7/21/2019 Resenha da obra - O Que é Cinema - Jean-Claude Bernardet

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BERNARDET, Jean-Claude. O que é cinema. Brasiliense. São Paulo: 2006)

INTRODUÇÃO

Tudo is!o "ons!i!ui u# "o#$le%o ri!ual a &ue "'a#a#os de "ine#a e &ue

en(ol(e #il e u# ele#en!os dieren!es, a "o#e*ar $elo seu +os!o $ara es!e!i$o de es$e!"ulo, a $uli"idade, $essoas e r#as es!ran+eiras e na"ionais&ue a/e# e in(es!e# din'eiro e# l#es, r#as dis!riuidoras &ueen"a#in'a# os l#es $ara os donos das salas e, nal#en!e, es!es, ose%iidores &ue os $roe!a# $ara os es$e"!adores &ue $a+ara# $ara sen!arnu#a $ol!rona e "ar ol'ando as i#a+ens na !ela. En(ol(e !a#1# a"ensura, $ro"essos de ada$!a*ão do l#e aos es$e"!adores &ue não ala# aln+ua ori+inal. 3as e# +eral não $ensa#os nes!a "o#$le%a #&uinain!erna"ional da ind4s!ria, do "o#1r"io e "on!role "ine#a!o+r"os5 $arans, "ine#a 1 a$enas essa es!ria &ue (i#os na !ela, de &ue +os!a#os ou

não, "uas ri+as ou lan"es a#orosos nos e#o"ionara# ou não.78BERNARDET, 2006, $.9)

Para ns, "ine#a 1 isso. 3as $er+un!a#o-nos: &ue #&uina 1 essa &ue nosle(ou a +os!ar ou não de de!er#inada es!ria Cine#a se#$re oi assi#Cine#a s $ode ser assi# ou $oderia ser dieren!e7 8BERNARDET, 2006,$.9)

REALIDADE E DOMINAÇÃO

Arte do real

Co#e*a "on!ando a 'is!ria de ;eor+e 31li<s &ue oi a!1 os ir#ãos =u#i<res&uerendo ad&uirir u# >"ine#a!+ra$'o? $ara $oder en!re!er o $4li"o, #aseles o deses!i#ulara# di/endo &ue a #&uina era $ara ns "ien!"os e de"a!alo+a*ão, e# re(e a $o$ula*ão iria $erder o en!usias#o "o# oes$e!"ulo.

@# $ou"o "o#o nu# son'o: o &ue a +en!e ( e a/ nu# son'o não 1 real,#as isso s sae#os de$ois, &uando a"orda#os. En&uan!o dura o son'o,$ensa#os &ue 1 (erdade. Essa ilusão de (erdade, &ue se "'a#a impressão

de realidade, oi $ro(a(el#en!e a ase do +rande su"esso do "ine#a.78BERNARDET, 2006, $.2)

8...) a i#a+e# "ine#a!o+r"a $er#i!e-nos assis!ir a essas an!asias "o#ose osse# (erdadeiras5 ela "onere realidade a essas an!asias.78BERNARDET, 2006, $.)

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-=an!erna 3+ina esu!a ir"'ner

-Colo"a &ue a ur+uesia es!a(a se desen(ol(endo, i#$lan!ando (rias!e"nolo+ias. En!ão, $re"isa(a de u#a ar!e dela, di/ &ue a ar!e &ue ela "ria 1o "ine#a.

A"redi!a(a# &ue A #e"Fni"a eli#ina a in!er(en*ão, se# deor#a*Ges, o"ine#a "olo"a na !ela $eda*os de realidade, "olo"a na !ela a $r$riarealidade.7 8BERNARDET, 2006, $.6)

-Ta#1# a"redi!a(a# &ue o "ine#a re$resen!a(a a (isão do 'o#e# $or#os!rar as "oisas e# $ers$e"!i(a e $roundidade assi# "o#o nossos ol'os.

Arte do real?

-H u#a or#a de re$resen!a*ão.

-3as $or &ue !en!ar #os!rar &ue ele 1 a !rans#issão da realidade e $on!oEli#inando a $essoa &ue ala, ou a/ "ine#a, ou #el'or, eli#inando a"lasse so"ial ou a $ar!e dessa "lasse so"ial &ue $rodu/ essa ala ou esse"ine#a, eli#ina-se !a#1# a $ossiilidade de di/er &ue essa ala ou esse"ine#a re$resen!a u# $on!o de (is!a. Ao di/er &ue o "ine#a e%$ressa arealidade, o +ru$o so"ial &ue en"a#$ou o "ine#a "olo"a-se "o#o &ue en!re$arn!eses, e não $ode ser &ues!ionado.7 8BERNARDET, 2006, $.20)

I "ine#a, "o#o !oda rea "ul!ural, 1 u# "a#$o de lu!a, e a 'is!ria do

"ine#a 1 !a#1# o esor*o "ons!an!e $ara denun"iar es!e o"ul!a#en!o ea/er a$are"er &ue# ala.7 8BERNARDET, 2006, $.20)

8...) o "ine#a le(ou !e#$o $ara en"on!rar a sua lo"ali/a*ão na so"iedade,suas or#as de $rodu*ão, sua ou suas lin+ua+ens.7 8BERNARDET, 2006,$.2)

Multiplica!o

-ala da a"ilidade de re$rodu*ão dos l#es, $or!an!o, seu a#$lo al"an"e.ala dos #ono$lios da $rodu*ão de "er!os $ases e# rela*ão a ou!ros.

Mercadoria

H !a#1# a a $ar!ir da re$rodu*ão de "$ias &ue se $assou a denir o"ine#a "o#o #er"adoria.

H u#a #er"adoria as!ra!a &ue se asse#el'a não ao &uadro ou ao li(ro, asa u#a #er"adoria !i$o !rans$or!es $4li"os, Kuando se "o#$ra u#a

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$assa+e#, não se ad&uire u# Lnius ou u# a(ião, #as si# o direi!o deo"u$ar u# lu+ar $ara o ou!ro.7 8BERNARDET, 2006, 29)

Pode#os di/er &ue essa deni*ão ou "ara"!eris!i"a &ue BERNARDET "olo"a&uando ao "ine#a a#$liou-se, na "ier"ul!ura. As "$ias es!ão $resen!es,

#as, não a$enas nas #ãos das dis!riuidoras, e si# nas #ãos das $essoas&ue !e# a"esso ao "ieres$a*o.

A LUTA "ELA LIN#UA#EM

Na$cimento de uma lin%ua%em

Mi#os &ue al+u#as das "ara"!ers!i"as &ue $er#i!ira# a/er do "ine#au#a or*a de do#ina*ão ideol+i"a e "o#er"ial a i#$ressão de realidade,e a re$rodu*ão das "$ias. 3as, "o#o se a$resen!a essa #er"adoria78BERNARDET, 2006, $.0)

-Sore os $ri#rdios do "ine#a, &uando não se a/ia "*ão, não se "on!a(aes!rias, a$enas re+is!ra(a-se a na!ure/a. 3as, en!ão ini"ia-se !al $ro"esso"on!udo a "F#era era %a. I"u$a(a a $ol!rona do es$e"!ador e a ren!e as"enas era# a$resen!adas.

A lin+ua+e# desen(ol(eu-se, $or!an!o, $ara !ornar o "ine#a a$!o a "on!ares!rias5 ou!ras o$*Ges !eria# sido $oss(eis, &ue o "ine#a desen(ol(esseu#a lin+ua+e# "ien!"a ou ensas!i"a, #as oi a lin+ua+e# da "*ão &ue$redo#inou.7 8BERNARDET, 2006, $.)

-3oilidade das "F#eras audou nessa "ons!ru*ão de lin+ua+e#.

-D..;riO!' oi "onsiderado u# dos $ri#eiros &ue inau+urou esse #odo dealar do "ine#a.

-Produ!ores $ensa(a#, $ara &ue #os!rar a$enas o ros!o do a!or se es!ou$a+ando o $re*o do "or$o !odo, en!ão (a#os #os!rar ele !odo.

Outra$ lin%ua%en$ & O$ $o'iético$

8...)#on!a+e# não 1 re"ons!ru*ão do real i#edia!o, #as "ons!ru*ão de u#ano(a realidade. @#a realidade $ro$ria#en!e "ine#a!o+r"a.7 8BERNARDET,2006, $.Q)

A Internacional do (inema

-e%is!n"ia de u#a lu!a "on!ra o "ine#a do#inan!e

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Es!e as$e"!o da 'is!ria do "ine#a ainda oi $ou"o $es&uisado, $ois, $ara a#aioria dos 'is!oriadores, 'is!ria do "ine#a !e# sido 'is!ria do "ine#ado#inan!e.7 8BERNARDET, 2006, $.60)

UMA MER(ADORIA E UMA DRAMATUR#IA

Uma mercadoria dominante

An!es de se !ornar oe!o de rui*ão 8o es$e"!ador (endo o l#e), o l#e!e# &ue $er"orrer !odo o !rae!o "o#o #er"adoria &ue de(er !er"ara"!ers!i"as &ue asse+ure# a s1rie de o$era*Ges ne"essrias a!1 a"o#$ra do in+resso &ue $ossiili!a o lu"ro.7 8BERNARDET, 2006, $.6-62)

-Con!ornar as dieren*as e# a(or da 'o#o+enei/a*ão $ara &ue dos Q anosaos Q0 anos !odos se in!eresse# e# a$os!ar e $a+ar o in+resso $ara a&uelel#e.

Di'i$!o do tra)al*o

A ra+#en!a*ão do !raal'o le(a ra+#en!a*ão da $er"e$*ão. Ne#se#$re !o#a#os "ons"in"ia disso, #as es!a#os, "o#o es$e"!ador,$er"eendo e (i(endo a nosso #odo essa ra+#en!a*ão.7 8BERNARDET,2006, $.6)

-ra+#en!a*ão da $rodu*ão "ine#a!o+r"a "o# a $rodu*ão e# s1rie.

-No(as ideias são di"eis de se asor(er no sis!e#a indus!rial 1 #ui!oarris"ado. 3as, #es#o assi# de$ois &ue elas se #os!ra# lu"ra!i(as sãosu+adas, a$ro$riadas e re(endidas.

Outro$ $i$tema$

+alor de troca

A "ons!i!ui*ão do "ine#a "o#o #er"adoria !e(e e !e# $rounda inun"iasore a dra#a!ur+ia "ine#a!o+r"a. Pois era ne"essrio &ue as or#asdra#!i"as asse+urasse# a su"essão das o$era*Ges "o#er"iais ne"essrias

$ara &ue o l#e $er"orresse seu !rae!o desde o $rodu!or a!1 a !ela do"ine#a dian!e do $4li"o.7 8BERNARDET, 2006, $.U)

-s!ar sVs!e#

Esse sis!e#a reali#en!a-se "ons!an!e#en!e: os $rodu!ores, ao re$e!ir asr#ulas de su"esso, "onsolida# os +os!os do $4li"o, e o $4li"o, ao +os!ar

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dos l#es, le(a os $rodu!ores a re$e!ir as r#ulas.7 8BERNARDET, 2006,$.U)

Ind,$tria do $on*o

Por in!er#1dio desses $ersona+ens, os es$e"!adores $oderão reali/ar-seilusoria#en!e duran!e u# #o#en!o.7 8BERNARDET, 2006, $.UQ)

-A"usa*ão de &ue o "ine#a 1 a$enas indus!ria dos son'os. H "er!a, #asinsu"ien!e. Anal, se eles des$er!a nas $essoas a (on!ade de assis!ir, !e#&ue !er in+redien!es &ue $ro$ulsione# os son'os. Anal, o l#e !ransor#a-se na re"e$*ão de or#as ini#a+inadas $elos seus ideali/adores.

ESSA H @3A A=A DE @3A APAWXINADA PE=I CWNE3A, $or ele &ue oi"onsiderado u# ins!ru#en!o alienan!e, u# ins!ru#en!o &ue re!ira(a a ureada ora de ar!e, u# ins!ru#en!o $ara "onsolida*ão da ur+uesiaas"enden!e. 3as, u# ins!ru#en!o &ue es!a es$e"!adora a$ro$riou-se a a/sua in!er$re!a*ão e re"ria*ão de si+ni"a*Ges.

O e-emplo da per$ona%em indi'idual e da per$ona%em coleti'a

8...) $ode-se !ran&uila#en!e ar#ar &ue o s!ar-sVs!e#, &ue e%i+ene"essaria#en!e $ersona+ens indi(iduais, i#$ediu &ue se desen(ol(esse#ou!ras or#as de dra#a!ur+ia.7 8BERNARDET, 2006, $.Q)

",)lico$ di'er$icado$

-Sur+i#en!o da TM: A TM !orna-se !a#1# u# no(o #er"ado &ue $odereno(ar a!1 o (alor "o#er"ial de l#es an!i+os: a in(asão da TM rasileira$elo l#e a#eri"ano d u#a ideia.7 8BERNARDET, 2006, $.QQ)

O/ (INEMA/ NO+O/

I in"io desse #o(i#en!o de reno(a*ão &ue se d no n(el da !e#!i"a, dalin+ua+e#, das $reo"u$a*Ges so"iais e das rela*Ges "o# o $4li"o $ode serda!ado de 9, &uando "o#e*a o Neo Realismo i!aliano.7 8BERNARDET,2006, $.9)

-A W!lia a"aa(a de sair do as"is#o.

-Nou(elle Ma+ue

0ra$il

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I Cine#a No(o "riou u#a si!ua*ão "ul!ural no(a: a$esar da re$er"ussão deRio Quarenta Graus  e #ais u# ou!ro l#e, o "ine#a rasileiro era!o!al#en!e des"onsiderado $elas eli!es "ul!urais5 s o $4li"o $o$ularrela"iona(a-se e# "o# u#a $ar!e da $rodu*ão, +eral#en!e "on'e"ida"o#o >"'an"a'da?.7 8BERNARDET, 2006, $.00-0)

Uma No'a lin%ua%em

@# e%e#$lo dessa "o#$le%i"a*ão, e não do ro#$i#en!o 1 o a!o de &ueessa e(olu*ão a dis"ussão de !ais &ues!Ges $er#ea(a os #eioses$e"iali/ados 1 o &ue ala BERNARDET sore o Cine#a No(o "o#o u#ano(a lin+ua+e#:

De #odo +era, esse "ine#a ar#a-se e# o$osi*ão ao "ine#a-ind4s!ria e aol#e de $rodu!or. I autor  "ine#a!o+r"o !ende a ser seu $r$rio $rodu!or.

H ele &ue $ensa o $roe!o, $ro"ura os #eios de reali/0lo, l#a ea"o#$an'a a ora e# !odas as e!a$as. I au!or não a/ u#a ora deen"o#enda, sua ora "orres$onde a u#a (on!ade de e%$ressão ou de"o#uni"a*ão.7 8BERNARDET, 2006, $.0)

Con!udo, a &ues!ão do au!or 1 !ransor#ada den!ro do "on!e%!o "ine#a na"ier"ul!ura. De(ido aos ndi"es de $ira!aria, e a de#o"ra!i/a*ão daserra#en!as, e o &ue o "a$i!alis#o nos ensinou a (ida !oda, !odos $ode# dea$ro$riar da ora e re!raal'-la. En!ão, a &ues!ão da au!oria dilu-se. CASIDI RIDRW;I SA=MATIRW. CASI DIS CWNEC=@BES DAK@W E PRID@YZI

CI=ETWMA.

Outra$ tend1ncia$

O que é cinema?

Co# "er!e/a, não 1 $oss(el res$onder !ão $re!ensiosa $er+un!a.78BERNARDET, 2006, $.U)

3as, $ode#os us"ar "o#$reender "o#o ele 1 (is!o $elas $essoas &ue$ar!i"i$a# do a/er "ine#a!o+r"o desde a $rodu*ão, "onsu#o,

!rans#issão. Não alo e# $rodu!ores e "onsu#idores, e si# e# a/er"ine#a!o+r"o &ue 1 o $ro"esso onde !odos são !e# u#a $ar!e nes!e a!o.Sea, re"riando as 'is!rias assis!idas, sea $rodu/indo de or#a "lssi"a,sea "onsu#indo.

• Bar!'1l1#V A#en+ual, C'a(es do Cine#a. Edi!oara Ci(ili/a*ãoBrasileira

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• Roer! S[lar, \is!ria So"ial do Cine#a A#eri"ano, Edi!ora Cul!ri%• Ws#ail Xa(ier, I Dis"urso Cine#a!o+ra"o, Edi!ora Pa/ e Terra5 e

a#$los $anora#as da 'is!ria do "ine#a rasileiro• Paulo E#ilio Salles ;o#es, Cine#a: !rae!rias no

Sudesen(ol(i#en!o, Edi!ora Pa/ e Terra.