Resenha Biográfica-Dr Adriano de Figueiredo

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RESENHA BIOGRÁFICA DR. ADRIANO LOPES DE FIGUEIREDO (Por José Adriano Maximino Lopes de Figueiredo) NOTA INTRODUTÓRI A  Adriano Lopes de Figueiredo, nasceu em Lobão da Beira, na povoação de Várzea, na casa dos seus bisavôs maternos, Josefa Ricardina Lopes de Figueiredo e António Lopes de Figueiredo, onde à época, ainda habitavam as suas tias-avós, Ana Augusta e Maria Augusta Lopes de Figueiredo, irmãs de Adriano Lopes de Figueiredo, Manuel Lopes de Figueiredo e de Rita da Glória Lopes de Figueiredo, que era a sua avó paterna. Era filho de José Lopes de Figueiredo (Nasc. 04/10/1877-Fal. 04/1955) e de Gracinda da Silva Xavier Figueiredo (Nasc. 18/02/1897-Fal. 12/06/1980).  José Lopes de Figueiredo era filho de José Lopes de Figueiredo (casa de Valverde-freguesia de Canas de Santa Maria) e de Rita da Glória Lopes de Figueiredo (casa de Lobão da Beira) e teve dois irmãos, Luis Lopes de Figueiredo e António Lopes de Figueiredo, que faleceu de desastre  prematuramente.

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RESENHA BIOGRÁFICA

DR. ADRIANO LOPES DE FIGUEIREDO(Por José Adriano Maximino Lopes de Figueiredo)

NOTA INTRODUTÓRIA

 Adriano Lopes de Figueiredo, nasceu em Lobão da Beira, na povoação de Várzea, na casa dos seus

bisavôs maternos, Josefa Ricardina Lopes de Figueiredo e António Lopes de Figueiredo, onde à

época, ainda habitavam as suas tias-avós, Ana Augusta e Maria Augusta Lopes de Figueiredo,

irmãs de Adriano Lopes de Figueiredo, Manuel Lopes de Figueiredo e de Rita da Glória Lopes de

Figueiredo, que era a sua avó paterna.

Era filho de José Lopes de Figueiredo (Nasc. 04/10/1877-Fal. 04/1955) e de Gracinda da Silva Xavier

Figueiredo (Nasc. 18/02/1897-Fal. 12/06/1980).

 José Lopes de Figueiredo era filho de José Lopes de Figueiredo (casa de Valverde-freguesia de

Canas de Santa Maria) e de Rita da Glória Lopes de Figueiredo (casa de Lobão da Beira) e teve dois

irmãos, Luis Lopes de Figueiredo e António Lopes de Figueiredo, que faleceu de desastre prematuramente.

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 Aquando da morte de seus pais, José e Rita, os filhos, José e Luis, ficaram cada um em sua casa e

assim José Lopes de Figueiredo que era natural de Valverde, vem para Lobão da Beira gerir os bens

da casa de sua mãe e tios e Luis Lopes de Figueiredo fica na casa de Valverde. É verdade que o meu

avô José aquando das partilhas recebeu tornas de seu irmão Luis, que ficou com os bens de troca

em Valverde e Santa Ovaia (freguesia de Canas de Santa Maria), o meu avô recebeu ainda em

dinheiro, duzentos contos de reis, que usou na compra da casa e do quintal da Preza (junto à pontede Várzea-Lobão da Beira) e outra parte na aquisição do Loureiro junto ao rio, isto aconteceu por

volta de 1929.

 Antes de falar do meu pai, acresce uma palavra à minha avó Gracinda, natural de Paranho de

Besteiros. Veio muito nova para junto das minhas tias bisavós, Ana e Maria Augusta, com a idade

de nove anos, que a ela muito se afeiçoaram, tendo mesmo as minhas tias feito tudo para que o

meu avô se casasse com a “Grancidinha”, como efectivamente veio a acontecer. O leitor dará conta

das qualidades que a minha avó possuía. Estamos a falar de pessoas que embora proprietários e

lavradores, tinham muitas terras (bens em sete freguesias) e que na altura se contavam entre os

grandes contribuintes do concelho. À minha avó Gracinda, aqui deixo a minha mais profunda

gratidão pelos ensinamentos que me deu e pelo exemplo gravado de generosidade, humildade,

caridade e humanidade, e de me ter ensinado, “ que nós somos aquilo que vemos no sentido do

atingível ” .

-Dito isto, penso ser oportuno entrar no que me foi pedido.

Do casamento de José Lopes de Figueiredo e Gracinda da Silva Figueiredo, nasceram quatro filhos,

tendo um morrido aos quatro anos de doença, de seu nome Luis Lopes de Figueiredo.

Por ordem cronológica:

 José Lopes de Figueiredo –  Tenente-Coronel da Arma de Infantaria/Exército português.

(Nasc. 01/11/1924 –  Fal. 05/06/1994

 Adriano Lopes de Figueiredo –  Médico

(Nasc. 16/02/1932-Fal. 28/02/1989)

 António Lopes de Figueiredo –  Coronel da Arma de Infantaria do Exército português.

(Nasc. 16/02/1932)

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De todos os irmãos, encontra-se ainda entre nós o mais novo, Coronel António Lopes de Figueiredo.

Foi-me pedido pelo Sr. Presidente da Junta da freguesia de Lobão da Beira, o meu amigo Isaac

 Almeida, que lhe fizesse uma resenha da vida do Dr. Adriano Figueiredo, e como filho é-me difícil

 fazê-lo, mas é com gosto e saudade que recordo o meu querido pai.

BIOGRAFIA (CONDENSADA)

 Adriano Lopes de Figueiredo nasceu na casa dos bisavôs paternos, Josefa Ricardina Lopes de

Figueiredo e António Lopes Figueiredo, no dia 7 de Abril de 1926!

Filho de José Lopes de Figueiredo e de Gracinda da Silva Figueiredo, fez os estudos primários em

Lobão da Beira. Frequentou por pouco tempo o Colégio Tomás Ribeiro, prosseguindo os seus

estudos em Viseu, onde frequentou a Escola Académica. Foi depois para o Liceu Nacional de Viseu,

onde terminou a frequência liceal. Na mesma cidade, juntaram-se todos os seus irmãos, numa casa

alugada pelos pais e onde tinham uma mulher idónea (geralmente de Lobão da Beira) a cozinhar e

a tratar da casa. O curso do meu pai foi o de 1939 a 1946 no Liceu Nacional Alves Martins-Viseu.

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Seguiu-se o ingresso na faculdade-exame de entrada em Coimbra/Medicina, entretanto teve de

cumprir o serviço militar, que cumpriu em Tavira/1949 e entre 1951 e 1952 faz o Curso de Oficiais

Milicianos em Mafra.

 Ainda em 1952 entra no Curso de Medicina em Coimbra que acaba em 1958. Em 1955 morre seu

 pai José Lopes de Figueiredo.

Casou em 1955 com Cecília Maximino Figueiral, natural de Carvalhal do Estanho, freguesia de

Queirâ, concelho de Vouzela.

Desta união, nasceram seis filhos, de referir que do primeiro parto resultou um nado morto e que

deixou marcas profundas nos meus pais, mas Deus compensou-os e deu-lhes seis filhos, que passo

a apresentar por ordem cronológica:

-José Adriano Maximino Lopes de Figueiredo-54 anos-Delegado de Informação Médica

-Luis António Maximino Lopes de Figueiredo-53 anos-Médico Ortopedista/HUC

-Maria Cecília Maximino Lopes de Figueiredo-Médica Pediatra/HDV-São Teotónio-Viseu

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-Clara Maria Maximino Lopes de Figueiredo-Professora de Matemática/Ensino Secundário

-Joaquim Jorge Maximino Lopes de Figueiredo-44 anos-Funcionário da Câmara Mun. de Tondela

-José Manuel Maximino Lopes de Figueiredo-43 anos-Delegado de Informação Médica

Quatro rapazes e duas meninas, que fizeram trabalhar muito os meus pais. O meu pai era feliz com

tantos filhos e gostava de nos levar a todos no carro a Viseu ás quartas feiras à tarde, que era o dia

de ir a Viseu espairecer com alguns amigos.

Exerceu medicina como médico de Clínica Geral em Canas de Santa Maria, Molelos, Tonda,

Ferreirós do Dão, Parada de Gonta (Fábrica de Lanifícios), Lobão da Beira (residência de sua mãe e

mais tarde na sua própria casa) e em Tondela (consultório frente à Câmara).

Foi também em Tondela Médico da Associação de Socorros Mútuos, PSP e GNR. Nos últimos anos

da sua vida o Dr. Adriano Figueiredo era Médico Consultor (carreira CG) e Director do Centro de

Saúde de Tondela, que teve de abandonar devido à doença que o viria a vitimar.

Pediu ao Dr. José Augusto Simões Alves, que era na altura o Delegado de Saúde, que

desempenhasse as suas funções. O meu pai pediu-me mesmo que falasse com ele pessoalmente, o

que fiz, e também me pediu mais duas coisas, que lhe retirasse o letreiro já velho do consultório e

todas as coisas que nele se encontravam e as recolhesse para a sua, e na altura minha residência. A

outra coisa que me pediu, foi que o ajudasse a lembrar e procurar, não fosse haver alguma coisa

ainda por pagar a alguém, e de facto não havia.Estes exemplos de rectidão, honestidade e preocupação do dever cumprido, juntava-se a outros

que eram o amor a aquele que sofresse, fosse do que fosse, e essa é a verdadeira medicina. Claro

que para se ser de nível elevado no que se faz, é necessário saber, o meu pai foi um aluno brilhante

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e trabalhador, tendo mesmo muito orgulho pessoal do seu curso de medicina onde havia “bons

trutas” como muitas vezes dizia o Pr of. Dr. Linhares Furtado, Prof. Dr. Adelino Marques, Dr.

Guimarães Santos, entre muitos outros.

Foi um grande curso de medicina o de 1958. No plano político seria pouco sério ocultar a grande

determinação em logo a seguir ao 25 de Abril, ajudar a derrubar a “ditadura gonçalvista e

comunista”. 

O meu pai em Coimbra, nos seus tempos de estudante, pertenceu como tantos outros ao MUD

(Movimento Universitário Democrático), onde até os comunistas estavam. Mas o seu carácter e o

seu sentir não apoiavam ditaduras de nenhuma espécie. E por isso naquele tempo tão difícil, que

também com ele senti e vivi, foi sem qualquer tipo de hesitação, a escolha do Dr. Sá Carneiro,

 personalidade meteórica com grande determinação e inteligência e sem medo, que levaram o meu

 pai, eu e muitos mais portugueses a aderir e apoiar de imediato o PPD. Foi neste período

conturbado o 1º. Presidente da Comissão Administrativa da Camâra Municipal de Tondela pós 25

de Abril de 1974.

Todas as pessoas que o conheceram se deram bem com o meu pai. Tinha um feitio afável, calmo,observador e embora não parecesse, pois tinha um perfil anti-fleumático, era um homem

extremamente inteligente. Confirmei-o várias vezes e mesmo depois de ele morrer, o voltei a

confirmar (há coisas que não se esquecem).

 Amigo de todos, o Dr. Adriano, pautava-se por uma conduta de esmerada educação, bondoso e

caridoso para os seus semelhantes, era um médico competente e humano, querido por todos, não

sabia dizer “que não”. Tinha um coração são e sofria com o sofrimento dos  outros. Nunca se

resignava à impassividade e acudia sempre como médico a quem sofria.

Foi diversas vezes agraciado pelas gentes boas de Molelos, que serviu exemplarmente durante

mais de vinte anos. Em Tondela foi-lhe atribuída uma rua com o seu nome e em Lobão da Beira sua

terra natal, também tem o seu nome inscrito na toponímia da rua onde viveu e construiu a sua

casa.

No dia 5 de Agosto de 1988, adoeceu, ele que nunca tinha faltado ao serviço, ou metido baixa na

sua vida profissional. Foram seis meses e meio de muitos sofrimentos, físicos e psíquicos.

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No dia 28 de Fevereiro de 1989, faleceu na sua residência em Lobão da Beira, por volta das 10.45h.

O funeral (O seu funeral foi um acto impressionante de pesar, com tanta gente que passou e se

incorporou no mesmo) realizou-se no dia 2 de Março de 1989, para o cemitério de Lobão onde

repousa em campa da família Lopes de Figueiredo.

Muita coisa poderia ter referido sobre o meu pai e de certeza que gostariam de saber, mas o

“artigo” já vai tão longo, que tenho d e o terminar, podendo ficar em aberto para mais tarde, e

deixo aqui um convite aos meus irmãos que também poderão dar o seu testemunho de filhos e

saberão fazê-lo até melhor do que eu e também com certeza de maneira diferente.

 A vida do meu pai, em tudo foi um exemplo para mim e para os meus irmãos. Foi isso que nos deu

a força que precisámos naquele momento difícil para continuar a trabalhar com perseverança e

com o sentido da responsabilidade familiar. O trabalho ainda não acabou, algum está feito, outro

está por fazer. Que Deus nos ajude com saúde e sem perdermos o “norte” do farol que ele é para

todos nós.

Texto Manuscrito e imagens cedidas por José Adriano Maximino Lopes de Figueiredo

Transcrição Informática, Edição e Montagem:

Lobão da Beira Web ©

Produções Amadoras 2012

http://www.lobaodabeira.com 

Lobão da Beira, 22 de Setembro de 2012