Resenha Crítica

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Aluno: Victor Augusto dos Santos Curso: Engenharia Eletrônica Turma: 01235 Data: 23 de Agosto de 2015. Título: Diferentes abordagens no aprendizado de Processamento Digital de Sinais Em engenharia, a área de Processamento Digital de Sinais, presente em praticamente todas as soluções tecnológicas e sistemas digitais utilizadas hoje em dia, é uma área de estudo que geralmente atrai poucos alunos em virtude de sua intrínseca complexidade matemática. Observa-se nas matrizes curriculares dos cursos de Engenharia Elétrica e Eletrônica a unanimidade da utilização do livro “Digital Signal Processing” de Alan V. Oppenheim como referência bibliográfica principal, sem sequer citar outra bibliografia cuja didática é internacionalmente reconhecida e indicada para o aprendizado desta disciplina, como “Understanding Digital Signal Processing”, escrita por Richard G. Lyons. Alan Victor Oppenheim é professor de engenharia no Departamento de Engenharia Elétrica e Ciências da Computação no MIT (do inglês, Massachusetts Institute of Technology), e também é o principal pesquisador no Laboratório de Pesquisa de Eletrônica do MIT, no que diz respeito à área de Processamento Digital de Sinais. Alan também ganhou vários prêmios da IEEE (do inglês, Institute of Electrical and Electronic Engineers), tanto pela qualidade de suas pesquisas realizadas quanto por sua docência. Já Richard Lyons não tem tantas raízes no meio acadêmico, seu foco está na autoria de palestras e seminários para grandes empresas, como Motorola e Texas Instruments, bem como na ministração de cursos isolados de Processamento Digital de Sinais para universidades renomadas, como na Universidade da Califórnia Santa Cruz. Lyons também trabalhou como engenheiro-chefe em vários projetos para a Agência de Segurança Nacional (NSA, do inglês National Security Agency). Ambos são doutores em Engenharia Elétrica. Embora os capítulos dos livros estejam dispostos com titulações diferentes, ambos são muito semelhantes em relação ao conteúdo apresentado. Alan inicia a sua obra com uma informação acerca de sinais e sistemas discretos no tempo, seguindo com a apresentação de diversas ferramentas matemáticas utilizadas no contexto de processamento de sinais, como a Transformada Z, a Transformada Discreta de Fourier e a Transformada de Hilbert. Lyons começa sua obra exatamente da mesma maneira, entretanto, ao invés de adotar o rigoroso formalismo matemático encontrado no livro de Alan, o autor prefere ensinar a teoria por trás de processamento de sinais por meio de exemplos práticos. O conteúdo de seu livro é definido pela introdução da Transformada Discreta de Fourier logo no início, seguido da aplicação desta em filtros digitais, e a obra é encerrada com a

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Page 1: Resenha Crítica

Aluno: Victor Augusto dos Santos

Curso: Engenharia Eletrônica

Turma: 01235

Data: 23 de Agosto de 2015.

Título: Diferentes abordagens no aprendizado de Processamento Digital de Sinais

Em engenharia, a área de Processamento Digital de Sinais, presente em praticamente todas

as soluções tecnológicas e sistemas digitais utilizadas hoje em dia, é uma área de estudo que

geralmente atrai poucos alunos em virtude de sua intrínseca complexidade matemática.

Observa-se nas matrizes curriculares dos cursos de Engenharia Elétrica e Eletrônica a

unanimidade da utilização do livro “Digital Signal Processing” de Alan V. Oppenheim como referência

bibliográfica principal, sem sequer citar outra bibliografia cuja didática é internacionalmente

reconhecida e indicada para o aprendizado desta disciplina, como “Understanding Digital Signal

Processing”, escrita por Richard G. Lyons.

Alan Victor Oppenheim é professor de engenharia no Departamento de Engenharia Elétrica e

Ciências da Computação no MIT (do inglês, Massachusetts Institute of Technology), e também é o

principal pesquisador no Laboratório de Pesquisa de Eletrônica do MIT, no que diz respeito à área de

Processamento Digital de Sinais. Alan também ganhou vários prêmios da IEEE (do inglês, Institute of

Electrical and Electronic Engineers), tanto pela qualidade de suas pesquisas realizadas quanto por sua

docência.

Já Richard Lyons não tem tantas raízes no meio acadêmico, seu foco está na autoria de

palestras e seminários para grandes empresas, como Motorola e Texas Instruments, bem como na

ministração de cursos isolados de Processamento Digital de Sinais para universidades renomadas,

como na Universidade da Califórnia Santa Cruz. Lyons também trabalhou como engenheiro-chefe em

vários projetos para a Agência de Segurança Nacional (NSA, do inglês National Security Agency). Ambos

são doutores em Engenharia Elétrica.

Embora os capítulos dos livros estejam dispostos com titulações diferentes, ambos são muito

semelhantes em relação ao conteúdo apresentado. Alan inicia a sua obra com uma informação acerca

de sinais e sistemas discretos no tempo, seguindo com a apresentação de diversas ferramentas

matemáticas utilizadas no contexto de processamento de sinais, como a Transformada Z, a

Transformada Discreta de Fourier e a Transformada de Hilbert. Lyons começa sua obra exatamente da

mesma maneira, entretanto, ao invés de adotar o rigoroso formalismo matemático encontrado no

livro de Alan, o autor prefere ensinar a teoria por trás de processamento de sinais por meio de

exemplos práticos. O conteúdo de seu livro é definido pela introdução da Transformada Discreta de

Fourier logo no início, seguido da aplicação desta em filtros digitais, e a obra é encerrada com a

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apresentação de técnicas avançadas de amostragem e truques para otimização de algoritmos

pertinentes à área.

Os dois livros são bons, todavia, a linguagem utilizada por Oppenheim, talvez pela sua forte

vertente acadêmica, é tão formal e complexa que acaba assustando o aluno que se depara com a

disciplina pela primeira vez, de modo a dificultar o aprendizado mesmo dos assuntos mais simples. Por

outro lado, o livro escrito por Lyons é mais pragmático, apresentando uma linguagem muito mais

simples, mais próxima do leitor iniciante na área. A didática apresentada por Lyons prepara o leitor

para entender os assuntos mais complexos, ensinando detalhadamente e dando exemplos práticos ao

abordar os assuntos mais simples, de modo a preparar o leitor para que este consiga digerir facilmente

os temas mais complexos.

Enfim, apesar de ser compreensível o uso de uma literatura de referência mais formal para

aplicar a didática dentro do ambiente acadêmico, é válida a reflexão sobre o quão importante este

formalismo é necessário no que diz respeito ao primeiro contato com uma disciplina, isto é, talvez uma

bibliografia de caráter pragmático e linguajar mais simples, quando utilizada para ensinar um assunto

complexo, seja menos impactante para o aluno, resultando em um melhor entendimento do assunto,

assim como um melhor aprendizado do conteúdo abordado e melhor aproveitamento da disciplina

como um todo.