Resposta das questôes os sertões- euclides da cunha
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QUESTÕES
1) OS SERTÕES DE EUCLIDES DA CUNHA RETRATA AS CONDIÇÕES DE VIDA DE UM
POVO MISERÁVEL E ATRASADOS CULTURALMENTE, O QUE FACILITOU O
CRESCIMENTO DO MISTICISMO E O FANATISMO RELIGIOSO. COM ISSO CRIA-SE
UMA SITUAÇÃO PROPÍCIA À ATUAÇÃO DE LÍDERES RELIGIOSOS COM
PROMESSAS DE PARAÍSO E REDENÇÃO. NUMA VISÃO DETERMINISTA, EUCLIDES
DA CUNHA DIVIDE A OBRA EM PARTES. QUAIS SÃO ELAS?
A Terra, O Homem e A Luta.
2) A PARTIR DA TEORIA DETERMINISTA, EXPLIQUE COMO O AUTOR TRABALHA AS
TRÊS PARTES DA OBRA?
Tentando entender como aparece o determinismo exposto na obra, Euclides deixou claro em
“Os Sertões” seu ponto de vista no que se refere ao racismo. Como a maioria da época, acreditava
numa “raça superior”, e em sua íntima relação com os de pele clara.
O determinismo considerava o mestiço brasileiro uma raça inferior, e Euclides
compartilhava desta visão. É tanto que escreveu na Nota Preliminar do livro, p.1, por exemplo:
“Intentamos esboçar, palidamente embora, ante o olhar de futuro historiadores, os traços atuais
mais expressivos das sub-raças sertanejas do Brasil. E fazemo-lo porque a sua instabilidade de
complexos, aliada às vicissitudes históricas e deplorável situação mental em que jazem, as tornam
talvez destinadas a próximo desaparecimento ante as exigências crescentes da civilização.”
A Nota Preliminar da obra mostra ainda, de uma maneira resumida, qual é a base teórica do
autor. Quando Euclides usa termos como “sub-raça sertaneja”, ele admite ser adepto do
determinismo biológico, onde o meio é visto como modificador dos homens, como força que os
pressiona e os envolve, modelando as nações da mesma forma que a cultura modela o indivíduo.
Como exemplo, pode-se citar que o determinismo considerava o mestiço brasileiro uma raça
inferior, e Euclides da Cunha compartilhava dessa visão. O determinismo julgava ainda que o
homem é produto do meio (geografia), da raça (hereditariedade) e do momento histórico (cultura).
O autor faz uma análise brilhante da psicologia do sertanejo e de seus costumes.
Em seu livro, Cunha mostra que a marcha do desenvolvimento poderia avançar sobre o
sertão, porém, a Campanha de Canudos constituía em um retrocesso, um crime. Este é o primeiro
grande contraste de uma obra cheia deles: os homens desenvolvidos do sul e do litoral que deveriam
civilizar a sub-raça que vivia isolada na “terra ignota, p.3” do interior, leva na verdade a morte para
homens, mulheres, velhos e crianças.
3) RELATE SUCINTAMENTE COMO SE DÁ A HIPÓTESE SOBRE A GÊNESE DAS SECAS
DE ACORDO COM A NARRATIVA DE EUCLIDES DA CUNHA EM OS SERTÕES.
O flagelo das secas merece especial atenção, dedicada sucessivamente a várias hipóteses
sobre sua gênese, que vão desde a influência das manchas solares até o peculiar regime dos
ventos. Mais adiante passará das hipóteses a propostas de solução. Assim, Euclides de Cunha,
na parte IV de “A Terra”, refere-se aos ciclos da seca, citando uma espécie de relatório do
senador Tomás Pompeu. Ele critica o fato de não se ter naquele momento um estudo rigoroso e
profundo de sua origem.
Portanto, ele utiliza-se de hipótese, que busca explicação na rotação solar dizendo que a
mesma tem, entre o máximo e o mínimo da intensidade, um período que pode variar de nove a
doze anos. Euclides procura ainda demonstrar as particularidades geográficas do sertão e o
regime dos ventos. Conclui que a “disposição topográfica” é decisiva para o ciclo da seca. Mas
cuidadosamente não deixa de chamar a atenção para o fato de se tratar de suposições.
4) RESUMA AS TRAGÉDIAS DESCRITAS NA OBRA OS SERTÕES.
As tragédias narradas no livro acontecem, com mais frequência, no capítulo sobre a luta,
onde narra que as autoridades de Juazeiro se recusam a mandar a madeira que Antônio
Conselheiro adquirira para cobrir a igreja de Canudos; os jagunços, então, pretendiam tomar à
força o que haviam comprado e pago. Avisado das intenções dos homens de Conselheiro, o
governo do Estado manda que em Juazeiro se organize uma força que elimine o foco de
banditismo.
Outro ponto trágico foi à história do assalto ao povoado de Canudos também envolve
atrocidades descritas por Euclides da Cunha. Mulheres, velhos e crianças não escaparam da
mortandade, e muitas se suicidaram com seus filhos antes de encontrarem a tropa de soldados.
Outras tragédias se deram como segue: na primeira expedição cem homens, comandados
pelo tenente Pires Peneira, são surpreendidos e derrotados pelos jagunços no povoado de Uauá.
Na segunda expedição quinhentos homens, comandados pelo major Febrônio de Brito e
organizados em colunas maciças, são emboscados pelos jagunços em terrenos acidentados, no
Morro do Cambaio e em Tabuleirinhos. Reduzidas a cem homens, as tropas do governo
decidem voltar. Já a terceira expedição com mil e trezentos homens, comandados pelo coronel
Moreira César, armados com canhões recém-importados da Alemanha, sem planos definidos,
partiram em fevereiro de 1897, atacando de frente, do Morro da Favela, o arraial de Canudos.
Os jagunços, protegidos pela irregularidade do relevo, buscavam o corpo-a-corpo e
desorganizaram as tropas, que na retirada desastrosa deixaram para trás armas, munições, os
canhões Krupp e o próprio general Moreira César, morto após ter sido ferido em combate.
Na quarta expedição composta de cinco mil homens, comandados por três generais, são
enviados pelo sul. As tropas dividem-se em duas colunas e as duas colunas tentam um ataque
maciço. Conseguem tomar boa parte do arraial, mas os soldados mal resistem à fome e à sede.
Por fim, em agosto de 1897, oito mil homens deslocam-se para a região, comandados pelo
próprio ministro da Guerra, o marechal Carlos Bittencourt.
São cortadas as saídas de Canudos, o abastecimento de água é interrompido. Um tiro de
canhão atinge a torre da Igreja. Esperando a salvação eterna, os sertanejos não se renderam, e
muitos foram degolados após o assalto final. Perpetrou-se dessa forma o crime de uma
nacionalidade inteira, no dizer de Euclides da Cunha, que a tudo acompanhou do Morro de
Uauá, de onde escrevia suas reportagens para o jornal A Província de São Paulo, hoje O Estado
de São Paulo, mais tarde escritas na obra Os Sertões.