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R$ 1,00 www.jornaldasalagoas.com.br Alagoas, 7 de julho | Ano 1 | Nº 309 | 2020 RENAN FILHO SINALIZA COM A POSSIBILIDADE DO INTERIOR DE AL PASSAR PARA A “FASE LARANJA” DISTANCIAMENTO SOCIAL O governador Renan Filho inaugurou ontem o Hospital de Porto Calvo. A unidade teve a abertura antecipada por conta dos casos do novo coronavírus no interior de Alagoas e já começa a funcionar hoje. Durante a inauguração, que contou com a presença do deputado federal Sérgio Toledo, o chefe do Executivo destacou que, conforme as análises dos boletins epidemiológicos, os números da Covid-19 estão em redução em toda Alagoas. Diante disso, o governador destacou a pos- sibilidade de já se iniciar a fase laranja no interior no próximo decreto. Por enquanto, a nova etapa foi apenas para a capital alagoana e teve início no dia 3 de julho. Renan Filho salientou a necessidade de cooperação por parte da população para manter a redução do número de casos e ir avançando para as próximas fases de reabertura do setor produtivo. Em Maceió, o decreto que marcou o início da fase laranja tem duração de 14 dias, contando da data de sua publicação. Página 5 Em entrevista, governador frisou que os números de óbito estão caindo em todo o Estado e pode haver mu- danças em próximo decreto Prefeitura inicia a demolição de prédios no Pinheiro por conta da área de risco A Prefeitura de Maceió iniciou – ontem – a de- molição dos prédios do bairro do Pinheiro que se encontram com suas estruturas comprometidas devido ao afundamento do solo proveniente da atividade de mineração realizada pela empresa Braskem. A demolição está sendo feita dentro do que era previsto pelo termo de cooperação. O Plano de Demolição Controlada foi construído por profissional de Engenharia Civil com mestrado em estrutura após avaliação dos impactos da demolição na área de instabilidade de solo. Pelo cronograma, as demolições acontecem de forma gradativa. A previsão é que o cronograma se en- cerre no mês de setembro. A área no entorno dos prédios que estão com a estrutura colapsada já está isolada desde o mês de junho devido ao risco de desabamento. O trânsito está parcialmente interditado para a segurança da população que transita na região. Página 4 Pei Fon Governo amplia vetos na lei da obrigatoriedade de máscara Mercado financeiro prevê queda da economia em 6,5% Municípios recebem hoje a recomposição do FPM Página 6 Página 7 Página 5 VISITE NOSSO SITE: WWW.JORNALDASALAGOAS.COM.BR Arquidiocese reúne clero para discutir reabertura das igrejas em Maceió Amanhã, o arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz, deve reunir o clero da capital alagoana para definir o processo de reabertura das igrejas. Pelo decreto estadual de Renan Filho, os templos religiosos e igrejas podem ser reabertos desde o dia 3 de julho, com a condição de só receberem um 30% da capacidade de público. Porém, o Arcebispado re- solveu esperar para discutir a situação com sacerdotes e profissionais da Saúde, con- forme Dom Antônio Muniz. O arcebispo quer ouvir médicos e debater quais medidas sanitárias podem ser adota- das pelos padres para então receber os fiéis. A reunião ocorrerá de forma virtual e, ainda no dia de amanhã, os católicos poderão conhecer qual a posição oficial a ser adotada pela Igreja Católica em Alagoas. Dom Antônio Muniz pediu paciência aos católicos, pois as medidas serão adotadas – segundo ele – na busca pela preserva- ção das vidas e redução dos riscos de contágio. Página 8

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R$ 1,00 www.jornaldasalagoas.com.brAlagoas, 7 de julho | Ano 1 | Nº 309 | 2020

RENAN FILHO SINALIZA COM A POSSIBILIDADE DO INTERIOR DE AL PASSAR PARA A “FASE LARANJA”

DISTANCIAMENTO SOCIAL

O governador Renan Filho inaugurou ontem o Hospital de Porto Calvo. A unidade teve a abertura antecipada por conta dos casos do novo coronavírus no interior de Alagoas e já começa a funcionar hoje. Durante a inauguração, que contou com a presença do deputado federal Sérgio Toledo, o chefe do Executivo destacou que, conforme as análises dos boletins epidemiológicos, os números da Covid-19 estão em redução em toda Alagoas. Diante disso, o governador destacou a pos-

sibilidade de já se iniciar a fase laranja no interior no próximo decreto. Por enquanto, a nova etapa foi apenas para a capital alagoana e teve início no dia 3 de julho. Renan Filho salientou a necessidade de cooperação por parte da população para manter a redução do número de casos e ir avançando para as próximas fases de reabertura do setor produtivo. Em Maceió, o decreto que marcou o início da fase laranja tem duração de 14 dias, contando da data de sua publicação. Página 5

Em entrevista, governador frisou que os números de óbito estão caindo em todo o Estado e pode haver mu-danças em próximo decreto

Prefeitura inicia a demolição de prédios no Pinheiro por conta da área de risco

A Prefeitura de Maceió iniciou – ontem – a de-molição dos prédios do bairro do Pinheiro que se encontram com suas estruturas comprometidas devido ao afundamento do solo proveniente da atividade de mineração realizada pela empresa Braskem. A demolição está sendo feita dentro do que era previsto pelo termo de cooperação. O Plano de Demolição Controlada foi construído por profissional de Engenharia Civil com mestrado em estrutura após avaliação dos impactos da demolição na área de instabilidade de solo. Pelo cronograma, as demolições acontecem de forma gradativa. A previsão é que o cronograma se en-cerre no mês de setembro. A área no entorno dos prédios que estão com a estrutura colapsada já está isolada desde o mês de junho devido ao risco de desabamento. O trânsito está parcialmente interditado para a segurança da população que transita na região. Página 4

Pei Fon

Governo amplia vetos na lei da obrigatoriedade de máscara

Mercado financeiro prevê queda da economia em 6,5%

Municípios recebem hoje a recomposição do FPM

Página 6 Página 7 Página 5

V I S I T E N O S S O S I T E : W W W . J O R N A L D A S A LA G O A S . C O M . B R

Arquidiocese reúne clero para discutir reabertura das igrejas em Maceió

Amanhã, o arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz, deve reunir o clero da capital alagoana para definir o processo de reabertura das igrejas. Pelo decreto estadual de Renan Filho, os templos religiosos e igrejas podem ser reabertos desde o dia 3 de julho, com a condição de só receberem um 30% da capacidade de público. Porém, o Arcebispado re-solveu esperar para discutir a situação com sacerdotes e profissionais da Saúde, con-forme Dom Antônio Muniz. O

arcebispo quer ouvir médicos e debater quais medidas sanitárias podem ser adota-das pelos padres para então receber os fiéis. A reunião ocorrerá de forma virtual e, ainda no dia de amanhã, os católicos poderão conhecer qual a posição oficial a ser adotada pela Igreja Católica em Alagoas. Dom Antônio Muniz pediu paciência aos católicos, pois as medidas serão adotadas – segundo ele – na busca pela preserva-ção das vidas e redução dos riscos de contágio. Página 8

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OPINIÃO

20207 de julho2

Jorge TinocoDiretor-Executivo

Luis VilarEditor-Geral

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Edifício Delmiro Gouveia,

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seus autores.

EXPEDIENTE

Há muito o Jornal das Alagoas, em matérias, editoriais e colunas, destaca a importância do alagoano Aureliano Cândido Tavares Bastos nesse espaço. Ta-vares Bastos foi – no século XIX – um dos mais importantes pensadores, no campo político, do país. Pioneiro no abolicionismo, o autor ocupou um espaço importante no Legislativo nacional, trazendo reflexões sobre o Brasil que abriram a discussão sobre o federalismo, a integração nacional, a educação universal e o foco nas potencia-lidades regionais, entre outras pautas.

Crítico da centralização do poder e defensor de teses do liberalismo clássico, ele pensava um país que respeitasse os aspectos regionais, as tradições e que sou-besse utilizar o seu potencial para alcançar o desenvolvimento econômico e social, daí a defesa da educação universal e do agronegócio (quando essa palavra sequer era utilizada).

Bastos teve uma vida curta, mas de imensa produtividade intelectual. Entre seus escritos, há o destaque para a obra A Província – que foi reeditada pelo parla-mento estadual na época em que o atual conselheiro do Tribunal de Contas de Alagoas, Fernando Toledo, era o presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas – que é uma defesa aberta do federalismo.

As ideias de Bastos foram estudadas por di-versos intelectuais brasileiros. Dentre eles, um de seus críticos: João Camilo de Oliveira Torres. Todavia, até mesmo os críticos reconheciam a grandeza e a influência das ideias do alagoano, que muito contribuíram para o pensamento de Joaquim Nabuco ou para a tese do “estamento burocrático” de Raymundo Faoro, autor de Os Donos do Poder.

Resgatar a memória de Tavares Bastos e suas ideias não é – evidentemente – tentar aplicá-las ao atual contexto do país sem qualquer tipo de reflexão, mas – ao contrário – compreender a essência do que o alagoano coloca para tirar as lições necessárias em tempos em que é urgente a descentralização do país, no momento em

que se deve discutir uma reforma profun-da em nosso pacto federativo, em que se discute a visão oligárquica presente em muitas regiões da nação, incluindo Alagoas. Obviamente, há uma parte do pensamen-to de Bastos que soará datada. Mas, há muito – em sua obra – daquilo que o filóso-fo Ortega y Gasset classificava como o que não se banha no rio do tempo.

Tavares Bastos foi um homem na dianteira

de seu tempo. Envolveu-se – por exemplo

– com a Questão Inglesa, dentre outras de-

fesas apaixonadas das liberdades individu-

ais. Nesse sentido, o parlamento estadual

alagoano – que é alvo de muitas críticas

justíssimas pelo que nossos deputados es-

taduais vivem a fazer – merece os elogios

pela iniciativa. O site da Casa só poderia

– diante da iniciativa – dar mais destaque a

um resgate histórico tão importante.

Ao leitor, aconselhamos que inicie a leitura

– caso ainda não conheça o pensamento

de Bastos – pela biografia (também dispo-

nibilizada no site da ALE) escrita por Paulo

de Castro Silveira. O livro, em que pese ter

uma visão positivista, destaca bem as prin-

cipais etapas da vida do ilustre alagoano e

faz justiça às ideias que encontraremos em

Cartas do Solitário, Males do Presente e Es-

perança do Futuro, A Província e o Vale do

Amazonas. A leitura de Tavares Bastos é

fundamental para compreender significati-

va parte do pensamento político brasileiro

antes das ideias revolucionárias tomarem

conta desse país.

No Legislativo nacional, entediado de ouvir sempre as mesmas falas hipócritas dos colegas, ao demonstrarem uma suposta preocupação com o futuro, ele faz uso da tribuna (posteriormente deixou registrado o pensamento de forma escrita) para – da forma mais educada possível – expor o circo: “Ao despertar hoje, sufocado nova-mente o entusiasmo latente, a consciência impele-nos a indagar por qual motivo, mesmo quando assistimos cenas tão bri-lhantes, não nos é duradoura a impressão que elas produzem. Percebemos, então, a necessidade de analisar os vícios do

presente como o caminho mais direto para descobrir os horizontes do futuro (…) no exame das causas que, segundo se propala, lhe tem rasgado as feridas e gerado os crancos”.

E segue Bastos: “Não há ninguém nesse país que desconheça a profunda aflição de muitos, o desespero de alguns, e o incômodo geral de todos os homens de bem, desde o humilde lavrador até o estadista, desde o eleitor até o deputado, desde o menor funcionário até o ministro da coroa. Estudando-se com imparcia-lidade o meio social em que vivemos, encontram-se tantas vezes a corrupção e o crime sem pudor, a rotina do fanatismo, da imbecilidade e da ignorância, o ceticismo no coração e a desordem nas ideias, que involuntariamente cada qual se interroga acerca do resultado de uma situação tão ameaçadora e tão sombria, e sobre as cau-sas que acumularam essas nuvens negras no horizonte que há pouco ostentava as rosadas cores de uma aurora de aventuras. Ilusão de patriotismo! A origem dos nossos males não está nesses recentes erros de ontem, como de ordinário se diz. Não! Para descobri-los é preciso remontar ao curso de mais de um século, há muitos dias do passado, procurá-los nesse longínquo tempo em que se encerrou a epopeia da Idade Média e começou o drama terrível da história moderna”.

Nesse discurso, o intelectual alagoano se

apoia em diversos autores da humanidade

– como Alexandre Herculano, Camões e

outros para apontar aqueles que falavam

tanto em liberdade, mas eram autoritários

e ignorantes, que sequer conheciam o

próprio passado.

Quando teremos políticos assim no Brasil

novamente? Atualmente, olhamos as

tribunas desse país e é um deserto de

ideias, ausência de coragem e um bando

de covardes que não foram forjados para

o confronto que requer apontar o dedo

na cara dos mentirosos. Coisa que Tavares

Bastos fazia e não teve medo de ser SOLI-

TÁRIO.

E D I T O R I A L

A obra de Tavares Bastos

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7 de julho 32020

OPINIÃO

Uma das minhas maiores influências como produtor de conteúdo é o Luciano Pires e o seu podcast Café Brasil. Podcast é um programa de rádio só que para internet, sendo reducionista, e ele leva a possibilidade de transmitir conteúdo relevante nessa mídia ao estado da arte. Foi uma surpresa muito grande quando percebi que es-crevo neste espaço há mais de um ano e nunca o citei diretamente antes. Eu o comparo, afetiva e artisticamente, a gigantes como Renato Russo ou Cazuza, porém cada um em seu quadrado.

Luciano Pires alcançou um dos postos mais altos que poderíamos imaginar profissional-mente: diretor de uma multinacional! Salário com mais de três zeros a direita e todas as regalias que imaginamos que um alto executivo deva ter acesso, mas ele largou tudo para seguir seu sonho de “despocotizar o Brasil” - bordão que surgiu após ver uma apresentação do Mc Serginho e a Lacraia em um programa de tele-visão. Ele teve a certeza que sua missão era na cultura, de incentivar pessoas a fazerem o que ele chama de “fitness intelectual”.

Confesso que mesmo com todo o processo de autoconhecimento que já experimento há anos, chorar para mim ainda é um desafio. Quando a vontade vem, involuntariamente, tento conter a emoção numa tentativa de inter-

romper esse momento de “fraqueza”. Hoje me permito chorar e confesso que já verti lágrimas várias vezes com seus programas e entrevistas. A última foi revisitando um podcast que fala sobre o grupo Som Imaginário, mais especifi-camente uma homenagem a eternidade de Luís Otávio de Melo Carvalho, mais conhecido como Tavito.

Quero parabenizar a Epimed por acreditar em coisas mais inteligentes do que peças onde o gerente sempre enlouquece, como na série “Heróis da Resistência”, que homenageia nossos profissionais da saúde neste momento. Todos nós estamos lidando com os desafios impostos pelos quase 120 dias de isolamento social e confesso que ultimamente tenho percebido que até meu filho, de menos de dois anos, está com o humor alterado por tanto tempo com contato muito limitado com avós, tias, sem os passeios a parques, praças e praias de Maceió.

Resolvi escutar o podcast enquanto cozinha-va e em determinado momento ouço Elis can-tando que quer uma casa no campo e um filho de cuca legal. Olho para o corredor e vejo meu filho sorrir enquanto brinca com a mãe. Isso me desmonta. Penso em como os meus estão todos bem, saudáveis e, em silêncio, agradeço a Deus por isso.

Uma casa no campo e um filho de cuca legal

ARTIGO | Luís Antônio Santos*EM ALTA

EM BAIXA

O governador Renan Filho mostrou – em recente entrevista –

que vai seguir, para as decisões futuras sobre

a flexibilização das atividades econômicas em Alagoas, a análise epidemiológica que tem por base a matriz de

risco elaborada pelo seu governo. Destacou que a redução do número de óbitos por Covid-19

tem sido uma realidade. Mantendo-se essa tendência, o próximo decreto deve permitir a

fase laranja no interior do Estado e pode haver avanços em relação à capital. Acerta o gover-

nador em se pautar pelo seu próprio governo e não dar ouvidos ao que tenta impor, por meio

da pressão, o Consórcio Nordeste, que che-gou a falar em lockdown em Maceió, mesmo

diante das demissões e falências de empresa. O Executivo tem estabelecido critérios e mostrou quais os eixos de conduzirão os seus posiciona-mentos. É isso que importa, pois a discussão se torna transparente e pode ser questionada pela

sociedade civil organizada.

É impressionante o ran-ço ideológico de setores

da imprensa em relação a pessoas que possuem ideias diferentes da do mainstream. Isso fica

claro na forma como o jornalista Oswaldo Eus-táquio, que é declaradamente conservador. Ele

foi preso, recentemente, por ordem do STF, mas já se encontra livre. No entanto, mesmo Oswal-

do Eustáquio tendo formação na área e sendo reconhecidamente um jornalista, vem sendo

tratado – de forma pejorativa – como “bloguei-ro bolsonarista”. É uma forma de impor rótulos

para tentar descredenciar o indivíduo. Ora, se há discordâncias com as ideias do jornalista,

que se discorde. Mas, a busca de alguns setores ideológicos presentes na imprensa é pela des-

moralização do cidadão. Oswaldo Eustáquio foi preso de forma arbitrária em um inquérito que

apura crimes de pequena monta. É um absurdo. Que ele responda dentro do que preconiza o Es-tado Democrático de Direito e não enfrentando a toda hora uma turba que tenta desqualificá-lo

a todo momento.

* É educador, terapeuta holístico e consultor sistêmico

CENA

URBANA

Já que o decreto municipal

baixado pelo prefeito Rui

Palmeira permitia que os

maceioenses entrassem no

mar, muitos aproveitaram

o final de semana para um

belo banho de mar, numa

das orlas urbanas mais

belas do mundo: a praia

da Jatiúca. Mas é necessá-

rio prudência: houveram

aberturas, mas o corona-

@zuzaslim

suites

vírus continua sendo disse-

minado, ceifando milhares

de vidas e ainda não há

vacina contra ele.

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Serão demolidos os blocos 10, 14, 16 e 17. Eles estão em área já interditada pela

Braskem, por meio do Termo de Cooperação Técnica.A solicitação de demolição está embasada no processo da Prefeitura de Maceió número 1100.112590/2019 que destaca, em parecer da Procuradoria Geral do Município, a respon-sabilidade da Administração Pública Municipal em sanar o problema, uma vez que os prédios “estão em área de risco elevado, seus elementos estru-turais passaram do limite de deformação, encontrando-se colapsados e sem suas funções, com grandes riscos de tomba-mento iminente, principalmente no que diz respeito às condições encontradas no solo por sua zona de fraturamento”.

A demolição será realizada por meio do Termo de Coope-ração Técnica 3, firmado entre a Braskem e a Prefeitura de Maceió – que estabelece a mútua coope-ração em busca de soluções para os problemas enfrentados nos bairros afetados pela instabili-dade de solo provocada pela ativi-dade de mineração – segundo relatório do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). O serviço será executado por empresa de enge-nharia contratada pela Braskem,

mediante solicitação expressa da Defesa Civil Municipal.

O Plano de Demolição Controlada foi construído por profissional de Engenharia Civil com mestrado em estrutura após avaliação dos impactos da demo-lição na área de instabilidade de solo. Pelo cronograma, as demoli-ções acontecem de forma grada-tiva. Iniciou ontem pelo bloco 14, amanhã com a demolição do bloco 16, seguindo no dia 13 com a demolição do bloco 17 e no dia 15 com a demolição do bloco 10. A previsão de conclusão do cronograma, com a limpeza da área e retirada do isolamento, é o dia 7 de setembro.

A área no entorno dos prédios que estão com a estru-tura colapsada já está isolada

desde o mês de junho devido ao risco de desabamento. O trânsito está parcialmente interditado para segurança da população que transita na região. Com o isolamento, parte da Alameda Dr. Claudenor de Albuquerque Sampaio e da Rua Professor Mário Marroquim ficarão fecha-das provisoriamente, além da manutenção do isolamento da Rua Manoel Menezes, no trecho que vai da Rua Professor Mário Marroquim até a Travessa São Benedito.

Os proprietários dos aparta-mentos afetados e que recebe-ram Ajuda Humanitária foram comunicados da demolição e estão recebendo da Defesa Civil Municipal uma Declaração de Inabitabilidade, que traz infor-

mações oficiais sobre a demo-lição. Aqueles que ainda não tiveram acesso ao documento podem obter mais informações pelo número 199.

A demolição também foi comunicada às partes do Termo de Acordo Para Apoio na Deso-cupação das Áreas de Risco, celebrado entre Ministério Público Federal (MPF), Ministé-rio Público Estadual (MPE/AL), Defensoria Pública da União (DPU), Defensoria Pública Esta-dual (DPE) e a Braskem – homo-logado nos autos dos processos n° 0803836-61.2019.4.05.8000 e n° 0806577-74.2019.4.05.8000, para que seja dada celeridade no atendimento destas famílias no Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação.

De acordo com a Braskem, todos os moradores ou proprie-tários dos 96 apartamentos localizados nos quatro blocos que serão demolidos foram identificados pela equipe de técnicos sociais da empresa e se encontram em atendimento no Programa de Compensação Financeira. Até a sexta-feira passada, 101 (entre inquilinos e proprietários) estão em aten-dimento, sendo 91 deles com reuniões de ingresso já realiza-das, sete com propostas apresen-tadas e três delas aceita.

MACEIÓ

Prefeitura inicia demolição de prédios atingidos por afundamento de solo

No dia de ontem, a Prefeitura de Maceió

iniciou a demolição dos prédios atingidos pelo afundamento de

solo ocorrido no bairro do Pinheiro devido às

atividades de mineração na região.

Segundo o Executivo municipais, quatro blocos do Conjunto

Habitacional Jardim Acácia começaram a ser

demolidos. A medida foi adotada

pela Prefeitura da capital alagoana por conta da evolução do

processo de subsidência na região e o aumento

do risco de tombamento das estruturas, o que

foi constatado por meio de laudo de inspeção

predial realizado por uma empresa

especializada. O poder público destacou o risco

à população.

20207 de julho4

CASO PINHEIRO | De acordo com o poder público,a medida foi adotada por conta do risco de desabamento

Redação

O descarte irregular de resíduos pode provocar o entupimento de gale-

rias, alagamento de vias públicas, além da proliferação de roedores e insetos transmissores de doen-ças. Apesar de existirem locais específicos para o descarte, a ação irregular é recorrente por parte de população, e acarreta na formação de pontos crônicos de resíduos.

A Prefeitura de Maceió, por meio da Superintendência

Municipal de Desenvolvimento Sustentável (Sudes), realiza diariamente a limpeza nestes pontos, de forma manual e mecanizada, com o auxílio de pá carregadeira e caçambas. Mais de 20 mil toneladas de resíduos são recolhidos mensalmente só nos pontos crônicos na capital.

Titular da Sudes, Gustavo Acioli Torres explica que o maior desafio para acabar com os pontos crônicos é a falta de colaboração da população.

“Além da coleta domiciliar, as equipes realizam o trabalho diário de limpeza nesses pontos. No entanto, a população volta a descartar irregularmente os resíduos no mesmo local, gerando toneladas em menos de 24 horas. A limpeza urbana é um compromisso do poder público, no entanto deve haver a colaboração do cidadão. É uma responsabilidade de todos”, afirma Torres.

Na parte alta da capital, a

limpeza destes pontos crônicos é realizada três vezes por semana, e só nesta semana foram recolhi-dos cerca de duas mil toneladas de resíduos provenientes de descarte irregular. Os materiais encontrados vão de resíduos domiciliares a entulhos. No entanto, na região existem três Ecopontos, que são os locais corretos para destinação de resí-duos especiais, como resto de construção civil (até um metro cúbico por gerador), volumosos,

poda de árvores e inservíveis.De acordo com o Código

Municipal de Limpeza Urbana, o descarte irregular é passível de multas que variam de R$ 120 a R$ 30 mil, de acordo com a gravidade. Para denúncias de descarte irregular e solicitações de limpeza, o cidadão deve ligar diretamente nos canais da Central de Monitoramento da Sudes, que atende pelo 0800 082 2600 e pelo WhatsApp 988024834.

Superintendência recolhe mais de 20 mil toneladas de resíduos por mês

Técnico da prefeitura inspeciona um dos prédios que serão demolidos

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A decisão de Renan Filho – conforme ele mesmo – levou em considera-

ção a matriz de risco elaborada pelo próprio governo esta-dual. A matriz de risco avalia os números da pandemia em Alagoas, como a taxa de ocupa-ção hospitalar, a curva de contágio e o número de óbitos. Ele destacou que nas últimas semanas, a capital apresentou uma redução na quantidade de mortes e que, conforme os dados da análise epidemioló-gica, esse número está caindo também no interior.

Pela fala do emedebista, há a expectativa de que o próximo decreto flexibilize as atividades do setor produtivo no interior do Estado. Ao lado do deputado federal Sérgio Toledo (PL), Renan Filho não comentou se haverá um outro avanço na capital, permitindo ainda mais aberturas, que seriam possíveis na “fase amarela”.

“Abrimos Maceió porque o número de mortes caiu e os leitos estão sendo bem admi-nistrados”, colocou o chefe do Executivo. “O interior do Estado está muito mais perto

de abrir do que no início da pandemia”, frisou ainda.

Segundo o governador, o último boletim epidemio-lógico apontou 100 mortes quando somados os números de todo o Estado. “Isso signi-fica dizer que está tendo uma queda. Está melhorando? Sim. Mas não sabemos o que pode acontecer amanhã”, salientou. Renan Filho voltou a expor que caso haja um retrocesso na quantidade de óbitos, também haverá um retorno à fase vermelha nos próximos decre-tos. Diante disso, ele destacou a importância da colaboração da população, usando máscaras e adotando medidas de higiene, além do distanciamento social

controlado. É preciso ainda – na visão do governador – que todos os estabelecimentos autorizados adotem o rígido protocolo sanitário elaborado pela administração estadual.

O governador lembrou ainda que, em relação ao próximo decreto, vai conver-sar sobre a possível reabertura de atividades consideradas não essenciais com outros órgãos, como o Ministério Público Estadual, a Assembleia Legis-lativa, e com os representantes do setor produtivo.

HOSPITALA entrevista que o governa-

dor concedeu no dia de ontem ocorreu no município de Porto

Calvo. Renan Filho inaugurou mais um hospital na região com capacidade para 123 leitos. De acordo com o chefe do Execu-tivo, a unidade vai gerar mais de 500 empregos. A inaugura-ção da unidade hospitalar foi antecipada devido à pande-mia. Inicialmente, ela atenderá apenas pacientes com suspeita ou que testaram positivo para o novo coronavírus.

Construído em uma área de 11.320 m², o novo hospi-tal recebeu investimentos de R$ 30,7 milhões do Tesouro Estadual. Conforme o projeto da Superintendência de Aten-ção à Saúde (SUAS), a unidade contemplará cerca de 166 mil habitantes. Com isso, além de Porto Calvo, serão beneficia-dos os moradores de São Luís do Quitunde, Jacuípe, Jundiá, Matriz do Camaragibe, Passo do Camaragibe, São Miguel dos Milagres, Japaratinga, Porto de Pedras e Maragogi.

O Hospital Regional do Norte vai funcionar como centro especializado para tratamento de Covid-19. Inicialmente, serão disponibi-lizados 60 leitos, 50 de enfer-maria (clínicos) e 10 de UTI (Unidade de Terapia Inten-siva).

7 de julho 52020

ALAGOAS

Renan Filho e Sérgio Toledo na inauguração da unidade em Porto

Calvo que vai atender a região Norte

Renan Filho revela que o interior de Alagoas está próximo da ‘fase laranja’

REABERTURA | Governador destacou que análise epidemiológica aponta redução de mortes por Covid-19

Em entrevista coletiva, concedida

no dia de ontem, o governador de

Alagoas, Renan Filho (MDB), ressaltou que

o interior do Estado está mais próximo da

fase laranja, que é o primeiro passo para a reabertura gradativa da economia. O novo

decreto de Renan Filho autorizou a

fase laranja apenas na capital alagoana.

Desde o dia 3 de julho, que as lojas de rua de até 400 metros quadrados

puderam abrir as suas portas. Além desses

estabelecimentos, foi autorizado ainda

abertura de salões de beleza, barbearias e

templos religiosos, desde que com a

ocupação de 30% de sua capacidade de

vagas.

Redação

As prefeituras recebem hoje, a recomposição do Fundo de Participação

dos Municípios (FPM) referente ao mês de junho. Levantamento feito pela Confederação Nacio-nal de Municípios (CNM) com base em dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) estima que o montante partilhado será de R$ 1,6 bilhão. Esse valor não incide o desconto do Fundo de Manutenção e Desenvolvi-mento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da

Educação (Fundeb).Em junho de 2019 foi repas-

sado aos municípios, em valores brutos do Fundo, o montante de R$ 7, 9 bilhões. No mesmo período deste ano, a transfe-rência chegou a R$ 6, 2 bilhões. Segundo a STN, ao comparar o acumulado de junho de 2020 em relação ao mesmo mês do ano passado, houve queda de 20,94% nas transferências. A CNM informa que do total de entes apenas dez municípios não irão receber esse auxílio

porque não tiveram defasagem nos valores transferidos do FPM de junho em relação ao mesmo período de 2019.

Por se tratar de transferên-cia não ordinária de recursos da União aos municípios por meio de medida provisória, esses valores não compõem as recei-tas pré-definidas pelo artigo 29A da Constituição Federal para partilhar com o legislativo municipal, ou seja, também não fazem parte da base de cálculo de repasse às câmaras munici-

pais a título de duodécimo.

GARANTIAA CNM destaca que a Medida

Provisória (MP) 938/2020 estabeleceu a complementa-ção do FPM como forma de apoio financeiro. Sendo assim, é garantido às prefeituras os mesmos recursos repassados no mesmo período do ano passado como forma de mitigar os efei-tos negativos na arrecadação devido à pandemia. As parcelas são transferidas aos Entes muni-

cipais e estaduais até o 15º dia útil do mês posterior ao mês de variação. O período de recom-posição compreende de março a junho de 2020.

Conquista do movimento municipalista, a recomposição de junho é a quarta complemen-tação do Fundo. Os repasses estão sendo creditados entre os meses de março e junho do exercício de 2020, tomando por base a variação nominal nega-tiva em relação ao mesmo perí-odo de 2019.

Municípios recebem hoje recomposição do FPM referente ao mês de junho

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Independentemente da lei federal, atualmente diver-sas cidades já têm adotado

e regulado o uso obrigató-rio de máscaras, em leis de alcance local.

Na nova lei aprovada pelo Congresso Nacional, o presi-dente Jair Bolsonaro (sem partido) já havia vetado o Artigo 3º-B e alguns de seus parágrafos, que obrigava os estabelecimentos, em funcio-namento durante a pande-mia de covid-19, a fornecer gratuitamente a seus funcio-nários e colaboradores máscaras de proteção indivi-dual. Com o veto de hoje, ao Parágrafo 5º desse artigo, ele desobriga entidades e estabe-lecimentos de afixar cartazes informativos sobre a forma de uso correto de máscaras e o número máximo de pessoas permitidas ao mesmo tempo dentro do local.

E m m e n s a g e m a o Congresso, que ainda vai analisar os vetos, o governo justifica que, com o veto ao Artigo 3º-B, impõe-se também o veto ao seu pará-grafo. Assim, todos os pará-

grafos do artigo estão agora vetados.

Além disso, segundo a publicação, o fornecimento de proteção individual já vem sendo regulamentado por normas do trabalho, que abordam a especificidade da máscara e a necessidade de cada setor ou atividade, como a Portaria Conjunta nº 20/2020, que traz orienta-ções gerais para os ambien-tes de trabalho, e a Portaria Conjunta nº 19/2020, que trata especificamente da prevenção na indústria de

abate e processamento de carnes. Ambas as portarias são do Ministério da Econo-mia e da Secretara Especial de Previdência e Trabalho.

OUTROS VETOSOutro dispositivo vetado

hoje, o Artigo 3º-F, previa o uso de máscaras de prote-ção individual nos estabe-lecimentos prisionais e nos estabelecimentos de cumpri-mento de medidas socioe-ducativas. De acordo com o governo federal, caberá aos estados e municípios a elabo-

ração de normas de preven-ção que sejam suplementares e que atendam às peculiarida-des de cada setor.

Com a republicação dos artigos, agora são 19 disposi-tivo vetados, no total.

Além de espaços públi-cos e privados acessíveis ao público, a obrigatoriedade do uso da proteção facial abrange vias públicas e trans-portes públicos coletivos, como ônibus e metrô, bem como táxis e carros de apli-cativos, ônibus, aeronaves ou embarcações de uso coletivo fretados.

A obrigação, entretanto, não se aplica a órgãos e entidades públicos e esta-belecimentos comerciais e industriais, templos reli-giosos, estabelecimentos de ensino e demais locais fecha-dos em que haja reunião de pessoas. Esses dispositivos também foram vetados pelo presidente Jair Bolsonaro, que argumentou que eles criariam despesas obrigató-rias ao Poder Público e pode-riam ferir a inviolabilidade do domicílio privado.

BRASIL/MUNDO

20207 de julho6

Governo federal amplia vetos na lei que torna obrigatório o uso das máscaras

PANDEMIA | Artigos da lei , sancionada na sexta-feira passada, foram republicados no Diário Oficial de ontem

O governo republi-cou ontem, no Diário Oficial da União, dois

artigos da lei san-cionada na última

sexta-feira que torna obrigatório o uso de

máscaras de proteção individual em espa-

ços públicos e priva-dos, mas acessíveis ao público, durante

a pandemia de co-vid-19. Com o ato,

foram ampliados os vetos à medida.

Andreia Verdélio

Agência Brasil

Pesquisa mostra potencial para a expansão do home office

Pesquisa da Faculdade de Economia e Adminis-tração da Universidade

de São Paulo (FEA-USP) em parceria com a Fundação Insti-tuto de Administração (FIA) mostra que há um grande potencial de expansão do traba-lho em home office no Brasil, pós pandemia da covid-19, em cargos de nível superior, gesto-res e professores. O estudo ouviu 1.566 profissionais em home office.

Segundo a pesquisa, os

trabalhadores ouvidos repor-taram altos níveis de satisfação com seu trabalho em casa e uma percepção de que seu desem-penho foi impactado positiva-mente com a modalidade do teletrabalho: 70% disseram que gostariam de continuar traba-lhando em home office depois da pandemia; 19%, que não gostariam; e 11%, que são indi-ferentes.

De acordo com um dos coor-denadores do estudo, professor da USP André Luiz Fischer, o isolamento, e o consequente trabalho em home office, desencadeados pela pandemia

da covid-19, serviram para destravar a migração do traba-lho no escritório para a casa.

“Foram quebradas várias barreiras cognitivas que difi-cultavam essa migração. Além disso, o isolamento provocou um aprendizado forçado e imediato de ferramentas que antes apenas conhecíamos como facilitadoras de conver-sas e encontros virtuais sociais. Tornaram-se instrumentos de trabalho e deram certo”, desta-cou.

A pesquisa mostra ainda que, dos entrevistados, 94% consideram-se comprome-

tidos com a empresa em que trabalham, indicando que a prática do home office não interferiu nessa avaliação. Para 71%, o trabalho em casa é percebido como uma possi-bilidade de aumentar a produ-tividade, precisão e qualidade; e 76% disseram concordar que o trabalho em home office é compatível com a convivência familiar.

“As empresas se perguntam por que bancar aluguéis caros, e as pessoas, pelo menos em São Paulo, por que passar mais de 60 minutos, em média, no trajeto até o escritório. Vale

deixar claro que essas consta-tações se aplicam a trabalhado-res mais qualificados e de boa renda mensal. Tanto no que se refere ao maior potencial para o trabalho em domicílio, como na maior motivação para aderir a essa proposta”, disse Fisher.

Segundo a pesquisa, os entrevistados têm, em média, 40 anos de idade, e oito anos na empresa atual, alta qualificação e ocupam posições de chefia. Os salários das pessoas ouvi-das giram em torno de R$ 9,4 mil. As entrevistas foram feitas entre os dias 27 de maio e 3 de junho.

Bruno Bocchini

Agência Brasil

Com a republicação, agora são 19 dispositivos vetados, no total

Rovena Rosa/Agência Brasil

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Os passivos da União cres-ceram mais do que os ativos no ano passado. O

ativo da União – a soma do que o país possui em caixa, créditos a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível, entre outros itens – aumentou 6,2% entre 2018 e 2019, passando de R$ 5,268 trilhões para R$ 5,597 trilhões.

Já o passivo da União, ou seja, o conjunto de obrigações, empréstimos e financiamentos a pagar e provisões, passou de R$ 7,684 trilhões para R$ 8,579 trilhões, aumento de 11,6% entre 2018 e 2019. Com isso, o patri-mônio líquido negativo da União – ou o quanto o passivo supe-rou o ativo – cresceu 23,4% em termos nominais, encerrando 2019 em R$ 2,982 trilhões.

Em 2019, os fluxos de caixa líquidos das atividades de finan-ciamento apresentaram um superávit de R$ 268,9 bilhões. Isso significa que a União captou mais novos financiamentos do que amortizou os antigos, aumentando sua dívida. O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) antecipou a liquidação de R$ 100 bilhões em empréstimos, e o país desinvestiu mais do que investiu no ano passado.

A dívida ativa e os créditos tributários reconhecidos no balanço patrimonial somaram R$ 640 bilhões no ano passado, o que corresponde a 15% do esto-que total de R$ 4,253 trilhões administrado pelo Ministério da Economia. Do total do estoque de empréstimos e financiamen-

tos concedidos pela União em 2019, 41,92% foram referentes aos haveres financeiros junto a estados, Distrito Federal e municípios, o que significou um montante bruto aproximado de R$ 624,4 bilhões.

Segundo o Tesouro, o passivo, por sua vez, sentiu o impacto de um aperfeiçoamento contábil ocorrido em 2019, que provocou um salto das provisões para perdas judiciais e adminis-trativas de R$ 169,9 bilhões em 2018 para R$ 681,2 bilhões no ano passado. Outro destaque foi o acréscimo total de R$ 589,4 bilhões em provisões de longo prazo relativas ao sistema de proteção social dos militares.

A Receita Corrente Líquida da União vem crescendo ao longo dos anos, em termos

nominais, e atingiu R$ 906 bilhões em 2019, ou 12,5% do Produto Interno Bruto (PIB), maior percentual desde 2012. O PIB é a soma de todas as riquezas produzidas pelo país.

A despesa total com pessoal, por outro lado, ainda que tenha crescido em termos nominais em 2019, caiu para 31,6% do PIB, ficando bem abaixo do limite de 50%.

O relatório também traz dados dos gastos com Seguri-dade Social, Saúde e Educação. No capítulo dedicado à Previdên-cia Social, destaca-se o resultado deficitário de R$ 213 bilhões do Regime Geral da Previdência Social (RGPS) no ano passado, ou 2,94% do PIB.

Desde 2011, quando estava em 0,84% do PIB, esse percen-

tual vem aumentando continua-mente, e a projeção é que atinja 7,65% do PIB em 2060, mesmo após a aprovação da reforma da Previdência, informou o Tesouro.

Já para o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), a provisão previdenciária dimi-nuiu em R$ 157 bilhões em 2019 em relação a 2018, indo para R$ 1,064 trilhão, principal-mente pela diminuição no valor das aposentadorias, pensões e outros benefícios a conceder e pelo aumento das contribuições do ente e dos servidores.

Enquanto no RGPS o déficit foi de R$ 6,9 mil por beneficiário no ano passado, no RPPS ficou em R$ 71,6 mil, e no sistema de proteção social dos militares, em R$ 121,2 mil.

Para o próximo ano, a expectativa é de cres-cimento de 3,50%, a

mesma previsão há seis sema-nas consecutivas. Em 2022 e 2023, o mercado financeiro continua a projetar expansão de 2,50% do PIB.

INFLAÇÃOAs instituições financeiras

consultadas pelo BC mantive-ram a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consu-midor Amplo (IPCA) em 1,63%, neste ano.

Para 2021, a estimativa de inflação permanece em 3%. A previsão para 2022 também não teve alteração: 3,50%. Para 2023, a estimativa passou de 3,50% para 3,42%.

A projeção para 2020 está abaixo do piso da meta de inflação que deve ser perse-guida pelo BC. A meta, defi-nida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4% em 2020, com intervalo de tolerância

de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,5% e o supe-rior, 5,5%.

Para 2021, a meta é 3,75%, para 2022, 3,50%, e para 2023, 3,25% também com intervalo de 1,5 ponto percentual em cada ano.

SELICPara alcançar a meta de

inflação, o Banco Central usa

como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 2,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Para o mercado financeiro, a expectativa é que a Selic encerre 2020 em 2% ao ano. Para o fim de 2021, a expecta-tiva é que a taxa básica chegue a 3% ao ano. Para o fim de 2022, a previsão é 5% ao ano e para o final de 2023, 6% ao ano.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimu-lando a atividade econômica. Entretanto, os bancos conside-ram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despe-sas administrativas.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o obje-tivo é conter a demanda aque-cida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

DÓLARA previsão para a cotação

do dólar permanece em R$ 5,20, ao final deste ano. Para o fim de 2021, a expectativa é que a moeda americana fique em R$ 5,05, contra previsão de R$ 5 da semana passada.

7 de julho 72020

ECONOMIA

Mercado financeiro prevê queda daeconomia brasileira em 6,5% este ano

CENÁRIO | A informação do PIB foi divulgada ontem pelo Banco Central com base no boletim Focus

A previsão do mercado financeiro

para a queda da economia brasileira

este ano foi ajustada de 6,54% para

6,50%. A estimativa de recuo do Produto

Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços

produzidos no país – está no boletim

Focus, publicação divulgada todas as

semanas pelo Banco Central (BC), com

a projeção para os principais indicadores

econômicos.

Kelly OliveiraAgência Brasil

Taxa Selic está estabelecida pelo Copom atualmente em 2,25% ao ano

Passivos da União superam ativos em US$ 2,9 trilhões, diz Tesouro

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O decreto também permi-tiu a abertura de lojas de rua de até 400 metros

quadrados, além de salões de beleza e barbearias.

A Arquidiocese de Maceió ainda não bateu o martelo em relação ao assunto. Amanhã, o arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz se reunirá com o clero para discutir a situação. Segundo o arcebispo, qual-quer decisão será tomada com a preocupação de preservar a vida de todos.

Por essa razão, Dom Antô-nio Muniz decidiu reunir o Conselho Presbiteral, o clero da Arquidiocese a autorida-des sanitárias para discutir o processo de reabertura das Igrejas. A reunião será por videoconferência. A ideia – conforme a Arquidiocese – e definir um protocolo sanitário,

além de outras medidas que possibilitem o retorno às missas presenciais.

A maioria das paróquias em Alagoas está realizando cele-brações online. “Vamos ver, em conjunto, como iremos enfren-tar essa pandemia e, ao mesmo tempo, ir flexibilizando as igre-jas para que possamos reco-meçar, em um futuro próximo

a nossa missão”, frisou Dom Antônio Muniz.

Para Dom Antônio, é preciso ouvir os profissionais de Saúde para que se possa orientar os padres quanto aos devidos procedimentos e saber “se já está na hora ou se deve-mos esperar um pouco; enfim, como devemos agir”. O arce-bispo ainda demonstrou uma

preocupação com crianças, idosos e pessoas que estão em grupo de risco.

Dom Antônio Muniz solici-tou – em recente declaração ao público católico – que os fiéis mantivessem a paciência e que, em breve, divulgaria as novas determinações eclesiais. Por enquanto, as igrejas permane-cem fechadas.

GERAL

20207 de julho8

Arcebispado define amanhã retorno das Igrejas Católicas em Maceió

RELIGIÃO | Dom Antônio Muniz se reunirá com clero para a tomada de decisão

Diante da medida governamental – por

meio de decreto – que autorizou o

início da fase laranja em Maceió, desde o dia 3 de julho, o Arcebispado deve

definir, até amanhã, como funcionarão as

paróquias da Igreja Católica na capital

alagoana. O novo decreto autoriza que os templos religiosos

e igrejas possam reabrir suas portas

desde que obedeçam a seguinte regra:

permitir a entrada de apenas 30% da

ocupação total.

Redação

Catedral Metropolitana de

Maceió, no Centro, é a principal

igreja católica da capital

Associação de advogados cobra retorno das atividades no sistema prisional

Advogados criminalistas de Alagoas cobram o retorno das atividades

no sistema prisional após quatro meses sem ter contato com clientes presos. Desde portaria publicada pela Vara de Execu-ções Penais, em 19 de março de 2020, detentos ficaram proíbi-dos de receber visitas, de familia-res e advogados, e de receberem alimentos que não sejam do sistema prisional.

Para o procurador-geral adjunto da Associação Nacio-nal da Advocacia Criminal (Anacrim), Manoel Passos, a situação está ficando insusten-tável porque a proibição de os advogados verem seus clientes está gerando dificuldades em andamentos de processos e aumentando a cobrança de fami-liares que não estão recebendo

notícias de parentes reclusos. “A gente compreende que

em tempos de pandemia todas as medidas de segurança possíveis precisam ser tomadas para que se evite a propagação do coro-navírus, mas mesmo de forma remota o poder judiciário está funcionando, porém, o procedi-mento essencial na plenitude de defesa prevista em constituição, o contato do advogado com o seu cliente, está paralisado desde março”, expõe Manoel Passos.

Ele afirma que familiares dos detentos estão angustiados em busca de informações sobre os parentes reclusos e as informa-ções não chegam desde o início da pandemia. “Entendemos o fato de se proibir visitas íntimas ou de familiares, porque o risco de contágio é enorme, mas não é compreensível a proibição se

estender ao advogado porque, em dias comuns já não temos contato físico com o detento. A sala de conversa é no início da unidade prisional. Existe uma parede de vidro que nos separa. Acrescente a isso, o uso de máscaras, álcool gel e o distan-ciamento adequado”, esclarece o procurador-geral.

Ele enfatiza ainda que outros estados brasileiros permitem o acesso do advogado ao sistema prisional mesmo na pandemia. “No Ceará, por exemplo, está liberada a presença do advogado com horário de atendimento e tempo de permanência redu-zidos. Por isso, a Anacrim em Alagoas vai tomar todas as provi-dências cabíveis para garantir que o advogado fale com seu cliente”, acrescenta.

“É necessário o atendimento

presencial dos advogados para que seja assegurado o sigilo da entrevista como prevê a legisla-ção. Os presos precisam de assis-tência jurídica, principalmente depois de quase 120 dias de total isolamento. O acesso dos advo-gados às unidades prisionais não trarão riscos, seguindo todo protocolo sanitário” explicou o Presidente da Anacrim-AL, Andrés Felipe.

A Secretaria de Ressociali-zação e Inclusão Social (Seris) renovou a portaria no dia 1º, em consonância com decreto estadual de 22 de junho que manteve o isolamento social. Desta forma, a Seris continuou com portaria mantendo a proi-bição do acesso do advogado ao preso, o que vai de encontro ao posicionamento destes profis-sionais. “Precisei ir até o Sistema

Prisional, mas fui informado que estava vedada a entrada de advo-gados no Sistema Prisional. Essa vedação é muito prejudicial para nós advogados criminalistas que precisamos visitar os nossos clientes, para tratar de assuntos pertinentes ao processo criminal que eles respondem”, afirmou o advogado Túlio Figueirôa, presi-dente da Comissão de Prerroga-tivas da Anacrim-AL.

“Não tive como ir ao presí-dio, devido a esta vedação e recebo muitas cobranças da família para saber da situação de seu parente e preciso falar com o cliente a respeito de seu processo. As prerrogativas dos advogados estão sendo afronta-das diante dessa proibição” criti-cou a presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários, Josefa de Oliveira.

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PREOCUPAÇÃO | Suspensão de treinos presenciais e torneios colocam em dúvida o ano para jovens do futebol

ESPORTES

7 de julho 92020

Botafogo F. R.

Após defender a equipe sub-20 do Esporte Clube

São Bernardo, da Série A3 (terceira divisão)

paulista, por duas temporadas, chegando

até a ser relacionado no profissional, o atacante

Robson Lima acertou, em março, para integrar

o time júnior do Botafogo. Ter alcançado um clube grande e estar

na idade limite (20 anos) das categorias de base prometiam

um 2020 desafiador e decisivo. Contudo, a pandemia do novo

coronavírus (covid-19) não estava nos planos.

Treinos presenciais interrompidos e

torneios suspensos por tempo indeterminado, ao contrário do vínculo

com o clube carioca, que vai até dezembro. “Fiquei duas semanas

treinando, aí teve o primeiro jogo do

Carioca [sub-20]. Depois ocorreu a

pandemia e tudo foi cancelado”, afirma

o atacante. Como Robson, jovens em

categorias de base de clubes do Brasil afora

vivem a expectativa pelo retorno de

treinos e jogos, o que significa ter outra vez

a oportunidade de provarem que merecem

ser aproveitados no time profissional e ter os vínculos renovados.

A prioridade das federa-ções e agremiações, no momento, é viabilizar

a volta de equipes profissionais masculinas às atividades, ainda que de forma gradual, e, poste-riormente, às competições.

Um impacto imediato da paralisação, em alguns clubes, foi o corte em vencimentos de atletas profissionais, incluindo os que estão na base.

“Pode ser feita, como auto-rizado pela Medida Provisó-ria 936, a redução de salário e jornada de trabalho, de forma proporcional, ou a suspensão do contrato de trabalho, mas sempre com a concordância do jogador mediante acordo, indi-vidual ou coletivo. Vemos que alguns times adotaram a redu-ção de forma unilateral e isso é passível de questionamento futuro”, alerta à Agência Brasil o advogado Rafael Cobra, espe-cialista em Direito Desportivo.

Cobra também destaca o caso de jogadores cujo contrato é de formação, que pode ser assinado dos 14 aos 20 anos e não gera vínculo empregatício. Segundo o advogado, um atleta nesta situação pode ser dispen-sado sem ônus ao clube, o que, para ele, coloca o jovem em posição delicada em meio às reestruturações causadas pela pandemia: “Se o time quiser rescindir o contrato de forma-ção, ele não tem que pagar absolutamente nada ao atleta. Basta uma decisão unilateral do clube decidindo a dispensa, seja por motivo técnico ou outra razão, o que poderia incluir a ausência de competi-ção”.

SEM PREVISÃONo Rio de Janeiro, o Esta-

dual sub-20 foi suspenso após a primeira rodada, em 14 de março, ainda sem previsão de

reinício. À Agência Brasil, a asses-

soria de imprensa da Federa-ção de Futebol do Estado do Rio de Janeiro informou que “vai avaliando o cenário para, quando for possível, com responsabilidade e cuidado médico, organizar os campeo-natos”.

Cenário não muito dife-rente de estados nos quais a temporada da base sequer começou.

No Rio Grande do Sul, a última manifestação da Fede-ração Gaúcha de Futebol foi em maio, em matéria no site da entidade indicando que o sub-20 poderia ocorrer a partir de setembro, com treinos libe-rados em agosto, seguindo protocolos sanitários.

Em São Paulo, a Federa-ção Paulista (FPF) respondeu à Agência Brasil, por e-mail, que o retorno da base é discu-tido em “constantes encontros virtuais” e que as decisões “são tomadas em conjunto com os clubes, em acordo com as auto-ridades públicas de saúde”.

Já a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que organiza os campeonatos nacionais, as Supercopas e as Copas do Brasil sub-17 e sub-20, além da Copa do Nordeste sub-20, afirma, em e-mail enviado à Agência Brasil, que nenhum torneio de base está cancelado e que o

calendário “será retomado tão logo a situação permitir”.

“Além disso, a entidade mantém reuniões constantes com a Comissão Nacional de Clubes. para ouvir demandas deste período de pandemia e debater soluções”, completa a nota.

Enquanto isso, Robson mantém o sonho vivo. Em Osasco, cidade na grande São Paulo onde está com o pai, é monitorado à distância pelo Botafogo. Faz exercícios passa-dos pela comissão técnica e é acompanhado por uma equipe multidisciplinar do Alvinegro, que ainda não tem previsão para retorno da base às ativida-des presenciais.

O clube, segundo a asses-soria de imprensa, “está com as atenções voltadas apenas para saúde de todos: funcionários, atletas e familiares”.

“Estou feliz, motivado por vestir a camisa do Botafogo, time de tradição e história. Tento deixar a cabeça tranquila e manter o foco, com espe-rança de que os campeonatos possam voltar. Tenho treinado todo dia na quarentena, para ter um excelente desempenho e receber uma oportunidade no profissional”, projeta Robson.

NOVO LIMITE?De forma geral, as compe-

tições nacionais são disputadas

nos níveis sub-15, sub-17 e sub-20.

Diante do atual cenário, o treinador da equipe sub-20 do Internacional, Fábio Matias, sugeriu uma mudança no limite de idade das categorias de base.

Em entrevista ao jornal Zero Hora, ele aconselhou, ao menos para os seis primeiros meses de 2021, as divisões em sub-16, sub-18 e sub-21.

Na visão do técnico gaúcho, atual campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior (mais tradicional campeonato de base do país) pelo Colorado, isso reduziria a perda de uma temporada quase inteira. O advogado Rafael Cobra concorda com Matias.

“Com exceção do sub-20, que abarca três anos, as demais categorias têm dois anos. É muito importante que o atleta vivencie o primeiro ano de categoria, mesmo sabendo das dificuldades de jogar. O processo de formação depende desse tipo de experiência, de se treinar com atletas velhos, mais maturados. No segundo ano e último ano de categoria, é importante o atleta ter mais responsabilidades e jogar com mais frequência”, declara.

“Se o atleta, que estava no primeiro ano de categoria [em 2019] e agora [2020] teria o segundo ano, não tiver a opor-tunidade de vivenciar essas responsabilidades [em 2020], e no ano que vem ele nova-mente vier a ser do primeiro ano, uma categoria acima, serão três anos de poucas condições de jogo e evolu-ção. Certamente, isso preju-dica o processo de formação”, conclui Cobra.

A CBF e a FPF (organiza-dora da Copa São Paulo, que é sub-20) foram questionadas pela Agência Brasil sobre uma eventual alteração na idade limite, mas não abordaram o assunto em suas respostas.

Incerteza sobre futuro em meio à pandemia afeta categorias de base

Lincoln Chaves

TV Brasil

Alguns jovens estão na idade-limite e temem perder futuro no esporte

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CULTURA

Tobolowsky, que viveu Ned Ryerson no longa--metragem original,

não revelou detalhes sobre a história, o elenco ou os deta-lhes estruturais, mas comentou como ficou sabendo sobre o projeto.

“Há conversas sobre uma série baseada em ‘Feitiço do Tempo’ já estar sendo desen-volvida. Um dos produtores me viu durante um dos shows na Sony Pictures e disse: ‘Stephen! Stephen! Estamos trabalhando numa série de ‘Feitiço do Tempo’. Você pode viver Ned

de novo?’. E eu respondi: ‘claro! Sem problemas!’. Mas será Ned trinta anos mais tarde. O que será que aconteceu na vida dele?”.

Lançado em 1993, a comé-dia fantástica foi estrelada por Bill Murray, Andie MacDowell e Chris Elliot e tornou-se um sucesso de público, arreca-dando mais de US$70 milhões apenas na América do Norte. Além disso, teve uma sólida recepção por parte da crítica, que elogiou o roteiro, mas que foi mais analítica quanto à apre-sentação.

Em entrevista ao Production Meeting

Podcast, o ator Stephen Tobolowsky

revelou para o público que o clássico ‘Feitiço do Tempo’ vai ganhar

uma adaptação seriada.

Thiago Nolla

O clássico “Feitiço do Tempo” vai ganhar adaptação seriada para TV

COMÉDIA ROMÂNTICA | Este é o primeiro filme que trata de um tema hoje recorrente na 7ª arte: o loop temporal

20207 de julho10

‘Feitiço do Tempo’ também trouxe Tobolowsky, Brian Doyle-Murray, Marita Gera-ghty, Angela Paton, Rick Ducommun, Rick Overton e Robin Duke no elenco. Em 1994, levou para casa o BAFTA de Melhor Roteiro Original,

apesar de ter sido esnobado na cerimônia do Oscar.

Na trama, “Phil, um arro-gante meteorologista de um canal de televisão, fica preso em uma espécie de túnel do tempo, condenado a reviver indefini-damente o mesmo dia até que mude suas atitudes”.

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Funcionando há três anos, o portal trabalha com os livros edita-

dos pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos, Editora Universitária da Universi-dade Estadual de Alagoas (EdUneal), publicações da editora do Cesmac, Viva Editorial, Mundo Leitura; distribuindo também livros de autores independentes.

Funcionando há três anos, o portal trabalha com os livros editados pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos, Editora Universi-tária da Universidade Esta-dual de Alagoas (EdUneal), publicações da editora do Cesmac, Viva Editorial, Mundo Leitura; distribuindo também livros de autores independentes.

O destaque vem da Editora da Universidade Estadual (Uneal), que relançou “Razão e cultura”, ensaios de Dirceu Lindoso sobre o fenômeno do Quilombo dos Palmares, a etno-sociologia de Gilberto Freyre e a sociologia agrária do alagoano Manuel Diégues Jr. A EdUneal, numa parce-ria com a Edufal, decidiu, também, publicar a 6ª edição da obra “Cultura e educação nas Alagoas” do professor Élcio de Gusmão Verçoza, considerada um clássico na área da educação e cultura do estado. A produção inte-lectual desses dois autores, falecidos recentemente, têm presença garantida na biblio-grafia de todos os cursos de história, sociologia e cultura alagoana.

Outro livro oportuno que a EdUneal resolveu relançar, neste momento de pande-mia, é “Alagoas nos tempos do cólera”, Luiz Sávio de Almeida, autor conhecido por suas análises da histó-ria e sociologia alagoanas. Nesta obra, Sávio trata da

epidemia de cólera no século XIX que se abateu sobre a população alagoana. Outra obra lançada pela EdUneal aborda o rio São Francisco, um tema inesgotável para os nordestinos. “Um rio sem história?” é um livro organi-zado por Antônio Fernando de Araújo Sá e Vanessa Maria Brasil, que resgata aspectos da longa presença deste rio na vida dos alagoanos. A obra de Zizito Guedes “Arapiraca através dos tempos” também compõe o acervo da Eduneal e está disponível para aqui-sição. O livro traça o perfil histórico da cidade de Arapi-raca.

A editora do Cesmac, em parceria com a Edufal, resolveu trazer duas boas novidades, com o relança-mentos da 4ª edição da obra “Tragédia do Populismo”, de Douglas Apratto Tenório, visto como um clássico da historiografia contemporâ-nea de Alagoas, tratando da política local, entre os anos 1930-1960, e um lançamento de um jovem pesquisador Gilberto Barbosa que escre-veu “Crônicas de Limoeiro: o diálogo dos povos”, uma visita ao passado da antiga

localidade de Limoeiro de Anadia revelando que a histó-ria de um município pode ser um grande capítulo da histó-ria regional.

As novidades são muitas. Nestes lançamentos, a litera-tura está presenta com Jorge Tenório, romancista e autor de várias obras de ficção, que está apresentando “A virgem do Alto dos Bodes”, publi-cado de forma independente um romance ambientado em Palmeira dos Índios nos anos 60, tratando da ambição e das questões sociais com muito humor. Por sua vez, o conhe-cido jornalista alagoano Jorge Oliveira está apresentando “Curral da Morte”, um livro sobre a violência política em Alagoas, tema que sempre desperta a curiosidade dos leitores alagoanos, publicado pela editora paulista Record.

Entre os novos autores estão Danilo Marques, com o livro “Sob a sombra de Palma-res. Escravidão e resistência no Século XIX”, uma obra que trata da Guerra dos Cabanos, das rebeliões populares e, claro, da luta dos escravos em Alagoas; e o jovem pesqui-sador José Carlos Rodrigues dos Santos com “O sertão de

Dirceu Lindoso” um livro que analisa a obra do consagrado autor pelo viés inovador, descobrindo nela a presença da complexa sociedade sertaneja. A temática serta-neja também está presente no livro “Canudos: de Bello Monte a Lula” do historiador Pedro Vasconcellos.

A escritora Cláudia de Oliveira Tenório relançou “Superando a Ansiedade”, um tema muito procurado, nestes meses de pandemia, pois explora as causas que levam à ansiedade e apre-senta saídas através de relatos e explicações terapêuticas.

O livro “Rostos do Silên-cio: ensaios transdisci-plinares”, do professor e pesquisador universitário Anderson de Alencar Mene-zes e Alberto Filipe Araújo, é uma coletânea sobre como entender e decifrar o enigma do silêncio. Nesta série, não poderia faltar “Os desbrava-dores do futuro: principais juristas históricos alagoanos”, uma obra de José Ysnaldo Alves Paulo, que interessa a todos que trabalham com o Direito ou tem curiosidade sobre a contribuição dos juristas de Alagoas.

LITERATURA

O Portal de Livros Quilombada, que

conta com mais de 300 títulos no

seu catálogo, está lançando quinze novos títulos de

autores alagoanos especialistas em

literatura, psicologia, filosofia e direito;

além de apresentar novas obras ou

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Sebastião MedeirosCom Assessoria

Portal Quilombada lança 15 novos livros de escritores alagoanos de várias áreas

CATÁLOGO | Portal lança títulos de novos autores e traz ainda grandes autores de Alagoas; portfólio tem mais de 300 títulos

7 de julho 112020

Page 12: RENAN FILHO SINALIZA COM A POSSIBILIDADE DO INTERIOR DE …€¦ · dos casos do novo coronavírus no interior de Alagoas e já começa a funcionar hoje. Durante a inauguração,

Aracaju apresentou a maior alta no mês passado, 4,97%. No

acumulado de janeiro a junho, os itens pesquisados pelo Dieese registram aumento de 19,34% e. em 12 meses, os preços subiram 9,6%. A cesta básica ficou mais cara também em Campo Grande (4,32%), Fortaleza (2,01%), Belém (0,11%), Brasília (2,12%), Natal (3%) e Salva-dor (2,16%).

A capital baiana tem a cesta mais barata do país (R$ 419,18).

Brasília é única das capitais

pesquisadas que apresenta queda no valor da cesta básica em 12 meses, com retração de 0,98%. O conjunto de itens básicos custam R$ 450,45 na capital federal. No acumulado

de janeiro a junho, a cesta registrou queda de 4,95% em Brasília.

São Paulo tem a cesta mais cara do país (R$ 547,03). Em junho, os produtos tiveram

queda de 1,68%, mas nos últi-mos 12 meses a alta acumu-lada é de 9,04%.

O preço do tomate caiu em 15 cidades – em Vitória, a queda o valor foi de 55,89% e, no Rio de Janeiro, de 47,42%. A batata ficou mais barata em oito das dez capitais do Centro-Sul, com redução de 27,68% no preço médio no Rio de Janeiro e de 3,3% em São Paulo.

A ceta básica também ficou mais barata em junho em Florianópolis (1,35%), Porto Alegre (1 ,20%), Curitiba (4,75%), Vitória (6,84%), Goiânia (4,98%), Belo Horizonte (1,82%), Recife (3,58%) e João Pessoa (2,23%).

20207 de julho12

As medidas de restrição da mobilidade para conter a disseminação do novo

coronavírus afetaram forte-mente a população ocupada no Brasil, sobretudo a partir de abril deste ano. A informação foi publicada ontem na Carta de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com o tema A Evolução do Emprego Setorial em 2020: Quão Heterogêneo Foi o Tombo entre os Ssetores?, de autoria dos pesquisadores da instituição Carlos Henrique Corseuil, Lauro Ramos e Felipe Russo.

De acordo com a pesquisa, os registros administrativos para o setor formal revelam impacto negativo de forma generalizada, mas de intensidade variada nos segmentos. O mais atingido, em termos relativos, foi o setor de alimentação e alojamento, seguido pelo da construção. Os setores de administração pública

e de agricultura foram os que tiveram menos impacto com a crise.“Cabe destacar também que, até aqui, a contração nas admissões teve maior relevância que o aumento dos desligamen-tos para a queda no emprego formal na maior parte dos seto-res”, diz a pesquisa.

O pior resultado no cresci-mento líquido do emprego foi o do setor de alojamento e alimen-tação, porque, sendo uma exce-ção, ajustou o emprego tanto nas admissões como nos desliga-mentos.

Os pesquisadores expli-cam que, usando os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasi-leiro de Geografia e Estatística (IBGE), juntando o setor infor-mal, foi possível verificar que “os efeitos no nível de emprego por setor são não apenas mais inten-sos, mas também ocorrem mais cedo, já sendo percebidos em março e de forma mais difusa”.

Segundo a Carta de Conjun-

tura, entre os segmentos mais afetados, houve impactos também severos no setor de serviços domésticos, caracte-rizados pela forte presença da informalidade.

O agregado dos primeiros meses de 2020, mostra que houve forte queda do emprego em comparação com o mesmo período do ano anterior. No trimestre terminado em abril de 2020, a Pnad Contínua indicou que a população ocupada no país caiu 3,1 milhões na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.

Já os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desem-pregados (Caged), apontaram também no acumulado de 2020, um saldo negativo de mais de 700 mil empregos formais. “Esse comportamento é ditado, sobretudo, pelos resultados registrados a partir de março, quando é declarado o quadro de enfrentamento da pandemia do novo coronavírus”, afirmam os pesquisadores.

ADMISSÕESOs autores da pesquisa desta-

cam que o fato mais relevante é a acentuada diferença nas compa-rações interanuais dos meses de março com as de abril e maio.

Conforme o estudo, as taxas de admissão em março de 2020 superam as registradas em março do ano passado na maioria dos setores. As exceções foram os segmentos de a agricultura e de serviços de alojamento e alimentação. A partir de abril, os impactos da pandemia são mais nítidos, com grandes quedas nas taxas de admissão entre 2019 e 2020 em todos os setores.

“Os setores de indústria e construção exemplificam bem esse padrão”. A Carta de Conjuntura demonstra que, na indústria, as admissões foram responsáveis pelo aumento de 2,93% no emprego de março de 2019 e de 3,20% em março de 2020, revelando crescimento nas taxas de admissão intera-nuais. Depois daquele mês, o padrão mudou, saindo de um

crescimento de 3,18% em 2019 para apenas 1,33% em 2020, em abril, e de 2,87% para 1,45% em maio.

Na construção, a taxa de admissão, que não sofreu impacto em março, recuou cerca de 4 pontos percentu-ais entre abril de 2019 e 2020. Houve queda semelhante no setor de serviços de alojamento e alimentação, no qual as admis-sões em março de 2020 cresce-ram 4,19%, patamar abaixo do de 2019, e apenas 0,74% e 0,88% em abril e maio de 2020.

Com exceção dos setores de agricultura; serviços para empresas de informação, comu-nicação e atividades financei-ras, imobiliárias, profissionais e administrativas; e administração pública, houve queda na admis-são em abril e maio de 2020 em quase todos os setores em abril e maio de 2020, na comparação com as de 2019. “O efeito maior das medidas de enfrentamento da pandemia sobre as contra-ções foi em abril último”.

Restrições de mobilidade afetam fortemente população ocupada, diz IpeaCristina Indio do Brasil

Agência Brasil

ÚLTIMAS

Dieese aponta que preço da cesta básica cai em junho em 10 capitais

EXTREMOS | Conjunto de itens básicos teve maior queda no Rio de Janeiro e subiu mais em Aracaju

O valor da cesta básica caiu em

junho, em 10 das 17 capitais pesquisadas

pelo Departamento Intersindical de

Estatística e Estudos Socioeconômicos

(Dieese). Segundo levantamento

divulgado ontem, a maior redução foi no

Rio de Janeiro (8,23%), onde o conjunto de itens básicos ficou

em R$ 512, 84. Em 12 meses, a cesta básica

ainda acumula alta de 2,84% na capital

fluminense.

Tomate teve redução de preços em 15 cidades

entre as pesquisadas pelo Dieese

Daniel Mello

Agência Brasil