Representante do IPEA fala espaço reservado para foto · 3 primeira palestra do XXX Encontro de...

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Ano XIII, n o 52 Julho/2007 Órgão oficial do Conselho Regional de Economia (CORECON/RS) - 4 a Região - Rio Grande do Sul XXX Encontro dos Cursos de Ciências Econômicas é sucesso de público O que esperar do setor de energia nos próximos anos Páginas 4 e 5 Avaliação de riscos: um mercado em crescimento Página 7 Desenvolver habilidades é fundamental para o economista Página 8 Conselho Regional de Eco- nomia do Rio Grande do Sul (CORECON/RS) realizou no dia 18 de maio o XXX Encontro dos Cursos de Ciências Econômicas, na Unisinos (co-promotora do evento), em São Leopoldo com a participação de aproximadamente 180 pessoas, entre acadêmicos, professores e eco- nomistas. O evento contou com re- presentações da Universidade Cató- lica de Pelotas, Univates, Unicruz, Universidade Federal de Santa Ca- tarina, Universidade de Caxias do Sul, Furg, Unisc, Unifra e Univer- sidade Federal de Santa Maria. O presidente do CORECON/RS, José Luiz Amaral Machado, e a coordenadora do curso na Unisinos, Angélica Massuquetti, deram as boas-vindas ao público e ao pales- trante que fez a abertura da pro- gramação, o economista, Dr. Ho- nório Kume, coordenador de Co- mércio Exterior e Política Comercial do IPEA. Da mesa de abertura também fizeram parte o vice-reitor da universidade Aloysio Bohnen e o coordenador do Diretório Acadêmico, Josias Cavalcanti. O Representante do IPEA fala sobre abertura comercial Em sua explanação, Honório Kume, falou sobre o avanço na abertura comercial, em 1988, ainda no governo José Sarney, os conflitos no Mercosul e os acordos regionais (Alca, EU e Índia). De acordo com o painelista a grande abertura comercial se deu durante o governo Collor de Mello quando se fez a redução tarifária. Para Kume, a maior controvérsia no Mercosul é a tarifa de bens de capital que é elevada e prejudica a competitividade entre os setores. Ele lamentou a inexistência de acordo para a implantação de uma tarifa externa comum. Na sua opinião, o Brasil tem dificuldades para avançar nas negociações comerciais regionais e multilaterais e para liberalização unilateral. “Talvez tivesse que ser repensado a implementação de uma nova estrutura tarifária para bens de capital”, ponderou. Confira na página 3 a cobertura do encontro. Honório Kume (IPEA) foi o primeiro a ser ouvido pelo público Representantes do CORECON/RS e Unisinos deram as boas-vindas aos participantes Último painel do evento discutiu o futuro da política monetária no governo Lula espaço reservado para foto Fotos: Maria Helena Ramos Contexto Econômico okok.pmd 18/7/2007, 16:56 1

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Ano XIII, no 52

Julho/2007

Órgão oficial do Conselho Regional de Economia (CORECON/RS) - 4a Região - Rio Grande do Sul

XXX Encontro dos Cursos de Ciências

Econômicas é sucesso de público

O que esperar do

setor de energia nos

próximos anos

Páginas 4 e 5

Avaliação de riscos:

um mercado em

crescimento

Página 7

Desenvolver

habilidades é

fundamental para

o economista

Página 8

Conselho Regional de Eco-

nomia do Rio Grande do Sul

(CORECON/RS) realizou no

dia 18 de maio o XXX Encontro dos

Cursos de Ciências Econômicas, na

Unisinos (co-promotora do evento),

em São Leopoldo com a participação

de aproximadamente 180 pessoas,

entre acadêmicos, professores e eco-

nomistas. O evento contou com re-

presentações da Universidade Cató-

lica de Pelotas, Univates, Unicruz,

Universidade Federal de Santa Ca-

tarina, Universidade de Caxias do

Sul, Furg, Unisc, Unifra e Univer-

sidade Federal de Santa Maria.

O presidente do CORECON/RS,

José Luiz Amaral Machado, e a

coordenadora do curso na Unisinos,

Angélica Massuquetti, deram as

boas-vindas ao público e ao pales-

trante que fez a abertura da pro-

gramação, o economista, Dr. Ho-

nório Kume, coordenador de Co-

mércio Exterior e Política Comercial

do IPEA. Da mesa de abertura

também fizeram parte o vice-reitor

da universidade Aloysio Bohnen e

o coordenador do Diretório

Acadêmico, Josias Cavalcanti.

O

Representante do IPEA fala

sobre abertura comercial

Em sua explanação, Honório Kume,

falou sobre o avanço na abertura

comercial, em 1988, ainda no governo

José Sarney, os conflitos no Mercosul e

os acordos regionais (Alca, EU e Índia).

De acordo com o painelista a grande

abertura comercial se deu durante o

governo Collor de Mello quando se fez

a redução tarifária. Para Kume, a maior

controvérsia no Mercosul é a tarifa de

bens de capital que é elevada e

prejudica a competitividade entre os

setores. Ele lamentou a inexistência de

acordo para a implantação de uma

tarifa externa comum.

Na sua opinião, o Brasil tem

dificuldades para avançar nas

negociações comerciais regionais e

multilaterais e para liberalização

unilateral. “Talvez tivesse que ser

repensado a implementação de uma

nova estrutura tarifária para bens de

capital”, ponderou. Confira na página

3 a cobertura do encontro.

Honório Kume (IPEA) foi o primeiro a ser ouvido

pelo público

Representantes do CORECON/RS e Unisinos deram as boas-vindas aos

participantes

Último painel do evento discutiu o futuro da política monetária no governo

Lula

espaço

reservado

para foto

Fotos: Maria Helena Ramos

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Presidente

José Luiz Amaral Machado

Vice-Presidente

João Batista Soligo Soares

Conselheiros

Alejandro Kuajara Arandia, Ário

Zimmermann, Daniel Menezes Gil, Eloni

José Salvi, Fernando da Silva Ramos Filho,

Geraldo Pinto Rodrigues da Fonseca,

Heron Sergio Moreira Begnis, Jane Rosiclei

Pinheiro, Joal de Azambuja Rosa, José

Nosvitz Pereira de Souza, Judite Sanson

De Bem, Lauro Nestor Renck, Maria

Heloísa Lenz, Ricardo Englert, Rubens

Salvador Bordini e Silvia Horst Campos

Gerência Executiva

Helena Edi Cruz

Fiscalização de Exercício

Profissional

Antônio Pedro Hickmann

Delegacias do Corecon-RS

Lajeado, Passo Fundo, Pelotas

e Representação em Ijuí

Sede do Corecon-RSRua Siqueira Campos, 1184, 601/606

CEP 90010-001 - Porto Alegre - RS

Fones (51) 3254-2600 - 3254-2601

E-mail: [email protected]

Site: www.coreconrs.org.br

skype: corecon-rs

Conselho Editorial

• Flavio Pompermayer • José Luiz Amaral

Machado • Judite Sanson De Bem • Maria

Heloísa Lenz e Sabino da Silva Porto Junior•

Colaboração

• José Nosvitz •

Jornalistas responsáveis

Contexto Econômico: Elaine Carrasco -

Reg. Prof. 7535

Assessoria de Imprensa: Janice Benck -

Reg. Prof. 7376

Revisão

Antonio Xavier Balbé

Diagramação

• Solo Editoração e Design Gráfico

• Periodicidade: bimestral

• Tiragem 5 mil exemplares

• Fotolitos e Impressão Dolika

esse número do Contexto

Econômico aborda-se de

forma inovadora a situação

do mercado de trabalho para os

economistas no Brasil. A novidade

é o desafio da sinalização para o

mercado profissional das habili-

dades e capacidades do econo-

mista formado pelos cânones

modernos da Ciência Econômica.

Marques Junior, num artigo pro-

vocativo, aborda essa questão e

destaca o papel de liderança que o

COFECON poderia ocupar na

revitalização da profissão ao di-

vulgar mais intensamente as carac-

terísticas específicas dos econo-

mistas modernos e da profunda

vinculação dessa formação com o

mercado de trabalho, igualmente

moderno. Além disso, como foi

intensamente destacado pelo

economista Fanaya, a profissão está

sendo ameaçada porque as

Reprodução de textos e artigos somente com autorização do

editor ou desde que mencionada a fonte. Os artigos publicados

não traduzem, necessariamente, a opinião do jornal e são de

inteira responsabilidade de seus autores. Os textos que

excederem as especificações serão editados de acordo com o

espaço disponível.

Foco no mercado de trabalho

N

� Monografias – Já estão

abertas as inscrições para o XXI

Prêmio Conselho Regional de

Economia - CORECON/RS que este

ano ainda prevê mais uma categoria

que é a de artigos técnicos ou

científicos. O regulamento do

Prêmio nas duas modalidades

encontra-se disponível no site

www.coreconrs.org.br.

� Aniversário – O CORE-

CON/RS completou 54 anos no dia

11 de julho. Mais de meio século de

história marca a atuação do

Conselho no sentido de cumprir

com sua finalidade principal -

fortalecer o mercado de trabalho do

economista. Destaca-se, neste

período, a atuação comprometida

e dedicada de todos os conselheiros

na estruturação desta entidade.

� Sede – O CORECON/RS ,

devido às obras para a reforma da

sede da entidade, está atendendo

temporariamente nas salas 407 a

412, da Rua Siqueira Campos, 1184

– Centro – Porto Alegre.

� Empresa Júnior – Um grupo

de estudantes do Curso de

Economia da UFSM está desen-

volvendo um projeto inovador na

instituição, que visa a criação de

uma Empresa Júnior. A idéia está

sendo formatada com apoio do

Curso de Ciências Econômicas da

UFSM, que está sob a coordena-

ção do professor Adayr da Silva

Ilha.

� Imprensa – O presiden-

te José Luiz Amaral Machado,

concedeu entrevista ao vivo no

programa Campo Online, Canal

Rural, no dia 18 de junho, onde

abordou tema sobre o aumento

de crédito, especialmente de setor

agrícola.

� Ijuí – O CORECON/RS

esteve visitando o município de

Ijuí no dia 4 de junho quando foi

feito contato com os alunos do

curso de Economia da Unijuí,

chefes do Executivo e Legislativo,

com empresários e entidades

locais.

Notas

habilidades específicas inerentes a

mesma estão sendo, cada vez mais,

invadidas por outros profissionais,

o que exige uma pronta atuação do

sistema COFECON no sentido de

atualizar e redefinir o marco

regulatório profissional.

Outro tema relevante, e que,

indiretamente, está vinculado ao

mercado de trabalho é o texto so-

bre o mercado de derivativos ou de

papéis e o papel que a economia e

a formação de economistas podem

ter na consolidação do mercado de

ativos de risco, tão precioso para o

próprio desenvolvimento econô-

mico nos dias atuais. Por fim, a pá-

gina central apresenta um interes-

sante debate sobre os novos espaços

para investimento em energia

elétrica no RS dado o atual marco

regulatório existente.

Boa leitura!

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primeira palestra do XXX

Encontro de Cursos, Mer-

cado de Trabalho do Eco-

nomista, esteve a cargo de Gustavo

Fanaya, chefe do Sindicarne/PR e ex-

presidente do CORECON/PR. Pro-

vocativo, o palestrante discutiu com

o público as reservas de mercado do

economista que estão sendo inva-

didas por outros profissionais, em

geral de Administração de Empresas

e Contabilidade. Ele defendeu a

posição de que o profissional deve

não só procurar ocupar novos

nichos do mercado, como manter os

postos historicamente conquistados.

Segundo Fanaya, existem distorções

do mercado em relação à profissão.

“Há um descompasso entre a

formação curricular e a percepção do

papel do economista pelo mercado”,

acentuou.

Durante a palestra ele elencou os

fatores que podem estar levando a

essas distorções. Entre eles, citou a

confusão que se faz com os cursos

Paranaense faz debate provocador

A

A segunda palestra foi uma

apresentação dos cursos de pós-

graduação de Economia da

Unisinos e PUC. As apresentações

foram feitas pelo coordenador do

PPG em Economia da Unisinos,

André Filipe Zago de Azevedo e

pela PUC, a economista Izete

Bagolin. O economista Mar-

celo Portugal que apresentaria o

pós da UFRGS, teve um imprevisto

e não pôde comparecer.

Zago discorreu sobre as vanta-

gens de um PG. No Brasil,

segundo ele, 49% dos profissionais

que têm pós-graduação estão

empregados com carteira assinada.

No Rio Grande do Sul, um terço

Coordenadores apresentam programas de pós

netária do atual governo é aquela

definida pelo mercado financeiro,

embora não seja só isso que a

sustenta. “A bonanza internacional

ajuda a sustentá-la e as condições

externas explicam a sua per-

manência”, ponderou o econo-

mista que acredita que enquanto as

condições externas forem favo-

ráveis, ela se manterá.

Para o economista Roberto

Camps de Moraes, apesar dos es-

forços muito intensos e persistentes

por parte dos economistas he-

terodoxos, “continuará sendo a

mesma política de metas infla-

cionárias que vem sendo aplicada

desde 1999”, pontuou.

de quem tem PG trabalha com

carteira assinada. No Estado

também é alto o número de

profissionais pós-graduados que

trabalham por conta própria.

Um debate entre os economistas

e doutores Gentil Corazza, diretor da

Faculdade de Ciências Econômicas da

UFRGS, e o professor do PPG em

Economia da Unisinos, Roberto

Camps de Moraes, encerrou a

programação do XXX Encontro dos

Cursos de Ciências Econômicas do

Rio Grande do Sul. Qual o futuro da

política monetária no governo Lula

foi o desafio a ser respondido pelos

dois debatedores.

Para Corazza, a política mo-

de Administração e Contábeis,

fazendo com que o candidato opte

pelo curso de Ciências Econômicas

pela maior oferta de vagas com-

parativamente ao número de ins-

critos; obtenção do diploma para

satisfazer um status social e

expectativa da família e a busca de

concluir um curso superior para

poder disputar concursos públicos.

Ele salientou que o profissional

formado em Ciências Econômicas

precisa enfrentar um processo que

passa pela mudança de mentalidade,

desenvolver habilidades e ter

postura profissional. “Isso não se

adquire de uma hora para outra. É

preciso incorporar este processo ao

longo do curso. Daí a importância

de termos economistas dando aulas

para futuros economistas, como

acontece em todos os cursos”,

advertiu. Durante seu pronun-

ciamento ele criticou a postura do

economista em abrir mão de alguns

setores em que estaria qualificado

para atuar. “Parece que economista

não gosta de ganhar dinheiro. Se é

para fazer um serviço de graça, nós

vamos lá e fazemos. Quando chega a

hora de recebermos por isso, abrimos

mão e deixamos para que outro

profissional vá e o faça por nós”

reclamou. Durante a sua explanação

ele listou uma série de cargos que

poderiam ser ocupados por eco-

nomistas, mas que estão preenchidos

com profissionais de outras áreas de

atuação, menos preparados, mas

dispostos a se fazer enxergar pelo

mercado.

XXXI Encontro de Cursos – Este ano em razão de mudança de critérios a definição do próximo Encontro de

Cursos será feita pela plenária do Conselho Regional de Economia. Foram inscritos trabalhos com os respectivos

projetos durante o XXX Encontro. Apresentaram interesse em sediar o próximo evento: a Unilasale, Univer-

sidade Católica de pelotas e Universidade Federal de Santa Maria.

Economista Gustavo Fanaya falou sobre a

valorização profissional

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aria

Hele

na R

am

os

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Delson Luiz Martini*

confirmação de que o Brasil

pode crescer a taxas supe-

riores a 4% ao ano colocou o

mercado em estado de alerta. Os

cenários realizados pela Empresa de

Pesquisa Energética (EPE), órgão

vinculado ao Ministério de Minas e

Energia, comprovam a necessidade

urgente de o País alavancar os

investimentos na área da energia. Um

dos estudos elaborados prevê, para um

cenário de crescimento econômico de

4%, uma carência de 0,3% da energia

necessária no ano de 2010. Outro, para

um crescimento de 4,8%, uma falta de

energia de 1,9%. Se, comprovada-

mente, há a necessidade urgente de

aumentar os investimentos em geração

de energia e, como se sabe, existe

abundância de capitais disponíveis,

por que os investimentos não atingem

o montante necessário para tran-

qüilizar o mercado?

A verdade é que nos últimos quatro

anos pouco se fez para viabilizar os

grandes projetos nesta área. Das 49

obras de geração de energia leiloadas

entre 1998 e 2002, apenas 19 foram

concluídas. A cada ano o Brasil vem

perdendo competitividade energética e

formando expectativas negativas para

a decisão do investimento privado. O

próprio Programa de Ação do

Crescimento (PAC) já é uma de-

monstração clara de que o Governo

Federal tem consciência da neces-

sidade de concentrar esforços para

viabilizar as obras estruturantes,

fundamentais para o desenvol-

vimento econômico sustentável. Os

sucessíveis fracassos dos leilões de

energia demonstram claramente que

não se pode confiar no mercado para

garantir a energia necessária ao

desenvolvimento. Será necessário que

o governo federal cancele as outorgas

dos projetos que não foram

viabilizados nos últimos anos e os

coloque à disposição de novos

investidores. Claro está, também, a

necessidade de articulação entre as

instituições governamentais para que

a aparente defesa do meio am-

biente não crie um gargalo insus-

tentável para a geração de empregos.

As instituições econômicas devem se

comunicar melhor com os órgãos

ambientais. Sem essa integração, o

dilema crescimento e meio ambiente

não se resolverá.

Consciente do iminente colapso

energético, a Governadora Yeda

Crusius lançará um programa

ambicioso para alavancar os

investimentos em energia no Rio

Grande do Sul. O primeiro passo será

a criação do Comitê Estadual de

Energia. O Estado financiará a

realização de projetos e garantirá a

articulação para a sua viabilidade

econômica, financeira, ambiental e

societária. Será criado o Fundo de

Desenvolvimento de Projetos de

Energia, com um lastro de R$ 2

milhões a serem aplicados em es-

tudos preliminares e no desen-

volvimento de planos básicos para a

viabilização de projetos, até a

constituição de Sociedade de

Propósitos Específicos (SPEs).

Uma das primeiras ações do

Comitê será o Programa Gaúcho de

Pequenas Centrais Hidrelétricas, com

o objetivo de viabilizar a implantação

de pequenos projetos em geração

hídrica no Estado, aproveitando o

potencial hídrico ainda existente. O

potencial de investimentos nestes

projetos é estimado em cerca de R$

600 milhões. Caberá ao Programa

criar as condições de viabilidade

técnica, financeira e ambiental,

contribuindo para o desenvol-

vimento em geração de energia de

fontes renováveis. Para transmitir e

distribuir a energia gerada serão

necessários investimentos na ordem

de R$ 900 milhões, nos próximos

anos. Apesar das dificuldades

financeiras, a CEEE está lançando

um programa ambicioso de

investimentos, na ordem de R$ 300

milhões de investimentos, ainda

neste ano.

O Rio Grande do Sul precisa,

definitivamente, começar a ousar.

Empreendedores interessados exis-

tem, mas faltam projetos de

qualidade. Só que, para viabilizar os

recursos, é fundamental, também, o

saneamento das finanças do Estado.

A determinação da Governadora em

zerar o déficit público já está influen-

ciando positivamente a decisão de

investimentos dos empresários. O

Rio Grande do Sul entra, mais uma

vez, na rota dos grandes inves-

timentos.

“A cada ano o Brasil

vem perdendo

competitividade

energética e formando

expectativas negativas

para a decisão do

investimento privado”

* Economista, Diretor-Presidente do Grupo

CEEE.

A

Energia: Tem muito espaço

para investimentos no RS

Fo

to: D

ivu

lgação

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“Nosso estado pode ser

auto-suficiente em

eletricidade a partir do

ano de 2010, com a

entrada em operação de

duas a quatro grandes

termoelétricas a carvão,

mas a um custo ambiental

elevado em termos de

emissão de gases efeito

estufa, renda concentrada

e tecnologia importada”.

* Economista pela Universidade de

Caxias do Sul; Mestre em

Desenvolvimento pela UNIJUÍ (Linha

de Pesquisa: Integração Regional e

Desenvolvimento Local Sustentável);

Professor dedicação integral da

Universidade Regional Integrada do

Alto Uruguai e das Missões – URI;

Coordenador do Curso de Tecnologia

em Agronegócio

o início deste milênio o Brasil

enfrentou um “apagão elétri-

co” onde as atividades econô-

micas foram prejudicadas. Mas como

resultado benéfico da crise, segundo o

Ministério de Minas e Energia, a adoção

de simples práticas de contenção do

desperdício, diminuiu em torno de 20%

o consumo residencial de eletricidade.

Também as indústrias investiram na

eficiência dos motores elétricos e surgiu

a ênfase generalizada por novas fontes

de energia, como o gás natural, eólica,

biomassa (principalmente de cana) e

pequenas centrais hidrelétricas.

Como investimentos em geração

elétrica demandam entre cinco até nove

anos para entrar em operação é

fundamental o planejamento da oferta

energética futura. Neste sentido a

Empresa de Pesquisa Energética – EPE

simulou três cenários econômicos para

o Brasil no período de 2006 até 2015. Na

conjuntura de referência o PIB nacional

tende a crescer 4,2% ao ano e a oferta de

energia para tal crescimento deve ser

acrescida em 4,8%. No cenário

pessimista o PIB será de 3,2% e a energia

3,9%. No terceiro, o PIB tende a 5,1% e a

oferta energética deve acrescer em 5,5%.

Estes três panoramas servem de base

para a estruturação dos Leilões de

Energia Nova, que objetivam planejar

a construção de novas geradoras

elétricas até o ano de 2015. O fato é que

mesmo as usinas licitadas nos anos

anteriores, com data prevista de

conclusão para os anos de 2008 até 2010,

estão com relativo atraso em seus

cronogramas de obra. E o leilão A-3 e A-

5, que prevê inaugurações para o

período de 2010 até 2015 (106 empre-

endimentos habilitados que perfazem

um total de 16.000 MW de potência

instalada), foram novamente adiados

para datas futuras. Também o primeiro

Leilão de Fontes Alternativas (menor

impacto ambiental) contava com 87

projetos com um total de 2.803 MW de

N

Fo

to: D

ivu

lgação

A energia para o Rio

Grande do Sul de amanhã

Fábio Germano Nedel*

potência instalada, acabou sendo

contratado apenas 18 projetos (nenhum

gaúcho) perfazendo 638,64 MW de

potência instalada.

Esta conjuntura pode apresentar um

novo “apagão elétrico” para o início da

próxima década, especialmente se o

Brasil, crescer 5,1% ao ano. A novidade,

é que provavelmente o estado de São

Paulo não sofrerá com falta de energia

devido à expansão das termoelétricas

movidas com bagaço de cana-de-

açúcar.

E o Rio Grande do Sul? Nosso estado

pode ser auto-suficiente em eletricidade

a partir do ano de 2010, com a entrada

em operação de duas a quatro grandes

termoelétricas a carvão, mas a um custo

ambiental elevado em termos de

emissão de gases efeito estufa, renda

concentrada e tecnologia importada.

Temos potencial de 805 MW a instalar

somente em Pequenas Centrais

Hidrelétricas. Estas, apesar da

fragilidade de geração elétrica (quando

ocorre estiagens), representam em

torno de 38 novos empreendimentos a

serem pulverizadas por todo estado,

investimento de R$3,5 bilhões. Adoção

de equipamentos em sua maioria feitos

no estado e cada MW instalado,

proporcionará em torno de R$50 mil

reais de tributos anuais para o

município sede da casa de máquinas e

o triplo para o estado.

Ainda o RS possui um surpre-

endente potencial de 73.000 MW em

energia eólica em seu litoral, cam-

panha, serra e na região das missões. O

potencial da casca de arroz em torno

de 100 MW. Do biogás da suinocultura

(provável termoelétrica na região das

missões) e aves (no oeste catarinense,

será construída uma termoelétrica de

30 MW). Também os aterros sanitários

das cinco ou dez maiores cidades

gaúchas tem potencial para gerar

energia elétrica ou motora para carros

por mais de 20 anos e gerar créditos de

carbono.

Para o Rio Grande de amanhã ter

energia, é fundamental o uso desta com

eficiência e racionalidade. Pois apesar

de termos opções, como a energia

térmica do carvão (poluição atmos-

férica), a energia eólica (ainda tem

elevado custo de geração), pequenas

hidrelétricas (problemas com estia-

gens), ou... o caminho pode ser construir

duas ou três grandes usinas hidre-

létricas no rio Uruguai (2.660 MW), em

parceria com a Argentina (mas inundar

mais de 50 mil hectares de solo

produtivo).

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Ilícito – O ataque da pirataria, da

lavagem de dinheiro e do tráfico à economia

global

Autor: Moisés Naím

Editora Jorge Zahar

As redes mundiais

de comércio de armas,

drogas, órgãos huma-

nos, imigrantes, bens

falsificados, prostitutas,

arte roubada, além do

terrorismo e da lavagem

de dinheiro são hoje

uma parte consolidada

da economia interna-

cional e movimentam centenas de bilhões

de dólares ao ano. Nesse livro, Moisés Naím,

renomado editor da revista Foreigh Policy,

realiza uma investigação detalhada e

pioneira sobre um lado pouco conhecido

da globalização: as atividades ilícitas.

Contrabandistas, traficantes e piratas

sempre existiram, mas nunca com um

poder econômico que gira em torno de 10%

de todo o comércio mundial, muito menos

com um poder político capaz de controlar

nações inteiras. Com dados surpreen-

dentes e exemplos atuais, o autor, faz de

Lícito uma contribuição indispensável a

todos que desejam conhecer um pouco

mais sobre essa nova economia global,

mais interligada, mais rápida e menos

sujeita ao controle dos Estados.

Sobrou dinheiro

Elaborar um orça-

mento é a fórmula má-

gica para equilibrar as

despesas. O que na prá-

tica significa recorrer a

um planejamento das fi-

nanças para não ficar no

vermelho. O professor e

consultor Luis Carlos

Ewald revela tudo que sabe sobre economia

doméstica em Sobrou Dinheiro! O livro tra-

ta da administração das contas da família mês

a mês, da necessidade de saber onde é mais

importante gastar dinheiro. Daí a necessidade

de um orçamento, fundamental na admi-

nistração da escassez de recursos, tanto para

um governo, uma empresa ou uma família,

nas palavras do próprio autor.

A Fundação Getúlio Vargas apurou que

a família padrão brasileira gasta 30% em

habitação e moradia, 25% em alimentação,

12% em saúde e cuidados pessoais, 8% em

educação e cultura, 15% em transporte, 5%

em vestuário e 5% em despesas diversas.

É a partir de informações como essas que

Ewald vai contribuir com a sua obra na

elaboração de um orçamento doméstico

capaz de assegurar ainda uma pequena

reserva mensal.

Economia da Cultura – Curso de

Especialização na UFRGS

Combate à Lavagem de Dinheiro

A partir de setembro de

2007, novamente os profis-

sionais de nível superior li-

gados à área de economia e

cultura terão acesso a um

curso diferenciado que vai ao

encontro às novas tendências

do mercado. A segunda edição

do Curso de Especialização

Economia da Cultura começa

em setembro na UFRGS e tem

como docentes, além de pro-

fessores do Curso de Pós-

Graduação e do Departamento

de Economia, outros qualifi-

cados profissionais, como Do-

naldo Schüller, Luis Augusto

Fischer, Sandra Jatahy Pesa-

vento, entre outros. A coor-

denação está a cargo dos pro-

fessores Stefano Florissi e

Maria Heloisa Lenz.

Objetivos do curso

A expansão da área cultural

como atividade econômica

organizada vem se consoli-

dando em nosso tempo. Cada

vez mais ocorrem ações e

investimentos, criam-se

ONGs, fundações e institutos,

empreendem-se recursos hu-

manos no setor, o que implica

positivamente em um aumen-

to da participação relativa da

cultura nos PIBs nacional e

O CORECON/RS promo-

veu de 29 a 31 de maio, o cur-

so de Prevenção e Combate à

Lavagem de Dinheiro, minis-

trado pelos especialistas

Mauro Salvo e Flávio Costa

mundial, a partir da geração

de emprego, renda e de exter-

nalidades positivas.

Com a ampliação relativa

da importância econômica do

setor cultural na economia,

evidentemente ocorre a com-

plexificação da gestão, pro-

dução e incorporação de bens

culturais, o que vem deter-

minando escassez de capital

humano no empreendimento

de tais atividades. O forne-

cimento de conhecimentos

para o combate desta escassez

é então o foco deste curso, na

medida em que objetiva pre-

parar o profissional para a

tomada de decisões estra-

tégicas na alocação de recursos

públicos e privados para a

produção e gestão de bens

culturais.

Público-Alvo

Profissionais graduados

em qualquer área do conhe-

cimento, que tenham como

objetivo tornar-se especia-

listas na produção e gestão de

bens culturais, a partir da

esfera pública ou privada.

Aulas

As aulas serão ministradas

nas sextas-feiras (à noite) e nos

sábados (manhã e tarde).

O Conselho Regional de

Economia (CORECON/RS) em

parceria com o Instituto Na-

cional de Práticas Forenses e

Gerenciais e outras entidades,

promove até 5 de outubro, o

curso de Extensão em Recu-

peração de Negócios. A iniciativa

visa a qualificação dos parti-

da Rosa, nas dependências do

City Hotel. O objetivo foi sen-

sibilizar os participantes pa-

ra os riscos envolvidos na

inobservância das obrigações

legais que cercam o tema.

Extensão em Recuperação de Negócios

cipantes para atuar em proces-

sos de recuperação judicial,

extrajudicial e falências, exer-

cendo atividade de Adminis-

trador Judicial, conforme lei

11.101/2005. O curso, que teve

início em 6 de julho) está sendo

realizado na União das Facul-

dades de Negócios (Unifin).

Contexto Econômico okok.pmd 18/7/2007, 16:566

7

preocupação com riscos é

cada vez maior entre as

pessoas, empresas e entidades

em geral, visando garantir que os

elementos planejados e projetados

atinjam no futuro os resultados

para os quais foram criados.

Além disso, o termo “risco” está

cada vez mais presente no jargão da

mídia e do cotidiano das comu-

nidades, observando-se claramente

estar intrínseco ao termo a asso-

ciação de um conjunto de eventos

futuros portadores de incertezas, os

quais poderão impactar os resul-

tados inicialmente planejados.

Comumente, a maior preocu-

pação com riscos a serem anali-

sados são aqueles decorrentes do

financiamento da produção. O retor-

no projetado deverá ter sua contra-

partida assegurada pelo compor-

tamento provável da realidade

econômica futura, ou seja, a viabi-

lidade econômica dos projetos de-

verá estar assegurada.

Todavia, não são só os riscos eco-

nômicos que devem ser analisados.

Uma análise de riscos requer infor-

mações e avaliações de diversas áreas

do conhecimento humano e, por

conseqüência, da ação de diversos

profissionais.

Certas situações de risco aos

olhos de uma determinada espe-

cialidade profissional podem ter

associadas interpretações e preocu-

pações específicas de outras áreas

profissionais. Ações profissionais

conjuntas, em geral, mitigam as

incertezas isoladas, ou seja, tornam

as variáveis de risco passiveis de

serem administradas.

Nesse contexto, os estudos de

risco são capazes de gerar soluções

concretas sempre que comparti-

lhados com o conjunto de profis-

Análise e Avaliação de Riscos no Brasil: um

crescente mercado profissional

Asionais que participam do pro-

cesso produtivo. Por exemplo, pa-

ra que uma análise dos riscos de um

projeto e/ou da produção tenha

êxito, será necessário agregar conhe-

cimentos sobre legislação e, prin-

cipalmente, dados e informações

sobre os perfis de comportamento da

demanda e dos mercados, local,

nacional ou internacional.

Igualmente, a preocupação cres-

cente com o atendimento da legis-

lação ambiental, com os fatos da base

tributária e com as tecnologias en-

volvidas nos processos de produção

e logística, são elementos deter-

minantes na formação dos custos do

produto final e, portanto, elementos

capazes de gerar riscos de compe-

titividade para os empreendimentos.

Por esses motivos, a Análise e a

Avaliação de Riscos são atualmente

um importante mercado para os

profissionais envolvidos nos pro-

cessos produtivos, notadamente aos

egressos dos cursos de Engenharia,

Economia, Administração, Contá-

beis e Direito. Todavia esse mercado

necessita ser ampliado e melhorado

pelo desenvolvimento de novos

processos de formação comple-

mentar pós-graduada, bem como

pelo estabelecimento científico e

econômico de protocolos e rotinas

básicas de ação técnica cotidiana com

a finalidade de ofertar aos de-

mandantes desses estudos infor-

mações objetivas, precisas e prin-

cipalmente inteligíveis.

Fo

to: D

ivu

lgação

Osmar Sadi Nether

* Engenheiro Civil e Bacharel

em Ciências Econômicas

** Biólogo e Doutor em Ciências

do Meio Ambiente

*** Engenheiro Mecânico e

Economista

IBER – Associação Profissio-

nal Multidisciplinar

Osmar Sadi Nether*, Millos Stringuini** e Jaime Macadar***

Millos Stringuini

Jaime

Macadar

“Certas situações de risco

aos olhos de uma

determinada

especialidade profissional

podem ter associadas

interpretações e

preocupações específicas

de outras áreas

profissionais.”

Contexto Econômico okok.pmd 18/7/2007, 16:567

Como elevar o retorno do economista?*

presente texto é voltado para

o público preocupado com a

profissão de economista.

Contudo, pode ser útil para

estudantes que ainda não defini-

ram uma carreira.

Durante o curso de graduação em

Ciências Econômicas, espera-se que

o aluno desenvolva habilidades

como: desenvolver raciocínios

logicamente consistentes; ler e

compreender textos econômicos;

capacidade dissertativa; utilizar o

instrumental econômico para

análise; utilizar formulações

matemáticas e estatísticas. Estas

habilidades são exigidas pelo

moderno mercado de trabalho.

Desenvolver tais habilidades não

é fácil. Além de vocação para a

profissão e muito esforço individual,

é necessário investimento em termos

de material didático (livros, foto-

cópias, etc.), horas de aula, horas de

estudo, espaço físico para as aulas e

gastos em alimentação e transporte.

Outro fator determinante para o

desenvolvimento das habilidades é

o processo de ensino.

Como é comum entre os econo-

mistas, há duas visões sobre a

formação do economista. A visão

generalista defende o atual modelo

propondo que o currículo do Curso

de Ciências Econômicas seja amplo

o suficiente para englobar os pilares:

histórico, teórico e instrumental.

Isto é, a formação do economista

deve priorizar a história econômica

(geral e brasileira), a teoria (espe-

cialmente economistas como Karl

Marx, Keynes e Schumpeter, além de

correntes como a pós-keynesiana, o

pensamento cepalino, etc.) e a ins-

trumental (entenda-se matemática e

estatística).

Uma visão moderna propõe

também três pilares, a saber: quan-

titativo, teórico e aplicado. A parte

quantitativa englobaria matérias

como matemática, estatística e

econometria. Na parte teórica, as

8

“Não se pode esquecer

que outras habilidades

são necessárias não só

para um bom

desempenho acadêmico

como para o sucesso

profissional.”

Liderau dos Santos Marques Junior**

Foto: E

laine Carrasco

* Por falta de espaço, apresenta-se uma

versão reduzida do artigo original.

** Doutor em Economia pela UFRGS

Olinhas de pensamento estudadas

seriam a main stream e as marginais

como, por exemplo, a Economia

Novo Institucional e a Escolha

Pública. Na última parte, o foco seria

aplicar as teorias estudadas e o

instrumental em assuntos de

interesse nacional e regional.

Não se pode esquecer que outras

habilidades são necessárias não só

para um bom desempenho aca-

dêmico como para o sucesso pro-

fissional, tais como: possuir sólida

cultura geral; deter conhecimento de

línguas estrangeiras; ter capacidade

de aprendizagem contínua; desen-

volver traços comportamentais

como saber trabalhar em equipe e

saber lidar com pessoas; possuir

senso ético; e, acima de tudo, ter

capacidade de tomar decisões e de

resolver problemas.

Agora vem a pergunta: vale a

pena cursar economia e ser eco-

nomista? Para responder a esta

pergunta, considere a seguinte

função retorno: rt= w

t – c

t, onde r é

o retorno, w é a remuneração do

economista, c os custos de se

trabalhar e os gastos de atualização;

e t é o tempo. Evidentemente, w e c

dependem da oferta e da demanda, e

variam ao longo do tempo. A

determinação de w depende, do lado

da oferta, do número de economistas

no mercado de trabalho e, do lado

da demanda, do número de or-

ganizações (nos setores público e

privado) e do número de concor-

rentes que disputam espaços no

mercado de trabalho com os eco-

nomistas (engenheiros, adminis-

tradores e contadores). Outro fator

que afeta a demanda é a sinalização,

isto é, em que medida os econo-

mistas conseguem sinalizar as suas

habilidades para os seus deman-

dantes habituais e potenciais.

Vale a pena ser economista no

Brasil isto porque, conforme o

economista Marcelo Neri aponta no

estudo “O retorno da Educação no

Mercado de Trabalho” (www.fgv.br/

cps), o retorno econômico da

profissão é positivo. Contudo,

entende-se que esse retorno seria

bem maior caso houvesse melhora

na sinalização das habilidades do

economista para o mercado de

trabalho. O que se quer dizer é que

potenciais demandantes da profissão

não reconhecem no economista as

habilidades listadas, o que acaba

restringindo o campo de atuação do

economista.

Entende-se que cabe ao órgão

máximo de fiscalização da profissão

de economista – Conselho Federal de

Economia (Cofecon) – resolver esse

problema, tratando de verificar se as

habilidades referidas são efetiva-

mente desenvolvidas nos cursos de

graduação de economia e pro-

movendo ações de sinalização junto

ao mercado de trabalho.

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