RESISTÊNCIA POPULAR Pelo respeito à · E como isso funciona? O empresário determina ou você...

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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país INAUGURAÇÃO – NOVOS ESPAÇOS DO SINDICATO 2 DE AGOSTO, ÀS 19h Edição Diária 7257 | Salvador, de 21.07.2017 a 23.07.2017 Presidente Augusto Vasconcelos RESISTÊNCIA POPULAR No Banco do Brasil, chuva de reclamações Alta de imposto pesa no bolso do cidadão Página 2 Página 4 Ontem, os trabalhadores de todo o Brasil, inclusive de Salvador, foram às ruas pela saída do governo Temer, as Pelo respeito à soberania popular FOTOS: MANOEL PORTO reformas neoliberais que destroçam os direitos, e por Diretas Já, para resgatar a soberania do voto popular. Página 3 Sindicato participa de manifestação em defesa da democracia. O Brasil está mergulhado em uma profunda crise. Só as ruas podem reverter o quadro

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Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

INAUGURAÇÃO – NOVOS ESPAÇOS DO SINDICATO2 DE AGOSTO, ÀS 19h

Edição Diária 7257 | Salvador, de 21.07.2017 a 23.07.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

RESISTÊNCIA POPULAR

No Banco do Brasil, chuva de reclamações

Alta de imposto pesa no bolso do cidadão

Página 2 Página 4

Ontem, os trabalhadores de todo o Brasil, inclusive de Salvador, foram às ruas pela saída do governo Temer, as

Pelo respeito à soberania popular

fotos: Manoel porto

reformas neoliberais que destroçam os direitos, e por Diretas Já, para resgatar a soberania do voto popular. Página 3

Sindicato participa de manifestação em defesa da democracia. O Brasil está

mergulhado em uma profunda crise. Só as ruas podem reverter o quadro

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, de 21.07.2017 a 23.07.20172 BANCO DO BRASIL

Houve diminuição de quase 10 mil bancários. Atendimento precarizadorOSe [email protected]

joão ubaldo - arquivo

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Desmonte reflete alta nas queixas

informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, mercês, Centro, Salvador-Bahia. CeP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: rogaciano medeiros - reg. mTe 879 DrT-BA. Chefe de reportagem: rose lima - reg. mTe 4645 DrT-BA. repórteres: Ana Beatriz leal - reg. mTe 4590 DrT-BA e rafael Barreto - reg. SrTe-BA 4863. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Salete Maso. Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ELEIÇÃO PARA DELEGADO SINDICAL NA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

O Sindicato dos Bancários da Bahia, CNPJ/MF sob nº 15.245.095-0001-80, com ende-reço na avenida Sete de Setembro, 1001, Mercês, Salvador, Bahia, CEP 40060-000, por seu presidente abaixo assinado, faz saber que no período de 21 a 29 de agosto de 2017, das 9h às 18h, nas Unidades da Caixa Econômica Federal da base territorial desta entidade, rea-lizará eleição para o preenchimento dos cargos de Delegado Sindical, gestão 2017 a 2018. As inscrições ocorrerão no período de 24 de julho de 2017 até às 18h do dia 7 de agosto de 2017 através do e-mail [email protected]. A eleição será direta e secreta, sendo eleito o candidato que obtiver o maior número de votos. Em caso de empate, será realiza-da nova eleição em 48 (quarenta e oito) horas entre os 2 (dois) candidatos mais votados e, persistindo o empate, será eleito o candidato com maior tempo de associado à entidade.

Salvador, Bahia, 18 de julho de 2017.

Augusto Sérgio Vasconcelos de OliveiraPresidente

O BANCO do Brasil passa por um proces-so acelerado de desmonte com dispensa de funcionários e fechamento de agências. A redução de unidades chega a 563 e quase 10 mil bancários deixaram a empresa por meio do PEAI (Programa Extraordinário de Aposentadoria Incentivada).

A sobrecarga é grande. Em média, cada funcionário é responsável por 554 contas. O resultado é refletido nas reclamações.

TEMAS & DEBATES

A degola começouAdilson Araújo*

Com menos de uma semana da aprovação da reforma trabalhista, milhares de brasileiros e brasileiras se encontram no fio da navalha com a onda de lançamento de planos de demissão vo-luntária em diversos ramos de trabalho pelo país.

O que empresários chamam de primeiras ações do pacote da reforma trabalhista contra a crise é uma releitura do que aconteceu nos anos 1990, "demissões voluntárias". Um tipo de demissão velada que coloca na berlinda a classe trabalhadora. E como isso funciona?

O empresário determina ou você "adere" ao desligamento da empresa. E para camuflar ao trabalhador é oferecido um prêmio: peça pra sair e ganhe 1 salário adicional.

A façanha de Temer com a reforma traba-lhista indica que até o fim deste ano acumulare-mos 20 milhões de brasileiros desempregados. À Delfim Netto, o governo interpreta os números a seu favor. Os mais recentes dados sobre o merca-do de trabalho mostram que o desemprego pa-rou de aumentar. Boa notícia? Nem tanto.

Já que nesta conta o governo não coloca os números da precarização e a desistência da busca por trabalho. E isso pode ficar pior. O projeto de Temer pode tirar o país de um ce-nário de crise conjuntural e conduzi-lo a um cenário de crise estrutural.

Os dados do Cadastro Geral de Emprega-dos e Desempregados (Caged) são claros. Em junho, houve forte desaceleração na geração de emprego em relação a maio, quando a cria-ção de vagas com carteira assinada superou as demissões em 34.253 em postos.

A conta é simples. O Brasil encerrou o pri-meiro semestre deste ano com um saldo 67.358 vagas, uma expansão de 0,18% em relação a de-zembro de 2016. Apesar disso, entre junho de 2016 e junho de 2017 o saldo para o mercado de trabalho é negativo, com a demissão de 749.060 trabalhadores com carteira assinada.

Dos que defenderam a reforma com o dis-curso que seriam gerados mais empregos, já anunciaram pacotes de milhares de demis-sões: BRADESCO, PETROBRAS, ELETRO-NORTE e CORREIOS.

Somente em junho, o setor industrial em São Paulo podou 9,5 mil empregos. Outros setores como a construção civil (menos 8.963 postos); a indústria de transformação (-7.887); serviços (-7.273) e comércio (-2.747 vagas). Um recuo de 37.370 postos de trabalho.

Ou seja, o resultado comemorado pela ges-tão Temer e que encontra eco em análises fa-laciosas da imprensa nacional é pura inter-pretação cosmética da realidade difícil que se instala no Brasil, sobretudo após a aprovação da reforma trabalhista.

* Adilson Araújo é presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)

Texto com, no máximo, 1.900 caracteres

O número de queixas pulou de 12.246 no primeiro semestre de 2015 para 17.889 no mesmo período deste ano. Elevação de 46%, de acordo com o Dieese (Departa-mento Intersindical de Estatística e Estu-dos Socioeconômicos).

O desmonte compromete o atendimen-to e desgasta a imagem do BB perante a so-ciedade. Os problemas não param por aí. O processo de reestruturação tirou comissões e reduziu salários. Muitos bancários tiveram queda brusca no rendimento mensal.

Além de comprometer o atendimento, o sucateamento das empresas prejudica o cré-dito imobiliário para famílias de baixa ren-da e o financiamento da agricultura fami-liar, responsável pela produção de 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros.

Governo Temer investe

pesado no sucateamento das empresas

públicas brasileiras.

O mercado, que está de olho grande nas estatais,

agradece

o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, de 21.07.2017 a 23.07.2017 3RESISTÊNCIA POPULAR

Trabalhadores protestam contra o estado de exceçãoreDAçãO [email protected]

joão ubaldo

joão ubaldo

Nas ruas, em defesa da democracia

No Itaú, a pauta é saúdeOS fUNCIONáRIOS do Itaú cobraram melhorias nas ques-tões de saúde e no Programa de Retorno ao Trabalho/Readapta-ção, durante reunião do GT de Saúde, na quarta-feira.

O banco entregou um docu-mento em resposta às revindica-ções, que será analisado pela COE (Comissão Organizada dos Em-pregados) e pelos membros do GT.

Os bancários querem garan-tir a participação no Programa de Readaptação, contra a ne-

gligência na emissão das CATs (Comunicação de Acidente de Trabalho) e pela estratificação por tipo e CID dos documentos.

Sobre a entrega do prontuário médico e a exclusão de clínicas que fazem irregularidades na di-vulgação de informações e omis-são na entrega da ASO, o Itaú disse que, a partir de agora, será respon-sável por emitir os prontuários pe-los Correios para os bancários que solicitarem e que vai apurar as de-núncias sobre as clínicas.

Com a Fenaban, nada vai para frenteMESMO havendo concordância sobre os termos de uma das cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho, a reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban (Federação Na-cional dos Bancos) terminou sem avanço. Foram discutidos os itens 37, 62 e 65, que tratam do monitoramento de resultados, criação de centros de realocação e requalificação profissional e adiantamento emergencial de salários nos períodos transitórios

de afastamento por doença, respectivamente. Os bancos querem alterar a cláusula 37, que proíbe a divulga-

ção de resultados individuais, modificando o que está conven-cionado. Em relação à cláusula 65, com a extinção pelo INSS do pedido de reconsideração que poderia ser feito pelo trabalhador, os bancários querem que seja aceito o pedido de recurso, admi-nistrativo ou judicial, junto ao Instituto.

JOVENS, idosos, professores, bancários, profissionais libe-rais, jornalistas, artistas. Todos contra o governo Temer. A po-lítica neoliberal do presidente ilegítimo e a equipe econômica apenas pune o brasileiro. Direi-tos são tirados sem debate com a sociedade, as empresas públi-cas desmontadas para a venda, impostos elevados, salários re-duzidos, e o desemprego baten-do em níveis recordes.

“Diante da gravíssima crise econômica, com 14 milhões de desempregados, as saídas apre-sentadas pelo governo aprofun-

dam a recessão. E o Judiciário adota uma postura, junto com o Parlamento, de praticamente acabar com a democracia”, des-taca o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augus-to Vasconcelos.

A saída para evitar os retro-cessos é as ruas. O respeito ao estado democrático de direito também é fundamental. Diante disso, e por um justo julgamen-to de Lula na Operação Lava Jato, milhares de pessoas toma-ram as ruas de diversas cidades do país, ontem. Salvador parti-cipou das manifestações.

Para o presidente da CTB--Bahia, Pascoal Carneiro, atesta, “o que vemos hoje é a tentativa de consolidação do golpe dado em 2016. Temos de mobilizar a população para impedir o avanço das forças conservadoras”.

SBBA se reúne com funcionários demitidos da DesenbahiaNA MANhà de ontem, o Sindi-cato dos Bancários da Bahia se reuniu com os funcionários de-mitidos injustamente pela De-senbahia para traçar estratégias de enfrentamento à Agência de Fomento do Estado.

De forma arbitrária, a Desen-bahia desligou quase 60 trabalha-dores que entraram na empresa antes de 1988. Ou seja, uma vida toda dedicada à instituição.

Desde o anúncio da medi-da, o Sindicato realizou mani-festações, ingressou com ação

na Justiça, buscou o MPT (Mi-nistério Público do Trabalho) e procurou o secretário do De-senvolvimento Econômico da Bahia, Jaques Wagner, para so-licitar apoio do governo do Es-tado na questão. As iniciativas foram muitas.

Agora a entidade vai promo-ver nova ação para requerer a reintegração dos funcionários. Uma nova reunião foi marcada para o dia 27 de julho, às 11h30, no auditório do Sindicato, loca-lizado nas Mercês.

Sindicato e funcionários traçam estratégias de enfrentamento à Desenbahia

Presidente Michel Temer é rechaçado durante manifestação em Salvador

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, de 21.07.2017 a 23.07.20174

SAQUE

BRASIL

O governo Temer aumenta imposto para cobrir romboSAleTe [email protected]

Conta cai no colo do cidadão

IRA A decisão de Sérgio Moro, de incluir entre os bloqueios dos bens até a aposentadoria do ex-presidente Lula, comprova a obsessão de um juiz que passou mais de três anos em uma busca desesperada e não encontrou nem uma prova sequer para sustentar a condenação. É a ira de um magistrado que usa a Justiça para fins políticos. Puro despotismo.

LINGUARUDO O militante de direita Deltan Dallagnol, que usa descaradamente o cargo que ocupa no Ministério Público para fazer política, postou no Twiter: "Cunha dizia que as con-tas no exterior não estavam no nome dele. Lula diz que o triplex não está no nome dele. Temer diz que não há provas...". O jorna-lista Luís Nassif o respondeu à altura. "E o fundo onde você diz depositar os cachês de palestras não está em seu nome". Pois é, quem fala o que quer, ouve o que não quer.

PROVAS Enquanto Moro busca desesperadamente, sem encontrar, meios para amparar a condenação ilegal de Lula, o publicitário Marcos Valério garante ter provas para incriminar os parceiros com quem o juiz da Lava Jato costuma frequentar eventos sociais e posar para fotos. Em nova delação, ele afirmou que 2% de todo faturamento bruto dos contratos do Banco do Brasil no governo FHC eram repassados para o senador Aécio Neves (PSDB-MG), flagrado em abril passado cobrando propi-na do empresário Joesley Batista.

RELIGIOSAMENTE A influente Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que já havia manifestado apoio às duas greves gerais, resolveu entrar de vez na luta contra o projeto neoliberal. Em circular, a CNBB incentiva a convocação dos fiéis para atos de apoio à democracia, em defesa do ex-presidente Lula e contra as reformas trabalhista e previdenciária. Decisão de peso.

INJUSTIÇA "O judiciário, que muitas vezes tem se revelado um oásis da República, infelizmente, em algumas sentenças, deixa-se contagiar por interesses não republicanos, perdendo-se assim a necessária segurança jurídica". Diz trecho da circular da CNBB.

COMO se não bastasse todos os direitos surrupiados pelo governo Temer até agora, sem qualquer luz de esperança para o trabalhador brasileiro, a equi-pe econômica do presidente quer resolver todos os proble-mas metendo a mão no bolso da população.

Os tributos que incidem sobre os combustíveis terão aumento. O objetivo é cobrir o rombo nas receitas públicas e evitar déficit maior do que os R$ 139 bilhões esperados para 2017.

O governo prefere cumprir a meta fiscal e deixar os brasi-leiros pagarem o pato. Também estão previstas altas do PIS (Pro-grama de Integracao Social) e do Confins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social), tributos que atuam so-bre a gasolina e o diesel. As no-vas alíquotas entraram em vi-gor ontem, após publicação de

decreto na edição extra do Di-ário Oficial da União. Falta ain-da definir se a Cide, outro im-

posto, também sofrerá ajuste, já que terá de ser dividido com os municípios e estados.

Brasil está no topo da exploração sexual infantilEM PLENO Século XXI é um absurdo que o Brasil esteja en-tre um dos primeiros lugares no ranking internacional de casos de exploração sexual de crian-ças e adolescentes. O cenário demonstra a necessidade de políticas cada vez mais eficazes para inibição do quadro.

Segundo o balanço das de-núncias colhidas pelo Disque 100, o Brasil apresentou mais de 175 mil casos de exploração se-xual de crianças e adolescentes, entre 2012 e 2016.

A maioria (44%) envol-ve crianças de 0 a 11 anos. Jo-vens de 12 a 14 anos são 30,3%, enquanto os de 15 a 17 anos, 20,09%. Em geral, os agressores são homens (62,5%).

O Brasil possui lei que esti-pula pena obrigatória de per-da de bens e valores em razão de crimes de exploração sexu-al (Lei nº 13.440/201&) e condi-ções especiais para depoimento de crianças e adolescentes víti-mas ou testemunhas de violên-cia e abuso (Lei nº 13.431/2017).

Foram mais de 175 mil casos de exploração sexual infantil entre 2012 e 2016

Para fechar a conta, governo Temer sobe imposto sobre o combustível

fernando donasci - uol