruguayo de las capas del sur del Brasil, particularmente las del yacimiento
de Candiota.
Entre los años 1975 y 1984 un activo programa de prospección
de carbón incluyendo alguno, miles de perforaciones fué ejecutado por
la Compañía de Investigaciones de Recursos Minerales -CPRM-, en Río Grande
do Sul. Las informaciones e interpretaciones originales no se confirma,
las capas principales entre ellas, la capa de Candiota, que contiene aproxima-
damente el 60 % de los recursos del yacimiento, se adelgazan y desaparecen
hacia el sur, muchos Km. dista de la frontera entre los dos países. Algunas
capas estratigráficamente inferiores, de importancia secundaria por sus
espesores reducidos y la discontinuidad lateral, efectivamente son las
que están presentes en los afloramientos señalados en la bibliografía
y en los registros de algunos pozos de sondeos. Por lo tanto aún no se
descarta totalmente la existencia de carbón en las proximidades del Alto
de Vichadero-Aceguá-, solamente se debe esperar depósitos de pequeño porte.
.22.
La Fm. Tres Islas, a lo largo de su área aflorante, está consti-
tuida por dos secuencias como ya se ha descrito; la superior formada por
depósitos de inframareas y de intermareas muy poco prometedoras para la
aparición de yacimientos de carbón, Galloway y Hobday (1983) señalan que
"carbones relacionados a sistemas dominados por mareas son raros".
La porción inferior, con secuencias interpretativas como fluvio
deltaicas, es la que deberá merecer la malyor suma de esfuerzos prospectivos.
En áreas bien estudiadas en el Brasil, se verifica que este tipo de secuencia
está muy controlada por la paleotopografía del basamento y por la tectónica
que lo afectó y condicionó por lo menos parcialmente los paleorelieves
desarrollados sobre el mismo. N
De esta manera se vuelve importante el conocimiento de los
paleovalles donde corrían los ríos y depositaban sus sedimentos hasta
el cuerpo de agua donde desembocaban, formando planicies deltaicas. Las
paleocorrientes expresadas en las estructuras sedimentarias son obviamente
un aspecto decisivo para este objetivo.
La secuencia basal fluvio-deltaica presenta semejanza con
el Miembro Triunfo de la Fm. Río Bonito, tal como está desarrollado en
los Estados de Paraná y Santa Catarina.
Algunos depósitos de carbón en explotación como Saponema,Campiñas
dos Puppos, Figueiras, éste último en explotación desde hace varios años,
son conocidos en el Estado de Paraná y podrían estar presentes en áreas
donde la Fm. Tres Islas está cubierta por unidades más jóvenes.
Estos depósitos de carbón aparecen en el Miembro Triunfo,
son de pequeño porte pero sus carbones son de buena calidad (tenor de
cenizas) en una comparación genética con los medios de los de Río Grande
do Sul y Santa Catarina, aún con alto contenido de azufre.
.23.
CONCLUSIONES Y RECOMENDACIONES
La nueva interpretación de la Fm. Tres Islas, según criterios
genéticos-faciológicos, aún en forma preliminar en un ámbito regional,
favorece una base más consistente para la elaboración de un plan de evaluación
de las potencialidades para el carbón fósil en esta unidad, en territorio
uruguayo. Queda bien claro que los esfuerzos deben dirigirse a la secuencia
basal, de carácter continental, como la única con posibilidades reales
de contener capas de carbón.
Las espectativas de continuidad directa de "las principales capas >del yacimien-
to de Candiota en el sur de Brasil, hacia el interior del Uruguay quedan
descartadas. Aparecen sin las capas inferiores, de menor interés económico,
ya registradas en afloramientos y sondeos, desgraciadamente con información
insuficiente para intentar conclusiones en cuanto a sus dimensiones, por
los problemas señalados precedentemente.
La casi ausencia de afloramientos de estratos de carbón y
rocas carbonosas permite afirmar que eventuales depósitos de carbón estarían
bajo coberturas de la Fm. mas joven que la Fm. Tres Islas o sea la Fm.
Fraile Muerto, Fm. Mangrullo y superiores, este hecho es ciertamente una
dificultad adicional en la prospección geológica para el carbón, ya que
la inmensa mayoría de los yacimientos mundiales de esta roca, fueron descubier
tos partiendo de indicios existentes en superficie. Con todo, está lejos
de ser un factor limitante absoluto. En Brasil, al final de la década
de los 70,fué descubierto el yacimiento de Santa Teresinha, con más de
4000: de toneladas de carbón "in situ" y el carbón de mejor calidad conocido
en el Brasil bajo el punto de vista "rank" y "grade". Este yacimiento
aún en fase de investigación (detalle de algunas áreas para elaborar el
proyecto de extracción y beneficiación) fue descubierto por una combinación
de métodos de interpretación geológica y regional, geofísica de superficie
y sondeos. Los paquetes carbonosos se encuentran bajo cobertura entre
500 y 900 mts. de espesor, estando en superficie solamente sedimentos
recientes de planicie costera.
En función de los datos obtenidos directamente o a través
de la bibliografía y de informaciones verbales de los colegas uruguayos
y de las conclusiones generales explicitadas arriba, se puede desarrollar
algunas recomendaciones para la ejecución de un programa de carbón en
la cuenca geológica del Gondwana uruguayo.
.24.
Cartografia de superfície:
El primer paso en la elaboración de un programa de prospección
de carbón con bases científicas y racionales, del punto de vista técnico
económico, es la ejecución de una cartografía geológica a escala 1:50.000
de la faja aflorante de la Fm.Tres Islas, tal cartografiado deberá ser
ejecutado con criterios genéticos más que los lito-estratigráficos y con
especial atención a las medidas de las paleocorrientes, distribuición
espacial, controles tectónicos y paleogeográficos así como evidencias
en superficie de rocas con materia orgánica. Para abarcar mejor la distribui-
ción de la Fm. Tres Islas, el mapeado tendrá que incluir la cima de la
unidad inferior y la base de la unidad superior. Conforme fue posible
verificar durante la estadía del equipo en el Uruguay, existe recubrimiento
aerofotográfico, así como mapas-base planimétricos a escala 1:50.000 de
buena calidad en gran parte del área aflorante de la Fm. Tres Islas.
Para un mayor éxito en esta fase, sería muy conveniente la
presencia de geólogos de la DINAMIGE para el entrenamiento específico
en técnicas de cartograf iado faciológico en el Río Grande do Sul en cursos
especiales que la CPRM promueve. También sería aprovechada esta presencia
para visitar algunas áreas con depósiLos de carbón.
Además de estas sugerencias se considera que sería necesario
el apoyo de una consultoria de técnicos brasileños y/o húngaros en algunos
períodos durante la realización del programa de cartografiado.
Geofísica de superficie:
En función de los resultados del mapeamiento y su análisis
podrá ser considerado útil el empleo de métodos geofísicos de superficie,
básicamente observando el mejor conocimiento de la paleotopografxa del
basamento, en el área de cobertura de las unidades gondwánicas por encima
de la Fm. Tres Islas. Los métodos a ser utilizados serían electroresistividad
y/o sísmica de refracción.
Sondeos:
Este es el método que tiene costos más elevados, pero siempre
indispensable para descubrir y delimitar los yacimientos de carbón y de
la mayoría de los depósitos de minerales. Como implica gastos de recursos
más voluminosos, una serie de cuidados y rigor técnico deben ser adoptados
para potencializar las informaciones obtenidas a los menores costos posibles.
Las principales medidas a ser tomadas son resumidas a continuación:
# a) solamente planificar el programa de sondeos después de agotados los métodos menos costosos.
# b) garantizar altas recuperaciones (mayores de 90%) de los testigos de los sondeos, particularmente en las zonas de interés. Se puede obtener buenas recuperaciones virtualmente en cualquier tipo de roca, desde que se use el equipo adecuado y un fluido que ha de ser a base de bentonita mas agua, pero los aditivos indicados por los ensayos realizados sistemáticamente por un técnico especialista.
# c) los pozos deben ser todos perfilados, por lo menos con los métodos Gamma, SP y resistencia. Si hubiera disponibilidad de equipamien-
\
tos es muy útil los métodos de densidad o gamma-gamma caliper y sónico, en los pozos que atraviesan capas de carbón. El fluido de perforación, además de garantizar la buena ejecución del sondeo propiamente dicho y de la recuperación para la obtención de perfiles geofísicos de buena calidad para la interpretación.
Todos los pozos deben ser registrados en un perfiel compuesto, del cual agregamos la copia de un ejemplar, donde se puede ver todo los datos importantes están colocados permitiendo inclusive reinterpretaciones bajo otras concepciones diversas de las que existían en la época de laejecu-ción y también el empleo para otros objetivos además de prospección de carbón (por ej . estudios de reservorios de agua subterránea). Debe ser usado un sistema de denominación de pozos basado en normas internacionales que van a constar de contenido de testigos los cuales deben ser cuidadosamente guardados, permitiendo redescripciones siempre que sea necesario.
Las secuencias atravesadas por las perforaciones deben ser descritas integralmente y servir de apoyo y realimentación de los datos obtenidos en superficie. Las capas de carbón deben ser descriptas en escala detallada (1:20), según un método práctico y confiable (Ferreira y ALbuquer-que, 1987). Este punto es particularmente importante porque las capas de carbón testigadas deben ser retiradas de las cajas después de su descrip-ción, embaladas y enviadas a los laboratorios donde se harán ensayos y análisis físico-químicos y petrográficos. En cuanto a los muestreos y caracterización del carbón en el laboratorio también ha de ser establecido un programa con una metodología adecuada a carbones gondwánicos, que la CPRM ha desarrollado a lo largo de muchos proyectos ejecutados en el Brasil y en otros países, Ferreira,Suffer y Santos (1978).
# d) Durante la estadía en el Uruguay del equipo de éste proyecto fué comprobado que varios programas de sondeos mencionados en el capítulo
.26.
3 de este informe, no poseen un adecuado registro de las informaciones
en perfiles compuestos. Se asegura que sería muy útil revisar estas perfora-
ciones especialmente las gráficas, de modo de construir perfiles compuestos
diseñados en papel pereagne (vegetal o semejante) de modo que sea posible
obtener copias siempre que sea necesario.
Las escalas más adecuadas para expresar las secuencias verticales
descriptas son 1:100.000 para la Fm.Tres Islas y 1:200.000 o 1:500.000
para el conjunto Gondwánico.
En el caso de perforaciones con profundidades de hasta 300 o 400 mts.
solamente a escala 1:100.000 para todo e) sector de pozo que sea de interés
puede ser suficiente.
Este trabajo, incluyendo solamente el trabajo deN un geólogo
dibujantes y auxiliares, además de algún material, tendría una relación
de costo - beneficio muy favorable ya que recuperaría y sistematizaría
informaciones hoy dispersas y que fueron obtenidas con considerable gastos
de recursos, como es el caso de sondeos, también para otros recursos minera-
les y servir para el propio conocimiento científico de la cuenca Gondwánica,
además de servir como entrenamiento de personal para futuro programa de
investigación a ser desarrollado.
.27.