RESOLUÇÃO POLÍTICA DA 1ª CONFERÊNCIA RD/PT/RN
-
Upload
marcos-aurelio-pt -
Category
Documents
-
view
213 -
download
1
description
Transcript of RESOLUÇÃO POLÍTICA DA 1ª CONFERÊNCIA RD/PT/RN
RESOLUÇÃO POLÍTICA DA 1ª CONFERÊNCIA ESTADUAL DO COLETIVO PETISTA REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA Pág. 1
RESOLUÇÃO POLÍTICA DA 1ª CONFERÊNCIA ESTADUAL DO COLETIVO PETISTA
REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA
O Coletivo Petista Revolução Democrática realizou,
entre 9 a 11 de maio de 2014, em Mossoró-RN, sua primeira
conferência estadual, reunindo 47 companheiras petistas das
cidades de Caicó, Itaú, Mossoró, Natal e Pau dos Ferros;
oportunidade em que refletimos sobre a conjuntura atual e
aprovamos a seguinte resolução, que deverá orientar nossa
militância à ação política no próximo período.
A crise global e as lutas dos oprimidos.
O capitalismo atravessa mais uma de suas crises, sendo que, esta, aflorada a partir da bolha de 1
especulação financeira/imobiliária nos Estados Unidos e da desestruturação de bancos e instituições 2
financeiras em países diversos, tem-se demonstrado de amplo alcance,gerando reflexos nas lutas políticas 3
em diversas partes do mundo. 4
Recentemente, o economista francês Thomas Piketty, fez um alerta, com base em suas pesquisas 5
reunidas no livro “O capital no século XXI”, de que a hiperconcentração de renda tem adquirido contornos 6
alarmantes e insustentáveis. O autor assevera, que a economia mundial teria visto regressar seus 7
indicadores de concentração de renda aos mesmos patamares da Belle Époque, do contexto pré-crise 1929. 8
Crescente desemprego na Europa e nos Estados Unidos, instabilidade política e golpes de Estado nos 9
países periféricos, revoltas populares a pipocar nos quatro cantos, ressurgimento de movimentos fascistas e 10
de extrema direita; todos estes fenômenos são reflexos nítidos desse padrão financista de acumulação de 11
riqueza à custa da hiperexploração do sobretrabalho humano. O que, asseguramos: além de indefensável 12
moralmente; é insustentável, mesmo que de um desumano ponto de vista que seja meramente econômico. 13
De acordo com os dados de Piketty, o gráfico da concentração de renda em escala global, ao refletir 14
a proporção da riqueza mundial abocanhada pela fatia do 1% mais rico, denota algo como uma linha em “U”, 15
ou seja, se tinha caído durante o século XX, como reflexo da crise de 1929 e das políticas do Estado de Bem 16
Estar Social e do New Deal, voltou a crescer em ritmo acelerado a partir dos anos 80 e, nesse primeiro quartil 17
do século XXI, se apresenta tão absurda quanto no início do século passado. 18
Resta evidente que tal hiperconcentração, por sua vez, deriva do nefasto movimento de 19
desregulamentação da economia, de desmonte dos Estados nacionais, e de estabelecimento de facilidades 20
diversas ao fluxo de capitais especulativos, ou seja, da aplicação do programa neoliberal de Estado mínimo e 21
de subordinação ao capital financeiro. Não à toa, o autor, projetando-se um homem-de-ação, reivindica a 22
necessidade urgente de taxar a riqueza e o capital e uma presença maior do Estado na economia. Afinal, não 23
basta interpretar o mundo; importa transformá-lo. 24
Mesmo que, enquanto um coletivo local de petistas, possamos ter inexpressiva influência nos 25
destinos das lutas dos povos explorados nos quatro cantos do globo, importa para nós afirmar: que onde há 26
luta de oprimidas para superar a exploração a que são submetidas, ou mesmo amenizar seus efeitos em suas 27
vidas; para libertarem-se, ou mesmo fortalecer seu processo de libertação: lá estará nosso sentimento 28
RESOLUÇÃO POLÍTICA DA 1ª CONFERÊNCIA ESTADUAL DO COLETIVO PETISTA REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA Pág. 2
revolucionário. As lutas democráticas de todos os povos nos interessam; a opressão e a injustiça que 29
acomete toda a humanidade é a dor que nos move à luta revolucionária. 30
A resistência popular na América Latina e o acirramento da disputa política
no continente vermelho.
Desde que Chaves assumiu a presidência na Venezuela e pôs em marcha a chamada “Revolução 31
Bolivariana”, um novo ânimo foi dado aos processos de resistência popular ao neoliberalismo em nosso 32
continente. Com a emergência e a consolidação de governos democráticos e populares como os de 33
Argentina,Bolívia, Brasil, Chile, Cuba, Uruguai, Venezuela; e uma vez impulsionado o processo de integração 34
político-econômica da região, dá-se um impulso na Revolução Democrática na América Latina e uma nova 35
hegemonia é articulada, nos fazendo crer que estamos mais próximos da libertação de nosso continente, da 36
construção de uma alternativa de caráter socialista e democrática. 37
É nesse contexto que se insere a reação virulenta dos interesses do capital transnacional, 38
representado pelas forças golpistas de direita que promovem o processo contra revolucionário no 39
continente vermelho. Os golpes de Estado no Paraguai e Honduras; a sanguinária violência política na 40
Venezuela e a implacável perseguição do monopólio da mídia brasileira e argentina são sinais dessa reação 41
que pretende sufocar o pleno desenvolvimento do processo de integração e libertação latino-americana. 42
A hora da verdade, o Brasil em 2014.
A disputa política em torno da hegemonia política no Brasil, gigante da América Latina, chega a um 43
momento decisivo em 2014. O que estará em jogo, será a continuidade e o avanço do processo mudancista, 44
iniciado com a posse do Presidente Lula e seqüenciado no governo democrático e popular da Presidenta 45
Dilma, ou sua interrupção e o retrocesso ao período de implementação da agenda neoliberal no Brasil, com 46
todos os efeitos práticos e nefastos na vida das trabalhadoras, especialmente das mais pobres. 47
Está em jogo a continuidade dos eixos centrais de atuação dos governos petistas, com destaque para 48
(a) a política de distribuição de renda que representa o processo em curso de superação da miséria e 49
combate à pobreza; (b) a política de fortalecimento das condições estruturais da classe trabalhadora, com a 50
elevação real da renda da trabalhadora, com destaque à elevação do salário mínimo, com a ampliação do 51
acesso ao ensino técnico (expansão das redes de IFs e PRONATEC), ao ensino superior (Reuni e expansão das 52
vagas/orçamento nas federais, Prouni, Ciência Sem Fronteiras) e ao ensino infantil (Brasil Carinhoso e a 53
construção de creches em todo o país); (c) o aprimoramento da democracia e ampliação da participação 54
(conferências de políticas públicas, portais da transparência, conselhos de políticas públicas, consultas 55
populares, funcionamento das instituições e órgãos de controle etc); (d) as políticas afirmativas e de 56
combate às opressões dos diversos segmentos tradicionalmente excluídos dos processos de 57
desenvolvimento: políticas de cotas; combate às violências contra as mulheres (Lei Maria da Penha); 58
enfrentamento ao extermínio da juventude negra(Plano Juventude Viva), além dos avanços para a cidadania 59
e fortalecimentos dos direitos para lésbicas, gays, bissexuais, travestis e Transexuais (LGBTT). 60
Eis que, após doze anos de implementação dessa agenda progressista, a mudança começa a se fazer 61
mais sensível na melhoria geral das condições de vida de nosso povo; ao mesmo tempo, as políticas em 62
curso começam a se consolidar e um cenário de retrocessos nos direitos conquistados pela classe 63
trabalhadora nos últimos anos no Brasil se apresenta como mais difícil a cada dia. Talvez por isso que nossos 64
RESOLUÇÃO POLÍTICA DA 1ª CONFERÊNCIA ESTADUAL DO COLETIVO PETISTA REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA Pág. 3
adversários, de classe e de projeto, tenham mobilizado todas suas armas para a disputa política que se dará 65
ao longo desse ano. 66
Desde o movimento golpista que derrubou Jango e interrompeu o sonho das reformas de base, não 67
se via uma campanha tão articulada para derrotar um governo. Nossos adversários valem-se do poder que 68
amealharam na mídia monopolizada brasileira para esculachar o PT e desqualificar o debate político que 69
sabidamente lhes é desfavorável. Despudoradamente articulam toda sua influência político-econômico-70
ideológica em setores mais conservadores e reacionários do judiciário, do ministério público, de igrejas, de 71
organismos patronais, da academia, de “institutos de pesquisa”, de entidades corporativas e até de 72
“insuspeitas” organizações-não-governamentais criadas para “aprimorar a democracia” (tais como: o 73
Instituto Millenium - a versão século-vinte-e-um-insta do IPES e IBAD). A meta é clara: desconstruir os 74
avanços que conquistamos. Sua campanha nefasta se faz sentir na propagação de mentiras e falácias via 75
mídia, no discurso de “especialistas e acadêmicos” que em suas análises boicotam o desenvolvimento 76
brasileiro e até mesmo na invasão das redes sociais por robôs-zumbis, criados para infernizar o debate 77
político nas redes, propagar o ódio, disseminar informações falsas e provocar a militância de esquerda. 78
Em resposta a essa campanha, nossa tarefa será articular todas nossas forças para qualificar o 79
debate e promover as reflexões adequadas sobre o processo de mudanças em curso. Na sala-de-aula, no 80
local-de-trabalho, na fila-do-ônibus e nas redes sociais a tarefa cotidiana do militante petista é desconstruir 81
as falácias que nos são objetadas, defender o legado dos governos petistas, refletir adequadamente sobre a 82
insuficiência de nossa experiência no governo e as demandas e desafios que não conseguimos atender e 83
enfrentar, devido à desfavorável correlação de forças que se apresenta no congresso e até mesmo no seio 84
da sociedade civil, e apontar para o caminho da mobilização popular e das lutas democráticas, como 85
estratégia mais adequada para o avanço da Revolução Democrática no Brasil. 86
Apenas com as mobilizações populares e com a pressão da sociedade sobre as instituições é que 87
nosso governo reunirá as forças necessárias para fazer avançar o ritmo das mudanças que nosso país, e os 88
interesses da classe trabalhadora, reclamam. Depende da intensidade e da lucidez dessa mobilização 89
popular o avanço da reforma do sistema político, a partir da convocação de uma Constituinte Exclusiva que 90
permita o debate amplo sobre nossas bandeiras: (a) de fortalecimento dos partidos políticos e da discussão 91
programática, (b) combate ao personalismo e ao patrimonialismo na política, (c) ampliação da participação 92
das mulheres com a paridade e alternância de gênero nas listas preordenadas aos parlamentos, (d) 93
regulamentação dos espaços de participação e controle social e dos instrumentos de consulta pública, (e) 94
financiamento público exclusivo de campanhas e a redução da influência do poder-econômico nas eleições. 95
É preciso que a população compreenda que “à maioria” dos parlamentares não interessa a mudança das 96
regras do jogo, as quais, obviamente, lhes são favoráveis. 97
Por isso mesmo é que a agenda da militância petista, no segundo semestre de 2014,compreende 98
três períodos eleitorais fundamentais: 1 a 7 de setembro; 5 de outubro e 25 de outubro. Cinco de outubro é 99
a data das eleições gerais, onde buscaremos a continuidade do governo petista, com a reeleição de Dilma, e 100
a ampliação de nossa presença no parlamento nacional e nos parlamentos e governos estaduais. O dia 25 de 101
outubro é a data prevista para o acaso de não sermos vitoriosos, ou seja, conquistarmos o apoio da maioria, 102
já no primeiro turno; obviamente que procuraremos evitá-lo, mas não nos furtaremos a enfrentá-lo, com 103
todas as nossas forças, como já fez o PT em quatro outras oportunidades. Já o período de 1º a 7 de setembro 104
será uma oportunidade ímpar para fazermos valer a força da mobilização popular, via Plebiscito Popular 105
para a Reforma do Sistema Político, momento no qual, todas as forças vivas da sociedade que pretendem 106
RESOLUÇÃO POLÍTICA DA 1ª CONFERÊNCIA ESTADUAL DO COLETIVO PETISTA REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA Pág. 4
mudar de verdade o sistema representativo (já carcomido), reunirão seus esforços para mobilizar milhões de 107
brasileiras nessa luta. 108
Embora considerada a “mãe das reformas” para o momento atual da conjuntura brasileira, a 109
Reforma Política não é o único desafio que se coloca na agenda da classe trabalhadora. É preciso fazer 110
avançar as mobilizações pela Reforma Agrária, pela consolidação dos Pactos pela Educação e pela Saúde 111
(com a conseqüente destinação dos recursos do pré-sal para estas áreas); pela reforma urbana e a 112
consolidação do direito à cidade, pela utopia-concreta da tarifa zero nos transportes públicos; pela 113
democratização dos meios de comunicação; pela reforma tributária progressiva e outras lutas de caráter 114
emancipatório. 115
O contexto da luta no Rio Grande do Norte.
Temos nesse contexto, no Rio Grande do Norte, a necessidade de articularmos uma grande 116
campanha em favor da reeleição da presidenta Dilma, que possa garantir não apenas a vitória da presidenta, 117
mas também a ampliação da base de apoio da presidenta no congresso nacional, para fazer avançar a 118
revolução democrática no Brasil. 119
O primeiro passo nesse sentido já foi dado. A construção de uma aliança política que permita um 120
palanque majoritário forte, para disputar para valer as eleições no RN. A parceria já consolidada com o PSD e 121
a articulação para atrair outros partidos que compõem a base do governo Dilma e a oposição a Rosalba foi 122
uma resposta contundente à iniciativa despudorada do PMDB de tentar nos isolar completamente no 123
cenário local, anulando a possibilidade de disputa de projetos e, por consequência, neutralizando a disputa 124
de projetos nacionais no Rio Grande do Norte. O que para nós, e para o conjunto mais lúcido de petistas 125
potiguares, não foi surpresa alguma. 126
Integrante de uma oligarquia que domina a cena política do Estado há décadas, o PMDB local, 127
embora por conveniência permaneça aliado do governo de nossa Presidenta, tem profundas diferenças 128
conosco no tocante à gestão do Estado. Talvez o símbolo maior dessa diferença seja o Projeto do Perímetro 129
Irrigado da Chapada do Apodi, menina dos olhos do PMDB potiguar, desenvolvido pelo Departamento 130
Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), que constitui para o PT/RN um problema essencial, tanto que 131
é chamado pelos camponeses de “Projeto da Morte”, pelo prejuízo que causará à próspera agricultura 132
familiar da região, ao meio ambiente, além de desabrigar mais de 800 famílias que desenvolvem a 133
agroecologia em nome de ganhos extraordinários para meia dúzia de grandes empresários do agronegócio. 134
Como era de se esperar, o PMDB local, mais uma vez, esqueceu sua participação na chapa da 135
presidenta Dilma e tratou de articular uma ampla aliança com nossos adversários ferrenhos no plano 136
nacional e com diversos partidos que nos combaterão nas urnas em outubro, o que, obviamente, é 137
incompatível com a postura e o papel que o PT/RN tem a jogar na reeleição da presidenta Dilma. Em 138
resposta à tentativa de isolamento, o PT potiguar tratou de costurar uma aliança, uma chapa de pré-139
candidatos e ir “ao interior”, ouvir as pessoas, em um até agora vitorioso ciclo de seminários “Construindo 140
um Novo RN”, no qual sugestões estão sendo recolhidas para a formulação sobre plano de governo. 141
Outro passo fundamental foi a disposição da companheira Fátima Bezerra em disponibilizar seu 142
nome como pré-candidata ao Senado da República, abrindo uma possibilidade real de renovação da bancada 143
de nosso Estado naquela casa, que é conservadora por essência, a partir da chegada de uma lutadora 144
popular, oriunda dos movimentos sociais, comprometida/identificada com o projeto mudancista em curso. 145
Se quisermos que nosso governo avance com as reformas, precisamos melhorar, a nosso favor, a correlação 146
RESOLUÇÃO POLÍTICA DA 1ª CONFERÊNCIA ESTADUAL DO COLETIVO PETISTA REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA Pág. 5
de forças no Senado; é nesse contexto que a eleição da companheira Fátima deixa de ser uma prioridade do 147
PT/RN e da esquerda potiguar, apenas, figurando também como prioridade tática do PT nacional. 148
O próximo passo traduz-se numa transiçãonecessária e urgente: o que hoje é alternativo, deve 149
converter-se, o mais imediatamente possível, em algo nitidamente progressivo. Ou seja, se nossa aliança 150
político-eleitoral com o PSD-RN se reveste de importância para fortalecer a campanha da presidenta Dilma 151
no RN e de grandeza, na medida em que oferece ao eleitor uma alternativa ao Acordão oligárquico que 152
pretende salvar a todos (eles) e manter as coisas como estão (e, para eles, como devem ser), enfim, se é 153
justa e necessária, nossa aliança deve ser capaz de refletir um projeto concreto, e viável, de mudanças. 154
A concretude e a viabilidade de um eventual governo de Robinson Farias, com o apoio fundamental 155
da futura Senadora Fátima Bezerra, residem justamente na capacidade de nossos partidos interpretarem 156
adequadamente o sentimento de mudanças de nosso povo e, com base na nossa realidade socioeconômica 157
e nas exitosas experiências do modo petista de governar, articularem propostas de políticas públicas que 158
respondam a estas demandas. O melhor caminho para isso, é por todos conhecido: conversar com as 159
pessoas, estudar a realidade, promover discussões, fazer a política com a nossa cara, cara-a-cara com a 160
cidadã que vive a realidade em seu cotidiano. 161
A construção do programa de governo é o eixo-articulador dessa discussão democrática. Para nós do 162
Revolução Democrática, é a tarefa do dia. 163
Quem somos?
Somos
Somos todos os sonhos,
Por que ousamos por eles lutar.
Estamos, em todos os "becos", ruas e vielas, pois só "de pé no chão", a revolução virá.
Somos todos os "trabalhadores", camponeses, e "Luiz Inácio".
Somos, nossa Presidenta, por todos os que foram torturados.
Somos, todos os que lutam, pensam, sente,sonham, recita e ama.
Somos,
"agora mais do que nunca"
A REVOLUÇAO DEMOCRÁTICA
Autor: Jean Lucas
Somos um coletivo de militância petista que se organiza no Rio Grande do Norte. Nosso objetivo é 164
fortalecer o Partido dos Trabalhadores [e das Trabalhadoras] como instrumento de luta da classe 165
trabalhadora (e dos seguimentos historicamente excluídos) do Brasil. Nosso papel é promover a discussão 166
interna no partido e articular a nossa militância com base nos nossos princípios e em torno da tática que 167
consideramos mais adequada para o fortalecimento do PT e o avanço da Revolução Democrática no Brasil. 168
Por Revolução Democrática, entendemos o processo histórico de mudanças nas relações produtivas 169
e sociais, para permitir o desenvolvimento pleno das forças produtivas, a eliminação dos vínculos que ligam 170
a sociedade ao atraso, a elevação das condições de vida das trabalhadoras, a organização e o 171
desenvolvimento da consciência daquelas que sobrevivem do seu próprio trabalho de seu papel na 172
sociedade, assim como de seus destinos enquanto classe. Para nós a solução definitiva das injustiças sociais 173
só se dará por meio da superação do capitalismo, mas não aceitamos a ideia que as conquistas democráticas 174
obtidas com base nas lutas de gerações de trabalhadoras devam ser descartadas juntamente com o sistema. 175
RESOLUÇÃO POLÍTICA DA 1ª CONFERÊNCIA ESTADUAL DO COLETIVO PETISTA REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA Pág. 6
Portanto, fazemos coro com os que dizem que “socialismo sem democracia, socialismo não é; já democracia, 176
sem socialismo, democracia não pode ser”. 177
O paradigma da revolução democrática é uma síntese democraticamente constituída no partido, há 178
muitos anos, antes mesmo que qualquer um de nós das que hoje compomos este coletivo pudesse estar 179
filiada ao PT. Mas para nós essa é uma ideia-central do Partido, que deve ser impulsionada no debate 180
político/ideológico com as pessoas, especialmente as mais jovens. 181
Há cinco princípios que orientam a nossa militância: somos anticapitalistas, e somos democráticos; 182
somos, portanto, socialistas e revolucionários; por entendermos que a superação do capitalismo e a 183
consequente libertação da classe trabalhadora só são viáveis em escala global, somos internacionalistas. 184
Nossa aversão ao capitalismo enquanto sistema não merece nem duas linhas de justificativa. Sabe-se 185
que deriva da exploração do homem pelo homem toda sorte de injustiças. 186
Nosso compromisso com a democracia é de raiz, assim como o do PT. Do mesmo modo, praticamos 187
a democracia como algo inalienável à construção de nosso coletivo. Nesse aspecto chegamos a ser mais 188
radicais que o próprio partido, na medida em que nosso pequeno tamanho e nossas limitadas dimensões 189
geográficas, nos permite vir experimentando, nestes últimos três anos, uma construção completamente 190
horizontal, sem mesmo a existência de uma direção constituída em nosso coletivo. 191
Somos revolucionários por que pretendemos a transformação qualitativa das relações produtivas e 192
sociais da humanidade. A passagem de um sistema a outro é produto de um processo revolucionário, dure o 193
quanto durar. Não negamos com isso a importância das reformas e conquistas alcançadaspor meio de 194
nossas lutas no marco-institucional capitalista. 195
Para nós o socialismo é o projeto mais belo e viável para a realização da ontologia humana. Sendo o 196
ser humano tão especial na natureza a ponto de ter desenvolvido inteligência superior, deve ele realizar sua 197
destinação de promover a vida plena na terra com sustentabilidade. Só o Socialismo (um ecossocialismo) é 198
sustentável, tanto do ponto de vista econômico, quanto social e ambiental. 199
Além da clareza do caráter global da luta de classes, temos uma paixão singular pelos processos de 200
luta revolucionária que pintam nosso continente de vermelho. Faz parte de nosso internacionalismo nosso 201
engajamento nas lutas dos povos latino-americanos e na defesa da construção de uma hegemonia de 202
caráter socialista no continente. 203
Nossa práxis é a militância autônoma de indivíduos que compartilham estes princípios e se 204
organizam para ajudar o PT a ser cada dia mais PT. Militamos em diversas frentes dos movimentos sociais, 205
com destaque para os movimentos culturais e juvenis. Prevemos pela frente um período muito acirrado de 206
disputa política. Pretendemos discutir mais e mais sobre o curso da Revolução Democrática no Brasil. 207
Debater, refletir e tomar posições, coletivamente, para orientar nossa militância. Estes são os grandes 208
desafios que se colocam diante de nós; e você petista, se quiser aprofundar conosco essa Revolução 209
Democrática, fique à vontade, é só chegar pra somar. 210
MOSSORÓ-RN, 9 A 11 DE MAIO DE 2014.
1ª CONFERÊNCIA ESTADUAL DO
COLETIVO PETISTA REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA.