resenha crítica sobre TDAH
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TDA - Transtorno do Déficit de Atenção TDAH- Transtorno do Déficit
de atenção com Hiperatividade
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH vem sendo
apontado como um dos maiores problemas que afetam a sala de aula, causando grande
preocupação aos profissionais da educação e os pais e cuidadores, os quais, muitas
vezes, não se encontram preparados para lidar com o problema e agem de forma
equivocada. Neste sentido esta redação vindo de forma simplificada mais com objetivo
de compreender a problemática do TDA/H, e suas possíveis implicações tanto
cotidianas quanto seus impactos ao ambiente familiar e uma breve tópico sobre o
tratamento.
Para efeitos de diferenciação pelos dois termos mencionados TDA- Transtorno
de Déficit de Atenção- TDAH Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade pode
vir ou não acompanhado de Hiperatividade e nem sempre se dão juntos na mesma
criança.
Segundo a definição ABDA (Associação Brasileira do Déficit de Atenção) o
Transtorno de Déficit de atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno
neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente
acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de
desatenção, inquietude e impulsividade. Trata-se de uma perturbação neurobiológica
inata transmitida em grande parte geneticamente que afeta de forma variada e
persistente a vida dos que a apresentam (SCANDAR, 2009). É um dos transtornos com
maior incidência na infância e adolescência e caracteriza-se por uma tríade de sintomas
principais: desatenção, hiperatividade e impulsividade (ROHDE; HALPERN, 2004). É
de origem genética, causado pela pouca produção dos neurotransmissores (adrenalina e
noradrenalina) responsáveis pela atenção, pelo comportamento motor e a motivação
(SILVA, 2004).
Conforme a definição exposta de vários autores ambos partem do mesmo
pensamento de origem genética e os sintomas acoplados, mas há contrariedade ainda
sobre sua origem. O TDA/H é um dos transtornos psiquiátricos mais bem estudados no
mundo, entretanto existe um questionamento contínuo sobre a sua origem e até o
momento não há um consenso científico sobre as suas reais causas, ou seja, quanto a ele
ser inato (genético) ou adquirido (ambiental).
Os fatores genéticos
Parecem ter um papel bastante relevante na origem do TDAH. As pesquisas são
concordantes e mostram que a prevalência de TDAH é bem maior em filhos e familiares
de pessoas com TDAH em relação a pessoas sem o problema e que a herdabilidade
média do TDAH é estimada em 76%.
Anormalidades cerebrais
Muitos estudos de imagem feitos no cérebro mostraram evidências de disfunção
em pessoas com TDAH (no córtex pré-frontal, núcleos da base, cerebelo e outras).
Alguns pesquisadores como Russel Barkley da Universidade de Massachutts, acreditam
se caracteriza por um problema em determinadas áreas do cérebro responsáveis em
comandar uma espécie de “freio de inibição.” (Rohde, p,54,1999). A disfunção seria
numa área cerebral conhecida como região orbital frontal. Segundo Rohde (1999), a
maioria das pesquisas demostram que substâncias encontradas no cérebro chamada de
neurotransmissores “que passam a informação” estão deficitários nesta área
Fatores ambientais
Baixo peso ao nascer (menos de 1.500 g) confere um risco 2 a 3 vezes maior
para TDAH, embora a maioria das crianças que nascem com baixo peso não desenvolva
o transtorno.
Embora o TDAH esteja correlacionado com tabagismo na gestação, parte dessa
associação reflete um risco genético comum.
Em suma, a maioria dos estudiosos concorda com a origem multifatorial do
TDAH, com seus componentes genéticos e ambientais, em que provavelmente vários
genes anômalos de pequeno efeito em combinação com um ambiente hostil,
formatariam um cérebro alterado em sua estrutura química e anatômica.
Sintomas e características
O diagnóstico em crianças pequenas é muito minucioso, porém há como
observar algumas características presentes com mais frequências em pessoas com o
transtorno.
As características mais comuns do TDA/H:
Desatenção
Desorganização
Falar compulsivamente
Estar sempre mexendo os pés e as mãos
Erros por descuido
Dificuldade em sustentar o esforço em atividades mais exigentes e percepção da
passagem de tempo.
A observação desses sintomas podem ser observados em casa e posteriormente
na escola. O diagnóstico é puramente clinico podendo ser definido por profissionais da
saúde mental. O DSM-5 tem alguns critérios que definem o diagnóstico de uma criança
ou adulto com TDAH. Em primeiro lugar, é necessário que a pessoa apresente um
padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfira no
funcionamento e no desenvolvimento. Para tanto, ela precisa apresentar sintomas destes
dois aspectos.
Implicações Cotidianas
Desvia facilmente a atenção do que está fazendo e comete erros por prestar pouca
atenção a detalhes. Muitas vezes distrai-se com seus próprios devaneios ou então um
simples estímulo externo tira a pessoa do que está fazendo.
Dificuldade de concentração em palestras, aulas, leitura de livros... (dificilmente
termina um livro, a não ser que o interesse muito).
Às vezes parece não ouvir quando o chamam (muitas vezes é interpretado como egoísta,
desinteressado...)
Durante uma conversa pode distrair-se e prestar atenção em outras coisas,
principalmente quando está em grupos. Às vezes capta apenas partes do assunto ou
enquanto "ouve" já está pensando em outra coisa e interrompe a fala do outro.
Relutância em iniciar tarefas que exijam longo esforço mental.
Dificuldade em seguir instruções, em iniciar, completar e só então, mudar de tarefa
(muitas vezes é visto como irresponsável).
Dificuldade em organizar-se com objetos (mesa, gavetas, arquivos, papéis...) e com o
planejamento do tempo (costuma achar que é 10 e que o dia tem 48h).
Problemas de memória a curto prazo: perde ou esquece objetos, nomes, prazos, datas...
Durante uma fala, pode ocorrer um "branco" e a pessoa esquecer o que ia dizer.
Evolução e impacto do TDA/H
Como o TDAH é um problema crônico, pode ter um impacto significativo ao
longo da vida, atingindo o desempenho acadêmico e as relações sociais e familiares.
Diversos estudos têm sido realizados sobre a evolução do transtorno ao longo da vida.
Durante algum tempo, acreditou-se que os sintomas desapareciam com a idade.
Entretanto, existem evidências indicando que 30 a 60% dos indivíduos continuam a
apresentar sintomas significativos na vida adulta (Mattos 2001). Assim, é importante
considerar não apenas o impacto do transtorno na vida acadêmica, mas sobre o
funcionamento e bem estar ao longo da vida para a criança, adolescente ou adulto com
TDAH e sua família.
Algumas crianças parecem apresentar um temperamento “difícil” desde o início.
Sua identificação como “diferente” dos colegas da mesma faixa etária ocorre
habitualmente a partir dos três ou quatro anos de idade, embora vários anos possam se
passar até que esta seja levada para uma avaliação profissional (Barkley, 1998).
Estudos indicam alto nível de estresse para os pais no acompanhamento de
crianças na faixa dos três aos seis anos de idade. Parece diminuir posteriormente, mas é
sempre maior quando comparado ao de pais de crianças controle. Além disso, o estresse
daqueles pais é ainda maior quando existe presença de comorbidade com transtorno
desafiador de oposição (Barkley, 1998).
O TDAH pode dificultar os relacionamentos afetivos e sociais, e a impulsividade
gerar rejeições entre colegas de escola e professores. Para Harpin (2005), características
negativas podem estar associadas aos diferentes estágios de desenvolvimento. São
acumuladas, podendo levar a sérios comprometimentos futuros: baixa auto-estima até os
sete anos, problemas de comportamento, atraso na aquisição do repertório acadêmico e
déficit em habilidades sociais até os 11 anos. Dos 13 anos até a idade adulta,
comportamento desafiador e opositivo, comportamento criminoso, expulsão da escola,
abuso de substâncias, baixa motivação e dificuldades de aprendizagem.
É importante ressaltar que estas crianças são frequentes punidas, fato que
acarreta agressividade e frustração, comprometendo ainda mais seu comportamento. Os
pais e/ou cuidadores, por sua vez, sentem-se desgastados pela necessidade de monitorar
frequentemente a criança ou adolescente com TDAH; fator que pode acarretar
discussões familiares, acusações, agressões e ressentimentos (Mattos, 2001).
Tratamento
O tratamento precoce do é o “ponto-chave” para que a vida daqueles que têm o
transtorno seja mais saudável, produtiva e com mais qualidade. Por isso é
imprescindível que os sintomas sejam logo identificados e tratados corretamente. O
tratamento requer uma abordagem global e interdisciplinar, que inclui intervenções
farmacológicas e psicossociais. Diretrizes para o manejo do problema, amplamente
citadas na literatura, foram estabelecidas pela Academia Americana de Pediatria (2001).
O TDA/H é um transtorno que invade a vida da criança, impondo-lhe características e
atitudes que se sobrepõe a seu próprio querer, é interessante pensar que é causador de
sofrimento para criança e familiares, a impulsividade, desatenção e agitação motora não
prejudicam só o aprendizado, mas todas as relações estabelecidas por ela. Mesmo
sendo controvérsia a sua origem mais já havendo muitas indicações para dado item,
sabe-se porém que o sucesso do tratamento tem sido o uso da medicação correta e a
mudança no comportamento de quem é próximo à criança, podendo ser este o grande
achado da ciência. Avaliamos ser de suma importância os estudos sobre TDAH e a
divulgação dos mesmos nos ambientes escolares, pois quanto mais conhecimentos
obtivermos sobre este assunto, muito mais poderemos contribuir para amenizar o
sofrimento e o fracasso de nossas crianças.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO DÉFICIT DE ATENÇÃO. Sobre TDAH.
Disponível em: http://www.tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-o-tdah.html.Acesso em: 08
Outubro 2015 23:38:00
American Academy of Pediatrics (2003). Report of the Task Force on the Family.
Pediatric, 111(6), 1541-1571
Barkley, R. A. (1998). Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder. Em E. J. Mash & R. A.
Barkley (Orgs.), Treatment of childhood disorders. (vol. 2, pp. 55-110) New York:
Guilford
Harpin, V. A. (2005). The effect of TDAH on the life of an individual, their family, and
community from preschool to adult life. Arch Dis Child, 90, (Suppl I), i2-i7.
Mattos, P. (2001). No mundo da lua: Perguntas e respostas sobre transtorno do déficit
de atenção com hiperatividade em crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Lemos
Editorial
MINHA VIDA. TDAH. Disponível http://www.minhavida.com.br/saude/temas/tdah.
Acesso em: 08 de Outubro 2015.
ROHDE, L. A.; HALPERN, R. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade:
atualização. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 80, n.2, p.61-70, Abr. 2004.
ROHDE ,Luis Augusto P. E Benczik, Edyleine B. P. Transtorno de déficit de
Atenção/Himperatividade. O que é ?. Como Ajudar?. Porto Alegre: Artmed,1999.
SCANDAR, R. O. Inquieto, distraído, diferente? Orientação e aconselhamento para pais
e professores de crianças com déficit de atenção e hiperatividade. EDIBA, 2009.
SILVA, A. B. B. Mentes Inquietas: entendendo melhor o mundo das pessoas distraídas, impulsivas e hiperativas. Rio de Janeiro: Napades, 2003.