Resenha - A Evolução Do Capitalismo
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Nome: Caio Cezar Fernandes
Ciências Econômicas – Integral
Prof.: Mr. Glauco Manuel dos Santos
O declínio do Feudalismo e o crescimento das cidades - Resenha
O livro A evolução do Capitalismo, escrito por Maurice Dobb em 1946, apresenta um
capítulo que fala sobre o declínio do Feudalismo e o crescimento das cidades. No início do
capítulo, o autor fala exclusivamente da definição do feudalismo, destacando suas
principais características em alguns países da Europa, enfatizando a Rússia, que ficou com
esse sistema econômico por um período maior que a maioria dos outros países, que já
estavam no período de transição para o Capitalismo.
Existem várias definições para o feudalismo, umas chamando ela de uma economia
natural, de subsistência, outras falando que ela é uma economia que tem como objetivo o
consumo.
Podemos observar que o autor usa algumas passagens do livro O Capital, de Karl
Marx, para explicar e enfatizar sobre alguns assuntos tratados no mesmo. Também é nítido
observar que o mesmo cita alguns autores que seguem o pensamento marxista, como o
Prof. Pokrovsky.
Para o autor, o feudalismo é um modo de produção que tem como principal aspecto
a servidão, já que o produtor independente precisa produzir obrigatoriamente o que é
exigido pelo seu senhor, utilizando a força como meio de manter o controle sobre os
produtores, seja militar ou por vantagens que seu poder o proporciona.
Uma das principais causas do declínio do feudalismo, é a necessidade de aumentar
o capital da classe dominante, e como citado no texto, a partir do momento que existir uma
economia natural e uma economia de troca, elas não se misturam, e com isso cai a mais
frágil, que é a primeira. Essa economia de troca começa com os primeiros comércios, onde
eram efetuadas trocas de produtos, e logo após, começaram a ser feitas transações
econômicas, com uma maior utilização de moedas. Muitos senhores feudais começaram a
tratar mal seus servos a fim dessa necessidade de aumento de capital. Com isso, os servos
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abandonavam as terras, sendo necessário alguns acordos entre senhores feudais a fim de
procurarem servos fugitivos em terras alheias. A situação estava tão complicada que para
repovoar as terras, os senhores feudais precisaram mudar o seu comportamento e também
a estipular benefícios para os servos, como limite no arrecadamento de arrendamento e até
mesmo os pagando em dinheiro. Foi o início das relações contratuais, transformando os
servos em trabalhadores assalariados, mas sempre se mantendo em vantagem em todas
essas hipóteses. A crise no feudalismo se deu nessa época, já que a produção diminuiu
muito, não sabendo claramente o real motivo, se era por uma maior exploração do senhor
feudal ou se era por causa do baixo crescimento demográfico da época, pois a expectativa
era de que a população aumentasse e ela diminuiu, isso em tempos anteriores ao período
da manifestação da Peste Negra.
Um fator determinante para observar o tratamento dos servos pelos senhores feudais
era a localização de cada feudo, isto é, em alguns países com políticas mais rigorosas a
favor dos senhores feudais, era nítida uma imensa exploração do mesmo em cima dos seus
servos, já em locais onde não tinham tanta rigorosidade, o tratamento dos senhores feudais
eram diferentes dos demais em relação aos seus servos. Porém, a necessidade de
aumentar o seu capital sempre prevalecia em todos os casos, não havendo exceções em
que foram tomadas atitudes extremamente diferentes das demais.
O senhor feudal tinha duas opções quando suas terras estavam vazias, ou ele
arrendava a mesma ou começava a contratar trabalhadores para cuidarem dela. Se ele
arrendasse a terra, ele não iria ter gastos para manter a sua terra, como materiais para o
cultivo, entre outros, além de ter um maior ganho, pois quanto mais tempo a terra
permanecesse sem cultivo, mais rentável ela se tornava. Já em relação ao contrato de
trabalhadores, dependia como estava a situação da região naquele momento, se faltava ou
sobrava mão de obra. Na obra, o autor cita exemplos de locais onde não haviam mão de
obras, não havendo possibilidades a fim de produzir na terra, e no mesmo período de
tempo, havia locais onde a mão de obra estava em abundância, gerando até um maior
controle do senhor feudal sobre o salário pago para o seu funcionário.
Outro ponto a ser enfatizado é que o tamanho da propriedade do senhor feudal
influenciava bastante nessa parte, pois quanto maior a propriedade, maior era o seu poder
econômico, e como as disputas por trabalhadores eram altas, na maioria das vezes quem
tinha um maior poder levava vantagem em cima dos outros senhores. Se ele não conseguia
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servos para trabalharem em suas terras, a única opção seria de alugar a terra para
arrendatários, que pudessem utilizar a mesma.
Em consequência ao crescimento do mercado, houve uma ascensão das cidades,
influenciando ainda mais a desintegração do sistema feudal e gerando grandes centros
urbanos, que se tornam independentes economicamente e politicamente. Porém, como
muitos aspectos citados acima, foi um processo que ocorreu de diferentes formas em cada
país da Europa, ou seja, sendo um processo lento em alguns locais e versátil em outros.
O autor apresenta diversas maneiras que levaram ao surgimento das cidades.
Porém, não devemos aplica-las de uma maneira geral, pois cada uma teve uma origem
diferente, seja ela em um tempo diferente ou em uma ocasião diferente, já que o texto trata
de diferentes países da Europa. Um exemplo de surgimento foi que as cidades surgiram de
um contexto feudal, e que ao longo do tempo foram evoluindo.
Por fim, podemos evidenciar que o feudalismo chegou ao fim devido a diversos
fatores, sendo um deles o surgimento do comércio e a dissipação da agricultura de
sobrevivência. Observamos que o declínio do mesmo ocorre de uma maneira
desorganizada, que apresentava vários conflitos entre as duas classes (vassalos e
suseranos), e que a obsessão por maiores acúmulos de capitais por parte dos senhores
feudais gerou esse rompimento com o sistema feudal. Esse foi um passe importante para
o começo da polarização de classes, onde uma parte menor acumula grande parte do
capital e a maioria da população vive em situações precárias, que é evidenciada até hoje
no mundo.
Referências Bibliográficas
DOBB, Maurice. A Evolução do Capitalismo, 1946.