Repórter do Marão

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repór ter do marão Prémio GAZETA do Tâmega e Sousa ao Nordeste MAIO ’ 11 FLORESTA PODE FICAR AO ABANDONO ASSOCIAÇÃO FLORESTAL DO VALE DO SOUSA EM COLAPSO POR FALTA DE APOIOS DO ESTADO Oferecemos leitura Nº 1251 | maio '11 | Ano 28 | Mensal | Assinatura Nac. 40€ | Diretor: Jorge Sousa | Edição: Tâmegapress | Redação: Marco de Canaveses | 910 536 928 | Tiragem: 28.000 ex. GERAÇÃO DESENRASCADA Jovens de Bragança procuram futuro em... PARLAMENTO JOVEM Marco prepara os políticos do futuro FAFE RESPIRA CULTURA Concertos Íntimos trazem Salgueiro em junho

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Revista Mensal de Informação. A maior tiragem dos meios regionais 30 mil exemplares. Distritos do Porto, Vila Real e Bragança

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repórterdomarãoPrémio GAZETA do Tâmega e Sousa ao Nordeste

MAIO ’ 11

FLORESTAPODE FICARAO ABANDONOASSOCIAçãO FLORESTAL DO VALE DO SOuSA Em COLAPSO POR FALTA DE APOIOSDO ESTADO

Oferecemos leitura

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Jovens de Bragançaprocuram futuro em...

PARLAMENTOJOVEM

Marco prepara ospolíticos do futuro

FAFE RESPIRA CULTURA

Concertos Íntimos trazem Salgueiro em junho

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Associação Florestal à beira da ruturaVALE DO SOUSA | Ministério da Agricultura acusado de ter abandonado as ZIFs

A s florestas do Vale do Sousa estão em ris-co de abandono se o Governo, quer através do PRODER ou do Fundo Florestal Perma-

nente (FFP), não criar mecanismos de apoio às asso-ciações florestais regionais. A criação das Zonas de Intervenção Florestal (ZIF) só têm financiamento du-rante dois anos, não tendo sido previstas fórmulas de financiamento a médio prazo, situação que está a asfixiar aquelas entidades. A Associação Florestal do Vale do Sousa (AFVS), sedeada em Penafiel, é a entidade gestora dos espaços florestais da região e é ela que garante que os proprietários se organizam e tratam da manutenção do seu espaço florestal. À as-sociação compete igualmente o acompanhamento técnico aos proprietários, trabalho que começa a es-tar comprometido pela dificuldade na aprovação de projetos que tragam financiamentos para o desen-volvimento dos trabalhos de limpeza, manutenção e reflorestação.

Constituída há 16 anos, a Associação Florestal do Vale do Sousa tem quatro Zonas de Intervenção Florestal cria-das: Entre Douro e Sousa, Paivae Seixoso (Felgueiras). Esta última foi constituída há quatro anos e engloba os conce-lhos de Paredes, Penafiel, Paços de Ferreira, Lousada, Fel-gueiras e Castelo de Paiva. Com cerca de 700 associados no seu total, que representam cerca de 12 mil hectares co-bertos, a Associação Florestal do Vale do Sousa é, segun-do Amália Neto, técnica da Associação, quem em conjun-to com o proprietário, desenvolve um conjunto de ações que permitam preservar o espaço florestal da região. A AFVS dispõe de seis técnicos florestais e de quatro equi-pas de sapadores, constituídas por cinco elementos cada, incumbidos das tarefas de vigilância, limpeza, primeira in-tervenção em caso de incêndio e de operações de rescal-do dos fogos.

Estrangulamento

A tarefa de proteger a área florestal da região está atu-almente a ser posta em causa devido ao não financiamen-to dos projetos, principalmente nesta região. “Os projetos normalmente não têm financiamento e são os proprietá-rios que acarretam com as despesas. Grande parte da exe-cução do PRODER é na zona sul do país porque a proprie-

dade é de maior dimensão”, lamentou Amália Neto. “Desde o início da criação da Associação que reivindi-

camos uma diminuição do nível de procedimentos para projetos mais pequenos, mas o Governo e o Ministério da Agricultura não têm tido o mínimo de atenção com o pe-queno proprietário e tudo o que tem sido feito na região é feito à conta da entidade gestora e dos proprietários”, sa-lientou. Apesar de referir que “existe uma política clara de apoio ao setor florestal”, esta “não chega a todos de igual forma nem de forma contínua e em montante suficien-te que permita trabalhar de forma eficaz”, levando que os custos tenham de ser suportados quase integralmente pe-los associados.

Recolha de resíduos

Sendo o Vale do Sousa uma região caracterizada pelo elevado número de ignições, embora em áreas de peque-na dimensão, o trabalho dos proprietários e da associação florestal é essencial na preservação da mancha verde.

Apesar de executada por alguns proprietários, a lim-peza dos espaços florestais não consegue ser rentabiliza-da por falta de aproveitamento dos resíduos.

“Não estamos ainda a fazer a recolha dos resíduos pois não temos nenhuma central de biomassa aqui perto para onde os possamos levar e se o proprietário florestal quiser vender os seus resíduos, o custo da recolha e do transpor-te não são suportados pela venda desses mesmos resídu-os”, afirmou Amália Neto.

“Esse sistema já está pensado, estruturado e orçamen-tado, mas a central mais perto que temos é em Oliveira de Azeméis e em grande parte das situações não compensa. E depois existe ainda outro problema: é que elas [as cen-trais] não consomem aquilo a que vulgarmente chama-mos de mato, que constitui o maior problema em termos de risco de incêndio”, acrescentou.

Apostar na compostagem poderia ser uma solução para aqueles resíduos “mas também não há aqui merca-do para aceitar resíduos para compostagem”, frisou a en-genheira da Associação.

“Atualmente a resposta parcial a este problema tem sido dada por uma fábrica de pellets de Lustosa, em Lou-sada, mas mesmo ali só conseguimos colocar os resíduos de madeira que tenham mais de sete centímetros de diâ-metro”, acrescentou.

Este valor de diâmetro mínimo é, aliás, uma exigência comum a outras entidades fabris, o que dificulta o aprovei-tamento de uma grande parte dos resíduos gerados pela floresta.

Proprietários desanimados

“Os proprietários florestais investem a pensar na ren-tabilidade enquanto atividade económica, mas a floresta tem um grave problema associado – o grande risco de in-cêndio e de todos os produtos que ela nos dá, praticamen-te só a madeira é que tem mercado”, refere aquela respon-sável.

A técnica reclama, portanto, que o Estado deve inter-vir, compensando os proprietários, ajudando-os na gestão das propriedades, com financiamentos, aprovando proje-tos, e ao mesmo tempo financiando estruturas como estas associações que lhes dão apoio.

O “Fundo Florestal Permanente”, gerido pelo Ministé-rio da Agricultura e que dispõe anualmente de 30 milhões de euros de dotação, apoia a criação das zonas de inter-venção florestal apenas nos dois primeiros anos, ou seja, desde 2010 que a Associação Florestal do Vale do Sousa não teve mais nenhum financiamento.

Fonte da direção da AFVS confirmou ao RM que dois projetos apresentados ao PRODER, relativos às ZIFs de Pai-va e Vale do Sousa – cada um deles abrangendo 400 hec-tares de floresta, num plano de defesa preventiva – foram recusados e uma candidatura ao FFP teve o mesmo des-tino.

Dinheiro do FFP desviado

Segundo Amália Neto, este ano a situação será em tudo semelhante ao ano anterior pois apesar das ZIF’s de Lousada (já requerida mas ainda por criar oficialmente) e Seixoso ainda se poderem candidatar àquele fundo, pois são “muito jovens”, o FFP está sem dinheiro, uma vez que tem sido aplicado “em tudo e mais alguma coisa”.

O último “desvio” conhecido de dinheiros do fundo flo-restal (que tem na sua origem uma percentagem dos im-postos sobre os combustíveis) – cerca de dois milhões de euros – é a sua utilização no aluguer de meios aéreos, me-dida que o partido “Os Verdes” contestou no início de abril.

Face a todas estas dificuldades de financiamento, a

Mónica Ferreira * | [email protected] | Fotos DR e Lusa

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Associação Florestal à beira da ruturaVALE DO SOUSA | Ministério da Agricultura acusado de ter abandonado as ZIFs

sustentabilidade da Associação Florestal do Vale do Sousa está em causa.

“A Associação tem uma estratégia para a floresta da nos-sa zona mas não tem dinheiro para a pôr em prática”, sinteti-zou Amália Neto.

Como os proprietários começam a ficar sem capacidade fi-nanceira para gerir o espaço florestal, o sacrificado será o ter-ritório.

“Da parte do proprietário florestal a força e a paciência es-tão a esgotar-se e admito que se este tipo de projetos não tiver continuidade, o proprietário vai voltar as costas aos seus espa-ços. Vai ser caótico e vamos ter problemas, sobretudo ao nível dos incêndios”, lamentou Amália Neto.

Os zigue-zagues políticos, que gera indefinição no setor, também são criticados. “Não podemos estar dependente da mudança de um secretário de Estado para mudarmos o nosso rumo e isso tem acontecido nos últimos anos”.

Amália Neto critica também a “má utilização” do Fundo Florestal Permanente que está praticamente a ser consumido pelo dispositivo nacional do Estado e pelas autarquias, apesar de ter sido criado com o objetivo de apoiar a floresta privada.

Modelo replicado na agricultura?

O modelo criado para a gestão das florestas, através da criação das ZIF’s é, na opinião de Amália Neto, um modelo de sucesso que poderia ser replicado a outros setores, nomeada-mente ao da agricultura e aqui o processo seria ainda mais fácil.

Organizar e reunir os produtores e proprietários, em torno de uma estrutura organizada que os ajude na gestão dos seus espaços poderá ser a fórmula de sucesso para os setores pri-mários.

Na agricultura, a organização dos produtores seria “um pro-cesso mais fácil de trabalhar do que o das florestas”.

“Na agricultura o cadastro já está identificado, tem rendi-mento imediato e ainda consegue, em termos de rentabilida-de, pagar os serviços. Acho que só falta a dimensão. Os pro-prietários devem trabalhar em conjunto, de modo a aumentar a competitividade do setor da agricultura”, defendeu a técni-ca da AFVS.

“Falta-nos a garra e a força de vontade. Desleixámo-nos nos últimos anos, fruto de pequenos ‘rebuçados’ que foram dados às pessoas para não produzirem e tornámo-nos num setor pas-sivo. Falta gente jovem com espírito empreendedor”, rematou Amália Neto. * Com J.S.

O presidente da AFVS, Américo Mendes, reconhece que a as-

sociação florestal está à beira da rutura.“Temos uma situação de grave estrangulamento. A atual situ-

ação é gravíssima e não temos meios que nos permitam conti-nuar o trabalho que fizemos até agora, trabalho este que está à beira do colapso se o Governo não olhar para nós”, referiu ao RM.

Américo Mendes salvaguarda que tudo está a ser feito para ultrapassar a delicada fase do organismo, que já regista nomea-damente dificuldades de tesouraria, culpando o Estado de não ter acautelado a sustentabilidade das zonas de intervenção flo-restal no médio prazo e cuja existência só se justifica se tiverem entidades gestoras dotadas de capacidade técnica.

Na opinião deste responsável, deveriam ter sido criados ins-trumentos financeiros para um período mínimo de cinco anos – atualmente as ZIFs só beneficiam de apoios nos primeiros dois, além de que o Fundo Florestal Permanente (FFP) não abre candi-daturas há mais de um ano.

A AFVS voltou recentemente a ser marginalizada na contratu-alização do trabalho do cadastro das terras, ao não ter sido convi-dada para trabalhar no projeto-piloto, dos três a executar no país, que vai avançar em Paredes e Penafiel.

Sem recurso a fundos públicos, a tábua de salvação da AFVS parece estar na contratualização de serviços com entidades pri-vadas ligadas às celuloses, nomeadamente com o grupo Portu-cel-Soporcel e a Altri, que têm propriedades florestais na região.

As negociações prosseguem e Américo Mendes acredita que podem chegar a bom termo.

Estão igualmente a ser estabelecidos contactos do mesmo género (para o aproveitamento da capacidade técnica da AFVS) com outra entidade proprietária na região – a Floresta Atlântica, uma sociedade gestora de fundos de investimento imobiliário na área florestal.

Américo Mendes reconhece que a situação da associação é desesperada – “estamos numa situação de estrangulamento” –, registando-se já atrasos no pagamento de salários aos técnicos florestais, embora os vencimentos dos sapadores estejam em dia.

Na sua opinião, se a AFVS não conseguir, em dois ou três me-ses, gerar receitas próprias através da prestação de serviços aos parceiros florestais privados (ou eventualmente obter receitas ou ajudas extraordinárias junto de alguns associados) não restará al-ternativa ao despedimento do corpo técnico, medida que poderá levar, no limite, à extinção do próprio organismo. M.F./J.S.

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Colapso pode estar iminente

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Marco prepara jovens para a políticaPARLAMENTO JOVEM | Iniciativa anual da Assembleia Municipal

Alunos do secundário e do ensino profissional de-bateram, nos Paços do Concelho, estudos e propostas para resolver problemas do Marco. Os idosos, a flores-ta, uma ecopista e a linha do Douro estiverem entre os diversos temas que foram a debate e os trabalhos po-dem acabar por ser apresentados em reunião da as-sembleia municipal.

Dezenas de estudantes oriundos de várias escolas do ensino secundário e profissional do Marco de Cana-veses reuniram-se nos Paços do Concelho para realizar a Assembleia Municipal dos Jovens de 2011, iniciativa que anualmente assinala o aniversário da revolução de abril de 1974. Durante esta sessão, que se realiza com a mes-ma formalidade de uma normal assembleia municipal – presidida por António Coutinho e na presença do execu-tivo municipal –, os alunos tiveram a oportunidade de viver por dentro a realidade do funcionamento de um órgão autárquico e do mecanismo, por vezes complexo, da atividade política local.

Oito grupos de estudantes, organizados em banca-das parlamentares, apresentaram à presidência de as-sembleia e ao executivo autárquico uma série de estudos e de propostas que demonstram que a próxima geração “está atenta” aos problemas e desafios que o concelho e o país enfrentam.

“É sinal que estão atentos e que sabem fazer o tra-balho”, referiu o presidente da câmara, Manuel Moreira, realçando que esta iniciativa é um reflexo da política de mudança encetada em 2006.

“Estes estudantes são o nosso presente e o futuro e já se notou hoje, aqui”, sublinhou o autarca.

Jovens atentos ao concelhoA discussão dos projetos fez-se ao longo de várias

apresentações que se debruçaram sobre temas tão va-riados como o voluntariado jovem, a situação dos idosos do concelho e a relação entre a floresta e a juventude, en-tre outros.

No que se revelou o tema “quente” do dia, as estu-dantes Ana Pinto (16 anos) e Francisca Vieira (17), da Es-cola Secundária do Marco de Canaveses, apresentaram um estudo elaborado sobre a pobreza no concelho que suscitou reações de diversa natureza por parte das outras “bancadas parlamentares”.

A capacidade de resposta das duas alunas foi posta à prova durante um duelo verbal repleto com troca de pi-cardias entre os vários campos, numa cópia quase perfei-

ta da realidade. “Queríamos consciencializar as pessoas para o tema

e acho que a sessão de perguntas e respostas, que foi di-fícil, mostra que conseguimos o nosso objetivo”, explicou Ana Pinto.

Uma outra moção, apresentada por alunos do Cen-tro de Estudos da Pedra, defendeu a implementação de sistemas para o aproveitamento de energias renováveis nas escolas do concelho, de forma a reduzir a despesa de eletricidade.

Em período de resposta, o vice-presidente José Mota aplaudiu o projeto mas sublinhou que a autarquia não tem a capacidade financeira para instalar sistemas de energias renováveis nas cem escolas do concelho. Ou-tros estudos apresentados abordaram ainda a temática sobre a eletrificação da linha do Douro entre as estações de Caíde e o Marco de Canaveses e apontaram para a ne-cessidade da educação rodoviária.

Foi também apresentada uma proposta para uma ci-clovia na freguesia de Rosém, fruto de uma parceria en-tre alunos da Escola Profissional de Agricultura (EPAMAC) e a Escola Profissional de Arqueologia (EPA).

Ideias são para levar a sério No final do longo dia de trabalho, a maioria dos jo-

vens concordou que a experiência foi “positiva” e entre eles prevaleceu a ideia de que as mudanças, em particu-lar num concelho com as dificuldades que tem o Marco de Canaveses, são para fazer de uma forma gradual.

“Sabemos que somos parte da solução e que esta-mos numa altura em que temos que lutar pelo nosso país”, explicou Francisca Vieira, que acrescentou que ape-sar da sua vontade de ajudar o país a mudar, está cons-ciente da probabilidade de emigrar após a conclusão dos estudos.

“Hoje, estes jovens tiveram uma sorte que eu não tive, com a mesma idade”, explicou o deputado munici-pal Luís Pinto (PSD). “Puderam dizer, cara a cara com os responsáveis pelo concelho, aquilo que pensam sobre o Marco de Canaveses. Adorava ter tido a oportunidade de dizer, quando tinha 16 anos, ao então presidente da Câ-mara Municipal, o que eu pensava que devia ser o Marco de Canaveses”, sublinhou.

O deputado municipal prometeu que todos os estu-dos apresentados naquele dia serão levados a reunião do grupo parlamentar social-democrata para apreciação e eventual discussão numa assembleia municipal a reali-zar no futuro.

Paulo Alexandre Teixeira | [email protected] | Fotos P.A.T.

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Geração desenrascadaCRISE | Espanha e Suíça são opções de trabalho para jovens de Bragança

P artem em busca de melhores perspetivas de vida como fize-ram um dia os nossos antepas-

sados. São filhos de um tempo que lhes rejeita dignas condições de vida que lhes permitam a independência da aju-da paternal. Num País onde chovem os protestos contra a precariedade e a fal-ta de emprego e numa região marca-da pela desertificação e pelo envelheci-mento populacional, há cada vez mais jovens que procuram além-fronteiras o ‘el Dourado’.

Anualmente, saem do País 90 a 100 mil portugueses, segundo as estimati-vas da Pastoral das Comunidades de Lín-gua Portuguesa da Europa. Já os dados de 2009 da Direção-Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas revelam que 22 726 pessoas emigraram entre 2007 e 2008. A região de Trás-os-Montes sempre foi flagelada pela emi-gração, porém, a nova vaga distingue-se daquela que ocorreu em meados do sé-culo XX: são jovens, com formação aca-démica, técnica e profissional. De acordo com o Eurostat, a taxa de desemprego jovem era de 21,3% em março último, o que significa que 1 em cada 5 jovens es-tão sem trabalho.

O futuro está em...Há 32 anos, Bragança serviu de ber-

ço a Marco Fernandes, mas o que a ter-ra tem para lhe oferecer não evitou a par-tida para a Suíça. “Decidi emigrar porque em Portugal não tenho para onde me expandir na minha área e, obviamente, pelo dinheiro.”

Depois de trabalhar como barman em Zurique, espera-o um novo desafio profissional na cidade suíça de Davos. As condições oferecidas são “muito boas” e as expectativas não só foram concreti-zadas como “aumentam todos os dias”. Venceu as barreiras linguísticas através de um curso intensivo de alemão, ainda que fale fluentemente a língua inglesa. A integração social acabou por ser favore-cida porque “as pessoas têm uma mente mais aberta, devido às diversas culturas que lá existem”.

Para Marco, emigrar foi a decisão “mais acertada” e só lamenta “ter ido tão tarde”. “O ordenado mínimo é cinco ve-zes superior ao de Portugal e as condi-ções que oferecem são muito boas”, jus-tifica. Além da compensação monetária, a experiência profissional torna-se vanta-josa e o que mais custa é mesmo a dis-tância da família e dos amigos. A pers-petiva é regressar em definitivo à cidade que o viu nascer, mas mais tarde. “Penso lá ficar entre 10 a 15 anos e depois vol-tar, visto ter cá a minha família e adorar Bragança.”

O verbo “emigrar” conjugou-se no presente para Flávio Lopes, 25 anos, em setembro de 2010.  “Decidi refazer a mi-nha vida noutro país, viver uma experiên-

cia nova e conhecer outras culturas.” Gra-ças à influência e apoio da companheira, também ela emigrada, rumou até Be-navente [Espanha] com o desejo de tra-balhar na área de hotelaria e conseguiu vingar: “a experiência está a correr muito bem, melhor do que esperava”. “Tive al-gumas dificuldades a nível  linguístico e ainda não me integrei totalmente na so-ciedade”, reconhece. Pela proximidade geográfica, não passam duas semanas sem que este empregado de mesa vol-te a Bragança. “Sentem-se muitas sauda-des das origens, dos amigos e da família”, confidencia.

Olhando para o estado do País, Flá-vio assegura que, mesmo com uma difí-cil conjuntura económica, Espanha “está melhor do que Portugal e se fosse agora, teria feito a mesma escolha”. “Não penso regressar. Talvez um dia mais tarde, para gozar a idade”, conclui.

O sonho de regressarEquacionar os dias vindouros é tare-

fa incerta, por isso, Filipa Afonso vai se-meando em terreno que se possa re-velar fértil. Aos 23 anos, as esperanças desta estudante de enfermagem mo-ram no país vizinho, onde frequenta um estágio de seis meses. “Uma vez que fica

para currículo, depois será mais  fácil ar-ranjar emprego por cá, já que em Portu-gal a nossa profissão está «pela hora da morte».” 

A experiência em Zamora tem sido partilhada com mais dois colegas e, em-bora se “ganhem oportunidades”, Filipa salienta também que se “perde o nos-so país e tudo o que tem de bom e que só faz falta quando não se tem”. A jovem destaca o facto de os espanhóis se terem revelado “bastante acolhedores”, contu-do, a nível profissional, as expectativas que levava na bagagem não se concre-tizaram. “Desiludiu-me um pouco a ma-neira como se pratica enfermagem aqui, em termos de técnicas, rigor no trabalho, profissionalismo. Em Portugal, é melhor executado.”

Ainda assim, voltaria a repetir a es-colha por causa “do triste estado em que está o País e do miserável salário que se recebe em relação ao trabalho que se faz”. “Estou a tentar arranjar solução por outro lado. Mesmo que quisesse ficar em Portugal, não há lugar para mim e nem que me sujeite ao salário, só as cunhas funcionam e já não são todas”, susten-ta. Todavia, como qualquer jovem com o sonho na algibeira, Filipa está confiante de que “um dia” vai poder exercer a pro-fissão em solo luso.

Patrícia Posse | [email protected] | Fotos D.R.

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Privilegiar a qualidade e a diversidadeFAFE | Programação do Teatro-Cinema propõe 'Concertos Íntimos'

O Teatro-Cinema de Fafe reabriu há dois anos, exac-tamente em 25 de Abril de 2009. Trata-se de uma mítica sala de espectáculos, construída em 1923 e

na qual passaram grandes nomes do teatro português, dos anos 20 e 30 do século passado. Durante mais de quatro dé-cadas, todavia, a casa foi sobretudo sala de cinema, na qual foram visionados milhares de filmes. Encerrou no início dos anos 80 e esteve durante cerca de 30 anos encerrada ao pú-blico. Em 2001, o Teatro-Cinema foi adquirido pela autar-quia, que o recuperou, reabilitou e ampliou com novos espa-ços, incluindo uma sala de cinema (Sala Manoel de Oliveira), recolocando-o ao serviço da cultura local e nacional.

Honrando os pergaminhos de décadas, a Câmara de Fafe idealizou uma estratégia cultural que privilegia a qualidade, a diversidade e a regularidade dos eventos. Foi assim que, nos primeiros dois anos de abertura da sala, apesar de um orçamento limitado, se conseguiram concretizar mais de uma centena de espectáculos, não apenas na área da música, mas de diversas outras áreas artísticas, como o teatro, a comédia e a dança, para refe-rir os mais significativos.

Por aqui passaram, neste escasso período, nomes como Rodrigo Leão, Jacinta, Lena D’Água, Trabalhadores do Comércio, UHF, Teatro da Trindade, Seiva Trupe, Com-panhia de Dança de Aveiro e outros projectos de dimen-são nacional e regional, além de outros eventos com companhias e artistas menos conhecidos. Naturalmente que, sendo um teatro municipal, as potencialidades e os valores locais também têm o seu lugar indeclinável nes-te espaço, nas áreas da música (Academia José Atalaya, bandas filarmónicas), Bailado (Escola Bailado de Fafe) e teatro (Vitrine), entre outros que garantam padrões ade-quados de qualidade.

Para 2011, a autarquia apostou num novo conceito, designado Fafe em Concertos Íntimos.

O objectivo do conceito Fafe em Concertos Íntimos, constituídos por cinco espectáculos, é colocar Fafe na

rota da programação musical de qualidade do nosso país, criando uma ligação íntima entre grandes nomes do panorama musical nacional e o público da cidade.

Cada edição é preenchida por esta energia, por este encontro entre os que criam e os que fruem, saindo des-se instante algo de muito peculiar e que faz do Teatro-Ci-nema a mais íntima das salas portuguesas ao longo das suas tardes e noites de conversa e de concerto.

A estrutura dos concertos íntimos subdivide-se em três momentos:

- A recepção ao artista pelas autoridades locais e a apresentação dos lugares de maior interesse, acompa-nhados por órgãos de comunicação social que estão au-torizados a produzir entrevistas e reportagens sobre a vi-sita do artista a Fafe.

- Uma conversa de natureza mais íntima entre o ar-tista e um grupo de cidadãos que previamente já estru-turaram o encontro a ter lugar na Sala Manoel de Olivei-ra, sendo este grupo preferencialmente estudante, no dia anterior ao espectáculo.

- O concerto acústico também ele com característi-cas íntimas, revisitando as músicas mais significativas e os principais temas que mais inspiraram a carreira do ar-tista.

Dentro deste conceito, já se realizaram os espectá-culos com os artistas Tim e os Companheiros de Aven-tura, em Fevereiro e Sérgio Godinho, no passado dia 16 de Abril.

O próximo concerto acústico acontece em 18 de Ju-nho, com a voz melodiosa de Tereza Salgueiro, mais co-nhecida como rosto dos Madredeus.

Após o Verão, o projecto Fafe em Concertos Íntimos continua. Em 8 de Outubro será a vez de Rita Redshoes e em 10 de Dezembro a fadista Carminho.

Animação de Verão ao ar livreA programação cultural não se esgota naquele con-

ceito, embora constituam a âncora para o corrente ano, estando previstos espectáculos diversificados no Teatro-Cinema ao longo do ano.

Nos meses de Julho e Agosto, as actividades no Tea-tro-Cinema encerram, transferindo-se a animação para o centro da cidade.

São as tradicionais noites de Verão, programa que já tem mais de duas décadas de existência e que inclui o ci-nema ao ar livre, a meio da semana e espectáculos mu-sicais ao sábado, dando visibilidade a projectos locais que de outra forma a população não conheceria. Terra de emigração por excelência, Fafe proporciona aos visi-tantes que regressam ao rincão natal noites de diversão que, naturalmente, são também aproveitadas pelos re-sidentes e eventuais turistas, que usufruem de um pro-grama variado de todo o género de música para aque-cer as noites estivais.

* Programador cultural do Teatro-Cinema | Coordenador do Departamento de Cultura, Desporto e Juventude da CM Fafe

Artur Coimbra * | [email protected] | Fotos D.R.

Tereza SalgueiroA eterna voz dos Madredeus canta em Fafe a 18 de Junho

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A Santa Casa da Misericórdia de Fafe está a inves-tir em equipamentos de aproveitamento da luz solar para aquecimento de água e para produção de ener-gia elétrica.

Recentemente, a instituição concluiu a instala-ção de um conjunto de 118 painéis térmicos solares, em três dos seus lares, o que poderá traduzir-se numa poupança de 30 por cento de custos energéticos. Nes-ta fase, está em curso um estudo para instalação de painéis fotovoltaicos em dois lares.

Em simultâneo, avançou-se com outras medidas de poupança energética, que incluíram a substituição de lâmpadas convencionais por lâmpadas economi-zadoras, a instalação de torneiras com temporizado-res e a criação de redes de recolha de resíduos.

Preocupações ambientais

A instalação dos painéis solares térmicos foi um grande investimento, de cerca de 160 mil euros, 75 mil dos quais suportados diretamente pela instituição. Se-gundo a empresa instaladora, citada pela Misericórdia de Fafe, este será o segundo maior investimento do gé-nero realizado em Portugal por uma IPSS (instituição particular de solidariedade social).

Os equipamentos foram instalados nos últimos me-ses e já se encontram em funcionamento no Lar Cóne-go Leite Araújo, na cidade, no Lar Joaquina Leite Lage, na freguesia de Cepães e no Lar Alzira Oliveira Sampaio, em Quinchães. Acresce que também serão instalados painéis térmicos no Lar de Santo António, conhecido na cidade como o antigo grémio, no âmbito do projeto de remodelação que vai avançar, no próximo verão, neste

equipamento.A provedora Maria das Dores Ribeiro João sublinha

ao Repórter do Marão a importância deste investimen-to, sobretudo porque se espera diminuir o consumo de gás, que no ano passado foi de 140 toneladas. Dados disponibilizados por esta IPSS revelam que só de 2009 para 2010 foram consumidas mais cerca de 14 tonela-das de gás, com um custo superior a 42 mil euros.

“Esperamos, obviamente, inverter esta tendência de subida”, afirmou a responsável, admitindo o caráter am-bicioso do investimento.

Produzir e vender energia

Ainda no âmbito das preocupações ambientais, a Santa Casa da Misericórdia vai avançar com a instalação de painéis solares para a produção de energia elétrica.

Nesta fase, já há um estudo concluído, prevendo-se que o investimento possa avançar, numa primeira fase, na sede da instituição e no lar de Quinchães. A IPSS fa-fense espera ser autossuficiente em termos de energia elétrica e poder colocar uma parte na rede de distribui-ção da EDP, constituindo uma fonte de receita.

Ainda não está determinado o valor do que será ne-cessário investir para pôr em marcha este equipamen-to, mas a instituição tem a expetativa que o retorno será vantajoso no plano económico, para além das eviden-tes vantagens ambientais.

Ainda no âmbito das preocupações ambientais, a Santa Casa da Misericórdia criou uma rede interna de recolha de resíduos, como metal, papel, plástico e vidro, a cargo de uma empresa da especialidade.

Os eletrodomésticos e outro equipamento eletróni-

co usados são recolhidos regularmente por uma empre-sa, o que também acontece com a denominada sucata.

Este conjunto de resíduos acaba por significar uma receita para a IPSS de alguns milhares de euros anuais.

O óleo alimentar usado nas cozinhas também é reco-lhido regularmente por uma empresa da especialidade.

Investimentos estruturais

Este conjunto de investimentos no domínio das pre-ocupações ambientais complementa outros, mais es-truturais, em curso ou programados, nomeadamente os que têm a ver com a melhoria dos serviços prestados nas várias valências.

Nesta fase, a SCMF tem em curso dois projetos, orça-dos em mais de três milhões de euros. O primeiro, num investimento de 1,4 milhões de euros, prevê a remode-lação completa do Lar de Santo António, conhecido na cidade como o antigo grémio. Todo o imóvel, no âmbi-to de uma parceria com a câmara municipal, vai sofrer obras de remodelação, mantendo, no entanto, a sua tra-ça original de palacete brasileiro. A candidatura aos fun-dos da União Europeia (EU) já foi aprovada, decorrendo o processo do concurso público. A obra deverá arrancar no próximo verão.

O segundo projeto passa pela construção de um novo lar para 40 idosos em Quinchães, contíguo ao atu-al. O novo equipamento vai custar 1,7 milhões de euros e a obra deverá arrancar também este ano. Neste inves-timento, a IPSS fafense vai assumir um investimento de um milhão de euros, só possível graças à sua boa saúde financeira. A candidatura foi aprovada e está em prepa-ração o respetivo concurso público.

Misericórdia aposta nas energias renováveisFAFE | Preocupações ambientais e económicas

Armindo Mendes | [email protected] | Fotos A.M.

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Para atingir a compreensão e actuação junto da população idosa, é decisivo promover a prática gerontológica, garantindo a construção de boas práticas de in-tervenção.

DEIXO-VOS A PENSAR … O envelhecimento é um fenómeno conhecido por todos e que consiste num processo gradual a que todos os seres humanos estão sujeitos. Carac-teriza-se por um conjunto de factores de ordem fisiológica, psicológica e social ineren-tes ao indivíduo, pelo que assume uma forma diferente de pessoa para pessoa. Sendo o envelhecimento um fenómeno complexo e multidimensional, não existe uma teoria explicativa consensual e universal, contudo, é crucial trabalhar os factores que eventual-mente podem contribuir para melhor perceber esta fase da vida do ser humano.

Compreender o idoso e estabelecer com ele uma prática eficaz exige conhecimen-to e disponibilidade.

Portanto, é fundamental a família assumir um importante papel em qualquer está-dio de vida, particularmente nos dois períodos polares: no período educativo propria-mente dito, ou seja, infância e na velhice.

Sendo a população idosa proveniente de uma época com marcados valores cultu-rais, nos quais a família ampliada exercia um importante papel na convivência, é impor-tante referir que assistimos à mudança de perfil social da família, com a passagem da fa-mília alargada para família nuclear, diminuindo as possibilidades desta ser um elemento terapêutico e emergindo, por vezes, a necessidade da institucionalização do idoso.

A família tornou-se núcleo de um tipo de sociedade fechada, centro de uma vida social muito densa, onde predomina um novo papel designado por estigma social.

Perante a falta de disponibilidade de apoio familiar é crucial a adopção de estilos de vida saudáveis e a participação activa no cuidado da própria saúde em todos os es-tádios da vida.

Assim, o envelhecimento da população para além de representar um dos maiores êxitos da humanidade, também interpreta um dos maiores desafios. Superar esses de-safios requer um planeamento inovador e reformas políticas substanciais tanto em pa-íses desenvolvidos como em países em transição. Os países em desenvolvimento en-frentam os maiores desafios e a maioria deles ainda não possui políticas abrangentes para o envelhecimento. Foi em 1995 que a Organização Mundial de Saúde (OMS) ao re-nomear o “Programa de Saúde do Idoso” para “Envelhecimento e Saúde”, sinalizou uma importante mudança de orientação. A meta do Programa de Envelhecimento e Saú-de foi desenvolver políticas que assegurem “a obtenção da melhor qualidade de vida possível, pelo maior tempo possível e para o maior número de pessoas possível”. Para alcançar essa meta, a OMS precisa de promover as bases de conhecimento sobre ge-rontologia através de iniciativas que fundamentem o conhecimento, valorizando a in-tervenção e a criação de boas práticas gerontológicas.

É perante esta óptica demográfica que saliento o facto de cuidar envolver muito mais do que simplesmente tratar pessoas. Cuidar engloba um processo de relação com o outro. Daí a insistência em fundamentar a prática gerontológica, garantindo o bom desempenho profissional e familiar junto dos que prestam cuidados ao idoso. A ideia da família como refúgio e porto de abrigo apresenta-se no imaginário de todos nós e aparece de forma apelante ao longo do tempo… No entanto, é de distinguir a impor-tância que a família tem no processo de prestação de cuidados. À medida que aumen-ta o grau de complexidade dos cuidados, a insegurança instala-se no núcleo familiar, conduzindo à procura da necessidade da figura de cuidador formal.

A prática gerontológica é um processo sério que mergulha profundamente na pes-soa humana, permitindo projectar aos cuidadores, mais do que construir e partilhar.

Sendo o envelhecimento demográfico um fenómeno social actual, característico dos países industrializados, muito particularmente da Europa, em que Portugal não é

excepção. O número de idosos vai con-tinuar a aumentar em valor absoluto e em importância relativa, antevendo-se que ultrapassem os jovens entre os anos 2010 e 2015. Aliás, e segundo dados do INE, das pessoas com mais de 65 anos, 41% tem mais de 75 anos e 20,9% tem mais de 80. Estes dados permitem confirmar e predizer o progressivo envelhecimento da população portuguesa.

O disparar demográfico do envelhecimento em Portugal, cooperou para a pertinên-cia da abordagem das correntes que têm ocupado a área da gerontologia educativa, quer enquanto campo de estudo, quer como prática educativa em relação aos adul-tos idosos.

Facultando a instrução, inevitavelmente irá projectar-se uma dignidade evidente ao idoso, melhorando a qualidade dos cuidados, tornando-os mais individualizados, per-sonalizados e humanizados.

O ser humano, ao envelhecer de forma saudável, apresenta não somente um bom estado de saúde física e mental, mas também se sente seguro, respeitado, independen-te, reconhecido e integrado na sociedade.

Neste contexto, gerontologia educativa, globalmente encarada como acção edu-cativa, tem como finalidade desenvolver e dotar o cuidador de capacidades que lhe permitam prestar melhores cuidados.

Ao acto de cuidar é de realçar a importância de o comunicar, uma vez que a comu-nicação (nas suas diferentes formas) serve para legitimar discursos, comportamentos e acções. Comunicar é um processo dinâmico, verbal ou não verbal, permitindo que duas pessoas se tornem acessíveis uma à outra, que consigam pôr em comum pare-ceres, experiências e informações. É importante reflectir que, para atingir um mínimo de compreensão e actuação junto do processo de envelhecimento, torna-se necessá-rio caracterizar os seres humanos de forma individualizada. E é através da prática ge-rontológica que se desenvolvem ferramentas e estratégias para o desenvolvimento de competências que permitam ao cuidador um melhor relacionamento com os idosos.

Pretende-se proporcionar ao cuidador saber que lhe possibilite desfazer zonas de conflito que impeçam o cuidar.

Frente ao panorama da educação profissional, é importante ressaltar que, além das mudanças administrativas e pedagógicas, tornam-se necessárias mudanças nos padrões culturais das instituições. Também as transformações sociais acontecem por inúmeros factores que influenciam o comportamento e a estrutura dessas sociedades.

Daí ser usual referir que as boas práticas gerontológicas representam uma oportu-nidade de reflectir sobre as experiências e sobre as competências adquiridas ao longo da vida, em contextos formais e informais.

A reflexão, enquanto fonte de conhecimento, surge como um momento privilegia-do de integração de competências, como a oportunidade de apreciar a própria capa-cidade de agir.

Assim, aprender a pensar é o grande passo para a requalificação da aprendizagem, que se projectará na melhoria da qualidade dos cuidados, tornando-os mais individu-alizados, mais personalizados, ou seja, mais humanizados, junto da população idosa.

Cláudia Moura * | [email protected] | Foto D.R.

Cuidar dos senioresSENIORES | Perfil social da família em mudança

* Professora Universitária. Investigadora na área da Gerontologia, FCT do MCTES; Membro do Júri Pré-mio Inovação no envelhecimento 2012; Membro da Direcção do Núcleo Norte da Associação Portuguesa de Psicogerontologia – APP; Autora do Livro Século XXI – Século do Envelhecimento; Coordenadora do Pro-grama Cláudia Moura À conversa com… Rádio Paivense 99.5 fm; Fundadora do Gabinete de Congressos – CMStatus Cláudia Moura inicia com este artigo uma colaboração regular no Repórter do Marão

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EPAMAC

Entrevista no âmbito da disciplina de

RELAÇÕES INTERPESSOAISNo âmbito da disciplina de Relações In-

terpessoais, foi-nos pedido a realização de um trabalho de grupo que consistia na re-alização de uma entrevista, para um órgão de comunicação social, para dar a conhe-cer o nosso curso, quais os seus objectivos e quais as nossas expectativas futuras.

1-Qual o nome do curso?O nome do curso é CET-GATER (curso de

especialização tecnológica em gestão da ani-mação turística em espaço rural).

2-O que é um CET?É um curso de especialização tecnoló-

gica, sendo uma formação pós ensino se-cundário, que visa obter uma qualificação de nível 4.

3-Em que consiste o curso?O curso tem a duração de um ano e está

dividido em quatro semestres em que três são de formação em âmbito escolar, aulas te-

óricas e praticas e um semestre de formação em contexto de trabalho, ou seja, estágio.

4- O curso contempla um estágio em contexto de trabalho. Pensam que o está-gio é positivo?

Sim, porque a possibilita uma melhor concretização dos estudos, confrontando os alunos com algumas das exigências empre-sariais. Os alunos têm a possibilidade de vi-ver a realidade do mercado de trabalho. Nes-te curso ainda há a possibilidade de serem os alunos a escolher o local de estágio.

5- Quais os objectivos do curso?O CET em gestão da animação turística

em espaço rural pretende qualificar, os alu-nos, de capacidade de intervenção no sec-tor da animação turística, através da iden-tificação e aproveitamento de recursos existentes, da implementação de novos re-cursos ou ainda pela participação na defini-ção de novas estratégias nas actividades de

animação turística.6- O que esperam obter após o termi-

no do curso?Esperamos que este curso seja uma por-

ta aberta para novas experiências profissio-nais, e que, depois de concluído o curso e o estágio, possamos trabalhar neste meio e por em prática todos os conhecimentos ad-quiridos.

7- Acham que as autarquias e a popu-lação estão receptíveis ao turismo rural?

Nós pensamos que sim, porque o turis-mo traz desenvolvimento económico para a localidade e eles estão receptivos para aco-lher quem os queira visitar. Apesar de vermos que muita da população local não concorda com o turismo rural porque pensam que os turistas estão a invadir o seu espaço.

Grupo de alunos do Curso CET-GATER, Edição 2010/2011,

constituído por: Miriam Santos e Tiago Leitão

No próximo dia 15 de Maio, durante todo o dia, vai realizar-se na EPAMAC uma activi-dade inovadora e que pretende lançar uma nova dinâmica no seio da própria escola. Tra-ta-se do I Encontro Equestre EPAMAC. Este en-contro, que nasce da vontade da Escola e dos seus professores e alunos de corresponder às

necessidades e dinâmicas socioculturais do seu território de intervenção, vai permitir o en-contro entre os aficionados dos Cavalos e as muitas empresas do Concelho e Região que trabalham nesta área. Vai permitir, ainda, que os curiosos possam ter acesso directo a uma realidade que normalmente passa desperce-bida no nosso dia-a-dia, mas que é muito for-te na Região. A Escola cumpre, assim, com mais esta actividade, uma função de ser local de di-namização de encontros entre a Comunidade Local e as suas Empresas e Instituições, num ambiente descontraído, em que os seus alu-nos, sob coordenação dos professores, organi-zam eventos, desenvolvendo as suas compe-tências técnicas, profissionais e cívicas.

O I Encontro Equestre EPAMAC vai realizar-se num Domingo (15 de Maio) e o programa será o seguinte: 8.30h – Recepção/Inscrições; 9.00h – Taco (pequeno-almoço); 10.00h – Pas-seio Equestre; 13.00h Almoço/convívio – por-co no espeto e Caldo Verde; 15.00h – Demons-tração Equestre e Gincana de Cavalos; 17.00h – Corrida de cavalos para amadores. Duran-te todo o dia haverá exposições a decorrer: ca-valos (compra/venda); acessórios para cavalos; equipamentos para cavalos.

Todos quantos queiram participar nas ac-tividades deste encontro ou apenas assistir ao encontro, serão muito Bem-vindos à Escola em Rosém.

Encontro Equestre EPAMAC

NOVOS CURSOS

O primeiro deles (Técnico de Gestão Equina) é uma oferta inova-dora no Concelho e na Região e pretende dar a oportunidade aos nos-sos Jovens de terem uma formação muito prática ligada ao mundo equestre. O técnico de gestão equina é o profissional qualificado que, mercê de uma formação polivalente, integrada e pluridisciplinar, está apto a orientar, organizar e executar as tarefas necessárias à gestão das mais diversificadas estruturas equestres existentes no País. É um técni-co com aptidão didáctica e conhecimentos suficientes para o ensino do cavalo e do cavaleiro em todas as suas vertentes.

O segundo destes cursos (Técnico de Gestão Cinegética) é um cur-so que foi criado por esta escola e que, após alguns anos de interregno, se pretende reeditar. O técnico de Gestão Cinegética é o profissional qualificado para coordenar, organizar e executar as actividades ine-

rentes a um plano de ordenamento e exploração cinegética, zelando pela conservação do património cinegético e piscícola e dos ecossiste-mas naturais que o suportam, no respeito pelas normas de segurança e saúde no trabalho e preservação do meio ambiente.

Estes cursos exigem como habilitação de entrada o 9º ano de es-colaridade e, após a sua conclusão, atribuem um diploma de 12º ano e uma certificação profissional de nível III.

Os Jovens da Região vão ter no ano lectivo 2011/2012 mais duas áreas de formação à sua disposição para completarem o 12º ano de es-colaridade, através de cursos muito práticos, ligados à Natureza e ao Mundo rural e com financiamento do FSE (POPH). Os alunos que os frequentarem não terão despesas com os seus estudos. As inscrições já estão abertas.

A EPAMAC, numa dinâmica de diver-sificação da sua oferta formativa que corresponda às necessidades do teci-do económico-social Concelhio e Regio-nal, sem o esgotar, vai lançar dois novos cursos profissionais para o ano lectivo 2011/2012. Estes cursos, muito especí-ficos e virados para a Natureza e para o Mundo Rural são o Curso Técnico de Gestão Equina e o Curso Técnico de Ges-tão Cinegética (ordenamento da caça e da pesca).

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Produção editorial da responsabilidade da EPAMAC

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A Cooperativa Dolmen e a Câmara Municipal do Marco de Canaveses organizam no final de Maio – no fim de semana de 27 a 29 – mais uma edição da Feira das Colectividades e Festival do Anho Assado, evento que conta com a adesão de quatro restaurantes locais.

Os espectáculos culturais e o festival de gastronomia terão lugar no Largo da Feira, na

cidade marcuense.O evento é co-financiado pela Dolmen, através

do programa PRODER, e pela autarquia.O programa cultural e recreativo privilegia

os grupos locais, tendo sido convidados grupos de bombos, tunas, ranchos folclóricos e outros agrupamentos populares das freguesias do concelho, nomeadamente de concertinas e de cavaquinhos.

O programa integra a Feira das Colectividades, com a presença de dezenas de associações culturais e recreativas, em cujos stands serão apresentadas as actividades desenvolvidas.

No Festival do Anho Assado, iguaria que constitui um ícone da gastronomia marcuense, participam os restaurantes Albufeira, Plátano, Penhadouro e Castelinho.

No Marco de Canaveses, de 27 a 29 de Maio

Feira das Colectividades e Festival do Anho Assado

Cooperativa de Formação, Educação eDesenvolvimento do Baixo Tâmega, CRL

AMARANTE - BAIÃO - MARCO DE CANAVESES RESENDE - CINFÃES - PENAFIEL

Telef. 255 521 004 - Fax 255 521 678 [email protected]

Page 17: Repórter do Marão

Produção editorial da responsabilidade da DOLMEN

VVeennhhaa vviissiittaarr oo ss MMeesseess TTee mmáátt iiccoo ss ddoo CCeennttrroo ddee PPrroo mmoo ççããoo ddee PPrroo dduuttoo ss

LLoo ccaaiiss eemm BBaa iiããoo

EExxppoossiiççããoo ee VVeennddaa ** PPrroovvaass ** AAnniimmaaççããoo

Abril: Mês dos licores

Maio : Mês da cereja

Junho: Mês da bengala

Julho: Mês do biscoito Teixeira

Agosto: Mês do espumante

Setembro : Mês do barro negro

Outubro : Mês do vinho verde

Novembro: Mês de S. Martinho

Dezembro : Mês das compotas

PAC A: Pl ano de Aquisição de Competências e Animação

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Page 18: Repórter do Marão

18 maio'11

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I Irepórterdomarão opinião

Há uns dias atrás, celebramos os 37 anos do 25 de Abril. Co-memoramos a luta e o sentido patriótico de milhares de Portu-gueses que combateram para derrubar um regime opressivo e di-tatorial. Comemoramos porque os heróis de Abril nos legaram o futuro, nos legaram Portugal!

Mas o futuro do nosso Pais será, inegavelmente, difícil! Afir-mar Abril, é afirmar a verdade como princípio democrático, por isso, é um acto de humildade, de rigor e de seriedade, reconhe-cer perante os Portugueses que vivemos numa situação de emer-gência social, gerada por estratégias políticas erradas do Governo, e agudizada pela crise económica e financeira de 2008.

Assim, é uma realidade insofismável que entre 1990 e 2000 Portugal cresceu cerca de 3,5% ao ano, o que significou um cres-cimento superior à média europeia. Contudo, a última década foi uma década perdida, com a nossa economia a crescer a uma taxa média anual de 0,7%, o que fez com que Portugal deixasse de convergir com os restantes países da União Europeia. Com este marasmo, os Portugueses também sofreram na pele uma dimi-nuição do nível de vida, pois o Rendimento Nacional Bruto per ca-pita, cresceu apenas 0,1% ao ano.

Em 2010, o nosso défice foi de 9,1% do PIB, o 4.º maior da zona euro, e apenas superado pela Irlanda, Grécia e Espanha. Por sua vez, o Fundo Monetário Internacional prevê que neste ano de 2011, o défice externo de Portugal seja de 8,7% do nosso Produ-to Interno Bruto. Só a economia do Chipre apre-sentará pior resultado, com o défice externo a subir de 7 para 8,9%.

Esta conjuntura re-sulta, também, do facto de em Portugal, as impor-tações terem aumenta-do desmesuradamente, ao longo dos últimos anos, ao passo que as exportações não cresceram na mesma proporção; os Portugueses aumentaram o seu consumo interno ajudados pela baixa taxa de juros e pela quebra na inflação.

Mas as entradas de “dinhei-ro barato” terminaram e, por consequência, do pagamen-to de juros ao exterior, o saldo da nossa balança de rendimen-tos tem um défice anual, de cer-ca de 10 mil milhões de euros. Acresce a isto, uma diminuição da taxa de poupança nacional, que passou de cerca de 20% do produto em 1999 para menos de 10% nos últimos 2 anos.

Um País que consome mais do que aquilo que produz, um País que tem grande dependên-cia externa e um País que não

poupa o suficiente, é um País que precisa de ajuda. Em tempos de crise temos que ajudar quem mais precisa.

Portugal é hoje um País em estado de emergência social. De acordo com os dados publicados, em 2009, pelo Eurostat, e que indicam que em Portugal a “Taxa de Risco de Po-breza ou Exclusão Social” afec-ta 2 milhões

e 648 mil pessoas. Assim, em Portugal no ano de 2009, a “Taxa de Risco de Pobreza ou Exclusão Social” afectou cerca de 25% dos Portugueses.

Uma economia que não cresce é uma economia que não cria emprego. Por consequência, no ano de 2010 o desemprego afec-tou mais de 600 mil pessoas, enquanto no ano de 2001 tínhamos 215 mil Portugueses a lutar contra com este flagelo social. Em dez anos, a taxa de desemprego subiu de 4 para 11%.

O desemprego é dos problemas mais graves que Portugal enfrenta, pelo que significa de quebra de coesão social, de priva-ção, de angústia e de incerteza quanto ao futuro dos que se en-contram nesta situação. Assim, o próximo Governo de Portugal deverá ser um Governo que prestará especial cuidado aos mais pobres, aos mais necessitados, e a todos aqueles que mais preci-sam do Estado Social.

Espero, por isso, que a Campanha Eleitoral para as Eleições Legislativas do próximo dia 5 de Junho, seja feita por parte de to-dos os políticos, com verdade, elevação e grande sentido de res-ponsabilidade perante a realidade grave do País, e que permita

uma escolha clara dos Portugueses, que propor-cione a construção de uma solução governativa maioritária e estável, permitindo assim encarar o futuro com esperança.

Tenho a sincera convicção que Portugal tem solução e os Portugueses têm de voltar a ter esperança. Há outros caminhos, diferentes dos actuais, capazes de nos conduzirem à re-cuperação e ao sucesso. Não serão certamen-te caminhos fáceis, mas são seguramente ca-minhos sólidos e sustentáveis. Portugal e os Portugueses merecem todo o nosso empe-nho e sacrifício para, juntos, construirmos um futuro diferente, um futuro melhor!

No próximo dia 5 de Junho, eu apos-to na mudança e essa mudança faz-se com o Partido Social Democrata a lide-rar o futuro Governo de Portugal, tendo como Primeiro Ministro o Dr. Pedro Pas-sos Coelho a dirigir um Governo forte e de confiança que regenere o País!

Os portugueses têm que voltar a ter esperança

[Alguns textos de opinião são escritos de acordo com a antiga ortografia]

Manuel MoreiraPresidente CM Marco Canaveses

Nas diversas eleições, numa forma que depois desenvolvi profissionalmente, fiz quadros de previsibilidade que, normal-mente, coincidiram com a realidade, tarefa que então não era di-fícil. Mas para as de Junho próximo, a um mês de distância, ainda estou como o tolo no meio da ponte. Habituei-me a prospectar os imensos dados disponíveis, para depois, perspectivando-os, fazer a previsão do que se passaria.

Hoje os dados estão, embora claros para mim, num limbo que não consigo adivinhar sobre os efeitos e as reacções do elei-torado. Estando este cada vez mais informado, e mesmo descon-tando as fidelidades ou reacções impulsivas, o peso do que po-derá acontecer, embora se saiba que seja qual for o resultado o futuro está traçado, é difícil pulsar a reacção ao muito que se sabe, ou julga saber, e se tem disponível para decidir. Também é preciso aquilatar as reacções dos que, analisando só o que lhes dá jeito ou o que lhes interessa, interpretam, relatam e adaptam às suas conveniências. O que para uns é um desastre, desatino ou caso grave, para outros é coisa sem importância, coerência com a realidade, ou facto de somenos, sendo a inversa também ver-dadeira.

A imprevisibilidade está no facto de, além do meu menor contacto com a “rua” e de leitura social, ter os indicadores de maior dúvida no abstencionismo. Foi este que ditou, nas presi-denciais, um presidente eleito por menos de ¼ dos eleitores. Se fosse um referendo nem sequer seria válido.

Não sendo o horizonte

nacional propriamente um espelho da nossa região, a análise desta já nos dá alguns indicadores

que suportam e sustentam as minhas dúvidas.Qual será o efeito do pagar portagem nas

auto-estradas (AE)? Prevalece o aparente sentido de justiça de quem obrigou a que fossem “todas”, ou as isenções que se propunham? E que contra-balanço terá a alternativa gratuita que seria o IP4 até à fronteira de Bragança quando este desapa-rece com a A4 que se lhe sobrepõe?

E que dizer da A24, com iguais idiossincra-sias, onde o suposto diminuir de distâncias em AE aumenta mais de 3 Km.s entre Vila Real e Vila Pouca? Na velha EN2 pouco subíamos e na AE subimos aos 1047 metros para descer acentua-damente até à enorme Ponte e voltar logo a su-bir. E o ir mais para Norte quando se quer ir para Poente? E aquela ponte para os lobos quando dum lado e do outro, no mesmo local, há para quem queira (lo-bos também) mais de 100 m.s de cada lado debaixo dos viadutos? Já deram GPS aos lobos? Será que ali se aplicou a velha teoria dos “yes” que se atribuía aos engenheiros ingleses que com mais um “S” aumentavam os quilómetros a receber?

Terá algum reflexo, este menos partidário pois há de tudo em todos, desde autarquias à Administração Central, a transfor-mação de gabinetes técnicos e funcionais em gabinetes políti-cos que se dedicam não à política das áreas em causa mas à po-lítica dos partidos?

E que pensarão dos gestores, tão bem pagos como craques

de futebol, quando estes têm de mostrar serviços em defesas ou golos e aqueles, para que tenham

direito a prémios e benesses, basta-lhes que o prejuízo do que “gerem” não aumente demasiado.

Que resposta ou pensamento terão dos políticos e sobre a ideia que estes terão deles próprios no cotejo, por se permitirem ganhar tão pouco, como se afirma, e os nomeados serem trata-dos como se fossem incomparavelmente melhores, autênticos prémios Nobel, visto o salário do mês e do ano, e o prémio do

exercício e da reintegração.E na Justiça, os casos cíclicos dos períodos

eleitorais apagarão os outros intencionalmente ou não esquecidos que sentimos ou sentiremos ainda mais forte nos esvaziar dos bolsos, sejam sucatas, sobreiros, submarinos ou bancos?

E mais para todos que sentido darão ao slo-gan do BE de que “com o FMI nós é que paga-mos?" E sem o FMI quem é que paga? E à maior produção e melhores salários da CDU? Produzir, e quê, para vender a quem?

E que efeito terá a encíclica presidencial Ea-nes/Soares/Sampaio/Cavaco na procura do sig-nificado, objectivo e fio condutor, em receitas que agora partilham mas nem seguiram e até

abominaram? Será apenas uma reposição do D´Artagnan e os três Mosqueteiros, ou o bem prega Frei Tomás a prevalecer?

E... decerto o tudo e muito mais que o leitor induziu e intuiu ao longo da leitura, com tudo isto, só peço que não apareça um “salvador da Pátria”. O que me parece mais certo, é que o “Silencio-so” vai ter de chamar a formar governo o líder da abstenção. Seria o tal “salvador”? Embora tal não seja uma maioria unida, coeren-te e com um sentido, ela será talvez a única maioria clara, eviden-te e sem precisar de negociações e acordos pré ou pós eleitorais...

Costuma dizer-se que o Povo Português é justo e sábio. Oxalá seja.

Armando MiroJornalista

Aseleiçõesde Junho

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Arde e crepita fragorosamen-te a fogueira da crise em Portu-gal. Ora bem: preconizam a pru-dência e a sabedoria das nações que as fogueiras se apaguem com água. Contudo, é gasolina o líquido escolhido pelos nos-sos políticos para tentar apagar o fogo — que está já tão próximo das nossas barbas que não sabe-mos se amanhã não nos terá fei-to em torresmos.

Das duas, uma: ou os senho-res políticos estão equivocados quanto aos meios a usar nes-te tipo de sinistros, ou na ver-dade não chegam a ser políti-cos: serão apenas arremedos de políticos, pessoas investidas de cargos ou responsabilidades políticas sem que para isso te-nham preparação ou, pelo me-nos, a sensibilidade, a intuição, o bom-senso e outros tantos pre-dicados dos verdadeiramente grandes políticos.

Dizem-me que tudo isto é consequência de ter chegado a hora de as jotas assumirem o po-der. E todos sabemos que as jo-tas, com excepções honrosíssi-mas, não passam de escolas de carreirismo político, em que se aprende de cor e salteado a vul-gata dos respectivos partidos mas não se ministra uma ideia sobre o lastro humano que é pre-ciso ter e cultivar para ascender a posições de mando e exercê-las com eficiência.

Não sei se é esse o problema. Sei é que a inabilidade política campeia, acolitada pela intransi-gência e pela picardia. Num mo-mento de extremo perigo, em que era necessário esquecer di-vergências secundárias e esta-belecer uma plataforma mínima de entendimento, o que vemos é cada dia seu político, ora dum campo ora do outro, subir a uma qualquer tribuna dos media e de-bitar anátemas e recriminações sobre o adversário. Ou seja, vol-tando à imagem que usei acima: deitar gasolina sobre as chamas que levam o país consumido. Lembram-me esses senhores ga-los encristados, cegos de ódio partidário, a trocar bicadas ran-corosas — e a deteriorar cada vez mais um clima que se dese-jaria de cooperação e concórdia.

Vem-me este amargo rol de reflexões à ideia ao ler hoje (30 de Abril), na primeira página do

Expresso, palavras que tenho de considerar insensatas do Dr. Edu-ardo Catroga, aliás um político da velha guarda que deveria cuidar um pouco melhor da sua ima-gem de homem cordato. Diz ele (e repete na televisão): «O go-verno de José Sócrates devia ir a tribunal. O fartar vilanagem foi uma tragédia nacional.»

É possível que tenha razão. Mas será que não haveria uma altura mais oportuna para o afir-mar? Um homem experiente como o Dr. Eduardo Catroga não percebe que dizer coisas assim nas severas barbas da Troika é dar um sinal de crispação e inco-municabilidade que não deixará de ser tomado em conta?

Depois, pode-se perguntar até que ponto o partido do Dr. Eduardo Catroga tem legitimi-dade para atirar a primeira pe-dra. Não faltará quem pense que não. Negociatas, favorecimentos — que sei eu? E mesmo, já fora da esfera da governação, quan-do penso que foi gente próxima do seu partido (alguma dela ten-do exercido cargos em governos do PSD) que criou aquele mons-tro do caso BPN, responsável por uma boa fatia do défice que nos consome, parece-me que o Dr. Eduardo Catroga poderia ter sido mais cauteloso com aquela coisa do ‘fartar vilanagem’. Já quanto a tribunais, valha a verdade que al-guma dessa gente está a braços com a justiça.

Os governos umas vezes er-ram, outras acertam. Não erram sempre nem acertam sempre. A questão dos desacertos está pois nisto: foram dolosos? Se o gover-no de José Sócrates está no caso do Parvo do Auto da Barca do In-ferno, a quem o Anjo diz ‘por ma-lícia não erraste’, paciência: fo-ram azares da governação, da conjuntura internacional, da fú-ria dos mercados. Agora, se o Dr. Eduardo Catroga tem provas de que houve intenções reservadas, dolos e embustes, tem todo o di-reito de fazer aquele desabafo.

Só que — neste momento não, caramba.

ACHASA.M.PIRES CABRAL

Nota: Este texto foi escrito com deliberada inobservância do Acordo (?) Ortográfico.

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20 maio'11

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I Irepórterdomarão crónica | nordeste

Apoiar idosos e crianças tambémé missão para a GNR de Bragança

A repressão das multas é a imagem que predomi-na da GNR, mas todos os dias há guardas que vão para a estrada, não à procura de automobilistas transgresso-res, mas para levar apoio aos mais vulneráveis.

Cláudia Costa entrou para a GNR há dez anos sem nunca pensar que iria trabalhar com crianças e contri-buir para o lema do policiamento de proximidade, “uma força humana, próxima e de confiança”, com que a Guar-da Nacional Republicana comemorou recentemente cem anos.

“O trabalho mais conhecido é o da estrada, o das multas, mas vai muito para além da repressão”, assegura o comandante distrital de Bragança.

António Fernandes destaca “o acompanhamen-to dos que mais necessitam" entre o conjunto alarga-do de competências da GNR, desde a criminalidade, aos incêndios, ambiente e até recolha de amostras para ga-rantir a qualidade da água.

A professora Helena Subtil conhece bem este tra-balho junto dos seus pequenos alunos do jardim de infância de Santa Comba de Rossas, tal como a “Ti” Ar-minda de Gimonde ou o senhor Celidónio, que decidiu viver sozinho num ermo.

São quatro equipas dos programas especiais que existem no Distrito de Bragança e que se dedicam es-sencialmente à segurança de idosos e crianças, embo-ra sejam também chamados a resolver outras situações.

Na primeira tarefa da manhã, que a Lusa acompa-nhou, a equipa ajudou os mais de 20 alunos de Rossas, que se viram no meio do trânsito desviado para a aldeia

pelas obras na autoestrada Transmontana, a apanha-rem o autocarro escolar para Bragança.

A GNR tem 18 postos espalhados por aquele que é um dos maiores distritos do país em termos de área, sem criminalidade violenta, mas com uma população dispersa e envelhecida que constituiu uma das princi-pais preocupações.

“Fizemos uma identificação dos casos mais compli-cados para os irmos acompanhando. Vamos passando a ver as dificuldades, para alertarmos outras entidades para as necessidades dessas pessoas”, contou o coman-dante.

A presença dos agentes só por si já é um alento: conversam, deixam o contacto, criam laços e dão dicas que ajudam a alertar para possíveis perigos, como os furtos ou burlas a que podem estar expostos pelo iso-lamento e solidão.

Aldeia de Rossas aflita com trânsito do IP4

A população de Santa Comba de Rossas, em Bra-gança, reclama medidas urgentes para fazer abrandar o trânsito que as obras da autoestrada Transmontana

desviaram para a aldeia dividida por uma estrada in-transponível há vários dias para alguns.

“É tanto carro, tanto carro a passar” que “a gen-te está às meias horas à espera” contou à Lusa Maria das Mercês, que vive mesmo junto à estrada nacional 15 que atravessa e divide a aldeia e é por lá que passa agora todo o trânsito do IP4.

O itinerário que liga a fronteira, em Bragança, ao Porto, está a ser transformado na autoestrada Trans-montana e o desvio no nó de Rossas é apenas um dos vários previstos ao longo da obra.

“Ou passadeiras com lombas grandes ou bandas sonoras”, para o autarca de Rossas algo terá que ser fei-to pela segurança das pessoas enquanto durar o des-vio que se prevê venha a prolongar-se “por seis meses, se tudo correr bem”.

Vandalismo em Vila Realpreocupa autarquia

A Câmara de Vila Real anunciou ter conta-bilizado “avultados prejuízos que envolvem atos de vandalismo sobre o património públi-co municipal”, adiantando ter já denunciado a situação à PSP.

A autarquia afirma que “tais ocorrências têm resultado na destruição total ou parcial de ma-terial urbano diverso, um pouco por toda a ci-dade”, mas em particular “em zonas verdes de estadia e lazer e outros espaços públicos”.

Os mais recentes incidentes registaram-se na zona da Vila Velha, onde “além da capela de santo Antoninho dos Esquecidos, que sofreu danos consideráveis, foram completamente destruídos postes, candeeiros de iluminação pública, bancos e mesas de jardim, muros de suporte, entre outros”.

Cidades de Chaves e Veríncada vez mais próximas

O projeto de dinamização Eurocidade Chaves - Verín (foto) poderá ter um serviço de transporte público trans-fronteiriço a ligar as duas cidades até ao final deste ano, anunciou o presidente da Câmara de Chaves, João Batista.

O projeto de criação deste serviço de transporte público é, para o autarca, “um passo importante e fundamental para a comunicação e mobilidade dos cidadãos dos dois países”.

Para saber a viabilidade do projeto foi realizado um es-tudo de transportes da Eurocidade para perceber quantas pessoas poderão vir a utilizar o serviço e o seu horário, ten-do sido anunciado que o preço da viagem entre Chaves - Ve-rín e vice-versa “será de dois euros”.

O projeto de cooperação conta com dois anos de exis-tência. A Eurocidade Chaves - Verín partilha uma agenda cultural mensal e tem vários projetos na área da saúde, no-meadamente, a construção de um Centro de Formação Tu-rístico-Termal e de Investigação da Água nos dois países.

Page 21: Repórter do Marão

21maio'11

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I repórterdomarãodiversos

A Ford lançou em abril o novo Focus, essencial para a sua estratégia de vendas para 2011 por ser um dos modelos da marca mais vendidos no mer-cado nacional. A marca norte-americana espera vir a recuperar quota de

mercado com o novo Ford Focus, apesar de uma conjuntura adversa em termos económicos, refere a porta-voz da Ford Lusitana, Anabela Correia.

Com o mercado nacional a retrair-se, a Ford, se-gundo Anabela Correia, tem como objetivo “supe-rar a melhor quota de mercado de sempre do Ford Focus que foi de quase 14 por cento em Portugal”.

Para a responsável, “o Ford Focus pertence a um dos mais relevantes segmentos em termos de vendas juntamente com o Fiesta, pelo que espe-ramos que o novo modelo seja impulsionador da marca em Portugal”.

A terceira geração do modelo Focus, construído na Alemanha, na fábri-ca da Ford de Colónia, apresentou-se na carroçaria de cinco portas, à qual se juntarão mais tarde a de quatro portas e a carrinha (provavelmente ainda no mês de maio).

O novo Focus contará com três motores aos quais corresponderão seis níveis de potência e duas caixas de velocidade.

Segundo a marca, a aposta no lançamento volta a incidir nas versões First Edition que tendo por base o nível Titanium, apresenta preços competi-tivos com equipamento de série recheado.

A versão de entrada de gama, o Ford Focus 1.6TDCi Trend, de 95 cv, terá um preço de 24.110 euros, enquanto que para a mesma versão equipada com o motor de 115 cv haverá um diferencial de mil euros. A versão mais cara custa 35.460 euros, o Focus 2.0TDCi Titanium de 163 cv e caixa automática.

A Assembleia Municipal de Lamego aprovou a realização de uma petição em defesa da criação do serviço de internamento no Hospital de Proxi-midade de Lamego, uma reivindicação que conta com o apoio do PSD, BE, CDU e CDS.

O novo hospital aposta no reforço da presta-ção de serviços predominantemente em ambula-tório e, em vez do internamento tradicional, terá uma unidade de cuidados continuados de conva-lescença, com capacidade para 30 camas.

E é precisamente este facto que está a ge-rar descontentamento. Foi aprovada a criação de uma comissão técnica independente que irá tra-balhar num projeto de readaptação do hospital, sem haver necessidade de parar a obra.

O presidente da Câmara de Lamego, Francisco Lo-pes, acredita que é possível adaptar o piso que está a ser

construído “só para a administração” para albergar uma “área de internamento”. À qual, acrescentou, se poderá juntar a área de convalescença.

“Nunca permitiremos que os nossos pacientes se-jam transferidos para Vila Real”, salientou.

Lamego exige internamento no novo hospital

Amarante sem comboio mas com ecopista

Amarante perdeu o comboio para os lados de Basto mas ganhou uma pista para bicicletas e peões, construída no corredor da antiga linha do Tâmega.

O novo equipamento estende-se entre as antigas estações de Amarante e da Chapa, na partilha com o vizinho concelho de Celorico de Basto, um percurso com cerca de 10 quilómetros.

A pista atravessa várias freguesias de Amarante, passando junto dos edifícios que outrora foram apea-deiros da CP, alguns próximos do rio Tâmega.

Construída pela Câmara de Amarante, a “ecopista” é utilizada diariamente por muitas pessoas para faze-rem caminhadas ou para andarem de bicicleta.

O troço entre Amarante e a Livração, igualmente desactivado pela REFER – é improvável que voltem a circular comboios naquela linha, tal como nas restan-tes de via reduzida no norte do país – poderá ser apro-veitado no futuro para o mesmo fim – servir de percur-so de lazer a ciclistas e peões.

Centro hípico de Baiãorelançado

O centro hípico de Baião, na serra da Aboborei-ra, vai passar a ser gerido por uma sociedade com ca-pitais municipais e de um empresário do setor, com o objetivo de dinamizar o equipamento, anunciou a au-tarquia.

A empresa “Baião Vida Natural” é detida em 62,5 por cento pelo município e o restante capital pelo in-vestidor Pedro Monteiro Castro, que assegura as fun-ções relacionadas com a equitação.

A sociedade propõe-se trabalhar no desenvolvi-mento da prática da equitação desportiva, nos pas-seios a cavalo pela serra da Aboboreira e na hipo-terapia, variante do hipismo com fins terapêuticos destinada a cidadãos portadores de deficiência.

O espaço permite também a prática do despor-to motorizado, estando já previstas algumas provas de caráter oficial organizadas pelo Motor Clube de Baião.

O centro hípico, inaugurado em 2005, tem dois pi-cadeiros, distribuídos por uma área de 33 mil metros.

Mais de 150 voluntários da CESPU - Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário, sedea-da em Paredes, vão prestar apoio aos milhares de pe-regrinos que caminham até Fátima para as cerimónias do 13 de maio.

Com vários postos fixos de atendimento junto às estradas do norte do país, o objetivo é “minimizar as le-sões e agressões nos pés que, muitas vezes, impedem os peregrinos de levar as suas promessas até ao fim”, ex-plicou fonte da CESPU.

Nesta ação vão ser montados postos fixos de aten-dimento podológico em vários locais, onde normal-mente os peregrinos pernoitam, mas também será prestado apoio em locais de paragem para descanso, durante o dia.

Nestes espaços, serão prestados cuidados diferen-ciados e gratuitos.

O apoio aos peregrinos vai decorrer entre as 09:00 e as 20:00 e vai contar com a parceria da Associação Por-tuguesa de Podologia que vai disponibilizar a sua Uni-dade Móvel.

Voluntários da CESPU apoiam peregrinos

Os rendimentos dos vitivinicultores do Douro diminuem de ano para ano por causa dos cortes no benefício e no preço do vi-nho, mas muitos recusam abandonar as terras porque dizem já nasceram “debaixo de uma videira”.

Pelos degraus de socalcos que serpenteiam a mais antiga re-gião demarcada do mundo, espalham-me milhares de peque-nos e médios vitivinicultores que, segundo dados da Casa do Douro, sofreram uma redução de rendimentos na ordem dos “60 por cento” na última década.

Agostinha Glória e Abraão Santos são irmãos e possuem vi-nhas em Alvações do Corgo, concelho de Santa Marta de Pena-guião.

Aos poucos Agostinha e o marido foram comprando, atra-vés de empréstimos, terrenos até juntar 22 hectares onde co-lhem cerca de 150 pipas de vinho.

Aqui já tiveram direito a 82 pipas de benefício (quantidade de mosto que pode ser transformado em vinho do Porto), que chegaram a vender a 1150 euros por pipa (550 litros). Na última vindima, esta vitivinicultora pode colher apenas 60 pipas de be-nefício.

“Entregamos as uvas na última colheita sem preço e ainda não recebemos, nem sabemos quando ou quanto vamos rece-ber”, afirmou à Agência Lusa.

Segundo a Associação de Vitivinicultores Independentes do

Douro (AVIDOURO), a média por pipa de vinho do Porto não ul-trapassou os 800 euros.

Agostinha Glória ainda não recebeu pelo “generoso”, mas teve que pagar aos trabalhadores que contratou para a vindima e tem que pagar aos que chama periodicamente para outros tra-balhos que é preciso fazer na vinha ao longo do ano.

“O que nos valeu foram as uvas que vendemos para fazer vi-nho de mesa e pelas quais já recebemos alguma coisa”, salientou.

O que vale também é que muito do trabalho é feito ape-nas pelo casal com a ajuda dos filhos e das receitas do café que explora em Alvações do Corgo e onde Agostinha passa muitos dos seus dias.

Vitivinicultores do Douro recusam abandonar a terra apesar da crise

Ford Focus quer recuperarquota de mercado

Grupo MCoutinho apresentou o modelo em várias capitais de Distrito: Porto, Aveiro, Vila Real e Bragança

INFORMAÇÃO COMERCIAL

Page 22: Repórter do Marão

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A opinião expressa nos artigos assinados pode não corresponder necessariamente à da Direção deste jornal.

Esta edição foi globalmente escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico. Porém, alguns textos, sobretudo de colaboradores, utilizam ainda a grafia anterior.

Bin Laden - 2011

Cartoons de Santiagu [Pseudónimo de António Santos]

22 maio'11

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I Irepórterdomarão artes & eventos

1933-2009O OLHAR DE...Eduardo Pinto

Sem título- Amarante - Anos 50

1933-2009

Artes do espetáculo em Lousada até 14 maioO Folia – Festival de Artes do Espetáculo de Lousa-

da apresenta até dia 14 de maio diversos espetáculos de música, teatro, dança. As artes plásticas têm também um lugar de destaque neste Festival, com a exposição de pin-tura de Silvina Isabel, patente na Biblioteca de Lousada.

No sábado, dia 7, a Companhia do Chapitô apresen-ta o espetáculo “Cemitério dos prazeres”, enquanto no do-mingo, 8, o programa contempla Cellowood – temas de filmes.

Na fase final desta edição do Folia os Corvos visitam U2, na quarta feira, dia 11, e nos dias seguintes os espetá-culos contam com a prestação do Teatro Montemuro, com o espectáculo “Remendos”, dia 12, e “As peúgas de Eins-tein”, levado a cena pelo teatro A Barraca, no dia 13.

No encerramento do Folia é apresentado “As enca-lhadas”, um espetáculo da companhia Sola do Sapato, com a prestação das atrizes Maria João Abreu, Helena Isa-bel e Rita Salema.

Teatros MunicipaisOs claustros do Mosteiro de S. Gon-

çalo acolhem, entre 13 e 15 de maio, a 6ª edição da Feira dos Doces Conven-tuais de Amarante. O evento é organi-zado pela associação empresarial.

A doçaria conventual de Amarante é produzida por cerca de uma dezena de confeitarias.

Está em curso um processo de certi-ficação da doçaria "para salvaguardar a tradição e os receituários tradicionais".

Feira dos doces em Amarante

Teatro Municipal de Bragança- XIII FITAB - Festival Internacional de Tunas Académicas de Bragança. 21 maio, 21:30.

Teatro Ribeiro Conceição – Lamego- “Riso Com Siso, Festival Internacional de Humor”, até 15 de maio.

Teatro de Vila Real- Vip Manicure/A Crise, com Ana Bola e Maria Rueff. 12 maio, 22:00.- Les Corbeaux "Os Corvos" (França), com Josef Nadj e Akosh Szelevenyi, um diálogo entre dança e música; 13 maio, 22:00.- Clã - Disco Voador. 21 maio, 22:00.- Tó Trips - Guitarra 66. 28 maio, 22:00

As regiões de Bragança, em Portugal, e de Salamanca e Zamora, em Espanha, estão a preparar uma candidatura conjunta a Reserva da Biosfera, um estatuto atribuído pelo UNES-CO a territórios pelo uso e preservação da bio-diversidade.

O presidente da Câmara de Bragança, Jor-ge Nunes, disse à Lusa que nos próximos dois anos serão realizados os estudos para susten-tar a pretensão à classificação deste território com um área total equivalente à região Nor-te de Portugal.

O projeto denominado “Biosfera Trans-fronteiriça” tem em vista aquilo que o autar-ca considerou como “o reconhecimento pela entidade UNESCO da qualidade deste territó-rio sob o ponto de vista da biodiversidade, da identidade, da cultura, dos bens patrimoniais”.

“É uma espécie de selo de qualidade para um território, o que permite abrir uma jane-la de oportunidades de promoção da quali-dade dos produtos oriundos desta região, da promoção turística e da captação de novos e importantes fluxos turísticos”, na opinião do autarca de Bragança.

A candidatura transfronteiriça está a ser desenvolvida pelo agrupamento europeu de cooperação territorial constituído pelas três províncias, o ZASNET – AECT, e foi contempla-da por fundos europeus com 300 mil dos 400 mil euros necessários para o projeto.

Os promotores gostariam de “nos próxi-mos quatro a seis meses” lançar o concurso .

Jorge Nunes espera que a equipa de pe-ritos conclua os estudos e possa apresentar a candidatura à UNESCO no prazo de 18 meses.

Bragança, Salamancae Zamora avançam

com candidatura transfronteiriça a

Reserva da Biosfera

O primeiro congresso temático da Confede-ração Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), subordinado ao tema «Rumo Solidário para Portugal», decorrerá a 20 e 21 de maio, em Santa-rém. Segundo a CNIS, a Economia Social assegura 73,6% da ação social em Portugal, segundo dados da Carta Social, com o Setor Solidário a ser respon-sável por 65,8% dessa ação social.

A CNIS apresenta uma série de propostas com o intuito de, “neste ambiente de crise que Portugal vive”, reforçar a posição de que a organização e as IPSS “fazem parte da solução e não do problema”.

“Não falamos em comparticipação financeira, apesar das enormes dificuldades que hoje já levam algumas IPSS a fechar algumas valências e outras a estarem na iminência de fechar portas”, argumen-tou o padre Lino Maia.

Neste particular as IPSS mais afetadas são as que oferecem respostas nas valências de acolhimento de crianças e jovens, apoio à deficiência e educação.

“O encerramento de IPSS significa mais desemprego e mais pobreza”, alertou o pre-sidente da CNIS, relembrando que o Setor Solidário é responsável por cerca de 200.000 postos de trabalho.

Numa altura em que os analistas não colocam de lado a possibilidade de fortes convulsões sociais, o padre Lino Maia considera que “as IPSS são uma mola amortece-dora do mal-estar social”.

No dia 20, debater-se-á “A sociedade em crise, numa crise Global”, e “O setor solidá-rio em Portugal”, este com os representantes do mundo social solidário: Padre Lino Maia, presidente da CNIS, Manuel Lemos, presidente da União da Misericórdias e Alberto Ra-malheira, presidente da União das Mutualidades Portuguesas.

No dia 21 de maio, pela manhã, debate-se o tema “Relações do setor solidário com o Estado” com Silva Peneda Presidente do CES.

CNIS debate solidariedade em Santarém

Page 23: Repórter do Marão

Vasco e BernardeteOuve o que te digo, Ber-

nardete. Daqui a trinta, qua-renta anos, a nossa casa terá o mesmo destino que a ca-sota do cão que nos morreu: vai ficar deserta. Vai ficar sem o telhado e com as janelas fa-nadas de vidros. Os primeiros ninhos aparecerão na cozi-nha. E na sala as portas deixa-rão de funcionar. Os coelhos bravos correrão por estes cor-redores, os javalis virão atrás do cheiro dos coelhos, e aqui deixarão as suas marcas. Virão as chuvas de Dezembro, os ventos de Fevereiro, o gelo e o sol, e tudo há-de apodrecer. As silvas hão-de tomar conta do resto, como manda a na-tureza. Será esse o fim desta casa.

Pode ser que neste quar-to onde agora dormimos, e eu às vezes tenho vontade de te sonhar, cresçam meia dúzia de árvores, talvez eucaliptos, que são mais despachados a crescer que os carvalhos e os pinheiros. Tudo o que é es-trangeiro cresce bem em Por-tugal, até os eucaliptos, que tudo secam à volta. Mas o mais certo é nascer um tufo de mimosas. E eu até nem desgosto da cor, tão amarela; e do cheiro, tão intenso, das flores das mimosas.

Não te rias Bernardete, da-qui a trinta, quarenta anos, mais ano, menos mês, a nossa casa pertencerá à bicharada.

Lembras-te, Bernardete, do que penamos para fazer esta casa? E de que valeu tan-to trabalho, tanta privação? A nossa aldeia está a ficar um deserto.

Temos sorte, Bernardete, temos muita sorte em ter fi-lhos que se interessam pelos pais. Mesmo com as consu-mições deles ainda têm o cui-dado de nos ligarem todas as semanas, ao sábado à tarde. Coitados.

Os nossos netos são boni-tos, são sangue do nosso san-gue, - e então o mais novinho, o Eduardo, é tão parecido co-migo - , mas eu tenho muita dificuldade em percebê-los.

Eles vêm cá, mas não abrem a boca, não falam con-nosco nem falam com nin-guém. Ficam sentados aí pela casa, cada um agarrado ao seu computador, muito con-centrados, a picarem no tecla-do, com as pontas dos dedos como as galinhas a bicarem no milho. E falam e riem para o computador, como se ele fosse gente. Como se isso não chegasse, passam a vida a olhar para os telemóveis que trazem colados à palma das mãos. E têm pressa em partir.

Bem se vê que este mun-do não lhe pertence. A nossa terra é um estorvo nas vidas deles. A neta mais velha ago-ra tem sempre muito que es-tudar e já não aparece.

O mundo mudou tanto, Bernardete. Lembras-te da primeira televisão que tive-mos, a preto e branco, enor-me, que durou uma eternida-de, e depois ainda serviu para poleiro de galinhas? Lem-bras-te da motorizada? Se as minhas pernas deixassem, ainda era homem para te le-var a passear no raio da moto-reta. Ai, Bernardete, o carun-cho entra por nós adentro e come-nos o vigor dos múscu-los e dos ossos. Ri-te Bernar-dete, ri-te, mas vê lá se apren-des a controlar a dentadura, e não a deixes sair da boca.

Ouve o que te digo, Ber-nardete. Daqui a trinta, qua-renta anos a nossa casa terá o mesmo destino que a tele-visão a preto e branco e a ca-sota do cão que nos morreu. A nossa casa e a nossa aldeia desaparecerão. Volta tudo a ser natureza. Ar puro. Bichara-da e floresta.

Já cá não estaremos para ver esse paraíso.

António Mota

23maio'11

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I repórterdomarãodiversos | crónica

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António Santos, o cartunista “Santiagu” e colaborador de há muitos anos do Repórter do Marão, aver-bou mais um prémio, desta vez no World Press Cartoon 2011, que decorreu em Sintra, concurso em que o australiano David Rowe foi o vencedor do Grande Prémio com “Wikileaks and Uncle Sam”.

O cartoon vencedor, que satiriza “um dos temas mais quentes de 2010”, foi publicado em dezembro de 2010 no jornal australiano The Sun-Herald, tendo conquistado o Grand Prix e o primeiro lugar na cate-goria de Cartoon Editorial do certame de humor gráfico de imprensa.

Na mesma categoria, o polaco Pawel Kuczynski conquistou o segundo lugar, com o cartoon “Made in China”, e Alecus, cartoonista mexicano que traba-lha em El Salvador, ficou na terceira posição, com o desenho “Chilean Miners”.

João Vaz de Carvalho e Santiagu foram os portugueses mais em destaque nesta sétima edi-ção do World Press Cartoon, premiados na cate-goria Caricatura, com os 1.º e 3.º prémios.

Madre Teresa foi publicadoem dezembro

O trabalho de João Vaz de Carvalho é um re-trato do rei D. João I, publicado em abril do ano

passado na revista Notícias Magazine, no âmbito de uma reportagem sobre os reis e as rainhas. Já o de-senho de Santiagu é uma Madre Teresa de Calcutá desenhada para o Repórter do Marão e apresentada a concurso em Sintra no último mês de 2010.

Na categoria Desenho de Humor, o vencedor foi o brasileiro Samuca, com o cartoon “Pedophi-lia” publicado no Diário de Pernambuco, do Recife.

O júri internacional, presidido pelo carto-onista António e integrando o britânico Ralph Steadman, considerado um dos melhores carto-onistas do mundo, Anita Kunz, ilustradora e pro-fessora de artes plásticas do Canadá, Alessandro Gatto, pintor e artista gráfico italiano muito pre-miado, e a belga Cecile Bertrand, cartoonista do jornal La Libre Belgique, analisou um total de 822 desenhos, de 462 autores, publicados em jornais e revistas de cerca de 70 países.

A exposição World Press Cartoon Sintra 2011, que apresenta 401 obras, está patente até 30 de junho, no Sintra Museu de Arte Moderna, de terça feira a domingo, entre as 10 e as 18 horas, com entrada livre.

Sobre a caricatura premiada"Estruturalmente, a ideia nasceu do desejo de desenhar esta figura de renome interna-

cional dando grande relevo ao véu, assumindo por excelência a mancha gráfica, por um lado e, por outro, uma forma protetora para as pessoas mais carenciadas, ou não fosse ela a “san-ta das sarjetas”.

A caricatura foi trabalhada confrontando o suporte de papel com a ajuda da eloquência de lápis e canetas, que assumiram a grande responsabilidade de representar plasticamente um dos mais belos e edificadores exemplos da Paz.

Obter o terceiro Prémio a nível mundial no WorldPressCartoon of Sintra representa, para mim, uma grande satisfação pessoal e mais incentivo para a execução dos próximos projetos".

Santiagu ganha mais um prémio em Sintra

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