Repórter do Marão

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repór ter do marão do Tâmega e Sousa ao Nordeste 11 a 24 Nov 2009 PENAFIEL Tradições de S. Martinho não resistem AMARANTE Ponte do ‘Arquinho’ é do século XIII PAÇOS DE FERREIRA Ex-emigrante burlada pode perder a casa BAIÃO Autarca anseia por via para a Ermida BRAGANÇA Nunes fica na política pela regionalização TRÁS-OS-MONTES Riqueza da da castanha desaproveitada Penafiel e Paredes são dois dos cinco municípios do país onde mais se morre por pneu- monia e gripe. A conclusão consta de um estudo organi- zado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jor- ge (INSA). Paradoxalmente, estes dois concelhos não constam da lista onde há um maior número de internamentos por causa destas duas patologias epidemiológicas. Além de Penafiel e Paredes, entre os cinco municípios com maior mortalidade cons- tam Albergaria-a-Velha, Oliveira do Bairro e Melgaço. O número de óbitos, porém, ainda não é revelado nesta parte do estudo do INSA. Segundo o mesmo estudo, os municípios que registam mais internamentos por aquelas pa- tologias são Macedo de Cavaleiros, Seia, Bragança, Chaves e Guimarães. Quanto à gripe A, o director-geral da Saúde assegura que a adesão ao plano de vacinação con- tra a gripe A (H1N1) está a aumentar, embora reconheça a necessidade de dar maior visibilida- de dos benefícios do tratamento perante resistências de médicos e de outros profissionais de saúde. Nº 1225 | Quinzenário | 1€ | Ano 25 | Director: Jorge Sousa | Director-Adjunto: Alexandre Panda | Subdirector: António Orlando | Edição:Tâmegapress | Redacção: Marco de Canaveses | 910 536 928 PENAFIEL E PAREDES Lideram mortes por gripe sazonal GRIPE A Surto alastra e vacinação enfrenta resistências

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Jornal do Tâmega ao Nordeste

Transcript of Repórter do Marão

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Drama em Paços de Ferreira

repórterdomarãodo Tâmega e Sousa ao Nordeste

11 a 24 Nov 2009

PENAFIEL

Tradições deS. Martinhonão resistemAMARANTE

Ponte do‘Arquinho’ édo século XIIIPAÇOS DE FERREIRA

Ex-emigranteburlada podeperder a casaBAIÃO

Autarcaanseia por viapara a ErmidaBRAGANÇA

Nunes fica na política pelaregionalizaçãoTRÁS-OS-MONTES

Riqueza da da castanhadesaproveitada

Penafiel e Paredes são dois dos cinco

municípios do país onde mais se morre por pneu-monia e gripe. A conclusão consta de um estudo organi-

zado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jor-ge (INSA). Paradoxalmente, estes dois concelhos não constam da

lista onde há um maior número de internamentos por causa destas duas patologias epidemiológicas.

Além de Penafiel e Paredes, entre os cinco municípios com maior mortalidade cons-tam Albergaria-a-Velha, Oliveira do Bairro e Melgaço.

O número de óbitos, porém, ainda não é revelado nesta parte do estudo do INSA.Segundo o mesmo estudo, os municípios que registam mais internamentos por aquelas pa-

tologias são Macedo de Cavaleiros, Seia, Bragança, Chaves e Guimarães. Quanto à gripe A, o director-geral da Saúde assegura que a adesão ao plano de vacinação con-

tra a gripe A (H1N1) está a aumentar, embora reconheça a necessidade de dar maior visibilida-de dos benefícios do tratamento perante resistências de médicos e de outros profissionais de saúde.

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PENAFIEL E PAREDES

Lideram mortespor gripe sazonal

Gripe alastra

GRIPE A

Surto alastra e vacinação enfrentaresistências

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I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I tempo de gripes

Penafiel e Paredes são dois dos cinco concelhos do país onde mais se morre por pneumonia e gripe sazonal. A conclusão consta de uma aná-

lise levada a cabo pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Paradoxalmente, estes dois concelhos não constam da lista onde há um maior nú-mero de internamentos por causa destas duas pato-logias epidemiológicas.

Além de Penafiel e Paredes, entre os cinco muni-cípios com maior mortalidade constam Albergaria-a-Velha, Oliveira do Bairro e Melgaço.

O número de óbitos, porém, ainda não é revelado nesta parte do estudo do INSA.

Segundo o mesmo estudo, os municípios que re-gistam mais internamentos por aquelas patologias são Macedo de Cavaleiros, Seia, Bragança, Chaves e Guimarães.

A pesquisa foi balizada em nove grupos de doen-ça a estudar, “pressupondo” que os factores ambien-tais contemplados são susceptíveis de influenciar de forma directa o aparelho respiratório e de forma in-directa o aparelho cardiovascular. “A exposição pro-longada a tais factores, poderá estar associada ao incremento de algumas neoplasias malignas, desig-nadamente as do aparelho respiratório”, admitem os investigadores.

De entre as doenças analisadas, de norte a sul do país, chegou-se à conclusão que, em Penafiel e Pare-des a Pneumonia e a Gripe Sazonal são as principais causas de morte das vitimas de Doença do Aparelho Respiratório. Os resultados que colocam este dois concelhos do Tâmega e Sousa na lista negra, agora conhecidos, referem-se ao 1º ano do projecto, cujo trabalho de campo foi realizado entre 2000 e 2004. A constatação preocupante para os concelhos vizinhos (Penafiel/Paredes), estende-se ao item “Doenças de Aparelho Respiratório- Total”. Já o concelho de Fel-gueiras aparece como um dos que registam com mais mortes por Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica.

A um nível mais alargado – distrital – Porto e Bra-gança, são dos que registam mais mortes por Pneu-

monia e Gripe. Vila Real, mas também, Porto apare-cem como distritos onde mais se morre por Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica.

Curiosamente, na outra vertente da investigação – Internamentos Hospitalares – nem Penafiel nem Paredes aparecem no grupo dos maiores interna-mentos nas mesmas patologias. Um dado que é, se-guramente, importante para que se perceba porque se morre tanto de Pneumonia e Gripe Sazonal nestes dois concelhos.

Esta constatação jornalística (e empírica diga-se), poderá ajudar a explicar porque é que concelhos como Macedo de Cavaleiros, Bragança e Chaves, são aqueles que registam um maior número de interna-mentos, mas não constam do lote daqueles onde mais se morre pela doença.

Resende (em mortes) e Peso da Régua (em inter-namentos hospitalares), são dois concelhos no país que têm um maior número de Acidentes Vasculares Cerebrais, outro grupo de doença alvo de estudo da equipa do Instituto Dr. Ricardo Jorge.

O estudo – Análise da Mortalidade e dos Interna-mentos Hospitalares por Concelhos de Portugal Con-tinental – foi realizado por uma equipa do Departa-mento de Epidemiologia do “Ricardo Jorge” com o apoio da Fundação Merck Sharp & Dohme e Ministé-rio da Saúde. A investigação a cargo de Rita Nicolau, José Marinho Falcão, Ausenda Machado e Baltazar Nunes, do INSA, insere-se no projecto GeoFASES (Análise Geográfica de Factores Ambientais e Sócio-Económicos em Saúde) desenvolveram o trabalho de campo.

Penafiel e Paredes lideram mortes por gripe Estudo do Instituto Dr. Ricardo Jorge junta óbitos de gripe sazonal e pneumonia

António Orlando | [email protected] | Fotos Lusa

Albergaria-a-Velha, Oliveira do Bairro e Melgaço

são os outros concelhoscom maior mortalidade

Identificaçãode determinantes

A “Análise da Mortalidade e dos In-ternamentos Hospitalares por Conce-lhos de Portugal Continental” tem ac-tualmente em curso a identificação de determinantes (ambientais, sócio-eco-nómicas e de estilos de vida) que permi-tam explicar, ainda que parcialmente, a variação da mortalidade e dos interna-mentos hospitalares entre os concelhos estudados. Está, ainda, previsto um 3º ano de execução, que pretende estimar o impacto da poluição atmosférica na mortalidade e nos internamentos hos-pitalares diários, ocorridos em locali-zações específicas do Continente. A se-lecção dos locais a investigar decorrerá das fases anteriores do projecto. Tudo indica que Penafiel e Paredes façam parte do grupo a estudar.

Desenvolvimento dos estudos - Servir de base à pesquisa de deter-minantes locais ou regionais para algu-mas doenças abordadas- Potenciar novos estudos por emprego dos indicadores que visem aprofundar o conhecimento sobre os factores que influenciam cada doença.- Apoiar o planeamento na área da saúde, nomeadamente os agrupamen-tos dos Centros de Saúde e Unidades Locais de Saúde no âmbito da preven-ção primária, secundária e na presta-ção de cuidados.

Grupos de doençaa estudar:

- Todas as causas excepto causas externas - Neoplasias malignas- total- Neoplasias malignas dos brônquios e dos pulmões- Doenças do aparelho circulatório – total- Doença isquémica do coração- Doenças cerebro-vasculares- Doenças do Aparelho Respiratório - total- Pneumonia e Gripe- Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica

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tempo de gripes repórterdomarão0328 Out a 10 Nov‘09

Repórter Marão (RM) – Por que é que Penafiel e Paredes está no gru-po dos concelhos com maior número de mortes por causa da Pneumonia e da Gripe Sazonal?

Feire Soares (FS) - A resposta estará nas duas fases seguintes do estu-do. É obvio que quem está inserido na região, poderá ter alguma sensibilida-de, empírica e não cientifica, sobre o que é que se passa. E de facto isto está muito ligado às condições sociais, higiene, condições do parque habitacional, naturalmente à acessibilidade dos cuidados de saúde, não tanto pela própria actividade dos clínicos, mas no sentido de que as pessoas quando se sentem doentes recorram o mais precocemente possível ao médico. Nas pneumonias muitas vezes o tempo é decisivo no prognóstico da situação. Se deixarmos uma pneumonia evoluir, em casa à espera que passe, e depois só se vai ao hos-pital quando já é demasiado evidente e grave, naturalmente que a mortalida-de associada a estas situações é muito maior.

RM - Porém, e segundo o estudo, em Penafiel e Paredes há mais mor-tes por causa das Pneumonias e Gripes que internamentos hospitalares por causa destas patologias. Como se explica isto? As pessoas morrem em casa?

FS - A Administração Regional do Norte fez um outro documento, mui-to semelhante a este, em que faz análise a três tipos de mortalidade – global, proporcional e a evitável – e em que eles apontam as limitações deste tipo de situação. E uma delas é a própria indicação da causa de morte. Qual foi o grau

de rigor utilizado para que fosse indicado a causa de morte? Um paciente que tem um problema cardio, diabetes, e gripe, morre. Qual foi a causa da mor-te? Naturalmente não estamos a pressupor nada. Quando se indica que foi de enfarte do miocárdio tem de haver evidência documentada que assim foi. In-ternamente nos hospitais ainda não é uma prática corrente, até por questões culturais e de sensibilidade. Devia ser feito até para nos assegurarmos que fo-ram cumpridos todos os procedimentos.

RM - Um dos problemas destas patologias tem a ver com o contágio. Peço-lhe uma regra básica para o evitar.

FS - Este surto de Gripe A que vivemos teve uma vantagem enorme: as pessoas começaram a lavar as mãos; muitas vezes as pessoas entendem que é necessário grandes investimentos, muitos meios humanos. Basta começar por aí. Se nós, cidadãos, lavássemos as mãos o número de vezes que é neces-sário e sempre que é necessário muitas dessas infecções não apareceriam.

Outra coisa que tem de existir é a responsabilidade do doente. Quando ele vai ao médico, ele não pode ir à procura de milagres. Tem de procurar um con-selho. E ele, doente, muitas vezes não segue esse conselho.

As doenças crónicas começaram aparecer a partir do momento que o ho-mem deixou de correr atrás do alimento. Quando ele corria fazia exercício. Hoje não. Nós sentamo-nos à mesa e o que aparece (para comer) ainda por cima não é nada favorável à saúde. AO

“Nas pneumonias o tempo é decisivono prognóstico da situação”

Pneumonia:

Doença infecciosa provocada por um micróbio que por algum moti-vo entrou nas vias respiratórias, alojou-se no pulmão e desenvol-veu um processo infeccioso. Pode ser ligeira ou grave.

O que é?

Gripe Sazonal:

Provocada por agentes bacterianos (vi-rus), também doença infecciosa relacio-nada com uma determinada estação do ano, não assume gra nde importância clí-nica à excepção da situação que estamos a viver. Por norma é doença auto-limita-da, à excepção dos grupos de risco, como idosos, asmáticos etc.

Doença Pulmonar Crónica:

Doença inflamatória que resulta de altera-ções da arvore brônquica que se caracteriza pela obstrução das vias aéreas. Tabaco, po-luição etc, são causas que potenciam o de-senvolvimento da doença. O oxigénio que chega ao sangue torna-se manifestamente insuficiente para garantir o normal funcio-namento do organismo.

Considera Freire Soares, director do Serviço de Internamento do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa

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I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I tempo de gripes

O director-geral da Saúde assegura que a ade-são ao plano de vacinação contra a gripe A (H1N1) está a aumentar, embora reconheça

a necessidade de dar maior visibilidade dos benefícios do tratamento perante resistências de médicos.

“Temos mais adesões agora do que no início, va-mos poder entrar numa fase de normalidade de acei-tação da vacina”, declarou Francisco George aos jor-nalistas, no final de uma sessão de esclarecimento sobre a gripe A, em Lisboa, promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores e Técnicos dos Serviços.

O director-geral de Saúde remeteu a divulgação de dados sobre o plano de vacinação, que arrancou a 26 de Setembro, para um balanço a apresentar na próxima semana.

Na sessão, que se pretendia que fosse um “lição” sobre os impactos da gripe no trabalho e que acabou por ser uma explanação sobre o fenómeno das pan-demias gripais, Francisco George foi confrontado pela mesa e pela assistência com três casos de grávi-das a quem os médicos desaconselharam a toma da vacina.

A campanha de vacinação abrange, numa primei-ra fase, grávidas, entre outros grupos da população vulneráveis.

Confrontado pela imprensa com a resistência de

alguns médicos à vacina, Francisco George apontou a necessidade de “dar mais visibilidade aos benefícios” do tratamento, embora admitindo não haver “qual-quer tipo de campanha planeada” de incentivo aos profissionais de saúde.

George sustentou que o risco de uma família com obesos, asmáticos, grávidas e diabéticos ter gripe A e complicações “não pode ser comparado” com “um ris-co praticamente inexistente” da toma da vacina, mes-mo tendo “reacções adversas ligeiras”.

A primeira fase do plano de vacinação contra a gri-pe A em Portugal, em que são disponibilizadas 54 mil doses de tratamento, abrange ainda profissionais de saúde imprescindíveis ou de outros sectores de activi-dade essenciais para a sociedade.

Posteriormente, serão vacinados doentes cróni-cos (diabéticos, asmáticos, cardíacos, insuficientes renais...), profissionais de saúde em contacto directo com pacientes e crianças com menos de 5 ou 12 anos, obesos, estudantes de medicina e enfermagem.

Mais vacinas a caminho | Às quatro vaci-nas licenciadas contra a Gripe A (H1N1) deverão juntar-se no próximo mês outras duas, segundo o grupo de controlo da pandemia do Centro Euro-peu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC,

em inglês).Na sede desta agência europeia, em Estocolmo,

especialistas referiram as vacinas produzidas por um fabricante romeno e pela multinacional francesa Sa-nofi-Pasteur.

“É positivo haver mais fabricantes de vacinas por-que há falta de oferta”, afirmou Angus Nicoll, coorde-nador da luta contra a pandemia, sublinhando que a gripe A “é impossível de parar, mas é possível prote-ger os mais frágeis”.

Apesar de ainda não se poder prever as reais con-sequências da doença, no ECDC antevê-se mais pres-são nas unidades de cuidados intensivos.

Até agora, a maior parte dos doentes tem tido uma infecção ligeira e há também casos de pessoas sem sintomas.

Entre os mais velhos, há menos casos de gripe A comparando com a gripe sazonal, por muitos terem alguma imunidade ao vírus, mas “paradoxalmente é o grupo com taxas mais graves da doença e mortes”.

O ECDC chamou a atenção para algumas das in-certezas que a doença tem trazido e que é importan-te quantificar, como o número de infecções sem sinto-mas, o nível absoluto de problemas graves em pessoas saudáveis e nos grupos de risco e o grau absoluto de eficácia dos antivirais.

Plano de vacinação enfrentamuitas resistênciasFrancisco George (DG Saúde) aponta a necessidade de “dar mais visibilidade aos benefícios” do tratamento

Redacção com Lusa | [email protected] | Foto Lusa

Page 5: Repórter do Marão

os novos autarcas repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

0528 Out a 10 Nov‘09

Page 6: Repórter do Marão

V iver com a Gripe A não parece ser uma mis-são impossível. Quem a teve conta que os únicos confrangimentos foram os dias “pre-

sos em casa” e a apreensão de contaminação das pes-soas. Agora que as primeiras vacinas estão a começar a ser ministradas, o RM foi ao encontro de quem vi-veu a doença e de quem a teme.

“Não é nada de especial. Nem é preciso haver tanto alarmismo. É uma gripe como outra qualquer que tem a condicionante de se transmitir com mais facilidade”. É assim que, o futebolista do Freamun-de Guilherme Capra Bacinello, de 23 anos, conheci-do nos relvados por Cascavel, conta a experiência de “vítima da gripe A”.

O futebolista foi infectado com o vírus H1N1 no início de Setembro e esteve seis dias internado no Hospital de Guimarães.

Nesta altura em que as primeiras vacinas estão a

ser administradas às populações de risco, trabalha-dores da área da saúde e forças policiais, o futebolista já treina e olha para a doença que contraiu com o sor-riso de quem a ultrapassou.

Sazonal mata mais | “É uma gripe menos intensa e menos perigosa que a gripe sazonal. A gripe sazonal mata mais. Mas, no fundo, não há nada que temer - muitas pessoas têm medo, mas não há razões. É obvio que é preciso ter alguns cuidados até porque a gripe A se transmite com mais facilidade que a gri-pe sazonal. Mas são as defesas do próprio corpo que têm de estar bem. Ou seja dormir bem e alimentar-se bem e tomar os remédios quando for necessário”, ex-plicou ao RM o avançado do Freamunde.

O jovem não sabe onde contraiu a doença, mas re-lata a forma quase fulminante com que foi afectado.

“Foi do momento para o outro. Depois de um jan-tar do clube, fui para a minha casa em Guimarães e não conseguia dormir. Tive muita febre – com uma temperatura de 41-42 e fui para o hospital. Fi-zeram exames e um Raio X que detectou uma pneumonia”.

O jogador continua: “Passei a quarentena toda no hospital. Eu não senti o receio de contamina-ção das pessoas na rua, mas te-nho amigos que me contaram a apreensão dos outros. Isso é verdade, houve muita gente com medo de contrair a gri-pe por estar em contacto com quem a teve”.

Enfermeirovacina-se | Passando dos relvados aos hospitais, da bola para as seringas, um enfermeiro que preferiu manter o anonimato explicou ao RM que já tomou a vacina da gripe A por ter receio de a contrair.

“A minha profissão é conside-rada de risco porque posso estar em contacto com doentes. Não é preciso estar aterrorizado, nem an-dar na rua de máscara com medo de contrair. É uma gripe que tem cura fácil para quem tem um estado fisio-lógico estável. O importante é não fa-cilitar se aparecem alguns sintomas”, explicou ao RM, o enfermeiro.

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A experiência de quemjá contraiu a gripe A“Não é nada de especial. Nem é preciso haver tanto alarmismo. É uma gripe como outra qualquer”, conta Cascavel, jogador do Freamunde

Alexandre Panda | [email protected] | Fotos AP e Lusa

Autoridadesrecomendam

vacinaçãoO presidente da Associação Portuguesa

de Médicos de Clínica Geral (APMCG), João Sequeira Carlos, garantiu não haver “fun-

damento” para dúvidas dos profissionais de saúde sobre a “segurança e eficácia

da vacina” contra a gripe A.O responsável da APMCG reconheceu

que o processo de vacinação contra o H1N1 (gripe A), iniciado a 26 de Outubro, tem acar-retado “controvérsia”, quer “pelo programa no terreno”, quer por gerar “algumas dúvi-

das” entre enfermeiros e médicos.Mas, afiançou João Sequeira Carlos, es-

sas dúvidas dos médicos estão, progressiva-mente, a ser dissipadas.

“Estou certo que o panorama está a mu-dar e faço minhas as palavras do director-ge-

ral da Saúde [Francisco George]”, disse.“Não há qualquer fundamento para ha-

ver dúvidas” sobre a “segurançae eficácia da vacina, frisou.

Por seu lado, o director-geral da Saúde, afirmou esta semana que os “últimos indica-dores” sobre a campanha de vacinação con-firmam “uma subida de adesão na segunda semana”, em comparação com a primeira.

“As interrogações levantadas por alguns enfermeiros e médicos estão a atenuar-se,

mas ainda têm alguma expressão”,referiu Francisco George.

O director-geral da Saúde garantiu ainda que esta vacina, tal como “todas as vacinas da

gripe”, tem “um perfil de segurança confir-mado, caso contrário não teria sido licenciada

pela Agência Europeia do Medicamento”.

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penafiel repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

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Prova do Vinho Novo e Mostra de ArtesanatoDias 11, 14, 15 e 20 de Novembro, junto ao Largo da Ajuda

Dia 11 NovManhã11.00h – “Amigos do Cavaquinho de Canelas”

Tarde16.00h – Rancho Folclórico Infantil de Cabeça Santa (mo-mento de dança)

Noite21.00h – Grupo Folclórico de S. Mamede de Canelas (mo-mento musical)22.00h – Rancho Folclórico de Paço de Sousa (“Romaria de S. Martinho”)

Dia 14 NovManhã11.00h – Trio de Concertinas e Cantares ao Desafio do Vale do Sousa12.00h – Animação de rua pelos comoDEantes

Tarde15.00h – Cantares ao Desafio (Olinda de Paredes e Jorge de Barcelos)17.00h – Centro Cultural e Recreativo de Rio de Moinhos (“Vindimas do Vale do Sousa”)

Noite21.00h - Rancho Folclórico de Boelhe (momento de dança)22.00h – As Moleirinhas de Guilhufe23.00h – Rancho Folclórico S. Pedro da Bela Vista (“Serão da Aldeia”)

Dia 15 NovManhãA partir das 10.00h – APELE (Galiza)11.00h - Grupo de Concertinas da Saudade de Mouriz

Tarde15.00h - Grupo Folclórico de Penafiel (momento de dança)16.00h - Grupo Folclórico Infantil de Duas Igrejas (“Festa da sopa seca”, com vinho da Freguesia)18.00h - Centro Social e Cultural de Abragão (“Feira de S. Martinho”)

Noite21.00h – Grupo de Guitarras de Penafiel (Fado)22.00h - Rancho Folclórico de S. Miguel de Paredes (“Uma linda surpresa”)23.00h - Associação Cultural e Recreativa Amigos de Buste-lo (“Desfolhada”)

Dia 20 Nov20.00h – Magusto de encerramento do S. Martinho com a presença de todos os grupos

Mostra e Venda de Artesanato – Junto ao Largo da AjudaDe 10 a 20 de Novembro – das 14.00h às 20.00h

Domingo de Prendas – 15 de Nov15.00h – Entrega de prémios aos vencedores do 46º Concur-so de Quadras de S. Martinho – Salão Nobre

Arquivo MunicipalDe 9 a 13 de Novembro (mediante marcação prévia)Atelier “Vem construir uma aldeia de Outono”Atelier “Bijuteria de Outuno”Apresentação do cd rom “O S. Martinho em Penafiel ao lon-go dos tempos”

Biblioteca Municipal27 Nov às 21.30h – Apresentação do livro de Manuel Araújo Cunha “A Ninfa do Douro”Durante todo o mês de NovHora do conto – “De S. Martinho de Moazares a Penafiel”Exposição de Victor Carneiro “Penafiel em Aguarela”

Pavilhão de Feiras e Exposições de Penafiel13-15 Nov – XII Concentração Invernal – Moto Clube do Vale do Sousa

Junto às Piscinas Municipais de Penafiel10 Nov – Mostra e venda de gado bovino11 Nov – Mostra e venda de gado cavalar

P R O G R A M A

Mais uma edição da Feira de S. Martinho enche as ruas de Pe-nafiel, evento a que acorrem mi-lhares de pessoas em busca das tradicionais castanhas assadas e do vinho novo.

Este ano a feira concentra-se essencialmente no novo parque de estacionamento junto ao Largo da Ajuda – local já típico da Feira de S. Martinho, e conta com a parti-cipação dos grupos recreativos do concelho para animação do even-to.

Ao contrário de edições pas-

sadas, esta edição da Feira de S. Martinho não terá o habitual des-file dos grupos folclóricos pelas ruas da cidade. No entanto, estes grupos apresentam as suas tradi-ções no largo da Ajuda, nomeada-mente sessões de teatro, cantares ao desafio, entre outras activida-des lúdicas.

Cinco adegas da região – Pe-nafiel, Felgueiras, Paredes, Lou-sada e Castelo de Paiva – voltam a associar-se para promover o vi-nho que produzem.

Adolfo Amílcar, vereador da

Câmara Municipal de Penafiel, confirmou ao Repórter do Marão a importância deste evento para o concelho.

Segundo o vereador, “a Fei-ra de S.Martinho não precisa de grandes esforços para ser realiza-da. Acontece por si só”.

Entre os dias 10 e 20 de No-vembro, as tradições do S. Mar-tinho serão revividas pelas ruas da cidade, mostrando aos milha-res de visitantes o que de me-lhor se produz no concelho de Penafiel.

Vinho novo e castanha assada são cartaz de Penafiel

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repórterdomarão08 11 a 24 Nov‘09

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I s. martinho

Samarra, a elegância clássicado S. Martinho

Carlos Alexandre Teixeira | [email protected]

A chegada do Outono e do tempo frio cele-bra-se tradicionalmente com castanhas as-sadas e vinho novo ou água-pé, mas o Re-

pórter do Marão (RM) encontrou em Penafiel a última casa das samarras, outro elemento caracte-rístico do S. Martinho.

A Casa Peixoto, situada na avenida principal de Penafiel, produz e comercializa desde 1903 os famosos casacos curtos de tecido grosso e quen-te, vulgarmente conhecidos por samarras e já re-ferenciados por Gil Vicente em o “Auto de S. Mar-tinho”, publicado em 1504 e apresentado à rainha D. Leonor nas Caldas da Rainha.

José Ramalho, proprietário do estabelecimen-to desde 1989, poderá até não saber que a dita obra trata o célebre episódio em que S. Martinho reparte a sua capa (samarra) com um pobre que encontrou na estrada cheio de frio, mas está “per-feitamente identificado com o fenómeno”, e a “pro-cura nacional” do artigo só lhe dá razão.

Produção reformada | Alfaiate desde os nove anos e homem viajado por prazer e obriga-ção profissional, vê nesta “peça clássica e elegan-

te”, que não esquece de usar no S. Martinho, uma “marca distintiva” do vestuário nacional, em parti-cular dos ambientes tipicamente rurais.

E, por isso, a comercialização e a produção das samarras, única no concelho de Penafiel e quiçá na região, foi “mantida, melhorada e reforçada”, exis-tindo actualmente seis pessoas na parte da produ-ção, sem contar com os elementos das cinco lojas que possui no concelho e em Castelo de Paiva.

“A samarra é um clássico, uma peça única e pe-sada, e é procurada pela excelência da sua qualida-de. Foi usada como abrigo para o frio pelos lavra-dores ricos, mas hoje mantém a elegância e algum estatuto social, servindo de presente e vestindo grupos corais, em especial os mais clássicos”, re-feriu o empresário de Resende, 59 anos.

Quem tem, não esquece | O empre-sário tem clientes de todo o país e do estrangeiro, sendo a maioria deles homens, e, de quase todos, guarda “histórias curiosas”: “Ainda a semana pas-sada tivemos na loja um cliente de Évora que veio comprar uma samarra igual à que adquirira há 30 anos atrás”.

Mas o mais curioso – continuou – foi a visita de um emigrante que, ao segundo dia de férias no país após 15 anos fora, veio buscar uma samarra para substituir a que lhe haviam roubado anos an-tes no Canadá.

Dura quase uma vida | José Ramalho reconhece que “o produto é caro” e “muito traba-lhoso”, mas diz ser esse o preço a pagar pela qua-lidade e durabilidade da peça, que pode “resistir” algumas dezenas de anos.

“A samarra é feita de materiais nobres e, ainda por cima, nacionais: desde o interior, em entretela, à gola, em pele de raposa. É um produto de fabri-co lento, pelo trabalho manual que envolve, come-ça a ser produzido em Janeiro e é vendido às cen-tenas, dependendo do frio e mais intensamente a partir do S. Martinho”, sublinhou.

Garantiu ainda que “uma semana ao ar”, em Ju-nho ou Julho, “é suficiente para se ter uma samarra para 30 anos”, explicando que tudo tem que ver com a traça: “Optámos há algum tempo por usar 10 por cento de fibra e abdicar dos 100 por cento de lã, para corrermos menos riscos de a traça furar a peça”.

Peça é uma “marca distintiva” do vestuário nacional | Confecção ainda garante trabalho a seis pessoas

José Ramalho diverte-se a apreciar o “namoro” que os clientes fazem às samarras expostas estrategicamente namontra do último estabelecimento que as produz em Penafiel

José Ramalho tem em “stock” 50 peles de raposa, para que

os clientes que o desejarem possam escolher o tipo de gola a colocar nas

samarras.

Cada samarra tem um custo de 180 euros, sendo

este um preço que se mantém “há

pelo menos três anos”, seguindo a

política de reforço dos artigos mais

clássicos sem agravamento de

preços.

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penafiel repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

0911 a 24 Nov‘09

P or estes dias a cidade de Penafiel vive entre dois dedos de conversa, castanhas assadas e vinho novo. Carrascão manda a tradição. É o

S. Martinho, que outrora foi feira e hoje é mais fes-ta que outra coisa. É que feiras há-as em toda a par-te ao longo do ano.

A origem da feira de S. Martinho, em Penafiel, perde-se no tempo. Já o santo era padroeiro da terra, quando, a população quis ampliar o edifício da cape-la de Santa Luzia, um local que, em 1049, se chamava São Martinho de Moazeres.

Como não havia recursos financeiros para cons-truir a igreja, explica o historiador Coelho Ferreira, “a solução encontrada passou pela realização de uma feira para angariar fundos, nascendo assim a feira de São Martinho e também a igreja matriz”. Daí em diante, todos os anos, monta-se a tenda pela cidade fora para mais uma edição que nem sempre rima com tradição, embora a autarquia se esforce por criar am-bientes d´outrora.

É o caso da prova de vinho novo, que este ano se esconde por detrás do Largo d´Ajuda, num descam-pado, que durante o ano serve de parque de estacio-namento. O novíssimo Museu Municipal não corre assim o risco de ver demasiado perto carrascão do verde tinto.

O cheirinho das fervilhantes castanhas assadas, é outra das características do S. Martinho. Ainda as-sim, fruto da evolução, a feira que é visitada por mi-lhares de pessoas, ano após ano, tem sentido a ero-são dos anos.

Tamancos acabaram | Os tamancos que eram vendidos na feira por José Couto, penafidelen-se de 62 anos, praticamente acabaram. O tamanquei-ro deixou no ano passado de montar tenda. Este ano volta a não meter os tamancos a caminho da feira. Não se vende. Não há mercado. “Antigamente ven-dia-se mais de 2 mil pares”. Resta-lhe a memória de há 50 anos atrás ter começado a fazer a feira na com-panhia do pai. “Hoje os homens que os usavam já não existem”.

Tortas já não são cozidas a lenha | As tortas de S. Martinho, também, já não são cozidas no forno a lenha. O bolo agridoce, em forma de meia-lua e polvilhado com açúcar bran-co e canela, está mais industrial, adaptado às exigên-cias dos novos tempos mas faz, ainda assim, as delí-cias dos que gostam do sabor agri-doce, que resulta

da combinação de açúcar e canela com pasta de carne

de vitela,

embrulhada na massa folhada. Antigamente, no tem-po da fome, a carne era de porco, gorda. “Apetitosa” para que se bebe-se o vinho novo nas malgas de bar-ro.

Em Penafiel, são algumas as casas de restaura-ção que vão perpetuando esta preciosidade – as tor-tas – que só é colocada à venda nesta altura, no S. Martinho. “A ideia é não torná-las banais, argumen-ta, Francisco Gomes, cozinheiro/proprietário de um restaurante que as confecciona e as vende a 1,10 euros. Durante o ano só por encomenda. As pesso-as também não as procuram porque entendem que este bolo/pastel é só para se comer nesta altura do vinho novo. Para pena minha”, conta o cozinheiro Francisco.

Corridas de cavalos acabaram | Outra característica que se perdeu no tempo, foram as corridas de cavalos a galope.

Joaquim Sousa “Barroca” tem 76 anos e apresen-ta-se como um antigo corredor de cavalos não pro-fissional. Diz que chegou a participar nas tradicio-nais corridas de cavalo, organizadas na altura do São Martinho. Com pista montada no campo da feira, ao dia 12 fazia-se cumprir mais uma corrida. Hoje em dia as corridas não se realizam da mesma forma. O lo-cal mudou, os cavalos e cavaleiros também. É a vida, e viva, ainda assim, o S. Martinho e o bom vinho…

Tradições de S. Martinhomuda-as o tempo

Vendedores de tamancos deixaram de armar a tenda, corridas de cavalos acabaram e só as tortas permanecem, mas industrializaram-se

António Orlando | [email protected]

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repórterdomarão10 11 a 24 Nov‘09

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I cultura

Fala baixinho, por vezes quase como se esti-vesse a sussurrar. Durante o encontro, ri, fica melancólico, lembra histórias antigas,

chama a atenção para pormenores: o canto dos pás-saros, um chocalho que se ouve ao longe, ali, em Vila-relho, freguesia de Ovil, concelho de Baião, onde vive e nasceu há 52 anos.

A comemorar 30 anos de carreira literária, Antó-nio Mota, figura de proa da literatura infanto-juvenil portuguesa, vai ser homenageado pela sua editora, a Gailivro (que integra o grupo Leya), em Dezem-bro. Primeiro, em Lisboa, na Universidade Católica, no dia 5, e no Porto, na Fundação Cupertino de Mi-randa, dia 12.

“A Aldeia das Flores”, o seu primeiro livro, foi publicado pelas Edições Asa, em Novembro de 1979.Tem mais de 40 livros seus no Plano Nacional de Lei-tura, recebeu vários prémios, vendeu mais de um mi-lhão de livros, foi condecorado pelo Presidente da República com o grau de oficial da Ordem da Ins-trução Pública. A juntar a estas há outra “prova do bem-querer das pessoas. É que se eu dissesse que sim não estava um único dia em casa, andava sem-pre fora. 2010 ainda não chegou e já tenho agenda-dos 60 dias para sessões nas escolas”, conta António Mota que foi professor (agora aposentado) do En-sino Básico durante 34 anos, sempre em escolas do concelho de Baião.

Gosta “muito de pormenores, desde sempre. Faz

parte da minha maneira de ser”, explica. Talvez por isso, passados 30 anos, “o que fica sempre são sinais, bocadinhos de imagens, ficam frases, afectos… so-bretudo afectos. Mesmo em relação aos livros, nor-malmente esqueço tudo o que escrevi. O que me fica de um livro são momentos, pormenores”.

Da relação com os leitores, ficam também “olha-res, afectos”. “Pessoas que dizem que leram um livro, que gostaram ou que não gostaram, porque é que o le-ram e o levaram até ao fim… uma vez encontrei uma professora que me disse que foi o livro que mais vezes leu na vida. Que leu aquele livro cinco vezes. É estra-nho, não é?”, interroga. “Nós não fazemos ideia onde chegam os livros, onde chegam as histórias, que isso é o mais importante: a história passa a ser de quem a lê”.

Escrever é como respirar | Sem “co-nhecimentos” ou “cunhas”, no início António Mota enviava os originais pelos Correios. “Tive essa feli-cidade de arranjar sempre editores para os meus li-vros. Anos e anos ia a Baião pô-los nos Correios. E foi assim que entrei nas principais editoras: na Asa, Livros Horizonte, na Caminho, depois na Âmbar e Gailivro que integra o universo Leya”.

Depois de uma longa “caminhada”, há uma cer-teza: “tenho o meu lugar. Uma coisa eu sei: trabalhei muito, tenho muitos livros publicados e se estão pu-blicados é porque alguém os escreveu. Para mim es-crever é uma profissão, não é um estado de alma, um

passatempo…. Isso é treta”. Escrever é trabalho e passo recibos verdes e essas coisas todas”.

Foi num blogue que António Mota encontrou “o maior elogio que me fizeram até hoje. Alguém que leu um livro meu chamado Filhos de Montepó, escreveu: ‘ora aqui está um livro que retrata fielmente a manei-ra de viver dos alentejanos’. Eu adorei, a sério. Por-que o homem era alentejano, de certeza, e projectou a sua juventude naquele livro. É fundamental, porque a mim não me interessa localizar, interessa-me trans-formar a realidade noutra realidade. Mesmo os topó-nimos que eu uso, existem, ou não”.

Escrever continua a ser algo “intrínseco”, observa. “Faz parte de mim, é como se estivesse a respi-

rar. Estou constantemente a escrever. Posso não es-tar fisicamente a escrever, mas mentalmente estou sempre a escrever, sempre a trabalhar, a captar o real e a distorcê-lo para passar a ser aquilo que eu quero que seja. Tenho que ter cuidado para não fa-lar, não verbalizar o que penso. As pessoas riem-se porque não estão a pensar nessas coisas”, concluiu.

Uma vida a escreverEscritor baionense António Mota celebra 30 anos de carreira literária | Editora prepara

efeméride em Lisboa e PortoPaula Costa | [email protected]

“Para mim, escrever é uma profissão, não é um estado de alma, um passatempo...

isso é treta”

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Ponte do “Arquinho” é do século XIII

Paula Costa | [email protected]

Em Amarante foi descoberta uma ponte do século XIII que estava soterrada no Lar-go Conselheiro António Cândido, popu-

larmente conhecido por Arquinho.Após mais de um mês de trabalhos arqueoló-gicos, está à vista uma pequena ponte com um arco de volta perfeita, característico do estilo ro-mânico, explicou no local ao Repórter do Marão (RM) o arqueólogo Francisco Fernandes.

Agora, a Câmara de Amarante e o projectis-ta estão a estudar a forma de musealizar e dei-xar visível a ponte que deverá ficar integrada na placa central da alameda requalificada.

Para o arqueólogo, a origem da ponte “re-monta ao século XIII”. Essa cronologia é reve-lada pelas “ fiadas quase regulares do corpo da ponte (a que normalmente de chamam guardas), e pelas siglas que existem nas aduelas que for-mam o arco”. As pedras sigladas são caracte-rísticas de um período da história que é a Ida-de Média, lembra Francisco Fernandes. Nessa época, os pedreiros eram “pagos à peça e preci-savam de uma marca, ou símbolo [sigla] que lhes garantisse o pagamento da peça”.

Idade Média | O arqueólogo refere ain-da a possibilidade de o nome por que é popu-larmente conhecida aquela zona da cidade ser “uma memória que ficou do arquinho”. Com base em trabalhos científicos do historiador Carlos Alberto Ferreira de Almeida, que refere a existência de uma estrada que na Idade Média ligaria Canaveses a Mesão Frio, Francisco Fer-nandes supõe que essa antiga estrada passaria na ponte posta a descoberto.

O achado arqueológico foi descoberto no pas-sado mês de Setembro quando a pá de uma má-quina que efectuava trabalhos bateu numa laje de cobertura de uma canalização em granito que terá sido construída no século XIX.

Arqueólogos na obra | Os trabalhos de requalificação urbanística do Largo Conse-lheiro António Cândido começaram em Novem-bro de 2008 e porque decorrem numa zona clas-sificada foram acompanhados desde o início por uma equipa de arqueologia.

Há várias semanas que ex-alunos da Escola Profissional de Arqueologia do Marco de Cana-veses, com a coordenação científica dos arqueó-logos Francisco Fernandes e José Maciel, têm levado a cabo trabalhos de “limpeza, registo e estudo”, na zona.

Os arqueólogos supõem que a antiga pon-te em granito ligaria as duas margens da ribeira de Padronelo (que nasce na serra da Aboborei-ra), e duas antigas ruas. No século XIX, o cres-cimento populacional levou a uma reorganização do espaço e data dessa época o encanamento da ribeira.

Achado arqueológico vai ser integrado na futura zona de lazer da praça mais conhecida de Amarante

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economia repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

1311 a 24 Nov‘09

J osé Armindo transpôs para a empre-sa um prazer pessoal: “Gosto muito de ouvir música”, diz, e porque con-

sidera que “ uma pessoa rende muito mais com a música” há alguns anos decidiu pôr música ambiente na fábrica. O resultado, conta o administrador executivo da Inarbel, é que “a produtividade aumentou”. Com música ambiente, diz José Armindo, “os tra-balhadores não sentem tanta monotonia”. A estação de rádio escolhida foi a RFM por-que passa sobretudo música e noticiários breves. Nos dias 13 de Maio é habitual ouvi-rem-se as cerimónias de Fátima transmiti-das pela Rádio Renascença.

Na secção de tecelagem, onde traba-lham maioritariamente homens, de vez em quando a rádio é sintonizada nos relatos de futebol.

Para rentabilizar o tempo que por ve-zes os comerciais da empresa demoravam a atender fornecedores, a empresa optou por mesas mais altas, sem cadeiras à volta, o que levou a reuniões mais rápidas e com menos perdas de tempo. De onde surgiu a ideia? José Armindo explica: “Viajo bastan-te, visito muitos clientes e vi que era uma boa ideia”.

As instalações “óptimas” e “condições

de trabalho excelentes” são encaradas como “um investimento” e não como “um custo”. A Inarbel tem uma cantina (inaugurada em 1992), onde diariamente almoçam cerca de 90 pessoas. E na empresa trabalham em permanência um trolha e uma funcionária de limpeza.

Com a criação de marcas próprias, a Inarbel – Indústria de Malhas e Confecções SA, onde trabalham cerca de 180 pessoas, apostou na internacionalização da empresa, procurando contornar os efeitos negativos da globalização. A criação de marcas pró-prias surgiu perante o “aperto do mercado, o desafio do próprio cliente” e a perspecti-va de que “os grandes clientes iam deslo-car-se” explicou ao Repórter do Marão José Armindo, administrador executivo da Inar-bel. A Inarbel já tinha a marca de malhas AJ. Há seis anos, a empresa de Vila Boa de Quires lançou a Dr. Kid, marca de rou-pa de criança, que funciona como um cliente à parte e que é comercializada por uma em-presa que pertence ao grupo. A marca mais recente chama-se Dream Brothers e vai es-tar à venda em lojas portuguesas em 2010.

A inarbel começou em 1984 no rés-do-chão da casa dos pais de José Armindo, 38 anos, ex-futebolista profissional. Feirantes

de profissão, os pais de José Armindo come-çaram por produzir roupa de bebé e crian-ça. Actualmente, a empresa produz vestuá-rio para criança, homem e senhora.

Nos últimos dez anos a Inarbel orien-tou-se “à profissional. Modernizou-se, com máquinas deste século, com tudo informa-tizado” tendo aproveitado fundos do Gover-no e da União Europeia. 70 a 80% da produ-ção da empresa é para exportação, diz José Armindo, referindo que os apoios “à moder-nização e internacionalização são bem-vin-dos” e foram aproveitados “dentro das nos-sas necessidades”.

Música é ‘terapia’ para aumentar rendimento dos operários

Paula Costa | [email protected]

Administrador da Inarbel, no Marco de Canaveses, diz que o som da RFMquebra a monotonia

A Inarbel – Indústria de Malhas e Confecções SA, onde trabalham cerca de 180 pessoas, apostou na

internacionalização da empresa e na criação de

marcas próprias

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I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I economia

A sede de uma possível Câmara de Comércio e Indústria de âmbi-to nacional poderá ficar no Porto, por ser a região do País onde se concentra o maior número de indústrias. A promessa foi feita pelos

presidentes da Associação Empresarial de Portugal (AEP) e da Associação Industrial de Portugal (AIP) que se reuniram na passada semana para me-lhor explicar a formação da Confederação Empresarial de Portugal (CEP) que resulta da fusão entre as duas entidades.

“É útil que haja uma única Câmara de Comércio e Indústria que englo-be todas as regiões do País e trate da mesma forma todas as empresas nacio-nais”, referiu José António Barros, presidente da AEP, durante uma confe-rência de imprensa no Porto.

Actualmente existem seis câmaras, - quatro com relevo - (do Norte, de Lisboa e Vale do Tejo, da AEP e da AIP) mas os representantes das associa-ções empresarial e industrial pretendem unificá-las. Apesar dos intentos, An-tónio Barros (da AEP) e Rocha de Matos (da AIP) admitiram não ter ainda contactado as restantes câmaras, estando confiantes que as mesmas se irão mostrar disponíveis. A região Norte foi escolhida para sede da câmara de competências nacionais porque “faz todo o sentido que seja localizada onde está a maioria de produtores nacionais”, justificou o presidente da AEP.

A vontade de unir câmaras de comércio surgiu do reconhecimento de uma grande pulverização de estruturas de representação em Portugal. Porém, a tendência a nível europeu é a de que haja uma ou duas entidades de repre-sentação do empresariado. Foi por esse mesmo motivo que a 15 de Outubro AEP e AIP assinaram um acordo de princípio que prevê uma fusão progres-

siva entre as duas entidades, retomando o projecto CEP – Confederação Em-presarial de Portugal.

A CEP receberá as competências e atribuições actualmente exercidas pela AEP e AIP na área institucional, mantendo-se independentes os pilares de negócios e fundações das duas associações.

Fusão sem extinção | “A AEP e a AIP não desaparecem, não há qualquer extinção das associações”, garantiu António Barros, explicando que com a CEP “haverá diálogo e concertação no sentido de aumentar a audiên-cia e o efeito das feiras” organizadas pelas duas entidades.

Entretanto, foi já criada uma comissão instaladora, que irá coordenar os trabalhos da CEP até ao final do mês de Janeiro, altura em que serão eleitos os órgão sociais. Por agora foi escolhido o vice-presidente da CIP (Confede-ração da Indústria Portuguesa) João Gomes Esteves para presidir à comis-são que integra ainda os presidentes da AEP, AIP, bem como Paulo Nunes de Almeida e Manuel Gamito.

O presidente da AIP, Rocha de Matos, espera que a transferência da re-presentação institucional das duas associações para a CEP “seja um desafio para que outras (entidades) sigam o exemplo”.

A própria Confederação do Turismo Português (CTP) já manifestou a sua disponibilidade para dialogar com AEP e AIP.

Contudo, a APHORT - Associação Portuguesa de Hotelaria, Restaura-ção e Turismo (membro da CTP) fez saber, em comunicado, que “não vê com bons olhos uma futura integração na recém-criada Confederação Empresa-rial de Portugal”.

Câmaras de comércio seguemexemplo das associaçõesCâmara de comércio nacional terá sede no Porto | Presidentes da AEP e AIP explicaram formação da Confederação Empresarial de Portugal (CEP)

Liliana Leandro com Lusa | [email protected]

Page 15: Repórter do Marão

sociedade repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

1511 a 24 Nov‘09

D ois trabalhadores da constru-ção civil que residiam nos con-celhos de Marco de Canaveses

e Lousada estão entre as cinco vítimas mortais da queda do viaduto em Andor-ra, ocorrida no último sábado.

Carlos Duarte Campelo Marques tinha 23 anos e foi um dos cinco traba-lhadores que morreram no acidente em Andorra (Principado que fica nos Piri-néus, entre Espanha e França). O jo-vem, que era natural de Ancede, Baião, e residia no Vale do Juncal, em Soa-lhães, Marco de Canaveses, ficou soter-rado nos escombros.

Devido ao mau tempo que se fez sentir no local e a outras dificuldades no socorro, apenas na segunda e terça-feira foram resgatados os corpos que ti-nham ficado soterrados.

Carlos Marques tinha partido para Andorra no início do mês, recomeçando a trabalhar para a empresa Ambicepol, com sede em Tuías, Marco de Canave-

ses. Tinha dito à família que regressava no Natal. Ao que o Repórter do Marão apurou, a empresa já accionou o seguro de acidentes de trabalho.

A morte de Carlos deixa viúva a companheira e órfão um menino de três anos. Na casa do Juncal vive também um menino de oito anos, filho do primei-ro casamento de Clara Pinheiro.

Apoio social | Uma psicóloga da Câmara do Marco de Canaveses esteve na segunda-feira no Juncal procurando acompanhar a situação. Gorete Montei-ro, a vereadora com o pelouro da Acção Social, disse ao Repórter do Marão que vai ser feita uma avaliação inicial e que o serviço que dirige vai procurar funcio-nar como “elo de ligação” entre a famí-lia e a Segurança Social.

Carlos Alberto Alves, de 36 anos, outro dos operários mortos, vivia na freguesia de Nevogilde, Lousada. Es-tava em Andorra há dois meses e ti-

nha comparado há pouco tempo uma casa nova para onde tencionava ir mo-rar com a mulher e dois filhos, de 11 e quatro anos.

Desconhecem-se ainda as causas do acidente, ocorrido ao fim da manhã de sábado, dia 7, quando ruiu a ponte ex-terior que liga a estrada principal à en-trada do túnel de Dos Valires, entre as localidades de Encamp e La Massana.

O acidente provocou cinco mortos e seis feridos, todos trabalhadores portu-gueses. Dois dos feridos foram transfe-ridos para o Hospital Vall d’Hebron, em Barcelona, para serem tratados a quei-maduras provocadas por cimento, con-firmou à Lusa fonte hospitalar. Os ou-tros cinco (Manuel Teixeira, António Andrade, Benjamim Pereira, Alberto Braz e Daniel Coelho) estão internados no Hospital de Merixtell, em Andorra.

A maioria dos trabalhadores envol-vidos no acidente em Andorra trabalha-va para empresas portuguesas.

Marco e Lousada na rota dos acidentes laboraisQueda de viaduto em Andorra mata cinco operários e fere mais seis

Paula Costa com Lusa | [email protected]

Page 16: Repórter do Marão

repórterdomarão I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I diversos16 11 a 24 Nov‘09

O Centro Hospitalar do Tâme-ga e Sousa (CHTS), através do seu Departamento de Medicina e Servi-ço de Medicina Interna, volta a pro-mover uma campanha de prevenção e sensibilização para a diabetes.

A nível mundial, a diabetes é responsável por mais de um milhão de amputações por ano, e é a princi-pal causa de cegueira.

Segundo informação divulga-da pelo CHTS, “quase 2 milhões de portugueses entre os 20 e os 70 anos são pré-diabéticos, ou seja, se nada fizerem virão sofrer desta doença”.

Estima-se que “na região do Tâ-mega e Sousa existam 59 mil diabéti-cos e 116 mil pré-diabéticos”.

Depois das iniciativas realiza-das em 2008, o CHTS vai assinalar a data com várias iniciativas dirigidas a públicos diversos.

Mais de 100 motos vão desfilar do Hospital Padre Américo até Ca-beça Santa, dando boleia a médicos

e enfermeiros que vão falar e alertar a população sobre a doença e reali-zar rastreios.

Profissionais do Centro Hospita-lar vão dar “aulas” sobre a doença em escolas da região. Está também pre-vista a distribuição de milhares de fo-

lhetos sobre a diabetes e a colocação na região do Tâmega e Sousa de ou-tdoors com mensagens de alerta.

Vão ser realizadas caminhadas pela diabetes e um Peddy Paper que irá juntar jovens alunos das escolas secundárias da região com alunos da Universidade Sénior de Penafiel.

CHTS volta a promovercampanha da diabetes

A Associação Empresarial do Marco de Canaveses juntamente com a Sourcingest, única consultora de Marketing da região, organiza no próximo dia 21 de Novembro pelas 14:30 horas no Auditório Municipal um workshop da EDP sobre energia para empresários locais.

A cidade do Marco de Canaveses foi a escolhida da EDP para lançar o projecto-piloto “Comunidade EDP 5D” dirigido às empresas e com o in-tuito que estas consigam economizar

até 30% de energia e consequente-mente custos.

Durante o evento, os empresá-rios vão poder aderir a todos os be-nefícios contemplados no pacote Comunidade EDP 5D, através da ve-rificação da factura actual que pos-suem com a EDP face à nova oferta EDP 5D sem custos de adesão.

O seminário organizado pela AE-Marco tem o apoio da Câmara do Marco de Canaveses que será repre-sentada pelo presidente da autarquia.

Empresários aprendem a economizar energia

A Peugeot foi mais uma vez distinguida na Europa, desta vez com o Peugeot 3008.

A União Italiana de Jorna-

listas do Automóvel (UIGA) atribuiu o galardão de carro “Auto Europa 2009” ao novís-simo crossover da Peugeot.

A escolha do Peugeot 3008 foi feita através da tec-nologia de top, design, aero-dinâmica e relação qualidade/preço que apresenta ao con-sumidor.

Pela primeira vez um cros-sover foi escolhido e já é um dos carros mais encomenda-dos do ano. Só na Inglaterra, mesmo antes de ser comercia-lizado, as encomendas chega-ram aos 40 mil veículos.

Esta é a segunda vez que a Peugeot recebe esta distin-ção. A primeira foi atribuída ao Peugeot 207 na edição de 2007.

Peugeot 3008 é carro “Auto Europa 2009”

No Espaço Arte do Museu Municipal Carmen Miranda, no Marco de Canaveses, está patente até 21 de Novembro a exposi-ção “Arte Pelo Outono Dentro” da autoria do pintor portuense Mário Couto. A expo-

sição pode ser visitada de segunda a sexta-feira das 09:00 às 12:30

e das 14:00 às 17:30.

INF. COMERCIAL

Exposição no Museu do Marco

Pelo quinto ano consecutivo, a câma-ra do Marco de Canaveses está a prepa-rar a campanha de solidariedade “Natal

com um Sorriso”, através da sua Rede Social e em parceria com os Bombeiros Voluntários do Marco de Canaveses e a Cruz Vermelha Portuguesa (delegações

do Marco de Canaveses, localizadaem Feira Nova-Ariz e

de Alpendorada e Matos). De acordo com uma nota de impren-

sa do Gabinete de Comunicação da Câ-mara do Marco, a campanha vai de-

correr entre 20 e 22 de Novembro, nas “várias superfícies comerciais, reco-

lhendo alimentos e outros bens de pri-meira necessidade, tais como géneros

alimentícios, vestuário, roupa de cama e atoalhados e brinquedos”.

Os artigos serão posteriormente distribuídos pelas famílias e

crianças carenciadas do concelhode modo a “proporcionar-lhes um

‘Natal com um Sorriso’”.Os munícipes poderão efectuar os

donativos junto dos voluntários que vão estar nos supermercados nos dias da

campanha, nas juntas de freguesia da zona de residência, nos bombeiros do

Marco de Canaveses, nas delegações da Cruz Vermelha e na câmara municipal.

Câmara do Marco prepara “Natal com

um Sorriso”

O auditório Municipal de Bragança recebe dia 14 de Novembro, às 21:30, a

peça de teatro “Paranormal”com Joaquim Monchique.

O conhecido actor encarna sozinho 16 personagens em palco. O texto, origi-

nal de Miguel Falabella, “Paranormal” passa-se num tipo de sessão espírita co-

lectiva “em que as energias do públi-co passam para o Professor Adamastor

e pessoas com quem não têm contac-to e que há muito procuram, encarnam nele”. Devido a uma explosão cósmica

o “Paranormal” perde o controlo das li-gações e várias personagens entram em

contacto umas com as outras como se de linhas cruzadas se tratasse, criando

situações hilariantes.Um ano depois de ter parado com a

peça, Joaquim Monchique regressa ao teatro com “Paranormal”, uma peça que

promete repetir o êxitoanterior (60 mil espectadores).

O bilhete, à venda no auditório mu-nicipal, custa sete euros.

‘Paranormal’ noAuditório de Bragança

a 14 de Novembro

Filho derrota o pai no arranque

da PROLIGAO arranque da PROLI-

GA já foi dado no último fim-de-semana. O Clube de Bas-quetebol de Penafiel recebeu e perdeu, no sábado, com o Eléctrico de Ponte Sor para a primeira jornada da com-petição.

O encontro teve um por-menor curioso, uma vez que os treinadores eram bem co-nhecidos um do outro.

Valentin Melnychuck de-frontou o filho Andry Me-lnychick mas foi o mais novo do clã Melnychuck que levou a melhor na partida – 63 pon-tos para os da casa contra 76 pontos dos visitantes.

Foi uma partida bastan-te disputada, onde a equipa da casa ainda esteve a ganhar mas os visitantes levaram a melhor nos últimos minutos.

Em destaque nesta parti-da esteve o jogador america-no Sidney Holmes, do CBP, que conseguiu, nos quatro pe-ríodos de jogo, ser o jogador mais valioso em campo. Uma aposta do CBP que começa a render na competição.

Page 17: Repórter do Marão

pub I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I repórterdomarão1711 a 24 Nov‘09

Page 18: Repórter do Marão

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I amaranterepórterdomarão18 11 a 24 Nov‘09

Q uem vive a 15 km do centro de uma ci-dade sofre, em geral, os efeitos da in-terioridade. É o que acontece à po-

pulação da pacata freguesia de Canadelo, no município de Amarante. O principal acesso à localidade é exíguo, os caminhos estreitos e as novas tecnologias “chegam” a conta-gotas. Não há rede móvel de telemóveis, os lares com in-ternet contam-se pelos dedos das mãos e o si-nal de televisão é muito deficiente.

Na mais pequena freguesia de Amarante, em termos demográficos, pois tem pouco mais de duas centenas de habitantes, vive-se num ambiente harmonioso entre a serra do Marão e as águas límpidas do rio Olo. O desenvolvi-mento parece querer acompanhar essa acalmia e custa-lhe chegar a este local paradisíaco. Ou melhor, tem passado ao lado!

Só TMN, apesar de fraco | No dia 25 de Outubro, durante a Festa da Casta-nha que anualmente se realiza na freguesia de Canadelo, chamou-nos a atenção o facto de ver-mos muitos dos visitantes de telemóvel na mão a tentar efectuar ligações. Em conversa com al-guns dos residentes ficamos a saber que a fre-guesia não está coberta pela rede móvel e que apenas a TMN consegue “entrar” com um si-nal muito fraco em apenas dois ou três locais. Para isso é necessário subir ao muro, ao fonte-nário ou a alguns telhados.

Manuel Claro foi presidente da junta de freguesia durante 33 anos e só recentemente adquiriu um telemóvel. “Os meus colegas au-tarcas brincavam com a situação e pergunta-

vam-me se não tinha dinheiro para comprar um telemóvel. Mas por que havia de gasta di-nheiro com um telemóvel que iria servir ape-nas de adorno, uma vez que na freguesia não o podia utilizar por falta de cobertura?”, interro-ga-se o ex-autarca.

Com a instalação de uma antena da TMN na parte alta da freguesia de Fridão, o sinal chega a dois ou três locais de Canadelo. “Se su-birmos ao muro, ao lado do café, conseguimos telefonar mas com muita dificuldade”, adian-tou Manuel Claro, ao mesmo tempo que referia que muitas vezes não é perceptível o diálogo.

Actualmente, os aparelhos móveis pesso-ais de comunicações integram o acesso a ser-viços de comunicações avançados para receber informação multimédia (texto, fotos, vídeos) e o acesso à Internet ao mesmo tempo que pos-sibilitam a determinação da posição geográfi-ca do utilizador.

Estas são características dos telemóveis modernos que não podem ser aproveitadas na freguesia de Canadelo. À porta do café, al-guns habitantes ainda comentam os últimos re-sultados autárquicos, de onde sobressai a der-rota da lista encabeçada por Manuel Claro, o homem que dirigiu os destinos da freguesia du-rante mais de três décadas. A falta de cobertu-ra móvel é também conversa obrigatória entre os mais idosos que vão permanecendo na terra.

Não muito distante dali, onde por vezes faz-se fila para se conseguir o melhor local para efectuar ou receber uma chamada, encontra-mos duas octagenárias com pretensões dife-rentes. Uma delas, Maria Ribeiro, de 86 anos

de idade, reclama por um melhor sinal de televi-são, não fosse o seu único meio de “matar a so-lidão”, numa terra onde o tempo custa a passar.

Televisão só chega porsatélite | “A televisão dá muito mal. Car-rego no botão e ela não ronca”, lamenta a an-ciã. Com excepção dos que residem no lugar do Calvário – local que se vê televisão em con-dições aceitáveis – os habitantes de Canadelo têm recorrido à adesão da TV Cabo para col-matar o deficiente sinal convencional de televi-são e também para terem acesso à internet.

Enquanto isso, Aurora Machado (85 anos), residente no lugar das Carvalhas, confidenciou à reportagem do RM que o marido comprou um telemóvel e que já lhe apeteceu rebentá-lo contra a parede. “Em minha casa não há sinal e nós já não estamos em idade de subir ao muro para telefonar”.

António Medeiros, proprietário do único café da freguesia, sempre teve telemóvel da Vodafone que utilizava fora da freguesia, mas agora trocou pela TMN, após a instalação da antena em Fridão. “Embora o sinal seja mui-to fraco e com muitas falhas, agora já consigo ligar”, diz, enquanto lamenta a crise que o país atravessa e que o seu estabelecimento também não escapa à actual conjuntura.

Numa terra que tem registado uma acen-tuada diminuição de população – nos últimos 30 anos perdeu cerca de 300 habitantes -, o telefo-ne fixo ainda continua a ser uma boa alternati-va ao telemóvel.

Telemóvel ? Só em cima do telhado!

Alcino Oliveira | [email protected]

População da freguesia mais pequena de Amarante obrigada a viver sem telemóvel | Dificuldade de comunicações móveis é a mesma da televisão: sinal não chega ou é muito deficiente

Page 19: Repórter do Marão

amarante repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

1911 a 24 Nov‘09

O Paço de D. Loba, em Padronelo, ao que tudo in-dica morada de D. Loba Mendes (filha de Mem Gondar) cuja vida serviu de base à construção

de algumas lendas que fazem parte do património cul-tural de Amarante, encontra-se em ruínas.

Embora haja algum desconhecimento relativa-mente à data da construção, bem como da identi-dade do construtor, não invalidou que fosse classi-ficado como património nacional a 12 de Setembro de 1978.

Os efeitos da passagem do tempo têm-se feito sen-tir um pouco por toda a construção: a fachada encontra-se quase intacta, mas perdeu algumas fiadas de pedra.

Porém, a Junta de Freguesia de Padronelo tem exe-cutado alguns trabalhos de manutenção para propor-cionar a visita ao monumento, nomeadamente o corte de vegetação exterior e interior.

Luís Feitais, presidente da Junta, aponta os ser-viços de que estão encarregues. “Da responsabilidade da Junta tem sido a limpeza do caminho que dá aces-so ao Paço (Caminho da D. Loba), da área que envol-ve a construção e do seu interior. Foi limpo há cerca de dois meses (como é visível) e cortámos mesmo um eu-calipto no interior que já tinha um diâmetro considerá-vel. Também estamos atentos para que não sejam fur-

tadas pedras, nem praticados quaisquer outros actos de vandalismo”.

O estado em que se encontra a edificação tem sido discutido no executivo da Junta, que unanimemente concorda em reabilitar aquele espaço, não fosse o mes-mo um dos símbolos da heráldica da freguesia.

Reabilitação | “É nossa pretensão, ainda neste mandato, devolver a dignidade ao Paço” adianta Luís Feitais. “A contratação de pessoal habilitado que ela-bore um estudo detalhado do que é possível fazer, res-peitando a traça original, será o primeiro passo, para numa segunda fase submeter uma candidatura comu-nitária para o respectivo financiamento” adianta.

O presidente da Junta admite o seu aproveita-mento para fins turísticos: “Num espaço que respi-ra história e ao que tudo indica também ligado ao fa-brico de pão (pelo qual a freguesia é conhecida) seria muito feliz a ideia de conjugar esses dois elementos tão característicos da nossa história e dessa forma dá-los a conhecer.”

“A Torre de D. Loba tem sido visitada com alguma regularidade por escolas mas a sua reabilitação trará mais visitantes e benefícios para o comércio local”, con-clui o autarca de Padronelo.

Monumento nacional espera melhores diasHelena Carvalho | [email protected]

Santiagu foi o artista Português homenageado no vigésimo AMA-DORABD 2009. Um jovem que rapidamente se impôs como um dos traços mais agudos no escalpelizar personalidades, seres que

se destacam na humanidade.Há traços que nos unem, há bissectrizes que nos estrangulam, há pa-

ralelas que nunca nos encontram. Linhas, traços, pontos e exclama-ções constroem a nossa vida de in-terrogações, quais tragédias de ru-gas, quais comédias no espelho das vaidades. Exageramos para sobre-viver, porque nada mais mortífero que o silêncio de um gráfico, que o descampado branco de uma página.

De exageros vive António dos Santos e, não são exuberâncias dizer que estamos perante um dos mais importantes e interes-

santes caricaturistas nacionais da actualidade que, para não sofrer as penas do inferno pelos seus abastamentos, se rebaptizou Santiagu.

Será um exagero dizer que o conheço desde a sua infância etária, mas posso dizer que o conheço desde a sua adolescência estética, e o vi con-quistar a maioridade. Tenho acompanhado o seu crescimento omnipoten-te, tenho sido subjugado pelo seu talento, pela sua originalidade, pela sua

irreverência em ir sempre mais além na ousadia estética, no “caricare”, no captar novos traços, novas bissectrizes, novas paralelas que se cruzem neste espelho de abastanças sem vergonha, que são as vaidades.

Com Santiagu, as páginas brancas da monotonia ganham vida, numa constante labuta pedagógica de ver o mundo pelo lado do sorriso. Como professor, como pedagogo que é, sabe que só através da irreverência (com respeito pelos outros), do humor, da aceitação de como e quem somos, de como são e de como são os outros podemos olhar o futuro com optimismo e esperança. Não há progresso sem a liberdade de expressão, sem a liber-dade do sorriso de pensamento.

Talvez alguns possam achar que ele é exagerado nas suas “charges”, nas suas ironias filosóficas, nos seus retratos… Não é defeito, é feitio. Não é cirurgião plástico, é descobridor de máscaras. Em traços, pontas e li-nhas ele chama-nos a atenção de algo para além do evidente. Só assim se pode passar para além do espelho politicamente correcto, do fotomaton em pose estática e amorfa. No seu trabalho há exuberâncias, repuxando a linha aqui, o traço ali, o ponto da identidade no âmago da alma, os esga-res do identificável, as rugas da sabedoria do tempo, o “brilhozinho nos olhos” da ironia, realidades da vida para além das aparências. A nossa vida é uma tragédia, a dos outros uma comédia e, no grande palco do uni-verso, não passamos de um “ponto”.

Santiagu é um exagerado, é um artista pedagogo, é um traço prima-veril no grotesco do nosso contentamento. [Na foto, Agim Sulaj, Osvaldo de Sousa e Santiagu, cujos trabalhos pode apreciar na penúltima página deste jornal]

Caricaturista Santiagupremiado no Amadora CartoonOsvaldo Macedo de Sousa | humorgrafe http://humorgrafe.blogspot.com

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repórterdomarão20 11 a 24 Nov‘09

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I baião

A ligação de Baião à Ponte da Ermida, “o maior investimento público de sempre fei-to no concelho de Baião”, deverá arrancar

no primeiro trimestre de 2010. Essa é a expectativa do presidente da câmara de Baião, José Luís Carnei-ro que considera esta obra uma “aposta fundamen-tal” que “desencravará” os concelhos de Baião e de Resende.

“Passaremos a estar num eixo de ligação entre os distritos do Porto e de Viseu”. Neste momento “está a decorrer o concurso público para esta ligação e pre-vemos que, se não houver reclamações, a obra possa arrancar lá para de Março ou Abril do próximo ano”.

Para o autarca, que está a iniciar o segundo man-dato na câmara de Baião, esta é “uma ligação extra-ordinariamente importante” que totaliza “um inves-timento de 30 milhões de euros” – 25 milhões numa primeira fase, que ligará Baião à Estrada Nacional 108, na zona de Lodão-Santa Cruz do Douro. E de-pois mais cinco milhões na qualificação entre Lodão e a Ponte da Ermida.

Este investimento “para além de aproximar o li-toral e o interior, vai garantir a ligação de dois distri-tos (Porto e Viseu) e a ligação do Baixo Tâmega aos municípios do Douro Sul. Tanto mais que do lado de Resende está a ser desenvolvido o projecto de execu-ção para a ligação de Bigorne à A24”. Quando a obra

estiver concluída, “a A4 e a A24 ficarão ligadas com um eixo que atravessa os nossos dois municípios”.

Fibra óptica | Outro projecto tido como “rele-vante para a qualificação do território” é o investimen-to em infra-estruturas tecnológicas através da candida-tura apresentada pelos municípios do Douro Sul, onde está Resende e Baião, à rede de fibra óptica. Também no valor de 30 milhões de euros, esse projecto, que irá contar com parceiros públicos e privados, “visa dar ou-tras condições aos municípios do interior e dotar o ter-ritório de fibra óptica, sobretudo onde há maior concen-tração populacional”, afirmou José Luís Carneiro.

O município de Resende é o chefe de fila desse projecto (lançado pelo ex-ministro das Obras Públi-cas), e que se integra no plano nacional da fibra óptica.

O presidente da câmara de Baião diz que este é um passo “decisivo para tornar centrais territórios que até há alguns anos eram periféricos”, e que com essa infra-estrutura “Baião estará a colocar-se ao ní-vel dos [concelhos] melhores e mais desenvolvidos”.

Centros escolares | Mas para a câmara de Baião, “a aposta das apostas” é a construção dos centros e dos pólos escolares. “Dentro da qualifica-ção das pessoas essa é uma aposta que para nós é vi-tal porque vai garantir que todas as crianças partam

em igualdade de circunstâncias. Já avançámos com a primeira fase do pólo de Gestaçô e com o centro es-colar de Campelo-Baião”.

A Câmara tenciona concretizar os centros esco-lares de Eiriz-Ancede, de Santa Marinha do Zêzere, e os pólos escolares de Santa Cruz do Douro e da fre-guesia da Teixeira.

Igualdade de oportunidades | Para o autarca, a igualdade de oportunidades, indepen-dentemente das origens sociais e geográficas dos alunos, só existirá “ quando essas estruturas estive-rem preparadas”.

José Luís Carneiro garante que “se não houver dinheiro para outras prioridades, o dinheiro e os re-cursos terão que ser colocados nesta área” porque, defende, tendo todas as escolas as mesmas condições de ensino e aprendizagem é mais fácil “combater o insucesso e abandono escolares e garantir uma esco-la inclusiva e de sucesso”.

“É uma área material que dá suporte a um in-vestimento de natureza imaterial”, conclui o autarca, considerando que poderá transformar de forma de-cisiva o perfil social do concelho no futuro.

Maior investimento de semprearranca em 2010

Além da ligação rodoviária à Ermida, o presidente da Câmara de Baião destaca a fibra óptica e os centros

escolares como os ‘projectos do mandato’Paula Costa | [email protected]

[Entrevista conjunta Repórter do Marão/Douro Verde TV. Reportagem multimédia em www.douroverde.tv]

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marco de canaveses repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

2111 a 24 Nov‘09

A associação “Alegria de Crescer”, de Rio de Ga-linhas, Marco de Ca-

naveses, ligada à Igreja Católi-ca e fundada há pouco mais de um ano, conta iniciar até ao final de Dezembro as obras do futu-ro centro de dia, um serviço que terá capacidade para 30 idosos. No apoio domiciliário, esta Ins-tituição Particular de Solidarie-dade Social (IPSS) vai apoiar ou-tros 30 utentes.

“O padre Fernando [Silva, pároco de Rio de Galinhas e de Fornos] é o rosto deste movi-mento gerado na freguesia”, ex-plicou ao Repórter do Marão Hernâni Pinto, presidente da Di-recção da associação.

De raiz católica, a “Alegria de Crescer” pretende colmatar “um défice grande de cariz social” e cumprir “uma função de ajudar o próximo”.

Actualmente, criar uma asso-ciação “de cariz social, sem fins lucrativos, é muito difícil. Levou muito tempo para chegar aqui”, conta Hernâni Pinto antes de fa-

lar do trabalho que tem vindo a ser feito.

A “Alegria de Crescer” tem a funcionar, nas instalações do an-tigo infantário de Rio de Gali-nhas, um ATL com cerca de 40 crianças, coordenado a tempo in-teiro por duas professoras. Nes-te momento, há crianças em lista de espera para frequentar o ser-viço de ATL.

Auditório | Para a cons-trução do centro de dia, vai ser usada a parte inferior do salão paroquial, vai ser feito um alar-gamento. O projecto prevê a construção, no primeiro andar do salão paroquial (foto), de um auditório com 70 lugares que, se-gundo o presidente da Direcção da “Alegria de Crescer”, terá “uma série de funcionalidades”.

Neste momento, o projecto encontra-se na fase de abertura de propostas. Hernâni Pinto diz que será escolhida a melhor na relação dos “parâmetros quali-dade-preço”.

A IPSS candidatou-se a fi-

nanciamento através do PRO-DER, mas ainda não é certo que as obras venham a ser co-finan-ciadas por dinheiro da União Eu-ropeia. Caso não se concretize esse apoio, as obras serão “cus-teadas pela freguesia”.

Apoios financeiros | A câmara do Marco de Canave-ses já garantiu um apoio de 50 mil euros, além de ter oferecido o projecto e as especialidades.

O percurso está a fazer-se “caminhando passo a passo. A nossa preocupação é fazer as coi-sas bem cimentadas”, assegu-ra Hernâni Pinto, que foi presi-dente da Junta de Freguesia de Rio de Galinhas durante mais de uma década.

O futuro centro de dia de Rio de Galinhas terá uma zona de la-zer, refeitório, lavandaria, engo-madoria.

A Direcção conta adquirir “uma ou duas carrinhas” para o apoio domiciliário e transporte dos idosos, nomeadamente para a natação na piscina municipal.

Centro de Diaem Rio de Galinhasarranca ainda este ano

A 6ª edição do “Marco na Moda” re-gressa este sábado para “promover e di-vulgar o que de melhor se faz no concelho do Marco de Canaveses”, um objectivo prioritário da associação empresarial.

Na noite de 14 de Novembro (21:30), a equipa da Best Models desfila a nova co-lecção de vestuário e calçado dos comer-ciantes do concelho.

O evento, que tem um investimento es-timado de 25 mil euros, é organizado pela AEMarco com o apoio do Ministério da Economia, que financia através do pro-grama Modcom.

Cláudio Ferreira, secretário-geral da Associação Empresarial do Marco, consi-dera que se trata de um investimento po-sitivo uma vez que existe um retorno con-siderável e imediato para os associados que participam no evento. Nos últimos anos o número de adesões mantém-se, po-rém alguns participam alternadamente.

Nos últimos anos a aposta numa equipa de profissionais tem sido o segredo do su-cesso de cada edição do “Marco na Moda”.

O evento é contratualizado com a De-partment Consultoria & Comunicação, empresa que entrega a produção do des-file à mesma equipa do Portugal Fashion. Manequins profissionais e de renome vão desfilar no Pavilhão Bernardino Couti-nho com as tendências das lojas do con-celho. Os manequins infantis são “prata da casa”.

Cláudio Ferreira, da AEMarco, consi-dera fundamental apostar nos manequins mais pequenos e nas lojas do concelho de forma a promover o comércio concelhio.

O evento tem assegurada a presen-ça de dois dos manequins mais conheci-dos das passerelles nacionais, Orsi Feher e Afonso Vilela, que também fará a apre-sentação.

Evento de modapara ajudarcomércio

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repórterdomarão22 11 a 24 Nov‘09

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I paços de ferreira

Um apartamento em Paços de Ferreira vai ser vendido em hasta pública, após o tribunal lo-cal ter aberto um incidente de insolvência da

empresa sucedânea da responsável inicial pela cons-trução, ameaçando despejar casal de emigrantes, que recusou escriturar a fracção inacabada.

Deolinda Bento, de 50 anos, e o marido Vítor, 55, vivem em sobressalto, com a perspectiva de verem desperdiçado o tempo, o sacrifício e a luta pelo apar-tamento em que investiram as economias de uma vida de mais de 40 anos de trabalho em França.

Presidente da Comissão de Geminação de Sar-trouville, França, com Paços de Ferreira, desde 1996, Deolinda confessou ao Repórter do Marão (RM) que a possibilidade de arrematar o apartamento em hasta pública é uma das suas derradeiras esperanças.

O valor patrimonial da fracção foi fixado no auto de arrolamento e apreensão de bens imóveis da insol-vente “PolignoCentral” em 54 mil euros. Mas a mãe, com quem já pretendia morar à data da compra, em Agosto de 2004, terá de ser a fiadora.

“Sinceramente, só quero justiça, mas não aguento muito mais. Já não tenho dinheiro para recorrer a ad-vogados, estou esgotada e consumida de tantos traba-lhos para agora poder vir a perder tudo. E eu que que-ria ser feliz na minha terra”, desabafou ao RM.

Caso remonta a 2004 | Em 2005, o casal de emigrantes em França recusou escriturar a frac-ção, uma habitação do tipo T4 com terraço e um lu-gar de garagem, sita no quarto esquerdo do em-preendimento denominado por “Edifício D. Frei Carlos”, no centro de Paços de Ferreira, por o pro-motor imobiliário não ter concluídas as obras, como estipulava o contrato promessa de compra e venda,

assinado um ano antes.O documento estipulava os termos do pagamento

do imóvel – 14 mil euros a liquidar até ao final de 2004 e os restantes 88 mil, aproximadamente, de um total ligeiramente superior a 102 mil euros, a pagar no acto da escritura, após a conclusão das obras, no início do mês de Agosto de 2005.

Obras inacabadas | O casal de emigrantes pa-gou a primeira “tranche” do acordo com a firma Do-mingos Ribeiro & Ribeiro, Sociedade Imobiliária, mas não liquidou a restante verba, nem efectivou a escritu-ra, fazendo-a depender do cumprimento dos termos definidos em contrato.

Ao contrário do que alegava o promotor, que entre-tanto mudou o nome para PolignoCentral – Imobiliária SA, empresa agora declarada insolvente, as obras nun-ca foram concluídas, como constatou o casal em 2005 e nos três anos subsequentes. O elevador do prédio só foi colocado em meados de Fevereiro de 2009.

Apesar da complexidade do caso e de algumas perguntas sem resposta, Deolinda Bento tem todo o processo documentado, incluindo o registo fotográfi-co do (não) andamento das obras ao longo dos anos, como constatou o RM, nomeadamente ao nível do abastecimento de água, luz ou gás.

Indignada com alvará da Câmara | E essa é ou-tra das questões que deixa “indignada” a queixosa, uma vez que em Setembro de 2007 a Câmara Muni-cipal de Paços de Ferreira emitiu um alvará de utiliza-ção de fracções autónomas, em que certificava que “as partes comuns do edifício (incluindo o abastecimento de água, luz e gás) se encontravam concluídas e em con-formidade”.

Nessa altura, já tinha recorrido a uma advogada, mas em nenhum momento terão conseguido contac-tar os promotores do imóvel, num cenário cada vez mais complexo, envolvendo exigências de pagamen-tos de várias origens e entidades.

Greve de fome | Num primeiro momento, Deolin-da Bento ainda tentou desfazer o negócio por incum-primento do promitente vendedor e ser ressarcida no dobro do valor pago como sinal, conforme estipulava o contrato promessa, mas diz ter deixado cair essa pos-sibilidade quando soube da suposta falta de liquidez da empresa.

Em desespero, a portuguesa, que tem graves pro-blemas de saúde, fez uma greve de fome de três dias, que quase acabava em morte. A tragédia foi evita-da pelos bombeiros locais, mas a angústia acentuou-se e acabou por sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), co-responsável por uma taxa de incapacidade actual de 80 por cento.

Consciente dos riscos | A situação causou-lhe ainda graves problemas familiares e financeiros, e, apesar das fortes limitações físicas, nunca se deu por vencida, exigindo justiça. Dirigiu-se às entidades lo-cais e às mais altas individualidades do país, aguar-dando ansiosa por uma prometida resposta da Casa Civil do Presidente da República, Cavaco Silva.

Deolinda Bento tem noção dos riscos, mas pre-fere não pensar no dia em que vier a ser obrigada a deixar o apartamento que sinalizou, no qual investiu avultadas quantias no arranjo e colocação de mate-riais e equipamentos, e para onde mudou seus per-tences em Agosto, esperando instalar-se em definiti-vo até ao final do ano.

Ex-emigrante arrisca perder a casa por alegada burla do promotor

Carlos Alexandre Teixeira | [email protected]

Apartamento comprado (e inacabado) em Paços de Ferreira, em 2004, vai ser vendido em hasta pública devido a insolvência do construtor

Page 23: Repórter do Marão

2311 a 24 Nov‘09

marco de canaveses repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

Centro Escolar de Santiago de PiãesObra em curso

Auditório MunicipalObra concluída

CONTRIBUÍMOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO MUNICÍPIO DE CINFÃES

Espaços Envolventes à Biblioteca e ao AuditórioObra em curso

Page 24: Repórter do Marão

nordeste11 a 24 Nov‘09

repórterdomarão I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

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Trás-os-Montesdesaproveita riqueza da

transformação da castanha

Redacção com Paula Lima / Lusa | [email protected]

A transformação da cas-tanha em Trás-os-Mon-tes, se comparada com

o aproveitamento que já se faz na Galiza, representa ainda uma “lacuna” que precisa de ser colmatada para duplicar o rendimento obtido actualmen-te, defende um investigador da universidade de Vila Real.

José Gomes Laranjo, do-cente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), citado pela Lusa, con-sidera que “faltam na região as refinarias [unidades de trans-formação] para um “petróleo” de tão grande qualidade”.

É que, para além da con-centração, limpeza e embala-mento da castanha para con-sumo em fresco, na região faz-se apenas congelação de al-guns milhares de toneladas de castanha destinadas quer para o mercado interno, quer princi-palmente para exportação.

As empresárias Sandra e Carla Baptista abriram recen-temente a Casinha de Chocola-te, em Vila Real, onde vendem bombons feitos de chocolate belga e produtos regionais.

Com a chegada da época das castanhas, as empresárias qui-seram experimentar associar este fruto ao chocolate mas, segundo disseram à Agência Lusa, em Trás-os-Montes não conseguiram arranjar puré ou farinha de castanha.

Sandra Baptista viajou até à vizinha Galiza, à empresa Marron Glacé, para adquirir estes produtos resultantes da castanha transformada.

Instalada em Ourense, a Marron Glacé, fábrica 39 pro-dutos através da castanha,

muita da qual comprada aos produtores transmontanos.

O galego José Posada dedi-ca-se há 50 anos ao negócio da castanha, vendendo os mais di-ferentes produtos para 20 paí-ses, entre os quais se destaca o Japão como principal mercado de exportação.

Na Marron Glacé faz-se desde farinha de castanha até castanhas em calda, castanhas confitadas ou com chocolate, creme de castanhas, compotas e até aguardente de castanha.

“É isso que ainda faz falta em Portugal, onde ainda só se comem castanhas cruas, assa-das ou cozidas. É ainda um ne-gócio um pouco primitivo”, sa-lientou o espanhol.

José Posada considera que o melhor mercado é aquele que se “tem debaixo dos pés” e por isso diz que é preciso conven-cer os portugueses e os galegos a consumirem mais casta-nhas.

Para Portugal, o empresário vende es-sencialmente os seus produtos para lo-jas gourmet e, em Portugal, c o m p r a anualmen-te cerca de 100 a 200 toneladas de casta-nha.

“ N ó s fazemos o mínimo dos m í n i m o s em Trás-os-Montes, mas a verdade é que a procura da

castanha supera largamente a oferta o que faz com que não te-nha havido tempo para pensar no que fazer com este produto”, salientou José Gomes Laranjo.

O investigador referiu que o sector rende anualmente cer-ca de “60 a 80 milhões de euros” e, de acordo com as suas contas, se fosse introduzida alguma transformação, este valor pode-ria “duplicar facilmente”.

“O ideal era que se fizesse cá a cerveja de castanha, que já se faz em Itália ou França, os iogurtes de castanha ou as compotas”, sublinhou.

A castanha portuguesa é exportada para alimentar a in-dústria de transformação em França e na Espanha, e é ainda vendida para o Brasil, Estados Unidos da América ou Suiça, onde é essencialmente consu-mida em fresco.

Empresários da Galiza compram fruto na região para fazer farinha usada na restauração

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Jorge Nunes diz que só a regionalizaçãoo manterá na política activaAutarca de Bragança chegou à política por acidente e já coleccionou duas dúzias de agendas com memórias autárquicas

D epois de ter sido activista do Movimento Estudantil na faculdade, o engenheiro ci-vil Jorge Nunes tinha feito um juramento

de que dali para a frente iria dedicar-se exclusiva-mente à carreira profissional.

Professor do Ensino Superior a dar aulas no Instituto Politécnico de Bragança era aquela que tinha já assimilado como a última opção de vida, mas acabou por ir parar à política acidentalmente e regressar à câmara da cidade onde tinha traba-lhado no início da carreira para se sentar na cadei-ra da presidência.

Quando há mais de doze anos o presidente da concelhia do PSD de Bragança, Adérito Trigo, o con-vidou para ser o candidato do partido à autarquia da capital de Distrito, demorou oito meses a aceitar.

“Vim para funções políticas quase em termos acidentais, não fazia parte da minha ambição, tan-to que não militava em partido nenhum, quando a tendência normal é quem anda na política vem das máquinas partidárias, essa é a regra e eu nem se-quer estava nessa condição”, contou ao Reporter do Marão.

Confessa que “foi uma surpresa” a vitória nas autárquicas de 1997, contra o presidente socialis-ta Luís Mina, que se repetiu em 2001 e 2005 com as mais expressivas votações, mais de 60 por cen-to dos votos.

Em Outubro, perdeu votos e um vereador, mas segurou o município para um último mandato de-terminado por lei.

No percurso filiou-se no PSD e tornou-se numa voz activa no partido e na região, ainda assim asse-gura que não é “um carreirista da política” e que ain-da não pensou no que irá fazer daqui a quatro anos.

“O meu grau de dependência da política é mui-to baixo. Têm sido anos extremamente bons e en-riquecedores em termos de formação e humanos, mas não tenho a ambição de ter que permanecer na política”, diz.

Considera ter “condições e formação profissio-nal e experiência de vida suficiente para em qual-quer momento poder fazer outras coisas”, mas há algo capaz de o fazer continuar a pensar em ter-mos políticos: a regionalização.

“Não me furtarei a nenhuma responsabilida-de”, avança, prometendo “participar na discussão do processo e ser um cidadão activo a esse nível, sem nenhuma ambição especial”.

Escrita | O único projecto já certo de Jorge Nunes para depois da passagem pela Câmara de Bragança será escrever um livro justamente de memórias autárquicas.

“Eu sou uma pessoa com método de trabalho, tudo aquilo que é importante na vida autárquica, eu tenho registado”, contou.

Não usa o computador para guardar, mas não se pense que o autarca que tem no Ambiente a prin-cipal bandeira desperdiçou doze anos de papel.

“Eu sou uma pessoa com capacidade de sínte-se. Para registar um assunto não escrevo muito, escrevo tópicos nas minhas agendas”, e já contabi-

liza 24 agendas que, essas sim, “terão alguma uti-lidade” no final da vida autárquica: escreverá so-bre elas.

Já escreveu um livro sobre as pontes de Bra-gança e os livros são uma das suas paixões.

“Tenho uma boa biblioteca, há pessoas que têm outras coisas, eu tenho livros de vários temas”, disse.

Cidade segura | Gosta de música clássica acima de tudo, de música de intervenção também, e gosta de andar a pé, quando pode, garantindo que a cidade de Bragança tem condições para isso a qualquer hora.

“Ando fundamentalmente à noite. Anda-se bem pela cidade, não há problema nenhum, é uma cidade segura, circulo sozinho, e quando algum ci-dadão me aborda é numa atitude simpática, não é numa atitude de provocação”, garante.

O dia do presidente da Câmara de Bragança começa por volta das sete, sete e meia da manhã e termina entre as nove e meia, onze horas da noite.

“Os fins-de-semana são a parte mais pesada, os compromissos institucionais são imensos, iniciati-vas do movimento associativo, instituições, nas quais procuro participar quase sempre e, ao con-trário, dificilmente participo em iniciativas sociais privadas”, contou.

Da infância guarda o gosto pela agricultura que continua a “cultivar” nas terras herdadas na aldeia natal de Refoios (Bragança) ou da esposa, em Castro Roupal (Macedo de Cavaleiros).

Helena Fidalgo | [email protected] | Rui Gomes | Fotos

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Autarca“autoritário”aprendeu a ouviras pessoas

Jorge Nunes é casado, tem duas fi-lhas e uma neta e diz que a sua vida nunca foi fácil.

“Filho de uma família humilde, a minha vida teve de ser feita com muito trabalho, mesmo enquanto estudante. Para garantir as despesas inerentes aos estudos tive também de traba-lhar”, observa.

Com uma imagem associada a al-gum autoritarismo entre os pares, o autarca garante que se há algo que aprendeu nos três mandatos foi a “ou-vir e compreender melhor as pessoas”.

“Perceber a diferença entre cida-dãos e como o conhecimento e o res-peito pela diferença é importante para se encontrar uma avaliação e uma de-cisão justas relativamente a situações e problemas que, às vezes, parecem in-devidos quando, na verdade, recomen-dam parar, reflectir e avaliar”, disse.

Podem parecer “coisas menores e não importantes a uma determina-da escala de decisão e que tendem a ser esquecidas e por essa via eventu-almente a serem cometidas injusti-ças por parte de quem tem capacida-de de decisão pública a determinados níveis”.

A proximidade dos autarcas com os cidadãos leva a que o presidente de Câmara seja confrontado “com todo o tipo de problemas, que muitas vezes a gente não sabe imaginar sequer”.

Muitas vezes, “uma palavra, um conselho, uma recomendação pode ajudar a ganhar ânimo às pessoas e incentivar uma perspectiva positiva para descobrir uma solução para um problema”.

O que mais lhe pedem é emprego, sobretudo para jovens licenciados.

“Os cidadãos olham para o presi-dente da câmara como uma espécie de uma âncora”.

O actual [quarto] e último manda-to de Jorge Nunes poucas semelhan-ças terá com os 180 milhões de euros investidos nos últimos doze anos, a maior fatia na cidade, naquele que cla-ma ser “o maior ciclo de investimento de sempre”.

Há aldeias de Montesinho, uma das áreas mais visitadas da região, que continuam sem saneamento bási-co, mas Jorge Nunes contrapõe que “há doze anos apenas 10,5 por cento da população dispunha de tratamen-to de esgotos e hoje ultrapassa os 90 por cento”.

“A prioridade das prioridades” irá para a conclusão do sistema de abas-tecimento de água ao concelho com o eterno problema da barragem de Vei-guinhas para resolver.

Jorge Nunes quer ainda criar um parque de ciência e tecnologia, trans-formar o aeródromo num aeroporto regional e ter mais empresas a produ-zir para a Europa e mercados exter-nos.

Uma ajuda garantida aos empre-sários é que a câmara continuará a ser das poucas do país a não cobrar a der-rama, um imposto municipal que inci-de sobre o IRC pago pelas empresas.

Jorge Nunes diz que só a regionalizaçãoo manterá na política activa

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“A prioridade das prioridades” irá para a conclusão do sistema de abastecimento de água”

“Criar um parque de ciência e tecnologia, transformar o aeró-

dromo num aeropor-to regional e ter mais empresas a produzir

para a Europa”

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As recentes eleições autárquicas vieram tra-zer de novo para o centro do debate o mode-lo de governo das autarquias locais. Alguns

exemplos vividos no mandato anterior reforçaram o meu entendimento de que é necessário introduzir alterações na legislação autárquica.

As situações verificadas em Amarante ou em Paredes nos últimos anos, em que vereadores do partido vencedor se incompatibilizaram com os respectivos presidentes de Câmara e passaram a votar ao lado da oposição, criando por vezes maio-rias de sinal contrário ao sentido de voto dos elei-tores, demonstram como o modelo de governação pode ser desvirtuado. O facto dos presidentes de Câmara não terem liberdade para alterar a com-posição do executivo coloca-os à mercê destas con-tingências.

Defendo há muito tempo uma alteração profun-da dos órgãos de governo municipal, em benefício da governabilidade das autarquias e de uma maior transparência na relação entre eleitos e eleito-res. Nesse modelo que preconizo, próximo do que já hoje sucede nas eleições legislativas, os parti-dos e os movimentos independentes concorreriam apenas à Assembleia Municipal. O líder da candi-datura mais votada seria o Presidente da Câmara Municipal, ficando com a incumbência de formar o

respectivo executivo, com total liberdade.

A existência de um partido maioritário deci-dir-se-ia nas eleições para a Assembleia Municipal e, a partir daí, haveria lugar à constituição de um executivo de partido único ou de coligação, à ima-gem do que acontece com o Governo da Repúbli-ca. A representatividade dos presidentes de Junta de Freguesia, que hoje integram a Assembleia por inerência, teria de ser assegurada de outra forma, evitando que a sua participação desvirtue os resul-tados da eleição directa.

Estas mudanças davam mais poder e respon-sabilidade à Assembleia Municipal, que passava a ser a verdadeira sede do poder autárquico, justifi-cando-se porventura a constituição de uma comis-são de acompanhamento permanente neste órgão. Seria na Assembleia que a oposição tinha assento e espaço privilegiado para defender políticas e ac-ções alternativas.

O presidente da Câmara devia ser livre para constituir o seu executivo, podendo inclusivamen-te recorrer a elementos que não integrem a lista candidata à Assembleia Municipal. Com esta al-teração, estou certo que seria possível colocar na gestão dos municípios portugueses quadros quali-ficados e empenhados na administração local.

Quem já par-ticipou na forma-ção de listas para os órgãos autár-quicos sabe que, muitas vezes, os candidatos não são escolhidos em função do seu va-lor intrínseco e da sua disponibilida-de para servir a comunidade, mas sim com a preocu-pação de satisfa-zer determinadas fidelidades pesso-ais ou partidárias.

Numa altura em que as competências das au-tarquias têm vindo a ser reforçadas e se torna ne-cessário dotá-las de massa crítica suficiente para responder às novas exigências e solicitações dos munícipes, penso que este modelo de governação permitiria ultrapassar alguns constrangimentos que hoje se verificam e responsabilizaria de for-ma acrescida aqueles que recebem o mandato para governar.

Uma nova organização autárquica

José Carlos Pereira Gestor / Ex-autarca em Marco de Canaveses

Confesso que estive tentado a escrever so-bre os alegados actos de corrupção que têm sido notícia de primeira página e fei-

to as delícias nas aberturas dos telejornais, mi-nando de modo lento mas sistemático o Estado de Direito e o Regime Democrático em que vivemos. Deixarei este tema para uma outra altura, even-tualmente mais sensata porque mais distante dos holofotes, das paixões e dos oportunismos que no momento presente condicionam uma análise re-flectida. Por agora e sobre este assunto, digo ape-nas que está na hora da Justiça deixar de ser cega, que urge retirar-lhe a “venda” para que, de uma vez por todas, possa encarar os infractores olhos nos olhos, separar o trigo do joio e punir exem-plarmente todos os que indevidamente se servi-ram dos cargos em benefício próprio, em vez de favorecerem as instituições e o país.

Dada a proximidade dos três actos eleitorais que nos últimos meses agitaram a vida política portuguesa, prefiro hoje investir na análise às re-centes eleições autárquicas ou, melhor dizendo, ao poder local democrático.

O Poder Local Democrático emana do 25 de Abril de 1974 e é formalmente instituído como um poder político autónomo na Constituição da Repú-

blica de 1976, acabando deste modo a dependência absoluta e o controlo total dos municípios por par-te do regime de ditadura que governou Portugal durante quase cinquenta anos.

Ao serem constitucionalmente reconhecidos, os órgãos do poder local ganharam autonomia e recursos financeiros, afirmando-se nas últimas dé-cadas como um poder político descentralizado, au-tónomo e com obra feita em benefício das comuni-dades locais.

As múltiplas transferências de competências do Estado para os municípios mais não significam, objectivamente, que duas grandes evidências; a pri-meira diz respei-to à dificuldade e mesmo falência da aplicação das políticas centra-lizadoras às dife-rentes realidades

que dão forma e força ao país real, e a segunda ra-zão assenta nos elevados níveis de execução que as autarquias locais têm sido capazes de concreti-zar. Cumpre-se, assim, a aplicação prática do ele-mentar princípio da Subsidiariedade, com as com-petências da administração a serem exercidas pelo poder mais próximo dos cidadãos e de modo mais eficaz.

No mundo actual, onde a denominada globali-zação continua a ser quem mais ordena, apesar da crise mundial que a todos afecta, importa agilizar cada vez mais os processos de decisão sem descu-rar os mecanismos de controlo e de regulação.

É, por isso, fundamental no combate às assi-metrias regionais que as competências do Poder Local continuem a ser alargadas e aprofundadas de forma sustentada, avançando para novas áreas onde a carência de recursos humanos e materiais deixa a descoberto direitos essenciais dos cida-dãos, umas vezes por desperdício do centralismo, outras por falta de visão estratégica e outras, ain-da, pela cedência às pressões dos grupos influen-tes e organizados.

Afinal, e para voltar ao início deste texto, uma parte do combate à corrupção também pode pas-sar por Menos Estado / Mais Poder Local.

Menos Estado, mais Poder Local

José Pinho SilvaPresidente AM de Baião

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pub repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

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No dia 14 de Outubro de 2009, Portugal alvoroçou-se pa-trioticamente como capoeira onde entrou raposa. Porquê? Porque a Espanha resolveu por fim invadir-nos? Nada disso. Apenas porque uma actriz bra-sileira resolveu apresentar no programa “Saia Justa”, de uma estação de televisão brasileira, um vídeo que fez em Portugal no ano de 2007, aparentemente com o único fito de provar que os portugueses não são lá muito inteligentes. Ela não disse aber-tamente ‘estúpidos’, verdade se diga. Mas sugeriu-o em mais de um momento. E usou o eufemis-mo ‘esquisitos’, o que, somado ao sorriso faceto com que o dis-se, vem dar no mesmo.

A profusão e o teor dos co-mentários nas páginas da inter-net excitaram-me a curiosidade de ver o vídeo. E vi. Não vi gran-de coisa, diga-se de passagem. Vi uma peça de cinco minutos em que a actriz de facto se esforça muito por achincalhar (uma brin-cadeira, disse ela depois) os por-tugueses. Às vezes com o seu to-pete, como quando – para provar que estava em Portugal! – exi-be as imagens de uma porta em Sintra em cuja padieira o núme-ro de polícia é um 3, mas voltado ao contrário. Prova irrefutável de que estava em Portugal... Ou seja: em nenhum outro país do mundo se invertem algarismos. Como se no Brasil, na imensa iliteracia do Brasil, não houves-se algarismos invertidos à razão de dezenas por quilómetro qua-drado.

Depois a diva (porventura não tão casta quanto a de Bellini, a fazer fé nos ditos comentários na internet) conta mais umas quantas chalaças, que tanto po-diam dizer respeito a Portugal como ao Brasil como à Papuá-sia (salvo aquela coisa do Sala-zar que é de facto retintamente portuguesa), com que pretende demonstrar que os portugueses se são não propriamente estúpi-dos – são pelo menos esquisitos.

A fechar, o momento mais feio de todos. Debruçada sobre uma fonte dos Jerónimos, Maitê Proença puxa um escarro à boca e despeja-o no tanque. Confesso que foi o gesto mais ordinário que jamais vi numa cara boni-ta. E veio-me à lembrança que, há meia dúzia de anos, um estu-dante inglês (salvo erro) foi con-denado a levar umas quantas severas varadas em Singapura

por ter cuspido no chão. Quan-tas varadas não merecia então esta senhora que, num gesto que de senhora pouco tem, cus-piu nas águas dtranquilas e ino-centes de uma fonte e se fez fil-mar no acto?

O vídeo termina aí. Mas não o deboche. Porque no final é re-cebido com aplauso e gargalha-das pela apresentadora do “Saia Justa”, pela própria actriz e por outras catatuas que participa-vam no programa – todas rapa-rigas bonitas, mas que me pa-receram irremediavelmente catatuas, peço desculpa se erro.

Foi isto que vi no vídeo. E, sinceramente, acho desproposi-tado o alarido que se gerou. Nos comentários na internet (que é muitas vezes uma espécie de latrina onde indivíduos de for-mação duvidosa depositam im-punemente a borra dos seus ins-tintos), disse-se de Proença o que Mafoma não disse do touci-nho. Insultou-se não só a mãe da actriz, como, nos mesmíssimos termos, a própria actriz. Esses portugueses furibundos que re-taliaram na internet fizeram-me lembrar, mal acomparado, uma horda de fundamentalistas is-lâmicos a arremeter contra al-guém quem lhes tenha tocado no turbante de Maomé. Só fal-tou mesmo decretar uma fatwa contra a petulante tripudiadora!

Com franqueza, pareceu-me excessivo tudo isso. Claro que não simpatizei nem um bocadi-nho com os termos do pagode. Mas brincadeira é brincadeira, mesmo quando é de mau gosto. Numa democracia o disparate é livre e tem a grande virtude de afectar apenas quem o comete. Não insulta quem quer. E o fair play ainda é uma grande virtude.

Calma, pois, senhores. So-bretudo, não vamos abrir mais uma guerra com o Brasil por via deste mal-estreado vídeo – uma porcaria de vídeo, por si-nal. Para guerras, bem bastou a que Eça de Queirós desenca-deou com o seu caricato Barão de Minhinhonhá, estão lembra-dos? Além do mais, tenham em conta que não foi nenhuma figu-ra de grande projecção intelec-tual ou relevo cultural que nos arranhou o ego. Foi só Maitê Proença, uma actriz que prova-velmente em matéria de frivoli-dade não fica atrás das novelazi-nhas que interpreta.

[email protected]

O cuspo de MaitêA.M.PIRES CABRAL

Clássicos em PaçosOs amantes de duas e quatro rodas

têm encontro marcado todos os tercei-ros domingos de cada mês.

A concentração de clássicos, auto-móveis e motos, decorre em Meixomil, Paços de Ferreira, das 09:00 às 13:00.

Nova edição da Feira de Artesanatoe Gastronomia de Vila Real

O artesanato e a gastronomia da região de Vila Real voltam ao pavilhão de expo-sições do Nervir no final do mês. A 12ª edição da Feira de Artesanato e Gastrono-mia (FAG) de Vila Real arranca a 27 de Novembro e termina no feriado de 1 de De-zembro.

São cinco dias para apreciar as tradições e os sabores transmontanos.Segundo a organização, a FAG tem desempenhado um papel fundamental na

promoção e divulgação do artesanato e gastronomia da região reunindo preferen-cialmente comerciantes locais, embora a organização não feche as portas a empre-sários de outras regiões do país.

A feira anual junta a vertente tradicional com a animação cultural/popular e a or-ganização espera uma forte adesão do público.

Porto em livro

No dia 25 de Novembro de 2009 às 18:30 horas é lançado no El Corte In-gles de Vila Nova de Gaia o livro sobre o Porto – local turístico, de autoria do escritor A. M. Pires Cabral e com foto-grafia de Roberto Santandreu.

Um livro com a chancela da Eve-rest Editora que conta, através de fo-tografia e descrições, os encantos da cidade do Porto, como ponto fulcral do turismo português.

Trata-se de um livro bilingue – por-tuguês/ inglês – e que assinala mais uma obra do escritor A. M. Pires Cabral.

Teatro para os maispequenos

No próximo dia 22 de Novembro sobe ao palco do Teatro de Vila Real o musical “O Pinóquio”.

Com encenação de Pedro Frias e re-presentação de Ricardo Bueno, Abílio Ramos, Nuno Marques, Bel Viana, João Guimarães, Isabel Silva, Catarina San-tos, a antiga história do menino de ma-deira ganha vida.

O velho Gepeto constrói Pinóquio, um boneco de madeira que deseja ser meni-no. Numa noite estrelada, uma Fada Azul dá vida a Pinóquio e começa então uma fantástica aventura que vai testar a cora-gem, a lealdade e a honestidade do bone-co, virtudes que tem que aprender para se tornar num menino. Apesar dos avisos do seu esperto amigo Grilo Falante, Pinó-quio envolve-se em sucessivas confusões, até que preci-sa de salvar Ge-peto, que está preso dentro da barriga de uma baleia.

Um musical cheio de alegria e ensinamentos para os mais novos.

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cartoon | nós repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

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Cartoons de Santiagu[Pseudónimo de António Santos]

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José Saramago2009

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