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    A TERRA QUE HABITAMOS

    Portugal Continental forma um retngulo muito alongado no sentido Norte-Sul (848km de

    comprimento por uns escassos 250km de largura, entre 429' e 3657' de latitude Norte e 611' e

    930' de longitude Oeste). As Regies Autnomas dispem-se em dois grupos em pleno Atlntico:

    o arquiplago dos Aores (2 333km2) formado por nove ilhas situadas, grosso modo, latitude

    de Sines, entre 1 400km e 2 000km a oeste desta costa alentejana; o da Madeira, no seu conjunto

    abrange 793km2, composto por duas ilhas principais Madeira e Porto Santo localizadas a

    pouco mais de 1 000km a sudoeste de Lisboa, latitude do Cabo Branco, na costa africana, da

    qual dista uns 800km, e tambm pelos ilhus das Desertas e pelo grupo das Selvagens,

    localizados mais a sul, pela latitude de Agadir.

    A posio de fachada atlntica da Pennsula Ibrica influencia decisivamente a fisionomia de Portugal Continental

    pelas condies naturais que lhe imprime: a persistncia de um clima mais hmido que no resto do Pas, solos mais

    profundos, possibilidade de existncia de maior variedade de espcies cultivadas, presena de uma estreita faixa

    plana que desde cedo foi aproveitada como eixo de comunicao Norte-Sul por uma populao densa e dispersa e

    que, medida da sua cultura, soube aproveitar estes recursos naturais; mas, tambm, o favorecimento de uma larga

    sada para o mar que, sendo muitas vezes traioeiro, foi um elemento de primordial importncia ao longo da nossa

    Histria.

    Contudo, o cariz atlntico que domina todo o ocidente do pas vai-se esvaindo medida que se caminha para leste: o

    clima torna-se mais seco e menos temperado, os campos tornam-se dourados no incio do vero, quente e seco, a

    populao diminui e agrupa-se: o Portugal quase continental, a norte, e mediterrnico, a sul.

    A posio insular das Regies Autnomas, aliada sua natureza vulcnica, confere aos arquiplagos aspetosespecficos, dos quais, para j, se salientam as acessibilidades e a ocupao do espao.

    Portugal Continental, fachada atlntica da Pennsula Ibrica

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    Curso Profissional de Tcnico Ambiental e Rural 10 F2

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    Unidades m orfoestrutura is

    Portugal faz parte da maior unidade morfoestrutural da Pennsula, o Macio Antigoque, de Espanha, entra

    largamente no nosso pas, onde ocupa todo o Minho e Trs-os-Montes e a maior parte das Beiras e do Alentejo,

    formando um conjunto de troos aplanados. A sua altitude mdia ronda os 800-900m a norte da Serra da Estrela, a

    maior elevao em Portugal (1 990m), no horst que forma a Cordilheira Central e faz a separao entre os troosda MesetaNorte e a do Sul, a qual no ultrapassa os 300-200m, descaindo para sudoeste.

    So cerca de sete dcimos do territrio continental constitudos por um conjunto de rochas pr-cmbricas e

    paleozoicas, com predomnio de xistos, granitos e quartzitos, enrugados ou deslocados por vrios ciclos orognicos,

    de entre os quais os movimentos hercnicos imprimiriam a orientao de conjunto a afloramentos primrios das

    cristas quartzticas, especialmente no Norte, mais fortemente afetado por estes movimentos orognicos.

    Nas suas bordaduras, centro-oeste e sul, encontram-se as Orlas Sedimentares, cujos sedimentos variados,

    sobretudo calcrios e margas, assentam num substrato pouco profundo e sofreram vrias fases sucessivas de

    enrugamentos e eroso. O limite da Meseta com a Orla Sedimentar de Oeste,grosso modo, de Aveiro at Tomar,

    segue a direo Norte-Noroeste da linha de costa, em contacto abrupto, retilneo; a partir da rea de Tomar, e

    sempre para ocidente, o contacto passa a fazer-sede forma muito irregular e recortada, atingindo, a Meseta, de

    dois a trs quintos da largura de Portugal ao longo do Alentejo com as Bacias Cenozicas do Tejo e Sado, grandes

    reas de abatimento, cuja subsidncia foi sendo gradualmente compensada pelo preenchimento com materiais

    detrticos; estes so essencialmente continentais (arenosos, cascalhentos, argilosos, calcrios lacustres, aluvies

    fluviais e fluvio-marinhos...) pouco deslocados e transbordando sobre as rochas do Macio Antigo. A partir de Sines e

    at Orla Sedimentar do sul do Algarve, o Macio Antigo estende-se de novo quase at ao mar, separado deste por

    estreita fmbria de areias; e no Algarve alarga-se de ls a ls, tendo como limite o sop sul da Serra Algarvia, onde

    entra, de novo, em contacto com calcrios e margas mesozoicas.

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    Evo luo geolg ica do Oes te Penin su lar

    As rochas mais antigas de Portugal formam grupos litolgicos muito heterogneos, profundamente transformados

    devido aos sucessivos agentes tectnicos e erosivos que os afetaram; so de idade pr-cmbrica, quer seja designada

    por srie negra, como alguns gneisses, quartzitos e vulcanitos do Nordeste Alentejano, ou complexo xisto-grauvquico

    com grandes extenses de xisto na Beira e no leste do Douro.

    No decurso do Paleozoico ocorreram prolongados e complexos ciclos orognicos, de entre os quais se dever salientara orognese hercnica.

    Ao longo do Mesozoico, inicia-se o ciclo da orogenia alpina, embora os principais impulsos compressivos ocorressem no

    Cenozoico, sendo muito atenuado nesta rea da Pennsula Ibrica (devido ao afastamento do centro de atividade);

    apenas so caractersticos nos relevos da Arrbida, essencialmente pela sua direo Este Nordeste-Oeste Sudoeste

    e pelo intenso dobramento dos seus materiais. ainda no decurso do Mesozoico que se sucedem avanos e recuos do

    nvel marinho, dos quais resultaram vrias fases de transgresso e regresso, originando diferentes tipos de calcrios,

    margas e argilas, materiais das orlas sedimentares.

    Na passagem do Mesozoico para o Cenozoico, d-se uma acentuada atividade magmtica originando os macios de

    Sintra, Sines e Monchique e, um pouco posteriormente, na regio de Lisboa, derrames de lava basltica e episdios de

    fases explosivas. Este final de perodo foi ainda marcado por uma emerso generalizada do territrio, que continuaria a

    ser retocado por agentes vrios, entre os quais os paleoclimticos Quaternrios so de grande importncia pelas

    marcas ainda hoje visveis: praias levantadas e terraos fluviais, vales em U e depsitos grosseiros (raas)... enquanto,

    ainda no Pliocnico se estabeleciam a plataforma litoral e a atual rede hidrogrfica.

    O Miocnico foi caracterizado por vrias incurses marinhas que atingiram bacias litorais, nomeadamente a do Tejo e a

    do Sado, tingindo reas hoje to longe do mar como Vendas Novas e Ferreira do Alentejo. A partir do final deste

    perodo, as tenses tectnicas, resultam do choque entre a placa euro-asitica e a africana, originando o basculamento

    da Pennsula para sudoeste.

    A energia libertada pelas numerosas falhas ativas que atravessam o territrio ou se encontram na sua vizinhana

    podem originar sismos de intensidade varivel, sendo Portugal considerado como rea de risco ssmico moderado,

    embora tenha havido alguns de elevada intensidade.

    Compilao de dados ssmicos, do ano 63 aC a 1989 dC, na margem Oeste da

    Pennsula Ibrica, segundo a teoria de Keilis-Borola

    O mais catastrfico, foi o histrico de 1 de novembro de 1755; o ltimo importante, ocorreu a 28 de fevereiro de 1969,com uma magnitude de 7,2 na escala de Richter, e foi sentido em todo o Continente, em especial na costa atlntica e noocidente do Algarve. Embora o risco ssmico a que a rea continental do pas est sujeita seja moderado, numerososso os abalos de pequena e mdia intensidade.Nos Aores a sismicidade muito elevada, seja de origem tectnica ou vulcnica. Pelo contrrio, na Madeira, situada

    numa rea de baixa intensidade ssmica, estes fenmenos so raros.

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    Carta Geolgica de Portugal Continental

    Uma das caractersticas fsicas do Continente a grande variedade litolgica e as inmeras falhas que a atravessam.

    Esturios do Tejo e Sadosetembro 1998

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    'Ria' de Farosetembro 1998

    O relevo do Continente

    Todo o relevo o resultado, num dado momento geolgico, da eroso sobre as estruturas. A Pennsula Ibrica , noseu conjunto, uma rea de terras altas, fendidas pelas bacias dos rios mais importantes; em Portugal, no Norte

    montanhoso concentram-se 95% das reas de altitude superior a 400m e todos os altos cimos para alm dos 1

    000m, que pela maior parte das vezes se erguem bruscamente apenas a uns escassos 50km da costa atual; no Sul

    predominam as terras baixas e aplanadas onde, acima de 500m, s persistem alguns relevos mais resistentes

    erosoos sinclinais de So Mamede e as cristas de quartzite de Marvo, no Nordeste alentejano, as corneanas de

    vora e o macio eruptivo de Monchique-Fia, no Sudoeste algarvio.

    Carta hipsomtrica