Vale Repórter

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Ano VI - N Ano VI - N Ano VI - N Ano VI - N Ano VI - N o 1 - Abril de 2009 1 - Abril de 2009 1 - Abril de 2009 1 - Abril de 2009 1 - Abril de 2009 Onde Onde Onde Onde Onde fica este fica este fica este fica este fica este monumento? monumento? monumento? monumento? monumento? Aterro Aterro Aterro Aterro Aterro sem solução sem solução sem solução sem solução sem solução Idosos Idosos Idosos Idosos Idosos reclamam reclamam reclamam reclamam reclamam dos ônibus dos ônibus dos ônibus dos ônibus dos ônibus Poluição Poluição Poluição Poluição Poluição sonora sonora sonora sonora sonora incomoda incomoda incomoda incomoda incomoda Taubaté Taubaté Taubaté Taubaté Taubaté Onde Onde Onde Onde Onde fica este fica este fica este fica este fica este monumento? monumento? monumento? monumento? monumento? Aterro Aterro Aterro Aterro Aterro sem solução sem solução sem solução sem solução sem solução Poluição Poluição Poluição Poluição Poluição sonora sonora sonora sonora sonora incomoda incomoda incomoda incomoda incomoda Taubaté Taubaté Taubaté Taubaté Taubaté Idosos Idosos Idosos Idosos Idosos reclamam reclamam reclamam reclamam reclamam dos ônibus dos ônibus dos ônibus dos ônibus dos ônibus Jornal laboratório dos alunos do 2 Jornal laboratório dos alunos do 2 Jornal laboratório dos alunos do 2 Jornal laboratório dos alunos do 2 Jornal laboratório dos alunos do 2 o ano de Jornalismo do Departamento de Comunicação Social da ano de Jornalismo do Departamento de Comunicação Social da ano de Jornalismo do Departamento de Comunicação Social da ano de Jornalismo do Departamento de Comunicação Social da ano de Jornalismo do Departamento de Comunicação Social da Universidade de Taubaté Universidade de Taubaté Universidade de Taubaté Universidade de Taubaté Universidade de Taubaté

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Vale Repórter 1º edição 2009

Transcript of Vale Repórter

Ano VI - NAno VI - NAno VI - NAno VI - NAno VI - Nooooo 1 - Abril de 2009 1 - Abril de 2009 1 - Abril de 2009 1 - Abril de 2009 1 - Abril de 2009

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Jornal laboratório dos alunos do 2Jornal laboratório dos alunos do 2Jornal laboratório dos alunos do 2Jornal laboratório dos alunos do 2Jornal laboratório dos alunos do 2ooooo ano de Jornalismo do Departamento de Comunicação Social da ano de Jornalismo do Departamento de Comunicação Social da ano de Jornalismo do Departamento de Comunicação Social da ano de Jornalismo do Departamento de Comunicação Social da ano de Jornalismo do Departamento de Comunicação Social daUniversidade de TaubatéUniversidade de TaubatéUniversidade de TaubatéUniversidade de TaubatéUniversidade de Taubaté

:: Responsáveis pela página: Mariane de Barros (editora), Rebeca Monteiro (repórter) e Camila Sardinha (diagramadora e repórter fotográfico) ::0000022222

:: Opinião :::: Opinião :::: Opinião :::: Opinião :::: Opinião ::Abril de 2009Abril de 2009Abril de 2009Abril de 2009Abril de 2009

:: Editorial :::: Editorial :::: Editorial :::: Editorial :::: Editorial :::: Enquete :::: Enquete :::: Enquete :::: Enquete :::: Enquete ::

Esta é a primeira edição do Vale Repórter em 2009, jornalelaborado por alunos do segundo ano de Jornalismo da Universida-de de Taubaté, que pretende oferecer à população não somenteinformação, cidadania e cultura, mas também proporcionar aoleitor a variedade de opiniões e diferentes visões sobre fatos quemarcam a região.

Nesta edição, o Vale Repórter traz uma novidade: estamosde cara nova! Novo formato, mais moderno e compacto, é de fácilmanuseio e distribuição. Apresenta um visual prático para a leitu-ra, em tempos nos quais cada minuto é precioso. O conteúdoapresenta reportagens de temas interessantes, que têm compro-misso com o leitor.

As editorias abordam temas relacionados ao nosso cotidiano,como a atual oferta de transporte público para os idosos da cidade,situação bastante constrangedora, visto que somos um país noqual a terceira idade tem seu próprio estatuto, porém esta parcelada população sofre para usufruir de um direito que possui. Emrelação ao trânsito, colocamos um alerta sobre os acidentes, quetêm tirado tantas vidas, ocorridos com motociclistas.

Na reportagem de capa, uma matéria sobre os monumentospouco conhecidos de Taubaté revela que muitas praças escondemhomenagens a ilustres desconhecidos da maioria da população.Destacamos também o monumento em homenagem à Bandeira,construído por causa do Dia do Hino à Bandeira, comemorado emtreze de abril, que ilustra a primeira página desta edição.

Nesta edição, a editoria de economia trata do assunto numtom irônico e divertido em uma charge sobre a polêmica NotaFiscal Paulista. E por falar em economia, é inevitável pensar nacrise, por isso, uma reportagem aborda os setores que ainda nãosentiram os efeitos da “marola” que afeta o cenário financeiro.

Na reportagem sobre cidadania, mostramos como é a distri-buição de pílulas anticoncepcionais e preservativos nos postos desaúde públicos da região. Sobre saúde, o tema principal é ovegetarianismo e a opção por uma vida saudável que os adeptosdessa prática fazem para si mesmos e para o planeta.

O Vale Repórter traz tudo isso e muito mais: utilidade públi-ca, esportes, cultura, educação, meio ambiente, além de um perfile uma entrevista com personagens que fazem a diferença no coti-diano de Taubaté e região.

Para tornar o jornal mais completo e interessante para o lei-tor a cada edição, a equipe de alunos de Jornalismo da Universida-de de Taubaté conta com a colaboração dos leitores. Portanto, dêopiniões ou sugestões, que podem ser enviadas ao e-mail:[email protected]. Boa leitura!!!

Novos ares no jornalismo regionalNovos ares no jornalismo regionalNovos ares no jornalismo regionalNovos ares no jornalismo regionalNovos ares no jornalismo regionalpor Rebeca Monteiro

Jornal laboratório produzido por alunos do 2º ano de Jornalismo do Departamento de Comunicação Social da Universidade de Taubaté

DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA E GRATUITA

:: Expediente :::: Expediente :::: Expediente :::: Expediente :::: Expediente ::

ReitoraProfa. Dra. Maria Lucila Junqueira BarbosaVice-reitorProf. Dr. José Rui CamargoPró-reitor de AdministraçãoProf. Dr. Francisco José GrandinettiPró-reitor de Economia e FinançasProfa. Ms. Marisa de Moura MarquesPró-reitor EstudantilProf. Ms. Armando Antonio Monteiro de CastroPró-reitora de Extensão e Relações ComunitáriasProfa. Dra. Ana Aparecida Silva AlmeidaPró-reitora de GraduaçãoProfa. Ms. Mara Cristina Bicudo de SouzaPró-reitor de Pesquisa e Pós-graduaçãoProf. Dr. José Roberto CortelliChefe do Departamento de Comunicação SocialProf. Ms. Marcelo Tadeu dos Reis Pimentel

FotolitoFuturaImpressãoUnitaugrafTiragem2.000 exemplares

Coordenadora de JornalismoProfa. Ms. Viviane Fushimi VelosoCoordenador do Núcleo de Veículos ImpressosProf. Ms. João Rangel MarceloEditora e Jornalista ResponsávelProfa. Dra. Eliane Freire de Oliveira (MTb. 26.559)Professor EditorProf. Dr. Robson Bastos da SilvaRevisãoProfa. Ms. Adriana Cintra de Carvalho-PintoProfa. Ms. Silvia Regina Ferreira Pompeo AraújoTratamento e Edição de ImagensAguinaldo de Jesus Nogueira Alves eFernandina Célia da SilvaEstagiáriosCamila de Oliveira Almeida (3o JO A)Diego Migotto (2o JO M)Jéssica Larissa dos Santos (1o Web)

O teor das matérias e conteúdos expressos neste jornalsão de responsabilidade de seus autores.

REDAÇÃO:Avenida Professor Walter Thaumaturgo, 700 - CentroTaubaté - SP - CEP 12030-040 - Tel.: (12) [email protected]://www.webvalereporter.blogspot.com

Enquete realizada por Camila Sardinha e Rebeca Monteiro

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Como você avalia oComo você avalia oComo você avalia oComo você avalia oComo você avalia otrânsito de Taubaté?trânsito de Taubaté?trânsito de Taubaté?trânsito de Taubaté?trânsito de Taubaté?

“Em certos horários, fica bemcongestionado. A cidade estácrescendo e não está comportandoa quantidade de carros”.Maria Aparecida Cambará,cabeleireira

“Está crítico. E do jeito que estãosobrando carros na montadoras,

daqui a um ano ficará impossíveldirigir nas ruas”.

Odair de Oliveira, aposentado

“A população de Taubaté é desatenta.Eu acho que eles deviam ter um

pouco mais de consciência para nãocausar problemas”.

Abel Cláudio dos Santos, vigia

“O trânsito para em determinadoshorários, principalmente na partecentral, pois a cidade é antiga e asruas são muito estreitas”.Claudionor dos Santos,auxiliaradministrativo

“Comparado a São Paulo está bom.Os motoristas daqui são mais calmos,

mas existe muito trânsito parauma cidade pequena”.

Luciane Rossi,auxiliar administrativo

Foto da capa: Laís Reis (2o JO M)

:: Utilidade Pública :::: Utilidade Pública :::: Utilidade Pública :::: Utilidade Pública :::: Utilidade Pública ::Abril de 2009Abril de 2009Abril de 2009Abril de 2009Abril de 2009

:: Responsáveis pela página: Adriano Silva (editor), Francine Milene (repórter) e Andressa Brunelli (diagramadora e repórter fotográfica). Colaboração: Camila Sardinha (repórter fotográfico) :: 33333

Iniciativas dão esperança a cães e gatosIniciativas dão esperança a cães e gatosIniciativas dão esperança a cães e gatosIniciativas dão esperança a cães e gatosIniciativas dão esperança a cães e gatosVoluntários cuidam de animais abandonados por aqueles que deveriam zelar pelo seu bem

por Francine Milene

Filhotes de uma mesma ninhada aguardam adoção em um abrigo de Taubaté

Andressa Brunelli / Vale Repórter

“Todos os animais existentes no paíssão tutelados do Estado”. Isto é o que estáprevisto no primeiro artigo do Decreto Leinº 24.645, que estabelece medidas de prote-ção aos animais. Mas não é bem isso que sevê nas cidades e bairros da região. Muitoscães, gatos, cavalos e outras espécies estãoem praças públicas, soltos debaixo de via-dutos, nos mercados e ruas.

De onde vieram? Para onde vão? Por-que foram abandonados? É uma incógnitapara todas as pessoas que, mesmo semperceber, se deparam com eles em seu dia adia, como se já fizessem parte do cenáriohabitual de suas vidas.

Nas cidades do Vale do Paraíba, exis-tem abrigos administrados pelo poder pú-blico ou que recebem ajuda de entidades, eque são responsáveis pela retirada dos ani-mais das ruas. Mas, além dessas institui-ções, há iniciativas como a da técnica emEnfermagem Luciene Alvez, que mora emum sítio no município de Pindamo-nhangaba com seus 37 cachorros e 12 ga-tos, todos retirados das ruas ou abandona-dos na porta de sua casa.

Tudo começou com três cachorros,mas, com a chegada de outros bichos, emfevereiro de 2007, Luciene sentiu a necessi-dade de mudar de sua, casa próxima do cen-tro da cidade, para um sítio em um bairromais afastado e com um espaço maior.

Os cachorros e gatos são recebidosvoluntariamente por Luciene nas piorescondições possíveis, pois chegam maltra-tados, com medo e muitas vezes agressi-vos. Os animais recebem os cuidados e aten-ção da técnica em Enfermagem e de suasduas irmãs, Lúcia e Luciana. Todos são cas-trados, vacinados e vermifugados. Os nú-meros desta grande família só não têm au-mentado ultimamente devido aos gastoscom alimentação, vacinas e toda assistên-cia necessária, que é custeada pelas irmãs.

A relação entre Luciene e seus cães egatos é muito especial. “Valentim temmedo de chuva e, se fosse gente, acho quetrabalharia no ITA, porque ele adora heli-cóptero”, diz com um grande sorriso, des-crevendo um dos animais. A cadela Brendatem medo do escuro e a gatinha encontra-da no Mercadão de Taubaté adora tomarágua direto da torneira. Luciene diz queganha a fidelidade deles graças ao carinho,mas faz um pedido: que as pessoas nãotransfiram seus problemas para as outras,nem para seus animais.

O Decreto Lei n° 24.645 consideracomo maus tratos: “Abandonar animaldoente, ferido, extenuado ou mutilado, bem

como deixar de ministrar-lhe tudo o quehumanitariamente se lhe possa prover, in-clusive assistência veterinária”. ComoLuciene, o dentista José Álvaro GiovanelliFilho também acolhe animais abandona-dos desde 1997. Porém, ele prioriza dar am-paro àqueles que estejam doentes, feridos,para dar o devido tratamento e recuperá-los. Já estiveram sob seus cuidados muitosanimais e hoje estão abrigados em seu sí-tio, em Taubaté, 60 cães, um cavalo, umburro e três tartarugas.

Seus cães, além de receberem todos oscuidados veterinários, são adestrados. “Aspessoas sempre têm algum interesse paragostarem uma das outras, mas os animaisnão. Gostam de alguém, independente dequem sejam”, define Álvaro. O primeirocachorro que o dentista tirou das ruas foium São Bernardo, que estava abandonadoem São José dos Campos. Depois foramchegando outros, a maioria com problemas,atropelados, que se encontravam em situ-ações problemáticas, que aparentavam nãoter mais jeito. Giovanelli conta que já en-controu cachorro dentro de saco plástico,outro que o dono disse que estava doente,mas era falta de comida.

Certa vez, pegou um cão chamadoNero, que chegou pesando dois quilos. Emestradas, parava o carro, pulava na frentedo cachorro, colocava dentro de seu carro eo levava para casa. Apesar dos traumas eda agressividade de alguns cães, o dentistanunca foi atacado. Quando um de seusanimais morre, Álvaro diz que sofre, massabe que fez o máximo e que virão outros eele está fazendo sua parte. “Eu não os es-queço, eu adoro meus bichos, muito mais

que muita gente que eu conheço”. É o casode Sandra Maria da Silva Santos, moradorado bairro Santa Teresa, em Taubaté, quetem uma gata de cinco meses, rajada emcinza e preto, que é muito querida por to-dos em sua casa. O animal já tomou todasas vacinas e é castrado, tudo sob a supervi-são de uma veterinária da confiança deSandra, que acredita ser importante a inici-ativa das pessoas que contribuem com asociedade retirando os animais das ruas.“Pessoas que abandonam animais são pes-soas sem noção de quanto vale uma vida.Um animal abandonado não pode sequerpedir ajuda. Tenho mais pena das pessoasque fazem tal ato, pois são infelizes consi-go mesmas”, diz . “Graças a Deus que exis-tem pessoas que são iluminadas e genero-sas e ajudam e amparam esses animais”.

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O curioso aviso se destaca em umapraça na Rua Rio Grande do Sul,na Vila São Geraldo, em Taubaté.Afinal, a quem se destina a placa?

Camila Sardinha / Vale Repórter

:: Responsáveis pela página: Vinicius Ilkin (editor), Cristian Martins (repórter) e Renata Marangoni (diagramadora e repórter fotográfico) ::0000044444

:: P:: P:: P:: P:: Perfil ::erfil ::erfil ::erfil ::erfil ::Abril de 2009Abril de 2009Abril de 2009Abril de 2009Abril de 2009

Uma vida por trás da tinta prateadaUma vida por trás da tinta prateadaUma vida por trás da tinta prateadaUma vida por trás da tinta prateadaUma vida por trás da tinta prateadaA atuação como estátua viva pode ser por necessidade, por diversão ou por ambas as coisas

por Cristian Martins

Moisés Urias Jr. defende sua arte

Fotos: Renata Marangoni / Vale Repórter

Semáforo vermelho, os carros para-ram. Lá vai um robô se movimentando emmeio aos carros, talvez para pedir ajudapara comprar óleo para suas juntas. Como calor que fazia, não era de se duvidar queele estivesse totalmente seco. Quem sabe orobô estivesse atrás de um coração para setornar humano, como no Mágico de Óz.

Mas não, era apenas mais um brasi-leiro tentando mostrar sua arte e seu dome ainda sustentar uma família, já que orobô em questão é Moisés Urias Júnior, de22 anos – casado e pai de um menino deum ano e meio – com a árdua missão delevar dinheiro para casa por meio das apre-sentações como estátua viva, que faz naspraças, semáforos e eventos pela cidade etambém pela região.

Com uma roupa toda pintada de pra-ta – para cada evento e personagem ele pos-sui uma roupa própria – Moisés fica novehoras por dia na rua trabalhando, apesarde muitas pessoas não o verem como tra-balhador e sim como um desocupado ouaté mesmo um marginal. “Às vezes, mevêem como vagabundo, mesmo ficando dasnove da manhã às seis da noite na rua”, dizMoisés, que acredita que sua profissão devaser respeitada, já que a defende como umaforma alternativa de ganhar dinheiro.

O que ninguém imagina é que o ra-paz é totalmente informado sobre o traba-lho de outros artistas que, como ele, fazem

estátuas-vivas. Ele diz que há vários con-cursos e competições nessa área no Brasil eno mundo, e que só não foi trabalhar noexterior por já ter constituído família.

Aliás, quem diria que conseguiria, comseu trabalho, adquirir o próprio terreno eum carro, além de recursos para quitar ascontas de casa, com simples moedinhas queao fim do dia somam em média R$ 60. “Jáme ofereceram serviço com carteira assina-da e tudo, mas eu não troco isso por nada”,defende o artista de rua.

Por essa ótica, parece que nem é tãodifícil e até rentável desenvolver essa ativi-dade, mas Moisés têm vários desafios acada dia. Um deles é o descaso dos motoris-tas, que, às vezes, até fecham seus vidroscom medo de assalto. Outro desafio são aspiadinhas do público e a fiscalização que,volta e meia, insiste em lhe pedir licençapara trabalhar. “Eu não peço dinheiro a nin-guém, eu recebo doações e por isso não pre-ciso de licença.Eu sou um artista de rua”,explica.

Moisés não atua só nas ruas.Por di-versas vezes, foi convidado para trabalharem eventos de empresas, lojas, danceterias,entre outros locais. Pessoas que veem nele oque talvez não observa Marcos Fellipe, mo-torista que nem se quer deu conta que ha-via uma pessoa em frente ao seu carro quan-do parou no semáforo. “Nem olho muito,porque se a gente fica olhando, eles achamque temos que dar alguma coisa”, argu-menta o rapaz, enquanto desvia o olhar.

Novamente o semáforo fechou. Os carrospararam. Palco montado. Platéia confortá-vel. Inicia-se uma nova sessão do es-petáculo. Mas quem está lá não é o Moisés.Pelo menos não agora. Neste curto espaçode tempo, o rapaz de olhar profundo e sor-riso tímido dá vida àquela estátua pratea-da. Com a combinação perfeita de pó ale-mão, óleo de amêndoas e movimentos cur-tos e precisos, ele espera agradar o público,a fim de que sua arte seja reconhecida eassim receber algum donativo. “As pessoasme dão se quiserem e o quanto quiserem”,reforça o artista.

A necessidade que Moisés e outros ar-tistas têm de confrontar as “regras” da so-ciedade vem de uma tentativa de mostraraos demais que é possível, ou ao menoslouvável, a luta para sobreviver de uma for-ma paralela, de modo não convencional aospadrões atuais. Vem, também, de uma von-tade de mostrar que é possível fazer arte nopaís, embora a luta pela sua valorizaçãoseja uma das mais vãs.

Cada um tem o seu olhar sobre essaspessoas, uns com descaso, preconceito,medo, outros com admiração ou até mes-mo pena. “Eu admiro essas pessoas, queficam o dia inteiro embaixo do sol, fazendoarte e ganhando seus trocados”, elogiaCarlos de Almeida.

O mais curioso é que mesmo sofren-do rejeições – estas em maior número queaprovações – e vivendo de forma incerta,sem saber o quanto vai levar para casa aofim do dia, Moisés é bem enfático quandoquestionado sobre a possibilidade de mu-dar de ramo: “Eu não troco isso por nada”,argumenta o solitário homem prateado.Há seis anos o homem prateado distrai as pessoas em cruzamentos e praças

:: Entrevista :::: Entrevista :::: Entrevista :::: Entrevista :::: Entrevista ::Abril de 2009Abril de 2009Abril de 2009Abril de 2009Abril de 2009

:: Responsáveis pela página: Mayara Barbosa (editora e repórter) e Felipe Rodrigues (diagramador) :: 55555

De amadora a vencedora de concursoDe amadora a vencedora de concursoDe amadora a vencedora de concursoDe amadora a vencedora de concursoDe amadora a vencedora de concursoRaquel Guimarães conquistou prêmio nacional de fotografia em competição universitária

por Mayara BarbosaAguinaldo de Jesus / DECOM

“Uma estudante de Jornalismo que vi-rou notícia”. É assim que Raquel Guima-rães dos Santos, 21 anos, define o atualmomento de sua vida. Cursando o 3º anode Comunicação Social na Universidade deTaubaté, a estudante conquistou o 1º lu-gar na segunda edição do Concurso Uni-versitário de Fotografia promovido pelaSony com o tema “O meu olhar sobre oBrasil”.

Para quem só havia ganhado umagarrafa de vinho em um bingo em toda avida, Raquel recebeu como prêmio um equi-pamento fotográfico pro-fissional. Detalhe: foi o pri-meiro concurso do qual elaparticipou. A foto escolhi-da pela aluna e seu profes-sor de fotojornalismo, JoãoRangel, foi feita em Apa-recida (SP) durante a tradi-cional festa folclórica deSão Benedito. Na competição, Raquel ga-nhou por unanimidade de votos. Em meioa cliques, flashes e entrevistas, frutos desua recente conquista, a estudante conver-sou com o Vale Repórter sobre sua relaçãocom a fotografia e os detalhes de como é seruma ganhadora!VVVVVale Repórter – ale Repórter – ale Repórter – ale Repórter – ale Repórter – Como surgiu o seuComo surgiu o seuComo surgiu o seuComo surgiu o seuComo surgiu o seuinteresse pela fotografia?interesse pela fotografia?interesse pela fotografia?interesse pela fotografia?interesse pela fotografia?Raquel Guimarães –Raquel Guimarães –Raquel Guimarães –Raquel Guimarães –Raquel Guimarães – Eu comecei a gos-tar de fotografia por causa do meu pai. Elenão é fotógrafo, mas sempre gostou muitode fotografia. Eu acabei adquirindo essegosto pela foto, que é uma maneira de artemuito bonita, muito expressiva.VR – VR – VR – VR – VR – O que a fotografia representaO que a fotografia representaO que a fotografia representaO que a fotografia representaO que a fotografia representapara você?para você?para você?para você?para você?Raquel –Raquel –Raquel –Raquel –Raquel – A fotografia é uma maneira deexpressar a visão sobre as coisas, a fotogra-fia é uma maneira de arte.VR – VR – VR – VR – VR – Como surgiu o interesse peloComo surgiu o interesse peloComo surgiu o interesse peloComo surgiu o interesse peloComo surgiu o interesse peloconcurso?concurso?concurso?concurso?concurso?Raquel –Raquel –Raquel –Raquel –Raquel – Eu vi no Departamento o car-taz e achei interessante um prêmio de fo-tografia universitário. Conversei com o pro-fessor Rangel, vi que o tema era o meuolhar sobre o Brasil e tinham as fotos queeu fiz em Aparecida no ano passado. Euperguntei para ele se poderia mandar asfotos de Aparecida. Ele disse que seria opor-tuno selecioná-las. Mandei três fotos de lá.VR – VR – VR – VR – VR – Como foi a experiência de terComo foi a experiência de terComo foi a experiência de terComo foi a experiência de terComo foi a experiência de terparticipado do concurso e terparticipado do concurso e terparticipado do concurso e terparticipado do concurso e terparticipado do concurso e terganhado?ganhado?ganhado?ganhado?ganhado?Raquel – Raquel – Raquel – Raquel – Raquel – Em relação a ganhar, eu nãoesperava mesmo. Eu nunca ganhei nadaem um concurso, só uma garrafa de vinhoem um bingo! É uma coisa inacre-ditável

até agora. Ontem eu estava mexendo nosequipamentos, fui ler os manuais para vercomo funciona. É estranho porque você temtudo aquilo ali, tudo seu, e o concurso émuito grande, é um concurso nacional. Émuito estranho! Eu não acredito até agoraque isso aconteceu comigo!VR – VR – VR – VR – VR – PPPPPor que você escolheu a fotoor que você escolheu a fotoor que você escolheu a fotoor que você escolheu a fotoor que você escolheu a fotovencedora e o que ela representa?vencedora e o que ela representa?vencedora e o que ela representa?vencedora e o que ela representa?vencedora e o que ela representa?Raquel – Raquel – Raquel – Raquel – Raquel – Das fotos que eu fiz emAparecida, nós selecionamos dez para man-dar e que se adequavam ao tema. Dessasfotos,ainda deveriamos selecionar três.Olhamos para aquela foto e dissemos: essatem que ir, essa com certeza vai. Mas não

tem um motivo. Ele disseque era interessante man-dar essa porque é retrato, eretrato é legal. Eu tambémgostei muito dela.VR – VR – VR – VR – VR – Sobre o tema doSobre o tema doSobre o tema doSobre o tema doSobre o tema doconcurso, qual é o seuconcurso, qual é o seuconcurso, qual é o seuconcurso, qual é o seuconcurso, qual é o seuolhar sobre o Brasil?olhar sobre o Brasil?olhar sobre o Brasil?olhar sobre o Brasil?olhar sobre o Brasil?Raquel – Raquel – Raquel – Raquel – Raquel – É o que está re-

tratado na foto, que são as festas popula-res. A característica do Brasil é a misturadas raças e tudo de bom que aquilo ali refle-te na nossa sociedade, na formação da nos-sa sociedade. Essas festas culturais, essareligiosidade, ao louvar os santos, de feste-jar os santos. É o maracatu, é o frevo, osamba, a capoeira, que são coisas que vie-ram para a gente e que foram adaptadaspor nós. Eu acredito que é isso. A força dopovo, a garra do povo e os festejos.VR – VR – VR – VR – VR – Qual a emoção de ter ganhadoQual a emoção de ter ganhadoQual a emoção de ter ganhadoQual a emoção de ter ganhadoQual a emoção de ter ganhadoo concurso? Como você se sente?o concurso? Como você se sente?o concurso? Como você se sente?o concurso? Como você se sente?o concurso? Como você se sente?

Raquel –Raquel –Raquel –Raquel –Raquel – Eu acredito que isso vai me abrirbastante portas. É interessante porque é ojornalista que virou notícia, a estudante deJornalismo que virou notícia. Eu gostei darepercussão que houve. Eu não esperava...foi relativamente grande. Quando eu po-nho meu nome na internet, no Google,aparece um monte de coisa...VR – VR – VR – VR – VR – Qual a importância desses con-Qual a importância desses con-Qual a importância desses con-Qual a importância desses con-Qual a importância desses con-cursos para os fotógrafos amadores?cursos para os fotógrafos amadores?cursos para os fotógrafos amadores?cursos para os fotógrafos amadores?cursos para os fotógrafos amadores?Raquel –Raquel –Raquel –Raquel –Raquel – Eu não sou uma pessoa extre-mamente experiente em técnica. Eu deve-ria saber muito mais porque é o que eu que-ro fazer para minha vida profissional. É ex-tremamente importante porque serve deestímulo e motivação para que eu estudemais e faça meu trabalho melhor. É impor-tante que todo mundo participe.VR –VR –VR –VR –VR – O que mais gosta de fotogra- O que mais gosta de fotogra- O que mais gosta de fotogra- O que mais gosta de fotogra- O que mais gosta de fotogra-far?far?far?far?far?Raquel –Raquel –Raquel –Raquel –Raquel – A cultura popular. Sempre quetem roda de capoeira eu tento ir para ver etirar foto. Participo do grupo de maracatudaqui de Taubaté e tento fazer fotos. Sãocoisas mais difíceis de fotografar porque hámais movimento. Também participei dafesta de São Benedito. Gosto de fotografaras manifestações populares e coisas banaisdo cotidiano, que são bonitas e que desper-tem a vontade de fazer a foto.VR – VR – VR – VR – VR – Daqui em diante, como pre-Daqui em diante, como pre-Daqui em diante, como pre-Daqui em diante, como pre-Daqui em diante, como pre-tende dar continuidade ao seu tra-tende dar continuidade ao seu tra-tende dar continuidade ao seu tra-tende dar continuidade ao seu tra-tende dar continuidade ao seu tra-balho fotográfico?balho fotográfico?balho fotográfico?balho fotográfico?balho fotográfico?Raquel – Raquel – Raquel – Raquel – Raquel – Agora que eu tenho o equipa-mento, fica mais fácil trabalhar. Fazerfreelas, bater fotos por acaso. E ver o quevai dar.A fotografia vencedora do concurso

Raquel Guimarães / Divulgação

Raquel está feliz com a repercussão

“Eu nunca ganheinada em um concurso,

só uma garrafa devinho em um bingo”

:: Responsáveis pela página: Daniella Coelho (editora), Tiago Eulálio (repórter) e Renata Sartori (diagramadora e repórter fotográfico). Colaboração: Felipe Cortez (pauteiro) ::0000066666

:: Economia :::: Economia :::: Economia :::: Economia :::: Economia ::Abril de 2009Abril de 2009Abril de 2009Abril de 2009Abril de 2009

Sem sentir o gostinho amargo da criseSem sentir o gostinho amargo da criseSem sentir o gostinho amargo da criseSem sentir o gostinho amargo da criseSem sentir o gostinho amargo da crisepor Tiago Eulálio

Num pequeno espaço montado noquintal de sua residência, Eda Firmo dá con-ta de seu pequeno negócio no ramo de pas-téis fritos na hora. Com a cara e a coragem,uma ajudinha da neta e um avental sem-pre muito branco, essa educadora aposen-tada não viu outra saída para complemen-tar a renda, que é tão pouca se contabilizadoapenas o benefício de sua categoria. O pe-queno empreendimento de Eda, tão co-mum no município, faz parte de uma par-cela do mercado que não foi atingida dire-tamente pela crise financeira.

Desde o declínio ocorrido no mercadoamericano no último trimestre de 2008,todos os países sentiram os efeitos da criseem suas economias, proporcionais ao graude estreitamento das relações comerciasentre o país berço do problema e os demais.O Brasil e os outros países emergentes per-ceberam menos a instabilidade exterior, poisnão têm sua economia tão dependente dosEstados Unidos. Com os municípios, o pro-cesso não é diferente. “As cidades que estãomais integradas a essa globalização, a essemercado mundial, são aquelas que demons-tram um efeito negativo maior”, explicaEdson Trajano, pesquisador do Núcleo dePesquisas Econômico-sociais (Nupes) e pro-fessor de Ciências Econômicas da Universi-dade de Taubaté.

Ao ocupar grande espaço na mídia, acrise fez com que a atitude do consumidorfosse mais cautelosa. Para a AssociaçãoComercial e Industrial de Taubaté (ACIT),não há como negar que a crise chegou àcidade. “O medo do desemprego acaba in-

fluenciando negativamente o comércio deuma maneira geral”, afirma AlexandreAndrade, consultor de comunicação da ins-tituição.

Com um cliente escolhendo melhor oque vai comprar, pois seu bolso está menor,o consumo acaba se transformando, pro-dutos e serviços mais caros e com parcelasmaiores dão lugar à preferência de outrosmais baratos e com o financiamento me-nor. A população reserva seu orçamentopara aquisição de bens considerados maisnecessários. “O setor de supermercados ede alimentos vive um bom momento nomunicípio”, diz Andrade.

Para Eda, que está se virando há qua-tro anos como vendedora autônoma, omelhor momento de seu negócio é o vivido“desde abril do ano passado”, quando vol-tou à atividade depois de várias tentativasque deram resultados anêmicos. Na outramão, o desempenho de outros setores con-siderados não tão necessários à sobrevivên-cia caiu, como a prestação de serviços.“Houve uma redução no número derematriculados para o ano de 2009 e umadiminuição quase que pela metade dos in-teressados em fazer um curso de idiomas”,lamenta Tatiana Costa Moscardo, divul-gadora de uma escola de idiomas.

Como o assunto da crise econômicamundial está em alta, a sensação geral é depreocupação, mas isso não é realmente ne-cessário, pois Taubaté não apresentou que-das significativas se comparada às outrascidade do Vale do Paraíba. O município estábem. Para Trajano, “temos uma vantagem,pois a unidade da Volkswagen de Taubatéproduz, principalmente, para o mercado in-

terno, que não foi tão afetado pela crise”,avalia. Com a medida do governo de redu-zir o IPI (Imposto sobre Produtos Industri-alizados), a crise foi amenizada. Além dis-so, o setor de construção civil mantém seudesempenho estável, pois projetos nessaárea são de médio a longo prazo, ou seja,projetos que foram iniciados não serão can-celados e provavelmente prosseguirão atéseu término, apesar das turbulências.O ris-co é de que novos projetos não saiam dopapel por enquanto, o que caracterizariauma desaceleração do setor.

Entretanto, o pior da crise no municí-pio ainda pode estar por vir. “O grande de-safio será após a fim da redução do IPI, por-que Taubaté depende muito da indústriaautomobilística”, continua Trajano. A pre-ocupação também é com o setor público,pois a arrecadação de impostos em janeirode 2009 foi menor de que em janeiro de 2008.“Se a crise se aprofundar, o poder públicoterá que rever seu orçamento, pois a apro-vação dele [do orçamento]foi feita em agostode 2008, anterior a crise”, salienta o pesqui-sador do Nupes

A tendência é de que Taubaté sentirámenos a crise do que as outras cidades doVale do Paraíba, uma vez que o setor expor-tador da cidade é menos importante do quede outros municípios. O pastel frito queEda vende, atende apenas à comunidadeonde ele está localizado e, assim como ou-tros do ramo que não exportam, passará oano de 2009 com possíveis quedas, mas semmaiores problemas. Quando indagada so-bre qual será sua atitude em relação à crise,Eda dá uma lição de otimismo e confiançano produto que faz. “Tenho a responsabili-dade de abrir as portas todos os dias paraatender a quem gosta do meu pastel”.Setor alimentício, como o mantido por Eda Firmo, ainda se mantém estável

Renata Sartori / Vale Repórter

O valor do IPI foi calculado no período dejaneiro/2008 a janeiro/2009, confirmandoque Taubaté obteve a menor queda naarrecadação de impostos.

Variação em 12 meses doVariação em 12 meses doVariação em 12 meses doVariação em 12 meses doVariação em 12 meses dorepasse do IPI nas cidades dorepasse do IPI nas cidades dorepasse do IPI nas cidades dorepasse do IPI nas cidades dorepasse do IPI nas cidades doVale do Paraíba, em São PauloVale do Paraíba, em São PauloVale do Paraíba, em São PauloVale do Paraíba, em São PauloVale do Paraíba, em São Paulo

São José dos Campos

Pindamonhangaba

Jacareí

Guaratinguetá

Taubaté

25 20 15 10 5

- 0,63%

- 7,45%

- 8,26%

- 12,44%

- 20,43%

Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo

Setores da economia de Taubaté que ainda não sofreram turbulências podem ter problemas

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:: Responsável pela página: Rafael Lima (editor e repórter) :: 77777

Aterro sanitário está operando no limiteAterro sanitário está operando no limiteAterro sanitário está operando no limiteAterro sanitário está operando no limiteAterro sanitário está operando no limiteImpactos ambientais provocados por lixão de Taubaté podem afetar a saúde da população

por Rafael Lima

Prefeitura de Taubaté já foi multada pela Cetesb por causa do aterro irregular

Rafael Lima / Vale Repórter

A cena se repete todos os dias. A vistaque se tem é assustadora e, pior ainda, de-gradante. É como se caminhões estivessemtransportando milhares de ‘bombas’ a fimde depositá-las, gerando acúmulo infinitoe formando um verdadeiro campo minadoao longo das décadas. O solo está morto eos estilhaços do estouro atingem quem estáa sua volta. Pode parecer uma história fictí-cia, porém, ela é real, preocupante e estájustamente sob os pés da população: o aterrosanitário de Taubaté.

Há trinta anos, o local foi escolhidopara abrigar os resíduos sólidos originadospelo lixo domiciliar, gerado por moradoresda cidade. O lixão, como é chamado popu-larmente, fica no bairro do Itaim, zona ru-ral. Mas, a falta de exigência técnica paraimplantação de aterros no final da décadade 1970 reflete agora suas conseqüências.

A produção de lixo no município che-ga a 220 toneladas diárias sem passar pelacoleta seletiva, misturando todo tipo deresíduos industriais com os domiciliares.Esta prática provoca a diminuição da vidaútil do aterro e resulta no impacto am-biental. Neste caso, a contaminação do soloe, por consequência, do lençol freático, édada praticamente como certa por am-bientalistas.

O engenheiro agrônomo Paulo Fortes,professor do Departamento de Agronomiada Universidade de Taubaté (Unitau) é pio-neiro em projetos sobre acoleta seletiva do lixo ereciclagem. Ele explica queo aterro da cidade acumu-lou uma grande quantida-de de chorume – líquido pre-to causado pela decompo-sição dos resíduos mistura-dos com a água das chuvas– que provavelmente che-gou ao lençol freático.“Quando o chorume atin-ge o lençol [freático] ele au-menta todos os sais, me-tais, substâncias orgânicase inorgânicas que estão dentro do aterro.Elas correm em direção aos rios e entramem contato com algas, peixes e plantas.Certamente afetam a cadeia alimentar”,afirma Fortes.

A constatação é grave. De acordo coma legislação ambiental, um aterro sanitáriosó pode ser liberado se atender a requisitosimpostos pelo órgão fiscalizador, neste casoa Cetesb (Companhia de Tecnologia de Sa-neamento Ambiental) ligada à Secretariado Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

Algumas das exigências são: condiçõeshidrológicas favoráveis; sistema deimpermeabilização da base do aterro sani-tário; sistema de drenagem subsuperficialde líquidos percolados; sistema de drena-gem vertical de gases; tratamento de líqui-dos percolados (água somada ao chorume).

Em Taubaté, o aterro sanitário é con-siderado 100% irregular. No final do anopassado, a prefeitura foi multada pelaCetesb em R$ 89 mil. Em contrapartida, oexecutivo apresentou uma proposta técni-

ca para solução global dosproblemas de resíduos, queestá sendo analisada peloórgão. A exigência é o en-cerramento das atividadesno aterro, porém, o muni-cípio quer utilizar o localpor mais um ano e meiocom o propósito de licenci-ar uma nova área.

O gerente da agênciaambiental da Cetesb emTaubaté, Mário Luiz Alves,destacou que a prefeituradeve buscar uma alterna-

tiva para a disposição do lixo com urgência.“Nós suspendemos a aplicação de novaspenalidades enquanto analisamos e verifi-camos a viabilidade desta proposta. Tudovai depender dos estudos geotécnicos queforam feitos e que serão complementados.Eles devem mostrar efetivamente uma es-tabilidade neste tipo de solo para que elepossa ter condições de suportar por esteperíodo [um ano e meio] o recebimento dolixo”. Ainda não se sabe exatamente qual aextensão atingida pela contaminação do

solo. Apesar da situação, a prefeitura nego-cia uma área para desapropriação ao ladodo atual aterro sanitário. O diretor do De-partamento de Serviços Urbanos (DSU) Re-nato Felgueiras, responsável pelo aterro,disse que, em reunião com a Cetesb, foiapresentado relatório sobre o novo local. “Éum processo demorado e que exige um es-tudo completo”.

Muito além das responsabilidades téc-nicas dos órgãos públicos de promover es-tudos que evitem a degradação da nature-za, está a conscientização da população.Taubaté desenvolve pela primeira vez umprograma que orienta os moradores a sele-cionar o lixo orgânico daquele que pode serreaproveitado. “As pessoas depositam o lixoem qualquer lugar e não sabem qual vai sero destino do resíduo. Ele vai para o bueiro epode poluir o mar”, ressalta Felgueiras.

A iniciativa da prefeitura deve distri-buir, além de panfletos informativos, 25pontos de entrega do lixo reciclável e entu-lho neste semestre. No bairro Jardim AnaRosa, os moradores já adotaram os Pontosde Entrega Voluntária (PEV), que se esten-deu para os carreteiros da cidade. Apremiação é uma cesta básica para quemfizer 40 viagens até o local.

O deputado estadual Padre AfonsoLobato (PV-SP), cujo partido é conhecidopor defender as causas ambientais, ressal-tou a tese da redução na produção de lixo.“O povo deve ter consciência de que quan-to menos lixo, como sacolas plásticas, forproduzido, quanto maior for a reciclagem ea coleta seletiva, é uma enorme contribui-ção para a queda do impacto ambiental eaquecimento global”.

A produção de lixono município chega a220 toneladas diárias,misturando todo tipode resíduos industriais

a domiciliares, oque provoca a

diminuição da vidaútil do aterro

:: Responsáveis pela página: Vanessa Marcelino (editora), Amanda Antunes (repórter) e Vicente Almeida (diagramador e repórter fotográfico). Colaboração: Viviane Sorbile (pauteira) ::0000088888

:: Cotidiano :::: Cotidiano :::: Cotidiano :::: Cotidiano :::: Cotidiano ::Abril de 2009Abril de 2009Abril de 2009Abril de 2009Abril de 2009

Imprudência é fator de risco nas ruasImprudência é fator de risco nas ruasImprudência é fator de risco nas ruasImprudência é fator de risco nas ruasImprudência é fator de risco nas ruasO aumento do número de motociclistas transitando sem cautela provoca mais acidentes

por Amanda Antunes

Mesmo com garupa, motociclista desrespeita a lei em ultrapassagem perigosa

Vicente Almeida / Vale Repórter

“É a sua chance de comprar a motoque combina com você”, informa uma pro-paganda na televisão, tentando vendermotocicletas com grandes descontos. É cadavez mais comum encontrar anúncios des-se tipo de veículo em promoção. Em tem-pos de crise financeira, os carros tiveramuma queda em seus valores, e as motos,que sempre tiveram um preço mais acessí-vel, estão muito mais baratas e mais fáceisde serem adquiridas.

Carlos Alberto Silva é frentista de umposto de gasolina e depende de uma motopara ir trabalhar e transitar pelas ruas deTaubaté todos os dias. Ele possui uma mo-tocicleta vermelha, já teve uma moto po-pular de 125 cilindradas, modelo 2001. “Euvia essa moto na vitrine da loja e sonhavacom ela”, lembra o motociclista, que umdia teve a motocicleta como seu sonho deconsumo. O frentista perdeu a moto pre-ta, seu orgulho, em um acidente de trânsi-to. “Um ônibus virou sem dar seta e acer-tou em cheio eu e minha moto”, conta orapaz, indignado. O acidente aconteceuquando Carlos passava pela Avenida doPovo, no centro de Taubaté, há 7 anos.

O motociclista, que não tinha habili-tação para dirigir a moto, não pôde proces-sar ninguém, nem reclamar. Assim, o casofoi arquivado. Carlos sofreu fraturas na tí-bia e no perônio. A fase mais difícil para elefoi a de recuperação, pois ficou cerca de umano na cama, sem poder se levantar, e du-rante um ano foi submetido a sessões defisioterapia. Além disso, por não ter feitocirurgia, os ossos se encaixaram tortos eficou uma cicatriz que carrega na perna es-querda, na qual a pele é bem sensível e san-gra com facilidade. Apesar do acidente e

suas consequências, o frentista continuausando uma motocicleta como meio detransporte. “Eu ando porque sou burro, por-que eu gosto de andar de moto. Mas nãoaconselho ninguém a andar de moto”, de-sabafa. Hoje em dia, Carlos tem muito maismedo de transitar de moto pelas avenidasmovimentadas da cidade, entretanto, temcautela em dobro, pois acredita que o trân-sito de Taubaté está muito perigoso.

Um caso mais recente de acidente detrânsito envolvendo uma motocicleta acon-teceu com Júlio Máximo, gerente de umaloja de roupas. O rapaz estava na garupade uma moto com um amigo, a cerca de 85km/h na Avenida Eufrásio Fernandes, emGuaratinguetá. A moto bateu na traseirade um automóvel e Júlio foi lançado porcima do carro e na queda, fraturou duas

costelas e o braço. O amigo, que guiava amotocicleta, teve ferimentos leves na bar-riga. “Quando lembro do acidente, acho quenunca mais vou ser imprudente no trânsi-to. Eu e meu amigo abusamos da sorte”,relata. Júlio também conta que seu amigoficou bastante assustado com o acidente epassou a ser mais cuidadoso. “Já era tardeda noite e não pensamos que poderia acon-tecer alguma coisa se a gente acelerasse umpouco”.

O gerente, que nunca gostou muitode andar de moto, evita ao máximo ter quesubir em uma novamente. “Só subo emmoto se precisar mesmo de carona, se não,prefiro até ir andando”, relata, em meio arisos. O jovem acha motocicleta um trans-porte perigoso, que pode ser ainda maisperigoso se combinado com descuido. “Amoto é pequena e quem dirige acaba achan-do que não acontece nada se passar no can-tinho da rua, mesmo com o sinal fechado,por exemplo. As pessoas precisam parar deachar e tomar cuidado”, adverte o jovem.

Os veículos de duas rodas estão to-mando as ruas e, em consequência disso,houve um considerável aumento de aciden-tes de trânsito nos quais as motos estãoenvolvidas. Apesar do aumento de ocorrên-cias com as motocicletas, o Capitão Cos-ta, da 3ª Companhia do Comando de Poli-ciamento Rodoviário da Polícia Militar doEstado de São Paulo, garante que essas ocor-rências ainda não ultrapassam as que en-volvem carros, pois a frota de veículos ébem maior. Costa acredita que são neces-sárias campanhas de conscientização paraa diminuição dos incidentes com motoci-cletas que estão ocorrendo.

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:: Responsáveis pela página: Ricardo Gimenes (editor), Fernanda Rocha (repórter) e Kadu Schiavo (diagramador e repórter fotográfico). Colaboração: Viviane Sorbile (pauteira) :: 99999

Idosos sofrem com transporte públicoIdosos sofrem com transporte públicoIdosos sofrem com transporte públicoIdosos sofrem com transporte públicoIdosos sofrem com transporte públicoEspaços reservados aos maiores de 65 anos são ocupados, muitas vezes, por outras pessoas

por Fernanda Rocha

Superlotação, falta de informação,horários confusos, pontos de ônibus desco-bertos e, acima de tudo, falta de respeito.Os idosos de Taubaté enfrentam diversasdificuldades para utilizar o transporte pú-blico. É o caso de Rita Batista da Silva, de63 anos, que acordou cedo para ir ao hospi-tal realizar um exame de sangue. Chegouao centro da cidade graças ao transportealternativo, porque o ônibus não passava.

A aposentada ficou desesperada pornão saber se já tinha perdido o ônibus, ouse ele estava atrasado. Ela ainda paga pas-sagem e, várias vezes, deu sinal e o moto-rista não parou. Rita quer usar o transpor-te de graça, mas sabe que, além de não po-der, o problema do desrespeito é grande. “Euestou esperando fazer 65 anos e uso o ôni-bus para tudo. Na van, mais de dois [ido-sos] não levam e, quando levam, reclamam”.

O vice-presidente do Sindicato dosTransportes da cidade, José Roberto Gomes,afirma que a companhia que opera o trans-porte público em Taubaté não suporta ademanda dos idosos e, por isso, sofre umagrande deficiência. Todas as pessoas que vãoaté o Sindicato para reclamar ou denunci-ar, são encaminhadas ao Departamento deTrânsito. “O Sindicato não pode interferirnem no transporte público nem nas leis detrânsito. Há reuniões entre essas equipes,porém, os representantes da terceira idadenão estão vendo as melhorias no transpor-te público”, diz Gomes.

Não é preciso entrar em um trans-porte público para ver que não só os idosos,mas também todo cidadão que utiliza o

meio para qualquer fim que seja, sofre coma falta de espaço. Em horários de pico, porexemplo, quando crianças, jovens e traba-lhadores estão indo ou voltando de seus res-pectivos compromissos, é notório a ocupa-ção do espaço físico destinado aos idosospor outras pessoas.

Josias Ferreira, de 77 anos, se senteofendido quanto aos seus direitos. “Tem vezque vou pegar o ônibus e está tudo cheio. Aípreciso esperar o próximo”, desabafa. En-quanto mostrava seu RG, que utiliza paranão pagar passagem porque não possui oCartão do Idoso, ressaltou outro problema.“Também tem que melhorar para o defici-ente físico. Aumentar o número de vagasna frente é uma alternativa”.

Maria Flordimar Ribeiro, de 66 anos,vem de Belo Horizonte para visitar a famí-lia em Taubaté e relata ter enfrentado di-versos obstáculos. Dentre os principais pro-blemas observados, segundo ela, estão aspessoas mais jovens, que fingem não ver osidosos, usam as vagas de direito deles. “En-quanto a gente pagava, qualquer carro noscarregava. Mas nós não temos culpa de ser-mos idosos”. Ela já se sentiu humilhada aoentrar no ônibus e ser obrigada a ouvir coi-sas do tipo “Ah, que gente chata”, mas elafinge que não é com ela.

O diretor do Departamento de Trân-sito de Taubaté, Valdir Aguiar, diz que háprojetos para a terceira idade, dentre eles, otransporte gratuito para o idoso acima de60 anos, plataforma elevatória para defici-entes físicos, cartão dos idosos da empresaABC Transportes Ltda. e a diminuição dointervalo entre um ônibus e outro nas li-nhas. Um projeto de lei, que consiste no

uso gratuito do transporte público para osmoradores do município de Taubaté a par-tir dos 60 anos, ainda não pode ser sancio-nado, pois aguarda a licitação entre as em-presas – ABC Transportes Ltda. e ViaçãoJacareí Ltda.

Sobre o excesso de reclamações de cum-primento de horários por parte dos carrospúblicos, Aguiar ressalta que uma inspe-ção deverá ser implantada. “Com atecnologia, devemos implantar um tipo defiscalização em tempo real dos ônibus. As-sim, veremos no sistema quem está atra-sado, o ônibus ou o cidadão”. Quanto àsvans, Aguiar lembra que o total de vagas éde 15 por micro-ônibus, e que as vagas des-tinadas para o idoso são proporcionais. Eque a dificuldade de locomoção é grande,devido ao curto espaço que o veículo pro-porciona.

Antonio Mafra Neto, presidente mu-nicipal do Sindicato dos Aposentados e Ido-sos, disse que nos dois anos de existência doSindicato, não houve grandes avanços quan-do se fala de transporte público e os proje-tos citados pelo Diretor de Trânsito, ValdirAguiar, até o momento não foram sufici-entes para os idosos. Mafra disse que estáaberto a qualquer diálogo que seja em proldo idoso.

DificuldadesDif iculdadesDif iculdadesDif iculdadesDif iculdadesO cansaço não serve como desculpa

para Maria Regina da Silva, de 60 anos,porque a saúde do marido pede por socorro.Usuária da linha Maracaibo/Poço Grande,bairro de Tremembé, ela sai de casa às 6h damanhã, com ou sem disposição. “O ônibuspassa de duas em duas horas. Isso quandonão atrasa”, revela. No período em que ficano centro de Taubaté, ela aproveita paraacompanhar Alfredo Batista dos Santos,seu marido, ao médico, comprar medica-mentos e o que não encontra na cidade emque reside. “Eu tenho 64 anos, faço 65 esseano e, mesmo apresentando o documentode identidade, não me deixam andar sempagar”, conta Batista. “Muitas pessoasveem a gente com tanto desprezo, que che-ga a ser melhor pagar a passagem e sentarlá atrás, do que arriscar passar humilha-ção”, emenda Batista, que tem problemascardíacos e deve fazer cateterismo o quan-to antes. Telma Ortiz, presidente do Con-selho Municipal do Idoso, ressalta quemelhorias estão por vir, principalmentecom uma possível concorrente no itinerá-rio do município de Taubaté. Ela diz quepedidos e reclamações referentes ao trans-porte público são frequentes e que a pri-meira melhoria esperada é o uso gratuitopelo idoso que tenha 60 anos.Falta de vagas para o idoso seguir o percurso sentado é uma das reclamações

Kadu Schiavo / Vale Repórter

:: Responsáveis pela página: Aline Santos (editora), Lucas Fersa (repórter) e Laís Reis (diagramadora e repórter fotográfico) ::1010101010

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Ilustres pouco conhecidosIlustres pouco conhecidosIlustres pouco conhecidosIlustres pouco conhecidosIlustres pouco conhecidosEspalhados em vários pontosda cidade, os monumentospassam quase despercebidosna correria do cotidiano

por Lucas Fersa

Fotos: Laís Reis / Vale Repórter

Quando se lê um gibi, é fácil perceberque heróis não morrem. Mas, quando seobserva a realidade, não apenas de Taubaté,mas do Brasil inteiro, os heróis não só mor-rem, como também são esquecidos em pra-ças públicas.

Inaugurado em 1974, o Monumentoao Expedicionário fica em frente ao Cemi-tério Municipal da cidade e é um tributoaos heróis brasileiros que lutaram na Se-gunda Guerra Mundial. Essa recordação ficana Praça Pistoia, que recebeu esse nome emreconhecimento à cidade italiana de mes-mo nome, que abriga o Cemitério ao Expe-dicionário Brasileiro e a Praça Brasil.

Dentro do cemitério, há também oMausoléu ao Expedicionário, que fica sem-pre trancado para evitar roubos, protegen-do os restos de quem um dia foi glorificado.Gravada em uma placa, ao lado da porta,está uma pequena trova: “Pois chora a sau-dade eterna/ De alguém que não mais exis-te”, escreveu a trovadora Lourdes Quin-tanilha, pressentindo o esquecimento dospracinhas.

Sentado em sua mesa e cercado depapéis, o administrador do cemitério,

Tomaz Benedito de Toledo, conta que, àsvezes, alguns curiosos visitam o túmulo epedem para olhá-lo por dentro. Porém, res-salta que são os familiares que mais visi-tam e que eles vêm em dias específicos. “Diadas Almas, Dia dos Pais e Dia das Mães sãoos mais importantes; então, nessas datasvem gente visitar”.

Em contrapartida, existem os monu-mentos que dispensam datas especiais paraserem visitados, como o dedicado a DomJosé Pereira da Silva Barros. Sua estátua com

os dois dedos levantados simboliza um cum-primento para todos que por ali passam, eque nem sequer o notam.

Na placa, que sumiu há algum tem-po, deveria constar a data de 1° de janeirode 1922 em que o “monumento foi erigidopelo povo de Taubaté”, além do título deArcebispo de Darnis, nomeação que DomJosé recebeu do Papa Leão XIII. MárciaCristina Pereira, que varre diariamente asfolhas secas do chão por ali a serviço daprefeitura, parece nem notar o ilustre des-

conhecido de bron-ze, que tem o pe-destal todo picha-do. Questionadasobre quem é aque-le cidadão homena-geado na praça, ar-risca timidamente:“Jacques Félix?”.

Brasão fazhomenagemaos pracinhasna PraçaPistoia, emfrente aoCemitérioMunicipal

Monumento à Bandeira fica na Avenida Marechal Deodoro, em Taubaté

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1111111111:: Responsáveis pela página: Aline Santos (editora), Lucas Fersa (repórter) e Laís Reis (diagramadora e repórter fotográfico) ::

ExpedicionáriosExpedicionáriosExpedicionáriosExpedicionáriosExpedicionáriosNa Praça Dr. Monteiro, que parece um grande canteiro cen-

tral, encontra-se outro símbolo grandioso, porém quase impercep-tível a pedestres e motoristas, o Monumento ao Expedicionário. Ahonraria foi inaugurada em 5 de dezembro de 1965 e está rodeadopor uma grade verde há seis meses.

Sob seu patamar, ergue-se um obelisco de granito maciço,que mede oito metros. Também, tem hastes metálicas para su-porte das bandeiras, que deveriam ser hasteadas em 8 de maio,data em que se comemora o Dia da Vitória, quando Alemanha serendeu, em 1945, e depois disso, em poucos dias, seria o fim daSegunda Guerra Mundial com a rendição do Japão.

Quatro degraus que o compõem são as representações dosquatro pracinhas que morreram em campanha. Na placa, encon-tram-se os nomes: José Antonio Moreira, José Vicente de Paula,Rubens Leite e Teodoro Francisco Ribeiro. Abaixo da placa, lê-se 28/10/80 a 02/06/08 escrito com corretivo de caneta, provavelmente,quem escreveu não foi um soldado.

Um dos poucos utilizadores do local é um grupo de dançari-nos de hip-hop. “Como o piso é bem liso, o pessoal usava parafazer aquelas acrobacias”, ressalta o comerciante Adilson de Sou-za, que trabalha há 12 anos em frente ao monumento e diz nuncater visto nenhum hasteamento da bandeira nacional no local.

Praça da ImprensaPraça da ImprensaPraça da ImprensaPraça da ImprensaPraça da ImprensaAlém do uso para outros fins, uma outra praça bem próxima

sofre com o mau cheiro, pois é usada como banheiro, não apenaspelos cachorros que transitam pelo local. A Praça da Imprensa, querecebeu esse nome por um decreto em 1967, é dedicada à classejornalística e está localizada ao lado da Igreja do Rosário. Quaseninguém conhece a praça pelo verdadeiro nome e a intitulam comoLargo do Rosário. Seu espaço está dividido entre bancos e mesinhasde concreto, local de trabalho de taxistas, uma loja de gibis antigosonde, do lado de fora, pendurados, estão alguns brasões de jornalis-tas taubateanos.

A cor vibrante da parede faz destacar o medalhão inauguradoem 10 de setembro de 1973, que levou o rosto de Praxedes de Abreu,em comemoração ao Dia da Imprensa. Praxedes era jornalista ecolaborou com todos os jornais da região. Foi fundador e diretor dojornal A Tribuna, órgão político de publicação trimestral que tevecurta existência.

Ao lado da homenagem a Praxedes, outras duas são feitas:uma para Stipp Júnior, fundador do jornal Diário de Taubaté, eoutra do jornalista Osny Guarnieri Filho, um dos idealizadores docurso de Jornalismo da Universidade de Taubaté.

A viúva de Stipp Júnior e atual diretora do jornal Diário deTaubaté, Iara de Carvalho, considera a praça muito importante,pois acredita que o jornalismo é uma ferramenta, que, se bemusada, ajuda a população, por isso merece ser lembrado. A jornalis-ta também ressalta que é importante cuidar desses bens públicose que os taubateanos deveriam se preocupar mais em saber a his-tória desses marcos desconhecidos. “Se a gente não gosta da nossacasa, se não gosta da nossa cidade, a gente também não gosta donosso país. Que futuro a gente vai ter numa situação dessa?”,argumenta.

Monumento à BandeiraMonumento à BandeiraMonumento à BandeiraMonumento à BandeiraMonumento à BandeiraSem cuidado algum se encontra o Monumento à Bandeira,

que está deteriorando e ficando escuro pela ação do tempo. Essemonumento, que ilustra a capa desta edição do Vale Repórter, ficasituado na Avenida Marechal Deodoro, importante via de acessopara as cidades de Pindamonhangaba e Tremembé. Ao longe, aforma do monumento não pode ser definida, nem ao menos deperto. Sem nenhuma placa, ele pode ser sintetizado pela palavraconcreto.

O livro “Taubaté e Seus Monumentos”, publicado em 1979,de autoria de Antonio Mello Junior, é o único que conta qual era o

sentido dessa construção. Uma edição da obra encontra-se no Mu-seu Paulo Camilher Florençano e nela está documentado que opresidente do Rotary Club de Taubaté, entre os anos de 1969 e1970, Sebastião Garcia Roman, foi o idealizador do projeto. A in-tenção era de “fazer construir em praça pública um monumento àBandeira, onde o pavilhão nacional seja hasteado em todas ascomemorações cívicas”. Tal desejo não deve ter mais sentido, ven-do o jardim descuidado.

Em um local bem escondido em frente a uma árvore encon-tra-se uma base de concreto, onde deveria haver uma placa, masapenas o livro de Mello Junior revela o que deveria constar ali:“Monumento à Bandeira – Oferecido pelos Rotary Clubs de Taubatée Taubaté-Oeste – Conselho Diretor de 1969/70”.

Padre CíceroPadre CíceroPadre CíceroPadre CíceroPadre CíceroA placa de identificação não é o problema na homenagem a

Padre Cícero Romão Batista, mais conhecido e chamado pelos de-votos como Padim Ciço. Ele, além de padre, foi um grande líder doNordeste do país. A estátua, no bairro do Bonfim, foi doada em2007, pelo prefeito de Juazeiro do Norte (CE), Dr. Raimundo Macedo.O bairro foi escolhido por haver grande número de migrantes nor-destinos. “Há a festa nordestina todos os anos, por esse motivo foifeito a doação dessa estátua e colocada naquele local na entrada dobairro”, informa o Departamento de Cultura de Taubaté.

Metade da rotatória onde se encontra o monumento ao pa-dre está com a grama aparada, porém o que foi cortado não foirecolhido e a grama seca ficou ali. Já na outra parte, a gramacontinua crescendo. A base que sustenta a imagem e que se encon-tra ainda sem terminar, está rachando. Dessa forma, não é de seduvidar que uma hora o Padim Ciço caia lá do alto do pedestal ondese encontra.

Monumento foi protegido por grades para não ser danificado

Laís Reis / Vale Repórter

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1212121212 :: Responsáveis pela página: Aline Santos (editora), Lucas Fersa (repórter) e Laís Reis (diagramadora e repórter fotográfico) ::

Difundidas pela cidade de Taubaté, diferentes construções,sob a forma de obeliscos, bustos, pavilhões e estátuas representamhomenagens a fatos e personagens marcantes do município e dopaís, que apesar de importantes, são poucos conhecidos pela po-pulação. Entre eles:

Centenário da IndependênciaCentenário da IndependênciaCentenário da IndependênciaCentenário da IndependênciaCentenário da IndependênciaO obelisco, que fica na Praça Dr. Barbosa de Oliveira, em

frente à Rodoviária Velha, foi inaugurado em 7 de setembro de1922, em comemoração ao centenário da Proclamação da Indepen-dência. Passados mais de 80 anos, o monumento está relegado aoesquecimento, fim comum para todos os outros citados nessamatéria.

Cônego José Luiz PereiraCônego José Luiz PereiraCônego José Luiz PereiraCônego José Luiz PereiraCônego José Luiz PereiraNasceu em Pindamonhangaba, mas foi pároco na Vila Nos-

sa Senhora das Graças e professor na Escola Monteiro Lobato, oEstadão. No dia de sua morte, a prefeitura decretou luto oficial detrês dias. Em 11 de março de 1973, foi inaugurado o monumento,feito com dinheiro de uma campanha entre os fiéis. A homenagemse encontra na Praça Nossa Senhora das Graças, em frente à Igrejade mesmo nome.

Fotos: Laís Reis / Vale Repórter

Josef StudenickJosef StudenickJosef StudenickJosef StudenickJosef StudenickNascido na antiga Tcheco-Eslováquia, foi empresário em

Taubaté do ramo de metalurgia, que teve uma grande fábrica ex-portadora para países da América do Sul, Central e países da Áfri-ca. Morreu em 26 de outubro de 1962 e, um ano após sua morte,amigos e funcionários homenagearam sua memória com um bus-to, que hoje se encontra na praça em frente ao convento SantaClara. Atualmente, o monumento não tem placa de identificação.

Praça Coronel VitorianoPraça Coronel VitorianoPraça Coronel VitorianoPraça Coronel VitorianoPraça Coronel VitorianoUm obelisco, em meio à praça de mesmo nome, sem placa de

identificação. Acredita-se que é uma homenagem ao Coronel, masnão há como confirmar. Esse monumento, assim como muitosoutros monumentos taubateanos, não resgatam com clareza osignificado daquilo que representam, quer tenham placa ou não.

Dia Internacional de Monumentos e SítiosDia Internacional de Monumentos e SítiosDia Internacional de Monumentos e SítiosDia Internacional de Monumentos e SítiosDia Internacional de Monumentos e SítiosO dia 18 de abril é o Dia Internacional de Monumentos e

Sítios e também a data em que se comemora o Dia de MonteiroLobato, circunstância ideal para se lembrar do passado. “Ali tudofoi, nada é. Não se conjugam verbos no presente. Tudo é pretérito”,escreveu Lobato em 1907, em seu livro intitulado “Cidades Mor-tas”, enfatizando a ligação do homem com o passado. O teor dafrase do criador do Sítio do Pica-pau Amarelo, no caso dos monu-mentos despercebidos de Taubaté, sofreria uma pequena alteraçãonos dias atuais: parece que nada foi e nada é. Vida Longa aos heróise líderes deste país do esquecimento!

Imagem de Padre Cícero fica próxima ao bairro doBonfim, onde vivem muitas famílias de origem nordestina

Prefeitura não removepichações do pedestal deDom José Pereira da SilvaBarros, no Bom Conselho

Outros desconhecidosOutros desconhecidosOutros desconhecidosOutros desconhecidosOutros desconhecidosestão por Taubatéestão por Taubatéestão por Taubatéestão por Taubatéestão por TaubatéConstruções e mausoléus destinados a perpetuar amemória de pessoas e feitos notáveis espalham-seem diferentes praças e logradouros da cidade

:: Primeira Página :::: Primeira Página :::: Primeira Página :::: Primeira Página :::: Primeira Página ::Abril de 2009Abril de 2009Abril de 2009Abril de 2009Abril de 2009

1313131313:: Responsáveis pela página: Aline Santos (editora), Lucas Fersa (repórter) e Laís Reis (diagramadora e repórter fotográfico) ::

É incomum perceber um monumento, porém quem reparanão encontra algum dedicado a mulheres. As figuras femininasestão quase que restritas às imagens das santas, como é o caso daImaculada Conceição em frente ao Convento Santa Clara. Noentanto, Taubaté tem representantes do sexo feminino que sedestacaram nas artes plásticas, na música, na literatura, na polí-tica, na medicina e em outras atividades expressivas do cotidianoe da história da cidade.

A professora Maria Dolores Alves Cocco trabalha há 23 anosno Departamento de Arquitetura da Universidade de Taubaté eministra aulas de Técnicas Retrospectivas, disciplina que cuidados restauros. Ela acredita que a falta de monumentos deve-sepelo fato do homem sempre ter tido um papel de destaque nasociedade e as mulheres sempre ocuparem posições atrás de umgrande homem, como diria o famoso jargão. “A parte da educaçãoda mulher, o acesso dela à cultura, à informação e às atividadestípicas como cidadã vieram muito tardias”, enfatiza a professora.

O professor Antonio Carlos de Argollo Andrade, historiógrafodo Arquivo Histórico Municipal, cita duas grandes personagenstaubateanas como merecedoras de homenagem. Uma seriaChiquinha de Matos, benfeitora que ajudava os mais pobres comroupas e alimentos, “em uma época que não havia Ongs de ampa-ro aos mais necessitados”, conta o professor. Dona Chiquinha deMattos não virou monumento mas recebeu homenagem nome-ando importante rua de comércio da cidade de Taubaté. Outramulher, tão importante quanto, seria Joana Martins Castilho, aJoaninha. Apesar de não ser taubateana, viveu na cidade e eraousada como aviadora, chamando a atenção do empresário decomunicação Assis Chateaubriand. A título de curiosidade, o co-nhecido refrigerante Guaraná Joaninha foi batizado com esse nomeem sua homenagem.

O Departamento de Cultura informa que para ser erigidoum monumento em homenagem a uma pessoa, em comemora-ção a um evento ou em celebração a alguma coisa, a comunidade

Na pequenaPraça da

Imprensa háhomenagens atrês jornalistas

que atuaramem Taubaté:

Praxedesde Abreu,

Stipp Jr. eOsny Guarnieri

Não existem monumentos às mulheresNão existem monumentos às mulheresNão existem monumentos às mulheresNão existem monumentos às mulheresNão existem monumentos às mulheresHomenagens são feitas exclusivamente aos ilustres cidadãos taubateanos do sexo masculino

por Lucas Fersa

Laís Reis / Vale Repórter

Camila Oliveira / Vale Repórter

Obelisco na Praça Coronel Vitoriano não tem identificação

deve solicitar a um vereador e ele fará o pedido à prefeitura. Assim,serão avaliados os custos e a possível instalação do monumento.“Todas as homenagens têm um trâmite administrativo para asua aquisição”, ressaltou um funcionário do setor.

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Poder público investe em prevençãoPoder público investe em prevençãoPoder público investe em prevençãoPoder público investe em prevençãoPoder público investe em prevençãoCaçapava adota distribuição de métodos anticoncepcionais para diminuir problemas de saúde

por Mayara Lopes

A distribuição de preservativos é feita gratuitamente nos postos de saúde

Mayara Lopes / Vale Repórter

Alice tem 13 anos, namora Lucas, de14 anos, e ambos cursam o 7º ano, antiga6ª série do Ensino Fundamental. Alice co-meça a vida sexual com Lucas, porém nãoutiliza métodos anticoncepcionais e acabaengravidando. Após esconder a gravidez porquatro meses, torna-se impossível susten-tar essa situação e a menina se vê contan-do para a família, que reprova o aconteci-do. Alice precisa largar a escola para criar acriança, pois Lucas a abandona, fugindo dasresponsabilidades. Agora, a jovem Alice teráque deixar de lado a juventude para assu-mir os cuidados do ser que está gerando.

Essa pequena história fictícia se repe-te em número expressivo de vezes no coti-diano das cidades brasileiras, o bastante paralevantar a questão da gravidez indesejadana adolescência, fazendo com que setoresda sociedade busquem alternativas paraamenizar o problema. Projetos de distribui-ção de preservativos e anticoncepcionais aoalcance de toda a população não faltam.

O governo federal adota uma políticade distribuição de preservativos, que são en-caminhados aos municípios para então se-rem dados à população, juntamente comcampanhas para difusão de seu uso, naprevenção de doenças sexualmente trans-missíveis e controle de natalidade.O pro-

grama DST Aids do Departamento de Vigi-lância e Saúde do município de Caçapavadistribui uma média de 15 mil a 18 mil pre-servativos por mês, divididos entre Postosde Saúde e Programas de Saúde da Família(PSF) espalhados pelos bairros.

As exceções são os meses que possu-em datas comemorativas específicas, comoo Carnaval ou o Dia dos Namorados, emque são realizadas campanhas de acordocom o plano de metas do governo federal eesse número aumenta significativamente.“Seguimos o Plano de Ações e Metas doGoverno Federal, o PAM, que nos dá as dire-trizes de campanhas a serem seguidas du-rante o ano”, esclarece a coordenadora doprograma Rosângela Delchiaro.

Outro projeto desenvolvido pelo setorde infectologia por meio do programa DSTAids é a formação de jovens multiplicadores.São ministradas palestras de educação se-xual semanalmente, no período de dois atrês meses, para alunos a partir do 9º anodo Ensino Fundamental. “Nas palestras,procuro abordar com os adolescentes temascomo sexualidade, doenças sexualmentetransmissíveis, vulnerabilidade e auto-es-tima, e esse jovem, além de utilizar para sias informações obtidas, as leva adiante”,explica a educadora social do programa,Vera Bueno.

Como alternativa ao preservativo nocontrole de natalidade, as pacientes do Sis-tema Único de Saúde (SUS) podem obteranticoncepcionais gratuitos na Central deMedicamentos, em Caçapava, apresentan-do apenas a receita médica e o RG. Para asmulheres que utilizam o SUS ou qualquerrede de saúde particular, outra opção é com-

prar anticoncepcionais na Farmácia Popu-lar, um programa de iniciativa do governofederal, que repassa descontos de até 90%aos medicamentos.

A Farmácia Popular de Caçapava ven-deu 356 unidades no mês de fevereiro, entreanticoncepcionais de cartela e injetáveis,número pouco expressivo pelo tamanho domunicípio, que possui uma média de 80mil habitantes, segundo estimativa doIBGE. Os preços são expressivamente me-nores em relação às farmácias comuns, va-riando de R$ 0,42 a R$ 3,14, dependendo dotipo do anticoncepcional, se na forma decomprimidos, injetável ou pílula.

Há controvérsias entre o poder públi-co e os setores mais conservadores da socie-dade, principalmente a Igreja Católica, emrelação à distribuição massiva de métodosanticoncepcionais. A Congregação Nacio-nal de Bispos do Brasil (CNBB) divulgou,por meio de seu página oficial na internet

(http://cnbb.org.br/), um texto doBispo da Diocese de Nova Friburgo DomRafael Llano Cifuentes, explicando os mo-tivos da repulsa católica ao que ele intitula‘febre anticoncepcional’. A principal ques-tão a ser considerada pela Igreja é a lei na-tural que determina a existência de um vín-culo inseparável entre a relação sexual e atransmissão da vida.

A posição da maioria dos jovens é cla-ra quando esse assunto está em pauta.“Acho correta a distribuição de anticoncep-cionais e preservativos, porque a Igreja nãopode ser tão conservadora, em pleno séculoXXI. É melhor prevenir do que ter um filhoe não dar amor”, argumenta Rafaela Perei-ra, de 19 anos, estudante universitária.

Número de casos de DoençasNúmero de casos de DoençasNúmero de casos de DoençasNúmero de casos de DoençasNúmero de casos de DoençasSexualmente TransmissíveisSexualmente TransmissíveisSexualmente TransmissíveisSexualmente TransmissíveisSexualmente Transmissíveis(DST) no Brasil:(DST) no Brasil:(DST) no Brasil:(DST) no Brasil:(DST) no Brasil:

A Organização Mundial de Saú-de estima que ocorram, no mun-do, cerca de 340 milhões de ca-sos de DST por ano. Nessa esti-mativa não estão incluídos aherpes genital e o HPV.

Em números, no Brasil, as esti-mativas de infecções de trans-missão sexual na população se-xualmente ativa são:

Sífilis: 937.000Gonorréia: 1.541.800Clamídia: 1.967.200Herpes genital: 640.900HIV: 593.000HPV: 685.400

Fonte: Plano Nacional DST/Aids

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:: Responsáveis pela página: Rafael Ramos (editor), Daisyane Mendes (repórter) e Lucilene Ribeiro (diagramadora e repórter fotográfico) :: 1515151515

Cursos que ajudam a realizar sonhosCursos que ajudam a realizar sonhosCursos que ajudam a realizar sonhosCursos que ajudam a realizar sonhosCursos que ajudam a realizar sonhosComo o ensino superior à distância pode concretizar o desejo de conquistar um diploma

por Daisyane Mendes

Com o fichário, a lapiseira favorita,canetas, borracha, bloco de anotações uni-versitário, caneta marca texto e sua apos-tila, Marco Aurélio de Paula Silva, casado epai de duas filhas, liga o carro e vai para afaculdade.

Aos 44 anos, Marco tem muita dis-posição para tornar seu sonho de cursaruma faculdade uma realidade. A trajetóriadesse brasileiro, que hoje reside em Taubaté,é semelhante a de muitos outros que en-contraram nos cursos superiores a distân-cia a chance de obter um diploma de ensinosuperior. Marco precisou parar o curso deAdministração de Empresas há 15 anos,quando estava cursando o segundo ano. Umbom emprego o fez mudar a vida de suafamília de Minas Gerais para o Estado deSão Paulo.

Trabalhando como metalúrgico emuma montadora de veículos em Taubaté,ele não encontrou uma maneira de concili-ar o horário da faculdade e os diversos horá-rios da empresa. Cada semana trabalhavaem um turno diferente e o serviço pesado ofez deixar seu sonho de lado. O tempo pas-sou rápido e Marco decidiu investir apenasno futuro de suas filhas. Hoje, ele é eletri-cista de manutenção na fábrica e usa diari-amente os conhecimentos que adquiriu emseu curso técnico. Mas não é só isso. Marcoatualmente também é um estudante uni-versitário.

Graças a um panfleto trazido paracasa por sua filha mais velha, que divulga-va uma faculdade com oferta de cursos su-periores a distância, por um curto período

de duração, Marco interessou-se e, algumtempo depois, estava inscrito no vestibularde uma universidade com sede no sul dopaís. Passou na seleção e logo virou estu-dante de novo. Agora, ele cursa ProcessosGerenciais, um curso com duração de doisanos e meio e que, de acordo com o próprioMarco, é semelhante ao curso de Adminis-tração de Empresas.

A rotina desse pai de família mudoumuito, pois quase todos os dias é necessá-rio ao menos um acesso àinternet para verificar no-tas, faltas, trabalhos, pro-vas, agendas, matérias,fóruns, teleaulas, exercíciose atividades. Todo o conteú-do a ser aprendido é dis-ponibilizado na internet, nosite da faculdade. Marcosempre se atualiza antes deir trabalhar. A universidadetem o seu pólo de ensinoem um colégio particular deTaubaté e possui muitosalunos. Pelo menos duasinstituições oferecem cur-sos a distância com pólos na cidade, de gra-duação à pós-graduação, e mantêm maisde 500 alunos em suas turmas.

De acordo com o Ministério da Edu-cação, o ensino superior pode ser ministra-do nas seguintes modalidades: presencial,quando exige a presença do aluno em, pelomenos, 75% das aulas e em todas as avali-ações; semipresencial, quando combina en-sino presencial com outras atividades quepodem ser realizadas a distância; e a dis-tância, quando a relação professor-aluno

não é presencial, e o processo de ensino ocor-re utilizando os vários meios de comunica-ção: material impresso, televisão, internet,etc. A maioria dos estudantes dos cursosoferecidos em Taubaté faz parte de um gru-po de pessoas, que como Marco, possuemfamília, emprego, carreira, mas ainda nãopossuem curso superior.

Geralmente, essas pessoas escolhemos cursos a distância pela facilidade, afinalo curso é flexível em relação a horários e

dias. Um dos principaismotivos é o tempo, poissão cursos de curta dura-ção, e também pelo preço,pois são mais baratos queos cursos presenciais ofe-recidos por outras institui-ções. Na maioria das ve-zes, os alunos querem apri-morar seus conhecimentospara o trabalho que já rea-lizam. “Os cursos a distân-cia não eram tão aceitosaté dois anos atrás. Oscursos geravam medo, in-segurança. Hoje em dia, te-

mos a ajuda da mídia, que mostra o que éuma faculdade a distância”, afirma CosmeMarques, coordenador do pólo da Uninterem Taubaté.

De acordo com Cosme, algumas em-presas ainda preferem empregar pessoasque cursam uma faculdade presencial. Afaculdade à distância ainda é vista com des-confiança, mas um bom aprendizado de-pende principalmente do aluno. Para o co-ordenador, é responsabilidade do aluno es-tudar e se esforçar. “Ele tem uma aulapresencial por semana durante duas horas,e ainda tem que ler os livros e as páginas nainternet”, diz Marques.

“Cursar uma faculdade a distância ébem diferente de cursar uma faculdade nor-mal, porque você não está presente todosos dias e não tem todos os professores to-dos os dias com você”, conta Marco Auré-lio. Isso pode gerar dúvidas que não conse-guem ser sanadas imediatamente. “É umafaculdade ideal para pessoas que não têmmuito tempo, ou têm um horário de tra-balho apertado ou que não é fixo”, destacaMarco.

É importante ressaltar que a procurapor esses cursos por jovens ainda é peque-na, pois é necessário maturidade para acom-panhar uma faculdade que é flexível e queexige muita responsabilidade. Assim, pes-soas como Marco podem se graduar, espe-cializar ou quem sabe, realizar um sonhoque fora interrompido anos atrás e mantersuas conquistas no emprego.Alunos assistem às aulas ministradas com o uso de tecnologias e da internet

Lucilene Ribeiro / Vale Repórter

“Cursar umafaculdade a distância

é bem diferente decursar uma faculdadenormal, porque você

não está presentetodos os dias e nãotem os professorestodo dia com você”

:: Responsáveis pela página: Juliana Peloggia (editora), Ana Paula Alcântara (repórter) e Sabrina Zambello (diagramadora e repórter fotográfico) ::

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As muitas vantagens de ser vegetarianoAs muitas vantagens de ser vegetarianoAs muitas vantagens de ser vegetarianoAs muitas vantagens de ser vegetarianoAs muitas vantagens de ser vegetarianoCom a abstenção da ingestão de carne, adeptos buscam purificação do corpo e da mente

por Ana Paula Alcântara

As razões que levam as pessoas a setornarem vegetarianas são várias: religio-sas, ideológicas, éticas ou nutricionais. Atu-almente, existem grupos de jovens quecompartilham de outras razões e afinida-des. Eles praticam o vegetarianismo de for-ma séria, porém mais criativa, pois alémda eliminação da carne nas refeições, elesdividem os mesmos gostos culturais, comoa música, a moda e o esporte. Fazendo adistribuição dos cartazes que promovem amensagem “SEJA VEGETARIANO” pelacidade, esses adeptos procuram propagar oideal da não-violência contra os animais e abusca pelo equilíbrio do corpo e da mente.

Mas por que realmente uma pessoase torna vegetariana? A professora de yogae estudante de fisioterapia Genice Vicenziacredita já ter nascido diferente, pois quan-do criança, em Santa Catarina, ela viviaem uma fazenda onde se comia muita car-ne nas refeições. “Era difícil ter só um tipode carne no almoço. Às vezes, tinha carnede gado, frango, peixe. Eu era forçada a co-mer e falava: um dia eu ainda não vou co-mer carne, mas quando se é criança, os paismandam e você tem que obedecer”.

Quando se tornou adolescente,Genice começou a perceber que a ingestãode carne não lhe fazia muito bem. “Eu real-mente optei por parar de comer carne quan-do eu comecei a estudar a espiritualidade, epercebi que nós não temos necessidade denos alimentar de um outro ser vivo”, res-salta a professora. Genice afirma não tertido anemia por nunca mais comer carne,isso não prejudicou sua vida, nem durantea gravidez de seus dois filhos, que hoje sãovegetarianos por opção própria.

Ser vegetariano significa se alimentarunicamente de vegetais, como legumes,verduras, frutas, grãos e brotos, além deexcluir do seu cardápio qualquer tipo decarne: carne vermelha (bovina), carne branca(pescado) e carne amarela (aves). Poucossabem, mas o álcool também é abolido porgrande parte dos vegetarianos.

Entre os adeptos do vegetarianismoexistem três categorias: os lactovege-tarianos, que se alimentam de leite e seusderivados; os ovolactovegetarianos, que in-cluem também ovos; e os macrobióticos,que se alimentam exclusivamente de vege-tais, excluindo de seu cardápio ovos, leite eseus derivados.

Há os simpatizantes, que não podemser considerados vegetarianos, pois aderema essa prática por modismo e não por res-peito à filosofia, ingerindo álcool ou comen-do peixes, por exemplo. “Quem é vegetari-

ano tende a viver melhor”, defende Evertonde Sousa, proprietário de um restaurantevegetariano em Taubaté e adepto dessa prá-tica desde a adolescência. “Os benefícios deser vegetariano são uma alimentação maisleve e com mais disposição”, acreditaEverton. Ele alerta que os vegetarianos nãosão contra a ingestão de carne, mas ressal-ta que, ao ingeri-la, a pessoa tem menosânimo, visto que a digestão é mais lenta,chegando a durar até três dias para as car-nes vermelhas.

Hoje, o consumo generalizado de car-ne é tão grande que a maioria das pessoasenfrenta um tipo diferente de proibição: asordens médicas. Pesquisas têm demonstra-do que dietas vegetarianas podem propor-cionar condições para uma vida mais sau-dável. Estatisticamente, é entre os consu-midores de carne, ovos e laticínios que hámaior incidência de males cardiovasculares,artrite, diabetes e osteoporose. A carne ver-melha, em especial, é a segunda maior cau-

sa de câncer, perdendo apenas para o fumo.Sendo que a carne crua ou mal passada temum risco adicional, pois pode carregar lar-vas de parasitas, que provocam intoxica-ção alimentar, perturbações crônicas, da-nos neurológicos e até mesmo a morte.

Não há como negar, porém, que nacarne e nos ovos a proteína é completa, istoé, contém todos os aminoácidos essenciaisà elaboração dos tecidos. Mas, da combina-ção de qualquer cereal, como arroz, comqualquer leguminosa, como feijão, tambémse faz uma proteína completa. Essa subs-tituição tem um custo que pode ser muitomenor e mais inteligente para o organismoe para a sociedade.

No entanto, a nutricionista MariaCecília Vasconcelos lembra: “uma dietavegetariana tem que ser bem planejada paraque não haja prejuízo de certos nutrientescomo ferro, cuja deficiência pode levar àanemia, vitamina B12 e zinco, mais abun-dantes em alimentos de origem animal”.

Vegetarianismo proporcionou mais flexibilidade para a professora de yoga

Sabrina Zambello / Vale Repórter

Combate ao câncer envolve apoio e solidariedadeCombate ao câncer envolve apoio e solidariedadeCombate ao câncer envolve apoio e solidariedadeCombate ao câncer envolve apoio e solidariedadeCombate ao câncer envolve apoio e solidariedadeTanto quanto a prevenção e o tratamento, o fundamental é a busca por informações

que resultem em bons resultados e tragam qualidade de vida. São estas as finalidadesdas entidades assistenciais da região. Em Taubaté, existem entidades filantrópicas queapoiam crianças e adultos com câncer e seus familiares, oferecendo serviços psicológi-cos e sociais. O atendimento engloba também a doação de medicamentos e hospedagemcompleta gratuita para pacientes da região. Outro serviço muito importante oferecidopelas entidades é a orientação jurídica quanto aos direito dos doentes com câncerperante aos órgãos públicos. “As entidades filantrópicas são muito úteis no apoio aosdoentes, elas são muito integradas aqui com o hospital, fazendo a parte social”, destacao médico Rooselvet Kalumi, coordenador do Centro Cirúrgico de Oncologia do HospitalRegional do Vale do Paraíba, referência no tratamento de câncer em adultos.

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:: Responsáveis pela página: José Caetano (editor), Pedro Almeida (repórter) e Diego Migotto (diagramador e repórter fotográfico) :: 1717171717

Intenso movimento nas ruas centrais já interfere na qualidade de vida das cidades do interior

por Pedro Almeida

Além do barulho do trânsito, carros de som ajudam a aumentar o nível de ruídos

Diego Migotto / Vale Repórter

“Promoção imperdível. Entre e confi-ra nossas ofertas!”. Pode-se dizer que isso éapenas a publicidade de uma loja no centrode Taubaté num dia de semana, mas paraa dona de casa Rita Fortunato, é o som quea acompanha diariamente. Moradora deum prédio em frente a duas grandes redesde loja, ela reclama do som do alto falante edo excesso de barulho no centro da cidade.“Tem muita propaganda, locutor gritandonas portas, carros de som. Ainda não meacostumei. As pessoas deveriam ter umpouco mais de consciência”, desabafa Rita,que logo às 5h30min da manha é desperta-da pelo movimento de carros, ônibus e pe-los sons do comércio.

Segundo a Organização Mundial daSaúde (OMS), o nível de ruído tolerável aoouvido humano está por volta dos 55decibéis, mas uma pesquisa, realizada poruma estudante do Departamento de Ar-quitetura e Urbanismo da Universidade deTaubaté (Unitau), constatou que no cen-tro comercial da cidade, a média chega a serde 74 decibéis , um índice elevado para ummunicípio com o porte de Taubaté. Para oprofessor Luiz Antonio Brito, orientador dapesquisa realizada em 2008, as pessoas quemoram em áreas comerciais ou que estãoexpostas ao alto índice de ruído, têm a saú-de afetada de forma que nem percebem.“Dentre os cinco sentidos, a audição é aúnica que não pode ser controlada. O orga-nismo das pessoas tem um mecanismopróprio de proteção e um desses mecanis-mos são algumas enzimas lançadas notímpano que vão enrijecendo o ouvido.Quando o excesso de ruído acaba, essaenzima se dissipa”, explica Brito. O meca-nismo de defesa de uma pessoa que ficaexposta por muito tempo ao ruído pode sedesgastar com frequência. O resultado dis-so é que o tímpano fica permanentementeprotegido contra o excesso de barulho cau-sando danos como, por exemplo: dificulda-de de falar com as pessoas, de diferenciaralguma frequência de som, perda na quali-dade musical. O professor ressalta que seuma pessoa se adaptar a algum ruído ésinal que a audição já sofreu algum dano.

O representante comercial AugustoDonizete depende de muita disposição pararealizar seu trabalho e o sono é o primeiro aser afetado. “Esse barulho me atrapalhamuito, principalmente na hora de dormir.Devido ao meu trabalho, tenho que viajarmuito e preciso de um sono mais tranquiloe não consigo. É quando bate o cansaço.Quando chego em casa, quero sossego, maso barulho da rua não deixa”. Augusto é ca-

sado com Rita e eles se mudaram para onovo apartamento, que fica na esquina deduas principais ruas do comércio de Taubaté,há apenas três meses. No momento emque a equipe de reportagem os visitou, ha-via um carro de propaganda de uma rádioda cidade, com o som ligado, bem embaixoda janela da sala do casal. “Quando umbarulho desses termina é um alívio muitogrande. A sensação que sinto é de paz. Daívocê pode assistir sua televisão, pode con-versar no tom normal”, destaca Rita. Alémdesse momento, em outros três instantesa conversa precisou ser interrompida devi-do ao barulho dos caminhões e ônibus, bu-zinas de carros, propagandas dos mais va-riados tipos.

Além de afetar o corpo humano, osefeitos da poluição sonora interferem noestado psicológico. A estudante BrunaAquino , 17 anos, é um exemplo. Moradorade um prédio próximo ao marco zero dacidade, ela alega desconforto na hora de es-tudar. “Esse excesso de barulho atrapalhameus estudos e afeta, principalmente, mi-nha concentração. Não adianta fechar ajanela, o som continua. Fica uma situaçãodifícil”, reclama a estudante.

Casos como a da estudante Bruna sãocomuns. A falta de concentração, alteraçãode humor e vulnerabilidade em se irritar sãoas maiores queixas de moradores que têmque conviver com a movimentação do cen-tro urbano. Para o psicólogo Élison Santos,priorizar o silêncio é uma forma de remédiopara a alma. “Todo mundo precisa ter ummomento de silêncio, até mesmo para as-similar tudo o que foi vivido durante o dia.Precisamos de silêncio para ter uma saúde

mental equilibrada”, avalia. Élison alertatambém para a falta de atenção dos órgãosgovernamentais que são responsáveis pelobem-estar da população. “A saúde mentalé também encargo da saúde pública. A par-tir do momento em que essas políticas co-merciais e de trânsito interferem a pontode causar transtornos no campo psicológi-co das pessoas, o governo tem que tomarresponsabilidade e cabe à população se or-ganizar e correr atrás desse direito”.

O ruído de trânsito de veículosautomotores, o mau estado de conserva-ção da frotas e das ruas, além da falta deum planejamento urbano são os fatoresque contribuem para a poluição sonora, umcrescente problema que agrava o cotidianodos moradores da região central da cidade.

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Taubaté apresenta um índice eleva-do de ruídos nas vias públicas, commédias entre 58 a 74 decibéis naregião central. Mas o pico de 104,8decibéis foi registrado em uma ma-nhã de trânsito normal na cidade.

Diego Migotto / Vale Repórter

Excesso de barulho provoca estresseExcesso de barulho provoca estresseExcesso de barulho provoca estresseExcesso de barulho provoca estresseExcesso de barulho provoca estresse

:: Responsáveis pela página: Adriano Barreto (editor), Letícia Eschechola (repórter) e Gabriela Audrá (diagramadora e repórter fotográfico) ::

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Acervo do Museu da Imagem e do Som é desconhecido por muitos e cultivado por poucos

por Letícia Eschechola

Logo na entrada do Mistau, uma curiosa exposição recebe os visitantes

Gabriela Audrá / Vale Repórter

Com uma voz mansa, um humorcativante e um orgulho evidente ao falardo que faz, Shirley Santos, 51 anos, ex-pro-fessora e atual responsável pelo acervo fo-tográfico do Museu de Imagem e Som deTaubaté, relata sua função passo-a-passo,com a satisfação evidente do trabalho quecumpre. “Tenho saudades das crianças, dosalunos, mas hoje não trocaria isso aqui pornada”.

Em um auditório abafado, que aindacarrega traços de uma reforma inacabada,Shirley, um tanto quanto tímida de início,vai se desinibindo ao falar de seu mundofotográfico e parece até se esquecer do calorque faz no local ao narrar o processo deconservação das fotos. Ela explica umanova técnica usada por meio de envelopesde papel pH neutro em que as fotos sãodepositadas.

Após descrever o processo que desem-penha diariamente, a funcionária aparen-ta mergulhar em um mundo de inspira-ção, quando começa a falar sobre seu maiorídolo dentro do ramo em que atua. “Nãohá como falar de fotografia sem lembrar dogrande Paulo Camilher Florençano”, ressal-ta Shirley, que fala do fotógrafo com admi-ração e conhecimento, pois Camilher foium dos profissionais que mais se entregoucom seriedade ao seu trabalho.

A responsável pelo acervo fotográficodo museu explica que o local passou poruma obra recente que durou quatro anos eestá quase no final. Assim, algumas me-lhorias foram feitas e outras ainda serãorealizadas, como a mudança do acesso das

fotografias à população. Esse acesso, queera disponibilizado com uma demora dedois dias para a entrega do material solici-tado, passa a ser imediato, por meio de com-putadores que ficarão logo ao fundo do hallde entrada.

“O museu já não comportava a quan-tidade de visitantes e não estava se equipa-rando aos museus das grandes cidades, porisso foi preciso ampliar e modernizar”, ex-plica o coordenador do Mistau, CláudioHelvécio. Ele também relata que, após areforma, o museu obteve uma expansão de400 metros quadrados, porém ainda faltamalgumas conclusões que não foram plane-jadas, como o sistema de ventilação e a cons-trução de um bar-café no hall de exposição.

Helvécio argumenta que o museu re-cebe visitas de toda parte do Brasil e de todafaixa etária, desde grupos escolares a gru-pos da terceira idade. Ele também cita visi-tantes vindos dos estados do Rio de Janei-ro, Paraná e Mato Grosso.

Andando pelos corredores silenciososdo museu, sem grande visitação devido àrecente reforma, o único som que ecoavaera a voz Shirley demonstrando cada partedo museu de forma sábia e detalhista, pro-vando conhecer a fundo sua função. “Te-mos aqui, em média, 30 mil fotos. Muitasdelas são doações por parte das famílias defotógrafos já falecidos, são imagens que re-tratam os mais variados lugares e situa-ções”. Não satisfeita em detalhar tudo, aatenciosa funcionária se dirige a uma sala evolta com as mãos já cobertas por um parde luvas, carregando uma foto da PraçaDom Epaminondas e um pincel branco.Exibe então a foto com o prazer de dizer o

quanto ela é antiga e como está em ótimoestado de conservação. Logo em seguida,pega o pincel e, fazendo com sutileza cadamovimento, ela simula o processo que re-pete todos os dias.

“Eu já passei várias vezes em frente aesse museu, mas nunca tive curiosidade deentrar pra conhecer”, afirma Márcio Lima,comerciante que mora no mesmo bairro emque o museu está localizado. Ele, comomuitas pessoas, mostra o desinteresse e afalta de curiosidade de uma grande parte dapopulação pelo conhecimento adquirido emmeio àquelas fotos entre outros materiaisexpostos.

Shirley diz que, mais que um traba-lho, a vida dentro do museu trouxe a elaum aprendizado inigualável. Ela conta quevem aprendendo e descobrindo durante es-ses quatros anos em que trabalha no mu-seu, que conhecimento nunca é demais. “Euvenho me interessando tanto por tudo quevejo em minha volta aqui dentro, que to-mei a decisão de prestar vestibular pra en-trar em uma faculdade de História no pró-ximo ano”. Ela afirma que só conheceu afundo a história de sua cidade por meio defotografias.

A funcionária despede-se orgulhosa eemocionada. “Voltem sempre aqui, porqueenquanto eu estiver em condições de traba-lhar, eu estarei dentro desse museu. Afinal,conheci meu mundo e minha cidade pormeio dessas fotografias”.

O Museu de Imagem e Som está lo-calizado próximo ao Horto Municipal deTaubaté e permanece aberto para visitaçãode terça-feira à sexta-feira, das 8h às 11h30e das 12h às 17h30.

Patrimônio audiovisual em boas mãosPatrimônio audiovisual em boas mãosPatrimônio audiovisual em boas mãosPatrimônio audiovisual em boas mãosPatrimônio audiovisual em boas mãos

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A fachada simples e sem atrativosdo Museu da Imagem e do Som es-conde a riqueza cultural do local: ainstituição mantém importante acer-vo fotográfico da cidade e da região,além de um grande arquivo sonoro,e ambos podem ser consultados.

Gabriela Audrá / Vale Repórter

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:: Responsáveis pela página: Camila Tchmola (repórter) e Allana Thomé (diagramadora e repórter fotográfico) :: 1919191919

Caravanas atraem público universitárioCaravanas atraem público universitárioCaravanas atraem público universitárioCaravanas atraem público universitárioCaravanas atraem público universitárioGravações de programas de TV são os destinos preferidos por aqueles que procuram diversão

por Camila Tchmola

Shows, passeios em outras cidades egravações de programas de televisão estãoentre os destinos das excursões, que ga-nham cada vez mais força hoje em dia.

Entre os mais escolhidos estão às idasao programas de auditório, nos quais aspessoas têm a chance de poder conhecerseus artistas favoritos, saber como funcio-na a gravação desses programas, a organi-zação dos produtores, como tudo é feito natelevisão ou até mesmo para ter a chancede aparecer em seus programas favoritos.

A maioria do público participante des-sas viagens é formada por estudantes decolégios e faculdades, que estão em buscade experiências culturais e de diversão.Robson Monteiro dos Santos, 32 anos, co-meçou a participar de excursões há 12 anose hoje em dia realiza caravanas desse tipode turismo por todo o Vale do Paraíba. Paraele, o fato de preparar esses passeios é aca-bar unindo o útil ao agradável, pois assimele pode ampliar o ciclo de amizades, de sedivertir e ainda conseguir ganhar algum di-nheiro. Mas, para que tudo isso possa ocor-rer, é preciso ter um contato direto com asemissoras, que agendam essas visitas e in-formam os destinos oferecidos.

A viagem pode começar pela madru-gada, mas isso pode variar de acordo com alocalização do programa escolhido. As pes-soas se encontram num lugar que já foicombinado previamente e seguem nos ôni-bus com destino aos estúdios desses pro-gramas. Durante esse percurso, alguns apro-veitam para dormir, outros para conversare comentar suas expectativas. Chegando

aos estúdios, eles esperam até as gravaçõescomeçarem e isso tende a durar quase o diainteiro e, em algumas gravações, os partici-pantes chegam a ganhar almoço ou lancheenquanto aguardam a produção. À noite,todos retornam para seus destinos.

Para o estudante Daniel Tieri Barbo-sa, a experiência de ir a esses programas éválida. “Acho que vale a experiência, pois ébem interessante, mesmo para quem vaiaté lá apenas para a bagunça e para verpessoas famosas. Apesar do cansaço,várias horas esperando, foium dia bem vivido”. Já paraa estudante Bruna Rolim deAndrade, o cansaço é deixa-do de lado, “Toda exaustãoé esquecida quando temosa sensação de descontrair,brincar um pouco”, afirma.

O que motiva as pes-soas a irem a esses passeiosé a curiosidade pelo saber, oentretenimento que é ofe-recido. “O mais legal é quan-do estão passando o som,ficando mais descontraídoo momento e acabamos nos divertindomuito com os erros de gravação também”,destaca Paula Ramos Corrêa Carvalho deMendonça, de 15 anos, que já participou degravações de diversos programas televisivos.

O fato de serem formadas novas ami-zades anima aqueles que vão a essas cara-vanas. “Vou também para conhecer novaspessoas, formando ciclos de amizade quenormalmente não acontecem no dia a dia”,complementa a estudante Paula. “O ôni-bus é bagunça o tempo todo, falação, a ga-

lera toda com expectativas de ir lá e se di-vertir bastante”, explica o estudante Daniel.

Os ônibus escolhidos pelos organiza-dores das excursões podem variar depen-dendo da emissora. “São escolhidos pelaprópria emissora que já possuem as em-presas, em alguns casos o ônibus é fretado,mas sempre com o mesmo padrão, no mes-mo nível dos ônibus que são oferecidos pelaemissora, assim se mantém a mesma qua-lidade”, relata Robson. Para Bruna, a situa-ção dos ônibus é boa. “Eu fui a excursões

que tinham bastante con-forto no ônibus, deramcolchas, água, refrigerante,lanches, e era bem limpo.Mas eles poderiam melho-rar os banheiros que, emalguns casos, possuíamum cheiro não muito agra-dável”, destaca.

Mas também têmaqueles que acham que aviagem poderia ser melho-rada, como por exemplo,no que diz respeito aocumprimento de horário.

“Poderiam ser mais rígidos quanto ao horá-rio de saída e chegada, pois assim poderiamaproveitar mais esse tempo que nos foi pro-posto”, ressalta Alexandre Ribeiro da Silva,de 19 anos.

A maior dificuldade enfrentada é or-ganizar essas caravanas, os que se respon-sabilizam pelas excursões têm que correratrás das pessoas que desejam ir, realizarlistas, lidar com pessoas que desistem naúltima hora, conseguir a documentação detodos os participantes, entre outros afaze-res. Trata-se de uma atividade autônoma eque precisa de fiscalização por parte do po-der público.

O transporte rodoviário interestadu-al e internacional de passageiros, no Brasil,é um serviço público e essencial, responsá-vel por uma movimentação superior a 140milhões de usuários por ano. A Agência Na-cional de Transportes Terrestres (ANTT) éo órgão responsável pela permissão e auto-rização para operação desses serviços pormeio de sociedades empresariais legalmen-te constituídas para tal fim.

No caso das excursões, geralmente sãoiniciativas individuais ou de agências deturismo, que providenciam as caravanasde forma legal e segura para todos. “Dá tra-balho, mas que no fim acaba valendo a penapor ser prazeroso e também pelo fato de acada viagem poder fazer 46 novas amiza-des é o que me dá energia pra continuarorganizando essas excursões”, garante oorganizador de caravanas Robson Monteirodos Santos.Excursões são organizadas até três vezes por semana para o mesmo local

Allana Thomé / Vale Repórter

“Dá trabalho, mas queno fim acaba valendo

a pena por serprazeroso e tambémpelo fato de a cadaviagem poder fazer

46 novas amizades”,garante o organizador

de caravanas

:: Responsáveis pela página: Kim Gaspar (editor), Jonas Barbetta (repórter) e Gerson Guimarães (diagramador) ::

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Chuteiras nem um pouco popularesChuteiras nem um pouco popularesChuteiras nem um pouco popularesChuteiras nem um pouco popularesChuteiras nem um pouco popularesEquipe de rúgbi do Vale é pentacampeã em um dos esportes menos conhecidos no país

por Jonas Barbetta

Treino do time de base do São José Rugby abre oportunidades para os atletas

Gerson Guimarães / Vale Repórter

No país do futebol, ainda existemmodalidades esportivas as quais grande par-te dos brasileiros desconhece. É o caso dorúgbi, esporte descendente do futebol e queé muito popular na Europa, em países daÁfrica e no sul da Ásia. As chuteiras são asmesmas usadas para atirar, com os pés, abola redonda. Mas a bola em forma de ovode avestruz, que passa de mão em mão,caiu como uma luva na cidade de São Josédos Campos e a prática da modalidade en-tre as crianças tem se tornado cada vez maisfrequente.

Em um campo com as traves impro-visadas e com a grama avançando os limi-tes do terreno do centro de treinamento dotime da cidade, na Vila Industrial, todas assegundas e quartas-feiras começam a che-gar os adeptos do esporte para o treina-mento. Por volta das 15h, o ônibus traz osmeninos com idades de 7 a 13 anos, querecebem seus uniformes ainda do lado defora do vestiário para dar inícios aos trei-nos. Já no local de treinamento, fora daslinhas quase apagadas do campo, criançascujos calções dão impressão de serem cal-ças, treinam separadas dos mais velhos.

Dentro do campo, de um lado, forma-se a equipe feminina e na outra ponta dogramado, em treino pesado e jogadas rápi-das, o time masculino ensaia as táticas queserão usadas nos jogos oficiais.

Saulo de Oliveira, jogador da terceiralinha do time de base do São José Rugby éum deles. “O rúgbi é bom de todas as ma-neiras. É bom para o corpo, para a estaturafísica, pela disciplina”, afirma uma dasgrandes promessas da equipe. “No rúgbi,você tem que puxar mais o corpo, ter con-tato e não ter medo”, disse Pedro Henriqueda Costa Lopes, um dos atletas que espe-rava o início do treino.

Cauê Monteiro deBarros Fonseca, 16 anos, dizque, no início, a prática doesporte é meio confusa.“No começo é meio difícilporque você não conhecemuito o jogo, mas, com otempo, você acostuma. Praquem conhece o rúgbi, ele émuito bem visto, mas euacho que ele não é muitoconhecido pelo Brasil, nãocomo deveria ser”. E assimcomeça o treino do dia sobameaça da chuva que caiu naquele dia.

Na sala da administração, várias pra-teleiras com os troféus conquistados ao lon-go dos anos e diversos pôsteres de equipes

européias decoram as paredes do local. Co-incidência ou não, tais objetos acabam ser-vindo como estímulo aos iniciantes no es-porte para alcançarem oprimeiro lugar nas compe-tições. Para que as criançaspossam ter ainda mais in-centivos ao esporte, o SãoJosé Rugby tem um proje-to que ajuda a difundir oesporte às crianças da peri-feria. “É o sétimo ano doprojeto social que atende atrês bairros carentes daquida cidade. Por meio desseprojeto, a gente oferecetransporte, alimentação etodo material esportivopara as crianças praticarem o rúgbi. Sãomais de 120 garotos que fazem parte desse

projeto”, disse o treinadorMaurício Ferreira Coelho.

A chuva desaba e osatletas precisam deixar ocampo por causa da enor-me quantidade de raios queameaçam a segurança nolocal. Todos os jogadores serecolhem para o interior doprédio da administração eaguardam a tempestadepassar. Durante a esperapara voltar aos treinos, asequipes masculinas e femi-ninas se descontraem sen-

tados na escada que dá acesso à quadrapoliesportiva – que há muito não passapor uma reforma – e conversam sobre asjogadas ensaiadas antes da chuva. A joga-

dora Ana Maurícia da Silva diz que o rúgbié um esporte bem visto pela população,mas que deveria ser mais divulgado pela

mídia. “Ele [o rúgbi] é umesporte muito valorizadoporque tem muito poucagente que joga rúgbi femi-nino e eu acho que deveriacrescer porque é um espor-te tão bom. É um esportecoletivo e tem que ser di-fundido, com certeza”,destacou a atleta de 23anos, durante a tempesta-de, que insistia em não irembora naquele dia.

Para o presidente doSão José Rugby, Ange

Guimerá, o diferencial da equipe joseense éque a idade média das crianças que come-çam a praticar o esporte está bem abaixodos outros times. “Um menino que come-ça a jogar com sete anos, quando chega aosquinze, já sabe tudo de rúgbi. Um meninoque começa com quinze só vai saber comvinte anos”, afirma o ex-jogador nascidona França e que no período pós-SegundaGuerra Mundial escolheu o Brasil para di-fundir a prática do esporte.

Para Guimerá, o principal fator quelevou o São José Rugby a ser pentacampeãobrasileiro, com títulos conquistados em2002, 2003, 2004, 2007 e 2008, foi pelo fatode a equipe ser formada pelas categoriaspara atletas menores de 18 anos. “Foi jus-tamente o desenvolvimento dos times debase a razão principal para o sucesso. Nãohá outra maneira de ser campeão”, observao presidente do time.

“O rúgbi é bom detodas as maneiras.

O rúgbi é bom para ocorpo, para a estaturafísica, pela disciplina”,

afirma uma dasgrandes promessas da

equipe de São Josédos Campos

O que levou o SãoJosé Rugby a serpentacampeão

brasileiro, em 2002,2003, 2004, 2007 e2008, foi pela equipe

ser formada pelascategorias para atletas

menores de 18 anos