Relendo Cartas -...

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Todos os direitos reservados pelo autor EDA Biblioteca Nacional 168.218 Livro 265 Folhas 340; é proibida a reprodução total ou parcial e por quaisquer processos, sem a

autorização, por escrito, do autor.E-Mail: [email protected]

A P R E S E N T A Ç Ã O

Apresentamos aqui, uma seleção de cartas que temos escrito ao longo do tempo; são exemplos de que mesmo uma pessoa pouco preparada pode desenvolver uma comunicação eficiente, participando de decisões importantes, dando a sua contribuição para o estudo e soluções de problemas, não só particulares e sim aos da comunidade onde vive.

A comunicação é um dos fatores primordiais para o sucesso de qualquer empreendimento e valiosa no relacionamento pessoal, dando-nos a oportunidade de fazermo-nos entender, esclarecendo dúvidas, apresentando as nossas opiniões, que poderão servir para solução de problemas tanto pessoais como da comunidade.

Procuramos corrigir possíveis erros que encontramos nas cópias originais, isso não significando que o trabalho estará livre de erros. O computador é um nosso eficiente auxiliar mas em ultima instância ele depende da capacidade do operador, que no meu caso não tem o preparo necessário para produzir um trabalho isento de erros. O que importa, porém, é que os textos apresentados possam apresentar a possibilidade de os leitores entenderem os assuntos tratados.

Podemos escrever carta sobre todos os assuntos, e as deveremos escrever sempre que se apresente uma oportunidade. Consideramos que não sabemos escrever cartas, mas pondo-nos a escrever acabamos dando conta da tarefa e muitas vezes podemos assistir ao resultado que elas podem conseguir. Através delas podemos reivindicar os nossos direitos; podemos protestar contra algo com o que não concordamos; ajudar alguém que encontra-se em dificuldade.

As cartas são meios largamente utilizados, em todos os tempos, para levar orientação àqueles que se encontram perdidos. Haja vista, as cartas escritas pelo Apóstolo Paulo, que acreditamos ser as mais famosas, passando a integrar a Bíblia que é a Palavra de Deus. Através delas o Apóstolo enviou a orientação para os irmãos das igrejas que ele havia criado, direcionando-os no conhecimento das doutrinas cristãs que os levariam à salvação e à vida eterna através de Jesus. Essas mesmas cartas , ainda hoje, estão ao nosso dispor para nos orientar nos caminhos do Senhor, depois de ter feito a felicidade de um número infinito de pessoas que abraçaram a fé através da mediação de Jesus Cristo. Outros personagens célebres da história serviram-se de cartas para comunicarem-se com o mundo, deixando

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verdadeiros tesouros de conhecimentos que valem à pena serem procurados.Através dos exemplos que ora são apresentados os leitores poderão ter uma idéia de

como escrever uma carta sobre assuntos variados; tomando esses exemplos como ponto de partida ficará mais fácil compor qualquer carta que tenha necessidade de escrever, aperfeiçoando-a de acordo com os dotes pessoais.

Muitas cartas escrevi nesses sessenta e nove anos de vida; infelizmente muitas perderam-se nas inúmeras mudanças de domicilio, outras, gravadas em disquetes sofreram acidentes, motivados pela minha inexperiência em informática, perdendo-se irremediavelmente.

Outro aspecto interessante que gostaria de abordar é que as diversas cartas que escrevemos, colocadas em ordem de data, como aqui, compõem uma história, a história de nossas vidas; através de sua leitura poderemos reproduzir os passos que foram dados no decorrer de uma vida.

Aconselho que não as leiam todas de uma vez, pois isso também poderá tornar-se maçante; porem não deixe de ler nenhuma porque talvez seja uma esquecida que irá falar mais de perto a você.

E se desejar conhecer mais de minha história leia os outros livros que escrevi, todos eles juntos é que comporão, de corpo inteiro quem sou eu.

Bruder Klein

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Í N D I C E

Pg. Título02 Apresentação04 Índice06 Sen. Mário Covas07 J. amaral08 Dr. João Batista Rotta09 Dr. Francisco José Vieira Guerra10 Câmara Municipal de Mococa11 Dr. Francisco José Vieira Guerra12 Mons. Demosthenes Paraná Brasil Pontes14 Dr. Walter de Souza Xavier15 Presidente da Câmara Municipal de Mococa16 " " " "17 " " " "18 " " " "19 " " " "20 Câmara Municipal de Mococa21 Dr. Walter de Souza Xavier22 Dr. Francisco José Vieira Guerra

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23 Da. Luiza Erundina de Souza24 Dr. Antônio Naufel25 Dr. Itamar Franco26 Coordenadoria de Defesa do Consumidor28 Conselho Regional de Corretores de Imóveis30 Mantendo o Elo31 Carta a Uma Amiga32 Dr. José Carvalho Silva33 Diretor do DETRAN34 Outra Missiva35 Oswaldo Luiz Telles de Souza36 Revista Momento Legislativo37 Oswaldo Luiz Telles de Souza38 Oswaldo Luiz Telles de Souza39 José Pompeo40 Luiz Alberto Magri41 Dr. Tadeu Rezende43 Cartas de Aconselhamento64 Pr. Marco Antônio Bloch66 Antônio Bianconi67 Dr. Paulo J. B. de Castro68 Rudge Ramos Jornal69 Andréa e Fernanda Paganotti70 Dra. Olga Satriani71 Marisa Bernardo72 Marcos73 Míriam75 Juliana77 Luiz Rattis78 Mário Zamarian80 Carta aos Editores81 Bispo Edir Macedo82 Pr. Ogair Rosa da Silva85 Márcia Rotta86 Apêndice

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São Bernardo do Campo, 06 de Fevereiro de l.987

Ex.mo Sr.Senador Mário Covas

Prezado Senhor

Ao ensejo da instalação da Constituinte e, tendo, ainda, na lembrança, a tônica da Campanha de V. Ex.cia ao Senado, estou enviando uma estorieta que escrevi, à guisa de prefácio da Convenção de Condomínio do conjunto que resido, e fui síndico, e que posteriormente (29/01/79 foi publicada no jornal "A Mococa, da cidade do mesmo nome, em razão de ela espelhar o mesmo espírito da campanha, que foi leve, discreto e elegante.

Tive o prazer de conhecer pessoalmente a V. Ex.cia em uma reunião em São Bernardo do Campo, quando candidato à presidência do MDB, quando votei como suplente de delegado, sufragando seu nome para dirigir o partido que se transformaria no PMDB.

Votei de ponta a ponta no PMDB mas gostaria de dizer que a minha esperança e confiança se deposita em V. Ex.cia que, sem sombra de dúvida, estará defendendo às necessidades dos menos favorecidos, entre os quais me coloco, como participante da categoria sofrida dos aposentados.

Tenho convicção, dado o passado ilibado de V. Ex.cia, que o melhor será feito, embora compreenda que milagres não poderão ocorrer, em um país que mal saiu do autoritarismo e que por inexperiência e desinformação elegeu uma constituinte pouco

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progressiva.Elevo o meu pensamento a Deus para que preserve a saúde e disposição de V.

Ex.cia e para que o Santo Espírito o ilumine concedendo-lhe, e aos seus pares, a sabedoria necessária para o encaminhamento das questões de interesse do nosso povo e da nossa pátria.

Sendo, no momento, o que se nos apresenta, subscrevemo-nos

Atenciosamente

José Wladimir Klein

Mococa, 21 de Maio de l.989

Il.mo Sr. J.Amaral

Prezado SenhorComo é do conhecimento geral Mococa perdeu a sua Biblioteca em fins do ano

passado, consumida por um incêndio que destruiu um enorme patrimônio cultural, além do prédio onde funcionava. Na ocasião houve a promessa da reconstrução das instalações no prazo de três meses e foi iniciada uma campanha para doação de livros que parece ter sido e ainda continua significativa.

Passados, já, mais de quatro meses da atual administração, não se providenciou, ainda, a reconstrução do prédio. Na última reunião da Câmara Municipal, o Vereador, Sr Nelson Espanha, denunciou que, tendo o Senhor Governador do Estado autorizado o uso do prédio do antigo fórum, o Senhor Prefeito pretende usá-lo para o seu gabinete, em vez de ser utilizado para a Biblioteca Municipal, como indica o decreto.

O uso daquelas instalações para Biblioteca resolveria, de fato, e definitivamente às necessidades que têm os estudantes, de realizarem as suas pesquisas. O espaço existente comportaria a expansão dos serviços no sentido de dotá-lo de Salão de Conferências; Salas para Leituras; Encadernação, Restauração, Arquivo, Depósito, Administração e, futuramente, até um Departamento de Memória, para registrar depoimentos de quantos têm participado da vida e acontecimentos da cidade, preservando-os para a história.

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Dado o pronunciamento na Câmara Municipal e a importância do assunto, esperávamos que o mesmo surgisse na última entrevista do Dr. Francisco Guerra, para que fosse esclarecido para o público interessado. Quando percebemos que não seria, já não conseguimos uma ligação telefônica para fazer a pergunta.

Gostaríamos que o Sr. Prefeito fosse argüido a respeito do assunto para esclarecimento e tranqüilidade dos usuários dependentes da Biblioteca.

Agradecendo a atenção que V.S. dedicar à presente nos subscrevemosAtenciosamente

José Wladimir Klein

Mococa 10 de Novembro de l.989

Ex.mo Sr.Dr. João Batista RottaDD. Presidente da Câmara Municipal de Mococa

Prezado Senhor

Tomamos conhecimento do projeto de autoria de V. Ex.cia que institui o Hino Municipal de Mococa. Trata-se de projeto de alta importância visto que a cidade deve contar, realmente, com um hino comemorativo e de exaltação.

Pedimos vênia, porém, para discordar da maneira como está sendo conduzido o problema, ou digo a maneira da escolha, que na verdade não está sendo escolhido e sim imposto, em que pese a reprentatividade dos Srs. Vereadores.

O hino em referência "Mococa 1º Centenário" (comemorativo da paróquia) de autoria de Elvira Dinamarco Coelho e José Barreto Coelho, em que pese a qualidade do trabalho e o respeito que temos por tão insignes cidadãos, só será legítimo se homologado pela população.

Esse hino espelha um momento que passou, não acompanhando a evolução histórica de Mococa. Àquela época só existia a Paróquia de São Sebastião à qual o hino festeja; hoje no próprio contexto católico a situação modificou-se e temos a Paróquia da Sagrada Família, além de outras que se encontram em fase de instalação e de construção de seus templos, como Santa Luzia, Santos Reis, Santo Antônio,, além do que existe em São Benedito e Igaraí. Acresce, ainda, que, hoje, grande contingente de nossa comunidade participa de agrupamentos evangélicos e até outras crenças. Isso justificaria para que o hino destinado à cidade, não contivesse conotações religiosas e unicamente evocasse a proteção de Deus, que é o Senhor Onipotente e o verdadeiro guardião dos povos.

Também não cremos que referido hino se constitua verdadeiramente em

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tradição, pois tendo sido composto a mais de trinta anos nem é do conhecimento corrente do povo da cidade. E a voz do povo é que sempre deverá ser o juiz imparcial de todas as questões.

É nossa opinião que a maneira de instituir um hino para a cidade seria através da abertura de um concurso onde haveria classificação através de uma comissão mais extensa e a consagração pelo voto da população, do hino que de fato representaria legitimamente a "Cidade das Palmeiras Imperiais". É um direito do povo dar a sua opinião sobre assunto tão importante. E esse direito não deverá ser-lhe retirado.

Temos a certeza que sob a orientação de V. Ex.cia os seus pares serão levados à uma reflexão mais profunda antes da aprovação final, para que o hino aprovado não venha a se constituir em "letra morta".

Sendo o que tínhamos a apresentar, valemo-nos da oportunidade para renovar, a V. Ex.cia, os protestos da nossa mais alta estima e distinta consideração.

Atenciosamente José Wladimir Klein

Mococa, 22 de Janeiro de l.990

Ex.mo Sr.Dr. Francisco José Vieira GuerraDD. Prefeito Municipal de Mococa

Excelentíssimo Senhor

Há um ano iniciamos uma campanha através da imprensa local, visando conscientizar a população, da necessidade de unificarmos esforços para a eleição de um representante para a Assembléia Legislativa. Sendo que apenas demos continuidade ao ideal que já havia anteriormente. Houve um ótimo acolhimento da idéia e a mesma cresceu, chegando consolidada no momento em que se começa a escolher os candidatos que disputarão aquelas vagas.

A população de Mococa parece que está unida e desejosa de realmente eleger, pela primeira vez, um candidato mocoquense; isso é viável e poderá modificar os destinos da cidade.

O candidato deverá ser de consenso e que reuna as maiores possibilidades de congregar a família mocoquense.

O momento é histórico e deverá ficar marcado indelevelmente nas mentes dos cidadãos, que esperam, de seus líderes, resoluções firmes e sem tergiversações.

Embora respeitemos o valor dos partidos políticos como forças propulsoras da democracia, nas próximas eleições estaremos nos colocando acima dos partidos, para que toda a votação seja carreada para o nosso candidato.

O que esperamos é a união verdadeira de todas as lideranças de Mococa, esquecendo-se de desentendimentos passados, para, ombro a ombro com o povo, conduzir essa vitória.

É por isso que desejamos contar com o apoio de V. Ex.cia e de todos os seus liderados, para que juntos possamos contar pontos para Mococa.

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A vitória esboça-se no futuro, mas acima dela ficará o exemplo de unidade de nossa comunidade, que nos granjeará o respeito de todos.

Sendo, no momento, o que tínhamos a apresentar aproveitamos para reiterar a V. Ex.cia, os protestos de nossa mais elevada estima e distinta consideração.

Atenciosamente

José Wladimir Klein

Mococa, 22 de Janeiro de l.990

ÀCâmara Municipal de Mococa

Ex.mo Sr. PresidenteEx.mos Srs. Vereadores

Como deve ser do conhecimento de VV. Ex.cias, há um ano vimos veiculando na imprensa local, artigos integrantes de uma campanha visando conscientizar a opinião pública sobre a necessidade de Mococa eleger um candidato próprio para a Assembléia Legislativa. Ao iniciarmos a campanha, simplesmente demos continuidade a um ideal subjacente que só faltava incentivo.

Houve um ótimo acolhimento da idéia e a mesma cresceu, chegando consolidada, justamente no momento em que, todos unidos poderão começar a modificar os destinos de nossa cidade.

O apoio popular é satisfatório, só faltando uma campanha de esclarecimento para que elejamos um candidato de consenso, quando deixaremos de lado as seqüelas pessoais e marcharemos, juntos, para a vitória com aquele que reunir maiores condições de congregar a família mocoquense.

O momento é histórico e deverá ficar marcado por resoluções firmes, tomadas por homens de caráter ilibado que, sem tergiversações, assumem as grandes responsabilidades.

Eis porque esperamos contar, com toda a certeza, que essa Casa, de tão ilibadas tradições, engaje-se nessa luta, junto ao povo de Mococa.

Sendo o que havia a apresentar, no momento, valemo-nos da oportunidade para reiterar os protestos da nossa mais alta estima e distinta consideração.

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Atenciosamente

José Wladimir Klein

Mococa, 26 de Junho de l.990Ex.mo Sr.Dr. Francisco José Vieira GuerraDD. Prefeito Municipal de Mococa

Excelentíssimo Senhor

Cumpre-nos corrigir, perante V. Excia. A falha de comunicação ocorrida em um nosso artigo (Saúde: O Drama Continua) inserido no jornal "HOJE" do dia 24/06/90. Citamos o caso de um cidadão que teria marcado um exame endoscópico para uma espera de mais de um mês. Tal ocorreu por interpretação conotativa, sendo que na verdade o tratamento em questão era "Ultrasom", para o qual, realmente, está havendo a espera.

Já solicitamos ao jornal "HOJE", a publicação de um esclarecimento para que não possa pairar qualquer dúvida quanto ao ocorrido.

Quando ao serviço endoscópico tivemos a oportunidade de tomar conhecimento que o atendimento está sendo imediato.

Pelo respeito que devotamos a V. Excia., esperamos que seja relevada a ocorrência, que pode acontecer quando tentamos colaborar com as autoridades constituídas ao mesmo tempo que defendendo os interesses dos cidadãos procuramos levantar os problemas para que sejam resolvidos.

Valemo-nos, ainda, da oportunidade, para reiterar a V. Excia. os protestos de nossa mais alta estima e distinta consideração.

Atenciosamente

José Wladimir Klein

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Mococa, 31 de Agosto de l.990

Il.mo. Sr.Demosthenes Paraná Brasil Pontes

Tentei estabelecer contato com V.S. mas parece que isso foi impossível. Porém, como, também, quando ocorreram as eleições municipais tive o mesmo desejo e quando constatei que o seu candidato não venceu, me arrependi de não tê-lo feito, valho-me da presente para chegar ao seu conhecimento o que teria a dizer-lhe.

Não poderei contar senão com a minha sinceridade e a sua sensibilidade para comprovar a minha boa intenção. Não desejo, também, que a minha presunção possa ferir susceptibilidades de um estrategista político como V.S.

Quando empreendi a campanha para que Mococa pudesse contar com um candidato à Assembléia Legislativa e, posteriormente, reuniram-se as lideranças, sem cogitar de nomes, era minha opinião que o candidato da cidade e da região seria V.S.; pedindo-lhe que aceitasse a empreitada, ao mesmo tempo roguei que, se o não fizesse apoiasse o nome que viesse a ser escolhido. Nessa altura haviam vários candidatos em potencial que foram recusando a responsabilidade, deixando-a para ser assumida pelo Dr. Toni Naufel.

Assumida essa responsabilidade, coube-nos cerrar fileira em torno do candidato mocoquense que, sem dúvida nenhuma, será quem poderá, com maior disposição, trazer melhorias para a nossa região. Todos unidos, lideranças e povo, possuímos o poder para viabilizar essa candidatura de real interesse para a nossa comunidade.

Estamos constatando o crescimento da aceitação da idéia de Mococa ter o seu representante e acreditamos no sucesso do empreendimento, o que estabelece uma crescente responsabilidade para as lideranças, em cujas mãos estará o poder de consolidar essa vitória ou inviabilizar a concretização do sonho de nosso povo. O apoio ao candidato mocoquense, pelas lideranças, lhes dará o direito de festejarem conjuntamente a vitória e usufruírem dos dividendos políticos.

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Aqueles que recusarem o seu apoio ao candidato da cidade deverão ver os seus nomes desaparecerem do cenário político, pois, se o candidato vencer o fará sem as suas ajudas; se perder, isso ocorrerá pela falta de seus apoios e jamais serão perdoados pela frustração que terão imposto à população.

Outro aspecto que merece reflexão é a polarização das candidaturas de Toni Naufel e Tonico Ramos. Se Toni Naufel ganhar estará superando a preferência do candidato de Chico Guerra e ele mesmo estará fora do campo da disputa local; se Tonico Ramos tiver uma votação expressiva, Chico Guerra estará ganhando fôlego para tentar fazer o seu sucessor.

Temos ainda mais de dois anos para as eleições municipais mas a verdade é que a corrida já está começando agora. O resultado destas eleições de 03 de Outubro estará estabelecendo as diretrizes estratégicas que se desenvolverão. É sabido que nenhum grupo poderá vencer sozinho e sim isso deverá ser feito através de acordos. Novas lideranças deverão surgir pela maior conscientização das lideranças populares que não mais estarão maleáveis à vontade de antigos caciques. Tudo isso merece muita ponderação para uma tomada de posição; em nossa política os grupos , mesmo de natureza heterogênea, tendem a homogeneizar-se dificultando análises antecipadas.

Encerramos as nossas considerações com a esperança de que ainda poderemos estar todos juntos trabalhando, não por um candidato e sim pela cidade e pelo povo a quem todos amamos com a mesma intensidade. Pedimos perdão pelo nosso atrevimento, o qual ousamos em razão de nosso apreço e da distinta consideração que devotamos a V.S.

AtenciosamenteJosé Wladimir Klein

P.S. Anexo a declaração, que se assinada e divulgada por V.S. poderá mudar o destino de nossa cidade e de nosso povo. Rogamos para que acima de nossas ponderações V.S. esteja sendo iluminado pelo Alto, de onde poderão nos chegar a iluminação para as grandes decisões.

ANÉXO:

Mococa, 05 de Agosto de l.990ANÉXO

AO POVO DE MOCOCA

Sempre senti a falta que nos faz um representante da região junto à Assembléia

Legislativa, para que possamos conseguir as melhorias que o povo necessita, pôr isso apoiei a idéia de se lançar um candidato a Deputado Estadual que, sendo aqui radicado, conheça as nossas dificuldades e procure solucioná-las.

Mesmo que não se tenha chegado a um consenso geral somos de parecer que, aqueles que visam o melhor para a nossa cidade e para toda a região, deveriam engajar-se nessa campanha que consolidará a nossa representatividade. Evidentemente, os que tiveram interesses pessoais a defender estarão do outro lado.

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Recomendo, pois, que, aqueles que são meus amigos e sempre têm me acompanhado, pelo bem de Mococa e de toda a região, votem no Dr. Toni Naufel.

Mons. Demosthenes Paraná Brasil Pontes

Mococa, 15 de Abril de l.991

Ex.mo Sr.Dr. Walter de Souza XavierDD. Presidente da Câmara Municipal de Mococa

Excelentíssimo Senhor

A necessidade de exercer uma atividade em Mococa é que me faz candidatar-me ao cargo de redator de notícias do legislativo. Embora não enquadrado nas especificações, por não ser jornalista profissional, teria a oferecer experiência no ramo, pelos trabalhos que tive a oportunidade de desenvolver, quer como colaborador em diversos jornais de São Paulo, São Bernardo do Campo e Mococa, como, também, na redação do "Elo" do "Café com Leite" do "Estradão".

A experiência de vida nestes sessenta e dois anos de existência, poderiam ser acrescidos como fator importante, que sempre deverá estar presente para capacitação do espírito de observação, necessário à função jornalística .

Contando que não haverá discriminação quanto à idade cronológica e que será oferecida a oportunidade, se não for imprescindível o registro profissional, por tratar-se de serviço interno, aguardo o pronunciamento de V. Ex.cia.

Sendo, no momento, o que havia a apresentar, valemo-nos da oportunidade para apresentar a V. Ex.cia os protestos da nossa mais alta estima e distinta consideração.

Atenciosamente

José Wladimir Klein

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Mococa, 13 de Junho de l.991Ex.mo.; Sr.Presidente da Câmara Municipal de Mococa

Considerando que o sistema educacional brasileiro, de a muito deixou de corresponder às necessidades dos estudantes;

Considerando que é imprescindível que novas formulas sejam tentadas, no sentido de aprimorar o ensino;

Considerando que o ensino fundamental é a base para ulterior formação profissional;

Considerando que os caminhos têm de ser procurados através de um trabalho de cooperação da comunidade, com a participação dos alunos, professores e pais de alunos.

Propomos que seja apresentado um projeto de lei visando a criação do sistema de auto-gestão, onde o município pague uma taxa por aluno matriculado, formando um fundo que será administrado por um Conselho eleito entre professores e pais de alunos:

Art. 1º) As novas escolas que forem instituídas no Município de Mococa deverão ser instaladas no regime de auto-gestão.

Art. 2º)O Município contribuirá com uma importância adequada por aluno matriculado.

Art. 3º) O fundo, assim constituído, será administrado por um Conselho eleito entre professores e pais de alunos.

Art. 4º) Dentro de trinta dias da promulgação da presente lei, a mesma deverá ser regulamentada.

At. 5º Revogam-se as disposições em contrário.

Esperamos que a presente proposta seja estudada, discutida e receba os aperfeiçoamentos necessários ao fim que se destina.

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Atenciosamente

José Wladimir Klein

Mococa, 13 de Junho de l.991

Ex.mo Sr.Presidente da Câmara Municipal de Mococa

A alguns dias passados houve uma reunião da comunidade, convocada pelo nobre vereador Dr. Tadeu Rezende, para tratar do problema da segurança, que vem preocupando tanto às autoridades como a população. Na ocasião discutiu-se sobre as causas da violência que encontra-se enraizada no problema social, demandando providências que mesmo em uma visão otimista somente será resolvida a longo prazo, quando se consiga uma distribuição de renda mais justa.

Considerando-se a precariedade da esperança com que poderá contar a população, para a resolução do problema, quando o país atravessa a maior recessão de sua história, com o desemprego atingindo índices nunca alcançados.

Considerando-se que a população terá de contar com um esquema de segurança que lhe traga tranqüilidade e que somente um trabalho de conjunto poderá, talvez, oferecer.

Proponho que seja criado, no município de Mococa oConselho Municipal de Segurança.Com a participação do Ex.mo Juiz de Direito da Comarca; Ex.mo Sr. Promotor

Público da Comarca; Ex.mo Sr. Delegado de Polícia; Ex.mo Sr. Comandante da Polícia Militar; Ex.mo Sr. Diretor da Guarda Municipal; Ex.mo Sr. Diretor da Defesa Civil; Dois vereadores e dois representantes da população; com a finalidade de numa ação conjunta, sob a presidência do Ex.mo Sr. Juiz de Direito e coordenada por um de seus membros, estudarem, planejarem e executarem as normas de segurança que trará a tranqüilidade à população.

Atenciosamente

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José Wladimir Klein

Mococa, 13 de Junho de l.991

Ex.mo Sr.Presidente da Câmara Municipal de Mococa

Tem esta a finalidade de contestar o sistema de eleição e escolha dos representantes que formam o Conselho Municipal de Saúde.

Nenhuma restrição fazemos aos que foram indicados e sim ao sistema que o projeto adotou, que não espelha uma escolha verdadeiramente democrática, com a população votando naqueles candidatos que, de fato, possam oferecer uma defesa dos seus direitos e assim gozar de sua confiança.

Assim sendo, solicitamos providências do Legislativo no sentido de revogar a lei que disciplinou a matéria, aprovando outra em seu lugar, para que todas as camadas da população possam ser representadas, para uma fiscalização efetiva e eficiente.

Temos a contestar, ainda, a pressa com que encerraram a conferência, antes do prazo estipulado, sem mesmo apresentar o relatório final das resoluções dos grupos, e sem, mesmo, terem sido indicados os representantes das entidades.

Se realmente a administração tem a intenção de democratizar a saúde, submetendo-se à fiscalização da comunidade, será necessário que se instale a transparência, para não restarem quaisquer resquícios de dúvidas.

Atenciosamente

José Wladimir Klein

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Mococa, 13 de Junho de l.991

Ex.mo Sr.Presidente da Câmara Municipal de Mococa

Consideramos que a Câmara Municipal é a casa do povo. Temos alardeado isso em todas as oportunidades que se apresentam, tentando motivar a população a prestigiar aqueles que aqui dedicam o seu labor em benefício da comunidade. Ao fazê-lo, realmente sentimos que quando aqui estávamos podíamos nos sentir, de fato, em casa, dada a gentileza com que sempre fomos tratados, tanto pelos Srs. Vereadores como pelos dedicados funcionários que aqui militam. Usávamos as dependências da Câmara de acordo com nossa necessidade, sem sermos cerceados.

Desagrada-nos constatar que tal não está mais ocorrendo e que se continuarmos a apregoar que a Câmara Municipal é a CASA DO POVO, estaremos correndo o risco de sermos desmentido, dado ao constrangimento que as pessoas estarão sentindo, quando tiverem de sair a procura de um bar, de instalações sanitárias públicas, ou das plantas da frente do Banco do Brasil (como já presenciamos) para satisfazerem às suas necessidades fisiológicas. Não criticamos que se fechem portas, mas antes de fazê-lo deverão ser providenciadas instalações que sirvam ao público.

Certo de que providências serão tomadas nos subscrevemos

Atenciosamente

José Wladimir Klein

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Mococa, 13 de Junho de l.991

Ex.mo Sr.Presidente da Câmara Municipal de Mococa

Ao instalar-se a "Tribuna da Comunidade" o povo deveria estar exultante, por poder contar com um órgão que lhes propicia levantar os problemas da população.

No entanto, a maneira como foi elaborado o Decreto do Legislativo, peca por não instituir uma tribuna verdadeiramente democrática, ao cercear o direito de qualquer cidadão presidir o órgão. A Tribuna, obrigatoriamente terá como Presidente e como 1º Secretário, um vereador, delegando-se ao povo funções que não serão exercidas.

Temos de convencer-nos que regimens de exceção já foram extintos e que os organismos democráticos tem de ser abertos à participação popular. Caso contrário não serão necessários por constituírem-se em arremedos da democracia.

Esperamos que os Srs. Vereadores manifestem-se e possam influir para a efetivação das modificações que se fizerem necessárias.

Atenciosamente

José Wladimir Klein

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Mococa, 21 de Junho de l.991

ÀCâmara Municipal de Mococa

Ex.mo Sr. PresidenteEx.mos Srs. Vereadores

Interpretando a vontade popular e o que se passa na política mocoquense, escrevemos um artigo para o jornal "A Mococa" ao qual denominamos "Plano Diretor", onde procuramos espelhar à administração, o pensamento do povo. Como o mesmo não foi publicado, por falta de espaço, endereçamos uma cópia ao Sr. Prefeito, para que tomasse conhecimento.

Junto a esta estamos encaminhando, também, uma cópia do referido artigo, para que os Ex.mos Srs. Vereadores tomem conhecimento do seu teor.

Sendo, no momento, o que havia a apresentar, valemo-nos da oportunidade para reiterar a VV.SS os protestos da nossa mais alta estima e distinta consideração.

Atenciosamente

José Wladimir Klein

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Mococa, 27 de Janeiro de l.992

Ex.mo Sr.Dr. Walter de Souza Xavier Governador do Estado e ao DD. Secretário da Segurança Pública, a fim de solicitarmos o aparelhamento do destacamento da Polícia Militar, aos níveis das necessidades de nossa cidade.

Com a convicção de poder contar com o valioso apoio dos Senhores Representantes da comunidade que diuturnamente laboram pelo bem estar de seus representados, desejamos aproveitar a oportunidade para reiterar, a V. Ex.cia, os protestos da nossa alta estima e distinta consideração.

DD. Presidente da Câmara Municipal

Excelentíssimo Senhor

De primordial importância apresenta-se a segurança pública, para que a comunidade possa alcançar, com tranqüilidade, o seu desenvolvimento. Quando as cidades crescem e alcançam certo grau de progresso, com este passam a existir problemas que dificultam a vida dos cidadãos ameaçando-os em seu patrimônio e na sua própria integridade física.

Nessas ocasiões, geralmente são apresentadas sugestões para soluções alternativas (Guarda Municipal, Guarda Particular) que visando resolver o problema, o agrava, tentando transferir, para a sociedade, a responsabilidade na qual o Estado tende a ser mais eficiente. Acreditamos que o Estado sempre estará melhor aparelhado para a defesa patrimonial ou física dos cidadãos. Outras organizações que não detêm o poder de polícia, sempre serão paliativos inoperantes. A função da sociedade será a de pagar pontualmente os seus

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impostos; ao Estado caberá bem administrar os recursos para que cada cidadão receba a contra prestação em serviços essenciais.

Assim sendo, solicitamos o apoio de V. Ex.cia e dos DD. Vereadores dessa Casa, para que, juntamente com o poder executivo e entidades civis, com as extensões políticas inerentes, nos dirijamos ao Ex.mo Sr.

Atenciosamente

José Wladimir KleinPresidente do CONSEG

(Conselho Comunitário de Segurança)

Mococa, 27 de Janeiro de l.992

Ex.mo Sr. Dr. Francisco José Vieira GuerraDD. Prefeito Municipal de Mococa

Excelentíssimo Senhor

A segurança pública apresenta-se como de primordial importância para que a comunidade possa alcançar, com tranqüilidade, o seu desenvolvimento. Quando as cidades atingem um certo grau de progresso, com este, passam a surgir problemas que afrontam o cidadão, ameaçando-o em seu patrimônio e em sua integridade física.

Nesses momentos sempre nascem sugestões para soluções alternativas (Guarda Municipal, Guarda Particular) que longe de resolver o problema o agrava, tentando transferir para a sociedade, a responsabilidade na qual o Estado tende a ser mais eficiente. Acreditamos que o Estado é que sempre estará aparelhado para a defesa patrimonial e física dos cidadãos. Outras organizações, que não detêm o poder de polícia sempre serão paliativos inoperantes. A função da sociedade será a de pagar religiosamente os seus impostos. Ao Estado caberá bem administrar os recursos para que cada cidadão receba a contra prestação em serviços essenciais.

Assim sendo, solicitamos o apoio da Administração Municipal, liderada por V. Ex.cia, para que juntamente com o Poder Legislativo e entidades civis, com as extensões políticas inerentes, nos dirijamos ao Ex.mo Sr. Governador do Estado e ao DD. Secretário da Segurança Pública, a fim de solicitarmos o aparelhamento do destacamento da Polícia

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Militar, aos níveis das necessidades de nossa cidade.Certo de que todos unidos estaremos colaborando para a solução dos problemas da

comunidade, valemo-nos da oportunidade para reiterar a V. Ex.cia, os protestos de nossa mais alta estima e distinta consideração.

Atenciosamente

José Wladimir Klein Presidente do CONSEG(Conselho Comunitário de Segurança)

Mococa, 08 de Maio de l.992

Ex.ma Sra.Da. Luiza Erundina de SouzaDD. Prefeita de São Paulo

Prezada Senhora

Trabalhei trinta e dois anos e quatro meses na Cia. Municipal de Transportes Coletivos (CMTC), tendo me aposentado no cargo de Chefe de Seção, no dia 02/01/76, fazendo jús à complementação de aposentadoria, que foi concedida pela direção da empresa.

Na administração do Sr. Janio Quadros foi concedido um aumento salarial aos Chefes de Seção que encontravam-se em atividade deixando de ser repassado para os aposentados da mesma função. Posteriormente a direção da empresa reconheceu o direito dos empregados aposentados, negociando com o sindicato, amigavelmente, e fez os acertos necessários, apenas com a homologação da Junta de Conciliação e Julgamento e, os empregados referidos passaram a receber as diferenças a partir de Junho de l.988.

Por circunstâncias alheias a suas vontades, ficaram excluídos do acordo cinco Chefes de Seção, entre os quais me encontro; três por estarem viajando, um por estar residindo no Paraná (este veio a falecer) e eu que recebendo a procuração , em Mococa, imediatamente a devolvi ao sindicato que não a recebeu em tempo por haver se instalado uma greve nos serviços do correio.

Após alguma espera o sindicato entrou com outra tentativa de conciliação à 40ª Junta de Conciliação e Julgamento, sob nº 584/89 de 03/04/89, esperando que a mesma

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fosse resolvida e homologada amigavelmente. Estranhamos quando foi dada outra diretriz no sentido de a ação ter dado continuidade onde se encontra até o momento, sem previsão de qualquer resolução.

Já escrevi, anteriormente, uma carta, a V. Ex.cia e outra ao Sr. Presidente da C.M.T.C. e não obtive respostas.

Tratando-se de um direito amparado pela lei de isonomia, considerando-se injusto que alguns fiquem excluídos enquanto a maioria recebe esses benefícios, gostaríamos de ver a questão resolvida, ainda, na administração de V. Ex.cia, para que pudéssemos receber as importâncias vencidas e vincendas a que fazemos jús.

Contando com o alto espírito de justiça de V. Ex.cia aguardamos um pronunciamento favorável, valendo-nos desta oportunidade para apresentar os protestos de nossa mais alta estima e distinta consideração.

Atenciosamente

José Wladimir Klein

Mococa, 04 de Março de l.993

Ex.mo Sr. Dr. Antônio NaufelDD. Prefeito Municipal

Recebi, nesta data, o honroso convite de V. Ex.cia para que participasse da Comissão de Cultura do Município, ao qual sou obrigado a declinar.

Não creio na operacionalidade de atividades de comissões, que não possuem autoridade executiva. Ainda na gestão anterior á de V. Ex.cia participei da Comissão de Bibliotecas, que não reuniu-se sequer uma vez durante todo o mandato.

Tomo a liberdade de sugerir a V. Ex.cia que crie um Departamento de Cultura que se encarregará de desenvolver todas as atividades culturais que, sem dúvida alguma, enriquecerão a administração de V. Ex.cia. Esse departamento teria dotação orçamentária própria para executar um programa elaborado de acordo com as necessidades da população.

Não me furtarei a colaborar com a administração, em benefício da cidade, desde que não seja para que o meu nome se preste unicamente para adorno figurativo.

Sem mais, para o momento, valho-me desta oportunidade para renovar os protestos de nosso mais elevado respeito e distinta consideração.

Atenciosamente

José Wladimir Klein

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Mococa, 05 de Maio de l.993

Ex.mo Sr.Dr. Itamar FrancoDigníssimo Presidente da República

Solicito vênia para relatar a V. Ex.cia o que segue:Adquiri, em 20/04/93, um automóvel Volkswagen Gol/l000, da firma Mocasa Automóveis Ltda. Estabelecida em Mococa SP à Av. Dr. Américo Pereira Lima, 493 - Cep 13730-000, pagando a importância de Crs260.000.000,00 (duzentos e sessenta milhões de cruzeiros), movido pelo motivo de já ter entregue, anteriormente, um automóvel usado, de minha propriedade, no valor de Crsl10.000.000,00 (cento e dez milhões de cruzeiros) mais um cheque de Crsl20.000.000,00 (centos e vinte milhões de cruzeiros) que não me seria devolvido se não concluísse o negócio pelo valor acima, havendo emitido, no dia 20/04 mais um chegue de Crs30.000.000,00 (trinta milhões de cruzeiros).

O preço do automóvel em referência, menos o desconto do IPI concedido pelo governo, que já se encontrava em vigor, seria de Crs203.000.000,00 (duzentos e três milhões de cruzeiros).

Julgando-me prejudicado solicitei à concessionária, através de carta registrada, para que me fosse devolvida a importância cobrada a maior; na mesma data relatei o fato à Autolatina - Divisão Volkswagen, igualmente através de carta registrada, para que intercedesse na resolução do problema.

No momento, ainda aguardo que as referidas firmas ofereçam resposta às minhas solicitações.

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Certo de estar contribuindo com a fiscalização das medidas que o governo de V.Ex.cia está implantando para melhoria das condições de vida do povo brasileiro, coloco-me à disposição para quaisquer providências, contando, também, com o empenho e providências de V. Ex.cia para a solução justa desta pendência que, se resolvida favoravelmente, estará coibindo abusos e salvaguardando os interesses de outros patrícios nossos.

Com o mais alto respeito e distinta consideração que dedico a S. Ex.cia é que me subscrevo

Atenciosamente

José Wladimir KleinAnexo cópias dos documentos citados.

Mococa, 16 de Maio de l.993

ÀCoordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor - Procon

Senhor Coordenador

Resido em Mococa, interior de São Paulo, onde não funciona nenhum órgão de proteção ao consumidor; essa a razão de me dirigir a V.S. a fim de solicitar orientação para um questão na qual julgo estar sendo prejudicado.

Sou proprietário de uma casa em São Paulo (Rua Mataripe, 85 - Cidade Dutra - Interlagos), que a muitos anos é administrada pela OCIL - Organização Comercial e Imobiliária Ltda.,( Rua Senador Feijó, 143 - lº Andar) que cobrava a taxa de 6% (seis por cento) dos valores cobrados, pelos serviços.

No começo deste ano fui surpreendido pela cobrança de uma taxa muito acima da pactuada e, através de carta, me dirigi à Empresa protestando. Não recebi resposta escrita e sim um funcionário telefonou-me comunicando que havia sido estipulada uma taxa de 30 UFIR's para os serviços.

Em Fevereiro o antigo inquilino deixou o imóvel e o mesmo foi realugado pela mesma imobiliária em locação a partir de 06 de Abril; recebi uma comunicação que devido a novas normas estipuladas pela lei seria cobrada uma taxa de 50% (cinqüenta por cento) do primeiro aluguel ( o que não ocorria anteriormente) a título de despesas que antes eram suportadas pelo locatário. Isso, de fato, ocorreu e foi cobrada a taxa mencionada, mais outra correspondente a 30 UFIR's do aluguel referente a Abril ( só que o cálculo foi feito pela UFIR de Maio).

Diante do exposto gostaria de solicitar de V.S. o esclarecimento para as seguintes

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perguntas:1) Pode a administradora alterar, unilateralmente os valores da taxa,

inclusive estabelecendo índice que provoca a correção mensal, quando o aluguel só é revisado semestralmente?

2) É legal a cobrança da taxa de metade do primeiro aluguel, também em uma decisão unilateral, cuja prática não acontecia anteriormente?

3) No caso de prevalecer a UFIR, como índice, o cálculo deveria ser feito pelo valor do mês de referência ou do mês da cobrança dos alugueis, que é sempre vencido?

4) Pode a taxa ir sendo reajustada mensalmente ou deverá prevalecer a do início da locação, sendo reajustada unicamente por ocasião dos reajustes dos alugueis?

5) Que medidas e através de que canais poderei fazer valer os meus direitos e qual o tempo que terei para fazer isso? Terei que entrar com reclamação na base do meu domicílio ou na base da propriedade?

Com a fixação do aluguel para prevalecer por mais seis meses e com correção mensal das taxas de administração pela UFIR, mais a taxa de 50% a empresa acabará por arrecadar mais do que o proprietário do imóvel.

Para orientação e diretrizes a tomar em uma cidade onde a população é explorada pela não existência de um órgão de proteção ao consumidor, solicitaria, ainda, para que me fosse fornecida uma cópia do Código de Proteção ao Consumidor.

Certo de poder contar com a atenção de V.S. me subscrevo

Atenciosamente

José Wladimir Klein

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Mococa, 16 de Junho de l.993

AoConselho Regional de Corretores de Imóveis

Referência Ocil - Organização Comercial e Imobiliária Ltda

Dirijo-me a esse Conselho, encaminhado pelo PROCON, em razão de estar sendo vítima de uma medida arbitrária por parte da Ocil - Organização Comercial e Imobiliária Ltda. (Creci nº7843).

Possuo uma casa que vem sendo administrada a aproximadamente vinte anos pela empresa citada, à qual pagava 6% (seis por cento) pelos serviços prestados.

No início do ano em curso fui surpreendido pela cobrança de uma importância muito acima da pactuada. Imediatamente me comuniquei, por carta, com a administradora, que nem sequer respondeu, por escrito, limitando-se ao telefonema de um funcionário, comunicando que havia passado a cobrar uma taxa mínima de 30 (trinta) UFIR's estabelecendo, dessa forma, aumentos mensais, deixando de conservar a proporcionalidade com a renda, objeto do serviço prestado, como já consagrado pelo tempo. Isso, quando a revisão do aluguel se mantêm pela semestralidade, corroído pela inflação passou a sofrer dupla desvalorização "exigindo do consumidor do serviço, vantagens manifestamente excessiva".

Na substituição do inquilino houve mais uma inovação consubstanciada na cobrança de 50% (cinqüenta por cento) do primeiro aluguel, prática essa que nunca houvera anteriormente.

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A firma administradora não tem tomado conhecimento de meus protestos não respondendo às cartas enviadas e continuando a pratica de cobrança de acordo com sua decisão unilateral; acrescendo, ainda, que utiliza os valores do mês seguinte ao de referência do aluguel e não o primeiro dia do mês de referencia que corresponde à UFIR do mês.

Novamente me comuniquei com a administradora através de carta registrada com AR, não logrando obter nenhuma resposta, enquanto a cobrança abusiva tem seqüência. Prevalece-se, a empresa, do fato de encontrar-me em local distante e praticamente impossibilitado de aciona-los judicialmente, pelas despesas que acarretariam; só uma passagem de ida e volta para São Paulo, custa mais de Crs700.000,00 (setecentos mil cruzeiros, importância superior do que o montante cobrado a maior.

Solicito, pois, a esse Egrégio Conselho, para que se digne proceder à uma análise jurídica e principalmente ética, da questão apresentada, para, finalmente, indicar à firma referida, para que reformule a sua atitude unilateral e abusiva, devolvendo importâncias cobradas a maior e restabelecendo a cobrança do justo e pactuado entre as partes.

Certo de poder contar com um parecer justo e imparcial desse conceituado Conselho, me coloco à disposição e me subscrevo. Atenciosamente

José Wladimir Klein

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M A N T E N D O O E L O

28/06/1.993

Nesse nosso desconhecimentos de tempo e espaço não nos apercebemos de nossas obrigações epistolares e acabamos por magoar as pessoas mais importantes em nossa vida. Nos entregamos à meditação e nos enveredamos pelos meandros interiores, desconhecendo as ausências objetivas porque passamos a viver no imaginário de nossos sonhos de onde os amigos não se apartam.

Nos raros interregnos em que pisamos o chão firme da realidade sentimos a necessidade de uma comunicação mais concreta. Ai, nos satisfazemos com as imagens e sons, gravados por um “clic” de uma câmara escura, ou das profundezas da alma. Isso nos dá a certeza de que possuímos o que amamos, através de todo o dinamismo das produções artísticas; estas são que revelam, verdadeiramente, o interior das pessoas e as desnudam aos nossos olhos para percebermos a limpidez das almas. Isso nos garante que poderemos estar ausentes, porém, jamais estaremos separados daquelas pessoas que possuem, em seus interiores, a mesma essência de sensibilidade, de criatividade e, até, de frustrações.

Nesses meses de ostracismo você não têm se ausentado de minha presença, pois em minha solidão está viva, no subconsciente, a imagem, a alma; o coração nas entrelinhas de suas poesias; a emoção percorrendo labirintos.

Espero, sinceramente, que o seu silêncio seja a tradução de realização e que você esteja vivendo tudo aquilo que sonha e que a sua alma sensível aspira. Este seu amigo se sentirá feliz ao ter conhecimentos da concretização dos seus ideais.

Gostaria de continuar a receber, vez por outra, suas poesias que oferecem, sempre, novo alento, para buscar, dentro de mim, algo a oferecer, para algum dia, talvez, falar, postumamente, a algum coração, preenchendo-o de alegria e satisfação através da identificação com um espírito irmão.

Peço desculpas pela tardança em escrever. Para tudo tem a hora certa e creio que esta a alcançará em um momento apropriado.

Estou enviando uma coletânea de artigos escritos na imprensa local que poderão fazê-la conhecer mais um pouco de mim.

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Tenho estado afastado de todas as atividades e até de mim mesmo, como pessoa física; mergulhado no imponderável para uma reciclagem que me permita maior sensibilidade. É certo, entretanto, que temos estado juntos por paragens paradisíacas onde as personalidades se diluem para dar lugar e enriquecer a verdadeira fraternidade universal. Oxalá possamos aproveitar esses momentos de recolhimento interior para que nos transformemos, verdadeiramente, em seres mais evoluídos.

Abandonei, um pouco, o meu filho mais novo, “Proversando”, mas o meu desejo é retomá-lo aos meus cuidados, vez que temos estado separados a vários meses, período áspero em inspirações.

Espero, com ansiedade, o seu novo livro que conto esteja sendo concretizado, para alegria de seus leitores. Embora os livros possam não alcançar sucesso de vendas eles produzem muito bem a quem tem o privilegio de os ler. Um exemplo é o seu “Místicas Lembranças” que a cada dia nos propicia novas revelações e inspiração para vivermos melhor e amarmos com profundidade aos nossos semelhantes. E quão grande pagamento é isso! Estarmos semeando amizade, amor, companheirismo, compreensão!

C A R T A A U M A A M I G A

21/07/1.993

Recebi o seu manancial e me atirei imediatamente para saciar a sede, como se fora um beduíno perdido em seu próprio habitat, ao encontrar um oásis verdadeiro. Saciada a sede, ao atingir a última página, meditei sobre o prefácio, escrito por quem conhece tão profundamente a autora; constatei a similitude de pensamento que nos une na apreciação de tão preciosos traços de personalidade.

No dia seguinte reiniciei a leitura, agora, ciceroneado pelos intelecto e coração da autora, para caminhar nessa busca que, também, tento empreender para dentro de mim mesmo, no desejo de alcançar o universo.

Tantas coisas aprendi!Pude apreciar a beleza das matas silenciosas que trabalham diuturnamente para

salvar a humanidade. De meu costumeiro divagar, cheguei à profundidade da reflexão, podendo concluir que entre passado e futuro o mais importante é o presente e que a obra mais significativa, que nos deve importar, é a que realizamos agora, neste instante. Senti mais profundamente o silêncio e a solidão, nossos tão conhecidos companheiros!

Já aprecio, com intimidade, os fenômenos da natureza e as estações, tão necessárias para dinamizar os ciclos da vida.

O mar e a branca areia da praia ganharam novo encanto e até me aventurei em uma rica viajem fantástica em um navio pirata que tinha a capitanea-lo um poeta sonhador.

E o sonho? Que bela emoção! Quer estejamos dormindo ou despertos, nos transporta para o mundo fantástico onde, finalmente, encontraremos a paz e a felicidade tão buscadas, como se a pudéssemos encontrar através das místicas misturas da alquimia. Realmente a encontraremos, quando, através da mistura de sentimentos puros construirmos o amor em toda a sua plenitude; que se abstrai, até, da presença física por viver e sobreviver apenas dos tempos, das distâncias e de dimensões diversificadas.

Terminada a Segunda leitura sinto-me cansado da longa viaje empreendida, mas tenho consciência de que muitas nuanças me escaparam e já empunho a batéia para garimpar nesse rio cristalino à procura das mais preciosas pedras e, talvez, até, possa depara

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com a “Pedra Filosofal” que me daria a sabedoria.Procurarei, nas entrelinhas, o que não foi dito e sim apenas imaginado ao ser

composta cada preciosidade. Tenho a certeza de que assim aprenderei a conhecer mais e melhor essa amiga a quem tanto estimamos.

Agradecido pelo inusitado. Parabéns por mais esse passo no difícil caminho do sucesso, que esta sendo alcançado pelo seu talento e obstinação.

Mococa, 14 de Setembro de l.993

Il.mo Sr.Dr. José Carvalho da SilvaDD Delegado de Polícia de Mococa

Prezado Senhor

Alertado pelo Sr. Aristóteles Antônio F. Costa de que o prontuário necessário à renovação de minha CNH demorará 90 (noventa) dias para chegar, que é o tempo solicitado pela repartição em São Paulo, e que só eventualmente esse tempo poderá ser reduzido, encaminhei uma solicitação ao DD. Diretor do DETRAN, pedindo o apressamento daquele documento, para que o exame médico possa ser feito antes de expirado.

Abstraindo o meu caso em particular, gostaria de solicitar, a V. Ex.cia., o encaminhamento de um expediente à autoridade encarregada a fim de que sejam tomadas medidas no sentido de abreviar o atendimento e assim favorecer aqueles que têm necessidade de renovação de seus documentos.

Ao ensejo que me foi propiciado solicitei do Sr. Diretor do DETRAN providências para que a nossa cidade, especialmente a repartição de Transito, seja dotada dos equipamentos necessários a um bom atendimento dos usuários que assim poderão ser atendidos indiscriminadamente sem dependerem de uma dupla taxação; uma ao Estado e outra pelo serviço que caberia ao Estado suprir através de equipamentos.

Sendo só, no momento, aproveito a oportunidade para apresentar a V.Ex.cia. os protestos de estima e consideração.Anexo cópias dos documentos citados.

AtenciosamenteJosé Wladimir Klein

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Mococa, 14 de Setembro de l.993

Il.mo Sr.Diretor do DETRAN - Departamento Estadual de TransitoSão Paulo - SP

Referência - Solicitação de transferência de prontuário de motoristaJosé Wladimir Klein - Rua Catulo da Paixão Cearense, 108

CEP 13730-000 Mococa S P- CNH nº34.047.990.6 - São Paulo - CPF 039.963.288-34 - RG 1.097.l07 SSP?SP

Prezado Senhor

Dei entrada nesta data, na repartição de transito local, a uma solicitação de transferência de prontuário de São Paulo para Mococa, com a finalidade de renovação de minha CNH cujo exame médico expira em 06/11/93, visto que atualmente estou residindo nesta cidade.

Ao entregar os documentos solicitados (duas cópias do RG e duas cópias da CNH além da guia comprovatória de recolhimento da importância de Cr295,38, fui informado pelo Sr. Aristóteles Antônio F. Costa, escrivão encarregado, que a demora seria de 90 (noventa) dias; que não adiantaria nem reiterar porque o prazo solicitado pelo órgão emissor da cidade de São Paulo é desse prazo; que só eventualmente poderá ocorrer o atendimento antes desse prazo.

Eu, que cuidei para requerer essa transferência bem antes do término da vigência do exame médico, agora encontro-me preocupado pela impossibilidade de renovar o documento dentro do prazo de validade, se não ocorrer a eventualidade apontada.

É por essa razão que me dirijo a V.Ex.cia. a fim de solicitar para que, dentro das possibilidades da repartição, que sei assoberbada pela quantidade de serviços a serem atendidos, se digne determinar o apresamento do

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despacho a fim de que aquele documento solicitado possa chegar nesta cidade para que seja satisfeita a exigência legal da renovação da minha Carteira Nacional de Habilitação.

Certo de que contarei com a boa vontade de V.Ex.cia. e a dos seus colaboradores, expresso as minhas

Cordiais SaudaçõesJosé Wladimir Klein

O U T R A M I S S I V A

08/10/1.993

Você já deve ter visto um adesivo para automóveis com os dizeres: “Eu acredito em Gnomos”.

Sempre me pergunto o que leva as pessoas a embarcarem em tal afirmação, ou se elas realmente têm uma base segura que as fará verdadeiras por essa afirmação.

Quando alguém afirma que viu um gnomo ficamos receando pela integridade mental dessa pessoa.

Acreditamos que tudo é uma questão de capacidade para transpor os parâmetros das várias dimensões que se sobrepõem no universo, para que realmente possamos conviver com esses seres encantados que poderão nos auxiliar na conquista da felicidade. A abertura dessas passagens invisíveis nos são propiciadas unicamente quando podemos contar com a ajuda de uma “Fada Madrinha”.

E me perguntarão: Você acredita em fadas?Sim, acredito e sei que ela conversa conosco, como uma pessoa normal, nos

falando, nos escrevendo, nos telefonando, e a podemos identificar pelas palavras inspiradas, pela doce voz, pelo amor que dedica às pessoas e aos animais e pela sua fusão com a natureza, que desvenda-lhe todos os segredos, em uma total intimidade.

Cremos que é justamente nisso que se fundamenta a crença em gnomos. Mesmo que não encontremos a nossa Fada, sentimos a sua presença; temos a certeza da sua existência e que não existe obstáculos de tempo ou distancia que nos separe; ela sempre estará presente visto que as ligações foram construídas na eternidade através da vivência de nossas almas.

Prezada amiga, você, que domina os fenômenos da natureza, as plantas e todos os demais seres viventes, me envolva com a sua proteção e me auxilie no aperfeiçoamento da

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essência que um dia deverá prevalecer em um universo que será cheio de amor, compreensão, paz, tranqüilidade; quando terão desaparecido os vestígios materiais que hoje retardam a nossa evolução. Então, lá, nos encontraremos, certamente. Por agora receba os votos de dádivas que já são suas: caridade, bondade, fé, mansidão, temperança.

Terminada a segunda leitura sinto-me cansado da longa viajem empreendida

Mococa, 15 de Março de l.994

Il.mo Sr.Oswaldo Luiz Teles de SouzaInês Maria Kwiecinski

No dia vinte e dois do corrente mês estará se completando mais um semestre, o que enseja a recomposição do valor do aluguel da casa da Rua Mataripe, 85, para voltar a representar o valor inicial, defasado pela inflação do período.

O IGP apresentou o índice de 599,40% o que reconstitui o valor em referência para CrS157.141,19 (cento e cinqüenta e sete mil e cento e quarenta e um cruzeiros reais e dezenove centavos) que representará o novo aluguel a partir do dia 23/03/94.

O novo valor só será devido integralmente no mês de abril a ser pago em maio; sendo que o valor somente incidirá nas últimas 8 diárias do mês, totalizando, salvo erro, CRS58,380,70 (cinqüenta e oito mil e trezentos e oitenta cruzeiros e setenta centavos), a serem pagos até o dia 5 de abril.

Dada a modificação havida nas normas contratuais, introduzidas pelas medidas provisórias, que em continuidade irão alterar o relacionamento econômico, para uma regulamentação mais justa nos reajustes que até aqui sofriam defasagens difíceis de suportar e, considerando que todos nós somos inquilinos e proprietários o que nos obrigará, no futuro, a nos enquadrarmos nas novas normas, gostaria de consulta-lo se não seria conveniente para ambas as partes, se houver concordância, transformarmos esses valores, que no momento se recompõem para URVs, pelo valor do dia 23/03/94, para que não haja tão enorme defasagem, sendo que esse valor em URV prevaleceria pelo período de um ano a partir da data da conversão; isso facilitará, inclusive, quando for introduzida a nova moeda (REAL).

Poderia ser introduzido um adendo ao atual contrato que continuaria valendo até o seu término.

Aguardo alguma manifestação por parte de VV.SS e me subscrevoAtenciosamente

José Wladimir Klein

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Mococa, 18 de Março de l.994

À Revista "Momento Legislativo"Av. Brig. Faria Lima, l.498 - Conj.101

Recebendo "Momento Legislativo" desde as primeiras edições, considero-me um privilegiado por poder acompanhar, através de suas páginas, a discussão e oferecimento de propostas aos problemas do nosso país. Através de linguagem clara e objetiva nos inteiramos dos caminhos mais convenientes que nos levarão ao desenvolvimento que, sem dúvida nenhuma, beneficiarão o nosso povo, tão sofrido e carente.

Está de parabéns a U P I pela edição de um órgão de comunicação que enriquece o conhecimento dos cidadãos, dando-lhes melhores condições para poderem influir, mais positivamente, para o aperfeiçoamento das instituições.

Tenho a satisfação de externar aos Srs. Diretores da U P I e do "Movimento Legislativo" a minha admiração e apreço.

Atenciosamente

José Wladimir Klein

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Mococa, 25 de Março de l.994

Il.mo Sr.Oswaldo Luiz Teles de Souza

Li com muita atenção a sua carta e ponderei sobre todas as afirmações. De fato, o que mais nos assusta é a questão dos salários, em razão de serem calculados pela média, trazendo, com toda a certeza, alguma perda, que vem somar-se a outras de planos passados. Quando se fala, então, dos proventos de aposentadoria, não nos resta nenhuma esperança, por sermos os primeiros a sermos convocados para o sacrifício. Reconheço como de inestimável valor o cuidado com que está sendo tratado o imóvel, bem como a pontualidade nos pagamentos, o que muito nos tem ajudado.

Quando ao reajuste dos alugueis, o Sr., como proprietário, também, sabe o quanto é cruel e injusta a lei que estipula um reajuste semestral com uma inflação de mais de 40% mensais e tudo sendo reajustado, no mínimo, mensalmente. O aluguel, que foi reajustado a seis meses já defasou-se, desde o primeiro, que teve de esperar trinta dias para ser recebido; e com quase quarenta por cento ao mês ele chega à data do novo reajuste sem significação alguma (o que se faz hoje com vinte e dois mil cruzeiros?).

O aluguel dessa casa presta-se para complementar a minha aposentadoria e é esperado com ansiedade, embora pequeno; o seu reajuste, depois de longa espera, vem minorar as nossas dificuldades que reconhecemos, é de todos, hoje, quando o país atravessa essa crise sem precedentes. Por favor, se me permite uma brincadeira, (que não fique a impressão que estão desejando tirar o pão da boca dos velhinhos). Quando o Sr. nos solicita que, depois de esperarmos seis meses, esperemos mais trinta dias para passarmos a receber algo mais, abrindo mão de uma importância que já contávamos em nosso orçamento, nem sabemos o que dizer!

Entretanto, temos o desejo de atendê-lo! Assim, talvez pudéssemos nos impor mais esse sacrifício, desde que ele fosse parte de um acordo para a conversão à URV. Antes desejo esclarecer que estou plenamente consciente que o Sr. não é obrigado a essa modificação que só passará a ser exigível, não sabemos em que termos, a partir da implantação do Real. Eu também tenho muitas dúvidas se esse plano econômico prosperará

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e mesmo que continue por algum tempo, na introdução da nova moeda creio que desaparecerá a indexação enquanto a inflação continuará presente, quando os contratos só poderão ser reajustados depois de um ano, o que defasará, ainda mais, os alugueis.

Não desejando deixar de responder à sua solicitação proponho o seguinte: O aluguel, atualizado pela inflação passada foi para Crs157.l4l.19 (cento e cinqüenta e sete mil e cento e quarenta e um cruzeiros reais e dezenove centavos) o que corresponde a 188,35 URVs (23/03). Reduziríamos para 180,00 URVs que vigoraria a partir do dia 1º de Abril (sem alusão ao dia da mentira). "Nesse caso" consideraríamos o aumento das 8 diárias de março ( que seriam nove se considerássemos o dia 3l como desconto, pagando, ainda no dia 5/4 o valor de Crs22.468,00.

Até o dia do pagamento do aluguel o Sr. já terá definida a questão salarial e resolverá se haverá a conversão; se isso ocorrer, estará gozando do desconto e nos ajudando futuramente, pois só iremos receber o valor em URVs no mês de maio, tendo o Sr. mais trinta dias sem aumento dessa despesa, embora o salário estará aumentando diariamente. Caso contrário, vamos deixar como está e esperemos o que ocorrerá no futuro. JWKlein

Mococa, 20 de Julho de l.994

Il.mos Srs.Oswaldo Luiz Teles de SouzaInês Maria Kwecinski

Prezados Senhores

Anexo estou enviando os cálculos elaborados segundo orientação do PROCON que apresenta como resultado a importância de RS73,53 (setenta e três reais e cinqüenta e três centavos) para o aluguel de julho a ser pago em agosto e que prevalecerá até um ano do último reajuste, ou seja 22/03/95.

As determinações do governo se apresentam de uma maneira injusta para com os proprietários visto que o razoável seria a conversão na data do último reajuste o que daria o valor de RS188,35 (cento e oitenta e oito reais e trinta e cinco centavos) que assim mesmo estaria abaixo do valor de mercado. Acresce a isso o prazo de reajuste que se, semestralmente já era escandaloso, quanto mais esticado para um ano.

O Governo é insensível, cabendo unicamente a possibilidade de se contar com o bom senso para que haja um acordo razoável entre inquilinos e proprietários a fim de que não haja prejuízos relevantes para nenhuma das partes.

Assim é que apelo para a compreensão de VV.SS no sentido de estudarmos a possibilidade de um acréscimo voluntário ao ajuste oficial. Sei que é seu direito, perante a lei, pagar somente o estipulado, mas tenho a certeza que prevalecerá o espírito de justiça.

Sendo só, no momento, aproveito a oportunidade para reiterar a VV.SS. o meu apreço e respeito.

Atenciosamente

José Wladimir Klein

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Mococa, 26 de Agosto de l.994

Il.mo Sr. José Pompeo CorradiDD. Presidente da Câmara Municipal de Mococa

Prezado Senhor

Impossibilitado de fazê-lo pessoalmente, solicito a V. Excia. O obséquio de transmitir ao Excelentíssimo Senhor Doutor Paulo Marcos Vieira, Digníssimo Juiz de Direito da Comarca de Mococa, minhas efusivas congratulações, por ocasião da outorga do título de “Cidadão Mocoquense, concedido pela Câmara Municipal de Mococa”.

A justa homenagem representa a vontade e conta com a aprovação do povo da cidade, pelos relevantes serviços que vêm sendo oferecidos por Sua Excelência a esta comunidade.

Temos a certeza que integrado à família mocoquense, mais elevada, ainda, será a dedicação com que brindará os cidadãos irmãos que alimentam os ideais de evolução e progresso desta cidade que nos tem recebido a todos de braços abertos.

Com os protestos de admiração e respeito ao distinto homenageado, a V. Excia. E seus pares, me subscrevo

Atenciosamente

José Wladimir Klein

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Mococa, 02 de Junho de l.995

Il.mo Sr.Luiz Alberto MagriTV Direta - Mococa

Prezado Senhor

Primeiramente gostaria de parabenizá-lo pela programação da TV Direta - principalmente quanto ao que vem sendo discutido, com pessoas de destaque na cidade, sobre os problemas por que atravessa o país e particularmente a cidade de Mococa.

Tomei conhecimento de proposta para convocação da sociedade para discussão da escolha dos caminhos que deverão ser trilhados para que a população possa apropriar-se dos direitos de cidadania, passando a cobrar, do poder público, o retorno do que é cobrado em impostos, principalmente para o estabelecimento de suporte representado por alimentação, saúde, seguidas, estas, de formação educacional e profissional, como um mínimo necessário ao auto desenvolvimento que libertará a população de um paternalismo irresponsável e pernicioso, dotando-a de poder de desenvolvimento livre, com dignidade.

Em l.992 já se esboçou esse movimento através da criação do "Conselho de Ação Comunitária" que visava, justamente, congregar entidades, lideranças e o povo em geral, para que houvesse uma coordenação das ações de interesse da comunidade. Infelizmente, depois de já iniciado o trabalho, foi atropelado pelas eleições municipais havidas naquele ano, acabando por desativar-se em mãos do Sr. Hélio Brunharo Jr. Eleito seu segundo presidente, depois do Sr. João Ramalho de Oliveira.

A tempos enviei um artigo ao jornal "Folha do Pardo" tentando provocar a reativação do Conselho, não havendo alcançado o objetivo. Seria importante que as ações nesse sentido fossem desenvolvidas com a formação de uma entidade com personalidade

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jurídica, como tentamos organizar, para coordenar as ações de grupos formados em seu bojo, para o encaminhamento de assuntos específicos.

A título de ilustração estou juntando um projeto de estatutos elaborados na época, que poderá servir de ponto de partida para reformulação dessa entidade que, agora, com o apoio da TV Direta, congregará todos os segmentos sociais da cidade.

Colocando-me a disposição para quaisquer outros esclarecimentos valho-me da oportunidade para apresentar a V.S. os protestos da mais alta estima e distinta consideração.

Atenciosamente

José Wladimir Klein

Mococa, 19 de Março de l.995

Ex.mo Sr.Dr. Tadeu RezendeDD. Presidente da Câmara Municipal de Mococa

Prezado Senhor

Existe um conceito em "Marketing" concernente à "Preparação da Base Através do Planejamento Estratégico", que diz:

Há três tipos de Instituições: "as que fazem as coisas acontecerem, as que observam as coisas acontecerem e as que se espantam com o que aconteceu". Das três, a primeira é mais dinâmica e sempre levará os seus implementadores a um maior destaque à frente das demais.

As Instituições Políticas, embora não visem lucro no mesmo sentido das empresas comerciais, possuem um objetivo que é desenvolver uma ação que propicie o máximo de bem estar físico, mental e psicológico, ao seu público alvo; estes, no caso de uma Câmara Legislativa, são os eleitores que influíram, concretamente, através do voto, para que a atual representação se efetivasse.

O que está sendo feito para que os eleitores sintam-se satisfeitos pela troca que fizeram, diante das expectativas que os animava no momento de depositarem os seus votos?

Talvez muita coisa, mas sem o seu conhecimento e é isso que faz a diferença. Sabemos que os apelos para freqüência ao Legislativo não surtiram o efeito esperado; a divulgação da imprensa regular não atinge todo o público alvo. Assim, as atividades dos Senhores Vereadores são desconhecidas e o conceito que a população faz da Câmara é o pior possível.

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Urge uma providência que supere essa dificuldade para que o eleitor seja esclarecido e possa desenvolver sua capacidade de escolha, exercendo sabiamente a sua cidadania, fator primordial à consolidação da democracia, através dos Partidos fortes e bem estruturados, onde haja coerência e fidelidade a programas, estabelecendo linhas de ação que priorizem as necessidades do povo.

Grande é a responsabilidade do Legislativo Municipal, visto que é nessa "célula mater" onde em primeiro se toma conhecimento dos pressupostos da verdadeira cidadania.

A Câmara deveria funcionar como uma verdadeira escola política, levando ao conhecimento da população as normas de funcionamento das instituições, esclarecendo as possibilidades e as limitações com que cada representante é confrontado no cumprimento de suas funções.

Sabendo-se que a tentativa de funcionamento da "Tribuna da Comunidade" não alcançou os sus objetivos, outras alternativas poderão e deverão ser procuradas para que haja o "casamento" do Legislativo Municipal com a população. Se o povo não vem à Câmara a Câmara deverá ir ao povo.

O Caminho seria, talvez, a realização de "Sessões Simuladas" nos bairros e distritos, usando as escolas, onde participaria toda a comunidade; isso, a par de uma atividade didática, se prestaria à apresentação do currículo como do trabalho de cada vereador.

Para essas ocasiões seriam preparados jornais contendo a apresentação e as atividades dos Senhores Vereadores, como uma prestação de contas ao eleitorado.

Para que tudo fosse devidamente organizado seria imprescindível a organização de uma divisão de comunicação ( com um titular e um secretário) que providenciaria todos os pormenores dos eventos.

Esse maior contato dos Srs. Vereadores com os eleitores os capacitaria ao desenvolvimento de um trabalho mais eficiente e do agrado da maioria , por serem participantes de decisões; se prestará, ainda, através desse relacionamento direto, o início de uma pré-seleção para cargos executivos, favorecendo aos mais capacitados.

Estou convicto de que a visão apurada de V. Ex.cia e de seus pares se estenderá para o futuro, preparando ações e propiciando para que os cidadãos mocoquenses se antecipem aos demais pelo amadurecimento político.

O homem público se destaca pela sua ética e sabemos que " A ética é um procedimento estético; é a estética do conhecimento; é a adoção de uma atitude correta para o desenvolvimento de uma ação."

Atenciosamente

José Wladimir Klein

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As cartas que se seguem foram uma tentativa de ajudar um casal cujo casamento estava se desfazendo, depois de quinze anos de vida conjugal.

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Mococa, 25 de Fevereiro de l.996

Prezada Amiga

Estou escrevendo a você por uma imposição de uma força que tomou conta de mim e que faz transbordar o meu coração, para alcançar o seu, que é, e nunca poderá deixar de ser, uma irmã em Cristo, e pertence à família de Deus. Eu nem sei se esta chegará às suas mãos por não possuir o seu endereço, mas alguém me disse tê-la visto trabalhando na loja (. . .) de material de construção e irei consultar a lista telefônica para certificar-me da direção a remeter.

Talvez você não se lembre de mim, meu nome é José Wladimir Klein e sou sogro da Ionice, da Igreja Congregacional do Moinho Velho e pai da Maria Teresa, que foi sua companheira no início da criação da Igreja Congregacional de Mococa.

O motivo de estar escrevendo são rumores de desentendimento conjugal que estaria havendo no seio de sua família. Na realidade não sei de detalhes, nem é preciso que tome conhecimento, mas não posso silenciar diante de uma situação de fato, pelo respeito que devoto à instituição da família, que, sem dúvida nenhuma, é a viga mestra que Deus criou para sustentação da sociedade.; tanto que a julgou indestrutível ao considerar que dois seres se transformassem em uma só carne. ( Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem).

Com sessenta e sete anos de idade e prestes a completar quarenta e oito de união conjugal, ninguém sabe mais do que eu o quanto é difícil a convivência de duas pessoas heterogêneas, coadjuvado com a complexidade de cada um dos filhos, que por sua vez também são personalidades ímpares. Quanto mais que em nossa imaturidade construímos modelos de padrões que a todo o custo tentamos vestir em nossos companheiros de jornada. Quando não conseguimos vem a frustração e passamos a ver desviada a nossa atenção para outras fantasias que julgamos nos trarão a felicidade.

Tudo não passa de fantasias que às vezes nos levam a procurar caminhos que não são aqueles que conhecemos e que já foram arraigados de nosso íntimo por um Deus grandioso, que muito mais sábio que nós permitiu-nos uma diretriz que de fato, mesmo a custa de tropeços, de erros e acertos, nos conduzirá à verdadeira felicidade, através da

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felicidade de nossos filhos, ao cumprirmos o nosso papel sem esmorecermos. Não existe bem maior do que assistirmos o sucesso de nossos filhos e o desdobramento da família, com a chegada dos netos, aos quais também somos devedores, no sentido de doar-lhes uma estrutura familiar sólida.

Tenho encontrado seus filhos e posso dizer que estão muito bem de saúde; educados nos sorriem com extrema ternura, mas podemos perceber, subtilmente, que os seus espíritos estão alquebrados pela frustração de uma situação que os machuca interiormente.

Muitas pessoas estão orando por vocês todos, para que o Pai tenha misericórdia e os ajude a recompor esse lar que consolidará a esperança de jovens que precisam de apoio. Quando vemos que tantos jovens perdem-se no vicio envolvidos por drogas, prostituição e esses que tem tudo para salvarem-se desse desastre possam vir a perder-se pelo vazio criado em seus corações, por sentimento de abandono, criado em seus corações, só podemos lamentar.

As emoções que sentimos ao escrever, transbordando pelos olhos, nos garantem, porém, que o Espirito Santo está agindo nos seus corações para direcioná-los à reconciliação, pelos filhos. São eles, agora, que precisam da oportunidade de serem felizes; nós tivemos o nosso tempo de sonhar, neste momento é preciso assumirmos a responsabilidade que nos é imposta pelo Criador.

Não podemos agir diferente visto que estaríamos nos violentando, deixando o ambiente que é nosso para vivermos em outro meio ao qual não pertencemos.

Não é o momento de saber de quem é a culpa pelos desencontros e desencantos; a vida é assim mesmo quando se trata de pessoas imperfeitas como todos nós. É preciso esquecer as afrontas, perdoar de fato os erros do companheiro e retornar à caminhada, esclarecendo, em uma conversa franca, as mágoas de cada um, para que no que ainda sobrou, de amor, amizade, companheirismo, solidariedade, o grupo se retempere para cumprir os desígnios indicados pelo Criador. Isso é possível, porque Deus é amor e Ele age nos corações através do seu Santo Espírito, para propiciar o entendimento.

Se Deus inspirar ao menos a um de vocês a iniciar o reencontro que todos os seus amigos, parentes e irmãos em Cristo, esperam, na concretização pelas suas orações, e se Ele indicar, pelas suas orações, como um caminho, desejo colocar-me à disposição para intermediar.

Não espere muito! O que Deus colocar em seu coração será o caminho que a levará à felicidade que será constatada no futuro.

Cuidado, porém, que o" inimigo" também estará tentando influir na sua decisão. Ouça a voz do Senhor, coerente e verdadeira.

José Wladimir Klein

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Mococa, 02 de Março de l.996

Prezada Amiga

Visto que a carta de 25/02 não voltou, deduzo que deve ter chegado ao seu destino; dou graças a Deus por isso e independente de qualquer resposta desejo continuar a estabelecer esse relacionamento que destina-se, antes de estabelecer qualquer julgamento, a estender uma mão amiga, no desejo de oferecer alguma ajuda e apoio moral, em um momento difícil de sua vida. Desejo, sim, estender laços de um amor fraternal em cumprimento a uma doutrina que nós abraçamos e que nos une como irmãos em Cristo.

Pela experiência de vida posso avaliar que esse desfecho final em seu relacionamento conjugal não eclodiu repentinamente e sim foi crescendo no transcorrer do tempo, acumulando mágoas que foram recalcadas, por não serem resolvidas, em uma atitude contrária às diretrizes cristãs que nos ensinam: "Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira" e "toda a amargura e ira e malícia seja tirada de entre vós (Efésios 4:26,31). Isso não é negligencia de alguns e sim de todos nós, visto que muito, às vezes ,despejamos toda a responsabilidade nas ações, esquecendo-nos de que dispomos de diretrizes seguras que nos orientam na solução de nossas dificuldades e , o seu esposo e você, mais do que nós outros, teriam o dever de não esquecerem desde que estavam envolvidos por um ministério, ou dizendo melhor, dois ministérios: um na condução do rebanho do Senhor e outro na administração e suprimento da família .

Sei que nós que não vivemos os problemas dificilmente os poderemos avaliar com propriedade e é justamente por estarmos com a cabeça mais fria do que os envolvidos que podemos oferecer a nossa ajuda para tentar a reconstrução de algo fundamental, principalmente para os filhos. Sei que você, como verdadeiramente cristã, se importa com isso e não deseja ferir aqueles que são parte de você, tanto física como moral e psicologicamente; tenho a certeza, também, que você tem o poder e a capacidade para avaliar o prejuízo acarretado pela dissolução de um lar. Poderia contar-lhe histórias tenebrosas como resultado da frustração de filhos que assistiram ao desmoronamento de suas vidas; o meu intuito, porém, não é fazer chantagem emocional nem chama-la à razão; sei que a razão não funciona nesses momentos. Apelo, sim, para uma força soberana que

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vive em você e que a levantará para uma reação e resolução que beneficiará àqueles a quem ama e que também a amam e não poderão sobreviver, sadiamente, dentro de um conflito de amor e repulsão. Ninguém poderá odiar e amar ao mesmo tempo e é esse conflito que atinge aos filhos de pais separados que entre o sentimento de amor extremado e o abandono vêem as suas personalidades quebradas e terão a tendência ao recalque de suas mágoas, porque inaceitáveis, guardando em suas consciências essa cicatriz que os marcará pelo restante de suas vidas, mesmo que aparentemente pensemos terem superado os seus traumas; por isso presenciamos tantas vidas infelizes!

Você e seu esposo, talvez possam refazer as suas vidas, fazendo de conta que está tudo bem, que no final todos estarão felizes! Entregar-se-ão às ilusões de novas ligações buscando algo que só existe no conceito de nosso próprio orgulho e egoísmo; terminarão frustrados e também infelizes. Pior que isso, estarão com as suas dignidades partidas; e dirão: "procurei a felicidade onde não estava porque a deixei no lugar de onde sai". Afinal, vocês são donos de seus destinos! E os filhos, como poderão reconstruir o que vocês não os ajudaram a construir? Que Deus não permita que vocês causem mal àqueles a quem amam!

Muitas vezes, em nossas vidas, colocamos as nossas aflições nas mãos de Senhor e sem esperar a resposta, ou melhor, não aceitando o que o Pai está fazendo acontecer, tomamos a "nossa resolução" e seguimos por caminhos tortuosos que nos infelicitarão e terminamos por ficarmos prostrados! Outras vezes, porém, esperamos a vontade de Deus se instalar em nosso caminho e essa verdade nos leva à conclusão que de fato o melhor nos aconteceu.

O orgulho, o egoísmo, nos transforma em seres radicais e esse procedimento não se coaduna com o viver cristão. O melhor caminho sempre será o do amor e compreensão que não nos faz donos da verdade, e ai procuramos a verdade que vem do alto e nos dá a sabedoria para alcançarmos a felicidade e a daqueles que nos são dependentes.

Você sabe, mais do que ninguém, que essa verdade que vem do alto tem permeado a sua vida por todo o tempo. Quem poderá ter dúvida do caminho a seguir em uma encruzilhada da vida matrimonial quando deparar com uma placa com os dizeres de :2 Co.7; Ef. 5:22-29; Gal. 3:26-28; I Pe. 3:7. Aposto que você conhece de cor esses capítulos maravilhosos que orientam os casais em crise! Porque não deixou e não deixa que eles falem ao seu coração? Tenho a certeza que o seu coração está ardendo pela ação do Espírito Santo, em resposta às orações que estão chegando ao trono da graça, pelos gemidos inexprimíveis do Parácleto.

Meu coração enche-se de alegria porque sei, que mesmo que Deus permita que tropecemos para que sejamos quebrados como um vaso de iniqüidade, Ele não nos desampara e acaba por construir, dos cacos, um vaso novo para a sua glória.

Você não está sozinha em seu calvário, Deus a conduzirá e a fará retornar, imaculada, ao seu aprisco. Não se desespere nem endureça o seu coração, porque o Pai é misericordioso e fará maravilhas.

Se estiver desolada, ou se estiver magoada e revoltada escreva-me para aliviar a sua tensão; coloque no papel tudo aquilo que deseja falar. Se depois não quiser mandar, rasgue e jogue fora, como se estivesse desfazendo-se de um pesadelo.

Nós estamos aqui à sua disposição para ajudarmos quando e da maneira que formos solicitados.

Desejo, ainda, fazer uma observação: Foi um grande erro você ter saído de casa. Uma mulher jamais deverá tomar essa atitude e sim conservar-se no lar, junto aos filhos, e ali resolver os problemas existentes.

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Sei que motivos deve haver e que você talvez tivesse razão para tomar essa decisão extremada. O lar é o refúgio da família e devemos tomar todo o cuidado para que ele não seja invadido pelo "inimigo" que sempre estará espreitando como um leão devorador. O importante é que você não se macule e guarde os seus preciosos dons para aplica-los na obra do Senhor, onde e como Ele determinar. Ouça essa voz e volte a construir o seu lar para continuar a luta pela felicidade de seus filhos e também a sua e de seu companheiro que, embora possa não ser o ideal "sonhado" é o pai de seus filhos e também a ama. Ninguém que a ame verdadeiramente poderá desvia-la dessa finalidade. Quem o fizer estará sendo influenciado por forças malignas que desejam a destruição dos lares. Cada lar desmoronado é uma vitória de Satanás, o príncipe das trevas. Unamo-nos a Jesus que é luz e nos ilumina para o bem e a verdade; a Sua Palavra é a verdade e você a conhece bem e tem vivido orientada por ela.

A sua felicidade nunca estará em sua realização profissional, embora tenha todo o direito de tenta-la, de lutar por ela. A sua felicidade estará esperando-a junto aos seus.

José Wladimir KleinMococa, 03 de Março de l.996

Prezado Amigo

Estou lhe enviando a cópia de um texto extraído de um livro precioso para o relacionamento conjugal, para reflexão.

O segredo para um encontro harmonioso entre as pessoas é uma boa comunicação. Todos nós, porém, temos muita dificuldade de estabelecermos um diálogo porque em nosso orgulho sempre "sabemos" que a razão está do nosso lado. Isso nem sempre é a verdade, pois, embora as ações mais contundentes tenham sido tomadas por outras pessoas, a isso foram levadas por atitudes nossas, que as magoaram sem disso nos darmos conta. Na questão do diálogo, se possuímos uma personalidade forte, a nossa simples presença causa um desequilíbrio, impedindo a comunicação. Conosco ocorre o mesmo que com os políticos que, de alguns, se diz nunca descerem do palanque; eles não conversam, estão sempre discursando. No nosso meio também existe o equivalente; sempre se comunicam, ou tentam fazê-lo, como se estivessem pregando. Jaime Kemp fala sobre meios de comunicação, apresentando como o melhor aquele em que as pessoas estariam dispostas a compartilhar os seus sentimentos, idéias e pensamentos; sendo baseada na honestidade e na abertura completa. Entre marido e mulher isso, às vezes, se torna difícil. Uma boa maneira de estabelecermos a comunicação é através de cartas, criando a oportunidade de que cada um ouça o que o outro tem a dizer e por sua vez faça o companheiro ouvi-lo, sem constrangimento ou interrupção.

O texto que lhe envio, reportando-se à evolução de uma vida a dois, nos comprova que sempre valerá à pena um trabalho, até a exaustão, para reconquistarmos os laços conjugais, usando as virtudes da tolerância, humildade e perdão.

Quero dizer ao amigo, que sempre estarei á disposição para qualquer compartilhamento e ajuda que me seja possível.

José Wladimir Klein

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Mococa, 04 de Março de l.996

Prezada Amiga

Esta noite, enquanto não conciliava o sono, fiquei orando e lembrando-me de você. Imaginei que o seu casamento deve estar atravessando a casa dos quinze anos, mais ou menos, considerando-se a idade de seu filho mais velho. Lembrei-me que existe uma crise matrimonial denominada "crise dos quinze anos", e que várias pessoas já tem passado por ela com menor ou maior sucesso, dependendo da tenacidade e fortaleza de suas convicções. Eu mesmo e minha esposa passamos por essa dificuldade. Corria o ano de l.962 e o nosso relacionamento encontrava-se um tanto desgastado e sentimo-nos vivendo em um vazio; nada nos agradava e procurávamos algo que pudesse modificar esse estado de animo.

Meus filhos estavam com doze, dez e oito anos e foi pensando neles que conseguimos livrarmo-nos da embriagues de uma fantasia que nos perturbava: o desejo de sermos felizes.

Você sabe o que é ou no que consiste a felicidade?Nós também não sabíamos; imaginávamos que ela seria encontrada fora de onde nos

encontrávamos; esquecíamos que os quinze anos que havíamos percorrido, recebendo as bênçãos do Senhor, muito significavam; desejávamos algo diferente que nem nós sabíamos o que seria e onde encontrarmos.

Felizmente Deus nos preservou e impediu que algum mensageiro de Satanás nos acenasse com alguma possibilidade naquele instante; se ocorresse teríamos, talvez, abandonado tudo, sem divisarmos os prejuízos que estaríamos causando aos nossos filhos. Vencemos a crise e tudo transcorreu melhor a partir daí. Não que não tivéssemos problemas. Tivemos muitos e de grande gravidade, a ponto de esgotarmos as nossas lágrimas. Mas, depois da "tempestade vem a bonança" e assistimos, juntos, os filhos se orientarem na luta do matrimônio; um a um os netos chegaram e nos doaram mais alegrias, porque Deus nos conservou unidos.

Quando já agüentamos um período de quinze anos; quando os nossos filhos já encontram-se crescidos, já vencemos boa parte da caminhada e , embora enfrentemos dificuldade, que são normais na vida de todos nós, então encontramo-nos mais próximo da

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colheita dos frutos; apenas mais um pouco de paciência e estaremos vivendo grandes alegrias que uma família estruturada poderá nos doar. Se a abandonarmos só sobrará o vazio da frustração, a dor do arrependimento, porque não poderemos fazer o tempo voltar para revivermos os momentos que não vivemos.

E os filhos? Será que poderemos ter paz longe deles, sabendo que estamos contribuindo para a deterioração de suas personalidades?

Sim, porque o ser humano não poderá, nunca, quebrar a personalidade, participando de um conflito emocional. Os filhos amam aos pais e anelam para vê-los juntos, mesmo que esse viver não seja perfeito. Afinal todos temos nossos defeitos, invisíveis aos nossos olhos.

Procure se reencontrar. Uma boa prática será escrever o que pensamos para poder analisar as nossas aspirações, as nossas mágoas. Foi assim que consegui superar a crise; escrevendo tudo em um caderno; poderia até servir como experiência se os tivesse guardado. Só a partir de l.972, dez anos depois da "crise dos quinze anos" é que comecei a guardar os cadernos e desse material já registrei cinco livros na Biblioteca Nacional. Publicar já é outra coisa, mas assim mesmo creio que esse material será muito útil aos meus filhos, aos netos e, também, a outras pessoas. Comece a anotar tudo aquilo que passa pelo seu intelecto e até poderá tornar-se uma grande escritora.

Gostaria que você compartilhasse comigo as suas aflições, o seu desejo e possibilidade de uma reconciliação; depois, é claro, de um grande e proveitoso entendimento, para que fosse sanado tudo aquilo que até aqui prejudicou o relacionamento.

Para a felicidade de vocês e de seus filhos me coloco à disposição para colaborar nesse entendimento.

Ouça, só, a voz do Senhor e atenda o Santo Espírito que faz arder o seu coração.

José Wladimir Klein

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Mococa, 05 de Março de l.996

Prezada Amiga

Hoje gostaria de falar a você sobre um assunto que é muito mais importante do que tudo que passamos, ligados à vida material: A Eternidade.

A algum tempo, em um determinado dia o Espírito Santo tocou o nosso coração e aceitamos a Jesus como nosso Salvador. Enxergamos, nesse momento, a porta que é Cristo e ouvimos as palavras do Apocalipse 3:20 "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei e ele comigo". Passamos, assim, de criaturas a Filhos de Deus, como nos ensina o versículo 12 do 1º capítulo do evangelho de João. Fomos lavados com o sangue do cordeiro. Quem nos confirmou foi Deus, e nos deu o penhor do Espírito em nossos corações (2 Co. 1:21,22). Uma vez selados seremos invioláveis, embora sejamos tentados pelo "inimigo". Mas, Deus, juntamente com a tentação nos dá o livramento. Para isso teremos de estar firmes na oração e conscientes da nossa posição de filhos do Rei.

Jesus disse que seríamos seus amigos se fizéssemos a sua vontade e, a sua vontade é a nossa santificação.

Nós, que temos intimidade com a Palavra de Deus e conhecemos a sua vontade, jamais poderemos nos afastar daqueles preceitos divinos que nos asseguram a salvação e a vida eterna. Se desmentirmos, com o nosso procedimento, aquilo que professamos, estaremos eliminados da comunhão com o Senhor e condenados como aqueles enumerados em 1 Co. 6:9 e Ap. 21:18.

A semana passada ouvi uma pregação baseada em Ef. 6:10/18, onde somos alertados a nos revestirmos de toda a armadura de Deus: vontade, justiça, evangelho da paz, escudo da fé, capacete da salvação, espada do Espírito, que é a Palavra de Deus, e, sobretudo "Orando em todo o tempo, com toda a oração e súplica, no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos. Se isto não fizermos estaremos voltando para o arqui inimigo, as nossas partes desguarnecidas por onde poderemos ser atingidos: a concupiscência da carne, a

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concupiscência dos olhos e a soberba de vida (sexo, segurança econômica e sucesso) 1 João 2:l1-17.

Ontem falei a você sobre os quinze anos de união (relativa, porque nada nesta vida é absoluto) matrimonial; se rompida essa caminhada e supondo-se que cada um passe a tentar a reconstrução de sua vida (abstração feita aos interesses dos filhos, considerando-se dois egoístas) quanto tempo imaginaremos que demandaria para instalar-se novamente a frustração? Se houvesse continuidade na caminhada que vinham empreendendo, com os filhos já crescidos, fazendo um balanço de erros e acertos podemos acreditar que estariam crescendo emocionalmente, sem cometer os erros cometidos no tempo anterior; se começarem um novo relacionamento, podemos imaginar que em pouco tempo estariam novamente separando-se para reiniciar outra vez até se envolverem completamente na promiscuidade. Ora! Isso não é um procedimento cristão; não é atitude de pessoas que foram lavadas no sangue do cordeiro para possuírem a vida eterna!

Tanto na vida cristã, assim como na vida matrimonial assumimos compromissos irreversíveis; temos que assumir tanto um como o outro ministério com o desprendimento necessário para alcançarmos a vitória.

Você sabe quanto é difícil que as pessoas sejam transformadas pelo poder do Espírito Santo, para amolecerem a sua serviz e aceitarem a salvação de suas almas; é uma longa luta proclamando o evangelho até que um dia eles abrem as portas de seus corações e a Luz ilumina aquela vida. Mesmo assim é necessário um acompanhamento cuidadoso para que a sua fé não seja desviada. No matrimônio não é diferente; é uma luta sem trégua nem fim, até que um dia olhamos para trás, analisamos os erros e acertos e podemos dizer: Vencemos, pela graça de Deus!

Não é fácil, para nenhum casal, vencer barreiras quase intransponíveis para chegar ao fim da caminhada; mesmo assim, quando lá chegamos teremos muitos erros a lamentar. Talvez, se eu estivesse agido diferente em tal situação! E Se eu fosse mais tolerante em outra ocasião e percebesse as limitações de meu cônjuge? E o egoísmo, o orgulho, quantas vezes atrapalhou o nosso relacionamento? Na educação dos filhos, na visão de valores?

São tantos erros que mesmo depois de quase cinqüenta anos, mesmo com a ajuda de Deus, temos muito a lamentar de nossa incapacidade. Agora, quando viramos as costas para o Senhor, não nos restará consolo, porque destruímos tudo aquilo que nos caberia construir. Nos sentiremos sozinhos, com a indiferença de nossos filhos a quem magoamos os corações; vendo os anos a se avolumarem, as nossas forças fraquejando e, o pior de tudo, com a certeza que para nós é o fim, porque "é impossível àquele que provou o dom celestial e caiu, serem renovados novamente para o arrependimento" Hb. 6:4-6.

Ouça a voz do Senhor!José Wladimir Klein

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Mococa, 06 de Março de l.996

Prezada Amiga

Hoje, pela madrugada, ainda orava, pedindo a Deus que estivesse presente em sua vida, orientando-a no caminho a seguir. É claro que Ele, mesmo permitindo (não sabemos com que propósito) que esteja ocorrendo esses acontecimentos infelizes, tal qual seja a desagregação da família, está atento e deverá estar influenciando-a a tomar uma decisão mais acertada.

Nós, seus irmãos em Cristo, nos importamos com você, movidos por essa ligação comum que é o sangue de Jesus, que nos tem limpado de todo o pecado. Mesmo eu, que na verdade nem a conhecia muito bem, no momento que tomei conhecimento do que estava havendo, senti uma dor solidária onde o Espírito Santo movia o nosso espírito para intercedermos ao Pai, com orações e súplicas para protegê-la dos dardos inflamados do inimigo.

E também fomos inspirados, pelo mesmo Espírito para que escrevêssemos, encorajando-a a livrar-se das possessões demoníacas que desejavam destruir as famílias, para através disso destruírem a igreja e a sociedade, transformando a nossa vida em um caos. Não sei o que as minhas palavras tem levado a você; se elas levam à reflexão ou ao riso e escárnio. O que sei é que "a Palavra de Deus não volta vazia" e você está suficientemente instruída nela para encontrar o livramento.

Vou continuar, junto com uma infinita quantidade de irmãos, a orar por você e por sua família e temos a certeza que Deus agirá.

Ouça a voz do Senhor, que fala e move o seu espírito desde as suas entranhas. Seja sensível a isso!

José Wladimir Klein

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Mococa, 08 de março de l.996

Prezada Amiga

Você deve ser daquelas em que o silêncio faz parte da personalidade! Falamos e não obtemos resposta! É como aquele, que convidado para as bodas, entrou sem possuir a veste nupcial. Quando o Senhor lhe interpelou ele emudeceu. Mas o silêncio diz muitas coisas e as podemos depreender através de uma análise profunda. Tive a oportunidade de observá-la em uma ocasião que acompanhei minha filha, genro e netos em um sitio em que você também estava com a sua família. Estranhei porque naquela ocasião nem tive oportunidade de conhecer o timbre de sua voz, tão calada permaneceu!

Muitas vezes, os que se calam, recolhem-se para dentro de si mesmo ausentando-se do mundo, perdendo a oportunidade de conviver sadiamente com aquelas pessoas que as amam. Isso, apesar dos desencontros, desenganos . Assim, se isolam para um mundo de fantasia, que na realidade não existe, e acabam entregando-se à atração de tentações que as levam a paixões carnais que não agradam a Deus.

Quando estamos firmes na Palavra de Deus, conseguimos superar essa nossa deficiência e sempre consolidamos procedimentos corretos; quando nos afastamos da verdade poderemos seguir por caminhos enganosos que nos levarão a praticar atos que fatalmente nos prejudicarão e àqueles a quem amamos.

A segurança sempre estará ao lado da verdade que é a Palavra de Deus que sempre nos alerta, nos admoesta e nos ensina qual o caminho a seguir para manter-nos dentro da dignidade.

Sei que você conhece, talvez mais do que eu, esses caminhos, mas , muitas vezes, ficamos com a mente ofuscada pelas artimanhas de Satanás, o príncipe das trevas, que nos confunde e faz-nos ter uma visão distorcida da verdade. Assim, nada melhor do que lembrar-nos de alguns trechos, visto que, talvez, na sua pressa em se afastar daqueles que de fato a amam, tenha esquecido de sua bíblia, uma vez que mesmo enebriada tinha consciência de que o que estava fazendo era contrário ao que a Palavra de Deus ensinava. Nesse caso passo a indicar-lhe algumas passagens para a sua reflexão:

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". . .qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério."

"Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e unir-se-á a sua mulher. E serão os dois uma só carne; assim já não serão dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou, não o separe o homem." Gen2:24; Mc.10:7-9.

"Ora, quanto as coisas, que me escrevestes, bom seria que o homem não tocasse em mulher. Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido. O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher. Não vos defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes à oração; e depois ajuntai-vos novamente para que Satanás vos não tente pela vossa incontinência . . . Mas se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se. Todavia, aos casado, mando, não eu mas o Senhor, que a mulher se não aparte do marido. Porém se apartar que fique sem casar, ou se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a sua mulher. I Co. 7:1-5,9,11.

Será sempre em confronto com a Palavra de Deus, que poderemos avaliar as nossas convicções. O meu procedimento não me envergonha perante Deus e perante os meus irmãos? Encontro apoio de Deus e de minha comunidade em tudo o que tenho feito, ou precisarei andar de cabeça baixa, envergonhado, porque sei que o meu procedimento não é correto? Tenho argumentos e posso apresentá-los sem constrangimento?

Muitas pessoas tem perdido fortunas; tem se transportado da opulência à miséria e podem vangloriar-se de haverem conservado um nome limpo para ser usado pelos seus descendentes. Apesar dos seus sofrimentos, de muitas vezes faltar-lhes o essencial, conseguiram manter um padrão de dignidade.

Ninguém pode ser condenado por um erro cometido, por um pecado ao qual sucumbiu; nem Deus o condena e o recebe novamente como filho e aqueles que o amam sempre estarão dispostos a estender-lhes as mãos e recebê-los novamente esquecendo-se das feridas abertas pelo sofrimento. Basta apenas a conscientização do erro ( ou engano) e uma disposição a um arrependimento sincero, com o propósito de que o episódio sirva-lhe de ensinamento, para não mais cair; para não mais correr atrás de ilusões que infelicitam a família, os amigos, abalando todo o corpo de Cristo que é a igreja, contribuindo, através da dissolução da família, para o abalo de toda a sociedade.

Nós cristãos temos uma grande responsabilidade, não somente com a obra de Deus, e sim como testemunhar ao mundo para que as pessoas possam enxergar Cristo através de nós. Para isso deveremos estar atentos á ciladas de Satanás, que sempre estará nos rodeando para tentar nos enredar, para que, através de nosso mau testemunho, influenciemos o mundo.

Ninguém deseja condená-la e sim ajudá-la para que aconteça será necessário que você deseje isso.

Em que a atual situação é melhor para você? Não é apenas uma ilusão passageira que se tornará em pesadelo, quando você acordar e perceber que o tempo já passou e que não haverá mais a possibilidade de retorno? Reflita sobro tudo isso e analise se vale à pena o preço, o alto preço, que você está pagando, por poucos momentos de liberdade, que na verdade não a estará libertando mas comprometendo, irremediavelmente o seu futuro, com sérios reflexos em seus filhos; com sérios reflexos em sua vida espiritual. Em nome de Deus, reflita!

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Talvez você esteja embevecida com uma situação inusitada, mas nós, seus irmãos em Cristo, que estamos assistindo aos acontecimentos sem estarmos envolvidos, estamos agonizando, por percebermos os prejuízos que tudo isso acarretará. Temos elevado as nossas orações a Deus e cremos que Ele está falando ao seu coração; temos a certeza, também, que essa voz querida, que tantas alegrias deram a você , durante tão grande parte de sua vida, continuará soando mais alta do que as artimanhas do inimigo, que deve estar servindo-se de um seu mensageiro, de fala doce e macia, para enganá-la. Quem prevalecerá, a voz do inimigo ou aquela que clama: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vos o meu jugo, e aprendei de mim, que sou humilde de coração e manso em minhas ações; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve." Mt. 11:28

"Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações."'"Ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação; eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação." Saudações Fraternas J. W. Klein' Mat.5:32

Mococa, 11 de Março de l.996

Prezada Amiga

" E consideremo-nos uns aos outros para nos estimularmos ao amor e às boas obras.Não deixemos a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-

nos uns aos outros; e tanto mais, quando vedes que vai se aproximando aquele dia.Porque, se pecamos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da

verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados.Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados,

suportastes grande combate de aflições.Mas o justo viverá pela fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que

crêem para a conservação da alma." (Hb.10:24,25,26,32,38,39.)"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que

se não vêem."Ora, sem fé é impossível gradar-lhe; porque é necessário que aquele que se

aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam." (Hb. 11:1,6)"Ainda não resististes até ao sangue combatendo contra o pecado.E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu,

não desprezes a correção do Senhor, e não desmaies quando por ele fores repreendido;Porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe como filho.Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos, porque que filho há a quem o

pai não corrija?Portanto tornai a levantar as mãos cansadas, e os joelhos desconjuntados,E fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja se não desvie

inteiramente, antes seja sarado. (Hb. 12:3-7,l2,13)Alguns textos para sua reflexão neste dia, para que você sare da embriagues da

fantasia e possa encher-se do Espírito Santo de Deus que a conduzirá por caminhos retos.Fico imaginando como é que uma pessoa que provou o Dom Divino da Salvação

através do sangue de Jesus possa entregar-se ao poder do inimigo, abandonando os

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sagrados juramentos de convivência proclamados perante o Senhor, e o dever moral de dar assistência aos filhos, que fez perante a sociedade. Como será possível você conviver com a frustração do dever não cumprido, mesmo diante de uma liberdade talvez sonhada, mas que é fruto de uma imaturidade alarmante. Analise a sua vida, a vida de seus filhos nesses quinze anos de união ( ou mesmo de desunião familiar); será que não sobrou nenhuma lembrança boa que merecesse ser resguardada?

Eu sei que sim! Mesmo alheio a tudo que ocorreu em sua vida, posso analisar pela experiência de minha própria vida, que o patrimônio que construímos é algo tão precioso que seríamos capazes de doar a própria vida para conservá-los e, agradecidos a Deus, dobrarmos os nossos joelhos pelo dom precioso que foi a nossa convivência; principalmente quando constatamos que o Pai nos preservou unidos, apesar das muitas divergências, das diferenças de temperamento, quando hoje constatamos o trabalho realizado pela graça de Deus. Mesmo avaliando os nossos erros e acertos o resultado está à frente de nossos olhos; em que pese as nossas imperfeições e as imperfeições de nossos filhos não nos pesa nenhuma culpa porque administramos esse patrimônio humano que nos foi legado , com a assistência do Senhor.

Quando olho para os seus filhos, que dão demonstração de uma educação esmerada, vislumbro o futuro onde Deus há de permitir que eles alcancem a felicidade de vidas equilibradas, imagino a falta que lhes irá fazer a presença da mãe. E imagino que mesmo considerando a boa índole desses jovens, no sentido de nunca condenarem a mãe, e sim procurarem compreender e perdoar, por certo nos seus íntimos se criará uma dor profunda que jamais conseguirão sufocar e lhes dará, sempre, uma sensação de frustração pelo abandono que foram vítimas.

Sim, porque você os abandonou! E aí não importa o motivo, porque o seu dever seria estar junto a eles, enfrentando as dificuldades que surgissem, protegendo-os, principalmente dessa sensação de abandono que deve pesar significativamente na vida de qualquer pessoa.

A Palavra de Deus nos diz em II Timóteo 1:7: Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor e de moderação."

É sempre mais fácil fugir às nossas responsabilidades do que enfrentarmos os problemas da vida. Mais difícil, ainda, será pensarmos em nossos semelhantes do que em nós próprios. O egoísmo nos encaminha para aquilo que nos dê um prazer imediato e quando acordamos percebemos que jogamos fora a nossa real felicidade em troca de poucos momentos de prazer que nos trará, mais cedo ou mais tarde, o peso de uma culpa que dificilmente se apagará de nossas memórias.

Quero dizer uma coisa, ninguém é livre de dificuldades no relacionamento; uma família é composta, inicialmente pelos cônjuges que já são duas personalidades diferentes, que no confronto criam sérias dificuldades; com a chegada de cada filho, que por sua vez irá formando a "sua" personalidade influenciado pelo grupo já existente antes de sua chegada. Isso tudo, somando-se aos problemas criados pela dificuldade econômica e, mais grave ainda, pelo desencontro psicológico e da sexualidade de cada um, alcançam dificuldades difíceis de serem superadas. Aí é que entra a religião, como uma verdadeira religação a Deus, para equilibrar o comportamento de cada um para que seja alcançado um resultado que satisfaça, teoricamente, a todos os interessados. Isso só acontece a médio e longo prazos, e muitas vezes não nos dispomos a esperar, ou, quando alcançamos aquilo que queríamos a alguns meses atrás, já modificamos os nossos interesses e as coisas que nos atraíam já não nos desperta os mesmos interesses. Na vida, com sabedoria, podemos

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desejar coisas e entregaremos as nossas petições a Deus e, com paciência devemos esperar a resposta, que muitas vezes poderá ser contrária àquilo que almejamos, e deveremos aceitar, porque a sabedoria de Deus é maior e mais sábia do que a nossa.

Não sei se você ainda tem pai, que poderia estar dizendo tudo isso a você como uma mensagem de amor filial , que é profundamente inspirado por Deus. Se o tiver, talvez ele não esteja em condições de assisti-la neste instante que você coloca-se em uma encruzilhada.

Falo, portanto, como um pai que ama seus filhos, porque em minha experiência de vida vivencio esse amor a cada dia e sei, com a ajuda do alto, o que é melhor para um filho, uma filha, em determinadas circunstâncias.

Tenho plena convicção que a sua aventura já levou tempo demais e é preciso que você abandone o seu pensamento, ou digo melhor, a sua atitude de orgulho e egoísmo e procure raciocinar claramente para dar um rumo acertado á sua vida, baseada em sua vivência cristã. A iniciativa, agora, deverá partir de você, porque você é a desertora, você abandonou o lar e deverá tomar a resolução de concertar o que começou a destruir. Não analiso, no momento, as razões que a levaram a essa atitude extremada. Talvez os motivos existam, e até sejam muito graves, para levá-la a esquecer-se do amor materno, do prejuízo que poderia estar causando aos filhos na tomada desse gesto desesperado. O mais correto seria ter permanecido no lar, procurando resolver as dificuldades com a ajuda de Deus e também dos familiares e/ou amigos-irmãos que, com a cabeça fresca poderiam intervir e aconselhar cada um para ser encontrada uma saída para esses motivos "tão graves" que, com toda a certeza são provocados pela intolerância dos participantes que sempre colocam-se na posição de vítimas perante o companheiro.

Creio, que a Palavra de Deus, que permeou a sua vida, há de estar falando junto em seu coração e o Espírito Santo de Deus está revolvendo o seu espírito para comovê-lo e fazer renascer sobremaneira aumentado o amor aos seus filhos, à sua família, que tanto necessitam de você. Também a obra de Deus precisa de sua participação, notadamente agora, que pelos tropeços da vida estarão mais maduros e úteis para aconselhar a outros irmãos. Nada acontece sem uma finalidade, e se Deus permite aconteçam em nossas vidas coisas sofridas, existe uma finalidade que somente o tempo poderá aquilatar.

Falo tudo isso convicto de que a sua conversão já se efetivou e que o Espírito Santo tem trabalhado efetivamente em sua vida e que o mesmo que haja tropeçado ainda permanece gravada em sua mente a sua salvação através do sangue de Cristo e que o seu espírito foi regenerado: Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é, as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo (2 Co.5:7), e que uma vez por todas foi justificada e prevalece a sua união com Cristo como galho enxertado na videira verdadeira e sua santificação esteja evoluindo com a proteção do escudo da fé, e o capacete da salvação e a espada do Espírito que é a Palavra de Deus.

Não é fácil, apenas monologar; gostaria de estabelecer um diálogo com você; que você escrevesse ou telefonasse para eu poder sentir o que vai em seu coração. Estive durante seis meses em São Paulo, mas estava alheio ao que estava ocorrendo na vida de vocês; se tivesse conhecimento, os teria procurado para tentar ajudá-los. Creio, porém, que para Deus não existe impossíveis; é Ele quem age em nossas vidas e contra o seu poder não existe obstáculo.

Ninguém, a não ser minha esposa, tem conhecimento de que tenho escrito para você: Deus saberá o momento de todos tomarem conhecimento, espero que quando Deus estiver falando ao seu coração e o Espírito movendo o seu espírito para seguir os

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ensinamentos de Cristo. Apenas mandei ao seu esposo, uma cópia daquele texto falando sobre o casamento, juntamente com uma carta enfatizando que sempre valerá à pena tentar, até à exaustão, a reconciliação conjugal, para felicidade dos filhos.

Espero a sua comunicação me conscientizando qual a maneira que seria mais fácil para a aproximação e reconciliação de vocês. Estarei á disposição para fazer o que for preciso; conversar com o seu esposo, com seus filhos e restabelecer, com muito cuidado a comunicação, para um futuro encontro, onde as cartas serão postas na mesa, sem ressentimentos, para que tudo possa caminhar em harmonia. Me telefone, ou melhor, me escreva; Deus a estará ajudando!

Uma advertência: Não abandone a Palavra de Deus; dê oportunidade para que Deus a esteja aconselhando; também não abandone a igreja; se você não puder, pelas circunstâncias, freqüentar a sua igreja, vá a outra onde se prega a palavra de Deus. Não é hora de se afastar, quando mais precisa de conselhos e Ele não faltará a você.

Continuo orando por vocês e tenho a certeza que o Espírito está levando as orações de uma infinidade de irmãos, ao trono da graça, com gemidos inexprimíveis e Jesus, a exemplo de quando se deparou com a morte de Lázaro, também estará se movendo em Espírito e estará movendo o seu espírito para que também saia do túmulo da intolerância, do orgulho, do egoísmo, para uma nova vida cheia de alegrias, de felicidade, junto aos seus entes queridos.

Se você achar melhor, venha até Mococa, para ver aos seus filhos e ver como despertará o amor que está adormecido.

No aguardo de suas notícias me despeço.José Wladimir Klein

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Mococa, 13 de Março de l.996

Prezada Amiga

Assim diz o Senhor, o teu redentor, o Santo de Israel: Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te ensina o que é útil, e de guia pelo caminho em que deves andar.

Ah! Se tivesses dado ouvidos aos meus mandamentos! Então seria a tua paz como o rio, e a tua justiça como ondas do mar. . . .Pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que se não compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esqueça, eu, todavia, me não esquecerei de ti. ( Is. 48:17,18: 49:15)

Certa vez, um famoso missionário esteve em visita a uma escola dominical e a professora, no transcorrer da conversação perguntou-lhe: "Qual a idade apropriada para começarmos a ensinar às crianças os caminhos do Senhor?" Ele respondeu-lhe: "Quatrocentos anos antes."

Na verdade será necessário um período compreendido, abrangendo várias gerações, para que os ensinamentos cristãos vão se entranhando no íntimo das pessoas para que elas vão assimilando os ensinos gradualmente, para que possa amadurecer de maneira que possamos ter uma íntima comunhão com o Pai e com o seu filho Jesus Cristo. Considerando-se assim, nós, que não podemos contar com uma tradição familiar evangélica, de várias gerações, dificilmente alcançaríamos essa comunhão estreita com o Mestre. Essa deficiência de tempo, porém, nos é compensada pela presença do Espírito Santo dentro de nós, que, perscrutando as coisas do Espírito de Deus, nos fará saber; assim, dentro dessa estreita intimidade nos é concedida uma comunhão completa com o Senhor; Mesmo que não contemos com a solidez de conhecimentos que é dado pela transferência da experiência de quatrocentos anos de estudo da Palavra de Deus, podemos possuir a base suficiente para que sejamos ensinados no caminho em que devemos trilhar, para que as bênçãos de Deus nos cubra com a sua proteção. Deus, através da sua Palavra já estabeleceu as bênçãos e as maldições ( Deut. 28:15-48) e somos nós, através de nosso procedimento que escolhemos aquilo que iremos receber em nosso caminho.

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Mesmo que sejamos tementes a Deus poderemos passar por dificuldades na vida a exemplo de Jó, que mesmo sendo justo diante do Senhor, com a permissão Deste, foi fragilizado em sua integridade física, perdendo tudo que possuía, sem se revoltar com o seu Deus. Diante de sua desventura, quando sofria as maiores perdas que se possa imaginar, lançando-se em terra e adorando clamou: "Nu sai do ventre de minha mãe, e nu voltarei para lá; o Senhor o deu, e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor." E disse mais: "Na verdade sei que assim é, porque como se justificaria o homem para com Deus?" Se quiser contender com Ele, nem a uma de mil coisas lhe poderá responder. Ele é sábio de coração, poderoso em força , quem se endureceu contra Ele e teve paz? (Jó 1:20,21; 9:2-4)

Se acobertados pela sabedoria de Deus, estudando a sua Palavra, que nos guia por caminhos retos, por que as nossas atitudes, as nossas ações nos levam para caminhos tortuosos, iludidos por uma força que nos tenta dominar e nos encaminha para caminhos de morte? (Prov. 14:12)

Embora alicerçados em tudo aquilo que nos levaria a uma vida feliz, abandonamos essa base sólida para nos entregarmos a coisas que não são prioritárias em nossa vida. Entregamo-nos, muitas vezes, ao consumismo, acompanhando procedimentos das pessoas que estão no mundo e não tem um compromisso com Deus. Essa entrega acaba por nos dominar e faz-nos esquecermo-nos da nossa verdadeira condição de filhos de Deus, que teriam a obrigação de testemunharem diante desse mundo, para servirem de luzeiros que alumiarão as mentes, para a conversão a Deus. O consumismo vai criando cada vez mais uma insatisfação e passamos a ter cada vez mais necessidades que só serão alcançadas, rompendo o nosso elo com o Criador. Sim, porque determinadas atitudes que passamos a viver e integramos à nossa vida, são incompatíveis com a vida cristã. O nosso desejo é sermos iguais aos outros que não possuem os mesmos compromissos que nós. Assim, ao contrário de com o nosso testemunho influenciarmos as outras pessoas, por elas somos influenciados, para assumirmos posturas que desagradam a Deus.

Mas o Senhor não nos abandona; a cada instante ele, de várias maneiras, está falando, nos exortando, nos admoestando, para que voltemos para Ele e continuemos a trilhar o verdadeiro caminho que nos levará às delicias da salvação pelo sangue de Cristo. Não podemos ser insensíveis a esse chamado de um Pai que deseja nos proteger, nos guardar da perdição e das astúcias de Satanás.

O nosso Deus é grandioso e nos dá força para vencermos tudo aquilo que contribui para o mal de nossas almas: "Não sabes, não ouvistes que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem se fadiga? Não há esquadrinhação do seu entendimento. Dá esforço ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansarão e se fadigarão e os mancebos certamente cairão. Mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças, subirão como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão e não se fadigarão Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te esforço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça." (Is. 40:28-31; 41:10)

Você, que não suportou as pressões da vida e entregou-se à concupiscência do mundo. ( 1 Jo.2:15-17) tenha plena convicção que Deus não desistiu de buscá-la para que retorne ao seu redil e continue a desenvolver o duplo ministério de mãe de família e de evangelista; agora com maior experiência da vida, pois o Senhor permitiu que exercesse o livre arbítrio e provasse o fel da amargura, embora se apresentasse como mel. É hora de convergir! É hora de ouvir a voz do Senhor que a chama para o cumprimento da missão para que foi escolhida. Aproprie-se da promessa transmitida pelo apóstolo Paulo: "Assim,

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que se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.( 2 Co. 5:17)

Porque o amor de Cristo nos constrange . . .(2 Co. 5:14) não seja insensível ao chamamento do Senhor, porque Ele não gosta de ser escarnecido e tem o poder de saber o que se passa em seu coração, se existe o arrependimento ou se a

Podridão tomou conta de maneira irremediável.Você também sabe o que se passa em seu coração; se desistiu da família, de uma

vida digna, se desistiu do Senhor e de sua salvação pelo sangue de Cristo. Por duro que isso seja você tem consciência de que só existem dois caminhos, à direita ou à esquerda de Jesus; os benditos para a herança preparada desde a fundação do mundo; para os malditos o fogo eterno preparado para o diabo e os seus anjos; em que você se transformou? (Mt. 25:34,41)

Mococa, 14 de Março de l.996

Prezada Amiga

Estava pronta a carta anexa quando chegou-me ao conhecimento um fato que me chocou e muito me entristeceu. É que uma pessoa a encontrou em um ônibus em atitude pouco recomendável com um "cavalheiro". Não desejando crer, ainda argumentei: Deve haver algum engano, com certeza tratava-se de um colega de trabalho e estaria havendo algum exagero! Ao que me responderam: "Estavam no maior amasso!

É muito triste mesmo, constatar um acontecimento dessa natureza. Até agora, ao escrever, sempre imaginei uma situação de incompatibilidade gerada por falta de tolerância, orgulho, egoísmo, gerados, naturalmente, pelos problemas que nascem de uma longa convivência. Diante desse fato novo, poderemos considerar uma situação de adultério. Mesmo que não deseje acreditar que o ato em si haja sido consumado, na melhor das hipóteses, não deixa de existir a intenção; e como nos ensinou o Mestre, isso já constitui o pecado que foi gerado no coração!

É muito triste constatar que uma pessoa que foi tão abençoada, tendo os seus dons para levar a verdade e aconselhar outras pessoas, haja sido dominada pela paixão a ponto de abrigar essas intenções no coração! Não desejo julgá-la por isso, pois o próprio Jesus não o fez quando lhe apresentaram a mulher cuja história é contada no capítulo oito do evangelho de João. Mas você já imaginou se os seus filhos chegarem a tomar conhecimento do que está ocorrendo, qual será a as suas reações? Frustração, decepção, vergonha?

Agora devo aconselhá-la mais drasticamente, como um pai que ama a sua filha; mesmo porque será a orientação que nos vem do alto: Visto que esse fato está ocorrendo considerando-se que o pivô que está gerando o acontecimento deve ser um colega de trabalho, não lhe resta outra alternativa senão afastar-se imediatamente, voltar para Mococa, demonstrar um arrependimento sincero, para poder reconstruir o seu casamento. Creio que ainda estará em tempo; mas não por muito tempo! Se assim proceder ganhará a confiança de todos que a amam e consolidará uma situação da qual poderá se orgulhar no futuro, ao assistir a realização da felicidade na vida de seus filhos!

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Caso não aproveite, essa última oportunidade, tudo estará perdido para você, para o seu cônjuge, para os seus filhos!' Daqui a alguns anos, ou meses, quando dissipar-se esse clima de romance que Satanás está criando aos seus olhos, e você for abandonada ( porque isso vai ocorrer, com toda a certeza) então se verá sozinha, desamparada e envergonhada. A solidão será negra e esmagadora e a esmagará até torná-la em um bagaço imprestável. Aí não haverá mais retorno, não terá mais família, nem filhos, porque não mais será confiável, pois trocou a sua dignidade por nuvens de sonhos, por ilusões que se desfazem.

Esta é, de fato, a última carta que estou escrevendo; não teria mais nada a dizer alem do que já disse; espero que tudo que foi dito seja registrado com carinho e desejo de reconduzi-la ao aprisco, seja muito meditado e que a possa iluminar o caminho correto, que você sabe qual é, só terá que decidir-se.

Continuarei orando por vocês, para que Deus os ilumine, a todos, para que possam enxergar; e que lhes seja dado o espírito de tolerância, de amor e de perdão, para que se tolerem, se amem e se perdoem, pois isso é necessário para que pessoas imperfeitas possam conviver e compartilhar dos problemas do dia a dia.

Acima de tudo a paciência e a fé no poder de Deus, que no tempo certo nos concederá todas as coisas.

Estou a postos para ajudá-laJosé Wladimir Klein

Infelizmente não houve a reconciliação esperada, e essa família foi dissolvida, separaram-se judicialmente. O pai foi com os filhos para a casa dos pais e espera para reconstruir a sua vida. Os filhos, embora estando vencendo essa fase difícil de suas vidas, poderão guardar seqüelas que os marcará no futuro.

A esposa persistiu em sua posição, ficando na companhia do seu amante. Por pouco tempo, pois ele a abandonou. Em seguida perdeu o emprego, A última notícia que tive foi que ela estaria junto com outro companheiro.

É sempre previsível o que poderá acontecer com uma pessoa que perde a noção do que é certo e errado; irá tropeçando e caminhando cada vez para mais baixo na escala social, caindo em promiscuidade, quando dificilmente conseguirá reerguer-se.

O nosso desejo e oração é para que Deus, pela sua misericórdia infinita ainda possa tocar esse coração, antes que chegue ao último limite da degradação e a levante do pó, como ele fez tantas vezes, com tantas pessoas.

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Mococa, 25 de Março de l.996

Pr. Marco Bloch

Prezado Senhor

“Roubará o homem a Deus”? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas.

Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, . . ." (Mal. 3:8,l0a)

"Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão?" (Is. 55:2 a)

Relutei muito em escrever, reconhecendo que não sendo membro da igreja e sem saber se sequer serei aceito pela mesma, não teria o direito de imiscuir-me em seus negócios. Ao fazê-lo vejo-me premido por uma obrigação, vinda de uma força que faz-me reflexionar muito sobre essa vida que conheço desde o nascimento, tendo assistido e acompanhado o trabalho diuturno da família Bianconi que foi uma benção para Mococa e na vida de muitos irmãos. Foram dias difíceis, escorados pela vontade de um pequeno grupo que, com a ajuda de Deus e a ação do Espírito Santo, chegaram à consolidação do trabalho (e ai não esqueçamo-nos a inestimável contribuição da irmã Isabel e outra missionária inglesa, que, se não me falha a memória, chamava-se Diana) com a construção do templo.

O trabalho evoluiu, de uma família, sendo que se destacava mais o casal, visto que os filhos eram pequenos (mas que cresceram espiritualmente com a igreja) para mais de cem membros hoje. Não sei se existem estatísticas que nos informe quantos membros ingressaram por transferência, quantos por herança e quantos por batismo.

Mesmo não tendo o direito de membro, pesa-me a responsabilidade de cristão, para falar, em amor e oração, o que foi-me dado observar, creio eu, pela influência do alto, e que a liderança, de perto, não está percebendo, envolvida que está, pelo trabalho do Senhor. Em certos casos a visão de quem não está envolvido é mais abrangente, notando detalhes que estariam fora de padrões normais.

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A igreja construiu uma casa pastoral, consumindo recursos que dariam para construir uma igreja. A fazê-lo desejou livrar-se do aluguel; mas assim que o conseguiu contratou mais um pastor (quanto ao mérito da necessidade ou não é uma reflexão que deverá ser feita com muita profundidade) criando novamente o encargo.

A análise de um balancete nos esclarece muitas coisas e, falando francamente, eu me escandalizei ao deparar com algumas despesas que são particulares e de responsabilidade dos interessados: Mestrado do Pastor; INSS dos Pastores (autônomos); consumo de água e energia elétrica das casas dos Pastores; revisão e reparos nos carros dos Pastores; combustível. O que ocorreu comigo poderá estar acontecendo com muitos irmãos que, contribuindo com dificuldade com seus dízimos e ofertas, percebem que o dinheiro do Senhor está cobrindo despesas particulares constituindo-se em "mordomias".

A receita da igreja, considerando-se a participação de cem membros, é ótima, eqüivalendo a um salário médio de seiscentos reais, o que sabemos que está bem acima do de muitos irmãos. O que está sendo desproporcional são os gastos que inviabilizarão qualquer tentativa de ampliação de espaço. O orçamento deveria ser equilibrado para que fossem destinados, no mínimo, dez por cento da renda, para expansão.

Literalmente a igreja está gastando dinheiro "naquilo que não é pão" (a criação de condições para melhor distribuir a Palavra de Deus). Os irmãos fieis se cansarão e os infiéis nunca se disporão a contribuir se os seus dízimos e ofertas forem colocados em um saco furado.

Quando há a solicitação de qualquer benefício por parte de um obreiro, ou mesmo que a proposta seja feita por alguém que não o interessado, fica muito difícil negar sem criar constrangimento; assim, a medida é aprovada mesmo que a maioria a julgue inoportuna; a aprovação é pelo constrangimento e não por decisão lúcida, não sendo, portanto, da vontade de Deus. Os próprios interessados é que teriam o dever de não propor e de não aceitar benefícios que sangrem a economia da igreja.

Considero, salvo melhor juízo, que a liderança da igreja deverá considerar com maturidade o que é melhor para a obra de Deus e não o que é melhor para as pessoas envolvidas no trabalho; as pessoas passam, não são insubstituíveis, a obra é permanente e viva e consolida-se para transmitir vida àqueles que se salvam através da entrega a Jesus.Peço perdão por abordar um assunto que talvez fira interesses e susceptibilidades; sei, inclusive que corro o risco de ser incompreendido e mal interpretado, quando nem teria o direito de fazê-lo, por faltar-me a qualidade de membro da igreja como organização, embora conserve a cidadania do reino pela união com o corpo místico de Cristo que é a igreja universal dos salvos.

Peço que reflitam com amor e desprendimento, em oração, para que sejam iluminados pelo Santo Espírito que os encaminhará a uma administração sábia do patrimônio do Senhor.

As decisões, maduras, é evidente, não poderão prejudicar ninguém, razão porque terão de ser tomadas a médio prazo, até ser alcançado um equilíbrio compatível com as necessidades da obra.

Quero que fique bem claro que não tenho nada contra ninguém, e nem poderia ser diferente visto que verdadeiramente amo a todos os irmãos, e lamento que tenha de ser eu que tenha de abrir os olhos para um encaminhamento mais produtivo. Na verdade até estou me achando presunçoso nessa minha atitude mas não posso fugir disso.

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Vou manter-me afastado para não causar nenhum constrangimento, de maneira que se o senhor assim o desejar poderá simplesmente ignorar tudo que foi reflexionado nesta missiva.

Certo que o Senhor, que sonda mentes e corações, nos assiste e continuará a nos assistir para o nosso crescimento espiritual me subscrevo

AtenciosamenteJosé Wladimir Klein

Escravo de Cristo

Mococa, 28 de Maio de l.996

Il.mo Sr.Antônio BianconiDD. Presbítero da Igreja Evangélica Congregacional de Mococa

Prezado Irmão

Em encontro, ontem, com o Pastor Marco Antônio Bloch, o mesmo deu-me a conhecer ter passado às mãos da liderança da igreja a minha carta de 25/03/96 e que os irmãos teriam observações a fazer com referência àquela missiva.

Tem esta, então, a finalidade de solicitar aos irmãos para que façam uma análise objetiva da carta em referência e, se chegarem à conclusão de que deverão oferecer alguma resposta ou explicação o concretizem por escrito. Isso me dará, também, a oportunidade de realizar uma análise objetiva do que os irmãos disserem.

Sem mais para o momento me subscrevo com

Saudações fraternas em Cristo

___________________________José Wladimir Klein

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No dia 23 de Agosto de l.998 às 17,30 horas, recebo um telefonema do irmão Antônio Bianconi, me dizendo que embora na ocasião essa minha carta houvesse criado uma revolta em razão de carga que o pastor fez quando de sua apresentação à diretoria da igreja e de ele mesmo haver ficado contra a minha manifestação e até ter jogado a carta fora (que foi colhida e guardada por sua esposa, irmão Enilda), o tempo provou que as observações estavam certas e que ocorreram fatos na vida da igreja, devido à má administração dos recursos, que a deixaram em sérias dificuldades. Diante disso ele me pedia perdão por sua atitude na época e que essa carta estava sendo considerada, pelos irmãos, como uma profecia de coisas que aconteceriam.

São Bernardo do Campo, 19 de Janeiro de l.997

Il.mo Sr.Dr. Paulo José Brito de Castro

Prezado Senhor

Quando da preparação de etiquetas para envio de correspondência cometi um engano registrando Alexandre Levi em lugar de Alexandre Cunali; felizmente percebi o engano e corrigi, a mão, para que a correspondência não se extraviasse. Esse detalhe, porém, me chamou a atenção ao ler um texto bíblico em que o nome Levi é substituído por Mateus (Marcos 2:13-17), fato esse comum no relacionamento do Mestre Jesus, que renomeou diversos de seus discípulos, sendo isso uma marca de renascimento para que os mesmos passassem a ser novas criaturas. Isso colocou em meu coração um desejo ardente de escrever especialmente para o Sr.

Levi, que depois passou a chamar-se Mateus foi o escritor do evangelho que leva o seu nome e que se apresenta como uma das peças de maior inspiração, ensinando-nos normas de conduta dos cidadãos do reino, como vemos nos capítulos de 5 a 7 e as advertências do sermão profético dos capítulos 24 e 25.

Quando Jesus chamou Mateus, este abandonou o que estava fazendo e seguiu o Mestre. Fato idêntico ocorreu com Nicodemos, com a mulher samaritana, com Maria Madalena, com o cego de Jericó; isso porque aqueles espíritos estavam amadurecidos e preparados para que pela fé salvadora pudessem ter as suas vidas transformadas.

Muitas vezes nós passamos por dificuldades de diversa natureza, a nossa fé é provada e não conseguimos realizar um encontro com o Senhor para que Ele nos dê a paz para aliviar o nosso coração, muitas vezes amargurado pelas vicissitudes da vida. Mesmo que a nossa situação financeira e econômica sejam satisfatórias, existe dentro de nós um vazio que precisa ser preenchido e não sabemos a maneira de conseguí-lo. Até que chega um momento em que alcançamos a plenitude do Espírito e aí sentimo-nos preparados para tomarmos uma decisão que poderá transformar a nossa vida. Estaremos prontos para que

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recebendo a orientação de Jesus nos dizendo: “Segue-me”, faremos como aqueles discípulos que tudo deixaram para seguir a Jesus e terem as suas vidas e a dos seus familiares salvas pela fé. Quando isso acontece em nossa vida deveremos aceitar o convite para que sejamos transformados de “criaturas de Deus” em “filhos de Deus” e nos apropriemos das promessas de salvação e de vida eterna junto ao Pai. O fazemos abrindo o nosso coração para que o Espírito de Deus faça nele morada para todo o sempre. Abrimos o nosso coração para que ele fique repleto de paz, de alegria, de gozo espiritual.

É pelo que estamos orando, pelos médicos em geral, e pelo Sr. e sua família, em particular, porque nós os amamos e Jesus os ama. O nosso desejo ardente é que o Espírito de Deus possa falar-lhes através da Sua palavra e convencê-los do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8-13) e que existe um único caminho: Jesus (João 14:6) e que em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.(Atos 4:12) José Wladimir Klein

Rudge Ramos, 03 de março de 1.997

Ao Jornal de Rudge Ramos

Ao ensejo da comemoração da ‘Semana da Mulher” é nosso desejo homenagea-las pelo trabalho que vêm desenvolvendo em todos os campos de atividade. Principalmente no jornalismo onde cada vez mais elas dão um testemunho de capacidade e competência.

É prazeiroso assistirmos a quebra de um tabu criado por interpretações errôneas de que entre os dois sexos houvesse diferenças que fizessem uma parte sobrepujar a outra. Deus, quando criou o homem os fez complexamente, constituído de duas parte para que elas se comprementassem para cumprirem a sua finalidade primordial que é produzir vida; e vida abundante, qual seja aquela que com a sua capacidade e sensibilidade têm formado seres humanos perfeitos para enriquecerem um mundo hostil.

Em que pese todo o avanço da tecnologia que deseja substituir as diretrizes determinadas pelo Criador , cremos que não poderá se desfazer essa união que sempre existiu entre homem e mulher para a constituição de um vínculo familiar que abriga os filhos do amor em seus tenros anos de formação.

Recebam companheiras queridas, as nossas homenagens nessa semana especial que foi separada para que destaquemos os seus valores. Na realidade nada poderia ser separado, pois o dia da mulher é sempre; é a cada dia que ela desenvolve os seus talentos na difícil tarefa de ser mulher, para suprir as necessidades de seus companheiros e serem luz que ilumina o caminho para os filhos

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José Wladimir Klein

São Bernardo do Campo, 5 de março de 1.997

ParaAndréa e Fernanda Paganotti

Nomes em ordem alfabética para vocês não brigarem!É com satisfação que cumpro com o prometido, enviando os disquetes de coisas que

escrevi e que gostaria que vocês lessem e posteriormente manifestassem a opinião sincera sobre o conteúdo.

Sou uma pessoa simples que escreve como lazer, mas tudo que está registrado saiu bem de dentro de mim, confundindo-se com o meu próprio ser.

Não esperem grandes coisas para não se decepcionarem; procurem ver mais o conteúdo do que a forma. A forma, com certeza contem muitas imperfeições, o conteúdo é rico por ter nascido da sinceridade. De fato, o que escrevo é aquilo que penso, de maneira que ao lerem os meus escritos vocês estarão lendo a meu respeito, porque essa ficção confunde-se com a minha própria biografia.

Não desejo ensinar nada, porque ninguém ensina nada a ninguém; cada um terá de aprender através de suas próprias experiências; de nada adiantará eu dizer que determinada ação poderá resultar em uma situação negativa para você; você terá de experimentá-la e mesmo que sofra as conseqüências do seu ato, você estará crescendo, tornando-se adulta.Porem as pessoas mais sábias são observadoras dos fenômenos da vida e dessa maneira conseguem através de experiências de outras pessoas aprender, a ponto de desviar-se de acontecimentos penosos em sua própria vida.

Observem a vida no seu dia a dia, com ela aprendam para serem sábias!

Atenciosamente

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São Bernardo do Campo, 15 de junho de l.997

Il.ma. Sra.Dra. Olga Satriani

Gostaríamos de dar conhecimento a V.S. que desenvolvemos, desde o ano de 1.989, um trabalho voltado exclusivamente aos médicos denominado MINOEVAM - Ministério de Oração e Evangelização aos Médicos. Ele teve início em função de uma revelação e iniciou-se por orações por intenção dos profissionais da saúde e posteriormente por distribuição de mensagens evangelísticas, tendo sido, a primeira, inspirada no Evangelho de S. Lucas, que , também desenvolveu a profissão de médico, segundo indicações no seu evangelho e em outras partes das Escrituras Sagradas.

Estamos tomando a liberdade, pela qual nos desculpamos, de enviar-lhe algumas copias de mensagens que foram enviadas anteriormente e estamos incluindo o seu nome no rol de médicos que recebem, mensalmente, as mensagens. Sendo que, obviamente, também já o incluímos em nossas orações diárias.

Sabemos que a Sra. é uma pessoa muito ocupada, mas as leituras poderão ser feitas de acordo com as possibilidades.

Sendo só, para o momento nos subscrevemos.

Atenciosamente

José Wladimir Klein

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São Bernardo do Campo, 11 de Julho de l.997À Mariza Bernardo

Cara Mariza

Conforme minha promessa estou juntando a esta os arquivos convertidos para o WORD, dos trabalhos que produzi sob o pseudônimo de Bruder Klein. São reflexões, pensamentos, cartas, contos que misturam ficção e realidade subjetiva.

Ao lerem passarão a me conhecer melhor, pois embora convivendo tanto tempo juntos não tivemos oportunidade de dialogar como seria desejável. A vida é assim mesmo, quando temos as pessoas bem perto de nós parece que não damos o devido valor; quando nos distanciamos e sentimos o vazio da distancia e a saudade nos faz nostálgicos e percebemos quanto tempo perdemos, em que poderíamos estreitar o nosso relacionamento, desejamos refazer os nossos passos mas já é tarde, porque não podemos reviver o passado.

O que nos resta é procurar viver o futuro com mais sabedoria para usufruirmos das dádivas que nos serão oferecidas.

Creiam que vocês fazem muita falta em nossas vidas, porque os amamos e, visto que teremos de permanecer distantes, só nos resta elevar o pensamento a Deus para invocar as Suas bênçãos a fim de que vocês estejam sempre bem em todos os aspectos de suas vidas.

Recebam o nosso abraço, sintam as nossas emoções e as transmitam a todos os que nos são caros, parentes e amigos, com os nossos votos de paz e amor.

Até sempre

José Wladimir Klein

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São Bernardo do Campo, 22 de julho de l.997

Prezado Marcos

Estou eu novamente apresentando trabalho para ocupá-lo ( se você já não tivesse tantos afazeres!), mas é a ânsia de comunicação, o desejo ardente de fazer com que outras pessoas compartilhem de tudo aquilo que pensamos. Talvez, na realidade, nem haja interesse por parte de outras pessoas para tomarem conhecimento daquilo que pensamos, envolvidas que estão em suas próprias vidas, mas temos que tentar atingir os nossos semelhantes porque isso faz parte do esforço para que construamos uma fraternidade unida que poderá trazer a felicidade para a humanidade. Somos seres sociais e como tal temos de comunicarmo-nos com os demais para poder somar o máximo esforço para que nos tornemos verdadeiramente irmãos, filhos de um Deus verdadeiro que nos criou para sermos felizes e assim pudéssemos louva-Lo pelas bênçãos que nos concede.

Ai estão os arquivos que falei no E mail; são os mesmos que já constam do site porem (incompreensivelmente) maiores em razão de o programa Word incorporar maiores recursos.

Deixo a decisão com você quanto ao que aproveitar para colocação no site; se considerar que irá ocupar espaço demasiado poderá cortar algum arquivo; não me pergunte qual porque todos eles contem mensagens que gostaria que chegassem ao conhecimento de outras pessoas; você será o juiz!

Mais uma vez desejo agradecer por tanta consideração que tenho sido alvo por todos da Triarquia. Isso enche o meu coração de alegria, porque a coisa que mais prezo é a conquista de novos amigos e aí existe uma mina de pedras preciosas.

Espero que as pessoas da Triarquia também leiam os meus escritos, para que possam conhecer os meus pensamentos, o que sou e como sou, visto que o que escrevo parte bem de dentro de mim.

Receba o meu abraço e reparta-o com os nossos amigos.

jwklein

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São Bernardo do Campo, 26 de Agosto de l.997

ÀMiriam

Não sei se você tem tido experiência de mudanças. É uma coisa que nos dá prazer pela novidade da situação, mas, às vezes confunde a nossa cabeça. Eu residi, desde que nasci, e até aos vinte e dois anos em uma mesma Rua. Daí mudei-me para outro bairro, onde permaneci exatamente pelo período de vinte anos. Depois disso minhas mudanças de residência têm sido constantes. Fora outros lugares, só para Mococa eu fui e voltei cinco vezes.

Cada lugar que você vai ou cada período que passamos em um novo lugar as circunstâncias mudam, o relacionamento multiplica-se e passamos a viver novos acontecimentos, a realizar coisas novas.

Quando isso torna-se constante ficamos misturando as coisas os lugares e as pessoas, confundindo quem conhecemos onde; é preciso algum tempo para que nos adaptemos às novas situações, aos novos relacionamentos, às novas coisas que passamos a fazer.

Quando recebi o seu livro “Uma Estória Esquimó” me encontrava em um desses períodos de transição, procurando organizar as coisa, colocando tudo em seus lugares, para o que contei com a ajuda da esposa. Esperava tudo ficar em ordem para lê-lo e posteriormente escrever a você. Quando tudo terminou, não encontrei o livro , o que só ocorreu estes dias quando me dispus a mais uma pesquisa. O que tenho a dizer é que trata-se de uma “estória” muito humana onde sobressai o amor, aliás nos moldes dos seus escritos. Você está de parabéns por mais esse livro, que com toda a certeza estará gratificando os que o lerem.

Eu continuo escrevendo um pouco, fazendo algumas reflexões momentâneas, agora abordando uma nova fase que estou vivendo dentro de um relacionamento diferente, que é a Internet. Ali não podemos colher as emoções das pessoas, nem mesmo sabemos, às vezes, se estamos conversando (pelo teclado) com uma pessoa do sexo masculino ou feminino; temos de acreditar naquilo que nos quiserem apresentar. Mas já notei que existe muita sinceridade nos contatos, quando as pessoas encontram a verdade.

Quando você telefonou-me ia perguntar pela sua mãe e acabamos nos despedindo antes de tê-lo feito. Espero que ela haja se recuperado dos problemas que enfrentou.

Estou enviando-lhe uma cópia de meu novo trabalho (incompleto) que ainda está tendo prosseguimento, abordando os relacionamentos que tenho tido na Internet. Esse novo meio de comunicação é riquíssimo por revelar muitos valores humanos que com certeza poderia ser explorado por uma escritora de talento como você. Aconselho-a a iniciar-se nesse novo campo assim que tiver oportunidade.

Muito teríamos que conversar sobre as nossas vidas mas creio que o temos feito no silêncio da saudade e da solidão, que sempre estão rondando nossos intelectos, nossos espíritos, consolidando essa amizade forte mesmo ausente da presença física. Muitas vezes,

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em nossas vidas, perdemos pessoas com quem convivemos, mesmo que elas continuem vivas; o tempo e as distâncias separam as pessoas, embora o mundo cada vez mais se estreite pelo milagre da tecnologia. Outras vezes nem temos a felicidade de conhecermos, pessoalmente, as pessoas, mas creio que os sentimentos que são alimentados em seus subconscientes aprofundam-se nessas vidas e alimentam a verdadeira fraternidade que muitas vezes não são encontradas naquelas pessoas que vivem concretamente uma comunicação pessoal.

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Juliana

É bom a gente escrever porque de nossos escritos surge a reflexão que nos encaminha para a solução de nossos problemas. Quando você fala de suas dificuldades exterioriza o que se passa em seu coração e percebe racionalmente que os acontecimentos que se passam com você não poderão dar certo. Analise que é você quem está exteriorizando essa conclusão, não sou eu que a estou ditando a você. Por mais experiências que tenhamos nos é difícil apontar caminhos para as coisas do coração. Serão os implicados que deverão reflexionar e tomar a decisão que a razão e não o coração indicarem.

Quando você diz que esse seu "amor secreto" colocou um basta nisso! Será por que tenha chegado à conclusão que esse relacionamento não poderia prosperar. Por que secreto? Só tem uma resposta: Proibido! E o que é proibido é porque não é aconselhável e poderá prejudicar muitas pessoas. Não existirá outro caminho a seguir se não abrir mão e seguir em frente a sua vida a procura da verdadeira realização que deverá chegar, sem empecilhos nem proibições e que só poderá trazer a paz e a tranqüilidade. E se os dois citados são loucura terão de ser abandonados por não trazerem nenhum benefício e sim somente contrariedades. Você falou em aflições e imagine a aflição que teriam seus pais ao tomarem conhecimento de algo que poderá lhe proporcionar a infelicidade e a destruição do seu futuro! Eles que desejam o melhor para você? Você é jovem ainda e essas coisas acontecem com os jovens e eles poderão até sonhar, criar fantasias mas nunca passar disso para ser concretizada uma situação que a fará infeliz pelo resto de sua vida.

A minha opinião é que você esqueça essas aventuras sem futuro e concentre-se na sua preparação para o futuro, realizando o curso para tornar-se independente e preparada para assumir a sua responsabilidade perante a família e a sociedade. Com certeza, você conhecerá muitas pessoas interessantes em seu caminho e verá que todo esse desconforto que está passando agora será esquecido para receber o bafejo da verdadeira felicidade. Eu sou um pouco profeta, e quando falei naquele texto sobre o encontro com o seu príncipe bem poderia estar profetizando o seu futuro, cheio de alegrias, se você não o destruir com uma decisão impensada antes de a hora ter chegado.

Não a conheço pessoalmente mas já aprendi a estimá-la e aconselho-a a desistir de todas essas questões que estão provocando essas aflições. Brevemente elas estarão esquecidas e você estará livre para assumir o seu futuro. Quando chegar lá adiante e voltar para trás perceberá que ao agir com prudência e embasamento racional terá garantido a felicidade para você e para as pessoas a quem ama. Não sei como é o seu relacionamento dentro da família e gostaria de dizer uma coisa que já disse em alguma parte de meus escritos: A convivência em comum é muito difícil; muitas vezes cada um está desejando fazer o melhor para os seus entes queridos mas é difícil de ser percebido isso enquanto não amadurecemos. Quando amadurecemos então percebemos que os nossos julgamentos anteriores nem sempre eram os mais justos. Prime-se por amadurecer e estará entendendo com mais propriedade o que se passa ao seu lado. Não estamos sós no mundo, somos dependentes de outros assim como existem outros que dependem de nós. É necessário que haja muita compreensão para que sejamos uma família perfeita. Os desentendimentos são naturais e não quer dizer que não nos amemos e sim que somos seres imperfeitos. Só o tempo e as experiências vividas poderão nos dar discernimento. Lembre-se que nada nos

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será difícil quando cremos em um Deus que deseja a felicidade para todos os seus filhos; só que deveremos reconhecer o tempo e as razões de Deus que são diferentes de nossas concepções; deveremos aceitar quando não podemos ter algo que desejamos, na verdade isso talvez pudesse nos proporcionar mais mal do que bem. Esperemos o tempo de Deus para que sejam realizados os eventos, em nosso vida, que nos proporcionarão a felicidade.

As suas impressões dos meus textos foram acima de minha expectativa e foram muito importantes para mim. Você sabe que escrevo por lazer, não sou um profissional. A intenção inicial era somente colocar para fora muitas coisas que guardava dentro de mim. Pensei posteriormente em deixar escrito alguma coisa pelas quais os meus filhos pudessem me avaliar melhor, desde que sempre é difícil um relacionamento perfeito que é dificultado por diversos fatores; e também para provar a mim mesmo que era capaz de fazer! Mesmo que não almejasse a perfeição consegui passar sofrivelmente para o papel as minhas ansiedades, dúvidas, frustrações e também as minhas experiências vividas que de uma forma ou outra poderão ser úteis às pessoas que os lerem. Havia, ainda, um desejo muito grande de compartilhar os meus pensamentos com outras pessoas e mesmo que não cogitasse de editar essas "obras" surgiu a oportunidade quando ofereci os meus escritos para incorporar a biblioteca da Triarquia. O Marcos Lacerda preparou uma Home Page para que os livros pudessem ser colocados à disposição dos usuários da Internet e tudo passou a ser divulgado e parece que existe um rastilho de pólvora que vai espalhando, porque uma pessoa comenta com outra, o endereço vai sendo divulgado ( eu mesmo coloquei no "Cadê" onde foi classificado na divisão "Cultura") e passei a receber comentários (inclusive desse último trabalho "Nova Dimensão" que têm sido divulgadas algumas partes pois só agora deverá ser colocado na HP) de pessoas que tiveram a oportunidade de baixar os arquivos.

Quanto à veracidade dos acontecimentos o que ocorre é o que falei em um dos textos, de que existe em nós uma qualidade psicoemocional que nos faz viver duas vidas, uma real e outra paralela que é subjetiva e só acontece em nosso subconsciente. Da mistura dessas duas vidas é que surge a ficção que mesmo sendo uma fantasia sempre será misturada com algo de real; então tudo é verdade e tudo é fantasia, porque as duas qualidades mesclam-se. Acho interessante e até tenho me envaidecido com isso, que muitas pessoas tem confundido o real com o imaginário nos textos que escrevo, achando que as histórias foram vividas por mim. De certa forma é bom que pensem assim porque espelha a capacidade de convencer as pessoas daquilo que se escreve. De outra parte, quando escrevo, realmente, vivo aquilo que estou escrevendo, participando das emoções dos personagens e chego a sentir os traumas vividos por eles.

Gostaria que você conhecesse todos os meus textos e assim estarei enviando qualquer dia, em uma mensagem de E-Mail, um texto de um outro de meus livros para que você teste se consegue visualizar no seu computador.

Por mais que tentemos nunca conseguimos realizar um trabalho perfeito, por isso sempre coloco na apresentação de meus livros as desculpas pelos erros que serão cometidos.

Vou repetir, neste final, o que você escreveu foi acima de minhas expectativas e fiquei feliz por tê-la agradado com os meus desvarios. Receba um abraço e beijos e recomendações à família; ame-os muito!

04/10/1.997Bruder Klein

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São Bernardo do Campo, 27 de outubro de l.997AoLuiz Rattis

Prezado Amigo

Há alguns anos atrás, escrevi-lhe uma carta para marcar a data do seu natalício; não me lembro de todo o texto, mas gravei uma frase que posteriormente incluí em um dos meus livros: "Céu e inferno são concepções criadas pelo homem para definir a satisfação do dever cumprido ou a inutilidade de ter vivido". Evidentemente esse pensamento deveria estar no contexto da mensagem que foi enviada! Mas não foi somente esse pensamento que me ocorreu em momentos que me lembrava de você, um dos que me lembro é: "Os puros de espírito florescem na Primavera" (aqui, sem alusão a este seu amigo que também floresceu na mesma estação).

Temos dito, nos tempos idos, que se existe algum patrimônio rico que poderemos acumular no transcorrer de nossas vidas esse é, sem dúvida nenhuma, as amizades. Tudo o mais pode deteriorar-se, mas as amizades vão ganhando lastro através dos tempos e mesmo que nos distanciemos pelas circunstâncias da vida, percebemos o crescimento de nosso afeto, marcado pela saudade dos momentos que partilhamos de acontecimentos tão preciosos para as nossas vidas! Nesses instantes a emoção toma conta de nosso ser e, embora digam que "homem não deve chorar" não conseguimos. . . Reter o rio caudaloso que, rompendo as barreiras transbordam para lavar a nossa alma. .desejosa do reencontro com o nosso passado. . .

Mas esse vale da lagrimas transforma-se em um céu azul e vemos o sol transmitindo raios de alegria quando temos a felicidade de ainda poder festejar o presente com a lembrança de datas que nunca nos esquecemos porque não poderíamos, jamais , nos esquecermos daqueles amigos a quem amamos verdadeiramente .

Não digo que me lembro de você neste dia senão que o lembro várias vezes no dia, quando recolho-me junto ao Pai para orar pelos meus familiares e amigos, pedindo para que nos proteja a todos e que nos dê, pela sua misericórdia, o ensejo de um encontro com o seu filho Jesus Cristo, para que através dessa ponte possamos alcançar a salvação e estarmos, todos juntos, no futuro, em um lugar de delícias.

Receba. . . Neste dia. . . Um abraço. . .do amigo. . .

Klein

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São Bernardo do Campo, 25 de Maio de l.998

Caro Amigo MalimEncontrei em seu livro aquilo que esperava, um manancial de coisas preciosas que

engrandece a comunidade que tem a honra de hospedá-lo. Aliás, o livro é uma somatória de valores guarnecendo os seus aspectos exterior e interior.

Desde a capa, idealizada pelo eminente Prof. Paladino apresentando símbolos representativos da cidade, passando pelos comentário e apresentação gerados pelos intelectos privilegiado dos Drs. Getúlio Cardozo da Silva e Paulo Celso de Carvalho Pucciarelli, já podíamos vislumbrar o alvorecer de uma obra que prometia tocar a sensibilidade da alma.

Penetrando no conteúdo somos premiados com páginas que espelham a realidade da vida, que é aquela que encontramos em todos os lugares, em todos os tempos e que nos faz reviver as emoções de nosso passado distante, quando, também, convivíamos com personagens folclóricos que animaram a nossa infância e juventude, quando a visão do futuro era um sonho, vivido com a certeza de alcançarmos o ideal de nossas vidas. Qual comunidade que não possuiu personagens que faziam parte do seu cotidiano apresentando os contrastes que a vida oferece entre a miséria e a opulência mas que marcaram a vida da cidade muito mais do que a verdadeira história, porque eles eram a parte humana que nos ensinavam lições preciosas através de suas "filosofias de botequim".

A capacidade de flagrar esses momentos para que fiquem gravados para a posteridade é um dom inestimável que enriquece a cultura de um povo; esses privilegiados são a memória viva que conta a história humana que sempre é esquecida no relato oficial. Graças a eles a história se completa para que contenha, alem da verdade, os traços humanos, imprescindíveis à transmissão de conhecimentos aos jovens.

Meu querido Malim, esse ensaio não poderá ficar estacionado e sim será necessário que continue a perscrutar a sua memória e registre no papel, para conhecimento da posteridade mocoquense, as relíquias que ainda estão contidas em seu cérebro privilegiado e precisam ser guardados para que a história esteja completa.

Ao ler o seu livro fui vivendo épocas; revendo, em minha mente a "Maria Vassourinha", o "Chibufa", "Marafa Rosária" desfilando ao lado do "Militão" do "Carabina" da "Gustavinha" que foram personagens similares que viveram no povoado em que cresci e ficaram gravados indelevelmente em minha memória. Em uma poesia que escrevi assentado no jardim de Mococa, enquanto a banda tocava, eu dizia que "Todas as bandas do mundo parecem uma banda só" (porque elas evocam o nosso passado através de seus dobrados maravilhosos); Pois esses personagens humanos que vivem nas cidades nos fazem evocar o nosso passado, também, estabelecendo uma unidade que nos faz solidários com todos os povos; onde quer que vivamos sempre nos sentiremos em casa porque em cada lugar encontramos pessoas que estão ligadas a nós através da sensibilidade de nossos corações.

Além disso sempre encontramos, em qualquer cidade, pessoas que tem o dom de nos cativar com a sua cortesia e tratamento humano, fazendo-nos participantes dessa

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comunidade. O que tenho a dizer é que ai em Mococa, dentre os muitos amigos maravilhosos que pude somar ao meu rol, você foi esse personagem maravilhoso que como um verdadeiro embaixador, me recebeu, e recebe a todos, deixando-nos sentir que fazemos parte da comunidade.

O seu livro foi um prêmio fabuloso que guardarei e o relerei sempre para matar a saudade dos tempos que ai vivi e que são uma grata recordação.

José Wladimir Klein

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São Bernardo do Campo, 12 de Junho de l.998

Prezados Senhores

Junto à presente estou enviando a VV.SS. um resumo de meus sete livros registrados sob o pseudônimo de Bruder Klein (Irmão Pequeno):

Mensagens e ReflexõesContos Para Ler a Dois na CamaDevaneiosMinhas Incursões Pelo JornalismoProversandoNova DimensãoContos, Pontos e Contatos

Foram trabalhos produzidos após minha aposentadoria e que, em textos curtos, apresentam experiências vividas, sonhadas e imaginadas, oferecendo aos leitores a oportunidade de confrontarem-se consigo mesmo para buscarem em seus interiores o potencial que os fará adquirir uma nova visão da vida e assim reciclarem-se no objetivo de alcançar a realização de suas aspirações.

O resumo de cada trabalho certamente não tomará muito tempo de pessoas que possuem a responsabilidade de estar procurando dentre farto material algo que possa apresentar perspectivas favoráveis para serem publicadas. Os trabalhos completos, se for do interesse, estará disponível em disquetes, gravados em programa Word/97, compactados pelo Win/Zip.

Todos eles estiveram disponíveis em um Site na Internet pelo período de um ano, de onde foram extraídas inúmeras cópias, revelando-se do agrado dos senhores leitores, conforme vários Email's recebidos, alem de telefonemas.

Agradecendo antecipadamente pela atenção que possam dispensar à minha solicitação subscrevo-me

Atenciosamente

__________________________________José Wladimir Klein

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São Bernardo do Campo, 22 de Junho de l.998

Ex.mo. Sr.Bispo Edir Macedo

Prezado Senhor

Em 1.989, na cidade de Mococa, Deus colocou em meu coração que deveria iniciar um serviço voltado aos médicos. Iniciei, timidamente, em conformidade com minhas possibilidades e o desenvolvi, principalmente alcançando os profissionais daquela cidade do interior de São Paulo.

Em 1.996 voltei a residir em São Bernardo do Campo e dei continuidade ao trabalho, agora, pela graça de Deus, já através de elaboração de mensagens computadorizadas e distribuídas, também para São José do Rio Pardo, Santa Cruz das Palmeiras, Santo André, São Caetano do Sul, algumas para Belo Horizonte, além de Mococa.

Em 1.997, através da igreja da qual sou membro ( Batista Memorial de São Caetano do Sul) realizamos um culto especial no "Dia do Médico" que é comemorado em 18 de Outubro.

Esse trabalho necessita de ampliação pelo que me dirijo ao Sr. no sentido de ser estudada a possibilidade da realização de cultos especiais, em 18 de Outubro, nos templos da Igreja Universal do Reino de Deus, convidando os profissionais da saúde para participarem dos mesmos.

Seria de muita utilidade, também, se houvesse a possibilidade de edição de um livreto, a ser distribuído no evento, diretamente aos médicos ou para que os irmãos ofertassem, cada um ao seu médico de confiança, contendo as mensagens que já foram enviadas a um pequeno grupo de profissionais que conseguimos alcançar.

Junto a esta estou enviando cópia das mensagens que reuni em um conjunto denominado "Cartas Vivas", usando o pseudônimo "Bruder Klein" que uso para escrever.

Certo que esta solicitação merecerá o devido estudo de sua parte, objetivando a necessidade de serem alcançados esses profissionais que lutam pelo bem estar dos necessitados mas que não tem tempo para familiarizarem-se com a Palavra de Deus, aguardo uma resposta positiva me subscrevendo

José Wladimir KleinBruder Klein

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São Bernardo do Campo, 03 de Agosto de l.998

Ex.mo Sr.Pastor Ogair Rosa da Silva

Prezado Senhor

E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.

E Deus os abençoou. E Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo animal que se move na terra. (Gn.1:27,28.)

Portanto deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. (Gn. 2:24)

E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu e teve a Caim, e disse: Alcancei do Senhor um varão. (Gn. 4:1)

E Isaque trouxe-a para a tenda de sua mãe, e tomou a Rebeca, e foi-lhe ela sua mulher, e amou-a. Assim Isaque foi consolado depois da morte de sua mãe. (Gn. 24:67)

E disse Jacó a Labão : Dá-me minha mulher, porque os meus dias são cumpridos, para que eu entre a ela. Então ajuntou Labão a todos os varões daquele lugar, e fez um banquete. E aconteceu à tarde, que tomou Léia, sua filha, e trouxe-lha. E entrou a ela.

E Jacó fez assim, e cumpriu a semana desta; então lhe deu por mulher Raquel sua filha. E Labão deu sua serva Bila por serva a Raquel, sua filha. E entrou também a Raquel e amou também a Raquel mais do que a Léia. (Gn. 2921,22,28,29,30)

Pela leitura e compreensão dos textos acima poderemos aquilatar como se apresentava a união matrimonial nos tempos dos patriarcas. Percebemos que a união de homem mulher seguiam as indicações dadas a Adão e Eva de crescerem e multiplicarem-se e encherem a terra. Não existia um compromisso formal e sim o compromisso moral para a constituição de uma família. Era exigido dos cônjuges que orientassem os seus filhos nos princípios transmitidos a Moisés, havendo a responsabilidade da manutenção da esposa e dos filhos; responsabilidade que era compartilhada pelo casal. Não existia superioridade de nenhum dos cônjuges e sim funções diferentes para que através do desempenho de cada um pudessem ser cobertas todas as necessidades do grupo familiar.

A vida desenvolvia-se normalmente sem haver a necessidade de papeis que comprovassem a união dos esposos; esse documento consistia no nascimento dos filhos e consolidação do grupo.

Esse comportamento ético durou um largo espaço de tempo até quando foi criado o registro civil tanto para assentar o compromisso de núpcias como para registrar os nascimentos dos filhos, evoluindo para que, posteriormente, fossem registrados, também, transferências de propriedades e outros direitos. Esse procedimento fez-se necessário porque as pessoas já não possuíam o censo ético dos antigos ancestrais. No decorrer do tempo o que era para assegurar os direitos da família, sendo o alvo principal os filhos,

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passou a não mais ser válido em razão de que as pessoas passaram a negar-se a assumir esse compromisso formal redundando em prejuízo da família.

Os legisladores sempre estiveram atentos ao desenvolvimento dos relacionamentos conjugais apreendendo-lhes as falhas pelo que na elaboração da Constituição da República Federativa do Brasil mudaram o conceito de família para adequá-lo à situação existente, dando proteção às esposas e filhos de consórcios que não foram ou não são assentados no registro civil:

Capítulo VII

DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLECENTE E DO IDOSO

A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.§ 1º O casamento é civil e gratuita a sua celebração.§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.§ 3º Para efeito de proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre homem e

mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.§4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por

qualquer dos pais e seus descendentes.§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente

pelo homem e pela mulher.§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divorcio, após previa separação

judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei comprovada a separação de fato por mais de dois anos.

§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar os recursos educacionais e científicos para exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.

§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.

Assim os grupos familiares que não foram constituídos através de documentação oficial possuem as mesmas características destes, garantindo os direitos a ele inerentes. Hoje não existe agrupamento familiar ilegal!

Considerando o que ocorria nos tempos dos patriarcas e desde a fundação do mundo descrito nas sagradas escrituras, e as providências que os legisladores tomaram para garantir aos agrupamentos antigamente chamados espúrios, os mesmos direitos, podemos afirmar que uma comunidade formada por uma mulher, por um homem e pelos filhos do casal é uma família legalmente constituída.

Assim sendo, não seria necessário e humano que os conceitos abraçados pelas igrejas fossem reestudados e encontrasse-se meios legais para que possa dar assistência religiosa a pessoas que por estarem nessa situação vêem-se privadas de participar de todos os direitos que usufruem aqueles que aceitaram a Jesus como salvador de suas vidas, entregaram as suas vidas sinceramente, estando convictas de sua salvação?

Não seria gravar de extrema tristeza essas vidas que embora hajam se entregado a Jesus, fiquem privadas do batismo e da comunhão com os irmãos, por uma questão que não

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pode ser resolvida unicamente por elas, mas dependem de pessoas que "AINDA" não tomaram essa decisão ao lado de Jesus?

Por outro lado a possibilidade de participação dessas pessoas não abriria caminho para que " TODA A CASA" viesse a se converter?

Ao negar o direito de participação dessas pessoas não estaremos gravando-a de excessiva tristeza que poderia redundar em abandono do caminho que iniciaram ( porque essas pessoas estão sozinhas dentro de si mesmas, não tendo o apoio da família nem dos irmãos), pesando sobre nós a salvação delas?

Compreendo perfeitamente as dificuldades existentes para uma resolução nesse sentido, que evidentemente deverão ser muito bem pensadas para não abrir precedentes que ponham em risco toda a estrutura da igreja, mas sei também que cada caso tem suas características próprias que deverão ser consideradas para a tomada de uma solução.

Considero que Deus tem uma solução para a vida de cada um de seus filhos e Ele estará nos falando e movendo as nossas sensibilidades para que hajamos como seres humanos que amamos sinceramente aos irmãos e não desejamos vê-los sofrer. Deus tem me falado muito nestes dias, justamente por observar uma nossa irmã que está atravessando por essa tempestade e tem demonstrado muita tristeza em seu semblante, que se não for apagada poderá ter conseqüências imprevisíveis. Acho que deveremos nos colocar no lugar dessa irmã, procurar imaginar pelo que ela está passando, desejosa de seguir os passos do Mestre e impedida por uma circunstância pela qual não é inteiramente responsável, e ter tolhidos os seus passos.

Estou orando por ela, o que sei que muitos irmãos estão fazendo, mas isso não bastará, deveremos juntar às nossas orações as ações para que o problema seja resolvido. Acredito no poder do Santo Espírito de Deus que estará falando ao Pastor e à toda a diretoria da igreja sensibilizando-os para que , talvez, possam dar uma boa noticia a essa filha de Deus. Assim, pela fé, estaremos contando com mais uma família em nossa Igreja.

Perdoem-me os irmãos se coloco em suas mãos um problema tão difícil de resolver, mas para Deus não existem impossíveis e tenho a certeza que o Santo Espírito estará falando a cada coração, a cada mente, oferecendo a solução do problema.

Atenciosamente

Irmão em Cristo

José Wladimir Klein

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São Bernardo do Campo, 25 de Agosto de l.998

Il.ma Sra.Márcia Rotta

Prezada Senhora

Remexendo em antigos guardados me deparei com a cópia de uma carta que mandei ao Mons. Demosthenes Paraná Brasil Pontes no ano de l.990, portanto há 8 anos, por ocasião em que se disputavam as eleições para os cargos de Deputados Federais e Estaduais, entre outros.

Naquela ocasião já havia sido definido o nome do Dr. Antônio Naufel para concorrer a uma vaga na Assembléia Legislativa pela cidade de Mococa. Nós que havíamos levantado através da imprensa a idéia para que Mococa tivesse um candidato envidávamos todos os esforços para que a campanha pudesse alcançar êxito, para que a cidade pudesse contar com a representatividade que a fizesse lembrada na divisão dos recursos estaduais.

Imagino se tivesse sido outra a atitude de Monsenhor, a não ser o silêncio; talvez essa carta pudesse ter recebido uma manchete: A CARTA QUE MUDOU A HISTÓRIA.Isso não aconteceu e Mococa continua na sala de espera dos palácios a fim de colher as migalhas que o poder se dispõe a doar-lhe e aos seus filhos.

Esses acontecimentos precisariam ser relembrados para ensino de nossos jovens; para que eles saibam que somente as decisões maduras poderão fazer nascer perspectivas favoráveis para o nosso povo. Continuamos transitando pela história e você que a tem escrito com dignidade e coragem sabe muito bem que os momento são preciosos e não costumam repetirem-se na vida das pessoas. As que souberem reconhecer os momentos decisivos de suas vidas poderão perpetuar-se na história através do reconhecimento de seus contemporâneos.

Aquilo que no passado não demos valor poderão constituir-se em marcos que nos farão lembrados pelos nossos semelhantes. Agora que decidi escrever as minhas memórias (parte delas já encontram-se na Internet, no Museu da pessoa) percebi que sem perceber, ao longo do tempo participei de muitas coisas, entre elas foram momentos deliciosos que me foi dado viver ai em Mococa, e é incrível como temos coisas a contar de nossas vidas.

Este contato com você e com o órgão de imprensa que representa faz-me recordar dos momentos que vivi e participei dos acontecimentos de Mococa, satisfazendo o desejo de permanência que não me foi possível.

Transmita um abraço ao seu esposo e a minha saudade à "Cidade das Palmeiras Imperiais"

José Wladimir Klein

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São Bernardo do Campo, 08 de Dezembro de l.998

Il.mo Sr.P.r Ogair Rosa da Silva

Prezado Senhor

Ontem assisti a uma reportagem, na televisão, sobre o efeito dos ruídos no aparelho auditivo das pessoas, talvez o Sr. haja assistido também.

Muitos são os ruídos que vão minando a integridade do aparelho auditivo entre eles os do trânsito urbano e principalmente de aparelhagens de som que subtilmente vão minando a audição de maneira irreversível.

Tenho visitado várias igrejas e tenho observado que as mesmas procuram adquirir conjuntos de maior potência sem darem-se conta que os mesmos não são comportados pelo espaço que dispõem. O resultado é que esse procedimento acaba por prejudicar, mesmo sem serem percebidos de imediato, os ouvintes. A perda da sensibilidade determinará cada vez mais o uso de potências mais altas e quando perceberem, as pessoas atingidas estarão com a sua audição perdida de maneira irreversível. E de nada adiantará estabelecer um nível de audição compatível, mesmo através de medidas de " decibéis", pois não tendo o equipamento uma trava para determinar essa regulagem a mesma será aumentada logo após à medição.

Tenho conversado com diversas pessoas sobre o assunto e mesmo dele já fiz referência a V.S., por duas ou três vezes, e todos concordam comigo que o som tem estado excessivo, porém ficam constrangidos de falar com receio de melindrar às pessoas responsáveis pelo som. Se observarmos bem durante os cultos, principalmente noturnos, percebemos que o som é tão alto que não deixa a oportunidade de a congregação participar, ficando, a maioria, só ouvindo, e de uma maneira desagradável, visto que cria-se uma falta de harmonia, sendo esta criada quando o som se apresenta suave aos nossos ouvidos. E não creio que seja espaço de menos e sim som de mais; mesmo que o templo venha a ser aumentado o som deverá ser controlado para que a música acompanhe como fundo e não superando as vozes dos que cantam.

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Para mim, também, seria mais simpático unicamente me retirar ou não submeter-me ao ruído excessivo, como tenho feito, procurando um lugar compatível com a minha sensibilidade, pois não cabe à igreja adaptar-se ao meu gosto e sim eu que terei de procurar um local onde possa adaptar-me satisfatoriamente, embora, como já disse, não seja fácil encontrarmos, hoje, um local onde possamos participar harmoniosamente do culto.

Entendo que a possibilidade de uma igreja adquirir uma aparelhagem de som mais potente não quer dizer que deva fazê-lo, pois ou não poderá usar todo o potencial adquirido ou irá ferir a audição de seus membros, resultando, isso, em um desvio de recursos que poderia ser utilizado em outra finalidade, embora tenha convicção da importância da música e dos cânticos para a transmissão de uma mensagem (que infelizmente não é percebida quando a intensidade do som é demasiada).

Eu corro o risco de dizer o que penso, tomando uma atitude antipática, porque não poderia simplesmente, um dia, desaparecer definitivamente quando encontrar outro local em que minha audição não seja afetada. Isso com pesar por todos os irmãos a quem amo. Mas na verdade, um dia estaremos todos juntos em um local de delicias, e tenho a certeza que os cânticos, ali, serão de suprema harmonia, nos extasiando.

Solicito para que estas minhas considerações não sejam tomadas como crítica e unicamente como um alerta que deverá ser meditado para conforto de todos os irmãos.

Atenciosamente

______________________________________José Wladimir Klein

São Bernardo do Campo, 07 de Fevereiro de l.999

Il.mo Sr.Pastor Ogair Rosa da Silva

Prezado Senhor

“Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor”.

Porque será como a tamargueira no deserto, e não sentirá quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável.

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Bendito o varão que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor.Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o

ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.

Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os rins; e isto para dar a cada um

segundo os seus caminhos e segundo os frutos das suas ações.Maldito aquele que fizer a obra do Senhor fraudulentamente, e maldito aquele que

preserva a sua espada do sangue." (Jeremias 17:5-10; 48:11)

A quase três anos, quando residia em Mococa, foi me dada a oportunidade de observar certas práticas da igreja que freqüentava e, depois de muita meditação e oração, vi-me constrangido a escrever a carta que estou anexando a esta. Naquela ocasião muitos irmãos ficaram revoltados comigo, julgando um abuso a minha atitude, de mostrar o mal uso do patrimônio do Senhor,. Depois de algum tempo retornei para São Bernardo do Campo e não tive mais notícias do que estaria ocorrendo naquela igreja. No dia 23 de Agosto de l.998, às 17,30 horas, recebi um telefonema de um irmão, Presbítero daquela igreja, que desejava pedir perdão pela atitude que então tomara, pois nesse tempo veio a ficar comprovado que aquela advertência não havia sido minha e sim de um poder mais alto, que previra, com antecedência, o que viria a acontecer naquela igreja que chegou quase a ficar na insolvência.

É por isso, que quando Deus coloca alguma coisa em meu coração, sei que deverei falar, pois Ele está desejando que as pessoas sejam alertadas. O Sr., naturalmente tem observado que gosto de escrever cartas e se as escrevo é para que o que falo não fique no ar e sim possa ser analisado detidamente, ao contrário das palavras faladas que poderão perder-se e, até, ficar sem sentido, com o passar do tempo.

Agora me deparo com uma situação semelhante em minha própria igreja, quando criam-se despesas, que são verdadeiras mordomias, custeadas com o patrimônio da igreja.

Aprovo que o Pastor deva ganhar um salário que cubra às suas necessidades essenciais, a si e de sua família, e a igreja tem o dever de arcar com essa despesa, dentro de suas possibilidades. Agora, despesas como planos de saúde, pagamento de imposto de automóveis, financiamento de viagens, seriam imorais que fossem custeadas pela igreja. Não digo que o obreiro não mereça, mas o que tem que ser visto é que o seu salário já situa-se bem acima da média dos membros de igrejas, que na maioria das vezes contribuem com verdadeiros sacrifícios para a obra do Senhor.

O cidadão comum candidata-se a um emprego e do salário que conseguir receber deverá fazer frente a essas despesas, de plano de saúde, impostos, contribuições previdenciarias, viagens de recreio ou estudo. Para o obreiro cristão não poderá ser usado critério diferente.

Essas decisões de concessão, que são tomadas por um grupo que dirige a obra, precisa ser muito meditada, pois essas pessoas não estão deliberando o uso do seu próprio dinheiro e sim o da obra ( saísse de seus bolsos e ninguém teria nada com isso) e quando levadas às assembléias são aprovadas por constrangimento, porque mesmo que os votantes não estejam a favor dessas mordomias , não terão a coragem de desaprovar, para não ficarem marcados, como estou eu a correr o risco.

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A concessão de favores "com o chapéu alheio" é uma prática pouco recomendada e penso que deverá ser meditada com muito amor e oração, pois confesso que quando assisto essas coisas acontecendo na igreja de Deus, por mais antipática que seja a minha afirmação, me escandalizam, e hão de escandalizar muitos irmãos que muitas vezes encontram-se até desempregados mas que são fieis ao Senhor.

Mas a culpa não recai somente sobre aqueles que erroneamente fazem as concessões e sim, também, em quem as recebe, pois teria o dever de não aceitar tudo aquilo que extrapolasse dos seus direitos de um trabalhador na seara do Mestre.

Como me escandalizo com fatos que penso não serem do agrado de Deus, talvez o irmão escandalize-se pelo que estou fazendo ao escrever sobre o assunto. Peço, porém, que medite sobre tudo isso, em amor e oração, recebendo a orientação do Pai e depois sente-se em sua mesa e responda-me, também por escrito, como estou fazendo, tudo que o irmão acha, em seu coração, dos acontecimentos.

Sinto-me constrangido de ter de falar sobre esse assunto, preferia que tal tarefa fosse dada a outra pessoa, mas não posso fugir, pois me cabe essa obrigação.

Atenciosamente

José Wladimir Klein

Anexo:

Mococa, 25 de Março de l.996

Pr. Marco Bloch

Prezado Senhor

"Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas.

Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, . . ." (Mal. 3:8,l0a)

"Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão?" (Is. 55:2 a)

Relutei muito em escrever, reconhecendo que não sendo membro da igreja e sem saber se sequer serei aceito pela mesma, não teria o direito de imiscuir-me em seus negócios. Ao fazê-lo vejo-me premido por uma obrigação, vinda de uma força que faz-me reflexionar muito sobre essa vida que conheço desde o nascimento, tendo assistido e acompanhado o trabalho diuturno da família Bianconi que foi uma benção para Mococa e na vida de muitos irmãos. Foram dias difíceis, escorados pela vontade de um pequeno grupo que, com a ajuda de Deus e a ação do Espírito Santo, chegaram à consolidação do trabalho (e ai não esqueçamo-nos a inestimável contribuição da irmã Isabel e outra missionária inglesa, que, se não me falha a memória, chamava-se Diana) com a construção do templo.

O trabalho evoluiu, de uma família, sendo que se destacava mais o casal, visto que os filhos eram pequenos (mas que cresceram espiritualmente com a igreja) para mais de

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cem membros hoje. Não sei se existem estatísticas que nos informe quantos membros ingressaram por transferência, quantos por herança e quantos por batismo.

Mesmo não tendo o direito de membro, pesa-me a responsabilidade de cristão, para falar, em amor e oração, o que foi-me dado observar, creio eu, pela influência do alto, e que a liderança, de perto, não está percebendo, envolvida, que está, pelo trabalho do Senhor. Em certos casos a visão de quem não está envolvido é mais abrangente, notando detalhes que estariam fora de padrões normais.

A igreja construiu uma casa pastoral, consumindo recursos que dariam para construir uma igreja. Ao fazê-lo desejou livrar-se do aluguel; mas assim que o conseguiu contratou mais um pastor (quanto ao mérito da necessidade ou não é uma reflexão que deverá ser feita com muita profundidade) criando novamente o encargo.

A análise de um balancete nos esclarece muitas coisas e, falando francamente, eu me escandalizei ao deparar com algumas despesas que são particulares e de responsabilidade dos interessados: Mestrado do Pastor; INSS dos Pastores (autônomos); consumo de água e energia elétrica das casas dos Pastores; revisão e reparos nos carros dos Pastores; combustível. O que ocorreu comigo poderá estar acontecendo com muitos irmãos que, contribuindo com dificuldade com seus dízimos e ofertas, percebem que o dinheiro do Senhor está cobrindo despesas particulares constituindo-se em "mordomias".

A receita da igreja, considerando-se a participação de cem membros, é ótima, eqüivalendo a um salário médio de seiscentos reais, o que sabemos que está bem acima do de muitos irmãos. O que está sendo desproporcional são os gastos que inviabilizarão qualquer tentativa de ampliação de espaço. O orçamento deveria ser equilibrado para que fossem destinados, no mínimo, dez por cento da renda, para expansão.

Literalmente a igreja está gastando dinheiro "naquilo que não é pão" (a criação de condições para melhor distribuir a Palavra de Deus). Os irmãos fieis se cansarão e os infiéis nunca se disporão a contribuir se os seus dízimos e ofertas forem colocados em um saco furado.

Quando há a solicitação de qualquer benefício por parte de um obreiro, ou mesmo que a proposta seja feita por alguém que não o interessado, fica muito difícil negar sem criar constrangimento; assim, a medida é aprovada mesmo que a maioria a julgue inoportuna; a aprovação é pelo constrangimento e não por decisão lúcida, não sendo, portanto, da vontade de Deus. Os próprios interessados é que teriam o dever de não propor e de não aceitar benefícios que sangrem a economia da igreja.

Considero, salvo melhor juízo, que a liderança da igreja deverá considerar com maturidade o que é melhor para a obra de Deus e não o que é melhor para as pessoas envolvidas no trabalho; as pessoas passam, não são insubstituíveis, a obra é permanente e viva e consolida-se para transmitir vida àqueles que se salvam através da entrega a Jesus.Peço perdão por abordar um assunto que talvez fira interesses e susceptibilidades; sei, inclusive que corro o risco de ser incompreendido e mal interpretado, quando nem teria o direito de fazê-lo, por faltar-me a qualidade de membro da igreja como organização, embora conserve a cidadania do reino pela união com o corpo místico de Cristo que é a igreja universal dos salvos.

Peço que reflitam com amor e desprendimento, em oração, para que sejam iluminados pelo Santo Espírito que os encaminhará a uma administração sábia do patrimônio do Senhor.

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As decisões, maduras, é evidente, não poderão prejudicar ninguém, razão porque terão de ser tomadas a médio prazo, até ser alcançado um equilíbrio compatível com as necessidades da obra.

Quero que fique bem claro que não tenho nada contra ninguém, e nem poderia ser diferente visto que verdadeiramente amo a todos os irmãos, e lamento que tenha de ser eu que tenha de abrir os olhos para um encaminhamento mais produtivo. Na verdade até estou me achando presunçoso nessa minha atitude mas não posso fugir disso.

Vou manter-me afastado para não causar nenhum constrangimento, de maneira que se o senhor assim o desejar poderá simplesmente ignorar tudo que foi reflexionado nesta missiva.

Certo que o Senhor, que sonda mentes e corações, nos assiste e continuará a nos assistir para o nosso crescimento espiritual me subscrevo

AtenciosamenteJosé Wladimir Klein

Escravo de Cristo

São Bernardo do Campo, 17 de Fevereiro de l.999Il.mo Sr.Pr. Ogair Rosa da Silva

Prezado SenhorPretende-se que o sistema Batista de administração seja democrático, sendo todas as

suas questões resolvidas, soberanamente, pela Assembléia dos membros. Na prática sabemos que isso não é real, visto que antes de as questões serem levadas aos membros das igrejas passam pelo crivo do Pastor e posteriormente pela diretoria da igreja, sendo levadas quase como uma imposição para serem aprovadas, já que cria-se o constrangimento e nenhum membro, mesmo em desacordo com as diretrizes apontadas, tem a coragem de esposar tese contrária, para não ficar marcado e constrangido, tirando-lhe, até, a possibilidade de continuar a participar da comunidade.

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É justamente por isso que, aquelas igrejas que de fato estejam possuídas do ideal democrático na administração, deverão criar normas para que todas as suas questões sejam resolvidas dentro de parâmetros pré estabelecidos; ao contrário de resolverem tudo dentro de uma ação imediata, que geralmente gera enganos e soluções menos recomendadas. Dentro desse raciocínio é que deveriam ser tomadas algumas resoluções para dar maior transparência aos negócios das igrejas, quais sejam: Elaboração de uma previsão orçamentária onde seriam consolidadas todas as despesas, em uma exposição clara e detalhada, para que os membros soubessem, de fato, o que estariam aprovando; Publicação dos balancetes de receita e despesa, também detalhados, para que todos tomassem conhecimento de que o orçamento está sendo cumprido. Isso, além de emprestar maior transparência aos negócios das igrejas, evitariam a tomada de resoluções fora de padrões éticos, dando muito maior tranqüilidade àqueles que são responsáveis pela administração do patrimônio do Senhor.

Quando age-se de maneira outra, nega-se a transparência e a oportunidade de que todos estejam acompanhando e fiscalizando os negócios da igreja, o que é a obrigação de todos os membros, visto que a responsabilidade não termina com a entrega dos dízimos e sim tem continuidade até a aplicação dos recursos auferidos. Dizer-se que os documentos encontram-se à disposição de quem deseje examiná-los é o mesmo que negar esse exame, por sabermos que ninguém se atreverá a tomar essa atitude se não desejar ficar permanente marcado.

Esse procedimento seria nada mais, nada menos do que uma manipulação e sabemos que a manipulação é dissimulação apresentando-se como mentira e inconveniente dentro de uma organização cristã.

Ao encerrar esses argumentos gostaria de lembrar, de um dia de Domingo, pela manhã, que o Sr. chegou eufórico porque tinha tido uma revelação para a criação do ministério de "Cartas Vivas" e que deveria ser ocupado por mim. Será que foi, realmente, uma revelação divina? Em razão disso até dei esse título a um de meus livros digitais, e penso, será que escrevo cartas em razão disso, ou Deus já vinha me preparando para esse mister? E dentro daquilo que o Pai coloca em meu coração as pessoas me ouvirão ou simplesmente recolher-se-ão dentro de si mesmo fazendo ouvidos de mercador? Será que terei de exclamar, com o profeta, Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor?. Somente o tempo poderá dizer se as palavras colocadas em minha mente foram Palavras do Senhor!

José Wladimir Klein

Pr. Ogair 21/02/99No meu livro digital, “Nova Dimensão”, escrevi um texto intitulado: “Crítica às

Diretrizes da Igreja” (Anexo 1), colocando o que penso dos rumos em que a Igreja de Cristo deveria caminhar, e evidentemente pretendo, por todos os meios, contribuir ,para que isso seja alcançado em benefício da obra de Deus, de levar o evangelho a todas as pessoas. Imaginemos quanto tem sido desviado desse objetivo as más administrações do patrimônio do Senhor! Muitas vezes estamos criticando atitudes que consideramos menos éticas e desapercebidamente estamos praticando algo que não é da vontade de nosso Pai. Eu mesmo, enquanto escrevo, vejo passar em minha mente tudo aquilo que vez por outra faço, mesmo por influência de uma tentação do maligno, que desagradam ao Senhor; e mesmo que não tenhamos chegado a praticar o ato dessas tentações pesa-nos a tristeza de simplesmente termos dela sido alvos, porque essa intenção do nosso coração aponta as

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nossas imperfeições e que somente pela misericórdia de Deus poderemos ser lavados pelo sangue do cordeiro, para que sejamos limpos de nossa iniqüidade. Nesses momentos. . .angustia-se o meu coração. . .porque sinto que fui iludido pelo inimigo de nossas almas e que com isso. . .causei, . . . também, muita tristeza. . .no coração de Deus.

Uma das coisas que ouvi do Sr. foi que a minha ida para essa igreja foi fruto de oração! Agora pergunto-me: Por que mandaria Deus, em resposta às orações, uma pessoa contestadora, capaz de escrever cartas duras, ferindo susceptibilidades, ao ponto de os irmãos se revoltarem contra as suas afirmações? Será que Deus estaria equipando essa pessoa, desde o seu nascimento, através de tudo que lhe coube observar durante a sua vida, para que justamente viesse escrever “cartas vivas” em que pesasse o mal que isso poderia causar a si mesmo, no sentido de . . . ser menos . . . Querido por aqueles que julgarem-se . . .ofendidos. . .pelas suas afirmações? Analise a minha. . .angústia. . .quando a minha fidelidade a Deus. . .me obriga a fazer isso . . .sofrendo pela incompreensão que poderá causar!

Não temo pelo resultado porque eu não sou nada; sou um simples atalaia usado para lembrar a fidelidade que deve haver a Deus, apontando para o que é dito, por exemplo, no capítulo 33 de Ezequiel. Para aqueles que aproveitarem o que diz a Palavra de Deus o futuro poderá ser promissor, para os que não forem fieis a mão de Deus pesará sobre eles! Mas quando sentirem esse peso, ao qual homem nenhum poderá suportar, deverão lembrar-se do capítulo 12 do livro aos Hebreus, onde é dada a razão porque age assim conosco. Daí em diante a fidelidade estará sempre em nossa mente! E poderemos viver a experiência do Rei Davi expressado no salmo 32!

Eu estou como consultor matrimonial em um site da Internet, e outro dia o “dono” do site mandou-me uma advertência, em razão de um comentário que fiz sobre um determinado assunto ( esse “recado e a sua resposta constituem o anexo 2) dando-me a oportunidade de demonstrar a fidelidade à responsabilidade que assumi como servo de Cristo. Porque, a nossa vida deverá ser pautada pelo exemplo do Mestre que embora recebesse ofertas para a manutenção da obra, apenas autorizava os gastos para que fossem supridas as necessidades essenciais de alimentação e a doação de alguma coisa aos pobres; abominando que o dinheiro que se colocasse na bolsa fosse usado para outras serventias que não a obra de evangelização. Não é atoa que, em uma das poucas ocasiões em que irou-se, expulsou os mercadores do templo, para que a casa do Pai fosse um lugar de oração e não um covil de aproveitadores. Mas mesmo com todo o seu zelo, ainda assim abrigou-se, ali no seu seio, alguém, que, no dizer de João, “não possui cuidado pelos pobres, mas porque era ladrão, e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava.” Também o apóstolo Paulo é digno de que o imitemos porque era um imitador de Cristo, e para suprir as suas necessidades, não onerava as igrejas (embora vez por outra foi por elas socorrido em suas necessidades) e sim fez-se operário para que bastasse-se a si mesmo através do seu trabalho; nesse sentido todos nós deveríamos fazer-nos em construtores de tendas!

Penso que Deus deseja revirar as nossas vidas para que constituamos a sua verdadeira igreja, comprometida exclusivamente com a sua obra. Sei também que isso nos será pesado, pois deveremos abrir mão de muitas coisas; e mais do que isso, todos nós, deveremos assumir uma verdadeira responsabilidade para com a obra. Não somos, todos, sacerdotes do Deus Altíssimo? Pois façamos jús a isso, carregando as cargas, uns dos outros, sem descuidarmos de nossas próprias cargas!

José Wladimir Klein

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Anexo 1:

CRÍTICAS ÁS DIRETRIZES RELIGIOSAS

Ser religioso é pretender contribuir para o aperfeiçoamento de um sistema que comprovadamente doe paz, amor, tranqüilidade e bem estar ao homem.

Será que esse sistema religioso já foi concretizado em nossos dias?Mesmo que tenhamos certeza de que ainda não existe um sistema religioso

compatível com as necessidades do homem, é temeroso nos referirmos a isso porque poderíamos ser taxados de hereges, e mesmo que não estejamos mais nos tempos da Inquisição, poderíamos ser isolados de tal forma que não teríamos mais condições de sobreviver.

Mas é necessário que se explane o assunto para acordar da letargia quantos se acomodaram em um sistema tendo-o como perfeito, segando o seu raciocínio para não enxergar as falhas ali existentes. Na maioria das vezes essas falhas não são vistas porque interessa a alguém encobri-las para que assim possa usufruir dos benefícios da ignorância da maioria dos adeptos.

Iniciei dizendo que um sistema religioso eficiente seria aquele que desse (e não vendesse) elementos formadores de uma boa qualidade de vida; mais que isso, que trabalhasse para que os seus adeptos fossem orientados “politicamente” (por que não?) para estarem aptos a exercerem plenamente a cidadania , para assim influírem na formação político administrativa do Estado.

É claro que reconhecemos que a pura e simples transformação das estruturas não resolverá os problemas da humanidade; o que resolverá será a transformação do homem. O que temos feito, entretanto é transformar o íntimo das pessoas mais simples que assim colocam-se em uma maior passividade para serem exploradas pelo grande contingente que acredita mais em acumular riquezas que nunca terá oportunidade de gastar. Estes estariam desempenhando, mesmo, o papel de vilões que lhes é próprio, mas existe outro tipo de sangria da economia do povo que é gerada por grupos formadores de grandes organizações religiosas que em seus escaninhos usufruem de mordomias pessoais, através de financiamento de viagens ao exterior e outros quesitos.

Sempre me posicionei como crítico da organização católica, embora tenha sido orientado em seu seio por algum tempo, em minha infância e adolescência. Achava que os padres, que demandam um longo período estudando para cumprirem a sua função, são donos de uma formação acadêmica que os qualifica como ótimos professores e portanto habilitados a ganharem a vida sem viverem da religião. Esse é o problema, entendo que ninguém deveria viver da religião. Cada adepto de uma religião deverá ser, e de fato é, um servidor. Cada um deverá ter uma profissão e ganhar o seu sustento e o de sua família no desempenho dessa profissão. E, exercer os atos religiosos, como todos o fazem, exclusivamente por respeito a sua crença.

O que assistimos não é isso; grupos formam-se e constituem-se em organizações onde alguns vivem regaladamente das contribuições dos seus irmãos, que muitas vezes fazem as suas contribuições em prejuízo das necessidades de suas famílias.

Acho justa a contribuição do dízimo nas igrejas mas, tiradas as despesas essências de manutenção dos locais de culto, o restante se aplicasse na assistência social dos próprios

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domésticos da fé, primeiramente, minorando as suas necessidades, e, posteriormente, a outras pessoas carentes.

No caso de ser imprescindível a permanência de um líder religioso, como no caso de missões, onde o enviado fica fora de locais que possam proporcionar-lhe o sustento, este poderia receber o necessário para as suas necessidades. Em qualquer caso, nunca o salário do obreiro deveria ultrapassar a média do salário da comunidade. O ofício religioso é de fato um lugar de sacrifício que é exigido daqueles que de fato possuem vocação e não de pessoas que as possam escolher como uma profissão.

As organizações religiosas estruturam-se em dois ramos que são o espiritual e o organizacional.

No primeiro que tem o dever de ministrar ( e ministrar significa servir) aos membros os ensinamentos das doutrinas que regem a conduta dos adeptos, deverão estar engajados todos os irmãos, doando, alem de parte de seus bens, para a manutenção da obra, para assistência aos necessitados.

No segundo, que é a parte organizacional deverá ser dirigido como se fosse (e de fato é) uma entidade que tem o dever de equilibrar Receitas e Despesas de maneira racional para que seja alcançado o objetivo da entidade. Nesse sentido deverá ser elaborada uma previsão orçamentaria para que os gastos sejam efetuados e controlados por todos os participantes da comunidade.

Os adeptos em geral tem o direito de receber instrução sobre as doutrinas para que estejam bem certos dos procedimentos exigidos de cada participante no campo espiritual. Terminado o aprendizado, quando dominar os conhecimentos, deverá engajar-se no ensino e esclarecimento dos irmãos menos favorecidos, como angariar novos adeptos para o grupo. Haverá, assim, uma divisão das tarefas por todos os participantes não sobrecarregando ninguém e não existindo a necessidade de manutenção de “funcionários” pagos.

Os adeptos em geral tem o dever e a obrigação de acompanhar e fiscalizar todos os atos da administração, cuidando para que a receita seja aplicada em benefício da obra e da comunidade. Assim, com a entrega do dízimo não encerra-se o dever de estar sempre cuidando para que o orçamento seja cumprido em benefício da obra, exercendo a fiscalização de tudo que for aplicado em cada item de despesa.

No orçamento que deverá ser aprovado em cada início de exercício deverá ser reservado, no mínimo, 10% de toda a arrecadação, que será destinado à ampliação do trabalho, através de pontos de pregação, congregações e novas igrejas, que por sua vez deverão seguir as mesmas diretrizes.

Condenam-se, portanto, o profissionalismo dentro das religiões, para que possam ser encaminhadas com seriedade, engajando apenas aquelas pessoas realmente transformadas que comporão um exercito a serviço do Criador.

Quando expomos esses fatos, evidentemente estamos tratando unicamente de religiões advindas do cristianismo que herdaram os ensinamentos dos profetas e adotaram a Jesus Cristo como Senhor e Salvador de suas vidas. É dentro do cristianismo que deverá haver uma transformação das estruturas ao mesmo tempo em que as pessoas transformem-se.

Se trabalharmos nesse sentido, transformando os homens, depois de nos reformarmos a nós mesmo e as nossas organizações religiosas, com certeza Deus poderá nos estar usando para que o mundo possa ser transformado para melhor.

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Anexo 2:

Assunto: Re: (Auto-Ajuda) Seu Comentário Data: Wed, 23 Dec 1998 09:15:10 -0200 De: Auto-Ajuda <[email protected]> Para: [email protected]>profissão: Escritor>idade: 70>texto: A Ação de Deus em Nossa Vida>comentário: De fato o ser humano tem um potencial muito grande para >aprender através de uma ligação com o poder supremo. É >essencial que cultive uma comunhão estreita com o Criador de >todas as coisas, para que possa servir de elo entre este e >os seres que necessitam de ajuda. É importante que o homem >integre-se a uma religião para que essa comunhão seja >efetiva. Todos os ensinos que Deus deseja nos transmitir >estão codificados em Sua Palavra ( A Bíblia). Para nós >cristãos é ela um código sagrado que nos orienta, ensina e >aperfeiçoa-nos para que através dessa iluminação sejamos >úteis aos nossos semelhantes. Quando estamos em comunhão com >o Pai e com Ele estabelecemos um diálogo através da oração e >da leitura de Sua palavra, crescemos espiritualmente e somos >usados através do poder do Espírito Santo, para orientarmos >outras pessoas sobre o caminho que leva à salvação e à vida >eterna através do plano de Deus consumado por seu Filho >Jesus Cristo.

Atenciosamente,JWKlein

prezado amigo,gostamos muito dos seus textos.gostaríamos que desenvolvesse (ou resgate alguns que já escreveu) textoscom temas de auto ajuda para publicarmos em nossa seção Contribuições.*em tempo, seria interessante não citar religiões, ou a bíblia, santos ouaté Jesus, pois nem todos são da mesma religião (embora todos sejamos,querendo ou não, cristãos).

AtenciosamenteGustavo Arruda

Resposta:

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Gustavo ArrudaPrezado Amigo

Já que você disse que querendo ou não todos somos cristãos, gostaria de chamá-lo não só de amigo mas de irmão.

De fato somos todos irmãos através de Cristo, pois fomos criados todos pelo Pai que é Deus e Pai de Jesus, que lhe deu uma missão de vir à terra para que, através de sua morte, redimisse a humanidade de seus pecados.

Nós, cristãos, tomamos conhecimento disso através da Bíblia que para nós é a "Palavra de Deus" sendo nossa única regra de fé e prática. E de acordo com uma comissão que nos foi dado pelo Filho de Deus, temos o dever de levar essas verdades ao conhecimento das pessoas para que as mesmas tenham a oportunidade de alcançarem as promessas feitas para aqueles que seguirem os preceitos contidos nesse código cristão. Ser cristão nada mais é do que ser discípulo de Cristo. Como um discípulo não irá seguir os ensinamentos de seu Mestre?

A Bíblia contem toda a trajetória do povo escolhido por Deus para que através dele fossem abençoadas todas as famílias da terra. Durante a vida do povo judeu destacaram-se os profetas que faziam previsões do que aconteceria no futuro. Muitas dessas profecias já foram cumpridas, comprovando que aqueles homens transmitiam, verdadeiramente, aquilo que Deus desejava que fosse do conhecimento dos homens em uma determinada era. À medida que o tempo corria Deus ia revelando tudo aquilo que seria útil ao homem tomar conhecimento. Cerca de mais de trezentas citações proféticas foram cumpridas na pessoa de Jesus Cristo, o que comprova que, de fato, Ele era o Messias prometido, que nasceria de uma virgem, na cidade de Belém, seria traído, seria crucificado , mas ressuscitou ao terceiro dia e está vivo e entra na vida de todas as pessoas que o aceitarem como seu único salvador.

Todo homem é criatura de Deus, mas todo aquele que aceita Jesus como seu salvador, é lhe dado o poder de ser feito filho de Deus (João 1:12)

Para os que são cristãos esses ensinos transmitidos pela Bíblia, que foram escritos por homens simples, porém inspirados pelo Espírito Santo, são de suma importância pois fornecem-lhes toda a direção de suas vidas.

Tudo que tenho escrito só justifica-se porque serve de uma tosca moldura para partes que divulgam ensinos cristãos exarados da Palavra de Deus. Se tirarmos esses ensinos, que na verdade podem orientar as pessoas para uma análise de suas vidas, propiciando-lhes uma transformação, que é a verdadeira auto ajuda que necessitam, tudo não será mais do que um imenso vazio.

Quando não conhecemos suficientemente a Bíblia e ainda não nos foram revelados os caminhos que Deus preparou para a humanidade, dificulta-nos crermos, ou na realidade nem conhecemos as promessas que ali são nos apresentadas, dando-nos direção em todas as circunstancias de nossa vida. Mesmo quanto ao plano de salvação, e a certeza de vida eterna, que é o tema central da Palavra de Deus, podem parecer simples presunção do homem, desejar enquadrar-se nas especificações capazes de qualificar-nos para que venhamos a merecer o beneplácito de Deus. Porque entendemos a justiça de Deus perante as nossas imperfeições, quando Ele nos examina unicamente pela sua misericórdia.

O plano de Salvação idealizado pelo Pai, foi o pagamento de todas as nossas faltas pela vida de seu filho; quando Jesus morreu na cruz, carregando todos os nossos pecados nós fomos justificados; isso quer dizer que os nossos pecados foram esquecidos por Deus.

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A única coisa que cabe ao homem fazer, será aceitar esse presente recebendo a Jesus em seu coração, cumprindo todos os seus ensinos. E isso inclui, principalmente pregar o evangelho, que são as boas novas da salvação, para que cada pessoa, tomando conhecimento da verdade possa ser perdoado de seus pecados e herdar a salvação e a vida eterna. A esses é prometida, também, que serão arrebatados quando ocorrer a volta de Jesus, livrando-os do período da grande tribulação.

Assim, por este pequeno relato, que é muito superficial, o irmão poderá aquilatar que o que me pede, ou seja, abster-me de mencionar a Bíblia, e até a pessoa de Jesus eqüivale a pedir que eu deixe de ser cristão, ou discípulo de Cristo, o que de maneira nenhuma poderei fazer, pois cabe-me essa obrigação, e a minha vida não teria nenhum sentido se não a cumprisse.

Mas não pense que não o compreendo, sei que o seu "site" realmente abriga pessoas de todas as tendências e de várias correntes de pensamento. O que ocorre é que muitas pessoas seguem determinadas correntes, talvez porque ainda não chegaram ao conhecimento da verdade (Jesus disse: Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará, e também: Pai a tua palavra é a verdade.) e é nossa obrigação difundir aquilo em que acreditamos para que as pessoas possam comparar, embora, como ensina um grande mestre indiano: "Não deveremos andar a estudar religiões comparadas, porque cada religião tem o seu próprio livro sagrado e será nele que cada um encontrará a verdade para a sua vida." Seguindo esse preceito deveremos, nós cristãos, termos a bíblia como nossa única regra de fé e prática e procurarmos fazê-la conhecida daquelas pessoas que ainda não tiveram esse privilégio.

O irmão, lendo tudo que escrevi perceberá que tudo está entremeado por verdades bíblicas que são as únicas partes que de fato construem o conteúdo.

José Wladimir Klein

LIVRO: ISAÍAS [5]8 Ai dos que ajuntam casa a casa, dos que acrescentam campo a campo, até que não haja mais lugar, de modo que habitem sós no meio da terra!9 A meus ouvidos disse o Senhor dos exércitos: Em verdade que muitas casas ficarão desertas, e até casas grandes e lindas sem moradores.

LIVRO: MATEUS [6]19 Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam;20 mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam.21 Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.22 A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz;23 se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas!24 Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.

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25 Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário?26 Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas?27 Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura?28 E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam;29 contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles.30 Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé?31 Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir?32 (Pois a todas estas coisas os gentios procuram.) Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso.33 Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.34 Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.

LIVRO: I TIMÓTEO [6]9 Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e na perdição.10 Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.11 Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão.

São Bernardo do Campo, 28 de Fevereiro de l.999Pr. Ogair

Participei de uma escola dominical onde foi abordado o problema da administração dos bens e o uso do que dele se faz. Isso reforçou a minha convicção de como deveremos ser zelosos nos negócios do Pai.

O Professor abordou aqueles que não confiam nas providências de Deus e enveredam por caminhos tenebrosos, confiando em suas próprias providências esquecendo-se de que se confiarem no Senhor todas as coisas que necessite serão providenciadas no momento exato e na medida da necessidade. Muitos recorrem ao jogo ou à especulação desmentindo a confiança que professam ter nas providências divinas. Assim uns passam a jogar nas mais variadas modalidades hoje existentes ou se põem a especular em ações, telefones, imóveis, automóveis, adquirindo bens dos quais nem tem necessidade! ( Eu mesmo em uma ocasião empreguei uma importância que possuía na poupança – dizia eu, para fugir da inflação - e acabei comprando um “Monza” ,que não precisava, por R$20.000,00 (vinte mil reais) e acabei vendendo-o por R$10.000,00 (dez mil reais) alguns meses depois, como resposta de Deus à minha falta de confiança.

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Muitas coisas como essa praticamos e quando confrontados com a Palavra de Deus tentamos racionalizar as nossas ações, desejando provar a nós mesmo ( porque a Deus não conseguiremos enganar) que o nosso procedimento foi correto em determinadas atitudes, tentando dissimular perante o Pai, como se o pudéssemos enganar. Tudo isso ocorre, entretanto, pelas nossas imperfeições, que o Pai releva pela sua infinita misericórdia; mas essa tolerância que poderá caminhar por um espaço de tempo, não significa que Deus concorde com os nossos desmandos, e mesmo que demande um longo tempo em que Ele espera que consertemos as nossas atitudes, acabará por pesar a Sua mão sobre nós para nos colocar dentro de sua vontade. O apóstolo Pedro é uma testemunha disso, pois embora tivesse arrependido-se sinceramente e até “chorado amargamente” ainda continuou por algum tempo sem estar consciente de como deveria ser um procedimento correto. Pelo que o Apóstolo Paulo diz (Gal.2:11-14) que lhe resistiu na cara porque agia com dissimulação.

Gostaria de deixar mais esses textos para a reflexão do irmão e dizer que , por tudo que tenho escrito, que deverá levar um largo período para que seja assimilado, pensado, ponderado, até que sejam tomadas medidas coerentes, não é prudente que eu continue a participar dessa igreja para que não cause nenhum constrangimento. Tenho para mim, que a minha missão está cumprida e daqui por diante somente o Pai poderá continuar falando aos corações dos irmãos para tomarem as providências cabíveis para que a administração dos bens do Senhor seja feita com maior zelo do que vem sendo feito.

Assim apresento o pedido para que o meu nome seja retirado do rol de membros e que essa aprovação me seja comunicada por escrito para que a apresente quando me filiar a outra igreja, o que deverá demandar algum tempo, pois agora, antes de me filiar estarei apresentando qual a minha posição para que só seja aceito se o sistema administrativo seja realmente democrático, aberto e transparente, e não haja o risco de serem criadas despesas incompatíveis, para que não tenha de contestar os procedimentos.

Atenciosamente

JWKlein

Pr. Ogair Rosa da Silva

Existem coisas que uma vez que nos são concedidas, não mais nos serão retiradas. Uma delas é a salvação que nos é concedida por Nosso Senhor Jesus Cristo; outras são a condição de cidadãos do reino, pertencendo à igreja universal dos salvos e o exercício de ministérios que nos foram outorgados por determinação do Senhor. Assim sendo, mesmo que provisoriamente não venha a pertencer a nenhuma agência, representada por uma igreja

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local, continuarei a manter a posse da salvação e da vida eterna, continuarei a pertencer à igreja universal e estarei investido do “MINISTÉRIO DE CARTAS VIVAS”, o que de certa forma é um privilégio muito grande visto que para isso fomos feitos, para servir ao Senhor.

A criação de ministérios é uma questão muito interessante se a observarmos em todos os seus pormenores. Tomando como exemplo , quantos ministérios têm sido criados na igreja, todos eles revestidos da gloria de servir que por si mesmo basta para o servo de Cristo; um deles, porém, nasceu para gozar de privilégio especial e ser remunerado, transformando a glória de servir em função assalariada. E não pensem que existe de nossa parte algum interesse de que, também algum outro ministério fosse remunerado, pois jamais aceitaríamos pagamento para cumprir uma missão que Deus colocou em nossa vida, dando-nos o talento necessário e a sua presença, através do seu Santo Espírito, para que a exercêssemos. (Mesmo que precise pagar do nosso bolso, para que o ministério seja exercido seremos recompensados!) Mas por que a diferença de tratamento? Será que um ministério de Música tenha maior peso do que um de Palavra? Não estariam ambos louvando ao Senhor através do serviço como uma obrigação religiosa, ou determinadas categorias tem a obrigação de louvar ao Senhor por dever e outras deveriam receber remuneração para demonstrar a sua religiosidade?

Quando da aprovação da remuneração do ministro de música levantei uma oposição que foi rejeitada, sendo, na ocasião aprovado um salário correspondente a três salários mínimos, se não me engano, e imaginei, que com esse pagamento estaria sendo eliminado o meu dízimo que correspondia a aproximadamente essa importância; hoje já foi acrescentada uma porcentagem que nenhum outro trabalhador brasileiro recebeu, onerando o patrimônio da igreja. Será que a isso poder-se-á classificar como nepotismo? A decisão de remunerar esse ministério foi tomada porque a igreja tinha necessidade de um ministro remunerado, ou porque o ocupante era filho do Pastor? Mesmo porque existem muitos músicos trabalhando unicamente pelo louvor, sem remuneração! Se for, a obra de Deus corre o risco de passar a alimentar despesas que irão alargando-se, diminuindo a capacidade do serviço primordial que é a pregação do evangelho e o alcance das almas perdidas. Se não, imaginem que essas importâncias poderiam estar sendo usadas para cobrir despesas de um ponto de pregação que futuramente estaria transformando-se em igreja!

Assim é que deveria caminhar a obra de Deus, alargando a sua capacidade de alcançar às almas perdidas, não somente dizendo vinde e sim indo em busca dos perdidos. Pois Jesus, quando da determinação da grande comissão definiu o “ide” e não o “vinde “

Essas questões confundem-se com a parte administrativa da obra mas tudo deveria ser encaminhado em conjunto com a parte espiritual, pois o próprio Jesus nos transmitiu orientação de que deveremos fazer as contas para entregarmo-nos a uma empreitada. Deixando claro que na obra de Deus deverá haver planejamento, empregando-se os recursos da maneira mais proveitosa possível. Para isso sempre será necessário que as contas da igreja sejam pesadas e abalizadas, atribuindo-se-lhe um controle contábil para que possa alcançar o melhor resultado.

Acho que as lideranças de igrejas deveriam fazer um exame de consciência para aquilatar se são crentes em Jesus Cristo ou das pessoas que exercem ministérios. Jesus é, verdadeiramente, o pastor de nossas almas, os demais ministros, de qualquer envergadura são servos que foram colocados em posição de liderança para servir ao rebanho. E é uma grande honra e glória o sermos escolhidos para servir, tanto com os nossos bens como com

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os nossos talentos, que nos foram doados pelo Senhor, para que exerçamos o ministério. Seria contrário à ética procedermos de maneira diversa.

O que ocorre é que não percebemos que nossas ações caminham para o lado contrário da vontade de Deus. Somos enganados por misturarmos os nossos sentimentos de crente com os que dizem respeito ao familiar. Aí, mesmo pensando agir da melhor maneira estamos desviando-nos dos objetivos da obra de Deus, passando a proteger os nossos entes mais chegados, no lugar de cuidarmos dos interesses da obra do Senhor. Com isso até estaremos prejudicando as pessoas envolvidas, que de outra forma poderiam estar sendo abençoadas pelo Pai, encaminhando-se para suas realizações profissionais, que, estas, deverão estar dissociadas do trabalho que exercemos na igreja. Deus, entretanto, está atento e sempre estará nos falando através da Sua Palavra, para que acordemos de nossa letargia e passemos a perceber que a maneira como estamos agindo não é do Seu agrado. Se ouvirmos essa voz, que é de quem nos ama verdadeiramente, poderemos sentir a sua vontade para a nossa vida; seremos transformados e usados para honra e gloria do Seu Santo Nome.

Será que poderemos contender com Deus? Ou não tirará Ele o nosso ministério segundo a Sua vontade?

Jamais poderemos considerar-nos seguros em qualquer posição, pois a graça de Deus estará nos premiando segundo o nosso procedimento. “Porque, se alguém cuida ser alguma coisa não sendo nada, engana-se a si mesmo”

Ainda recentemente, o ex-presidente do Banco Central, Sr. Gustavo Franco, ao deixar o cargo, alertou sobre providências que deverão ser tomadas para coibir os abusos, incluindo-se entre eles o nepotismo, que sangram a economia do país, e ainda estamos lembrados dos “Marajás” do serviço público que através de recursos iam somando benefícios aos seus proventos criando uma dificuldade intransponível para a administração. Esses procedimentos corruptos são condenados por todos nós! Porém , os abusos ocorridos no seio da igreja são condenados por Deus! Se não, Ele não pesará a Sua mão sobre aqueles que abusarem de suas posições.

03/03/99 13:11:44 José Wladimir Klein

Muitas vezes, Deus coloca sob nossa responsabilidade tarefas espinhosas e ficamos nos questionando, e questionando o próprio Deus, se deveríamos ser nós a desempenha-la!

Quando consultamos, porém, a Palavra de Deus, constatamos que ali existem muitos exemplos de pessoas que Deus usou como instrumentos de sua vontade : Assim aconteceu com Noé; com Abraão, Isaque e Jacó; com Moisés e todos os profetas e com os juizes que durante um período julgaram as causas do povo escolhido. Um exemplo marcante é o de Gideão que por diversas vezes pediu que Deus confirmasse o seu chamado;

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com Moisés também ocorreu uma negativa inicial e por várias vezes tentou fugir ao chamado.

Assim chegamos à conclusão que quando somos chamados à uma tarefa, deveremos nos entregar nas mãos do Pai, por que, “Ele não chama os capacitados e sim capacita os chamados”. Portanto não seremos nós que estaremos agindo e sim o Pai que estará nos usando como um instrumento de sua vontade para exortar, orientar, corrigir rumos, ensinar, para que a missão da igreja seja cumprida. Deus usou e continua usando pessoas para a realização de sua vontade!

E quando ficamos em dúvida sobre a maneira de agir é Ele quem nos orienta através da Sua Palavra ou nos faz chegar ao conhecimento algum texto que nos oriente. Assim veio-me hoje, às mãos um estudo sobre as bem aventuranças que no tópico sobre a mansidão dizia:

“O crente não é um covarde que não reage contra o erro. Pelo contrário, ele luta por tudo o que é justo.”

No entanto, o que está em primeiro lugar na vida do crente não pode ser o seu orgulho pessoal ou suas posses. Por isso, o manso é caracterizado por abrir mão de seus direitos em favor do reino de Deus. Isso serve de bom testemunho diante dos homens. Assim, o crente deve usar de bom senso, colocando diante de Deus suas causas, abrindo mão de seus direitos quando houver benefício para a causa de Deus. Isso é uma decisão pessoal!

No contexto falava da mansidão de Cristo que em determinados momentos fazia o que era preciso, expulsando os faltosos do templo, como no texto de Mateus 21:12,13.

Quando formos chamados para o cumprimento de uma missão, não nos desviemos dela e sim confiemos em Deus que suprirá as nossas deficiências e o que tivermos de fazer será feito; e melhor do que isso , poderemos ver, nem que seja a longo prazo, a vontade de Deus prevalecer!

Ainda nas bem aventuranças Jesus fala dos que sofrem injustiças por amor do seu nome: “Bem aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.

A nossa morada não é aqui e sim temos preparado um lugar especial, aqui, disse Jesus, “tereis aflições, mas tende bom animo, eu venci o mundo. Quando chegarmos ao término de nossa caminhada poderemos olhar para trás e assistirmos que a vontade de Deus trabalhou nos corações e que “todas as coisas contribuíram para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados pelos seus decretos”.

José Wladimir Klein

São Bernardo do Campo, 01 de Abril de l.999

Pr. Ogair Rosa da SilvaPrezado Irmão

Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade?

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E dizendo isto, tornou a ir ter com os judeus, e disse-lhes: Não acho nele crime algum:

Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade. (João 17:17; 18:38)Não foi atoa que Deus, quando inspirou os escritores sagrados determinou que

registrassem os ensinamentos por escrito; somente assim eles puderam chegar até nós para ensinar-nos, admoestar-nos e orientar-nos sobre os caminhos que o Pai espera que trilhemos. O apóstolo Paulo foi o discípulo que mais destacou-se justamente porque as suas cartas puderam ser lidas e guardadas para que pela proteção de Deus chegassem até nós, para orientar-nos sobre a nossa conduta ideal na igreja de Deus.

Em nosso encontro (casual) no supermercado, o Sr. disse-me pretender marcar um dia para que conversássemos no seu gabinete na igreja; ponderando bem cheguei à conclusão que essa conversa poderá levar as palavras para o ar e impedir-nos de podermos analisa-la em profundidade, como deverá ser feita. Em uma das cartas que escrevi salientei a importância da palavra escrita por nos dar a oportunidade de analisa-la detidamente, sem o perigo de desvirtuamento, o que poderá ocorrer em tratando-se de palavras orais, que em instantes diferente poderão ser analisadas diversamente do seu verdadeiro conteúdo. Ao dirigir-me ao irmão o fiz por escrito e dei a oportunidade de tudo que escrevi pudesse ser analisado, ponderado em um exame continuo, podendo propiciar, com o decorrer do tempo (este é infinito para Deus falar aos nossos corações) ,podendo , até, modificar os nossos juízos precipitados, como fizeram aqueles irmãos de Mococa, cegados que estavam em um determinado momento (mas que apropriaram-se de uma visão diferente quando o Espírito Santo os iluminou). Diz um aforismo popular, que o tempo é o senhor da razão e quando analisamos, depois de decorrido um espaço de tempo coisas que condenávamos, chegamos à uma conclusão mais sábia do que quando no calor das emoções.

Acredito que não será demais solicitar ao irmão, que todas as observações que tiver de fazer ao que ”escrevi”, o faça, também, por escrito, dando-me, igualmente, a oportunidade de que analise, pondere, aprenda, em um exame contínuo, tudo que o irmão me disser. Depois, até poderemos nos encontrar para conversarmos, onde for mais conveniente.

Em um livro que estou lendo (Evangelização é Comunicação) descreve “O teorema Stranchan”: “O crescimento de qualquer movimento está em relação direta ao êxito do movimento em mobilizar a totalidade de seus membros numa constante propagação de seus princípios” . Assim como todos os membros, todos os recursos deverão estar voltados para a consumação dos objetivos. Acho que isso nos diz tudo quanto ao nosso dever de utilizarmos apropriadamente o patrimônio do Senhor!

Atenciosamente José Wladimir Klein

São Bernardo do Campo, 02 de Agosto de l.999

Il.mo Sr.

Prezado Irmão

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Há já algum tempo Deus me deu a oportunidade de analisar alguns fatos e escrevi ao Pastor Ogair Rosa da Silva, demonstrando a minha apreensão pelo que vinha acontecendo na igreja, que, salvo melhor juízo, considero não ser da vontade de Deus.

Embora houvesse solicitado que me fosse oferecida resposta por escrito, de minhas observações, passados já mais de seis meses, não recebi nenhuma linha, nem uma palavra, portando-se o destinatário como aquele de uma parábola contada por Jesus: "emudeceu"!

Em razão disso criou-se um constrangimento que impediu-me de continuar participando dos trabalhos da igreja, obrigando-me a solicitar, em uma das cartas, que, por esse motivo, o meu nome fosse retirado do rol de membros.

Embora afastado do convívio dos irmãos, o que me causa uma profunda dor e tristeza, em razão de ama-los de todo o coração, fui obrigado a passar a prestar o culto a Deus em outra comunidade, onde, também, sou amado e amo a todos os irmãos, pois não nos separam denominações, por estarmos todos arrolados na igreja universal dos salvos que é o corpo de Cristo, que está acima das divergências humanas e une-nos todos a Cristo.

Não era minha intenção falar sobre o assunto, deixando que Deus mostrasse aos irmão, como tem feito a mim, tudo aquilo que não é do seu agrado, e que nós, seu servos, temos mais do que a obrigação, o dever, de estar observando, para que o crescimento da obra não venha a sofrer solução de continuidade, deixando de proclamar, como deve ser feito, o evangelho da salvação a todas as pessoas, desviando recursos dessa finalidade para outras que estão completamente fora do contexto de uma igreja comprometida com o Senhor; visto que a nossa obrigação não encerra-se e sim, apenas começa com o pagamento de nossos dízimos; se faz mister que estejamos participando ativamente da fiscalização de como são empregados os recursos, cuidando que haja expansão do trabalho através da criação de pontos de pregação, congregações, que redundarão em outras agências do Reino de Deus, aptas a proclamar a salvação aos que encontram-se perdidos. Isso tudo, sem sobrecarregar demasiadamente aos irmãos, que estão atingidos por uma situação econômica difícil, dada a crise de desemprego que assola o nosso país, e o mundo, obrigando a todos reformularem os perfis de sobrevivência para não soçobrarem no meio da caminhada.

O que me fez pensar em dar conhecimento aos irmãos, dos fatos ocorridos, foi o encontro com alguns irmãos, que confessaram já estarem observando as mesmas questões que foram alvo de minhas observações ao pastor. Pois o mesmo estaria comentando ter recebido carta de um irmão que não estava de acordo que fossem incluídas, nas despesas da igreja, determinados gastos, que lhe sangram a economia, criando dificuldades, que geralmente é compensada com a solicitação extra ( isso, sem dar conhecimento aos irmãos do inteiro teor das cartas recebidas). Ora, se todos os irmãos forem dizimistas (e isso sim deverá ser alvo de campanha permanente) os recursos que Deus colocar na tesouraria da igreja, serão suficientes para todas as suas necessidades. Porem quando criam-se "outras despesas" ( e a falha disso está na não elaboração de uma previsão orçamentária que disciplinaria os gastos) então a igreja terá de recorrer à delapidação dos parcos orçamentos dos irmãos. Acrescendo que isso, desencoraja muitos irmãos, que até poderão afastar-se da igreja e até da comunhão com Deus, pesando esse desastre espiritual sobre as lideranças.

Outra razão foi ter tomado conhecimento que o meu desligamento do rol de membros ainda não foi alvo, já passados vários meses, da apreciação da assembléia da igreja. Isso poderá estar dando a suposição, aos irmãos, que eu simplesmente afastei-me sem um motivo justificado, o que daria a impressão de desconsideração.

Assim sendo, embora não me seja possível enviar uma carta a cada irmão, resolvi enviar aos líderes, para que, pelo menos, alguém saiba o que ocorreu para motivar o meu

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afastamento. A esta estou juntando cópias das cartas que enviei, das quais nunca recebi resposta alguma, para que os irmãos tomem conhecimento e analisem profundamente, o que Deus tem falado aos seus corações a respeito desses assuntos, pois fiquei sozinho, como único vilão, quando, talvez, muitos irmãos estão sendo iluminados para que, também observem o que me foi dado observar.

Sem mais para o momento despeço-me do irmão com a paz e a graça de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.Atenciosamente José Wladimir KleinAv. São João Batista, 384 - Bloco B7 - Apto. 23Rudge Ramos São Bernardo do Campo S P09635-000Tel. (011) 457-9987

São Bernardo do Campo, 14 de Agosto de l.999ÀIgreja Batista Memorial de São Caetano do Sul

São Caetano do Sul, 09 de Agosto de l.999Il.mo. Sr.José Wladimir Klein

Prezado IrmãoSalmo 133:1 " Oh ! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união"Vimos pela presente convidar o irmão para uma reunião especial, convocada para o dia 14 de Agosto de l.999 (Sábado) às 15,00 horas em nosso templo para tratar de assuntos do seu interesse.

Fraternalmente em CristoPr. Ogair Rosa da Silva

Obs. Transcrevo em letras miúdas para não ocupar muito espaço.

Essa foi a carta lacônica que recebi às 10,00 horas de hoje, em mãos, da funcionária do condomínio. A mesma veio registrada para comprovar que recebi ( faltou a lembrança de enviar com "Aviso de Resposta" para que prestasse-se mais apropriadamente como argumento de que tentaram entrar em contato comigo e não conseguiram) mas não seria necessário porque nunca nego o recebimento de carta alguma e muito menos as deixo sem resposta; o que ocorre com outras pessoas, pois depois de escrever cartas, que somam mais de vinte páginas, recebi três linhas, passados já muitos meses, assim mesmo porque levei ao conhecimento de outros irmãos, o conteúdo do que escrevi. Pois aqui vai a confirmação que recebi a carta, podendo se fazer uso para o que necessitar; até me excluir da igreja, o que estaria simplesmente atendendo pedido que já formulei, por não concordar com as despesas que representam mordomias, que sangram a economia da obra de Deus e representa um desrespeito aos irmãos que muitas vezes passam por dificuldades, sem emprego, e que apesar disso primam em serem fieis ao Senhor.

Não compareci porque me facultava essa atitude por tratar-se, como diz a missiva, de assunto de "meu" interesse. Abro mão de meus interesses em favor do interesse da obra de Deus, pois é justamente isso que está em questão.

Não recebi respostas às observações que levantei, representando isso uma desconsideração; mas também isso não é o que importa, o que está a reclamar esclarecimento é se as distorções foram corrigidas, pois isso não é uma resposta que deveria ser dada a mim e sim a Deus. Se foram, e com isso foi aumentada a capacidade de a igreja estar levando o evangelho a mais pessoas, como é o objetivo da obra de Deus, estou

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plenamente satisfeito por pagar o preço de ver-me alijado do convívio dos irmãos. Se tal não ocorreu resta-me levantar mais uma advertência, de que de Deus não pode-se escarnecer, pois a Sua mão pesará sobre os responsáveis, rasgando ministérios, para que tudo conforme-se com à Sua vontade.

Considero-me, já, desligado da igreja, situação que muito me desgosta pelo amor que dedico a todos os irmãos, mas a nossa pátria não é aqui, e um dia estaremos todos reunidos em um lugar preparado por Deus e por Jesus, onde esses problemas de poder, de posses já não serão tão importantes.

Desejo repetir aqui o que já disse em várias cartas: a nossa responsabilidade não termina e apenas se inicia ao entregarmos os nossos dízimos; é necessário que estejamos atentos quanto a útil aplicação dos recursos que pertencem ao Senhor. Quando observei coisas que a meu ver eram irregulares, alertei, em primeiro lugar ao Anjo da Igreja, que absteve-se de responder; em seguida às lideranças da igreja; isento-me portanto de qualquer responsabilidade, que agora está depositada nas mãos de quem tem o dever de zelar pelo patrimônio do Senhor.

Encerro aqui minha participação (mas Deus não encerra a Sua) por considerar que fiz o que deveria ser feito. Espero que os irmãos façam a sua parte discutindo o orçamento da igreja e como ele está sendo conduzido, pois terão a obrigação de estarem prestando contas a Deus.

Quanto ao meu desligamento da igreja creio ser muito simples, já não há mais necessidade de correspondência ou visitas, coisa, aliás, que durante o tempo que passei como membro (três anos aproximadamente) não recebi nenhuma (é verdade que o Pastor veio uma vez em minha casa, a pedido do Diretor de Evangelismo, mas unicamente para elaborar um convite para a apresentação do coral em nosso Conjunto Residencial. Agora, se o assunto for levado à assembléia, considero que deverá revestir-se da ética e da moral recomendadas, no sentido de esclarecerem porque estou sendo desligado; isso não apenas citando cartas ou trechos delas e sim deverão ser colocadas nas mãos de cada irmão, todo o conteúdo, para que possam julgar com precisão o que está ocorrendo no seio da igreja. Sei que o argumento será para encobrir-se tudo para que não haja cisão de pensamentos; isso seria argumento da prepotência, pois se a igreja de Deus é uma democracia, todos os assuntos deverão ser tratados com a maior transparência possível. Mesmo porque, não será essa discussão clara dos negócios do Senhor que causarão cisão na igreja; quando o Pai permite que isso aconteça será por não estar satisfeito com o comportamento de seus servos.

Elevando o meu pensamento a Deus para que derrame de Seu Espírito sobre os irmãos, despeço-me com a Graça e a Paz de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Pois a união, de fato, como diz o versículo que me foi enviado, é muito bom de vivermos. Mas isso deverá ser vivido dentro da vontade do Senhor.

Saudações em CristoJosé Wladimir Klein

O Senhor está assentado perpetuamente;Já preparou o seu tribunal para julgar.

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SOBRE OS LIVROS "Rumores Dormidos" e Rastros de Caramujo"

Abril de 1.999

AoDr. Getulio Cardozo da Silva

Quando abri a porta e me entregaram o pacote, apalpei o volume e li o nome do remetente, nascendo em minha mente a expectativa de coisas deliciosas. Encerrei o expediente do “Cantinho da Esperança” colocando em sua porta o aviso: “FECHADO PARA SONHAR” Liberto de qualquer embaraço cavalguei uma nuvem em figura de gôndola veneziana para viajar o mundo, partindo das Minas Gerais. Manuseando o conteúdo fui encontrando pedaços de corações, feixes de saudade, constituindo, em mistura com as lembranças do passado, a sobremesa mais deliciosa; daquelas que a criança que existe em nós mesmo depois de plenamente satisfeita ainda arrisca a ingerir mais um pedacinho. Atiçado pela gula de conhecimento.

Ventos suaves enfunaram as velas imaginárias para que o poeta empreendesse a viagem dos seus sonhos, rebuscando dentro de si mesmo tudo aquilo que o tempo registrou no convívio amigo e prazeiroso da família, reduto sagrado onde o guerreiro sempre encontra as suas raízes que o incentivam a caminhar para o futuro, ao encontro do seu destino.

Quando lemos uma obra dela passamos a fazer parte porque o amor que habita nos corações sempre estará ligando autores leitores em uma busca de si mesmo, para alcançarem o universo que existe em seus próprios interiores. Ali nos encontramos com o nosso passado, nos unindo pelos acontecimentos semelhantes que interligam vidas, para a realização de algo maior do que as nossas próprias personalidades individuais.

Muitos dos versos já eram meus conhecidos, premiado que fui, no passado, para le-los no original. Lá aprendi que o fazedor de gaiolas sempre deverá construí-las de forma que os passarinhos não fiquem aprisionados e sim tenham a oportunidade de alcançarem a liberdade, que também é a aspiração do ser humano, não fora as injustiças sociais que primam em premiar os corruptos ao mesmo tempo que castiga o homem que trabalha. Aproveitei a receita do Sr. Antônio Cardoso para saborear um chá de casa velha, mas só que não usei o pilão mineiro e sim soquei no próprio coração para reviver a primavera dos idos de l.947, quando aprendi o amor e o sonho naquela casa numero 993 da Rua José Bonifácio, em Mococa. É interessante como os nossos destinos cruzam-se, pois quando o conheci ( no recinto da Câmara Municipal, quando realizava-se um convenção do PT) e sabendo-o morador daquele endereço senti que passávamos pelo mesmo corredor do destino e agora quando o amigo fala-me dos seus devaneios percebo que essa palavra veio-me à mente para batizar um de meus livros. Coincidência ainda maior é um conto que faz parte de um de meus livros (Contos Para Ler a Dois na Cama) cujo desenrolar deu-se em Milagres, cenário, também do seu livro “Louco de Milagres”.

Extraordinárias são as ligações que ocorrem entre os maiores poetas de todos os tempos com a sua obra, e isso faz sentido, em razão de a produção literária ser una em seu conteúdo, cabendo aos poetas dizerem, ainda que as mesmas coisas, de maneiras diferentes impondo a sua personalidade e a sua maneira peculiar a cada criação. É isso que

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percebemos em suas criações, que são irmãs gêmeas dos grandes textos literários ao mesmo tempo que possuem um colorido ímpar que espelha uma personalidade superior que é privilégio dos grandes realizadores, que estarão arrolados na lista de construtores de obras eternas, que nunca desaparecerão mas sim irão enriquecendo-se no decorrer do tempo, na medida que os homens irão enriquecendo os seus intelectos. É missão dos predestinados construírem riquezas que agradem o presente mas estarão perpetuando-se e projetando-se para o futuro, para lá adiante receberem a consagração de gênios.

É muito difícil selecionar trechos para descrever pormenores, visto que toda a obra se confunde em um todo de preciosidades, que, apresentando-se com alto cunho intelectual e criativo, falam, também, muito fundo aos nossos corações; todos somos feitos de emoções e essas fisgadas interiores mexem com a nossa sensibilidade aflorando sentimentos de amor e saudade de tudo aquilo que já fomos e que continua vivo dentro de nós, pois nunca poderemos deixar morrer a criança que existe em nós, para que não nos falte, nunca, a esperança.

Olhamos para o nosso passado, para aqueles momentos que não sabíamos o que seríamos, qual seria o nosso destino, e por maior que seja a nossa vitória, só chegamos até aqui porque alimentados pelas nossas lembranças do passado. É muito positivo olharmos para o futuro, idealizarmos mil coisas, mesmo sabendo que é apenas um sonho e fantasia; é muito bom termos um presente coroado pelo êxito de nossas realizações; porem o passado constitui as nossas raízes, que alimenta a nossa esperança e que produzirá todo o resplendor que desejamos para os nossos descendentes. Uma raiz sólida e bem plantada poderá suster as esperanças de muitas gerações; serão filhos netos, multiplicando-se em muitas gerações que estarão nos sucedendo para que através de cada geração estejam sendo preparados meios de aperfeiçoar-se, não apenas no sentido tecnológico e sim, e principalmente, nos sentimentos de amor, de paz, de perdão, para que a humanidade transforme-se em uma grande família destinada às grandes e tremendas realizações que insere-se nos planos de Deus para as nossas vidas.

Li os seus dois livros em uma sentada, e ao terminar a garimpagem senti-me muito mais enriquecido, muito mais satisfeito da vida, sentindo uma plenitude, mas daquelas que ainda deseja mais, como a criança que possui os olhos maiores que a barriga e depois de tomar todo o sorvete que o seu pequeno organismo poderia acolher, fica desejando, só mais um!

Dessas misturas de chá de casas velhas , conteúdos de gavetas atulhadas de pertences de nossa mãe, caminhos construídos pelos gatos para dar mais charme para as ruas das cidades, preservando locais apropriados para receber os cometas, sementes de girassol para prepararmos a nossa margarina sem a ameaça do colesterol, poderemos construir o nosso futuro e talvez seguirmos os marcantes rastros do caramujo, e , até, transforma-lo em “escargot” para enriquecer o nosso “menu”.

Se “ Na vida de um homem basta um único dia. Ou menos, uma tarde Fundindo o que ele tem dentro Com o infinito, Desfazendo-se da forma inútil Com o por do sol”Hoje vivi esse dia, ao depositar, em um cofre forte, o produto da garimpagem que

Getúlio fez de sua alma, para nos oferecer como um prêmio dessa amizade que tanto

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prezamos. As nossas almas irmãs juntaram-se neste dia, para mais uma vez vivermos o sonho e a fantasia que a vida constrói.

Abril de l.999José Wladimir Klein

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