resenha crítica sobre TDAH

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TDA - Transtorno do Déficit de Atenção TDAH- Transtorno do Déficit de atenção com Hiperatividade O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH vem sendo apontado como um dos maiores problemas que afetam a sala de aula, causando grande preocupação aos profissionais da educação e os pais e cuidadores, os quais, muitas vezes, não se encontram preparados para lidar com o problema e agem de forma equivocada. Neste sentido esta redação vindo de forma simplificada mais com objetivo de compreender a problemática do TDA/H, e suas possíveis implicações tanto cotidianas quanto seus impactos ao ambiente familiar e uma breve tópico sobre o tratamento. Para efeitos de diferenciação pelos dois termos mencionados TDA- Transtorno de Déficit de Atenção- TDAH Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade pode vir ou não acompanhado de Hiperatividade e nem sempre se dão juntos na mesma criança. Segundo a definição ABDA (Associação Brasileira do Déficit de Atenção) o Transtorno de Déficit de atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Trata-se de uma perturbação neurobiológica inata transmitida em grande parte geneticamente que afeta de forma variada e persistente a vida dos que a apresentam

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Breve descrição do TDAH

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TDA - Transtorno do Déficit de Atenção TDAH- Transtorno do Déficit

de atenção com Hiperatividade

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH vem sendo

apontado como um dos maiores problemas que afetam a sala de aula, causando grande

preocupação aos profissionais da educação e os pais e cuidadores, os quais, muitas

vezes, não se encontram preparados para lidar com o problema e agem de forma

equivocada. Neste sentido esta redação vindo de forma simplificada mais com objetivo

de compreender a problemática do TDA/H, e suas possíveis implicações tanto

cotidianas quanto seus impactos ao ambiente familiar e uma breve tópico sobre o

tratamento.

Para efeitos de diferenciação pelos dois termos mencionados TDA- Transtorno

de Déficit de Atenção- TDAH Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade pode

vir ou não acompanhado de Hiperatividade e nem sempre se dão juntos na mesma

criança.

Segundo a definição ABDA (Associação Brasileira do Déficit de Atenção) o

Transtorno de Déficit de atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno

neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente

acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de

desatenção, inquietude e impulsividade. Trata-se de uma perturbação neurobiológica

inata transmitida em grande parte geneticamente que afeta de forma variada e

persistente a vida dos que a apresentam (SCANDAR, 2009). É um dos transtornos com

maior incidência na infância e adolescência e caracteriza-se por uma tríade de sintomas

principais: desatenção, hiperatividade e impulsividade (ROHDE; HALPERN, 2004). É

de origem genética, causado pela pouca produção dos neurotransmissores (adrenalina e

noradrenalina) responsáveis pela atenção, pelo comportamento motor e a motivação

(SILVA, 2004).

Conforme a definição exposta de vários autores ambos partem do mesmo

pensamento de origem genética e os sintomas acoplados, mas há contrariedade ainda

sobre sua origem. O TDA/H é um dos transtornos psiquiátricos mais bem estudados no

mundo, entretanto existe um questionamento contínuo sobre a sua origem e até o

momento não há um consenso científico sobre as suas reais causas, ou seja, quanto a ele

ser inato (genético) ou adquirido (ambiental).

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Os fatores genéticos

Parecem ter um papel bastante relevante na origem do TDAH. As pesquisas são

concordantes e mostram que a prevalência de TDAH é bem maior em filhos e familiares

de pessoas com TDAH em relação a pessoas sem o problema e que a herdabilidade

média do TDAH é estimada em 76%.

Anormalidades cerebrais

Muitos estudos de imagem feitos no cérebro mostraram evidências de disfunção

em pessoas com TDAH (no córtex pré-frontal, núcleos da base, cerebelo e outras).

Alguns pesquisadores como Russel Barkley da Universidade de Massachutts, acreditam

se caracteriza por um problema em determinadas áreas do cérebro responsáveis em

comandar uma espécie de “freio de inibição.” (Rohde, p,54,1999). A disfunção seria

numa área cerebral conhecida como região orbital frontal. Segundo Rohde (1999), a

maioria das pesquisas demostram que substâncias encontradas no cérebro chamada de

neurotransmissores “que passam a informação” estão deficitários nesta área

Fatores ambientais

Baixo peso ao nascer (menos de 1.500 g) confere um risco 2 a 3 vezes maior

para TDAH, embora a maioria das crianças que nascem com baixo peso não desenvolva

o transtorno.

Embora o TDAH esteja correlacionado com tabagismo na gestação, parte dessa

associação reflete um risco genético comum.

Em suma, a maioria dos estudiosos concorda com a origem multifatorial do

TDAH, com seus componentes genéticos e ambientais, em que provavelmente vários

genes anômalos de pequeno efeito em combinação com um ambiente hostil,

formatariam um cérebro alterado em sua estrutura química e anatômica.

Sintomas e características

O diagnóstico em crianças pequenas é muito minucioso, porém há como

observar algumas características presentes com mais frequências em pessoas com o

transtorno.

As características mais comuns do TDA/H:

Desatenção

Desorganização

Falar compulsivamente

Estar sempre mexendo os pés e as mãos

Erros por descuido

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Dificuldade em sustentar o esforço em atividades mais exigentes e percepção da

passagem de tempo.

A observação desses sintomas podem ser observados em casa e posteriormente

na escola. O diagnóstico é puramente clinico podendo ser definido por profissionais da

saúde mental. O DSM-5 tem alguns critérios que definem o diagnóstico de uma criança

ou adulto com TDAH. Em primeiro lugar, é necessário que a pessoa apresente um

padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfira no

funcionamento e no desenvolvimento. Para tanto, ela precisa apresentar sintomas destes

dois aspectos.

Implicações Cotidianas

Desvia facilmente a atenção do que está fazendo e comete erros por prestar pouca

atenção a detalhes. Muitas vezes distrai-se com seus próprios devaneios ou então um

simples estímulo externo tira a pessoa do que está fazendo.

Dificuldade de concentração em palestras, aulas, leitura de livros... (dificilmente

termina um livro, a não ser que o interesse muito).

Às vezes parece não ouvir quando o chamam (muitas vezes é interpretado como egoísta,

desinteressado...)

Durante uma conversa pode distrair-se e prestar atenção em outras coisas,

principalmente quando está em grupos. Às vezes capta apenas partes do assunto ou

enquanto "ouve" já está pensando em outra coisa e interrompe a fala do outro.

Relutância em iniciar tarefas que exijam longo esforço mental.

Dificuldade em seguir instruções, em iniciar, completar e só então, mudar de tarefa

(muitas vezes é visto como irresponsável).

Dificuldade em organizar-se com objetos (mesa, gavetas, arquivos, papéis...) e com o

planejamento do tempo (costuma achar que é 10 e que o dia tem 48h).

Problemas de memória a curto prazo: perde ou esquece objetos, nomes, prazos, datas...

Durante uma fala, pode ocorrer um "branco" e a pessoa esquecer o que ia dizer.

Evolução e impacto do TDA/H

Como o TDAH é um problema crônico, pode ter um impacto significativo ao

longo da vida, atingindo o desempenho acadêmico e as relações sociais e familiares.

Diversos estudos têm sido realizados sobre a evolução do transtorno ao longo da vida.

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Durante algum tempo, acreditou-se que os sintomas desapareciam com a idade.

Entretanto, existem evidências indicando que 30 a 60% dos indivíduos continuam a

apresentar sintomas significativos na vida adulta (Mattos 2001). Assim, é importante

considerar não apenas o impacto do transtorno na vida acadêmica, mas sobre o

funcionamento e bem estar ao longo da vida para a criança, adolescente ou adulto com

TDAH e sua família.

Algumas crianças parecem apresentar um temperamento “difícil” desde o início.

Sua identificação como “diferente” dos colegas da mesma faixa etária ocorre

habitualmente a partir dos três ou quatro anos de idade, embora vários anos possam se

passar até que esta seja levada para uma avaliação profissional (Barkley, 1998).

Estudos indicam alto nível de estresse para os pais no acompanhamento de

crianças na faixa dos três aos seis anos de idade. Parece diminuir posteriormente, mas é

sempre maior quando comparado ao de pais de crianças controle. Além disso, o estresse

daqueles pais é ainda maior quando existe presença de comorbidade com transtorno

desafiador de oposição (Barkley, 1998).

O TDAH pode dificultar os relacionamentos afetivos e sociais, e a impulsividade

gerar rejeições entre colegas de escola e professores. Para Harpin (2005), características

negativas podem estar associadas aos diferentes estágios de desenvolvimento. São

acumuladas, podendo levar a sérios comprometimentos futuros: baixa auto-estima até os

sete anos, problemas de comportamento, atraso na aquisição do repertório acadêmico e

déficit em habilidades sociais até os 11 anos. Dos 13 anos até a idade adulta,

comportamento desafiador e opositivo, comportamento criminoso, expulsão da escola,

abuso de substâncias, baixa motivação e dificuldades de aprendizagem.

É importante ressaltar que estas crianças são frequentes punidas, fato que

acarreta agressividade e frustração, comprometendo ainda mais seu comportamento. Os

pais e/ou cuidadores, por sua vez, sentem-se desgastados pela necessidade de monitorar

frequentemente a criança ou adolescente com TDAH; fator que pode acarretar

discussões familiares, acusações, agressões e ressentimentos (Mattos, 2001).

Tratamento

O tratamento precoce do é o “ponto-chave” para que a vida daqueles que têm o

transtorno seja mais saudável, produtiva e com mais qualidade. Por isso é

imprescindível que os sintomas sejam logo identificados e tratados corretamente. O

tratamento requer uma abordagem global e interdisciplinar, que inclui intervenções

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farmacológicas e psicossociais. Diretrizes para o manejo do problema, amplamente

citadas na literatura, foram estabelecidas pela Academia Americana de Pediatria (2001).

O TDA/H é um transtorno que invade a vida da criança, impondo-lhe características e

atitudes que se sobrepõe a seu próprio querer, é interessante pensar que é causador de

sofrimento para criança e familiares, a impulsividade, desatenção e agitação motora não

prejudicam só o aprendizado, mas todas as relações estabelecidas por ela. Mesmo

sendo controvérsia a sua origem mais já havendo muitas indicações para dado item,

sabe-se porém que o sucesso do tratamento tem sido o uso da medicação correta e a

mudança no comportamento de quem é próximo à criança, podendo ser este o grande

achado da ciência. Avaliamos ser de suma importância os estudos sobre TDAH e a

divulgação dos mesmos nos ambientes escolares, pois quanto mais conhecimentos

obtivermos sobre este assunto, muito mais poderemos contribuir para amenizar o

sofrimento e o fracasso de nossas crianças.

Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO DÉFICIT DE ATENÇÃO. Sobre TDAH.

Disponível em: http://www.tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-o-tdah.html.Acesso em: 08

Outubro 2015 23:38:00

American Academy of Pediatrics (2003). Report of the Task Force on the Family.

Pediatric, 111(6), 1541-1571

Barkley, R. A. (1998). Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder. Em E. J. Mash & R. A.

Barkley (Orgs.), Treatment of childhood disorders. (vol. 2, pp. 55-110) New York:

Guilford

Harpin, V. A. (2005). The effect of TDAH on the life of an individual, their family, and

community from preschool to adult life. Arch Dis Child, 90, (Suppl I), i2-i7.

Mattos, P. (2001). No mundo da lua: Perguntas e respostas sobre transtorno do déficit

de atenção com hiperatividade em crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Lemos

Editorial

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MINHA VIDA. TDAH. Disponível http://www.minhavida.com.br/saude/temas/tdah.

Acesso em: 08 de Outubro 2015.

ROHDE, L. A.; HALPERN, R. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade:

atualização. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 80, n.2, p.61-70, Abr. 2004.

ROHDE ,Luis Augusto P. E Benczik, Edyleine B. P. Transtorno de déficit de

Atenção/Himperatividade. O que é ?. Como Ajudar?. Porto Alegre: Artmed,1999.

SCANDAR, R. O. Inquieto, distraído, diferente? Orientação e aconselhamento para pais

e professores de crianças com déficit de atenção e hiperatividade. EDIBA, 2009.

SILVA, A. B. B. Mentes Inquietas: entendendo melhor o mundo das pessoas distraídas, impulsivas e hiperativas. Rio de Janeiro: Napades, 2003.